Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

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Amazônia produz alimentos para mais de 25 milhões de pessoas que vivem na região. Diferentemente do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul do Brasil, os agricultores da floresta não têm a liberdade de cultivo na maioria das terras, por razões ambientais e indígenas (demarcação de reservas).

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))))))))))))))))))))))))Sumário

BORRACHA Capacitação para extrativistas - pág. 62

MANDIOCA Município de Uarini aumenta a produção de farinha - pág. 66

BALANÇO Feiras de produtos regionais registram crescimento de público e renda - pág. 68

ARTIGO Coordenadora Alíria Noronha ressalta o Amazonas Rural - pág. 73

COMEMORAÇÃO Sebrae-AM comemora 40 anos - pág. 74

SÃO SEBASTIÃO Ribeirinhos do Lago Uruapeara comemoram os festejos ao padroeiro da comunidade - pág. 76

ARTIGO Eduardo Braga fala sobre a construção do futuro - pág. 81

ARTIGO Senador Valdir Raupp escreve sobre o desenvolvimento de Rondônia - pág. 82

PERFIL Produtor rural aposta em búfalos - pág. 84

ARTIGO Antônio Cordeiro apresenta a força do arroz irrigado - pág. 89

BUBALINOS CIGS utiliza búfalos para transportar materiais - pág. 90

ARTIGO Ex-secretário de produção rural, Eugênio Thomé, relata o desenvolvimento nas últimas décadas em Roraima - pág. 92

MEIO AMBIENTE SDS comemora 10 anos de políticas públicas ambientais - pág. 94

FIBRAS CONAB anuncia compra de juta e malva - pág. 96

BACIA LEITEIRA Município de Autazes comemora Festa do Leite - pág. 98

FESTA DO GUARANÁ Maués comemora XXXIII festa - pág. 100

ARTIGO Enio Candotti escreve sobre sustentabilidade e suas lideranças - pág. 102

ARTIGO Vanessa Grazziotin relata prioridades no interior - pág. 105

COLHEITA DA MELANCIA Produtores intensificam os trabalhos para aumentar a produção de melancia - pág. 106

ARTIGO Hiroshi Noda descreve sobre o programa de Pós-Graduação em Agricultura no Trópico Úmido - Pág. 109

PRÊMIO CHICO MENDES Ulisses Girardi é o grande homenageado do Prêmio Chico Mendes - pág. 110

SUFRAMA Autarquia comemora 46 anos e faz balanço das atividades - pág. 112

ADEUS ALMIR GABRIEL Homenagem ao ex-governador do Pará - pág. 114

REGISTRO O que acontece - pág. 8

NOTAS Fique por dentro - pág. 9

ARROZ DA AMAZÔNIA Roraima colhe safra 2012/2013 com festa dos produtores - pág. 10

ILHA DE MARAJÓ Colheita de arroz na fazenda Acostumado - pág. 16

ARTIGO Almir Sá fala da força do agronegócio em Roraima - pág. 21

39ª EXPOAGRO Feira movimentou mais de R$ 35 milhões - pág. 22

CNA NA CHINA Produtos agropecuários do Brasil ganham espaço no mercado chinês - pág. 38

ARTIGO Muni Lourenço fala da China como oportunidade para o Brasil - pág. 40

PRONATEC Jovens do Amazonas são beneficiados com cursos de capacitação rural - pág. 42

LANÇAMENTO Conheçam o projeto Pioneiros e Empreendedores: A saga do desenvolvimento no Brasil - Pág. 46

FAZENDA 3R Nelore chega em Roraima - pág. 48

FAZENDA FAVORITA Adquire rebanho - pág. 50

OPORTUNIDADE Empresa Amazônia Sócio Ambiental aposta no setor primário - pág. 52

OCB/AM Reunião define estratégias para 2013 - pág. 54

OCB/RR pág. 56

ARTIGO: Edimar Vizolli fala da trajetória do IDAM - Pág. 57

ARTIGO Senador Acir Gurgacz fala dos desafios e oportunidades para a agricultura - pág. 59

ARTIGO Secretário Eron Bezerra faz um balanço de sua gestão - pág. 60

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Diretor Executivo Epifânio Leão

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Editora Diárcara Ribeiro

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Revisão Epifânio Leão

Foto de Capa Antonio Ximenes

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Arleane PassosProdutora

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 7

EDITORIALDESENVOLVIMENTO REGIONAL

Amazônia produz alimentos para mais de 25 milhões de pessoas que vivem

na região. Diferentemente do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul do Brasil, os

agricultores da floresta não têm a liberdade de cultivo na maioria das terras,

por razões ambientais e indígenas (demarcação de reservas).

Mas, mesmo com enormes limitações, dentre elas fundiárias, os produ-

tores de alimentos conseguem resolver graves problemas de logística, por

exemplo, e produzem com qualidade e alta tecnologia, como observamos na

colheita da safra de arroz 2012/2013 em Roraima e no Pará (arroz cultivado

na Ilha de Marajó). Além da agricultura, a bovinocultura e a criação de búfalos

também se destacam. A primeira com a qualidade genética da fazenda 3R do

Mato Grosso do Sul, que fornece matrizes Nelore de alta perfomance na pro-

dução de carne para abate precoce; e, a segunda, nas várzeas dos rios, que

no município de Autazes se apresenta com notável homogeneidade bubalina,

como a verificada na fazenda do produtor Ademar Hortêncio.

A prova cabal da força dos produtores rurais da floresta se observou no

sucesso da 39ª Expoagro, que com um universo mais amplo que se tem co-

nhecimento da produção primária do Amazonas, movimentou mais de R$ 35

milhões em negócios. O destaque ficou para a comercialização do máquinário

agrícola, em um claro indicativo de que a mecanização da floresta é funda-

mental, para melhorar o desempenho sustentável da produção rural. Se de

um lado constatamos a força do homem do campo, de outro a Secretaria de

Desenvolvimento Sustentável (SDS) comemora dez anos de atividades, tendo

à frente a secretária Nádia Ferreira, uma visonária que viu no diálogo entre ru-

ralistas e ambientalistas, o ponto de equilíbrio para conservar a maior floresta

tropical do planeta.

Do lado de Rondônia observamos a força de um Estado, que com suas

usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, está pronto para ser a lo-

comotiva energética da região. Suas lideranças politicas como Valdir Raupp

(PMDB-RO) e Alcyr Gurgacz (PDT-RO) têm trabalhado nesta direção. O mes-

mo observa-se com a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que com suas

emendas no Senado tem conseguido levar recursos para alavancar as ativida-

des do campo no Amazonas.

De igual forma, tem atuado o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que com

sua experiência e habilidade parlamentar, tem fortalecido a produção rural de

seu Estado, o mais fortemente atingido pelas medidas do governo federal, no

que se refere as demarcações indígenas. Atento também ao que acontece na

região está o senador Eduardo Braga (PMDB-AM) que, na condição de líder do

governo no Senado, tem atuado para diminuir as diferenças sociais e econô-

micas da Amazônia.

Neste cenário podemos afirmar que preservação ambiental e produção

de alimentos não podem 'caminhar' isoladamente, se quisermos gerar receita,

emprego e qualidade de vida para milhares de amazonidas. O segredo está no

diálogo e no bom senso, itens determinantes para o desenvolvimento regio-

nal dos povos da floresta.

)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

Antonio Ximenes

Diretor de Redação

Jornalista Responsável

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8 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

REGISTRO DA FLORESTA

PRÓ-RURALO Governo do Amazonas lançou o Pro-

grama Estratégico para Transferência

de Tecnologia/Pró-Rural (Residência

Agrária). A meta é contratar 180 pro-

fissionais entre coordenadores do

projeto e técnicos para atuar como

agentes de transferência de tecno-

logia no interior do Estado. Serão

investidos R$ 22 milhões da parceria

firmada entre Secretaria de Estado da

Produção Rural (Sepror) e Fundação

de Amparo à Pesquisa do Estado do

Amazonas (Fapeam), e da Secretaria

de Ciência, Tecnologia e Inovação do

Amazonas (Secti-AM). A previsão é de

que os técnicos estejam em campo

em abril deste ano.

CAMPANHANo dia 16 de março foi realizada pela

Secretaria de Estado e Produção Rural

(Sepror) a primeira etapa da vacinação

contra a febre aftosa. Ela se estenderá

até o dia 15 de julho e beneficiará 41

municípios dos rios Solimões e Amazo-

nas. O Governo do Amazonas é o único

do País a subsidiar a vacina contra a fe-

bre aftosa. O valor comercial da dose é

de R$ 1,54; porém, com o subsídio do

Governo o produtor paga apenas R$

0,60.

DEZ ANOS DE FAPEAM A partir das ações do Sistema Público

Estadual de Ciência, Tecnologia e Ino-

vação (CT&I), o Amazonas despontou

como um dos estados brasileiros que

mais investiram na formação de pes-

quisadores doutores. Em dez anos

de existência, a Fundação de Amparo

à Pesquisa do Estado do Amazonas

(Fapeam) acumulou 799 bolsas de

doutorado concedidas, uma evolução

de mais de 2.937% se considerado o

número de 2003, ano da sua criação,

quando foram concedidas 26 bolsas.

De acordo com a diretora-presi-

dente da Fapeam, Maria Olívia Simão,

para o desenvolvimento de um Esta-

do, a partir da ciência e da inovação,

não bastam laboratórios bem equipa-

dos e grande aporte de recursos. É im-

prescindível a formação de recursos

humanos.

TÍTULO CIDADÃO APUIENSEO presidente da Federação da Agri-

cultura e Pecuária do Estado do

Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, e

o presidente do Instituto de Desen-

volvimento Agropecuário e Florestal

(IDAM), Edimar Vizolli, receberam

da Câmara dos Vereadores do mu-

nicípio de Apuí o Título de Cidadão

Apuiense.

BACALHAU DA AMAZÔNIA NA MERENDA ESCOLARFeito com o pirarucu manejado da Re-

serva de Mamirauá e industrializado na

fábrica de Maraã, o Bacalhau da Ama-

zônia é o novo ingrediente na merenda

escolar para alunos da rede pública de

ensino do Estado. Para 2013, o Gover-

no do Amazonas ampliou em 28,7% o

valor destinado ao Programa de Regio-

nalização da Merenda Escolar (Preme),

com total de R$ 30 milhões em aquisi-

ções, beneficiando cerca de 13,5 mil

produtores. O Bacalhau da Amazônia

foi escolhido após testes nutricionais

realizados pela Secretaria de Estado da

Educação (Seduc).

Foto: Diárcara RibeiroFoto: Diárcara Ribeiro

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 9

NOTAS

FEIRAA FIAM 2013 promovida pelo Minis-

tério do Desenvolvimento, Indústria

e Comércio Exterior (MDIC), por meio

da Superintendência da Zona Franca

de Manaus (Suframa) vai ser realiza-

da no período de 27 a 30 de novem-

bro em Manaus (AM). Os participan-

tes vão poder conferir de maneira

interativa, a maior vitrine de exposi-

ção das potencialidades regionais, ro-

dada de negócios e cooperação nos

Estados da Amazônia.

