Relatório Metodológico da Tipologia dos Colegiados de...

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1 Relatório Metodológico da Tipologia dos Colegiados de Gestão Regional – CGR Apresentação O presente relatório tem por objetivo apresentar uma tipologia dos CGR – Colegiados de Gestão Regional do Brasil segundo características demográficas socioeconômicas e do sistema de saúde dos municípios integrantes desses recortes regionais. Para tanto os CGR foram classificados, de forma independente, em cinco grupos de acordo com suas características socioeconômicas e de sistema de saúde; e três grupos segundo o perfil dos prestadores do Sistema Único de Saúde local – definidos segundo prestadores públicos e privados. O cruzamento desses dois tipos de agrupamentos permitiu classificar os CGR em 15 grupos definidos segundo o perfil socioeconômico, grau de complexidade do sistema de saúde, e “peso” dos prestadores privados no SUS. A seguir apresentam-se os procedimentos metodológicos que nortearam a construção dos 15 agrupamentos e os principais resultados obtidos. Além disso, apresenta-se no Anexo a relação dos CGR classificados segundo os 15 agrupamentos. 1. Metodologia Para a caracterização dos CGR dois tipos de agrupamentos foram construídos. O primeiro referente às condições socioeconômicas da população local, grau de complexidade do sistema de saúde local e condições de saúde da população local. Já o segundo agrupamento classificou o Sistema Único de Saúde – SUS do CGR de acordo com a natureza dos seus prestadores: públicos ou privados. O cruzamento entre esses dois tipos de agrupamentos gerou a tipologia de CGR, composta por 15 tipos. A Figura

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Relatório Metodológico da Tipologia dos Colegiados de Gestão Regional – CGR

Apresentação

O presente relatório tem por objetivo apresentar uma tipologia dos CGR –

Colegiados de Gestão Regional do Brasil segundo características demográficas

socioeconômicas e do sistema de saúde dos municípios integrantes desses recortes

regionais. Para tanto os CGR foram classificados, de forma independente, em cinco

grupos de acordo com suas características socioeconômicas e de sistema de saúde; e três

grupos segundo o perfil dos prestadores do Sistema Único de Saúde local – definidos

segundo prestadores públicos e privados. O cruzamento desses dois tipos de

agrupamentos permitiu classificar os CGR em 15 grupos definidos segundo o perfil

socioeconômico, grau de complexidade do sistema de saúde, e “peso” dos prestadores

privados no SUS.

A seguir apresentam-se os procedimentos metodológicos que nortearam a

construção dos 15 agrupamentos e os principais resultados obtidos. Além disso,

apresenta-se no Anexo a relação dos CGR classificados segundo os 15 agrupamentos.

1. Metodologia

Para a caracterização dos CGR dois tipos de agrupamentos foram construídos. O

primeiro referente às condições socioeconômicas da população local, grau de

complexidade do sistema de saúde local e condições de saúde da população local. Já o

segundo agrupamento classificou o Sistema Único de Saúde – SUS do CGR de acordo

com a natureza dos seus prestadores: públicos ou privados. O cruzamento entre esses

dois tipos de agrupamentos gerou a tipologia de CGR, composta por 15 tipos. A Figura

2

1 apresenta de forma esquemática as dimensões que compõem os dois tipos de

agrupamentos.

Figura 1 – Desenho Esquemático dos Componentes da Tipologia dos CGR

Características

Socioeconômicas

Complexidade do

Sistema de Saúde

Condições de

Saúde

da População

Grupos

Socioeconômicos

Produção

ambulatorial

Capacidade

instalada

Perfil do prestador

do SUS

Tipologia de CGR

5 grupos

3 grupos

15 tipos

Fonte: Elaboração dos autores.

Para a construção dos grupos foram utilizados modelos de análise fatorial e de

análise de agrupamentos (cluster analysis). O primeiro consiste em uma técnica

estatística de análise multivariada que se aplica à identificação de fatores que apontem

objetivamente para a agregação de um conjunto de medidas. Uma vez identificados os

fatores, cabe ao pesquisador verificar se tais fatores são coerentes e consistentes em

relação à natureza dos fenômenos ou processos estudados. Esta técnica é

freqüentemente utilizada na resolução de problemas envolvendo um grande número de

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variáveis, onde se deseja a redução deste número com a finalidade de facilitar o

entendimento analítico dos dados. É também muito utilizada para fins de análise

regional, onde se procura observar os padrões de semelhança ou diferença entre áreas

sendo comparadas, tais como municípios e agrupamentos de municípios.

