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34 REVISTA ANAMACO Desacelerado, mas crescente RETROSPECTIVA 2011 PERSPEC ESPECIAL D epois de um ano considerado excepcional por muitos em- presários, o País passou por um período de desacelera- ção econômica em 2011, mas ainda re- gistrando crescimento. Se por um lado, a crise mundial voltou a assombrar a economia, a inflação aumentou, o dó- lar e os juros oscilaram, por outro, nada disso foi suficiente para impedir que o consumidor fosse às compras. Indústria e comércio registram índices positivos de crescimento e possuem expectati- vas otimistas quanto ao próximo ano. O forte consumo e o consequente endividamento da população puderam ser observados na alta da inadimplên- cia – que chegou a 23% até outubro de acordo com a Serasa Experian – e na elevação da inflação que ameaça su- perar o teto de 6,5% estabelecido para o ano, o que obrigou o Governo Federal a tomar medidas de contenção. A taxa de desemprego, porém, continua baixa: 5,8% em outubro. Na avaliação do economista e con- sultor da Ricam Consultoria, Ricardo Amorim, pode-se considerar 2011 um ano mediano. “Veio depois de um ano muito bom, com o crescimento mais alto dos últimos 25 anos, a expectativa era alta. O ano começou relativamente bem e foi piorando. Nos últimos meses os números não têm sido favoráveis e até o fim provavelmente também não serão”, afirma. Para Amorim, o cenário é conse- quência da crise econômica europeia que já interfere na economia mundial Ano XX - Edição nº 224 - Novembro’11 [email protected] Reprodução ou Comercialização Desautorizada R E V I S T A ESPECIAL

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especial

Depois de um ano considerado excepcional por muitos em-presários, o país passou por um período de desacelera-

ção econômica em 2011, mas ainda re-gistrando crescimento. se por um lado, a crise mundial voltou a assombrar a economia, a inflação aumentou, o dó-lar e os juros oscilaram, por outro, nada disso foi suficiente para impedir que o consumidor fosse às compras. indústria e comércio registram índices positivos de crescimento e possuem expectati-

vas otimistas quanto ao próximo ano.o forte consumo e o consequente

endividamento da população puderam ser observados na alta da inadimplên-cia – que chegou a 23% até outubro de acordo com a serasa experian – e na elevação da inflação que ameaça su-perar o teto de 6,5% estabelecido para o ano, o que obrigou o Governo Federal a tomar medidas de contenção. a taxa de desemprego, porém, continua baixa: 5,8% em outubro.

na avaliação do economista e con-

sultor da Ricam consultoria, Ricardo amorim, pode-se considerar 2011 um ano mediano. “veio depois de um ano muito bom, com o crescimento mais alto dos últimos 25 anos, a expectativa era alta. o ano começou relativamente bem e foi piorando. nos últimos meses os números não têm sido favoráveis e até o fim provavelmente também não serão”, afirma.

para amorim, o cenário é conse-quência da crise econômica europeia que já interfere na economia mundial

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e a expectativa de elevação do pro-duto interno Bruto (piB) nacional em 3% deixa 2011 longe de ter sido um ano excepcional como foi 2010, com crescimento de 7,5%. “se não tivesse acontecido crise nenhuma já não cres-ceríamos como no ano passado. com a crise, foi pior. o Brasil tem um poten-cial de crescimento a médio e longo prazo em torno de 5% e teríamos uma desaceleração até este patamar, mas tivemos mais do que isso”, observa o consultor.

perspec tivas

a redução da atividade econômica já era até esperada pelos representan-tes do setor da construção desde o fi-nal do ano passado, uma vez que o país não conta com infraestrutura suficiente para manter os índices vistos em 2010. não é segredo que há deficiências nas áreas de energia elétrica, transportes - rodovias, portos, aeroportos -, sane-amento, mão de obra qualificada, etc.

a crise mundial, no entanto, não afetou fortemente a economia nacio-nal, embora tenha sido mais um fator

de desaceleração. o país possui re-servas superiores a Us$ 350 milhões, a balança comercial continua positiva e o Brasil se mantém como um inte-ressante destino de investimentos es-trangeiros, tendo a china como o prin-cipal investidor no ano passado. ain-da assim, para 65% dos comerciantes de material de construção, a situação afetou os negócios.

como vem ocorrendo nos últimos anos, o varejo do setor novamente de-verá apresentar crescimento. segundo

Crise, medidas restritivas,

aumento da inflação... nada

segurou o consumo. Ainda que

o ano não tenha sido tão pujante

como 2010, indústria e comércio

de material de construção

contabilizaram crescimento

em faturamento e volume

de vendas, as construtoras

registraram resultados positivos

e os planos de investimentos

foram mantidos. Para 2012,

otimismo e novos projetos estão

na pauta dos empresários.Por: Ariane Guerreiro e Eraldo Soares

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a associação nacional dos comercian-tes de material de construção (ana-maco), entretanto, as vendas deverão crescer entre 4% e 5% neste ano, abai-xo das expectativas iniciais de 10%. “não vemos recessão, mas desacele-ração”, afirma o presidente executivo da entidade, claudio conz.

para a associação Brasileira da indústria de material de construção (abramat), com base nas informações de suas associadas, as vendas do se-tor da construção deverão crescer em torno de 4% sobre os resultados ob-tidos em 2010, quando o aumento foi de 13,7%, mas a previsão inicial era de

A previsão é que o primeiro quadrimestre do próximo ano seja aquecido por conta das obras realizadas antes das eleições municipais.ClAuDio Conz >AnAmACo

elevação de 9% neste ano. o produto interno Bruto da construção deverá al-cançar 4,8% acima do Índice nacional do custo da construção (incc), calcu-lado pela Fundação Getulio vargas.

para o sindicato da indústria da construção do estado de são paulo (sinduscon-sp), o crescimento de 5% sobre os resultados obtidos em 2010 é muito bom, especialmente pelo forte crescimento do ano anterior. “a cons-trução civil não é influenciada pelo cur-to prazo. o que vemos hoje é resultado de decisões tomadas no ano passado”, explica o vice-presidente de economia da entidade, eduardo Zaidan.

Entraves conhecidosnão é novidade que o país não tem

estrutura para sustentar um desenvol-vimento maior do que 5%. os garga-los são muitos e, além de desacelerar a economia, são uma das causas da inflação. isto porque a oferta de pro-dutos não conseguiu acompanhar o aumento do consumo no início do ano,

Fontes: Banco central do Brasil, Fundação Getulio vargas (FGv), instituto Brasileiro de Geografia e estatística (iBGe) e ministério do Desenvolvimento, indústria e comércio exterior. * expectativas do Banco central ** até outubro de 2011 *** até novembro de 2011

