Relatório Final de Estág Relatório Final de Estágio Supervisionado ...
Relatório Final projectoAREA
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“projectoAREA”
Diogo Sousa nº4 José Neves nº6
Manuel Martins nº7 Marco Afonso nº8
Marlene Castro nº9 Sérgio Castro nº11
Projecto de Investigação desenvolvido no âmbito
da disciplina de Área de Projecto do 12º ano
Professora Carmen Gonçalves
Escola EB 2,3/S Monte da Ola
Viana do Castelo
2010/2011
Relatório Final projectoAREA
Agradecimentos
Este projecto foi possivelmente a empresa mais complexa e mais árdua
que levámos a cabo no nosso percurso académico mas foi também a que mais
satisfação e gratificação nos fez sentir durante a sua realização e agora na fase
final.
Assim sendo, gostaríamos de agradecer encarecidamente ao Amadeu
Palhares e à Amadeus Instrumentos Musicais; ao Sr. Arlindo Lopes e à
EugéniaLopes&Filhos; ao André Vieira e ao VivaCafé; ao Sr. António
Costa e à Junta de Freguesia de S. Romão do Neiva e ao Sr. Cardoso e à
Electrolaser; pelo importante contributo no financiamento do nosso projecto.
Esse apoio foi fundamental para a concretização dos principais objectivos do
grupo, não iremos certamente esquecer este acto.
Queremos deixar um agradecimento especial ao professor António
Fernando Ribeiro do grupo de Robótica da Universidade do Minho, pela visita
a nossa escola, contribuindo para a divulgação da robótica na comunidade
escolar. Não há palavras para descrever a disponibilidade, a simpatia e o
interesse que demonstrou desde o primeiro contacto em ajudar o nosso grupo
e que culminou numa palestra que foi uma experiência muito enriquecedora
para os alunos.
Como não podia deixar de ser, agradecemos à professora Carmen
Gonçalves que orientou o nosso projecto até bom porto desde a primeira hora
e por toda ajuda, pela disponibilidade e pela atenção, dando sempre o seu
ponto de vista de forma que as coisas se tornassem menos complicadas. Sem
isso, muitos dos obstáculos que conseguimos ultrapassar, seriam barreiras
intransponíveis.
Agradecemos também à secretaria da escola, mais propriamente a D.
Carolina, D. Susana e ao Sr. Sousa pelo esclarecimento de todas as dúvidas
acerca do financiamento e pela prontidão com que trataram da questão do
patrocínio do grupo.
Agradecemos à Direcção da escola por ter permitido a realização das
actividades propostas, para que pudéssemos apresentar à comunidade escolar
os progressos que vínhamos efectuando.
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Relatório Final projectoAREA
Por último, deixamos um agradecimento a todos os nossos familiares,
principalmente aos nossos pais e tios, pela ajuda financeira que primeiramente
disponibilizaram, assim como pela ajuda da construção de algumas partes do
nosso robot e pelas emergências de última hora. Obrigado pelo apoio, sem
vocês, certamente que seria mais difícil.
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Resumo
A robótica é uma área em expansão em Portugal e no Mundo, não só no
ambiente académico e profissional, mas também, cada vez mais, no ambiente
doméstico. Além do enorme potencial prático, a robótica também se configura
como um tema multidisciplinar, onde conhecimentos de várias áreas do saber
se fundem para criar uma máquina inteligente capaz de realizar qualquer tarefa
que se queira: um robot.
O projectoAREA surge assim como um projecto de robótica, realizado por
alunos do 12º sem qualquer experiência no ramo, e com o objectivo prático de
construir um robot móvel, capaz de seguir uma linha preta num fundo branco.
Simultaneamente, ao promover e divulgar esta área na comunidade escolar, foi
desde o início a intenção do grupo despertar novos horizontes e um espírito de
criatividade que é sempre útil na resolução dos problemas com que os
membros do grupo, e certamente o leitor, se deparam no dia-a-dia.
O trabalho do grupo dividiu-se várias fases que abordaram, de uma forma
abrangente, aquilo em que consiste um projecto de investigação: desde a
pesquisa e tratamento de dados até à componente prática de construção do
robot, passando pelo financiamento, pelo contacto com o meio exterior, pela
organização de eventos, pela vertente expositiva e demonstrativa e finalmente,
pela elaboração do presente relatório.
Os métodos empregues revelaram-se uma mais-valia para os membros do
grupo pois estes adquiriram experiência e novas ferramentas que serão úteis
na futura vida académica. De todo o projecto desenvolvido pelo grupo foram os
produtos finais aqueles que mais relevo tiveram no meio escolar e, a esse
nível, a prestação do grupo foi bastante positiva com a construção de um robot
funcional (chamado ZéBOT), a realização de uma palestra, a manutenção de
um blog interactivo e uma participação marcante na Semana da Ciência.
Os objectivos enunciados neste projecto foram todos concluídos, o que é
um indicador de que todo o esforço realizado, todas as horas dedicadas, todos
os obstáculos ultrapassados e todos os erros que o grupo cometeu e depois
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corrigiu (porque isto também é aprender) valeram a pena. E é esta a realidade
que permite concluir que o projectoAREA foi um êxito.
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Abstract
Robotics is a rising area in Portugal and worldwide not only in the academic
and professional environment but also increasingly more in the everyday life.
Besides its great practical potential, robotics is also set as a multidisciplinary
subject, where knowledge from several branches of science and technology are
joined together into creating a smart machine capable of performing any task
one wants: a robot.
projectoAREA emerges then as robotics’ project, undertaken by 12th grade
students completely inexperienced in the topic, and with the practical goal of
building an autonomous mobile robot, capable of following a black line on a
white background. Simultaneously, by promoting and exposing this subject in
the school community, it was the group’s intention from the beginning to present
new horizons and to enhance a creative spirit that’s always helpful in solving the
problems that the group members and surely the reader himself may face in
their everyday life.
The group’s work was divided in several phases that addressed in a
comprehensive manner what comprises an investigation project: ranging from
research and data processing to the practical component of building a robot, but
also to the fund raising, to the contact with the world outside school, to the
organization of events, to the expositive and demonstrative field and finally, to
the elaboration of an extensive report of the project.
The methods employed have proved to be an asset to the members of the
group as they obtained experience and also new tools that certainly will be
useful in their academic future. Of the whole project developed by the group,
the final products were the ones with more exposure in the school community
and as far as they are regarded, the group’s results were highly appraised with
the construction a functional robot (named ZéBOT), the presentation of a
lecture, the maintenance of an interactive blog and also a significant
participation in the “Semana da Ciência”.
All of the goals of this project were accomplished, which is a marker that the
entire effort made, all of the hours spent, all of the obstacles overcome and all
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of the mistakes made by the group and later reversed (because learning is also
this) were worth it. And such is the reality that leads one to the conclusion that
projectoAREA was a success.
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Índice Geral
I. Apresentação do Projecto................................................................................1
1.1. Contextualização do Projecto.............................................................2
1.2. Objectivos...........................................................................................4
II. Fundamentação Teórica.................................................................................5
2.1. Introdução...........................................................................................6
2.2. Fundamentos de Electrónica..............................................................8
2.3. Componentes do Robot....................................................................10
2.4. Construção do Robot........................................................................18
2.4.1. Mecânica....................................................................................18
2.4.2. Electrónica..................................................................................20
2.4.3. Lógica.........................................................................................24
2.5. Funcionamento do Robot.................................................................33
III. Metodologia..................................................................................................34
3.1. Síntese do Projecto..........................................................................35
3.2. População e Amostra.......................................................................37
3.3. Técnicas de Investigação.................................................................38
3.4. Descrição do Projecto.......................................................................39
3.5. Calendarização.................................................................................50
IV. Apresentação e Análise dos Produtos.........................................................51
4.1. Robot projectoAREA - ZéBOT..........................................................52
4.2. Blog...................................................................................................54
4.3. Palestra.............................................................................................56
4.4. Semana da Ciência..........................................................................58
V. Conclusões e Considerações Finais.............................................................60
5.1. Reflexões em relação ao Robot....................................................61
5.2. Reflexões em relação ao blog.......................................................62
5.3. Reflexões em relação à palestra...................................................63
5.4. Reflexões sobre a Semana da Ciência.........................................64
5.5. Considerações dos membros........................................................65
5.6. Conclusão final..............................................................................69
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Referências Bibliográficas.................................................................................70
Anexos..............................................................................................................74
Anexo 1 - Logótipos do projecto……………………………………………….74
Anexo 2 - Os gear ratio possíveis dos motores..........................................75
Anexo 3 - Factura da Loja Pololu................................................................76
Anexo 4 - Factura da Loja...........................................................................76
Anexo 5 - Código Integral do Robot............................................................77
Anexo 6 - Orçamento do projecto...............................................................80
Anexo 7 - Cartas aos Patrocinadores (1ª versão).......................................81
Anexo 8 - Patrocinadores............................................................................82
Anexo 9 - Cartaz da venda da guitarra na escola.......................................83
Anexo 10 - Autorização da realização da palestra na escola.....................84
Anexo 11 - Notícia do jornal da escola sobre a palestra.............................85
Anexo 12 – Artigo publicado no jornal da escola sobre Robótica...............86
Anexo 13 - Cartaz específico do grupo (Semana da Ciência)....................88
Anexo 14 - Cartaz geral do grupo (Semana da Ciência)............................88
Anexo 15 - Folha sobre a votação da Semana da Ciência.........................89
Anexo 16 - Apresentação powerpoint do pré-projecto................................90
Anexo 17 - Apresentação powerpoint da Semana da Ciência....................93
Anexo 18 - Artigos do blog..........................................................................96
Anexo 19 - Fotografias da construção do robot........................................115
Anexo 20 - Fotografias da Palestra "Robótica Móvel"..............................117
Anexo 21 - Fotografias da Semana da Ciência........................................119
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Relatório Final projectoAREA
Índice de Figuras
Figura 1 - Esquema simples de um robot.....................................................7
Figura 2 - Principais símbolos usados em electrónica..................................9
Figura 4 - Grande plano do sensor do ZéBOT............................................10
Figura 3 – Sensor de luz.............................................................................10
Figura 5 - Placa Arduino.............................................................................11
Figura 6 - O Arduino e os seus pinos I/O....................................................12
Figura 7 - Movimentos numa configuração diferencial................................12
Figura 8 – Duas rodas e motores em configuração diferencial...................13
Figura 9 - Ponte H L293D...........................................................................13
Figura 10 - Funcionamento de uma breadboard.........................................14
Figura 11 - Fotografia da breadboard com a conexão destacada entre a fila
de alimentação (roxo) e a coluna do pino 1 do chip (laranja)............................15
Figura 12 - Esquema de um circuito em que uma conexão (do pino 1 do
chip à alimentação) está destacada a vermelho...............................................15
Figura 13 - Suporte de pilhas......................................................................15
Figura 14 - Condensadores electrolíticos...................................................16
Figura 15 – Condensa-dores de decoupling...............................................16
Figura 16 - Cabo Flat..................................................................................17
Figura 17 - Cabo de rede descarnado.......................................................17
Figura 18 - Esquema do robot....................................................................18
Figura 19 - Sensor montado no robot.........................................................19
Figura 20 - Representação esquemática do circuito geral do ZéBot..........20
Figura 21 - O circuito real do ZéBOT (fotografia)........................................23
Figura 22 - Interface do programa do Arduino............................................24
Figura 23 - Princípio do seguimento de linhas............................................24
Figura 24 - Movimentos do robot no seguimento de linhas........................29
Figura 25 - PWM no Arduino.......................................................................30
Figura 26 - Movimento sem PID.................................................................31
Figura 27 - Movimento com PID.................................................................31
Figura 28 - Circuito para um segue-linhas..................................................33
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Figura 29 - Venda da guitarra na biblioteca................................................40
Figura 30 - Página inicial do blog projectoAREA........................................43
Figura 31 - O AIBO.....................................................................................46
Figura 32 - Demonstração do robot............................................................47
Figura 33 - O circuito pré-feito....................................................................48
Figura 34 - Peças do circuito "puzzle"........................................................48
Figura 35 - Cronograma da calendarização do projecto.............................50
Figura 36 - O ZéBOT..................................................................................52
Figura 37 - Primeira parte da palestra........................................................56
Figura 38 - Segunda parte da palestra.......................................................56
Figura 39 - O robot em funcionamento durante a Semana da Ciência.......58
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Índice de Gráficos
Gráfico 1 - Variações de tensão com e sem condensadores (bypass).......22
Gráfico 2 - Resultados da votação de escolha do nome do robot..............59
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I. Apresentação do Projecto
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1.1. Contextualização do Projecto
A robótica de há uns tempos para cá tem vindo a tornar-se um tema mais presente
e não um assunto tão futurista da nossa civilização como era visto há cerca de 10
anos.
Hoje em dia os robots são muito importantes na nossa sociedade. São utilizados
em fábricas para a produção em série, em catástrofes no resgate de pessoas, na
exploração espacial e em muitos outros ramos. Não estaremos longe da verdade ao
dizer que a robótica veio melhorar a eficácia e a rapidez em determinados ramos da
ciência e da produção.
Contudo, quando as pessoas estão na presença de um robot, depois da admiração
pelo facto de este concretizar as tarefas com uma eficácia muito considerável, pensam
o quanto será difícil a criação e programação de um robot.
Foi com o objectivo de mudar essa maneira de pensar que decidimos criar um
robot, para que de uma certa forma pudéssemos mostrar que a robótica não é um
“bicho-de-sete-cabeças” como normalmente é “pintada” e que se até cinco alunos do
12º ano sem conhecimento nenhum na área são capazes de construir um simples
robot, qualquer pessoa com o mínimo de qualificações é competente para o fazer.
No entanto, é importante referir que a robótica permite aos alunos aplicar
conhecimentos de diversas disciplinas como Física, Química e Matemática,
subordinados às áreas de Programação, Electrónica ou Mecânica, por exemplo. Face à
indecisão inicial do grupo em relação ao tema do projecto, mais uma vez a robótica
sobressaiu, pelo facto de abordar várias áreas do nosso curso (Ciências e
Tecnologias), o que nos permitia aplicar muitas das aprendizagens que tivemos
durante o longo percurso de 12 anos de escolaridade. Finalmente, este projecto
também se apresentou como uma oportunidade para ajudar a decidir qual o futuro
académico dos membros do grupo, que ainda não se encontrava bem definido no início
do ano.
Inicialmente, pretendíamos que este projecto constituísse um desafio para nós mas
que, mobilizando os conhecimentos e as experiências que formos acumulando, nos
fosse possível construir um robot funcional. Ao mesmo tempo, esperávamos fomentar a
cooperação e o trabalho de equipa, baseado num espírito de grupo forte. Desta forma,
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Relatório Final projectoAREA
este projecto teve uma contribuição decisiva no nosso futuro enquanto estudantes,
enquanto trabalhadores e também enquanto pessoas.
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Relatório Final projectoAREA
1.2. Objectivos
Além dos objectivos que estão inevitavelmente associados à disciplina de Área de
Projecto, como é o caso de desenvolver o espírito cooperativo, o trabalho em grupo
equipa, a ultrapassagem de obstáculos, etc; o projectoAREA traçou como principais
objectivos os seguintes:
Explorar o mundo da robótica – aprofundar os conhecimentos sobre esta área
que conjuga diversas ciências, com uma vasta aplicação prática. Pretendia-se que no
final do ano, os membros do grupo tivessem bases teóricas sobre robótica e fossem
capazes de aplicar saberes em situações problema ou futuros projectos de engenharia;
Dar a conhecer à comunidade escolar uma área com potencial tecnológico e
económico: além da investigação realizada pelo próprio grupo, pretendeu-se também
transmitir alguns desses conhecimentos aos alunos e a todos os interessados. Ao
desvendar o mundo da robótica à escola, esperava-se que os alunos descubrissem
uma possível via profissional ou, pelo menos, área de interesse. A comunicação com a
comunidade escolar foi feita através da Internet (Facebook e blog do grupo) bem como
na própria escola, durante a Semana da Ciência em todas as actividades realizadas.
Na Semana da Ciência, o grupo preparou uma apresentação didáctica sobre robótica,
com o objectivo de expor o protótipo construído durante o ano lectivo;
Adquirir competências nas áreas da física, programação e electrónica : ao
realizar a pesquisa sustentada e a investigação dos procedimentos necessários,
pretendia-se que os alunos juntassem novos conhecimentos àqueles que possuem das
aulas leccionadas desde o início do Ensino Secundário, demonstrando dessa forma o
carácter interdisciplinar de Área de Projecto. Espera-se também que as competências
obtidas venham a ser úteis no prosseguimento de estudos ao nível do ensino superior.
Mais especificamente, alguns membros do grupo vão iniciar aprendizagem de uma
linguagem de programação que lhes permita configurar o robot correctamente;
Construir um protótipo de um robot – sendo o principal produto esperado do
projecto, o grupo pretendeu levar a cabo a planificação e construção de um robot,
possibilitando a aplicação dos conhecimentos de electrónica e programação que o
grupo pesquisou, bem como demonstrar os princípios teóricos investigados, em
especial durante a Semana da Ciência, em que o robot foi apresentado a toda a
comunidade escolar.
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II. Fundamentação Teórica
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2.1. Introdução
Apesar da palavra “robot” só ter sido inventada em 1920 (onde aparece pela
primeira vez na peça de teatro “Rossum’s Universal Robots” do escritor checo Karel
Čapek) [1], a figura do robot já existe há milhares de anos. Já no século IV A.C.,
surgem registos de um pássaro de madeira capaz de voar, baptizado de “O Pombo”,
pelo seu criador o grego Arquitas de Tarento. [2] Como este, existem vários relatos de
máquinas autónomas que faziam música, serviam chá ou imitavam seres vivos. Ainda
assim, a robótica como a conhecemos com todas as aplicações que tem hoje em dia
na indústria e no nosso dia-a-dia, começou na segunda metade do séc. XX com o
primeiro robot industrial de sempre, instalado numa fábrica em New Jersey, Estados
Unidos. [3]
Mas o que é a robótica?
A Robótica é a ciência ou engenharia que se relaciona com a construção e
optimização de robots. Nas palavras de Tiago Rodrigues, fundador da comunidade
online LusoRobótica, “A robótica é uma das ciências mais desafiantes. A perfeita fusão
harmoniosa entre um sem fim número de ciências faz da robótica um excelente
desafio, que nos convida a imergir neste grandioso mundo da tecnologia, e utilizar a
construção de robots como uma forma única de explorar todas as ideias que nos
surgem no dia-a-dia.” [4].
De facto, a robótica é uma área tecnológica que conjuga saberes de diversas
ciências como física, matemática, ciências da computação ou até mesmo biologia,
geologia e química se o robot actua naqueles ramos. O desenvolvimento da robótica
nos últimos 30 anos tem sido exponencial devido ao elevado número de oportunidades
ainda por explorar. [5 p. 5] Os avanços nas áreas do hardware e software também têm
dado um contributo para esta evolução constante.
Um exemplo disto é a RoboCup, uma competição de futebol de robots que tem a
“modesta” ambição de “em 2050, ter uma equipa de jogadores de futebol robótico
capazes de derrotar a selecção humana campeã do Mundo”. [6] Outro exemplo é a
DARPA Grand Challenge em que carros sem piloto têm de percorrer um percurso de
240 km pelo deserto nos Estados Unidos. Na primeira edição, nenhuma das equipas
em prova conseguiu chegar ao fim (melhor resultado foi de apenas 12 km). Mas no ano
seguinte, já foram 5 os veículos a fazê-lo! [7] [8].
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Relatório Final projectoAREA
E o que é um robot?
