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Relatório de OICPda Licenciatura em Línguas para Relações
Internacionais
Jessica Andrea dos Santos Morais
Local de OICP: Centro de Línguas do IPB
Ano letivo: 2014/2015
Orientadora: Professora Doutora Isabel Chumbo
Supervisora: Professora Doutora Ana Maria Alves
Agradecimentos
Quero agradecer a todas as pessoas que foram importantes para a execução deste
trabalho, que me deram as oportunidades de que necessitava para desenvolver as atividades
que me foram proporcionadas ao longo da OICP.
Em primeiro lugar, quero agradecer à Prof.ª Isabel Chumbo, não só por ser minha
orientadora, mas sim pela sua disponibilidade quando eu precisava de ajuda, pela sua
compreensão, pela sua paciência e sobretudo pela confiança que depositou em mim ao
longo de todo este trabalho.
À Profª Ana Alves por estar sempre disponível para esclarecer as dúvidas que iam
surgindo e pelos conselhos. A todos os meus professores da Escola Superior de Educação
de Bragança, que foram responsáveis pela minha aprendizagem durante toda a minha
licenciatura.
Aos meus pais, irmão, irmã e ao resto da minha família que sempre me apoiaram,
um especial obrigado aos meus pais que me apoiaram economicamente, não deixando que
nada me faltasse, e pela contribuição no meu crescimento tanto pessoal como profissional
pois sem eles eu não poderia ser quem eu sou hoje.
Resumo
Este relatório foi realizado no âmbito da unidade curricular de Observação e
Intervenção em Contextos Profissionais da licenciatura em Línguas para Relações
Internacionais, tem como finalidade apresentar a caracterização da instituição de
acolhimento, a descrição das actividades realizadas no contexto do estágio curricular que
ocorreu entre 13 de Março e 6 de Junho, assim como a apresentação os resultados
alcançados e por fim de uma reflexão critica e pessoal de todo o estágio.
Introdução.........................................................................................................................................5
1 Apresentação da Instituição de Acolhimento.............................................................................6
1.1 Instituto Politécnico de Bragança......................................................................................6
1.2 Escola Superior de Educação de Bragança........................................................................6
1.3 Centro de Línguas do IPB.................................................................................................7
2 Descrição da Intervenção em Contextos....................................................................................8
2.1 Relação do CLESEB com a comunidade...........................................................................8
2.1.1 Elaboração de um relatório sobre a atividade Café Europa........................................9
2.1.2 Semana Intercultural................................................................................................10
2.1.3 Inquérito de satisfação aos alunos do CLESEB.......................................................11
2.1.4 Elaboração de uma apresentação no âmbito da mobilidade Erasmus de docentes. . .11
2.2 Trabalho direto com as línguas........................................................................................12
2.2.1 Cursos Erasmus CLESEB - organização do calendário de exames e distribuição dos alunos pelos cursos..................................................................................................................12
2.2.2 Apoio à implementação de uma prova de nível de francês......................................12
2.3 Projeto de Investigação....................................................................................................13
2.3.1 CLIL – ReCles.........................................................................................................13
2.4 Tarefas administrativas....................................................................................................15
3 Discussão e reflexão................................................................................................................15
4 Conclusões..............................................................................................................................17
Introdução
Com a Observação e Intervenção em Contextos Profissionais é-nos dada a
oportunidade de obter as primeiras experiências profissionais e finalizar o ensino teórico
pratico concedido ao longo do nosso curso.
Entre o dia 13 de março de 2015 e 15 de junho de 2015 realizei um estágio
curricular no Centro de Línguas da Escola Superior de Educação da Bragança.
A opção por esta entidade de acolhimento foi baseada no facto de me poder
permitir estar num ambiente onde poderia aprender e desenvolver um trabalho
monitorizado e apropriado a minha licenciatura de Línguas para Relações Internacionais.
Na primeira parte deste relatório, será abordada a descrição do meio envolvente,
nomeadamente o IPB, a ESE e o CLESEB, caracterizando cada um deles e referindo os
seus papéis principais, atribuindo maior ênfase ao CLESEB.
Relativamente às atividades desenvolvidas, estas estão divididas em diferentes
pontos, a primeira é referente ao trabalho direto com as línguas, o segundo diz respeito ao
projeto de investigação, o seguinte ponto refere-se a relação do CLESEB com a
comunidade e por último, às tarefas ligadas ao trabalho administrativo realizado no Centro
de Línguas.
