Revista Arquitetura & Aço 27

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Soluções rápidas ARQUITETURA AÇO ARQUITETURA AÇO & Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 27 setembro de 2011 Uma publicação do Centro Brasileiro da Construção em Aço número 27 setembro de 2011

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Soluções rápidas

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Em construçõEs tEmporárias, e muitas vezes emergenciais, o menor tempo de execução da obra com a consequente antecipação da entrega para o usuário da edificação são fatores fundamentais. Neste sentido, os sistemas industrializados em aço têm se mostrado imbatíveis enquanto solução técnica. Como é característico de qualquer construção em aço, os elementos componen-tes da estrutura são executados em fábricas e apenas montados no canteiro de obras. Este aspecto é o principal aliado na rapidez da execução.Para esta edição de Arquitetura & Aço, selecionamos obras com características diversificadas, algumas de curta duração e outras sem prazo definido, e ainda soluções que são montadas diversas vezes em diferentes locais. Em comum, o curtíssimo prazo de execução.Mostramos o aproveitamento criativo dos contêineres de aço, no Brasil e na Container City, criada em Londres a partir de 2001. Trazemos, também de Londres, as propostas de grandes mestres da atualidade, com vigor e muita criatividade, para os pavilhões temporários de verão da Serpentine Gallery: arquitetura em aço por Oscar Niemeyer, Jean Nouvel e Zaha Hadid. Soluções diversas para as mais variadas necessidades, como as tensoestruturas presentes no Morro da Urca, no Rio de Janeiro, e nas tendas da Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP); ou o inovador projeto de Postos Comunitários de Segurança (PCS), do arquiteto brasileiro Sérgio Parada para a capital federal, e, ainda, um elegante bar de linhas insólitas, estruturado em steel framing e reves-tido com aço inox, projetado pelo escritório BCMF Arquitetos para a Casa Cor Minas Gerais 2010, em Belo Horizonte.Para atender à crescente demanda nos aeroportos brasileiros, os denominados “módulos operacionais” permitem a ampliação rápida das alas de embarque e desembarque, além de oferecerem conforto e segurança aos passageiros em trânsito, enquanto as soluções definitivas estão em projeto ou em execução.O aço também foi um grande aliado durante a turnê mundial da banda irlande-sa U2, quando os shows tiveram dia e hora para começar. A partir da criação do arquiteto Mark Fisher, os músicos contaram com um palco inédito, que possibi-litou à plateia uma visão geral do show.Por fim, outro exemplo que ilustra as vantagens do sistema pré-fabricado em aço é o canteiro de obras da construtora Andrade Gutierrez na Argélia. Montado em apenas dois meses, serve de abrigo e apoio aos funcionários envolvidos na obra.Boa leitura!

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sumárioFoto da capa:

Bar da Casa Cor – Minas Gerais

Arquitetura & Aço nº 27setembro 2011

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24. 28.04. 10. 32.

04. Contêineres servem como soluções criativas para moradia e comércio, entre as quais a loja Decameron, em São

Paulo, dos arquitetos Marcio Kogan e Mariana Simas. 10. Soluções arrojadas com o uso de estruturas tensionadas

no Morro da Urca, Rio de Janeiro, e nas tendas utilizadas como cobertura da FLIP, em Paraty.14. Arquiteto Sérgio

Parada cria Postos Comunitários de Segurança na capital federal, a partir de módulos pré-fabricados. 16. Bar da

Casa Cor Minas Gerais 2010 exibe partido elegante, construído em steel framing. 20. Módulos operacionais

em aço atendem à necessidade emergencial dos aeroportos brasileiros. 24. Turnê mundial da banda U2 apresenta

palco executado com estrutura em aço que possibilitou visão 360º. 28. Em Londres, os pavilhões da Serpentine Gallery

aliam aço e criatividade. 32. Módulos pré-fabricados compõem as instalações de canteiro de obras na Argélia.

ENDEREÇOS 34

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ecoeficiente

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Extrapolando o uso dE transportE dE produtos, contêinErEs dEixam os portos para assumirEm novas tipologias ecoeficiente

Decameron Design, instalada em São Paulo. Loja colorida, alegre, arejada e eco-friendly

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Casas Confortáveis e Cheias de estilo, prédios e escritórios esbanjando charme são apenas alguns dos usos criativos dos contêi- neres. As grandes caixas que transportam produtos para o mundo inteiro por via marítima são nobres e duráveis, fabricadas com cha-pas de aço de maior resistência à corrosão para resistir à maresia.

Algumas das vantagens desta nova tendência de reutilização é o baixo custo, tempo de obra reduzido, além do grande benefício ambiental, visto que toneladas de aço são reutilizadas sem neces-sidade do reprocessamento do material. Outra característica notá-vel é a facilidade de montagem e desmontagem, como se fossem “peças de Lego gigantes”.

Utilizados como abrigos temporários por países que passaram por guerras ou desastres naturais, a arte de reinventar essa estru-tura fez adeptos no Brasil.

A Decameron Design, instalada em um dos maiores polos de decoração de São Paulo, a Alameda Gabriel Monteiro da Silva, tam-bém apostou no conceito a partir da proposta dos arquitetos Marcio

Kogan e Mariana Simas, do Studio MK27. A obra foi implantada em um terreno de 540 m2, com área construída de 240 m2.

Para a montagem do estabeleci-mento, foram necessários seis volumes que, soldados, formaram uma espé-cie de túnel com pé-direito duplo, que dá acesso a um jardim, nos fundos. A aplicação na parte interna de manta de lã de rocha, também revestida por chapas de MDF, garante o isolamento termoacústico. Recursos arquitetôni-cos naturais adotados, tais como o uso da ventilação cruzada, facilitam ainda mais o controle térmico. A loja também chama a atenção pelas cores vibrantes e iluminação natural na entrada.

