RESUMO_Fichamento a Origem Da Familia Da Propriedade Privada e Do Estado ENGELS

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ENGELS, Friedrich. Origem da família da propriedade privada e do Estado. Ed

Civilização Brasileira. Rio de Janeiro - GB, 1974.

Resumo/Fichamento : Thiago Augusto Divardim de Oliveira

OBS: Anotações pessoais, cópias literais e resumos realizados a partir da obra

com o objetivo único de apresentar oralmente a leitura, por ocasião da disciplina

“TÓPICOS ESPECIAIS: MARXISMO E EDUCAÇÃO” – 2º SEMESTRE DE 2010

NO PPGE-UEPG.

Origem da família da propriedade privada e do Estado.

1- Estágios pré-históricos de culturas:

Os estágios quase sempre mudam com mudanças significativas na produção.

Domínio sobre a Natureza.

1. Estado Selvagem (fase inferior) seres arborícolas / se admitimos o homem

como ser natural é necessário admitir este estágio de transitoriedade.

2. (fase média) incrementa a alimentação com utilização do fogo. Espalham-se

pelo planeta /caça/ antropofagia em alguns casos;

3. (fase superior) arco e flecha / faculdades mentais mais desenvolvidas /

construção de moradias e edificações (...)

2- A Barbárie

1. (fase inferior) aprende a trabalhar mais a cerâmica. O traço característico da

barbárie é a dominação/domesticação de plantas e animais. Mas agora regiões

determinadas tem suas características particulares. Nem todos os lugares apresentam as

mesmas formas de desenvolvimento.

2. (fase média) formação de rebanhos, utilização do leite e da carne / tijolos de

cerâmica e pedra, mais carne, diminuição da antropofagia. Com mais carne, ou seja,

gado, era necessário maiores plantações para alimentar o rebanho. Carne e

desenvolvimento do cérebro.

3. (fase superior) fundição/minério de ferro/ invenção da escrita/ arado de ferro

puxado por animais. “A ela pertencem os gregos da época heróica, ... antes da fundação

de Roma ... Aqui há agricultura de grande escala. Desenvolvimento interessante da

metalurgia e etc. É o ponto de passagem a civilização.” Civilização é igual a indústria e

arte. Mas como ocorreu?

II – A Família

Os sistemas anteriores se diferem aos atuais da seguinte forma. (formas

encontradas no Havaí no momento em que Engels escreve)

Cada filho têm vários pais e várias mães. Um irmão e uma irmã não podem ser

pais de um mesmo filho. Se os homens praticam a poligamia e as mulheres a poliandria

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os filhos tem de ser comuns. Deste estado de coisas é que resulta a monogamia, pois o

círculo vai se fechando ao longo do tempo.

Não se prova que nos estágios de transitoriedade ou mesmo na pré-história/para

história, os homens vivessem assim como estágio evolutivo, mas o contrário também

não. O ciúme é um sentimento que se desenvolveu bastante tarde, assim como a ideia

de incesto. Este uma INVENÇÃO, das mais valiosas, segundo Engels. Porém antes não

havia promiscuidade porque tal ideia não existia. O que não excluiu laços temporários.

A partir de MORGAN (referência utilizada por Engels [Ancient Society, or Researches

in the lines of Human Progress from Savagery through Barbarism to Civilization por

Lewis H. Morgan. Londres . Mac Millan and Co. 1877])segundo Engels, é possível

apontar que surgiram/formaram-se:

1. Família Consangüínea: Primeira etapa da família, os grupos conjugais

classificam-se por gerações: Avós – filhos – netos – bisnetos – (os filhos são avós dos

bisnetos e etc.) “Todas as gerações sucessivas, todos irmãos e irmãs e por isso maridos e

mulheres” (estágio preliminar necessário).

2. Família Punaluana: O primeiro estágio sucessivo excluiu a relação entre pais e

filhos. O segundo excluiu a relação entre os irmãos. Inicialmente irmãos uterinos e

depois por parte de mãe e lentamente os que hoje chamamos de Primos (seleção

natural). Cada família primitiva cindiu-se. Comunismo primitivo. O afastamento de

irmão e irmã gera a nomenclatura para o “Marido e Mulher” que era então punalua.

Assim ocorre a formação clássica de uma família.

Surge a ideia do que chamamos de primos e primas (apenas para os de 3º grau

digamos) os de 1º ainda são irmãos. Ainda que a MÃE chame o que hoje entendemos

por sobrinhos de FILHO, não significa que não que não reconheça seus filhos legítimos.

Pois neste período a linhagem familiar era dada pela mãe.

Uma vez proibida as relações entre irmãos (em seguida meio irmãos) os homens

passam a ser de outros grupos consangüíneos. Passamos aos poucos as GENS. No

momento em que ENGELS escreve há uma série de relatos e mesmo de tribos que

vivem neste estágio. Sem entrar em detalhes há uma tendência clara para impedir as

relações consanguínias. Neste estágio há os grupos que casam/ um homem é marido de

todas as mulheres do outro grupo consangüíneo (inclusive se lá tiver uma filha/mas não

pode se relacionar com ninguém do seu próprio grupo) este estágio é intermediário da

família punaluana.

3. A Família Sindiásmica

Mesmo antes já eram possíveis relacionamentos mais duráveis. Um homem

poderia ser esposo principal de determinada esposa. O que confundia missionários em

conato com grupos que utilizavam ou utilizam tal comportamento. A medida que o

casamento entre irmãos foi diminuindo a união em par aumentou. impulsionado pela e

na gens.

O fim do casamento consangüíneo gerou ‘espécies’ mais fortes e desenvolvidas

(mental e fisicamente). Havia certa permissividade ao adultério do homem, mas o

adultério feminimo era duramente catigado. O casamento poderia dissolver-se com certa

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facilidade e os filhos ficariam com a mãe. O fim do casamento em grupo e a exclusão

do relacionamento entre parentes consangüíneos e conseqüente ‘evolução’ tende a

monogamia. Não enquanto amor sexual individual.

Para os homens fica mais difícil encontrar mulheres, pois antes serviam as

parentes e assim sobravam opções. Com a dificuldade indica-se o aparecimento do

comércio ou mesmo rapto de mulheres. A família Sindiásmica procura um lar

individual, mas não suprime o lar comunista, como não se tem certeza absoluta do pai, a

mulher é muito considerada no grupo.

Sua organização (das mulheres) era capaz de destituir os chefes. Como se

casavam com homens de outro clã, se o homem/marido não colaborasse, era comum

que as esposas o expulsassem, e os mesmos teriam de voltar ao clã de origem.

