Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

7
CORAGEM Fevereiro - 2015

Transcript of Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

Page 1: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

CORAGEMFevereiro - 2015

Page 2: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

EditorialO conceito de coragem, originalmente tratada como virtude quase exclusivamente masculina associada aos campos de batalha, evoluiu para outras dimensões mais abrangentes.

Seu entendimento está relacionado aos esforços de autossuperação, à perseverança na busca de um ideal, enfim na própria evolução da condição humana. A coragem não se manifes-ta somente nos dramáticos cenários das guerras, dos conflitos, mas se evidencia sobretudo nas ações do cotidiano:

na decisão de romper um relacionamento pessoal (ou iniciar um novo); na escolha de um novo caminho profissional, assumindo as consequências da decisão tomada; na renúncia da segurança, de supostos privilégios em nome de um novo projeto construído com garra e emoção.

Neste número de fevereiro pretendemos trabalhar diferentes manifestações de coragem no contexto do trabalho.

A consultora Marta Castilho fala de coragem como uma predisposição para não só entender o fato novo, mas de acolher essas novas realidades tornando-se sujeito da sua própria história.

Abordando o tema “Carreiras” a consultora Cristina Salzane nos convida a refletir sobre o conceito de sucesso e a importância de escolhas que traduzem a coerência e a integridade.

Henrique Rodrigues, inicialmente procura as correlações entre a coragem, o acaso e a felicidade. Enfatiza afirmando que as de-cisões que tomamos (ou tomaremos) até poderão se construir às vezes em um salto no escuro, mas serão internamente legitimadas se construídas pela paixão e pelo significado do projeto.

Fazemos um convite a você: inspire-se no tema e coloque em prática algo que dará uma boa história para contar em dezembro.

Uma boa [email protected]

01 02Fevereiro 2015 - Coragem

Page 3: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

Cuide dasua vida

do Sartre* , deduzi que ficar pensando no que eu não tive não me levaria até meus sonhos. Decidi fazer minhas próprias escolhas, prepa-rando-me por meio de estudos, para uma oportunidade de carreira.

A primeira experiência profissional foi por ne-cessidade, mas nunca perdi de vista a carreira que eu queria conquistar. Já havia escolhido a psicologia, sem saber ao certo qual área espe-cífica iria efetivamente seguir. Logo percebi que gostava do desenvolvimento de pessoas, que estava alinhado aos meus valores. Neste longo caminhar fui construindo o meu objetivo profis-sional: ser consultora. Hoje sei a importância e a beleza de trabalhar com “Carreira”.

Sempre que possível, o ideal é entender melhor nossas escolhas antes de iniciá-las, mas passar por uma experiência pode ser uma das manei-ras de descobrirmos que era isto mesmo que queríamos. Ou seja, vivenciar situações nos traz a concretização da ideia que temos sobre um determinado trabalho. Com isso, por vezes, nos colocamos em situações que ainda não sabe-mos as consequências.

Podemos também fazer opções por ignorância, no sentido de faltar conhecimento. Investir em planejar e desenvolver a própria carreira é uma oportunidade de não sentir-se refém do acaso.

E como este tema é tratado dentro das organizações? A palavra carreira geralmente nos remete a crescimento e sucesso profissional, reconhecimento financeiro, status do cargo. Tudo isso é a carreira objetiva, algo que, além de nós, outras pessoas podem ver, perceber e julgar. Muitas empresas ainda permanecem somente com este entendimento sobre o tema. Nosso papel é estimular todos a olharem carreira na perspectiva do mundo atual.

Convido você a pensar em sua carreira sob mais uma ótica. E se, além disto, também alinhar sua escolha olhando “para dentro”? Isto é chamado de carreira subjetiva. Responda às questões:

• O que é SUCESSO para você?

• O que lhe traz SATISFAÇÃO, prazer, alegria

ou seja lá o nome que dê a tudo isso?

• Quanta CORAGEM você tem hoje para fazer escolhas muito além das necessidades externas (cargo, salário, status) e enfrentar as suas limitações atuais?

