Revista A ed.15

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REFÉM DA NEGLIGÊNCIA Falta de condições operacionais e materiais de poderes públicos expõe os cidadãos a situações de risco de morte na região OESTE DA BAHIA OUZA ANO 3 - Nº 15 - MAR/2013 E A POLÍTICA SEDUZIU O EMPRESÁRIO HUMBERTO SANTA CRUZ: Ariano Suassuna: autor de Auto da Compadecida declara sua paixão pela loucura revistaa.net MÊS PASSADO, EM LEM Incêndio começou às 2h da madrugada e se alastrou rapidamente. O Corpo de Bombeiros da região instruiu a brigada de incêndio da cidade por telefone e chegou ao local às 5h30, quando a situação já havia sido controlada

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Pra você que está sempre na frente.

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REFÉM DANEGLIGÊNCIAFalta de condições operacionais e materiais de poderes públicos expõe os cidadãos a situações de risco de morte na região

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E A POLÍTICA SEDUZIUO EMPRESÁRIO

HUMBERTO SANTA CRUZ:

Ariano Suassuna: autor de Auto da Compadecida declara

sua paixão pela loucura

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revistaa.net

MÊS PASSADO, EM LEMIncêndio começou às 2h da madrugada e se alastrou rapidamente. O Corpo de Bombeiros da região instruiu a brigada de incêndio da cidade por telefone e chegou ao local às 5h30, quando a situação já havia sido controlada

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Novojornalismo e novo site

Desde o início do ano passado, estamos, aos poucos, adotando uma postura jornalística mais aguda, críti-ca e analítica sobre a realidade da região. Mas esta edição é especial. É claro que as anteriores também foram em seus momentos específi cos. Esta edição, no

entanto, tem um Q a mais.Na campanha de Antônio Henrique (PP) à prefeitura de Barreiras,

alguns programas de TV exibiram exemplos de administração do pre-feito de Luís Eduardo Magalhães, Humberto Santa Cruz (foto), também do PP. A parceria foi vantajosa para os dois lados. Mostrar a adminis-tração do colega, para Antônio Henrque, era antecipar sua própria ad-ministração: “É assim que vou fazer!”, dizia em um discurso não dito. Para Humberto, foi mais vantajoso ainda. Além de conseguir propa-ganda de TV para sua campanha (em LEM não existe campanha em TV), ele propagou positivamente seu modelo de gestão pela região. Logo após as eleições Santa Cruz foi anfi trião de um fórum que reuniu os prefeitos eleitos do Oeste. Tempos depois foi eleito presidente da UMOB e vice da UPB. O empresário Humberto Santa Cruz deu lugar defi nitivo a Humberto Santa Cruz político. Pronto, esse era o homem interessante para uma boa reportagem. Infelizmente, ele não nos recebeu para a entrevista. Mas nem por isso desistimos! Confi ra na frente nossa análise sobre a célere ascendência política do empresário que se tornou líder politico.

A matéria da capa é, no mínimo, preocupante. Só depois da tragédia em Santa Maria (RS) os poderes públicos de Barreiras e LEM deram-se conta da fragilidade que é a segurança preventiva na região. Os dois municípios vêm desenvolvendo ações e discutindo planos para ofere-cer mais segurança ao cidadão e reduzir o risco de acidentes. Não se sabe se essa preocupação será permanente ou passageira. Mas que o problema é sério e grande ninguém tem dúvida. O subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Barreiras está com um caminhão autobomba há um ano esperando conserto. Temos 0,0093 bombeiro por mil ha-bitantes no Oeste. A ONU recomenda pelo menos 1 por mil.

Só por esses dois temas já teríamos motivos sufi cientes para justifi -car por que essa edição é tão especial. Mas tem outra coisa: estamos inaugurando o site da revista (revistaa.net). Isso quer dizer que a partir de agora a revista vai estar integrada à plataforma web, mesmo sendo produtos distintos. O site vai dar vazão ao jornalismo quente, diário, agudo e analítico quando necessário. Para isso, contamos com sua indispensável participação. Vamos discutir o Oeste. Boa leitura.

Cícero Félix, diretor de redação

Ouza Editora Ltda.

DIRETOR DE REDAÇÃO E DE ARTE

Cícero Félix (DRT-PB 2725/99)

(77) 9131.2243 e 9906.4554

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DIRETORA COMERCIAL

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EDITOR

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SECRETÁRIA DE REDAÇÃO

Carol Freitas(77) 8826.5620 e 8105.1215

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ILUSTRAÇÃO

Júlio César

EDIÇÃO DE ARTE

Klécio Chaves

CONSULTORIA DE MODA

Karine Magalhães

REVISÃO

Rônei Rocha e Aderlan Messias

IMPRESSÃO

Coronário Editora e Gráfi ca

TIRAGEM

4 mil exemplares

ASSINATURAS/CONTATOS COMERCIAISBarreiras

(77) 9906.4554 / 9131.2243 / 9123.3307

BarraHelena: (74) 3662.3621

Bom Jesus da Lapa

Gisele: (77) 9127.7401

Luís Eduardo Magalhães

Juliana Cadore: (77) 9988.0114 / Anton Roos: (77) 9971.7341

Dávila Kess: (77) 9173.6997 / Mônica Zanotto: (77) 9969.9679

Santa Maria da Vitória

Marco Athayde: (77) 3483.1134 / 9118.1120 / 9939.1224

Rosa Tunes: (77) 9804.6408 / 9161.3797

Av. Clériston Andrade, 1.111 - Sala 16

Tel.: (77) 3611.7976 - Centro - Barreiras (BA)

ANO 2 - Nº 14 DEZ/2012

A r.A já obedece a Nova Ortografi a da Língua Portuguesa

e não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas

colunas assinadas.

www.revistaa.net

editorial C.FÉLIX

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23 | A MISCELLANEAÀ rainha das águas: Barra festeja IemanjáPiocerá: Piloto de LEM é bicampeão da edição 2013Religião: Igreja Católica escolhe Papa sul-americano Desenrola a língua: por Aderlan MessiasO personagem: Meu sobrenome não é XExclamação: por Karine Magalhães Fashion Cult: por Dávila Kess Tendência: Colcci, outono/inverno 2013

35 | ECONOMIA & MERCADOArtigo/Emerson Cardoso: Quanto o Brasil vai crescer em 2013?Empreendedorismo: Bartira Festas: excelência e qualidade

40 | ENTREVISTA: CRISTIANA MATOS Descaso político impede criação de Procon em Barreiras

42 | POLÍTICA A política seduziu o empresário, perfil de Humberto Santa Cruz

46 | CAPA A frágil segurança preventiva do Oeste da Bahia

51 | UM LUGARRui Rezente: Gol de placa! nos brejos da Barra

52 | CULTLiteratura: Ariano Suassuna se declara fascinado pela loucuraCurta em Santa Maria da Vitória: Luz, carranca, ação! Agenda: Spielberg, Day-Lewis e um grande presidenteGelo, Limão e Açúcar: por Tizziana OliveiraSocial

índice

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AFOTO DE CAPA:ANTON ROOS

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Revista A [email protected]

Canais

www.revistaa.net

Novo layoute Rui Rezende“Ficou arretada. Gostei do novo layout de capa e do nome. Parabéns pela matéria sobre Rui Rezende. O cara é o cara. O conheci na Chapada Diamantina. Abraço.”Jorge Barbosa, de Campina Grande (PB)

“Tenho todas as edições da revista e acho que a edição de dezembro (Luiz Razia) se superou. A reportagem do casal de catadores de lixo é uma inspiração para qualquer um. Parabéns a toda equipe!”Aline Marques Dias

Fiquei encantado com o projeto gráfi co e editorial da revista. Material que não faz feio diante de nenhuma revista do centro/sul do país. Parabéns!”Darius Rebelo, de São Paulo (SP)

“A edição com o Luiz Razia na capa é uma das melhores que já li. A marca nova deu outra aparência pra revista. Pena que ele acabou não indo mesmo pra Fórmula 1. Agora vocês precisam de um site”.Félix Rossi, de Bom Jesus da Lapa (BA)]

Nota da redação:Obrigado, Félix. Nosso site já está no ar. Acesse e participe: www.revistaa.net

“A cada edição surpreendente!”Viviane Bueno

“A.dorei!”Lopz Júh

“Encontrei a edição nº 14 em um consultório em LEM e me apaixonei pela revista. Trabalho super profi ssional. A região há tempos precisava de uma publicação como essa”.Claudia Alvim

leitor

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abordoabordoa

Outras fotos no endereço: www.revistaa.net

‘Zumbis’invadem ParatingaVéspera do Carnaval. Flagrante de garotos na cidade ribeirinha do São Francisco. Confi ra mais fotos de bordo da viagem da equipe pela região no site.

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1 Kit Dolce & GabannaIGABELEZA (77) 3611.0639

4 Camisa Manga Longa ZhagaiaZHAGAIA (77) 3611.8270

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Informação e qualidade que a região sempre desejou.

O site que vai deixar você ligado o tempo todo.

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miscellaneaeventos, design, tendência, moda...

FOTO

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À rainhadas águas

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miscellanea8 DE MARÇO: DIA INTERNACIONAL DA MULHER

“NOSSA LUTA É POR RESPEITO, MULHER NÃO É SÓ BUNDA E PEITO”

MAIS DE 600 MULHERES PRESTIGIAM RALLY FEMININO DE BIKE

Há 10 anos, uma programação esportiva marca as comemorações em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, 08 de março, em São Desidério. O Rally Feminino de Bike reúne mulheres de todas as idades, da sede e da zona rural do município, organizado pela Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer já faz parte do calendário de festividades do município. Este ano, a 10ª edição contou com a participação de mais de 600 ciclistas que encararam o percurso de 13 km, da Praça Abelardo Alencar, na sede do município, até o povoado de Morrão, onde a programação seguiu com sorteios de prêmios, almoço e música às margens do Rio Grande. No retorno à sede, as participantes foram recepcionadas pela população e por um show na Praça Abelardo Alencar com a Banda Samba Hits.

Cartazes, faixas, panelas, latas, colheres e muito barulho marcaram as reivin-dicações e protestos durante a 1ª Marcha Barreirense Feminista que tomou a Av. ACM no fim da tarde do Dia Internacional da Mulher (8 de março), em Barreiras. O lilás, cor definida do feminismo, foi o tom predominante do evento organizado pela Marcha Barreirense Feminista (MBF), para desvelar a situação das mulheres em Barreiras, bem como mostrar as conquistas históricas do Movimento Feminista e as atuais bandeiras de luta. Consolidado em setembro de 2012, o MBF congrega mulheres e homens de Barreiras no combate ao machismo e violência de gênero.

“A data é especial e a marcha, ao invés de colocar a mulher na posição de futilidade, reporta a luta por igualdade entre mulheres e homens. A

situação da mulher hoje ainda é distante do que a gente deseja, mas o importante é forçar a necessidade de fazermos a luta

cotidiana, e chamar a atenção. O MBF ainda é um movi-mento pequeno, que vem agregando um considerável número de pessoas, que se constituiu em grupo a partir da marcha das vadias realizado ano passado, para dar continuidade aos trabalhos, porque em Barreiras a gente

tem alto índice de violência, precariedade no atendimen-to dos serviços e vivemos um processo de desmobilização

social muito grande”, declarou uma das organizadoras da marcha, Paula Vielmo.

O Dia Internacional da Mulher foi instituído em 1977, pela ONU para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulhe-res, rememorando as manifestações das mulheres russas por melhores condições de vida e trabalho, no início da Revolução de 1917.

