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29 a 31 de agosto de 2016 Fortaleza, Ceará RESUMOS XV Encontro de Iniciação Científica da Embrapa Agroindústria Tropical Programa institucional de bolsas de iniciação científica PIBIC/CNPq 29 a 31 de agosto de 2017 Fortaleza, Ceará

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29 a 31 de agosto de 2016Fortaleza, Ceará

RESUMOS

XV Encontro de Iniciação Científicada Embrapa Agroindústria Tropical

Programa institucional de bolsas de iniciação científica PIBIC/CNPq

29 a 31 de agosto de 2017Fortaleza, Ceará

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Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa Agroindústria Tropical

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Embrapa Agroindústria TropicalFortaleza, CE

2017

XV Encontro de Iniciação Científica da Embrapa Agroindústria Tropical

29 a 31 de agosto de 2017Fortaleza, Ceará

RESUMOS

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)Embrapa Agroindústria Tropical

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Comitê de Publicações da Embrapa Agroindústria TropicalPresidente: Gustavo Adolfo Saavedra PintoSecretária-executiva: Celli Rodrigues MunizSecretária-administrativa: Eveline de Castro MenezesMembros: Janice Ribeiro Lima, Marlos Alves Bezerra, Luiz Augusto Lopes Serrano, Marlon

Vagner Valentim Martins, Guilherme Julião Zocolo, Rita de Cássia Costa Cid, Eliana Sousa Ximendes

Supervisão editorial: Ana Elisa Galvão SidrimRevisão de texto: Marcos Antônio NakayamaNormalização: Rita de Cássia Costa CidCapa: Ana Elisa Galvão SidrimEditoração eletrônica: Arilo Nobre de Oliveira

O texto e o conteúdo dos resumos são de inteira responsabilidade dos autores.

1a ediçãoOn-line (2017)

Encontro de Iniciação Científica da Embrapa Agroindústria Tropical (15.: 2017 : Fortaleza, CE).

Resumos / XV Encontro de Iniciação Científica da Embrapa Agroindústria Tropical. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2017.

41 p. ; 16,5 cm x 23 cm.

Publicação disponibilizada on line no formato PDF.

1. Pesquisa científica – Congresso. I. Silveira, Márcia Régia Souza da. II. Ribeiro, Paulo Riceli Vasconcelos. III. Santos Júnior, Nicodemos Moreira dos. IV. Fuck Júnior, Sérgio César de França. V. Gondim, Rubens Sonsol. VI. Menezes, Eveline de Castro. VII. Dionísio, Ana Paula. VIII. Pinto, Cláudia Oliveira. IX. Título.

CDD 630.72

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Comissão Organizadora

Márcia Régia Souza da Silveira (Presidente)Farmacêutica-bioquímica, mestre em Tecnologia de Alimentos, analista da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

Paulo Riceli Vasconcelos RibeiroQuímico, doutor em Química Orgânica, analista da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

Nicodemos Moreira dos Santos JúniorCiências Econômicas, B. Sc., assistente da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

Sérgio César de França Fuck JúniorGeógrafo, mestre em Geografia, analista da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

Rubens Sonsol GondimEngenheiro-agrônomo, doutor em Recursos Hídricos, pesquisador da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

Eveline de Castro MenezesAdministradora, mestre em Administração, analista da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

Ana Paula DionísioCientista de alimentos, doutora em Ciência de Alimentos, pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

Cláudia Oliveira PintoEngenheira de alimentos, analista da Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE, [email protected]

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Sumário

Efeito das diferentes condições de processamento na estabilidade da cor do extrato concentrado de carotenoides obtido das fibras do pedúnculo do caju ..............................7

Perfil sensorial de pseudofrutos de novos clones de cajueiro-anão ..................................8

Efeito do teor de sólidos totais na liofilização de polpa tamarindo e da adição de antiumectantes na farinha de tamarindo liofilizada ............................................................9

Caracterização de micropartículas obtidas por coacervação complexa de óleo de pequi em matriz de goma de cajueiro e gelatina........................................................................10

Caracterização de pedúnculos de clones de cajueiro-anão ............................................. 11

Pegada hídrica da cultura do coqueiro-anão no Ceará ...................................................12

Caracterização de pseudofrutos de acessos de cajueiro da Embrapa Agroindústria Tropical .............................................................................................................................13

Indução in vitro de calos em explantes de gavinhas e anteras de meloeiro ....................14

Germinação de sementes de meloeiro in vitro ................................................................15

Agressividade de fungos da família Botryosphaeriaceae em mudas de cajueiro ............16

Identificação de metabólitos secundários em maracujá-do-mato (Passiflora sp.) por meio do sistema UPLC-QToF-MS-MS .......................................................................17

Preparo de cepas probióticas para incorporação a filmes comestíveis à base de celulose bacteriana .........................................................................................................................18

Quantificação de galantamina em bulbos de açucena (Hippeastrum elegans) cultivados no Semiárido nordestino................................................................ .................19

Estudo da oxidação da celulose bacteriana assistida por micro-ondas ........ .................20

Produtividade da água aplicada em irrigação em coqueiro-anão no Município de Camocim, CE ...................................................................................................................21

Adubo de liberação lenta na produção de porta-enxertos de cajueiro .............................22

Estabilidade de extrato hidrossolúvel de amêndoa de castanha-de-caju durante armazenamento à temperatura ambiente ........................................................................23

Extração de óleo de amêndoa de manga por diferentes métodos e solventes ...............24

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Estabilidade física do extrato concentrado de carotenoides obtido a partir das fibras residuais do processamento do caju ................................................................................25

Filmes à base de amido e mucilagem de quiabo: desenvolvimento e caracterização .....26

Estudo comparativo da qualidade do óleo de pequi artesanal e do obtido em laboratório...................................................................................................................27

Caracterização físico-química do óleo de pequi após o microencapsulamento por coacervação complexa .....................................................................................................28

Óleos essenciais como alternativa para inibição do crescimento micelial in vitro de Colletotrichum gloeosporioides Penz. & Sacc. de mamão ...............................................29

Radiação ultravioleta pulsada (UVp) no controle in vitro de Colletotrichum gloeosporioides ................................................................................................................30

Óleos essenciais no controle in vitro de Fusarium spp. do melão ...................................31

Grau de infestação da mosca-da-verruga em clones de cajueiro consorciados com fruteiras.............................................................................................................................32

Patogenicidade de isolados de Fusarium oxysporum f.sp. cubense (FOC) em mudas micropropagadas de bananeira (Musa spp.) cv. Maçã e helicônia (Heliconia latispatha) in vitro ...............................................................................................................................33

Bioensaio de isolado de Bacillus sp., em mudas micropropagadas de bananeira, cv. Prata Catarina ............................................................................................................34

Caracterização de extratos hexânicos de folhas de cajá por cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas (CG-EM) .............................................................35

Análise metabólica por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM) de extratos hexânicos das folhas de abacaxi ...................................................36

Alterações metabolômicas relacionadas à resistência à seca: estudo de caso de espécies de quebra-pedra via RMN .................................................................................37

Melaço de soja hidrolisado como meio de fermentação na produção de celulose bacteriana .........................................................................................................................38

Produtividade da água na irrigação do coqueiro-anão na região de Paracuru, Ceará ....39

Avaliação da utilização de biocarvão em coqueiro irrigado ............................ .................40

Estratégias de convivência de agricultores familiares no Semiárido brasileiro: um estudo de caso da apicultura no Município de Marcelino Vieira, RN ....... .................41

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EFEitO DAS DiFERENtES CONDiçõES DE PROCESSAMENtO NA EStAbiliDADE DA COR DO ExtRAtO CONCENtRADO DE

CAROtENOiDES ObtiDO DAS FibRAS DO PEDúNCUlO DO CAJU

Mayara Frade Iunes1*; Jessica Maria Silva Sousa1; Ana Carolina Viana de Lima1; Fernando Antônio Pinto de Abreu2; Ana Paula Dionísio2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

Nos últimos anos, a Embrapa Agroindústria Tropical vem trabalhando para preencher as lacunas quanto ao uso do extrato concentrado das fibras do processamento do suco do pedúnculo do caju como corante alimentar. Em termos de aplicação, a incorporação do extrato em diferentes matrizes alimentícias e, consequentemente, em condições diferenciadas de processamento podem culminar em alterações de sua cor. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito da temperatura e pH na estabilidade da cor desse extrato armazenado por até 42 dias sob refrigeração (5 °C). Para isso, foi utilizado um Delineamento Composto Central Rotacional composto de duas variáveis independentes (pH e temperatura) sob os seguintes parâmetros de cor: L* (luminosidade), a* (+ indica vermelho e – a indica verde), b*(+b indica amarelo e –b indica azul) e Delta E. Os resultados obtidos em cada tempo de armazenamento foram avaliados no programa Protimiza (2012), onde foram calculados os coeficientes de regressão e a ANOVA, considerando P < 0,05. Para obtenção do extrato, a fibra do caju foi misturada com água (1:1) e enzima Pectinex Ultra-SP (500 mg L-1) por 1 hora (50 °C), sendo prensada por seis ciclos consecutivos. Em seguida, o extrato foi centrifugado, microfiltrado e pasteurizado (80 °C/30 segundos). As amostras foram acondicionadas em tubos de vidro com tampa rosqueável de 50 mL, onde foram submetidas às condições definidas no planejamento estatístico (pH de 2,5 a 7,0 e temperatura de 60 °C a 90 °C, por 1 hora). As análises de cor, utilizando-se um colorímetro digital, foram realizadas 24 horas após o processamento, e a cada 7 dias, até completar 42 dias de armazenamento a 5 °C. Os resultados mostraram que, para o tempo de 24 horas, ocorreu efeito do pH (termo linear e quadrático) nas variáveis de L*, a* e b* do extrato, pois um aumento do pH afetou negativamente os valores de L* e b* (menos luminoso e menos amarelo) e positivamente os valores de a* (mais vermelho). A partir de 7 dias, observou-se um efeito do pH (termo linear e quadrático), para as variáveis L*, a*, b*, assim como da temperatura (termo linear), somente para as variáveis L* e b*. Para a variável a*, observou-se um efeito semelhante ao que ocorreu em 24h. Por sua vez, para as variáveis L* e b*, os menores valores foram alcançados quando utilizadas as condições axiais (+) de pH e temperatura. Para o Delta E, os maiores valores foram alcançados em tratamentos nos pontos axiais (+) do delineamento. A partir desses resultados, observou-se um efeito das condições de processamento na estabilidade da cor do extrato, devendo-se considerá-las quando da aplicação do extrato em diferentes matrizes alimentícias.

Palavras-chave: Anacardium occidentale, coproduto, suco.Apoio: CNPq e Embrapa.

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PERFil SENSORiAl DE PSEUDOFRUtOS DE NOVOS ClONES DE CAJUEiRO-ANãO

Bruno Oliveira Gonçalves1*; Eclenia Dias Barbosa2; Francisca Nilgleane Ferreira Costa2; Ídila Maria da Silva Araújo3; Deborah dos Santos Garruti3

1Universidade Federal do Ceará; 2EEEP Flávio Gomes Granjeiro; 3Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

Os trabalhos de melhoramento genético do cajueiro foram iniciados no Ceará em 1965 a partir da seleção e controle de produção de cajueiros comum e anão, e na determinação de características biométricas da castanha dos tipos mais promissores. O programa foi intensificado a partir de 1975 e resultou no lançamento dos primeiros clones do cajueiro-anão CCP 06 e CCP 76, seguidos dos clones CCP 1001, CCP 09 e os novos BRS 265 e BRS 189. Com o lançamento de novos clones, mostra-se necessário avaliar as características sensoriais do pseudofruto com a finalidade de conhecer sua aptidão em relação ao consumo de mesa ou para a indústria de suco. Para essa avaliação, foi utilizado o método de Análise Descritiva Quantitativa (ADQ). Amostras de pseudofrutos de seis clones de cajueiro-anão CCP 06, CCP 09, CCP 76, CCP 1001, BRS 189 e BRS 265 foram colhidas na Estação Experimental de Pacajus e transportadas para o Laboratório de Análise de Alimentos, onde os frutos foram submetidos a seleção e higienização. Os provadores foram selecionados por testes de memória e acuidade olfativa e gustativa (80% acerto). Em consenso com o grupo, foram escolhidos os descritores aroma de caju, aroma adocicado, aroma sulfuroso, sabor de caju, sabor doce, sabor ácido, maciez, suculência, fibrosidade, adstringência, aspereza residual e irritação na boca, para compor a Ficha de Avaliação. Foi realizado um teste piloto com três clones para avaliar o desempenho da equipe, utilizando-se como critérios bom poder discriminativo (p amostra < 0,30); boa repetibilidade nos julgamentos (p repetição > 0,05) e estar em consenso com os demais membros do grupo. O perfil sensorial dos pseudofrutos in natura dos seis clones foi determinado em um delineamento em blocos completos casualizados, com quatro repetições. Uma metade de um pedúnculo in natura de caju anão foi servida em pratos descartáveis codificados e apresentada de forma balanceada. Os resultados foram submetidos à Anova, Teste de Tukey (5%) e Análise de Componentes Principais (ACP). Os clones CCP 76, BRS 189 e BRS 265, receberam altos valores para sabor de caju, aroma de caju, maciez e suculência, prestando-se para o consumo in natura ou produção de sucos e bebidas. CCP 1001 apresentou valores médios para todos os descritores sensoriais. Por sua vez CCP 09 e CCP 06 apresentaram os piores perfis sensoriais, com sabor ácido, adstringência, aspereza e irritação na garganta mais elevados, não sendo recomendados para consumo in natura.