Já a análise de agrupamentos identifica observações, no caso CGR, com perfis

semelhantes segundo um conjunto de variáveis. No presente caso, as variáveis foram os

escores fatoriais gerados na análise fatorial.

Foram trabalhadas com 397 CGR em 5071 municípios do Brasil que totalizam

cerca de 173 milhões de habitantes. Não foram incluídos os municípios dos Estados do

Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí para os quais não haviam sido

estabelecidos os CGR e o Distrito Federal. No Piauí, foram incluídas somente duas

CGR que totalizam 47 municípios, restando 176 municípios a serem definidos.

1.1 Grupos Socioeconômicos

Para cada um dos 397 CGR foram calculados indicadores correspondentes a três

dimensões: socioeconômicas, condições de saúde da população e grau de complexidade

dos serviços de saúde. Os dados utilizados no estudo consistem em indicadores

disponíveis nos sítios da Internet: Datasus (www.datasus.gov.br), Fundação IBGE

(www.ibge.gov.br) e IPEA (www.ipea.gov.br). A Tabela 1 apresenta as variáveis

utilizadas nas dimensões do estudo.

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Tabela 1 – Variáveis utilizadas no modelo de análise fatorial segundo dimensões socioeconômica, condições de saúde da população e complexidade do sistema de saúde nos CGR

Sub-dimensões Variáveis Média Desvio-

padrão

Dimensão socioeconômica

Nível de urbanização (ano 2008) Concentração da população do CGR no total da população brasileira (%) 0,22 0,40

Densidade populacional (hab./km2) 137,52 541,07

Condições socioeconômicas da população (ano 2000)

IDH -M (valor médio) 0,73 0,07

IDH -M renda (valor médio) 0,65 0,09

IDH -M longevidade (valor médio) 0,73 0,06

IDH-M escolaridade (valor médio) 0,82 0,08

Características da economia regional (CGR) (ano 2006)

% do PIB da agropecuária no PIB total 14,79 9,90

% do PIB da indústria no PIB total 24,11 12,98

% do PIB dos serviços no PIB total 61,10 11,39

% do PIB da administração pública no PIB total 21,42 11,97

Importância da economia do CGR no Brasil (ano 2006)

Concentração do PIB da agropecuária do CGR no PIB Brasil do setor 0,24 0,24

Concentração do PIB industrial do CGR no PIB Brasil do setor 0,22 0,61

Concentração do PIB dos serviços do CGR no PIB Brasil do setor 0,21 0,79

Concentração do PIB da administração pública do CGR no PIB Brasil do setor 1,77 3,40

Dimensão condições de saúde da população

Infecto-contagiosas (anos 2005 a 2007)

Taxa de morbidade de doenças infecciosas e parasitárias (Em 10 mil hab.) – 2008 61,15 37,23

Taxa de incidência de Doenças Endêmicas (Em 100 mil hab.) 212,12 261,26

Taxa de incidência de Hepatite Viral (Em 100 mil hab.) 31,64 22,30

Taxa de incidência de Tuberculose ( Em 100 mil hab.) 29,11 15,69

Taxa de incidência de Aids (Em 100 mil hab.) 8,02 6,31

Crônicas (ano 2008) Taxa de morbidade de neoplasias (Em 10 mil hab.) 29,38 13,47

Taxa de morbidade de doenças do aparelho circulatório (Em 10 mil hab.) 70,56 28,34

Causas externas (ano 2008) Taxa de morbidade de causa externas (Em 100 mil hab.) 1,89 2,68

(Continua)

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Tabela 1 – Variáveis utilizadas no modelo de análise fatorial segundo dimensões socioeconômica, condições de saúde da população e complexidade do sistema de saúde nos CGR

(Continuação)

Sub-dimensões Variáveis Média Desvio-

padrão

Morbidade total (ano 2008) Taxa de morbidade total (em 10 mil hab.) 632,86 131,49

