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Relatório de OICP da Licenciatura em Línguas para Relações Internacionais Jessica Andrea dos Santos Morais Local de OICP: Centro de Línguas do IPB Ano letivo: 2014/2015 Orientadora: Professora Doutora Isabel Chumbo

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Relatório de OICPda Licenciatura em Línguas para Relações

Internacionais

Jessica Andrea dos Santos Morais

Local de OICP: Centro de Línguas do IPB

Ano letivo: 2014/2015

Orientadora: Professora Doutora Isabel Chumbo

Supervisora: Professora Doutora Ana Maria Alves

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Agradecimentos

Quero agradecer a todas as pessoas que foram importantes para a execução deste

trabalho, que me deram as oportunidades de que necessitava para desenvolver as atividades

que me foram proporcionadas ao longo da OICP.

Em primeiro lugar, quero agradecer à Prof.ª Isabel Chumbo, não só por ser minha

orientadora, mas sim pela sua disponibilidade quando eu precisava de ajuda, pela sua

compreensão, pela sua paciência e sobretudo pela confiança que depositou em mim ao

longo de todo este trabalho.

À Profª Ana Alves por estar sempre disponível para esclarecer as dúvidas que iam

surgindo e pelos conselhos. A todos os meus professores da Escola Superior de Educação

de Bragança, que foram responsáveis pela minha aprendizagem durante toda a minha

licenciatura.

Aos meus pais, irmão, irmã e ao resto da minha família que sempre me apoiaram,

um especial obrigado aos meus pais que me apoiaram economicamente, não deixando que

nada me faltasse, e pela contribuição no meu crescimento tanto pessoal como profissional

pois sem eles eu não poderia ser quem eu sou hoje.

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Resumo

Este relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular de Observação e

Intervenção em Contextos Profissionais da licenciatura em Línguas para Relações

Internacionais, tem como finalidade apresentar a caracterização da instituição de

acolhimento, a descrição das actividades realizadas no contexto do estágio curricular que

ocorreu entre 13 de Março e 6 de Junho, assim como a apresentação os resultados

alcançados e por fim de uma reflexão critica e pessoal de todo o estágio.

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Introdução.........................................................................................................................................5

1 Apresentação da Instituição de Acolhimento.............................................................................6

1.1 Instituto Politécnico de Bragança......................................................................................6

1.2 Escola Superior de Educação de Bragança........................................................................6

1.3 Centro de Línguas do IPB.................................................................................................7

2 Descrição da Intervenção em Contextos....................................................................................8

2.1 Relação do CLESEB com a comunidade...........................................................................8

2.1.1 Elaboração de um relatório sobre a atividade Café Europa........................................9

2.1.2 Semana Intercultural................................................................................................10

2.1.3 Inquérito de satisfação aos alunos do CLESEB.......................................................11

2.1.4 Elaboração de uma apresentação no âmbito da mobilidade Erasmus de docentes. . .11

2.2 Trabalho direto com as línguas........................................................................................12

2.2.1 Cursos Erasmus CLESEB - organização do calendário de exames e distribuição dos alunos pelos cursos..................................................................................................................12

2.2.2 Apoio à implementação de uma prova de nível de francês......................................12

2.3 Projeto de Investigação....................................................................................................13

2.3.1 CLIL – ReCles.........................................................................................................13

2.4 Tarefas administrativas....................................................................................................15

3 Discussão e reflexão................................................................................................................15

4 Conclusões..............................................................................................................................17

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Introdução

Com a Observação e Intervenção em Contextos Profissionais é-nos dada a

oportunidade de obter as primeiras experiências profissionais e finalizar o ensino teórico

pratico concedido ao longo do nosso curso.

Entre o dia 13 de março de 2015 e 15 de junho de 2015 realizei um estágio

curricular no Centro de Línguas da Escola Superior de Educação da Bragança.

A opção por esta entidade de acolhimento foi baseada no facto de me poder

permitir estar num ambiente onde poderia aprender e desenvolver um trabalho

monitorizado e apropriado a minha licenciatura de Línguas para Relações Internacionais.

Na primeira parte deste relatório, será abordada a descrição do meio envolvente,

nomeadamente o IPB, a ESE e o CLESEB, caracterizando cada um deles e referindo os

seus papéis principais, atribuindo maior ênfase ao CLESEB.