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Outras fotos no endereço: www.revistaa.net

Depois de algumas manifestações no terreiro do Mestre Gerard, em Bar-ra, os devotos da Rainha das Águas se preparam para sair em procissão

para dois rituais: o primeiro é a lavagem da frente da igreja Nossa Senhora do Rosário; o segundo é o lançamento das oferendas no encontro dos rios Grande e São Francis-co. Durante o percurso, um trator puxa uma carroça com a estátua de Iemanjá e um car-ro de som embala os devotos com a música de Gerônimo: “Nessa cidade todo mundo é de Oxum”. Em frente a igreja, candomblé e catolicismo parecem fazer parte do mesmo ritual. “O que queremos é a união. Nada im-pede de você ir à igreja, de acompanhar uma procissão. Nossa Senhora é a mãe de todos nós”, diz Gerard, que há 20 anos é respon-sável pela festa em Barra que, a exemplo de Barreiras e outras cidades ribeirinhas, festeja o 2 de fevereiro em homenagem a Iemanjá. Para os católicos, a data é para fesejar Nossa Senhora da Conceição.

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Piloto de LEMé bicampeão no Rally Piocerá 2013

26ª EDIÇÃO: DO PIAUÍ AO CEARÁ

EM SANTA MARIA DA VITÓRIA

Duas das maiores cidades do Oeste fazem festa nesse primeiro trimestre de 2013. Em fevereiro, São Desidério comemorou seu 51º aniversário de emancipação política. A programação teve início com uma alvorada festiva regida pela Filarmônica Municipal Maestro Heliodoro Ribeiro

que percorreu as principais ruas da cidadea. No final deste mês é a vez de Luís Eduardo Magalhães (foto), que terá show da Família Lima.

EM LUÍS EDUARDO MAGALHÃES

FALCÃO APRESENTA UNIFORME E EQUIPE DO VENTO EM POPA JANJAR

O piloto luiseduardense, Vitor Closs, sagrou-se campeão da categoria Junior na modalidade Moto, na 26ª edição do Rally Piocerá, considerado o maior rally de enduro e regularidade das Américas. Foram 1050 km em quatro dias de provas intensas, com uma média de 10h em cima da moto passando por trechos de mata atlântica, pedras e muitos obstáculos naturais.

A trajetória de Vitor no Piocerá começou em 2011, quando participou como navegador. No ano seguinte, conquistou o primeiro lugar já na modalidade Moto, na categoria Novato. Com oito anos de experiência, o piloto passou por maus bocados no último dia de competição, quando rompeu o ligamento do joelho ainda na prova da manhã. “Em um trecho de muitas raízes e pedras a minha bota prendeu nas pedras e rompi o ligamento. Fui pilotando e chorando pela intensidade da dor, mas valeu a pena. Agora serão três meses parado para me recuperar da cirurgia” conta Vitor.

A preparação para uma competição como o Piocerá, normalmente começa com três meses de antecedência, com treinos diários com personal trainer para adquirir resistência física. “Além da preparação física, é essencial conhecer bem a sua moto. Com isso é possível se concentrar na navegação e evitar erros. Também é necessário um bom planejamento financeiro, pois se gasta uma média de 30 mil para a participação no campeonato”. Vitor faz parte do Cupim do Cerrado, grupo de onze amigos que se uniram pela paixão por motos e aventuras e desbravam o oeste baiano. “O esporte tem crescido na região, e na próxima edição do Piocerá devem competir 6 pilotos de LEM.”

Outros competidores - Participaram ainda desta edição, na categoria Quadri Novatos, Pedro Henrique Teixeira Costa e Paulo Henrique Costa de Souza. Aliás, Pedro conseguiu um surpreendente 4º lugar em sua primeira participação na competição. Barreiras também foi representado por Geovah Lopes (Binho), que competiu com moto na categoria Junior.

Equipe oficial da Honda promoveu um super show de manobras radicais em Santa Maria da Vitória no dia 10. Durante mais de uma hora, quatro pilotos se revezaram exibindo uma série de 50 manobras, todas elas com muitos efeitos especiais, explosões, derrapagens, pirâmides e até saltos dentro de um arco de fogo.

A vinda de Falcão, melhor jogador de futsal do mundo, para Luís Eduardo Magalhães, atraiu centenas de pessoas ao ginásio da Faculdade Arnaldo Horário Ferreira (Faahf), no dia 10 de março. Falcão foi eleito pela FIFA como melhor jogador de futsal do mundo por quatro vezes (2004, 2008, 2011 e 2012). O atleta foi escolhido para apadrinhar a equipe do Vento em Popa Janjar, que entre os dias 25 e 31 de março disputa a Taça Brasil Correios de Futsal na cidade de Moita Bonita/SE. Para garantir a conquista do título, a equipe conta com atletas da seleção brasileira de

futsal, o ala Fininho, o goleiro Lavoisier e o pivô Índio. Para o jogador o projeto iniciado em Luís Eduardo Magalhães tem todas condições de dar certo. “Às vezes é melhor estar no interior do que nos grandes centros, porque a cidade respira a equipe, todos se envolvem e a ligação é mais forte. Luís Eduardo está iniciando um projeto que vai crescer muito e daqui a pouco, vai pedir um ginásio maior, competições maiores. Existem pessoas que estão interessadas para que isso aconteça e isso é o mais importante” disse Falcão.

EMANCIPAÇÃO

Outras fotos no endereço: www.revistaa.net

Força & Ação

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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miscellanea

Igreja Católica tem primeiro Papa sul-americano

RELIGIÃO

Em estado de vacância, desde a renúncia oficial do Papa Bento XVI, em 28 de fevereiro, a decisão mais esperada pela Igreja Católica foi consumada na noite de 13 de março, às 20h14, (16h14 em Brasília). Do

balcão central da Basílica de São Pedro, no Vaticano, o anún-cio foi dado pelo cardeal protodiácono francês Jean-Louis Tauran ao proferir a tradicional máxima ‘Habemus Papam’, para a alegria e emoção da multidão de fiéis reunida na Praça São Pedro. O Cardeal Jorge Mario Bergoglio, da Argentina, é o novo Papa. Com origem jesuíta, ele adotou o nome de Francisco em homenagem a São Francisco de Assis e se tornou o primeiro papa sul-americano a liderar a igreja.

Aos 76 anos, o Papa Francisco é o sucessor de Bento XVI, eleito em 19 de abril de 2005, que deixou oficialmente as funções de líder máximo da Igreja Católica após 2.872 dias de ministério e que agora tem o título de “Papa Emérito”. Em seu primeiro dis-curso o Papa Francisco falou de fraternidade. “E agora iniciamos este caminho, bispo e povo. Este caminho da Igreja de Roma, que é aquela que preside a todas as Igrejas na caridade. Um caminho de fraternidade, de amor, de confiança entre nós. Reze-mos sempre uns pelos outros. Rezemos por todo o mundo, para que haja uma grande fraternidade”.

O novo Papa - O argentino Jorge Mario Bergoglio, nasceu em 17 de dezembro de 1936 em Buenos Aires, filho de uma família de classe média com cinco filhos, de pai ferroviário e mãe dona de casa. Tímido e de poucas palavras, aprecia um estilo de vida sem ostentação, reconhecido por seus dotes intelectuais, amante do tango e do time de futebol San Lorenzo. O novo pontífice não esta-va entre os principais cotados. Com formação técnica em química, Bergoglio escolheu depois o sacerdócio. Em março de 1958, en-trou no noviciado da Companhia de Jesus, congregação religiosa dos jesuítas, fundada no século XVI. Entre 1967 e 1970, Bergoglio estudou teologia, sendo ordenado sacerdote no dia 13 de dezem-bro de 1969. Foi reitor da Faculdade de Filosofia e Teologia de San Miguel, entre 1980 e 1986, e, depois de completar sua tese de doutorado na Alemanha, serviu como confessor e diretor espiritual em Córdoba. Em 1997, ele virou arcebispo titular de Buenos Aires e em 2001 foi nomeado cardeal por João Paulo II..

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ARGENTINOConclave escolheu o cardeal Jorge Mario Bergoglio. Ele adotou o nome de Francisco, em homenagem a São Francisco de Assis

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Porque...?

Desenrola ADERLAN MESSIAS Professor universitário, licenciado em Letras Vernáculas,

bacharel em Direito e especialista em Psicopedagogia

CONECTADOfacebook: [email protected]

e-mail: [email protected]

por ADERLAN MESSIAS

com a data de meu aniversário; Ex.3: Vários são os motivos por que (pelos quais) não tenho gostado desta data].

A segunda possibilidade por quê [separado e com acento] geral-mente aparece no fi nal de uma frase interrogativa. [Ex4: Vocês não comeram todo o bolo? Por quê? Ex5: Não comemorar o seu aniver-sário, por quê?] Por vir em fi nal de frase, ou antes de pausa forte, o “que” tona-se tônico e, por isso, recebe acento circunfl exo.

A terceira condição porque [junto e sem acento] funciona como conjunção explicativa. E a minha tradicional professora dizia: “é sem-pre uma resposta, Aderlan!” Acho que isso fi cou cravado em minha mente e nunca mais saiu. Não sei se por medo da sua rigidez, ou por necessidade mesmo de aprender. O fato é que ela está correta. [Ex6: Não comemorei o níver, porque não sou adepto de apagar velinhas.]

Por último, a quarta condição, porquê [junto e com acento]. Cos-tumo falar para os meus alunos que esta palavra é forçada, obrigada a funcionar como substantivo, visto que anterior a ela há sempre um artigo, e artigo só antecede a um substantivo, seja para determinar ou indeterminá-lo. [Ex7: Não conseguimos descobrir o porquê de sua tristeza.]

Para não mais esquecer as regras, construa seu macete e fi xe-o em um lugar visível. Assim memorizará facilmente o uso adequado dos porquês, ou então, sempre ao ler e ao se deparar com qualquer destas palavras, busque explicar mentalmente a regra ao contexto. Foi assim que aprendi.

Bom, agora vou ali comemorar meu níver, tentar apagar algumas velinhas, pois o que vale mesmo é chegar nesta data com muita saú-de e ter ao nosso lado pessoas maravilhosas que amamos muito.

Não poderia fi nalizar sem deixar o Soneto de Aniversário, do nosso mestre Vinícius de Moraes: “Passem-se dias, horas, meses, anos/Amadureçam as ilusões da vida/Prossiga ela sempre dividida/Entre compensações e desenganos. Faça-se a carne mais envilecida/Diminuam os bens, cresça, os danos/Vença o ideal de andar caminhos planos/Melhor que levar tudo de vencida. Queira-se antes ventura que aventura/À medida que a têmpora embranquece/ E fi ca tenra a fi bra que era dura. E eu te direi: amiga minha, esquece.../Que grande é este amor meu de criatura/Que vê envelhecer e não envelhece.

Hoje é um dia muito especial. Dia em que o Senhor me concedeu a graça de mais um ano de vida recheado de saúde, paz, conquistas e muitos amigos. Vejo que

o Sol brilhou com mais intensidade. E é com este brilho que nossas forças se renovam e que nossa vida tem mais sabor.

Mas uma coisa neste cenário nos inquieta: a idade. Por que te-mos receio de falar a idade? É ela a nossa vilã, ou aliada, por quê? São tantos os porquês, mas uma coisa é certa: Estamos fi cando velhos, sim! Não há como fugir disso. É a nossa condição humana. Entretanto, o bom de tudo isso é envelhecer e não ver a velhice, já dizia Vinícius de Moraes.

Confesso que não sou muito adepto em ouvir alguém dizendo: Feliz Aniversário! Mas, por outro lado, sentimo-nos felizes porque este alguém, que tem uma representação em nossa vida, nos pa-rabenizou e nos felicitou o que há de melhor. Sou aquele cara que prefere receber os benditos parabéns no dia seguinte. Acho menos comprometedor com a ideia do tempo, sabe leitor!

Responder a este “por quê...?” que abre esta coluna não é uma tarefa tão simples quanto parece, pois ele nos leva a refl exão acerca da nossa própria vida. Do tempo que passou e não volta mais. Do tempo que ainda há de vir. O ideal é que não nos preocupemos com o tempo. Deixe que ele faça o seu percurso e que a gente faça o nosso. Pensemos no amor e no carinho das pessoas, no que elas podem nos ofertar.