Não há na família Sindiásmica o trabalho diferenciado de acordo com posição

social. Nem entre as mulheres. Estas trabalham muito em relação as européias, e são

melhor valorizadas, pois estão no seio das relações sociais e de produção inclusive.

Alguns rituais prevaleciam e no momento em que o livro foi escrito ainda

existiam em certas culturas, momentos, festas e rituais em que se permitia voltar ao

estágio comum das relações sexuais.

Alguns casos as jovens possuíam considerável liberdade sexual, podiam se

relacionar com vários jovens até que contraíssem o matrimônio. Outros casos (ainda na

época da composição da obra) os xamãs/sacerdotes/caciques, é que possuem o direito a

1ª noite. Isso representa uma relíquea do tempo em que as relações eram comuns (Jus

primae noctis), assim o Xamã, por exemplo, representa todos os outros homens.

As mulheres esperaram o momento em que pudessem reservar a castidade como

libertação do dever de servir a vários homens. (pág 56) os homens ainda tendem ao

histórico poligâmico, mas é pelas mulheres que se coloca a monogamia. (pág 56)

A família Sindiásmica está no limite entre a “selvagem e a barbárie”, enquanto a

monogamia estável representa a Civilização. No velho continente a sedentarização, as

criações de animais permitiram a formação de riquezas. Riquezas de quem?

Inicialmente das GENS, mas logo surge a ideia de propriedade privada. A escravidão,

existente em estágios anteriores, não tuinha serventia, era comum matar ou adotar os

prisioneiros.

Com a sedentarização, o aumento do trabalho e a acumulação de excedentes, os

escravos passam a ser utilizados com freqüência e como reproduzem passam a ser vistos

como “gado humano”, propriedade “as famílias não se multiplicam tanto quanto o gado,

então era necessário usar a força escrava, mais gente.”

Escravos e ferramentas entendidos agora como propriedade pertencem ao homem

em caso de separação. Em caso de morte ficava na Gens de onde ele veio, e não na

Gens da esposa. A herança ocorria por linhagem materna. Como os casamentos se

davam entre mulheres de uma Gens, e homens de outra, os bens do homem não iam aos

seus filhos, pois estes pertenciam a Gens da Mãe. Iam então aos parentes mais próximos

e consanguíeos deste homem. “Seus filhos eram deserdados. Mas de acordo com os

pesquisadores não difícil mudar isso, “bastou mudar”.

Os filhos passaram a receber nome dos pais para herdar seus bens (casuística inata

aos homens de mudar as coisas mudando os nomes das coisas). A confusão que se gera

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aos poucos favorece o desenvolvimento do Patriarcado, (hipótese). A derrota histórica

do sexo feminino; a mulher fica resumida a reprodutora e cuidar do ambiente do lar.

(“Mas de maneira alguma suprimida”)

A família Romana (nos tempos de Gaio) é deste tipo. O chefe de família é que

tem direito sobre os escravos e familiares, inclusive direito de morte. E se o chefe da

família morresse deixava o testamento. Esta família é a passagem do Sindiásmo a

Monogamia. Contém as contradições que estarão no Estado, pois há escravidão e

servidão ligados a Agricultura. A família Patriarcal é do momento em que há escrita.

Na época em que Engels escreve, algumas regiões do mundo vivem como

comunidades gentílicas de passagem da linhagem materna para a Monogamia moderna.

(São comunidades familiares russos da área rural, por exemplo, Zádruga). Isso mostra

a diferença fundamental entre comunidades de linhagem materna, para as comunidades

patriarcais, transição para o estagio monogâmico “total”.

4. Família Monogâmica

Vem da família Sindiásmica, entre a fase média e a superior da Barbárie. Homem

deve procriar para ter herdeiros. E sua legitimidade deve ser incontestável. Ao homem

se concede o direito a infidelidade conjugal (ainda presente no código Napoleônico).

Tal INFIDELIDADE ainda exercida e cada vez mais durante o processo.

Na Ilíada e Odisséia já existem uma série de refrências ao prevalecimento do

homem sobre a mulher (Odisséia, Telêmaco, interrompe sua mãe e lhe impõe silêncio).

A esposa é apenas a mãe dos filhos e vigia da casa e escravas. Estas que o senhor pode

tomar quando quiser. É possível comparar escravos da antiguidade, servos da idade

média e mesmo operários do século XIX e XX, basta pensar “Na siatuação da classe

operária” de Engels, ou mesmo hoje.

Na Grécia haviam diferenças entre os Espartanos e Atenienses. Espartanos

desfrutavam de maior liberdade (poderia haver mulheres em comum e certo adultério

consentido pelo marido). Mas as mulheres eram, assim mesmo, uma espécie de criada

mor. Assim foi na origem da monogamia com o povo mais culto da antiguidade. Longe

portanto de ser um fruto do amor individual.

Os casamentos de davam pela conveniência, para triunfo da propriedade privada e

proteção da Herança. Segundo Engels, a monogamia é a primeira forma de divisão do

trabalho, assim o primeiro antagonismo de classe e a primeira opressão. Um grande

progresso histórico que iniciou juntamente com a escravidão e com as riquezas

privadas. Cada progresso, um retrocesso relativo. O bem estar de uns para o sofrimento

de outros.

Na queda do império romano, alguns povos germânicos tinham ainda o casamento

Sindiásmico. A monogamia desenvolvida foi fruto da interação entre os povos, mas fez

surgir a ideia do amor sexual. Não é amor mútuo entre os cônjuges, os casamentos

monogâmicos iniciais mantiveram os interesses econômicos. A ideia AMOR primeira

na história da família é o amor cavalheiresco da idade média, que deixa um vigia

enquanto se deita com a mulher alheia. E mesmo assim não é amor conjugal, e sim

adultério. As poesias contam que o indivíduo que vigiava, avisava o cavalheiro aos

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primeiros raios do sol, para que o mesmo fugisse na madrugada sem que o amante fosse

visto por alguém. Mesmo na época em que Engels escreve, o católico apresenta ao seu

filho um casamento de interesse/o protestante da liberdade apenas em sua classe (...)

Lembrando da “Situação da classe trabalhadora na Inglaterra” a relação do

Proletário é monogâmica apenas ETIMOLÓGICAMENTE. (abusos na fábrica e etc.)

No antigo lar comunista primitivo, a mulher fazia parte da produção social. Com a

individualização monogâmica a mulher perdeu tal participação e só recupera quando

proletarizada. A família individual moderna baseia-se na escravidão doméstica/A massa

é formada por moléculas individuais.