Relativamente às atividades desenvolvidas, estas estão divididas em diferentes

pontos, a primeira é referente ao trabalho direto com as línguas, o segundo diz respeito ao

projeto de investigação, o seguinte ponto refere-se a relação do CLESEB com a

comunidade e por último, às tarefas ligadas ao trabalho administrativo realizado no Centro

de Línguas.

Por fim, será apresentada a reflexão crítica pessoal e a conclusão, assim como os

materiais adicionais que considerei relevantes para a compreensão e sustentação deste

relatório.

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1 Apresentação da Instituição de Acolhimento

No âmbito da unidade curricular de Observação e Intervenção em Contextos

Profissionais, fui acolhida no Instituto Politécnico de Bragança, mais precisamente na

Escola Superior de Educação, no Centro de Línguas do IPB.

Neste primeiro capítulo irei fazer uma breve apresentação da instituição de

acolhimento e apresentarei a sua missão no seio da instituição. Numa primeira parte farei

uma descrição do Instituto Politécnico de Bragança, de seguida falarei da Escola Superior

de Educação e por fim passarei a descrever o Centro de Línguas no qual realizei o estágio

curricular.

1.1 Instituto Politécnico de Bragança

O Instituto Politécnico de Bragança foi criado em 1983, tendo como finalidade a

criação e divulgação do conhecimento científico através de um conjunto de métodos que se

baseiam no ensino, no desenvolvimento experimental, na investigação orientada e o estudo

elaborados em simultâneo. As primeiras duas escolas a serem criadas foram a Escola

Superior Agrária e a de Educação, tendo aparecido as restantes nos anos 90. O ensino

politécnico é um subsistema do ensino terciário e sofreu evolução ao longo dos tempos.

Atualmente o IPB é formado por cinco escolas: Escola Superior Agrária, Escola

Superior de Comunicação, Administração e Turismo (situada em Mirandela), Escola

Superior de Saúde, Escola Superior de Tecnologia e Gestão e Escola Superior de

Educação.

Por via de imposições legislativas em 2007 o IPB sofreu uma reestruturação

profunda, sendo criados novos órgãos e sujeitando-se a avaliações externas da European

University Association, uma entidade internacional e com a implementação do processo de

Bolonha à avaliação independente da Agência de Acreditação do Ensino Superior. Nos

últimos anos a política de internacionalização do IPB tem sido intensa, revelando-se o

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instituto com o número mais elevado no âmbito da mobilidade internacional tendo ficado

recentemente classificado em 7º lugar no U-Multiranking da União Europeia.

1.2 Escola Superior de Educação de Bragança

A Escola Superior de Educação de Bragança (ESEB) é uma instituição de Ensino

Superior que entrou em funcionamento em 1986. Apesar de ter objetivos particulares que

estão relacionados com a formação inicial de Educadores e Professores, também forma

profissionais em várias áreas como as Artes, o Desporto, a Educação Social, a Educação

Ambiental e as Línguas. A vertente de formação de professores passou recentemente para

o nível de mestrado (2º ciclo) como consequência nas alterações da legislação imposta pelo

Ministério de Educação para poder lecionar em Portugal, sendo que as formações de 1º

ciclo são bastante diversificadas. A par das licenciaturas e mestrados a ESEB ministra

igualmente Cursos de Especialização Tecnológica, Cursos não conferentes de grau e

prepara-se para acolher no próximo ano letivo os novos cursos técnicos de ensino

profissional, com a duração de 2 anos.

A nível internacional, a ESEB tem acordos de com uma variedade de instituições,

lecionando em parceria com o Instituto Superior Politécnico de São Tomé e Príncipe os

mestrados em Ensino de Leitura e da Escrita e de Educação Ambiental. Existe ainda uma

parceria estreita com instituições no Brasil

A ESEB tem participado em projetos de investigação e de divulgação científica, vários

estando enquadrados nas linhas de financiamento da FCT, mas também do Programa

Ciência VIVA e do Instituto de Desporto de Portugal, entre outros. Esta escola tem

conseguido manter o número de alunos inscritos a um nível alto, apesar de os ingressos da

1ªa fase do Concurso Nacional de Acesso serem sempre bastante baixos. Tem igualmente

constituído um pólo de atração para estudantes estrangeiros que aqui frequentam, por

exemplo o curso de Língua e Cultura Portuguesas, de um ano.

