Relatórios_Currais Novos e Parelhas_Eliel Alencar

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Universidade Federal do Ceará Departamento de Geologia / DEOGEO Disciplina de Mineralogia 1 2013 Eliel Moreira Alencar [email protected] 8/2/2013 Relatório de Mineralogia

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  • Universidade Federal do Cear

    Departamento de Geologia / DEOGEO

    Disciplina de Mineralogia 1 2013

    Eliel Moreira Alencar

    [email protected]

    8/2/2013

    Relatrio de Mineralogia

  • Universidade Federal do Cear

    Departamento de Geologia / DEOGEO

    Professora Dra. Irani Clezar Mattos

    Aluno Eliel Moreira Alencar

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    Sumrio

  • Universidade Federal do Cear

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    Professora Dra. Irani Clezar Mattos

    Aluno Eliel Moreira Alencar

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    1 Introduo

    O Estado do Rio Grande do Norte est situado na regio Nordeste, delimitando-se ao

    Norte e ao Leste com o Oceano Atlntico, ao Sul com a Paraba e ao Oeste com o Cear.

    dividido em 167 municpios (IBGE, 2013).

    O Estado situa-se entre os principais polos mineiros do Nordeste brasileiro, sendo

    portador de diversos recursos minerais de valor econmico atuais e potenciais, tais como

    petrleo, minerais de pegmatito, minrio de ferro, minrio de tungstnio, calcrio/mrmore,

    dolomito, ouro, rochas ornamentais, britas, areias, argilas, etc.

    Ser apresentado neste relatrio o contexto geolgicos dos principais minrios dos

    municpios de Currais Novos e Parelhas situados na poro Centro-Sul do Estado, situados na

    regio Serid (Figura 1).

    Figura 1 Mapa de Localizao geogrfica dos municpios Currais Novos e Parelhas, situados no Estado do Rio

    Grande do Norte. Fonte: Modificado de Angelim et al. (2007).

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    2 Evoluo Tectnica e Diviso Tectonoestrutural

    O Estado compreende, em sua maior parte, rochas precambrianas da Provncia

    Borborema as quais so recobertas por sedimentos fanerzicos da Provncia Costeira e

    Margem Continental, conforme definido por Almeida et al. (1977).

    A Provncia Borborema constituda por sequncias metassedimentares e

    metavulcnicas de idades meso e neoproterzicas, com blocos de embasamento de idade

    paleoproterzica, com alguns remanescentes do Arqueano, configurando um cinturo

    orognico meso-neoproterzico, envolvendo microplacas e terrenos/domnios mais antigos

    (Figura 2.1). Sua evoluo culminou com uma colagem tectnica Brasiliana/Panafricana de

    ca. 600 Ma. (Brito Neves et al., 2000), a qual foi acompanhada de um importante plutonismo

    grantico.

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    O substrato precambriano do Estado do Rio Grande do Norte, situado integralmente a

    norte do lineamento Patos (Subprovncia Setentrional), estaria, em sua maior parte, inserido

    no Domnio (superterreno) Rio Grande do Norte, o qual seria constitudo pelos terrenos So

    Jos do Campestre, Serid, Rio Piranhas e Granjeiro, e em menor proporo pelo Terreno

    Ors- Jaguaribe, do Domnio Cearense, sendo os trs primeiros correspondentes Faixa Serid

    de Jardim de S et al. (1992) e Jardim de S (1994).

    O Domnio Rio Piranhas-Serid (DPS) corresponde poro da Faixa Serid (Figura

    2.2) de Jardim de S (1994) situada oeste da zona de cisalhamento Picu-Joo Cmara, ao

    Terreno Serid de Campelo (1999) e aos terrenos Rio Piranhas e Faixa Serid de Brito Neves

    et al. (2000). Est limitado tectonicamente a oeste pelo Domnio Jaguaribeano atravs da zona

    de cisalhamento Portalegre, considerada como uma sutura transcorrente/ transformante

    brasiliana, e a leste pelo Domnio So Jos do Campestre por meio da zona de cisalhamento

    Picu-Joo Cmara.

    Figura 2.2: Mapa aeromagntico do Estado do Rio Grande do Norte ressaltando os domnios Tectonoestruturais.

    DJ - Domnio Jaguaribeano; DPS - Domnio Rio Piranhas-Serid; DSJ - Domnio So Jos do Campestre.