Engels acha que o fim da família totalmente individual e a reincorporação da

mulher na produção social seria o fim de tal antagonismo. A monogamia nasceu da

concentração de riqueza nas mãos de um homem e da vontade de deixar herança apenas

aos seus filhos. E não aos filhos dos outros. Se a propriedade fosse social NÃO acabaria

a monogamia, mas seria plena. Com o fim da prostituição, com o fim das desigualdades,

fim da economia doméstica e início da indústria social. As preocupações ‘patriarcais’

seriam assunto público. As relações entre homem e mulher seriam fruto de afinidades e

atração. Não mais interesse, aí sim seria possível falar em amor conjugal. Fora disso o

casamento é um ato político.

Na idade média se vinha ao mundo casado com uma série de indivíduos de outro

sexo. Tanto para aumentar a terra quanto para poder transitar em determinados

territórios, etc. Na sociedade contemporânea o capitalismo transforma tudo em

mercadoria (o casamento também).

Para firmar contratos as pessoas tem de estar dispostas. A religião (livre arbítrio)

legitima/legitimava o contrato . O ‘sim’ diante de Deus é que fornecia tal legitimidade,

porém para algo totalmente arquitetado pelas famílias. O verdadeiro Matrimônio só se

realizaria com o fim das relações capitalistas.

Preocupação com os filhos e com a própria subsistência é faz com que as

mulheres sejam permissivas, isso chegaria ao fim com a superação do Capitalismo pelo

Comunismo. E como seria de fato na sociedade Comunista? Os novos seres humanos

que não tenham crescido no capitalismo é que responderão. A família deve progredir

assim como progride a sociedade.

III – A Gens Iroquesa

Todas as civilizações antes de atingirem o desenvolvimento, ao que indica, já

passaram pelo período de organização familiar “GENS”. Esta palavra tem equivalentes

em várias e várias línguas. GENOS em grego, por exemplo. Entre os indígenas Morgan,

citado por Engels, identifica características que esclareceram reflexões sobre a Grécia e

Roma antigas (antes do Estado). Nas páginas 93, 94 e 95 estão explicações sobre a

forma de organização da Gens Iroquesa, e as descobertas de Morgan derrubaram o que

antes McLenam havia achado que encerrara o assunto sobre as tribos com as

classificações ‘exógamas e endógamas’.

Segundo Morgan, basicamente: uma tribo é formada por oito Gens, cada uma com

nomes de animais. Cada uma das Gens tem um chefe de paz, o Sachem, e um chefe de

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guerra, o Caudilho. Tais cargos não são hereditários até mesmo porque a linhagem

familiar se dá pela mãe, e são homens que ocupam tais cargos. Todos os homens e

mulheres votam e podem opinar se necessário. Eles não se casam no seio da própria

Gens. Existe o parentesco consangüíneo e eles não flexibilizam a proibição. A herança

se divide entre os parentes gentílicos, portanto não vai aos filhos. Todos devem ajudar a

proteção de todos. Se um assassino mata alguém de uma gens, esta poderá se vingar. Se

for identificada a que gens pertence o assassino pode-se resolver de forma pacífica com

presentes valiosos. Mas se a gens que sofreu com o assassino não aceitar, então poderá

designar vingadores que perseguirão o assassino até matá-lo. A Gens do vingado não

pode reclamar.

A Gens tem seus nomes característicos e isso serve para identificar quem é

dagens, e portanto os direitos gentílicos. As Gens podem adotar um estranho, para isso

se realiza um ritual, para adoção como filho de uma mulher, ou irmão de um homem. O

Sachem e o Caudilho exercem funções sacerdotais em festas cerimônias religiosas (...).

As Gens possuem lugar próprio para enterrar seus mortos. Além disso organizavam

assembléias democráticas dos membros adultos, a assembléia é o poder soberano das

decisões. Todos os indivíduos são tratados de forma igual. São todos livres na

coletividade fraternal de laços consangüíneos (livres/fraternos/iguais).

Na época os grupos indígenas da América do norte os indígenas estavam quase

todos organizados desta forma. E em linhagem familiar materna. De uma a cinco Gens

podem formar uma Tribo. Dentro delas as vezes Formam-se irmandades entre Gens (são

as Fratrias dos gregos). Como estão proibidas as relações no seio da Gens, é necessário

que haja pelo menos duas Gens próximas para que o grupo sobreviva. Na medida em

que uma tribo crescia muito , cada gens se dividia em duas. A fratria geralmente

representa as Gens originárias. Várias Gens formam uma fratria e várias fratrias formam

uma tribo. As vezes, em casos mais débeis, não ocorre a fratria. O que caracteriza uma

tribo?

1.Território próprio e nome particular, espaço neutro entre tribos diferentes.

Tribos de língua igual este espaço entre tribos é menor. Entre Tribos de língua diferente

o espaço é maior. Território próprio e nome particular assim como os povos indo-

europeus, e mais:

2. Dialeto

3. Direito de dar posse aos chefes das Gens

4. Direito de depô-los

5. Ideias religiosas e ritos comuns

6. Conselhos para assuntos comuns entre tribos

7. Algumas tribos, um chefe particular que em caso de necessidade toma decisões

rápidas sozinho. É sempre um dos Sachens, um embrião do poder executivo.

A forma mais desenvolvida deste sistema nos Estados Unidos encontra-se entre os

Iroqueses. Nunca passaram de 20.000 indivíduos. Divididos entre tribos e Gens

equilibradas. As vezes tribos se unem de acordo com a necessidade, e se desunem com a

finalidade resolvida.

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A forma mais desenvolvida antes de superar a Barbárie. Os indígenas pré-

colombianos da América espanhola tinham outras características bastante diferenciadas.

Característica dos Iroqueses:

1- aliança das tribos consangüíneas (entre 5, três eram irmãs, as outras duas irmãs

entre si e filhas das três primeiras)

2- Um órgão de 50 Sachens decidiam em última instância. Formavam uma

federação e tinham seu voto que representava a gens.

3- As decisões tinham que ser unânimes.

4- O voto se dava por tribo/ a tribo tinha que estar de acordo/ e o conselho

também

5- As decisões eram realizadas diante do povo/ o povo poderia tomar a palavra

6- A confederação não tinha um chefe como poder executivo. Tinha dois chefes

militares com poderes iguais (semelhante aos dois reis de Esparta e/ou dois cônsules de

Roma)

Os Iroqueses ainda não conhecem o Estado. O Estado pressupõe um poder

público especial distante do cidadãos que o compõe;os índios Iroqueses demonstram

como uma tribo inicialmente unida se difunde por um continente, cindindo-se pouco a

pouco. A língua modifica-se lentamente, passa a apresentar diferenças dialetais até que

umas ficam totalmente estranhas a outra.

