Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

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rel73

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Espírito Livre · Abril/2015 02

l icença

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Espírito Livre · Abril/2015 03

Editorial

A cidade de São Paulo recebeu entre os

dias 3 e 8 de fevereiro de 2015 a oitava

edição da Campus Party Brasi l , ou como

muitos comparti lharam durante vários dias,

#CPBR8. Com uma temática bastante

especial , novos palcos e diversas atrações, o

evento permitiu que o participante entrasse

de cabeça no universo da inovação, ciência,

criatividade, entretenimento digital e

empreendedorismo. Este último, diga-se de

passagem, bastante explorado nas diversas

atividades desta edição.

A #CPBR8 celebrou o 150º aniversário do

l ivro Da Terra à Lua, de Jul io Verne. Desta

forma, os vários palcos espalhados na área

do evento contemplaram os vários

elementos celestes.

A edição 2015 da Campus Party apontou

de forma certeira no empreendorismo

digital . Várias atividades como o programa

Startup 360, permitiram conteúdos diversos

para todos os participantes que quisessem

iniciar seu negócio ou ainda tentar uma

oportunidade com empresas. Servindo de

al icerce o evento permitiu a seus

participantes contato com aproximadamente

600 horas de atividades entre oficinas,

workshops, palestras, e atividades especiais

para os campuseiros, além, é claro, da Open

Campus, que disponibi l izou diversas

atrações gratuitas para o públ ico e que

também é assunto de uma das nossa

matérias desta edição.

Assim como nos anos anteriores, havia

um palco dedicado ao Software Livre. O

palco em questão foi o Urano que

apresentou diversas atividades relacionadas

a software l ivre, padrões abertos e

Opensource. Uma característica, porém, que

merece destaque, é que em diversos outros

espaços e palcos, o software l ivre se fazia

presente. Isto chamou bastante atenção pois

ficou evidente que um palco apenas era

pouco! Desta forma, palestras, workshops,

trocas de experiências, além das tradicionais

festas durante a madrugada, entre outras

expressões nerds e geeks fizeram parte

deste importante espaço de difusão de

conhecimento, inovação e tecnologia.

João Fernando Costa Júnior

Editor

Diretor GeralJoão Fernando Costa Júnior

EditorJoão Fernando Costa Júnior

RevisãoVera Cavalcante e João Fernando Costa Júnior

Arte e DiagramaçãoJoão Fernando Costa Júnior

Jornalista ResponsávelLarissa Ventorim Costa - ES00867JP

Colaboradores desta ediçãoAnahuac de Paula Gi l , Bruno Souza, Christiane Borges Santos,Comunidade Mozi l la Brasi l , Gui lherme Razgriz, Kel l Bonassol i , LuizHenrique Rauber Rodrigues e Salete Farias.

CapaArte: João Fernando Costa Júnior | Imagem: Campus Party Brasi l

FotosRede Espírito Livre e Campus Party Brasi l

ContatoSite: http: //revista.espiritol ivre.orgEmai l : revista@espiritol ivre.orgTelefone: +55 27 98112-4903

ISSN Nº 2236031X

O conteúdo assinado e as imagens que o integram são de inteira

responsabilidade de seus respectivos autores, não representando

necessariamente a opinião da Revista Espírito Livre e de seus responsáveis.

Todos os direitos sobre as imagens são reservados a seus respectivos

proprietários.

Uma mensagempara o leitor

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Espírito Livre · Abril/2015 04

sumário ⁄⁄edição abri l 2015

13 MOZILLA NA CPBR8

por Comunidade Mozilla Brasil

03 EDITORIAL

por João Fernando Costa Júnior

10 A OPEN CAMPUS

por Guilherme Razgriz

06 O LADO CAMPUS DESSAGRANDE PARTY:EMPREENDEDORISMO E ACARREIRA DO DESENVOLVEDOR

por Bruno Souza

39 CONHECENDO SUA REDEUTILIZANDO FERRAMENTAS LIVRES

por Christiane Borges Santos

24 A IMPORTÂNCIA DOS ESPAÇOS"HACKERS"

por Luiz Henrique Rauber Rodrigues

34 PODCAST EDUCACIONAL COMORECURSO EDUCACIONAL ABERTO(REA)

por Keli Bonassoli

28 OSINTOSO: MEIAS MENTIRAS

por Anahuac de Paula Gil

20 GÊNERO E CIDADANIA -PROJETO MINHA VOZ: SOLUÇÕESPARA COMBATER A VIOLÊNCIACONTRA A MULHER

por Salete Farias

44 OFICINA DE CHÃO, ROBÓTICAE MINIONS

por Salete Farias

Page 6: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

O lado Campus dessagrande Party:

por Bruno Souza

Espírito Livre · Abril/2015 06

Fonte

:CampusPartyBra

sil

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Empreendedorismo e a Carreira doDesenvolvedor

Page 7: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

Como uma festa pode mudar o Brasi l?Será que pode mudar as nossas vidastambém?

A Campus Party é uma grande festa denerds e geeks!

As imagens, os blogs, os vídeosmostram bem a alegria da galera,curtindo aos montes! A "nerdisse" ficaevidente nas roupas, fantasias,bugigangas, games e atividades.

As vezes parece que a Party é maiorque a Campus.

Mas a Party que aparece esconde umpouco o impressionante lado Campus:

- A troca de conhecimento queacontece a todo momento;

- Os hackatons que juntam pessoas emnovos projetos;

- As palestras que inspiram cada um denós a pensar diferente.

A alegria da festa ajuda que a genteconsidere novas oportunidades, mas sãoas oportunidades de fazer e tentar queestendem a Campus Party para alémdaquela semana.

O impacto da Campus Party pode duraruma vida inteira:

- pode mudar a sua vida;- pode mudar o país;- mesmo que você não tenha estado lá!

O maior legado da Campus Party éacender a brasa empreendedora em todosnós: quem esteve lá e quem sóacompanhou de longe. E não estoufalando em montar empresas ou startups.

O verdadeiro significado deEmpreender é real izar, praticar, tentar.

É executar.A Campus Party nos convida a

empreender. O ano todo. O tempo todo.Existem momentos e pessoas que nos

ajudam a abrir a cabeça, a repensarnossas vidas e nossos objetivos. NaCampus Party Brasi l esse ano tiveramvárias atividades que atingiram esseobjetivo:

Palestras e discussões no Palco deEmpreendedorismo fomentaram a vontadedo Campuseiro a lançar seu negócio, aarriscar. E nos forneceram dicas, tutoria is eferramentas. Aprender com quem já fez, ecom quem já errou, é mais que umempurrão!

A Prefeitura de São Paulo lançou osFABLABs. Locais abastecidos deferramentas, materiais e ideias. Locais ondepodemos encontrar outros que estãotambém empreendendo. Aprendendojuntos, podemos criar a cultura deempreender lado a lado.

O Palestrante magistral Chris Andersonnos mostrou como o comparti lhamento doconhecimento e das oportunidades é ocatal isador para grandes mudanças. Chrismostrou que quem tenta empreendersozinho e em segredo está perdendo asgigantescas oportunidades que a culturaaberta proporciona.

A palestra inspiradora e divertida de BetoChaves, o Paraibano Arretado! Beto nos fezrir e chorar com suas histórias, quemostraram a verdadeira definição de umempreendedor: alguém que tenta e real iza.Todos nós somos capazes de tentar.

A graça e alegria de Bel Pesce, brazuca eempreendedora internacional . Bel nosmostrou que o sucesso não é uma escadaonde cada passo nos leva a um objetivo,mas sim uma constante busca por novoscaminhos e uma montanha-russa de altos ebaixos. A mensagem "A Menina do Vale" nosdá esperança porque mostra que somoscapazes. E nos motiva a tentar mais umavez!

A sempre impactante palestra muda deDado Schneider, que na eterna gritaria daCampus chama atenção pela ausência davoz! Dado nos leva a uma viagem pelasgerações e pelo recomeço. Recomeçar ésempre assustador! E não existeempreender sem saber recomeçar, e Dadonos mostra a mental idade de um verdadeiroempreendedor!

07Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Page 8: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

Essas são apenas algumas das centenas(mi lhares?) de atividades, grandes epequenas, que aconteceram na CampusParty Brasi l . Outras tantas menos visíveisfazem o dia a dia do evento.

Eu participei de grupos que se reuniampara “meter pau” nas ideias uns dosoutros, fortalecendo e nos fazendo pensar.Aprendi muito com professores como Prof.Francisco Isidro na área de Games ouempreendedores como Juan Bernabó comsua "Germinadora". Eles e tantos outrosdedicam suas vidas e carreiras paraincentivar e apoiar futurosempreendedores.

A mensagem principal da Campus Partyé uma que podemos viver no nosso dia adia. E mesmo que não tenhamos ido aoevento, nem dormido em barracas ao somde ooooooooOOOOOOOs!