Acima, a proposta do Studio MK27 foi criar um pé-direto duplo numa das áreas da loja. Os contêineres no formato de túnel permitem um passeio pelos itens da loja e depois um descanso no jardim dos fundos. Ao lado, uma das lojas da franquia Container Ecology Store, que também segue a proposta ambiental de reutilização das grandes caixas metálicas. Abaixo, a American Oil, no Sul do país, investiu no seu próprio projeto ao utilizar o contêiner como escritório para rede de postos de gasolina

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Outro empreendimento que também chama a atenção pelo uso das caixas de aço é a Container Ecology Store, criada pelo empresário André Krai, que dirige uma franquia de lojas desenvolvidas com o uso desses volumes. A ideia veio de uma viagem a Cingapura, onde viu uma ação de marketing realizada numa grande caixa metálica. Ao chegar ao Brasil, descobriu que poderia concretizar sua proposta a partir da reutilização de contêineres e decidiu investir nesta ideia para estruturar sua empresa.

Assim como em qualquer obra, o uso do contêiner para moradia ou fins comerciais requer instalações complemen-tares, como elétrica e hidráulica, bem como proteção térmica e acústica. No caso da proteção térmica, esta é feita por meio de mantas isotérmicas que bloqueiam a passagem do calor. O conceito de sustentabilidade é ainda esten-dido a outros materiais. Na área interna da Ecology Store, por exemplo, além do reaproveitamento de contêineres com mais de 20 anos de uso, também é possível encontrar araras montadas com corrimãos de ônibus. “A partir de 2012, todos os projetos contarão com captação e utilização de energia solar”, conclui o empresário.

Butique verde

A American Oil, fornecedora de combustíveis do Sul do país, contratou o arquiteto Bruno Faria para realizar a proposta de usar contêineres como edificação de apoio às bombas instaladas na pista. A unidade comprada no porto de Santa Catarina possui 2,8 m de altura, 2,4 m de largura e 12 m de comprimento. Segundo o arquiteto, após adaptado, abriga um escritório para duas pessoas, dois lavabos e um depósito de produtos comercializados no posto. Antes de chegar ao local, além de receber pro-teção termoacústica e acabamentos internos, e ainda instalações elétricas e hidráulicas, as caixas foram encaminhadas para uma empresa especializada em esquadrias. Patenteado, o projeto deve agora se esten-der a outras cidades daquela região.

edificação de apoio

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Em Londres, na Inglaterra, o contêiner é usado nos mais diversos tipos de pro-jetos, desde salas de aula, empresas, prédios residenciais e aconchegantes chalés. A Container City, idealizada por Eric Reynolds, da Urban Space Management, é um exemplo. Iniciou em 2001, com apenas um prédio for-mado por 12 conjuntos, montados em apenas cinco meses. A ideia agradou e, em 2003, foi instalado outro andar com mais três apartamentos. Hoje, o local virou uma cidade multicolori-da, ecológica e barata no Trinity Buoy Wharf, em Docklands, região portuária e industrializada de Londres, onde os contêineres são encontrados com faci-

lidade. (a.M.) M

container city: cidade sustentável

Container City em Londres: cidade completa com edificações projetadas a partir de contêineres. Ao lado, instituições de ensino. Abaixo, utilização em residências e em comércio

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Tudo em aço para construir a conexão do Brasil com o futuro.

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Soluções em aço para construção civil. Do projeto ao acabamento.Como se constrói um novo país? O país da próxima Copa e das Olimpíadas de 2016. Do investimento em infraestrutura. Da responsabilidade social e ambiental. Esse novo Brasil se constrói com a realização dos projetos da sua vida e com aço produzido no Brasil. Por isso, a ArcelorMittal coloca à disposição toda a sua linha de produtos e serviços, que abrange aços longos, planos, inoxidáveis e coberturas. São mais de 100 itens próprios, incluindo soluções sob medida para obras de todos os portes. É mais produtividade e economia com menos desperdício. É aço seguro e sustentável.

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Além de esteticAmente ArrojAdAs, revelAm-se umA boA solução pArA obrAs rápidAs ou temporáriAs

TensoestruturasSua origem remonta àS tradicionaiS tendas beduínas, mas seu desenvolvimento se deve principalmente aos estu-dos de Frei Otto, realizados no Instituto de Estruturas Leves da Universidade de Stuttgart, em 1964, e baseado na observação de superfícies naturais mínimas. Este tipo de estrutura é adotada, em geral, como cobertura e pode ser classificada em três tipos: estruturas tensionadas de membrana, estruturas tensionadas de malha e estruturas pneumáticas, sustentadas pela pressão de ar.

As duas primeiras são compostas por três elementos: as membranas de cobertura, as estruturas metálicas e cabos de

aço, ou malhas de cabos. Ao con-trário de outras coberturas, devido à espessura delgada da membrana, não suportam flexão ou compressão, sendo que sua estabilidade formal é obtida pelo tensionamento dos cabos, submetendo toda a superfície da membrana à tração. A resistência da superfície pode variar conforme a sua forma.

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Morro da Urca, Rio de Janeiro

Muito utilizadas na Europa, Ásia e nos Estados Unidos, as tensoestruturas vêm ganhando espaço no Brasil, em proje-tos de grande porte e em diferentes localidades. O Morro da Urca, no Rio de Janeiro, é um exemplo. Em 45 dias a cobertura tensionada foi instalada na área do restaurante do Complexo do Pão de Açúcar (Espaço Baía de Guanabara).

Segundo Diego Scofano, gerente técnico da Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar (CCAPA), como se trata de área tombada foi necessária a aprova-ção pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Uma das exigências do Instituto era a diminui-ção da visibilidade da estrutura, locali-zada à beira da baía, e ainda que esta não poderia configurar uma construção permanente. “Foi preciso criar um recuo para não afetar a paisagem do morro.