Falar um pouco deste entrave com a data que se comemora mais um ano de vida é apenas um pretexto para apontarmos mais uma discussão da língua portuguesa escrita: o uso dos porquês. Viram no decorrer deste texto algumas palavras em destaque? Pois é! Cada uma delas indica uma situação de emprego. A utilização indevida destes marcadores linguísticos era a cruz que eu carregava quando guri de uma escola pública. A professora de português vivia riscando de caneta vermelha minhas avaliações por conta do mau uso que fazia destas palavras. E foi assim que aprendi.

Quatro são as possibilidades de seu uso: por que; por quê; porque e porquê. Usa-se por que [separado e sem acento] em duas situações: primeiro, quando ela aparecer em frase interrogativa [Ex1: Por que você se preocupa tanto com o dia do seu aniver-sário?]; a segunda, quando puder ser substituída “pelo qual” e suas variantes. [Ex2: Essa é a razão por que (pela qual) me preocupo

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Final do ano passado o advogado Luiz Viana foi eleito novo presidente da Ordem dos Advoga-dos do Brasil na Bahia. Durante a campanha fa-lou em transparência total da nova gestão, tanto

dos atos quanto dos recursos. Em janeiro, durante visita às seccionais regionais de Barreiras e Luís Eduardo Maga-lhães para a posse dos novos presidentes, garantiu apoio incondicional aos profissionais do Direito que atuam no in-terior, e voz ativa na busca de melhorias para as comarcas.

A Bahia forma cinco mil bacharéis em Direito por ano, mas apenas 40% desse número passam no exame da Ordem. Isso é um problema de formação acadêmica, temos muitos cursos e pouca qualidade ou é a formulação do exame que está equivocada?

Pra você ter uma ideia, eu me formei em 1985, só exis-tiam três faculdades de direito na Bahia. Hoje, são 51. O que dá uma média de 5 mil bacha-réis por ano e hoje o índice de aprovação já está até menor que 40%. Nessa última prova do exame de ordem na primeira fase, a média foi de menos de 20%. Isso significa que a qualidade do ensino jurídico caiu muito. A OAB da Bahia irá fiscalizar os cursos jurídicos para que o nível e a qualidade melhorem, e ao mesmo tempo vamos dialogar com o Conse-lho Federal, que é o responsável pelo exame, no sentido de que a prova seja cada vez mais prática e menos teórica. Com isso eu espero que a gente consiga, trabalhando nas duas pontas, aumentar o nível de aprovação sem prejudicar a qualidade do exame de ordem.

Quais são os planos da sua gestão para fortalecer a classe no interior?São vários os planos para fortalecer a classe no interior. Por exemplo, em Luís Eduardo

Magalhães, queremos aproximar os advogados através das tecnologias de comunicação. Vamos levar a Escola de Advocacia Orlando Gomes para mais próximo com cursos presen-ciais e tele presenciais, e dotar as subseções de repasses mensais. Esses repasses serão feitos através de critérios objetivos, o que não existe hoje. Outra medida será dotar todas as subseções que não têm sede, de sede própria e finalmente ampliar a comissão de defesa de prerrogativas e constituir uma procuradoria para defesa de prerrogativas para dar su-porte aos advogados do interior no diálogo e enfrentamento do judiciário.

Por que se fala tanto em morosidade no judiciário baiano? No caso, por exemplo, do interior, da nossa região, Barreiras e Luis Eduardo, a questão geográfica , pelo fato de estarem longe da capital influencia ou você acha que não?

Eu tenho percorrido todo o estado desde que fui eleito e o quadro é o mesmo em todas as subseções: falta estrutura do judiciário. Não há servidores, não tem material e não tem juízes suficientes. Então a distância física para a capital não é um fator que agrava a situ-ação do Oeste da Bahia, é apenas mais um componente nessa situação de caos em que vive o judiciário baiano. A OAB da Bahia estará ao lado do Tribunal de Justiça para tentar encontrar soluções efetivas para os problemas estruturais de orçamento, de falta de juízes e serventuários. Seremos ao mesmo tempo uma voz firme de crítica e de cobrança para que essas soluções aconteçam.

Novo presidente da OAB diz que interior não vai ficar desamparado

NOVA GESTÃO

texto/foto ANTON ROOS

LUIZ VIANA: “Queremos aproximar os advogados através das tecnologias de comunicação”

miscellanea

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Aos 16 anos, Wagner sonha em ser enfermeiro. Antes de vestir o jaleco branco e cuidar das pessoas precisa resolver outro problema. Ele não tem um sobrenome registrado na Certidão de Nascimento. A mãe adotiva, dona Rosalina Maria Barbosa, na maior parte do tempo está ocupada entre os afazeres domésticos e o atendimento no bar que funciona ao lado da residência e é a principal fonte de renda da família. O esposo de Rosalina passa a maior parte do tempo na zona rural do município.foto/texto ANA LÚCIA SOUZA

A camisa de gola polo azul e a bermuda estampada não escondem o porte magro do garoto de pele morena e voz grave. Com olhar triste e cabisbaixo, Wagner é um jovem tímido de origem simples. Tem

vergonha da própria história. “Minha mãe biológica morava com minha mãe adotiva e quando eu nasci, ela me deixou”, desabafa. “O que sei é que ela era de Irecê (Bahia) e mora-va em Luis Eduardo”. O primeiro reencontro da mãe biológica com o fi lho ocorre quando Wagner tem cerca de dois ou três anos e o último quando ele tinha oito anos. Ao ser questiona-

miscellanea

O personagem

Meusobrenomenão é X

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do se deseja rever a mãe, a reposta é imediata. “Não. Ela não foi muito boa pra mim”.

Wagner cresceu sem um registro de nascimento. Aos sete anos foi à escola pela primeira vez. Graças à popularidade de sua família no município e o apoio de amigos, a matrícula é realizada normalmente, assim como as consultas médicas marcadas no Posto de Saúde próximo a sua casa. Ao cursar a terceira série, em 2006, ele recebe uma certidão provisó-ria na qual lhe é colocado um “X” no lugar do sobrenome. Incomodado com a situação, procura o Conselho Tutelar lo-cal, mas não obtém êxito. “Diziam que era preciso encontrar minha mãe e tentaram encontrar meu pai para fazer o DNA”. Quando finaliza o Ensino Fundamental, a falta de um sobre-nome o impede de participar de um teste seletivo para cur-sar o Ensino Médio em uma escola de Barreiras, como fazem seus colegas. “Para fazer a matrícula lá, (em Barreiras), eles não aceitam”, lamenta o jovem demonstrando mais uma de suas frustrações por não ter um registro completo.

***Sem perspectiva de continuar os estudos fora do municí-

pio, Wagner é matriculado no 1º ano do Ensino Médio no Colégio Estadual Bento Alves das Neves. A história chama a atenção da diretora Cleidiane Cruz. Ela orienta a família a levar o caso ao conhecimento de um juiz, que solicita o acompanhamento de uma advogada pública. O enredo até então pouco conhecido ganha repercussão na mídia re-gional. Wagner não gosta. Aos poucos se afasta dos ami-gos. “Quando passo na rua muitas pessoas me chamam de Wagner X. Não gosto. Mas não vou deixar que o preconceito faça eu parar de me sentir bem, de fazer o que gosto e tenho direito”, justificando a postura reclusa.

***Wagner pensa em terminar o Ensino Médio e trabalhar.

“Isso se não tiver sido em vão meus estudos até o momento”, preocupa-se o jovem que sonha cursar Enfermagem, profis-são que tanto admira. “Eu acho bonito cuidar das pessoas”. Até lá, Wagner continua sua peregrinação para ganhar um sobrenome na certidão. Cleidiane, a diretoria sugeriu a in-clusão de um segundo nome, “Gabriel”, e no lugar do “X”, o sobrenome “Barbosa”, da família que o acolheu e que agora também deseja adotá-lo legalmente. No dia 27 de fevereiro outra audiência marcou os depoimentos das testemunhas de Wagner e o juiz decidiu publicar um edital de convocação da genitora de Wagner no prazo de até 30 dias para que o garoto seja definitivamente registrado. Caso ela não apareça, a mãe de adoção é quem o registrará. Só depois disso é que se prossegue o processo de adoção.

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28 revis ta da bahia mar/2013

Exclamação KARINE MAGALHÃESKARINE MAGALHÃESConsultora de moda, trabalhou na renomada Maison Ana Consultora de moda, trabalhou na renomada Maison Ana

Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide (todas em Paula e nas lojas Rabo de Saia, Chocolate, Mary Zide (todas em Brasília) e também em cerimoniais com Cristina Gomes. Brasília) e também em cerimoniais com Cristina Gomes.

CONECTADOCONECTADOfacebook: karine.beniciomagalhaeskarine.beniciomagalhaes

e-mail: @ituau_Karine@ituau_Karine

por KARINE MAGALHÃES

Wish ListCorrentes peça ícone dos anos 90’s

é a peça desejo da estação.

CamilaKlein

Fashiontie!Fazendo minhas pesquisas sobre vestuário e comportamento encontrei uma palestra apresentada por Maren Hartman do portal WGSN, que anuncia as Macrotendências 2013/2014: next nature, a inspiração vem da natureza sublime e cores de plantas; neo-geo fala da arqueologia, arquitetura de luxo, dos viajantes urbanos e das performances primitivas e estilo esportista anos 60, 70 e 90.

Next Naturecelebra o visual com

os tons luxuriante das fl orestas .

Modelo: Lara Novaes

Sportswear ChicMiu Miu trouxe para seu inverno 2014 uma mulher que quer se divertir.

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Neo GeoValorizando a geometria e arquitetura de luxo.Modelo: Karla Deras

Miu Miu

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Fashion Cult DÁVILA KESSÉ estilista por formação, graduada em Design de Moda

e pós-graduada em Moda: Produto e Comunicação. Atualmente trabalha na Agência IMMAGINE.

CONECTADOfacebook: agenciaimmagine

site: www.agenciaimmagine.com.bre-mail: [email protected]

por DÁVILA KESS

No fi nal do mês de março acontecem as principais se-manas de moda do Brasil com a apresentação das marcas em seus desfi les conceituais com suas res-

pectivas apostas para o Verão 2014. Porém nas vitrinas Brasil a fora a coleção que chega às lojas é a de Outono/Inverno 2013 e apesar das temperaturas invernais ainda não demonstrarem qualquer aproximação com a nossa região, o fato é: é hora de renovar as cores e as peças chaves do nosso guarda-roupa para esta que é a estação mais sofi sticada e elegante das temporadas de moda.

E quando pensamos em sofi sticação o preto e branco são for-tes aliados em qualquer ocasião, eles estão nas trend lists do vestuário feminino desde 1926, através da estilista Coco Chanel, com quem a moda criou fama mundial e atravessa os anos. A moda do pretinho básico, versátil e funcional, aliado ao tailler e saia secretária faz a cabeça de fashionistas até os dias de hoje. Na última temporada a junção das duas cores foi o hit da esta-ção, que neste inverno e no próximo verão 2014 este fenômeno black & white manterá constante, e cada vez mais em formas inusitadas e criativas.

Na Europa o centro lançador das tendências, após muitas temporadas de brilho, estampas e cores, o preto em contraste com o branco reinou absoluto, esteve presentes em inúmeras passarelas e também nos Red Carpeds de todo o mundo. As principais marcas que trouxeram o Black & White para o hotspot da cena fashion foram: Marc Jacobs, Balenciaga, Balmain, Jil Sander, Louis Vuitton, Saint Laurent Paris, Céline e Prada.

Recorrentes em calças com acabamentos especiais, nas co-leções de verão 2013 (equivalente a 2014 brasileiro) em Berlim, Londres e Paris. O verão Europeu começa com os brancos e pre-tos, e muito strech! No mix principal de padronagens estão as listras, pop-art, bichos, tie-day, e grafi smo. Se entregue então a esta trend e faça bonito nesta e também na próxima estação.

