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DESTAQUES
Julho
Agosto
Setembro
2014
RENASCER b o l e t i m i n f o r m a t i v o
Distribuição Gratuita | Publicação Trimestral | Nº 45
Santa Casa da Misericórdia de Sines www.scmsines.org
Estrunfes viajam até MadridEstrunfes viajam até Madrid pág. 8pág. 8 À Conversa com… Fernanda DiasÀ Conversa com… Fernanda Dias pág. 10pág. 10
O DESAFIO DE ENVELHECER
2 anos de Loja Social2 anos de Loja Social pág. 6pág. 6
No âmbito da comemoração do Dia do
Idoso, que se assinala mundialmente a
1 de Outubro, destacamos nesta edição,
como tema de capa, a Terceira Idade.
Nas últimas décadas Portugal tem‐se
caracterizado por ser um país envelheci‐
do fruto de uma baixa natalidade e de
um claro aumento da esperança média
de vida. Existem inclusivamente estudos
que indicam que o envelhecimento da
população se vai acentuar e que, por vol‐
ta de 2030, 1 em cada 4 portugueses
terão 65 ou mais anos de idade. Assim, é
importante repensar a sociedade, apos‐
tar nos mais velhos e aproveitar o que
estes têm para dar.
Não é fácil definir o conceito de Terceira
Idade. Esta não se situa numa idade pre‐
(Continua na página 4)
Em geral, a ambição está
associada à vontade de se
alcançar objectivos e obter
resultados, no domínio das
ideias, poder e, em grande
parte das vezes, materiais.
Centro‐me no valor mais
nobre e positivo desta pala‐
vra, ligado à ética, à vontade
de levar mais além as realiza‐
ções que ajudam, dentro do
possível, a tornar o a vida do
próximo melhor.
Num dos momentos de refle‐
xão, dei comigo a meditar
sobre até que ponto a pessoa
ao ter como missão o cumpri‐
mento de obrigações sociais,
necessitando para isso de
desenvolver acções, quer de
edificação de instalações,
quer de melhorias na presta‐
ção dos colaboradores e servi‐
ços, quer em proporcionar
mais bem‐estar às pessoas
mais fragilizadas, o pode reali‐
zar se não houver alguma
ambição?
Creio que na evolução natural
da minha vida, talvez pela
minha forma de estar, pois
nunca tive como objectivos
conquistar lugares ou posi‐
ções de poder, mas simples‐
mente porque a vida me foi
proporcionando oportunida‐
des, fez com que as pessoas
me fossem encaminhando
para posições de algum desta‐
que, nunca conflituando com
ambições pessoais, porque,
na realidade, sempre defini
como primeira prioridade rea‐
lizar as minhas tarefas com
sucesso, em prol da sustenta‐
bilidade das empresas e insti‐
tuições e bem‐estar das pes‐
soas.
Atualmente, com a missão
que tenho, os desafios
aumentaram substancialmen‐
te. Porquê? Porque estamos a
falar de pessoas que abran‐
gem todas as faixas etárias,
diferentes personalidades,
muitas fragilidades, com mais
ou menos afectos e capacida‐
des. Então aqui, entra, de
uma forma silenciosa e disfar‐
çada, a ambição de fazer o
melhor pelo bem‐estar das
pessoas e sustentabilidade da
instituição. Questiono‐me:
como é que poderei atingir
esses objetivos sem ambição?
Para uma instituição tão com‐
plexa são muitos os desafios a
enfrentar e uma grande diver‐
sidade de intervenientes a
enquadrar e motivar: funcio‐
nários, para que adquiram
mais competências e desen‐
volvam comportamentos mais
eficientes e afectivos, de
modo a proporcionarem o
bem‐estar aos seus utentes;
melhoria das relações de
camaradagem com os cole‐
gas; serem exemplares e con‐
tribuírem para a boa reputa‐
ção da instituição.
Para as instalações, e através
de um árduo trabalho, tam‐
bém temos tido a ambição de
aproveitar todas as oportuni‐
dades de candidaturas e
financiamentos, de maneira a
respeitarmos as leis vigentes,
e proporcionar mais conforto
e segurança aos utentes, agili‐
zar e melhorar procedimentos
e funcionalidades na presta‐
ção de serviços.
Não será uma ambição positi‐
va tentarmos aliviar o sofri‐
mento dos idosos e retardar,
quanto possível, a sua depen‐
dência de terceiros, quer atra‐
vés de atividades físicas e
mentais, quer através de
incentivos e assistência técni‐
ca, de modo a que as suas
vidas sejam mais longas e
com qualidade?
Não será uma ambição salutar
querer um futuro melhor para
todas crianças, jovens e adul‐
tos que passam pela institui‐
ção?
Da reflexão sobre algumas das
formas e consequências do
ser‐se ambicioso, posso con‐
cluir que se não deformarmos
ou desvirtuarmos este concei‐
to, então devo convidá‐los a
todos a sermos mais ambicio‐
sos e fazermos da nossa mis‐
são uma grande obra, em prol
de todos aqueles que de nós
necessitem e de uma Miseri‐
córdia melhor.
2
RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
Propriedade, Edição e Impressão SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SINES
Periodicidade Trimestral
Número 45
Edição Julho | Agosto | Setembro 2014
Director Luís Maria Venturinha de Vilhena
Redacção Rita Camacho
Revisão de Texto José Mouro, Rita Camacho
Fotografia Rita Camacho
Grafismo | Montagem | Paginação Ricardo Batista, Rita Camacho
Tiragem 300 exemplares
Depósito legal 325965/11
Distribuição Gratuita
Ficha Técnica
RENASCER b o l e t i m i n f o r m a t i v o
ED
ITO
RIA
L
Luís Maria Venturinha de Vilhena Provedor da Misericórdia de Sines
A AMBIÇÃO AO SERVIÇO DO BEM-COMUM
3
bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
SCMS PROMOVE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA A Santa Casa da Misericórdia de Sines
aderiu recentemente à campanha de
sensibilização e educação para a efi‐
ciência energética, uma iniciativa que
envolverá utentes e técnicos da Institui‐
ção.