1.3 Centro de Línguas do IPB

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O Centro de Línguas do Instituto Politécnico de Bragança foi fundado em 1992, está

sujeito à direção da ESE e age em conjunto com a presidência do IPB, nomeadamente a

vice-presidência para as relações internacionais. O CLESEB tem, neste momento, como

responsável imediata a professora Isabel Chumbo.

O Centro de Línguas oferece uma variedade de serviços à comunidade do IPB, mas

também à comunidade externa, constituindo claramente a figura de entidade prestadora de

serviços. Para além de oferecer cursos de línguas adequados e elaborados de acordo com as

premissas do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas recomendado pelo

Conselho da Europa (90 horas de contacto), também ministra um pacote específico de

cursos de preparação linguística para alunos do IPB que pretendem realizar mobilidade

Erasmus+ (60 horas de contacto).

Com a entrada em vigor do programa Erasmus + em Janeiro, as exigências linguísticas

passaram a ser maiores no âmbito da mobilidade de alunos. Assim, a Comissão Europeia

disponibilizou uma plataforma linguística em linha, onde cada candidato à mobilidade

deve fazer prova dos seus conhecimentos linguísticos em Inglês para a generalidade dos

casos (dada a diversidade de países com que o IPB tem acordos, como a Grécia e a

Polónia), mas também em francês, espanhol e alemão. Isso levou o IPB a investir mais na

preparação dos seus alunos que no decorrer do 2º semestre frequentaram cursos específicos

a preços simbólicos para poderem estar mais preparados para as suas aulas em

universidades estrangeiras. Inscreverem-se para esta modalidade perto de 300 alunos, o

que obrigou o Centro de Línguas a um acréscimo de organização de cursos com a

preparação e acompanhamento pedagógico devido aos formandos. Foi criado um programa

com conteúdos específicos que constitui uma espécie de viagem Erasmus antecipada.

O CLESEB também presta vários serviços na área da consultoria linguística,

possibilitando a realização da tradução dos certificados de habilitações dos alunos do

próprio IPB. Além disso, traduz artigos de cariz científico para docentes do IPB, resumos

de dissertações e apoia a sociedade civil através da tradução de guias, brochuras e livros,

apesar de este serviços ser de menor volume e ser esporádico.

O Centro de Línguas do IPB organiza ainda duas vezes por ano os exames oficiais de

Português Língua Estrangeira (PLE), realizados e certificados em conjunto com o Centro

de Avaliação de Português Língua Estrangeira, Faculdade de Letras da Universidade de

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Lisboa (CAPLE). O acréscimo de candidatos ao centro de exames de Bragança tem sido

substancial, tendo, segundo a responsável do centro, triplicado em dois anos. Na

convocatória de Maio realizaram-se, pela primeira vez, exames para todos os níveis de

língua. Além dos exames PLE, o IPB tem igualmente protocolo com Knightsbridge

Examination & Training Centre para realização dos exames oficiais Cambridge.

O CLESEB é socio-fundador da ReCLeS.PT - Associação de Centros de Línguas do

Ensino Superior em Portugal, que tem por missão oferecer uma maior contribuição de

serviços à comunidade, de forma a colaborar para a valorização da aquisição e

competência plurilingues ao longo da vida. Ainda tem por objetivo, contribuir para a

inserção profissional dos estudantes bem como para o aumento qualitativo e a projeção das

instituições de Ensino Superior que acolhem estes centros de línguas e estruturas afins. No

âmbito desta associação o Cleseb tem participado em diversos projetos, sendo o último

deles financiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia e que mais à frente detalharei.

2 Descrição da Intervenção

Antes de iniciar o estágio no dia 13 de março, foi elaborado um plano previsional

das atividades a serem desenvolvidas, pois à partida me foi dito que seriam

diversificadas e realizadas em alturas específicas. Inicialmente fui apenas conversando

com a minha orientadora em cujo gabinete desenvolvi algumas tarefas de estágio. Dado

ser um gabinete partilhado com outro docente nem sempre me foi possível trabalhar lá,

sendo que, às vezes, o trabalho desenvolvido era não presencial, ou seja, cumpria as

tarefas em casa.

De um modo geral, o meu trabalho incidiu em diversas frentes, entre elas trabalhos

diretos com as línguas; apoio a um projeto de investigação; na área da ligação entre o

CLESEB e a comunidade e, por fim, as diversas tarefas administrativas.