Gens – Fratria – Tribo. Cada uma completa em si. Diferentes gerações de

consangüinidade / assuntos próprios/ suplementando-se. As organizações Iroquesas

ajudam a entender o que faltava sobre Grécia e Roma, por exemplo.

É admirável a simplicidade, não havia soldados nem policiais, nobreza, reis,

governadores, prefeitos, juízes ou cárceres. Tudo pensado e resolvido na coletividade.

Raras vezes a vingança é utilizada, a pena de morte é uma forma civilizada da vingança.

Economia efetivada por famílias e de modo comunista. A terra é da tribo. Todos

participam quando é preciso resolver alguma questão, mas na grande maioria dos casos

os costumes seculares resolvem. Todos são livres e iguais. E nesta simplicidade e união

já conseguiram vencer expedições imperialistas exploradoras. Todos os indivíduos têm

bom porte físico, pois todos trabalham, uma vez que não classe social.

Mas segundo Engels estavam fadados a desaparecer. Quando não há tratado de

paz, há guerra, com aquela crueldade que distingue os homens dos animais. As

diferenças culturais entre os diferentes grupos geravam conflitos. Marx dizia que

estavam presos ao cordão umbilical da primitividade. PORÉM com enorme grandeza

Moral.

isso tende a acabar pelo interesse mais vil, cobiça, avareza e o roubo egoísta

causado pela propriedade privada. Os 2.500 anos de história que nos antecedem tem

sido de exploração do desenvolvimento de uma pequena minoria, à custa de uma imensa

maioria explorada e oprimida, e continua a ser assim hoje, mais do que nunca.

IV – A Gens Grega

Nos tempos pré-históricos, os gregos já estavam constituídos em séries orgânicas

idênticas a dos americanos. Gens – Fratria – Tribo – Confederação de tribos ; assim

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como os Dórios. Com linhagem familiar paterna e riqueza privada. Por isso os

casamentos ocorriam na própria Gens, para que a riqueza não saísse em direção a

terceiros. Eles possuíam ritos religiosos / mútuo diretio de herança / “cemitérios”/

direito ou dever em certos casos de casar-se na própria Gens para proteção da riqueza. A

descendência era paterna, poderia ocorrer a adoção de indivíduos na Gens.

O direito de eleger e depor seus chefes era presente. Existia um Arconte por

Gens, e tal cargo não era hereditário. As famílias não eram células orgânicas. Metade

Gens do marido, metade Gens da esposa, ambos eram da tribo. Mas não há

reconhecimento da Gens por um Estado.

Os graus de parentesco eram aprendidos na prática desde crianças. Isso torna-se

importante, mas coma família monogâmica a importância diminui. Várias Fratrias

constituem uma tribo. Cada fratria em média possui 3 gens. Isso demonstrava a

organização pensada, mas os gregos não registraram os períodos de formação disso.

Na Grécia, ocupavam territórios menores que os indígenas. Suas cidades eram

amuralhadas e cresciam com o rebanho. Quanto mais comida, mais pessoas e mais

rebanhos e mais áreas ocupadas e etc. A divisão ocorria da seguinte forma:

1. Bulê (conselho/ antes chefes de gens/ depois eleitos)

2. Assembléia do povo (Ágora florecimento da Democracia)

3. Chefe Militar (Basileu rudimento de cargo hereditário e conseqüente

formação de uma nobreza também hereditária)

Com conflitos aumentam a apropriação dos bens de terceiros, sendo a herança

paterna e a riqueza valorizada com o tempo, as antigas instituições (gentílicas) são

pervertidas para que sejam justificados os novos atos. Falta neste momento, apenas,

uma instituição que autorize e assegure as riquezas individuais contra as tradições

comunistas da sociedade gentílica.

“Que não só consagrasse a propriedade privada, antes pouco estimada (...)

também imprimisse o selo geral do reconhecimento das novas formas de aquisição da

propriedade (...) Perpetuasse a nascente divisão da sociedade em classes , mas também o

direito de a classe possuidora explorar a não possuidora, o domínio da primeira sobre a

segunda.”

E essa instituição nasceu. Inventou-se o Estado.

V – Gênese do Estado Ateniense

Melhor exemplo para identificar o início de um Estado com poderes

governamentais que não são diretos do povo, como na Gens, Fratria, Tribo. Além de um

exército que ‘roubou’ a qualidade “povo em armas” do próprio povo. Características:

tribos em diferentes territórios / Ática / terra repartida, propriedade privada. A produção

era grande, além dos cereais havia vinho, azeite, e certos manufaturados/comércio

marítimo no momento maior que dos Fenícios. Tribos amplas que as próprias fratrias

governavam sem o Basileu ou um Grande conselho unificado. Este caráter sem

unidade causou desequilíbrio, foi necessário uma Constituição (atribuída a Teseu).

Principal mudança: criação de uma administração central em Atenas. Assuntos

antes considerados particulares de cada tribo passaram a ser discutidos como um

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interesse comum. Isso ocorria em um conselho geral em Atenas. Este desenvolvimento

importante nenhuma das tribos já referenciadas no livro havia passado. Foi ao mesmo

tempo o primeiro passo em direção as ruínas das constituições gentílicas.

O segundo passo (atribuído a Teseu) foi a divisão de toda a sociedade em três

classes:

1. Eupátridas/nobres

2. Geomores/agricultores

3. Demiurgos/artesãos

Não significou grandes mudanças em Direitos, mas reforçou costumes iniciados

com a complexidade das tribos, ou seja, o caráter embrionário de hereditariedade dos

cargos administrativos, o que formaria uma nobreza. Esta como uma Gens privilegiada

que é reforçada com o nascimento de um Estado que opõe artesãos e agricultores a

acaba com os laços gentílicos.

A história de Atenas (segundo período) é pouco conhecida, mas o Basileu perde

poder e os arcontes assumem o Estado. Tais arcontes saídos da nobreza. Cresce a

autoridade da aristocracia até que por volta de 600 anos antes de nossa era a situação

torna-se insustentável.