Esta iniciativa está a ser promovida pela
Iberdrola Portugal e pelo Centro de
Reabilitação Profissional de Gaia, que
integra o Plano de Promoção de Eficiên‐
cia no Consumo 2013‐2014 da ERSE ‐
Entidade Reguladora dos Serviços Ener‐
géticos e decorre num conjunto alarga‐
do de organizações de norte a sul de
Portugal.
Dirigida às pessoas com deficiências e
incapacidades e à população idosa, esta
campanha consiste na promoção de um
conjunto de actividades de sensibiliza‐
ção e de educação, versando sobre a
importância da adopção de comporta‐
mentos orientados por preocupações
de eficiência energética. O principal
objectivo é sensibilizar as pessoas para
a adopção de comportamentos racio‐
nais e eficientes como consumidores de
energia.
A campanha decorre entre Maio de
2014 e Julho de 2015, integrando um
conjunto de acções de informação,
aprendizagem e envolvimento dos des‐
tinatários, culminando com a organiza‐
ção de uma acção de sensibilização que
decorrerá nas instalações da instituição,
envolvendo utentes e técnicos. Para
aferir a mudança de comportamentos,
será aplicado, antes e após a campa‐
nha, um questionário de avaliação.
PUB
4
RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
cisa, mas está associada ao
final da actividade laboral que
conduz a uma diminuição das
actividades intelectuais, men‐
tais e físicas. Por sua vez, esta
diminuição de actividade tem
um impacto negativo na pes‐
soa idosa, obrigando‐a a reor‐
ganizar a sua vida, e em mui‐
tas ocasiões a procurar auxilio
em Instituições como a SCMS.
Apesar do grande aumento de
Instituições Particulares de
Solidariedade Social que aco‐
lhem idosos, em Portugal, de
acordo com os Censos de
2011, cerca de 400 mil idosos
vivem sozinhos. Ainda que
estes possam ter apoio das
famílias, de conhecidos ou de
Instituições, não é saudável
que envelheçam sozinhos. E
num lar de idosos, essa soli‐
dão é minimizada, pois além
de receberem cuidados de
higiene, alimentação e saúde,
os idosos usufruem de activi‐
dades socioculturais e despor‐
tivas que favorecem um enve‐
lhecimento activo e de quali‐
dade.
OPINIÃO Vera Alves, socióloga, trabalha
na SCMS há 13 anos e desde
então acompanha a entrada
de idosos em lar. Por isso,
recolhemos a sua opinião
sobre a caracterização dos
idosos que actualmente pro‐
curam os lares, em compara‐
ção com os que o faziam uma
década atrás.
Renascer – De um modo
geral caracterize os idosos
que actualmente vêm residir
para a Santa Casa.
Vera Alves – Cada vez mais os
idosos chegam ao lar muito
dependentes, com pouca
mobilidade e, grande parte
deles, com diagnóstico de
demência. Recordo‐me que
quando vim trabalhar para cá
muitos utentes vinham pelo
próprio pé solicitar o seu
internamento. E tínhamos
muitos utentes autónomos
que participavam nas activi‐
dades. Os bailes estavam
sempre cheios, quando íamos
à praia conseguíamos encher
o autocarro duas vezes e era
raro o utente que se desloca‐
va em cadeira de rodas. Hoje
é a família que faz a inscrição
do utente, procurando a nos‐
sa ajuda numa fase em que o
grau de dependência é enor‐
me.
R. – Nota alguma diferença ao
nível da escolaridade e hábi‐
tos de vida dos idosos actual‐
mente inseridos em lar, com‐
parativamente com os que já
cá residiam quando entrou
em funções na Santa Casa?
V.A. – Não se verificam altera‐
ções nestes aspectos. Conti‐
nuamos a receber muitos
utentes iletrados, com profis‐
sões ligadas ao meio rural e à
pesca. Esporadicamente surge
alguém com mais estudos,
mas isso desde sempre acon‐
teceu. Penso que esta diferen‐
ça se vai notar mais daqui a
uns anos.
R. – Ao nível do suporte fami‐
liar, acha que as famílias hoje
estão mais presentes?
V.A. – Não, penso que as coi‐
sas neste campo não evoluí‐
ram. Notamos que devido à
dependência dos utentes as
saídas com os familiares dimi‐
nuíram e as visitas são feitas
presencialmente no lar.
R. – E relativamente aos casos
sociais, ao nível de pobreza
extrema ou abandono fami‐
liar, têm muitos internamen‐
tos solicitados pela Segurança
Social?
V.A. – Anteriormente a Segu‐
rança Social fazia‐nos pedidos
de internamento mensais mas
agora, criaram‐se as vagas
cativas, reservadas à Seguran‐
ça Social, e desde então os
internamentos acontecem em
função dessas vagas. Actual‐
mente temos menos casos
encaminhados pela Segurança
Social, mas ainda surgem
alguns sinalizados pelo
Núcleo Local de Inserção.
Temos cerca de 2 a 3 casos
sociais por ano, que normal‐
mente resultam da ausência
de familiares e de condições
socioeconómicas.
R. – De acordo com a sua
experiência, o Lar recebe mais
homens ou mulheres?
V.A. – Recebemos mais
mulheres do que homens, e
desde que cá estou sempre
foi assim. As mulheres são
menos resistentes à entrada
no lar e os homens quando
procuram o lar para residir já
estão mais debilitados. O fac‐
to de no Serviço de Apoio
Domiciliário existirem mais
homens do que mulheres
também explica esta resistên‐
cia dos homens à entrada no
lar. As mulheres vêm mais
cedo para o Lar e muitas delas
tomam essa decisão a partir
do momento que enviúvam.