2.1 Relação do CLESEB com a comunidade

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Esta parte do trabalho foi principalmente dedicada à elaboração de um relatório de

diversos eventos em que estava presente o CLESEB e aos diferentes inquéritos de

satisfação que foram realizados e que serão resumidos ao longo deste relatório.

Esta experiência a meu ver, foi bastante importante, uma vez que me permitiu perceber

como interagia a CLESEB com a comunidade.

2.1.1 Apoio à atividade Café Europa

A minha primeira experiência realizada no âmbito do estágio foi prestar apoio a

uma atividade que me propôs a minha orientadora a Professora Isabel Chumbo, que era

o Café Europa, uma atividade dinamizada pela Comissão Europeia em Portugal e que

pretende fomentar o debate sobre os assuntos europeus entre jovens por todo o país.

No início pensei que seria uma atividade desinteressante e o facto de ir ao Museu

Abade de Baçal onde se realizava pôs-me pouco à vontade. Em Bragança a atividade

foi acolhida pelo GIAPE-Gabinete de Imagem e Apoio ao Estudante do IPB e o

objetivo era que eu prestasse apoio, se fosse necessário, na tradução a alunos

estrangeiros que lá se encontrassem. Na verdade, quando cheguei lá mudei

completamente de ideias e até fiquei bastante impressionada. Nunca tinha ouvido falar

do Café Europa e ir a esta atividade permitiu-me abrir os olhos acerca de certos

problemas que a Europa tem enfrentado ao longo dos anos.

A atividade realizou se no dia 13 de março de 2015 no Museu Abade Baçal, estava

um pouco nervosa porque não sabia aquilo que me espera. O Café Europa tem por

objetivo apresentar um ambiente de café onde se realizem vários debates acerca dos

problemas da Europa.

Quando o evento começou, foi-nos pedido que nos sentássemos nas mesas que

estavam dispersa pela sala, poucas pessoas se conheciam e isso era a ideia de café.

Visionamos um vídeo sobre Uma Nova Narrativa para a Europa onde vários

autores do texto O corpo e a mente da Europa eram entrevistados.

Cada mesa era composta por um grupo, e em cada grupo havia um porta-voz. No

grupo onde eu estava, eu fui escolhida como porta-voz, a seguir, os organizadores da

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atividade distribuíram pelas mesas cartões de cor diferente onde estava escrita uma

frase que seria o tema do debate. O nosso grupo teve de debater sobre o facto de a

Europa (ainda não) ser um projeto cultural. No início pensei que era um pouco confuso

o caso de a Europa ser ou não um projeto cultural por seria necessário nós podermos

dar uma definição própria de “projeto cultural”. Essa foi a primeira parte do debate que

teve como duração aproximada 20 minutos.

A segunda parte da atividade consistiu na troca de mesa, isto é, as pessoas do grupo

a não ser o porta-voz trocavam de mesa para a que tivesse o mesmo cartão. Voltava-se

a debater a questão só que desta vez era com outras pessoas e nessa fase tínhamos que

chegar a uma conclusão.

No fim dos 20 minutos dados para podermos debater, os grupos apresentavam as

suas conclusões para a questão que tinham recebido.

Com o grupo que também tinha a questão “A Europa (ainda não) é um projeto

cultural” chegamos a conclusão de que numa primeira parte seria necessário ter uma

definição correta de “projeto cultural” e propusemos varias soluções que foram que

para que a Europa chegasse a ser um projeto seria preciso haver um maior apoio

comunitário para promover/desenvolver o projeto cultural; deveria existir uma maior

abertura para estes projetos por parte dos países da União Europeia; também seria

necessário a existência de um ministério da cultura em cada país e de pequenas

entidades locais de forma a responder melhor as questões colocadas pelos cidadãos

neste âmbito e finalmente que deveria haver uma maior valorização da Humanidades.

No fim dessa atividade, eu realizei, que por mais que achasse que esta atividade

fosse aborrecida pelo contrário permitiu-me perceber que por mais que a Europa possa

ser algo bom tem os seus defeitos, e o facto de haver uma atividade que nos permite

debater e tentar encontrar soluções para os problemas é útil. Isto porque, hoje em dia,

ninguém pensa que a não ser a crise económica pela qual vários países estão a passar, a

Europa possa ter mais problemas.