Um robot é uma máquina programada para cumprir uma certa tarefa. As
características que definem um robot são a presença de sensores (que fornecem
inputs, ou seja, informações das variáveis do meio), de um microcontrolador (que corre
funções predefinidas com base naqueles inputs, gerando outputs) e de actuadores
(componentes como motores, luzes, ecrãs, que exprimem os outputs, sob a forma de
resultados concretos). Esta definição abarca muitos objectos do nosso dia-a-dia que
nem consideramos como robots: por exemplo, máquinas de lavar a roupa ou máquinas
de produção industrial [9]. Por outro lado, deixa outros objectos de fora como os
carrinhos telecomandados cujos inputs são inteiramente fornecidos pelo ser humano e
não por sensores. Na prática, um robot realiza autonomamente uma série de acções
predefinidas com vista a resolver um determinado problema. [10]
O esquema seguinte exemplifica como funciona um robot segue-linhas:
Figura 1 - Esquema simples de um robot
A robótica divide-se em vários ramos de interesse e com aplicações muito vastas e
distintas: alguns exemplos são a domótica (casas automatizadas), biónica (partes
robóticas do corpo humano), nanorobótica (robótica à escala do nanómetro);
inteligência artificial e reconhecimento sensorial, veículos não tripulados ou ainda
robótica industrial. E as suas aplicações vão desde a Medicina às várias Engenharias,
passando por sistemas de segurança, uso militar, produção industrial ou simplesmente
uso doméstico. [11]
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Relatório Final projectoAREA
2.2. Fundamentos de Electrónica
Electrónica
A Electrónica é a ciência que estuda a utilização controlada de pequenas correntes
eléctricas para fazer funcionar correctamente circuitos electrónicos de vários
equipamentos. [12] Hoje em dia, é uma área fundamental da física visto possibilitar a
existências de todos os objectos tecnológicos e gadgets que se usam no dia-a-dia
como computadores, televisões, telemóveis, etc.
Intensidade de Corrente (I)É uma grandeza física associada ao movimento ordenado de electrões num circuito
eléctrico, ou seja, associada à quantidade de cargas que estão a circular por unidade
de tempo. Mede-se em Amperes (A) ou nos seus derivados como o mili-ampere (mA).
Para determinar experimentalmente a intensidade de uma corrente, utiliza-se um
amperímetro (ou multímetro). [12]
Tensão (ou diferença de potencial) (U)É uma grandeza física responsável pela corrente eléctrica, isto é, é uma grandeza
que se caracteriza por uma força (chamada electromotriz) que provoca uma corrente
(movimento de electrões) num determinado circuito entre dois pontos com potenciais
eléctricos diferentes. Quanto maior for a tensão, maior é a corrente gerada, em geral.
Mede-se em Volts (V), através de voltímetros (ou multímetro). [12]
Resistência (R)É uma grandeza física associada à propriedade dos fios condutores se oporem ao
movimento dos electrões, ou seja, de limitarem a corrente que os atravessa. Esta
propriedade permite controlar a corrente da forma pretendida para um circuito. Mede-se
em Ohms (Ω), através de ohmímetros (ou multímetro). [12]
Lei de Ohm
A lei de Ohm relaciona a intensidade e a tensão com a resistênciaR=UI
:. É
particularmente útil para determinar as resistências necessárias introduzir no circuito
para o funcionamento de cada componente. [12]
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Representação esquemática de circuitos
Em cima, encontram-se os símbolos dos principais componentes de qualquer
circuito. [12] O conhecimento destes símbolos é fundamental para a compreensão de
esquemas de circuitos em manuais de instruções dos componentes do robot.
Polaridade
Num circuito, a corrente tem o sentido real do pólo negativo para o positivo. Essa
ordem chama-se polaridade e é importante tê-la em conta quando se instalam
componentes que só funcionam se tiverem a polaridade correcta (isto é, ligar o terminal
positivo do componente ao terminal positivo da alimentação, por exemplo). Um
exemplo do dia-a-dia são as pilhas, mas em electrónica surgem muitos mais como os
LEDs ou os condensadores electrolíticos. Outros componentes não têm polaridade logo
a forma de ligar os terminais é arbitrária.
Massa (ou Ground)
É a denominação do fio que completa o circuito sem estar associado a nenhuma
corrente em especial, servindo como referência para a tensão de 0 V. A maioria dos
componentes liga-se à alimentação e à massa. Pode ser referido como GND, em
simbologia de circuitos.
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Figura 2 - Principais símbolos usados em electrónica
Relatório Final projectoAREA
2.3. Componentes do Robot
Sensores
Um sensor é um dispositivo que mede o valor de uma
grandeza física, como por exemplo, a temperatura, a
velocidade, a distância, a pressão ou até a cor de objectos
próximos. Os robots que trabalham inseridos em ambientes
reais, estáticos ou dinâmicos, estão equipados com sensores
que lhes permitem adquirir informação sobre o modo como
interagem com o mundo em que operam e sobre o seu próprio
estado interno. [13] Em suma, a utilização de sensores permite que um robot possa
interagir com o ambiente que o rodeia de uma forma flexível [14]. São os “sentidos” do
robot.
No ZéBOT, inseriu-se uma placa de sensores de luminosidade QTR-8RC
Reflectance Sensor Array, que faz com que o robot seja capaz de detectar a linha que
segue e a partir dessa informação, efectuar o seu movimento. Em particular, a placa
tem 8 transmissores/receptores de infravermelhos que registam os valores de reflexão
da luz que incide no circuito. A cor branca está associada a um maior índice de reflexão
e a cor negra está associada a um índice de reflexão bastante reduzido. Por exemplo,
quando o robot estiver alinhado com a linha preta, serão os sensores centrais que terão
uma leitura de luminosidade inferior enquanto os sensores dos extremos lerão valores
mais altos por estarem sobre a cor branca.
Figura 4 - Grande plano do sensor do ZéBOT
Apesar de o número de sensores na placa ser 8, é possível quebrar o módulo em
dois submódulos separados de 2 e 6 sensores, se pretendido (o que é o caso do
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Figura 3 – Sensor de luz
Figura 5 - Placa Arduino
Relatório Final projectoAREA
ZéBOT, porque 6 sensores servem perfeitamente para a tarefa, poupando espaço no
robot, como se pode ver na figura 4). [15]
Da placa de sensores, “saem” 2 fios de alimentação e 6 fios de informação (um por
cada sensor utilizado) que ligam ao Arduino. Para que os sensores tenham as
melhores condições de funcionamento, deve estar a cerca de 3 mm do chão. [15]
Microcontrolador Arduino
O microcontrolador trata-se de um circuito integrado e programável, que é
basicamente um microcomputador. Como os microcomputadores, é constituído por um
microprocessador, uma memória e dispositivos de
entrada e saída. Com base nas informações
recebidas através dos sensores (dispositivos de
entrada), o microcontrolador decide como é que o
robot vai reagir e transmite essa informação a
motores, luzes ou outros dispositivos de saída. [16]
Numa analogia ao corpo humano, o
microcontrolador é o “cérebro”. Porém, para poder
tomar as decisões, o microcontrolador precisa de
estar programado. A programação é feita em computador numa linguagem própria e
transmitida ao microcontrolador por uma ligação USB. [17] Cada vez que é
reprogramado, a sua memória é formatada e é introduzido um novo sketch (código)
[18]. O microcontrolador apenas delibera situações para as quais está programado,
caso contrário nada faz.
Um dos microcontroladores mais utilizados é o Arduino, principalmente devido à
facilidade de aprendizagem que apresenta. É nessa plataforma que o grupo vai
começar a trabalhar. A alimentação do Arduino é feita ligando os cabos de uma bateria
às entradas 5 V (o positivo) e GND (o negativo) do Arduino. Se a tensão da bateria for
superior a 5 V, então o fio positivo liga-se à entrada VIN (que passa em seguida por um
regulador interno que regula a tensão para 5 V). Alternativamente pode ser feita por
USB mas isso deixa de ser conveniente quando se pretende ter um robot móvel.
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Relatório Final projectoAREA
Figura 6 - O Arduino e os seus pinos I/O
Como se pode ver na figura 6, o Arduino tem 14 pinos digitais (numerados de 0 a
13) e 6 pinos analógicos (numerados de A0 a A5, mas que podem funcionar como
pinos digitais se for necessário, elevando o número de pinos digitais para 20). Cada um
deles pode funcionar como entrada ou como saída de dados (medindo a tensão de um
sinal recebido ou enviando um sinal com tensão definida, respectivamente). Destacam-
se ainda os pinos digitais com PWM (assinalados com um ‘~’) [19]. Ao contrário dos
restantes pinos digitais que apenas imitem um sinal digital 0 ou 1 (correspondente à
tensão nula ou máxima – 5 V), os pinos com PWM conseguem emitir um sinal variável,
o que na prática significa que transmitem tensões entre 0 e 5 V. Isto é bastante útil para
controlar a velocidade dos motores. Esta questão é aprofundada no ponto 2.4.2.
Lógica.
Sistema de locomoção (actuadores)
O movimento do robot é efectuado através de
duas rodas e dois motores numa configuração
diferencial. Este tipo de configuração é o
mecanismo mais simples para a deslocação do
robot. [5 p. 9] Nesta configuração cada roda está
ligada independentemente a um motor. Assim, é
possível alterar tanto a direcção como a velocidade
do movimento do robot, através da conjugação do
movimento individual de cada roda (como se vê na
figura ao lado) Isto permite ao robot quatro tipos de
movimento: andar para a frente, andar para trás,
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Figura 7 - Movimentos numa configuração diferencial
Figura 8 – Duas rodas e motores em configuração diferencial
Relatório Final projectoAREA
rodar sobre si mesmo para a esquerda e rodar sobre si mesmo para a direita. Estes
movimentos podem ser conjugados e ter intensidades variáveis [20].
As informações sobre a acção de cada roda são definidas pelo microcontrolador,
que fornece sinais eléctricos aos motores. Estes sinais eléctricos necessitam de ser
ampliados, pelo que é utilizada uma ponte H. A estabilidade é assegurada através de
uma roda livre (terceiro apoio) [20].
Os motores são DC, ou seja, de corrente contínua. Estes motores são constituídos
pelo motor propriamente dito e por uma caixa de mudanças com engrenagens. Os
motores possuem várias configurações de mudanças
(denominadas gear ratios, são proporções do tipo x:1)
que transformam a rotação causada pelos motores em
diferentes velocidades finais e torques. Quanto maior for
o gear ratio, maior é a torque, logo mais tracção terá o
robot mas mover-se-á a menor velocidade e vice-versa.
Os motores funcionam a tensões entre os 3 e o 6 V,
arrastando uma corrente de 150 mA em funcionamento.
A caixa de mudanças tem de ser montada pelos alunos que definem o gear ratio que
mais se apropria à situação pretendida. [21] A tensão fornecida aos motores pode
variar afectando directamente a velocidade de rotação destes. Se a tensão não for
suficientemente alta, os motores podem ficar travados (em inglês stall), mesmo
havendo consumo de energia.
Ponte H
A ponte H amplia a tensão fornecida aos motores, que os faz
funcionar [22]. Permite portanto fazer variar a velocidade dos
motores bem como o sentido de rotação, através de impulsos
fornecidos pelo Arduino. [23]. Este nome deve-se ao facto do
circuito interno do chip tomar a forma da letra “H”.
Breadboard
Uma breadboard é um dispositivo reutilizável que permite a configuração de
quaisquer circuitos sem ser necessário recorrer à soldagem dos componentes, basta
colocar e retirar das ranhuras. Por esse motivo, é uma ferramenta muito utilizada na
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Figura 9 - Ponte H
L293D
Relatório Final projectoAREA
execução de protótipos de circuitos e na aprendizagem (qualquer erro pode ser
rectificado sem ser preciso construir uma placa de raíz). [24]
O funcionamento de uma breadboard encontra-se explicado na seguinte figura:
Numa breadboard, todos os pontos da linha amarela estão ligados entre si bem
como os da linha verde, mas os da linha verde não estão ligados aos da linha amarela.
Estas duas filas percorrem toda a breadboard em comprimento, estando associadas
uma à fonte alimentação (positivo) e outro à massa (negativo). Os pontos da linha
laranja estão ligados entre si bem como os da linha preta, mas os da linha preta não se
ligam com os da linha laranja. O exemplo do LED permite ver isso mesmo: se estivesse
na mesma coluna, havia um curto-circuito. Estas colunas de 5 pontos são a parte
principal da breadboard onde se fazem as mais variadas conexões. A metade superior
da placa não está ligada à metade inferior, por isso, é que se coloca a ponte H naquele
espaço maior. [25]
Resistências, condensadores, reguladores e circuitos integrados (pequenos chips
que já tem componentes dentro, como é a ponte H) são montados na breadboard (em
geral, tem “patinhas” que são os terminais que se encaixam nos buracos).
Interpretando uma representação esquemática de um circuito, é na breadboard que se
monta o mesmo.
No exemplo seguinte, destaca-se a conexão a vermelho no esquema que simboliza
a ligação do pino 1 de um chip à alimentação (5 V) através de uma resistência de 10
kΩ (Error: Reference source not found11). Na breadboard, essa conexão consiste
numa resistência a ligar um ponto da fila de alimentação (a roxo), marcada com um
traço vermelho e um ‘+’, a um ponto da fileira (a laranja) que está com contacto com o
pino 1 do chip (Error: Reference source not found12).
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Figura 10 - Funcionamento de uma breadboard
Relatório Final projectoAREA
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Relatório Final projectoAREA
Fonte de Alimentação
Como qualquer aparelho electrónico, sem uma fonte de
alimentação, o robot não funciona. Geralmente, utilizam-se
baterias ou pilhas recarregáveis visto que o custo compensa
a longo prazo. É preciso ter em conta a tensão necessária
para cada componente. O Arduino funciona com 5 V e os
motores funcionam entre 3 e 6 V. Cada pilha recarregável
NiMH tem 1,2 V por isso, um suporte de 4 pilhas fornece 4,8
V de tensão, que são suficientes para alimentar todo o circuito. Os motores têm
tendência para produzir algum ruído eléctrico no circuito que pode interferir com o
Arduino. Por esse motivo, é comum alimentar em separado os motores e o Arduino,
cada um com o seu suporte de 4 pilhas a fornecerem 4,8 V. [20] Na figura 13, vê-se um
suporte com 4 pilhas recarregáveis.
Condensadores
Os condensadores são pequenos componentes que actuam como reservatórios de
energia eléctrica quando ligados a uma fonte de alimentação. [26] A energia que estes
armazenam fica retida durante algum tempo, estando associada a uma tensão (uma
vez carregado, um condensador funciona como uma pequena pilha). O valor de um
condensador mede-se em Farads, mas o mais comum é trabalhar com as suas
subunidades como o μF (microfarad). [12] A propriedade de armazenar energia
provoca um aumento da longevidade das pilhas, por se manter uma tensão elevada no
circuito durante mais tempo. [27] Os condensadores dividem-se em dois tipos:
condensadores electrolíticos e os condensadores cerâmicos.
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Figura 13 - Suporte de pilhas
Figura 11 - Fotografia da breadboard com a conexão destacada entre a fila de alimentação (roxo) e a coluna do pino 1 do chip (laranja)
Figura 12 - Esquema de um circuito em que uma conexão (do pino 1 do chip à alimentação) está destacada a vermelho
Relatório Final projectoAREA
Os primeiros (que são maiores) servem sobretudo para
contrariar a grande quantidade de energia necessária no
arranque dos motores. Tomam valores sobretudo entre 100 e
500 μF. São componentes com polaridade pelo que é
necessário ver qual é o terminal negativo (apresenta uma
lista) antes de colocar no circuito. Este terminal negativo liga-se à massa e o positivo à
fonte de alimentação (nos condensadores, os terminais são “patinhas” que se
encaixam na breadboard).
Os segundos (que são mais pequenos) servem para absorver
o ruído eléctrico produzido pelos motores (perturbações de tensão
no sinal eléctrico que podem provocar o reset do Arduino [28]).
São também conhecidos por condensadores de decoupling. Não
têm polaridade pelo que se montam em qualquer sentido, mas
sempre perto dos pinos de alimentação dos componentes, e se possível nos próprios
terminais dos motores. Tomam valores de 0,1 μF. [26] [29].
Interruptor
Ter um interruptor é bastante conveniente para ter o robot ligado apenas quando se
quiser fazer a sua demonstração e é muito mais prático para desligar o robot em
movimento. É preciso atender que o interruptor deve ser compatível com a breadboard
(no tamanho dos contactos).
Condutores do circuito
As ligações dentro de um circuito são geralmente feitas com fios, que são
simplesmente porções de um metal condutor (geralmente cobre) envolvidas num
material isolante (como borracha). Uma fonte prática e barata de fios de circuito é um
cabo de telefone ou de rede. Estes, em particular, são constituídos por 8 fios de cores
diferentes, pelo que, 1 metro de cabo de rede dá para fazer 8 metros de fio de circuito
de cores diferentes [30]. A utilização de cores diferentes é útil para se distinguirem as
ligações umas das outras (por exemplo, uma cor para a ligação dos motores, outra
para o Arduino etc.). Por convenção, os fios vermelhos são positivos (alimentação) e os
pretos ou azuis são negativos (massa). [24]
Dado que existem 6 fios de informação a ligarem a placa de sensores ao Arduino
mais 2 fios de alimentação, utiliza-se um cabo flat (presentes nas impressoras e dentro
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Figura 15 – Condensa-dores de decoupling
Figura 14 - Condensadores electrolíticos
Relatório Final projectoAREA
dos computadores desktop), que permite juntar os 8 fios diferentes numa só fita. Desta
forma, torna-se muito mais fácil estabelecer aquelas ligações.
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Figura 16 - Cabo Flat Figura 17 - Cabo de rede descarnado
Relatório Final projectoAREA
2.4. Construção do Robot
2.4.1. Mecânica
Nesta parte, são considerados sobretudo dois aspectos: a estrutura e a locomoção.
Para que um robot seja mais que um conjunto de fios e componentes eléctricos e
cumpra a sua função, necessita de um suporte que lhe permita interagir
convenientemente com o meio que o rodeia. No caso de pequenos robots móveis, uma
configuração simples sugere a utilização de uma plataforma horizontal de um material
leve como o acrílico à qual estejam subacoplados os motores, as rodas e a roda livre.
Sobre essa plataforma, estarão fixados os restantes componentes como a breadboard
e o Arduino.
Na figura seguinte, está um esboço do esquema real do robot com duas
perspectivas (superior e inferior), os componentes e as dimensões.
Esta placa deverá ser cortada de acordo com as dimensões previstas e furada nos
pontos onde os componentes serão fixos com parafusos ou por onde irão passar os
condutores. Outros cortes poderão ser feitos por motivos estéticos.
Para fixar a roda livre, cuja altura é inferior à altura da plataforma, utiliza-se um
pedaço de madeira para nivelar a estrutura. Para fixar as baterias e a breadboard, é
conveniente utilizar velcro que permite a fácil colocação/remoção daqueles
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Figura 18 - Esquema do robot
Relatório Final projectoAREA
componentes (para serem recarregados como é o caso das pilhas). Para fixar o sensor
à altura correcta do chão (3 mm), utilizam-se uns paralelepípedos de madeira (como se
vê na figura 19).
Figura 19 - Sensor montado no robot
Nestas condições, a estrutura do robot deverá apresentar-se estável e robusta o
suficiente para o robot circular livremente no circuito. A plataforma horizontal deverá ser
paralela ao solo.
Outro aspecto a ter em conta é o atrito que afecta o movimento do robot. É
necessário ter atenção ao tipo de rodas escolhido. Rodas que provoquem um atrito
muito elevado vão permitir maior controlo ao robot, mas também vão fazer com que o
robot ande a uma velocidade inferior, enquanto rodas com atrito reduzido acabam por
causar a perda de controlo do robot. Se as forças de atrito causadas não só pelas
rodas mas também pelo sistema de engrenagens do motor forem muito fortes, então é
possível que os motores fiquem travados (em stall) quando estão sujeitos a uma tensão
inferior a um certo valor (ver mais no ponto 2.4.3. Lógica).
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Relatório Final projectoAREA
2.4.2. Electrónica
A parte electrónica consiste nas ligações entre os vários componentes principais do
robot. É constituída principalmente pela breadboard, pelos condutores e pelos vários
condensadores.
Esta parte é fundamental para que o robot, na prática, funcione, sendo o meio de
comunicação entre os componentes e assegura que não haja falhas nessa
comunicação. Toda a distribuição de energia é controlada pela parte electrónica do
robot.
Esquematicamente, o circuito geral do ZéBot está representado, de forma
simplificada, na seguinte imagem (Figura 20).
Figura 20 - Representação esquemática do circuito geral do ZéBot
A informação dos sensores é enviada por fios eléctricos ligados directamente ao
microprocessador, sendo cada um dos sensores conectado a uma das entradas digitais
do Arduino. Já a informação enviada para os motores é transmitida a partir de pinos
analógicos por fios ligados à breadboard, sendo intermediada pela ponte H, que
amplifica os sinais enviados pelo microcontrolador. Da ponte H esses sinais são
enviados por fios ligados directamente aos terminais dos motores.
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Relatório Final projectoAREA
A ponte H é alimentada pelas baterias, ou seja, o sinal do Arduino é amplificado na
ponte H e enviado para os motores. A tensão eléctrica que é aplicada pela ponte H
varia dependendo do sinal enviado pelo Arduino, fazendo com que cada um dos
motores possa ter velocidades variáveis.