Os principais meios de estrangular a liberdade foram o dinheiro e a usura. As

Gens por sua vez, não tinham nem o dinheiro e nem a hipoteca. O dinheiro nas mãos da

nobreza fez com que os agricultores não conseguissem vencer os empréstimos e o

Estado permitia a exploração dos indivíduos. Quando abandonavam suas terras, os

camponeses ficavam felizes se pudessem permanecer cultivando, e pagando 5/6 (cinco

sextos) de sua produção, como um arrendamento. Quando a produção não pagava a

dívida, mesmo perdendo a terra, camponeses chegavam a vender seus filhos no mercado

de escravos estrabgeiros para satisfazer seu credor. E o credor poderia vender seu

devedor , como um vampiro insaciável . Assim foi a gênese do Estado Ateniense.

Relembre-se os Iroqueses: era inconcebível em seus sistema o antagonismo de

classe / a produção era do produtor / o fruto do trabalho social era comum/ fora alguns

imprevistos, sabiam que precisavam obter os produtos sempre no limite da natureza.

Estas são as imensas vantagens da produção Barbara sobre a Civilizada. As sociedades

futuras devem ter o compromisso de recuperar, visto as possibilidades que o domínio

da natureza hoje proporciona (...)

Mas para os Gregos as coisas eram diferentes. Propriedade privada, artigos de

luxo, comércio individual, produtos correspondentes a mercadorias. Os indivíduos

deixam de ser donos de sua produção , do fruto do próprio trabalho. O dinheiro torna-se

mercadoria universal. E o que iriam fazer se a Antiga forma de organização nem podia

conceber a ideia do Dinheiro/ Dívida/ Exploração. Nem o afã do retorno aos velhos

tempos conseguiu expulsar o dinheiro e a usura da sociedade.

Cresce a divisão da sociedade e o número de escravos. O Estado se desenvolvia

mesmo sem ser percebido. O mesmo inicia medidas de ‘defesa’. Cada território

determinado, nas Naucrárias (12 tribos) deveria ter uma embarcação de guerra e dois

cavaleiros. Isso cria uma força que é exterior ao povo e ainda dividia ainda dividia a

população em grupos definidos por territórios, e não pelos laços consangüíneos.

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Os indivíduos não encontravam mais eco nas comunidades gentílicas e se

voltavam ao Estado. Este em 594 da nossa era dá certa atenção aos indivíduos. Sólon

iniciou uma série de revoluções políticas, acabou com várias hipotecas e marcas de

terras de homens endividados. Uma revolução sempre abala algum tipo de propriedade.

A Revolução Francesa de 1789 atacou o feudo, por exemplo. Ataca uma forma para

garantir outra, mas, via de regra, há mais ou menos 2500 anos a propriedade se mantém

como um roubo, como um sequestro de possibilidades.

Sólon fixou um máximo de terra e proibiu contratos com indivíduos como forma

de garantia. Os cargos públicos só eram ocupados pelas três primeiras classes/ o

exército já estava organizado. A primeira e segunda classe fornecia a cavalaria, a

terceira servia na infantaria e a quarta classe formava a Tropa Ligeira (sem couraça).

Assim os direitos e deveres eram definidos pela quantia de terras que cada

indivíduo possuía. Mas os direitos apareciam sempre com a existência do Estado e por

conseqüência da propriedade. Quase sempre era possível qualquer cidadão atingir

qualquer cargo público. Por outro lado iniciou a exploração de escravos e estrangeiros.

Os Cidadãos passavam a se ilustrar mais. Conseguir mais terras e escravos, portanto,

tona-se uma finalidade em si mesma. Assim as comunidades gentílicas eram vencidas.

Além disso muitas pessoa já não eram de gens nenhuma, imigrantes por exemplo, e

agora poderiam conquistar cidadania.

Clístenes, em 509 da nossa era, ampliou algumas reformas que acabaram de vez

com as formas gentílicas. Ele dividiu por territórios, as pessoas agora seriam apêndices

dos territórios:

10 unidades (demos) =1 tribo. Esta, não era mais apenas um corpo político auto

administrado, mas com representações militares de comando. Outras representações

oriundas das tribos formavam uma força pública separada do povo. Dando mais formas

ao Estado. Junto com ele uma polícia que (a pé ou a cavalo/arqueiros) eram escravos,

pois o ‘imaginário’ ainda gentílico não permitia que os cidadãos ocupassem tal cargo

(tão aviltante). Ainda preferiam escravos armados a ocupar tal cargo.

Desenvolvimento da riqueza/ indústria/ propriedade privada/ e Estado

acompanhados pelo antagonismo de classe. Homens livres e escravos, Clientes e

escravos. Estima-se que: 90.000 cidadãos livres (com as mulheres e crianças); 365.000

escravos e escravas; 45.000 imigrantes e libertos; mais ou menos 18 escravos e 3

metecos para cada homem livre. Riqueza concentrada nas mãos de poucos. Muitos

livres ao invés de competir com os escravos no trabalho (para eles desonroso),

mendigavam ‘arruinando’ o estado ateniense. Não era culpa da Democracia, mas sim da

escravidão.

A formação do Estado, como república democrática, ocorre sem traços violentos,

externos ou internos, ainda que fosse composta por características bem particulares.

Particularidades essenciais, a escravidão é um dos exemplos.

VI – A Gens e o Estado em Roma

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A lenda sobre o início da cidade trata de 100 Gens que provavelmente vinham de

uma Fratria Mãe, assim como outras 100 que chegaram, provavelmente Sabinos. Eram

quase idênticas as gens gregas, formas desenvolvidas de unidades sociais:

1. Direito de herança recíproco aos gentílicos. A propriedade sempre devia

permanecer na Gens. Lei das 12 tábuas é o mais antigo código romano.

2. Posse de um lugar coletivo para os mortos.

3. Solenidades religiosas.

4. Casamentos não ocorriam no seio da Gens, a mulher saía para casar e perdia a

herança do pai.

5. Posse comum da terra.

6. Dever de ajudar-se mutuamente.

7. Direito de usar o nome Gentílico.

8. Direito de adotar estranhos na Gens.

9. Direito de depor os chefes.

Os representantes das tribos formavam a Cúria.

As mulheres quando saíam da Gens para se casar passavam a gens do marido.

Perdia os direitos da sua gens de origem. Porém isso é uma hipótese que se deve aceitar

a partir de alguns documentos. Ainda que para Engels não faça pleno sentido. Uma vez

que as mulheres passavam a gens do marido, o mesmo poderia decidir sobre o direito da

esposa casar-se novamente ou não caso ele morresse. Isso é comum pois a esposa seria

uma propriedade passada ao marido de certa forma.

Os costumes gentílicos perduravam em Roma Antiga. “Determinadas cidades se

reuniam para atacar outras sem maiores permissões(...)” Permissão do Senado. Este é

originado em grupos de pessoas mais velhas, seniores/senado. Vinham dos

representantes mais velhos das gens, os ‘Pater’. Suas famílias formavam a nobreza

gentílica ligadas ao Pater, portanto Patrícia/Patrícios. Exclusivas no Senado e nos cargos

públicos.