2.1.2 Semana Intercultural das Línguas

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Esta semana é organizada pelo Departamento de Línguas Estrangeiras e a pedido da

responsável do CLESEB acompanhei o decurso da mesma com o objetivo de conhecer um

pouco melhor a forma como as línguas se relacionam com os diversos públicos dentro da

escola. A atividade decorreu de 20 a 24 de abril de 2015 e no seu decurso foram

apresentadas várias palestras que como o próprio título indica, se debruçam sobre as

Línguas.

Como estas palestras decorriam durante o tempo de aulas, não me foi possível assistir

a todas elas, e portanto elaborei o resumo apenas daquelas a que assisti. No decorrer destas

palestras, fui registando todos os pontos que considerei importantes para a elaboração do

resumo, que deverá vir a ser incluído na newsletter do departamento promovida pela

professora Cláudia Martins, do departamento já referido. O tema da Semana Intercultural

era “Luzes e Sombras: encontros, debates, diálogos…”

A primeira foi a palestra em francês pela Professora Dominique que estava

relacionada com a Édith Piaf, sendo uma cantora de que sempre ouvi falar pelos meus pais,

onde a professora retratou a vida da cantora francesa e os seus maiores êxitos como “La vie

en Rose” ou “Non je ne regrette rien”.

A seguinte palestra a que assisti foi proferida em inglês pela professora Elisabete

Silva acerca do iluminismo. Que é um tema que conheço bastante bem tendo dado o

iluminismo nas disciplinas de História e Cultura da Europa e a História das Ideias Politicas

e Sociais.

2.1.3 Inquérito de satisfação aos alunos do CLESEB

Com o intuito de avaliar o trabalho desenvolvido no âmbito dos cursos de

preparação linguística Erasmus o Centro de Línguas criou, de raiz, um inquérito de

satisfação a distribuir pelos alunos que frequentaram os cursos e/ou realizaram exames

avulso em épocas pré-determinadas. Assim, a minha função foi transcrever o inquérito que

teve vários formatos e depois coloca-lo na plataforma Google docs, a fim de o disseminar

pelos endereços eletrónicos de uma base de dados específica.

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A inserção do inquérito na aplicação referida da Google exigiu da minha parte

algum empenho a nível de formatação, uma vez que era necessário estabelecer sub-

inquéritos dentro do inquérito grande. Ou seja, quem só tivesse realizado exame e não

tivesse frequentado um curso apenas respondia a uma determinada parte do inquérito. Isto

significa que foi necessário experimentar e conjugar fatores diferentes.

Inicialmente julguei tratar-se de uma tarefa de muito trabalho e que consumisse

muito tempo, mas tal não correspondeu à verdade. Um bolseiro a trabalhar com a

professora Isabel Chumbo também me deu apoio nas partes em que tive mais dificuldades

e a tarefa foi bastante simples de executar.

Acho que na minha opinião esta atividade foi importante porque denota a vontade

do centro de línguas em querer saber a opinião das pessoas sobre o seu funcionamento.

Sem este inquérito não seria possível sabê-lo e o facto de que as pessoas não querendo

queixarem-se ficam mais a vontade se o inquérito for anonimo para poderem dizerem quais

os pontos negativos ou positivos dos curso do CLESEB. Devo ainda dizer que aprendi a

trabalhar com uma ferramenta que desconhecia e que poderá ser uma mais-valia no futuro,

designadamente na continuação de estudos.

2.1.4 Elaboração de uma apresentação no âmbito da mobilidade Erasmus de docentes

A minha tarefa seguinte no âmbito das relações da CLESEB com a comunidade

disse respeito à elaboração de uma apresentação em Power Point no campo da mobilidade

Erasmus de docentes, mais concretamente no âmbito de uma deslocação da minha

orientadora à Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha, na qual divulgou

o trabalho de centro de línguas. Ou seja, foram abordadas diferentes perspetivas do

trabalho desenvolvido pelo IPB em matéria de línguas e tradução.

Ao realizar esta tarefa pude aperceber-me de que a profissão de tradutor não se

trata só de traduzir documentos. Soube que com um curso de Tradução tem várias saídas

profissionais e que há uma grande diferença entre tradutor e intérprete. A minha

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intervenção nesta tarefa consistiu em organizar a apresentação da professora de acordo

com um guião que me foi fornecido e na estruturação da mesma em língua inglesa e

portuguesa.