Na nossa vida, podemos ser quem faz.Quem tenta. Quem real iza. Não importa sena nossa própria empresa ou comofuncionário. Se no nosso ganha pão, nosnossos hobbies, ou no que fazemos “porfora”. Podemos ser empreendedores emtudo isso.

Em especial como desenvolvedores desoftware l ivre.

Poucas atividades são tãoempreendedoras do que criar ou participarde um projeto de software l ivre.

Em projetos l ivres você está "real izando"ao extremo. Fazer colaborativamente.

Tentar publ icamente. Falhar e recomeçarem grupo. Software l ivre é colocar oexecutar ("empreender") em primeirolugar.

Não é a toa que software estádominando o mundo. E software l ivre estádominando o software: é hoje oalavancador de empresas eempreendedores de todo o mundo.

E você, desenvolvedor, é o especial istaque torna tudo isso real idade!

Por isso eu gostaria de convidá-lo afazer a diferença, e se tornar umempreendedor. Para isso você pode fazerduas coisas simples:

1) Assista ao conteúdo sobreempreendedorismo da Campus Party queestá onl ine.

2) Experimente as ideias no seu dia adia, na sua empresa, no seu trabalho, noseu projeto.

Para ajudá-lo, eu juntei as principaisdicas de empreendedorismo edesenvolvimento de software que euaprendi na Campus Party emhttp: //anonovoprojetonovo.com/campus.

Acesse agora e vamos juntos viver oespírito do fazer e do tentar,experimentando a Campus Party durante oano todo!

08Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

POR BRUNO SOUZA

Page 10: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

A Open Campus

por Guilherme Razgriz

Espírito Livre · Abril/2015 10

Fonte

:CampusPartyBra

sil

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Page 11: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

A Campus Party vista pela perspectiva

de um integrante do movimento em prol

do código aberto e do comparti lhamento

do conhecimento.

Para os mais íntimos a “#Cpbr” é muito

mais do que uma simples conferência de

tecnologia sob uma redoma com internet

rápida*(é. . .ela já foi bem mais rápida. ) ,

comida cara, fi la para brindes e gente

usando as mesmas roupas por dias a fio. O

evento se tornou uma gigantesca

incubadora de projetos dos mais diversos

tipos e uma das gratas surpresas que pude

testemunhar foi não apenas a concepção

de idéias de cunho l ivre mas sua IMEDIATA

execução e isso não apenas relacionado ao

desenvolvimento de software mas também

de Hardware Livre! Isso mesmo, grupos

pequenos de 5 a 7 pessoas reunidas no

chão trabalhando com itens que

normalmente seriam descartados como

unidades de gravação de DVD antigas,

mouses analógicos e outros apetrechos

ganhavam vida e novas uti l idades sob a

batuta de Arduinos, Edsons e outros, de

forma colaborativa, graças aos

orientadores que comparti lhavam seus

conhecimentos sem nada pedir em troca.

Quem sabe não surgem ai novos talentos?

Na bancada onde os membros mais

ativos do movimento Software Livre

montaram sua base, muito mais do que o

tradicional companheirismo, foram as

cenas que são difíceis de serem repetidas

em outros eventos. Um bom exemplo de

uma dessas cenas foi ver John Maddog

uti l izando seu notebook em local de

grande concentração de nerds e

entusiastas sem ser incomodado ou

sol icitado para fotos ou para dar opinião

sobre algo que o bom doutor ou o Linus

tenha dito sem contar as costumeiras

propostas de projetos. Essa incrível paz

nos permitiu não apenas aproveitar o

evento mas tirar do papel diversas ideias

pré concebidas além de ter a oportunidade

de descobrirmos que não somos tão

diferentes dos outros grupos pois mesmo

com pensamentos diferentes no tocante ao

que consideramos ser o certo quanto ao

correto entendimento da palavra

“Liberdade”, posso dizer, com certeza, que

a Campus ensina o conceito de

DIVERSIDADE com maestria! Um fato

bastante curioso voltado a diversidade foi

justamente ver o Software Livre sendo

difundido não apenas em sua bancada e

palco, como também em outros palcos,

não como um assunto emergente, mas

como algo sól ido e com extrema

qual idade, principalmente no palco

Criatividade e no palco destinado aos

Makers.

Para encerrar posso dizer que muito

mais do que apenas um evento de

tecnologia a #Cpbr herdou o DNA das

primeiras #Cps na Espanha criando uma

vivência única e não apenas uma simples

troca de cartões de visita. Vejo vocês na

próxima!

11Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

POR GUILHERME RAZGRIZ

Page 13: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

Mozilla na CPBr8

por Comunidade Mozilla Brasil

Espírito Livre · Abril/2015 13

Fonte

:Google

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Page 14: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

A Campus Party Brasi l é sem dúvidas omaior evento de tecnologia que aconteceno Brasi l . Também pudera, quem resiste auma conexão de internet de 50 giga,palestras sobre os mais variadosconteúdos l igados a tecnologia somandomais de 700 horas, jogos, oficinas e açõessuper divertidas? São 8 mil participantes:mi lhares de pessoas acampam duranteaproximadamente uma semana no local , eoutros mi lhares que escolhem apenasparticipar sem acampar. O eventoacontece no Brasi l desde 2008 e a cadaano busca inovar na maneira com queinterage com seu públ ico.

Chegada da comunidade Mozilla

Brasil na CPBr8

A oitava edição da Campus Party Brasi lfoi muito diferente das anteriores: novolocal , um dia a menos de atividades, arcondicionado, palcos menores, mesmaquantidade de públ ico, etc. Para a Mozi l laBrasi l , ela também contou com muitasnovidades. Neste ano os voluntáriospresentes prepararam mais de 30atividades para os campuseiros, entrepalestras na grade oficia l e na mesa,oficinas, ações de engajamento e umhackathon. Foi sem sombra de dúvidas aCampus mais intensa de todas pra gente.

Saiba como foi parte da participação daMozi l la na CPBr8.

As Palestras

Logo no primeiro dia, os voluntários daMozi l la Brasi l já protagonizaram 2 palestrasnos palcos de comunidade. A primeiradelas, intitulada “Firefox OS: O encontro”,foi apresentada por Qaiq “Thiaguinho” eJonathan Lamin, e reuniu desenvolvedoresinteressados em aprender mais sobre aplataforma Firefox OS, desde os motivosque fundamentaram a criação do sistemaaté mesmo como monetizar seusapl icativos.

Já a “Programando com o Apache

Cordova para diversas plataformas”,apresentada pelo nosso colírio “Torto”,mostrou como superar um dos principaisproblemas enfrentados pordesenvolvedores de apl icativos móveis, agrande quantidade de plataformas. Tortomostrou como o Apache Cordova podeajudar a contornar este problema, inclusivena hora de desenvolver para Firefox OS.Ambas as palestras aconteceram durantea madrugada e tiveram o espaçoreservado a elas lotado.

Programando com o Apache

Cordova para diversas plataformas

No segundo dia da Campus, tivemosuma palestra sobre Firefox OS com o AndréGarzia, uma das atividades que fez parteda grade oficia l da CPBr8. “Firefox OS First”mostrou como o desenvolvimento de OpenWeb Apps reduz o custo de tempo edinheiro na produção de um apl icativo emaximiza sua capacidade de entrega. Apalestra também mostrou a importância dadefesa da web como plataforma e o queisso significa para o nosso futuro.

Na madrugada de quinta para sexta-feira, no palco de comunidades, tivemos apalestra mais legal de todas, a “Envolva-secom a Comunidade Mozi l la Brasi l” , l ideradapor Samuel , que contou com diversosvoluntários no palco. Esta teve comoobjetivo apresentar os projetos da Mozi l la econvidar todos a participarem dacomunidade. Sem dúvida a palestra foi umsucesso, pois começou com pouco públ icoe acabou lotada. Muitas pessoas queassistiram a ela se envolveram com maisações que aconteceram na nossa bancadanos dias seguintes da Campus.

Na tarde da sexta tivemos outrapalestra que fez parte da grade oficia l daCPBr8, a “Conheça o WoMoz e saiba comoenvolver-se”. Esta foi a primeira vez queapresentamos o WoMoz para o grandepúbl ico no Brasi l , antes conhecido apenasdentro das comunidades da Mozi l la .

14Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Page 15: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

Durante aproximadamente 40 minutos, eu(Mel) falei sobre a importância que esteprojeto possui dentro da área detecnologia, em especial dentro do softwarel ivre e de código aberto. Muitas pessoas seinteressaram pelo projeto e com certezavão rolar parcerias muito legais para oprojeto depois desta Campus. Esta palestrafoi repetida durante a madrugada de sextapara sábado e o interessante foi adiferença do públ ico, que durante a tardefoi predominantemente feminino e namadrugada foi na maior parte mascul ino.Isso prova o quanto o projeto é aberto einteressante, não importando o gênero dequem quer envolver-se com ele.