O DESAFIO DE ENVELHECER
Na Terceira Idade sorrir é muitas vezes o melhor remédio
Dançar é uma actividade muito apre‐
ciada pelos idosos
bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
MEMÓRIAS A PRETO E BRANCO
Constantino Pereira (ao centro), na Festa da N. Sra. Da Graça (Anos 40)Constantino Pereira (ao centro), na Festa da N. Sra. Da Graça (Anos 40)
António Francisco com a sua irmã António Francisco com a sua irmã
DelmiraDelmira Maria Balbina aos 3 anos de Maria Balbina aos 3 anos de
idadeidade
Lucília Rita em criançaLucília Rita em criança
Domingos Casa Branca aos 22 Domingos Casa Branca aos 22
anosanos
Lucília Rita em Itália (anos 60)Lucília Rita em Itália (anos 60)
Lucília Rita com cerca de 38 Lucília Rita com cerca de 38
anosanos
Constantino Pereira (em cima), aos 20 anos, na companhia da família de uma Constantino Pereira (em cima), aos 20 anos, na companhia da família de uma
namoradanamorada Isabel Valente (à esquerda) com cerca de 20 anos, na MadeiraIsabel Valente (à esquerda) com cerca de 20 anos, na Madeira
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6
RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
LOJA SOCIAL EXISTE HÁ 2 ANOS A Loja Social “Sinergia Solidá‐
ria”, da responsabilidade da
Santa Casa da Misericórdia
de Sines, completou no dia 5
de Julho dois anos desde a
sua abertura ao público. Ao
longo deste tempo, a Loja
Social tem‐se consolidado
enquanto projecto de apoio
às famílias carenciadas do
concelho de Sines, existindo
uma grande procura por par‐
te de quem necessita de aju‐
da, mas também por parte
de quem doa artigos dos
quais já não necessita.
No total, nestes dois anos de
existência, 116 processos
foram abertos na Loja Social,
sendo que 83% dizem respei‐
to a famílias efectivamente
apoiadas. Algumas há que
apesar de inscritas ou enca‐
minhadas para a Loja Social
da Santa Casa, nunca solicita‐
ram o apoio deste serviço.
Todas as famílias apoiadas
receberam donativos de rou‐
pas e calçado, mas é de
salientar o apoio dado a cer‐
ca de 20% destas famílias, ao
nível de mobiliário, electro‐
domésticos e outros artigos
para o lar.
Os agregados familiares ins‐
critos na Loja Social caracte‐
rizam‐se de um modo geral
por terem 1 ou mais elemen‐
tos desempregados, por
serem famílias com mais do
que 1 filho, por possuírem
baixos níveis de escolarida‐
de, tendo os adultos inscritos
uma média de idades entre
os 25 e os 45 anos. 19% dos
beneficiários da Loja Social
são imigrantes, oriundos
sobretudo de países africa‐
nos e de países do Leste da
Europa.
A maioria dos agregados
familiares apoiados pela Loja
Social inscreveram‐se direc‐
tamente neste serviço, no
entanto, alguns deles foram
encaminhados pela Seguran‐
ça Social, Comissão de Pro‐
tecção de Crianças e Jovens
de Sines e pela Caritas.
A Loja Social funciona às
segundas‐feiras, entre as 14h
e as 16h30 e às quintas‐
feiras, entre as 09h e as
12H30, sendo o atendimento
efectuado por voluntários da
Instituição. Além do apoio a
famílias carenciadas a Loja
Social disponibiliza também
ajudas técnicas a quem delas
necessita.
Raquel Cruz e Sandra Costa, as voluntárias que actualmente garantem o atendimento na Loja Social
As instalações da Loja Social “Sinergia Solidária”
7
bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
PUB
O NOSSO EQUIPAMENTO DE RECOLHA Instalado junto à Loja
Social, este equipamento
destina‐se a que qualquer
pessoa lá coloque roupas,
calçado e brinquedos
novos e usados. A abertura
do depósito, recolha do
seu conteúdo e posterior
triagem dos artigos é feita
pela Santa Casa da Miseri‐
córdia de Sines. Os artigos
em bom estado são distri‐
buídos pelas diferentes
respostas sociais da Insti‐
tuição, incluindo obvia‐
mente a Loja Social. O
excedente dos artigos
recebidos, bem como tudo
o que não está em bom
estado, são encaminhados
para a empresa H Sarah
Trading, Lda., entidade
parceira da Misericórdia de
Sines. Esta empresa dedica
‐se à gestão e reciclagem
de resíduos tendo como
objectivos a reutilização de
materiais evitando a
extracção de matérias pri‐
mas da natureza, a dimi‐
nuição da quantidade de
resíduos destinados aos
aterros sanitários e o con‐
tributo para a formação de
uma consciência cívica e
ecológica do cidadão.
Equipamento cedido pela H Sarah Trading, Lda.
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RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
ESTRUNFES VIAJAM ATÉ MADRID No final do mês de Junho os meninos da Sala dos Estrunfes
do Infantário “Capuchinho Vermelho”, acompanhados de
pais e educadores, viajaram até Madrid, naquela que foi a
sua Viagem de Finalistas. Inicialmente o plano era viajar até
à EuroDisney em Paris, no entanto, e depois de feita uma
recolha de donativos, concretizou‐se a viagem até ao Parque
da Warner em Madrid, um dos maiores parques de diversões
da Europa, com áreas temáticas, espectáculos e muitas
atracções relacionadas com o mundo imaginário dos bone‐
cos animados infantis.