Dimensão complexidade do sistema de saúde

Capacidade instalada (ano 2008)

Leitos totais por mil habitantes 2,21 0,73

Leitos SUS por mil habitantes 1,69 0,57

Unidades básicas de saúde por 20 mil habitantes 16,37 8,37

Produção e cobertura (ano 2008)

População cadastrada no PSF 74,03 24,39

Internações totais por mil habitantes 63,72 12,99

Internações de alta complexidade por mil habitantes 2,44 1,39

% de internações de alta complexidade no total 3,88 2,12

Recursos humanos (ano 2008)

Médicos por mil habitantes (vínculos) 1,11 0,93

Médicos SUS por mil habitantes (vínculos) 0,74 0,55

% de médicos SUS no total 73,72 16,12

Outros profissionais de saúde por mil habitantes (vínculos) 4,38 1,63

Outros profissionais de saúde SUS por mil habitantes (vínculos) 3,78 1,29

% de outros profissionais de saúde SUS no total 88,01 8,38

Medicina suplementar (ano 2008) Cobertura dos planos privados 12,51 11,92

Fonte: Datasus; Fundação IBGE; elaboração dos autores.

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Para a dimensão socioeconômica o modelo de análise fatorial produziu quatro

fatores, ou seja, as 14 variáveis originais foram reduzidas a quatro (Tabela 2), com uma

explicação de 91% da variabilidade total. Porém, na análise foram utilizados os dois

primeiros fatores – explicação de 67% - que podem ser descritos como:

• Fator 1 - desenvolvimento econômico: relacionado ao grau de

desenvolvimento econômico dos municípios pertencentes aos CGR. Os

CGR que atingem os maiores valores nesse indicador caracterizam-se por

agruparem os municípios mais urbanizados, populosos, industrializados e

dinâmicos economicamente.

• Fator 2 – desenvolvimento humano: relacionado aos componentes do

Índice de Desenvolvimento Humano – IDH –M. Os CGR que atingem os

maiores valores nesse indicador caracterizam-se por agruparem os

municípios que apresentam maiores níveis de renda, escolaridade e

longevidade.

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Tabela 2 – Cargas fatoriais das variáveis da dimensão socioeconômica

Variáveis

Fator 1

Desenvolvimento

Econômico

Fator 2

Desenvolvimento

Social

Fator 3

Economia

local voltada

aos Serviços

Fator 4

Economia

local voltada

à

Agropecuária

% da variância explicada 39,9 27,2 12,4 11,1

Concentração do Pib do CGR no Pib Brasil 0,98 0,11 -0,01 -0,03

Concentração do Pib dos serviços do CGR no Pib Brasil do setor 0,98 0,09 0,03 -0,02

Concentração do Pib da administração. Pública do CGR no Pib Brasil do setor 0,96 0,15 0,08 -0,04

Concentração da população do CGR no total da população brasileira 0,96 0,12 0,07 -0,06

Concentração do Pib industrial do CGR no Pib Brasil do setor 0,95 0,16 -0,13 -0,10

Densidade populacional 0,86 0,05 0,01 -0,15

IDH -M renda 0,21 0,94 -0,06 -0,01

IDH -M escolaridade 0,16 0,93 -0,13 -0,04

IDH-M longevidade 0,03 0,91 -0,09 0,00

% do Pib da administração pública no Pib total -0,15 -0,84 0,41 -0,05

% do Pib dos serviços no Pib total 0,13 -0,18 0,93 -0,28

% do Pib da indústria no Pib total 0,07 0,38 -0,80 -0,41

% do Pib da agropecuária no Pib total -0,24 -0,30 -0,01 0,86

Concentração do Pib da agropecuária do CGR no Pib Brasil do setor 0,00 0,43 -0,04 0,73

Fonte: Datasus; Fundação IBGE; IPEA; elaboração dos autores.