Na madrugada de sexta para sábado, nopalco de comunidades, também rolou apalestra “Webmaker: Faça algo incrívelcom a Web! ” pelo Panaggio e eu (Mel) .Nela foram apresentadas ferramentas emateriais para ensinar a web, o padrão dealfabetização para a web, quem está portrás de tudo isso, como estamos criandouma comunidade de criadores para a Webno Brasi l e como qualquer pessoa podefazer parte dela.

As Oficinas

De terça a sábado, os campuseirospuderam aproveitar para conhecer melhoros projetos da Mozi l la e até mesmoaprender como fazer parte da ComunidadeMozi l la Brasi l . Foram mais de 10 opções deoficinas real izadas na bancada dacomunidade.

Destaque para as oficinas de local izaçãodo SUMO, l iderada pela Mari , e deWebmaker, l iderada pelo Panaggio, queconseguiram zerar todos os materiais quenecessitavam local ização durante a própriaCampus.

Outro destaque foi nossa terapia degrupo, onde durante 1 hora todos ospresentes puderam levantar o que nãogostavam no Firefox enquanto osvoluntários Samuel e Panaggio anotavam e

tiravam dúvidas de como alguns dosproblemas poderiam ser contornados. Todoo feedback levantado nessa oficina seráentregue para a Mozi l la , em forma denotas ou até mesmo de bugs. Quem sabeno futuro não serão todos resolvidos?

Além destas oficinas, rolaram outras,como a de Webmaker, onde todospuderam aprender mais sobre asferramentas; a de Appmaker, uma horainteira com foco só nesta ferramenta;oficina de produção de cartazes parasalvar animais abandonados uti l izando aferramenta Thimble; oficina com foco emdesenvolvedores para que eles pudessemconhecer as ferramentas dedesenvolvimento do Firefox; WoMozCoffee, que reuniu diversas pessoas paradiscutir sobre o projeto e o cenário dasminorias dentro do universo de softwarel ivre e código aberto; e até mesmo umaoficina de origami, onde todos aprenderama fazer a sua própria Fox.

Fica aqui nosso muito obrigado a todosque participaram das oficinas e dedicaramum tempinho a ajudar a Mozi l la .

As Ações

Nossas ações de engajamentoaconteceram durante todos os dias daCampus e trouxeram ótimos resultadospara os canais de relacionamento daMozi l la Brasi l . Destaque para a #SelFox, naqual os campuseiros deveriam postar suasfotos juntos com a nossa amada Fox.Foram mais de 200 fotos emaproximadamente 1 hora de ação. Outraação que engajou e animou a galerapresente foi a de tatuagem, na qualdurante 1 hora os voluntários presentestatuaram campuseiros, e em seguida asfotos deles foram retweetadas pelo perfi loficia l da Mozi l la Brasi l . Testamos tambémos conhecimentos dos presentes comnosso #MozQuiz. Também tivemos açõesque de tanto sucesso foram repetidas pordiversas marcas durante o evento, como

15Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Page 16: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

foi o caso da ação que envolveu o novomeme da Campus, o “Próximo”.

Acho que todos os campuseirospresentes sabem do que estamos falando,quem não gritou PRÓÓÓXIMO ao menosuma vez que atire a primeira pedra. Masde longe a ação que mais animou edivertiu a galera foi a presença da Fox quetirou fotos, dançou, dançou e dançou maisum pouquinho. Até no palco ela dançou,repetindo sucesso do ano passado. Al iás, ovídeo da Fox mais animada do mundodançando foi o post mais visto em todos ostempos na fanpage da Mozi l la Brasi l .

Todas estas ações geraram um superengajamento em nossas redes sociais,mais 300 l ikes em nossa fanpage e mais500 novos seguidores em nosso Twitter.Isso tudo contando apenas o queaconteceu durante a Campus.

O Hackathon para aplicativos para

Firefox OS

Os voluntários Samuel , Jonathan, “Torto”e “Thiaguinho” encabeçaram a ideia defazer um Hackathon de apl icativos paraFirefox OS durante o evento. Paraparticipar, os campuseiros tinham 2opções, produzir um apl icativo com temal ivre ou partir de uma l ista de apl icativosque são prioridade para o sistema.Tivemos mais de 15 apl icativos da l istaproduzidos e muitos já prontos para serempostados na Marketplace.

Durante os 5 dias, os voluntários dacomunidade estiveram disponíveis nabancada para tirar dúvidas e ajudar noandamento dos apl icativos. Mesmo comum dia a menos de Campus mantivemosos resultados da CPBr7, com mais de 30apl icativos submetidos para o nossohackathon.

O grande vencedor do hackathon foi umdivertido jogo de sinuca desenvolvido porFel ipe do Espirito Santo. O segundo lugarficou com Vitor Augusto da Si lva quedesenvolveu o Recordit, um gravador de

voz para Firefox OS. Já o terceiro lugarcom o apl icativo FinanFox, gerenciadorfinanceiro para o Firefox OS que foidesenvolvido pelo Luiz Henrique Moreno.

Logo, estes e outros apps produzidosdurante o hackathon estarão disponíveisna Marketplace.

A Comunidade

Todos os voluntários da comunidadeMozi l la Brasi l foram essenciais para oandamento da CPBr8. Em especial osnovos voluntários, que dispuseram de umpouco de tempo da Campus para contribuircom a Mozi l la , seja nas oficinas, ações ouaté mesmo para colar aquele tão cobiçadoadesivo no seu computador (yeap, isso éCampus Party bebê! ) .

Sem ajuda de todos os presentes (etambém ajuda remota de outros membrosda comunidade), a Campus nem existiriapara a Mozi l la Brasi l neste ano. ObrigadaThiaguinho, Panaggio e André por teremcorrido atrás de toda organização préCampus e claro por tudo que fizeramdurante ela. Obrigada Cynthia e Mari portodo o apoio nas oficinas do WoMoz,suporte em todas as atividades e ações eem especial a Mari que l iderou asatividades do SUMO; obrigada Jonathanpor toda força com todas as atividades, emespecial com o hackathon, que não teria omesmo sucesso sem sua ajuda; obrigada“Torto” pelo suporte na mesa e pelaincrível palestra sobre Cordova, que lotoumesmo tendo acontecido durante amadrugada; obrigada Westerley pelo apoioem todas as atividades, foi muito bompoder contar com um membro novo nacomunidade que mostra cada vez maisforça de vontade pra ajudar em tudo quefor preciso; obrigada Samuel , nossomonstrengo da infra que provou de umavez por todas que idade não importaquando se quer fazer algo que se gosta eajudar a todos; obrigada Fábio, que mesmosuper ocupado com seu projeto na Campus

16Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Page 17: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

arrumou um tempinho de nos ajudar afechar novas parcerias para a comunidade;obrigada Nelson, que junto com o Samuel ,“Thiaguinho” e o Gabriel Martín, deramvida ao nosso mascote, animando todos oscampuseiros;obrigada a Morvana e aopessoal do Sul , que cedeu swag para oevento e ajudou na logística para que elechegasse até a Campus; obrigada aoRauber, membro honorário que ficouresponsável pela vinda do nossomonstrengo e ainda nos trouxe muitos kgde erva mate da boa, de ajuda inestimávelem inúmeros momentos; obrigada aoBruno Lima pelo apoio na bancada e porajudar a sanar dúvidas dos campuseirospresentes; obrigada ao Rafael Tavares pelaajuda, e que agora vai ter ajuda para fazerprojetos do WebMaker em Aracajú graças àCampus; obrigada a todos da comunidadeque ajudaram remotamente em especialao Marcus Saad que foi essencial no

cumprimento das metas de L10N e aoLuigui pelo apoio nas artes. E claro, a todosos novos voluntários! Sejam todos bemvindos! E não exitem em pedir ajudarquando necessário, estamos aqui paraisso!

Um abraço a todos e nos vemos nopróximo evento.

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

17Espírito Livre · Abril/2015

POR COMUNIDADE MOZILLA BRASIL

Page 20: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

Gênero e Cidadania –

Projeto Minha Voz

por Salete Farias

Espírito Livre · Abril/2015 20

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Soluções para combater a Violência contra aMulher

Page 21: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

A Campus Party teve esse ano um

espaço voltado para as Comunidades –

pessoas que fazem parte de um

determinado grupo - elaborarem uma

grade com programação própria

distribuindo as atividades de forma que

fosse diversa e contemplasse temas

diferentes em horários diferentes com o

objetivo de dar destaque a estas pessoas

e suas ideias e/ou produtos. As

comunidades são consideradas pela

Campus como al iados na construção do

evento. A programação desenvolvida

pelas comunidades aconteciam todos os

dias, a partir das 23h00, sempre depois

que a programação oficia l terminava.