    Fonte: Angelim et al., (2007).

    2.1 Grupo Serid

    Grupo Serid constitui a Faixa de Dobramentos Serid de Brito Neves (1975),

    comumente denominada de Faixa Serid, que ocorre na poro central do Estado do Rio

    Grande do Norte, associada Orognese Brasiliana/Panafricana. Sua rea de exposio est

    compreendida entre os limites tectnicos do Domnio Rio Piranhas-Faixa Serid (figura 2.3).

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    Para Jardim de S (1984, 1994) e Jardim de S et al. (1987), entre outros, o Grupo

    Serid foi alvo de trs principais fases de deformao: a primeira (D1) responsvel pelo

    bandamento composicional (S1//S0), melhor preservado na fcies xisto verde; a segunda (D2)

    gerada em um regime contracional, representada pelos empurrees e dobramentos

    recumbentes e/ou isoclinais inclinados e transporte de massa para NW, sendo ambas as

    deformaes (D1 e D2) de idade transamaznica, e a terceira (D3/S3) que promoveu a

    verticalizao dos estratos, a formao de dobras abertas, por vezes isoclinais, e uma foliao

    NNE-SSW, associadas a uma cinemtica transcorrente de idade brasiliana, com zonas de

    cisalhamento, ora dextrais, ora sinistrais, com trend NE-SW. Uma quarta fase de fraca

    penetratividade, com trend NW-SE, foi descrita por Hackspacher e S (1984).

    Van Schmus et al. (2003), baseados em dataes U-Pb SHRIMP em zirco detrtico

    das formaes Jucurutu e Serid, admitem a possibilidade de que todo o Grupo Serid seja

    mais jovem que 650 Ma. Tambm baseados na idade de ca. 600 Ma para a deformao e

    metamorfismo destas unidades, esses autores sugerem a possibilidade de uma deposio para

    o grupo entre 640-620 Ma.

    2.1.1 Formao Serra dos Quintos

    A denominao de Complexo Serra dos Quintos foi utilizada por Ferreira (1998), para

    individualizar uma sequncia de gnaisses e micaxistos, localmente migmatizados, que

    incluem lentes de quartzitos ferruginosos, formaes ferrferas, muscovita quartzitos,

    anfibolitos, mrmores e skarns, na regio de Santa Luzia (PB). Essa sequncia seria parte

    integrante do Complexo Caic definido por Torres e Andrade (1975).

    Posteriormente, Ferreira e Santos (2000) reclassificaram a unidade como formao,

    considerando-a parte integrante do Grupo Serid, correlacionvel Formao Jucurutu. Os

    referidos autores reconheceram outros stios dispersos dessa associao litolgica, no mbito

    dos ortognaisses do embasamento paleoproterzico a norte de Caic, no pico do Bonito em

    Jucurutu, e na regio de So Joo do Sabugi.

    Suas reas de ocorrncia no Rio Grande do Norte, ora cartografadas, esto restritas

    regio da serra da Formiga/fazenda Saquinho-serra do Cruz/stio Riacho, ao quartzito

    ferrfero da Mina Jucurutu (Pico do Bonito), e s regies de So Joo do Sabugi e de Parelhas,

    reas limtrofes com a Paraba.

    Como recursos minerais a unidade contm nveis de mrmores e de formaes

    ferrferas, como os expressivos depsitos de ferro da mina Saquinho e da mina Jucurutu (Pico

    do Bonito), ambos em explotao (CPRM, 2007).

    2.1.2 Formao Jucurutu

    Foi definida por Ferreira e Albuquerque (1969) para englobar, aproximadamente, o

    que Ebert (1969) denominou de formaes Flornia, Quixaba e Equador. Para aqueles

    autores, a Formao Jucurutu consta, essencialmente, de gnaisses de cor cinzento- azulada

    com lentes de epidoto, uniformemente distribudas e que podem evoluir at formar tactitos,

    muitas vezes scheelitferos, com abundantes intercalaes lenticulares de mrmores, s vezes

    associados a tactitos scheelitferos. Ela ocorre no interior da faixa dobrada como estreitas

    camadas bordejando plutons granticos.