A ponte H faz a ligação entre a parte lógica e os motores. Por esse motivo, está em
contacto tanto com a alimentação da parte lógica (Bateria 1) como com a alimentação
dos motores (Bateria 2). Assim sendo, a ponte H é alimentada através dos 4 pinos mais
extremos (pinos 1, 8, 9 e 16), sendo que o pino 8 está ligado à bateria 2, enquanto os
outros 3 pinos estão ligados à Bateria 1, que também alimenta o microcontrolador e o
sensor.
A existência de duas baterias (suportes de 4 pilhas) a alimentar diferentes partes
do circuito já foi abordada na secção Componentes do Robot. Este método é utilizado
para evitar a interferência do “ruído” electrónico dos motores, ou seja, as variações
bruscas de tensão (oscilações) que degradam o sinal de corrente contínua enviado
pelo Arduino, o que afecta o seu funcionamento. [31]
Os 4 pinos imediatamente adjacentes àqueles (pinos 2, 7, 10 e 15) são
conectados ao Arduino, sendo através deles que o Arduino envia os sinais para a ponte
H. Depois de ampliados, esses sinais são enviados para os motores pelos pinos
seguidamente interiores a estes (pinos 3, 6, 11 e 14). Os pinos restantes (pinos 4, 5, 12
e 13) são o ground, ou seja, são ligados à parte negativa da alimentação que serve
para fechar o circuito.
Mas mesmo com uma alimentação separada, pode haver algum “ruído” que afecta
o bom funcionamento do robot, devido não só ao facto de os motores estarem ligados à
ponte H, que por sua vez está ligada ao microcontrolador, mas também pelo facto de
os fios dos motores estarem próximos dos fios do microcontrolador e do resto do
circuito, o que pode afectar a corrente eléctrica que passa no circuito, através de
indução electromagnética criada pelos fios dos motores. [32 p. 1]. O Arduino é
especialmente sensível às variações de tensão e corrente que seriam provocadas por
esse “ruído” dos motores.
Esse problema é resolvido através da colocação estratégica de condensadores em
certos pontos do circuito, de maneira a absorver o “ruído” electrónico dos motores (ver
Gráfico 1) [31]. Os condensadores armazenam esses picos de energia de modo a não
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Relatório Final projectoAREA
interferirem com o funcionamento do Arduino e dos outros componentes (ver mais na
secção 2.3. Componentes do Robot).
Quatro dos condensadores de 0,1µF foram colocados em cada um dos fios dos
motores, para dissipar o “ruído” electrónico. Já o quinto destes condensadores é
colocado em paralelo com a alimentação da parte lógica, juntamente com um outro
condensador de 100µF, em que o condensador mais pequeno dissipa o ruído dos
motores e o maior armazena a energia extra que depois é necessária no arranque dos
motores. Existe ainda outro condensador de 100µF colocado em série no terminal do
pino 8 da ponte H, com o objectivo de absorver quaisquer oscilações de corrente que
possam afectar ou danificar a ponte H.
Gráfico 1 - Variações de tensão com e sem condensadores (bypass)
Para além disso, os condensadores também ajudam o robot em termos de
economia de energia, pois a manutenção da tensão no circuito permite que as baterias
sejam melhor aproveitadas, pois permite que sejam usadas até estarem mais
descarregadas do que o normal, o que também ajuda a evitar o efeito de memória, ou
seja, o fenómeno das baterias “viciadas” [27]. Para efectuar o carregamento das
baterias, constituídas cada uma por 4 pilhas iguais recarregáveis de NiMH, é utilizado
um carregador apropriado para estas pilhas. Normalmente, as pilhas que alimentam a
parte lógica demoram muito mais tempo a descarregar-se, pois o consumo energético
dos sensores e do Arduino é muito menor do que o dos dois motores. Nos motores, o
gasto energético é compreensivelmente maior.
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Relatório Final projectoAREA
As baterias estão colocadas na parte inferior da plataforma, por isso é necessário
fazer dois furos, um para cada bateria, localizados em lados opostos do robot, para que
os fios da alimentação possam ser ligados à breadboard (ver mais no ponto 2.4.1.
Mecânica). O fio positivo da Bateria 2 é ligado directamente ao pino 8 da ponte H,
como já foi referido neste tópico, enquanto o pólo negativo desta bateria é ligado à
breadboard, sendo colocado na rail que serve de ground. Já a Bateria 1 tem o seu pólo
positivo ligado à power rail, ou seja, a rail da breadboard que serve para alimentar os
componentes da parte lógica, sendo ligados a ela, para além dos 3 pinos da ponte H, o
microcontrolador e os sensores. O pólo negativo desta bateria está também ligado à
rail que serve de ground. Através destes mesmos furos passam os fios que ligam a
ponte H, nos seus respectivos pinos, aos motores.
Na figura 21, o circuito real do ZéBOT encontra-se representado em fotografia. O
circuito é exactamente o mesmo que é representado na figura 20. No centro, encontra-
se a ponte H e são visíveis todas as ligações existentes do circuito (tirando as dos
sensores). Os fios laranja e vermelho correspondem à alimentação; os fios verdes
fazem a ligação ao Arduino; os fios castanhos fazem a ligação aos motores e os fios
azuis fazem a ligação ao ground.
Figura 21 - O circuito real do ZéBOT (fotografia)
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É ainda possível ver onde estão colocados os condensadores, as power rails (pela
vertical na breadboard) e o furo por onde passam os fios da bateria e dos motores para
a parte inferior da plataforma de acrílico.
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Relatório Final projectoAREA
2.4.3. Lógica
Introdução
A parte lógica consiste na relação entre o que queremos que o robot faça e o que
ele faz. Traduz a informação enviada por nós para sinais eléctricos que façam o robot
funcionar. Esta parte é necessária para que o robot efectue uma determinada acção
em função do meio exterior.
Como já foi referido no ponto 2.3. Componentes do Robot, este trabalho é feito pelo
microprocessador Arduino, que recebe informações dos sensores através de fios
eléctricos, e que posteriormente envia essa
informação para os motores, também através
de fios eléctricos condutores. O Arduino é
previamente programado através de um cabo
USB, pelo qual é enviado um código escrito no
computador, utilizando um programa
adequado. A construção do código é feita
numa linguagem de programação própria do
Arduino, mas que se baseia na linguagem C.
[33] O código deve ter em conta todos os
casos possíveis de inputs, ou seja, todas as
situações que os sensores possam indicar ao
microcontrolador e a respectiva acção a ser
enviada para os actuadores sob a forma de impulsos eléctricos, para que estes reajam
da forma que se pretende levando o robot a cumprir a sua tarefa. Caso contrário, se o
código não tiver contemplado uma determinada situação, o robot simplesmente pára.
Portanto, o que o Arduino faz é correr um código (um programa), que utiliza as
informações recebidas através dos sensores para
determinar os sinais a serem enviados para a
ponte H, e, consequentemente, a velocidade
transmitida a cada motor. Na prática, o código
segue o princípio básico dos robots seguidores de
linhas: ou seja, virar à direita se a linha preta
estiver no lado direito do sensor (exemplo 1 da
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Figura 22 - Interface do programa do Arduino
Figura 23 - Princípio do seguimentode linhas
Relatório Final projectoAREA
Figura 23), virar à esquerda se a linha preta estiver no lado esquerdo do sensor
(exemplo 2) e seguir em frente se a linha estiver aproximadamente a meio do sensor
(exemplo 3) [34]. A construção do código deve ser feita segundo este princípio
orientador.
O código que o grupo escreveu é um código modular, isto é, é um código
constituído por várias porções funcionais (módulos) que se juntam numa versão final.
Estas porções correspondem aos diferentes componentes que interagem com o
Arduino, ou seja, há um código para os motores, outro para os sensores e outro para o
seguimento de linhas. Cada um destes códigos funciona isoladamente, executando ora
a acção dos motores, ora a acção dos sensores, etc. A vantagem é a de ser mais fácil
de trabalhar e corrigir erros se o código estiver fraccionado (basta testar
individualmente cada módulo para encontrar a localização de um erro), mas também
resulta da pesquisa do grupo que adaptou partes de códigos de diferentes projectos e
referências dos fabricantes.
Passemos então à explicação do código utilizado. O código é escrito numa
linguagem de programação, pelo que é necessário respeitar as regras de sintaxe e
estrutura. Está fora do âmbito deste projecto explicar aprofundadamente essas regras
(no site do Arduino, encontra-se um guia detalhado). Vamos apenas focar-nos no
necessário para se compreender a parte lógica do robot.
Um elemento básico na programação é a variável, isto é, um valor numérico que
fica armazenado no programa e associado a um nome (por exemplo, a velocidade dos
motores a uma dada altura). O código divide-se em duas partes: o setup e o loop. O
setup é a parte inicial do código em que se definem as tarefas que só se executam uma
vez (como a calibração). Já o loop, como o nome indica, contém as tarefas que se
repetem sempre (como o seguimento de linhas).
Descrição do código
A forma mais simples de descrever o conteúdo de um código, sem ter de entrar em
fórmulas complicadas, é escrever um pseudo-código, ou seja, um texto que combina a
estrutura do código com a informalidade da linguagem corrente. É como que um
esboço (relativamente) fácil de perceber para a posterior construção do código
propriamente dito na linguagem de programação.
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Relatório Final projectoAREA
O pseudo-código (tal como o código) aborda essencialmente 5 passos:
1. Definir as variáveis e os pinos de inputs/ouputs.
2. Calibrar os sensores.
3. Ler os valores dos sensores e determinar a “posição” do robot.
4. Determinar e comunicar o movimento dos motores.
5. Definir as funções de movimento.
O pseudo-código do robot é o seguinte: (o código verdadeiro pode ser encontrado
nos anexos)
Setup Definir as variáveis e indicar os INPUTS e os OUTPUTS //para o programa saber o que o “espera”
6 variáveis dos sensores: pinos 14 a 19 – INPUTS 2 variáveis do motor esquerdo: pinos 3 e 9 – OUTPUTS 2 variáveis do motor direito: pinos 5 e 6 - OUTPUTS Variável do LED da calibração: pino 13 - OUTPUT Variável “posição”: é obtida pela leitura dos sensores Variável “erro”: é obtida a partir da “posição”
Calibrar 250 vezes, piscando o LED 13 do Arduino //cada medição demora 20 ms. //o tempo total de calibração é de 5 s
Esperar durante 3 segundos //para indicar o fim da calibração
//e dar tempo para se colocar o robot no circuito
Loop Obter os valores dos sensores nesse instante e calcular a média ponderada.// ver texto em baixo
Se todos os sensores lerem mais de 750 (de 0 a 1000): // o robot está sobre branco apenas
Parar ambos os motoresSe todos os sensores lerem menos de 250 (de 0 a 1000): // o robot está sobre preto apenas
Parar ambos os motoresGuardar o valor da média ponderada na variável “posição” // varia entre 0 e 5000Calcular o erro como (posição – 2500) // varia entre -2500 e 2500
Se o valor erro for menor que -500: // está à esquerda da linha pretaRodar à esquerda
Se o valor do erro estiver entre -500 e 500: // está alinhado com a linha pretaAndar à frente
Se o valor do erro for maior que 500: // está à direita da linhaRodar à direita
Repetir o procedimento
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Relatório Final projectoAREA
//funções do movimentoAndar para a frente
Rodar o motor esquerdo para frente (150 de 0 a 255)Rodar o motor direito para a frente (150 de 0 a 255)
Rodar à direitaRodar o motor esquerdo para a frente (150 de 0 a 255)Rodar o motor direito para trás (150 de 0 a 255)
Rodar à esquerdaRodar o motor esquerdo para trás (150 de 0 a 255)Rodar o motor direito para frente (150 de 0 a 255)
Parar ambos os motoresEnviar sinal nulo para o motor esquerdo (0 de 0 a 255)Enviar sinal nulo para o motor direito (0 de 0 a 255)
Pseudo-código para o seguimento de linhas
No código acima, destacam-se a vermelho o setup e o loop, destacam-se laranja
as funções do programa (ou seja, tarefas executadas pelo Arduino), destacam-se a
verde as funções de movimentos (associadas aos motores), destacam-se a roxo a
existência de condições e destacam-se a azul os alvos das funções de movimento. Os
comentários (que o Arduino salta à frente quando corre o código) estão a cinzento e
servem para ajudar a explicar as várias partes do código.
A primeira coisa que o código deve ter é a indicação de quais os pinos que estão a
ser utilizados. Por exemplo, há 6 fios que transmitem a informação dos sensores ao
Arduino. Ora, o programa não adivinha sozinho quais foram os pinos em que a mão
humana introduziu os fios. E também é necessário indicar se um determinado pino vai
ser um Input ou um Output. Vejamos as seguintes linhas de código:
void setup( ) // só se realiza uma vez
int pinoLED = 13 //associa a variável “pinoLED” ao número do pino 13
pinMode(pinoLED, OUTPUT); // indica que o pino 13 vai ser uma saída de informação
Excerto de código para identificação de Inputs e Outputs
Depois de identificar os pinos que são inputs e outputs, pode-se então escrever as
funções que estão associadas às tarefas que o código desempenha, como determinar
a posição do robot em relação à linha preta (a partir das leituras dos sensores) ou
determinar como é que o robot deve rodar.
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Relatório Final projectoAREA
O Arduino calcula a posição do robot em relação à linha fazendo uma média
ponderada da luminosidade que recebe cada um dos 6 sensores (numerados de 0 a 5).
A escala de luminosidade é definida na calibração, que serve para encontrar as
luminosidades mínima e máxima, que correspondem, respectivamente, ao sensor estar
sobre o preto ou sobre o branco, devido ao facto de a cor preta absorver a radiação
emitida pelo sensor enquanto o branco reflecte. O sensor define como 0 o valor mais
baixo lido durante a calibração e como 1000 o valor mais alto (ver mais no ponto 2.5.
Funcionamento do Robot). No código, a luminosidade é então dada num intervalo de 0
a 1000 para cada um dos sensores. [35]
Em seguida, o Arduino processa rapidamente a seguinte conta:
posição=0. l0+1000. l1+2000.l2+3000. l3+4000. l4+5000. l5
l0+l1+ l2+l3+l4+l5, onde li é o valor lido pelo
sensor i.
Como o leitor pode facilmente verificar, esta média ponderada resulta num valor
entre 0 e 5000, que indica directamente onde está o robot em relação à linha preta. Por
exemplo, se a variável posição tomar valor 1000, então a linha está por baixo do sensor
1 da placa de sensores. E se o valor da posição for de 2500, então a linha está entre os
sensores 2 e 3. [35]
Sabendo quantitativamente a posição do robot, é ainda possível determinar o
“erro”, ou seja, quanto é que o robot está desviado da posição ideal, que corresponde
ao valor 2500 (estar entre os dois sensores do meio, 2 e 3, dado que o número de
sensores é par). Assim sendo, define-se o erro como 0 na posição ideal e por
conseguinte, o erro vai variar entre -2500 e 2500. Apesar de parecer redundante à
primeira vista, a existência de uma variável “erro” pode ser útil para soluções em que a
correcção da trajectória é proporcional ao erro (em futuras implementações do código).
A determinação da velocidade a imprimir aos motores é feita através de uma de
três condições: [36]
Se o erro estiver entre -500 e 500, ou seja, se o robot estiver aproximadamente
alinhado com a linha preta (o valor de 500 é uma margem de erro empírica), o robot
desloca-se para a frente;
Se o erro for inferior a -500, ou seja, se o robot estiver à esquerda da linha, o
robot roda à esquerda;
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Relatório Final projectoAREA
Se o erro for superior a 500, ou seja, se o robot estiver à direita da linha, o robot
roda à direita;
Figura 24 - Movimentos do robot no seguimento de linhas
As funções de movimento são tarefas que são definidas à parte para depois serem
usadas no contexto do problema. Tomando o exemplo da imagem acima apresentada,
a função “andar em frente” é definida como ter os dois motores a rodarem para a frente
e depois, sempre que se quer que o robot ande para a frente, basta chamar aquela
função, em vez de ter de definir constantemente o movimento de cada motor. O mesmo
acontece para as funções “rodar à esquerda”, “rodar à direita” e “parar ambos os
motores”. Estas funções são geralmente no fim porque a sua posição no código é
arbitrária (apenas não pertencem ao setup nem ao loop). Na prática, funcionam como
uma biblioteca à qual o programa recorre para ir “saber” como realizar uma
determinada tarefa.
Mas como é que funcionam estas funções de movimento? Como é que o
Arduino consegue conferir uma certa velocidade aos motores?
O que o Arduino faz é enviar sinais eléctricos através de 4 pinos (2 para o motor
esquerdo e 2 para o motor direito), que conferem uma tensão em cada motor que o faz
rodar. Os dois pinos para o mesmo motor nunca estão “ligados” simultaneamente:
quando um está ligado, o motor roda num sentido e quando é o outro que está ligado, o
motor roda no sentido oposto.
Se o sinal enviado fosse digital, tomava o valor entre 0 e 1, isto é, a tensão
aplicada num motor era de 0 V (nula) ou de 5 V (máxima). Como resultado, o robot ia
estar sempre a funcionar à velocidade máxima, que não dá tempo suficiente para o
robot ler a linha e determinar uma correcção na velocidade, antes de já ter saído da
curva! Para conseguir atribuir uma velocidade intermédia aos motores, é necessário
Ano 2010/2011 31
Relatório Final projectoAREA
que o sinal fornecido tome um valor de tensão entre 0 e 5 V. E é aqui que entra o
PWM.
PWM significa Pulse-width modulation, ou seja, modulação por largura de pulso. Ao
ligar e desligar o sinal de 5 V muito rapidamente num intervalo de tempo, a tensão
fornecida é um valor médio. Se o sinal estiver ligado 100% do tempo, o sinal é de 5 V.
Se estiver ligado durante 0% do tempo (sempre desligado), o sinal é de 0 V. Se estiver
ligado 50% do tempo e desligado nos restantes 50%, a tensão do sinal é de 2.5 V. [37]
Desta forma, faz-se variar o sinal enviado.
Na linguagem do Arduino, a intensidade do PWM é indicada de 0 a 255, em que 0
corresponde a 0% e 255 corresponde a 100% (como se pode ver na figura 25). No
pseudo-código, o valor transmitido aos motores é de 150, ou seja, o sinal está ligado
aproximadamente 60% do tempo e transmite a cada motor em funcionamento uma
velocidade que é 60% da velocidade máxima.
Figura 25 - PWM no Arduino
Portanto em cada ciclo, o Arduino verifica qual é a posição do robot em relação à
linha e aplica a correcção necessária de forma que o robot esteja sempre alinhado
com a linha preta ou pelo menos, esteja sempre a tentar alinhar-se com a linha. Por
vezes, a correcção dura tempo “a mais”, quer por má leitura do sensor quer por acção
dos motores, e o robot acaba por continuar desalinhado mas pelo lado oposto.
Novas abordagens
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Relatório Final projectoAREA
Esta questão da “sobre correcção” é um dos aspectos negativos deste tipo de
códigos que funcionam com três ramos. Na teoria, em quantos mais ramos estiver
dividido o algoritmo do seguimento de linhas, isto é, quantos mais tipos de viragem o
robot tiver, mais preciso será o seguimento de linhas. E é aqui que entra o controlo
PID.
O controlo Proporcional Integral Derivativo ou simplesmente PID utiliza, como o
nome indica, a matemática de proporcionalidade, integrais e derivadas para uma maior
eficácia no controlo dos motores [36] .A correcção do movimento é directamente
proporcional à variável “erro”, ou seja, quanto mais desviado o robot estiver do
percurso desejado, maior será a velocidade de rotação definida pelo Arduino,
corrigindo a trajectória mais rapidamente. Do mesmo modo, se o desvio em relação ao
centro for pequeno, a tensão aplicada nos motores é menor, evitando a sobre viragem
do robot, o que aumenta a eficácia do seguimento da linha, e previne erros, tais como o
robot inverter o sentido do movimento ou sair completamente da linha.
Além desta componente de proporcionalidade, o controlo PID ainda inclui
componente integral que funciona como uma memória. Em cada loop, o robot adiciona
o erro obtido anteriormente para a nova correcção. Desta forma, a correcção é maior
se o robot já estiver desviado há mais tempo. Finalmente, há uma componente
derivativa que calcula o erro futuro segundo uma linha de tendência e desta forma,
previne-o ainda antes de ele acontecer.