Para a dimensão de condições de saúde o modelo de análise fatorial produziu

quatro fatores, com uma explicação de 72% da variabilidade total (Tabela 3). Os fatores

podem ser descritos como:

• Fator 1 – doenças crônicas: relacionado à maior morbidade de neoplasias

e doenças do aparelho circulatório;

• Fator 2 – incidência de Aids: relacionado a maior incidência de Aids;

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• Fator 3 – doenças endêmicas: relacionado a maior morbidade de doenças

endêmicas;

• Fator 4 – causas externas: relacionado a maior morbidade de causas

externas.

Tabela 3 – Cargas fatoriais das variáveis da dimensão condições de saúde

Variáveis

Fator 1

Doenças

Crônicas

Fator 2

Incidência

Aids

Fator 3

Doenças

Endêmicas

Fator 4

Causas

Externas

% da variância explicada 25,5 19,1 14,6 12,9

Taxa de morbidade de doenças do aparelho circulatório 0,89 0,05 -0,14 0,20

Taxa de morbidade total 0,85 -0,38 0,16 0,07

Taxa de morbidade de neoplasias 0,79 0,37 0,06 0,05

Taxa de morbidade de doenças infecciosas e parasitárias 0,11 -0,83 0,28 -0,19

Taxa de incidência de Aids 0,16 0,82 0,27 -0,14

Taxa de incidência de Doenças Endêmicas -0,08 -0,08 0,75 0,14

Taxa de incidência de Hepatite Viral 0,08 0,07 0,73 -0,08

Taxa de morbidade de causa externas 0,01 0,17 0,11 0,81

Taxa de incidência de Tuberculose -0,32 0,18 0,08 -0,61

Fonte: Datasus; Fundação IBGE; elaboração dos autores.

Para a dimensão complexidade do sistema de saúde foram gerados dois fatores

que explicaram 77,6% da variabilidade total (Tabela 4). Os fatores podem ser descritos

como:

• Fator 1 - complexidade: relacionado à complexidade dos serviços

ofertados no CGR, maiores valores nesse fator indicam maior

complexidade do sistema de saúde;

• Fator 2 – capacidade instalada: relacionado à capacidade instalada na

CGR, maiores valores indicam maior capacidade instalada.

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Nessa análise não foram utilizadas todas as variáveis inicialmente previstas,

dado que nem todas se mostraram importantes no modelo.

Tabela 4 – Cargas fatoriais das variáveis da dimensão complexidade do sistema de saúde

Variáveis Fator 1 -

Complexidade

Fator 2 -

Capacidade

Instalada

% da variância explicada 49,1 28,5

Internações de alta complexidade (por mil hab.) 0,85 0,16

% de internações de alta complexidade 0,87 -0,12

Médicos SUS (por mil hab.) 0,90 0,04

Outros profissionais de saúde (por mil hab.) 0,90 0,16

Outros profissionais de saúde SUS (por mil hab.) 0,85 0,25

Leitos SUS (por mil hab.) -0,04 0,94

Leitos totais (por mil hab.) 0,29 0,88

Internações totais (por mil hab.) 0,05 0,71

Fonte: Datasus; Fundação IBGE; elaboração dos autores.

Os agrupamentos resultantes do modelo de cluster analysis aplicado nos escores

fatoriais produzidos pelo modelo de análise fatorial classificaram 397 CGR em cinco

grupos que podem ser descritos como (Tabela 5):

Tabela 5 – Características dos cinco grupos de CGR segundo dimensões socioeconômicas e condições de saúde.

Grupos Desenvolvimento

econômico

Desenvolvimento

Humano Sistema de saúde

1 Baixo Baixo Menos complexo

2 Baixo Alto Mais complexo

3 Baixo Médio Menos complexo

4 Alto Alto Mais complexo

5 Médio Alto Mais complexo

Fonte: Datasus; Fundação IBGE; IPEA; elaboração dos autores.

Os cinco grupos socioeconômicos podem ser descritos como:

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Grupo 1: engloba 183 CGR e 24% da população brasileira estudada, com seus

componentes localizando-se basicamente nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte

(84%). Apresentam menor desenvolvimento econômico e humano e sistema de saúde

com baixa complexidade, quando comparado com os demais grupos.

Grupo 2: engloba 78 CGR e 12% da população brasileira, com seus

componentes localizando-se nas regiões Sudeste e Sul (95%). Caracterizam-se por

apresentar baixo desenvolvimento econômico, mas alto desenvolvimento humano. O

sistema de saúde se situa entre os de maior complexidade no conjunto dos CGR, da

mesma forma a capacidade instalada.