Além disso, era necessária uma solução de caráter temporário e des-montável. Do ponto de vista arquitetônico, as tensoestruturas foram as mais apropriadas”, afirma.

Após diversos anteprojetos, a proposta desenvolvida e executa-da pela Fiedler Design e Engenharia conseguiu se integrar perfeita-mente às formas orgânicas da paisagem. Do ponto de vista técnico, o desafio era projetar uma cobertura capaz de suportar as cargas de ventos de 240 km/h. “Para tanto, foi preciso perfurar 15 m na rocha e cravar barras de aço, com injeção de cimento, para suportar a força dos ventos”, complementa Scofano.

MontagemSegundo Nelson Fiedler, o canteiro de obras não era suficiente para comportar uma grande quantidade de insumos. A alternativa foi distribuir as peças conforme o local de instalação para facilitar a montagem dos módulos que compunham os arcos.

Além dos arcos sinuosos principais, foram utilizados três arcos transversais de sustentação, também em estrutura metálica. “A estrutura foi dividida em 47 peças com peso aproximado de 2,5 t. cada, e transportadas até o Morro da Urca por meio dos bondinhos, sempre no período noturno para não interferir nas atividades diá-rias”, afirma Fiedler.

A cobertura é composta por membrana de Policloreto de Vinilo (PVC) com acabamento de superfície de Polivinilideno de Fluoreto (PVDF), semelhante ao teflon, um material com maior durabilidade e de fácil manutenção, pois dificulta a aderência de partículas.

A estrutura, inaugurada em setembro de 2007, já abrigou diver-sos eventos da CCAPA. Sua manutenção é feita a cada seis meses, com vistoria das peças, limpeza e eventual reparo, se necessário.

Morro Da Urca

> Projeto arquitetônico: Nelson Buiano Fiedler (Fiedler Design e Engenharia)

> Área construída: 750 m²

> aço empregado: ASTM A36

> Volume do aço: 107 t.

> Projeto estrutural: Ruy Marcelo Pauletti e Daniel M. Guirardi

> Fornecimento da estrutura metálica: Fiedler Engenharia

> Execução da obra: Fiedler Engenharia

> Local: Rio de Janeiro, RJ

> Data do projeto: 2004

> conclusão da obra: 2007

As tensoestruturas conseguiram se integrar per-feitamente à paisagem orgânica do Rio de Janeiro. Nesta foto, vista noturna do Morro da Urca: a cobertu-ra é capaz de suportar cargas de ventos de 240 km/h

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Acima, tenda dos autores com estrutura em aço. Auditório para quase 1.000 pessoas, cabines de tradução, palco, acesso independente dos auto-res etc. Abaixo, tenda com foyer de acesso ao evento. À direita, tenda de cobertura dos telões, na margem do Rio Perequê-Açu

FEsta LitErÁria DE Paraty

> Projeto arquitetônico: Mauro Munhoz Arquitetura

> Área construída: 4.920 m²

> aço empregado: SAE 1020

> Volume do aço: 35 t.

> Projeto estrutural: Feeling Structures

> Fornecimento da estrutura metálica: Feeling Structures

> Execução da obra e gerenciamento: Feeling Structures e Extratech Engenharia

> Local: Paraty, RJ

> Data do projeto: junho de 2011

> conclusão da obra: julho de 2011

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Criada pela Associação Casa Azul, da qual o arquiteto Mauro Munhoz faz parte, a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP) tem ajudado a trans-formar a cidade, sobretudo os locais tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A meta, desde o princípio, foi pro-mover a Revitalização Urbana dos Espaços Públicos da Borda d'Água de Paraty. Segundo Cristiana Rodrigues, coordenadora-geral de arquitetura e urbanismo da Casa Azul, o objetivo foi alcançado com a transferência da tra-

dicional tenda de cobertura dos telões para a margem esquerda do Rio Perequê-Açu, de frente para o centro histórico. “Na parte antiga de Paraty ficou apenas a Flipinha e a Flipzona”, diz.

Desenhadas pelo arquiteto e executadas pela Feeling Structu-res, todas as tendas são compostas por estrutura metálica auto-portante e fechamento em lona. Com 1.727 m2, a tenda dos autores, que unia arcos de três direções, recebeu cobertura em tecido de poliéster revestido com Policloreto de Vinilo (PVC) extinguível e antifungo. Menores, as tendas institucional, do telão e da Flipinha foram projetadas com arquitetura em duas águas, a partir do uso de perfis em aço e cobertura do mesmo tipo. A arquiteta destaca que, ao todo, foram necessários apenas 20 dias para a montagem de todas as tendas, que conseguiram transformar as margens do rio em um grande passeio público. (n. F.) M

Festa Literária de Paraty, Rio de Janeiro

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Como mobiliário urbano

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Criados a partir de módulos pré-fabriCados, postos Comunitários de segurança se tornam marCos visuais no distrito federal

O prOjetO dOs pOstOs COmunitáriOs de segurança (pCs) do Distrito Federal foi concebido, em 2007, pela equipe do escritório Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados. Ao todo, 121 unida-des foram distribuídas entre Brasília e as cidades-satélite. Para o autor do projeto, a intenção foi criar um mobiliário urbano leve e versátil, que pudesse ser entregue pronto e com possibilidade de realocação.

“Era necessário construir um abrigo para integrar as forças públicas com a comunidade, permitindo uma relação mais pró-xima, e não um bunker, uma estrutura fortificada, como algumas

críticas, vindas da corporação, exi-giam”, diz Parada. Ele explica que a soli-citação do Comando da Policia Militar era a concepção de três elementos modulados: um básico, um segundo para a torre de observação e o terceiro de ligação.