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Figura 27 - Movimento com PIDFigura 26 - Movimento sem PID
Relatório Final projectoAREA
As duas figuras da página anterior mostram a trajectória percorrida por um robot
que utilize um controlo sem PID ou um controlo com PID, o que ilustra a melhoria
significativa que este tipo de controlo pode trazer ao movimento de um robot.
O controlo PID permite que o robot se mova com velocidades verdadeiramente
elevadas. Com os motores apropriados e se não houver muito atrito entre as rodas e o
circuito, um seguidor de linhas pode correr num circuito mais de 6 metros de
comprimento, mesmo com curvas apertadas, em menos de 10 segundos [38]. Por outro
lado, um controlo PID é bem mais difícil de implementar e afinar para os parâmetros
correctos. Assim sendo, em projectos iniciantes em robótica, o controlo PID é um
objectivo já de grau intermédio/avançado e não para principiantes.
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Relatório Final projectoAREA
2.5. Funcionamento do Robot
O propósito do robot é participar em demonstrações, em que ele cumpre a tarefa
de seguir uma linha preta ao longo de um circuito fechado. O funcionamento do robot é
relativamente simples e divide-se em 3 passos:
Em primeiro lugar, é preciso verificar todos os contactos dos componentes para
confirmar se está tudo ligado. Ocasionalmente, com a utilização do robot, certos fios
tendem a soltar-se e deixam de fazer contacto eléctrico. Depois de fazer esta
verificação, liga-se o robot.
Surge então uma luz verde no Arduino (sinal de estar ligado) e outra luz amarela
que significa que o robot está a ser calibrado. A calibração do robot é um processo
fundamental no seu funcionamento: de cada vez que o robot é ligado, os sensores de
luz não têm qualquer informação em relação aos valores de reflectividade a que
correspondem o branco e o preto. Por esse motivo, é preciso “ensinar” ao robot como
distinguir ambas as cores, ou seja, calibrá-lo. Durante esta fase (que dura cerca de 5
segundos), basta fazer passar o sensor sobre a linha preta várias vezes e o sensor
grava o maior valor lido como branco e o menor valor lido como o preto. Desta forma,
quando estiver de facto a seguir a linha, os sensores comparam as suas leituras a
estes valores de referência. No final, a luz amarela desliga-se e o robot está pronto a
funcionar.
Basta então colocar o robot num ponto do circuito para que, imediatamente, ele
comece a seguir a linha (enquanto tiver bateria).
O circuito que o robot vai seguir tem as
seguintes características: é feito em cartolina
branca; a linha preta é marcada com fita preta ou
um marcador mas com uma largura inferior a 2 cm
(o espaçamento entre os sensores na placa de
sensores). [39] Poderá ter rectas e curvas de
diferentes raios. Quanto maior for o raio da curva,
maior facilidade terá o robot de a fazer, mas ele será
capaz de fazer qualquer tipo de curva.
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Figura 28 - Circuito paraum segue-linhas
Relatório Final projectoAREA
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Relatório Final projectoAREA
III. Metodologia
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Relatório Final projectoAREA
3.1. Síntese do Projecto
Numa fase em que cada vez mais as pessoas são substituídas por robots, capazes
de fazer as mesmas tarefas, mais eficientemente e com menos custos, e em que
grande parte da sociedade desconhece o constante desenvolvimento da robótica,
entendemos ser interessante e produtivo, desenvolver um projecto onde pudéssemos
descobrir e aprofundar os nossos conhecimentos nessa área.
Por outro lado, como objectivo principal, inicialmente tencionávamos construir um
robot que seria apresentado na Semana da Ciência como um dos produtos finais e na
qual as pessoas teriam a oportunidade de interagir com o robot.
Escolhido o tema, seguiu-se a escolha do nome do grupo, e, após algum tempo,
depois de várias sugestões e tentativas, acabou por ser eleito por unanimidade o nome
“projectoAREA”.
Em seguida, o grupo tratou de escolher um logótipo para representar o projecto.
Surgiram várias imagens e símbolos para serem utilizados como logótipo, mas um
elemento do grupo acabou por ficar encarregue de criar um logótipo de raiz, que
posteriormente foi utilizado como símbolo do nosso projecto. Este mesmo logótipo
sofreu alterações durante o nosso percurso neste projecto.
Como não possuíamos os conhecimentos necessários de robótica, sentimos a
necessidade de, numa fase inicial, realizar um conjunto de pesquisas sobre esta
temática.
A angariação de fundos possibilitou-nos a compra do material necessário para a
construção do robot. Entre as empresas que contactamos, a Amadeus Instrumentos
Musicais, a Eugénia Lopes&Filhos, a Electrolaser, o VivaCafé e a Junta de Freguesia
de S. Romão do Neiva, mostraram-se disponíveis para contribuir para o financiamento
do nosso projecto, tendo em conta o nosso orçamento.
Tal como tínhamos planeado inicialmente, no dia 10 de Fevereiro realizou-se a tão
esperada palestra com o Professor Fernando Ribeiro, docente na Universidade do
Minho, que com uma apresentação didáctica e apelativa, introduziu o tema da robótica
à comunidade escolar.
Ao longo deste ano lectivo, o projectoAREA procedeu à construção de um robot, de
carácter simples mas capaz de mostrar aos mais interessados um pouco daquilo que é
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Relatório Final projectoAREA
possível produzir nesta área. Era portanto um dos nossos objectivos apresentá-lo à
comunidade escolar para podermos transmitir os conhecimentos adquiridos, depois de
pesquisas e trocas de ideias desde o início deste ano lectivo. Na Semana da Ciência,
tivemos a oportunidade para concretizar esse objectivo.
Divulgamos o tema utilizando também o Facebook, um óptimo meio de propaganda
devido ao facto de ser constituído por um elevado número de utilizadores espalhados
por todo o mundo, e um Blog (http://projecto-area.blogspot.com/) no qual podem ser
vistos alguns artigos sobre o tema, como notícias, curiosidades e outros tópicos de
interesse relacionados com a Robótica. Este último passou a ser actualizado mais
frequentemente e nele também acrescentamos votações mensais com o objectivo de
tornar o blog mais interactivo.
Durante a Semana da Ciência, que decorreu nos dias 6, 7 e 8 de Abril, o grupo
projectoAREA apresentou aos alunos do agrupamento, professores e pais o projecto
que vinha sendo desenvolvido até à data. Fazia parte da apresentação um pequeno
slideshow em Powerpoint sobre alguns conhecimentos base de robótica e de seguida a
demonstração do funcionamento do robot, que seria realizada em um de dois circuitos,
entre os quais os visitantes poderiam escolher. Por fim, pedimos a contribuição de um
voto a cada elemento do público num inquérito informático para a escolha do nome do
nosso robot, dentro de várias opções. O nome mais votado foi ZéBOT, que por esse
motivo foi o escolhido.
Na recta final do projecto, com todos os objectivos propostos no início do ano
praticamente realizados, dedicámo-nos à elaboração deste relatório e à preparação da
Apresentação Final, dirigida às turmas do 12º ano, na qual expusemos todo o nosso
percurso neste projecto, bem como os obstáculos com que nos deparámos.
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Relatório Final projectoAREA
3.2. População e Amostra
A apresentação do projecto destinou-se a todos os alunos do agrupamento de
Escolas de Monte da Ola, em especial às turmas do 12º ano, mas também aos
restantes membros da comunidade escolar, aos pais e familiares dos alunos. Também
divulgamos o projecto a todos os internautas que acederam ao nosso blog.
A palestra promovida pelo grupo destinou-se às duas turmas do 12º ano (ou seja, a
31 alunos). A opção pelo número restrito de alunos ficou-se a dever a dois motivos: o
formato da palestra era o da demonstração de robots num ambiente informal, o que é
difícil de fazer no polivalente de forma que todos os alunos possam ver os robots
exibidos; e a palestra teve o objectivo de despertar algum interesse pela robótica nos
alunos do 12º, que se preparam para seguir para o Ensino Superior. A Semana da
Ciência foi uma actividade na qual todos os alunos, desde o pré-escolar ao Secundário,
bem como professores e funcionários do Agrupamento Vertical de Escolas do Monte da
Ola, participaram. Este ano pela primeira vez também houve uma noite dedicada aos
pais e familiares dos alunos. Durante essa semana apresentamos o robot a todas as
pessoas referidas. Pela semana da ciência passaram mais de 800 pessoas
Com a criação do blog pretendíamos que todos os interessados de robótica
pudessem ver e estar a par do trabalho desenvolvido ao longo do ano. O blog
contabilizou, até ao dia 12/06/2011, 4607 visitantes.
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Relatório Final projectoAREA
3.3. Técnicas de Investigação
Actualmente, a robótica não tem muita expressão na literatura científica, a não ser
na do Ensino Superior, por isso, os conhecimentos sobre robótica são transmitidos
principalmente entre os amantes de robótica.
Por esse motivo, a nossa principal técnica de investigação ao longo deste projecto
foi, sem dúvida, a pesquisa na Internet, que é um meio de comunicação extremamente
abrangente e acessível nos dias de hoje (como se pode verificar nas referências
bibliográficas deste relatório). Através dessa pesquisa, recolhemos a informação
necessária em sites de informação que com o decorrer do projecto se foram mostrando
imprescindíveis.
Trata-se de um excelente exemplo o fórum da maior comunidade portuguesa de
robótica, o site LusoRobótica (acessível em http://www.lusorobotica.com), no qual nos
registamos inicialmente e por consequência, pudemos contactar com indivíduos
experientes interessados por robótica, observar os seus projectos e também colocar
dúvidas, que foram sempre prontamente respondidas O grupo abriu um tópico onde foi
descrevendo os passos da construção do robot e os obstáculos que se colocavam e
encontrou material na forma de vídeos, tutoriais, imagens, códigos e experiências que
se revelaram uma excelente fonte de informação primária.
A realização de uma palestra com o tema “Robótica Móvel” permitiu, de certa
forma, um contacto privilegiado dos alunos com o tema e, apesar de não estar
relacionado directamente com a construção do robot, foi uma importante fonte de
conhecimentos.
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Relatório Final projectoAREA
3.4. Descrição do Projecto
1. Definição do grupo, escolha do tema, nome e logótipo
Foi durante as primeiras aulas de Área de Projecto que começou a nascer a ideia
de abordar a robótica num projecto com uma forte vertente prática. O grupo reuniu
alunos com interesses convergentes na área científica e tecnológica e com uma boa
relação entre si, pelo que todo este processo foi bastante natural (a motivação para o
tema da robótica encontra-se melhor exposta no ponto 1.1. Contextualização do
Projecto).
O grupo responsável por este projecto intitulou-se “projectoarea” (estilizado
projectoAREA) e é constituído por cinco elementos. O sexto elemento, José Neves,
esteve connosco no projecto durante o 1º período, até a altura em que partiu para
outros desafios. A escolha do nome do grupo surgiu da vontade de conseguir exprimir
em poucos caracteres as ideias-chave do projecto: a robótica experimentada pelos
alunos e aplicada num protótipo real - o robot.
Sendo assim, a solução mais indicada tornou-se construir um acrónimo que
contivesse palavras como “robótica” ou “aplicação”. Depois de um “brainstorming”,
chegou-se ao resultado final: projectoAREA (em que o acrónimo “AREA” significa:
“Automação e Robótica Experimental Aplicada”). As quatro palavras simbolizam bem
aquilo que o projecto ambiciona, ao mesmo tempo que o nome forma um trocadilho
com o próprio nome da disciplina
O projecto criou um logótipo que representa o projectoAREA (e que aparece na
capa e no cabeçalho de todas as páginas deste relatório). Essa ideia surgiu no início do
ano, para criar uma identidade mais forte tanto no próprio grupo como fora deste, na
comunidade escolar. O logótipo foi remodelado no final do 2º período (a primeira
versão encontra-se nos anexos).
2. Angariação de Patrocínios
O grupo sentiu a necessidade de angariar patrocínios, porque a robótica ainda é
uma área que comporta alguns custos relativamente elevados na aquisição dos
componentes e o grupo não tinha meios para suportar todos os custos que este
projecto obrigou. Numa primeira fase, começámos por seleccionar algumas empresas
de marcas conhecidas da zona. Foram cerca de 30 cartas que foram entregues às
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Relatório Final projectoAREA
respectivas empresas. As cartas continham um pequeno resumo do nosso projecto, os
objectivos que pretendíamos atingir, assim como, o nosso contacto para alguma
eventual resposta.
Certamente por falta de confiança e de experiência neste domínio, recebemos
apenas uma resposta às cartas, e que para mais foi negativa. Porém, quando visitámos
a Loja de Música Amadeus, contámos com a boa vontade
do Sr. Amadeu Palhares, que nos cedeu uma guitarra,
para que através da venda da mesma pudéssemos
adquirir dinheiro para o projecto. Tentámos vendê-la na
escola na Feira do Livro em Dezembro por 50 €, mas não
foi possível. Numa segunda tentativa, o grupo participou
no “Leilão do Menino Jesus” que se realiza todos os anos
na freguesia de Neiva, no dia 1 de Janeiro. Após uma
breve apresentação do projecto à plateia conseguimos
leiloar a Guitarra por 55 € tendo começado com base de
licitação de 10 €. No fim do leilão o grupo ainda recebeu 5
€ de um habitante da freguesia. Em Janeiro de 2011, o grupo tinha angariado 60 €.
Durante o mês de Janeiro o grupo conseguiu mais 20 € para o projecto, doados
pelo Sr. André Vieira, proprietário do “Viva Café” em Alvarães. Em relação ao nosso
orçamento possuir 80 € já nos permitiu adquirir algum material, mas ainda não cobria a
despesa total.
Devido a este facto, o grupo teve de repensar qual seria o melhor caminho para
obter o financiamento necessário.
Numa segunda fase, decidimos informar-nos com pessoas experientes neste
processo de angariação de patrocínios. Indicaram-nos então as empresas que
normalmente ajudam este tipo de projectos. Assim sendo preparámos mais sete cartas.
Numa terceira fase, o grupo esteve a contactar as empresas uma vez que nos
pediam que comunicássemos directamente com os responsáveis a fim de obter uma
resposta decisiva. Devido à indisponibilidade de alguns gerentes, não foi possível
contactá-los directamente, mesmo tentando mais que uma vez. Decidimos então
apenas focar-nos nas empresas que mostraram interesse em apoiar-nos. Assim sendo,
através de algum diálogo e ultrapassada toda a burocracia necessária, foi possível que
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Figura 29 - Venda da guitarrana biblioteca
Relatório Final projectoAREA
a empresa “Eugénia Lopes & Filhos” nos doasse 70,50 € e a Junta de Freguesia de
São Romão do Neiva mais 75€. Todos estes apoios permitiram-nos recolher cerca de
225 € para a concretização do projecto.
3. Contacto com as Universidades
No mês de Novembro, os membros do grupo contactaram por correio electrónico
com os Grupos de Robótica da Universidade do Minho e do Porto, dos quais apenas o
primeiro respondeu prontamente. Depois de uma troca de vários e-mails, ficou
agendada uma palestra no dia 10 de Fevereiro.
4. Investigação dos procedimentos de construção do robot
Depois de termos estabelecido como objectivo principal a construção do protótipo
de um robot, iniciou-se no mês de Outubro a pesquisa sobre o que seria o robot
projectoAREA e como seria construído.
As aspirações iniciais do grupo foram de construir um robot que se desviasse de
obstáculos e que estivesse equipado com rodas omnidireccionais (que se deslocam em
todas as direcções). Porém, os primeiros dias de pesquisa revelaram que esta opção
era inviável: não só o custo do material (rodas Mecanum [40]) era muito elevado como
a mecânica e programação necessárias eram muito complexas. Demovido dessa ideia,
o grupo resolveu optar por desenvolver um robot que fosse simples, em termos
robóticos, mas cuja elaboração já representava um esforço considerável para alunos
do 12º ano, sem qualquer tipo de conhecimentos na área. Depois mediante o sucesso
dos primeiros objectivos traçados para o robot, este poderia ser desenvolvido ainda
mais.
O tipo de robot escolhido então foi o segue-linhas. A partir do esboço inicial,
começaram-se a investigar a fundo quais seriam os componentes do robot e de que
forma se interligariam para formar um robot operacional. Partindo do geral para o
particular, a primeira conclusão a que se chegou foi de que um robot era constituído
por 3 partes principais: sensores, microcontrolador e motores. Mas rapidamente nos
apercebemos que também existiria toda uma componente de mecânica, de electrónica
e de programação que deviam ser consideradas. Os resultados desta investigação
encontram-se detalhadamente explicados no capítulo II. Fundamentação Teórica deste
relatório.
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Relatório Final projectoAREA
5. Aquisição do Material
Depois de reunida a informação que dizia respeito à planificação do robot, o grupo
investigou onde poderia adquirir os componentes electrónicos necessários. Dada a
pouca sensibilização do público, foi muito difícil encontrar pontos de venda dos
componentes necessários na zona de Viana de Castelo. Como tal, o grupo recorreu a
lojas online, onde a oferta é mais diversificada. Mais concretamente o grupo efectuou a
aquisição de 8 artigos na Loja LusoRobótica (acessível em http://loja.lusorobotica.com)
por 56,09 € e de 2 artigos na Pololu Robotics and Electronics (acessível em
http://www.pololu.com) por 23,19 US$, sendo esta última uma loja americana, à qual
recorremos porque o stock dos componentes em questão encontrava-se esgotado em
Portugal. As encomendas foram efectuadas no dia 10 de Dezembro. O nome dos
artigos adquiridos e as informações relativas ao preço de cada um encontram-se
discriminados nos anexos 3 e 4, sendo que o orçamento está indicado no anexo 6.
Além da encomenda de componentes acima mencionada, o grupo comprou
componentes electrónicos (pilhas recarregáveis, condensadores, etc.) na loja
Electrolaser em Viana do Castelo, para além de uma placa de acrílico na Drogaria do
Mercado em Viana do Castelo. Estas aquisições foram feitas no mês de Janeiro,
quando o robot começou a ser construído. Alguns componentes como, por exemplo, os
motores e as rodas vinham num kit do tipo “Faça você mesmo”, e foram montados
pelos alunos (em particular, os motores foram montados com o gear ratio 38:1 mas
depois a configuração foi alterada para o gear ratio 115:1)
6. Criação, actualização e manutenção do blog e outras plataformas de
comunicação
Logo no início do corrente ano lectivo, criamos um endereço de correio electrónico
([email protected]), para que assim pudéssemos ser reconhecidos como
grupo para qualquer contacto extra e, com ele, criamos um blog.
Com o nosso endereço electrónico também abrimos uma conta no Facebook
(http://www.facebook.com/projectoarea). Além de colocar várias fotos relacionadas com
o projecto, fizemos várias referências a novos posts no blog para que assim os
utilizadores estivessem mais próximos do progresso do nosso projecto e nos pudessem
acompanhar.
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Relatório Final projectoAREA
Esta forma de divulgação mostrou-se uma boa oportunidade para dar a conhecer o
nosso projecto.
A criação de um blog foi escolhida pelo grupo como meio de divulgação do nosso
projecto. A professora deu a indicação de que teria de ser actualizado quinzenalmente,
pelo menos. No primeiro período, o projecto não foi muito activo no blog, o que foi
referido pela professora como importante. Por conseguinte, no início do 2º período,
remodelámo-lo completamente, com um novo aspecto e estrutura, passando a existir
os separadores “O nosso projecto”, “Notícias”, “Curiosidades”, “Sobre nós”, assim como
as votações mensais. Desenvolvemos novos conteúdos com os quais actualizámos o
blog mais frequentemente.
Figura 30 - Página inicial do blog projectoAREA
No separador "O nosso projecto", publicámos as novidades na construção do
nosso robot, com o guia detalhado de tudo o que fizemos em imagens e vídeos. O
primeiro post deste separador é designado por “Dia 0 - Como começar?” que é dirigido
a pessoas que têm em ideia fazer um projecto semelhante ao nosso. Este faz
referência a questões que inicialmente se devem ter em conta ao partir para a
construção de um robot. No post seguinte, “Dia 1 - Primeiros passos”, fizemos
referência aos componentes necessários para a construção do nosso robot, os locais
onde as adquirir e o seu funcionamento.
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Relatório Final projectoAREA
Os vídeos foram publicados por nós no Youtube e foram feitas ligações dos
mesmos ao blog e ao Facebook.