Foto de grupo no Parque da Warner
«A viagem correu lindamente, estavam todos muito animados, e até o motorista do autocarro se divertiu bastante. Não conseguimos andar
sempre juntos, mas desfrutámos bastante de todos os divertimentos do parque. Acho importante que aconteçam este tipo de iniciativas,
porque há crianças que se não for desta forma não têm possibilidade de usufruir destas experiências. As crianças só têm 5 anos, mas como
vão acompanhados pelos pais e vão em grupo é uma experiência diferente. Até para os pais é enriquecedor e é uma oportunidade única des‐
tes interagirem. Esta viagem significou o final de uma etapa para a minha filha. Eu sou suspeita porque além de mãe de uma aluna, sou fun‐
cionária da casa, mas a minha filha esteve sempre bem aqui no Capuchinho, sempre bem integrada e acho que foi muito bem preparada
para a escola primária.», Amélia Oliveira, mãe da Matilde
«Correu tudo muito bem. Os pais colaboraram bastante e os meninos adoraram. Foram muitas horas de autocarro, mas ninguém deu pelo
tempo passar, com a paródia que foi. O parque tem divertimentos para crianças e para adultos, por isso todos se puderam divertir. Visitámos
a casa dos super heróis, andámos de carrocel, assistimos a filmes 3D e a espectáculos com personagens em tamanho real. Foi diversão o dia
inteiro, sem interrupções. Envolver os pais dos meninos foi uma tarefa fácil, acho até que eles aderiram mais prontamente do que as crian‐
ças e ajudaram‐nos em tudo. Sem o contributo deles não teria sido possível realizar esta viagem. Tivemos também o contributo da Associa‐
ção de Moradores do Casoto, do Duo M & M e de vários comerciantes e particulares de Sines. Agradecemos a todos os que tiveram envolvi‐
dos neste projecto, pois só assim foi possível levar a actividade até ao fim. E a alegria das crianças vale tudo.», Laura Soares, auxiliar de
educação
«Eles portaram‐se lindamente, apesar da excitação e da viagem ter sido cansativa. Correu tudo muito bem no parque, os meninos estavam
super contentes e conseguiram aproveitar ao máximo. Não houve uma única birra, os meninos fizeram sempre aquilo que nós mandámos.
Não sou muito a favor das viagens de finalistas, porque acho que finalistas só mesmo a partir do 12º ano, mas foi uma iniciativa engraçada
que correu muito bem. Apesar de não terem ido todos, foi muito giro e é sempre positivo o companheirismo entre todos! Foi 5 estrelas, mes‐
mo com as educadoras, houve sempre consenso entre todos. A passagem do meu filho pelo “Capuchinho Vermelho” correu bem, apesar de
actualmente as condições físicas não serem as melhores. E eu estou à espera que mudem porque tenho cá outra filha e quero que ela cá con‐
tinue porque conheço as pessoas, gosto delas e além das condições físicas as condições humanas também são muito importantes.», Teresa
Cavalinhos, mãe do Santiago
“A ÂNCORA”: NOVO ANO ESCOLAR
bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
9
Setembro marca o arranque
de mais um ano escolar para
os rapazes do Lar “A Âncora”,
existindo sempre a expectati‐
va de que este possa decor‐
rer sem contratempos. Neste
Ano Lectivo 2014/2015, 2
rapazes frequentam o 1º
Ciclo do Ensino Básico, 5 fre‐
quentam o 2º Ciclo e 6 o 3º
Ciclo. No que diz respeito ao
Ensino Secundário, 2 rapazes
do Lar frequentam o curso
de Logística do Instituto de
Soldadura e Qualidade, 1 fre‐
quenta o curso de Electróni‐
ca, Automação e Instrumen‐
tação, na Escola Tecnológica
do Litoral Alentejano e um
outro frequenta o curso de
Instalações Eléctricas na
Escola Secundária Poeta Al
Berto. Todos eles frequen‐
tam estabelecimentos de
ensino no concelho de Sines.
De acordo com a Direcção
Técnica do Lar, o balanço
positivo do Ano Lectivo pas‐
sado, encoraja todos os rapa‐
zes e dá‐lhes motivação para
que o sucesso seja um objec‐
tivo a alcançar. No último
Ano Lectivo apenas 2 rapazes
não transitaram de ano, sen‐
do este resultado fruto do
esforço deles e de todos os
colaboradores afectos ao Lar
em conjunto com as escolas.
O arranque do Ano Lectivo
representa igualmente o
final das férias. Este ano, na
memória dos rapazes do Lar
fica a ida ao Festival Sudoes‐
te na Zambujeira do Mar. Por
ter sido a primeira participa‐
ção num Festival de Verão
ficará na memória de todos
eles como o acontecimento
mais marcante do último
Verão. O Festival Sudoeste 2014 vai ficar na memória dos utentes do Lar
SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE SINES
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Horário de Atendimento: Segunda a Sextas‐feira
09h00‐13h00 | 14h00‐20h00 (sob marcação)
Outros Contactos:
Animação:
Gabinete de Informação:
Gabinete de Psicologia:
Recursos Humanos:
Informações Úteis
Fernanda Maria Marques
Dias, nasceu no distrito de
Viseu em Sanjoaninho, San‐
ta Comba Dão, no dia 26 de
Agosto de 1931, tendo sido
registada um dia mais tar‐
de com o nome escolhido
pela sua madrinha, tam‐
bém ela Fernanda. A sua
família era constituída por
seu pai, mãe e irmã mais
nova, sendo que por volta
dos 5 anos um duro revés
marcou o seu percurso de
vida. O pai de Fernanda,
pedreiro de cantaria, fale‐
ceu ficando o sustento da
família a cargo da mãe que
trabalhava como emprega‐
da doméstica em casas
muito ricas. «As recorda‐
ções do meu pai são como
um filme que, por vezes,
passa na minha cabeça.