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    A Formao Jucurutu est constituda principalmente por biotita epidoto anfiblio

    paragnaisses, com intercalaes de mrmores (m), rochas calcissilicticas e skarns (Salim,

    1993), micaxistos, quartzitos (qt), formaes ferrferas, metavulcnicas dominantemente

    bsicas e intermedirias (v), alguns metaconglomerados basais e possveis nveis de

    metachertes (ch). Inclusos nos paragnaisses ocorrem nveis e ndulos de rochas cal-

    cissilicticas e de metagrauvacas (bastante feldspticas) com aspecto macio.

    A esta unidade associam-se os principais depsitos de scheelita (CaWO4), da

    Provncia Scheelitfera do Nordeste, hospedados em skarns. Associados aos skarns ocorrem

    alm de W, mineralizaes de Au e Mo (CPRM, 2007).

    2.1.3 Formao Serid

    A Formao Serid constitui a principal unidade litoestratigrfica da faixa dobrada em

    rea de afloramento, ocorrendo tambm como segmentos alctonos isolados, a leste da faixa

    dobrada, sobre o embasamento gnissico-migmattico do Domnio So Jos do Campestre.

    Sua litologia dominante consta de micaxistos feldspticos ou aluminosos de fcies de

    mdio a alto grau metamrfico, com stios restritos de fcies de baixo grau metamrfico.

    Na poro inferior da formao ocorrem intercalaes de mrmores, rochas

    calcissilicticas, paragnaisses, rochas metavulcnicas bsicas, quartzitos e

    metaconglomerados.

    Do ponto de vista econmico est unidade torna-se importante por abrigar inmeros

    corpos pegmatticos (Figura 3) com mineralizaes metalferas e gemas tais como, Be (berilo

    e gua marinha), Ta/Nb (tantalita/columbita), Sn (cassiterita), Li (ambligonita) e Bi

    (bismutinita), alm dos no metlicos, turmalina, quartzo, micas, feldspato e caulim. Na

    regio de Currais Novos, na mina So Francisco, ocorre mineralizao de ouro associada a

    veios de quartzo sulfetados em zona de cisalhamento transcorrente (CPRM, 2007).

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    Figura 3: Mapa de distribuio dos principais pegmatitos mineralizados do Estado do Rio Grande do Norte.

    Fonte: Angelim et al. (2007).

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    3 Minerais

    Metais Nobres

    Os metais nobres conhecidos correspondem s mineralizaes de ouro, em nmero de

    2 jazimentos, as minas So Francisco e Alto do Pelado, em Currais Novos. As mineralizaes

    aurferas podem ser agrupadas em dois tipos principais: mineralizaes de carter hidrotermal

    e, secundariamente, associadas a metaconglomerados.

    A mina So Francisco constitui o principal depsito aurfero relacionado a veios de

    quartzo. Ela est situada geotectonicamente na Faixa Serid, e a mineralizao deste depsito

    ncontra-se confinada na zona de cisalhamento So Francisco e hospedada por granada-

    silimanita-muscovita-biotita xistos feldspticos (zona da silimanitamuscovita) da Formao

    Serid.

    Foto 1: Cava de explotao abandonada de ouro primrio da

    mina So Francisco. Fonte: Angelim et al. (2007).

    Gemas

    O Distrito Gemolgico Sul engloba principalmente os municpios de Parelhas e

    Equador, produz as preciosas e belas turmalinas coradas, as elbatas gemolgicas de diversas

    cores, de grande aceitao no mercado internacional. Um exemplo eminente da riqueza

    gemolgica do Rio Grande do Norte. A mineralizao ocorre em diques de pegmatitos

    heterogneos, zonados, bastante evoludos, diferenciados. A atividade mineira se processa de

    duas maneiras: de forma organizada, por empresas, em duas principais reas, Quintos de

    Baixo (Foto 2) e Capoeira, em Parelhas, e por garimpagem.

    Foto 2: Shaft de acesso mina de turmalina de Quintos

    de Baixo (Parelhas). Fonte: Angelim et al. (2007).

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    Soares e Ferreira (2000) e Ferreira et al. (2001) identificaram nas elbatas, as cores

    azul clara, azul turquesa azul intensa; rsea, lils, prpura, parda e verde, e s vezes, exibem

    um zoneamento da borda para o centro nas cores azul, verde e lils.

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    5 Concluso

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    6 Referncias Bibliogrficas