O separador "Notícias" foi dedicado a robots e à área da robótica. Como o nome
indica, redigimos notícias com referência a robots em específico, que do nosso ponto
de vista apresentam características pouco vulgares e ao mesmo tempo fascinantes,
que acabam por ajudar o ser humano quer em investigações quer no seu trabalho. Por
fim, o separador "Curiosidades" contém alguns dos factos mais interessantes sobre o
mundo da robótica.
Foram também publicadas votações mensalmente, desde o mês de Janeiro,
havendo, portanto um total de cinco votações publicadas; estas votações foram
questões relacionadas com a recepção do blog e com o mundo da robótica. Os
resultados encontram-se no ponto IV. Apresentação e Análise dos Produtos.
7. Construção do Robot
A construção do robot iniciou-se no mês de Janeiro quando, depois de ter adquirido
os primeiros componentes, estabelecemos o circuito dos motores controlados pelo
Arduino, de acordo com as informações obtidas na investigação. Este circuito era
alimentado por pilhas alcalinas (ainda não tinham sido compradas as pilhas
recarregáveis) e foi programado com um código que basicamente fazia os motores
rodarem à sua velocidade máxima em sentidos diferentes de acordo com uma rotina
pré-programada. Ainda não estavam montados nem os sensores, nem a estrutura do
robot, nem as rodas, mas este ensaio serviu apenas para confirmar que os motores, a
ponte H, o Arduino e os componentes electrónicos estavam a funcionar correctamente.
Quando foi adquirida a placa de acrílico, no mês de Fevereiro, procedeu-se então à
construção do suporte estrutural. A placa foi cortada para corresponder à planificação
feita (ver 2.4.1 Mecânica) e furada em 2 pontos para prender os motores e em outros 2
para a passagem de fios do lado inferior para o lado superior da placa. Foi aplicado o
velcro e foram adquiridas as pilhas recarregáveis. Para finalizar a construção do
chassis, foi montado o terceiro apoio do robot, o suporte da roda livre em madeira
(nivelando a plataforma horizontal). Neste passo, o grupo contou com o auxílio
fundamental do Sr. Augusto (tio de um dos membros do grupo)
Com o chassis pronto, montaram-se os componentes adquiridos e repetiu-se o
mesmo teste dos motores realizado anteriormente, mas desta vez com as rodas
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Relatório Final projectoAREA
montadas na estrutura de suporte. O robot moveu-se de acordo com o movimento pré-
programado (como se fosse um carrinho telecomandado). Outro aspecto importante
deste segundo teste, foi a capacidade de fazer os motores rodarem a velocidades
variáveis, devido a avanços no código (ver mais sobre “PWM” no ponto 2.4.3. Lógica)
Para testar o funcionamento dos sensores, o grupo esboçou uma experiência em
que se fez passar um marcador preto sobre a placa de sensores, que estava ligada ao
computador fornecendo os valores lidos através do programa do Arduino. Consoante o
marcador (uma tira de papel) passava de um lado para outro na placa, os valores lidos
eram concordantes com a posição do marcador. Isto permitiu concluir que os sensores
estavam operacionais e prontos para montar.
Procedeu-se então à montagem da placa de sensores. Por conveniência, partiu-se
o módulo de 8 sensores em duas partes (ambas funcionais) de 2 e 6 sensores, isto
para utilizar apenas o módulo de 6 sensores, por ser mais pequeno e prático para
controlar. Os fios que ligam os sensores ao Arduino (e que transmitem a informação
dos sensores) precisaram de ser soldados à própria placa, o que foi executado pelos
alunos. Para que a distância entre os sensores e o chão fosse de 3 mm, montou-se um
suporte de madeira a segurar o sensor à plataforma principal. Mais uma vez, o grupo
contou com o auxílio do Sr. Augusto nesta tarefa.
Com todos os componentes devidamente montados no robot, chegou a altura de
escrever o código final do seu funcionamento, no início do mês de Março (esse código
pode ser visto na íntegra nos anexos e é explicado no ponto 2.4.3. Lógica). Foram
então feitos vários testes num circuito provisório (feito em cartolina) até se ter
encontrado o código ideal, o que conclui a construção do robot.
O principal problema com que o grupo se deparou foi com as forças de atrito no
sistema motor + engrenagens + rodas que provocou consistentemente um stall
(travagem dos motores) quando o robot funcionava com voltagens inferiores a um certo
valor. Este foi um dos maiores impedimentos para o desenvolvimento de um código
PID no robot, já que eram necessárias voltagens variáveis às quais o robot não
respondia (não se movia). O grupo contornou este problema trabalhando sempre com
uma voltagem superior para os motores (60% de 5 V, ou seja, 3 V), mas quando as
pilhas começavam a descarregar, o efeito fazia-se sentir mais cedo do que seria
normal sem tanto atrito.
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Relatório Final projectoAREA
Como possível solução definitiva, o grupo equacionou a compra de um novo par de
rodas, sem ser “todo o terreno” como o original, por serem mais adequadas ao
movimento numa superfície plana. Esta aquisição não se veio a realizar por falta de
tempo e pelo facto de o robot cumprir satisfatoriamente a componente de locomoção,
mesmo com aquele problema.
8. Realização da Palestra
Logo no início do corrente ano lectivo o grupo tinha previsto a realização de uma
palestra que abordasse o tema Robótica e que tivesse lugar no 2.º Período. Esse
objectivo foi alcançado no dia 10 de Fevereiro, com a vinda do professor Fernando
Ribeiro, professor na Universidade do Minho, à nossa escola a fim de realizar uma
palestra sobre o tema "Robótica Móvel" para as duas turmas do 12º ano.
A realização da palestra foi combinada através do contacto via email do professor
Fernando Ribeiro. Desde o inicio que o professor mostrou interesse em visitar a nossa
escola, assim como, interesse pelo nosso projecto.
Para a realização da palestra o professor Ribeiro
pediu-nos para não nos preocuparmos com o modo como
a palestra ia ser dada, mas garantiu-nos que ia ser algo de
diferente e apelativo (o que nunca esteve em dúvida para
nós). A apresentação do professor começou com alguns
conceitos básicos acerca de robótica assim como muitos
vídeos de robots em competições internacionais bem
como os próprios robots desenvolvidos na Universidade do
Minho.
Como forma de tornar a palestra ainda mais interactiva, o professor fez-se
acompanhar de 3 robots para fazer uma demonstração na segunda fase da palestra:
um robot da Lego, outro robot dançarino e o cão robot mais famoso do mundo, o AIBO.
No final da palestra, o grupo agradeceu ao professor pela actividade proporcionada
e ofereceu duas pequenas lembranças de Viana: uma peça de Louça Regional e uma
caixa de Chocolates A Vianense.
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Figura 31 - O AIBO
Relatório Final projectoAREA
9. Semana da Ciência
Durante a Semana da Ciência, dias 6, 7 e 8 de Abril o grupo projectoAREA
apresentou aos alunos do agrupamento, professores e pais o projecto que tinha vindo a
desenvolver na área de robótica.
A apresentação baseou-se em expor os conhecimentos adquiridos durante a
recolha de informações mas, sobretudo, expor o protótipo do robot que o grupo
construiu.
A actividade foi iniciada com uma pequena e rápida apresentação em PowerPoint
sobre a robótica em geral e sobre o funcionamento e “anatomia” do nosso robot de
modo a esclarecer dúvidas dos ouvintes sobre o tema e o protótipo. Em seguida, foi
demonstrado o funcionamento do robot.
O grupo utilizou diferentes métodos na abordagem às diferentes faixas etárias dos
alunos. Posto isto, o grupo decidiu dividir os alunos em três categorias: jardim de
infância, alunos do 5º ao 9º ano e por fim os do secundário. Para as crianças do jardim
de infância, o grupo fez apenas a demonstração do robot no circuito já preparado
acompanhada por uma explicação simples e apenas para despertar algum espírito de
curiosidade nas crianças. Nos 2º e 3º ciclos, foi feita uma apresentação em Powerpoint
seguida pela demonstração do funcionamento do robot, num circuito criado por nós ou
num circuito criado pelos alunos. No secundário, o grupo procedeu também à
apresentação e à demonstração do robot, mas utilizando uma linguagem mais formal e
aprofundada, visto que os alunos deste ciclo de estudos possuem mais bases de
conhecimento e melhor capacidade de raciocínio e compreensão.
Para a demonstração do robot, o grupo deu a oportunidade de escolha aos alunos,
entre um circuito de linha preta já preparado
ou então a construção de um circuito ao
agrado dos alunos na qual o robot iria
participar. O circuito construído pelos alunos
baseou-se num “puzzle”, no qual peças
brancas com linhas pretas foram postas
livremente sobre uma mesa de forma a criar
um circuito onde o robot seguiria a linha.
Para isto, o grupo cortou duas cartolinas
brancas em quadrados com 21 centímetros
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Figura 32 - Demonstração do robot
Relatório Final projectoAREA
de lado. Dos 19 quadrados recortados, 11 foram destinados a curvas e 8 foram
destinados a rectas. Deste modo, era possível que qualquer pessoa pudesse criar um
circuito num curto espaço de tempo, o que veio dar uma maior interactividade à
apresentação.
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Relatório Final projectoAREA
O grupo mencionou também o custo de algumas peças do robot que foram
necessárias para a construção deste e o facto de que sem a ajuda de patrocínios a
obtenção dessas peças seria mais difícil.
No espaço da apresentação foram colocados cartazes com curiosidades sobre
robótica, os patrocínios que o grupo obteve, o link do blog do grupo: (http://projecto -
area.blogspot.com ) , assim como fotografias da palestra sobre robótica que o Prof.
António Ribeiro veio fazer à nossa escola, direccionada para as turmas do 12º ano.
10.Elaboração do Relatório Final
No início do 3º período, já com os restantes objectivos cumpridos, o grupo dedicou-
se essencialmente (mas não só) à elaboração deste presente relatório. Para isto, foram
recolhidas e organizadas todas as informações relativas ao projecto, para transmitir, da
forma mais realista possível, aquilo em que é que verdadeiramente consistiu o
projectoAREA.
11.Apresentação Final
Como consta da planificação da disciplina, o grupo realizou uma apresentação do
seu projecto às turmas do 12º ano da Escola de Monte da Ola, na qual expôs
sumariamente o percurso que conduziu o projecto até à sua fase final. Ao fazer
referência às experiências adquiridas ao longo de todo o trabalho, bem como aos
obstáculos ultrapassados, o grupo esperou ter conseguido cativar e inspirar os
restantes alunos para a execução dos seus próprios projectos na escola mas também
na sua vida.
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Figura 34 - O circuito pré-feito Figura 33 - Peças do circuito "puzzle"
Relatório Final projectoAREA
3.5. Calendarização
Figura 35 - Cronograma da calendarização do projecto
O cronograma acima representa de uma forma esquemática a calendarização
definida e aplicada pelo grupo ao longo de todo o ano lectivo.
Em cada período, destaca-se uma tarefa sublinhada que foi tida como a principal
nesse período.
Podem-se indicar alguns acontecimentos importantes, com as respectivas datas:
Entrega do pré-projecto escrito e apresentação : 4 de Novembro;
Realização da palestra : 10 de Fevereiro;
Realização da Semana da Ciência: 6, 7 e 8 de Abril;
Entrega do Relatório Final : 7 de Junho;
Apresentação Final do Projecto : 7 de Junho.
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Relatório Final projectoAREA
IV. Apresentação e Análise
dos Produtos
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Relatório Final projectoAREA
4.1. Robot projectoAREA - ZéBOT
O robot que o grupo construiu ficou conhecido por ZéBOT. O ZéBOT é um
pequeno robot móvel, cujas dimensões são aproximadamente 15 x 20 cm e que pesa
614g.
Figura 36 - O ZéBOT
Com duas rodas motorizadas à frente e uma livre atrás, o robot consegue efectuar
um movimento autónomo aplicado ao seguimento de uma linha preta sobre um fundo
branco. Para isto, o robot baseia-se na leitura de uma placa de sensores, colocada à
frente, entre as rodas e rente ao chão. Toda a parte electrónica do robot está montada
em cima de uma placa de acrílico (à excepção das pilhas que estão em baixo, presas
com velcro). Os motores estão acoplados à parte de baixo do suporte de acrílico. A
autonomia do robot é de cerca de 9 horas.
O ZéBOT teve como objectivo a sua participação em demonstrações sobre robótica
e não em qualquer tipo de competição. Nestas demonstrações, como é o caso da
Semana da Ciência, o ZéBOT cumpriu a tarefa planeada e cativou a assistência,
mesmo quando não funcionou bem à primeira tentativa. No geral, o desempenho do
robot foi bastante satisfatório. À parte de “maus contactos” muito ocasionais, o robot
não teve problemas ao ligar-se. Seguiu a linha preta sempre com facilidade, apesar de
algumas vezes entrar em oscilação e em ainda menos vezes, perder o controlo e
inverter a marcha. Esta inversão ficou a dever-se na maioria das situações a factores
externos (como abalos na mesa).
Tal como pretendido, o ZéBOT é um exemplo de que a robótica não é um assunto
impossível de ser abordado e que com dedicação, trabalho e empenho, um grupo de
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Relatório Final projectoAREA
alunos do 12º sem qualquer tipo de bases na área, tirando os conhecimentos que
aprendeu ao longo do seu percurso académico, consegue construir um robot simples,
mas funcional.
Mas nem tudo correu na perfeição. Ao longo da construção do robot e devido à
inexperiência dos membros do grupo, ocorreram alguns acidentes como a fusão do
plástico em dois suportes de pilhas. Também foram cometidos alguns deslizes na
planificação que depois vieram a ser reformulados (sempre antes da construção
propriamente dita), mas que provocaram alguns atrasos ou custos desnecessários
(como é o caso da aquisição de um regulador que acabou por não ser usado devido à
utilização de duas fontes de alimentação em separado). Estes erros foram alvo de
reflexão, mesmo apesar de não terem sido “catastróficos” para o projecto.
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Relatório Final projectoAREA
4.2. Blog
O blog do grupo contém vários artigos redigidos por todos os membros do grupo,
sendo que alguns desses artigos enquadram-se nas seguintes categorias: “O nosso
projecto”, “Notícias”, “Curiosidades” e “Sobre nós”. Também foi mantida uma votação
em cada mês.
No total, foram publicadas no blog do grupo “Projecto AREA” um total de 20
entradas, mais 5 votações mensais, o que dá uma média de uma entrada a cada 10
dias durante o tempo de aulas (entre a primeira entrada a 20/10/2010 e a última a
17/05/2011).
Desde a criação até ao momento, o blog conta com um total de 4607 visitantes e
quanto às votações mensais foi verificado um total de 21 votos desde a votação de
Janeiro até à de Maio, numa média de 4 votos por votação mensal.
A partir do 2º período, o grupo notou um maior número de visitantes, isto devido ao
facto de o grupo ter melhorado o aspecto e organização do blog, tornando-o desta
forma mais interactivo, com a adição de mais tópicos e com uma divulgação de artigos
em intervalos de tempo constantes.
O grupo também participou nos blogs dos restantes grupos que estão a
desenvolver outros projectos na disciplina de Área de Projecto, fazendo comentários
nos respectivos artigos.
Em baixo, são apresentados os resultados das votações publicadas no blog pelo grupo:
Mês de Janeiro
1º O que achas do blog?
i. Agradável e simples ………………………….………….…….….1 voto
ii. Razoável……….……………………….…….…...….………….0 votosiii. Pouco apelativo……………………………….……………...…2 votosiv. Podia estar melhor………………………………………….……1 voto
Mês de Fevereiro
2º Que tipo de experiência tens com robots?
i. Considero-me um expert……………………………….…....…0 votosii. Muita…………………………………………………………..….0 votos
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Relatório Final projectoAREA
iii. Pouca.………………………...…………………………………3 votosiv. Nenhuma……………………...………………………….….….2 votos
Ano 2010/2011 58
Relatório Final projectoAREA
Mês de Março
3º Achas que os robots vão dominar o mundo?
i. Talvez…………………………………………………………….1 votoii. Não, só nos cinemas…………………………..……….……..3 votosiii. Sim, temos de lhes tirar a tomada……………………………1 voto
Mês de Abril
4º Qual é o nome dos dois primeiros robots enviados para Marte?
i. Rosie e Data…………………………………………………..0 votosii. Bender e Optimus……………..…………………………….…1 votoiii. Spirit e Opportunity………..…..………………….…..….…..3 votosiv. C-3PO E R2D2………………..….……………………….….0 votos
Mês de Maio
5º Acreditas que a nanorobótica será realidade num futuro próximo?
i. Não, impossível…………...………………………………….…0 votosii. Talvez……………………………………………………………..1 votoiii. Sim………………………………….………………………..….2 votosiv. Uh? Nano quê?....................................................................0 votos
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Relatório Final projectoAREA
4.3. Palestra
A palestra que foi proferida pelo professor Fernando Ribeiro, professor na
Universidade do Minho, realizada no dia 10 de Fevereiro superou as nossas
expectativas.
O professor captou a atenção dos alunos com uma forma muito natural e
espontânea e ao mesmo tempo através da sua simpatia conseguiu que os alunos não
tivessem receio de intervir. Todos os vídeos que o professor apresentou tinham sempre
algo de interessante e diferente. Os alunos
ficaram espantados com o facto de os robots
conseguirem executar as tarefas para os
quais estavam programados. Essas tarefas
consistiam, por exemplo, em direccionar e em
seguida rematar uma bola para locais
predestinados de uma baliza a diferentes
distâncias, a defesa de um remate e até
mesmo a concretização de um remate em
“chapéu”. Além dos robots “futebolistas”, o professor Ribeiro também apresentou
vídeos de robots mais “sérios” que trabalhavam, por exemplo, no resgate em situações
de catástrofe, na recolha de bolas de golfe nos campos e cadeiras de rodas
omnidireccionais. De um modo geral, todos os presentes acharam esta 1ª fase da
palestra muito interessante.
Na 2ª parte da palestra, o professor fez uma demonstração com 3 robots que
trouxe consigo, o que permitiu aos alunos,
assim como às professoras, terem um contacto
mais próximo com a robótica. A plateia achou
surpreendente a facilidade com que era
possível interagir com os robots. Um dos
robots, da LEGO, tinha como tarefa desviar-se
dos obstáculos. Sempre que alguma coisa era
detectada nos seus sensores, o robot estava
programado para se desviar, ou para a
esquerda ou para a direita. Um robot dançarino actuou com um número artístico. Para
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Figura 37 - Primeira parte da palestra
Figura 38 - Segunda parte da palestra
Relatório Final projectoAREA
finalizar, o AIBO, da Sony, foi o preferido dos alunos, devido à empatia que conseguiu
criar com a assistência e também pelo facto de agir realisticamente como um cão.
Após o grupo ter abordado os alunos sobre a sua opinião em relação à palestra,
estes disseram que tinha sido muito interessante e bem apresentada.
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Relatório Final projectoAREA
4.4. Semana da Ciência
Para a apresentação do ZéBOT, o grupo preparou um PowerPoint como forma de
iniciar a apresentação, transmitindo ao mesmo tempo alguns conceitos básicos acerca
da robótica. Em seguida, passou-se ao
funcionamento do ZéBOT propriamente dito.
Durante os três dias da Semana da
Ciência, o robot executou a tarefa para o
qual estava programado, na grande maioria
das vezes. Em cada demonstração, o robot
era ligado à alimentação, em seguida era
calibrado e finalmente colocado no circuito.
Raras vezes, alguns fios entraram em mau
contacto e o robot não se ligou
convenientemente, o que provocou algum atraso na apresentação e naturalmente
embaraço aos membros do grupo. Numa ocasião, as pilhas dos motores ficaram
descarregadas e o grupo de alunos que estava a assistir à apresentação não
conseguiu ver o robot em funcionamento (a situação foi normalizada de seguida). Mas
de um modo geral e tendo em conta a afluência à Semana da Ciência, na ordem das
centenas de pessoas, o desempenho do robot ao longo dos 3 dias foi muito bom.
O grupo aproveitou a Semana da Ciência para realizar uma votação para o nome
do robot. Após cada apresentação e finalizada a demonstração, era proposto aos
alunos que escolhessem um nome de uma lista de seis nomes, escolhidos por nós
depois de um pequeno brainstorm. Os nomes que o nosso grupo propôs para as
votações foram os seguintes: AreaBOT (54 votos), James (56 votos), Millennium
Falcon (43 votos), Nexus SL (60 votos), Papa-linhas (85 votos) e ZéBOT (227 votos).