Tenho pequenas memórias
dele, sei que era muito
brincalhão e lembro‐me
igualmente de ter assistido
ao seu funeral. Depois dele
falecer a minha mãe traba‐
lhou muito para nos criar e
posso dizer que, nunca,
nada nos faltou.»
Sempre que a mãe saía
para trabalhar, Fernanda e
a irmã ficavam na compa‐
nhia da avó e de uma tia,
com quem foram pratica‐
mente criadas. «A minha
avó era costureira, mas
não aprendi esse ofício com
ela, porque queria era brin‐
car.» Os brinquedos, ape‐
sar de poucos, são recorda‐
dos com apreço: «tinha
bonecas de trapos, feitas
pela minha avó, e tinha
também uma de papelão,
comprada numa feira. Era
raro alguém ter uma bone‐
ca destas. Um dia, um vizi‐
nho meu arrancou os bra‐
ços da minha boneca de
papelão e, ah, o que eu
chorei com pena daquela
boneca de papelão.» Além
desta singela recordação
dos seus tempos de meni‐
na, Fernanda recorda tam‐
bém que, por volta dos
seus 7 anos, a escola era
uma obrigação, mas sobre‐
tudo um prazer, afirmando
sem hesitar que foi um gos‐
to frequentar o ensino.
«Antes de morrer o meu
pai pediu à minha mãe que
me mandasse, a mim e à
minha irmã, à escola, e
assim aconteceu. Eu dedi‐
cava‐me mais do que a
minha irmã. Ela só queria
10
RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
Á CONVERSA Á CONVERSA COMCOM... ... Fernanda DiasFernanda Dias
brincar, mas eu não, levava
a escola a sério. Completei
a 4ª Classe e chorei bastan‐
te quando tive de deixar de
estudar.» Desses tempos
Fernanda Dias recorda
também que era muito
mimada pela madrinha que
lhe oferecia vários presen‐
tes, entre eles bonitos ves‐
tidos. «Eu andava sempre
muito bem vestida e arran‐
jada, e a par disso era mui‐
to boa aluna. A professora
que tive também me dei‐
xou boas recordações. Era
uma boa professora, ensi‐
nava bem e impunha res‐
peito. Ninguém fazia baru‐
lho, e até quando fecháva‐
mos a porta fazíamo‐lo
muito devagarinho. E no
recreio não era como hoje,
era raparigas para um lado
e rapazes para outro. Eram
outros tempos.»
Aos 11 anos Fernanda Dias
deixou a escola e começou
a ajudar a avó a guardar
ovelhas. «A minha avó já
não tinha a mesma genica
e necessitava de alguém
que a ajudasse. E lá fui eu,
mas por pouco tempo.»
Aos 15 anos, a vontade de
singrar na vida falou mais
alto. Fernanda Dias deixou
a família e aceitou ir traba‐
lhar para a zona do Ribate‐
jo. «A minha mãe não gos‐
tou da ideia, mas lá fui eu.
Na minha terra natal, em
Sanjoaninho, não havia tra‐
balho, nem forma de
ganharmos dinheiro e
então nessa altura fomos
umas 20 raparigas traba‐
lhar para as grandes pro‐
priedades do Ribatejo e do
Alentejo. Fomos para tra‐
balhar no campo, mas eu
acabei por ter melhor sor‐
te.» Fernanda foi trabalhar
para casa dos patrões e
esta revelou‐se uma expe‐
riência muito enriquecedo‐
ra. «Esta foi uma grande
mudança na minha vida,
mas não senti receio, até
porque fui com outras
raparigas que já conhecia.
Trabalhava na zona de
Samora Correia. O meu
patrão era o Dom José
Pereira Palha Blanco, dono
de uma ganadaria. E
depois de trabalhar uns
tempos no campo, fui para
uma grande casa que ele
tinha em Santo Isidro. Eu
fazia limpezas, tratava dos
jardins e aprendi também a
servir à mesa. Trabalhei lá
muitos anos e foi lá que
conheci o meu marido.»
Recordar o marido, bem
como todo o seu casamen‐
to, que durou mais de 30
anos, é das coisas que mais
emocionam Fernanda Dias.
«Assim que o vi pensei logo
que era um homem assim
que desejava para meu
marido. Ele tinha namora‐
da, mas depois deixou‐a e
as coisas entre nós aconte‐
ceram. Namorámos 6 anos,
sempre com muito respei‐
to. Grande parte das vezes
namorávamos ao portão.
Apesar de estar longe da
minha família todos se
preocupavam comigo. Eu
era mais um elemento da
família. A cozinheira era
como uma mãe para mim e
o meu patrão um pai.
Quando o namoro se tor‐
nou sério, falei com todos
eles para ter o seu consen‐
timento.»
Quando casou, primeiro
pelo civil e depois pela
Igreja, Fernanda passou a
viver com a sogra na Casta‐
nheira do Ribatejo, e des‐
ses tempos, salienta,
«podia ter melhores recor‐
dações. Foi um erro ter ido
viver com a minha sogra,
mas teve de ser. Também
deixei de trabalhar e passa‐
va muito tempo sem o meu
marido que na altura tra‐
balhava em Lisboa como
11
bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
Fernanda Dias na companhia do seu amigo Jaime Gonçalves
12
RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
mecânico. Foram tempos
difíceis para mim, porque
tive muita pena de deixar o
trabalho.» Uns anos mais
tarde vieram os filhos. Ao
todo, Fernanda teve 4
filhos, dois dos quais já
faleceram, um deles em
circunstâncias que ainda
hoje lhe causam uma enor‐
me mágoa. «Perdi um filho
quando ele tinha 17 anos.