Os módulos foram fabricados por meio de processo industrial, com estrutura em aço, enquanto para o

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Acima, processo industrial garante a montagem dos módulos. Totalmente estruturadas em perfis de aço, as peças têm fechamento em fibra de vidro e EPS, e piso em chapa corrugada

> Projeto arquitetônico: Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados: Sérgio Roberto Parada; (autor), Rodrigo Biavati, Rodrigo Marar (coautores) e Rafael Moura (colaborador)

> Área construída: 90 unidades de 28m²; 31 unidades de 57m²

> Aço empregado: ASTM - A36

> Volume do aço: 314 t.

> Projeto estrutural: Lenildo Santos da Silva

> Fornecimento da estrutura metálica: MVC – Marcopolo

> Execução da obra: MVC – Marcopolo

> Local: Brasília, DF

> Data do projeto: 2007

> Conclusão da obra: 121 unidades concluídas até 2011

chapas corrugadas, o modelo flutuante foi escolhido por facilitar a manutenção elétrica e hidráulica e deslocamentos, quando neces-sário”, destaca.

As janelas também tiveram instalação diferenciada, fixadas dire-tamente na superfície externa, somente com vidro e sem esquadrias. Foram utilizadas portas pivotantes com uma bandeira basculante.

Prontos para uso Os módulos utilizados como Postos Comunitários de Segurança chegavam ao local de instalação acabados, equipados e com os pontos de içamento predeterminados, condição que tornou o tra-balho de campo muito simples. A obra seca resumiu-se somente à montagem, ou seja, à medida que chegavam ao local, os módulos eram colocados sobre uma base previamente construída.

Outra facilidade destacada pelo arquiteto Sérgio Parada é em relação ao prazo. “Devido à padronização das peças, foi cumprido à risca; além disso, conseguimos uma redução no custo geral da obra, resultado da produção em escala”, finaliza. (g.j.) M

fechamento adotou-se uma espé-cie de “sanduíche”: externamente, fibra de vidro na cor verde, no miolo, o Poliestireno Expandido (EPS), que garante proteção termoacústica, e na parte interna, chapa de aço corruga-da. O arquiteto explica que devido às características de implantação itine-rante do projeto, o piso também acom-panhou este conceito. “Executado em

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Construção inteligenteSteel framing garante agilidade e facilidade na montagem e deSmontagem do Bar da caSa cor mg 2010

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Construção inteligente

NO BRASIL, O SISTEMA CONSTRUTIVO STEEL FRAMING, que utiliza como estrutura perfis leves formados a frio de aço zincado ganha cada vez mais adep-tos por oferecer inúmeras vantagens, dentre as quais a possibilidade de cons-trução seca e a precisão dos materiais industrializados. Em projetos de caráter temporário, apresenta-se como excelen-te alternativa, pois além dos inúmeros benefícios, permite o reaproveitamen-to da estrutura, entre outros elementos construtivos. Um exemplo foi o projeto do Bar da Casa Cor Minas Gerais 2010, criado pelos arquitetos Bruno Campos, Marcelo Fontes e Sílvio Todeschi, do escritório BCMF Arquitetos, e localizado na cobertura do prédio.

De acordo com os profissionais, a opção pelo material foi devido à sim-plicidade construtiva, custo baixo e, sobretudo, leveza no transporte. “O projeto chegou praticamente pronto ao local de instalação, bastando a aplica-ção dos acabamentos, também indus-trializados”, destaca Campos.

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O espaço de 69 m2 foi todo montado com o uso de steel framing. Graças à flexibilidade do material, telhas em aço inox polido foram utilizadas como fechamento de toda a fachada

Com apenas uma entrada e três grandes aberturas, o espaço de 69 m2 foi todo montado com o uso de steel framing. Enquanto no lado externo o revestimento com telhas de aço inox polidas e a superfície irregular refletem o entorno de forma fragmenta-da, distorcendo ao mesmo tempo o volume. Na parte interna, o mesmo material foi aplicado na versão fosca. O balcão e a mesa também foram revestidos com aço inox.

O arquiteto Bruno Campos lembra que, como se tratava de um local informal de espera e encontros, a iluminação auxiliou como recurso cenográfico. As cadeiras foram eliminadas e no lugar, cria-dos bancos que se erguiam do piso em arquibancadas de carpete, onde as pessoas chegavam simplesmente para relaxar.

O mais importante de toda a criação, segundo o arquiteto, é que

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> Projeto arquitetônico: BCMF Arquitetos

> Área construída: 69 m2

> Aço empregado: aço galvanizado ZAR 230

> Volume do aço: 1,8 t.

> Projeto estrutural: Flasan

> Fornecimento da estrutura metálica: Flasan

> Telhas de aço inox polidas e foscas: Perfilor

> Execução da obra: Casa Cor Minas Gerais, Belo Horizonte, MG

> Local: Belo Horizonte, MG

> Data do projeto: julho de 2010

> Conclusão da obra: agosto de 2010

ao contrário de muitos outros projetos de caráter temporário, esta inusitada construção de forma irregular pode ser retirada do local posteriormente. Tanto que, após o término do evento, as estruturas foram removidas, trans-portadas com facilidade e guarda-das. “Este mesmo projeto poderá ser implantado em momento oportuno em um parque, uma praça, um jardim, ou até mesmo num terraço de prédio. E o melhor, sem perder o seu impacto visual”, conclui. (N.F.) M

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Terminais provisórios

Para atender à crescente demanda de Passageiros nos aeroPortos, infraero oPta Por solução ráPida, eficiente e de baixo custo

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DeviDo ao granDe crescimen-to do tráfego aéreo brasileiro, além dos aeroportos de Brasília (DF), Florianópolis (SC), Vitória (ES) e Viracopos (SP), que já contam com a solução, mais 12 aeroportos recebe-rão módulos operacionais (MOPs) que deverão entrar em operação até o final de 2012: Goiânia (GO); Guarulhos (SP); Imperatriz (MA); Cuiabá (MT); Juazeiro do Norte (BA); Macapá (AP); Ilhéus (BA); Porto Alegre (RS); Teresina (PI); Brasília (contará com dois); Confins (MG) e São José dos Campos (SP).