A artedo contrasteblack & white

FOTOS: REPRODUÇÃO

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TENDÊNCIA

MADE IN COLCCIoutono | inverno 2013

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Inspirada no militarismo e nos filmes de ação, a Colcci, neste inverno traz em sua campanha um time de peso: Izabel Goulart, Erin Heatherton, Tharine Garci e o astro do filme “Velozes e Furiozos” Paul Walker. Com produção de cinema e repleta de estrelas a sessão de fotos é digna do Oscar e aponta as peças chaves que irão fazer a cabeça dos que possuem espírito jovem neste inverno, com foco na camuflagem, tons terrosos e estampas étnicas. Confira tudo na Colcci Special Store em Barreiras.

COLCCI SPECIAL STORE Rua Dr. Abílio Farias, 203

Centro - Barreiras (BA) (77) 3612.8338

texto DA REDAÇÃO

FOTOS: REPRODUÇÃO

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economia&mercado&mercado&carreiras, consumo, negócios, gestão, etc.

ARTIGO

Quanto o Brasilvai crescer em 2013?texto EMERSON CARDOSO*

*EMERSON CARDOSO Mestrando em Gestão Social e Desenvolvimento Territorial pela UFBA; Pós-graduado em Adm. de Empresas e Desenvolvimento de Pessoas – Fundação Cairu; Bacharel em Ciências Contábeis pela UFBA

“Em economia, é fácil explicar o passado. Mais fácil ainda é predizer o futuro. Difícil é entender o presente”. Com essas palavras o saudoso jornalista e sociólogo brasileiro, Joelmir Beting, traduziu bem essa ciên-cia tão complexa e instigante que é a Economia.

O governo anunciou ofi cialmente que o crescimento da economia brasileira em 2012 foi de 0,9%. Magro, para não dizer pífi o. Muito longe da expectativa de 4% que foi divulgada no início do ano passado.

O Brasil não decolou? Ou o voo que não é sustentável? Lembro que o nosso país foi destaque na revista inglesa “The Economist” em 2009 onde noticiava “Brazil takes off” (O Brasil decola), na época fazendo jus a recuperação da economia brasileira no pós--crise e carimbando nosso passaporte no grupo dos “BRICS” - emergentes composto ainda por Rússia, Índia e China e África do Sul. Parecia que estávamos sobrevoando em pleno céu de brigadeiro.

Mas, será que o tempo fechou? Como certos, recorremos, mais uma vez, a escola keynesiana que se fundamenta

no princípio de que o ciclo econômico não é autorregulado e defende a intervenção do Estado na economia. A teoria atribui ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios para estimular a demanda. Assim foi feito. Redução de impostos, a exemplo do IPI (Imposto sobre produtos industrializados), os juros baixaram a patames recorde, desoneração da folha de pagamento inicialamente atendendo 25 segmentos, anúncio da redução de energia elétrica, câmbio favorável a exportação (dólar superior a dois reais), ampliação da oferta de crédito e dos benefícios sociais para não citar outros.

O modelo acima descrito tem demonstrado que funciona pontualmente para esti-mular o consumo, mas não consegue promover o crescimento econômico de maneira sustentável.

Inspirado na frase antológica de Peter Druker (considerado pai da administração mo-derna) que dizia “a melhor maneira de prever o futuro é criá-lo”, o economista Ricardo Amorim evidenciou que em se tratando de futuro no Brasil, “nós não prevemos, não criamos, nem agimos, apenas reagimos”. Portanto, chega de “Plano B”. Urge acelerar as reformas estruturais que este país tanto necessita para crescer.

Inicialmente, essa agenda passa pela gestão dos proces-sos e reavaliação do modelo da administração pública. O go-verno deveria fazer o seu próprio dever de casa: controle dos gastos públicos, enxugamento da máquina administrativa, eliminação da corrupção e do tráfi co de interesse.

O setor produtivo, por sua vez, não consegue ser compe-titivo pagando 35% do que produz em impostos ou tendo que conviver com tamanha burocracia. É sabido, por exemplo, que são necessários mais de 120 documentos para liberar um único contêiner dos portos brasileiros.

Lembramos ainda, a nossa infraestrutura inefi ciente, o desrespeito com as questões ambientais, pouco investi-mento em ciência e tecnologia, legislação trabalhista caduca (1º de maio 1943), educação básica precária (88º lugar no ranking de 127 países segundo a Unesco), retração dos in-vestimentos e baixa produtividade do trabalhador brasileiro.

Destaco os últimos dois pontos supracitados como fun-damentais para atenuar as turbulências da crise econômica mundial. É necessário aumentar o investimento produtivo que no Brasil não chega a 19% do seu PIB (Produto Interno Bruto), comparativamente, Peru e Chile, representam 30 e 27% respectivamente. Imperativo, também, é melhorar nos-sa produtividade. Um trabalhador americano produz o mes-mo que cinco brasileiros. Para fi car claro, 1 brasileiro gera 22 mil dólares por ano de riqueza, 1 americano 100 mil dólares.

Mesmo com este cenário macro econômico adverso, a Bahia cresceu 3,1% em 2012 segundo dados da SEI (Su-perintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia). Portanto, mais do que o Brasil. Apesar da retração do setor agropecuário de 9% (o governo justifi ca a forte seca no pe-ríodo), a dinâmica dos setores de serviços e industrial foram fundamentais para oxigenar a economia do estado. Mas, se o Brasil não aprender a lição e efetivar os investimentos neces-sários, corremos o risco de assistir a um decepcionante voo de galinha em terras baianas.

Na mira da bola de cristal, os economistas de plantão já arriscam um crescimento do PIB brasileiro entre 3 a 4% para 2013. “Predizer o futuro é fácil”.

Com tanta literatura em economia ou administração públi-ca disponíveis, nos parece possível essa integração entre os intelectuais que interpretam os fatos e os agentes políticos que, através do estado, têm o poder de infl uenciar e/ou mu-dar a realidade. Poderíamos, inclusive, errar menos as previ-sões econômicas e acertar no direcionamento das políticas públicas para dinamizar o mercado.

“Difícil é entender o presente”. Realmente. Não é uma ta-refa simples, porém, necessária. Talvez, esteja aí a comple-xidade dessa ciência, que não é exata, mas é Economia.Se o Brasil não aprender a lição e efetivar

os investimentos necessários, corremos o risco de assistir a um decepcionante voode galinha em terras baianas

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Uma reflexão pragmática sobre as novas alter-nativas de inclusão econômica que estão surgindo em cidades de todo o mundo para promover o desenvolvimento local. Esse foi o eixo que norteou a Oficina SEBRAE de Economia Criativa e Cidades Criativas, realizada em Barreiras, no auditório do Hotel Morubixaba na segunda-feira, 11, contou com a presença da palestrante e autoridade Internacional, Dra. Ana Carla Fonseca, maior especialista brasileira em cidades criativas, economista, administradora pública e única doutora em urbanismo com tese no assunto, consultora da ONU, e professora de universidades internacionais com nove livros publi-cados, “Cidade criativa é uma cidade diferente que se inventa continuamente. Economia criativa é um ter-mo relativamente recente. No mundo existe há 15 anos; no Brasil, a partir de 2004, mas ainda é pouco

Trinta empresas (foto) de Barreiras foram agracia-das na 2ª edição do Prêmio Mérito Lojista, idealizada pela Confederação Nacional dos Lojistas (CNDL) e organizado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Bar-reiras (CDL-Barreiras) com apoio do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Caixa Econômica Federal. O presidente da CDL de Barreiras,

economia&mercado

Qualidade é o principal conceito que a em-

presária Duce Bispo adotou para realizar um sonho e inovar o mercado de São

Desidério ao inaugu-rar a Academia Alpha

Fitness, em atividade desde o dia 25 de fevereiro. O empreendimento apresenta uma estrutura ampla e modernos equipamentos e está localizada com vista privilegiada para a Orla da Barragem, um dos principais cartões postais do município. A academia oferece mais que musculação, representa bemestar aos alunos, é o que afirma Duce. “Não me preocupo com a quantidade de alunos matriculados, mas com a atenção dada ao aluno que além de contar equipamentos de qualidade têm o auxílio de uma equipe profissional”.

Alberto Celestino, acredita que o prêmio é como um reconhecimento dos consumidores pela dedicação da classe empresarial em oferecer um bom produto ou serviço. “Ganhar o prêmio é ter o reconhecimento, a valorização e a confiança dos consumidores. A cada ano que passa, temos a chance de nos aperfeiçoar em busca de maior fortalecimento da classe lojista de Barreiras”.

A cerimônia de entrega do prêmio também foi de homenagens. A PM recebeu uma placa pelos resulta-dos referentes à diminuição dos índices de violência em Barreiras. O Sebrae foi lembrado pelos 40 anos de serviços direcionados ao desenvolvimento do empre-endedorismo nas micro e pequenas empresas.

EVENTO

Economia e cidades criativas, um novo olhar para o desenvolvimento

EM BARREIRAS

FITNESS

EMPRESÁRIA INOVA E LANÇA ACADEMIA EM SÃO DESIDÉRIO

MÉRITO LOJISTA RATIFICA RECONHECIMENTO DO CONSUMIDOR

compreendido. E esse reconhecimento da criativida-de como potencial de negócio, faz com que a gente comece a dar voz a quem tem um talento criativo especial, alguém que pode viver e pagar as contas com isso. É um novo olhar sobre a economia, sobre a valorização dessas criatividades que a gente tem dispersado pelo Brasil”, destacou Ana.

ESCOLA DO SESC É INAUGURADA - Com a finalidade de acolher preferencialmente filhos de comerciários e pessoas que tenham renda de até três salários mínimos, Barreiras passa a contar com a Escola SESC (Serviço Social do Comércio), inaugurada no dia 24 de fevereiro. A sede da es-cola encontra-se localizada na saída para Riachão das Neves. A infraestrutura de 1.600 m² apresenta, além de salas de aula, biblioteca e refeitório. Com capacidade para receber 180 crianças a partir dos três anos, a Escola Sesc oferecerá Ensino Infantil, para crianças com até quatro anos e o Ensino Fundamental, destinado a crianças de até 10 anos. As aulas foram iniciadas no dia 25.

Entrevista com a Dra. Ana Carla Fonsecawww.revistaa.net

C.FÉLIX

CLÁUDIO FOLETO

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Bartira Festas: excelência

e qualidade

MUDANÇA DE ENDEREÇO

Na hora em que vai casar, concluir a faculdade, come-morar o aniversário, as bodas de casamento ou cele-brar um momento especial de sua vida com uma festa inesquecível, aquela decoração desejada e oferecer a

seus convidados um serviço de buffet completo e com qualidade, Bartira Festas é uma excelente alternativa. Sob a administração da empresária Bartira Holanda, a empresa é referência nesse ramo de negócio no Oeste baiano há 14 anos.

Recentemente, Bartira Festas passou a atender em novo endereço, rua Barão de Cotegipe, 258, Centro, e aproveitou para apresentar o novo espaço aos amigos, profissionais da área e clientes. “Estar há mais de uma década em um negócio não é fácil. Mas superamos os desafios, apredemos e estamos sempre melhorando para oferecer serviços com mais qualidade, cada vez mais”, declarou a proprietária.

Na Bartira Festas dispõe de dois salões para festas. O primeiro (Bar-tira Eventos, rua Barão de Cotegipe, 1120, no Centro, ao lado do Yazigi) tem capacidade para receber até 400 convidados, o segundo (Bartira Fest, na avenida Dr. Orlando de Carvalho Rocha, 1959, Boa Sorte, saí-da para São Desidério) comporta até 7 mil.

Bartira Holanda acredita que a qualidade de seus serviços ofereci-dos é a certeza de que os bons momentos da vida sejam celebrados de forma especial e diferente, com auxílio de quem conhece bem o segmento desse mercado.