Como se pode verificar, o nome ZéBOT foi o mais votado durante a Semana da
Ciência. Ao todo foram contabilizados 525 votos. Os resultados encontram-se
apresentados no gráfico da página seguinte:
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Figura 39 - O robot em funcionamentodurante a Semana da Ciência
Relatório Final projectoAREA
De um modo geral, os alunos demonstraram curiosidade pelo modo como o robot
funcionava, tendo a demonstração sido o momento preferido dos alunos, durante a
qual estes exprimiram grande satisfação em ver o robot completar o circuito seguindo a
linha preta, algumas vezes contra a própria expectativa dos alunos.
A grande maioria das pessoas que passaram pela semana da ciência acharam a
apresentação muito interessante, assim como extraordinário o facto de 5 alunos do 12º
ano terem conseguido construir um robot apenas com o auxílio da Internet e dos
conhecimentos adquiridos pelos mesmos.
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Gráfico 2 - Resultados da votação de escolha do nome do robot
Relatório Final projectoAREA
V. Conclusões e Considerações Finais
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Relatório Final projectoAREA
5.1. Reflexões em relação ao Robot
O robot conseguiu cumprir os objectivos traçados no início do ano.
Apresentando-se como um robot relativamente simples no meio da comunidade
robótica, a sua planificação, construção e demonstração constituiu uma actividade
desafiante e gratificante para os membros do grupo, que lhes permitiu aplicar
conhecimentos aprendidos ao longo dos últimos anos de escolaridade de uma forma
muito completa e até extensa em algumas matérias.
O facto de termos partido de metas relativamente baixas inicialmente e termos
subido lentamente a fasquia do projecto revelou-se uma escolha acertada porque nos
permitiu trabalhar sempre sobre alicerces sólidos e cada novo avanço foi uma pequena
vitória que nos motivou ainda mais para os passos seguintes.
Tendo a perfeita consciência dos erros referidos na secção 4.1 e do seu impacto
(ainda que minimizado) na construção do robot, o grupo soube aprender com eles e
não há dúvidas que em futuros projectos na área da robótica mas também em qualquer
engenharia, os membros do projectoAREA terão maior destreza mental e prática nos
mais variados desafios. Saber adaptar sucessivamente as estratégias empregues ao
longo do projecto em função dos imprevistos e obstáculos que se perspectivaram, foi
também outra competência que adquirimos e que se tornou em mais um aspecto
positivo para a nossa aprendizagem.
No final do projecto, acabou por ficar algum espaço de manobra para corrigir e
melhorar um pouco mais o robot, através da aquisição de novo material (como um
interruptor próprio para a breadboard) ou através do reforço da robustez do robot (ao
nível da estrutura, das ligações eléctricas ou mesmo da construção de uma cobertura
para o robot). O grupo poderia inclusive ter desenvolvido um novo código de
seguimento de linhas no robot como é o caso do controlo PID, mas sobretudo devido a
limitações de tempo, acabou por não ser implementado no robot para a Semana da
Ciência. Hipoteticamente, o suporte do robot e grande parte dos seus componentes
poderiam ainda ser aproveitados na reconversão do robot para a tarefa de desvio de
obstáculos (com um novo sensor apropriado, obviamente).
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Relatório Final projectoAREA
5.2. Reflexões em relação ao blog
Depois da chamada de atenção sobre a frequência de actualização do blog e ainda
por cima, tendo em conta quantidade de material que o grupo dispunha para partilhar,
como fruto da sua investigação, a renovação levada a cabo pelos membros do grupo
no início do 2º período superou as expectativas que tínhamos traçado.
Desenvolver um novo layout para o blog revelou-se um desafio agradável, que nos
levou a aprender mais competências sobre Internet e comunicação. A escrita de novos
conteúdos de uma forma diversificada e informal foi também mais um factor de
motivação. Todos os membros do grupo sem excepção deram o seu contributo para
tornar a robótica um tema um pouco mais presente no dia-a-dia dos alunos.
Esta renovação de conteúdos e visual aliada a uma maior divulgação no Facebook
fez com que o número de visitantes aumentasse consideravelmente para 4517 (até à
data). Como tal, concluímos que o nosso blog foi mais um produto de sucesso, em que
as nossas expectativas foram largamente ultrapassadas e adquirimos competências
práticas bastante úteis numa sociedade tecnológica.
Como aspectos menos positivos, podemos salientar o cuidado que tivemos com o
blog no primeiro período e o facto do factor tempo não nos ter permitido lá colocar
todos os artigos que planeámos no início, nomeadamente no “diário do nosso projecto”.
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Relatório Final projectoAREA
5.3. Reflexões em relação à palestra
A palestra foi para o grupo um momento alto de todo o projecto. Mas foi uma
componente que teve tanta importância desde o primeiro instante em que decidimos
realizar a palestra até ao instante em que nos despedimos do professor Ribeiro à porta
da nossa escola.
Toda a fase de preparação e organização de uma palestra foi uma situação nova
para nós, em que tivemos de contactar formalmente com professores universitários,
expor a nossa ideia e depois tratar de toda a logística necessária para que o evento se
pudesse concretizar. A esse nível, foi uma experiência que nos trouxe mais maturidade
e responsabilidade, apesar de ser uma vertente completamente nova para nós.
Em relação à palestra em si, o balanço que fazemos é extremamente positivo,
porque foi uma aula completamente diferente para os alunos, com um ambiente
bastante informal e descontraído, mas onde se aprenderam coisas novas,
interessantes e com grande potencial no nosso dia-a-dia. A demonstração dos robots
também contribuiu para cativar toda a audiência, pelo que achamos que toda gente
saiu da sala de aula naquele dia com uma boa imagem dos robots e da robótica em
geral.
Sem dúvida que a realização da palestra foi uma mais-valia para o nosso projecto e
que as competências que desenvolvemos na sua organização nos vão ser muito úteis
no nosso futuro académico e profissional.
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5.4. Reflexões sobre a Semana da Ciência
A Semana da Ciência foi o derradeiro teste para o nosso projecto e é com muita
satisfação que concluímos que foi um sucesso.
Sendo desde o início do ano o momento de “todas as decisões” (porque o robot
tinha de estar funcional para a sua demonstração), a Semana da Ciência foi um
objectivo para o qual trabalhámos com muito afinco, várias vezes em contra-relógio.
Conseguimos ter o ZéBOT pronto a tempo, a seguir a linha correctamente e de uma
forma convincente.
A preparação da Semana da Ciência também foi outra experiência nova porque
nunca tínhamos contactado com tantas pessoas ao mesmo tempo e a expor algum
trabalho nosso. Consideramos que o espaço que montamos em torno da nossa
apresentação foi um espaço atractivo, apesar de poder ser um pouco mais apelativo ao
nível das cores. Conseguimos desdobrar-nos de forma a apresentar o projecto a vários
grupos de alunos ao mesmo tempo e tentámos manter um fluxo elevado de alunos a
passarem pela nossa “zona”, sem perderem muito tempo, de forma a conseguirem ver
toda a exposição da Semana da Ciência. Tirando uma ou outra situação pontual,
principalmente no 1º dia, as apresentações foram relativamente céleres.
Desenvolvemos, e muito, as chamadas soft skills, ou seja, as competências
comunicacionais, de à vontade, expressividade, trabalho de equipa e relações
interpessoais. O facto de termos de adaptar o nosso discurso em função da audiência
revelou-se um exercício complexo mas interessante. Por consequência, tentar fazer
passar conhecimentos de robótica a todo o tipo de pessoas desde crianças de 3 anos
até adultos, foi uma tarefa que exigiu muita dedicação nossa. Felizmente, ficou tudo
mais fácil pelo facto de gostarmos de robótica e do que estávamos a fazer bem como
por estarmos dentro do projecto (já que fomos nós que construímos o robot!).
A impressão que nós temos enquanto grupo é que demos um contributo
importante, tal como todos os outros projectos, para que a Semana da Ciência fosse
um evento de sucesso.
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5.5. Considerações dos membros
Diogo Sousa:
Desde muito cedo, mesmo antes das aulas terem inicio, já eu pensava que projecto
é que devia desenvolver na disciplina de Área de Projecto. Foi difícil escolher um tema.
No entanto quando foi falada a possibilidade de desenvolver um projecto no ramo da
robótica, achei que seria algo de diferente e novo para mim. Novo, no sentido de poder
ter oportunidade de conhecer o que esta por trás desta ciência.
Inicialmente tive receio de que não pudéssemos concretizar aquilo a que nos
propusemos. Mas o facto de sermos responsáveis pelo projectoAREA obrigou a que os
nossos níveis de confiança fossem os melhores. Pessoalmente tive de organizar bem o
meu tempo, para ter possibilidade de conciliar o projecto, com a minha vida pessoal.
Porque apenas dois blocos de 90 minutos por semana não dariam certamente para
chegar onde chegamos.
Estou muito feliz por todos juntos termos conseguido concretizar os objectivos
iniciais. Este projecto fez-me crescer, fez-me ver que tudo é possível, porque há
sempre alguém que nos ajuda quando não vemos solução para determinados
problemas. E principalmente, ensinou-me a ser solidário com as outras pessoas,
porque eu hoje posso precisar de ajuda e amanhã alguém pode precisar da minha.
Foi um ano longo, que agora chegou ao fim. Na verdade nem o senti a passar. Foi
um orgulho fazer parte desta equipa. E estou certo que tudo aquilo que aprendi e vivi
vai ser uma mais-valia para o futuro.
Manuel Martins:
As expectativas que eu tinha para a disciplina de Área de Projecto eram bastante
elevadas, porque sabia que ia ter uma grande liberdade mas também responsabilidade
em participar num projecto desde o início até ao fim. Ter escolhido a robótica como
tema, revelou-se uma decisão acertada na medida em que pudemos aplicar na prática
muitas das coisas que tínhamos aprendido e ainda outras que pesquisámos.
O grupo foi magnífico porque só com a disponibilidade constante e o apoio mútuo
entre todos é que foi possível realizar este projecto. O tempo que dispúnhamos nas
aulas não era suficiente para concretizar todas as nossas ideias e senti em algumas
Ano 2010/2011 69
Relatório Final projectoAREA
alturas que o nosso esforço acabou por ser como um “iceberg”, em que apenas uma
parte ficou à vista de todos.
Ainda assim, o desafio foi enorme e o facto de chegarmos ao fim com os objectivos
cumpridos dá-me a maior sensação de gratificação possível. Isso, e cansaço também.
Mas todas as horas, dias e semanas em que eu e os meus colegas estivemos
“mergulhados” no mundo da robótica valeram completamente a pena. O projectoAREA
foi, sem dúvida, o trabalho mais importante em que me envolvi no 12º ano e julgo que
as competências que adquiri serão decisivas na Universidade e no mercado de
trabalho.
Marco Afonso:
A minha escolha no início do ano recaiu sobre o tema da Robótica, devido ao facto
de esta área intersectar vários temas de interesse, tanto académico como, de certo
modo, profissional, temas esses que eram opções a considerar como escolhas em
termos de futuro académico. Também se deve um pouco ao facto de este projecto
consistir um pouco em “pôr as mãos na massa”, o que também me atrai, de certo
modo, em termos de perspectivas profissionais, mas que se torna mais didáctico do
que um projecto puramente teórico.
No decorrer deste projecto, especialmente durante a fase de investigação e
posterior construção do protótipo, que durou desde o fim do 1º período até ao 2º
período, a pesquisa de componentes, métodos e outras informações acerca da robótica
foi bastante interessante. Isto deveu-se á componente prática, que está sempre
presente neste projecto, mesmo quando fazemos pesquisa, mas também á
componente teórica presente na investigação, em que apliquei conhecimentos de
outras disciplinas. Esta aplicação dos conhecimentos que fomos aprendendo ao longo
do ano lectivo, principalmente em Física e Química, tornou-se bastante divertida,
devido á evolução dos meus conhecimentos acerca de assuntos relacionados com o
projecto e que não conseguia obter na Internet, enquanto pesquisava para a disciplina
de Área de Projecto, mas que foram adquiridos durante as aulas de outras disciplinas.
Mais interessante ainda foi a construção do robot, pois apliquei conhecimentos
que adquiri ao longo do ano lectivo, e até mesmo alguns conhecimentos relativamente
antigos, que contribuíram positivamente para o desenvolvimento do projecto. A troca de
conhecimentos com outros membros do grupo acerca de várias áreas com que
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Relatório Final projectoAREA
entramos em contacto durante a realização do projecto também tornou esta
experiência algo a recordar, e um ponto de referência para escolhas futuras.
Ano 2010/2011 71
Relatório Final projectoAREA
Marlene Castro:
Visto Área de Projecto não se tratar de uma nova disciplina, posso afirmar que
este ano me surpreendeu bastante pois exigiu muito mais de nós, nomeadamente a fim
de conseguirmos superar os nossos próprios objectivos, não como apenas alunos, mas
como futuros profissionais. Passei a ver nesta disciplina uma óptima oportunidade de
estimular as minhas capacidades pois fez-me então sentir mais autónoma assim como
me permitiu que aperfeiçoasse o modo de enfrentar uma questão e os vários caminhos
a seguir na sua resolução.
Devido à diversidade da Robótica, esta seria para mim um possível tema que
gostaria de vir a desenvolver na disciplina Área de Projecto, e que, se tornaria ao
mesmo tempo, num novo desafio. Sinto agora que a minha aposta neste tema não foi,
de maneira nenhuma, em vão, pois permitiu-me ampliar os meus conhecimentos nesta
área.
Todos os elementos do grupo tiveram a sua contribuição e demonstraram dentro
e fora da sala de aula, empenho e dedicação, para um projecto que a todos
interessava. Um dos aspectos mais positivos que considero indispensável destacar é o
importante papel que o planeamento teve no desenrolar do projecto, permitindo uma
melhor organização de actividades e sua distribuição por todos os elementos do grupo.
É também importante de realçar, que a motivação de todos os elementos de grupo foi
um factor fundamental para o desenvolvimento do projecto, pois só assim se conseguiu
um ambiente propício à sua concretização. Os objectivos que, no início do ano,
definimos para o projecto foram todos atingidos, o que nos deixa extremamente
satisfeitos.
Com um projecto que se revelou bastante interessante e divertido, todo o
trabalho desenvolvido até ao momento tem-se mostrado bastante significativo e é com
uma enorme alegria e satisfação que digo ter feito parte deste grupo e deste projecto.
Sérgio Castro:
No presente ano lectivo, a disciplina de Área de Projecto ficou marcada
predominantemente pela aprendizagem de técnicas e metodologias de trabalho de uma
forma muito mais exigente. Decorridos oito meses desde o início do nosso projecto,
posso afirmar que todas as actividades em que me envolvi permitiram alargar as
minhas capacidades em geral.
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Relatório Final projectoAREA
De entre os temas à escolha no início deste ano lectivo, o tema “robótica” foi o que
mais me captou a atenção por ser um tema muito abrangente e igualmente
interessante. Daí resultou um projecto estimulante, onde pude enriquecer os meus
conhecimentos na área da Robótica e portanto tenho a certeza que a escolha do tema
foi uma decisão acertada.
Penso que a dinâmica do grupo foi muito satisfatória. As reuniões do grupo foram
regulares e, à medida que o projecto avançava, fomos aperfeiçoando a maneira como
trabalhamos juntos. Por vezes, o desenvolvimento das actividades que tínhamos
idealizado revelou-se uma tarefa difícil, uma vez que surgiram impedimentos à
realização das mesmas. Contudo, a força de vontade e esforço mostraram-se
conceitos chave que permitiram levar este projecto adiante.
Como se pode constatar, o grupo conseguiu alcançar as metas desejadas, fazendo
com que o balanço no final do projecto seja bastante positivo. Tenho um enorme
orgulho em ter feito parte deste grupo e ter participado no projectoAREA.
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5.6. Conclusão final
Após um longo e atarefado ano lectivo, damos por concluído o projecto
“projectoAREA”.
É claro que, em muitas alturas, se fosse possível podermos recuar no tempo,
muitas coisas teriam sido diferentes, mas também temos consciência de que são os
erros que permitem o progresso.
A construção do robot, que desde o início foi o principal produto final do nosso
projecto, ficou portanto concretizada, sendo o robot apresentado depois à comunidade
escolar na Semana da Ciência. Foi muito gratificante a recepção dos alunos e pais
nessa semana pois foi possível verificarmos o interesse e entusiasmo em torno da
demonstração do robot que sempre captou as atenções, mesmo ainda aquando da
apresentação de conteúdos básicos sobre robótica.
Cumpridos os objectivos acordados e traçados no início do ano lectivo, é de
notar que durante o desenvolvimento do nosso projecto obtivemos o apoio constante
da nossa professora que, sempre que necessário, nos foi orientando, bem como de
familiares que nos incentivaram e ajudaram com tarefas que à partida nos pareciam
impossíveis mas no fim revelaram-se “apenas” complicadas.
Depois de todo o caminho percorrido neste projecto ao longo do corrente ano
lectivo, achamos imperativo sublinhar que a disciplina de Área de Projecto mostrou-se
de facto, para todos nós como grupo, ser uma disciplina muito mais produtiva do que
tínhamos inicialmente em mente e, por consequência, uma preparação sólida, prática e
relevante para o nosso futuro académico e profissional.
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Relatório Final projectoAREA
Referências Bibliográficas
1. Jerz, Dennis. R.U.R. (Rossum's Universal Robots) (Dennis G. Jerz, Seton Hill
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Relatório Final projectoAREA
Anexos
Anexo 1 - Logótipos do projecto
1ª versão - Novembro
2ª versão - Março
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 2 - Os gear ratio possíveis dos motores
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 3 - Factura da Loja Pololu (acessível em
http://www.pololu.com)
Anexo 4 - Factura da Loja LusoRobótica (acessível em
http://www.loja.lusorobotica.com)
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 5 - Código Integral do Robot
#include <PololuQTRSensors.h> //inclui a library da Pololu
PololuQTRSensorsRC qtr((unsigned char[]) 14,15,16,17,18,19, 6);
// ————————————————————————— Motorsint motor_left[] = 3, 9;int motor_right[] = 5, 6;
void setup() Serial.begin(9600); pinMode(13, OUTPUT); digitalWrite(13, HIGH); //o LED 13 fica ligado durante int i; // a calibração para indicar for (i = 0; i < 250; i++) qtr.calibrate(); //faz 250 calibrações durante 5 s delay(20); // passar o cartao de calibração neste momento digitalWrite(13, LOW); // Setup motors int j; for (j = 0; j < 2; j++) pinMode(motor_left[j], OUTPUT); pinMode(motor_right[j], OUTPUT); delay(1000); //dá um segundo para não começar logo a andar // depois da calibração
void loop() unsigned int sensors[6]; int position = qtr.readLine(sensors); // position varia entre 0 e 5000 int error = position - 2500; //o erro varia entre -2500 e 2500 if (sensors[0] > 750 && sensors[1] > 750 && sensors[2] > 750 && sensors[3] > 750 && sensors[4] > 750 && sensors[5] > 750) // tudo escuro => parar // nao anda se levantar do chão nem sobre a linha preta transversal motor_stop();
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Relatório Final projectoAREA
if (sensors[0] > 200 && sensors[1] > 200 && sensors[2] > 200 && sensors[3] > 200 && sensors[4] > 200 && sensors[5] > 200) // tudo branco => parar // em princípio, não anda se se afastar muito da linha motor_stop();
else if (error < -500) //linha à direita => roda à direita turn_right(); else if (error > 500) // linha à esquerda => roda à esquerda turn_left(); else // linha ao centro => anda para a frente drive_forward(); delay(100);
// ————————————————————————— Funções de movimento
void motor_stop()digitalWrite(motor_left[0], LOW);digitalWrite(motor_left[1], LOW);
digitalWrite(motor_right[0], LOW);digitalWrite(motor_right[1], LOW);delay(25);
void drive_forward()analogWrite(motor_left[0], 150); // PWMdigitalWrite(motor_left[1], LOW);
analogWrite(motor_right[0], 150);digitalWrite(motor_right[1], LOW);
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Relatório Final projectoAREA
void drive_backward() // está aqui just in case visto que não é usadadigitalWrite(motor_left[0], LOW);digitalWrite(motor_left[1], HIGH);
digitalWrite(motor_right[0], LOW);digitalWrite(motor_right[1], HIGH);
void turn_left()digitalWrite(motor_left[0], LOW);analogWrite(motor_left[1], 150);
analogWrite(motor_right[0], 150);digitalWrite(motor_right[1], LOW);
void turn_right()analogWrite(motor_left[0], 150);digitalWrite(motor_left[1], LOW);
digitalWrite(motor_right[0], LOW);analogWrite(motor_right[1], 150);
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Anexo 6 - Orçamento do projecto
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Anexo 7 - Cartas aos Patrocinadores (1ª versão)
Exmo(a). Senhor(a) Gerente
Somos um grupo de 6 alunos, do 12ºB, da Escola E.B. 2,3 /S de Monte da Ola e,
durante este ano lectivo, no âmbito da disciplina de Área de Projecto iremos desenvolver um
projecto na área da Robótica, denominado projectoAREA: “Automação e Robótica
Experimental Aplicada”. Este projecto tem como principal objectivo aprofundar os
conhecimentos sobre esta área que conjuga diversas ciências e tem um grande potencial
económico e social, apesar de ser pouco abordado nas escolas. Para isso, além de divulgar
este tema na comunidade escolar e local, temos intenção de construir um robô simples, em que
possamos aplicar os conhecimentos que aprendemos. Acreditamos que as competências
práticas são tão importantes como a teoria, principalmente tendo em vista o Ensino Superior e
o mercado de trabalho.