Por fim, será apresentada a reflexão crítica pessoal e a conclusão, assim como os
materiais adicionais que considerei relevantes para a compreensão e sustentação deste
relatório.
1
1 Apresentação da Instituição de Acolhimento
No âmbito da unidade curricular de Observação e Intervenção em Contextos
Profissionais, fui acolhida no Instituto Politécnico de Bragança, mais precisamente na
Escola Superior de Educação, no Centro de Línguas do IPB.
Neste primeiro capítulo irei fazer uma breve apresentação da instituição de
acolhimento e apresentarei a sua missão no seio da instituição. Numa primeira parte farei
uma descrição do Instituto Politécnico de Bragança, de seguida falarei da Escola Superior
de Educação e por fim passarei a descrever o Centro de Línguas no qual realizei o estágio
curricular.
1.1 Instituto Politécnico de Bragança
O Instituto Politécnico de Bragança foi criado em 1983, tendo como finalidade a
criação e divulgação do conhecimento científico através de um conjunto de métodos que se
baseiam no ensino, no desenvolvimento experimental, na investigação orientada e o estudo
elaborados em simultâneo. As primeiras duas escolas a serem criadas foram a Escola
Superior Agrária e a de Educação, tendo aparecido as restantes nos anos 90. O ensino
politécnico é um subsistema do ensino terciário e sofreu evolução ao longo dos tempos.
Atualmente o IPB é formado por cinco escolas: Escola Superior Agrária, Escola
Superior de Comunicação, Administração e Turismo (situada em Mirandela), Escola
Superior de Saúde, Escola Superior de Tecnologia e Gestão e Escola Superior de
Educação.
Por via de imposições legislativas em 2007 o IPB sofreu uma reestruturação
profunda, sendo criados novos órgãos e sujeitando-se a avaliações externas da European
University Association, uma entidade internacional e com a implementação do processo de
Bolonha à avaliação independente da Agência de Acreditação do Ensino Superior. Nos
últimos anos a política de internacionalização do IPB tem sido intensa, revelando-se o
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instituto com o número mais elevado no âmbito da mobilidade internacional tendo ficado
recentemente classificado em 7º lugar no U-Multiranking da União Europeia.
1.2 Escola Superior de Educação de Bragança
A Escola Superior de Educação de Bragança (ESEB) é uma instituição de Ensino
Superior que entrou em funcionamento em 1986. Apesar de ter objetivos particulares que
estão relacionados com a formação inicial de Educadores e Professores, também forma
profissionais em várias áreas como as Artes, o Desporto, a Educação Social, a Educação
Ambiental e as Línguas. A vertente de formação de professores passou recentemente para
o nível de mestrado (2º ciclo) como consequência nas alterações da legislação imposta pelo
Ministério de Educação para poder lecionar em Portugal, sendo que as formações de 1º
ciclo são bastante diversificadas. A par das licenciaturas e mestrados a ESEB ministra
igualmente Cursos de Especialização Tecnológica, Cursos não conferentes de grau e
prepara-se para acolher no próximo ano letivo os novos cursos técnicos de ensino
profissional, com a duração de 2 anos.
A nível internacional, a ESEB tem acordos de com uma variedade de instituições,
lecionando em parceria com o Instituto Superior Politécnico de São Tomé e Príncipe os
mestrados em Ensino de Leitura e da Escrita e de Educação Ambiental. Existe ainda uma
parceria estreita com instituições no Brasil
A ESEB tem participado em projetos de investigação e de divulgação científica, vários
estando enquadrados nas linhas de financiamento da FCT, mas também do Programa
Ciência VIVA e do Instituto de Desporto de Portugal, entre outros. Esta escola tem
conseguido manter o número de alunos inscritos a um nível alto, apesar de os ingressos da
1ªa fase do Concurso Nacional de Acesso serem sempre bastante baixos. Tem igualmente
constituído um pólo de atração para estudantes estrangeiros que aqui frequentam, por
exemplo o curso de Língua e Cultura Portuguesas, de um ano.
1.3 Centro de Línguas do IPB
3
O Centro de Línguas do Instituto Politécnico de Bragança foi fundado em 1992, está
sujeito à direção da ESE e age em conjunto com a presidência do IPB, nomeadamente a
vice-presidência para as relações internacionais. O CLESEB tem, neste momento, como
responsável imediata a professora Isabel Chumbo.
