ResMat II Roteiro Esforços Internos 2013 1
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ESCOLA DE ENGENHARIA
RESUMO TEÓRICO Disciplina de Resistência dos Materiais II
Semestre 2013.2
Esforços Internos Prof. Fernando Peroba
ROTEIRO PARA DETERMINAÇÃO DAS EQUAÇÕES DOS ESFORÇOS INTERNOS. O presente resumo teórico apresenta um roteiro para determinar as equações de esforços
internos em elementos estruturais. Considere a viga isostática da Figura 1 que será
utilizada como exemplo.
Figura 1. Viga isostática.
1. Divisão da viga em trechos.
Antes de qualquer outro procedimento, faz-se necessário dividir a viga em trechos por
meio da nomeação dos nós. Isto quer dizer que cada nó receberá uma letra maiúscula que
o identificará. Assim, um trecho fica definido entre dois nós. Para cada trecho deverá ser
calculada a equação dos esforços internos.
Para o exemplo apresentado, existem quatro nós que definirão 3 trechos (ver Figura 2).
Portanto, haverá a necessidade de se determinar três equações diferentes para cada tipo
de esforço interno (N, Q e M).
Figura 2. Viga com nós nomeados.
As cotas representam a distância entre os nós e o comprimento de cada trecho. No entanto,
objetiva-se a determinação de equações dos esforços internos. Tais equações são funções
da variável independente �. Ou seja, não a distância e sim a posição de cada ponto da
viga deverá ser levada em consideração. Quando se fala em posição, deve-se
imediatamente definir o referencial adotado. Este terá a posição inicial � = 0 e a posição
D C B A
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de todos os outros pontos será definida a partir disso. Por convenção, costuma-se adotar
um sentido crescente ou progressivo das posições da esquerda para a direita.
Nesse contexto, adotando-se o ponto A como referencial, tem-se para os outros pontos as
respectivas posições: �� = 4�, �� = 6� e � = 8�. Caso fosse adotado outro ponto
como referencial, as posições iriam mudar. Teoricamente pode-se adotar como referencial
qualquer ponto dentro do contorno geométrico da viga.
Depois de escolhido o referencial no ponto A, o domínio das funções dos esforços
internos para cada trecho é:
• AB � � = {� ∈ �/0 ≤ � ≤ 4}, onde � é o conjunto dos números reais.
• BC � � = {� ∈ �/4 ≤ � ≤ 6}, onde � é o conjunto dos números reais.
• CD � � = {� ∈ �/6 ≤ � ≤ 8}, onde � é o conjunto dos números reais.
2. Cálculo das reações de apoio.
O próximo passo é calcular as reações nos apoios da viga. Para tanto, deve-se
primeiramente determinar a resultante das cargas distribuídas e seus respectivos pontos
de aplicação. A mecânica clássica demonstra que a resultante de uma carga distribuída é
área da figura geométrica definida pela função da carga, o eixo das abscissas e as retas
verticais que passam pelos pontos de início e fim da distribuição de carga. Já o ponto de
aplicação da resultante é o centroide da referida figura geométrica.
Considere a viga da Figura 3. Nela é apresentada a resultante da carga distribuída, em
linha pontilhada, que foi obtida pelo cálculo da área do retângulo que representa a
distribuição de carga uniforme. A localização da carga resultante no meio do vão se deve
ao centroide do retângulo. Assim,
� = á��� = 2 ��� ∙ 4� = 8��
�̅ = �����ó� � = 4�2 = 2�
Figura 3. Determinação da resultante e de sua posição.
2m
! !"
8��
D C B A
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Agora, pode-se aplicar as condições de equilíbrio da Estática para calcular as reações de
apoio.
→ ∑ % = 0 � &' = (
↑ ∑ ! = 0 � !" + ! = 18
↶ ∑ -" = 0 � ! ∙ 8 − 8 ∙ 2 − 10 ∙ 6 = 0 � /0 = 1, 345 e /' = 6, 345
3. Equações dos esforços internos.
De posse das reações de apoio será possível determinar as equações de esforços internos
pretendidas por meio do método das seções. A definição de cada esforço interno e sua
respectiva convenção de sinais é mostrada na Tabela 1:
Tabela 1. Definição e convenção de sinais dos esforços internos.