Desempenho da economia brasileiraAno 2008 2009 2010 2011

PIB (%) 5,10 -1,2 7,50 3,50*

Inflação IPC-A (%) 5,90 4,31 5,90 5,42**

Inflação IGP-M (%) 9,80 -1,71 11,32 4,70**

Balança Comercial 24.967 25.348 20.267 25.971***

InCC (%) 11,96 3,20 7,56 6,67**

(US$ milhões)

decorrente da forte to-mada de crédito, renda,

salário e emprego. a crise internacional, inclusive, fez

com que a inflação não fosse maior. e dois fatores explicam este fato. se-

gundo o consultor da Ricam, a crise reduziu as exportações brasileiras, as empresas venderam menos e os pro-dutos passaram a ser comercializados no mercado interno. além disso, a crise provoca perdas bancárias no exterior, que levam os bancos a contraírem em-préstimos, expandindo menos o crédito

no país e reduzindo o consumo.embora o Brasil apresente condi-

ções para enfrentar as situações de crise, há pontos em que se faz neces-sário um trabalho mais aprofundado. para amorim, a questão fiscal é uma

delas. “o governo aumentou gastos para estimular a economia durante a crise passada, mas depois não os cor-tou na mesma magnitude. em conse-quência, os números fiscais são um pouco piores do que em 2008 e o es-paço para estimular a economia com mais gastos e menos impostos é me-nor agora”, afirma.

o corte de gastos aliado ao aumen-to da arrecadação poderiam incremen-tar os investimentos em áreas impor-tantes para o desenvolvimento do país. “em questão de infraestrutura, ficará pior”, acredita amorim. “o Brasil está crescendo mais do sua capacidade de investimentos, que demoram para ma-turar. no entanto, no final da década, estaremos absurdamente melhores neste ponto. os investimentos progra-mados para os próximos anos são bru-tais, mas demoram muito”, analisa.

esse desenvolvimento, entretan-to, não ficará somente a cargo do pro-grama de aceleração do crescimento (pac). outras vertentes deverão dar resultados mais rápidos e eficientes de acordo com o economista.

Uma delas é o impacto que a copa do mundo e a olimpíada provocam por

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Indústria e comércio registram

índices positivos de crescimento e possuem boas

expectativas para o próximo

ano.

terem data programada para ocorrer, o que força a execução das obras. outra é a arrecadação que tem crescido ano a ano, graças ao processo de formali-zação vivido pelo país, que se traduz em mais recursos para investimentos.

De acordo com a secretaria da Re-ceita Federal, a arrecadação totalizou R$ 88,74 bilhões em outubro deste ano, o décimo mês consecutivo de recorde na comparação com o mesmo mês do ano anterior. no acumulado do ano, totalizou R$ 794,3 bilhões, 12,23% superior ao mesmo período de 2010. segundo a abramat, em 2010, a ar-recadação real cresceu mais de 16% acima do iGp-Di, somando R$ 62,5 bi-lhões, 22,5% a mais do que em 2009.

amorim destaca este período de início de mandatos (presidente e go-

vernadores), que favorece a formação de parcerias público privadas (ppp), im-portantes para investimentos em áreas estruturais, assim como os investimen-tos externos: os países ricos não estão crescendo e o Brasil tornou-se um in-teressante destino para investimentos, uma vez que alia necessidade e boas perspectivas.

neste aspecto, a china tem um pa-pel fundamental, pois os gargalos bra-sileiros são problemas também para ela, na avaliação de amorim. “os chi-neses precisam de matéria-prima e se o Brasil, que exporta para aquele país, não tem portos e ferrovias, isso se tor-na um gargalo para eles. então, a china investirá aqui; tem Us$ 3,2 trilhões em reservas e uma parte pequena disso já é muito dinheiro”, acentua o consultor.

mão de obra: problema continua

o consumidor não deve ter redução no acesso a crédito e o Brasil deverá continuar com emprego e renda, mesmo no período mais difícil, como foi em 2009.RiCARDo AmoRim >RiCAm ConsultoRiA

os entraves ao crescimento do país não se limitam à infraestrutura defi-ciente. passam pelas altas taxas de juros, complexidade tributária, baixa produtividade e pelo baixo nível edu-cacional. com o aquecimento da eco-

nomia, a falta de mão de obra – quan-titativa e qualitativamente – tem afe-tado indústria e comércio. empresas e entidades do setor têm intensificado a realização de treinamentos, mas ainda é pouco. enquanto isso, os custos com mão de obra têm aumentado.

o vice-presidente de economia do sinduscon-sp observa que o setor en-frenta um limite da força de trabalho. “a construção não conseguirá atrair mais trabalhadores de outros setores, mas precisa aumentar a produtivi-dade dos que estão atuantes e isso tem sido feito”, ressalta. o sindica-to tem promovido treinamentos para mais de 30 mil pessoas no estado de são paulo, em conjunto com o governo paulista, senai e indús-trias do setor.

levantamento do sindicato e da Fundação Getulio vargas aponta para o crescimento de 10,55% dos postos de trabalho na construção de janeiro a setem-bro deste ano, totalizando 298,5 mil

contratações. só em setembro, a evo-lução foi de 1,02% sobre agosto. com isso, o desemprego no setor corres-ponde a 2,3% nas principais regiões metropolitanas do país.

porém, indústrias como eternit e lo-renzetti têm passado por dificuldades. “sentimos mais na unidade baiana, onde há o polo industrial e a concorrên-

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cia é grande, especialmente na ponta. está mais difícil indicar instaladores”, comenta o diretor comercial da eternit, marcelo vinhola. a empresa, no entan-to, realiza treinamentos junto às reven-das, acomacs e em suas dependências.

a lorenzetti tem encontrado difi-culdades na hora de contratar funcio-nários tanto para áreas operacionais como administrativas. a solução tem sido capacitar quem está chegando. “Fazemos treinamentos, montamos um centro técnico operacional para os funcionários, criamos programas de trainees e oferecemos cursos de ca-pacitação”, ressalta o vice presidente da companhia, eduardo coli. a inten-ção é ampliar os postos de trabalho no próximo ano.

a mesma estratégia tem sido ado-tada pela pado, que mantém, dentro da empresa, uma escola, em parceria

com o senai, voltada para o treinamen-to de filhos de colaboradores, que são contratados pela empresa ao final do

curso. paralelamente, a companhia in-veste em formação de vendedores, pro-motores e representantes, para que se

Fonte: Enquete realizada pela Revista Anamaco com Acomacs e Fecomacs de todo o Brasil****

Volume de mercadorias comercializadas em 2011

Quanto aumentou?

aumentouDiminuiuFicou estável

De 1 a 5%De 6 a 10%

VArEjo dE MAtErIAl dE ConStrução

4%

18%

78%

50%50%

(jan/out 2011 X jan/out 2010)

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A construção não conseguirá atrair mais trabalhadores de outros setores, mas precisa aumentar a produtividade dos que estão atuantes e isso tem sido feito.EDuARDo zAiDAn >sinDusCon-sP

enfatize a qualidade dos produtos junto ao consumidor.

a mesma dificuldade chegou nas revendas paranaenses. o presidente da Fecomac-pR, Rogério césar mar-tini, afirma que há dificuldades tanto nas lojas, quanto em relação a insta-ladores. o agravante é que os vende-dores que atuam nas pequenas lojas precisam conhecer todas as categorias comercializadas, o que torna mais difí-cil o treinamento destes profissionais. Diante disso, ele pretende formar, com apoio das indústrias, uma loja escola voltada para o ensino de conceitos bá-sicos, uma formação mínima para os balconistas.

com projetos de expansão, a Hi-per sales construção tem percebido a falta de mão de obra especializa-da. “se chegarem 20, 30 vendedo-res especializados na loja, contrato na hora”, afirma o diretor presiden-te da revenda sergipana, Francisco sales de Jesus. “a falta prejudica o crescimento do varejo. nos estados Unidos, as lojas e o próprio governo ensinam o “faça você mesmo” e no