O Centro de Línguas oferece uma variedade de serviços à comunidade do IPB, mas
também à comunidade externa, constituindo claramente a figura de entidade prestadora de
serviços. Para além de oferecer cursos de línguas adequados e elaborados de acordo com as
premissas do Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas recomendado pelo
Conselho da Europa (90 horas de contacto), também ministra um pacote específico de
cursos de preparação linguística para alunos do IPB que pretendem realizar mobilidade
Erasmus+ (60 horas de contacto).
Com a entrada em vigor do programa Erasmus + em Janeiro, as exigências linguísticas
passaram a ser maiores no âmbito da mobilidade de alunos. Assim, a Comissão Europeia
disponibilizou uma plataforma linguística em linha, onde cada candidato à mobilidade
deve fazer prova dos seus conhecimentos linguísticos em Inglês para a generalidade dos
casos (dada a diversidade de países com que o IPB tem acordos, como a Grécia e a
Polónia), mas também em francês, espanhol e alemão. Isso levou o IPB a investir mais na
preparação dos seus alunos que no decorrer do 2º semestre frequentaram cursos específicos
a preços simbólicos para poderem estar mais preparados para as suas aulas em
universidades estrangeiras. Inscreverem-se para esta modalidade perto de 300 alunos, o
que obrigou o Centro de Línguas a um acréscimo de organização de cursos com a
preparação e acompanhamento pedagógico devido aos formandos. Foi criado um programa
com conteúdos específicos que constitui uma espécie de viagem Erasmus antecipada.
O CLESEB também presta vários serviços na área da consultoria linguística,
possibilitando a realização da tradução dos certificados de habilitações dos alunos do
próprio IPB. Além disso, traduz artigos de cariz científico para docentes do IPB, resumos
de dissertações e apoia a sociedade civil através da tradução de guias, brochuras e livros,
apesar de este serviços ser de menor volume e ser esporádico.
O Centro de Línguas do IPB organiza ainda duas vezes por ano os exames oficiais de
Português Língua Estrangeira (PLE), realizados e certificados em conjunto com o Centro
de Avaliação de Português Língua Estrangeira, Faculdade de Letras da Universidade de
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Lisboa (CAPLE). O acréscimo de candidatos ao centro de exames de Bragança tem sido
substancial, tendo, segundo a responsável do centro, triplicado em dois anos. Na
convocatória de Maio realizaram-se, pela primeira vez, exames para todos os níveis de
língua. Além dos exames PLE, o IPB tem igualmente protocolo com Knightsbridge
Examination & Training Centre para realização dos exames oficiais Cambridge.
O CLESEB é socio-fundador da ReCLeS.PT - Associação de Centros de Línguas do
Ensino Superior em Portugal, que tem por missão oferecer uma maior contribuição de
serviços à comunidade, de forma a colaborar para a valorização da aquisição e
competência plurilingues ao longo da vida. Ainda tem por objetivo, contribuir para a
inserção profissional dos estudantes bem como para o aumento qualitativo e a projeção das
instituições de Ensino Superior que acolhem estes centros de línguas e estruturas afins. No
âmbito desta associação o Cleseb tem participado em diversos projetos, sendo o último
deles financiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia e que mais à frente detalharei.
2 Descrição da Intervenção
Antes de iniciar o estágio no dia 13 de março, foi elaborado um plano previsional
das atividades a serem desenvolvidas, pois à partida me foi dito que seriam
diversificadas e realizadas em alturas específicas. Inicialmente fui apenas conversando
com a minha orientadora em cujo gabinete desenvolvi algumas tarefas de estágio. Dado
ser um gabinete partilhado com outro docente nem sempre me foi possível trabalhar lá,
sendo que, às vezes, o trabalho desenvolvido era não presencial, ou seja, cumpria as
tarefas em casa.
De um modo geral, o meu trabalho incidiu em diversas frentes, entre elas trabalhos
diretos com as línguas; apoio a um projeto de investigação; na área da ligação entre o
CLESEB e a comunidade e, por fim, as diversas tarefas administrativas.
2.1 Relação do CLESEB com a comunidade
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Esta parte do trabalho foi principalmente dedicada à elaboração de um relatório de
diversos eventos em que estava presente o CLESEB e aos diferentes inquéritos de
satisfação que foram realizados e que serão resumidos ao longo deste relatório.