FARINHA HIGIÊNICAAgricultores da Comunidade de Bela

Conquista, em Tefé, receberam Uni-

dade de Casa de Farinha Higiênica,

no início de janeiro deste ano. Cerca

de 15 famílias terão a produção de

farinha benefi ciada. “A casa de farinha

higiênica vai proporcionar aos agricul-

tores familiares a oportunidade de

produzir farinha de boa qualidade,

dentro dos padrões de higiene o que

vai tornar o alimento mais seguro para

consumo”, ressalta Sidney Araújo, ge-

rente da Unidade Local.

A Unidade foi construída com

recursos do Convênio nº 003 CEUC/

IDAM. A equipe local do Instituto de

Desenvolvimento Agropecuário e Flo-

restal Sustentável do Amazonas vai

capacitar os produtores para melhorar

a qualidade da farinha produzida no

município.

COLAÇÃO DE GRAUOs Jornalistas formados pelo Centro

Universitário do Norte Uninorte/Laure-

ate, Érico Xavier, Carla Silveira, Fabiana

Ferreira, Lineize Leal, Jamile Galvão,

Mara Magilania, Alexsandro Machado e

Thiago Herculano, receberam o diploma

de Bacharel em Comunicação Social no

dia 12 de março, em solenidade de co-

lação de grau no Cen-

tro de Convenções do

Manaus Plaza Shop-

ping. Todos escrevem

para as revistas Flo-

resta Brasil Amazônia,

Voar na Amazônia,

Manaus Casa & Cons-

trução, e Manaus Saú-

de & Beleza, da Wega

Comunicação.

Foto: Diárcara Ribeiro

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10 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia10 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Arroz da Amazônia

Durante três dias (24, 25 e 26 de janeiro) a AARR, em parceria com a FAERR/SENAR, organizou eventos para comemorar o acontecimento agrícola do Estado

Arrozeiros de Roraimacolhem safra 2012/2013

A Associação dos Arrozeiros de Roraima (AARR) promo-veu a abertura da colheita do arroz no dia de campo re-alizado na fazenda Smith, de propriedade do fazendeiro Tiaraju Faccio, no dia 26 de janeiro, no município de Bon-fi m, quilômetro 29 da BR 401. Nos dias 24 e 25 do mes-mo mês aconteceram palestras sobre Manejo Integrado de Plantas Daninhas na Cultura do Arroz Irrigado (24/01),

REPORTAGEM e F0TOS: Antonio Ximenes

Implantação do Código Florestal Brasileiro e Seus Im-pactos e Aquecimento Global: Fatos e Mitos (25/01), no auditório Antônio Ernesto Werna de Salvo, na sede da FAERR/SENAR, na avenida Major Williams, Boa Vista. Ao todo, mais de 500 pessoas participaram das atividades, que são consideradas as mais importantes do calendário agrícola do Estado, na área de rizicultura (arroz). Sob a coordenação geral da Associação dos Arrozeiros de Ro-raima (AARR), que tem como presidente o fazendeiro Genor Faccio, dono da marca Prato Chic, a abertura da colheita foi um sucesso de público e tecnologia. Roraima tem uma área de plantio de arroz de aproximadamente 11 mil hectares, no passado já teve 24 mil hectares culti-vados, antes da demarcação contínua da reserva indíge-na Raposa Serra do Sol em 2009.

A previsão de colheita da safra 2012/2013 é de 1,3 milhões de sacas, o que equivale a 65 mil toneladas. A saca de 50 quilos está sendo comercializada, em média, a R$ 35,00. A AARR tem 16 associados, dentre eles, os

maiores de Roraima no setor.

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 11 Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 11

Arrozeiros de Roraimacolhem safra 2012/2013

» Fazendeiros Paulo César Quartiero (à esquerda) e Tiaraju Faccio

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12 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Arroz da Amazônia

COLHEITAPotentes colheitadeiras riscaram os campos da fazenda Smith colhendo arroz de altíssima qualidade. Totalmen-te irrigados, os campos desta propriedade agrícola ro-raimense foram o palco do que a tecnologia e o manejo adequado são capazes de fazer. "O Grupo Faccio deve produzir este ano em torno de 700 mil sacos de arroz", disse Tiaraju Faccio. Deste total, aproximadamente 80% é consumido no mercado de Manaus, Amazonas.

Os arrozeiros de Roraima são conhecidos pela capaci-dade de auto-superação e a competitividade agrícola. O Estado, mesmo com apenas 7% do território disponível para a produção de alimentos, consegue se manter na liderança do Norte do Brasil no quesito arroz. "Nós preci-samos de mais terra para plantar, mas Roraima tem 67%

PESQUISADORESOutros cientistas, como José Alberto Noldin, pesquisa-

dor da EPAGRI/Santa Catarina, Antonio Carlos Centeno

Cordeiro (Embrapa/RR), Roberto Dantas de Medeiros e

Elisângela Morais, também da Embrapa local, tiveram

atuação destacada; mas, especifi camente, no âmbito

técnico científi co e focados na rizicultura. Eles fi zeram

palestras sobre manejo de plantas daninhas na cultura

do arroz irrigado; cultivares indicados para Roraima; ma-

nejo da cultura do arroz irrigado; e pragas de importân-

cia na cultura do arroz irrigado; respectivamente.

de sua área total demarcada pelo governo federal, o que tem impossibilitado uma produção maior de alimentos", disse o presidente Genor Faccio, da AARR.

LUTASe por um lado falta espaço para plantar, por outro sobra combatitividade política e econômica. Isso fi cou demons-trado com as participações dos deputados federais Paulo Cesar Quartiero (DEM/RR) e Valdir Colatto (PMDB-SC). Os parlamentares tiveram participação importante na palestra do dia 25 e na fazenda Smith, quando foram ou-vidos por centenas de produtores rurais. "Todos sabem o que passei quando perdi minhas terras cultivadas na Raposa Serra do Sol, mas, mesmo com este golpe, não

» Antônio Carlos Cordeiro

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 13

desanimei e continuo trabalhando na defesa dos agricul-tores", disse o deputado Quartiero, a mais importante liderança política do setor.

Atento ao que se passa em seu Estado e disposto a esclarecer os rizicultores e demais produtores rurais so-bre o Código Florestal Brasileiro, Quartiero convidou o deputado Colato para falar sobre este tema em Roraima. "Vim ao Estado a convite dos arrozeiros e do meu amigo Quartieiro. Os produtores rurais precisam continuar mo-bilizados para defenderem suas terras, e uma das armas para isso é o conhecimento sobre o novo Código Flores-tal Brasileiro", disse Colato.

POLÊMICA CIENTÍFICAAlém das discussões sobre política agrícola, a abertura da colheita do arroz contou com a presença do cientista Luiz Carlos Baldicero Molion, Doutor do Instituto de Ci-ências Atmosféricas da Universidade Federal de Alagoas (Maceió), que em uma concorrida palestra no dia 25 de-

fendeu pontos de vistas totalmente divergentes dos pra-ticados pelos cientistas que formam o painel do IPCC da ONU (defendem que o planeta passa pelo aquecimento global). "Não existe aquecimento global, a temperatura tem se mantido estável nos últimos 30 anos. O que está acontecendo é o efeito local dos microclimas, as ilhas de

FERTILIZANTES, SEMENTES E OUTROS INSUMOSPara que a produção de arroz obtenha a performan-

ce vencedora, como a que se observa nos campos

de Roraima, é fundamental o fornecimento de qua-

lidade dos insumos. No mercado local, o empresário

Rodrigo Pratti se destaca como líder no setor. Sua

empresa: a Rural Fertil, fornece os fertilizantes, se-

mentes e demais insumos para a Fazenda Smith e a

maioria dos associados da AARR. O mesmo acontece

para os produtores de soja e milho do Estado.

Entusiamado com os bons resultados do merca-

do agrícola, ele montou estrutura no Pará, no mu-

nicípio de Castanhal, onde, em parceria com a Yara

Fertilizantes, consegue agilizar a entrega dos seus

produtos para os clientes do campo com rapidez e

efi ciência logística.

"Nós conseguimos fomentar os produtores e,

aqui, em Roraima, tenho no Tiaraju Faccio, um gran-

de parceiro do agronegócio", afi rmou Rodrigo Pratti.

» Deputado Federal, Valdir Colatto (PMDB-SC), falou sobre o Código

Florestal durante o evento

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14 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia14 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

calor provocadas nos grandes centros urbanos", afi rmou o cientista. Molin foi mais agudo ainda ao afi rmar "que o efeito estufa fere as leis básicas da termodinâmica e que toda a teoria do aquecimento global está sem base e furada". Ele disse também que a Europa, os Estados Uni-dos e a China aumentaram as suas emissões por razões econômicas. "O problema é político e não climático. As grandes nações não querem o crescimento daquelas que estão crescendo, dentre elas o Brasil".

CONCORRENTESA Yara Fertilizantes (que é representada em Roraima

por Rodrigo Pratti), tem concorrentes de peso. O re-

presentante técnico comercial da Timac Agro Brasil,

Antonio Marcos Felippi, esteve no dia de campo na

fazenda Smith e disse que Roraima vai crescer muito

com a agricultura, porque a tecnologia existente é

cada vez mais avançada, o que, de certa forma, tem

compensado a falta de espaço para o plantio, depois

da demarcação da reserva indígena Raposa Serra do

Sol. "Nós estamos prontos para continuar fornecen-

do os insumos aos produtores rurais, onde cerca de

30% do mercado local é nosso", disse Felippi.

O gerente comercial da Bunge Fertilizantes (em-

presa comprada pela Yara Fertilizantes) - Luiz Freiber-

ger - também esteve no dia de campo. Ele foi do Pará

para o evento dos rizicultores, por entender que Rorai-

ma é um Estado de grande potencialidade agrícola e

que sempre esteve próximo da empresa que represen-

ta. "Estamos presentes no Estado e vamos continuar

trabalhando junto aos produtores de arroz", afi rmou.

Arroz da Amazônia

OCEANOS FRIOSMas de todas as suas declarações e conclusões científi cas as mais impactantes foram: "Não há aquecimento global, mas sim resfriamento global, como provam as águas do Oceano Pacífi co, o maior regulador da estabilidade do cli-ma. Os oceanos estão se esfriando" concluiu.

» Paulo César Quartiero e Genor Faccio (de chapéu)

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16 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Marajó Colheita do arroz na Ilha de Marajó

REPORTAGEM: Antonio Ximenes F0TOS: Raimundo Paccó

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 17

Colheita do arroz na Ilha de Marajó

Polo rizicultor da região é liderado pelo fazendeiro Quartiero, que deve colher 330 mil sacas na safra 2012/2013

ILHA DE MARAJÓ, PARÁ - A Fazenda Acostumado, de Paulo César Quartiero, no município de Cachoeira do Arari, na Ilha de Marajó, no Estado do Pará, tem 12 mil hectares. Aproximadamente 2.850 hectares são planta-dos com arroz cultivado, o que permitirá uma colheita de 330 mil sacas - de 50 quilos - na safra 2012/2013.

A terceira colheita da fazenda foi acompanhada pela equipe da revista FLORESTA BRASIL AMAZÔNIA,

que constatou os cuidados com o meio ambiente, onde pescadores pescam peixes nos canais de irrigação, aves nativas vivem livremente nas plantações; e a tecnologia empregada, é uma das mais avançadas, com cinco colhei-tadeiras a plena carga em um terreno inóspito, mas rico em nutrientes. Não houve registro de poluição dos cór-regos da região, com os defensivos agrícolas utilizados na lavoura.