O Senado, como a Bulê ateniense tinha uma série de possibilidades de atuação à

parte do povo. Aprovava ou rejeitava leis, elegiam os altos funcionários inclusive o

Rex (o chamado Rei). Este era como o Basileu Grego. O Senado incialmente formado

por representantes de Cúrias. O Rex não tinha caráter hereditário, era eleito e poderia

ser deposto. Era inicialmente uma democracia, assim como aos gregos. Ou seja, certa

organização que vinha das gens/ fratrias/ tribos/ Cúrias.

Com o crescimento de Roma outros povos foram sendo incorporados. No entanto,

não eram considerados parte do Romano Populus (Povo Romano). Eram livres, podiam

possuir terras, pagavam impostos e estavam sujeitos ao serviçi militar. Mas NÃO

podiam decidir publicamente e participar da divisão das terras conquistadas. Formavam

a plebe excuída do direito.

As produções historiográficas da época de Engels estão na perspectiva da

construção dos ideários nacionais e atrapalham o entendimento de como se deu a

revolução que acabou com o sistema gentílico em Roma, mas é tranqüilo afirmar que

foi atrvés de conflitos entre a Plebe e o Romanus Populus.

A constituição que segue, do Rex (Servio Túlio) dividia as regiões romanas em

Centúrias. Esta era formada por 6 classes/ 5 superiores e uma última de ‘proletários’.

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Todos tinham participação, mas o estado de coisas estava organizado de uma forma que

as classes superiores prevaleciam. Roma foi dividida em territórios e Classes Sociais,

acabando com os laços Consanguíneos.

Uma nova constituição / uma força armada que se opunha aos escravos e a força

dita proletária. A divisão de terras ao Estado, favoreceu aos grandes latifúndios/

camponeses arruinados / terras despovoadas favoreceram o domínio pelos bárbaros

germanos.

VII – A Gens entre os Celtas e entre os Germanos

Breves notas entre os Celtas e os Germanos. Na Irlanda a Gens está presente no

imaginário, pois foi sufocada com violência pelos ingleses. As leis do antigo país de

Gales comprovam o cultivo da terra em comum.

No século XI o casamento Sindiásmico ainda não havia sido substituído pela

família monogâmica. Os casais podiam se separar antes dos sete anos de convivência.

Em caso de separação dividiam as coisas e os filhos (maior parte ao homem). Não eram

necessárias grandes formalidades para se casar, sete anos de convivência formalizava tal

situação.

Mas para separar-se sem prejuízo as mulheres tinham várias opções (declarar que

o marido tinha mau hálito,por exemplo). As mulheres votavam em assembléia popular.

No momento em que Engels escreve ainda havia uma série de grupos com

características das Gens. Por exemplos, terras arrendadas em que o indivíduo que fez a

negociação é como um chefe de clã (administrava). Os outros pagam tributos que

servem de socorro em períodos críticos. Socorrem vizinhos em necessidade não como

forma de caridade, mas como direito daquele que se encontra empobrecido.

Alguns economistas queixam-se de não conseguirem inculcar a ideia burguesa de

propriedade. No momento o direito é paterno, mas há sinais de que na idade média até

houve grupos de direito Materno (e até mesmo um imposto pago no casamento para que

não ocorra o direito da primeira noite com o chefe do clã). O direito Consuetudinário

instalava comunidades Gentílicas. Em várias línguas existe o equivalente a GENS. A

consideração que se demonstra pelo filho da irmã é uma relíquia o direito materno

(comprovações mitológicas). Em sequestros era mais eficiente capturar o filho da irmã

de quem se quer afetar do que o próprio filho do indivíduo/inimigo (...).

Os germanos consideravam as mulheres sagradas. Nas batalhas servia de fonte

de coragem o horror que tinham de pensá-las como cativas dos inimigos. Elas faziam os

serviços domésticos com ajuda das crianças e dos velhos, o homem poderia beber, caçar

ou não fazer nada.

De matriz Sindiásmica, mas em transição para a monogamia. Porém, alguns

líderes (Grandes) ainda era permitida a poligamia. Herdavam as amizades e as

inimizades. Os germanos, no tempo dos romanos e nos territórios que tomavam deles,

estavam organizados em grandes comunidades familiares de muitas gerações.

Tinham o costume de deixar terras descansando enquanto produziam em outras

faixas. Disputas por terras eram DESnecessárias. Apenas ao longo de muitos anos,

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quando a comunidade cresceu muito é que apareceram conflitos. Os seus hábitos

alimentares compreendiam carne, leite, frutas silvestres, além de papas de aveia como

prato principal. Estes povos tinham passado recentemente da fase média para a superior

da barbárie. Ainda tinham sacrifícios humanos.

Tinham um conselho de chefes (Príncipes) que decidiam os assuntos menos

importantes e preparava os mais importantes para serem apresentados nas assembléias

populares, pois seria o povo que tomaria as decisões. Ao tempo de César formaram-se

as confederações de tribos (algumas tinham reis). Mas chefes militares passaram a

lograr mais poderes com as conquistas de terras dos romanos. Tais chefes reuniam

grupos, dominavam territórios e dividia territórios e presentes arrecadados com os

saques, seguindo certa hierarquia. Procuravam lugares para saquear e dominar.

Em geral, entre os Gregos, Romanos e Germanos a organização seguiu

aproximadamente as seguintes características: de Assembléia do Povo para Conselho de

chefes, disso para Comandantes Militares, e estes passam a ambicionar Poderes Reais.

VIII – A formação do Estado entre os Germanos

Povos Germanos chegaram a grupos de 200.000 e grupos menores com 50.000

indivíduos.Na América do norte Indígenas em 20.000 já chegavam a aterrorizar em

conflitos contra dominadores europeus. Grupos que já estavam nas regiões há muito

tempo/ 100 anos antes de nossa era, grupos já serviam ao rei macedônio Perseu. E

cresceram ao longo da história. Até agora foram feitas muitas referências aos gregos e

romanos, mas agora estamos perto do sepulcro de tais civilizações.

Já havia ocorrido um processo de aculturação entre os povos. Os germanos se

romanizaram ao mesmo tempo a cultura romana sofria mudanças. Em nenhum lugar

havia um vínculo capaz de formar um país/ nação / estado. As vastas áreas ocupadas por

romanizados tinham o Estado romano como vínculo. Tal Estado era imenso e

complicado, em seu longo fim levava apenas violência e exploração aos súditos, os

‘bárbaros’ chegaram a ser esperados como salvadores, ao passo que o Estado Romano

tentava ‘proteger’ seu povo da invasão.

