Revista Alpha Destaque 01

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Fernanda Machado

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fernanda Machado mostra que é sempre possível se reinventar,

em inúmeros aspectosPor Amauri Eugênio Jr. Fotos Assessoria de Imprensa

versatilidadeem cena

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ma das premissas para um ator ou para uma atriz é se reinventar, com maestria (seja em relação à carga emocional de seu personagem, no meio em que o seu trabalho será veiculado - cinema, televisão, teatro -, ou no que diz respeito à apa-rência; não importa). Talvez seja até mesmo importante, para o ator, ter um pou-co da essência camaleônica de David Bowie em seu ser ou, até mesmo, “ser uma metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, como Raul Seixas, o “Maluco-Beleza”, cantou um dia. Não poderia ser diferente com Fernanda Machado, obviamente.

Dona de um sorriso estonteante, a atriz global, natural de Maringá, cidade localizada ao norte do Paraná, é um dos nomes mais expressivos da dramaturgia brasileira, contemporaneamente. Além de ser um dos rostos mais conhecidos da geração atual na televisão, ela também tem participa-ções expressivas no teatro e no cinema. Que tal conhecermos melhor a trajetória dela, desde os primeiros trabalhos até os papéis de grande repercussão na televisão?

O início da carreiraFernanda Arrias Machado nasceu em 10 de outubro de 1980, em Maringá, no Paraná. A exemplo de muitos jovens que decidem qual carreira seguir pela vida inteira ainda na adolescência, sua vida cênica começou, para valer, aos 12 anos. “Sempre estive em contato com o teatro. Desde criança, eu gostava de subir nos palcos de apresentações escolares, gostava de me maquiar e de fingir que eu era outra pessoa. Enfim, o universo teatral sempre esteve presente em minha vida. Quando decidi que queria me profissionalizar, saí de Maringá cedo e fui estudar Teatro em Curi-tiba [na Faculdade de Artes do Paraná, a FAP]”, comentou a atriz. Assim como inúmeras pessoas que não imaginam exercer nenhuma atividade exceto aquelas das quais gostam, de fato, Fernanda Machado não imagina fazer nada que “fuja” da atuação. “Lá [na FAP] me formei, fiz algumas peças com grandes diretores, trabalhei com Teatro Empresarial; en-fim, nunca me imaginei fazendo outra coisa!”, explicou.

TelevisãoA transição de Fernanda Machado não foi fácil, isto é um fato; no entanto, era questão de tem-po para que acontecesse (e a chance chegou, a partir de um convite, para ingressar na Rede Globo). “Fui convidada por um produtor de elenco para fazer um teste, e vim para o Rio de Janeiro fazê-lo”, explicou a atriz.Pois bem, como era de se esperar, ela foi aprovada no teste de elenco. Seu primeiro papel na tele-visão foi o da forte e determinada Sonya, na novela “Começar de novo”, de 2004 (logo de cara, ela contracenou com atores do nível de Marcos Paulo, Eva Wilma e Antônio Abujamra); e, em seu trabalho seguinte, na novela “Alma gêmea” (2005), ao interpretar a ambiciosa Dalila e que, com o desenrolar da trama foi se regenerando. Sobre o fato de ter de se preparar para interpretar per-sonagens com estilos e características tão díspares, Fernanda disse que é exatamente essa a parte interessante. “Ser ator é interessante justamente por isso, pois você pode ser pessoas diferentes em tra-balhos variados. Eu gosto de bons personagens, independentemente de serem mocinhas ou vilãs, pois cada personagem tem sua complexidade”, explicou a atriz.Seu trabalho seguinte em telenovelas foi em “Paraíso Tropical”, de 2007, na qual interpretou a resoluta

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diferentes em trabalhos variados.