Segundo a Infraero, os investimen-tos totais previstos para a construção destes terminais provisórios totalizam cerca de R$ 164 milhões. O valor não inclui o módulo de Confins, ainda em fase de planejamento.

Uma vez que não é possível esperar pela construção de terminais conven-cionais, os MOPs são uma solução de engenharia executada com estruturas pré-fabricadas em aço, de instalação rápida e racional, com custos eficien-tes, capazes de prover a infraestrutura

À esquerda, vista geral do Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília. À direita, módulo opera-cional usado como sala de embarque e desem-barque. Na sequência, saguão do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas, inau-gurado em agosto de 2011. Abaixo, Aeroporto Internacional de Florianópolis, que recebeu área adicional de cerca de 1.000 m2

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Módulos operacionais instalados- Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis (SC): em operação desde abril de 2009, recebeu um espaço adicional de cerca de 1.000 m², para abrigar novas salas de embarque e desembarque.

- Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília (DF): em funcionamento desde novembro de 2010, tem a função de sala de embarque e desembarque. A área ocupada foi de 1,2 mil m². Segundo a Infraero, a obra orçada em R$ 2,98 milhões possui capacidade para atender 1,8 milhão de passageiros por ano. A instalação temporária contempla, ainda, isolamento termoacústico, climatização, sistemas informativos de voos e de som, além de lanchonete e revistaria.

- Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP): de acordo com a Infraero, o espaço, inaugurado em agosto de 2011, amplia em mais de 1,2 mil m² o saguão de check-in do aeroporto, elevando a capacidade em mais de 2,5 milhões de passageiros ao ano. Além disso, oferece 22 novas posições de atendimento, sanitários e monitores com informações sobre voos. Entre os novos balcões, 11 são adaptados para facilitar o atendimento às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

- Aeroporto Internacional Eurico de Aguiar Salles, em Vitória (ES): além do desembarque, que começou a operar em agosto deste ano, o Aeroporto de Vitória também está preparando um módulo operacional para embarque de passageiros. Somadas, as novas instalações terão uma área total de 2 mil m², quatro vezes maior que o espaço atualmente disponível. Para isso, o investimento da Infraero foi de R$ 4 milhões.

A opção por estruturas em aço nos módulos operacionais se deve à eficiência e versatilida-de do material, enquan-to obras de ampliação definitiva são realiza-das. Abaixo, detalhes da estrutura projetada pela equipe de enge-nharia da Infraero

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necessária para o atendimento de passageiros, como salas de embarque, desembarque, saguões de check-in e inspeção de passageiros, sem perda de conforto em comparação com um ter-minal de passageiros-padrão.

Esse tipo de solução construtiva temporária já vem sendo utilizado em aeroportos fora do Brasil, em paí-ses como Portugal, Catar, Alemanha, Estados Unidos e França, sobretudo durante a realização de grandes even-tos ou atendimento de demandas específicas, com o aumento temporá-rio do tráfego aéreo local. De acordo com a Infraero, a opção por estruturas em aço se deve à eficiência e versatili-dade do material, enquanto obras de ampliações definitivas são realizadas.

Entre os materiais pré-fabricados, o aço é o que proporciona maior velo-cidade na execução dos módulos, leve-za nas peças, facilidade na montagem e aspecto arrojado para a execução de vãos livres. Outra grande vantagem destacada é o reaproveitamento do material para a instalação em outros

aeroportos, uma vez que os MOPs podem ser montados e desmon-tados, quando necessário.

“Além disso, a solução evita riscos de investimentos desneces-sários e desperdícios, principalmente quando a demanda futura é incerta, como é o caso de algumas cidades do Brasil após os eventos esportivos”, diz Anderson Correia, doutor em engenharia de trans-portes e professor de transporte aéreo e aeroportos do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Outras instalaçõesSoma-se a essas vantagens o fato da implantação das estruturas ser bastante rápida, cerca de 150 dias, segundo o departamento de engenharia da Infraero. Além da estrutura metálica, a edificação temporária receberá cobertura com telhas termoacústicas, do tipo sanduíche, enquanto o fechamento será feito com painéis isolantes termoacusticos.

Para garantir qualidade à obra, que deverá acolher passageiros de maneira tão confortável quanto a instalação permanente, no projeto também serão empregados acabamento de piso em carpete de madeira, acompanhado por forro em lona tensionada e forro mineral, além do uso de vidro temperado e laminado.

Quanto ao tempo médio de utilização dos módulos, a Infraero lembra que é superior a dez anos, e às vezes chega a ultrapassar 20 anos. Vale destacar que o tempo de uso será determinado pelo contexto e necessidades de cada aeroporto. A previsão é de que operem nos aeroportos até a conclusão das obras de ampliação permanente. (n.F.) M

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ExEcutada Em aço inoxidávEl, a Estrutura do palco do show da banda u2 dEu nomE à turnê

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360º

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Estrutura em aço inox, com 50 m de altura, no show realizado no Morumbi, em São Paulo. Visão 360º

As ApresentAções dA bAndA U2, em São Paulo, no Estádio do Morumbi, em abril de 2011, contaram com uma estrutura de palco inovado-ra, cuja concepção arquitetônica foi baseada na visão 360º, nome adotado pela turnê. Não foi por acaso, aliás, que se buscou este conceito. De acor-do com o arquiteto Mark Fisher, responsável pela criação, a solicitação dos músicos era conseguir que a plateia tivesse plena visão do show. Até então, na maior parte das apresentações, o palco possuía frente única e estrutura abaixo da banda, impossibilitando a ocupação de lugares atrás do palco, tanto na arquibancada quanto no grama-do. Com o palco localizado no centro do estádio, todas estas áreas puderam ser ocupadas.