Grupo 3: engloba 62 CGR e 11% da população, com seus componentes

localizando-se nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (94%). Caracterizam-se por

apresentar um perfil socioeconômico similar ao Grupo 2, porém com um sistema de

saúde menos complexo.

Grupo 4: engloba 27 CGR e 37% da população, com cerca de 73% seus

componentes localizando-se nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Esses CGR

agregam os municípios mais desenvolvidos economicamente do Brasil e sistemas de

saúde complexos.

Grupo 5: engloba 47 CGR e 17% da população, com 100% localizados nas

regiões Sudeste e Sul. Caracterizam-se por apresentar alto desenvolvimento humano,

médio desenvolvimento econômico e sistemas de saúde complexos.

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1.2 Perfil do Prestador do SUS

Para a construção do perfil dos prestadores SUS utilizaram-se as variáveis

apresentadas na Tabela 6. Nesse caso realizou-se uma análise de agrupamentos com as

variáveis expressas no formato z-escore.1

Os três grupos resultantes podem ser descritos como:

Grupo 1 – prestador público: 183 CGR que se caracterizam por apresentar

presença expressiva do prestador público

Grupo 2 – prestador privado: 81 CGR que se caracterizam por apresentar

presença expressiva do prestado privado no SUS

Grupo 3 - intermediário: 133 CGR que se caracterizam por apresentar perfil

intermediário entre os dois anteriores.

Tabela 6 – Variáveis utilizadas na construção dos Agrupamentos sobre perfil dos prestadores do SUS.

Variáveis

Capacidade instalada

Leitos SUS não públicos por mil habitantes (inclui privados, filantrópicos, e de sindicatos)

Produção ambulatorial

Participação porcentual dos prestadores privados na produção ambulatorial de média e alta complexidade no total da produção ambulatorial de média e alta complexidade

Participação porcentual dos prestadores privados na produção ambulatorial total no total da produção ambulatorial

Participação porcentual dos prestadores privados nos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico (SADT) de média complexidade no total desse tipo de produção ambulatorial

Participação porcentual dos prestadores privados nos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico (SADT) de alta complexidade no total desse tipo de produção ambulatorial

Nota: Os grupos de Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (SADT) considerados foram adaptados do apresentado por Solla, J. e Chioro A. em Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil: Atenção ambulatorial especializada. 2008; Rio de Janeiro, Fiocruz.

1 Uma variável está expressa em formato z-escore quando se aplica a seguinte transformação: (variável – média)/desvio padrão.

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2. Resultados

2.1 Grupos Socioeconômicos

A distribuição espacial e as principais características dos cinco grupos

socioeconômicos podem ser visualizadas no Mapa 1 e tabelas apresentados a seguir.

Mapa 1 – Distribuição dos CGR segundo os Cinco Grupos

0 400 800 1,200

Kilometers

AgrupamentosDivisão não disponível

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Grupo 4

Grupo 5

Fonte: Datasus; Fundação IBGE; IPEA; elaboração dos autores. Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

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Tabela 7- Grupos de CGR segundo População e Número de Municípios. CGR - 2008

Grupos Número

de CGR

Total de

Municípios

Total da

População

% da

População

% de

Municípios

Número de

Municípios

por CGR

Média de

população

por município

1 183 2.047 41.513.911 24 40 11

20.280

2 78 1.041 20.067.424 12 21 13

19.277

3 62 1.080 18.914.174 11 21 17

17.513

4 27 328 63.543.001 37 6 12

193.729

5 47 575 29.564.292 17 11 12

51.416

Total

397 5.071

173.602.802 100,0 100,0 13

34.234

Fonte: Datasus; elaboração dos autores. Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

Tabela 8 – Distribuição dos Grupos de CGR, segundo as Grandes Regiões do Brasil. CGR - 2008