Escritório da empresa que é referência há 14 anos no segmento de festas e eventos no Oeste da Bahia tem novo endereço.texto REDAÇÃO

BARTIRA FESTAS Rua Barão de Cotegipe, 258

Centro - Barreiras (BA) (77) 3612.3680 / 9115.8900

INAUGURAÇÃO De cima para baixo com amigos e amigas: Bito Borges, Humphrey (marido), Rosane Borges, Ramom e Noemia, Vanessa e Tatiane Baldissarela, Valdeci e Leila Castro, com os pais Ormélia e Luiz Holanda e com Giuliana Pamplona

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Em 2009 a senhora coordenou um movimento para a criação de uma Procuradoria de Defesa do Consumidor em Barreiras. Como anda esse processo?

O primeiro evento aconteceu em dezembro, com o Projeto “Pro-con: Educação para o consumo”, pela Faculdade São Francisco de Barreiras (FASB). Foi realizada uma mesa-redonda de debate com a sociedade e participação de associações representativas, autoridades, a ex-prefeita e vereadores. Na época, foi realizada uma pesquisa pelos alunos. Conseguimos recolher cerca de 14 mil assinaturas de pessoas que queriam a implantação de uma procuradoria e discutimos as vantagens de implantá-la. Nessa mesa-redonda entendemos que esse órgão administrativo faz o que outros órgãos administrativos não têm atribuição, que se chama de educação para o consumo. Na época, esse evento foi bastante repercutido, e a então prefeita, inclusive, até estabele-ceu prazos afi rmando que em março o órgão já estaria implan-tado, que já tinha sido providenciado um local apropriado e nos levou para conhecer. Este imóvel existia mesmo. Localizava-se no posto de atendimento da Delegacia da Polícia Federal e estava alugado para o município. Ela disse que enquanto isso as pessoas tinham que fazer o treinamento em Salvador, e nada. A gente também não podia avançar, forçar o município. Se existe a lei específi ca, o Executivo tem o dever de implantar, mas a gente não tinha como cobrar isso judicialmente, porque isso é uma ação civil pública, é de interesse da coletividade. Existem pessoas que são autorizadas por lei. O Ministério Público, que fi rmou compromis-so, se omitiu. Por isso não entrou com ação civil depois. A gente não constituía uma associação civil pública, não tínhamos essa legitimidade. A gente fi cou no vácuo esse tempo todo. No ano seguinte foi realizado outro evento, a primeira audiência pública sobre “Qualidade do Serviço Público em Barreiras”, na Câmara

entrevista CRISTIANA MATOS

IMPEDE CRIAÇÃO DE PROCON EM BARREIRAS

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) foi criado em 1990, mas só 15 anos depois foi criada em Barreiras a Lei 704/05 que institui a Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Mas só fi cou no papel. Hoje, caso o consumidor queira reclamar de um direito amparado pelo CDC, tem que se dirigir ao Juizado Especial Cível. E a constituição de um advogado de defesa e as custas processuais acabam fazendo o consumidor desistir

do seu direito. Para a presidente da subseção da OAB em Barreiras, Cristiana Matos Américo, que esteve à frente de um movimento que nasceu no âmbito universitário em 2009 a favor da criação do Procon no município, falta vontade política. “Até agora nenhum gestor teve coragem de implantar o órgão”. A instalação e atuação do Procon no município seriam o primeiro passo para promover a educação de consumo consciente, explica a advogada. Até lá, o cidadão vai ter que contar com a ética e a sensatez do comerciante. Veja a entrevista.

texto ANA LÚCIA SOUZA

ANNE STELLA

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de Vereadores. Também foi feita uma pesquisa com uma amostragem bem representativa para saber a qualidade de serviços públicos do município, a exemplo de transporte, telefonia, serviço de embasa e outros. Nessa, audiência a prefeita não compareceu.

A criação de um Procon é de responsabilidade do município ou do Estado? Por que ainda não deu certo? O que falta?

O Procon pode ser feito de duas formas: gestão estadual e munici-palizada. Na estadual, o próprio estado implanta e arca. Na municipa-lizada, o primeiro passo é a criação da lei. Já tem oito anos que existe essa lei, a número 704/05, aprovada em 27 de dezembro de 2005, mas nenhum gestor teve coragem de implantar o órgão. Do jeito como está estabelecido dentro da legislação municipal, esse dever é do mu-nicípio, é ele que arca com o custo do órgão no que se refere ao imóvel e as pessoas que irão trabalhar no órgão. Existe um treinamento espe-cífico, cargos administrativos, privativos em bacharel em direito, e um curso ministrado pelo Procon Estadual. O município não quer arcar com o custo do órgão e quer passar essa responsabilidade para o estado. Não é a melhor alternativa. O que a gente pode pensar é em uma gestão compartilhada entre estado e município. Falta vontade política para implantação do Procon em Barreiras. As coisas não avançavam. O primeiro passo é a criação da lei e ela já existe. O segundo é a implan-tação: alugar o local, nomear as pessoas e encaminhar ao treinamento. Falta o lugar e pessoas para trabalhar. Primeiro, vamos tentar congre-gar os interesses para implantar o órgão, sem que precise judicializar. Às vezes, isso se arrasta por mais tempo, quando se poderia conseguir por meio de uma forma amigável e consensual. Se não for conseguido na base do diálogo a justiça tem o poder de obrigá-la [a prefeitura].

Com a ausência do Procon no município, a quem recorrer?Para resolver isso o consumidor recorre ao Juizado Especial

Cível. Existe uma demanda reprimida muito grande. Quando você vai para a via judicial acaba dificultando; a maioria das pessoas vai constituir um advogado para defesa de seu interes-se, vai ter que passar por um trâmite judicial. O processo judicial tem um custo e esse custo de transação entre as partes faz com que muitas vezes as pessoas repensem sua decisão. Se existe um problema com uma mercadoria que custa 100 reais, para que vou me desgastar tan-to para resolver isso na via judicial que demora muito, em que se espera uma resposta efetiva que na maioria das vezes não vem? Pode ser que a empresa queira fazer um acordo e, se não, tem que esperar o tempo do processo judicial, que infelizmente no Brasil é lento porque a estrutura do judiciário brasileiro já fa-liu há muito tempo. É preciso rever isso. Eu penso que o diálogo deve ser sempre a primeira via para solucionar esses conflitos de interesse e fazer com que as partes envolvidas acabem ce-

dendo, aí acho que essa solução pacificadora é sempre a melhor.

Como a OAB de Barreiras pode ajudar a resolver esse problema?A OAB é um órgão de classe, mas além dessa responsabilidade com

a classe e defesa de prerrogativas, existe o dever social. E tem legitimi-dade para propor as ações. O grande instrumento da OAB é isso, dar voz a quem não tem voz. Em janeiro, fiz uma visita de cortesia ao atual prefeito e ao presidente da câmara que se mostraram receptivos. E a OAB falou sobre suas prioridades. Destaquei a prioridade do órgão no plano social que é a implantação do Procon. Se não for possível hoje essa implantação por meio da via consensual, será necessário levar essa briga adiante - se for o caso, às últimas vias! E judicializar essa discussão junto com uma ação competente para que se cumpra o que determina a lei. Barreiras é um polo de serviços. É uma região que não atende 200 mil habitantes, mas atende mais de 1 milhão de habitantes. E diante disso existe a necessidade da educação para o consumo. As pessoas ficam na multa, na punição específica. A justiça resolve o caso concreto. O Procon, como é um órgão administrativo, não vai se preocupar, a priori, com o problema individual. Tem um aspecto maior, que é se preocupar com problemas coletivos.

Que tipo de mudança permitiria a atuação dessa procuradoria?Primero contribuiria para a formação do consumo consciente. Por ser

um órgão administrativo com poderes de fiscalização, inibe determina-das posturas, principalmente de fornecedores de serviços de grande espécie, coíbe atitudes que afetam não só o direito individual, mas o coletivo. Desafogaria também os juizados especiais cíveis naqueles ca-sos em que é possível uma conciliação, porque se todo mundo que tem problema resolver buscar a justiça para solucionar, o sistema trava. Parte da demanda reprimida é trabalhada pelo órgão à medida que consegue solucionar algumas questões. Promover a educação para o consumo e fiscalizar. A lei reconhece o consumidor como a parte mais fraca o que não significa que seus direitos sejam ilimitados, tem de-veres também. Um dos princípios do poder judiciário é a inércia, não se posiciona sem ser provocado. Já a administração não precisa ser provocada para agir. O Procon tem mais dinâmica de ação.

Após 23 anos do lançamento do Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990), a senhora considera que o consumidor está mais consciente dos seus direitos ou desacreditacom tanta burocracia em torno de seus direitos?

O Código de Defesa do Consumidor foi um avanço fantástico para o Brasil e hoje é um dos mais modernos do mundo. Se por um lado de-moramos muito para aprovar a legislação, a espera valeu a pena por-que é uma das mais modernas. Mas por que o consumidor brasileiro é mais desrespeitado que o norte-americano? Educação de consumo. No Brasil a gente peca muito pela efetividade da aplicação da legislação consumerista, uma vez que o Sistema Nacional de Defesa do Consu-midor previsto no código é moderno e está aliado de órgãos judiciais como Juizado Especial Cível, administrativos (como os Procon’s); a ór-gãos que cuidam da esfera penal como as delegacias especializadas em defesa do consumidor, associações civis de defesa do consumidor. Tem um leque de associações que integram esse sistema, mas que infelizmente ainda não existe a efetividade, seja porque o estado não implantou de forma eficaz esses órgãos, seja porque na maioria desses municípios esse sistema não foi implantado de forma completa, como em Barreiras.

Se não for possível hoje essa implantação [do Procon de Barreiras] por meio da via consensual, será necessário levar essa briga adiante

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política

A políticaseduziu o empresário

LEANDRO ABREU

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O empresário Humberto Santa Cruz saiu de cena e deu lugar ao político Humberto Santa Cruz. Foi reeleito prefeito de Luís Eduardo Magalhães com mais de 2 mil votos sobre o deputado federal Oziel Oliveira, de quem recebeu a oportunidade de ingressar na política em 2008. Três meses após tomar posse, assumiu a presidência da União dos Municípios do Oeste (UMOB) e a vice da União dos Prefeitos da Bahia (UPB). É considerado a mais nova liderança da região. Ainda assim, está longe de ser consenso. Mas enquanto antigos aliados reclamam de traição – entre eles Oziel e Sidnei Giachini, seu ex-líder na Câmara de Vereadores -, ele vai pavimentando uma estrada política com uma habilidade que chega a surpreender o empresário.texto ANTON ROOS

enos de 30 dias após as eleições, Humberto Santa Cruz (PP), ree-leito para o segundo mandato à frente do Executivo em Luís Edu-ardo Magalhães, posava de anfitrião no I Encontro dos Prefeitos Eleitos do Oeste Baiano. “Com todos os prefeitos unidos teremos mais força política representando o Oeste junto aos governos fe-deral e estadual. Vivemos atualmente um novo momento político no Oeste”, disse Santa Cruz, na ocasião, assumindo declarada-mente a postura do mais novo líder político da região.

Do encontro, resultou uma carta de reivindicações endereçada aos governos estadual e federal e articulações para que o prefeito de Luís Eduardo Magalhães se transformasse, pouco depois, no presi-dente da União dos Municípios do Oeste (Umob). A eleição, realizada na tarde do dia 07 de janeiro aconteceu na sede da Umob e contou com a participação de 14 prefeitos dos 18 municípios que compõem a entidade (os representantes de Buritirama, Wanderley, Santa Rita de Cássia e Muquém do São Francisco não participaram).

“Minha experiência como gestor em Luís Eduardo Magalhães mostra que antes de levarmos problemas, devemos apresentar as soluções. Precisamos apresentar projetos viáveis, pois os recursos existem, mas muitos prefeitos não sabem como chegar até eles. O papel da Umob será de agente facilitador aproximando os muni-cípios dos recursos federais e estaduais”, explicou Santa Cruz, no seu primeiro pronunciamento como presidente da entidade. Dias depois, ele seria eleito vice-presidente da União dos Prefeitos da Bahia (UPB). Definitivamente, o empresário que chegou na região em meados da década de 1980, mudou de ramo, seduzido pela po-lítica, pelas possibilidades de contribuição para o desenvolvimento da região.