2.2 Trabalho direto com as línguas

Apesar de não ter tido muitas oportunidades de falar línguas, eu tive que executar

algumas tarefas ligadas às línguas. Foram tarefas mais pequenas e variadas,

nomeadamente:

2.2.1 Cursos Erasmus CLESEB - organização do calendário de exames e distribuição dos alunos pelos cursos

Essa tarefa consistiu em organizar o calendário de exames avulso do CLESEB para

a época de maio/junho e distribuir os vários alunos das escolas pertencentes ao IPB pelos

vários tipos de exame que o centro de línguas propõe. A par disso elaborei ainda uma

turma para um curso de espanhol intensivo nível B1, constituído maioritariamente por

alunos inscritos na Escola Superior de Saúde.

2.2.2 Apoio à implementação de uma prova de nível de francês

A tarefa seguinte consistiu na recolha e implementação de uma prova de nível de

francês que será usada no CLESEB no próximo ano. Basicamente o que eu tive que fazer

foi transcrever um teste de francês para o Word, que será inserido na plataforma moodle

para poder diagnosticar o nível dos alunos na altura da inscrição. O teste é baseado no test

d’orientation da Alliance Française e usado em diversas instituições europeias.

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2.3 Projeto de Investigação CLIL-ReCLeS

No inicio desta tarefa, foi me pedido para transcrever os resultados de inquéritos

desenvolvidos no âmbito do projeto de investigação para uma tabela e fazer uma análise

geral dos resultados no âmbito de um projeto sobre o Conteúdo e Aprendizagem Integrada

de Línguas, mais conhecida por abordagem metodológica CLIL – Content and Language

Integrated Learning. Pensei que nem era um trabalho muito pesado mas tornou-se

complexo perceber as bases e os objetivos do projeto em causa, pois para perceber os

inquéritos tive de contactar com as bases do projeto.

O projeto da autoria da ReCLeS e apoiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia

estuda o uso do Conteúdo e Aprendizagem Integrada de línguas em cinco instituições

politécnica em Portugal. O estudo decorreu ao longo de dois anos (2013 a 2015) e incluiu

três fases de investigação. A primeira fase que decorreu de 2013 a 2014 incidiu sobre a

avaliação das necessidades das instituições de ensino superior em avaliar a prontidão para

se envolverem com a Língua com Fins Específicos ou com o Conteúdo e Aprendizagem

Integrada de Línguas para atenderem a sua estratégia de internacionalização.

Ao longo da segunda fase, a sua relevância era acerca da criação e implementação de

uma comunidade de prática do Conteúdo e Aprendizagem Integrada de Línguas entre as

várias instituições de ensino superior em Portugal através da rede ReCLes.pt.

Durante esta fase, os parceiros deste projeto juntaram-se para prepararem o treino dos

futuros professores do Conteúdo e Aprendizagem Integrada de Línguas e para construírem

a base teórico-pratica para os instrutores desta comunidade na preparação de materiais e

recursos apropriados de ensino do Conteúdo e Aprendizagem de Línguas.

A ReCLeS implementou vários cursos no país, pondo em prática um manual de

Formação de Formadores cuja primeira edição foi disponibilizada apenas aos formadores

deste curso piloto de 10 horas em cada uma das instituições em julho de 2014. Atualmente

o manual, após seis revisões, cortes e acrescentos, está publicado sob a forma de livro sob

o título CLIL Training Guide. Creating a CLIL Learning Community in Higher Education,

sendo a professora Isabel Chumbo uma das co-autoras. O livro foi publicado em março

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com a chancela da FCT no âmbito do programa “Partilha e Divulgação de Experiências em

Inovação Didática do Ensino Superior em Portugal”.

Os cursos-piloto tinham por objetivo apoiar professores que lecionam conteúdos em

línguas estrangeiras na mudança de atitude perante as inovações pedagógicas e contribuir

para uma melhoria da sua prática de ensino. Assim, na terceira fase que decorreu de

setembro de 2014 a março de 2015, os intervenientes do projeto desenvolveram diversas

tarefas. Em primeiro lugar foi necessário escolher u grupo de docentes, voluntários para

implementar o curso de formação de formadores. No IPB foi escolhido um grupo de

docentes do curso de Gestão de Negócios Internacionais lecionado na íntegra em língua

inglesa, que após se voluntariarem, foram submetidos a uma prova de nível de inglês. O

grupo de 6 docentes tinha na sua maioria nível C1, excetuando um deles, que detinha nível

B1, considerado o nível mínimo para poder exercer esta metodologia na sala de aula. Foi

necessário explicar aos professores que o curso não seria um curso de língua, mas sim uma

formação que poderia potenciar os conhecimentos linguísticos dos alunos a par dos

conteúdos abordados.