Brasil não tem isso. o brasileiro com-pra errado, tem de devolver e vende--se errado”, completa. a empresa tem contratado menores aprendizes para serem preparados para a efeti-vação na atividade.

na opinião de sales, formação de mão de obra é papel de todos, do go-verno, da indústria e das lojas. “todos os dias, convidamos clientes e vende-dores para um treinamento, ensina-mos parte elétrica, hidráulica, etc.”, comenta. para ele, este tipo de inicia-tiva fica mais fácil em parceria com os fornecedores.

conz chama a atenção para outro lado da questão. “esta é uma grande oportunidade para o setor promover o aumento da renda do trabalhador por meio de qualificação”, comenta. para isso, ele ressalta a importância dos em-presários investirem em treinamento e qualificação. Fabricantes, lojistas e entidades têm tomado iniciativas nes-

se sentido, mas, na sua opinião, muito ainda pode ser feito. “o déficit qualita-tivo de imóveis é maior do que o déficit habitacional”, destaca, referindo-se à inexistência ou precariedade do aca-bamento dos imóveis, que abre possi-bilidade de trabalho.

a solução, entretanto, não é rápida. para amorim, a ampliação e a melhora da educação resolveria este problema, mas não é uma solução para a próxima década. na avaliação do consultor, o que está amenizando as dificuldades é a importação de mão de obra. “mui-tos brasileiros estão voltando para o país porque as oportunidades aqui são maiores e o número de estrangei-ros trabalhando no Brasil triplicou nos últimos três anos”, afirma.

Fazer girar este círculo – educa-ção, qualificação, emprego e ren-da – é benéfico para todo o país e tende a contribuir, inclusive, para a redução do déficit habitacional. per-mitindo a ascensão social da popula-ção, as pessoas terão mais acesso à casa própria. programas como minha casa, minha vida ajudam nesse pro-cesso, mas não são suficientes para solucionar o problema. Dependerá de outros caminhos.

Fonte: Enquete realizada pela Revista Anamaco com Acomacs e Fecomacs de todo o Brasil****

Faturamento das lojas em 2011

Quanto aumentou?

aumentouDiminuiu

De 1 a 5%De 6 a 10%

VArEjo dE MAtErIAl dE ConStrução

9%

91%

48%52%

(em valores reais, de janeiro a outubro de 2011)

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Desempenho de algumas empresas do setor industrial em 2011

Alumbra Astra Ceramfix Cerâmica Porto Ferreira

daneva deca Eluma Eternit Eucatex Famastil Fortlev Icasa

Fonte: Enquete realizada pela Revista Anamaco com 23 indústrias do setor (previsão com base nos resultados computados até outubro/novembro de 2011). Foram consultadas 41 empresas.

23%

20%

6%

14%15%

25%

8%

13%15%

8%

5%6%

10%9%

12%

8%

12%

20%18%

19%

10%

IndúStrIA dE MAtErIAl dE ConStrução

Está

vel

Está

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mercado interno ainda forteembora se considere que os maio-

res desafios sejam das indústrias, os resultados positivos chegaram para to-dos em maior ou menor grau: as ven-das aumentaram, os investimentos não pararam e a busca por maior produtivi-dade e por maior parcela de mercado continuou, o que é bastante benéfico para um setor que compete com a forte concorrência dos produtos importados.

Justamente por isso, alguns seg-mentos exigiram mais atenção. o es-tudo coeficientes de abertura comer-cial, realizado pela confederação na-cional da indústria (cni), aponta que a participação dos produtos importados, tanto pelo comércio como pela própria indústria, atingiu 21,5% nos quatro tri-mestres encerrados em setembro. De acordo com os dados, de 2003 a 2010, o ingresso de itens importados no país passou de 12,1% para 20,3%.

segundo levantamentos da abra-mat, as vendas das indústrias eleva-ram-se 2,4% até o mês de outubro, devendo fechar o ano com 4%, resul-tante dos 8% e 9% de crescimento dos

produtos de acabamentos e de 1% dos básicos. “as medidas de contenção da inflação desaceleraram as vendas; houve menor crescimento do fatura-mento devido ao câmbio e os custos de

mão de obra pressionaram”, ressalta o presidente da entidade, Walter cover.

os números da entidade refletem o sentimento verificado pela sondagem industrial da cni, que indica queda da produção industrial em outubro pelo segundo mês consecutivo, registran-do 48,8 pontos, e menor utilização da capacidade instalada, com 43,9 pontos (valores acima de 50 mostram evolução positiva). mesmo com a queda na pro-dução, a indústria continuou a acumu-lar estoques, alcançando o índice de 52,4 pontos em outubro, tornando-se um problema ainda maior para os fa-bricantes, segundo a pesquisa.

mesmo assim, muitas indústrias apostam no mercado interno, que tem sido uma das bases do crescimento do setor nos últimos anos. para o diretor de marketing da akzonobel, Benito Berretta, enquanto a expectativa dos consumidores se mantiver positiva em relação à economia interna, o quadro positivo deverá se manter. a empresa espera crescer o triplo do mercado nes-te e no próximo ano.

As reservas superam

US$ 350 milhões, a balança

comercial é positiva e o

Brasil se mantém atraente para investimentos estrangeiros.

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volume Físico Faturamento

Krona lorenzetti Meber Pado Pulvitec Sasazaki Sil Vedacit Viapol Votorantim Weber Saint-Gobain

Icasa

5%

15% 15%

18%

12% 12% 12,5% 12,5%

3,8% 4,8%

10%

15%

9%

14%

8%10%

8%10%

15%15%

5%

para o vice-presidente da lorenzetti, o consumo interno ainda dará muitos fru-tos. a crença do executivo baseia-se em aspectos como o aumento da população economicamente ativa e a elevação da renda. “as classes c e D precisam con-sumir e se o país passar por essa crise, que deverá ser leve, deverá crescer até 2020”, observa. e o foco na classe c é o principal fator apontado para os bons resultados da marca Forti, a unidade de negócios que mais cresce na empresa.

embora não revele seus números, a tigre registrará aumento de faturamen-to e volume de vendas neste ano. se-gundo o gerente de marketing corpora-tivo da companhia, Guillermo Bressane, embora não sejam muito significativos, os efeitos da crise internacional foram sentidos nos negócios no país e afeta-ram um pouco os resultados do ano. “a expectativa era que os investimentos em infraestrutura pudessem ocorrer com maior velocidade e em maior quan-tidade, em virtude da copa do mundo e da olimpíada, acelerando o crescimento interno”, afirma. para ele, a manutenção da redução do ipi e as políticas habita-cionais foram importantes neste ano.

ainda que as perspectivas da pado para 2011 fossem mais otimistas, o ano foi considerado positivo para a empresa, que deverá registrar elevação entre 10% e 15% dos negócios. segundo o diretor comercial e de marketing da empresa,

Reduzimos os prazos de entrega e aceleramos a produção, observando o giro dos produtos nas lojas, para que o atendimento a revendedores e consumidores fosse melhor.mARCElo VinholA >EtERnit

alexandre Zanatta, o principal canal de expansão foi entre as construtoras, que cresceu 35% no ano. “estamos colhen-do os frutos do “boom” que ocorreu há dois anos, que agora entra em fase de acabamento”, afirma.