Na parte ocidental do império romano as condições sociais eram decadentes.

Quase toda a península Itálica ou era pasto para os gados Ovinos/vacum que para

criação era preciso poucos escravos, ou era cultivado por pequenos produtores que

abasteciam as cidades e os luxos dos poderosos. A escravidão em massa estava falindo,

pois não tinha mais condições de se sustentar, e por outro lado homens livres não se

envolviam em determinados trabalhos.

Estas questões fazem com que as pessoas passem a buscar ‘proteção’ com grandes

Latifundiários / como um arrendamento de terras, com ampla exploração. Ficavam com

pedaços de terras da qual tinha muitos e muitos impostos de forma de trabalho e sob a

produção.

Muitos fugiam para regiões de povos bárbaros/ e nada era pior do que voltar a ser

mandado e explorado pelo Estado romano. As terras passam a ser divididas a maneira

da gens. Pedaços para indivíduos e territórios de uso comum. Os germanos assim

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passaram a dominar território que antes pertenceram a Roma. Ao mesmo tempo a

organização gentílica mais familiar ia mudando cada vez mais para a divisão territorial.

Os germanos tinham que organizar as conquistas, mas não podiam absorver todas

as pessoas nas gens. Tinham que transformar os órgãos das Gens em órgão de um

Estado (Germânico). As transformações não pararam. As terras eram divididas por

outorga e deviam ser exploradas. Criavam relações de suserania e vassalagem, assim

como os chefes militares já vinham efetivando anteriormente. A assembléia do povo foi

substituída por conselhos de subcomandantes e nobres recém-surgidos. Ao invés de um

exército grupos mais autônomos e a população da terra tinha que defender se necessário.

O rei perde o caráter central.

Os Francos assim caem diante dos normandos, como já tinham antes feito com os

romanos. Os camponeses em meia a saques e conflitos se protegem então junto a nobres

e estes aliados a igreja. Esta torna-se uma senhora feudal. Durante quatro séculos as

coisas ficam muito parecidas. Uma divisão baseada na concentração da terra

(latifúndio)pesados impostos e tornando camponeses miseráveis. Com as adaptações

necessárias a situação era semelhante a de Roma em decadência.

Só que o que significou para os romanos o FIM, agora era o ponto de partida para

uma nova geração. Os germanos tinham como característica um ideal de liberdade que

se manifestava nos processos de decisão gentílica. Isso formou as bases para pensarem

laços de nacionalidade.

Transformada a forma antiga da monogamia, deram mais espaço as mulheres do

que elas tinham no mundo clássico. Suas formas de organização baseada no costume

anterior/gentílico dava um avanço para os camponeses. Era penoso porém menos que o

regime escravista e ainda possibilitava uma coesão que aos poucos permitia a percepção

de classe e a busca por emancipação.

Tudo isso vinha da ‘barbárie’, esta que foi capaz de alterar profundamente o senil

Estado romano. Suas mudanças são o início das possibilidades futuras do Estado.

IX – Barbárie e Civilização

Foi visto aqui até agora o processo de dissolução da Gens entre os gregos /

romanos e germanos. Agora é a fase superior da Barbárie que dá entrada a Civilização

(interlocutores Morgan e agora Marx a partir de O Capital);

A civilização nasce na fase média do Estado selvagem / se desenvolve /e tem seu

apogeu na fase inferior da Barbárie. Uma Tribo é dividida em Gens (normalmente 2)

com o aumento elas se dividem. Surgem Gens Mães e Gens Filhas. As Gens Mães são

as Fratrias e a confederação delas unem Tribos. Esta organização é simples, mas

suficientes a tais sociedades. Não há classes e nem claramente a ideia de um direito ou

dever. Os indivíduos são bastante soltos/ a convivência se dá no local da residência.

Divisão ‘sexual’ do trabalho.

O homem é proprietário de seus apetrechos de caça e pesca. A mulher Proprietária

dos utensílios domésticos. A economia é comunista. Com o passar do tempo vem a

domesticação de animais. Algumas tribos especializam-se nisso e surge a primeira

divisão social d trabalho. Possibilitou que uns tivessem mais carne, leite, couro lã (...); e

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um fluxo de troca permanente para a consolidação do Comércio. Inicialmente entre

tribos, mas quando em meio ao processo a propriedade torna-se particular, o comércio

pode individualizar-se.

O gado chegou a ser considerado quase como uma moeda, mas quando o

comércio se intensificou, surge a necessidade de uma moeda de fato. Os inventos

industriais, como primeiras aparições Tear e em seguida a Fundição de Minerais (cobre

e estanho= bronze em seguida Ouro, Prata ferramentas e ornamentos). Os ramos da

produção se desenvolvem e proporcionam mais que o necessário. Foi preciso utilizar

mais mão de obra e os prisioneiros tornam-se escravos. O que favorece para que

aumentem as guerras. Da primeira divisão social do trabalho surge a primeira divisão de

classes sociais, senhores e escravos, exploradores e explorados.

Tudo isso causa alterações na família. Antes a caça e a pesca eram serviços do

homem. Sedentarizados, cuidar do rebanho passa a ser serviço do homem, e a ele

pertencia. Assim a ele também pertence o escravo. Na hierarquia social em primeiro

lugar o Homem livre, em segundo a mulher e por último o escravo. Portanto o homem e

a mulher não estão mais em pé de igualdade. O homem se sobrepôs.

O homem agora com sua propriedade particular só aceita passar a sua herança aos

seus filhos legítimos. É a passagem do matrimônio Sindiásmico a Monogamia. A

família individual se levanta frente a Gens. Com adventos como a Espada de Ferro,

além do Machado e Arado, os povos estão em sua fase heróica. Altera-se a agricultura, a

guerra e o artesanato (...). As cidades vão ficando dentro das muralhas com casas de

pedra ou tijolos (arquitetura e necessidade de defesa). O artesanato se desenvolve, tecer,

trabalhar o ferro, produção de azeite, vinhos, aos poucos a agricultura separa-se do

artesanato e surge a Segunda Divisão Social do Trabalho. A escravidão, antes

esporádica, aumente.

O comércio fica cada vez maior entre as tribos e também pelo mar. A diferença

social torna-se mais complexa, antes homem livre e escravo e agora entre os livres

existem ricos e pobres. O consumo comum da terra vai diminuindo assim como

aumenta a monogamia. Família como unidade econômica.