Este ano inscrevi uma atividade pelo

grupo das GarotasCPBr – Garotas Campus

Party Brasi l . Esse grupo existe desde 2010

e reúne meninas e mulheres que

participam da Campus sendo um espaço

onde as mesmas podem comparti lhar

conhecimento em várias áreas.

A atividade apresentada foi Gênero e

Cidadania - A experiência vivida em um

Hackaton de Gênero, onde pude

comparti lhar situações vivenciadas

durante uma semana de maratona Hacker

e apresentar o projeto Minha Voz,

ganhador do Hackathon na tri lha

“Violência contra a Mulher”.O projeto é

desenvolvido por uma equipe

multid iscipl inar formada por mim,

professora de Programação, a Daniela

Rozados - psicóloga, que apresentou o

tema também na Campus, e o Rafael Reis

- estudante de Engenharia Elétrica.

A oportunidade de participar de um

Hackathon de Gênero e Cidadania e poder

ajudar mulheres que sofrem violência,

surgiu em 2014, onde me juntei à Daniela

Rozados e ao Rafael Reis, pessoas que

conheci através de uma l ista de discussão

sobre o tema e demos início ao Projeto

Minha Voz.

O Hackathon é uma maratona que

reúne hackers, programadores,

desenvolvedores e inventores para criar

projetos que transformem informações de

interesse públ ico em soluções digitais,

acessíveis a todos os cidadãos.

Os participantes do Hackathon de

Gênero e Cidadania, que foi promovido

pelo Laboratório Hacker e pela Secretaria

da Mulher da Câmara dos Deputados e

pelo Banco Mundial , tiveram o desafio de

desenvolver apl icativos que contribuíssem

para reduzir a violência contra a mulher e

fortalecer as políticas de gênero. O Minha

Voz concorreu na Tri lha Violência contra a

Mulher e foi escolhido por uma comissão

de aval iação como o melhor projeto dessa

tri lha.

O Minha Voz é uma um canal onde as

mulheres podem denunciar todo tipo de

violência a que estão sujeitas. A ideia é

que a mulher descreva o tipo de violência

que sofreu para que possamos ajudá-la.

Tem como principal diferencial a

acessibi l idade psicológica para

orientação. Fazemos uma série de

perguntas e, baseada nas respostas

dessas mulheres, indicamos se ela sofreu

ou não algum tipo de violência e

indicamos a partir disso o que as mesmas

podem fazer e qual rede de atendimento

é a mais adequada. Além disso o site

mapeia os serviços públ icos disponíveis

para essas mulheres, vítimas de violência

e conta ainda com áreas para

depoimentos e desabafos

Criamos esse espaço para que as

mulheres se sintam à vontade para contar

e comparti lhar com outras mulheres as

experiências de violência que sofrem.

Somos um espaço virtual para que ela

entenda melhor o que aconteceu, possa

desabafar, saber seus direitos e

possibi l idades, busque informações,

comparti lhe experiências com outras

mulheres que sofreram coisas parecidas e

leia depoimentos de outras mulheres.

Acreditamos que qualquer ação que

desrespeite o bem-estar moral ,

21Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Page 22: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

psicológico e físico da mulher pode ser

considerado uma forma de violência.

Para o Minha Voz, o que interessa é o

ponto de vista da mulher que sofreu a

violência. A violência contra a mulher é

um problema no mundo todo. Se

considerarmos todas as formas de

violência, desde as que nos fazem ficar

mal emocionalmente, até as que nos

machucam fisicamente, todas as

mulheres já sofreram ou correm o risco de

sofrer algum tipo de violência. Colaborar

para o fim da violência é uma tarefa de

todas nós. No MinhaVoz, a identidade e os

dados das mulheres são sigi losos, não

entraremos em contato sem

consentimento sob nenhuma hipótese.

Desse modo, os dados serão usados de

maneira geral para fortalecer políticas

públ icas de combate e enfrentamento à

violência de gênero, sem identificar as

pessoas envolvidas.

22Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Figura ‎1 . Palestra Gênero e Cidadania - A experiência vivida em um Hackathon de Gênero

POR SALETE FARIAS

Page 24: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

A importância dosespaços "hackers"

por Luiz Henrique Rauber Rodrigues

Espírito Livre · Abril/2015 24

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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Com o passar do tempo, os seres vem

evoluindo e os mais adaptados

prevalecem. Estes seres que se tornam

mais adaptáveis ao meio ambiente em que

vivem, tem as mesmas características e

anseios. Ao conviverem em ambientes

propícios ao seu desenvolvimento, tornam-

se melhores, mais fortes e intel igentes

pelo comparti lhamento de conhecimento

entre os demais seres do mesmo grupo.

Estes seres do parágrafo anterior

poderiam ser qualquer um dos milhões de

animais existentes neste mundo e uma

alusão a célebre obra “Origem das

Espécies” de Charles Darwin. Mas a

referência e objetivo do parágrafo é

contextual izar os espaços dos seres

denominados “hackers”, e o ambiente são

os “hackerspaces”.

Os hackers são indivíduos que acima de

tudo demostram uma grande curiosidade

sobre determinado tema. Com esta

curiosidade, tendem a se interessar em

aprender mais sobre o tema, otimizando o

recurso e apoiado sobre uma forte e

interessante ética, usam este

conhecimento adquirido para o bem. Este

conhecimento, ao comparti lharem para

com os demais seres de sua espécie, tende

a aumentar para si e multipl ica-se nos

outros seres, pois todos os do ambiente,

também terão este conhecimento.

Este ambiente de comparti lhamento em

forma física são os hackerspaces, que

como o nome indica, são espaços hackers.

Uma real idade e tendência global que se

espalha pelo Brasi l . Neste ambiente, o

objetivo é que este torne-se um grande

potencial izador de conhecimento. Tudo o

que uma pessoa sabe pode ser ensinado

para outra, e todos sempre tem algo a

ensinar. O local que também é chamado de

hackspaces, abrange outros nomes que

indicam mais especificidade, como

makerspaces focado a “criadores” l igados

a hardware e fablabs focado em

“fazedores”.

No Brasi l , atualmente (abri l ) , há 28

hackerspaces em funcionamento entre os

1895 existentes no mundo de acordo com

a página hackerspaces.org. Nestes, há

muitos projetos principalmente de

contribuição a comunidade, como alguns

exemplos entre os brasi leiros:

- Crianças Hacker do Raul Hacker Club

de Salvador/ BA, é um projeto que

incentiva a criatividade infanti l e a

fami l iaridade tecnológica destes para além

do uso, assim fomentando o entendimento

e desenvolvimento com o desmonte e

estudos de periféricos e afins. Durante a

real ização dos encontros são obtidas

informações e testadas práticas

pedagógicas para o ensino tecnológico;

- GT Transparência do Matehackers de

Porto Alegre/ RS, é um grupo de trabalho

que trabalha com projetos l igados a

transparência de informações públ icas,

como os l igados aos custos de transporte

públ ico, custos de campanhas e demais

dados abertos dos governos. Assim, as

informações que são públ icas mas as

vezes de difíci l acesso, tem ferramentas

que faci l i tam a exposição destes dados, o

que faci l i ta o maior controle pela

população daqueles que elas elegeram e

sobre o uso do dinheiro públ ico;

- Eventos do LaboratórioHacker.org de

Santiago/ RS é a parte de incentivo a

real ização de eventos gratuitos e abertos a

comunidade no ambiente do hackerspace,

como os de Software Livre FLISOL e Fórum

Tchel inux.org. A real ização de eventos traz

a oportunidade de aprendizado, tanto para

participantes como para organizadores,

intercambiando experiências, além do

incentivo a participação e viagens de

estudos;

- Eletrônica Desde Zero do Garoa Hacker

Clube de São Paulo/ SP, consta da

elaboração de materiais para ensinar de

forma mais simples eletrônica para leigos,

assim incentivando o aprendizado e a

criação de componentes. Ao se faci l i tar o

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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aprendizado de eletrônica, faci l i ta-se a

expansão e criação de projetos envolvendo

hardware l ivre e/ou componentes mais

simples como é outro projeto do mesmo

Garoa.

Os hackerspaces contribuem no

desenvolvimento da região onde estão

pelo embasamento ético do

comparti lhamento de informações. A

contribuição no desenvolvimento

tecnológico e social acabam sendo apenas

consequências. A maioria do material que

produzem estão sobre l icenças l ivres,

como Creative Commons, GPL e LGPL, e

estão sempre disponíveis para ajudar na

criação de outros hackerspaces.

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

POR LUIZ HENRIQUE RAUBER RODRIGUES

Figura 1 : Hackerspaces são espaços comunitários, abertos ecolaborativos

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OSIntosomeias mentiras

por Anahuac de Paula Gil

Espírito Livre · Abril/2015 28

Fonte

:Google

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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É compulsivo, inocente ou serve a umpropósito tão escuso que precisa sermantido camuflado sob o manto das regrasdo l ivre mercado? Como o discurso dosativistas do Código Aberto de hoje seespelha fielmente nos argumentosuti l izados pela Microsoft para desacreditaro Movimento Software Livre e seus ideaisrevolucionários!