a expectativa de crescimento tam-bém se confirma na mexichem Brasil e na pulvitec. empresas de diversos seg-

Adquirimos novas tecnologias, processos, equipamentos de

produção mais sustentáveis e estamos nos beneficiando disto com

produtos de melhor qualidade.EDuARDo Coli >loREnzEtti

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os pequenos e médios precisam se preparar para dias difíceis. os grandes não estão brincando e só com preparo poderão enfrentá-los.RogéRio mARtini >FEComAC-PR

Esperamos muito para 2012. será um ano de eleições, o governo injetará dinheiro em obras públicas e muitas construções entrarão na fase de acabamento, beneficiando o varejo.FRAnCisCo sAlEs >hiPER sAlEs

mentos consultadas para esta reporta-gem (vide gráfico nas páginas 42 e 43) afirmaram registrar crescimento neste ano, em sua maioria entre 10% e 15% em média. “a médio e longo prazo, a expectativa em relação ao setor é alta

devido a ações governamentais, como obras de infraestrutura, programas habi-tacionais e aumento do poder aquisitivo da população, além dos eventos esporti-vos”, afirma a gerente de marketing da pulvitec, ana oliveira.

sucesso exigiu açãoas empresas que focaram no de-

senvolvimento, no entanto, não se decepcionaram. a eternit deverá fe-char o ano com elevação de 10% em seu faturamento e 6% em volume de vendas sobre o ano passado, fruto de mudanças de estratégias, para enten-der melhor o que o consumidor real-mente busca.

vinhola explica que a empresa aperfeiçoou sua logística, reduzindo os prazos de entrega, acelerou a produção para a manutenção dos estoques, ob-servando o giro dos produtos nas lo-jas, para que o atendimento a reven-dedores e consumidores fosse melhor.

“entender essas questões, posicionar o produto com preço mais competitivo e discutir ações com as revendas fize-ram a diferença. o cartão BnDes tam-bém ajudou muito, pois permitiu que o revendedor dilatasse os prazos para o consumidor”, comenta.

as iniciativas deram resultados: o volume de vendas de telhas aumentou 6% e de louças, 220%. estes itens, in-clusive, se destacam. “Já aparecemos nas pesquisas de mercado; as cinco unidades fabris contam com as linhas de louças em estoque para atender ao Brasil inteiro e as entregas vão junto com as telhas, o que permite entregar menores volumes e facilitar a logísti-ca”, conta vinhola.

por isso, a área de louças terá sua primeira unidade fabril, a ser construí-da no estado do ceará, devendo entrar em operação em 2012 com capacidade de produção inicial de 1,5 milhão de peças ao ano. “a fábrica já nasce com produção vendida para a Região nor-deste”, afirma vinhola. se houver exce-dente, abastecerá as Regiões sul e su-deste, para onde a terceirização ainda será mantida. a tegula – empresa do Grupo eternit - também teve sua capa-cidade produtiva ampliada em 60% e um showroom foi instalado na capital

paulista, onde toda a linha de produtos da empresa poderá ser testada.

outro bom exemplo foi a lorenzet-ti, que, até outubro, registrou aumen-to de 18% no faturamento em todos os segmentos nos quais atua. “Foi um ano de consolidação dos investimentos rea-lizados nos últimos anos. adquirimos novas tecnologias, processos, equipa-mentos de produção mais sustentá-veis e estamos nos beneficiando disto com produtos de melhor qualidade”, afirma coli.

Um dos principais investimentos rea lizados foi a instalação de uma nova unidade fabril, em são paulo (sp) – são quatro no total -, para a ampliação da produção de metais e plásticos. “nos preparamos para crescer nos próximos anos. acreditamos que o Brasil vá cres-cer mais do que o resto do mundo”, avalia o vice-presidente da lorenzetti.

Dois aspectos se destacam no ba-lanço de ações da votorantim, neste ano, segundo o diretor do negócio ci-mento da empresa, Fred Fernandes. Um deles é a ampliação da capacidade produtiva da empresa em 5,6 milhões de toneladas, com a instalação de seis

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sim não

58%

42%

Fonte: enquete realizada pela Revista anamaco com 26 indústrias do setor (previsão com base nos resultados computados até outubro/no-vembro/2011. Foram consultados 41 fabricantes e responderam a esta questão as seguintes empresas: akzonobel; alumbra; astra; ceramfix; cerâmica porto Ferreira; Daneva; Deca; eluma; eternit; eucatex; Famastil; Fortlev; icasa; Krona; lorenzetti; meber; mexichem Brasil; pado; pulvitec; sasazaki; sil; tigre; vedacit; viapol, votorantim e Weber saint-Gobain.

A nova onda de crise internacional prejudicou

o desempenho da empresa em 2011?

IndúStrIA dE MAtErIAl dE ConStrução

sim não

35%

65%

Fonte: Enquete realizada pela Revista Anamaco com Acomacs e Fecomacs de todo o Brasil****

A nova onda de crise internacional interferiu

no desempenho do comércio em 2011?

VArEjo dE MAtErIAl dE ConStruçãounidades produtivas em diferentes re-giões do país. os projetos fazem par-te dos planos de expansão previstos para 2007 a 2013, que abrangerão R$ 5 bilhões. “Fechamos o ano com 31 milhões de toneladas de capacidade instalada, eliminando a dificuldade de abastecimento verificada em 2010”, afirma o executivo.

estas medidas foram importantes para o crescimento da empresa, que deverá superar 7% neste ano em vo-lume de vendas. embora o desaqueci-mento da economia tenha sido obser-vado, Fernandes acredita que o mesmo não ocorreu na construção civil, tam-pouco no varejo do setor.

outro ponto são os investimentos direcionados ao aprimoramento de ser-viços ao cliente, com ênfase na pulve-rização do mercado. a empresa conta com mais de 80 pontos de expedição do país. Fernandes ressalta, ainda, progra-mas de aproximação da companhia com clientes, como o portas abertas – que recebeu mais do que 450 clientes nas dependências da votorantim – e o vc em campo – que envolveu cerca de 500 colaboradores em visita ao mercado.

os investimentos da pado também

visaram às áreas produtiva, com aqui-sição de máquinas mais modernas, e de tecnologia da informação, o que permi-tiu a redução de custo. Um trabalho mais intenso voltado ao atendimento do pon-to de venda foi realizado, com contato com lojistas, adequação dos produtos e melhores prazos de entrega. Foram am-pliados os treinamentos de vendedores

e promotores, novos showrooms e dis-plays foram produzidos e fortaleceram--se as ações do showroom móvel. a ampliação da base de clientes e do mix de produtos foi um dos principais fato-res responsáveis pelos bons resultados.