Apesar de ter perdido uma
filha antes, com poucos
meses de vida, foi muito
doloroso ter perdido este
filho com 17 anos. Foi um
desgosto tal que o meu
marido se foi bastante
abaixo. Acho mesmo que o
desgosto o fez deixar de
viver.» O marido de Fer‐
nanda faleceu aos 53 anos
de idade, tinha ela a mes‐
ma idade. Nessa época já
os seus dois filhos, um
casal, e as respectivas famí‐
lias viviam em Sines, longe
de Fernanda, e por isso
mesmo, os tempos que se
seguiram foram muito difí‐
ceis para ela. «De repente
vi‐me completamente sozi‐
nha, pois morava num sítio
isolado e quando numa
ocasião caí e fiquei 3 dias a
necessitar de auxilio perce‐
bi que não dava mais para
estar sozinha. Aí vim para
Sines, para perto dos meus
2 filhos e dos meus 10
netos e bisnetos.»
A vinda de Fernanda Dias
para Sines significou igual‐
mente a entrada no Lar
Anexo II da Misericórdia de
Sines, onde reside há já 5
anos. «Achei que era
melhor vir para cá em vez
de ir para casa dos meus
filhos. Ao início custou‐me
muito, chorei bastante e
tive muitas saudades de
casa e das minhas amigas.
Mas agora reconheço que
não podia estar sozinha em
minha casa e que aqui
estou melhor. Já me habi‐
tuei, não tenho do que me
queixar. Tenho comida a
horas, roupa lavada e tudo
sempre limpinho. O que é
que hei‐de querer mais?
Tenho companhia, tenho
com quem conversar e
também dou as minhas vol‐
tinhas por aí, principalmen‐
te para beber um cafézi‐
nho. Há quem diga mal do
lar, mas quem diz é porque
não o conhece.»
Para quem como Fernanda
Dias já passou a barreira
dos 80 anos, esta utente
deixa um concelho: «as
pessoas mais velhas não
devem andar sacrificadas.
Por mais que gostemos da
nossa casa, quando já não
podemos, o lar é uma boa
opção. Aqui temos confor‐
to, bem‐estar e uma vida
mais descansada. E além
disso, vejo algumas pes‐
soas que já não estão lúci‐
das… Como é que as famí‐
lias as podem ter em suas
casas? Não é fácil.»
E é no Lar que Fernanda
encontra mais tempo livre
para reflectir sobre uma
vida inteira marcada por
momentos bons e menos
bons. Entre o melhor da
sua vida Fernanda Dias
destaca, sem dúvidas, os
tempos em que ainda sol‐
teira trabalhava na zona do
Ribatejo: «nessa época tra‐
balhava muito, mas tam‐
bém me divertia e tinha
muitos amigos. Tenho mui‐
tas saudades desses dias e
de todas essas pessoas com
quem me cruzei. Era tudo
boa gente.» Por outro lado,
o pior na vida de Fernanda
Dias também não deixa
qualquer margem para
dúvidas: «foram as mortes
dos meus filhos e do meu
marido. É a tal dor que
nunca passa.» Para o futu‐
ro esta utente deseja ter
«juízo até à hora da morte»
e que Deus lhe dê sabedo‐
ria e o prazer de conviver
com os amigos que já fez
no Lar Anexo II. Entre esses
amigos está Jaime Gonçal‐
ves, que nas palavras de
Fernanda Dias, é o irmão
que nunca teve.
Espaço Informativo da Santa Casa da Misericórdia de Sines na Rádio Sines
TERÇAS-FEIRAS 11:15 | SEXTAS-FEIRAS 15:40 | DOMINGOS depois das 09:00
Fernanda Dias reside na Santa
Casa há 5 anos
13
bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
UM VERÃO ANIMADO O Serviço de Animação Sociocultural garante habitualmen‐
te um conjunto de actividades lúdicas que têm como
objectivo ocupar o tempo livre dos idosos, proporcionando
‐lhes um envelhecimento activo. Estas actividades têm
uma periodicidade semanal e acontecem nas instalações
da Santa Casa. No entanto, durante os meses de Verão, o
bom tempo permite a realização de alguns passeios e visi‐
tas, entre os quais se destaca este ano uma visita ao Jardim
Zoológico em Lisboa, ao Museu do Café em Campomaior e
ao Largar de Azeite Oliveira da Serra em Ferreira do Alente‐
jo. Além disso, os idosos participaram no Banho 29, na
Praia Vasco da Gama em Sines, visitaram o ATL “A Gaivota”,
assistiram em directo ao programa de televisão da RTP1
“Verão Total” e almoçaram nas Tasquinhas, junto à Praia
Vasco da Gama.
Visita ao Jardim Zoológico
Visita ao Museu do Café em Campo Maior
Visita ao Largar de Azeite Oliveira da Serra
Visita ao ATL “A Gaivota”
Almoço nas Tasquinhas
POESIA
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RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
Senhor Luís lhe agradeço
O seu modo de agradar
Mostra que é inteligente
Quem assim sabe trabalhar
Conheço que o Senhor Luís
Que é digno e merecedor
Todos lhe dão valor
A tudo quanto nos diz
Uma comparação fiz
Por minha vez lhe ofereço
Deixar de lhe dar apreço
Não posso antes que queira
Mas a sua boa maneira
Senhor Luís lhe agradeço
Eu já sei da sua vida
Para mim muito agradável
Tem um jeito formidável
Tem muito que se lhe diga
O que a seu moral obriga
O seu valor aumentar
Ninguém pode reprovar
A sua especialidade
E anima a sociedade
O seu modo de agradar
Se eu fosse alguém educado
Como sou analfabeto
Punha o seu nome completo
Em letra de ouro gravado
Para quando fosse faltado
Deixar o letreiro luzente
Dizendo a quem fosse vivente
O seu valor de algum dia
Quem lesse o letreiro dizia
Mostra que é inteligente
Devia ser eterno
Quem assim sabe viver
Nunca devia morrer
Ser sempre um homem moderno
Ter muito dinheiro e muito género
Saúde para gozar
E bom fato para trajar
Quando fosse a qualquer lado
Devia ser elogiado
Quem assim sabe falar
Constantino Pereira
Constantino Pereira, utente do Lar Prats de 91 anos, tem um gosto especial por poesia que o leva a escrever sobre diferentes
situações da sua vida, assim como sobre pessoas que se cruzam no seu caminho. Nesta edição do “Renascer”, a seu pedido
aqui fica um poema dedicado ao actual Provedor da Santa Casa, Luís Venturinha.