Esta experiência a meu ver, foi bastante importante, uma vez que me permitiu perceber
como interagia a CLESEB com a comunidade.
2.1.1 Apoio à atividade Café Europa
A minha primeira experiência realizada no âmbito do estágio foi prestar apoio a
uma atividade que me propôs a minha orientadora a Professora Isabel Chumbo, que era
o Café Europa, uma atividade dinamizada pela Comissão Europeia em Portugal e que
pretende fomentar o debate sobre os assuntos europeus entre jovens por todo o país.
No início pensei que seria uma atividade desinteressante e o facto de ir ao Museu
Abade de Baçal onde se realizava pôs-me pouco à vontade. Em Bragança a atividade
foi acolhida pelo GIAPE-Gabinete de Imagem e Apoio ao Estudante do IPB e o
objetivo era que eu prestasse apoio, se fosse necessário, na tradução a alunos
estrangeiros que lá se encontrassem. Na verdade, quando cheguei lá mudei
completamente de ideias e até fiquei bastante impressionada. Nunca tinha ouvido falar
do Café Europa e ir a esta atividade permitiu-me abrir os olhos acerca de certos
problemas que a Europa tem enfrentado ao longo dos anos.
A atividade realizou se no dia 13 de março de 2015 no Museu Abade Baçal, estava
um pouco nervosa porque não sabia aquilo que me espera. O Café Europa tem por
objetivo apresentar um ambiente de café onde se realizem vários debates acerca dos
problemas da Europa.
Quando o evento começou, foi-nos pedido que nos sentássemos nas mesas que
estavam dispersa pela sala, poucas pessoas se conheciam e isso era a ideia de café.
Visionamos um vídeo sobre Uma Nova Narrativa para a Europa onde vários
autores do texto O corpo e a mente da Europa eram entrevistados.
Cada mesa era composta por um grupo, e em cada grupo havia um porta-voz. No
grupo onde eu estava, eu fui escolhida como porta-voz, a seguir, os organizadores da
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atividade distribuíram pelas mesas cartões de cor diferente onde estava escrita uma
frase que seria o tema do debate. O nosso grupo teve de debater sobre o facto de a
Europa (ainda não) ser um projeto cultural. No início pensei que era um pouco confuso
o caso de a Europa ser ou não um projeto cultural por seria necessário nós podermos
dar uma definição própria de “projeto cultural”. Essa foi a primeira parte do debate que
teve como duração aproximada 20 minutos.
A segunda parte da atividade consistiu na troca de mesa, isto é, as pessoas do grupo
a não ser o porta-voz trocavam de mesa para a que tivesse o mesmo cartão. Voltava-se
a debater a questão só que desta vez era com outras pessoas e nessa fase tínhamos que
chegar a uma conclusão.
No fim dos 20 minutos dados para podermos debater, os grupos apresentavam as
suas conclusões para a questão que tinham recebido.
Com o grupo que também tinha a questão “A Europa (ainda não) é um projeto
cultural” chegamos a conclusão de que numa primeira parte seria necessário ter uma
definição correta de “projeto cultural” e propusemos varias soluções que foram que
para que a Europa chegasse a ser um projeto seria preciso haver um maior apoio
comunitário para promover/desenvolver o projeto cultural; deveria existir uma maior
abertura para estes projetos por parte dos países da União Europeia; também seria
necessário a existência de um ministério da cultura em cada país e de pequenas
entidades locais de forma a responder melhor as questões colocadas pelos cidadãos
neste âmbito e finalmente que deveria haver uma maior valorização da Humanidades.
No fim dessa atividade, eu realizei, que por mais que achasse que esta atividade
fosse aborrecida pelo contrário permitiu-me perceber que por mais que a Europa possa
ser algo bom tem os seus defeitos, e o facto de haver uma atividade que nos permite
debater e tentar encontrar soluções para os problemas é útil. Isto porque, hoje em dia,
ninguém pensa que a não ser a crise económica pela qual vários países estão a passar, a
Europa possa ter mais problemas.
2.1.2 Semana Intercultural das Línguas
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Esta semana é organizada pelo Departamento de Línguas Estrangeiras e a pedido da
responsável do CLESEB acompanhei o decurso da mesma com o objetivo de conhecer um
pouco melhor a forma como as línguas se relacionam com os diversos públicos dentro da
escola. A atividade decorreu de 20 a 24 de abril de 2015 e no seu decurso foram
apresentadas várias palestras que como o próprio título indica, se debruçam sobre as
Línguas.