Palavras-chave: Anacardium occidentale L., pedúnculo, ADQ.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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EFEitO DO tEOR DE SóliDOS tOtAiS NA liOFilizAçãO DE POlPA tAMARiNDO E DA ADiçãO DE ANtiUMECtANtES NA FARiNhA DE

tAMARiNDO liOFilizADA

Bruno Silva Damião1*; Monique Maia1; Johnnathan Lima Maia1; Nedio Jair Wurlitzer2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

A produção de tamarindo desidratado, por meio da liofilização, apresenta diversos obstáculos, entre eles o colapsamento da estrutura na liofilização e a capacidade higroscópica da farinha de tamarindo devido à presença de açúcares e ácidos orgânicos. O objetivo deste estudo foi avaliar: 1) efeito da concentração de sólidos totais (ST) e da redução de acidez na facilidade de liofilizar a polpa de tamarindo, e 2) a capacidade higroscópica sob o efeito de diferentes antiumectantes. Foram preparadas polpas de tamarindo Controle (C) pH 2,5 e polpa com Acidez Reduzida (AR) até pH 3,5. De cada polpa, foram preparados cinco tratamentos com concentração de ST: 10%, 15%, 20%, 25%, 30%, liofilizadas em liofilizador Liobrás LP 510. Após a liofilização, foram avaliadas em relação à facilidade de preparar a farinha, em escala de 1 (não friável) a 5 (muitíssimo friável), quanto ao rendimento, atividade de água (Aw) e higroscopicidade (g 100 g-1) a 75% UR (em dessecador com solução saturada de NaCl). A higroscopicidade da farinha de tamarindo foi avaliada com adição de 10% (m/m) dos antiumectantes: fostato tricálcico (FT); carbonato de cálcio (CC); fosfato de cálcio (FC); silicato de cálcio (SC); silicato de potássio (SP). Os resultados de liofilização indicaram maior facilidade de preparação da farinha nas polpas com acidez reduzida, e quanto maior o teor de ST, menor a facilidade de triturar em pó. Teor de ST maior que 25% dificulta a produção da farinha. Os valores de rendimento foram compatíveis com o teor de ST de cada tratamento, como esperado, com teores de umidade de 12,1% a 12,8% para polpas controle e 6,0% a 8,8% para as amostras com acidez reduzida. A Aw foi de 0,34 a 0,41 para tratamentos controle, e de 0,21 a 0,28 para tratamentos com acidez reduzida, indicando também que a redução de acidez facilita a liofilização. Em relação à higroscopicidade da farinha de tamarindo, o uso de carbonato de cálcio (CC) levou higroscopicidade significativamente menor (22,0%) que os outros aditivos SP, SC, FC, FT e o tratamento Controle, com valores de 24,3%, 26,1%, 25,3%, 25,0% e 27% de higroscopicidade, respectivamente. Pode-se concluir que a redução da acidez e menores teores de sólidos totais facilitam a liofilização e preparação da farinha de tamarindo e que teor de sólidos totais acima de 25% dificulta a liofilização. A adição de antiumectante carbonato de cálcio apresenta a melhor resposta em reduzir a higroscopicidade.

Palavras-chave: carbonato de cálcio, desidratado, higroscopicidade.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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CARACtERizAçãO DE MiCROPARtíCUlAS ObtiDAS POR COACERVAçãO COMPlExA DE ólEO DE PEqUi EM MAtRiz DE

GOMA DE CAJUEiRO E GElAtiNA

Tiago Linhares Cruz Tabosa Barroso1*; Sádwa Fernandes Ribeiro1; Marília Alves do Nascimento2; Luana Carvalho da Silva2; Gabrielle Albuquerque Freire2; José Maria

Correia da Costa1; Roselayne Ferro Furtado3

1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Estadual do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

O microencapsulamento permite proteger compostos em uma matriz polimérica contra a degradação por efeitos químicos, físico-químicos e biológicos. O óleo de pequi (Caryocar coriaceum Wittm.) é rico em vitaminas e carotenoides e tem sido usado na medicina fitoterápica para o controle da pressão arterial e como anti-inflamatório. Esse óleo poderia ser encapsulado para viabilizar por maior tempo sua utilização nas indústrias alimentícias, cosméticas e farmacêuticas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar partículas de óleo de pequi em matriz de gelatina e goma de cajueiro (GC+G 2:1) obtidas por coacervação complexa, submetidas à secagem por atomização e liofilização, tendo como comparativo partículas com matriz de goma arábica e gelatina (GA+G 1:3). As proporções dos biopolímeros e quantidade de óleo foram padronizadas por meio de estudos prévios. A goma de cajueiro foi coletada do Campo Experimental de Pacajus, gelatina foi cedida pela Rousselout e o óleo de pequi foi comprado de produtores de Barbalha, CE. As partículas foram obtidas a partir da mistura dos biopolímeros em pH específico e mantidas por 24h a 10 ºC para precipitação dos coacervados. O precipitado foi separado por centrifugação, seco e submetido às análises de eficiência de encapsulamento (EE), solubilidade e rendimento. O rendimento das partículas após processo de secagem por atomização foi baixo devido a perdas do material na câmara de secagem, sendo de 2,85% (±0,32) e 4,61% (±1,74) para GC+G e GA+G, respectivamente. Contrariamente, as partículas secas por liofilização apresentaram um rendimento de 53,15% (±3,52) e 78,75% (±2,98) para GC+G e GA+G, respectivamente. A EE das partículas de GC+G e GA+G secas por spray drying foi de 90,70% (±0,25) e 94,61% (±0,35), respectivamente. Por sua vez, as partículas liofilizadas apresentaram as seguintes EEs: GC+G: 72,53% e GA+G: 82,77%. A solubilidade para GC+G foi de 77,88% e GA+G foi de 87,78% para as partículas atomizadas e de GC+G: 93,50% e GA+G: 98,46% para as liofilizadas, indicando que óleo de pequi estava mais fortemente retido no material atomizado. Conclui-se que as partículas obtidas a partir de GC+G apresentaram comportamento similar a GA+G no encapsulamento do óleo de pequi, mesmo usando menor quantidade de biopolímeros. A secagem por atomização, apesar de apresentar melhor EE, provocou a ruptura das cápsulas e, consequentemente, um baixo rendimento do material. Sendo assim, recomenda-se a secagem por liofilização.

Palavras-chave: encapsulamento, biopolímeros, Caryocar coriaceum.Apoio: CNPq, Embrapa.

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CARACtERizAçãO DE PEDúNCUlOS DE ClONES DE CAJUEiRO-ANãO

Diana Jessica Souza Guimarães1*; Laiza Brito Ribeiro1; Márcia Régia Souza da Silveira2; Carlos Farley Herbster Moura2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

O cajueiro-anão, devido a suas características genéticas e agronômicas, apresentou-se como um diferencial. Sua maior produtividade deve-se ao pequeno porte e maior quantidade de plantas/ha, apresentando menos perdas que o cajueiro comum, que tem sua colheita feita a partir da queda dos cajus, enquanto a produção do anão pode ser colhida diretamente da planta. A comercialização dos cajus tem sido direcionada tanto para o consumo in natura como para o processamento, sendo a caracterização de fundamental importância, para o manuseio pós-colheita apropriado e a aceitação pelo consumidor. O objetivo deste trabalho foi analisar pedúnculos de diferentes clones de cajueiro-anão quanto às suas características físicas e físico-químicas para indicar os melhores para o consumo in natura e/ou processamento. Os frutos obtidos dos clones PRO 555/2, A+A 134/1, HB 33, PRO 740/4, HB 124/4 e PRO 106/2 foram colhidos no Município de Pacajus, CE, e transportados ao Laboratório de Pós-colheita da Embrapa Agroindústria Tropical para a realização das seguintes análises: massa total do caju, pedúnculo e castanha expressos em gramas (g); sólidos solúveis (SS) expressos em ºBrix; acidez titulável (AT) determinada por titulometria e expressa em %; vitamina C determinada pelo método titulométrico e os polifenóis extraíveis totais (PET), pelo método espectrofotométrico, ambas expressas em mg 100 g-1 e relação SS/AT. O experimento foi conduzido com seis clones e três repetições para as análises físico-químicas. Para as análises físicas, cada caju foi avaliado individualmente. A análise estatística foi realizada pelo teste de Scott-knott ao nível de significância de 5%. Não houve diferença estatística entre as amostras quanto ao valor da firmeza. Em relação à massa total dos clones destacaram-se o PRO 740/4 e o HB 33, estes também se sobressaíram com o PRO 555/2 quanto à massa da castanha. Para os SS, o PRO 740/4 apresentou o maior valor. Para AT, o HB 124/4, PRO 740/4, PRO 555/2 e HB 33 não diferiram entre si com os menores valores (0,35%). Já para a relação SS/AT, o PRO 106/2 foi o que apresentou o menor resultado diferindo de todos os demais. Quanto à vitamina C, o A+A 134/1 teve a maior média quando comparado aos outros clones. Em relação ao PET, o PRO 555/2 e HB 124/4 se destacaram com os menores valores. Portanto, o clone PRO 740/4 foi o que apresentou melhores resultados na maioria das análises, sendo o mais promissor para o processamento.

Palavras-chave: pós-colheita, caju.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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PEGADA híDRiCA DA CUltURA DO COqUEiRO-ANãO NO CEARá

Anne Karolyne Pereira da Silva1*; Ana Paula Coelho Sampaio1; Maria Cléa Brito de Figueirêdo2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

O Ceará se destaca no cenário brasileiro como um dos maiores produtores de coco--verde, cultura com potencial para ampliar a situação de escassez hídrica do estado. Com isso, este trabalho objetivou quantificar a pegada hídrica do coco-verde cultivado no Ceará, de forma comparativa, considerando os sistemas de cultivo característicos das principais regiões cearenses produtoras de coco: Paraipaba (24,21% da produção), Trairi (11,65% da produção), Acaraú (2,80% da produção) e Camocim (2,62% da produção), em 2015. A pegada hídrica avaliada é relativa à produção de 1 litro de água de coco-verde e foi calculada com base na norma ISO 14046, de 2014, considerando-se as seguintes categorias de impactos relacionadas ao uso da água: escassez hídrica (método Aware); toxicidade humana cancerígena, não cancerígena e ecotoxicidade (método USETox) e eutrofização marinha e de águas doces (método ReCiPe). Foram coletados dados em fazendas localizadas nas principais regiões produtoras, assim como foram levantados dados na literatura sobre o sistema de produção indicado para uma fazenda genérica localizada no Estado do Ceará, que serve como referência para o estudo. Observou-se que a fazenda de Camocim foi a que apresentou menor pegada hídrica, enquanto a fazenda de Trairi foi a que obteve maior pegada, em relação à fazenda de referência, para todas as categorias de impacto. A fazenda de Acaraú apresentou desempenho pior que a referência na categoria eutrofização marinha, e a fazenda de Paraipaba foi pior nas categorias toxicidade humana não cancerígena e ecotoxicidade. Os principais processos, em todas as fazendas, responsáveis pelos impactos foram: i) irrigação do coqueiro na escassez hídrica (contribuindo entre 89,10% e 99,10% do impacto); ii) produção de fertilizante nitrogenado na toxicidade humana cancerígena (com contribuição mínima de 93,65%), não cancerígena (com contribuição mínima 93,78%) e ecotoxicidade (com contribuição mínima 56%); iii) emissões de compostos nitrogenados após a aplicação de fertilizante em campo na eutrofização marinha (com contribuição média de 98,10%); e, iv) produção de fertilizante nitrogenado na eutrofização de águas doces (variando entre 64,20% e 89,30%). Portanto, o coco-verde produzido nas fazendas localizadas em Acaraú, Paraipaba e, principalmente, Trairi apresentaram as maiores pegadas hídricas, sendo importante realizar trabalhos voltados para melhoria da eficiência no uso de fertilizantes e na irrigação em fazendas dessas regiões.

Palavras-chave: ACV, coco-verde, escassez hídrica, eutrofização, toxicidade.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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CARACtERizAçãO DE PSEUDOFRUtOS DE ACESSOS DE CAJUEiRO DA EMbRAPA AGROiNDúStRiA tROPiCAl

Elane Bezerra da Silva1*; Gislane Mendes de Morais1; Jocilene Pinheiro da Silva1; Francisco José Gomes da Silva Junior1; Ana Cecília Ribeiro Castro2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

Entre as atividades prioritárias de um Banco Ativo de Germosplasma (BAG), destacam-se a conservação e a caracterização de recursos genéticos, para utilização como fonte de variabilidade em programas de melhoramento genético. O BAG de Caju, mantido pela Embrapa Agroindústria Tropical, no Campo Experimental de Pacajus, CE, contém considerável amostra da variabilidade genética de cajueiro. Entre os acessos preservados, alguns de A. occidentale não produzem frutos em todas as safras, provavelmente em função da idade das plantas e os períodos de estio recorrentes no local onde está instalado o BAG. O objetivo deste estudo foi caracterizar os acessos do acervo que ainda não foram caracterizados, para fins de documentação e melhor utilização dos recursos genéticos. Os pseudofrutos foram caracterizados fisicamente quanto à firmeza, peso, cor (C) e físico-quimicamente quanto à vitamina C (VC). As análises de firmeza foram realizadas pelo texturômetro TA-XT2i Texture Analyser, sendo os valores expressos em Newton (N). O peso dos frutos foi determinado utilizando-se balança analítica. Os teores de vitamina C foram determinados pelo método de Tillmans e expressos em mg de ácido ascórbico por 100 g de polpa. A característica cor do pseudofruto foi determinada de acordo os descritores de caju publicados pelo Bioversity international. Em relação à cor, a maioria dos pseudofrutos era laranja escuro representando 31,37% do total, 21,57% eram amarelo-claros e 21,57% eram amarelo-escuros. A variação na firmeza foi de 3,84 N a 16,20 N, nos acessos B243 e B1542, respectivamente. O acesso B60 apresentou o maior peso de pseudofruto (181,24 g), enquanto o menor peso foi observado no acesso B03 (90,42 g). O teor de vitamina C variou de 92,33 mg a 530,68 mg de ácido ascórbico por 100 g de suco, sendo o maior valor obtido pelo acesso B1536. Os dados morfológicos e de vitamina C amostrados foram organizados e estão sendo transferidos para base de dados Alelo. O acervo caracterizado facilita a utilização dos acessos em programas de melhoramento.