Ao longo das 10 horas de curso foi debatida a metodologia CLIL e os seus objetivos.

Os formandos tiveram pois que adequar os resultados de aprendizagem e conteúdos das

suas Unidades Curriculares a esta metodologia. Por fim criaram um módulo CLIL n âmbito

das suas UCs de 2º semestre. Todo este processo foi monitorizado pela professora Isabel

Chumbo, sendo que os docentes preenchiam um diário de aprendizagem e responderam a

inquéritos no início e fim do curso.

Aquando da implementação dos módulos foram distribuídos inquéritos aos alunos que

assistiram e a minha tarefa foi exatamente proceder à análise destes dados. Três docentes

dos 6 iniciais tiveram a oportunidade de implementar um módulo CLIL. A cada grupo de

alunos foi atribuído uma letra do alfabeto, dado o sigilo implicado nos inquéritos. Os

inquéritos continham várias perguntas relacionadas com a sua perceção da utilização de

uma nova metodologia na lecionação dos conteúdos. Os resultados destes inquéritos foram

incluídos no relatório final do projeto apresentado à FCT em 30 de março.

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Assim, depois de transcrever os resultados dos inquéritos dos Grupos A, B e C para

uma tabela em Excel, pude começar a minha análise dos Grupos B e C, o Grupo A tendo

tido poucos participantes. Conclui que o grupo B a resposta dos alunos à maioria das

afirmações foi que estavam de acordo com o que cada afirmação dizia. A afirmação 12 que

diz que aprender o conteúdo de certos assuntos numa língua estrangeira é demorada foi a

afirmação em que mais cerca de 36 % dos alunos responderam que discordavam

plenamente do que dizia a afirmação.

No que diz respeito às afirmações que mais obtiveram respostas positivas foram as

afirmações 3, sobre os materiais fornecidos serem apropriados para o nível de língua

estrangeira do aluno; a 21 que refere que o CLIL é importante para a futura carreira do

aluno; a 22 que diz que o aluno considera o CLIL como sendo importante no contexto do

ensino superior Português e por fim a afirmação 23 que pergunta ao aluno se gostava de

experimentar mais módulos do CLIL. Para cada uma desta 4 afirmações, mais de 50% dos

alunos responderam que concordavam plenamente com a afirmação. Sendo assim possível

concluir que cerca de 78% das respostas as afirmações do inquérito foram positivas.

No inquérito do grupo C, verificamos que os alunos responderam a quase 75% do

inquérito que concordavam com as afirmações que lhe eram apresentadas.

As afirmações que obtiveram mais de 70% de respostas positivas, foram as afirmações

5 e 10. A afirmação 5 refere que as técnicas utilizadas para explorar textos, facilitam ao

aluno o entendimento do conteúdo e/ou língua; a afirmação 10 diz que o módulo CLIL

consegue fomentar o desenvolvimento da consciência intercultural do aluno, porque este

entende melhor como o Português e o Inglês se relacionam entre si.

No que diz respeito as respostas negativas, só uma afirmação obteve 40% de respostas

negativas. A afirmação em questão foi a 14 que refere que o aluno teve dificuldades em

expressar as suas ideias de forma eficaz numa língua estrangeira.

Podemos assim concluir que cerca de 83% dos alunos concordaram com as afirmações

que foram apresentadas no inquérito, revelando-se uma perceção bastante positiva desta

nova metodologia.

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No fim desta atividade percebi quais eram os objetivos e os desafios da criação do

projeto de inserção de Conteúdos e Aprendizagem de Línguas e qual era a visão dos alunos

quanto à criação deste projeto, apesar de se tratar apenas de uma amostra e relativa ao IPB.

Os desafios principais residam principalmente no nível macro institucional, isto é, que

as instituições de ensino superior teriam que definir claramente as suas línguas e as

políticas de internacionalização que definem o quadro necessário para que os Conteúdos e

Aprendizagem de Línguas possam prosperar, ao mesmo tempo que contribui para o

sucesso destas políticas.

2.4 Tarefas administrativas

Este tipo de trabalhos ia sendo realizado conforme ia surgindo a necessidade, assim, ia

surgindo alguns afazeres que eu tinha de realizar.