Balança comercial ainda positiva

É fácil entender o quanto a ques-tão cambial afeta as indústrias do se-tor que, em alguns segmentos, esteve próximo a um processo de desindus-trialização. o dólar que, por um perío-do, correspondia a, aproximadamente, R$ 1,50, facilitou muito as importações nos mais diversos segmentos, tornando inviável a competição com os preços de fabricantes internacionais, especial-mente chineses. alguns revendedores de grande porte até criaram estrutura de importação para facilitar a compra desses produtos.

as indústrias do setor trabalham para aumentar a produtividade de suas plantas, reduzir custos e competir com mais força com produtos importados, mas as condições que definem o cha-mado custo Brasil oferecem impedi-mentos significativos.

mesmo com a intensificação das

A competitividade da indústria tem sido prejudicada pelo

câmbio, a crise interna ajudou e as importações são um desafio.

wAltER CoVER >ABRAmAt

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48 Revista anamaco

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importações, a balança comercial bra-sileira apresenta saldo positivo no ano de Us$ 25,971 bilhões. Dados do mi-nistério da indústria e comércio, em novembro, apontam exportações acu-muladas de Us$ 233,9 bilhões e impor-tações de Us$ 207,9 bilhões.

no que se refere a fios e cabos e tubos de cobre, por exemplo, segundo o sindicato da indústria de conduto-res elétricos, trefilação e laminação de metais não Ferrosos do estado de são paulo (sindicel), o déficit do setor vem aumentando gradativamente. até agosto, chegou a Us$ 390 milhões – 70,3% superior ao mesmo período do ano passado -, movido pelas importa-ções que cresceram 42%, correspon-dentes a Us$ 836,5 milhões.

o câmbio tem sido um problema para a indústria, mas é uma das conse-quências do forte crescimento do Bra-sil e dos países emergentes e a quase estagnação da economia dos países desenvolvidos. para amorim, esta é uma tendência que deverá se manter nos próximos anos.

na avaliação do presidente da abramat, o câmbio tem sido o grande vilão do setor. para se ter uma ideia, no ano passado, as compras externas de metais e válvulas cresceram 62%; as de plástico, 22%; de material elétrico, 18%, e de vidro e aços longos, 17% e 15%, respectivamente, segundo da-dos da associação. “a competitivida-de da indústria tem sido prejudicada pelo câmbio, a crise interna ajudou e as importações são um desafio”, afir-mou cover.

a intensificação das importações pelo varejo é considerada o fator deter-minante para a diferença entre o desem-penho do comércio e dos fabricantes. isto porque, com o Real valorizado, os lojistas foram buscar no exterior produ-tos mais baratos do que os nacionais, o que levou a balança comercial da cons-trução, que era positiva, a registrar défi-cit que deve chegar a Us$ 2 bilhões no ano, de acordo com a abramat.

estudos da entidade indicam que as importações devem atingir Us$ 7 bi-lhões em 2011. até setembro, o déficit comercial aumentou 21,5%. no mesmo período, o saldo da balança dos pro-dutos cerâmicos passou de Us$ 7 mi-lhões positivos para Us$ 67,4 milhões

temos capacidade produtiva, boa carteira de clientes e produtos de qualidade, o que nos permite crescer.AlExAnDRE zAnAttA >PADo

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negativos; no setor de fios e cabos, o déficit foi de Us$ 110 milhões para Us$ 228 milhões e no de metalurgia de não ferrosos aumentou de Us$ 75 milhões para Us$ 172 milhões.

no setor de tintas, segundo o sin-dicato da indústria de tintas e vernizes do estado de são paulo (sitivesp), a tendência é que as exportações supe-rem as importações, embora o déficit da balança se mantenha. nos três tri-mestres do ano, as compras totalizaram Us$ 228,558 milhões, o que permite a projeção para 2011 de Us$ 304,744 milhões, correspondentes a um cresci-mento superior a 15% sobre 2010. as exportações totalizaram Us$ 142,501 milhões no período, projetando para o ano a soma de Us$ 190,001 milhões, 18% a mais do que o ano passado.

a lorenzetti, que não depende dos mercados norte americano e europeu para exportações, não sofreu com a crise financeira, embora a valorização do Real tenha levado à redução da ren-tabilidade. “exportamos, basicamente, para a américa latina, que vive um crescimento médio até maior do que do Brasil”, explica coli.

Fonte: Enquete realizada pela Revista Anamaco com Acomacs e Fecomacs de todo o Brasil****

Concentração dos investimentos em 2011

60%56%

26% 26%

39%

melhorias no ponto de vendatreinamento/atendimentoabertura de novas unidadeslogísticaampliação do mix de produtos

VArEjo dE MAtErIAl dE ConStrução

Se o cenário foi favorável para o comércio, os lojistas, por sua

vez, fizeram sua parte, com a realização de investimentos.

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50 Revista anamaco

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Expectativa de algumas empresas do setor industrial para 2012

Alumbra Astra Ceramfix Cerâmica Porto Ferreira

daneva deca Eluma Eternit Eucatex Famastil Fortlev Icasa

Fonte: Enquete realizada pela Revista Anamaco com 23 indústrias do setor (previsão com base nos resultados computados até outubro/novembro de 2011). Foram consultadas 41 empresas.

15% 15%

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25% 25%

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6%5% 5% 6%

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5% 5%

15% 15%

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15%13%

10%

IndúStrIA dE MAtErIAl dE ConStrução

Está

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Está

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o indicador serasa experian de atividade do comércio aponta para a elevação do consumo em 0,3%, em outubro, em comparação com o mesmo período de 2010, acumulando no ano 9,1%. no setor de material de constru-ção, houve queda de 0,5% em outubro, mas o acumulado soma 11,4%.

avaliando-se o comportamento das vendas das lojas do setor, verifica-se que, depois de um primeiro trimestre forte, os resultados oscilaram entre estáveis e com pequeno crescimento nos meses seguintes segundo a ana-maco. outubro, entretanto, registrou queda de 7% nas vendas, a primeira em trinta meses. “a greve bancária e os feriados afetaram os resultados”, explica conz. no mês de novembro, porém, o movimento retomou o ritmo.

mesmo com essas alternâncias, 91% dos comerciantes do setor regis-traram aumento do faturamento e 78% contaram com elevação do volume de vendas neste ano, de acordo com enquete realizada entre Fecomacs e acomacs de todas as Regiões do país.

informações do Banco central in-dicam que a greve dos bancos fez com que a concessão de crédito fosse mais moderada em outubro – 0,8% e 18,4% em doze meses -, totalizando R$1,9 bi-

lhão. o saldo referente à pessoa física aumentou 1,1% no mês e o crédito vol-tado à construção e reforma de mora-dia expandiu-se 46,9% em doze meses, correspondendo a 4,7% do piB.

o indicador serasa experian da De-manda do consumidor por crédito apon-ta para redução de 4,6% do número de pessoas que procuraram crédito em outubro em comparação a setembro. no acumulado do ano, o índice chega a 10,5% em relação ao mesmo período de 2010. segundo o instituto, isso se deve ao agravamento da crise europeia, ao menor ritmo de expansão da economia e à desaceleração das taxas de cresci-mento da renda e do emprego, que exi-gem mais cautela do consumidor.

com crescimento estimado em 10% no ano e faturamento de R$ 65 milhões, a Hiper sales deverá regis-trar índices de expansão inferiores ao previsto. “a crise internacional não afetou o Brasil, mas trouxe certa in-certeza”, comenta sales. na opinião do diretor da loja, o incentivo às com-pras com linhas de crédito – como

nada segurou o comércio

sim não

35%

65%

Fonte: Enquete realizada pela Revista Anamaco com Acomacs e Fecomacs de todo o Brasil****

A redução da taxa básica de juros impactou

nas vendas do varejo positivamente?