Como estas palestras decorriam durante o tempo de aulas, não me foi possível assistir
a todas elas, e portanto elaborei o resumo apenas daquelas a que assisti. No decorrer destas
palestras, fui registando todos os pontos que considerei importantes para a elaboração do
resumo, que deverá vir a ser incluído na newsletter do departamento promovida pela
professora Cláudia Martins, do departamento já referido. O tema da Semana Intercultural
era “Luzes e Sombras: encontros, debates, diálogos…”
A primeira foi a palestra em francês pela Professora Dominique que estava
relacionada com a Édith Piaf, sendo uma cantora de que sempre ouvi falar pelos meus pais,
onde a professora retratou a vida da cantora francesa e os seus maiores êxitos como “La vie
en Rose” ou “Non je ne regrette rien”.
A seguinte palestra a que assisti foi proferida em inglês pela professora Elisabete
Silva acerca do iluminismo. Que é um tema que conheço bastante bem tendo dado o
iluminismo nas disciplinas de História e Cultura da Europa e a História das Ideias Politicas
e Sociais.
2.1.3 Inquérito de satisfação aos alunos do CLESEB
Com o intuito de avaliar o trabalho desenvolvido no âmbito dos cursos de
preparação linguística Erasmus o Centro de Línguas criou, de raiz, um inquérito de
satisfação a distribuir pelos alunos que frequentaram os cursos e/ou realizaram exames
avulso em épocas pré-determinadas. Assim, a minha função foi transcrever o inquérito que
teve vários formatos e depois coloca-lo na plataforma Google docs, a fim de o disseminar
pelos endereços eletrónicos de uma base de dados específica.
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A inserção do inquérito na aplicação referida da Google exigiu da minha parte
algum empenho a nível de formatação, uma vez que era necessário estabelecer sub-
inquéritos dentro do inquérito grande. Ou seja, quem só tivesse realizado exame e não
tivesse frequentado um curso apenas respondia a uma determinada parte do inquérito. Isto
significa que foi necessário experimentar e conjugar fatores diferentes.
Inicialmente julguei tratar-se de uma tarefa de muito trabalho e que consumisse
muito tempo, mas tal não correspondeu à verdade. Um bolseiro a trabalhar com a
professora Isabel Chumbo também me deu apoio nas partes em que tive mais dificuldades
e a tarefa foi bastante simples de executar.
Acho que na minha opinião esta atividade foi importante porque denota a vontade
do centro de línguas em querer saber a opinião das pessoas sobre o seu funcionamento.
Sem este inquérito não seria possível sabê-lo e o facto de que as pessoas não querendo
queixarem-se ficam mais a vontade se o inquérito for anonimo para poderem dizerem quais
os pontos negativos ou positivos dos curso do CLESEB. Devo ainda dizer que aprendi a
trabalhar com uma ferramenta que desconhecia e que poderá ser uma mais-valia no futuro,
designadamente na continuação de estudos.
2.1.4 Elaboração de uma apresentação no âmbito da mobilidade Erasmus de docentes
A minha tarefa seguinte no âmbito das relações da CLESEB com a comunidade
disse respeito à elaboração de uma apresentação em Power Point no campo da mobilidade
Erasmus de docentes, mais concretamente no âmbito de uma deslocação da minha
orientadora à Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha, na qual divulgou
o trabalho de centro de línguas. Ou seja, foram abordadas diferentes perspetivas do
trabalho desenvolvido pelo IPB em matéria de línguas e tradução.
Ao realizar esta tarefa pude aperceber-me de que a profissão de tradutor não se
trata só de traduzir documentos. Soube que com um curso de Tradução tem várias saídas
profissionais e que há uma grande diferença entre tradutor e intérprete. A minha
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intervenção nesta tarefa consistiu em organizar a apresentação da professora de acordo
com um guião que me foi fornecido e na estruturação da mesma em língua inglesa e
portuguesa.