Nascido em Alagoas, foi na capital fluminense que Humberto Santa Cruz Filho obteve o diploma no curso de Engenharia Civil e onde conheceu a mulher, a médica Maira de Andrada com quem completa 33 anos de casado este ano. A profissão escolhida, no en-tanto, tão logo Humberto e Maira chegaram à Bahia ficou em segun-

do plano. A exemplo de muitos que vieram de outras regiões do país no mesmo período, a agricultura se revelou uma excelente oportuni-dade de crescimento. No comando da Fazenda Agronol, o engenheiro virou empresário e produtor, a ponto de ter ajudado na fundação da Associação dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), entidade que presidiu por 18 anos, até ser convidado para concorrer nas eleições municipais de 2008, como sucessor do então prefeito Oziel Oliveira.

A verdade é que, à época, Humberto não possuía representativi-dade política nenhuma. Sua bagagem era composta, tão somente, de vasta experiência no setor privado e dos anos em que liderou os grandes produtores rurais da região. Em miúdos: o homem escolhido por Oziel era um empresário e não um político. Quando recebeu o convite para ser candidato, é provável que nem Humberto, nem o casal Jusmari e Oziel, imaginassem que o empresário fosse tomar gosto pela política e se tornasse a liderança em que se transformou em tão pouco tempo.

Logo que foi eleito, Humberto optou pelos de sua confiança e tro-peçou e caiu algumas vezes antes de fazer a transição completa do empresário para o político. A bem da verdade, a postura sisuda do empresário em muito se diferenciava da imagem carismática e de forte apelo junto às camadas mais carentes típica de Oziel. Humberto não abriu as portas do seu gabinete para qualquer um. Escolheu a dedo quem teria livre acesso no seu governo. Criou rixas. Inimizades. Resistiu aos solavancos durante o primeiro ano de mandato susten-tado pelo argumento de “estar arrumando a casa”. Preferiu o silêncio, não se deixou abater com as críticas, quitou débitos deixados pelo antecessor e aos poucos começou a mostrar as características de sua administração.

Durante boa parte do seu primeiro ano de governo, Humberto rece-beu as mais fervorosas críticas de alguns vereadores e viu sua popu-laridade cair drasticamente, em especial no bairro Santa Cruz, o mais populoso da cidade. O pulo do gato se deu a partir da descoberta que o município precisava de projetos. Sem eles não viriam recursos e consequentemente as obras seriam escassas. A palavra projeto virou hit em todos os seus discursos e ele conquistou o respeito e a admi-ração nos gabinetes políticos de Salvador e Brasília.

No lançamento da campanha de sua reeleição, ironicamente con-tra aquele que o colocara na política, o atual deputado federal Oziel Oliveira, Humberto Santa Cruz mostrou seu prestígio: três secretários do governo de Jaques Wagner - Eduardo Salles (Agricultura), Wilson Brito (Integração Regional) e Carlos Costa (Indústria Naval e Portuária) – e os três adversários de sua primeira empreitada política em 2008 manifestaram apoio publicamente no palanque. Naquela noite, Santa Cruz declarou: “Estamos cada vez mais livres para dizer que nossa cidade é mais importante que nossas diferenças”. Assim caminha a nova liderança da política do Oeste, provavelmente de olho em uma cadeira do legislativo estadual ou federal.

mC.FÉLIX

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capaA FRÁGIL

SEGURANÇAPREVENTIVA DO

OESTEDA BAHIA

BarreirasVamos aos parques, postos de combustíveis, casas de shows e eventos, bares, boates; moramos em prédios com dois e até mais de 10 andares; levamos nossos fi lhos aos circos, estabelecimen-tos comerciais, restaurantes e nos sentimos protegidos, seguros. Mas será que esses estabelecimentos oferecem a segurança que deveriam para funcionar? E se acontecer um acidente, de quem é a responsabilidade? Do proprietário? Da prefeitura? Do Corpo de Bombeiros?

Em novembro de 2004, a Câmara de Vereadores de Barreiras aprovou a Lei 650/2004, instituindo o Código de Postura do mu-nicípio, como parte do conjunto de leis do Plano Diretor de De-senvolvimento Urbano (PDDU). O Código, que viria regulamentar direitos e obrigações quanto a higiene, costumes, segurança e or-dem pública, bem-estar coletivo e funcionamento das atividades econômicas do município, foi esquecido. Só recentemente, após vistorias realizadas pela prefeitura em seis casas de shows o Códi-go foi recuperado. O objetivo foi conhecer a realidade física e diag-nosticar as condições de funcionamento, uma vez que nenhum divertimento ou festejo público pode acontecer sem autorização prévia da prefeitura, explicou Maurício Fernandes Aguiar, secretário de Infraestrutura de Barreiras.

Embora o secretário revele vontade para garantir a segurança mínima nos espaços privados com eventos públicos, as condições para tanto são precárias. “A gente está solicitando a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) nas casas noturnas. Temos apenas quatro fi scais para conferir se o estabelecimento tem o laudo do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA). Eles não faziam isso, mas vão começar a fazer. Os bombeiros devem ser

Infelizmente, muitas tragédias precisam acontecer para que o

poder público tome ciência de seu papel de agente promotor e re-

gulador da segurança em espaços públicos e privados da sociedade. Recentemente, as prefeituras de

Barreiras e Luís Eduardo Ma-galhães começaram a dar uma

atenção especial ao assunto, sen-sibilizadas pela tragédia em Santa

Maria (RS). Barreiras tirou a poeira de um Código de Postura criado em 2004 e começa a colo-

car em prática e Luís Eduardo Magalhães prepara um decreto

com novas regras para a liberação de alvarás. Isso confirma a preca-riedade do nível de segurança que

havia. No entanto, mesmo com essas iniciatias, com as condições operacionais e materiais dos po-deres públicos e Corpo de Bom-beiros, a situação não vai mudar

muito no Oeste da Bahia.texto ANA LÚCIA SOUZA, ANTON ROOS E C.FÉLIX

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treinados para fazer essa fi scalização. Só quem está habilitado para isso é o Capitão Araújo. A gente vai passar a exigir a fi scalização dos Bombeiros. O Código de Obras permite que o alvará dependa da aprovação do sistema de combate a incêndio”, disse.

O próximo passo é propagar o Código de Postura através de cartilhas distribuídas aos cidadãos, para que todos conheçam me-lhor seus direitos e deveres. Trata-se de uma medida educacional. Depois, a prefeitura começará a fazer intervenções e estabelecer prazos para adequação necessária. Esse processo deve demorar no mínimo um ano. “Não podemos simplesmente fechar esses es-tabelecimentos. Serão dados os prazos legais para a solução de cada tipo de problema: o que é imediato, o que é de curto prazo, o que é de médio prazo e o que é de longo prazo. Nós pretendemos, pra ainda esse ano, começar a convocar a realização de um novo PDDU”, explicou Aguiar. Até lá, é torcer para que nenhum acidente ou tragédia aconteça. O alvará de funcionamento, de inspeção e laudos de segurança emitidos pelos órgãos competentes (Bom-beiros, Polícia Técnica, CREA, prefeitura) devem estar sempre em lugar visível. É direito do cidadão saber se um estabelecimento tem documentos que atestam o mínimo de segurança e se dispõem de equipamentos para uso em emergência.

Luís EduardoMagalhães

O Código de Postura do município de Luís Eduardo Magalhães foi instituído em 2004, assim como o de Barreiras. Sobre a licença para localização e funcionamen-to de estabelecimentos comerciais, diz o Código que o requerimento poderá ser indeferido caso o solicitante não apresente o certifi cado de órgão responsável pela prevenção de incêndios. E faz a ressalva: “se for o caso”. E, quando “foi o caso”, quem emitiu esse certifi cado entre 2004 e 2009, ano em que o subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Barreiras foi instalado? Aliás, não é prática corrente a corporação fazer fi scalização. “Só fi scalizamos quando somos solicitados”, disse o capitão Araújo, responsável pelo órgão em Barreiras.

Depois do ocorrido em Santa Maria, a prefeitura de LEM vem preparando um decreto – provavelmente mais rigoroso - para regulamentar a concessão de novos alvarás para os estabelecimentos comerciais da cidade. O documento, de acordo com a Promotoria do Município, está em fase de conclusão, mas não tem data para a publicação (a revista foi fechada em 17/03). “Temos de contar com o apoio e sensibilidade dos empresários que são proprietários de casas de shows na ci-dade”, disse o prefeito Humberto Santa Cruz. Ele lembrou o caso da liberação do Estádio Municipal, que só no último dia 13 teve aprovado o projeto de prevenção de incêndio emitido pelo Corpo de Bombeiros.

O número de restrições à abertura de novos empreendimentos aumentou signi-fi cativamente depois da tragédia no Rio Grande do Sul, adiantou o prefeito, acres-centando que, com o novo decreto, a fi scalização será ampliada. É uma medida de prevenção. Não quer dizer que a partir do novo decreto acidentes não venham a acontecer mais. Aliás, um incêndio em um depósito de material de reciclagem no dia 18 de fevereiro por pouco não se transformou em tragédia no bairro Santo Cruz.

O fogo começou por volta das 2h e se alastrou rapidamente. A equipe de bri-gada de incêndio local e voluntários retiraram os entulhos de lixo impedindo a propagação do fogo. Agiram rápido apoiados pela orientação do Corpo de Bom-beiros de Barreiras que, devido aos 90 km de distância, só conseguiu chegar ao local às 5h30. A situação já havia sido controlada e duas máquinas e carros-pipa trabalhavam no local.

Diogo Spengler, instrutor de brigada de incêndio e bombeiro em Posse, foi um dos responsáveis para que uma tragédia de maiores proporções não aconteces-se, coordenando a retirada dos entulhos e o resfriamento dos locais atingidos. Spengler auxilia o Plano de Auxílio Mutuo (PAM) de Luís Eduardo Magalhães, co-ordenado entre a prefeitura e a iniciativa privada (a exemplo de empresas como a Galvani, Bunge, ALE Sat e benefi ciadoras de algodão) para entrar em ação em situações de emergência.

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PROVIDÊNCIASO secretário de Infraestrutura de Barreiras, Maurício Fernandes Aguiar, diz que não pode sair por aí e simplesmente fechar os estabelecimentos: “Serão dados os prazos legais para a solução de cada tipo de problema”

EM LEMIncêndio que aconteceu em fevereiro, no bairro Santa Cruz, começou às 2h da madrugada e se alastrou rapidamente. O Corpo de Bombei-

ros instruiu a brigada de incêndio da cidade por telefone e quando chegou no local, às 5h30, a situação já havia sido controlada

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Corpo de BombeirosA depender do tráfego e do horário, o Corpo de Bombei-ros de Barreiras leva em média de cinco a dez minutos para se deslocar da sua sede provisória, no bairro Morada Nobre, até o centro, onde está localizada a maior parte dos esta-belecimentos comerciais da cidade. Algumas lojas, inclusive, oferecem alto risco de incêndio de grandes proporções, com possibilidade de perdas materiais e humanas.

O sugbrupamento de Barreiras é subordinado ao comando do grupamento da Chapada Diamantina,(distância). Desde sua implantação, há cinco anos, já atendeu aproximadamen-te 1,8 mil ocorrências no Oeste da Bahia. Mas as condições de trabalho são limitadas diante das demandas de toda a região.

A Corporação conta com duas caminhonetas, uma ambu-lância e dois caminhões. Um deles, de combate a incêndio urbano, está parado há um ano a espera de conserto. En-quanto isso, uma das caminhonetas é improvisada no lugar do autobomba quebrado, com um reservatório mínimo de 500 litros d’água. Geralmente um caminhão-pipa do 4º BEC ou da Prefeitura auxilia nas operações. “O caminhão que está quebrado é francês, da Renault, apresenta um pequeno pro-blema na bomba. O próprio técnico da Renault já esteve aqui em Barreiras e já diagnosticou. A peça não existe no mercado nacional e já estamos tomando medidas pra poder solucio-nar esse problema”, declara o capitão Araújo, comandante da corporação em Barreiras. Melhorou muito, avalia ele. Até o fi nal do ano eles devem mudar para a sede própria, no centro da cidade.