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Para tanto, o arquiteto propôs a execução de uma estrutura em aço inoxidável “com quatro pernas”, denominada The Claw (a garra, em português), a partir da conjunção de três elementos: base, garras e suporte. De acordo com a direção artística do show, a nova confi-guração teve inspiração na arquitetura do LAX Theme Building, um restaurante de Los Angeles (EUA), da década de 1960. Mas ao contrá-rio do estabelecimento, as pernas gigantes foram executadas em aço inoxidável, material facilmente desmontável e transportável, já que o mesmo palco foi utilizado na turnê que percorreu o mundo.

Com 50 m de altura, a criação do arquiteto Fisher lembrava uma espécie de nave espacial, um dos maiores palcos já projetados para este tipo de espetáculo. A execução da base teve de ser realizada com a ajuda de guindastes, enquanto as garras foram instaladas com o auxílio de torres laterais, posicionadas ao lado de cada perna.

> Projeto arquitetônico: Mark Fisher; Neil Thomas, Atelier One (membrana estrutural)

> Aço empregado: aço inox

> Volume do aço: 220 t.

> Projeto estrutural: Ziggy Drozdowski (Hoberman Associates)

> Fornecimento da estrutura metálica: Stageco

> Execução da obra: Stageco

> Local: São Paulo, SP

> Data do projeto: setembro de 2008

> Conclusão da obra: junho de 2009

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Detalhe da estrutura proposta por Mark Fisher:

com quatro pernas, foi denominada The Claw.

Abaixo, imagem da montagem do palco no Estádio

do Morumbi. A execução da base teve de ser reali-

zada com a ajuda de guindastes, enquanto as gar-

ras foram instaladas com o auxílio de torres late-

rais, posicionadas ao lado de cada perna ou garra

Megaestrutura deixa legadoExperimentada e testada em mais de 110 concertos, em 78 cidades de 30 países, a estrutura in-the-round (com a plateia em volta do palco) foi projetada para suportar grandes cargas de ventos. O projeto, ainda sem similar, deixará seu legado, pois as estruturas serão vendidas. O objetivo é transformar as “garras” em grandes pavilhões ou anfiteatros. Em entrevista à revista Billboard, o diretor de turnês do U2, Craig Evans, disse que a intenção da produção é realmente ver projetos como este reciclados e reaproveitados em forma de empreendimentos permanentes e utilizáveis. (G.J.) M

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Temporário, desmonTável e, geralmente, produzido com estrutura em aço. Assim é o projeto arquitetônico do Pavilhão de Verão da Serpentine Gallery. O pavilhão já faz parte do programa de arquitetura da cidade. Em vez de exposições arquitetônicas convencionais, compostas por fotos e maquetes, desde o início a organização do evento optou por construções temporárias, capazes de proporcionar ao público uma vivência mais intensa do trabalho produzido por arquitetos de renome internacional, convidados especialmente para o projeto.

Arquitetura efêmeraDe acordo com os organizadores, o

programa, com aproximadamente 300 m2 de área útil, se dá por meio da mon-tagem de uma estrutura temporária para uso somente no verão. Durante o dia, a construção é utilizada como espa-ço de convivência, enquanto à noite, por meio de recursos audiovisuais, transfor-ma-se em belo cenário para palestras

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Todos os anos em Londres, os paviLhões da serpenTine GaLLery mosTram novas soLuções em arquiTeTura, sempre com obras rápidas e desmonTáveis

Oscar Niemeyer Apesar de toda a experiência de Oscar Niemeyer com o concreto, ao ser convidado para realizar o projeto da Serpentine Gallery em 2003, o arquiteto se rendeu ao aço devido ao perfil da obra. Sem deixar de lado as curvas, característica marcante dos projetos de Niemeyer, a edificação foi criada a partir de uma rampa com suave inclinação, recurso que facilitou o acesso a todos os tipos de visitantes à galeria. Além da estrutura em aço, o edifício também dispunha de uma escada metálica com 2 m de largura para acesso ao pavimento de exposição.

de arquitetura, com projeções de filmes e outras atividades.

Pela Serpentine Gallery já passa-ram nomes como Zaha Hadid, Daniel Libeskind, Toyo Ito, Jean Nouvel, Frank Gehry, Rem Koolhas, Alvaro Siza, Eduardo Souto de Moura e Oscar Niemeyer, dentre outros. Dos diversos projetos realizados selecionamos três para esta reportagem.

Etapas construtivas do projeto em 2003. A proposta de Niemeyer foi a criação de quatro colunas centrais para sustentar uma plataforma de 250 m2, suspensa 1,50 m acima do nível do solo por vigas-tirantes

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Jean NouvelVencedor do Prêmio Pritzker 2008, o francês Jean Nouvel não poderia ficar de fora da lista da Serpentine Gallery. Em 2010, seu pavilhão chamou a atenção pela cor, o vermelho vibrante, que, segundo o arquiteto, fez referência a alguns elementos tradicio-nais da paisagem urbana londrina, entre os quais as cabines tele-fônicas, as caixas de correio e os ônibus. O pavilhão estruturado

em aço também recebeu alguns mate-riais leves em sua composição, como policarbonato, vidro e tecido. Outros destaques foram os toldos retráteis e uma parede inclinada e autoportante, de 12 m de altura.