Mesmo tomando consciência de tudo isso, é possível que seu momento de vida não lhe permita fazer outro tipo de escolha. O ESSENCIAL É, ENTRE-TANTO, FAZER PLANOS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO TODO SEU APRENDIZADO ATÉ AQUI.

Depois tome ações que possibilitem que o seu futuro seja a concretização de sua escolha pessoal. A empresa é responsável por manter a sua em-pregabilidade, mas a sua carreira lhe pertence e você é responsável por ela.

or volta dos meus 15 anos de idade, ao ler a frase “O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.”, P

03 Fevereiro 2015 - Coragem 04Cristina SalzaneConsultora Dorsey Rocha & Associados

Page 4: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

A

05

cada momento tomamos decisões. De quando nascemos até abrir o exemplar de fevereiro da revista O Mirante - algumas delas de forma lúcida, outras de maneira automática. Alguns dizem, assim como eu, que o que somos hoje é o produto da interação de cada uma dessas escolhas com fatores aleatórios, que obviamente fogem ao nosso controle.

Qualquer decisão que tomamos, principalmente as grandes, é submetida a uma quantidade absurda de forças e flertam, através de uma probabilidade, com o desastre.

É reconfortante não pensar nisso, mas ignorando essa chance, criamos uma ilusão de segurança e estabilidade nos tornando avessos a novos riscos, nem ao menos podendo compará-los com os que já corremos.

Outra ilusão que criamos ao ignorar o papel do acaso é que, ao avaliarmos, acreditamos que em um resultado positivo a decisão foi correta e, caso con-trário, a decisão foi errada. Nossa fisiologia humana e nossa memória seletiva nos fazem julgar as pessoas e suas ações pelos resultados, esperando que as coisas aconteçam por motivos claros – na maior parte do tempo, o que pensamos ser inevitável é apenas uma alucinação.

Não digo tudo isso para que cheguemos ao ponto de nos considerarmos apenas náufragos impo-tentes diante de um mar de probabilidades, e tomemos a decisão de abrir mão de fazer qualquer escolha. Apesar de não termos o controle da maioria dos eventos, devemos colher muito bem nossas oportunidades para somar um pouco mais as probabilidades a nosso favor.

Devemos levar nossos parâmetros de sucesso um pouco menos a sério, sabendo que falharemos com bastante frequência entre um sucesso e outro. Portanto, é extremante importante fazer aquilo que gostamos: só assim podemos nos manter motivados e com foco. E é nesse ponto que precisamos de coragem para termos um olhar crítico e sincero sobre todas nossas opções e, às vezes, tomar a decisão que a princípio seria descartada.O que vale mesmo é priorizar aquilo que nos deixa felizes, pois das histórias de sucesso que escuto, a única coisa que não é randômica é o quanto essas pessoas eram motivadas, apaixonadas e felizes com seus projetos.

Fevereiro 2015 - Coragem

CORAGEM, ACASO E FELICIDADE

06

Henrique RodriguesDiretor-Fundador da HR Consultoria

Page 5: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

0807 Fevereiro 2015 - Coragem

Você muda

mudaTempora mutantur, nos et mutamus in illis.*

o mundoo mundoO “efeito borboleta”, descrito na Teoria do Caos de Edward Lorenz, diz

que o bater de asas de uma borboleta no Brasil pode provocar um tornado no Texas. Tudo no universo está interconectado. Se você mexer em um ponto, outros serão automaticamente impactados.

Fazemos parte de um sistema único: puxe uma ponta e a outra também se move. Se você melhora, o seu “entorno” também. Se você sorri, o outro sorri. O pensamento sistêmico sugere que precisamos agir considerando o todo e as partes. Assim, não é possível ser feliz sozinho – dentro ou fora das organizações. O que você faz de melhor, ou não, impacta e é impactado pelo todo.