Faltalegislação O problema não é só local, é estadual. “Em Goiás o Corpo de Bombeiro olha a instalação da fi ação elétrica, capacidade de carga de incêndio. Aqui na Bahia não existe essa obrigatoriedade. Até o presente momento, não existe uma Legislação de Controle a Incêndio e Pânico”, diz Spengler. Na ausência de Corpo de Bombeiro e legislação específi ca, as normas se-guem as determinações do município, a quem cabe autorizar o alvará de funcionamento.

O controle de pânico e evacuação correta são fatores determinantes em situações de incêndio e podem ser comprometidos pela falta de treina-mento específi co dos seguranças. Em uma dessas situações de evacua-ção, por exemplo, correr não é a melhor alternativa. Pessoas podem cair e ser pisoteadas.

Também não adianta apenas ter extintores nas empresas se ninguém foi treinada a usar o equipamento. No entanto, depois do que aconteceu em Santa Maria, a venda de extintores passou de 150 unidades por mês para algo em torno de 300 a 350 por semana, declarou Gerson Moreira, proprietário de uma empresa que faz manutenção de extintores.

capa

NOVA SEDE Até o fi nal do ano a corporação vai mudar para o centro da cidade. Espera-se que, muito antes dessa data, o caminhão (do lado direito do capitão Araújo) autobomba, de marc estrangeira Renault seja consertado. Há um ano ele está sem funcionar

EFEITOSANTA MARIADepois da tragédia no Rio Grande do Sul, a venda de extintores passou de 150 unidades por mês para 300 por semana, disse o empresário da área Gerson Moreira

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No Brasil, no OesteA pesquisa divulgada pela National Fire Protection Associa-tion (NFPA), entidade que reúne os Corpos de Bombeiros dos Estados Unidos, elenca que haja de 0,5 a 2,7 bombeiros para cada mil habitantes. No Brasil, são 68.555 bombeiros, o que ainda não é suficiente para atender às demandas dos esta-dos, uma desproporção que contribui para uma sobrecarga no trabalho desses profissionais. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), apenas 11% dos mu-nicípios possuem Corpo de Bombeiros. O Distrito Federal é o que mais se aproxima da média considerada como ideal pela associação, com 2,5 bombeiros para a proporção estabele-cida. Quatro estados também atingem esse padrão: Amapá (1,3 para cada mil), Mato Grosso do Sul (0,5), Rio de Janeiro (0,9) e Roraima (0,5). No estado de Goiás existe um plano de expansão do Corpo de Bombeiros. “Todo município com população acima de 30 mil habitantes tem uma guarnição”, afirma o bombeiro Diogo Spengler.

A Organização das Nações Unidas (ONU) recomenda que haja pelo menos um bombeiro para cada mil habitantes. Se na Bahia temos 14 milhões de habitantes, o ideal seria ter-mos 14 mil bombeiros, mas temos apenas 2.260. Isso dá uma média de 0,16 bombeiro para cada mil habitantes. A média nacional, apesar de 0,3 bombeiro para cada mil brasi-leiros, é cinco vezes menor do que a registrado pelos Estados Unidos em 2011, com 1,53 bombeiro para cada mil habitan-tes. Se consideramos que o Oeste tem uma população média de 1 milhão de habitantes, teremos algo em torno de 0,0093 bombeiro para cada mil habitantes. O número é assustador.

Na Bahia são 15 grupamentos e cinco subgrupamentos para atender aos 417 municípios. Na capital, há apenas três grupamentos (Barroquinha, Simões Filho e Iguatemi), quando o necessário seria pelo menos 15. O número de viaturas exis-tentes na corporação também está aquém do recomendado pela ONU. São 98 para todo o Estado, enquanto a recomen-dação é de uma para cada grupo de 10 mil habitantes, o que significa que existe uma viatura para 150,5 mil habitantes. Mas tudo isso parece não sensibilizar efetivamente o poder público, que para só funcionar sob pressão.

ESTATÍSTICA ONUrecomenda

EUA,em 2011

BRASILem 2011

Veja o quadro de bombeiros nos EUA, no Brasil, na Bahia e no Oeste baiano. 1 bombeiro

para cadamil habitantes

1,53 bombeiros para cadamil habitantes

0,3 bombeiro para cadamil habitantes

BAHIA0,16 bombeiro

para cadamil habitantes

OESTE 0,0093 bombeiro

para cadamil habitantes

Desde sua implantação, em 2009, o efetivo passou de 33 para 93 bombeiros. Mais 14 devem chegar até 2014. “O nosso país não tem uma legislação específica. O Corpo de Bombeiros está tendo uma devida atenção agora, em muito por conta dos últimos acontecimentos. Existe uma evolução muito grande dos bombeiros no Brasil, no nosso estado. E nossa cidade também não fica pra trás”, conclui o Capitão Araújo.

Apesar dos avanços e da vontade da corporação em prestar o melhor serviço, as condições de trabalho são de-ficientes. E em vários aspectos. Apenas o capitão Araújo tem aptidão para fazer fiscalização e o subgrupamento não tem autoescada nem carro-pipa próprio.

FONTE: IBGE, CORPO DE BOMBEIROS, ONU, ABNT E NFPA

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De placa!Às vésperas da Copa das Confederações, um lance de futebol nos brejos da Barra não é somente um lance de futebol. É o fl agrante da manifestação do desejo, do grito, da liberdade. É a elasticidade de um futuro incerto, mas vibrante e alegre. É como se já antecipasse um gol. Mas não um gol qualquer. Um gol de placa!

umlugar especialOeste

foto RUI REZENDE

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Renunciar ao sonho,

Escritor paraibano, autor do “Auto da Compadecida”, condiciona a vida ao exercício permanente do sonho, reclama da autoria egoísta e perniciosa da arte e

diz que é um plagiador liberal: “um verso que me toca eu roubo”.texto/fotos CÍCERO FÉLIX

cultmúsica, cinema, artesanato, agenda,

literatura...

Onunca!

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O ideia de autoria egoisticamente individual na arte é muito perniciosa para a arte. Eu co-nheço poucos escritores brasileiros capazes de revelar a fonte como eu revelo. Eu digo, eu roubei de fulano, sicrano...”

Os desvarios, as quimeras voltam com Dom Sebastião, que sofreu de extemporaneidade heroica, inoportunidade épica, como diz Aria-no. Aliás, aposta ele que Dom Quixote, do es-panhol Miguel de Cervantes, foi inspirado em Dom Sebastião. “E a gente herdou o sebas-tianismo também. Antônio Conselheiro era sebastianista. O sonho é maior que a realida-de desse mundo. A realidade e a razão man-dam a gente fi car em casa. A gente tem que ser movido pelo sonho. Isso é verdade até do ponto de vista político. O grande sonho da humanidade, do ponto de vista político, é um regime no qual se unem e se fundem a justiça e a liberdade (aplausos). A única coisa que critico em Dom Quixote, que eu critico em Cervantes, é o capítulo em que Dom Qui-xote renuncia ao sonho. Isso nunca! Eu ainda vou reescrever o fi nal de Dom Quixote. Olha o atrevimento (risos)!”

Neste momento, Ariano enfatiza seu bom humor para lidar com o assunto contando uma poesia. Eram dois loucos. Um passa pelo outro e escuta: “Não vai bater continên-cia, não?”. E ele para, volta-se e pergunta: “E quem o senhor pensa que é?” “Napoleão Bonaparte, comandante Napoleão Bonapar-te”, respondeu. “E quem lhe nomeou?”. O ou-tro pensa, pensa, e responde: “Jesus Cristo”. “Euuuuuu”!”, espanta-se o outro louco (risos).

Para concluir, diz que detesta viajar. “Mas eu vou. Eu meti na cabeça... é uma coisa pre-tenciosa e por outro lado é cômica. Eu meti na cabeça que o povo brasileiro me encarregou de uma missão: defender a cultura brasileira. Por isso eu vou...”. Esse ir, esse transitar, essa batalha quixotesca que ele assumiu, inevita-velmente lembra Dom Sebastião, através de Fernando Pessoa ao rei português: “Louco, sim, louco, porque quis grandeza / Qual a Sorte a não dá (...) / Sem a loucura que é o homem / Mais que a besta sadia, / Cadáver adiado que procria?”, encerrou, enfatizando que não quer ser um cadáver adiado. E muito coroado de rosas infecundas. “A gente tem que ser movido pelo sonho”.

romancista e dramaturgo, Ariano Suassuna, autor do “Auto da Compadecida”, continua irreverente aos 85 anos. Indiscutivelmen-te, é um perseverante cavaleiro protetor da cultura brasileira, sobretudo a nordestina. Já foi chamado por uma jornalista do Recife de Dom Quixote arcaico a investir contra os moi-nhos de vento da globalização. Em recente aula-espetáculo realizada no auditório da Es-tação Ciência, em João Pessoa (PB), respon-deu: “Invisto, invisto e investirei até morrer! A globalização não vai poder comigo, não. Ela só pode com quem dá importância a ela, e eu não dou, não. Não dou a menor importân-cia. Eu vou dar importância a esse pessoal da comunicação que fi ca exaltando uma imbecil como a Lady Gaga?”.

O assunto principal era o centenário do livro “Eu” do paraibano Augusto dos Anjos, mas Ariano foi além, acabou dando uma aula em defesa da vida, “vida, louca vida”. E a morte foi recorrente em quase toda a sua fala. “Deus, que eu morra no palco... não me coroem de rosas infecundas”, declamou, lembrando o poeta Alvares de Azevedo que, assim como Augusto dos Anjos, morreu muito jovem, com 21 anos. Até na hora da morte Al-vares desejou fecundidade, criação, vida, so-nho: “não me coroem com rosas infecundas”.

Aliás, os cristãos traduziram a palavra gre-ga daemon equivocadamente, reclamou. Da-emon é o poder criador do poeta, do artista, do pintor; não o demônio que supuseram. Disparou sobre a poesia conceitual: “Eu te-nho horror! Eu gosto de poesia doida, meio absurda e baseada em imagem. A poesia que não tiver imagem, não é poesia”. Para ilus-trar, citou um trecho da poesia “Versos ínti-mos” de Augusto dos Anjos: “Vês! Ninguém assistiu ao formidável / Enterro de tua última quimera. / Somente a Ingratidão – esta pan-tera – / Foi tua companheira inseparável!”.

A pantera augustiana que aparece no po-ema a fi car a espreita, aterrorizando ainda mais a solidão, a despedida; é uma imagem muito forte para Ariano. “Eu já plagiei essa pantera não sei quantas vezes. Sou um pla-giador liberal. Essa pantera de Augusto dos Anjos eu já usei direto (risos). Como eu uso também... quando eu pego uma poesia po-pular, um verso que me toca eu roubo. Essa

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cultcultartesanato

Luz,carranca,

ação!Depois de acumular prêmios no Brasil e exterior e participar de 28 festivais em seis meses. Produtores de Menino do Cinco (2012), primeiro curta metragem baiano a

conquistar o mercado externo, preparam fi lme com roteiro tendo como pano de fundo as famosas carrancas de Mestre Guarany, um dos escultores mais representativos da

cultura ribeirinha do Velho Chico.texto ANTON ROOS foto CÍCERO FÉLIX

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arcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira se conheceram na faculdade. Um cursava filosofia, o outro psicologia. Movidos por interesses semelhantes, participaram dos mesmos projetos extra-curriculares e logo não demorou para ambos se envolverem em trabalhos ligados a Organizações Não-Governamentais (ONGs). Daí o gosto pela sétima arte. “A gente trabalhou muito com o tercei-ro setor fazendo vídeos institucionais. Mas, como nós dois tínhamos uma bagagem de antropologia, filosofia, sempre imaginávamos coi-sas diferentes daquele lance de militância. A gente sempre tentava subverter”, recorda Wallace, em meio ao trabalho de produção do curta-metragem de ficção “Carranca”, segundo filme da dupla e que deve estreiar nos festivais europeus em julho.