Em 2010, o francês Jean Nouvel inovou com a versão do pavi-lhão com estrutura metálica e fechamento na cor vermelha, uma referência aos elementos da paisagem urbana de Londres

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Zaha Hadidem 2007, convidada pela segun-

da vez, a primeira foi em 2000,

a arquiteta projeta um pavilhão

a partir do uso de estruturas

metálicas tensionadas (tensoes-

truturas). segundo ela, a obra foi

inspirada na geometria natural

de pétalas de flores, com a vanta-

gem de ser uma instalação com

estrutura aberta para todos os

lados, livre para o público, e ainda

facilitando a passagem de ar, luz

e som. (n.F.) M

Acima, Pavilhão da Serpentine Gallery, projetado por Zaha Hadid, em 2007. Estruturas em aço foram revestidas com membrana à base de PVC, com geometria inspirada em pétalas de flores. Abaixo, corte revela detalhes da estrutura

32 &ARQUITETURA AÇO

Uma estrUtUra prática, precisa e capaz de resistir às intem-péries, como ventos fortes e neve, fizeram a construtora brasileira Andrade Gutierrez, responsável pela construção de um grande viaduto em Constantin, na Argélia (África do Norte), buscar nos módulos em aço pré-fabricados a solução para suas instalações temporárias no canteiro de obras.

São 1.843 m2 de módulos pré-fabricados, planejados especial-mente para o terreno e suas condicionantes. O canteiro foi montado em apenas dois meses para abrigar todos os trabalhadores envolvi-dos na execução da obra, entre os quais, engenheiros, operários, cozi-nheiros e equipe médica. Para tanto, comporta instalações de apoio, como escritórios, refeitórios, sanitários, enfermarias e portarias.

João Garcez Palha, diretor comercial e de marketing da Movex, empresa portuguesa fabricante de módulos pré-fabricados, con-tratada para a execução das peças, explica que a estrutura é com-

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ação

posta de perfis de aço conformados a frio, e na cobertura foram utilizadas telhas nervuradas de aço galvanizad0. Também as paredes e divisórias rece-beram aço galvanizado pintado, e com isolamento térmico realizado com a injeção de espuma de poliuretano.

No piso foi adotada a laje seca, com 19 mm de espessura. Ocultas, as esquadrias metálicas deram origem às janelas estanques, fechadas por vidros transparentes de 4 mm, exceto os banheiros, que receberam vidros trans-lúcidos. Segundo o diretor da Movex, para esta obra não foi necessária a

Agilidade e exatidãoMódulos pré-fabricados coMpõeM as instalações de canteiro de obras na argélia

&ARQUITETURA AÇO 33

Ao todo, são 1.843 m2 de módulos pré-fabricados, planejados especialmente para o terreno e suas condicionantes. A cobertura usou telhas nervuradas e a estrutura perfis conformados a frio, ambos em aço galvanizado, e pintados de azul. As paredes e divisórias também utilizaram o aço galvanizado pintado, e com 0,50mm de espessura

aplicação de materiais especiais ou fora de padrão. “O único tratamento especial foi em relação à pintura das peças, em azul e branco, cores adota-das pela Andrade Gutierrez”, esclarece.

FlexibilidadeOs módulos também receberam insta-lações complementares, como ar-con-dicionado, rede de dados e voz, além de aquecedores, devido ao rigoroso inver-no na Argélia. Para Garcez Palha, den-tre as vantagens, este formato de edi-ficação oferece conforto, flexibilidade

(as instalações podem ser deslocadas), facilidade de transporte, ampliação por acoplamento lateral e de topo, pé-direito de até 3 m, além da possibilidade de cobertura em duas águas. “A construção por meio de módulos é segura, cumpre todas as normas de resis-tência ao fogo, além de ser antissísmica”, acrescenta.

Outro grande benefício é que, conforme a situação, após o término da obra, as peças utilizadas no projeto permitem reapro-veitamento. A configuração atual também pode ser repetida, por exemplo, sendo substituídos apenas os módulos que estiverem danificados, ou dependendo das necessidades, realizada nova con-figuração. Ainda, de acordo com Palha, a reutilização é quase sem-pre vantajosa. “É evidente que, quando o transporte dos módulos for para locais muito distantes, o reaproveitamento deve ser ava-liado”, conclui. (a.m.) M

Endereços

> Escritórios dE ArquitEturA

Associação Casa Azul Escritório São Paulo Rua Capitão Antônio Rosa, 376 cj. 91 São Paulo (SP)Tel.: (11) 3081-6331 E-mail:[email protected]

Ateliers Jean NouvelEnd.: 10 Cité d’Angoulême, 75011 Paris, FrançaTel.: (+33) 1 49 23 83 83E-mail: [email protected]

BCMF ArquitetosEnd.: Rua Raul Pompéia, nº 225, Belo Horizonte (MG)Tel.: (31) 3281-2707E-mail: bcmf@ bcmfarquitetos.comwww.bcmfarquitetos.com

Bruno Faria Projetos e ConsultoriaEnd.: Rua Laélio Córdova, nº 9, Otacílio Costa (SC)Tel.: (49) 3275-2823E-mail: bruno@brunofaria. com.brwww.brunofaria.com.br

Mark FisherTel.: +44 (0) 20 7383 8833E-mail: [email protected]

Mauro Munhoz ArquiteturaEnd.: Rua Capitão Antonio Rosa, nº 376, conj. 42, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3085-6100www.mauromunhoz.arq.br

Oscar NiemeyerE-mail: fundacao@ niemeyer.org.brwww.niemeyer.org.br

Sérgio Roberto Parada Arquitetos Associados S/S Ltda.End.: CLN 111, bloco D, salas 102/103, Brasília (DF)Tel.: (61) 3349-4644E-mail: contato@ sergioparada.comwww.sergioparada.com.br

Studio MK27End.: Alameda Tietê, nº 505, São Paulo (SP)Tel.: (11) 3081-3522E-mail: info@marciokogan. com.brwww.marciokogan.com.br