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18 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia18 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Marajó

EMPREGOA média salarial de um trabalhador da fazenda é de R$ 1 mil. Cerca de 150 pessoas trabalham nas terras do fa-zendeiro ao longo do ano, a maioria procedente do mu-nicípio sede. "A gente encontrou um lugar para trabalhar com qualidade e respeito e, assim, não precisamos ir para a cidade buscar trabalho", disse o tratorista Antonio Car-los Rodrigues dos Santos, 49, que há dois anos e meio trabalha na fazenda Acostumado.

LUTAEsta é a terceira colheita de Quartiero, deputado fede-ral (DEM-RR) que, em 2009, perdeu as terras que tinha cultivadas na hoje reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, depois da demarcação contínua feita pelo Governo Federal. Naquela que foi uma das mais polêmi-cas transições fundiárias do país. Quartiero defendeu até o fi m o direito de produzir alimentos em terras do povo

brasileiro e não somente de al-gumas etnias. Pagou caro pela sua postura, mas fortaleceu sua lideran-ça no meio rural e nunca desistiu de plantar para o povo se alimentar.

"Sofri muito, mas não desisti de plantar arroz. Vim para o Marajó e, aqui, encontrei uma região que deve se transformar no maior polo arrozeiro do Pará, com a ajuda da população local e das autoridades", disse.

FAMÍLIANatural de Torres, Rio Grande do Sul, mais precisamente do distrito de Pirataba, Quartiero é casado com Ericina Quartiero e pai de Larissa, 26, Renato, 28, e Paula,15. Sua mulher é o seu 'braço direito' no engenho que produz a marca de arroz Acostumado, no Distrito Industrial de Icoaraci, na região metropolitana de Belém.

NA LAVOURAPrático, Quartiero dirige seus tratores e ajuda na colhei-ta da fazenda. "Eu nasci como agricultor e como tal vivo. O contato com os trabalhadores, a terra e a lavoura me dá imenso prazer, porque sei que estou produzindo para alimentar milhões de pessoas", afi rmou.

» Ericina Quartieiro e seu marido Paulo César Quartieiro no engenho da empresa

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 19

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 21

Em trinta e três anos que vivo em Roraima

tive a oportunidade de assistir a várias ondas

de migração no Estado. Na década de 80, Ro-

raima ainda Território Federal, nordestinos,

na maioria oriundos do Maranhão, chegaram

estimulados pelo Governo da época. Logo em

seguida, juntaram-se a eles outros, vindos de

lugares diferentes do Brasil, atrás de oportu-

nidades e melhoria de vida. Vicinais no interior

foram abertas para dar lugar à formação de

pequenos núcleos urbanos. Uma década mais

tarde, em 1990, após a implantação do Esta-

do de Roraima, houve nova onda de migração.

Desta vez com a esperança de um “boom” de

desenvolvimento. Dezenas de pessoas chega-

vam com o sonho da casa própria, perspectivas

de trabalho e qualidade de vida. Ao chegar o

milênio, ano 2000, a imigração foi impulsiona-

da pelos concursos públicos e, por fi m, silen-

ciosamente, chegou o necessário incentivo ao

agronegócio.

Com aumento dos preços das commodi-

ties no mercado internacional e os refl exos na

economia interna, áreas de produção foram es-

timuladas naturalmente. Diferente das ondas

de migração anterior, o povo que chega a Ro-

raima ultimamente, sabe o que quer: Cultivar.

É claro, conhecem a realidade fundiária trazida

de outras regiões. A terra roraimense tem sido

atrativa e “de baixo valor”. A diferença deste

momento é que os novos produtores detêm

o conhecimento do mundo rural e, sobretudo,

“know how” na agricultura de escala – nuances

da terra que destacou o segmento do agro-

negócio. Hoje, depois de tantas idas e vindas,

ainda encontramos sérios gargalos que difi cul-

tam o avanço rápido do agronegócio no Estado

mais ao Norte do Brasil. Dentre eles a questão

fundiária emperrada pela má gestão do Institu-

to de Terras (Iteraima) de gestões anteriores e

a consequente demora do Governo do Estado

em resolver o desmembramento das terras da

União. Além das difi culdades na titulação das

terras com controvérsias a serem dirimidas

pelo judiciário, ainda há o entrave da rigorosa

liberação de licenças ambientais. Mas nem tudo

está perdido. Há um volume signifi cativo de

terras que, nas mãos de quem sabe produzir e

detém capital, somados à nova política de Ban-

cos Financiadores de produção em Roraima, co-

meçam a abrir novas perspectivas. A meu ver,

diferente do passado, quando pessoas vinham

a Roraima em busca de emprego público, hoje

há mudança de mentalidade entre os que aqui

vivem e os que aqui chegam.

A mudança não reside apenas neste contex-

to. Os novos migrantes trazem na bagagem no-

vidades e empreendedorismo. A diferença está

na vontade e necessidade de produzir, e isso,

sem dúvida, faz diferença na busca pela libera-

ção de linhas de fi nanciamentos abertas pelo

Governo Federal, a exemplo do Programa ABC

(Agricultura de Baixo Carbono). O que move

também a engrenagem são as áreas já titula-

das, as garantias imobiliárias urbanas, dentre

outras garantias, que dão credibilidade para a

liberação de custeios e investimentos. Exemplo

da dinâmica positiva é o aumento de agências/

fi liais abertas do Banco do Brasil e Caixa Econô-

mica no Estado. Esta última estuda a possiblida-

de de criar a Carteira de Financiamento na Área

do Agronegócio em Roraima.

Como se vê - em que pese os tropeços do

Governo com erros e acertos - a iniciativa pri-

vada está disposta a não esperar mais pelas

ações governamentais e sabiamente decide

enfrentar os desafi os da produção acreditando

no futuro do agronegócio pelas próprias mãos.

Isso representa amadurecimento da classe em-

presarial local, somado aos desafi os dos novos

empreendedores.

Assim, estou otimista nestes novos tempos.

Acredito que podemos promover a diferença

mesmo com o pouco que sobrou de nossas

terras: cerca de 7% do Estado de Roraima. Por

tudo isso, sejam bem-vindos novos produtores,

como todos os outros que aqui chegaram e se

estabeleceram de Norte a Sul do Brasil, ajuda-

rão a inserir Roraima no mapa do agronegócio

do País.

Artigo

Além das dificuldades na titulação das terras com controvérsias a serem dirimidas pelo judiciário, ainda há o entrave da rigorosa liberação de licenças ambientais.

Roraima a força do agronegócio

Almir Morais SáPresidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Roraima (FAERR) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Roraima (SENAR)

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22 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Agronegócio / Agribusiness

39ªExposição Agropecuáriado Amazonas

REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro e Rosimara Silva F0TOS: Luzimar e Odair Leal

Page 23: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 23

Com o status de festa de grande porte, a Expoagro, vem agregando a cada ano novidades e a consoli-dação do agronegócio no Estado. O setor primário ganhou força nos últimos anos no Amazonas, atual-mente já é o responsável por 7% do Produto Interno Bruto do Estado (PIB). A feira vem se consolidando como uma vitrine, além de ser uma oportunidade para comprar matrizes com genética, maquinários agrícolas, realizar cursos e intercâmbio. Para se ter uma ideia a 40° festa já foi anunciada, será realiza-da entre os dias 26 de outubro a 3 de novembro de 2013.

A 39ª Feira de Exposição Agropecuária do Ama-zonas (Expoagro), ocorreu entre os dias 24 de no-vembro a 02 de dezembro de 2012, no Parque de Exposições Dr. Eurípedes Lins. A tradicional festa foi realizada pela iniciativa privada com o apoio do Go-verno do Estado, durante a feira cerca de 600 mil pes-soas passaram pelo local.

“A 39ª Expoagro já é a maior da história. O setor ganhou um grande incentivo em 2012: o Programa Amazonas Rural, com ele queremos tirar o terçado e a enxada das mãos dos produtores, com a entrada de máquinas no campo, através do projeto de mecani-zação. Não queremos com essa festa apenas o entre-tenimento, queremos também possibilitar o acesso à novas tecnologias”, disse o secretário de Produção Rural, Eron Bezerra.

"A 39ª Expoagro já é a maior da história. O setor ganhou um grande incentivo em 2012 o Programa Amazonas Rural".Eron Bezerra, Secretário de Produção Rural.[

39th Amazon Agriculture Exposition Fair

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24 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

A feira movimentou cerca de 30 milhões de reais. O município de Rio Preto da Eva foi um dos que mais solici-tou fi nanciamento. Os agricultores familiares das comu-nidades do município investiram mais de R$ 13 milhões na compra de tratores, em fi nanciamentos e também por meio da negociação direta.

“O Estado que mais preserva está mostrando para o país que é possível produzir com responsabilidade am-biental. O Programa Amazonas Rural estipula uma série de incentivos para produção, para o homem do campo que dia após dia, coloca alimento na mesa de cada cida-dão. Através do programa um conjunto de Leis vem a par-tir de agora oferecer mais segurança para o produtor”, diz o Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço.

39TH AMAZON AGRICULTURE EXPOSITION FAIRWith the status of big party, the Expoagro aggregates new things and the consolidation of agribusiness in the state, each year. The primary sector became stronger in the past years in Amazonas, nowadays is responsible for 7% of the Gross International Product of the state (GIP). The fair has been consolidated as a shop window, beyond being an opportunity to buy matrix with genetics, agri-cultural machinery, making courses and exchange. The 40th fair has already been confi rmed to be realized be-tween October 26th and November 3th, in 2013.

The 39th Amazon Agriculture Exposition Fair (Expoa-gro), happened between November 24th and December 2nd, 2012, in the Exposition Park Dr. Eurípedes Lins. The traditional party was realized thanks by private initiative with the support of the government of the state, during the fair 600 thousand people were passing through.

“The 39th Expoagro is one of the biggest in history. This sector was given a huge incentive in 2012 the Rural Amazon Program, with this we want to take away the cutlass and the hoe from the hands of the producers, with new machinery in the fi elds, with the help of the mechanization project. We don’t want only entertain-ment with this party, we want to make possible the ac-cess to the new technologies”, said the Rural Production secretary, Eron Bezerra.

The fair awarded more than $30 million. The Rio Preto da Eva municipal district was one that most asked for fi nancial support. The familiar agriculturists from the communities of the municipal district invested more than $13 million to buy tractors, in funding and also in direct negotiation.

“The state that preserves the most is showing to this country that it’s possible to produce with environmen-tal responsibility. The Rural Amazon Program stipulates a series of incentives for production, for the man that works on the fi eld day by day and puts food on every

24 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

with the support of the government of the state, during the fair 600 thousand people were passing through.

a series of incentives for production, for the man that works on the fi eld day by day and puts food on every

» Gerente Técnico do Sebrae Maurício Seffair e o Secretário da SEPROR Eron Bezerra / Technical

Manager Mauritius Sebrae Seffair and Secretary of SEPROR Eron Bezerra

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 25

citizen’s table. Through this program, a set of laws come from now on to off er more security to the producer” says the president of the Amazon Agriculture and Cattle-rai-sing Federation (AACF), Muni Lourenço.

