RESENHA - A história das coisas
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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – ICJ
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA ECONOMIA E MERCADO
RESENHA: A História sobre todas as coisas
BELÉM/PARÁ
2013
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS – ICJ
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA ECONOMIA E MERCADO
RESENHA: A História sobre todas as coisas
LUCIANA CERQUEIRA PUTY
Trabalho de Economia e Mercado apresentado ao Curso de Direito da Universidade da Amazônia para obtenção de nota para compor a 1ª Avaliação, sob orientação da Professora Maria Lúcia Bahia Lopes.
BELÉM/PARÁ
2013
A história sobre todas as coisas é um documentário que faz uso de uma
linguagem muito simples e que desta forma consegue explicar como os
processos industriais, influenciados pelo capitalismo globalizante, afetam o
desenvolvimento sustentável. O filme possui uma carga crítica ao consumismo
excessivo ressaltando a desvalorização do ser humano aliado aos prejuízos
gerados a médio e longo prazo para o futuro do planeta.
Segundo Annie Leonard, apresentadora que relata de forma clara e
direta as cinco etapas da economia de matérias (extração, produção,
distribuição, consumo e tratamento do lixo), para manter o sistema capitalista
“aceso” os países industrializados implantam a política do consumo, dos gastos
desnecessários, onde um sistema perverso e cruel se utiliza de métodos
exploratórios, desrespeitando as sociedades, culturas e o meio ambiente, com
o único propósito de manter ativa a indústria, levando a sociedade a se tornar
cada vez mais consumidora.
O curta evidencia que a criação de novos bens baseia-se em um
sistema de produção linear, onde os recursos naturais são utilizados e
posteriormente devolvidos ao meio-ambiente em forma de agentes tóxicos. A
mão-de-obra é pouco valorizada, tornando os indivíduos presentes neste
processo cada vez mais submissos à forma com a qual é desencadeado. A
relação entre o caminho e a execução do processamento de todas as etapas
de produção (economia de materiais) é tão falha quanto à utilização das
matérias primas para desenvolvê-lo, a qual se dá de forma tão irresponsável
que altera não só as condições climáticas e ambientais como torna essa, antes
em abundância, muitas vezes, escassa.
No mundo atual, quem não contribui para “a seta dourada do consumo”
não tem valor. O poder de decisão neste processo de expansão do
consumismo pertence a poucos, sendo este conferido a empresas,
corporações, meios de comunicação, comércio, indústrias e até mesmo ao
próprio governo. Trata-se de um sistema em crise onde o valor humano varia
de acordo com o consumismo, ou seja, mais valor terá um indivíduo quanto
mais este comprar ou possuir.
Percebe-se também que o consumo ao invés de estimular a duração dos
produtos é galgado em uma política fundamentada na reposição do produto. A
meta principal é a produção de bens de consumo com baixa durabilidade,
evidenciando a hierarquia da manipulação do consumo para alavancar as
vendas. Produtos são criados para durar pouco para que possam estimular
uma nova aquisição do item similar, porém com upgrade. A influência da mídia
e da publicidade faz germinar na sociedade uma ideologia estruturada na
“necessidade de ter”, uma vez que a obrigam estar sempre acompanhando a
globalização.
Alterar mecanismos já viciados no consumismo é um enorme desafio.
Entretanto, a apresentadora mostra que basta que a sociedade passe a
enxergar esta ordem mundial dominante como algo de fato cruel e destrutivo,
estimulando a criação de um novo sistema onde não se tenha desperdícios de
recursos naturais nem a exploração do ser humano. A conscientização
ambiental por meio de pessoas e das indústrias é uma maneira prática de se
alterar os mecanismos atuais, e seria uma grande contribuição para iniciar a
mudança do cenário atual.
O documentário é rico em questões a cerca das condições atuais do
mercado e do planeta. É bastante válido para uma análise mais atenciosa ao
que homem vem fazendo com o planeta terra. Acredito que temos que começar
a migrar para uma dinâmica de produção/consumo diferenciada da atual. Para
que isso ocorra deve haver mudanças profundas no pensamento humano,
devendo-se descartar o pensamento reducionista, cartesiano e linear, dando
lugar a um pensamento mais integrador, holístico e não-linear. Esta é a base
para quebrar alguns paradigmas presentes em nossos tempos que culminaram
na atual degradação ambiental. São mudanças profundas e de caráter imediato
que envolvem não só a sustentabilidade como resgata o valor da essência do
ser humano. Questões sobre ‘direito a vida’ não devem ser prerrogativas
restritas somente a espécie humana, e o respeito (principalmente com relação
a capacidade de resiliência do meio ambiente) deve estar presente em todas
as ações do homem. Cada indivíduo é apenas parte de um todo maior e,
enquanto se persistir no antropocentrismo, problemas complexos como a
relação entre crescimento econômico e desenvolvimento econômico,
sustentabilidade e maximização de lucros, felicidade e autodestruição não
serão resolvidos.