Urban Space Management LtdEnd.: The Riverside Building, Trinity Buoy Wharf, 64 Orchard Place, London E14 0JWTel.: + 44 (20) 7515 7153www.containercity.com

Zaha HadidEnd.: 10 Bowling Green Lane, Londres EC1R 0BQTel.: +44 20 7253 5147www.zaha-hadid.com

> ProjEto EstruturAl Daniel M. GuirardiE-mail: [email protected]

Hoberman Associates, Inc.End.: 40 Worth Street, Suite 1680, New York, NY 10013Tel.: (212) 349 7919E-mail: associates@ hoberman.comwww.hoberman.com

Lenildo Santos da SilvaE-mail: [email protected]

> EstruturA MEtÁlicA Feeling StructuresEnd.: Rua Diepe, nº 120, Santo André (SP)Tel.: (11) 4976-7600www.feeling.com.brFlasanEnd.: Av. Barão Homem de Melo, nº 2.400, Estoril, Belo Horizonte (MG)Tel.: (31) 3078-2400www.flasan.com.br

Fiedler Design e EngenhariaTel.: (11) 3341-8055/ (21) 7817-1368E-mail: [email protected]

MovexEnd.: E.N. 248, 2630-263, Arruda dos Vinhos, PortugalTel.: +351 263 979 240E-mail: [email protected]

MVC – MarcopoloEnd.: Maria Isabel Zagonel, n° 205, São José dos Pinhais (PR)Tel.: (41) 2141-3200www.mvcplasticos.com.br

Stageco U.S. IncEnd.: 8755 Vollmer Road, Colorado Springs CO 80908Tel: +1 719 495 9497 E-mail: [email protected]

> sistEMAs dE fEchAMEnto lAtErAlPerfilorEnd.: Rua dos Pinheiros, nº 498, cj 151 São Paulo (SP)Tel.: (11) 3065-3400E-mail.: [email protected]

> construtorAs Andrade Gutierrez S.A.End.: Av. do Contorno, nº 8.123, Belo Horizonte (MG)Tel.: (31) 3290-6699www.andradegutierrez. com.br

Extratech Engenharia Ltda.End.: Rua Bárbara Heliodora, nº 388, sala 1, Santo André (SP)Tel.: (11) 2379-4001www.extratech.eng.br

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expediente

Revista Arquitetura & Aço Uma publi ca ção tri mes tral da Roma Editora para o CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço)CBCA: Av. Rio Branco, 181 – 28º andar20040-007 – Rio de Janeiro/RJTel.: (21) [email protected]

Conselho EditorialCatia Mac Cord Simões Coelho – CBCA/AcobrasilRoberto Inaba – UsiminasRonaldo do Carmo Soares – Gerdau AçominasSilvia Scalzo – ArcelorMittal Tubarão

Supervisão TécnicaSidnei Palatnik

PublicidadeRicardo Wernecktel: (21) [email protected]

Roma Editora Rua Lisboa, 493 – 05413-000 – São Paulo/SPTel.: (11) [email protected]

DireçãoCristiano S. BarataCoordenação EditorialNádia Fischer

RedaçãoAlessandra Morgado, Guilherme Jerônimo e Nádia Fischer

RevisãoDeborah Peleias

EditoraçãoCibele Cipola (edição de arte), Luiz Marques (estagiário)

Pré-impres são e Impres sãowww.graficamundo.com.br

Endereço para envio de material:Revista Arquitetura & Aço – CBCAAv. Rio Branco, 181 – 28º andar20040-007 – Rio de Janeiro/[email protected]

É per mi ti da a repro du ção total dos tex tos, desde que men cio na da a fonte.É proi bi da a repro du ção das fotos e dese nhos, exce to median te auto ri za-ção ex pres sa do autor.

Números aNte rio res:Os núme ros ante rio res da revista arquitetura & aço estão dis po ní veis para down load na área de biblio te ca do site: www.cbca-acobrasil.org.br

PrÓXima eDiÇÃo:Edifícios Corporativos

material Para Publi ca ÇÃo:Contribuições para as próximas edições podem ser enviadas para o CBCA e serão avaliadas pelo Conselho Editorial de arquitetura & aço. Entretanto, não nos comprometemos com a sua publicação. Todo o material recebido será arquiva-do e não será devolvido. Caso seja possível publicá--lo, o autor será comunicado.É necessário o envio das seguintes informações em mídia digital: desenhos técnicos do projeto, fotos da obra, dados do projeto (local, cliente, data do projeto e da construção, autor do projeto, proje-tista estrutural e construtor) e dados do arquiteto (endereço, telefone de contato e e-mail).

Todas as edições de arquiTeTura&aço esTão disponíveis no siTe: www.cbca-iabr.org.br

a&a nº 01 - edifícios educacionaisa&a nº 02 - edifícios de Múltiplos andaresa&a nº 03 - Terminais de passageirosa&a nº 04 - shopping centers e centros comerciaisa&a nº 05 - pontes e passarelas a&a nº 06 - residênciasa&a nº 07 - Hospitais e clínicasa&a nº 08 - indústriasa&a nº 09 - edificações para o esportea&a nº 10 - instalações comerciaisa&a nº 11 - retrofit e outras intervençõesa&a nº 12 - Lazer e cultura a&a nº 13 - edifícios de Múltiplos andaresa&a nº 14 - equipamentos urbanosa&a nº 15 - Marquises e escadasa&a nº 16 - coberturas a&a nº 17 - instituições de ensino iia&a nº 18 - envelopea&a nº 19 - residências iia&a nº 20 - indústrias iia&a nº 21 - aeroportos a&a nº 22 - copa 2010a&a nº 23 - Habitações de interesse sociala&a nº 24 - Metrôa&a nº 25 - instituições de ensino iiia&a nº 26 - Mobilidade urbana

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Realização

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