Palavras-chave: cajueiro, melhoramento vegetal, recursos genéticos, Anacardium occidentale.

Apoio: CNPq e Embrapa.

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iNDUçãO iN VitRO DE CAlOS EM ExPlANtES DE GAViNhAS E ANtERAS DE MElOEiRO

Alexya Vitória Felix Carvalho1*; Frederico Inácio Costa de Oliveira1; Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho2; Fernando Antonio Souza de Aragão2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

A produção de di-haploide é uma alternativa promissora para reduzir o tempo de obtenção de linhagens. No entanto, em meloeiro, a eficiência desse método ainda é muito baixa e os indivíduos produzidos precisam ser propagados vegetativamente. Entre as técnicas da cultura de tecidos, a organogênese indireta é uma alternativa para esse fim. O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito da 6-furfurilaminopurina (KIN) e do ácido indolacético (AIA) na indução e caracterização de calos em explantes de gavinhas e anteras de meloeiro (Cucumis melo L.). Como explantes, foram utilizados segmentos de gavinhas (~1,0 cm) e anteras, coletadas um dia antes da antese, provenientes de plantas cultivadas em casa de vegetação, do híbrido de meloeiro amarelo Goldex. As culturas foram mantidas em sala de crescimento com temperatura de 25 ± 1 ºC com fotoperíodo de 16 horas e intensidade luminosa de 30 μmol m-2 s-1. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, composto por nove tratamentos: T1) MS sem regulador de crescimento; T2) MS + 3,0 mg L-1 de AIA; T3) MS + 6,0 mg L-1 de AIA; T4) MS + 3,0 mg L-1 de KIN; T5) MS + 3,0 mg L-1 de KIN + 3,0 mg L-1 AIA; T6) MS + 3,0 mg L-1 de KIN + 6,0 mg L-1 AIA; T7) MS + 6,0 mg L-1 de KIN; T8) MS + 6,0 mg L-1 de KIN + 3,0 mg L-1 AIA e T9) MS + 6,0 mg L-1 de KIN + 6,0 mg L-1 de AIA. Aos 60 dias, foi avaliada a presença de calos nos explantes. Para aqueles que formaram calos, foram avaliadas as variáveis: intensidade de oxidação, cor, textura, tamanho, massa fresca e presença de raiz. Os dados foram submetidos ao teste de normalidade, efetuando-se, quando necessárias, as devidas transformações. Procedeu-se a análise de variância e, quando significativa, foi aplicado o teste de Tukey (P<0,05). Para antera, apenas os tratamentos com a presença de KIN e AIA produziram calos. A coloração bege foi predominante e todos os calos apresentaram textura compacta. Os tratamentos 8 e 9 revelaram os maiores tamanhos de calo. Para gavinha, houve formação de calos em todos os tratamentos. A coloração verde foi predominante e todos os calos apresentaram textura compacta. Apenas os tratamentos 2 e 3 continham raízes, e os tratamentos 5, 6, 8 e 9 obtiveram os maiores calos (massa e tamanho). Dentre estes, T5 e T6 registraram as menores taxas de oxidação. Portanto, recomendam-se os meios T8 e T5 para indução de calos em meloeiro por meio dos explantes antera e gavinha, respectivamente.

Palavras-chave: Cucumis melo, di-haploide, cultivo in vitro.

Apoio: CNPq e Embrapa.

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GERMiNAçãO DE SEMENtES DE MElOEiRO iN VitRO

Thais Paz Pinheiro André1*; Francisco Bruno Silva Freire1; Alexya Vitória Felix Carvalho1; Frederico Inácio Costa de Oliveira1; Ana Cristina Portugal Pinto de Carvalho2; Fernando

Antonio Souza de Aragão2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

Dentre os desafios da produção de di-haploides em meloeiro, está a multiplicação in vitro de plantas obtidas por meio de sementes. Para tanto, protocolos de germinação de sementes in vitro devem proporcionar vigor, uniformidade e assepsia, o que facilita a excisão de explantes em uma mesma fase de desenvolvimento. Também vale ressaltar que, do ponto de vista prático, a remoção do tegumento para a inoculação da semente é comercialmente pouco viável. Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo desenvolver um protocolo de germinação de sementes de meloeiro in vitro. Um ensaio preliminar foi realizado com o intuito de ajustar alguns parâmetros, os quais foram: tipo comercial do meloeiro, tempo de embebição das sementes em água, pré-assepsia, remoção do tegumento, disposição da semente e adição de água no meio de cultivo. Por esse ensaio, apenas a remoção do tegumento influenciou na germinação; entretanto, os resultados mostraram que o tempo de embebição avaliado pode não ter sido suficiente para melhorar a germinação das sementes. Desse modo, foi realizado um experimento em um delineamento inteiramente casualizado com dez tratamentos e quatro repetições de cinco frascos, tendo uma semente por frasco. O experimento foi analisado em esquema fatorial (5 x 2), com cinco tempos de embebição (0, 4, 16, 24 e 48 horas), removendo ou não o tegumento da semente. Foram utilizados frascos contendo 30 mL de meio Murashige and Skoog, e as sementes foram desinfestadas com álcool 70% por 1 min e hipoclorito de sódio (0,1% de cloro ativo) por 7,5 min; seguidas de enxágue triplo com água destilada autoclavada. Na primeira semana, a germinação foi avaliada diariamente e, posteriormente, as avaliações foram realizadas a cada sete dias. Nos tratamentos com tegumento, não houve uniformidade de germinação; contudo, os tratamentos com 24 e 48 horas de embebição alcançaram 95% de germinação, 14 dias após a inoculação. Por outro lado, todos os tratamentos sem tegumento alcançaram 100% de germinação, nos primeiros três dias após a inoculação. Portanto, a remoção do tegumento é suficiente para garantir uniformidade e elevado nível de germinação das sementes de meloeiro in vitro.

Palavras-chave: Cucumis melo, di-haploide, embebição, tegumento.

Apoio: CNPq e Embrapa.

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AGRESSiViDADE DE FUNGOS DA FAMíliA bOtRyOSPhAERiACEAE EM MUDAS DE CAJUEiRO

Isaac Vieira Francelino1*; José Emilson Cardoso2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

O caju é uma cultura de grande importância econômica e social para a região Nordeste do Brasil. Nessa região, ocupa uma área de 710 mil ha, representando 99,5% da área com caju do Brasil. A cultura chega a movimentar anualmente no Brasil mais de 200 milhões de dólares. Fungos da família Botryosphaeriaceae são capazes de causar diversos sintomas em seus hospedeiros, sejam plantas herbáceas, semilenhosas ou plantas lenhosas, dentre as quais as frutíferas tropicais se destacam. A família Botryosphaeriaceae (Ascomycota, Botryosphaeriales) é composta por complexos de espécies com hábitos parasíticos, saprofíticos e endofíticos, também com grande diversidade ecológica, morfológica e genética. São capazes de provocar sintomas de cancros em caules, morte descendente de ramos, exsudação de resinose, podridões pedunculares em frutos, podridões do colo, dentre outros. A crescente expansão das doenças causadas pelas espécies desta família pode causar perdas no sistema produtivo, representando um problema para o cultivo do cajueiro. Entretanto, são escassos os trabalhos que avaliam a agressividade de fungos dessa família em mudas de Anacardium occidentale. Por isso, neste trabalho, objetivou-se avaliar a agressividade de espécies de Botryosphaeriaceae em cajueiro por meio de inoculações artificiais. Foi testado um dos clones de cajueiro mais suscetível, o Faga 11, e três espécies de Botryosphaeriaceae: Neoscytalidium hyalinum, Lasiodiplodia theobromae, e Lasiodiplodia pontae. Essas espécies foram isoladas de cajueiros no Estado do Piauí. A inoculação se deu em dois tratamentos, um com o ferimento no ápice, e outro no caule das mudas. Foram feitas cinco repetições para cada espécie e testemunhas em cada tratamento. Empregou-se uma escala de notas de 0 a 4 para a avaliação da severidade, em que a nota 0 foi dada para observações sem sintomas e a nota 4 para morte com sintomas. A severidade e a incidência da doença foram avaliadas aos 7, 14, 21 e 28 dias após a inoculação das mudas. Observaram-se diferenças na agressividade entre as 3 espécies de fitopatógenos avaliadas e entre os dois pontos de inoculação. Encontraram-se diferenças na agressividade entre as três espécies avaliadas e entre os dois locais de inoculação. L. theobromae e N. hyalinum mostraram-se as mais agressivas, uma no tratamento com ferimento no ápice e outra no caule, respectivamente. A escala de notas foi eficiente para a avaliação da agressividade nesse patossistema.

Palavras-chave: Lasiodiplodia theobromae, Anacardium occidentale, severidade.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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iDENtiFiCAçãO DE MEtAbólitOS SECUNDáRiOS EM MARACUJá-DO-MAtO (PAssIFlorA SP.) POR MEiO DO

SiStEMA UPlC-qtOF-MS-MS

Caio Fernandes de Oliveira1*; Douglas de Britto2; Paulo Riceli Vasconcelos Ribeiro3;

Edy Sousa de Brito3

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Semiárido; 3Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

O maracujá (Passiflora sp.) é uma fruta conhecida por seu sabor e suas propriedades nutritivas. A literatura mostra mais de 500 espécies catalogadas para esse táxon, muitas apresentando importância comercial, como as espécies P. edulis e P. incarnata. Os trabalhos científicos encontrados apresentam a composição química de substâncias encontradas nas flores e casca com foco na composição de metabólitos voláteis e secundários. No entanto, devido a um grande número de espécies, essa composição varia e novos estudos de identificação precisam ser realizados. Este trabalho tem como objetivo estudar a composição química da casca do maracujá-do-mato (em processo de identificação botânica) por meio de cromatografia líquida de ultraeficiência com espectrometria de massas de alta resolução (UPLC-QToF-MS-MS). A casca foi extraída em um sistema soxhlet seguindo as etapas de pesagem (3 g), extração com hexano (300 mL) por 8 horas e extração com metanol (300 mL) por 24 horas. O extrato metanólico foi analisado em um sistema XEVO-QToF (UPLC-QToF-MS-MS), modo negativo, para identificação dos compostos secundários. As corridas cromatográficas foram realizadas em uma coluna Waters Acquity UPLC BEH (150 x 2,1 mm, 1,7 µm), temperatura fixa de 40 ºC, fases móveis água com 0,1% de ácido fórmico (A) e acetonitrila com 0,1% de ácido fórmico (B), gradiente variando de 2% a 95% B (15 min), fluxo de 0,4 mL min-1 e volume de injeção de 5 µL. O modo ESI- foi adquirido na faixa de 110-1180 Da, temperatura da fonte fixa a 120 ºC, temperatura de dessolvatação 350 ºC, fluxo do gás dessolvatação de 500 L h-1 cone de extração de 0,5 V, voltagem capilar de 2,6 kV. A interpretação dos dados de massas permitiu identificar as substâncias: ácido piroglutâmico glicosilado, ácido citramálico, ácido gálico glicosilado, tachiosideo, além de derivados flavonoídicos C-glicosilados. A presença desses metabólitos corrobora com a presença de substâncias fenólicas no gênero e ressalta que flavonoides C-glicosilados são comumente encontrados, indicando tratar-se a espécie pertencente ao gênero Passiflora.