Grupos Estatísticas

Regiões

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro

Oeste Total

1 CGR 34 100 26 4 19 183

% no total da região

79,1% 91,7% 16,8% 7,1% 55,9% 46,1%

2 CGR 2 2 53 21 0 78

% no total da região

4,7% 1,8% 34,2% 37,5% ,0% 19,6%

3 CGR 4 0 23 23 12 62

% no total da região

9,3% ,0% 14,8% 41,1% 35,3% 15,6%

4 CGR 3 7 12 2 3 27

% no total da região

7,0% 6,4% 7,7% 3,6% 8,8% 6,8%

5 CGR 0 0 41 6 0 47

% no total da região

,0% ,0% 26,5% 10,7% ,0% 11,8%

Total CGR 43 109 155 56 34 397

% no total da

região 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Datasus; elaboração dos autores. Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

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Tabela 9 – Principais características dos agrupamentos socioeconômicos de CGR

Características Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Total

CGR 183 78 62 27 47 397 % no total de CGR 46,1% 19,6% 15,6% 6,8% 11,8% 100,0%

Municípios 2.047 1.041 1.080 328 575 5.071 % no total de municípios 40,4% 20,5% 21,3% 6,5% 11,3% 100,0%

População (projeção 2008) 41.513.911 20.067.424 18.914.174 63.543.001 29.564.292 173.602.802 % no total da população 23,9% 11,6% 10,9% 36,6% 17,% 100,0%

Média de municípios por CGR 11 13 17 12 12 13

Média da população por município 20.280 19.277 17.513 193.729 51.416 34.234

Beneficiários de planos de saúde na população (%) 3,6 16,3 9,6 35,6 32,2 22,3

População cadastrada no PSF (%) 72,5 52,2 58,3 30,7 29,2 45,9

Médicos por mil habitantes 0,54 1,29 0,92 2,10 1,74 1,45

Médicos SUS no total de médicos (%) 92,2 85,4 87,0 70,0 74,3 75,7

CGR com faculdades de medicina (%) 4,4 29,5 14,5 85,2 51,1 21,9

Leitos por mil habitantes 1,8 2,3 1,9 2,0 1,8 1,9

Leitos SUS no total de leitos (%) 87,4 75,2 75,4 63,9 68,3 71,5

Despesas totais em saúde por habitante (R$ 2008) 240 315 282 324 332 300

Transferência SUS por habitante (R$ 2008) 120 116 106 138 112 123

Transferência SUS na despesa total em saúde (%) 49,8 36,8 37,8 42,5 33,7 41,0 Fonte: Datasus. Elaboração dos autores. Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

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2.2 Perfil do Prestador SUS

A distribuição espacial e as principais características dos cinco grupos

socioeconômicos podem ser visualizadas no Mapa 2 e tabelas apresentados a seguir.

Tabela 10 – Participação porcentual dos leitos SUS segundo prestador. CGR - 2008

Grupos Leitos SUS

publicos

Leitos SUS

filantrópicos

Leitos SUS

privados

Leitos SUS

sindicatos Total

1 55,9 25,2 18,9 0,0 100,0

2 24,1 43,5 32,4 0,0 100,0

3 39,6 33,4 27,0 0,0 100,0

Total 42,3 32,5 25,2 0,0 100,0

Fonte: Datasus. CNES; elaboração dos autores. Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

Tabela 11 – Participação porcentual dos prestadores privados na produção ambulatorial. CGR - 2008

Grupos

Participação do prestador privado

SADT Média Complexidade

SADT Alta Complexidade

Produção ambulatorial

total

Produção de MC e

AC

1 21,5

28,7

3,0

5,8

2 70,6

63,4

14,9

29,4

3 46,6

42,4

8,8

16,1

Total 40,2

42,0

7,3

13,7

Fonte: Datasus. SIA/SUS; elaboração dos autores. Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

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Mapa 2 – Distribuição dos CGR segundo os Tipos de Prestador SUS

0 400 800 1,200

Kilometers

Perfil do prestador SUSDivisão não disponível

Prredominantemente público

Prredominantemente privado

Situação intermediário

Fonte: Datasus; elaboração dos autores. Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

17

2.3 Tipologia CGR – 15 Tipos

Tabela 12 – Características dos grupos de CGR segundo dimensões socioeconômicas, do sistema de saúde e tipo de prestador do SUS. G r u p o s D e s e n v o l v i m e n t oe c o n ô m i c o D e s e n v o l v i m e n t oH u m a n o S i s t e m ad e s a ú d e G r u p os o c i o e c o n ô m i c o S U S – p r e s t a d o r N ú m e r od e C G R