ARREPIOS, APLAUSOS E EMOÇÃO NO RODEIOA fé em Nossa Senhora Aparecida, padroeira dos peões de rodeio, marcou a abertura das três noites de provas do Rodeio Profi ssional. Antes das montarias os competi-dores ajoelham-se e tiram os chapéus em sinal de respei-to à santa, como demonstração de fé. O ritual fez parte do espetáculo, que a cada noite, encantou o público de cerca de oito mil pessoas nas arquibancadas da arena. Outro momento emocionante uniu cultura e patriotis-mo. Na primeira noite de competição, o Hino Nacional foi tocado ao som de uma viola.

Todos os anos, caubóis de todo o país viram seus olhos, botas e chapéus para os rodeios paulistas. Mas essa tradição também vem ganhando espaço na Região Norte. No Parque de Exposição Agropecuária do Amazonas, a nova tendência também ditou a moda dos participantes. E o que se viu foi um desfi le de fi gurinos country, que uniu crianças e adultos. Quem passava próximo da arena de rodeios, logo era atraído pela animação do locutor de rodeios “Big Boy” e também pelo show de sons, música e fogos de artifícios que ecoavam de dentro da pista.

Há 16 anos o paranaense que atualmente mora no estado do Acre, percorre as arenas do Brasil levantando

o público durante as provas. “Em Manaus a festa é padro-nizada, organizada e está dentro do profi ssionalismo que um rodeio precisa. E nesses dias, vamos fazer de Manaus a maior festa de peão de todos os tempos”, disse “Big Boy”.

As provas de rodeio, até então muito comuns nos municípios do Sul do Amazonas, foram incluídas na pro-gramação da Expoagro em 2003 e desde então vêm sen-do aperfeiçoadas. No início toda a estrutura que compõe a arena, como arquibancadas, camarotes, pista, palco e estrutura metálica, era contratada de outros estados, e a renda gerada no evento não fi cava na cidade. Hoje empresários do setor investem em companhias locais, fomentando a economia regional. Há seis anos, o empre-sário do Careiro Castanho, Pedro Arruda, decidiu apostar no esporte rural que mais cresce no Brasil. Atualmente a Companhia de Rodeios Pedro Arruda, promove a compe-tição na Expoagro e é apenas um exemplo do crescimen-to desse mercado.

O investimento de R$ 200 mil este ano gerou 120 empregos com uma estimativa de faturamento em torno de R$ 250 mil. “Hoje o Amazonas tem gente capacitada na área de Rodeio e isso faz com que o dinheiro fi que todo por aqui mesmo e não em outros estados como aconteceu no passado”. O empresário também organiza rodeios no interior, em municípios como Autazes, Bar-reirinha, Parintins e Itacoatiara. “Manaus tem hoje uma carência de eventos e a Feira é o maior evento da capi-tal, e isso também se deve aos rodeios”, destacou Sér-gio Muniz, presidente da comissão organizadora da 39ª Expoagro.

Na arquibancada lotada a animação do público era contagiante. Todos queriam ver de perto não só o desem-penho dos peões na pista, mas também a reação de cada um dos 14 touros participan-tes. Apesar de temidos, os animais também são as

"O Estado que mais preserva está mostrando para o país que é possível produzir com responsabilidade ambiental". Muni Lourenço, Presidente da FAEA.[

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estrelas da festa, e aquecem o mercado econômico. Um touro pode custar em média R$ 70 mil, principalmente se for resultado de melhoramento genético. Durante a 1ª noite de competição o touro “Mister M”, o vovô dos rodeios foi homenageado pelo locutor “Big Boy”. O tou-ro de 18 anos, há 16 participa de rodeios e já recebeu as maiores notas da competição.

Para o Secretário de Produção Rural do Estado, Eron Bezerra, este ano a Expoagro seguiu a verdadeira ordem de um evento desta proporção, onde primeiro são priori-zados os negócios, depois a tecnologia e na sequência o entretenimento. “O rodeio expressa a valorização dessa cadeia, expressa negócios porque comercializa animais, tecnologia porque expõe animais de raça e com inves-

timento em melhoramento genético e claro, o entrete-nimento, por isso ele foi mantido e levado para outras feiras onde não existia e agora é pauta obrigatória”.

SHIVER, APPLAUSE AND EMOTION IN THE RODEO The faith in Nossa Senhora Aparecida, patroness of the rodeo pawns, was a highlight in the opening of the three nights of tests of Professional Rodeo. Before the mounts the competitors knelt and took their hats off as a sign of respect to the saint, as a demonstration of faith. This ritual is a part of the spectacle that every night enchan-ted an audience of 8 thousand people in the stands in the arena. Another touching moment united culture and patriotism. In the fi rst night of competition, the national hymn was played with a viola.

Every year, cowboys all over the country turn their eyes, boots and hats for the rodeos of São Paulo. But this tradition is also been used in North region. In the Agri-culture Exposition Park the new trend also imposed the participant’s fashion. Who passed closer in the rodeo are-na was soon attracted by the animation of the rodeo an-nouncer “Big Boy” and also by the show of sounds, music and fi reworks that echoed inside the arena.

16 years ago, the natural of Paraná and that nowa-days lives in the state of Acre courses the arenas of Bra-zil cheering the crowd during the tests. “In Manaus the party follows a pattern, is organized and is inside the professionalism that a rodeo needs. In these days, we’ll

» Locutor Big Boy, de chapéu encanta a arquibancada antes da competição / Announcer Big Boy, of hat enchants the bleachers before competition

» Cia de Rodeios Pedro Arruda promove a competição na Expoagro / Cia de Pedro Arruda Rodeos promotes competition in Expoagro

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 27

SUINOS – UM MERCADO PROMISSORHá seis anos o suinocultor Elias Martins participa da Ex-

poagro, considerada por ele uma vitrine para o mercado

pecuarista. O cearense, que há 40 anos adotou o Amazo-

nas, foi um dos pioneiros na a criação de suínos e hoje é

o maior criador do Estado.

Na fazenda, localizada no km 64 da AM 010, em Rio

Pedro da Eva, Elias diversifica o negócio também com a

criação de peixes, entre eles o matrinxã e o tambaqui, e

plantações de coco e laranja. Mas é a venda da carne e

das matrizes que aquece o negócio, principalmente no

fim do ano, quando aumenta a procura pela carne de

porco. Durante o ano, em média são abatidos 100 por-

cos por semana. A partir de dezembro, são 100 abates

por dia. Os principais clientes são os hipermercados e

açougues de Manaus. “A Expoagro é uma oportunidade

para divulgar a fazenda e conquistar novos clientes, mas

principalmente para vender matrizes e reprodutores”,

completa o criador.

A Fazenda Bela Vista conta hoje com 250 matrizes

para a venda, que são as fêmeas preparadas para a in-

seminação. Cada uma pode ter até três crias por ano,

o equivalente a 30 filhotes em 12 meses. Em média as

matrizes são avaliadas em R$ 500 cada. Já um porco re-

produtor pode ser vendido por até R$ 1 mil.

Apesar de muitos hipermercados já estarem venden-

do carne suína fresca na capital do Amazonas, a procura

ainda é considerada muito baixa. “O Amazonas poderia

ser hoje um grande produtor de suínos, só não é porque

o amazonense ainda dúvida da qualidade da criação, e

com isso não tem o hábito de consumir esse tipo de car-

ne, mas essa barreira já está sendo quebrada”, destaca

Elias Martins.

O presidente da FAEA disse que em 2012 não foi

bom para a suinocultura devido à alta do preço dos grãos

utilizados na produção da ração dos animais. “A quebra

da safra americana, devido à estiagem, aumentou as

exportações de milho e soja produzidos no Brasil e por

isso faltou grãos para atender o mercado interno, e isso

aumentou muito o custo dos criadores para alimentar os

animais”, completa Muni Lourenço.

SWINES – A PROMISSING MARKETFor six years the swine farmer Elias Martins participates

in Expoagro, considerated a shopping window for the

agricultural market. The natural from Ceará, that 40 ye-

ars ago adopted Amazonas, was one of the pioneers in

the swine creation and today is the greatest creator in

the state.

In the farm, located in the kilometer 64 of AM 010,

in Rio Preto da Eva, Elias diversifies the business with

the creation of fish, among them the “matrinxã” and

the “tambaqui”, and plantations of coconut and oran-

ge. But the selling of the meat and the matrixes heats

the business, specially in the end of the year, when the

demand only grows. During the year, at least 100 pigs

are slaughtered per week. Beyond December, there are

100 slaughters per day. The main clients are the super-

markets and butcher’s from Manaus. “Expoagro is an op-

portunity to promote the farm and selling matrixes and

reproductive”, completes the creator.

The Bela Vista Farm counts with 250 matrixes for

selling, that are the females ready for insemination. Each

one can have three babies each year, the same as 30 pu-

ppies in 12 months. At least the matrixes are evaluated

em $500 each. A reproductive swine can be sold at $1

thousand.

Beside that many supermarkets are already selling

fresh swine meat in the capital of Amazonas, the sear-

ch for it it’s still slow. “Amazonas could’ve been a great

swine producer, and it’s not because the people in here

doesn’t have the habit to consume this kind of meat, but

this barrier is already being broken”, says Elias Martins.

The Amazon Agriculture and Cattle-raising Federa-

tion (FAEA) president noted that in the year 2012 was

not good for swine farmers due to the high prices of

grains in the production of the pet foods. “The break in

the American harvest, due to the drought, raised the ex-

portation of corn and soy produced in Brazil and that’s

why the lack of grains to supply the intern market, and

that raised the cost of creators to feed their animals”,

says Muni Lourenço.

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28 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Agronegócio / Agribusiness

VAQUEJADA – UM ESPORTE CARENTE DE DIVULGAÇÃOA atividade recreativa competitiva típica da Região Nor-

deste, a vaquejada, é muito praticada no Amazonas e

também foi uma das atrações da 39ª Expoagro.

Só no último dia de provas, o público de cinco mil

pessoas compareceu ao curral para conferir as provas.

Mas apesar dessa tradição em terras amazonenses, a

Associação dos Vaqueiros do Amazonas reclama que o

esporte ainda é muito restrito e precisa de mais divul-

gação. “A partir de agora a AVAM vai trabalhar para apri-

morar a estrutura da vaquejada para que ela seja melhor

divulgada, afi nal essa atividade em dia de festa gera 500

empregos diretos e indiretos”, completa o presidente da

Associação, Antonio Formosão.

Assim como os rodeios a vaquejada tem regras, mas

que são pouco conhecidas. As disputas acontecem entre

várias duplas, que montadas em cavalos tentam derru-

bar o boi na faixa apropriada para a queda, que tem dez

metros de largura, desenhada na areia da pista com cal.

Cada vaqueiro tem uma função: O batedor de esteira é

encarregado de atrair o boi para perto do derrubador,

pegar o rabo do animal e passar para o vaqueiro que tem

o desafi o de puxar o rabo do boi até derrubá-lo.

BULL-CATCHING – A SPORT THAT NEEDS TO BE PROMOTEDThe recreational competitive activity typical of the Nor-

theast region, the bull-catching is commonly practiced

in Amazonas and was one of the attractions in the 39th

Expoagro. Only in the last day of contests, the crowd

of 5 thousand people attended the corral to check the

contests. But beside this tradition in Amazon lands, the

Amazon Cowboy Association complains that this sport is

still very strict and needs more promotion. “For now on,

ACA will work to improve the bull-catching structure so

that she can be well promoted, after all this activity in a

party day generates 500 jobs, direct or indirectly”, says

the association’s president, Antônio Formosão.