Palavras-chave: Passiflora, UPLC-QToF.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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PREPARO DE CEPAS PRObiótiCAS PARA iNCORPORAçãO A FilMES COMEStíVEiS à bASE DE CElUlOSE bACtERiANA

Ana Angel Soares Abreu1*; Ana Vitória de Oliveira1; Leíse S. B. Araújo1; Sueli Rodrigues1; Henriette Monteiro Cordeiro de Azeredo2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

Filmes comestíveis são películas aplicadas sobre o alimento para protegê-lo e aumentar sua segurança e/ou vida útil. Alguns trabalhos têm proposto o desenvolvimento de filmes probióticos, com potencial de contribuir para a saúde do consumidor (por beneficiar a composição de sua flora intestinal), além de reduzir o crescimento de microrganismos deteriorantes. A celulose bacteriana (CB) tem despertado interesse por suas propriedades mecânicas, pureza, capacidade de retenção de água e alta cristalinidade, podendo ser usada na produção de filmes e revestimentos comestíveis. O objetivo do trabalho foi estabelecer protocolos de preparo de uma cepa probiótica termotolerante (Bacillus coagulans) e uma não termo-tolerante (Lactobacillus casei) em matriz de CB (produzida por fermentação de Komagataeibacter hansenii ATCC 53582), para posterior incorporação a filmes de CB. Culturas-estoque foram preparadas a partir das cepas comerciais e reativadas em caldo TGY a 39 °C por 24h (B. coagulans) ou MRS a 37 °C por 48h (L. casei). A cepa de B. coagulans foi então centrifugada e transferida para meio esporogênico (FDA) por 48h. Em seguida, ambas as cepas foram centrifugadas e submetidas a sucessivas lavagens em água destilada estéril, seguidas de centrifugações, para separá-las do meio. As biomassas microbianas foram incorporadas a dispersões de CB nanofibrilada, em quantidades estimadas para uma concentração de 1010 UFC/g de CB. As dispersões foram submetidas a dois processos alternativos (atomização ou liofilização), mas a atomização foi inviável, pois a CB aderiu às paredes do atomizador, gerando perdas de 70%-90%. As contagens de células viáveis foram feitas pelo método spread-plate. A contagem inicial de L. casei foi de 4,6 x 109 UFC/g, e após a liofilização, foi reduzida para 1,1 x 106 UFC/g (quando aplicado congelamento lento pré-liofilização) ou 2,3 x 107 UFC/g (congelamento rápido). A contagem inicial de B. coagulans (1,6 x 109 UFC/g) reduziu para 1,1 x 107 UFC/g (tendo sido aplicado congelamento rápido). As perdas de viabilidade de L. casei (com congelamento lento e rápido) e de B. coagulans (com congelamento rápido) foram de 3,6, 2,3 e 2,2 ciclos log, respectivamente, apenas o primeiro diferindo dos demais (p<0,05). Conclui-se que a liofilização de ambas as cepas em matriz de CB resultou em perda de viabilidade de cerca de 2 ciclos log, e que a liofilização após congelamento lento produziu menor viabilidade de L. casei que o congelamento rápido.

Palavras-chave: encapsulação, probióticos, sobrevivência.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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qUANtiFiCAçãO DE GAlANtAMiNA EM bUlbOS DE AçUCENA (HIPPEAsTruM ElEgAns) CUltiVADOS NO SEMiáRiDO

NORDEStiNO

Ana Sheila de Queiroz Souza1*; Rita de Cássia Alves Pereira2; José Régis de Paiva3; Guilherme Julião Zocolo2; Paulo Riceli Vasconcelos Ribeiro2; Kirley Marques Canuto2

1Universidade de Fortaleza; 2Embrapa Agroindústria Tropical; 3Universidade Federal do Ceará; *[email protected]

Açucena (Hippeastrum elegans) é uma espécie bulbosa da família Amaryllidaceae, encontrada nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Apresenta alcaloides com notáveis atividades farmacológicas, entre eles, a galantamina, que se destaca pelo uso no tratamento da doença de Alzheimer (DA), atuando como um inibidor seletivo da acetilcolinesterase. A galantamina é um dos principais fármacos prescritos para DA, uma doença que afeta mais de 25 milhões de pessoas em todo o mundo, principalmente idosos. Nesse sentido, este trabalho objetivou avaliar o potencial da açucena como matéria-prima para produção do fitofármaco galantamina, quantificando-se os teores de galantamina ao longo do ciclo ontogênico dessa planta. Os bulbos de açucena, colhidos em Pacatuba, CE, foram seccionados, plantados em vasos por três meses e posteriormente transplantados em canteiros da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE). O experimento agronômico consistiu em seis tratamentos (épocas de colheita) com cinco replicatas, cada uma contendo quatro indivíduos. A cada dois meses, colhia-se um tratamento. Após beneficiamento e secagem, alíquotas de 100 mg do material vegetal moído foram submetidas à microextração com 4 mL de hexano e 4 mL de uma solução hidrometanólica ácida (0,05M), em banho ultrassônico por 20 min. Em seguida, aplicou-se 0,5 mL da fração ácida em cartucho de extração em fase sólida de troca catiônica (SPE-100 mg) e, após eluição com solução básica NH4OH/MeOH (25/75 v/v), obteve-se a fração rica em alcaloides. Essa fração foi analisada por cromatografia líquida de ultra eficiência com espectrometria de massas (UPLC-MS) para quantificação de galantamina, utilizando-se um método analítico validado. Os resultados para os bulbos dos cinco tratamentos revelaram concentrações de galantamina de 14,7 µg; 20,1 µg; 18,2 µg; 57,0 µg e 22,1 µg de galantamina/100 mg de bulbo seco, respectivamente. A maior concentração de galantamina foi encontrada no quarto tratamento (11 meses de cultivo), período marcado pela floração. Acredita-se que os alcaloides se acumulam nos bulbos durante o período vegetativo e são progressivamente translocados para as partes aéreas ao longo do ciclo ontogênico como resposta adaptativa de proteção para a planta.

Palavras-chave: açucena (Hippeastrum elegans), galantamina, doença de Alzheimer, UPLC-MS.

Apoio: CNPq, Capes, Embrapa.

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EStUDO DA OxiDAçãO DA CElUlOSE bACtERiANA ASSiStiDA POR MiCRO-ONDAS

Paulo Hiago S. Chaves1*; Niédja Fittipaldi V. Gurgel2; Lidia A. P. Vieira2; Fábia K. Andrade2; Diego Lomonaco2; Morsyleide de Freitas Rosa3

1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará; 2Universidade Federal do Ceará; 3Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

A celulose bacteriana (CB) tem despertado muito interesse para diversas aplicações industriais, graças às suas excelentes propriedades mecânicas e pureza em comparação com a celulose vegetal. A modificação da celulose abre a possibilidade para se introduzir novas características, resultando no desenvolvimento de materiais com propriedades desejadas. O derivado de celulose dialdeído-celulose (DAC) pode ser produzido empregando periodato como agente oxidante. Fatores como tempo, temperatura e quantidade de periodato adicionado têm impacto no grau de oxidação e, consequentemente, nas propriedades do produto final. A tecnologia de aquecimento dielétrico por micro-ondas abre novas oportunidades, sob a forma de novas reações que não são possíveis usando aquecimento convencional, rendimentos de reação melhorados e tempos de reação diminuídos. Além disso, o aquecimento por micro-ondas é ambientalmente amigável e ajuda a reduzir os custos operacionais, uma vez que a energia produzida por micro-ondas é focada no material, o que melhora significativamente o desempenho dos processos implementados. Vale ressaltar que pouco ou nenhum trabalho tem focado o estudo de reações de oxidação da celulose bacteriana assistida por micro-ondas. Portanto, pretende-se neste trabalho otimizar o processo de oxidação da CB com auxílio de aquecimento por micro-ondas, comparando com o processo que utiliza aquecimento convencional. As películas de CB foram obtidas após a fermentação estática de Komagataeibacter hansenii. Para a obtenção da DAC, após serem purificadas, as películas foram imersas em solução tampão KCl/HCl (pH 1) por 24h e oxidadas com 1,5 g de NaIO4: 1 g CB, onde o tempo de reação e temperatura foram avaliados no processo de oxidação. O teor de aldeído (%) foi determinado por titulação potenciométrica. Em vários estudos sobre a oxidação da celulose, a temperatura não pode ser muito alta, uma vez que o periodato é instável e há risco de decomposição e liberação de iodo do subproduto de iodato (IO3

-), quando são usados tempos muito longos associados a temperaturas acima de 55 °C. Por isso, para o aquecimento convencional (controle), a reação ocorreu à 55 ºC. No entanto, para atingir um conteúdo de 50%, foi necessário um tempo de reação de 360 min. Os resultados com aquecimento por micro-ondas mostraram que foi possível diminuir significantemente o tempo de reação para 30 min utilizando temperaturas de 90 ºC e alcançando um conteúdo de aldeído de 76% sem que ocorresse prematuramente a degradação do periodato.

Palavras-chave: celulose bacteriana, oxidação, micro-ondas.

Apoio: CNPq, Embrapa, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE).

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PRODUtiViDADE DA áGUA APliCADA EM iRRiGAçãO EM COqUEiRO-ANãO NO MUNiCíPiO DE CAMOCiM, CE

Abel Bruno da Silva Rocha1*; Fábio Rodrigues de Miranda2; Victor Beviláqua Guimarães1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

Um dos principais desafios para agricultura global e principalmente para a região semiárida do Brasil é produzir mais com o mínimo de água possível, procurando alcançar uma maior eficiência da irrigação. A utilização de ferramentas visando ao melhor uso da água tem sido um dos focos no direcionamento do uso sustentável da água, e, entre elas, a produtividade da água de irrigação tem obtido destaque. Portanto, o trabalho teve como objetivo determinar a produtividade da água de irrigação na cultura de coqueiro-anão (Cocos nucifera L.) na fazenda Boa Esperança, em Camocim, CE. A fazenda possui uma área de produção de coqueiro-anão de 127 ha, cultivados em sistema orgânico e irrigados por microaspersão. Durante um período de 1 ano, foram realizadas avaliações a cada 21 dias, em 16 plantas com 5 anos de idade, do número de frutos por cacho e do volume de água por fruto. Foi instalada uma estação meteorológica na sede da fazenda para a obtenção de dados de temperatura, umidade relativa do ar, radiação solar, velocidade do vento e precipitação, possibilitando calcular a evapotranspiração de referência (ET0), pelo método FAO-Penman-Monteith, e a evapotranspiração do cultivo (ETc). A quantidade aplicada na irrigação foi monitorada por meio de leituras de hidrômetros, podendo assim, realizar o balanço hídrico da cultura. A produtividade da água de irrigação foi estimada por meio da relação entre a quantidade de água aplicada na irrigação e o número de frutos produzidos por planta (PAIf) ou o volume de água de coco produzido por planta (PAIa). Foi observado, por meio do balanço hídrico, que, durante os meses de seca (junho a dezembro), as plantas receberam uma quantidade de água na irrigação cerca de 26% acima de suas necessidades hídricas. Como consequência, foram obtidos baixos valores de produtividade da água de irrigação (PAIf = 2,9 frutos.m-³ e PAIa = 1,3 L de água de coco.m-³) durante o ano de 2016. Os resultados evidenciaram a necessidade de redução da lâmina de irrigação, visando aumentar a produtividade da água na irrigação do coqueiro, otimizar a utilização dos recursos hídricos e reduzir os custos com a irrigação.

Palavras-chave: Cocos nucifera L., balanço hídrico, necessidade hídrica.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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ADUbO DE libERAçãO lENtA NA PRODUçãO DE PORtA-ENxERtOS DE CAJUEiRO

David Bruno de Sousa Teixeira1*; Luiz Augusto Lopes Serrano2; Carlos Alberto Kenji Taniguchi2; Dheyne Silva Melo2; Thais da Silva Martins1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

Observações em campo vêm mostrando que genótipos de cajueiro demonstram apresentar respostas diferenciadas à fertilização. Assim, o objetivo deste trabalho foi verificar o efeito de um fertilizante na produção de plantas (seedlings) de diferentes genótipos de cajueiro a serem utilizados como porta-enxertos. O experimento foi realizado no Campo Experimental da Embrapa, em Pacajus, Ceará, e os tratamentos foram distribuídos em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial (2x7), sendo as parcelas compostas por 24 plantas. Os tratamentos consistiram na aplicação (2 kg m-3) ou não do adubo de liberação lenta Osmocote® (fórmula NPK 14-14-14, com taxa de liberação entre 3 e 4 meses) misturado ao substrato Biomix Flores e Folhagens® para a produção dos porta-enxertos ‘CCP 06’, ‘CCP 09’, ‘CCP 76’, ‘Embrapa 50’, ‘Embrapa 51’, ‘BRS 275’ e ‘CAC 38’, em tubetes de 288 mL dispostos em canteiro a pleno sol. Aos 72 dias após a semeadura (época de enxertia), a aplicação do adubo não influenciou os acúmulos de matérias secas das folhas, caule, raízes e total das plantas dos genótipos avaliados. Entretanto, a adubação incrementou o número de folhas dos genótipos ‘Embrapa 50’ e ‘Embrapa 51’; o diâmetro de caule do ‘BRS 275’; os teores foliares de N, P, K, Ca, Mg e Mn das plantas do ‘CCP 06’; os teores foliares de N, P e Ca das plantas de ‘CCP 09’; os teores foliares de N, P e Mn das plantas de ‘Embrapa 50’; e os teores foliares de P das plantas de ‘Embrapa 51, ‘BRS 275’ e ‘CAC 38’. De acordo com os resultados obtidos, conclui-se que genótipos de cajueiro apresentam respostas diferentes à adubação.

