Revista Arquitetura e Construção - As pessoas certas no lugar certo

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1 de janeiro de 2000Reportagem da Revista Arquitetura & Construção sobre o projeto da Casa M.L em Belo Horizonte - Minas Gerais, de autoria da Farkasvölgyi Arquitetura

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o arquitetos, decoradora

e c;onstrutora trabalham em sin­

tonia, a obra termina sem trau­

mas e no prazo determinado.

Para a felicidade dos moradores.

uitetos rstv.án e Bernardo Farkasvõ1gyi (pai e filho) já conheciam a proprietária. Já a decoradora Meire Gomide (ao lado) é uma amiga de longa data. Os últimos a juntar-se à tribo foram os engenheiros Estevão dos Mares Guia Farkasvõlgyi (camisa xadrez) e Evandro lara.

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Projeto sofre poucas alterações durante a obra

C asa colonial, com piso de ardósia e madeira por todos os lados. Nem pa­rece, mas era assim a moradia ante­

rior da proprietária (que prefere não se identificar). Ao decidir mudar desse cená­rio, ela saiu à procura de um terreno para abrigar a construção ampla e clara que guardava na imaginação. Desde esse mo­mento, contou com uma ajuda fundamen­tal: a da amiga e decoradora Meire Gomide e dos arquitetos István e Bernardo Farkas­volgyi. Meire foi uma espécie de tradutora entre as outras partes durante a criação da planta. "Muitas vezes, o cliente não conse­gue passar o que quer para o arquiteto", conta Bernardo. A decoradora fez essa pon­te, garantindo uma comunicação perfeita.

O trabalho sintonizado, que agilizou a construção, envolveu ainda os construtores, os engenheiros Estevão dos Mares Guia Far­kasvolgyi e Evandro Lara. No decorrer da obra, pouca coisa mudou. "Quando isso acontecia, os problemas eram solucionados rapidamente" , lembra Bernardo. Bem, o re-

sultado é que a casa estava prontinha depois de catorze meses de serviços, só um além do previsto. O atraso, aliás, teve causas ines­peradas, como a entrega de materiais fora do dia e o mau tempo.

A decoradora participou também das reu­niões de discussão sobre aspectos do inte­rior da casa. Sugeriu a passarela de vidro que passa sobre o térreo, perto da escada. "Acabou melhorando a circulação no se­gundo pavimento", diz Meire. Ou seja, quem está no piso de cima pode chegar à varanda sem entrar nos quartos.

A mão dela está nas bancadas de mármo­re exclusivas que desenhou para os banhei­ros e nos revestimentos escolhidos. Fez ar­mários camuflados, que se confundem com paredes, de tão perfeitos. Na fase dos acabamentos, trouxe para o canteiro sua própria equipe de trabalhadores - isso garantiu um resultado nota dez.

O entrosamento foi tanto que até a esca­da, uma das sensações da casa, teve a contri­buição de todos - uma obra de arte coletiva.

Paredes ou portas de armários? A dúvida procede, já que a madeira escura (lâminas de origem italiana aplicadas sobre massa de fibras de madeira prensada, o MDF) parece compor uma superfície úníca. Só que, na parede da esquerda, as portas de correr escondem uma cristaleira. As do fundo e da direita são realmente painéis fixos que servem de divisórias (da Strutturale). Na cozinha, os armários também são de MDF, mas ele vem da fábrica com um tratamento de tinta poliuretânica branca Gofrato, marca italiana importada pela Montana Química.

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de arte. Veja como ela foi montada: as pranchas de madeira (Brumol) se apóiam nas vigas de concreto e são reforçadas por uma chapa de aço. A profundidade dos degraus varia de 0,35 a 0,55 m . e o camprimento de 1,40 a 2,00 m.

chapa de aço de meia polegada

a de concreto armado prancha de ipê (tampo e base)

chumbadores

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Passarela une as varandas dos quartos

O principal pedido da moradora aos arqui­tetos foi em relação à piscina. Na época do projeto, o filho era nadador profissionaL Uma raia - espaço suficiente só para uma pessoa- viria a calhar. Desenhada com 18 m de comprimento, ela deu a linha para o resto da área de lazer, composta de sala de ginás­tica, sauna e churrasqueira. Como uma coisa puxa outra, logo pensou-se também

TERRAÇO lO..SO.x 10,00m

que as salas deveriam estar voltadas para esse templo de entretenimento. E assim aconteceu. Hoje, quem está_ nas poltronas da sala aprecia o panorama de piscina e jardins.

Outra boa saída foi isolar as áreas de servi­ços no subsolo. Enquanto recebe os convida­dos na área de lazer ou descansa nos quartos do segundo andar, a família permanece lon­ge das atribulações domésticas. "É um espa­ço bem aproveitado, que não interfere nos outros", diz o arquiteto Bernardo sobre o pi­so que concentra pátio de serviço, dependên­cias de empregados e lavanderia. Feliz com sua casa, a moradora tem uma certeza: "Se tivesse de começar de novo, não mudaria na­da". O arremate da história, porém, reserva o melhor. No final dos trabalhos, a equipe dei­xou com sua cliente um relatório pós-obra, com nome e endereços de fornecedores e de prestadores de serviço, além de projetos elé­

..---~-----4- trico e hidráulico detalhados e outros dados de que os moradores precisem em caso de conserto ou reforma. Serviço completo.

Superior: 283 m2

Térreo: 350 m•

SALA DE ESTAR E JANTAR

5,80x13,10m

Subsolo: 88 m2

F

Projeto: lstván Farkasvolgyi Arquitetos Associados

Decoração: Meire Gomide

Construção: Construtora Tempo (Estevão dos Mares

Guia Farkasvolgyi e Evandro Lara)

Paisagismo: Yapó (Luís Carlos e Flávia Orsin i).

Implantada no ponto mais alto de um terreno de 1 052 m", a construção acompanha o desnível natural. Confira algumas soluções:

O Esta sala íntima é um espaço comum a todos os quartos. ~ Piscina, sala de ginástica, sauna e hidromassagem ficam próximas,

formando um núcleo de lazer completo. ~ Uma escada sai da garagem e leva direto a um dos quartos.

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A área sdcial e a piscina têm o mesmo piso: mármore bege bahia (da Carrara). A passarela do piso superior foi montada com perfis metálicos. Ali, anda-se sobre vidro 20 mm, jateado etonalizado (tratamento que colore e impermeabiliza o mat-erial) pela Oficina do Vidro. .,..

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Pé-direito chega a 6,50 m nas salas

A sala íntima se mantém iluminada graças aos vidros 8 mm (da Vitrum) colocados nas fachadas laterais. Uma fiada de tijolos de vidro, no teto, é outro meio de captar mais luz. Esquadrias de alumínio (Anobel), com pintura eletrostática, como a dos carros. ~

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Sistema elétrico mantém a água que

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As palmeiras (Butia capitata) trazidas de Santa Catarina se deram bem em solo mineiro. Altivas, contrastam com a textura branca de paredes e muros (massa italiana Decca 9, importada pela Projetos Associados). •

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