Desde Agosto que o Serviço de Animação Sociocultural cele‐
bra mensalmente o Aniversário dos idosos da Instituição de
forma especial. No Salão Social, durante a tarde da última
quinta‐feira de cada mês, realiza‐se um baile popular, haven‐
do no final bolo de aniversário para todos os utentes. Os ani‐
versariantes do mês são desta forma homenageados, sendo‐
lhes proporcionado uma tarde de alegria e de convívio com
outros utentes, funcionários, voluntários e amigos da Miseri‐
córdia.
bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
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COMEMORAÇÃO DE ANIVERSÁRIOS BREVES
DIA INTERNACIONAL DO IDOSO Dia 1 de Outubro celebrou‐se o Dia Internacional do Idoso,
dia em que os mais velhos são mais do que nunca lembrados
por todos em diferentes circunstâncias. Este ano, além de um
baile popular realizado na tarde do dia 1 de Outubro, os
utentes dos Lares e Centro de Dia tiveram a visita de elemen‐
tos do Teatro do Mar que, num gesto de carinho e partilha
mimaram os idosos com pequenas ofertas, entre elas a
maquilhagem das senhoras.
APS OFERECE VEÍCULO A Administração do Porto de Sines, uma das empresas
que mais apoia a Misericórdia de Sines, teve para com a
nossa Instituição mais um gesto de enorme solidarieda‐
de através da doacção de uma carrinha de 9 lugares
para o Lar de Rapazes “A Âncora”. Tratando‐se de um
veículo do qual a empresa já não necessitava, esta deci‐
diu contribuir para o bem‐estar social da comunidade
doando‐o à Misericórdia de Sines.
16
RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
A psicologia é a ciência que estuda o
comportamento humano e os proces‐
sos mentais a ele associados. É uma
disciplina autónoma, mas que se sub‐
divide em diversas áreas ou especiali‐
dades, tais como: trabalho, social e
das organizações, educacional, clinica
e da saúde.
O exercício da psicologia deve ser fei‐
to exclusivamente por profissionais
credenciados e estes podem ser
encontrados em locais como hospi‐
tais, escolas, clínicas privadas, institui‐
ções de solidariedade social e empre‐
sas.
As abordagens ou correntes utilizadas
podem variar entre os profissionais
mas, independentemente disso, visam
sobretudo o bem‐estar do indivíduo, a
sua evolução positiva e desenvolvi‐
mento humano.
PSICOLOGIA — AFINAL O QUE É? POR JOANA SANTINHOS E SORAIA QUEIJO (PSICÓLOGAS ESTAGIÁRIAS)
GABINETE DE PSICOLOGIA — O NOSSO CONTRIBUTO O Gabinete de Psicologia da
SCMS, “Diálogos”, presta os
seus serviços a várias valências,
actuando com populações‐alvo
distintas, consoante as suas
necessidades.
Neste âmbito os estágios de psi‐
cologia desenvolvem os seguin‐
tes projectos:
Oficina de capacitação ‐ Surgiu
da necessidade de acompanhar
directamente e numa aborda‐
gem de maior proximidade as
equipas de auxiliares das diferen‐
tes valências. A elevada exigên‐
cia física e emocional das fun‐
ções, o consequente desgaste
psíquico e físico justificam a
necessidade de se facultar for‐
mação adequada, capacitando
estas profissionais para lidar efi‐
cazmente com as situações com
que se deparam diariamente e
sensibiliza‐las para temáticas
importantes para o desempenho
das suas funções. O intuito da
oficina de capacitação é formar,
informar, sensibilizar e gerir
emocionalmente as equipas de
trabalho.
Acompanhamento às utentes
do Porto d’Abrigo ‐ O acompa‐
nhamento às vítimas de violência
doméstica tem como objectivos
incrementar a autoestima e
consciencializar para a importân‐
cia da mesma, explorar e recons‐
truir a auto‐imagem, descons‐
truir crenças legitimadoras da
violência e promover a auto‐
ajuda e a motivação. Neste pro‐
cesso, as utentes adquirem
novas competências, através de
orientação para a mudança e
melhoria, aumentando a sua
qualidade de vida.
Avaliações e Acompanhamen‐
tos ‐ A avaliação individual dos
jovens passa pela observação
individual e grupal, entrevistas
aos respectivos jovens, educado‐
res e responsáveis escolares e
avaliação através de provas cog‐
nitivas, comportamentais e emo‐
cionais, consoante as necessida‐
des verificadas. Além disso, são
elaborados relatórios de avalia‐
ção psicológica para a escola, e
parecer em CIF’s, tendo por base
uma metodologia assente no
sujeito, meio envolvente e esco‐
lar. Ao nível dos acompanhamen‐
tos, estes podem ser pontuais ou
continuados. Podem ser traba‐
lhadas diversas áreas, nomeada‐
mente, cognitivas, emocionais,
do desenvolvimento humano e
comportamentais.