Palavras-chave: Anacardium occidentale, nutrição mineral de plantas, massa da matéria seca total, teor foliar de nutrientes.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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EStAbiliDADE DE ExtRAtO hiDROSSOlúVEl DE AMêNDOA DE CAStANhA-DE-CAJU DURANtE ARMAzENAMENtO à

tEMPERAtURA AMbiENtE

Mayara Lima Goiana1*; Thiago Frois Tajra1; Nedio Jair Wurlitzer2; Janice Ribeiro Lima2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

Os extratos hidrossolúveis de amêndoas, conhecidos popularmente como leites de amêndoas ou leites vegetais, são produtos prontos para consumo, que podem ser ingeridos tanto por pessoas com intolerância à lactose, quanto por aquelas que optam por dietas livres de produtos de origem animal. Por outro lado, o processamento da castanha-de-caju gera em torno de 40% de amêndoas quebradas consideradas subprodutos do beneficiamento, e a obtenção do extrato hidrossolúvel a partir dessas amêndoas quebradas é uma forma de agregar valor. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do armazenamento nas características físico-químicas e aceitação sensorial do extrato de amêndoa de castanha-de-caju armazenado à temperatura ambiente (~28 ºC) durante 160 dias. O extrato foi obtido pela moagem de amêndoa com água na proporção de 1:10, adicionando-se 3% de açúcar. A mistura foi triturada em moinho coloidal por 4 minutos, tratada termicamente (por esterilização UHT em temperatura de 136-138 ºC por 4 s) e, envasada a quente a 80 ºC em garrafas de vidro de 210 mL. Foram medidos o pH e a cor (whiteness, a partir dos parâmetros L* a* b*). A aceitação sensorial global foi avaliada por 50 provadores não treinados, utilizando-se escala hedônica estruturada de nove pontos, variando de desgostei muitíssimo (1) a gostei muitíssimo (9). A intenção de compra foi realizada utilizando-se escala estruturada de cinco pontos, variando de certamente não compraria (1) a certamente compraria (5). Os resultados foram avaliados por análise de variância e teste de Tukey (5%). Não houve diferença significativa (p>0,05) para o pH das amostras durante o armazenamento apresentando valor médio de 6,31. Quanto aos parâmetros de cor, observou-se pequeno aumento nos valores de whiteness (78,70 para 80,72), indicando tendência da amostra a ficar mais branca. Não houve diferença significativa (p > 0,05) para aceitação sensorial e intenção de compra durante o período de armazenamento. A média da aceitação sensorial foi de 7,5, ficando entre as categorias hedônicas “gostei moderadamente” a “gostei muito”. A intenção de compra também não foi alterada entre os tempos apresentando média 4,0, correspondendo à categoria de “provavelmente compraria”. Conclui-se que o extrato hidrossolúvel de amêndoa de castanha-de-caju pode ser armazenado por 160 dias à temperatura ambiente, apresentando apenas pequenas alterações de cor que não prejudicaram a sua aceitabilidade.

Palavras-chave: substitutos de leite, vida de prateleira, análise sensorial, cor.

Apoio: Embrapa.

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ExtRAçãO DE ólEO DE AMêNDOA DE MANGA POR DiFERENtES MétODOS E SOlVENtES

Thiago Frois Tajra1*; Janice Ribeiro Lima2; Lidiane dos Santos Pontes1; Mayara Lima Goiana1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

O hexano é o solvente orgânico mais utilizado na extração de óleos; porém, o perigo da inflamabilidade, o custo elevado e sua toxicidade justificam o estudo de substituintes, como o etanol, obtido de fontes renováveis e não tóxico. O objetivo deste trabalho foi avaliar o rendimento do óleo extraído da amêndoa do endocarpo de manga Tommy Atkins por meio de imersão e de imersão com refluxo (Soxhlet) com etanol e hexano, bem como analisar a qualidade dos óleos extraídos (cor, índices de peróxidos e acidez). Os endocarpos foram obtidos como resíduo da extração da polpa, secos em estufa a 60 °C/24h e moídos em moinho com peneira de 1 mm. Para o teste por imersão, usaram-se 25 g de amêndoa e 50 mL de solvente, agitados por 1h/150 rpm, a 27 °C. Para o teste de extração em Soxhlet, usaram-se 10 g de amêndoa em cartuchos de papéis de filtro, 230 mL de solvente, em extrator Soxhlet durante 6h. Em ambos os métodos, os materiais resultantes foram destilados em rotaevaporador a 45 °C para hexano e a 65 ºC para etanol. O óleo resultante foi aquecido em estufa a 105 °C/30 min e pesado. Os procedimentos foram realizados em triplicata e comparados por análise de variância a 5% de significância. As extrações por imersão apresentaram 4,51% de rendimento com hexano e 2,79% com etanol, resultados considerados baixos. Já nas extrações por Soxhlet, o rendimento foi de 13,29% para o hexano e de 16,34% para o etanol, cujo óleo apresentou coloração escura e alta viscosidade. O maior rendimento do etanol, assim como coloração e viscosidade atípicas, deve-se provavelmente à sua maior polaridade, o que acarreta na extração de outros compostos além do óleo, como fenólicos presentes na amêndoa da manga. Para os óleos extraídos no Soxhlet, os resultados de cor foram L* (88,31), a* (-6,43) e b* (22,88) no óleo extraído com hexano e L* (33,18), a* (8,52) e b* (6,72) com etanol, cuja coloração mais escura fica evidenciada principalmente pelos valores menores de L* e b*. Os valores de índice de acidez foram de 2,07 mg KOH g-1 para hexano e 14,69 mg KOH g-1 para etanol, o que indica maior solubilidade de ácidos no etanol. O índice de peróxido foi de 4,31 meq kg-1 para a amostra obtida com hexano, não sendo possível obter o resultado com etanol em função da coloração muito escura da amostra. Conclui-se que o etanol não se mostrou eficiente como solvente e que, portanto, o hexano com refluxo foi o melhor método para a extração dos lipídeos da semente de endocarpo da manga.

Palavras-chave: Mangifera indica L., subproduto, hexano, etanol.

Apoio: Funcap, Embrapa.

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EStAbiliDADE FíSiCA DO ExtRAtO CONCENtRADO DE CAROtENOiDES ObtiDO A PARtiR DAS FibRAS RESiDUAiS DO

PROCESSAMENtO DO CAJU

Andrêssa Maria Medeiros Theóphilo Galvão1*; Maria do Socorro Rocha Bastos2; Ana Paula Dionísio2; Jessica Maria de Sousa1; Ana Carolina Viana de Lima1; Mayara Iunes1

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

O caju (Anacardium occidentale) é considerado como uma das principais culturas frutíferas do Nordeste. O processamento do pedúnculo de caju para obtenção de suco resulta em uma fibra residual que é geralmente utilizada como ração animal ou que é descartada, gerando graves problemas ambientais. A Embrapa Agroindústria Tropical tem trabalhado nos últimos anos para o aproveitamento dessa fibra, em um processo que culmina em um extrato concentrado em carotenoides com possibilidade de uso como corante alimentar natural. Porém, corantes naturais apresentam menor estabilidade que os artificiais, sendo sensíveis à ação da luz e temperatura, por exemplo. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar a estabilidade física do extrato concentrado de carotenoides, obtidos a partir do processamento do pedúnculo de dois clones da Embrapa (CCP 076 e BRS 189), armazenado sob refrigeração (5 °C) por até 180 dias. Para obtenção do extrato, o pedúnculo foi adquirido no campo experimental de Pacajus, CE, e processado no Laboratório de Processos Agroindustriais. A fibra resultante do processo de obtenção do suco foi então processada para obtenção do extrato concentrado de carotenoides, em processos unitários que compreenderam maceração enzimática, prensagens sequenciais em prensa tipo Expeller e concentração por membranas. O produto final obtido foi pasteurizado (85 °C por 30 segundos) e acondicionado em frascos de vidro, onde permaneceram sob refrigeração (5 °C) por até 180 dias. O potencial Zeta foi utilizado para verificação da estabilidade física do extrato, com análises que ocorreram no primeiro dia do processamento e a cada 30 dias de armazenamento. Dentre os resultados obtidos, podem-se observar diferenças estatisticamente significativas entre os extratos obtidos a partir de cada um dos clones. O extrato de caju CCP 076 apresentou estabilidade moderada com 30, 60, 120 e 150 dias. Já o extrato de caju BRS189 apresentou-se instável em todos os tempos de análise. Os resultados indicam que a estabilidade desse tipo de produto pode estar relacionada com as características físico-químicas de cada clone avaliado.

Palavras-chave: Anacardium occidentale, corante de caju, potencial zeta, estabilidade.

Apoio: Embrapa Agroindústria Tropical e Funcap.

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FilMES à bASE DE AMiDO E MUCilAGEM DE qUiAbO: DESENVOlViMENtO E CARACtERizAçãO

Antonio Willian de Oliveira Araújo1*; Andrêssa Maria Medeiros Theóphilo Galvão1; Marília Albuquerque de Oliveira1; Maria do Socorro Rocha Bastos2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

Estudos sobre desenvolvimento e aplicação de materiais biodegradáveis vêm ganhando espaço em pesquisas, gerando conhecimento e proporcionando alternativas para possíveis combinações e substituições de materiais para embalagens. O quiabo, Abelmoschus esculentus, possui uma mucilagem que, ao receber tratamento adequado, pode constituir filmes para a proteção de alimentos. Dessa forma, objetivou-se elaborar e caracterizar formulações de filmes com a mucilagem do quiabo e amido de milho. Os filmes foram elaborados utilizando-se o Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR), apresentando 11 ensaios: central (3 g de amido e 0,36 mL de glicerol) com três repetições; axiais (1,60 g e 4,40 g de amido, 0,19 mL e 0,53 mL de glicerol), possuindo um fatorial de -1,41 e +1,41, respectivamente. O amido, juntamente com o glicerol e 10 mL de água, foram submetidos à agitação por 24h, seguido da adição de 40 mL de mucilagem, obtida por extração a frio. Na obtenção dos filmes, utilizou-se o método de casting, que foram caracterizados quanto à permeabilidade ao vapor de água (PVA), solubilização e ensaios mecânicos. Os filmes obtidos apresentaram valores de PVA entre 1,31 e 3,73 (g.-mm.-kPa-1.-h-1.-m-2) e solubilidade entre 0,19% e 2,50%. Nos ensaios mecânicos, os filmes mostraram uma melhor resposta nos parâmetros de resistência, deformação e elongação, comparados a outros estudos sobre resistência de filmes com polímeros naturais. Foram realizadas também a análise do grau de intumescimento (imersão em soluções de pH 3, 7 e 9) e a avaliação morfológica dos filmes por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Para isso, foi escolhido o ensaio central do delineamento por possuir um dos melhores resultados de PVA e solubilidade. Em pH 3 e 7, o intumescimento teve comportamento semelhante quanto à capacidade de retenção de água. Já em pH 9, o filme apresentou um comportamento diferente, com uma baixa capacidade retentiva. A avaliação das imagens micrográficas do filme seco permitiu observar uma estrutura compacta e uniforme. Já para o intumescido, foi observada no filme a ausência de rompimentos, mesmo após 24h de hidratação. Assim, concluímos que os filmes de quiabo apresentam características físicas satisfatórias para aplicação em alimentos como forma de proteção e prolongamento da vida útil. Além disso, a variação dos resultados de intumescimento em diferentes faixas de pH indica o seu potencial para estudos de liberação controlada e desenvolvimento de filmes inteligentes.

Palavras-chave: filmes biodegradáveis, Abelmoschus esculentus, polissacarídeos.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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EStUDO COMPARAtiVO DA qUAliDADE DO ólEO DE PEqUi ARtESANAl E DO ObtiDO EM lAbORAtóRiO

Mateus Nóbrega de Freitas1*; Sádwa Fernandes Ribeiro1; Maria Elisabeth Silveira Barros2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

A exploração do pequizeiro tem importante papel socioeconômico nas regiões de ocorrência gerando oportunidade de emprego e mão de obra familiar no período da safra. Do fruto se extrai o óleo muito apreciado e de alto valor econômico, sendo utilizado na culinária, na medicina popular, na indústria cosmética, entre outros usos. O objetivo deste trabalho foi comparar a qualidade do óleo artesanal com o obtido em laboratório. Na fabricação artesanal, o fruto foi apanhado do chão (por determinação legal), descascado, cozido em água por 8 horas com ocasional fricção com artefato adequado, para facilitar a extração do óleo. Nesse processo, retirou-se o sobrenadante, que foi coletado para um recipiente, aquecido para a retirada da umidade e filtrado em filtro de papel para garrafas PET e, dessa forma, é comercializado. Para a extração em laboratório, o pequi também foi apanhado do chão, descascado, submetido ao vapor por 20 a 30 minutos e despolpado, sendo a polpa congelada até sua utilização. Oportunamente, a polpa foi descongelada, pesada, aquecida em banho-maria até 45 ºC e centrifugada. O óleo obtido foi seco em estufa, filtrado a vácuo e envasado em garrafas de vidro. Para a caracterização dos óleos (artesanal e laboratorial), foram realizadas as seguintes análises: acidez em ácido oleico, índice de peróxidos, saponificação, iodo e carotenoides totais. Os óleos, laboratorial e artesanal, apresentaram os seguintes resultados, respectivamente: acidez em ácido oleico (0,30% e 0,37%), índice de peróxidos (1,32 meq.Kg-1 e 1,42 meq.Kg-1), índice de saponificação (195,70 mg KOH.g-1 e 201,31 KOH.g-1), índice de iodo (55,29 gI2.100g-1 e 55,70 gI2.100g-1) e carotenoides totais (3,41 mg.100g-1 e 3,48 mg.100g-1). O óleo obtido em laboratório apresentou índices ligeiramente inferiores em termos de acidez, de peróxidos e de saponificação em comparação com o óleo artesanal, levando a inferir que a forma de obtenção do óleo não influenciou nos resultados. Porém, a diferença de 23% e 7% entre os dois processos em relação aos valores de acidez e de peróxidos, respectivamente, é um fator preocupante em relação à estabilidade do produto artesanal. Todavia, os valores dos índices de acidez e de peróxidos, parâmetros referenciais para determinar a qualidade do óleo, atendem às especificações da legislação brasileira para óleos vegetais comestíveis, apresentando características iniciais de qualidade e conservação apropriadas.