Just like the rodeos, the bull-catching has some ru-

les, even they’re not known. The disputes happens be-

tween many couples, that mounted in horses try to take

down the bull in the appropriated line for the fall, that

has 10 meters inch, designed in the sand of the lane with

lime. Each cowboy has a function: the mat beater is res-

ponsible of attracting the bull next to the knock-down,

catch the animal’s tail and pass to the cowboy that has

the challenge of pulling the animal’s tail until he falls.

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 29

make Manaus the biggest rodeo party of all time”, said “Big Boy”.

The rodeo contests, very common in the municipal districts in South Amazonas, were included in the sche-dule of Expoagro in 2003 and since then it’s been mo-dernized.

In the beginning all the structure that involves the arena, such as stand, cabins, land, stage and metallic structure was hired from other states, and the revenue created in the event didn’t stay in the city. Today busi-nessmen from this sector invest in local companies, fo-menting the regional economy. Six years ago the busi-nessman from Careiro Castanho, Pedro Arruda, decided to bet in the rural sport that constantly grows in Brazil. Nowadays, the Rodeo Company Pedro Arruda, promotes the competition in Expoagro and it’s just an example of the growth of this market.

The investment of $200 thousand this year created 120 jobs with an estimative of turnover around $250 thousand. “Today Amazonas has capacitated people in the rodeo area and it makes the money stay here and not in other states, like it happened in the past.” The busines-sman organizes rodeos in municipal districts such as Au-tazes, Barreirinha, Parintins and Itacoatiara. “Manaus has today a lack of events and the fair is the biggest event of the capital city, and that is thanks to the rodeos”, deta-ched Sérgio Muniz, president of the organizer commis-sion of the 39th Expoagro.

In the crowded stand, the happiness of the public was amazing. Everyone wanted to see closer not only the performance of the pawns in the arena, but also the

reaction of each one of the 14 bulls. Beside of being fea-red, those animals are also the stars of the party, and also tease the the economic market. A bull can cost $70 thou-sand, specially if he’s a result of a genetic improvement. During the fi rst night of competition the bull “Mister M”, the grandpa of rodeos were honored by the announcer “Big Boy”. The 18 year-old bull, 16 years ago he partici-pates in rodeos and is given the biggest grades in the competition.

For the secretary of rural production in the state, Eron Bezerra, this year the Expoagro followed a true order of an event of these proportions, where fi rst the priorities are the business, then the technology and after that the entertainment. “Rodeo expresses the valorization in this chain, expresses business because commercializes animals, technology because exposes pedigree animals and with the investment in genetics improvement and of course, the entertainment, that’s why he was kept and taken to other fairs where it didn’t exist and now it’s an obligatory paper-ruler”, he detached.

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 29

» Preparação no brete envolve concentração e experiência / Preparation involves concentration on chute and experience

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COMPETIDORESEm 2012 30 peões do Amazonas, Acre, Rondônia, Pará e São Paulo, vieram disputar os 20 mil reais em prêmios, incluindo uma moto para o primeiro colocado. Para se-guir nas provas cada competidor deveria ficar no mínimo 8 segundos montado em cima do touro. Além disso, a de-senvoltura na pista também foi avaliada por dois juízes, que estipularam a pontuação em cada montaria. A soma das três noites garantiu a classificação final.

Nos bastidores da arena, os momentos que antece-dem a entrada na pista são de concentração e trabalho em equipe. Afinal não é tão simples encarar a força dos touros. Colete de proteção, calça de couro abotoada e bota são vestimentas obrigatórias. O capacete que ga-rante maior proteção em caso de queda, não é uma exi-gência e com isso muitos peões encaram a montaria ape-nas de chapéu. O uso de luvas também é fundamental para segurar com maior firmeza os cintos que prendem o animal.

Na 39ª Expoagro a coragem dos competidores garan-tiu uma competição sem incidentes graves. Mas todos es-ses cuidados não afastaram o nervosismo e a ansiedade diante do duelo. Até mesmo para os mais experientes. Os momentos de stress, já começam nos bastidores, com o início da montaria, dentro do cercado. No meio das gra-des de proteção já é possível sentir se o animal vai ser mais agressivo ou não. Checado todos os acessórios de segurança, os peões partem para o meio da arena, onde a postura e a forma de segurar o touro são decisivos para completar a disputa.

A preocupação dos tropeiros, homens que preparam a ordem dos touros que vão entrar na pista, é não ma-chucar os animais durante a competição. O desempenho dos peões é acompanhado de perto pelos adversários. A prova dura oito segundos, mas tem boi que pula ape-nas dois, três, cinco segundos. O tempo é acompanhado pelo público que tem acesso ao relógio. Um sinal sonoro também é tocado toda vez que um peão atinge os oitos segundos. Nesse momento a animação nas arquibanca-das e nos camarotes pode ser comparada a uma torcida em festa em uma partida de futebol toda vez que o time

"Em Manaus a festa é padronizada, organizada e está dentro do profissionalismo que um rodeio precisa. E nesses dias, vamos fazer de Manaus a maior festa de peão de todos os tempos".Big Boy, Locutor de Rodeios.[

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 31

marca um gol. Mas a cada eliminação na pista, difícil é es-conder a frustração. Nos bastidores, os adversários não escondem a preocupação.

Chegada a hora de encarar o desafio, cada um tem um jeito único de espantar o nervosismo. Alguns mon-tam o touro, calados, sem grandes expressões, outros, escutam atentos às orientações dos colegas, e há tam-bém aqueles que seguem uma espécie de ritual individu-al antes da montaria. São segundos preciosos para quem sonha em fazer carreira nesse esporte, reconhecido por lei federal desde 2001. Segundos, que diante de uma are-na lotada, parecem minutos inacabáveis, que permitem a poucos a satisfação da vitória. Dos 30 peões que dis-putaram o rodeio profissional na Expoagro de 2012, 10 foram para final disputada no dia 02 de dezembro. Entre os cinco vencedores, três eram amazonenses.

UM SONHO: DISPUTAR EM BARRETOSUm dos favoritos ao título era o bicampeão da Expoagro, Ramon de Lima, mais uma vez saiu vitorioso depois de domar o touro Retrato em um desempenho impressio-nante que lhe rendeu 314 pontos. Com apenas 21 anos, o peão que representou a capital do Acre, Rio Branco, já disputou cerca de 300 rodeios em vários estados, sendo um dos finalistas do Top Brasil em Barretos.

Com apenas três anos de carreia no Rodeio Profissio-nal, Ramon que representa a nova safra de peões, já ga-

nhou sete motos, incluindo a premiação desse ano, uma pick-up e R$ 96 mil em dinheiro. Além do talento da mon-taria, Ramon já mostra que tem espírito empreendedor. Até agora toda a premiação foi investida na compra de gado para ampliar o patrimônio.

Outro destaque na arena da 39ª Expoagro foi o ama-zonense Leandro dos Santos, de apenas 20 anos. Um dos ‘pupilos’ da Companhia de Rodeios Pedro Arruda, já foi vice-campeão na festa de rodeio do distrito de Santo Antônio do Matupi, do município de Manicoré. Por en-quanto o peão disputa apenas provas na região Norte, mas sonha em representar o Estado em Barretos. Des-classificado na semifinal, Leandro não desanimou, pelo contrário, aproveitou para incentivar os cinco finalistas. “Também é um aprendizado estar aqui, desanimar ja-mais”, disse empolgado o jovem peão.

Yslonei Ricarte, um dos finalistas, representou o município de Careiro Castanho, é um exemplo de dedi-cação. O piscicultor alia a profissão com os treinos para os rodeios na região Norte. Aos 28 anos, Yslonei, que já

"Vencer no maior rodeio do Brasil em Barretos é o meu maior sonho, o objetivo é chegar lá".Ramon de Lima, peão.[

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 31

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32 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

foi fi nalista, não desiste de correr atrás do primeiro lugar. Durante a competição o touro Cambalacho adiou mais uma vez o sonho do peão, que com 125 pontos voltou para casa com a quarta colocação.

Outros dois amazonenses também foram fi nalistas em 2012, o peão Cassiano Chaves Rodrigues, que garan-tiu a terceira colocação com 196 pontos e Felipe da Silva que fi cou em quinto lugar com 80 pontos. Já o segundo lugar fi cou com o representante do Pará, Godofredo dos Santos, que acumulou 216 pontos.

COMPETITORSThis year 30 pawns from Amazonas, Acre, Rondônia, Pará and São Paulo came to dispute the $20 thousand in pri-zes, including a motorcycle for the fi rst place. To conti-nue to the next task, each competitor should stay at least eight seconds on the top of a bull. Beside that, the perki-ness in the arena was also evaluated by two judges, that stipulated the points in each mount. The amount of the three nights guaranteed the fi nal classifi cation.

In the arena’s backstage, the moments that precede the entrance in the lane are of concentration and team work. After all it’s so easy to face the power of the bulls. Protection waistcoat, leather pants and boots are obliga-tory clothes. The helmet that guarantees more protec-tion in case of a fall it’s not an indulgence and with that lots of pawns face the mount with hats only. Using gloves is also important to hold fi rmly the belt that holds the animal.

In the 39th Expoagro this bravery of the competitors guaranteed a competition without severe accidents. But

all of these precautions didn’t take away the fears and the anxiety before the duel. Even for the most expe-rienced. The moments of stress begin in the backstage, in the beginning of the mount, inside the fence. In the middle of the protection grids it’s possible to see if the animal will be more aggressive or not. After checking all the security accessories, the pawns go to the middle of the arena, where posture and the way of holding the bull are decisive to complete the dispute.

The worries of the troops, men that prepare the or-der of the bulls that will enter the arena, it’s not to hurt the animals during the competition. The performance of the pawns is followed by the adversaries. The task lasts 8 seconds, but there are bulls that only jumps for 2,3,5 se-conds. Time is followed by the crowd that has access to a clock. A sonorous sign is also played every time a pawn reaches the eight seconds. At this moment, the cheering in the stands and in the boxes can be compared with a crowd at a soccer play, whenever the team scores. But at each elimination, the adversaries don’t hide their wor-ries.

When the challenge time comes, everyone has a di-ff erent way of scare away the nervousness. Some mount the bull, silent, with no great expressions, others listen carefully to their colleagues, and there are some that follow some sort of ritual before mounting. These are precious seconds for those who dream of making a career in this sport, which is recognized by the fe-deral law since 2001. Seconds, that before the crowded arena, seems endless minutes. But that allow the satisfaction of the victory.

the anxiety before the duel. Even for the most expe-rienced. The moments of stress begin in the backstage, in the beginning of the mount, inside the fence. In the middle of the protection grids it’s possible to see if the animal will be more aggressive or not. After checking all the security accessories, the pawns go to the middle of the arena, where posture and the way of holding the bull

The worries of the troops, men that prepare the or-der of the bulls that will enter the arena, it’s not to hurt the animals during the competition. The performance of the pawns is followed by the adversaries. The task lasts 8 seconds, but there are bulls that only jumps for 2,3,5 se-conds. Time is followed by the crowd that has access to a clock. A sonorous sign is also played every time a pawn reaches the eight seconds. At this moment, the cheering in the stands and in the boxes can be compared with a crowd at a soccer play, whenever the team scores. But at each elimination, the adversaries don’t hide their wor-

When the challenge time comes, everyone has a di-ff erent way of scare away the nervousness. Some mount the bull, silent, with no great expressions, others listen carefully to their colleagues, and there are some that follow some sort of ritual before mounting. These are precious seconds for those who dream of making a career in this sport, which is recognized by the fe-deral law since 2001. Seconds, that before the crowded arena, seems endless minutes. But that allow the satisfaction of the victory.