Deste modo, concretizei pequenas tarefas administrativas, que abrangeu a digitalização

de documentos em pdf, entrega e recolha de correspondência e arquivo de materiais

pedagógicos no âmbito das línguas.

3 Discussão e reflexão

No início do estágio não sabia o que me esperava e estava realmente nervosa. Já grande

parte dos meus colegas tinham começado e eu não. Pensava que iria ter bastante trabalho e

que não iria conseguir realizar todas as tarefas que a minha orientadora, a Professora

Chumbo, iria dar-me.

Considero importante referir que a disciplina de OICP é fundamental no curso de

Línguas para Relações Internacionais uma vez que é uma excelente oportunidade para os

alunos executarem todos os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da licenciatura,

bem como uma oportunidade para contactar com realidades habitualmente desconhecidas

por parte dos estudantes, como foi o caso com o CLESEB.

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Por outro lado, é frustrante o facto de ser difícil encontrar um local de estágio que se

adeque às nossas necessidades, e competências, visto que em Bragança a oferta é reduzida.

O estágio curricular realizado no CLESEB do Instituto Politécnico de Bragança teve aspetos

que considero negativos e positivos, como qualquer outra experiência normal no mundo do

trabalho.

Os pontos negativos para mim foram que infelizmente nem sempre a minha orientadora

estava presente por motivos de horários, isto é, se ela estivesse mais presente, acho que

poderia ter usufruído mais da experiência no que diz respeito à realização de tarefas no

centro de línguas.

Outro ponto negativo foi o facto de, devido à natureza do CLESEB e de este ter um

número de funcionários fixos, nem sempre a minha colaboração ser necessária e por isso

também não pude trabalhar com o público, algo que gostaria de ter feito.

Acho que o ponto negativo mais importante para mim foi o caso de não ter tido a

possibilidade de contactar com a vertente da tradução, dado que os estagiários anteriores já

haviam desenvolvido todo o trabalho disponível, conforme me disse a minha orientadora.

Ainda assim, apesar destes aspetos negativos a integração foi muito boa, as atividades

apesar de parecerem complicadas foram sempre realizadas de maneira correta esperando assim

que a minha orientadora gostasse do meu trabalho e também pelo facto de a minha orientadora

desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento dessas mesmas atividades e de me

apoiar em qualquer momento ao longo do estágio. Senti também que ela me deixava alguma

margem para eu tomar a iniciativa de realizar as tarefas à minha maneira. Sempre que tive

dificuldades ela prontamente propunha soluções.

Para concluir esta reflexão, de uma forma geral, acho que os objetivos foram todos

alcançados, a maioria das atividades inicialmente previstas foram realizadas, surgindo até

mais oportunidades do que aquelas que estava à espera, apesar de não ter usado muito

daquilo que aprendi ao longo do curso. Ou seja, senti que tive de desenvolver

competências novas e adaptar-me a uma realidade mais prática.

4 Conclusão

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Page 20: relatorio estagiov2

Um estágio apresenta-se sempre um marco muito importante, já que é a culminação de

toda a licenciatura, apesar de não ter tido a oportunidade de usar aquilo que me foi

ensinado ao longo da licenciatura de forma direta, entendo que no global o trabalho que

efetuei agradou à minha orientadora e às necessidades do Centro de Línguas do IPB.

O relatório aqui apresentado revela todas as atividades e tarefas desenvolvidas ao longo

das 205 horas previstas do estágio profissional, em contexto de trabalho e reflete

claramente tudo o que foi desenvolvido na instituição de acolhimento.

O Centro de Línguas ofereceu todas as condições possíveis para que um aluno de

línguas possa trabalhar e se desenvolver no contexto profissional e penso que seria

interessante o estágio decorrer ao longo de mais tempo, pois isso permitir-me-ia encontrar

épocas específicas de trabalho do Centro de Línguas, por exemplo as épocas de inscrição

mais intensivas, entre outras.

Posso afirmar que a experiência é positiva até porque o trabalho por mim efetuado tem

reflexos no funcionamento da entidade de acolhimento. Os inquéritos que realizei foram

incluídos no relatório da FCT, o inquérito de satisfação realizado aos alunos que vão de

mobilidade terão reflexo no futuro da entidade e no seu relacionamento com o público.

Desse modo, penso que o meu período de OICP não será esquecido.

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