Sabemos que o futuro da nossa sociedade passa pela tecnologia e as grandes
empresas da nossa região não são indiferentes a isto. Como tal, estamos muito interessados
em associar a [nome da Empresa] ao nosso projecto, tendo em conta que necessitamos de
fundos monetários para cumprirmos os objectivos a que nos propusemos. Esses fundos
destinar-se-ão a permitir a aquisição do material necessário (componentes electrónicos,
essencialmente), bem como suportar outras despesas. O custo previsto do nosso projecto
poderá chegar aos 150 €, por isso, toda a ajuda é bem-vinda.
O nosso projecto de robô será realizado por fases de crescente complexidade e, uma
vez que somos iniciantes, vamos começar por construir um “segue-linhas”. O sucesso desta
fase poderá despoletar novos avanços (concretamente, o movimento sem auxílio de linhas) e
assim sucessivamente, mediante as nossas condições financeiras, visto que a aquisição de
novos componentes acarreta mais custos.
Agradecemos, desde já, a Vossa Exª o contacto e desejamos-lhe um bom Natal,
aguardando resposta, a fim de se acertarem os possíveis detalhes.
Telemóvel da professora responsável: 96 617 49 85
Telemóvel do porta-voz do grupo: 96 408 60 67
Correio Electrónico: [email protected]
Atenciosamente,
projectoAREA
Diogo Sousa Marco Afonso
José Neves Marlene Castro
Manuel Martins Sérgio Castro
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 8 - Patrocinadores
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 9 - Cartaz da venda da guitarra na escola
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 10 - Autorização da realização da palestra na escola
Exmo. Sr. Director, Viana do Castelo, 17 de Janeiro de 2011
Somos o grupo “projectoAREA” da disciplina de Área de Projecto da turma 12º B
desta escola, constituído pelos alunos Diogo Sousa nº 4, Manuel Martins nº 7, Marco
Afonso nº 8, Marlene Castro nº 9 e Sérgio Castro nº 11. O nosso grupo está a
desenvolver um projecto de divulgação e experimentação na área da Robótica, que
consiste na construção de um pequeno robot bem como na abordagem deste tema na
comunidade escolar.
Vimos, por esse motivo, solicitar a vossa excelência autorização para realizar
uma palestra com data prevista para o dia 10 de Fevereiro do corrente ano, sendo uma
quinta-feira de tarde entre as 15:10h e as 16:40h na sala C2, direccionada para as
turmas do 12.º ano e durante a aula de Área de Projecto de ambas. A mesma será
conduzida pelo Prof. António Fernando Ribeiro da Universidade do Minho, que é o
docente convidado pelo grupo à nossa escola. O tema da palestra será “Robótica
Móvel”.
Com os nossos melhores cumprimentos e aguardando resposta,
projectoAREA
Diogo Sousa
Manuel Martins
Marco Afonso
Marlene Castro
Sérgio Castro
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 11 - Notícia do jornal da escola sobre a palestra
"ROBÓTICA MÓVEL" - PROF. FERNANDO RIBEIRO 10/02/2011
No passado dia 10 de Fevereiro de 2011, Fernando Ribeiro, professor da
Universidade do Minho, veio à nossa escola realizar uma palestra com o tema
"Robótica Móvel" para as duas turmas do 12º ano.
O professor conseguiu captar a atenção dos alunos com a apresentação de
vários vídeos de robots em competições
internacionais bem como os próprios robots
desenvolvidos na Universidade do Minho a
cumprirem com sucesso as mais variadas
tarefas como jogar futebol ou auxiliar pessoas
com deficiência.
No geral, a palestra surpreendeu os
alunos, ao mostrar que a Robótica pode ser
tão divertida como fascinante e quem sabe,
talvez uma possível saída profissional para os
alunos.
Na segunda parte da palestra, o professor Fernando Ribeiro passou à
demonstração dos robots que trouxe. Dos três robots, o famoso AIBO apaixonou os
alunos da plateia.
O sucesso desta palestra abre portas à realização de futuras sessões ou até
visitas ao Laboratório de Robótica da Universidade do Minho.
Visita o nosso blog para saberes mais: http://projecto-area.blogspot.com/
projectoAREA
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 12 – Artigo publicado no jornal da escola sobre Robótica
Um passeio pelo mundo da Robótica
pelo projectoAREA
Caro leitor, a palavra “robótica” poderá não lhe ser estranha, ainda que não esteja muito
familiarizado com ela no seu quotidiano. Antes de mais, proponho-lhe um pequeno desafio: o que
distingue o Exterminador Implacável (a célebre personagem de Arnold Schwarzenegger) de um simples
frigorífico? Apenas um destes é um robot, mas talvez o leitor fique surpreendido se lhe dissermos que o
robot é o segundo. É verdade: um frigorífico é um robot por definição. Já o Exterminador Implacável, se
existisse, seria um ciborgue (ser humano com partes mecânicas).
Um robot é uma máquina que consegue resolver um problema para a qual foi programado. A
palavra-chave que é usada para caracterizar um robot é a autonomia. Um robot tem uma parte
sensorial, semelhante aos nossos “5 sentidos”, que lhe permite aperceber-se de como se altera o
mundo à sua volta, para depois decidir como vai interagir com o meio. Ou seja, um robot não se limita a
realizar uma série de acções pré-definidas, ele é capaz de mudar a sua forma de agir consoante as
informações que capta. Um frigorífico é então um robot porque consegue medir a temperatura no seu
interior e adapta o seu funcionamento para manter aquela temperatura constante, quando esta é
alterada (ao abrir a porta do frigorífico por exemplo).
Se o leitor visitou a “Semana da Ciência” na nossa escola durante o mês de Abril e teve oportunidade
de ver o nosso robot em acção, facilmente concordará com o parágrafo anterior. O ZéBOT (assim ficou
conhecido) é um robot porque utiliza sensores de luminosidade para seguir a linha preta. Se fosse 100%
controlado por um ser humano, seria um carrinho telecomandado. E podemos garantir que não havia
ninguém escondido por baixo da mesa a controlar o robot para ele seguir a linha.
A robótica é das poucas áreas tecnológicas que conseguem juntar várias ciências num só objectivo.
Para criar robots, é preciso um pouco de Engenharia, um pouco de Electrónica, um pouco de Mecânica,
um pouco de Programação, um pouco de Matemática, até um pouco de Psicologia, veja-se lá. Por esse
motivo, é uma área que reúne cada vez mais investigadores de vários ramos. Com toda a expansão que
se tem vindo a verificar no meio académico, não é de espantar que daqui a uns anos, todas pessoas
tenham um robot em casa.
Mas isso leva-nos a algumas preocupações que surgem associadas à robótica, nomeadamente
quanto ao desenvolvimento de Inteligência Artificial e quanto à substituição de mão-de-obra humana.
Alguns “robô-cépticos” temem que o crescimento exponencial da inteligência dos robots leve a um
desfecho catastrófico para a população humana (ao estilo dos “blockbusters” de ficção científica como o
filme “Eu, robot”). Primeiro, este cenário está ainda a uns bons anos de distância. Os robots mais
avançados conseguem apenas distinguir cores e reconhecer palavras, isto se essas cores ou palavras lhes
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Relatório Final projectoAREA
tiverem sido ensinadas previamente. Um robot não consegue perceber que cor é o “azul” se nenhum
ser humano lhe disser o que é “azul”. Na prática, os robots ainda não estão dotados de inteligência
própria. A única coisa que eles fazem é imitar inteligência, ou seja, dar a entender que tomam decisões
autonomamente, mas apenas o fazem porque foram programados. Se um robot não estiver
programado para seguir uma linha, ele não a vai seguir instintivamente. E depois, como disse o
professor Fernando Ribeiro, quando visitou a nossa escola no mês de Fevereiro, “os robots não
oferecem perigo nenhum. Basta tirar-lhes a tomada”. Hoje em dia, os robots ainda estão muito
dependentes do ser humano para conseguirem funcionar. Por isso, não oferecem grande perigo.
Agora, em relação ao aumento do desemprego por substituição de mão-de-obra humana, esta é uma
questão delicada que merece uma reflexão séria, mas gostávamos de ilustrar a nossa ideia com alguns
factos.
Ao contrário do que se possa pensar, a substituição de seres humanos por robots no mercado de
trabalho teve um impacto positivo na economia, na sociedade e até ao nível do desemprego. O número
de empregos criados na área da robótica foi bastante elevado, isto é, houve um aumento no número de
engenheiros, técnicos e outros cargos de formação superior.
Hoje em dia, os robots apenas substituem a mão-de-obra humana nas tarefas mais repetitivas ou
perigosas, como o trabalho em fábricas ou em operadores de telefone, por exemplo. Isto significa que,
de facto, as pessoas ficaram libertas de trabalhos mais fastidiosos para se dedicarem a outras tarefas ou
até ao lazer (o número de horas de trabalho semanais tem vindo a diminuir ao longo dos anos). Ou seja,
ao substituir os seres humanos nos trabalhos mais pesados, a automação da mão-de-obra tem vindo a
promover um maior grau de formação em geral, para que a população estudante possa sair melhor
preparada para lidar com os novos desafios tecnológicos da actualidade, como é o caso de supervisionar
a actividade dos robots (em vez de trabalhar por eles).
Como disse Niels Bohr, “fazer previsões é bastante difícil, especialmente se for do futuro”, mas não
temos grandes dúvidas que os robots vieram para ficar e vão ser cada vez mais úteis no nosso dia-a-dia.
Diogo Sousa 12ºBManuel Martins 12ºB
Marco Afonso 12ºBMarlene Castro 12ºB
Sérgio Castro 12ºB
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Anexo 13 - Cartaz específico do grupo (Semana da Ciência)
Anexo 14 - Cartaz geral do grupo (Semana da Ciência)
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 15 - Folha sobre a votação da Semana da Ciência
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Anexo 16 - Apresentação powerpoint do pré-projecto
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Ano 2010/2011 97
Relatório Final projectoAREA
Anexo 17 - Apresentação powerpoint da Semana da Ciência
Ano 2010/2011 98
Relatório Final projectoAREA
Ano 2010/2011 99
Relatório Final projectoAREA
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Relatório Final projectoAREA
Anexo 18 - Artigos do blog
Neste espaço, encontram-se transcritos apenas os artigos que os membros do
grupo redigiram e que implicaram investigação, dado que foram publicadas outras
entradas no blog, mas que eram “casuais” e informais e que por esse motivo, não se
encontram igualmente aqui transcritas.
Anexo 18. 1 – Definção de Robot
23 de Janeiro de 2011:
Um robot é uma máquina que realiza autonomamente uma série de acções predefinidas com
vista a cumprir uma determinada tarefa para a qual foi programado. Aqui a palavra chave é
autonomia já que o que separa um pequeno robot móvel de um carrinho telecomandado é a
capacidade de reagir de acordo com o meio que a rodeia. Por exemplo, em frente a um abismo, o
carrinho telecomandado dirigir-se-ia sempre para a frente enquanto um robot poderia identificar
o obstáculo e desviar-se. Esta interacção com o meio deve-se à presença de sensores.
Os sensores são os “sentidos” de um robot. Medem grandezas físicas do exterior (velocidade,
temperatura, etc.), que permitem ao robot depois decidir como vai actuar. Essa decisão é
processada pelo “cérebro” do robot: o microcontrolador. Esta placa contém o código do
funcionamento do robot que transforma os inputs (entrada de informação) em outputs (saída de
informação). Os outputs são depois expressos pelos actuadores (um braço mecânico, um motor,
um ecrã, LEDs, etc.).
Esquema de um robot segue-linhas
Ano 2010/2011 101
Relatório Final projectoAREA
Exemplo: O robot segue-linhas.
Sensor: de luminosidade, que identifica se o robot está sobre uma linha preta ou não.
Microcontrolador: placa de circuito impresso que de acordo com a posição do robot em relação à
linha, determina se o robot se deve desviar para a esquerda, para a direita ou seguir em frente.
Actuadores: dois motores que fazem o robot ir para a frente (se rodarem a mesma velocidade) ou
rodar sobre si mesmo (se rodarem em sentidos contrários), etc.
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Anexo 18. 2 – Big Dog (com vídeo)
25 de Janeiro de 2011:
A notícia que escolhemos para este mês é a que se segue:
Desenvolvido pela Boston Dynamics para o Exército dos Estados Unidos da América, o Big
Dog é essencialmente um robot militar de carga para facilitar a vida dos soldados americanos em
campos de batalha.
Movido à gasolina, tem um metro de comprimento por 0,7 de altura e pesa 75 quilos. Em
testes separados, Big Dog opera a 6,5 km/h, sobe inclinações de até 35 graus, atravessa
escombros, sobe uma trilha enlameada, caminha na neve e gelo, e carrega uma carga de 155kg.
Com o seu andar quadrúpede pode também recuperar o equilíbrio se for empurrado. Big Dog
definiu um novo recorde mundial para veículos com pernas, percorrendo 20,6 Km sem parar e sem
reabastecer.
O computador de bordo do Big Dog controla a locomoção, servos, as pernas e lida com a
variedade de sensores. O seu sistema de controlo mantém-no equilibrado, navega, e regula a sua
energia de acordo com as condições. Os sensores de locomoção medem a posição e força das
articulações, focando-se no contacto com o solo, a carga do solo, um giroscópio, LIDAR (Light
Detection and Ranging) e um sistema de visão estéreo. Outros sensores situam-se no interior do
Big Dog, monitorizando a pressão hidráulica, temperatura do óleo, as funções do motor, carga de
bateria, entre outros.
Contudo, a empresa está a pensar em desenvolver um Big Dog mais inteligente e maior. O
robot actualizado precisaria portar 200kg de carga, andar a 32km/h sobre qualquer terreno e
sobreviver sem ser reabastecido por um dia inteiro. Além disso, ele precisaria ser muito mais
Ano 2010/2011 103
Relatório Final projectoAREA
silencioso para ser útil em situações reais de combate, pois ainda produz um barulho incómodo ao
se movimentar, e ter um cérebro mais astuto para poder manobrar-se de forma autónoma.
A nossa escolha do
BigDog como notícia para este mês deve-se ao facto de este ser um robot tecnologicamente
avançado com destino de utilização no exército, resultando daí uma certa polémica. A característica
do robot que mais nos cativou é sobretudo o recuperar do balanço quando este é empurrado.
Informação retirada dos sites:
http://www.bostondynamics.com/robot_bigdog.html
http://spectrum.ieee.org/automaton/robotics/robotics-software/
scoop_new_video_of_bdis_big_do
http://www.portaldeltag.net/2010/02/bigdog-robo-militar-de-carga.html
Ano 2010/2011 104
Relatório Final projectoAREA
Anexo 18. 3 - Sabias que...?
8 de Fevereiro de 2011:
O desenvolvimento da robótica tem sido tão rápido que uma das maiores competições
internacionais de robótica, a RoboCup, tem como objectivo desenvolver uma equipa de robots
totalmente autónomos capaz de derrotar a selecção campeã de futebol, até ao ano de 2050.
Nestes vídeos, pode-se observar a evolução dos robots participantes na RoboCup, com
apenas 4 anos de diferença...
Voltaremos com mais factos interessantes sobre a robótica!
Ano 2010/2011 105
Relatório Final projectoAREA
Anexo 18. 4 - [Diário] Dia 0 – Como começar?
23 de Fevereiro de 2011:
O teu primeiro robot é o teu primeiro projecto nesta área. Vai ser necessário algum
planeamento antes de passar à execução. A execução propriamente dita encontrar-se-á no Dia 1
do nosso Diário.
Deverás ter em conta que vais estar a aprender muitos conceitos básicos não só de
robótica mas também de electrónica e programação. Possivelmente, vai-te dar mais trabalho e
tomar-te mais tempo a realizar, enquanto os projectos futuros serão muito mais rápidos e directos.
Antes de mais o que é um robot?
Um robot é uma máquina que realiza autonomamente uma série de acções predefinidas
com vista a cumprir uma determinada tarefa para a qual foi programado. Esta definição nossa é
apenas uma de muitas, visto que não há um só definição correcta. Mas é consensual que um robot
possui as seguintes características:
- É autónomo;
- Possui sensores;
- Possui um microcontrolador;
- Possui actuadores (motores, luzes, ecrãs, etc.);
A Robótica é a ciência ou engenharia que se relaciona com a construção e optimização de
robots. Podes ver mais sobre a definição de robot neste post do nosso blog.
Questões que deves colocar a ti próprio(a):
O que é eu pretendo com este robot?
Estás a iniciar-te na robótica sem compromissos ou queres entrar numa competição?
Valorizas mais a aprendizagem durante a construção da
robot ou o facto de chegares ao fim com um produto
final? Além deste guia, poderás facilmente encontrar muitos
mais na internet que basta seguir à risca e chegas ao fim
com um robot feito. Ou podes preferir ir descobrindo as
coisas por ti próprio e usar apenas a internet para tirar
dúvidas. De qualquer forma, nunca tenhas medo em
experimentar. Vais encontrar muita informação útil nos
"Links de Robótica" partilhados nesta página (aqui ao lado).
Experimenta registar-te no fórum LusoRobótica, que é uma grande comunidade portuguesa de
robótica e onde vais encontrar muita gente disposta a esclarecer as tuas dúvidas (tal como
esclareceram as nossas).
Quais são as condições materiais e financeiras que tenho?
Ano 2010/2011 106
O Smalluino
Relatório Final projectoAREA
A robótica é uma ciência que lida com vários componentes electrónicos específicos. Como
tal, fazer um robot não é muito barato. Mas também não é necessariamente caro. Os projectos
mais básicos começam com 50 € (vê o Smalluino no fórum da LusoRobótica) e atingem
naturalmente valores por volta de 100€. Por outro lado, repara
que consegues arranjar alguns componentes em
equipamentos antigos como carrinhos telecomandados (rodas,
motores até, etc.). O nosso robot tem um custo previsto de
100€. Neste momento gastamos pouco mais de 120€ mas em
material que ficará para projectos futuros.
Que tarefa em concreto é que eu quero que o robot
faça?
Um robot tem sempre um objectivo: executar correctamente a tarefa para a qual foi programado.
Este é o aspecto mais importante que vai orientar o teu projecto, visto que está directamente
relacionado com a dificuldade e os custos do mesmo. O nosso conselho é: não sejas ambicioso.
Se não tens meios financeiros nem alguém a orientar-te (um professor ou um clube de Robótica
local), então um projecto elaborado só te vai trazer chatices e frustração. Ora, não queres isso para
o teu primeiro projecto, pois não? No nosso caso, a nossa primeira ideia (bastante ingénua por
sinal) foi de fazer um robot com rodas omnidireccionais que se desviasse de obstáculos. Não só as
rodas omnidireccionais eram muito mais caras como muito mais díficeis de programar. Depois de
termos sido aconselhados, resolvemos começar por um dos projectos mais fáceis de realizar (salvo
seja): um segue-linhas.
Um segue-linhas permite-te contactar com sensores e motores (o que faz dele um robot
completo) sem exigir que sejas um perito na área. A ideia é simples: o teu robot reconhece uma
linha preta (graças ao sensor de luminosidade) e segue-a através de rectas, curvas e até
interrupções. Podes pensar que não é muito apelativo, mas é extremamente recompensador
conseguir pô-lo a funcionar e uma vez construído, podes criar circuitos novos para o robot seguir, o
que o torna bastante interessante em exposiçõesaos teus amigos ou colegas.
Na próxima entrada, vamos indicar os primeiros passos para escolher os
componentes que vais usar, como os adquirir e como começar a monta-los.