Palavras-chave: Caryocar coriaceum, óleo de pequi, caracterização, extração.

Apoio: Embrapa.

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CARACtERizAçãO FíSiCO-qUíMiCA DO ólEO DE PEqUi APóS O MiCROENCAPSUlAMENtO POR COACERVAçãO COMPlExA

Sádwa Fernandes Ribeiro1*; Tiago Linhares Cruz Tabosa Barroso1; Mateus Nóbrega de Freitas1; Selene Daiha Benevides2; Roselayne Ferro Furtado2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

A microencapsulação constitui-se como uma técnica muito explorada pela indústria alimentícia, que se baseia no revestimento de líquidos, partículas sólidas ou dispersões com a finalidade de protegê-los de condições ambientais desfavoráveis, controlando também a sua liberação. Nesse sentindo, há crescente demanda por materiais que possam atuar como agentes encapsulantes, mantendo a estabilidade do material encapsulado. A goma de cajueiro, por apresentar propriedades favoráveis a esse fim, tem-se tornado uma boa opção como material de parede. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi caracterizar físico-quimicamente óleo de pequi (Caryocar coriaceum Wittm.) após o processo de formação das microcápsulas. Para o microencapsulamento, foi utilizado o método de coacervação complexa, no qual as soluções de cargas opostas formadas por gelatina, óleo de pequi e goma de cajueiro foram combinadas com o auxílio de um Ultra Turrax. Em seguida, o pH da mistura foi corrigido para 4,5 promovendo a precipitação das microcápsulas que, posteriormente, foram centrifugadas e liofilizadas. A extração do óleo de pequi a partir das microcápsulas foi realizada com adaptação do método de Bligh-Dyer, utilizando-se mistura de clorofórmio, metanol e água na proporção de 1:2:0,8. As amostras analisadas do óleo de pequi apresentaram para os índices de iodo e de saponificação 39,53 gI2 100 g-1 e 326,48 mgKOH g-1 respectivamente, e, para carotenoides totais, 0,6051 mg 100 mL-1. Como não há legislação que regulamente o óleo de pequi, utilizamos como parâmetro para avaliar os índices de acidez e de peróxidos obtidos a Resolução RDC nº 270, de 22 de setembro de 2005 da Anvisa que regulamenta óleos, gorduras e cremes vegetais comestíveis. As amostras analisadas apresentaram 0,4% de acidez em ácido oleico e 4,0 meq 1000 g-1 de peróxido, indicando que os valores enquadram-se na legislação, sugerindo a possibilidade de uso do óleo de pequi encapsulado como forma de preservação do produto para fins alimentícios. Todavia, mais estudos são recomendados, levando-se em consideração a temperatura e o tempo de armazenamento do óleo encapsulado, assim como sua exposição à luz e ao oxigênio do ar como fatores que possam alterar a sua qualidade.

Palavras-chave: Caryocar coriaceum, encapsulamento, caracterização.

Apoio: Embrapa.

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ólEOS ESSENCiAiS COMO AltERNAtiVA PARA iNibiçãO DO CRESCiMENtO MiCEliAl iN VitRO DE CollEToTrICHuM

gloEosPorIoIdEs PENz. & SACC. DE MAMãO

Antonia Raphaelly dos Santos Amorim1*; Ageu Cardoso de Araújo1; Maria Gina Torres Sena1; Andreia Hansen Oster2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

O mamão (Carica papaya L.) é uma das frutas mais produzidas e consumidas, impulsionando o agronegócio brasileiro. Um dos impedimentos que o setor enfrenta são as perdas causadas por doenças na pós-colheita, o que influencia a quantidade, qualidade e a comercialização dos frutos. Dentre as doenças pós-colheita do fruto, destaca-se a Antracnose causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporioides. A principal forma de controle da doença é por meio da aplicação de fungicidas sintéticos. Porém, há uma forte tendência da substituição destes por produtos menos impactantes no que diz respeito à presença de resíduos químicos e que sejam menos agressivos à saúde e ao meio ambiente. Assim, o uso de óleos essenciais de plantas pode se tornar uma prática alternativa para o controle de doenças pós-colheita de frutas. O presente trabalho objetivou avaliar in vitro o efeito dos óleos essenciais de alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum L.), manjericão (Ocimum micranthum Mill.), capim-limão (Cymbopogon citratus Stapf.) e alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) como alternativa de controle do crescimento micelial do fungo Colletotrichum gloeosporioides. No experimento, foram utilizados cinco isolados de Colletotrichum com crescimento micelial de 10-15 dias. Os óleos foram incorporados ao meio de cultura BDA, nas concentrações 0, 250, 750, 1.500 e 2.000 µL.L-1 e vertidos em placas de Petri. Um disco de micélio foi transferido para o centro de cada placa, testando-se assim o efeito de cada óleo nas diferentes concentrações sobre o crescimento micelial dos isolados. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com três repetições. A avaliação aconteceu quando o crescimento micelial do tratamento controle atingiu a área total da placa. Foi calculada a percentagem de inibição do crescimento micelial (IC%). As médias de IC% foram submetidas à análise de variância ao teste de Tukey a 5% de probabilidade (Sisvar 5.6.) e às análises de regressão. As equações foram ajustadas, e as doses efetivas medianas (ED50) foram estimadas. Os resultados obtidos indicaram que todos os óleos essenciais foram eficientes na inibição do crescimento micelial in vitro do patógeno, existindo respostas distintas entre os isolados testados. Os óleos essenciais de alecrim--pimenta e manjericão foram os que apresentaram maior controle, e os de capim-limão e alfavaca-cravo, os de menor controle.

Palavras-chave: controle alternativo, podridão pós-colheita, fungos.

Apoio: Embrapa Agroindústria Tropical.

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RADiAçãO UltRAViOlEtA PUlSADA (UVP) NO CONtROlE iN VitRO DE CollEToTrICHuM gloEosPorIoIdEs

Antonio Ageu Cardoso de Araújo1*; Antonia Raphaelly dos Santos Amorim1; Maria Gina Torres Sena1; Andreia Hansen Oster2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

Existe uma demanda por tecnologias alternativas que controlem organismos fitopatogênicos importantes sem gerar resíduos químicos. Informações sobre a eficiência dessas tecnologias na ação sobre outros microrganismos fazem-se necessárias. Para tanto, o uso da radiação ultravioleta do tipo UVC tem fornecido bases consistentes para o controle dos patógenos em frutos in natura e minimamente processados, mantendo a qualidade física e química de frutos tropicais, conservando-os por mais tempo. Os fitopatógenos do gênero Collethotrichum são organismos que influenciam na qualidade pós-colheita do mamão (Carica papaya L.), pois podem causar injúrias superficiais na epiderme do fruto, evoluindo a manchas necróticas que diminuem o potencial do fruto, aumentando consideravelmente as perdas pós-colheita. O objetivo do estudo foi definir a dose ideal da radiação ultravioleta pulsada (UVp) para o controle in vitro de isolados de Colletottrichum gloeosporioides (Penz.), constituindo base para projetos de pesquisa in vivo. Isolados da coleção de microrganismos da Embrapa Agroindústria Tropical, crescidos por 10 dias em meio BDA, conídios formados dessa colônia foram extraídos utilizando-se água destilada estéril e raspagem da colônia, e sua concentração ajustada para 104 conídios mL-1 empregando-se a câmara de Neubauer. Uma alíquota de 0,2 mL da suspensão de conídios foi espalhada com auxílio da alça de Drigalski em placas de Petri de 9 cm de diâmetro com meio BDA, e após 20 minutos, foram aplicadas doses de 0; 4,8; 7,8; 10,8 e 13,8 J cm-2, em pulsos sequenciais de 0,3 J cm-2 cada. A avaliação ocorreu 48 horas após a aplicação dos pulsos e, utilizando o contador de colônias, procedeu-se a contagem de colônias formadas na placa de Petri. Por meio da equação {[(esporulação controle - esporulação tratamento) / esporulação controle] * 100}, determinou-se o potencial de inibição dos conídios. Doses a partir de 4,8 J cm-2 foram eficientes na redução da germinação dos conídios do isolado em 75% em média.

Palavras-chave: perdas; doenças pós-colheita, mamão.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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ólEOS ESSENCiAiS NO CONtROlE iN VitRO DE FusArIuM SPP. DO MElãO

Maria Gina Torres Sena1*; Ageu Cardoso de Araújo1; Antonia Raphaelly dos Santos Amorim1; Andreia Hansen Oster2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

Na busca por produção de alimentos de melhor qualidade e com segurança alimentar, diversos compostos químicos extraídos de plantas têm sido testados no controle de fitopatógenos. No melão, o controle de doenças causadas pelo fungo Fusarium spp. é um dos principais desafios por causar grandes perdas econômicas e de qualidade especialmente na pós-colheita. Dentre os métodos alternativos contra o fitopatógeno, destaca-se o uso de óleos essenciais com ação antifúngica. O presente trabalho teve por finalidade identificar in vitro o efeito de diferentes concentrações dos óleos essenciais de alfavaca-cravo (Ocimum gratissimum L.), manjericão (Ocimum micranthum, sin. O. campechianum Mill.), capim-limão (Cymbopogon citratus Stapf) e alecrim-pimenta (Lippia sidoides Cham.) no controle de Fusarium spp. do melão. Foi utilizado o isolado Fusarium spp. 03 com crescimento micelial de 7-10 dias. As concentrações de 0, 250, 500, 1.000 e 1.500 µL.L-1 dos óleos foram adicionadas ao meio de cultura BDA, e vertidos em placas de Petri. Um disco de micélio de 8 mm foi transferido para o centro de cada placa. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três repetições. As placas foram incubadas em BOD sob condição de temperatura de 25 ºC, com fotoperíodo de 12 horas de luz. As avaliações começaram após 48 horas e foram realizadas em dias alternados até o 15º dia, a contar da data de instalação, com o auxílio de um paquímetro digital (Digimess – 200 mm [máx] 0,01mm [precisão]). As médias de crescimento foram submetidas à análise de variância e ao teste de Tukey a 5% de probabilidade (Sisvar 5.6.). Os resultados mostraram que todos os óleos essenciais foram eficientes na inibição do crescimento micelial in vitro do isolado. Os óleos de capim-limão, alfavaca-cravo e manjericão inibiram o patógeno em todas as concentrações, não diferindo estatisticamente a partir da concentração de 500 µL L-1. O óleo de alecrim-pimenta apresentou atividade antifúngica a partir da concentração de 250 µL.L-1.

Palavras-chave: patologia pós-colheita, fungos, controle alternativo.

Apoio: Embrapa Agroindústria Tropical.

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GRAU DE iNFEStAçãO DA MOSCA-DA-VERRUGA EM ClONES DE CAJUEiRO CONSORCiADOS COM FRUtEiRAS

Gabriel Teles Portela Policarpo1*; Antonio Lindemberg Martins Mesquita2; Daniel Lima Verde da Silva1; Maria do Socorro Cavalcante de Souza Mota2;

Fabio Rodrigues de Miranda2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

O cajueiro Anacardium occidentale é uma frutífera de origem brasileira, sendo a região Nordeste responsável, em 2015, por cerca de 97% da produção nacional de caju, com destaque para os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão. Dentre as mais de uma centena de espécies de artrópodes fitófagos que atacam o cajueiro, a mosca-das-galhas ou da verruga (Stenodiplosis sp., Dip: Cecidomyiidae) figura como uma praga importante nos viveiros de produção de mudas ou no campo, durante o período de lançamento de folhas novas pelas plantas. Este trabalho teve por objetivo avaliar o grau de infestação da mosca-da-verruga nos clones de cajueiro-anão CCP 76, BRS 226, BRS 189, em condições de campo, consorciados com três espécies diferentes de frutíferas, no Campo Experimental de Pacajus da Embrapa Agroindústria Tropical, no Município de Pacajus, CE, Brasil. A avaliação do ataque nos três genótipos foi baseada em um sistema que preconiza o uso de notas que variaram de 1 a 5, quando se constatou na planta o sintoma típico de ataque conhecido como verruga ou galha. Os clones de cajueiro estavam dispostos em quatro blocos onde cada clone estava consorciado com banana, melancia e mamão, além do tratamento testemunha sem consórcio. Foram feitas duas avaliações consecutivas dos cajueiros atacados, em intervalos de 20 dias entre as avaliações, em plantas fertirrigadas, com aproximadamente 1 ano de idade. Observou-se que os clones de cajueiro consorciados com banana e melão apresentaram graus de infestação superiores aos dos clones consorciados com melancia e solteiros. O clone BRS 226 foi o que apresentou o maior grau de infestação da praga, seguido dos clones BRS 189 e CCP 76. Conclui-se que o grau de infestação da mosca-da-verruga ocorreu com maior intensidade nos cajueiros consorciados com banana e mamão e que o clone BRS 226 apresentou maior preferência ao ataque da praga.

Palavras-chave: Anacardium occidentale, Stenodiplosis, mosca-das-galhas, preferência.

Apoio: Embrapa Agroindústria Tropical, Funcap.