O crescimento populacional funde-se em meio as tribos consangüíneas, o Basileu

ou o Rex tornam-se cargos constantes e necessários. As assembléias do povo aparecem

onde antes não havia e eram agora democracias militares egressas das Gens, pois as

guerras eram constantes (saques bárbaros, por exemplo). A guerra era percebida como

negócio, sendo que antes era apenas reservada a vingança ou necessidade de aumentar o

território.

As guerras fortalecem os chefes militares e com o aumento do direito paterno

torna-se cargo hereditário. Tolerado inicialmente, em seguida exigido e por fim

usurpado. Forma-se a base da monarquia e nobreza hereditárias. A antiga confederação

de tribos (que decidia assuntos importantes entre ‘viznhos’) é esquecida, o povo perde a

participação e os governos passam a servir para o saque, ataque aos vizinhos, além da

dominação e opressão do próprio povo (como órgão independente).

Não seria assim se a cobiça da riqueza não tivesse transformado a organização

criando ricos e pobres e criado um antagonismo dentro da gens:

Período inferior saciar necessidades diretas

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Fase média da barbárie gado como propriedade

Fase superior da barbárie Agricultura diferencia-se do artesanato

Civilização consolida divisões e coloca mais uma, a divisão do comércio. Esta

terceira divisão social do trabalho faz com que surja uma classe que não está envolvida

na Produção.

A produção antes envolvia Proprietários e Proletários, mas agora os comerciantes

exploram a ambos. Com pretextos de encontrar mercados e ser útil para concentrar

riqueza/influência e consegue um domínio maior que a produção e gera seu próprio

produto = Crises comerciais periódicas. Com esta classe o dinheiro moeda. Mercadoria

que encerra em estado latente todas as demais.

Com a compra de mercadorias pelo dinheiro veio o empréstimo, a usura e os

juros. Com a riqueza em mercadorias, a riqueza em escravos, em terra e em dinheiro

(...). Dessa forma aumentaram as divisões entre ricos e pobres. No comércio também se

alteram os laços consangüíneos, mesmo da nobreza e nova aristocracia, e assim depois a

burguesia toma seus lugares. Os regimes gentílicos agora caducos foram substituídos

pelos Estados. Em meio a isso a sociedade adquire novas características, as divisões

sociais do trabalho e a divisão da sociedade em classes.

Estudamos até aqui três formas diferentes de nascimento do Estado. Atenas, a

mais clássica, provém do antagonismo de classe. Roma, a sociedade gentílica se

transforma em uma fechada aristocracia contra uma plebe enorme sem direitos e sem

deveres, a própria plebe destituiu a Gens e instituiu o Estado que foi ocupado por uma

aristocracia. E os Germanos que venceram os romanos e os vastos territórios dominados

não eram possíveis controlar através dos laços gentílicos. Iniciando assim a divisão de

marcas territoriais.

O Estado não é força exterior, é fruto de sociedades antagônicas e que não

conseguiram resolver de fato seus próprios antagonismos. Para controlar as diferenças o

Estado ganha força. E assim distancia-se da sociedade. O Estado se caracteriza pelo

agrupamento dos súditos em determinado território. Parece natural, mas muitos

conflitos foram engendrados até que o Estado substituísse a gens e os laços

consangüíneos.

Em seguida é uma força pública que não significa o povo em armas. Força que

mantém a calma em meio aos antagonismos de classe. (Polícia, exército, cadeia)

mecanismos que não existiam na gens e são quase nulos em sociedade sem divisões de

classe. Para sustentar tais forças são cobrados impostos e criadas leis que tornem

intocáveis tais mecanismos, pois sozinhos representam algo que esta fora e acima do

povo. não gozam do respeito que o mais modesto chefe de gens era possuidor.

O Estado nasce da necessidade de conter os antagonismos. Assim torna-se mais

poderosos politicamente, pois sempre já é mais poderoso economicamente. Adquire na

política força para reprimir e explorar mais classes que já são exploradas.

Estado Antigo dos senhores escravos

Estado Feudal de quem mantinha servos e camponeses dependentes

Estado Moderno serve o capital para explorar o assalariado;

O Estado protege mais os que possuem. “O governo e a bolsa de valores, por

exemplo”. O Estado na eternidade. Há sociedades que se organizaram sem ele. A

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divisão em classes o tornou necessário. Hoje a divisão não são mais necessárias a

divisões de classes. São agora um obstáculo a própria produção. Com o

desaparecimento das classes desaparecerá o Estado. A civilização é o estágio que

possibilita a revolução. Antes em todos os estágios, a produção e distribuição era

coletiva e não eram necessários poderes estranhos.

A divisão social minou a produção e apropriação comum. Na complexidade das

relações mesmo os produtores perderam o domínio de seus produtos. Na antiguidade

mal os homens descobriram a troca e a mercadoria, logo passaram a ser objetos de troca

e mercadoria. A escravidão é a primeira forma de exploração. O processo de produção

das mercadorias da civilização economicamente se caracteriza por:

1. Moeda – juros – usura

2. Comerciantes intermediários

3. Propriedade privada da terra / hipoteca

4. Trabalho predominante como produção

Aqui a família é monogâmica o homem se sobrepõe a mulher, família é unidade

social, o Estado é força de coesão, e força de coesão das classes dominantes. Oposição

entre cidade e campo. Herança como característica rígida e consolidada. Tais

organizações deram possibilidades que a Gens não seria capaz, mas aproximou o

homem de sentimentos vis e o afastou do seu melhor. A força motriz da civilização é

uma ambição vulgar em busca de riqueza e só isso. A riqueza individual e mesquinha.

Cada progresso de produção possibilitado pelas divisões sociais do trabalho

significa um retrocesso nas condições de classe. E cada vez mais as classes dominantes

precisam criar formas de se manter acima na hierarquia.

Morgan conclui que a inteligência humana está desnorteada diante de tudo que

produziu. Mesmo assim chegará um tempo em que a razão humana será suficiente para

reajustar o Estado e a propriedade. Caçar a riqueza não é finalidade da humanidade.

Este tempo que tem sido assim é uma ínfima parte da história da humanidade e também

dos tempos vindouros. De acordo Engels aponta que “A democracia na administração,

a fraternidade na sociedade e a igualdade de direitos, além da instrução geral, farão

despontar próxima etapa superior da sociedade, para a qual tendem constantemente a

experiência, a razão e a ciência.” (pág. 201)

Seria uma retomada das boas formas de convivência e organização das antigas

Gens, mas em forma superior. E eu espero vibrante este momento.