Plano de Vida e Autonomia ‐
Este é um programa de aquisição
de competências, que através de
dinâmicas não formais, feitas em
grupo, visam a aquisição de com‐
petências, com o objectivo dire‐
cionado para uma mais fácil
autonomização dos jovens que
residem no Lar “A Âncora”. Os
temas trabalhados relacionam‐se
com o Saber Ser, Saber Saber e
Saber Fazer, ou seja, este progra‐
ma actua ao nível do autoconcei‐
to e necessidades de relaciona‐
mento pessoais e interpessoais,
no tomar conhecimento sobre a
importância da continuação dos
estudos, dos serviços existentes
na comunidade, da aquisição de
conceitos e das consequências
sobre comportamentos de risco
da vida activa fora do conceito
de institucionalização. Além de
tudo isto este programa auxilia
os jovens na parte prática da
vida adulta com vista à efectiva
autonomização, nomeadamente,
gestão doméstica, visitas a servi‐
ços da comunidade, elaboração
de refeições, elaboração de um
currículo e procura activa de
emprego.
Plano de Resolução de Conflitos
‐ A maternidade na adolescência
implica uma série de alterações
físicas e emocionais, que repre‐
sentam mudanças radicais na
vida das jovens. Estas alterações
aliadas ao contexto institucional,
podem ter consequências ao
nível comportamental entre
colegas e também com funcioná‐
rias. Neste âmbito é importante
uma intervenção ao nível das
suas vivências, emoções e toma‐
da de consciência por forma a
delinear estratégias de aquisição
de competências para minorar
situações de conflitos. Estão deli‐
neados temas gerais por forma a
conduzir o objectivo do progra‐
ma, a par de uma análise de
necessidades das jovens no que
diz respeito à perceção do auto‐
conceito, heteroconhecimento e
ferramentas para a resolução de
conflitos.
Componente prática do Plano de Vida e Autonomia
PUB
bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
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RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
No dia 8 de Outubro foram
anunciados os vencedores
do Prémio BPI Seniores
2014 – Viver Melhor na 3ª
Idade, tendo a Misericórdia
de Sines sido uma das enti‐
dades vencedoras. Através
de um montante total de
10 000€, a Santa Casa vai
complementar o Serviço de
Apoio Domiciliário, acres‐
centando um serviço de
teleassistência 24h por dia,
e além disso irá adquirir
equipamento Snoezelen
destinado a proporcionar
momentos de estimulação
sensorial aos idosos da Ins‐
tituição e também à comu‐
nidade exterior. Este pré‐
mio representa um impor‐
tante apoio para a Miseri‐
córdia que assim consegue
expandir os serviços já exis‐
tentes e simultaneamente
combater o isolamento, a
inércia e a solidão dos ido‐
sos em Sines.
O Prémio BPI Seniores inse‐
re‐se no âmbito da Respon‐
sabilidade Social desta
entidade bancária, e este
ano atingiu um montante
total de 500 mil euros que
foram distribuídos por 27
entidades. Esta foi a 2ª edi‐
ção deste prémio que se
destina a apoiar projectos
que visem a integração
social e promovam a
melhoria da qualidade de
vida e o envelhecimento
activo de pessoas com ida‐
de superior a 65 anos.
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bo l e t im i n fo rmat i vo RENASCER
ÚLTIMAS NOVA NOTA DE 10€ - SESSÃO DE ESCLARECIMENTO
Decorreu dia 9 de Outubro,
durante a tarde, no Salão
Social da Santa Casa, uma
Sessão de Esclarecimento
organizada pela GNR com o
objectivo de informar os ido‐
sos acerca da introdução em
circulação de uma nova nota
de 10€. A nova nota de 10€
entrou em circulação no dia
23 de Setembro e durante
esta Sessão de Esclarecimento
foram referidas as diversas
possibilidades de burla a que
a população mais idosa está
exposta, bem como as carac‐
terísticas da nova nota que a
tornam mais segura, resisten‐
te à contrafacção e fácil de
verificar do que a que existia
anteriormente.
Cerca de 40 idosos dos Lares e
Centro de Dia da Santa Casa
assistiram à apresentação fei‐
ta pela Agente Dina Pires do
Destacamento Territorial de
Santiago do Cacém e pude‐
ram esclarecer as suas dúvi‐
das acerca da nova nota de
10€, bem como sobre outros
aspectos relacionados com a
segurança dos idosos. Além
disso, foi referido bastantes
vezes ao longo da apresenta‐
ção que não haverá necessi‐
dade de trocar as notas anti‐
gas, sendo que passam as
duas a circular em simultâ‐
neo. Além desta sessão,
outras estão previstas, numa
clara aproximação entre a
população e a GNR.
PRÉMIO BPI SÉNIORES
Papel firme e ligeiramente sonoro
Impressão em relevo nas margens esquerda e direita da
nota
Tinta mais espessa no motivo principal, nas inscrições e nos
algarismos de grande dimensão, representativos do valor da
nota
Marca de água com retrato na zona mais clara da nota
O filete de segurança apresenta‐se como uma linha escura
Número verde‐esmeralda, dependendo do ângulo de obser‐
vação, muda de cor passando a azul‐escuro
Inclinando a nota, na zona prateada, vê‐se um retrato, uma
janela e os algarismos representativos do valor da nota
CARACTERÍSTICAS DA NOVA NOTA
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RENASCER
bo l e t im i n fo rmat i vo
AGRADECIMENTO
O “Renascer” agradece a todos os patrocinadores e amigos que contribuíram para que este meio de comunicação da nossa Instituição se tornasse uma realidade.
Uma vez que é nosso objectivo melhorar gradualmente a forma e os conteúdos deste boletim informativo, assim como aumentar a sua tira‐gem e, consequentemente, divulgá‐lo junto de um público cada vez mais vasto, revela‐se de grande importância o apoio destes e de outros
patrocinadores.
Obrigada por nos ajudarem a sermos melhores!
PUB
CEMETRA
Centro de Medicina do Trabalho da Área de Sines
Rua Júlio Gomes da Silva, n.º 15 7520‐219 SINES Tel.: 269633014 Fax: 269633015
E‐mail: [email protected] Site: www.cemetra.pt