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PAtOGENiCiDADE DE iSOlADOS DE FusArIuM oXysPoruM F.SP. CUbENSE (FOC) EM MUDAS MiCROPROPAGADAS DE bANANEiRA

(MusA SPP.) CV. MAçã E hEliCôNiA (HElIConIA lATIsPATHA) iN VitRO

Ana Caroliny Bento Alves1*; Géssica Helen Frota Gomes1; Isabel Cristina da Costa Souza1; Natália Moura de Vasconcelos Beleza2; Celli Rodrigues Muniz2; Christiana de

Fátima Bruce da Silva2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

O fungo Fusarium oxysporum f.sp. cubense (FOC), agente causal do mal-do-panamá, é um dos principais problemas nas culturas da bananeira e da helicônia. O patógeno apresenta alta capacidade de sobrevivência saprofítica, dificultando o manejo da doença. Portanto, o objetivo deste trabalho foi testar a patogenicidade de isolados de FOC em mudas micropropagadas de bananeira e helicônia, in vitro. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com 6 repetições, em que cada uma foi constituída de um grupo de 5 frascos com 5 mudas cada. As mudas provenientes do Laboratório de Cultura de Tecidos da Embrapa Agroindústria Tropical foram retiradas dos frascos assepticamente, desinfestadas com NaClO 1%, álcool 70% e lavadas em água destilada estéril (ADE). Posteriormente, os tratamentos foram aplicados ao experimento. Dessa forma, realizou-se a inoculação dos isolados de FOC 2130 e 2140 nas mudas de helicônias e o FOC 27.9 nas bananeiras, pela injeção de 1 mL da suspensão de inóculo (104 conídios.mL-1) no colo das mudas, com agulha hipodérmica estéril. Como testemunha, utilizaram-se mudas inoculadas com ADE. As mudas inoculadas foram colocadas em frascos contendo o meio de cultura ágar-ágar. Após 30 dias, foram realizados isolamentos indiretos, da porção infectada do colo, em meio de cultura batata dextrose ágar (BDA) e, visualização em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Para MEV, amostras de tecido doente foram fixadas em solução Karnovsky diluída em tampão cacodilato 0,2M, pH 7,2. Foram então submetidas a tríplice lavagem com cacodilato por 10 minutos cada, fixadas em tetróxido de ósmio 1% por 1 hora, lavadas em ADE e desidratadas em soluções de etanol de concentração crescente, de 20% a 100%, por 15 minutos cada. Secas ao ponto crítico, montadas em stubs e recobertas com platina. Por fim, foram levadas ao MEV TESCAN, sob uma voltagem de aceleração de 15 Kv, para obtenção das imagens do crescimento do fungo. Todas as mudas inoculadas apresentaram sintomas típicos do mal-do-panamá. Nos isolamentos em meio de cultura, foi observado o crescimento de FOC. As imagens de MEV demonstraram profuso crescimento do patógeno no cilindro vascular das mudas de ambas as espécies. Concluiu-se que os isolados de FOC expressaram os sintomas do mal-do-panamá, em mudas micropropagadas de bananeira e helicônia em condições in vitro.

Palavras-chave: Musa spp., mal-do-panamá, Heliconia latispatha.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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biOENSAiO DE iSOlADO DE BACIllus SP., EM MUDAS MiCROPROPAGADAS DE bANANEiRA, CV. PRAtA CAtARiNA

Naomí Vasconcelos de Freitas1*; Francisco Henrique Nunes da Silva Alves1; João Evangelista de Ávila dos Santos1; Natália Moura de Vasconcelos Beleza2;

Andréia Hansen Oster2; Christiana de Fátima Bruce da Silva2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

A bananeira (Musa spp.) é planta exigente em nutrientes e muito suscetível a patógenos. As bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCPs) surgem como alternativa sustentável e viável para tornar o processo produtivo mais eficiente. As BPCPs possuem mecanismos para promoção de crescimento como: enzimas degradantes de macromoléculas, sideróforos, fixação de nitrogênio, fito-hormônios e estimuladores de crescimento voláteis, que asseguram o sucesso competitivo na rizosfera das plantas. Portanto, o objetivo do trabalho foi selecionar isolados de Bacillus sp. da rizosfera de bananeiras que apresentem potencial para promoção de crescimento de mudas micropropagadas da bananeira, na fase de alongamento in vitro. Para tal, realizou-se o bioensaio de colonização radicular com 40 isolados de Bacillus sp., obtidos da rizosfera de bananeiras, durante a fase de alongamento in vitro. Os isolados de Bacillus sp. foram inoculados em solução salina (0,85%) e tiveram concentração ajustada para 108 UFC/mL, com auxílio da escala de McFarland. As mudas foram desinfestadas em solução de hipoclorito de sódio 1,5%, por 30 segundos e, em seguida, foram lavadas com água destilada esterilizada (ADE) e imersas na suspensão bacteriana, por 30 minutos. For fim, cada muda foi assepticamente inoculada em frascos contendo meio ágar-água. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, com 5 repetições (cada repetição = uma muda), com 41 tratamentos. Após 30 dias, os seguintes parâmetros foram avaliados: comprimento da raiz (mm), número de folhas, diâmetro do pseudocaule (mm), comprimento total (mm) e massa fresca e seca (g). O isolado de Bacillus sp. 123, proveniente de Tabuleiro do Norte, CE, da cv. Prata Catarina, apresentou médias significativamente maiores que a testemunha (muda não inoculada com os isolados bacterianos), em relação ao comprimento radicular, massa fresca e seca. Enquanto o isolado 92, proveniente de Iguatu, CE, da cv. Pacovan, apresentou diferenças significativas para os comprimentos de caule e total. Isso pode ser explicado pelo fato de os isolados bacterianos produzirem sideróforo e diversas outras enzimas como urease, amilase e lipase. Pode-se concluir que os isolados 123 e o 92 colonizaram eficientemente as mudas micropropagadas de bananeira cv. Prata Catarina, na fase de alongamento in vitro. Esses isolados deverão ser testados em condições de telado, para comprovação da sua capacidade de promoção de crescimento nas mudas.

Palavras-chave: bactérias, sideróforo, rizosfera, BPCPs, Bacillus, colonização radicular.

Apoio: CNPq, Embrapa.

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CARACtERizAçãO DE ExtRAtOS hExâNiCOS DE FOlhAS DE CAJá POR CROMAtOGRAFiA GASOSA ACOPlADA A

ESPECtROMEtRiA DE MASSAS (CG-EM)

Camila Carvalho Martins1*; Ernandes Sávio Negreiros Alcantara2; Jhonyson Arruda Carvalho Guedes1; Tigressa Helena Soares Rodrigues3; Edy Sousa de Brito4;

Ricardo Elesbão Alves4; Guilherme Julião Zocolo4

1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Estadual do Ceará; 3 Universidade Estadual Vale do Acaraú; 4Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

Cajá (Spondias mombin L.) é uma fruta pequena, cultivada na região Nordeste do Brasil. Na medicina tradicional, as folhas da cajazeira são utilizadas para tratamento de desordens infecciosas, principalmente diarreias e disenterias. Pouca informação a respeito dos compostos bioativos dessa planta é apresentada na literatura. Técnicas analíticas avançadas, como CG-EM, permitem que se apliquem abordagens modernas de caracterização química de bioativos. Levando em consideração que pouca informação tem sido gerada a respeito de extratos apolares do cajá, o objetivo deste estudo foi identificar e caracterizar os compostos contidos no extrato das folhas de cajazeira. Para isso, foram pesados 500,0 mg (n=5) de amostra seca e moída de folhas que foram extraídas em tubos de ensaio (16 mm x 100 mm) com 4 mL de hexano por 20 min em banho de ultrassom, o sobrenadante foi separado e seco à temperatura ambiente. Para realizar a análise do perfil completo, o procedimento de derivatização foi realizado. Para tanto, 10,0 mg do extrato hexânico seco foram solubilizados em 200,0 μL de piridina e 200,0 μL da solução derivatizante, MSTFA [N-metil-N(trimetilsilil)trifluoroacetanida], seguido de aquecimento a 37 °C por 30 min, sendo então a amostra deixada em repouso a 5 °C por 24h. As amostras foram analisadas em sistema CG-EM pela injeção de 1µL de amostra no modo split (1:10) com injetor a 260 °C e vazão de 1 mL min-1 do gás de arraste (N2). O forno cromatográfico foi programado para temperatura inicial de 120 °C por 3 minutos, com rampa de aquecimento de 3 °C min-1 até 320 °C ao término da corrida (80 minutos). A identificação dos compostos foi realizada pelo cálculo dos índices de Kovats (IK) e aritmético (IR), análise dos padrões de fragmentação com a base de dados fornecida pelo equipamento (NIST versão 2.0), e de dados da literatura. Ao todo, 23 compostos foram caracterizados no extrato hexânico, entre eles ácidos graxos, aminoácidos e vitaminas, mostrando um perfil químico amplo de compostos de média a baixa polaridades existentes na folha de cajá. O método mostrou-se capaz de realizar com exatidão a identificação química de perfis complexos de extratos vegetais de baixa polaridade, abrindo caminho para futuras pesquisas visando descobrir novos compostos bioativos de fontes biológicas de interesse.

Palavras-chave: derivatização, GC-MS, Spondias mombin L.

Apoio: CNPq, Capes, Embrapa.

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ANáliSE MEtAbóliCA POR CROMAtOGRAFiA GASOSA ACOPlADA à ESPECtROMEtRiA DE MASSAS (CG-EM) DE

ExtRAtOS hExâNiCOS DAS FOlhAS DE AbACAxi

Ernandes Sávio Negreiros Alcantara1*; Camila Carvalho Martins2; Jhonyson Arruda Carvalho Guedes2; Tigressa Helena Soares Rodrigues3; Fernanda Vidigal Duarte Souza4;

Guilherme Julião Zocolo5

1Universidade Estadual do Ceará; 2Universidade Federal do Ceará; 3Universidade Estadual Vale do Acaraú; 4Embrapa Mandioca e Fruticultura; 5Embrapa Agroindústria Tropical; *[email protected]

O abacaxizeiro (Ananas comosus) é uma monocotiledônea herbácea perene pertencente à família Romeliaceae com distribuição neotropical. Apresenta cerca de 3.010 espécies distribuídas em 56 gêneros. No gênero Ananas, mais importante do ponto de vista econômico, pertencente à família Bromeliaceae, está incluído o abacaxi comestível. Dados da literatura relatam que extratos obtidos de diferentes partes da planta, incluindo folhas, possuem atividade anticâncer, propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. No entanto, ainda são poucas as informações a respeito da identificação química dos compostos bioativos encontrados em cultivares de abacaxi. O objetivo do presente trabalho foi estabelecer o perfil metabolômico do extrato hexânico de folhas de abacaxi variedade Golden. Para isso, 500,0 mg (n=5) de folhas secas e moídas foram extraídas em tubos de ensaio (16 mm x 100 mm) com 4 mL de hexano por 20 min em banho de ultrassom, o sobrenadante foi separado e seco a temperatura ambiente. Para realizar a análise do perfil metabolômico completo, o procedimento de derivatização foi realizado. Para tanto, 10,0 mg do extrato hexânico seco foram solubilizados em 200,0 μL de piridina e 200,0 μL da solução derivatizante, MSTFA [N-metil-N(trimetilsilil)trifluoroacetanida]. A solução foi aquecida a 37 °C por 30 min e, em seguida, deixada em repouso a 5 °C por 24h. As amostras foram analisadas em sistema CG-EM pela injeção de 1 µL de amostra no modo split (1:10) com injetor a 260 °C e vazão de 1 mL min-1 do gás de arraste (N2). O forno cromatográfico foi programado para temperatura inicial de 120 °C por 3 minutos, com rampa de aquecimento de 3 °C min-1 até 320 °C ao término da corrida (80 minutos). A identificação dos compostos foi realizada pelo cálculo dos índices de Kovats (IK) e Aritmético (IR), análise dos padrões de fragmentação com a base de dados fornecida pelo equipamento (NIST versão 2.0), e de dados da literatura. Os resultados demonstraram a identificação de 17 compostos, onde se observou uma grande variedade de ácidos graxos, aminoácidos, esteróis, entre outros. A metodologia de análise estabelecida torna possível entender melhor a respeito da composição química das folhas, tendo sido traçado um perfil metabolômico abrangente dessa variedade de abacaxi. Além disso, o estudo abre caminho para a realização de análises de correlação entre composição química e atividade biólogica. Os resultados obtidos podem contribuir efetivamente para a identificação de compostos bioativos de interesse que venham agregar valor às folhas de abacaxi e para o futuro entendimento das variações no metabolismo da planta.

Palavras-chave: abacaxi, CG-EM, derivatização.

Apoio: CNPq, Capes, Embrapa.