Em um longo e muito bem escrito artigo,o fã de Código Aberto, Hél io Loureiro,escorrega nos argumentos do l ivremercado para tecer conclusões erradassobre o Software Livre. Levianamente,busca desprezar seus ativistas emeticulosamente minimiza os efeitosnocivos do modelo de negócios degigantes espiões como Google e Facebook.Tem mais itens, então, vamos refutar asmeias mentiras, para ver se chegamos aalgumas verdades. Vou tomar a l iberdadede usar os mesmos tópicos, para faci l i taraos que desejarem comparar os artigoscom fins didáticos.

Contribuições ao Software LivreGrandes empresas querem e podem

contratar quem quiser para trabalhar emseus quadros. Em um modelo econômicocapital ista, ter ou não alguém em seuquadro de funcionários se resume a pagaro valor certo. Nada de errado nisso, afinal ,trabalho é trabalho, e se quisermos pagaras contas no fim do mês, não há comoescapar disso. Nunca me posicionei contraalguém por exercer sua profissão em umaempresa legalmente estabelecida,qualquer que seja, independentemente deseu viés político, produto ou serviço. Otrabalho é o trabalho. Então vou deixarisso absolutamente claro: não vejo nenhumproblema em trabalhar para o Facebook,Google, Microsoft, Oracle, Intel ou qualqueroutra empresa de tecnologia proprietária.

Mas o fato de uma empresa contratarum ativista do Software Livre não faz delauma empresa comprometida com os ideais

fi losóficos do movimento. Na verdade, ébem mais o contrário. Na maioria dasvezes, o profissional é contratado por serdestaque em sua área e, a partir dacontratação, uma série de amarras, l imitese mordaças lhe são impostas, pois agora,obviamente, ele deve usar suashabi l idades em prol da empresa. Essa é aregra, mas claro que há exceções.

Outra meia mentira é que essasempresas são boazinhas ou devem seraceitas como agentes beneméritos porquefinanciam programas, projetos e oucomunidades de código aberto e/ou l ivre.Essas empresas entenderam os benefíciosdo processo de produção colaborativa desoftware, então se apropriam dele,estimulando esses projetos, pessoas e/ougrupos apenas o suficiente para manter oque lhes é estrategicamente interessante.

Existem dúzias de exemplos parai lustrar esse comportamento, mas eu vouenumerar dois: o projeto Linux e o GoogleSummer of Code. No primeiro, a relação émais óbvia e simples de ser percebida.Tente imaginar quantos servidores comGNU, o Facebook e o Google têm em seusdata centers, e imagine o quanto afetaria aviabi l idade dos negócios ter problemascom o Kernel Linux. Imagine como umal icença mais restritiva, como a GPL V3,poderia ser incômoda? Ou os riscos de terum bug crítico ou de segurança que levemeses para ser resolvido? Então o aportede recursos humanos e financeiros aoKernel Linux não é um ato de altruísmo oual inhamento ideológico. É apenas umaquestão de interesse negocial .

O Google Summer of Code, para mim, émuito mais sujo, mesquinho eaproveitador. Tirando vantagem dasfragi l idades intrínseca dos estudantes, elespromovem um concurso de talentos,oferecendo prêmios com valores pífiospara quem resolver problemas críticos outiver ideias excepcionais. Seja pelasituação financeira ou pela visibi l idade

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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mercadológica que um prêmio assimoferece, mi lhares de novos gênios sãocompel idos a solucionar problemasestratégicos para uma mega companhia detecnologia. Genialmente maquiavél ico.

Ver um ativista de código aberto ou deSoftware Livre tentando minimizar osmales das megacorporações de tecnologiaé tão absurdo quanto um membro doGreenpeace minimizando os males daTexaco ou Shel l porque fazemreflorestamento de pinhos em algum lugar.Ou, ainda, de um ativista do PETAminimizando a Friboi por matar seusanimais de forma “mais humana”.

Monitoração dos usuários e uso dedados privados

Tenho escrito demais sobre esse tema, esó vou tocar nele de novo porque acabo deperceber um novo ingrediente na l inhaargumentativa: a ingenuidade interesseira.Como uma criança de nove anos que aindadiz acreditar em Papai Noel para poderganhar o presente de Natal . Então,subitamente, as revelações do ex-espião(será?) da NSA, Edward Snowden, não sãoreais?

É claro que as grandes não vão assumirexpl icitamente sua subserviência aoestado imperial ista dos Estados Unidos daAmérica do Norte. Ainda não é o momento.Mas, acreditar que os perfi lamentosatendem exclusivamente a propósitos doético mecanismo do l ivre comércio, beira airresponsabi l idade. Especialmente quandose escreve tão bem para expl icar o quãopouco perigoso é usar esses serviços equanto vale a pena trocar toda a sua vidavirtual por alguns serviços decomunicação. Como foi comentado emuma rede social outro dia: “é claro que oNetfl ix é massa, pois vale muito trocar suaprivacidade por um fi lminho”.

A gravidade dessas ações é incalculável ,e isso só não fica mais nítido porque aexposição é contra os podres poderes, que

são os mesmos que controlam a mídia e,portanto, a suavizam. Permita-se pensarno poder que gera ter acesso à base dedados do Facebook, Google, Gmai l ,WhatsApp e Instagram, todas juntas. Nãose i luda, eles não querem somente venderum par de tênis novo para você ou aúltima cor de esmalte de unha. Não sejatão inocente.

Qualquer ativista que apoie qualquertipo de direito humano ou l iberdadedeveria se opor com veemência às redessociais devassas e procurar opções quebusquem meios de garantir que ninguémtenha esse tipo de poder. Entre as opçõesestão as redes sociais l ivres e federadas, e,dentre elas, a Diaspora, que está longe deser perfeita, mas que dá passos claros deoposição ao sistema central izado, vendido,corrupto, devasso e espião do Facebook.

O movimento do software l ivre comomimimi

Mimimi é o acrônimo de “pare de chorare vá fazer alguma coisa que preste”. OStal lman tem sido acusado desse mimimidesde que fundou o projeto GNU. E lá sevão 30 anos. Bi l l Gates, Steve Jobs, EricRaymond e Jon Maddog Hal l , só paraenumerar alguns, já apontaram para oStal lman e os demais ativistas de SoftwareLivre com esse elogio carinhoso.

Mas, adivinha? Mimimi também significa“não vamos parar de provar o quantovocês fazem mal para a humanidade”. OMovimento Software Livre é ummovimento social e político que se apoianas l iberdades do Software para combateras desigualdades sociais, e os desmandosdas megacorporações de tecnologia fazemparte disso. Ninguém está obrigado aconcordar com o Movimento SoftwareLivre, mas tentar desqual ificá-lo pode serum grande tiro no pé, porque o forçará aencarar seu egoísmo e seu desprezo pelosocial , em prol do seu benefício pessoal . Écomo político safado que se diz a favor da

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maioria necessitada e depois age apenasem benefício próprio.

Não há mais de um tipo de MovimentoSoftware Livre. Não há essa coisa deradicais do Movimento Software Livre.Trata-se de um movimento com definiçõesclaras e objetivos ainda mais clarosdescritos pela Free Software Foundation, equalquer desal inhamento não é SoftwareLivre. Simples assim.

Então, se você não está al inhado e nãoquer se al inhar, muito bem, perfeito, deacordo, direito seu. Mas nos faça um favor:vá procurar sua turma! E deixe a nossa empaz.

A sua turma deve estar no Facebook,Gmai l e Instagram achando que se muda o“status quo” de dentro da jaula de ouro,deixando-se i ludir pelos argumentosinfantis do Big Brother. Achando queUbuntu e Debian são a mesma coisa.

O mimimi do Software Livre é o seu piorpesadelo, porque sempre lhe esfregará nacara que sua incoerência é fruto do seuegoísmo, da satisfação dos seus interessespessoais. É um recordatório públ ico de quevocê não vê mal algum em se apropriar edeixar que se apropriem do bem comumem seu benefício pessoal . Sempre que oSoftware Livre for citado, lembre-se de queele trata do bem para todos.

Como ganhar dinheiro com softwarel ivre?

Essa pergunta já foi respondida mi lharesde vezes em todos os idiomas do mundo, ea resposta é simples: prestando serviço.Não há nenhum truque escondido, escuso,segredo milenar ou pegadinha. Pode sermais compl icado de entender porque,desde o fim dos anos 70, asmegacorporações conseguiram convencera todos que Software é produto. Mas assimque se pensa um pouco, fica claro quedesenvolvimento de software é um serviço,e, aí, fica fáci l entender que há outrasformas de se ganhar dinheiro com

Software Livre e/ou com Código Aberto. Hámuito mais do que l icenças entre o Céu eTerra…

O Movimento Software Livre não é, nemnunca foi , contra ganhar dinheiro. Grandesdo ramo como a RedHat encontraram ummodelo ético e sustentável para gerarriqueza. O problema nunca foi , nem nuncaserá, ganhar dinheiro, mas como se fazisso. Há serviços mais éticos que outros,apesar de toda a legal idade envolvida.