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didn’t discouraged, but he took the chance to help the fi ve fi nalists.

“Is also a learning being here, discourage no more”, he said, enthusiastic.

Yslonei Ricarte, one of the fi nalists, represented the municipal district of Careiro Castanho, and it’s a dedica-tion example. The fi sh farmer allies profession with his trains in North region. At 28, Yslonei, that was also a fi na-list in other competitions, don’t give up on running after the fi rst place. During this competition the bull Camba-lacho postponed one more time the pawn’s dream, that returned home with 125 points and a forth place.

Another two naturals from Amazon were also fi na-lists this year, the pawn Cassiano Chaves Rodrigues, that guaranteed the third place with 196 points and Felipe da Silva that was fi fth place with 80 points. The second pla-ce was a natural from Pará. Godofredo dos Santos, with 216 points.

AGRONEGÓCIOSA pecuária se destaca como maior rebanho do Amazo-nas. Hoje é formado por bovinos e bubalinos que tota-lizam 1,5 milhão de cabeças destinadas para o corte e ordenha de leite. Segundo a Federação da Agricultura

e Pecuária do Amazonas (Faea) 19 mil propriedades es-tão cadastradas ofi cialmente. O equivalente a 50 mil

pessoas que fazem da pecuária a principal atividade de renda no Amazonas.

Feiras como a Expoagro servem para fortale-cer ainda mais o setor que em 2012 negociou 90%

"A Expoagro mostra a força do interior do Estado, porque o Amazonas não é só o Polo Industrial de Manaus, é, principalmente, o setor primário".Muni Lourenço, presidente da Faea.

lacho postponed one more time the pawn’s dream, that returned home with 125 points and a forth place.

Another two naturals from Amazon were also fi na-lists this year, the pawn Cassiano Chaves Rodrigues, that guaranteed the third place with 196 points and Felipe da Silva that was fi fth place with 80 points. The second pla-ce was a natural from Pará. Godofredo dos Santos, with 216 points.

AGRONEGÓCIOSA pecuária se destaca como maior rebanho do Amazo-nas. Hoje é formado por bovinos e bubalinos que tota-lizam 1,5 milhão de cabeças destinadas para o corte e ordenha de leite. Segundo a Federação da Agricultura

e Pecuária do Amazonas (Faea) 19 mil propriedades es-tão cadastradas ofi cialmente. O equivalente a 50 mil

pessoas que fazem da pecuária a principal atividade de renda no Amazonas.

Feiras como a Expoagro servem para fortale-cer ainda mais o setor que em 2012 negociou 90%

"A Expoagro mostra a força do interior do Estado, porque o Amazonas não é só o Polo Industrial de Manaus, é, principalmente, o setor primário".Muni Lourenço, presidente da Faea.

Of the 30 pawns that disputed the professional ro-deo in 2012 Expoagro, 10 were selected to the fi nals in December 2nd. Amongst the 5 winners, 3 were from Amazonas.

A DREAM: TO DISPUTE IN BARRETOSOne of the favorites was the two times champion from Expoagro, Ramon de Lima, one more time was victorious after taming the bull Retrato in an amazing performance that guaranteed him 314 points. At the age of 21, the pawn that represented the capital city of Acre, Rio Bran-co, disputed over 300 rodeos in many states, becoming one of the greatest fi nalists in Top Brazil in Barretos.

With only more three years in Professional Rodeo, Ramon that represents the new harvest of pawns, awar-ded seven motorcycles, including this year’s prize, a truck, beyond $96 thousand in real money. Beyond his talent in mounting the bulls, Ramon shows that has an entrepreneur spirit. So far, all his awards were invested in buying cattle to magnify his heritage. “Winning in the biggest rodeo in Brazil in Barretos is my biggest dream, my goal is to get there”, he detaches. (detach this phrase)

Another highlight in the arena of the 39th Expoagro was the 20 year-old natural from Amazon Leandro dos

Santos. One of the “pupils” in the Ro-deo Company Pedro Arruda was a

runner-up in the rodeo party in the district of Santo Antônio

do Matupi, in the municipal district of Manicoré. So far

the pawn disputes only tasks in North region, but dreams about re-presenting his state in Barretos. Disqualifi ed in the semifi nals, Leandro [ » Empresário Pedro

Arruda acompanha de perto trabalho da equipe / Businessman Pedro Arruda closely monitoring team work

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34 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

dos bovinos expostos. Para a Faea, a Feira de Exposição Agropecuária do Amazonas despontou como referência na qualidade genética. Grandes pecuaristas do Amazo-nas investiram na compra de matrizes para melhorar o re-banho no interior. “A Expoagro mostra a força do interior do Estado porque o Amazonas não é só o Polo Industrial de Manaus, é, principalmente, o setor primário”, disse o presidente da Faea, Muni Lourenço.

Para o maior criador de bovinos do Amazonas, a Agro-pecuária Geni de Iranduba, que participou da Expoagro com uma exposição de vacas e novilhos da raça Girolando, a feira deste ano foi uma excelente oportunidade de negócios. Seis dos tourinhos, levados para comercialização, foram vendi-dos totalizando um lucro de quase R$ 5 mil. Todos, produto de inseminação artifi cial. No ano passado, nenhum animal havia sido vendido. Além disso, o criador também conquis-tou o primeiro, segundo e terceiro lugar no concurso de ex-posição leiteiro. “A Expoagro serve para fazer o marketing da fazenda”, destacou o veterinário Virgílio Cortes.

O negócio começou há cinco anos e hoje a proprieda-de já soma 655 cabeças todas para lactação. A produção chega a mil e duzentos litros de leite por dia que abas-tecem o mercado em Manaus. A fazenda também tem 12 recordistas de produção leiteira, todos conquistados na competição Mega Leite realizada em Uberaba, interior

de Minas Gerais. Uma delas é a vaca mais valiosa da fazen-da, “Bela Odissei Bruna”, que produziu 72 quilos de leite. O animal, que em 2011 foi adquirido por R$ 68 mil hoje esta avaliado em R$ 100 mil.

Outro exemplo de investimento em qualidade genética é o criador de búfalos de Itacoatiara, Rodrigo Pinheiro, da Carabal Agropecuária que participa desde a primeira Ex-poagro. Em 2012 ele fez apenas da degustação de queijos feitos a partir de leite de búfala o marketing para divulgar a fazenda, que se prepara para dar início, em 2014, a um processo moderno de inseminação em parceria com uma Universidade. O organizador da feira, Sérgio Muniz, que é o presidente da Comissão de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (CODESAV), atual Agência de Defesa Agropecuária (ADAF), ressaltou que quatro municípios do Amazonas têm o status sanitário livre de aftosa: Boca do Acre, Lábrea, Ca-nutama e Guajará. A meta do governo para este ano é es-tender a classifi cação de livre de aftosa, para todo o Estado.

"A Expoagro serve para fazer o marketing da fazenda".Virgílio Cortes, veterinário.[

» Secretário da SEPROR, Eron Bezerra (de camisa xadrez), realiza entrega de premiação / Secretary of delivery SEPROR, Eron Bezerra (plaid shirt), performs

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 35

cado consumidor. A meta agora é dobrar a criação para fornecer melhoramento genético para os criadores do Amazonas. “A Expoagro é uma oportunidade para todo criador expor seu negócio, divulgar a qualidade do pro-duto, é uma forma de demonstrar e convencer o clien-te”, conclui o criador que também comemorou os bons negócios na feira que totalizaram R$ 100 mil. Para ele a facilidade no pagamento, devido à negociação direta, sem a participação de bancos, contribuiu para o balanço positivo.

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 35

CRESCIMENTO DO REBANHO DE OVINOS E CAPRINOSO catarinense que há 27 anos mora em Manaus, Demil-ço Vivian, é um dos maiores ovinocultores do Amazonas, titulo reforçado durante a 39ª Expoagro deste ano. O ex--caminhoneiro entrou para o ramo há cinco anos e hoje já conta com mil e quinhentas cabeças das raças Santa Inês e Dorper, além de administrar um dos melhores criató-rios de matrizes e reprodutores das duas raças do Estado. Em 2010, a fazenda se destacou na Expoagro, apresen-tando a melhor fêmea e o melhor reprodutor de ovino da raça Santa Inês.

O produtor destaca que a criação de ovinos e capri-nos requer menos áreas que outros rebanhos, como o de bovinos. Além disso, a carne é valorizada pelo mer-

"A Expoagro é uma oportunidade para todo criador, expor seu negócio, divulgar a qualidade do produto, é uma forma de demonstrar e convencer o cliente". Demilço Vivian, ovinocultor.[

» Premiação de ouvinos e caprinos estimula produtores rurais / Awards and goats ouvinos encourages farmers

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36 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia36 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Durante a Expoagro de 2012, 80% dos ovinos e ca-prinos expostos foram negociados segundo a Secretaria de Produção Rural do Estado. Ainda segundo Demilço Vi-vian, hoje o mercado local consome em média três tone-ladas por mês de carne de carneiro. Em média 90% dessa carne vem do Rio Grande do Sul e também do Uruguai e Argentina, que são os maiores produtores. De olho nesse mercado, o criador já faz planos para o futuro.

O objetivo é ampliar o rebanho para 3 mil matrizes na fazenda apenas para trabalhar o corte. Investimento que depende ainda de um projeto do Governo do Estado. A gestação de um caprino dura cinco meses, e cinco meses depois de nascido o animal já está pronto para o abate.

Nos últimos cinco anos, o rebanho de ovinos e capri-nos quadruplicou no Estado do Amazonas, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária. “Mas o crescimento não foi apenas quantitativo, mas também qualitativo de-vido a investimento dos criadores em melhoramento ge-nético”, reforça Muni Lourenco. Hoje são 105 mil cabeças em todo o Estado.

AGRIBUSINESSCattle-raising detaches with the largest herd in Amazo-nas today is formed by bovines and herds that totalizes 1,5 million of heads destined to cut and milking. Accor-ding to the Amazon Agriculture and Cattle-raising Fede-ration (AACF), 19 thousand properties are offi cially regis-tered. The equivalent of 50 thousand people that make cattle-raising the main activity in Amazonas.

Fairs such as Expoagro serve to make stronger a sec-tor which in 2012 negotiated 90% of the bovines expo-sed. To AACF, the Amazon Agriculture Exposition Fair da-wned as a reference in genetic quality. Great cattlemen

from Amazon invested in buying matrixes to improve the cattle in the interior. “The Expoagro shows the strength of the interior because Amazonas it’s not only the Indus-trial Pole it’s primarily the primary sector”, said the AACF president, Muni Lourenço.