ESFORÇO DEFINIÇÃO CONVENÇÃO
DE SINAIS
NORMAL Somatório de todas as forças axiais à esquerda
ou à direita das seção estudada.
CORTANTE Somatório de todas as forças transversais à
esquerda ou à direita das seção estudada.
FLETOR Somatório de todos os momentos à esquerda
ou à direita das seção estudada.
Finalmente, para cada trecho da viga anteriormente definido, serão calculadas as
equações dos esforços internos.
a) Trecho AB, 0 ≤ � ≤ 4.
Faz-se uma seção genérica que dista � da origem, em um ponto qualquer dentro do
domínio do trecho, e olha-se para esquerda (Figura 4). Como o vão de carga distribuída
para a seção é � e a altura do retângulo continua 2, o valor da resultante será 2�, aplicada
no meio do vão.
Figura 4. Seção da esquerda do trecho 1.
+
+
+
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As equações para o trecho 1 são:
�7 = 0
87 = 8,5 − 2�
-7 = 8,5� − 2� ∙ �2 = 8,5� − �:
b) Trecho BC, 4 ≤ � ≤ 6.
Da mesma forma, faz-se uma seção genérica no trecho BC que dista � da origem (Figura
5). Neste caso a resultante da carga distribuída passa a ser 8��, aplicada no meio do vão
da distribuição de carga. Escolhendo-se olhar à esquerda da seção, tem-se:
Figura 5. Seção da esquerda do trecho 2.
Todas as equações de esforços internos são sempre determinadas em relação à seção
escolhida. Desta forma:
�7 = 0
87 = 8,5 − 8 = 0,5 (Função constante)
-7 = 8,5� − 8 ∙ ;� − 2< = 8,5� − 8� + 16 = 0,5� + 16
b) Trecho CD, 6 ≤ � ≤ 8.
Depois de seccionar um ponto qualquer do trecho CD, escolhe-se olhar à esquerda da
seção mais uma vez. Observe que a distância da força resultante e da força concentrada
até a seção é sempre igual à � menos a respectiva posição de cada uma dessas forças.
Figura 6. Seção da esquerda do trecho 3.
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Desta forma, obtém-se:
�7 = 0
87 = 8,5 − 8 − 10 = 9,5 (Função constante)
-7 = 8,5� − 8 ∙ ;� − 2< − 10 ∙ ;� − 6< = 8,5� − 8� + 16 − 10� + 60 = −9,5� + 76
Os mesmos resultados seriam encontrados caso se tivesse escolhido olhar à direita da
seção (faça isso como exercício). Este procedimento, se for seguido cuidadosamente,
acarretará no bom entendimento deste assunto que é de fundamental importância para a
determinação da equação da linha elástica. Faça os exercícios a seguir para melhor
fixação do conteúdo. Bons estudos!
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Para as vigas a seguir, determine as equações de Esforços Internos:
01)
02)
03)
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04)
!" = 33��
! = 15��
;0 ≤ � ≤ 4<: @ 87 = 33 − 12�-7 = 33� − 6�:
;4 ≤ � ≤ 6<: @8: = 33 − 48 = −15-: = −15� + 96
;6 ≤ � ≤ 8<: @ 8A = −15-A = −15� + 120
05)
!" = 52,3��
! = 57,7��
;0 ≤ � ≤ 2<: @ 87 = 52,3 − 8�-7 = 52,3� − 4�:
;2 ≤ � ≤ 6<: @ 8: = 55,7 − 12�-: = −6�: + 55,7� + 12
;6 ≤ � ≤ 9<: @ 8A = 1,7 − 6�-A = −3�: + 1,7� + 227,7
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06)
!� = 45,5��
!� = 4,5��
;0 ≤ � ≤ 2<: @ 87 = −18-7 = −18B
;2 ≤ � ≤ 6<: @ 8: = 43,5 − 8�-: = −4�: + 43,5� − 107
;6 ≤ � ≤ 8<: @ 8A = 0-A = 10
07)
!" = 2�� ↓
E" = 38��. �
;0 ≤ � ≤ 2<: @ 87 = 2-7 = 38 − 2�
;2 ≤ � ≤ 4<: @ 8: = −2-: = 28 − 2�
;4 ≤ � ≤ 6<: @ 8A = 30 − 8�-A = −4�: + 30� − 36