Vender marketing, ou seja, venderespaços publ icitários é um ótimo modelode negócios. Mas há l imites. Quando apropaganda é não direcionada, ela fazparte do jogo capital ista. Mas quando adesculpa do marketing serve para invadirminha privacidade e a de todos, então nãoé mais aceitável . Especialmente porque jáé sabido que essas informações sãousadas para coisas muito mais graves doque vender produtos. O melhor exemplodos riscos envolvidos está na experiênciafeita pelo Facebook provando queconseguia manipular seus usuáriosinserindo mensagens subl iminares nas“timel ines” de sua interface. Então nãoadianta mais tapar o sol com a peneira.Você está sendo etiquetado, catalogado evendido para quem pagar mais ou paraquem tiver mais mísseis nucleares.

Mas você pode acreditar que “oWindows é muito melhor que o SoftwareLivre” [2], cuja conclusão é: “O Windows émais que uma ideologia, é uma poderosaferramenta para garantir a segurança edisponibi l idade de uma rede. Antes depensarmos em custo de aquisição,devemos pensar em redução de custos egarantia de uma rede estável , afinal , todasas informações de uma empresa estãonela e valem muito.” E também podeescolher acreditar em gnomos, mula semcabeça ou o Curupira. A escolha é sua.

Alternativas como Diaspora, Rise.Up,OpenMai lBox, etc

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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São todas alternativas vál idas. Sãoverdadeiros atos heroicos de coletivos eindivíduos que decidiram se contrapor ao“status quo”. Assim como o Stal lman fezhá 30 anos e muitos outros visionáriosfizeram ao redor do mundo nosmovimentos locais de Software Livre.

Longe de serem perfeitos, cada um, asua maneira, tenta oferecer garantias deprivacidade e serviços éticos na Internet. Oque todas elas têm em comum é queapenas o que o usuário deseja será vistoou espalhado na rede. Há mensagens queeu quero que estejam na rede e alcancema maior quantidade possível de pessoas.São mensagens públ icas e que podem edevem ser indexadas e catalogadas porquem o quiser fazer, inclusive o Google. Abeleza está em que o que eu não queroque seja tornado públ ico, não será. Entãoquem decide o que é ou não públ ico eaparecerá nos índices do Facebook eGoogle sou eu. Você pode dizer o mesmo?

E a conclusão?Mais um ato de violência contra o

movimento Software Livre. Algunspoderiam até chamá-lo de “fogo amigo”,mas seria um erro de percepção, porque oOSI – OpenSource Initiative e os quedefendem a complacência no uso deSoftwares Proprietários e redes sociais

devassas não são amigos do MovimentoSoftware Livre.

Tentar desvirtuar os princípios éticos,morais, ideológicos e fi losóficos doSoftware Livre não é tarefa fáci l . Massempre estarão lá os enganadores e malintencionados para tentar confundir aspessoas. Levá-las a crer que um mundomelhor é uma utopia e que a única soluçãoviável é se deixar explorar, enganar,persuadir para poder ser fel iz e ganhardinheiro.

Não há como minimizar o mal queataques dissimulados de pessoas que sefazem passar por ativistas do SoftwareLivre impetram ao movimento. Neste caso,admiro mais o Steve Balmer, que disseclaramente que o “O Linux é um Câncer”[3] sem meias verdades, apenas mentirasabsolutas.

1 – http: //softwarel ivre.org/2 – http: //technet.microsoft.com/3 – http: //www.theregister.co.uk/

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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POR ANAHUAC DE PAULA G IL

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Fonte

:sxc.h

uPodcast Educacionalcomo Recurso

Educacional Aberto(REA)

por Kell Bonassoli

Espírito Livre · Abril/2015 34

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Será que o podcast pode ser usado na educação? Seráque é possível criar um repositório que possibilite um

melhor aproveitamento dos arquivos de áudio?Entenda o que são Recursos Educacionais Abertos, oque é Podcast e qual a oportunidade nesta mescla de

temas.

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Para quem vive a real idade da sala deaula, não é nenhuma novidade que estácada vez mais difíci l competir com ainternet, os videogames e com o celular.A novidade é que esta frase aí em cima

está escrita errado de propósito. Sabe qualé o erro? O professor não deve competircom o universo multimídia de seus alunos,ele deve uti l izar isto em favor do processode ensino-aprendizagem.Se a maioria de nossos alunos já é tão

intima de smartfones e tocadores de mp3,o que nos falta para aproveitar estehardware de forma mais intel igente?

Veja o conteúdo através do som

Entonação, ambientação, ousimplesmente uma maneira de rever asaulas. As particularidades do som trazemnovas tonal idades à comunicação. Sabe-seque mais de 40% da população tem oesti lo de aprendizagem auditiva comopredominante, isso significa que sãopessoas para quem o áudio pode ser degrande ajuda, além de um recursocomplementar às aulas tradicionais.

Rádios escolares e Podcasts:

conteúdo sob demanda para nicho

São dois os aspectos que melhordiferenciam uma mídia da outra. Enquantoo rádio exige um ouvinte passivo edisponível à sua programação, o podcast éum arquivo gravado e disponível paradownload que pode ser consumido quandoa pessoa bem entender. Além disto, em umveículo de massa como o rádio, énecessário partir de comunicações amplaspara impactar o maior número de pessoas,já no podcast, a grande graça é vocêproduzir para o nicho.Ao baixar o arquivo de áudio, a internet

deixa de ser necessária para consumiraquele conteúdo: uma ótima forma deaproveitar o tempo de quem já é adepto dofonezinho no seu dia a dia, como é o casode toda a Geração Y.

Podcasts Educacionais

Conheci o podcast em 2006. Comecei aproduzir em 2011 e no mesmo ano integreio time do Telhacast, que viria a tornar-se oportal Mundo Podcast, um site que além depodcast tem diversos tutoria is sobre otema.Em 2014, o Podcast completou 10 anos

no Brasi l e, para comemorar esta datahistórica, 10 produtores reuniram-se sob aorganização de Lucio Luis, através daeditora Marsupial para escrever um livrosobre o tema. Dentre os dez, lá estava eu.Em Reflexões sobre o Podcast, escrevisobre os aspectos colaborativos da mídia.Atualmente, o Brasi l já conta com mais

de 800 podcast, sendo mais de 500 emplena atividade. O ecossistema é amplo ediversificado, porém, na esferaeducacional , há pouquíssimos produtos.Existem podcast de divulgação

científica, de l iteratura, fi losofia, política,história que poderiam ser recomendadospara nossos alunos, mas ainda faltamprodutos pensados especificamente para areal idade escolar.

E será que dá certo?

Sou graduada em Letras e especial istaem Psicopedagogia. Sempre fiquei muitofrustrada com a falta de materialeducacional na podosfera e foi a partirdesta inquietação que surgiu a ideia doEdukaSom.Não oficia lmente, muitos alunos já

gravam as aulas de seus professores. Nasuniversidades, é muito comum que a mesado professor abrigue uma série degravadores e celulares.Os áudios das aulas servem como

material de apoio e lembrete aos alunosdaquele conteúdo assistido.O problema é que estes áudios são

captados com baixa qual idade e como senão bastasse, o aluno que o uti l iza guardaapenas para si .

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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Não seria incrível se alguns professoresgravassem suas aulas e disponibi l izassempara toda a comunidade?

Alguns formatos possíveis:- Pensando em podcast para a escola,

existem várias possibi l idades de formatopara uti l izar recursos em áudio.- Audiodescrição (é um recurso de apoio,

focado em incrementar a experiência deacessibi l idade de pessoas cegas ou combaixa visão);- Aulas gravadas;- Narração ou dramatização;- Conteúdo programático produzido

especialmente para áudio.Além do uso do podcast para divulgação

de conteúdo, a criação e produção depodcast pode ser um projeto especial paraseus alunos, algo que propicia interação,criatividade e desenvolvimento daautonomia e confiança dos seus alunos.Atualmente, edição de áudio é acessívelinclusive aos alunos cegos através desoftware l ivre.

Software Livre

Da captação ao consumo, tudo épossível de ser real izado com softwarel ivre. A captação e edição pode ser feitacom Audacity, a publ icação pode ser feitaem blogs com Wordpress e o consumo éfeito através de podcatchers, que nadamais é do que um apl icativo que permiteassinar ao feed e receber os downloads deáudio de forma automatizada. Estesapl icativos para consumo sãomultiplataformas e podem ser uti l izadostanto em desktop quando em celulares.Cito como exemplo o Juice Podcatcher edeixo uma l ista incrível com váriosagregadoreshttp: //mundopodcast.com.br/agregadores/

E como o REA entra nesse papo?