VArEjo dE MAtErIAl dE ConStrução

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Revista anamaco 51

volume Físico Faturamento

Krona lorenzetti Meber Pado Pulvitec Sasazaki Sil Vedacit Viapol Votorantim Weber Saint-Gobain

Icasa

6%

18% 18% 18%

15%

12,5%

15%

12,5%

5% 5%

20%

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8%

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6%5%

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15%

5%

Embora o desaquecimento da economia tenha sido observado, o mesmo não ocorreu na construção civil, tampouco no varejo do setor.FRED FERnAnDEs >VotoRAntim

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BnDes, construcard e caixa econômi-ca Federal -, com parcelamento em até 10 vezes, ajudou a combater a queda do consumo.

para o presidente da anamaco, as medidas de restrição ao crédito esta-belecidas no início do ano podem ter causado a queda das vendas. “consu-mo se dá por massa salarial, que con-

tinua crescendo, e crédito, cujos custos aumentaram bastante”, afirma. conz ressalta que as vendas não estão ruins, mas o governo acena para a queda dos juros e ampliação da disponibilidade de crédito.

ainda que não tenha sido como o esperado, os comerciantes do setor re-gistraram crescimento. a nicom (sp), depois de crescer 32,5% em 2010, re-gistrou elevação nas vendas de 14% até outubro. o proprietário da revenda, Hiroshi shimuta, vê com otimismo este número. “a economia está bem. Depois da injeção de recursos em 2010, era esperado que o governo federal redu-zisse a atividade econômica e fizesse os ajustes”, afirma.

para a tumelero (Rs), não foi dife-rente. a empresa registrou elevação das vendas de 20% em 2010. “o ano foi muito bom. Ratificamos a condição de líder do varejo gaúcho e aumenta-mos nossa participação de mercado”, afirma o diretor operacional da reven-da, sérgio Bandeira de mello. os bons resultados, segundo ele, foram fruto do trabalho forte da equipe, do contínuo monitoramento do mercado e de uma política comercial competitiva.

o presidente da associação dos comerciantes de material de constru-ção de minas Gerais (acomac-mG), Rui Fidelis de campos Junior, consi-dera a crise internacional o fato que mais afetou negativamente o setor, por ter trazido certa desconfiança ao mercado, reduzindo o lançamento de unidades habitacionais e afetando o setor como um todo.

ele destaca, por outro lado, me-didas que trouxeram ânimo, como a prorrogação da redução do imposto so-bre produtos industrializados (ipi) para produtos de material de construção e o anúncio da segunda fase do programa minha casa, minha vida.

a escolha de Belo Horizonte como um das sedes da copa do mundo tem permitido a realização de muitos inves-timentos na região, o que vem desper-tando o interesse das grandes redes para aquele mercado. “a entrada das grandes redes sempre causa um des-conforto aos varejistas locais, pois im-pera a insegurança, com isso os lojis-tas menores buscam no associativismo forças para se equipararem e as coisas se estabilizam”, afirma o presidente da acomac-mG.

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A economia está bem. Depois da injeção de recursos em 2010, era esperado que o governo Federal reduzisse a atividade econômica e fizesse ajustes.hiRoshi shimutA >niCom

Questões macroeconômicas tam-bém teriam afetado os negócios no mercado paranaense. as medidas antiinflacionárias, endividamento da população e a crise mundial, que

investimentos mantidos

se o cenário foi favorável para o comércio, os lojistas, por sua vez, fi-zeram sua parte, com a realização de investimentos. a tumelero foi uma destas empresas. a rede modernizou lojas, ampliou o sortimento de itens importados e qualificou a variedade de produtos disponíveis nas lojas. “in-vestimos 5% do faturamento líquido

na abertura de duas unidades, em ser-viços logísticos e em treinamentos”, destaca mello.

a c&c – casa e construção tam-bém investiu e chegou a duas novas praças. macaé (RJ) e serra (es) re-ceberam as novas unidades da rede, tendo como diferencial o novo layout, que segue um circuito com os ambien-

tes de uma casa. “as duas regiões não tinham home center e fizemos lojas grandes, acima da necessidade atual, já nos preparando para as demandas futuras”, explica o diretor geral da em-presa, Jorge Gonçalves Filho.

algumas unidades da rede pas-saram por modernização e o mix de produtos foi ampliado, principalmen-te em itens para casa – como eletro-portáteis, que apresentam resultados interessantes para a revenda -, inicia-tivas que têm levado a empresa a re-gistrar crescimento acima do merca-do. Gonçalves destaca, entretanto, a importância do apoio recebido dos fa-bricantes, com campanhas, parcerias, novos produtos, que refletiu nas lojas.

a Hiper sales destacou-se não apenas pelas melhorias físicas, como pela expansão dos negócios. a empre-sa inaugurou, em aracaju, um ataca-do para atender a pequenas e médias revendas, com investimentos de R$10 milhões. com 12 mil m² de área total, 6 mil m² de área coberta, o empreendi-mento iniciou suas atividades com um mix de 10 mil itens e uma frota de 12 veículos próprios e seis terceirizados.

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geram efeito em cascata, afetam a dinâmica econômica. por outro lado, a evolução do emprego foi significa-tiva e a renda acabou dividida por vários segmentos.

Fonte: enquete realizada pela Revista anamaco com 26 indústrias do setor (previsão com base nos resultados computados até outubro/novembro/2011. Foram consultados 41 fabricantes e responderam a esta questão as seguintes empresas: akzonobel; alumbra; astra; ceramfix; cerâmica porto Fer-reira; Daneva; Deca; eluma; eternit; eucatex; Famastil; Fortlev; icasa; Krona; lorenzetti; meber; mexichem Brasil; pado; pulvitec; sasazaki; sil; tigre; vedacit; viapol, votorantim e Weber saint-Gobain.

Que ações do governo Federal, na visão da sua empresa, contribuíram para o crescimento

dos negócios em 2011?

investimentos em infraestruturamanutenção da redução do ipipolítica habitacional voltada para famílias que ganham até 5 salários mínimospolítica habitacional voltada para a classe médiaRecursos para financiamento da moradia e manutenção da moradia da classe médiaRedução da taxa básica de juros

IndúStrIA dE MAtErIAl dE ConStrução

73%

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35%

23%

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o ano de 2012 deverá ser melhor, nos aproximamos da Copa do mundo e é ano de eleições, o que induzirá investimentos em construção.Rui FiDElis DE CAmPos >AComAC-mg

as perspectivas já são animadoras. “atendemos a todo o estado de sergipe e 20% do faturamento vêm das vendas para estados vizinhos, especialmente alagoas e Bahia”, ressalta sales, que espera faturar R$ 10 milhões até o final de 2012 somente com as vendas do ata-cado. a Hiper sales investiu também nos pontos de venda por varejo, com aumento da área de estacionamento e de check--outs e em contratação de funcionários.