2.2 Trabalho direto com as línguas
Apesar de não ter tido muitas oportunidades de falar línguas, eu tive que executar
algumas tarefas ligadas às línguas. Foram tarefas mais pequenas e variadas,
nomeadamente:
2.2.1 Cursos Erasmus CLESEB - organização do calendário de exames e distribuição dos alunos pelos cursos
Essa tarefa consistiu em organizar o calendário de exames avulso do CLESEB para
a época de maio/junho e distribuir os vários alunos das escolas pertencentes ao IPB pelos
vários tipos de exame que o centro de línguas propõe. A par disso elaborei ainda uma
turma para um curso de espanhol intensivo nível B1, constituído maioritariamente por
alunos inscritos na Escola Superior de Saúde.
2.2.2 Apoio à implementação de uma prova de nível de francês
A tarefa seguinte consistiu na recolha e implementação de uma prova de nível de
francês que será usada no CLESEB no próximo ano. Basicamente o que eu tive que fazer
foi transcrever um teste de francês para o Word, que será inserido na plataforma moodle
para poder diagnosticar o nível dos alunos na altura da inscrição. O teste é baseado no test
d’orientation da Alliance Française e usado em diversas instituições europeias.
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2.3 Projeto de Investigação CLIL-ReCLeS
No inicio desta tarefa, foi me pedido para transcrever os resultados de inquéritos
desenvolvidos no âmbito do projeto de investigação para uma tabela e fazer uma análise
geral dos resultados no âmbito de um projeto sobre o Conteúdo e Aprendizagem Integrada
de Línguas, mais conhecida por abordagem metodológica CLIL – Content and Language
Integrated Learning. Pensei que nem era um trabalho muito pesado mas tornou-se
complexo perceber as bases e os objetivos do projeto em causa, pois para perceber os
inquéritos tive de contactar com as bases do projeto.
O projeto da autoria da ReCLeS e apoiado pela Fundação da Ciência e Tecnologia
estuda o uso do Conteúdo e Aprendizagem Integrada de línguas em cinco instituições
politécnica em Portugal. O estudo decorreu ao longo de dois anos (2013 a 2015) e incluiu
três fases de investigação. A primeira fase que decorreu de 2013 a 2014 incidiu sobre a
avaliação das necessidades das instituições de ensino superior em avaliar a prontidão para
se envolverem com a Língua com Fins Específicos ou com o Conteúdo e Aprendizagem
Integrada de Línguas para atenderem a sua estratégia de internacionalização.
Ao longo da segunda fase, a sua relevância era acerca da criação e implementação de
uma comunidade de prática do Conteúdo e Aprendizagem Integrada de Línguas entre as
várias instituições de ensino superior em Portugal através da rede ReCLes.pt.
Durante esta fase, os parceiros deste projeto juntaram-se para prepararem o treino dos
futuros professores do Conteúdo e Aprendizagem Integrada de Línguas e para construírem
a base teórico-pratica para os instrutores desta comunidade na preparação de materiais e
recursos apropriados de ensino do Conteúdo e Aprendizagem de Línguas.
A ReCLeS implementou vários cursos no país, pondo em prática um manual de
Formação de Formadores cuja primeira edição foi disponibilizada apenas aos formadores
deste curso piloto de 10 horas em cada uma das instituições em julho de 2014. Atualmente
o manual, após seis revisões, cortes e acrescentos, está publicado sob a forma de livro sob
o título CLIL Training Guide. Creating a CLIL Learning Community in Higher Education,
sendo a professora Isabel Chumbo uma das co-autoras. O livro foi publicado em março
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com a chancela da FCT no âmbito do programa “Partilha e Divulgação de Experiências em
Inovação Didática do Ensino Superior em Portugal”.
Os cursos-piloto tinham por objetivo apoiar professores que lecionam conteúdos em
línguas estrangeiras na mudança de atitude perante as inovações pedagógicas e contribuir
para uma melhoria da sua prática de ensino. Assim, na terceira fase que decorreu de
setembro de 2014 a março de 2015, os intervenientes do projeto desenvolveram diversas
tarefas. Em primeiro lugar foi necessário escolher u grupo de docentes, voluntários para
implementar o curso de formação de formadores. No IPB foi escolhido um grupo de
docentes do curso de Gestão de Negócios Internacionais lecionado na íntegra em língua
inglesa, que após se voluntariarem, foram submetidos a uma prova de nível de inglês. O
grupo de 6 docentes tinha na sua maioria nível C1, excetuando um deles, que detinha nível
B1, considerado o nível mínimo para poder exercer esta metodologia na sala de aula. Foi
necessário explicar aos professores que o curso não seria um curso de língua, mas sim uma
formação que poderia potenciar os conhecimentos linguísticos dos alunos a par dos
conteúdos abordados.