Os REA são recursos educacionaisabertos. Material que pode ser produzido

em várias mídias, mas que é l icenciadocomo domínio públ ico ou sob o CreativeCommons, permitindo reúso e remixdestes materiais. Em uma plataforma REA,os produtores produziriam conteúdo quepoderia derivar novos conteúdos

Vantagens do Podcast

A maior vantagem do podcast é amobi l idade. Além de ser um produtorelativamente barato de produzir, ésimples de consumir. Pode ser pelocomputador, celular ou qualquerdispositivo que suporte mp3;O bom uso do feed em agregadores,

permitiria ao professor criar playl istspersonal izadas para cada turma e o alunoassinaria algo com curadoria pensada paraele;Graças ao feed e à tecnologia push, ele

seria avisado quando tem material novo.

Quais são as barreiras?

Algumas normativas são necessáriaspara separar o que define um conteúdoeducacional e quais as boas práticas paraprodutores de conteúdos que queiramabordar este nichoA plataforma deve ser simples, intuitiva

e acessível .É fundamental professores e/ou

especial istas para val idação de conteúdo.O grande diferencial num mundo em quequalquer um pode produzir está nacredibi l idade deste conteúdo.

E como fazer acontecer?

Você já pode produzir podcast agora,mas a ideia deste site e plataforma ésimpl ificar o trabalho dos produtores,reunir professores e alunos eprincipalmente, permitir a distribuição ereuti l ização do material criado. O produtodesenvolvido por um, pode ser usado pormuitos e desta forma, o conhecimento criaasas para você voar.

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Page 37: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

“De boas ideias esse mundo está cheio,o que falta é fazer acontecer! ”E com está chamada iniciou-se um

grupo para transformar em real idade umprojeto colaborativo para uma plataformade podcast educacional .A primeira versão do site será um blog

com tutoriais e dicas para professores. Emparalelo, buscamos captar um grupo dedesenvolvimento da plataforma.Acreditamos que pode ser feito de formacolaborativa e com código aberto, mas quetambém pode ser feito com captação derecursos de leis de incentivo, porémprecisamos quantificar estes recursos epara isto precisamos de programadores edesigners que queiram envolver-se noprojeto.

Grupos de trabalho

O EdukaSom é também um ponto deencontro. Desta forma acreditamos quegrupos de trabalho podem reunir-se paracriar podcast em equipe. Dividindo otrabalho em etapas, tudo fica maissimples. Da pauta, captação, edição, tudopode ser feito em grupo.

A plataforma

Na Campus Party, pude apresentar nopalco Urano os primeiros lampejos doquanto pode ser positivo o uso do podcastna educação. Espero ter fermentado ideiasnaqueles que assistiram a apresentação e

agora convido vocês para darem um novopasso.Viabi l izando esta plataforma, o processo

criativo vai ficar ainda mais simples, alémde reunirmos uma grande comunidadeproduzindo conteúdo de qual idade quepode ser usado por todos nós.Professores, alunos, desenvolvedores,

designers e investidores, venham todos.Precisamos de você!

Referências

Participe do EdukaSom – http: //edukasom.com.br

(ah, o nome agora é com K, pois o com C já estava

em uso)

Saiba mais sobre Podcast – http: //mundpodcast.

com.br

Saiba mais sobre REA - http: //www.rea.net.br/site/

Assista a palestra: http: //campuse.ro/events/

campus-party-brasi l -2015/talk/educasom-o-podcast-

como-recurso-educacional-aberto-cpbr8/

37Espírito Livre · Abril/2015

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

POR KELL BONASSOLI

Page 39: Revista EspiritoLivre 073 Abril2015

Fonte

:sxc.h

u

Conhecendo sua redeutilizando ferramentas

livres

por Christiane Borges Santos

Espírito Livre · Abril/2015 39

Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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Nos últimos anos, poucas áreas, como ade redes de computadores, apresentaramtanta evolução, com redes cada vez maisheterogêneas. As redes de computadoresforam concebidas, inicia lmente, como meiopara comparti lhar dispositivos periféricostais como impressoras, drives de altavelocidade, entre outros, existindo apenasem ambientes acadêmicos,governamentais e algumas empresas degrande porte. Devido a rápida evoluçãodas tecnologias de redes, al iada à granderedução de custos dos recursoscomputacionais, as redes de computadoresse prol iferaram por todos os segmentos dasociedade.

À medida que essas redes foramcrescendo e tornando-se integradas àsorganizações, o comparti lhamento dedispositivos tornou-se secundário emcomparação às outras vantagensoferecidas. As redes de computadoresatuais são compostas por uma grandevariedade de dispositivos e softwares, queoferecem recursos e serviços, permitindouma maior interação entre os usuários eum consequente aumento deprodutividade.

Devido a importância das redes decomputadores em relação aos negóciosdas instituições, em toda pequena, médiae grande empresa, para o seu bomfuncionamento, se faz necessário terinformações sobre quantidade, local izaçãoe características das redes.

Existem uma série de soluçõesproprietárias no mercado, como porexemplo as ferramentas da Cisco Systems,HP OpenView e IBM Tivol i NetView, quepossuem custo elevado e às vezes nãoatendem completamente os requisitos daempresa. As vantagens de se uti l izarferramentas l ivres está na disponibi l idadetotal de acesso ao código e alterações domesmo, deixando a ferramenta de forma aatender as necessidades do ambiente ondeela será implementada.

Um anal isador de protocolo captura asinformações que estão sendo transmitidasem uma determinada rede e apresenta deforma detalhada cada pacote de dadoscapturado, organizando-os por tipo deprotocolo.

O Wireshark, capturador de pacotesantes conhecido como Ethereal , éprovavelmente uma ferramentaindispensável para administradores deredes que queiram uma anál ise maisdetalhada sobre o que trafega em suasredes. Com ele, todo o tráfego de entradae saída é anal isado e mostrado em umal ista com diversos recursos de navegação.O Wireshark é uma ferramenta de redepassiva, ou seja, não transmite bytes paraa rede, nem é o destinatário de bytes queoutros computadores enviaram. Como amaioria dos programas de captura dedados, o Wireshark uti l iza a bibl iotecaLibpcap (ver Box 1), que oferece umainterface independente de sistemaoperacional e compatível com diversastecnologias para capturar pacotes.

Box 1. Libpcap

Muitas apl icações de apoio aogerenciamento e segurança de redesfazem uso especificamente da capturapassiva de tráfego, uti l izando umabibl ioteca de software chamada Libpcap,que é open source, portável e provêfuncional idades para captura de tráfego dedados e protocolos de redes.

No Wireshark, a captura dos dados éfeita em tempo real a partir de qualqueruma das interfaces de rede da máquinaresponsável pela coleta, como pode servisto na Figura 1.

Ao iniciar a ferramenta, de maneirageral , podem-se verificar no Wiresharkcinco partes principais, como mostra aFigura 2.

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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Análise das informações capturadas

O Wireshark permite que se faça umasérie de anál ises com base nos dadoscoletados. Com o Wireshark é possível , porexemplo, verificar os sites que o usuárioestá visitando, assim como obterinformações sobre qual sistemaoperacional e navegador o usuário estáuti l izando, conforme verificado na Figura 3.

Como pode ser visto na l inha doprotocolo selecionado, no caso o protocoloHTTP, no campo que exibe o conteúdodeste pacote podemos observar que a

máquina que fez este acesso é umamáquina com Mac OS X e o navegadorMozi l la Firefox.

Na opção Hierarchy Statistics, umsubitem do menu Statistics, é possívelverificar todos os protocolos capturadospelo Wireshark, com porcentagemindividual para cada tipo encontrado, comodemonstra o exemplo de anál ise mostradona Figura 4.

Dependendo da rede anal isada, aquantidade de informações pode serincrivelmente grande. Pensando nestapossível dificuldade, um dos recursos maispoderosos do Wireshark é justamente apossibi l idade de se criar fi l tros para l imitaro número de pacotes visíveis, para que aquantidade de informações não úteis nãoseja “ensurdecedora”. Para l imitar asinformações e ser mais específico no queserá anal isado, é possível construirexpressões para real izar essa fi l tragem,como pode ser visto na Figura 5. O próprio

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Figura ‎1 . Lista de interfaces e início da captura de tráfego noWireshark.

Figura 2. Visão Geral do Wireshark.

Figura 3. Análise de pacote no Wireshark: sistema operacional enavegador do usuário capturado.

Figura 4. Exemplo de protocolos capturados no Wireshark.

Figura 5. Filtragem de pacotes TCP no Wireshark.

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site do Wireshark também possui uma l istacom vários fi l tros disponíveis para anál isede alguns protocolos. Se algum novoprotocolo for criado pelo IETF, existe apossibi l idade de inserção de novos fi l tros.