Ano 2010/2011 107
Robot segue-linhas
Relatório Final projectoAREA
Anexo 18. 5– SquishBot (com vídeo)
11 de Março de 2011:
O SQUISHBot (Soft QUIet Shape-shifting robot) é um
robot de tamanho médio que consegue escalar paredes,
tectos e terrenos acidentados, esgueirar-se em espaços
apertados quer a sua missão seja de reconhecimento ou de
busca e salvamento O robot pode mudar de forma, o que lhe
permite alterar-se para formas irregulares e “espremer-se”
através de orifícios muito menores do que a sua área
"normal". O esqueleto visco-elástico do robot pode transitar
de um comportamento rígido para um comportamento
flexível, é composto por fluidos sensíveis impregnado numa
espuma de células abertas de elevada porosidade para criar sólidos visco elásticos com rigidez
flexível e seleccionável pelo utilizador. O seu software avançado controla a rigidez do Squishbot
para efectivamente torná-lo um robot de grande ou pouca liberdade.
O SquishBot caminha utilizando os princípios de locomoção adaptados a partir de lesmas,
caracóis e outros moluscos. Ao excretar uma película muito fina de líquido viscoso que se
espalha no corpo flexível do robot e no terreno (funcionando como um pé), o SquishBot é capaz
de escalar superfícies verticais e invertidas e atravessar uma variedade de terrenos e
substratos.
Outro objectivo é criar sistemas que alterem suas dimensões principais em grandes escalas,
até 10 vezes superiores.
Como um pioneiro da tecnologia de corpo flexível,
que permite que o robot transforme o seu corpo
compatíveis em resposta ao estímulo, o impacto do
Squishbot vai muito além de uma única aplicação,
estendendo-se em campos tão diversos
como próteses, mecânica dos fluidos erobótica.
A equipa da Boston Dynamics que é responsável
pelo design final e entrega do robô inclui
investigadores do Instituto de Tecnologia de
Massachusetts (MIT) que se especializam em novos materiais e estruturas deformáveis. SquishBot
é fundado pela Agência de Ciências da Defesa do DARPA, como parte do programa Chembot.
Ano 2010/2011 108
O SquishBot
SquishBot a esgueirar-se para dentro de um
tubo
Relatório Final projectoAREA
Informação retirada dos sites:
http://www.bostondynamics.com/robot_squishbot.html
http://web.mit.edu/mobility/research/squishbot.html
http://www.gizmodo.com.br/conteudo/robo-consegue-se-encolher-para-infiltrar-sua-casa-e-os-
seus-pesadelos/
http://squishbot.mit.edu/~squishbot/index/index.php?title=Main_Page
http://www.botjunkie.com/2009/04/20/boston-dynamics-developing-squishbot/
Ano 2010/2011 109
Relatório Final projectoAREA
Anexo 18. 6– [Diário] Dia 1 – Primeiros Passos
21 de Março de 2011:
*** Neste passo, vamos ver quais são os componentes que o nosso robot
vai utilizar, como os adquirir e como funcionam.***
Esperámos que te estejas a ambientar ao mundo da Robótica. Depois de abordar a
planificação do projecto, está na hora de entrar na parte prática: a concretização.
Se já viste como funciona um robot, então é a altura de escolheres os componentes que
necessitas. Infelizmente não há muitas lojas que vendam componentes como os microcontroladores
ou sensores. Para os adquirir, é quase necessário recorrer a lojas online. Em Portugal, há
a LusoRobótica e a PTRobotics. Se precisares, podes recorrer a lojas internacionais como a Pololu.
Para outros componentes de electrónica ou bricolage, basta recorrer às lojas locais.
Vamos então dar uma vista de olhos aos componentes do nosso robot (na continuação) :
- Arduino
Para que serve: este será o “cérebro do robot”. O microcontrolador recebe inputs (entradas
de informação) e envia outputs (saídas de informação) a partir dos vários pinos que tem.
Utilizámos Arduino UNO por ser uma ferramenta de fácil aprendizagem com uma vasta comunidade
online e muito material para quem se está a iniciar em robótica.
Claro que para o microcontrolador ter alguma utilidade tem de
estar programado, visto que é o programa que interpreta os
dados recebidos e comunica o que o robot vai fazer em
seguida. Mais à frente, iremos abordar a programação do
Arduino para o seguimento de linhas. Mais informações no site
do Arduino.
Onde comprar: LusoRobótica, entre outras lojas online.
- Motores
Para que serve: se pretendes ter um robot móvel, eis
outro componente que não pode faltar. O movimento do robot
será efectuado através de dois motores e duas rodas numa
configuração diferencial. Este tipo de configuração é o mais
simples para a deslocação do robot: cada roda está ligada
independentemente a um motor e é a conjugação do
movimento individual das rodas que determina a direcção e
velocidade com que o robot se vai deslocar. É o
microcontrolador que fornece os sinais eléctricos aos motores, determinando como e quando eles
Ano 2010/2011 110
Microcontrolador Arduino
Motores e rodas
Relatório Final projectoAREA
vão funcionar. Além de motores, existem também os servos cuja diferença se encontra
explicada aqui.
Onde comprar: LusoRobótica, entre outras lojas online. Entre 8 e 20 €. Também é possível
reutilizar motores a partir de impressoras velhas. É uma questão de procurar ;)
- Sensores
Para que serve: pretendemos um sensor que seja capaz de seguir
linhas. Podem-se improvisar algumas soluções mas o sensor de
luminosidade QTR-8RC Reflectance Sensor Array é perfeito para a
tarefa. Constituído por 8 sensores individuais, medem a taxa de
reflexão da superfície sob o robot (preto – pouca reflexão; branco –
muita reflexão). Se o robot estiver bem centrado com a linha, serão os
sensores do centro a detectar “preto” e assim sucessivamente. Estes
dados são transmitidos ao Arduino que por sua vez comunica com os
motores, permitindo que o robot corrija a trajectória e se ajuste à linha.
Onde comprar: LusoRobótica, entre outras lojas online. Cerca de 15€.
- Alimentação
Para que serve: Como qualquer aparelho electrónico, sem uma fonte de alimentação, o robot
não funciona. Geralmente, utilizam-se baterias ou pilhas
recarregáveisvisto que compensam a longo prazo. É preciso ter
em conta a tensão necessária para cada componente. O Arduino
funciona com 5V mas os motores não funcionam sempre com a
mesma tensão. O modelo que utilizámos funciona também a 5V,
por isso é este o valor que temos de ter em conta quando
comprarmos as pilhas. Cada pilha recarregável tem 1,2V por
isso, um suporte de 4 pilhas fornece 4,8V de tensão, que são
suficientes para alimentar todo o circuito. Os motores têm
tendência para produzir algum ruído eléctrico no circuito que pode interferir com o Arduino. Por esse
motivo, é comum alimentar em separado os motores e o Arduino, cada um com o seu suporte de 4
pilhas a fornecerem 4,8V.
Onde comprar: Encontram-se pilhas recarregáveis na grandes superfícies e em lojas de
electrónica. Os suportes também se encontram disponíveis em lojas de electrónica, mas se for
necessário, encontram-se garantidamente na Internet. O preço é que é mais elevado: 15 € por cada
4 pilhas.
Ano 2010/2011 111
Sensor QTR-8RC
Pilhas no suporte
Relatório Final projectoAREA
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Relatório Final projectoAREA
- Breadboard
Para que serve: Para ligar todos os componentes
anteriores e assegurar que tudo funciona como deve ser, é
necessário estabelecer um circuito electrónico. Além dos
fios, são também necessários outras peças para assegurar o
sistema não falha como os condensadores ou os chips. Para
ligar tudo isto, usa-se a breadboard (ou placa de ensaios)
possui uma série de ranhuras em que podem colocar os
fios ou as patinhas dos componentes sem que seja necessário soldar e dessa forma, é muito
fácil corrigir qualquer erro sem ter de fazer uma placa de novo.
Onde comprar: Maioria das lojas electrónica e também na Internet. Entre 8 e 15 €.
- Ponte H
Para que serve: Se estiveres a usar motores, é necessário um
chip chamado Ponte H para os controlar. A Ponte H (cujo nome
deriva da forma que toma no esquema de circuito) amplia o sinal
produzido pelo Arduino, que por si só não é suficiente para alimentar
os motores, e também permite fazer variar a velocidade dos
motores e o sentido da rotação.
Onde comprar: LusoRobótica, entre outras lojas. Cerca de 3 €.
- Condensadores
Para que serve: Os condensadores (ou capacitores) são
pequenos componentes que actuam como reservatórios de
energia eléctrica quando ligados a uma fonte de alimentação. O
valor de um condensador mede-se em Farads, mas o mais comum
é trabalhar com as suas subunidades como o uF (microfarad). Num
circuito como o de um robot, os condensadores servem para
contrariar a grande quantidade de energia necessária no arranque dos motores e também para
absorver o ruído provocado por aqueles.
Onde comprar: Qualquer loja de electrónica da tua zona. Um condensador custa cerca de 20
cêntimos, por isso, não custa nada comprar vários de uma vez para utilização futura.
Ano 2010/2011 113
Uma breadboard
Ponte H L293D
Um condensador electrolítico
Relatório Final projectoAREA
- Outro material:
Fios de circuito: existem kits de fios eléctricos, alguns
que acompanham até as breadboards na aquisição, mas se
não quiseres gastar dinheiro podes improvisar uma solução
muito simples. Se tiveres um fio de rede antigo,
experimenta descarná-lo: em 1 m de fio encontrarás 8 fios
de cores diferentes, ou seja, 8 m de fio que são suficientes para muitos robots.
Interruptor: Ter um interruptor é bastante conveniente para teres o robot ligado apenas
quando quiseres fazer a sua demonstração. Tenta arranjar um que seja compatível com a
breadboard, numa loja de electrónica.
Roda livre: A roda livre ajuda a nivelar o teu robot (só com duas rodas é díficil), sem perturbar
a sua liberdade de movimento. Tenta arranjar rodas como as dos carrinhos de supermercado, ou
então, tens sempre a Internet.
Chassis: É uma boa altura para ires começando a pensar na estrutura do teu robot. Tem em
mente os componentes que vais usar e tenta manter a estrutura
o mais simples e levepossível. Acrílico é uma boa solução para
a plataforma principal e a madeira pode ser útil para aparafusar
alguns componentes. Tem atenção às peças que necessitam de
ser removidas com facilidade (como as pilhas
recarregáveis).Velcro é bastante prático nessas situações.
É hora então de começares a adquirir o material e ires experimentando algumas coisas.
Se electrónica não é o teu forte ou pelo menos, precisas de repescar a memória, vê aqui
informações importantes para montares os circuitos. Diverte-te ;)
Na próxima entrada, vamos indicar como é que o Arduino, a ponte H e os motores se
juntam para pôr o teu robot em movimento.
Ano 2010/2011 114
Fio de Rede
Estrutura do nosso Robot
Relatório Final projectoAREA
Anexo 18. 7 – O que precisas de saber de Electrónica
26 de Março de 2011:
Bem, decerto que já pesquisaste algumas coisas sobre Robótica se estás a desenvolver
um projecto. Mas mesmo que não seja esse o caso, é quase certo que te tenhas deparado com
alguns termos físicos, algumas imagens de circuito ou alguns componentes que parecem
autênticos quebra-cabeças à primeira vista. Isso também nos aconteceu a nós. Mas não é motivo
para alarme. Alguma pesquisa e alguns erros depois, conseguimos ultrapassar esses obstáculos e
estamos prontos para partilhar tudo o que precisas de saber sobre electrónica para lidares com
o teu robot.
A Física dos circuitos:
Intensidade de Corrente (I)
É uma grandeza física associada ao movimento ordenado de electrões num circuito eléctrico,
ou seja, associada à quantidade de cargas que estão a circular por unidade de tempo. Mede-se em
Amperes (A) e os seus derivados como o mili-ampere (mA). Para determinar experimentalmente a
intensidade de uma corrente, utiliza-se um amperímetro (ou multímetro).
Tensão (ou diferença de potencial) (U)
É uma grandeza física responsável pela corrente eléctrica, isto é, é uma grandeza que se
caracteriza por uma força (chamada electromotriz) que provoca uma corrente (movimento de
electrões) num determinado circuito entre dois pontos com potenciais eléctricos diferentes. Quanto
maior for a tensão, maior é a corrente gerada, em geral. Mede-se em Volts (V), através de
voltímetros (ou multímetro).
Resistência (R)
É uma grandeza física associada à propriedade dos fios condutores se oporem ao movimento
dos electrões, ou seja, de limitarem a corrente que os atravessa. Esta propriedade permite controlar
a corrente da forma pretendida para um circuito. Mede-se em Ohms (Ω), através de ohmímetros (ou
multímetro).
Lei de Ohm
A lei de Ohm relaciona a intensidade e a tensão com a resistência: . É
particularmente útil para determinar as resistências necessárias introduzir no circuito
para o funcionamento de cada componente.
Ano 2010/2011 115
Relatório Final projectoAREA
Representação esquemática de circuitos
Em cima, encontram-se os símbolos dos principais componentes de qualquer circuito. O
conhecimento destes símbolos é fundamental para a compreensão de esquemas de circuitos em
manuais de instruções dos componentes do robot.
Polaridade
Num circuito, a corrente tem o sentido real do pólo negativo para o positivo. Essa ordem
chama-se polaridade e é importante tê-la em conta quando se instalam componentes que só
funcionam se tiverem com a polaridade correcta (isto é, ligar o terminal positivo do componente ao
terminal positivo da alimentação, por exemplo). Um exemplo do dia-a-dia são as pilhas, mas em
electrónica surgem muitos mais como os LEDs ou os condensadores electrolíticos. Outros
componentes não têm polaridade logo a forma de ligar os terminais é arbitrária.
Massa (ou Ground)
É a denominação do fio que completa o circuito sem estar associado a nenhuma corrente em
especial, servindo como referência para a tensão de 0V. A maioria dos componentes liga-se à
alimentação e à massa (ou seja, ao positivo e ao negativo). Pode ser referido como GND, em
simbologia de circuitos.
Curto-circuito
Esperamos que não te depares com um, mas saber o que é pode ser bastante útil para
evitares chatices. Um curto circuito ocorre quando a electricidade encontra um caminho para
percorrer que tem uma resistância muito baixa. Se olhares para a Lei de Ohm, mais acima, se a
resistência for muito baixa, para a mesma tensão, a corrente dispara para valores extremamente
elevados. Tão elevadas que provocam o sobreaquecimento dos componentes podendo mesmo
causar fugas de reagentes ou explodir! Um exemplo: se pegares num suporte de 4 pilhas e juntares
os fios, crias um curto-circuito que te pode derreter o plástico do suporte. Não o faças! Os fios tem
pouca resistência e a corrente torna-se demasiado elevada. Normalmente num circuito, são os
vários componentes como os motores que vão tendo uma certa resistência e mantém a corrente
dentro de valores normais.
Ano 2010/2011 116
Relatório Final projectoAREA
Anexo 18. 8 – Sabias que …?
9 de Maio de 2011:
Estamos de volta com mais factos robóticos!!!
Tu por acaso sabias que:
- Um em cada 4 robots está no Japão?
- A palavra "robot" vem do termo checo "robota", que significa "trabalho forçado"?
- O valor de vendas anuais de robots industriais é de 6.2 mil milhões de dólares, superior ao PIB
da Mongolia, do Laos e do Zimbabwe?- Já foram feitos estudos que mostram que as pessoas que
usam robots-aspiradores em casa desenvolvem afectos por eles ao ponto de limparem o chão
antes de os usarem?
E se tiveres curiosidade, aqui está um vídeo dos famosos robots-aspiradores:
http://videos.sapo.pt/rFaH5ciRWRufD0gGF7G7
Até á próxima :)
Cumprimentos robóticos,
projectoAREA
Informações consultadas em: http://www.onlineschools.org/blog/wild-world-robots/
Ano 2010/2011 117
Relatório Final projectoAREA
Anexo 18. 9– Robótica e Exploração Espacial
17 de Maio de 2011:
A NASA possui em Marte dois robots muito importantes para o estudo do planeta, no
entanto apesar de os robots serem “instrumentos” autónomos, é difícil prever todos os
inconvenientes que uma operação deste tipo pode trazer.
Devido a problemas nos robots, a NASA enviou uma nave, Mars Odyssey, para tentar
resolve-los. O primeiro objectivo seria verificar se a sonda espacial Phoenix Mars lander suportou
o forte inverno marciano. O segundo objectivo seria procurar tirar o robot explorador Spirit do lugar
onde ficou imobilizado.
Sonda espacial Mars Odyssey
“Não acreditamos que a Phoenix tenha sobrevivido e também não esperamos ouvir a sua
transmissão. No entanto, se ainda houver algum sinal, a Odyssey vai captá-lo”, disse Chad
Edwards, engenheiro de telecomunicações da NASA.
Phoenix, movida à energia solar, através dos
seus painéis funcionou durante cinco meses ( mais
dois que o previsto) durante o verão do hemisfério norte
marciano. No entanto, as suas transmissões terminaram
em Novembro de 2008 talvez por não ter sido capaz de
suportar o inverno marciano.
Caso tenha "sobrevivido" espera-se que siga as
instruções programadas no seu computador. Se os
sistemas estiverem a funcionar assim como os seus
painéis solares, seria possível estabelecer uma
comunicação. Phoenix possui dois rádios e duas
antenas.
Odyssey passou no local onde pousou Phoenix dez vezes por dia durante três dias
consecutivos em Janeiro de 2010. Repetindo o mesmo processo nos dois meses seguintes.
Ano 2010/2011 118
Phoenix Mars lander
Relatório Final projectoAREA
“A Odyssey fará um número suficiente de tentativas para que, caso não detectemos uma
transmissão, tenhamos bastante certeza de que a Phoenix morreu”, disse Edwards.
Phoenix foi lançada em Agosto de 2007, iniciou a sua missão em Marte em Maio de 2008.
No dia 25 de Maio de 2008 o seu braço robótico confirmou a existência de água em forma de gelo
sob a superfície de Marte. A sonda também detectou neve e geada sobre o solo. Também
descobriu que Marte possui um solo alcalino com sais e minerais e do qual a sua formação exigiu
necessariamente a presença de água.
Odyssey tinha como segundo objectivo recuperar o movimento do robot explorador Spirit,
imobilizado devido à perda de duas das suas seis rodas independentes.
Em Janeiro de 2010, os engenheiros transmitiram ordens ao Spirit para efectuar um
movimento lento de uma das rodas e os resultados foram insignificantes. Houve outras tentativas,
mas a hipótese de manobras para recuperar o seu movimento eram cada vez mais curtas à
passagem do tempo devido à proximidade do inverno no hemisfério sul de Marte, altura em que os
dias ficam mais curtos e consequentemente os paneis solares produzem menos energia.
Sonda Spirit
Spirit chegou a Marte junto com o robot Opportunity em Janeiro de 2004 e ambos
deveriam deixar de funcionar três meses depois devido ao pó marciano que poderia cobrir os
painéis solares e como efeito deixariam de ser autónomos, uma vez que não teriam quem lhes
fornecesse energia.
Para surpresa de todos, Spirit e Opportunity conseguiram durante cinco anos transmitir
fotografias e dados sobre a atmosfera do planeta vermelho e a sua estrutura geológica.
No entanto os problemas que surgiram pareciam ser insuperáveis.
“Existe a possibilidade muito real de que não possa sair do local” onde se encontra, disse
John Calas, director do projecto Spirit e Opportunity.
Ano 2010/2011 119
Relatório Final projectoAREA
O robot ficou imobilizado num lugar chamado Tróia, na Cratera Gusev. Além disso, uma
tempestade de pó cobriu os painéis solares e reduziu a energia produzida por estes.
Desde 2004, quando chegaram a extremos opostos do planeta, os dois robots
percorreram 21km do agreste terreno marciano, superando as temperaturas extremas do planeta
que variam entre os +20 ºC e -100 ºC.
informação retirada do site:
http://tudosobreastronomia.wordpress.com/2010/01/20/nasa-quer-recuperar-sonda-e-robo-
preso-a-superficie-de-marte/
Ano 2010/2011 120
Relatório Final projectoAREA
Anexo 19 - Fotografias da construção do robot
Ano 2010/2011 121
Relatório Final projectoAREA
Ano 2010/2011 122
Relatório Final projectoAREA
Anexo 20 - Fotografias da Palestra "Robótica Móvel"
Ano 2010/2011 123
Relatório Final projectoAREA
Ano 2010/2011 124
Relatório Final projectoAREA
Anexo 21 - Fotografias da Semana da Ciência
Ano 2010/2011 125