Ao longo das 10 horas de curso foi debatida a metodologia CLIL e os seus objetivos.
Os formandos tiveram pois que adequar os resultados de aprendizagem e conteúdos das
suas Unidades Curriculares a esta metodologia. Por fim criaram um módulo CLIL n âmbito
das suas UCs de 2º semestre. Todo este processo foi monitorizado pela professora Isabel
Chumbo, sendo que os docentes preenchiam um diário de aprendizagem e responderam a
inquéritos no início e fim do curso.
Aquando da implementação dos módulos foram distribuídos inquéritos aos alunos que
assistiram e a minha tarefa foi exatamente proceder à análise destes dados. Três docentes
dos 6 iniciais tiveram a oportunidade de implementar um módulo CLIL. A cada grupo de
alunos foi atribuído uma letra do alfabeto, dado o sigilo implicado nos inquéritos. Os
inquéritos continham várias perguntas relacionadas com a sua perceção da utilização de
uma nova metodologia na lecionação dos conteúdos. Os resultados destes inquéritos foram
incluídos no relatório final do projeto apresentado à FCT em 30 de março.
12
Assim, depois de transcrever os resultados dos inquéritos dos Grupos A, B e C para
uma tabela em Excel, pude começar a minha análise dos Grupos B e C, o Grupo A tendo
tido poucos participantes. Conclui que o grupo B a resposta dos alunos à maioria das
afirmações foi que estavam de acordo com o que cada afirmação dizia. A afirmação 12 que
diz que aprender o conteúdo de certos assuntos numa língua estrangeira é demorada foi a
afirmação em que mais cerca de 36 % dos alunos responderam que discordavam
plenamente do que dizia a afirmação.
No que diz respeito às afirmações que mais obtiveram respostas positivas foram as
afirmações 3, sobre os materiais fornecidos serem apropriados para o nível de língua
estrangeira do aluno; a 21 que refere que o CLIL é importante para a futura carreira do
aluno; a 22 que diz que o aluno considera o CLIL como sendo importante no contexto do
ensino superior Português e por fim a afirmação 23 que pergunta ao aluno se gostava de
experimentar mais módulos do CLIL. Para cada uma desta 4 afirmações, mais de 50% dos
alunos responderam que concordavam plenamente com a afirmação. Sendo assim possível
concluir que cerca de 78% das respostas as afirmações do inquérito foram positivas.
No inquérito do grupo C, verificamos que os alunos responderam a quase 75% do
inquérito que concordavam com as afirmações que lhe eram apresentadas.
As afirmações que obtiveram mais de 70% de respostas positivas, foram as afirmações
5 e 10. A afirmação 5 refere que as técnicas utilizadas para explorar textos, facilitam ao
aluno o entendimento do conteúdo e/ou língua; a afirmação 10 diz que o módulo CLIL
consegue fomentar o desenvolvimento da consciência intercultural do aluno, porque este
entende melhor como o Português e o Inglês se relacionam entre si.
No que diz respeito as respostas negativas, só uma afirmação obteve 40% de respostas
negativas. A afirmação em questão foi a 14 que refere que o aluno teve dificuldades em
expressar as suas ideias de forma eficaz numa língua estrangeira.
Podemos assim concluir que cerca de 83% dos alunos concordaram com as afirmações
que foram apresentadas no inquérito, revelando-se uma perceção bastante positiva desta
nova metodologia.
13
No fim desta atividade percebi quais eram os objetivos e os desafios da criação do
projeto de inserção de Conteúdos e Aprendizagem de Línguas e qual era a visão dos alunos
quanto à criação deste projeto, apesar de se tratar apenas de uma amostra e relativa ao IPB.
Os desafios principais residam principalmente no nível macro institucional, isto é, que
as instituições de ensino superior teriam que definir claramente as suas línguas e as
políticas de internacionalização que definem o quadro necessário para que os Conteúdos e
Aprendizagem de Línguas possam prosperar, ao mesmo tempo que contribui para o
sucesso destas políticas.
2.4 Tarefas administrativas
Este tipo de trabalhos ia sendo realizado conforme ia surgindo a necessidade, assim, ia
surgindo alguns afazeres que eu tinha de realizar.