1 Baixo Baixo Menos

complexo 1

Grupo 1 –

prestador

público

121

2 Baixo Baixo Menos

complexo 1

Grupo 2 –

prestador

privado

21

3 Baixo Baixo Menos

complexo 1

Grupo 3–

intermediário 41

4 Baixo Alto Mais

complexo 2

Grupo 1 –

prestador

público

14

5 Baixo Alto Mais

complexo 2

Grupo 2 –

prestador

privado

34

6 Baixo Alto Mais

complexo 2

Grupo 3–

intermediário 30

7 Baixo Médio Menos

complexo 3

Grupo 1 –

prestador

público

23

8 Baixo Médio Menos

complexo 3

Grupo 2 –

prestador

privado

13

9 Baixo Médio Menos

complexo 3

Grupo 3–

intermediário 26

10 Alto Alto Mais

complexo 4

Grupo 1 –

prestador

público

11

11 Alto Alto Mais

complexo 4

Grupo 2 –

prestador

privado

4

12 Alto Alto Mais

complexo 4

Grupo 3–

intermediário 12

13 Médio Alto Mais

complexo 5

Grupo 1 –

prestador

público

14

14 Médio Alto Mais

complexo 5

Grupo 2 –

prestador

privado

9

15 Médio Alto Mais

complexo 5

Grupo 3–

intermediário 24

Fonte: Elaboração dos autores.

18

Tabela 13 – Distribuição dos CGR segundo Perfil do Prestador SUS por Grupo Socioeconômico

Grupos socioeconômicos

Perfil do Prestador SUS

Total Público Privado Intermediário

1 66,1% 11,5% 22,4% 100,0%

2 17,9% 43,6% 38,5% 100,0%

3 37,1% 21,0% 41,9% 100,0%

4 40,7% 14,8% 44,4% 100,0%

5 29,8% 19,1% 51,1% 100,0%

Total 37,4% 46,1% 20,4% 33,5%

Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

Tabela 14 – Distribuição da População segundo Perfil do Prestador SUS por Grupo Socioeconômico

Grupos socioeconômicos

Perfil do Prestador SUS

Total Público Privado Intermediário

1 59,4% 16,8% 23,9% 100,0%

2 15,3% 50,0% 34,7% 100,0%

3 40,2% 24,1% 35,7% 100,0%

4 46,2% 7,7% 46,1% 100,0%

5 28,9% 16,4% 54,7% 100,0%

Total 42,2% 18,0% 39,8% 100,0%

Nota: Exclusive os estados do Acre, Amazonas, Roraima, Maranhão e parte do Piauí.

19

Mapa 3 – Distribuição dos CGR pertencentes ao grupo socioeconômico 1, segundo perfil do prestador do SUS

0 400 800 1,200

Kilometers

Perfil do prestador SUSPrredominantemente público

Prredominantemente privado

Situação intermediário

20

Mapa 4 – Distribuição dos CGR pertencentes ao grupo socioeconômico 2, segundo perfil do prestador do SUS

0 400 800 1,200

Kilometers

Perfil do prestador SUSPrredominantemente público

Prredominantemente privado

Situação intermediário

21

Mapa 5 – Distribuição dos CGR pertencentes ao grupo socioeconômico 3, segundo perfil do prestador do SUS

0 400 800 1,200

Kilometers

Perfil do prestador SUSPrredominantemente público

Prredominantemente privado

Situação intermediário

22

Mapa 6 – Distribuição dos CGR pertencentes ao grupo socioeconômico 4, segundo perfil do prestador do SUS

0 400 800 1,200

Kilometers

Perfil do prestador SUSPrredominantemente público

Prredominantemente privado

Situação intermediário

23

Mapa 7 – Distribuição dos CGR pertencentes ao grupo socioeconômico 5, segundo perfil do prestador do SUS

0 400 800 1,200

Kilometers

Perfil do prestador SUSPrredominantemente público

Prredominantemente privado

Situação intermediário