Subversão, aliás, talvez seja a palavra mais apropriada para traduzir a impressão que se tem ao assistir pela primeira vez Menino do Cinco (2012), primeiro filme da dupla. Com uma carga psicológica intensa, o curta aborda os conflitos sociais entre classes sociais diferentes, tendo como protagonistas as crianças. Somente em sua estreia, no 40º Fes-tival de Gramado, em agosto do ano passado, o filme levou os prêmios de melhor filme, melhor filme do júri popular, melhor ator (dividido entre Thomas Vinícius de Oliveira e Emanuel de Sena) e melhor roteiro (Marcelo Matos). Menino do Cinco abocanhou ainda o prêmio aquisição do Canal Brasil e o do júri da crítica e foi o primeiro filme de ficção dos dois diretores baianos a roubar a cena, ganhando seis dos 14 prêmios de sua categoria. No exterior o filme concorreu em festivais na Eslová-quia, Escócia, Peru, Cuba, Chile, México, França.

No novo filme o conceito é diferente. Se por um lado resgata e até presta homenagem àquela que talvez seja a maior expressão artística oriunda de Santa Maria da Vitória: as carrancas, eternizadas pelas mãos do Mestre Guarany, que ao longo dos seus 103 anos produziu cerca de 80 carrancas, muitas delas adorno para as proas de embarcações, utilizadas até meados da década de 1940, antes da legislação proibir a navegação à vara e remo por considerar como trabalho semiescravo, por outro, tem um caráter mais cultural. “Em Salvador, nossa referência quando o assunto é carranca sempre foi cabelo preto liso e boca grande. Aqui, conhecendo o pessoal que lida com isso percebemos muitas coisas interessantes sobre as carrancas. O lance da relação da cabeleira com as corredeiras do rio, a alma da carranca, quando o carranqueiro dá vida a uma madeira que aparen-temente não serve pra nada”, enaltece Wallace.

As filmagens de “Carranca” estão previstas para o mês de março. A ideia é estar com tudo pronto até o meio do ano. Até lá a dupla con-tinua a colher os frutos do primeiro. Em seis meses de lançamento, Menino do Cinco, foi exibido em 28 festivais no Brasil e no exterior. A mudança de gênero entre um filme e outro, aparentemente não preocupa. Marcelo conta que para o segundo filme houve uma di-minuição da carga psicológica. “Estamos trabalhando sob uma pers-pectiva mais cultural, a matéria prima tem mais a ver com a tradição. O “Menino do Cinco” é um pouco diferente porque a matéria de tra-balho dele é uma questão social. Você tem uma criança que é rica e uma criança que é pobre. O que liga os dois filmes é a maneira como você vive. No primeiro, a matéria que a gente usou foi as diferenças de classe, um ambiente urbano. A gente precisava chocar e mostrar o lugar em que a gente vive; já Carranca a gente se desloca pra um lugar que a gente não vive”, explica.

m

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CD

CINEMA

TESS: Tess

Os gaúchos da Tess, liderada pelo vocalista e guitarrista Daniel Tessler lançam neste mês de março seu primeiro full lenght. O disco gravado em 2011, foi masterizado no famoso estúdio Abbey Road em Londres. A atual formação da banda conta ainda com o baixista Saymond Roos, o guitarrista João Augusto Lopes, conhecido como Jojô, e o baterista Rodrigo Fischerman. O disco apresenta a típica sonoridade do rock de Porto Alegre, ora com passagens inspiradas no velho TNT e até no Garotos da Rua, ora soando como um Cachorro Grande com o freio de mão puxado. A abertura com “Porque você não está aqui” e “Novas cores”, esta uma quase homenagem ao Muse, “Saudade” e o primeiro single do disco, também escolhida para vídeo clipe, “Tamo junto”, valem a bolacha.

MACHU PICHU: Tony Belotto

Quando não está em cima do palco com a guitarra que dá vida a música do lendário Titãs, Tony Bellotto ataca de escritor. Em seu mais recente livro, oitavo da carreira de escritor, Machu Picchu, Tony usa como cenário o Rio de Janeiro. Depois do policial Bellini e a Esfi nge, que foi parar nas telonas do cinema, agora o guitarrista escritor opta pela comédia. Ao longo de suas 120 páginas Bellotto cria um divertido painel da nova família brasileira, desconjuntada e esquizofrênica como costumam ser as me-lhores famílias. Com seu tabuleiro montado, o autor transforma o jantar de aniversário de casamento num acerto de contas cômico e frenético, um grande teatro do absurdo, tão surpreendente quanto próximo de todos nós.

Estreou nos cinemas um dos recordistas de indicações do Oscar 2013. Lincoln, de direção do ótimo Steven Spielberg, é baseado no best-seller vencedor do Pulitzer Team of Rivals e foca na luta do 16º presidente americano pela votação da emenda constitucional que acabaria com a escravidão nos

cultcultagenda

SPIELBERG, DAY-LEWISE UM GRANDE PRESIDENTE

LIVRO

EUA. A questão da abolição da escravatura é um dos motivos da guerra civil que dividiu o Norte e os Estados Separatistas do Sul e que durou quatro anos. A trama se desenvolve no ano de 1985, último ano da guerra da Secessão, e se sustenta em cima da sua força de estrategista político de Lincoln e do dilema moral de acabar com a guerra ou estender um pouco mais o confl ito. Com um elenco de primeira e a dire-ção impecável de Spielberg, o grande destaque do fi lme é, sem dúvidas, a atuação de Daniel Day-Lewis que dá vida ao Lincoln sem precedentes. A forma como o ator se move, articula um discurso e conta uma história mostra um Lincoln culto, cativante e vergado sob o peso da guerra e do momento político do País. Não foi por menos que Day-Lewis levou a estatueta de melhor ator pra casa. O fi lme também faz uma série de metáforas em cima da política ame-ricana, com uma clara mensagem para o presente, uma característica presente em alguns dos fi lmes de Spielberg. Se no fi lme há um País dividido pela guerra, a questão crucial da abolição da escravatura e um presidente reeleito com o desafi o de por ordem no caos; e em 2013 temos um País abalado pela crise econômica, o drama do sistema de saúde americano e Barack Obama em seu segundo mandato.

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texto MÔNICA ZANOTTO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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MÚSICA

No sábado, 30 de março, acontece o 1º Encontro de Carros e Motos da Toca Club, na Toca do Urubu em Luís Eduardo Magalhães. As bandas Massay e Cherry Nipples, de Brasília, fazem o som com muito rock’n roll e o DJ MarsCiano fecha a noite nas pick-ups.

A temporada do Marte Comedians está aberta! O Toca Club, em LEM, recebe três shows em abril para a galera rachar o bico: no dia 7, Edson Duavy (Pretinho Básico), no dia 13 é a vez de Os Carai e no dia 21 o show de mágica e ilusionismo Hipnomagic.

O comediante Thiago Carmona, campeão do concurso de stand-up comedy do programa Tudo É Possível da Rede Record, faz um show inebriante no Hotel Solar das Mangueiras, em Barreiras, no dia 5 de abril.

O ex-beatle Paul McCartney se apresenta em Goiânia no dia 4 de maio. O show acontece no estádio Serra Dourada e faz parte da turnê mundial “On The Run”, que comemora os 40 anos do lan-çamento do álbum “Band On The Run”, de Paul com a banda Wings, após os Beatles.

SE LIGA!

Além do título de capital do agronegócio, Luís Eduardo Magalhães, aos poucos, parece reivindicar para si a alcunha de capital do sertanejo no oeste baiano. Prova disso são os shows de Zezé di Camargo e Luciano, que aconteceu no dia 16, o de Michel Teló, dia 23, e o de Bruno e Marrone, 24 de maio. Enquanto os irmãos Camargo vem à cidade para dar continui-dade a turnê em comemoração os 21 anos de carreira, Teló chega com status de celebridade, embalado pelos hits “Ai se eu te pego” e “Fugidinha”. Esses shows, no mínimo, confirmam que a população de Luís Eduardo Magalhães realmente caiu no gosto do sertanejo.

Só dá sertanejo

NO PALCOLEM confirma gosto musical com série de shows de grandes estrelas do sertanejo: Michel Teló (da esq. para direito, sentido anti-horário), Zezé di Camargo e Luciano e Bruno e Marrone

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Tizziana Oliveira CONECTADOe-mail: [email protected]: [email protected]:facebook: tizzianaoliveira

twitter: @tizzioliveira

Gelo, Limão e Açúcar

ME CAIU OS BUTIÁ DO BOLSO...Determinada, independente e segura: Mulher Alfa! Você já ouviu falar em mulher alfa? Sou atentada a escrever sobre esse modismo “mulher alfa”. Ela agora está no controle. A Mulher Alfa é sábia. Pilota sem medo um conversível furioso, passando rímel enquanto faz uma baliza perfeita. Sim, as mulheres alfas um dia farão com que a Terra seja conhecida como “planeta rosa”, ao invés de planeta azul. Elas assumi-ram a presidência, a direção, os campos de futebol, os ringues e qualquer lugar antes só destinado aos homens, mas nunca, por nada, abrirão mão de sua feminilidade. Sua promessa é trazer a harmonia de volta aos relacionamentos.

A bela baiana, Angélica Bruschi Cappellesso, 21 anos, posou em ensaio fotográfi co para Kika, e não poupou pose para mostrar a sua beleza. “Sou muito sonhadora, gosto de pensar no meu futuro profi ssional. O mais importante hoje é terminar a faculdade de medicina e depois começar a residência médica”, ressalta Angélica. Ela mora em Porto Nacional há três anos, cursando o 7º período de Medicina na ITPAC. “Adoro maquiagem, calçados, shorts e brincos; e estar por dentro das tendências, mas só sigo aquilo que combina comigo”, disse Angélica.

Talentosae sonhadora

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Diário de Bordo:um ano juntos! Radiante está o casal Diego Lauck Mariano, gerente do Hotel Saint e Camila Souza Carvalho, dentista, que completou um ano de namoro no dia 8 de março. Eles gostam de fi car em casa com a família, sair com amigos e curtir o namoro. “Nosso relacionamento é maduro, divertido, tranquilo, moldado com respeito e amor! Camila é uma mulher muito especial”, disse Diego.

À esperade EnzoEnzo Lucas é o nome do primeiro fi lho do casal Graziele da Costa Cerentini e Felipe Lemos Moreira. A futura mamãe está radiante. O parto está previsto para meados de março. A fotógrafa Helena Ogrodowczyk fez o book de Graziele. “Minhas paixões atualmente são minha família, meu marido e meu bebê que está pra nascer”, disse Grazi.

Tal pai, tal filho! Pedro Ribeiro (Cajuru), o pai coruja de Otavio Augusto

Almeida Ribeiro, torcedores do São Paulo, posaram para a lente de Helena Ogrodowczyk. Os hobbys de

Pedro são “carros” e “colecionar games antigos”.

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REPRODUÇÃO

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Tânia e Ubirajara

social

Adlaci,Ana Dark e GabrielaVinícius e Hélio

Caroline Pazzini

Bruna e Daiara

Anick e Felipe Coxa

Nelson e Dirlei Padovani, Gilka e Balbino

Eric, Anne, Maxsuel e Sara

Bartira e Humphrey

Rafael e Fabiola

Cristiana e Bartira

Gabriela Marcela Pimentel e Marna Rêgo

Maria e Célia Kumagai

Sergio e Rosana

Aderlan Messias

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social

Fred e Carina

Renata Guimaraes e Renata Battistella

Carin, Neiva, Claudia e Aline

Rayssa e Joyce

Carina e Fred

Edna, Gilza e Lurdinha

Rute e Jovi

Marcia e Tania

Kleiry, Carol e Klecio

Anderson, Lucimara e Patricia

Marcos e Fernanda

Marcia e Ligiani

Jessica

Paula, Alessandra, Aparecida e Neto

Marina e Francisco

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Humor

por Júlio Cé[email protected]

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