Deste modo, concretizei pequenas tarefas administrativas, que abrangeu a digitalização
de documentos em pdf, entrega e recolha de correspondência e arquivo de materiais
pedagógicos no âmbito das línguas.
3 Discussão e reflexão
No início do estágio não sabia o que me esperava e estava realmente nervosa. Já grande
parte dos meus colegas tinham começado e eu não. Pensava que iria ter bastante trabalho e
que não iria conseguir realizar todas as tarefas que a minha orientadora, a Professora
Chumbo, iria dar-me.
Considero importante referir que a disciplina de OICP é fundamental no curso de
Línguas para Relações Internacionais uma vez que é uma excelente oportunidade para os
alunos executarem todos os conhecimentos teóricos adquiridos ao longo da licenciatura,
bem como uma oportunidade para contactar com realidades habitualmente desconhecidas
por parte dos estudantes, como foi o caso com o CLESEB.
14
Por outro lado, é frustrante o facto de ser difícil encontrar um local de estágio que se
adeque às nossas necessidades, e competências, visto que em Bragança a oferta é reduzida.
O estágio curricular realizado no CLESEB do Instituto Politécnico de Bragança teve aspetos
que considero negativos e positivos, como qualquer outra experiência normal no mundo do
trabalho.
Os pontos negativos para mim foram que infelizmente nem sempre a minha orientadora
estava presente por motivos de horários, isto é, se ela estivesse mais presente, acho que
poderia ter usufruído mais da experiência no que diz respeito à realização de tarefas no
centro de línguas.
Outro ponto negativo foi o facto de, devido à natureza do CLESEB e de este ter um
número de funcionários fixos, nem sempre a minha colaboração ser necessária e por isso
também não pude trabalhar com o público, algo que gostaria de ter feito.
Acho que o ponto negativo mais importante para mim foi o caso de não ter tido a
possibilidade de contactar com a vertente da tradução, dado que os estagiários anteriores já
haviam desenvolvido todo o trabalho disponível, conforme me disse a minha orientadora.
Ainda assim, apesar destes aspetos negativos a integração foi muito boa, as atividades
apesar de parecerem complicadas foram sempre realizadas de maneira correta esperando assim
que a minha orientadora gostasse do meu trabalho e também pelo facto de a minha orientadora
desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento dessas mesmas atividades e de me
apoiar em qualquer momento ao longo do estágio. Senti também que ela me deixava alguma
margem para eu tomar a iniciativa de realizar as tarefas à minha maneira. Sempre que tive
dificuldades ela prontamente propunha soluções.
Para concluir esta reflexão, de uma forma geral, acho que os objetivos foram todos
alcançados, a maioria das atividades inicialmente previstas foram realizadas, surgindo até
mais oportunidades do que aquelas que estava à espera, apesar de não ter usado muito
daquilo que aprendi ao longo do curso. Ou seja, senti que tive de desenvolver
competências novas e adaptar-me a uma realidade mais prática.
4 Conclusão
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Um estágio apresenta-se sempre um marco muito importante, já que é a culminação de
toda a licenciatura, apesar de não ter tido a oportunidade de usar aquilo que me foi
ensinado ao longo da licenciatura de forma direta, entendo que no global o trabalho que
efetuei agradou à minha orientadora e às necessidades do Centro de Línguas do IPB.
O relatório aqui apresentado revela todas as atividades e tarefas desenvolvidas ao longo
das 205 horas previstas do estágio profissional, em contexto de trabalho e reflete
claramente tudo o que foi desenvolvido na instituição de acolhimento.
O Centro de Línguas ofereceu todas as condições possíveis para que um aluno de
línguas possa trabalhar e se desenvolver no contexto profissional e penso que seria
interessante o estágio decorrer ao longo de mais tempo, pois isso permitir-me-ia encontrar
épocas específicas de trabalho do Centro de Línguas, por exemplo as épocas de inscrição
mais intensivas, entre outras.
Posso afirmar que a experiência é positiva até porque o trabalho por mim efetuado tem
reflexos no funcionamento da entidade de acolhimento. Os inquéritos que realizei foram
incluídos no relatório da FCT, o inquérito de satisfação realizado aos alunos que vão de
mobilidade terão reflexo no futuro da entidade e no seu relacionamento com o público.
Desse modo, penso que o meu período de OICP não será esquecido.
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