Eu gosto de bons personagens,

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e sofrida Joana, que foi seu primeiro trabalho de grande repercus-são, além de ter sido muito elogiado pelo público e pela crítica, em virtude de a carga dramática inerente à personagem. Por conta de inúmeras cenas com forte carga emocional em que Joana foi en-volvida, a atriz chegou a passar mal e a chorar após o término de gravações (como, por exemplo, na fase em que sua personagem havia descoberto não ser fi lha de Heitor, interpretado por Daniel Dantas, mas do clássico cafetão Jader, do ator Chico Diaz). “A verdade é que o ator absorve um pouco daquele energia. A pre-paração para uma novela exige um ano inteirinho de dedicação e, como o processo de construção é intenso, [você] acaba entrando um pouco naquela história [neste caso, especifi camente falando, de Joana]”, explicou Fernanda Machado.Posteriormente, na minissérie “Queridos amigos” (2008), que abordava os desdobramentos nas vidas de amigos que lutaram contra o Regime Militar após alguns anos, ela havia interpre-tado a sensual Lorena, aluna de pós-graduação em Literatura que se apaixona e mantém relacionamento com seu orienta-dor da dissertação de mestrado; e também interpretou a im-pulsiva e temperamental Laís, na novela “Caras e bocas”, de 2009. Recentemente, fez participação especial ao viver a per-sonagem Luciana, na novela “Insensato Coração”. Na trama, Luciana era noiva de Pedro (Eriberto Leão) e, após acidente de avião, a personagem morreu.

Cinema e TeatroComo havia sido explicado anteriormente, o trabalho de um ator requer, em sua essência, se reinventar, seja em âmbito físi-co ou psicológico, para poder se preparar para os mais variados papéis e fugir do lugar-comum. Para você ter uma ideia do quão negativo é para um ator não se reinventar, certa vez, o diretor de fi lmes western spaghe� i Sergio Leone havia declarado que gos-tava de Clint Eastwood (atualmente, um aclamado diretor de cinema) porque ele tinha somente duas expressões faciais: uma com o chapéu e outra sem ele.Pois bem, o caso de Fernanda Machado é completamente o oposto ao de Eastwood na fase western de sua carreira. Não foram raras as vezes em que ela mostrou saber se adaptar a inú-meras situações e características inerentes às suas personagens (vide os cases de Sonya, em “Começar de novo”, Joana na novela “Paraíso Tropical” e Laís em “Caras e bocas”); logo, ela também o faz com maestria em outros meios de veiculação artística.

Na “sétima arte”, ela fi cou marcada pelo papel de Maria, no longa “Tropa de Elite” (2007), dirigido por José Padilha e eternizado por Wagner Moura. Na trama, Maria era estudante de Direito e coordenadora de uma ONG em uma comunidade carente, e teve relacionamento com o policial do Matias, interpretado pelo ator André Ramiro. Ainda naquele mesmo ano, ela também par-ticipou do fi lme “Inesquecível”, co-protagonizado por Murilo Benício e por Caco Ciocler. No Teatro, que é o seu “local” de formação, ela já participou de inúmeras peças. Entre elas, podem ser citadas as peças “Mente mentira”, escrita pelo dramaturgo estadunidense Sam Shepard, que também contou com Malvino Salvador no elenco. A trama tinha como mote a separação de um casal que, após o rompi-mento, retornam às casas dos pais; e também é obrigatório citar “O beijo no asfalto”, de Nelson Rodrigues.Não é segredo que, para todo ator, interpretar um personagem criado por Nelson Rodrigues é uma honra indescritível; e Fer-nanda o fez. Na trama, ela interpretou Selminha, mulher de Arandir, que teve sua vida devastada após a ação de um repór-ter e de um policial corruptos para destruir sua honra. “Foi uma honra fazer a Selminha, que é uma personagem rica e confl ituo-sa”, explicou a atriz.Não importa se a interpretação de um personagem será no cine-ma, na televisão ou no teatro; tampouco se o ator irá interpretar um “mocinho” ou um vilão. O ator e a atriz tem de se reinventar e buscar novas soluções e características a cada momento; e Fer-nanda Machado o faz com precisão. “São universos diferentes. No cinema, você tem acesso ao que vai acontecer com o per-sonagem do início ao fi m; e a novela é uma construção diária, por meio do olhar do diretor e do feedback do telespectador”, fi nalizou Fernanda.

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Na foto acima, Fernanda Machado (à direita) aparece ao lado de Paola Oliveira (à esquerda) e de Eriberto Leão (centro). Na foto ao lado, com Deborah Evelyn. Elenco da novela Insensato Coração.