Buscar sempre a melhoria dos negó-cios é fundamental para manter os clien-tes, enfrentar a concorrência e incentivar o consumo em tempos difíceis. o preparo constante é o que defende o presidente da Fecomac-pR, que acredita que quem se esforça tende a crescer.

no paraná, as revendas do setor de-verão fechar o ano com incremento em torno de 5% nas vendas e no faturamen-to. no entanto, nos últimos três meses, houve redução não esperada das vendas devido, principalmente, à concorrência das grandes redes. “os pequenos e mé-dios precisam se preparar para dias di-fíceis. precisam estudar, conhecer mais, tratar o consumidor com mais carinho, porque os grandes não estão brincando e só com preparo poderão enfrentá-los”, aconselha martini.

apesar do crescimento menos inten-so do que em 2010, os varejistas para-

naenses investiram em layout, veículos, equipamentos e treinamentos. martini destaca um trabalho realizado junto a dez lojistas de pequeno e médio portes, por meio da acomac de curitiba. “em parce-ria com indústrias e com o auxílio de uma consultoria, as lojas foram revitalizadas, uma a uma, o que fez com que obtives-sem aumento real entre 20% e 30% das vendas”, conta. as revendas mineiras também direcionaram seus investimen-tos para essas melhorias, seja ponto de venda, treinamento, atendimento ou am-pliação do mix de produtos, áreas que mais receberam atenção.

ainda assim, segundo a acomac-mG, o faturamento das lojas deverá crescer

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0 mais crescimento em 2012

entre 6% e 10%, abaixo do esperado. “as perspectivas não se confirmaram por motivos como a falta de mão de obra qua-lificada, a instabilidade econômica, a va-riação do dólar e o aumento dos impostos de importação”, afirma campos Junior.

pelo que se observa, os efeitos da cri-se foram limitados. Gonçalves, da c&c, afirma que a crise e a inflação não atra-palharam os negócios. “a base subiu em 2010 e era natural que, percentualmente, o crescimento fosse menor, mas a eco-nomia está forte”, comenta. para o dire-tor da tumelero, é cedo para avaliar até que ponto os negócios foram afetados, porém, a empresa está preparada para eventuais efeitos negativos.

Fonte: Enquete realizada pela Revista Anamaco com Acomacs e Fecomacs de todo o Brasil****

Expectativa de vendas em 2012, em relação a 2011

Quanto aumentarão?

aumentarãoFicarão estáveis

De 1 a 5%De 6 a 10%

VArEjo dE MAtErIAl dE ConStrução

22%

78%

39%

61%

se tudo sair como esperam os em-presários, o ano de 2012 deverá ser novamente de crescimento, mas não sem antes passar por um período de

turbulência. na avaliação de amorim, consultor da Ricam, o país enfrentará, ainda, entre seis e nove meses de di-ficuldades.

prevendo a piora da crise na euro-pa e efeitos mais fortes também aqui, amorim acredita num crescimento do piB próximo a 1% em 2012. “no se-gundo semestre do ano que vem, deve começar a melhorar. agora é hora de ser cauteloso”, aconselha. em contra-

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Revista anamaco 55

partida, segundo o economista, 2013 e 2014 – pelas obras previstas para a copa e para as eleições – deverão ser de crescimento mais forte.

a construção civil deverá continuar como um dos carros-chefes do desen-volvimento do país. “Um dos motores deste processo é a expansão do crédi-to, possível pelos juros estruturalmente em queda no Brasil. portanto, o setor que mais depende de crédito cresce mais, e nenhum outro depende tanto como o da construção. mas isso não significa que não será afetado nesses nove meses”, observa amorim.

mais otimista, cover, da abramat, acredita que o crescimento do setor será maior do que o da economia no próximo ano, graças a uma nova rela-ção juros/câmbio mais favorável à in-dústria nacional. “acreditamos que a baixa base de crescimento de 2011 permitirá evolução acima do piB. as eleições deverão gerar contratações de obras até março, o ritmo das cons-trutoras se manterá com obras já con-tratadas e a construção autogerida continuará forte em função da renda e do emprego, que deve permanecer alto”, avalia.

para a abramat, dependendo dos desdobramentos da crise internacio-nal, o piB nacional deverá ficar entre 3% e 4% em 2012, enquanto a pro-dução industrial (construção, minera-ção e transformação) deverá crescer entre 3,5% a 4,3%, com faturamento nominal 9% a 11% superior ao regis-trado em 2011.

o sinduscon trabalha com taxa semelhante. segundo Zaidan, boa parte das obras já está contratada, o que leva a crer que o ano de 2012 será positivo para o setor, embora a turbulência causada pela crise mun-dial mostre seus efeitos no ano que vem. para a entidade, o crescimento mínimo previsto será de 3,5%.

para o varejo, a expectativa é que o período seja menos complica-do, porque o crédito para a compra de imóveis deverá continuar aumen-tando, embora os empreendimentos imobiliários devam surgir com menor força, uma vez que as construtoras podem ter menos acesso a financia-mento. “o cliente varejista não deve ter redução no acesso a crédito e o Brasil deverá continuar com empre-go e renda, mesmo no período mais difícil, como foi em 2009”, comenta amorim.

Dados da enquete realizada pela Revista anamaco para esta reporta-gem indicam que 78% dos lojistas do setor apostam no aumento das vendas em 2012: 61% deles acredi-tam que a elevação seja entre 6% e 10%. para 22%, as vendas deverão ficar estáveis e ninguém aposta na redução do consumo.

o diretor da Hiper sales está con-fiante e prevê um ano de crescimento, com a consolidação dos investimentos realizados em 2011 e outros voltados ao aumento do giro dos produtos. “es-peramos muito para 2012. será um ano de eleições, o governo injetará dinhei-ro em obras públicas e este ano foi de muitas construções, que deverão ser

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Esperamos continuar no patamar de crescimento de 20%, pois continuaremos a expandir os negócios no Rio grande do sul e em santa Catarina.séRgio BAnDEiRA DE mEllo >tumElERo

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entregues em 2012. com a reforma dos apartamentos, vão aumentar as vendas do nosso varejo”, acredita. a empresa pretende atingir faturamen-to 12% a 15% superior em relação a este ano, chegando a R$ 75 milhões.

apesar de achar que a crise já tenha chegado na china e tenha afetado o Bra-sil, que exporta para países da europa e também para a china, sales não acredi-ta em grande impacto na economia na-cional. para ele, os estados do nordes-te apresentam muitas oportunidades. “o nordeste é a bola da vez. não para de chegar gente, pois oferecemos salá-rios competitivos e há investimentos em toda a Região, como na Bahia, alagoas e sergipe, que têm novos empreendimen-tos e incentivos como o projeto minha casa minha vida”, observa.

segundo o presidente da anamaco, 2012 ainda é uma incógnita por haver uma preocupação quanto à crise. para conz, a previsão é que o primeiro qua-drimestre do próximo ano seja aqueci-do por conta das obras realizadas antes das eleições municipais. “o período vai puxar o crescimento do ano, que deverá ficar entre 5% e 8%”, afirma.

conz acredita que o maior desafio será a transformação do varejo tradi-

investir será a palavra de ordemRetardar ou cancelar investimentos

não está nos planos dos representantes do setor. além daqueles previstos pelo setor público para 2012, as empresas também colocarão em prática diversos projetos.

os investimentos serão a óptica da lorenzetti para 2012, visando o au-mento da competitividade. todo lucro da empresa é reaplicado em melhoria, expansões e capital de giro da própria companhia. “nos preparamos para 2012 e 2013. a economia não arrefe-ceu para nós, o desemprego quase não existe, nosso consumidor vai continuar

crescendo, por isso estamos otimistas“, afirma coli.

a pado espera manter o crescimento nos mesmos níveis, no mínimo, princi-palmente, entre as construtoras. “temos capacidade produtiva, boa carteira de clientes, produtos de qualidade, o que nos permite crescer”, afirma Zanatta. estão previstos investimentos em ino-vação e desenvolvimento de produtos, e a novidade será o lançamento de uma linha econômica, voltada ao segmento de consumo mais popular e para atender às necessidades dos imóveis integrados ao programa minha casa, minha vida.