Como exemplo, pode-se digitar nocampo Fi lter do Wireshark os seguintescomandos para fi l trar o tráfego da web:

1. tcp.dstport == 80 or tcp.dstport ==443

ou2. tcp.port == 80 and ip.src ==

192.168.1.1ou3. http.host eq

"www.mulheresnatecnologia.org"

Conclusão

O Wireshark é uma ferramenta l ivre quepermite a anál ise de protocolos, podendoauxi l iar administradores de rede naresolução de problemas. Ele real iza acaptura e anál ise de informaçõestrafegadas em diferentes tipos de meios detransmissão, sejam eles cabeados ou não,com a vantagem de compatibi l idade entreos mais diversos sistemas operacionais.Além disso, por meio do Wireshark, torna-

se possível conhecer diversascaracterísticas e o funcionamento devários tipos de protocolos. O conhecimentoaprofundado dos protocolos proporciona acriação de novas ferramentas, uma melhoruti l ização dos recursos de cada protocolo emaior compatibi l idade entre tecnologias.

Referências

Wireshark - What's on your network? (O que tem

em sua rede?)

http: //www.wireshark.org

Referências de Fi ltros no Wireshark

http: //www.wireshark.org/docs/dfref/

IETF - Internet Engineering Task Force

(Conhecendo mais sobre os protocolos de rede)

http: //www. ietf.org

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

POR CHRISTIANE BORGES SANTOS

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Oficina de Chão,Robótica e Minions

por Salete Farias

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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A Campus Party deste ano teve muitasatividades para colocar a mão na massa, enesta oitava edição aconteceu pelasegunda vez consecutiva a Oficina deChão, um projeto envolvendo conceitos deRobótica, comandado pelo AlexandreCasemontro, conhecido pelos maiorescasemods já apresentados na Campus.Entre as suas criações, está o famoso IronMan. Alexandre cria casemodspersonal izados e animatronics e estásempre disposto a difundir ideias econhecimento, comparti lhando com quemestiver disposto a aprender.

A Oficina de Chão é um projeto onde aideia é colocar a mão na massa e criar umrobô, a partir de materiais recicláveis ondeos participantes usam toda a suacriatividade na personal ização do seu robôe na programação. Quando se fala depersonal ização de um robô, é preciso terem mente antes mesmo de começar aprogramação, qual a base do formato dele,ou seja, qual base você irá escolher paracriar um robô sobre ela e personal izá-lodepois, podendo ou não adicionar novasfunções fora a locomoção.

Eu participei da Oficina de Chão com 3alunos formando uma equipe e partimospara os trabalhos de confecção do robô eda programação. As atividades aconteciamsempre após as 23h00 em todos os dias doevento. Descobri , ao final da oficina, oquanto a base é importante, não pensarnela de uma forma adequada fará toda adiferença quando seu projeto estiverpronto. Uma base com dimensõespequenas pode ser um problema toda vezque você precisar conectar e desconectarcabos, sensores, trocar o microcontrolador,entre outras coisas. Não é algo agradávelter que praticamente desmontar seu robôcada vez que precisar fazer esses tipos deintervenção.

Para a personal ização, foram usadosmateriais simples, sem necessidades deferramentas complexas. Foram usados

papelão, tecido, tinta acríl ica (deartesanato), pincéis, pistola de colaquente, pal ito de sorvete e copos de café.O tema da Oficina de Chão foi Minions,aqueles fofos ajudantes de Gru, do fi lmeMeu Malvado Favorito, com característicasmarcantes, grossos óculos, variedade dequantidade de globos oculares e coramarela.

Uti l izamos Arduino para fazer a primeiraprogramação do robô. O Arduíno é umaplataforma de prototipagem eletrônica dehardware l ivre, tudo numa placa só, quepossui um microcontrolador com suportede entrada e saída embutido. A l inguagemde programação padrão é C/C++. Nãoprecisa ser um programador experientepara começar a criar projetos com Arduíno.Com ele é possível criar ferramentas combaixo custo, flexíveis e fáceis de usar.Trabalhamos com um Kit Básico de Arduínoque praticamente é composto pelosseguintes equipamentos:

* Arduino* Servomotor de Rotação Continua (ou

ponte H mais 2 motores com redução).Servomotor é uma máquina, mecânica

ou eletromecânica, que apresentamovimento proporcional a um comando,em vez de girar ou se mover l ivrementesem um controle mais efetivo de posiçãocomo a maioria dos motores; servomotoressão dispositivos de malha fechada, ou seja,recebem um sinal de controle, verificam aposição atual e atuam no sistema indopara a posição desejada.

Roda l ivre, ou qualquer coisa que possasubstituir isso,

Servomotor mais Leds para apersonal ização do robô, de acordo com oque a imaginação permitir

I tens como Leds, outros servomotores,podem ser usados na personal ização doRobo, claro de acordo com o queescolheram criar.

A foto a seguir i lustra bem uma boa l istade itens que foram usados na Oficina.

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

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O primeiro desafio foi pensar em como orobô iria se mover. O Minion deveria andarpara frente, para trás e desviar deobstáculos mudando sua direção. Para issoas rodas precisaram ser confeccionadas.Usamos o fundo de garrafas pet para seadequarem aos equipamentos que iriamser encaixados aos servomotores. Depoisde muitas experiências as rodas acabaramsendo feitas de algumas camadas depapelão cortados no formato circular. OPrimeiro dia foi todo de criação. Como seráa base? As rodas para o Minion selocomover? O que usar para os olhos? E orobô foi criando forma.

O segundo dia foi para colocar mais acriatividade para aflorar e começar aprogramação básica. Usamos inicia lmentea placa Arduino BlackBoard - uma placaArduino compatível fabricada pela empresa

RoboCore aqui no Brasi l . É bem simi lar àsplacas Arduino Uno R3 e Duemilanove,com algumas melhorias, no que dizrespeito, por exemplo, a fornecer maiorcorrente em seu pino de al imentação,entre outras. Uti l izamos o ambiente deprogramação e começamos os trabalhos,não sem antes fazer as conexõesnecessárias da placa Arduíno BlackBoardpara que as rodas, que moveriam nossorobô, funcionar. A partir daí foi tudo umnovo aprendizado. Só com as entradasexistentes na placa conseguimos fazerapenas um dos servomotores funcionar,mas tínhamos dois. Como resolver esseproblema? Foi então que conheci a l indaProtoboard – que é nada mais nada menosque uma matriz de contatos uti l izada parafazer montagens provisórias, e teste deprojetos. É constituída por uma baseplástica, contendo inúmeros orifíciosdestinados à inserção de terminais decomponentes eletrônicos. Internamenteexistem l igações determinadas queinterconectam os orifícios, permitindo amontagem de circuitos eletrônicos sem auti l ização de solda.

E descobri o lance do positivo enegativo. Bastou então, l igar o Arduíno àprotoboard e conectar meus servomotres aela. Pronto! Com a protoboard, eu poderiaaté aumentar o número de servomotorescaso precisasse. Uti l izamos algumasbibl iotecas do Arduino para enviar oscomandos à placa e o robô Minion

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

Figura ‎1 . Itens usados na oficina.

Figura 3. Participantes da oficina.

Figura 2. Montando a base do Minion.

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começou a real izar seus primeirosmovimentos.

Nos dias seguintes mudamos daBlackBoard para uma placa Arduino daIntel , a Gal i leo GEN2, e precisamos usar oambiente de programação versão 1.5.3 porquestões de compatibi l idade. Essa placa éuma versão melhorada da anterior, aGal i leo, que é a primeira placa compinagem padrão Arduino que possui umprocessador de arquitetura Intel .

Essa placa é um projetocompletamente open-source, com todo oesquema eletrônico e os detalhes da placadisponíveis para download. Provavelmenteo primeiro hardware completamente open-source da Intel . A novidade do uso dessaplaca na Oficina é que pudemos usar oSonar, um sensor que permitiu ao nossoMinion desviar de obstáculos.

O CEO da Intel , Brian Krzanich comentourecentemente que a Intel prometeudistribuir gratuitamente 50 mil placasGal i leo para 1000 universidades em

diversas partes do mundo até abri l de2015. O que acabou acontecendo comtodas as equipes que participaram daOficina de Chão da Campus Party, ondecada líder de equipe ganhou uma placa,com uma missão de levar uma versãomelhorada do Minion para a Campus de2016. Foram confeccionados em torno de10 robôs, cada um com suasparticularidades, sendo que todos foramapresentados à equipe da Intel que estavano evento e ao públ ico em geral nosábado, último dia do evento. Umaexperiência rica e inesquecível .

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Revista Espírito Livre · Especial Campus Party Brasil 2015

POR SALETE FARIAS

Figura 4. A escolha pelo Galileo

Figura 5. Minions em ação!

Figura 6. Eu e meu Minion.