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AltERAçõES MEtAbOlôMiCAS RElACiONADAS à RESiStêNCiA à SECA: EStUDO DE CASO DE ESPéCiES DE qUEbRA-PEDRA ViA

RMN

Luiza Nascimento Braga1*; Elenilson Godoy Alves Filho1,2; Lorena Mara Alexandre e Silva2; Fábio Rodrigues de Miranda2; Kirley Marques Canuto2; Edy Sousa de Brito2;

Guilherme Julião Zocolo2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;* [email protected]

A metabolômica é uma ciência que tem como objetivo a identificação e quantificação do conjunto de metabólitos produzidos ou modificados por um determinado sistema. Tem sido aplicada para caracterizar, identificar e quantificar metabólitos em materiais vegetais, e em menor escala no estudo das interações planta-ambiente. A busca por marcadores químicos que caracterizem espécies resistentes à escassez hídrica é extremamente desejável, principalmente no que tange à seleção de material pelos sistemas de melhoramento genético. O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta metabólica de duas espécies de quebra-pedra, Phyllanthus amarus e Phyllanthus niruri, ao estresse hídrico, aplicando a espectroscopia de RMN e quimiometria. Para tanto, as folhas e as hastes de 36 plantas de cada espécie, cultivadas em vaso e irrigadas diariamente, foram colhidas em cinco intervalos (0, 3, 5, 7 e 10 dias) após a suspensão da irrigação. Para extração dos metabólitos, foram pesados 30 mg de folhas em pó, extraídos em 600,0 μL de D2O e sonicados por 20 min. O sobrenadante foi analisado no RMN de 600 MHz. As quantificações foram realizadas por meio do método de referência externa utilizando uma solução padrão de sacarose. A quimiometria (PCA, HCA e PLS-DA) foi feita com o programa Unscrambler™ 10.4. Os dados mostraram que, em até cinco dias de seca, as plantas de ambas as espécies foram capazes de manter um teor de água semelhante. No entanto, com o passar dos dias, P. amarus manteve níveis mais altos de água. Isso se deve à maior quantidade de osmoprotetores como valina e leucina, à menor redução do teor de GABA e ao aumento da prolina. Esta, em condições de estresse, atua na proteção de proteínas contra desnaturação e ajuste osmótico. Para ambas as espécies, observa-se um ligeiro aumento do conteúdo fenólico em curto prazo, e, com a permanência da seca, esse conteúdo reduz gradualmente. Além disso, a corilagina (metabólito de importância medicinal) sofre um aumento em P. niruri aos três dias de seca, o que indica que períodos curtos de deficit de água induzem à alta produção desse composto. As diferenças das respostas do teor de metabólitos (marcadores químicos) também podem representar bons indicadores de genótipos tolerantes ao estresse, o que, na prática, representa uma valiosa informação para a seleção de variedades em programas de melhoramento genético de plantas, economizando tempo e recursos.

Palavras-chave: metabolômica, estresse hídrico, quebra-pedra.

Apoio: CNPq, Embrapa, Funcap.

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MElAçO DE SOJA hiDROliSADO COMO MEiO DE FERMENtAçãO NA PRODUçãO DE CElUlOSE bACtERiANA

Francisca Airlane Esteves de Brito1*; Bruna Santana das Chagas1; Mateus Costa Leal1; Maria de Fátima Borges2; Morsyleide de Freitas Rosa2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

O melaço de soja (MS) é um subproduto da agroindústria da soja de baixo custo e de grande potencial para produção de celulose bacteriana (CB) por conter fontes de carbono e nitrogênio, nutrientes essenciais ao desenvolvimento de microrganismos. A CB apresenta biodegradabilidade, biocompatibilidade, alto grau de pureza e cristalinidade, resistência mecânica superior e grande capacidade de absorção e porosidade, sendo promissora para aplicações em indústrias biomédica, cosmética, alimentícia e eletrônicos. No entanto, sua produção em grande escala é limitada devido à baixa produtividade e ao elevado custo do processo, sendo que o meio de fermentação pode representar até 30% do custo total de produção. O objetivo do trabalho foi avaliar o potencial do melaço de soja hidrolisado como meio de fermentação para produção de CB. O teor de açúcares redutores do MS foi determinado pelo método DNS, e o teor de nitrogênio total foi quantificado em Analisador de Carbono Orgânico Total Elementar, utilizando oxigênio como gás de arraste. A hidrólise foi realizada pela adição de ácido sulfúrico P.A. a uma solução aquosa de MS (75 g L-1) até obter uma concentração de 0,05 M, seguida de aquecimento a 90 °C durante 10 min. Uma solução aquosa de MS (75 g L-1) sem adição de ácido foi preparada e utilizada como controle. A fermentação foi conduzida em frascos de cultura (Schott) contendo 70 mL de MS (75 g L-1) não hidrolisado (pH 6) e 70 mL de MS (75 g L-1) hidrolisado (pH 6). Os meios foram inoculados com 3% (v/v) de cultura de Komagataeibacter xylinus ATCC 53582 e incubados a 30 ºC/10 dias, sob condição estática. Após a fermentação, as películas de CB foram submetidas à lavagem, purificação, neutralização, secagem (100 oC/24h) e pesagem em balança analítica. O MS apresentou 3,23% (m/m) de açúcares redutores (AR) e 1,10% (m/m) de nitrogênio total. A biossíntese de CB variou em função da concentração de AR no meio de fermentação utilizado, sendo 2,46 g L-1 no meio MS hidrolisado e 0,39 g L-1 no meio MS não hidrolisado. A hidrólise do MS elevou aproximadamente cinco vezes na produção de CB. Esse resultado pode ser atribuído à maior disponibilidade de AR após o tratamento de hidrólise (26,66%), considerando que parte dos carboidratos presentes no MS são oligossacarídeos não metabolizáveis pelas bactérias produtoras desse biopolímero. A partir desses resultados, pode-se inferir que MS hidrolisado apresenta potencial para ser utilizado como meio de fermentação para produção de CB.

Palavras-chave: Komagataeibacter xylinus, bioprocesso, biopolímero, coproduto agroindustrial.

Apoio: Funcap, Embrapa, UFC.

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PRODUtiViDADE DA áGUA NA iRRiGAçãO DO COqUEiRO-ANãO NA REGiãO DE PARACURU, CEARá

Victor Beviláqua Guimarães¹*; Fábio Rodrigues de Miranda²; Abel Bruno da Silva Rocha¹1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;

*[email protected]

A cultura do coqueiro (Cocos nucifera L.) é a principal cultura irrigada no Estado do Ceará em termos de área cultivada, ocupando cerca de 12.400 há, e exige grandes quantidades de água para sua produção. No entanto, há carência de informações sobre a produtividade da água na irrigação dessa cultura. O trabalho teve como objetivo avaliar a produtividade da água aplicada na irrigação do coqueiro na região costeira do Ceará. O estudo foi realizado no período de janeiro a dezembro de 2016, na Fazenda Grangeiro, em Paracuru, CE. Em um plantio de 58 ha, foram avaliadas 16 plantas de coqueiro-anão verde, com 5 anos de idade, irrigadas por microaspersão. A cada 21 dias, as plantas foram avaliadas quanto à produção de frutos e ao volume de água dos frutos. Dados de temperatura, umidade relativa do ar, velocidade do vento, radiação solar e precipitação foram medidos em uma estação meteorológica automática e utilizados para estimar a evapotranspiração de referência (ETo), a evapotranspiração da cultura (ETc) (calculadas pelo método de FAO Penman-Monteith e coeficientes de cultivo (Kc) do coqueiro) e o balanço hídrico da cultura. As lâminas de irrigação aplicadas foram monitoradas por meio de leituras de um hidrômetro e foram comparadas com as necessidades hídricas da cultura. A produtividade da água de irrigação (PAI) foi calculada em termos das relações entre as produções de frutos e de água de coco por planta e volume de água aplicado na irrigação (m3/planta). Os resultados obtidos demonstraram que, no período de seca (junho a dezembro), as necessidades hídricas do coqueiro-anão não foram atendidas, aplicando-se uma lâmina de irrigação cerca de 38% inferior à ETc. Os valores de PAI obtidos na Fazenda Grangeiro foram de 6,8 frutos m-3 e 2,5 L de água de coco m-3 de água aplicada na irrigação. Foi observado que a irrigação com deficit causou redução expressiva no volume de água de coco (57%) e no tamanho dos frutos ao longo da estação seca.

Palavras-chave: Cocos nucifera L., produtividade da água, irrigação.

Apoio: Embrapa, Fazenda Grangeiro.

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Resumos do XV Encontro de Iniciação Científica da Embrapa Agroindústria Tropical 29 a 31 de agosto de 2017 - Fortaleza, Ceará

AVAliAçãO DA UtilizAçãO DE biOCARVãO EM COqUEiRO iRRiGADO

Janderson Pedro da Silva1; Rubens Sonsol Gondim2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

A cultura do coqueiro (Cocos nucifera) apresenta grande importância na fruticultura cearense, principalmente pelo consumo in natura e a crescente industrialização da água de coco, tornando-se uma fonte de renda tanto para pequenos quanto grandes produtores regionais. Embora bem adaptado às condições climáticas da região, autores estimam, com base em medidas da umidade do solo, uma necessidade hídrica média por planta adulta de 236 L dia-1. Essa quantidade requer uma melhor eficiência na utilização da água de irrigação. O presente trabalho teve como objetivo testar o efeito do biocarvão, na redução do consumo de água de irrigação por meio da retenção hídrica no solo, no período de implementação de um pomar irrigado. O experimento foi implantado em novembro de 2016 no Campo Experimental do Curu, Embrapa Agroindústria Tropical, localizado no Município de Paraipaba, CE. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, perfazendo cinco tratamentos com quatro repetições cada. O biocarvão utilizado foi originado a partir da casca de coco-verde seca ao sol. As doses utilizadas de biocarvão foram 0,0 kg cova-¹ (T1); 0,5 kg cova-¹ (T2); 1,0 kg cova-¹ (T3); 2,0 kg cova-¹ (T4) e 4,0 kg cova-¹ (T5). A precipitação observada no período de 1º de janeiro a 6 de julho foi de 1.254,9 mm. Os parâmetros analisados aos seis meses após o plantio foram: número de folhas, altura das mudas, diâmetro do caule e frequência de irrigações, controladas por tensiômetros. Os resultados preliminares demonstram que não houve efeitos dos tratamentos (Teste F, p >0,05) para número médio de folhas, altura média das plantas e diâmetro do caule. No período de janeiro a julho, houve variação na demanda de irrigação indicada pelos tensiômetros. Foi realizada uma irrigação nos tratamentos T1, T2 e T4 e nenhuma irrigação nos tratamentos T3 e T5, representando uma economia de cerca de 20 mm de água de irrigação quando comparados aos tratamentos que exigiram irrigação. Em caráter preliminar, conclui-se que o biocarvão apresenta efeito de retenção hídrica no solo, sendo promissor utilizá-lo para redução na quantidade de água de irrigação na cultura.

Palavras-chave: condicionador de solo, Cocos nucifera, irrigação.

Apoio: Embrapa Agroindústria Tropical, CNPq.

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Resumos do XV Encontro de Iniciação Científica da Embrapa Agroindústria Tropical 29 a 31 de agosto de 2017 - Fortaleza, Ceará

EStRAtéGiAS DE CONViVêNCiA DE AGRiCUltORES FAMiliARES NO SEMiáRiDO bRASilEiRO: UM EStUDO DE CASO DA APiCUltURA NO MUNiCíPiO DE MARCEliNO ViEiRA, RN

Vangleyson da Luz Braga1*; Helenira Ellery Marinho Vasconcelos2; Carlos Wagner Castelar Pinheiro Maia2; Ênio Giuliano Girão2

1Universidade Federal do Ceará; 2Embrapa Agroindústria Tropical;*[email protected]

Além de produzir com base em sistemas de produção diversificados e de ser o segmento que mais ocupa mão de obra no campo, a agricultura familiar é responsável por mais de 70% dos alimentos que abastecem a mesa do consumidor brasileiro. A despeito de sua relevância, no Brasil, os agricultores familiares, especialmente, os do Norte e Nordeste, representam os mais elevados índices da pobreza dos espaços rurais, desenhando um cenário de grande contraste. O potencial da agricultura familiar para aumento de ocupações no campo, alinhamento aos princípios da agroecologia e contribuição para segurança alimentar e nutricional do País é pouco reconhecido pela sociedade civil. Entretanto, no início deste novo século, tem-se percebido alguma mudança na ruralidade brasileira. O presente estudo faz uma breve análise de uma experiência que aponta a apicultura como uma atividade complementar estratégica de convivência no Semiárido, notadamente para os agricultores familiares no Município de Marcelino Vieira, no Rio Grande do Norte. O estudo baseou-se tanto em uma série histórica compreendida de 1993 a 2015, que correlaciona as precipitações pluviométrica à meliponicultura assim também como um relatório sobre levantamento florístico apícola realizado pela Empresa GeoSpace e Embrapa no ano de 2016. A série histórica mostra que, mesmo em períodos de estiagem, os agricultores ainda apostam na produção de mel. Em relação ao relatório, observou-se que os dados indicam que 21% têm a apicultura como sua principal fonte de renda, enquanto 79% têm a atividade como uma fonte de renda complementar. O referido relatório ainda aponta que o Marcelino Vieira tem grande potencial para a produção orgânica de mel, uma vez que 81% do pasto apícola é composta por espécies nativas. Nas entrevistas aplicadas junto a apicultores localizados no município, foi relatado que a atividade conferiu um equilíbrio nas ocupações e geração de renda para as famílias envolvidas, mostrando-se a relevância da diversificação e da pluriatividade para agricultura familiar. Com essas informações, foi possível verificar que sustentabilidade, aumento de produção, qualidade de vida e valorização da agricultura familiar no Semiárido nordestino é viável mediante uma prática que não requer muito investimento: a criação racional das abelhas, ou seja, a apicultura.

Palavras-chave: agricultura familiar, apicultura, convivência no Semiárido, sustentabilidade.

Apoio: Universidade Federal do Ceará, Embrapa.

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