To the greatest bovine creator in Amazonas, the Iranduba’s Geni Agriculture, that participated in Expoa-gro with an exposition of cows and calf from the Girolan-do race, this year’s fair was an excellent opportunity for business. Six of the little bulls, taken to be commerciali-zed, were sold totalizing a profi t of almost $5 thousand. All of them were a product of artifi cial insemination. Last year, no animal has been sold. Besides, the creator that conquered the fi rst, second and third place in the dairy exposition contest. “The Expoagro serves to make a ma-rketing for the farms”, detached the veterinarian Virgílio Cortes.

This business began fi ve years ago and today the pro-perty has a sum of 655 heads all headed for lactation. The production goes for a thousand and two hundred liters by day that supplies the market in Manaus. The farm also has 12 record holder in milk production, all awarded in the Mega Milk Competition, realized in Uberaba, interior of Minas Gerais. One of them is the most valuable in the farm, “Bela Odissei Bruna” that produced 72 kilos of milk. The animal that was bought in 2011 for $68 thousand and today is worth $100 thousand.

Another example of improvement in genetic quality is the buff alo creator in Itacoatiara, Rodrigo Pinheiro from Ca-rabal Agriculture that participates since the fi rst Expoagro. In 2012 he made only the market for the farm out of the cheese degustation, that prepares to initiate, in 2014, a modern pro-cess of insemination, in a partnership with a university.

Agronegócio / Agribusiness

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 37

The fair organizer, Sérgio Muniz, which is the presi-dent of the Animal and Vegetal Sanitary Defense Com-mission (AVSDC), currently Agriculture Defense Agency (ADA), said that four municipal districts of Amazonas have a status free from aftosa fever: Boca do Acre, Lá-brea, Canutama and Guajará. Govern’s goal for this year is to extend the classifi cation free from aftosa fever, for all the state.

GROWTH OF THE HERD The natural from Santa Catarina that lives in Manaus for 27 years, Demilço Vivian, is one of the biggest sheep rai-ser in Amazonas, a title reinforced during the 39th Expo-agro this year. The ex-driver got into the business for fi ve years and today counts with a thousand and fi ve hundred heads of the races Santa Inês and Dorper, beyond admi-nistrating one of the best calf rancher os matrixes and re-productive from both races in the state. In 2010, the farm was highlighted in Expoagro, presenting the best female and the best reproductive of ovine from the race Santa Inês. The producer says that creating ovine and goats takes less areas than other herd, like the bovine. Besides, the meat is valorized by the market. The goal now is to double the creation to provide genetic improvement for the creators in Amazonas. “Expoagro is an opportunity for all the creators, to expose their business, to promote the quality of their products, it’s a way to show and con-vince their client”, concludes the creator that also cele-brated his good business in the fair that mounted $100 thousand. According to him, the facility to pay, due to di-

rect negotiation, with no bank participation, contributed for a positive balance.

During the 2012 Expoagro, 80% o the ovine and goats were negotiated according to the Rural Produc-tion Secretary. According to Demilço Vivian, today local market consumes at least three tons of lamb meat per month. At least 90% of this meat comes from Rio Grande do Sul and also from Uruguai and Argentina, that are the biggest producers. Paying attention to this market, the creator is already making plans for the future.

The project amplifi es the herd to three thousand ma-trixes in the farm just to work the cut. Investment that depends of a project from the government. The gestatio-nal of a goat lasts fi ve months, and after that the animal is ready for the slaughter.

In the last fi ve years, the goat and ovine herd qua-druplicated in Amazonas according to the Agriculture Fe-deration. “But this growth wasn’t quantitative, but also qualitative due to a investment by the creators in genetic improvement”, says Muni Lourenço. Today there are 105 thousand of heads in all the state.

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 37

BALDE CHEIO / PAILFULLideranças visitaram uma unidade demonstrativa

do projeto Balde Cheio dentro da Expoagro. O

projeto está sendo desenvolvido em 45 proprie-

dades na região do município de Autazes / Lea-

ders visited a demonstration unit project in the

Bucket Full Expoagro. The project is being deve-

loped on 45 properties in the region of the muni-

cipality of Autazes.

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38 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

China

Comida brasileira na mesa dos chineses

A China com mais de 4.000 anos de história, nas últi-mas décadas vem se transformando e se tornou um dos motores vitais da economia mundial. No Brasil um dos segmentos que deve se benefi ciar desse crescimento é o agronegócio, pois o país será um dos maiores consumi-dores de alimentos. O presidente da Federação da Agri-cultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço Silva Júnior, acompanhou uma comitiva da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na China, para a inauguração de um escritório de representação da CNA

em Pequim. O objetivo é consolidar e ampliar a participação dos

produtos agropecuários brasileiros no crescente merca-do consumidor chinês, além de atrair investimentos pú-blicos e privados da China para a infraestrutura do Brasil, em especial para logística de transporte e armazenagem da produção. Para o presidente da Faea, com a inaugura-ção, o mercado regional ganha uma nova possibilidade. "Para nós do Amazonas teremos agora com o escritório da CNA na China, uma possibilidade real de inserção de nossas frutas como polpa de açaí, cupuaçu, maracujá

entre outras nesse imenso mercado consumidor de 1,4 bilhões de pessoas", avalia.

Lourenço afi rma que a instalação do escritório cum-prirá um papel estratégico de intensifi car as relações comerciais do Brasil com a China, quanto à alimentos. "Estamos assistindo a mudança no eixo econômico mun-dial, com a crise nos Estados Unidos e Europa e a forte e consistente ascensão da China e da Ásia. A viagem já ren-deu ações concretas de intercâmbio comercial, na qual o Brasil recebeu uma comitiva chinesa, com autoridades do Ministério da Agricultura chinês e empresários do ramo de importação de alimentos".

REPORTAGEM: Diárcara Ribeiro e Canal do Produtor F0TOS: Divulgação

"Para nós do Amazonas teremos agora, com o escritório da CNA na China, uma possibilidade real de inserção de nossas frutas".Muni Lourenço, presidente da Faea.[

Page 39: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 39

EXPORTAÇÃODe acordo com a CNA em termos comerciais, três produ-tos são prioritários no comércio com o país asiático: café, carne e suco de laranja. Segundo a senadora Kátia Abreu, em 2016, a China importará de 55% à 46% a mais de car-ne de frango e carne de porco, respectivamente, do que atualmente importa, enquanto o comércio de soja, um dos principais produtos exportados pelo Brasil para a China, deverá crescer até 67%. "O Brasil tem condições de produzir, de forma sustentável, para abastecer esse importante mercado consumidor", afi rmou.

Para garantir a qualidade dos produtos exportados pelo Brasil, a presidente da CNA lembrou que a entida-de desenvolveu, em parceria com o Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), a Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), que engloba, atualmente dados da pecuária de corte. Novos protocolos fi tossani-tários poderão ser incorporados à PGA, garantindo que dados relativos a outros setores da atividade agropecu-ária também estejam centralizados eletronicamente, garantindo a credibilidade do produto brasileiro. "O ob-jetivo é estabelecermos uma relação de confi ança, garan-tirmos parcerias e investimentos na infraestrutura para o agronegócio no Brasil e vendermos nossos produtos", explica a senadora.

BRASIL-CHINANo dia 27 de novembro de 2012, o Encontro CNA

Brasil-China, organizado pela entidade, a presidente

da CNA informou que a China tem US$ 30 bilhões

para investir na América Latina nos próximos anos

e que esses investimentos devem ser direcionados

para projetos rentáveis. Lembrou que o Brasil é um

grande exportador de alimentos, mas que o merca-

do interno é um grande consumidor. Para viabilizar

os investimentos locais, a CNA terá um banco de da-

dos com projetos para várias áreas, de diversos ta-

manhos, que necessitam de fi nanciamentos. Todos

os produtores, independente do tamanho de suas

propriedades, poderão ter projetos catalogados.

“Grandes empresas conseguem fazer joint ventures.

Pequenos e médios produtores e empresas do agro-

negócio são efi cientes, mas têm difi culdades para

fazer essa interlocução”, afi rmou a senadora.

» Presidente da Faea Muni Lourenço

» Equipe da CNA visita pontos estratégicos em Pequim

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40 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Foi para mim motivo de extremada honra ter

presenciado um momento histórico para o agro-

negócio brasileiro, quando ao lado da visionária e

competente Senadora Kátia Abreu, presidente da

Confederação da Agricultura e Pecuária do Bra-

sil – CNA/Brasil, participei no último dia 14/11 da

inauguração do escritório da CNA em Pequim, que

muito mais do que uma bela estrutura física, re-

presenta a internacionalização da representação

dos produtores rurais brasileiros na capital da se-

gunda maior economia do mundo, com alcance e

atuação direta em toda Ásia, continente para onde

o eixo econômico do mundo se desloca, notada-

mente a partir da recessão vivenciada por Estados

Unidos e Europa.

Extremamente louváveis e ousados serão os

objetivos desse escritório inaugurado na capital

chinesa, quais sejam, a intensificação do inter-

câmbio comercial do agronegócio brasileiro com

a China; a diversificação da pauta de exportações

do agronegócio brasileiro para o mercado chinês,

hoje muito concentrada na soja, mas que com o es-

critório da CNA, será buscada sua ampliação para

outros produtos como o café, o suco de laranja, os

laticínios, as frutas (aí incluídos o açaí e o guaraná

amazonenses), produtos florestais, fitofármacos,

dentre outros; a ampliação do rol de exportado-

res brasileiros para a China, fazendo com que não

só os grandes grupos de nosso agronegócio pos-

sam vender para lá, mas também a pequena e a

média empresa ou cooperativa rural; a promoção

dos produtos brasileiros junto aos importadores

chineses e a atração de investimentos públicos e

privados em áreas como de infra-estrutura e logís-

tica. Ademais, o escritório da CNA terá a tarefa de

fortalecer a marca Brasil e em paralelo fomentar

cada vez mais a agregação de valor e inovação aos

produtos agropecuários brasileiros exportados.

Foi relevante constatar o entusiasmo e a hos-

pitalidade das autoridades e lideranças empresa-

riais chinesas com a estruturação de uma presença

permanente da CNA na China, isso porque com isso

segundo dito por eles, se cobriu uma lacuna de in-

terlocução do setor produtivo do agronegócio.

Além disso, foi ótimo nossa estada em terras

chinesas coincidir com a realização do Congresso

Decenal do Partido Comunista Chinês, de vez que

tivemos condições de verificar, relativamente de

perto, que o posicionamento dos novos dirigentes

chineses é claro no sentido da priorização do mer-

cado interno do país, o que reafirma a pertinência

da posição estratégica de fortalecimento da pre-

sença do agronegócio brasileiro na China, de um

lado para aumentarmos nossas exportações para

lá, de outro turno, para atender a crescente de-

manda por comida da China, que até 2021, quer

incrementar sua classe média em 521 milhões de

pessoas, mais do que o dobro da população brasi-

leira, ressaltando-se que até 2025, a China já de-

verá ter triplicado seus índices de consumo, sendo

o Brasil o país que reúne todas as condições de

produzir, de forma sustentável, para atender esse

grande mercado consumidor.

Como continuação da construção de um re-

lacionamento consistente e benéfico tanto para

a China como para o Brasil, possibilitador de um

incremento nas atividades comerciais sino-brasi-

leiras, estará sendo promovido pela CNA em abril

de 2013 um seminário, em Pequim, sobre os in-

vestimentos em infraestrutura e logística no Bra-

sil, oportunidade ímpar para que possamos fazer

com que o nosso país possa ser o destino principal

dos investimentos de US$ 30 bilhões que reserva

a China para aporte em infraestrutura na América

Latina nos próximos anos, recursos significativos

que podem contribuir em muito para equacionar

os problemas de logística de transporte, armaze-

nagem e escoamento da produção nacional.