certo de que 2012 será de nova re-tomada, especialmente no segundo se-mestre, o proprietário da nicom também se mantém otimista. “temos um novo Brasil, das classes c e D, com mais 52 milhões de pessoas consumindo. as pessoas que já têm acesso ao básico irão querer mais. É uma rede”, explica.

shimuta sabe, no entanto, que não existe mágica. o empresário controla seus estoques de acordo com as ven-das, mantém as contratações e os trei-namentos, porque acredita que a partir do ano que vem a economia retomará o ritmo. “o ano de 2012 será mais ou

os fornecedores fizeram a diferença neste ano. Eles estão percebendo que a relação ganha/ganha pode ser produtiva.joRgE gonçAlVEs Filho >C&C

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0cional para o organizado, dentro do pro-cesso de formalização vigente no país. “tem de visar o lucro de forma consis-tente, melhorando a gestão, pois há um mercado maravilhoso a ser atendido. se não o fizer, fica pelo caminho”, adverte.

a presidente da Fecomac-Rs, Gra-siela maria Klein, trabalha no mesmo caminho. otimista quanto à economia nacional em 2012, ela chama a atenção para a necessidade de buscar informa-ções e conhecimento e para o nível de endividamento dos consumidores gra-ças ao fácil acesso ao crédito. “a clas-se c está recebendo uma possibilidade de negócio fabulosa e isso faz com que o comércio venda mais. estamos ofere-cendo mais ao consumidor e precisa-mos capacitar nossas equipes cada vez mais”, afirma.

em 2012, a expectativa da votoran-tim é também de crescimento - entre 5% e 6% em volume de vendas – e quatro novas unidades fabris deverão ser ins-taladas. na opinião de Fernandes, além do papel do consumidor “formiguinha”, os investimentos em infraestrutura de-verão contribuir para a evolução dos ne-gócios. o desfecho da crise internacio-nal também deverá afetar a economia. “o ano pode ser mais difícil, dependerá

da volatilidade do mercado internacio-nal”, avalia.

ainda assim, o diretor da empresa acredita que o Brasil tem ferramentas para estimular o consumo, a exemplo da redução das taxas de juros, sem contar o reajuste do salário mínimo em janei-ro, que deverão beneficiar a economia.

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58 Revista anamaco

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Estamos oferecendo mais ao consumidor e precisamos capacitar nossas equipes cada vez mais.gRAsiElA mARiA klEin >FEComAC-Rs

menos igual a 2011. o dólar deve ficar entre R$1,70 ou R$1,80, que é bom para exportadores e importadores, vamos continuar exportando e as reservas au-mentarão”, prevê com otimismo.

a nicom conta, atualmente, com 18 mil m² de área total e 4,5 mil m² de área de vendas e a expectativa é de ampliar a estrutura à medida que os negócios aumentem. “a cada 4 ou 5 anos, os ne-gócios dobram de corpo e preciso estar preparado. É um desafio”, revela o pro-prietário da loja.

na tumelero, a palavra de ordem para 2012 será produtividade. para isso, os planos são de melhoria das lo-jas atuais e a abertura de outras cinco unidades no próximo ano. com otimis-mo mantido, a expectativa da empresa é de que o ano que vem seja melhor do que 2011. “esperamos continuar no pa-tamar de crescimento de 20%, pois con-tinuaremos a expandir os negócios nos estados do Rio Grande do sul e santa

catarina”, conta mello.o diretor da c&c espera

que, em 2012, as parcerias com os fabricantes continuem fortes. “os fornecedores fi-zeram a diferença neste ano. eles estão percebendo que a relação ganha/ganha pode ser produtiva”, observa. ainda as-sim, ele espera crescimento no próximo ano, porém em níveis mais mo-destos. “Haverá crescimento, mas será mais difícil”, afirma. a empresa planeja a instalação de pelo menos três unida-des em são paulo: nas cidades de so-rocaba, campinas e santa Bárbara do oeste, que será ampliada.

são boas as expectativas de cam-pos Junior para o mercado mineiro no próximo ano, que deverá crescer entre 6% e 10%. os revendedores deverão realizar investimentos em melhorias dos pontos de venda, qualificação dos vendedores e gestores, logística e pro-cessos. “o ano de 2012 deverá ser me-lhor que 2011, uma vez que nos aproxi-mamos da copa do mundo e é ano de eleição, o que induzirá investimentos em empreendimentos imobiliários e comerciais e movimentará a economia dos municípios”, comenta.

na sua opinião, o governo deve manter a força do crédito para o setor, controlar a inflação e manter a econo-mia estável, com manutenção da renda real para a população, o que estimularia as vendas. “segundo pesquisas recen-tes, a intenção de reformas e constru-

enquete realizada pela Redação da Revista anamaco en-tre os dias 07/11/2011 e 28/11/2011, em que foram con-vidadas todas as acomacs e Fecomacs. Responderam ao questionário as seguintes entidades: acomac campos Gerais; acomac Joinville; Fecomac Rio Grande do sul; acomac Dourados e Região; acomac oeste do paraná; acomac porto alegre; Fecomac são paulo; acomac ma-rília; acomac Goiás; acomac Jundiaí; acomac Ribeirão preto; acomac campinas; acomac Guarulhos e alto tie-tê; acomac minas Gerais; acomac espírito santo; aco-mac campo Grande e Região; Fecomac paraná; acomac Bahia; acomac osasco e Região; acomac pará; acomac sorocaba; acomac são paulo, acomac paranavaí e Região e acomac Rio de Janeiro.

EnquEtE****

ções lidera a expecta-tiva de investimento da po-

pulação em geral”, salienta campos Junior, lembrando, ainda, a importância dos investimentos em infraestrutura e em projetos sustentáveis, a exemplo de incentivos para a troca de bacias sani-tárias e torneiras para itens economiza-dores de água.

na avaliação de martini, da Feco-mac-pR, 2012 dependerá do trabalho e da renda. para ele, o Brasil tem evoluído bastante e as obras para a copa deverão gerar empregos, o que fará a economia girar. “tem tudo para dar certo. acredi-to que o país possa crescer entre 5% e 6% e o setor entre 7% e 8%. seria um ponto de equilíbrio”, afirma.

para isso, o lojista também tem de fazer a sua parte, segundo martini. “tem de investir, fazer melhorias, não esquecer da comunicação visual, apos-tar em treinamentos, layout, atendimen-to e fazer com que os colaboradores sin-tam que fazem parte de uma equipe. os lojistas estão mais conscientes disso e as entidades têm mostrado a importân-cia desses aspectos”, afirma.

o crescimento do país não depende apenas de um aspecto, é um conjunto de fatores que determinarão seu desenvolvi-mento. amorim, entretanto, acredita que o ponto principal da pauta do governo deve ser o corte de gastos públicos, que não tem ocorrido como deveria. “se isso for feito, abre-se espaço para outras coi-sas, como dinheiro para infraestrutura e redução de impostos. além disso, o país toma menos dinheiro emprestado e reduz a taxa de juros, atraindo menos capital para a renda fixa, e o dólar cai menos, reduzindo o problema para a indústria”, afirma o economista.

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