Talvez esta interdependência possa nos deixar inseguros sobre qual o controle que temos para atingir o que tão arduamente buscamos, por exemplo, na área de vendas, uma habilidade específica ou adquirir um novo hábito. E é por isso mesmo que alcançar um alvo exige um esforço intencional, com ética, disciplina e determinação. Se fizermos algo muitas vezes, conscientemente, uma hora entramos no “automático” e a ação será natural e espontânea: teremos incorporado um novo hábito, outro aprendizado. Parece tão simples...

Junto com a decisão de mudar, aprender, progredir, é preciso coragem para vencer os medos, a acomodação e, muitas vezes, a bondade para perdoar velhas mágoas, identificar algo que faça sentido para você, um significado especial. Os problemas e situações do cotidiano têm três partes responsáveis: um terço é seu. O segun-do terço é do meio ambiente. O terceiro é da outra parte envolvida. Não faz parte do seu 1/3 fazer o que é do outro, mas lhe cabe in-fluenciá-lo para que faça o que deve fazer – além de influenciar o ambiente para transformá-lo. Você pode, mas não deve fazer a parte que não lhe cabe, pois a sua excelência e a da outra parte será comprometida. Entretanto, o que mais se vê por aí é o uso dos dois terços não feitos para não se fazer a própria parte. A grande dica é: se reconhece que precisa mudar, faça 100% da sua parte. Já.

Isto tudo inclui a necessidade de investir energia para obter um am-biente de trabalho saudável. Está cada vez mais divulgado no univer-so corporativo: as empresas com melhores resultados são as que têm um relacionamento interpessoal adequado. Ambiente alegre inspira os profissionais a trabalharem mais e melhor. Ajuda a fortalecer as relações de confiança.

Quanto maior a confiança, mais rápido e barato um processo, menos entraves. Mas como confiar se não confiamos?

Podemos dar o primeiro passo. Buscar diminuir os rótulos que colo-camos uns nos outros e perdoar. Uma boa conversa pode ser o começo de uma amizade. Se for isto que você quer, transforme sua vida. Carpe Diem**.

*Os tempos mudam e nós mudamos com eles. Ovídio in “Metamorfoses”.

**Carpe diem, quam minimum credula póstero: “aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã”. Horácio Flaco (65 a.C.- 8 a.C.), poeta e filósofo da Roma Antiga, no livro “Odes”.

Marta CastilhoConsultora Dorsey Rocha & Associados

Page 6: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

Indica

Quem indica: Ádrice Fernanda / Financeiro da Dorsey Rocha & Associados

Por que indicou: É uma lição de coragem ao assumir-se diferente do que o mundo espera que se-jamos e, talvez até do que idealizamos para nós mesmos. Além disso, mostra a força de agir segundo o que nos faz sentido, apesar da pressão da sociedade ou grupo que convivemos.

Sinopse: Aos 16 anos todo jovem na futurista Chicago, precisa escolher a qual facção irá pertencer. São cinco grupos e cada um representa um valor: Erudição (inteligência), Audácia (coragem), Fran-queza (honestidade), Amizade (pacificidade) e Abnegação (altruísmo). O teste de aptidão os classifica em função de algumas qualidades pessoais. Entretanto, Beatrice (Shailene Woodley) não se enquadra a apenas uma facção e isto a torna uma divergente. A jovem então faz uma escolha que surpreende a todos, inclusive a ela mesma, e que terá desdobramentos sobre a sua vida.

09 Fevereiro 2015 - Coragem

PONTO DE

VISTA

Erre erre Microconto

CARREIRA

Aos 26 anos era maduro, realista, fadado ao sucesso. Enterrou seus sonhos, mortos-vivos no cemitério da conformidade.

Page 7: Revista Digital O Mirante Dorsey Rocha Ed. Fevereiro de 2015

O MIRANTE É UM PROJETO DORSEY ROCHA & ASSOCIADOS

Conselho Editorial:

Rodolpho RochaMarta Castilho

Ádrice Fernanda

Conecte-se conosco:

WWW.DORSEYROCHA.COM