Haverá também em 2013 a presença de pro-

dutos do agronegócio brasileiro, através da CNA,

nas feiras de alimentos da China, tais como, FHC

2013 (Food and Hospitality China) e a grandiosa

Sial China 2013 (Feira internacional de alimentos e

da indústria de bebidas), que acontecerá em maio.

Por tudo isso, concluo que esses dois países

tão importantes no cenário geopolítico, estão

cada vez mais se alinhando para estabelecer a

grande relação comercial do início do século 21,

onde se verifica facilmente que a prosperidade e

a ascensão da China à condição de potência global

oferece enormes oportunidades ao Brasil e ao seu

pujante agronegócio.

Artigo

Muni LourençoPresidente da Federação da

Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas - FAEA e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

- SENAR-AM

Foi relevante constatar o

entusiasmo e a hospitalidade

das autoridades e lideranças

empresariais chinesas com a estruturação de

uma presença permanente da

CNA

China – Uma grande oportunida-de para o agronegócio brasileiro

Page 41: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 41

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42 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Pronatec

Conhecimento para os jovens da floresta

REPORTAGEM e FOTOS: Diárcara Ribeiro

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 43

Estudantes se deslocam diariamente da comunidade ru-ral de Caranã, localizada no Baixo Amazonas, caminham durante meia hora, ou seguem de canoa pelo rio até ou-tra localidade, conhecido como Distrito de Pedras, para poderem concluir um curso técnico. A educação, a qua-lifi cação profi ssional é a transformação para uma nova realidade; quem afi rma são os próprios estudantes.

Nauceli Cardoso Gomes, 18 anos, é uma dessas alu-nas que realizou o trajeto caminhando até a Escola Esta-dual Professora Jacy Dutra, durante a realização do curso de Bovinocultura de Leite. Os pais da estudante traba-lham com a cultura do abacaxi. “Quando percebi que ti-nha uma oportunidade de estudar, fi z o curso, no qual só tenho a agradecer. Tive a oportunidade de conhecer o modo correto de trabalhar com o leite, com os animais; aprendi que muita coisa estava sendo feita errada, hoje vamos fazer certo. Meus pais também fi caram felizes. Eu tenho o sonho de poder estudar, ser professora e passar meus conhecimentos aqui”, declarou.

Com o objetivo de levar cursos técnicos de nível mé-dio para os jovens do meio rural, foi fi rmado um convê-nio entre o Ministério da Educação, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) central e regional, com par-ceria da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC), con-tribuindo cada vez mais para a melhoria da qualidade de vida, rentabilidade do agronegócio, através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRO-

"O PRONATEC significa satisfação, técnica, inovação entre tantas qualidades. Trabalhar na área rural principalmente no Amazonas é muito gratificante".Carlos Cavalcante, Técnico Agropecuário.[

Já foram oferecidos os cursos de Bovinocultura de Corte e de Leite; Cultivo e Beneficiamento da Mandioca; Fruticultura, Piscicultura e Horticultura em comunidades do Amazonas beneficiando os jovens do meio rural » Alunos do município de Parintins, na entrega de

certificados dos cursos de Horticultura e Piscicultura

NATEC). Em 2012, o PRONATEC no Amazonas ministrou mais de 3.800 horas de aula incluindo a prática. Os cursos ofertados foram de Bovinocultura de Corte; Bovinocultu-ra de Leite; Cultivo e Benefi ciamento da Mandioca; Fruti-cultura, Piscicultura e Horticultura. No total de 24 turmas e 321 alunos benefi ciados.

Formado em Medicina Veterinária, Técnico em Agro-pecuária e pós-graduado, o instrutor, Carlos Cavalcante, 52 anos, afi rma que a distância das comunidades assim como as chuvas típicas da região, não impede que os alu-nos compareçam nas aulas. “Pelo contrário, os estudan-tes que moram mais distante da escola, são os primeiros a chegarem, pois reconhecem a oportunidade que estão recebendo”.

O professor que pega chuva, dorme na casa de al-guns comunitários, e que não mede esforços é aplaudido pelos alunos. “Ele muita vezes é um pai”.

» O instrutor ensina na prática como deve ser a preparação do solo para o cultivo de uma Horta

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“O PRONATEC signifi ca satisfação, técnica, inovação entre tantas qualidades. Trabalhar na área rural, princi-palmente no Amazonas, é muito gratifi cante, porque as distâncias são enormes e quando esse jovem é qualifi ca-do, sabendo que na comunidade onde ele reside haverá uma transformação social, é o maior pagamento que um professor pode receber assim como o carinho deles”, de-clarou o professor Carlos, que ministrou o curso de Bovi-nocultura de Corte e de Leite.

Entre os módulos do curso, o aluno aprende sobre o ambiente e bem estar animal, vacinação, alimentação, manejo e tem aula de empreendedorismo. “No fi nal do curso, os alunos realizaram um projeto que seja viável economicamente”.

Durante a cheia e a seca a perda do rebanho preo-cupa os fazendeiros, em consequência da ausência de ração, que serve como complemento alimentar. Foi co-nhecendo de perto a realidade dos pecuaristas da região, uma das principais atividades econômicas do município, que o aluno Vagner Reis de Carvalho, 39 anos, casado e pai de três fi lhos, encontrou uma alternativa. “Aprendi como fazer um projeto nas aulas do PRONATEC, elaborei um para fazer ração, evitando que em épocas difíceis os produtores tenham que comprar o produto mais caro de outros lugares. Vamos fazer aqui mesmo”, disse o aluno que já começou colocar em prática.

Denner Dutra Lacerda, 16 anos, aluno da Escola Esta-dual Jacy Dutra tem planos para otimizar os negócios da família. “Na nossa região não tem cana plantada, já quero fazer meu projeto para essa cultura e aproveitar o terre-no da minha família”.

O gestor da escola, Manoel do Rosário Ribeiro, decla-rou que, “o SENAR-AM incentivou os alunos, eles chegam

na escola cheios de ânimo. Temos pouca aprovação no vestibular e muitos pais não podem mandar os fi lhos estudarem na capital, com o curso eles têm mais uma alternativa. Já é possível perceber que o pensamento dos alunos mudou assim como suas atitudes, eles estão com mais técnica e mais preparados para as atividades do campo”.

É o caso do estudante Ozias Souza Soares, 18 anos, que durante as aulas do curso de horticultura realuzou seu próprio experimento. “Construi uma horta em casa que deu certo, minha mãe não compra mais na feira cou-ve, cheiro verde, maracujá e outras coisas que plantei”.

PISCICULTURAViajando pelo Rio Paraná do Ramos durante 1 hora e 20 minutos, em um barco de linha, do município de Parintins até a Comunidade Bom Socorro do Zé Açu, os alunos do curso de Piscicultura seguem de ônibus durante 30 mi-nutos até a propriedade São João. Com uma vontade de aprender e repassar aos estudantes anos de experiência no campo, um senhor de 52 anos, com espírito de um

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jovem empreendedor, João Pizano Gonçalves, têm orgu-lho e muita saudade. “Estou realizando o projeto do meu fi lho de trazer esses estudantes para nossa propriedade e fazer um intercâmbio”.

João Pizano chegou a realizar um curso do SENAR, atualmente retira 7 toneladas de peixe por ano, das es-pécies de Tambaqui e Matrixã. “O curso que realizei me ajudou, não parei por aqui, fui em busca de mais conhe-cimento em outros estados. Acredito que o importante é qualifi car essa juventude para desenvolver seu próprio negócio assim como eu, e não precisar sair de sua comu-nidade ou município”, disse.

É nessa propriedade que os alunos do PRONATEC aprendem a fazer análise da água, critérios técnicos para implantação de um tanque de piscicultura, anatomia dos peixes, aula de despesca, empreendedorismo é algumas das matérias apresentadas. “O curso de Piscicultura veio estender aos alunos a oportunidade de trabalhar em uma área que está em expansão no mercado, principal-mente em Parintins. Os alunos que realizaram o curso estão com um passo à frente”, afi rmou a engenheira de pesca e instrutora, Isamildes de Carvalho Ribeiro, que a qualidade do curso ajudou alguns de seus alunos a pas-sarem no vestibular. “Os alunos alegaram que quando fo-ram responder questões de Física e Química lembraram dos ensinamentos técnicos do curso, o que me encheu de orgulho e satisfação”.

“Aprendi a construir um viveiro para peixes, a reali-zar projetos, alimentação, muita coisa na prática, hoje sei diferenciar o certo do errado e me sinto preparada para o mercado de trabalho”, afi rmou a estudante Géssica Ne-ves dos Santos, 16 anos, que realizou o curso de piscicul-tura e já investe na horticultura. “Vou fazer quantos pu-der, não quero fi car parada”. Segundo a gerente técnica do SENAR, Eunice Meneses, o curso permite a continua-ção do projeto, mesmo quando as aulas acabam. “Toda a comunidade é benefi ciada, no curso de horticultura reali-zado na escola, por exemplo, os alunos aproveitam o que plantaram para levarem para casa ou usarem na merenda escolar. É muito bom saber que eles darão continuidade”.

“Todas as ferramentas possíveis para que o jovem seja assistido, tendo acesso às informações necessárias para qualifi cação técnica, minimizando as barreiras que possam ocasionar a desistência é oferecido aos estudan-tes. Mesmo com as difi culdades naturais devido a logísti-ca do nosso Estado os instrutores estão levando conheci-mento em comunidades distantes muitas vezes até cinco dias de barco. Com a educação a chance desses jovens aumentam consideravelmente de poderem ter melhores condições de vida”, afi rma o superintendente do SENAR--AM, Aécio Filho.

JOVEM RURALPara o presidente do SENAR-AM, Muni Lourenço, está

sendo realizado esforço muito grande de todas as au-

toridades com relação a políticas públicas do Governo

Estadual e Federal e da iniciativa privada no sentido de

interiorizar a economia, ressaltou ainda que, o Estado do

Amazonas alcançou 7% do Produto Interno Bruto (PIB).

A ideia é produzir alimentos para atender o mercado

consumidor diminuindo a dependência de importação

de alimentos de outras regiões. O PRONATEC tem um

papel muito importante, porque estamos muito preo-

cupados com a questão do jovem rural, um público que

muitas vezes é seduzido pelo êxodo de ir para a capital

esvaziando o campo. É preciso dar condições para que

eles possam dar continuidade à atividade de seus pais

na atividade rural.

Estamos convencidos que o PRONATEC está pro-

movendo uma grande contribuição para que os jovens

amazonenses rurais, possam ter acesso ao mercado de

trabalho e condições melhores a partir dos cursos profi s-

sionalizantes. Estes jovens estão tendo a oportunidade

de colocar em prática o empreendedorismo em várias

atividades do segmento agropecuário. Nós acreditamos

que a ferramenta da educação aliada ao ensino técnico

vai poder dar um grande salto na produção agropecuário

do Estado do Amazonas.

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Lançamento

REPORTAGEM: Thais Souza FOTOS: Liliane Maia

Pioneiros e empreendedores O professor e ex-reitor da universidade de São Paulo e membro do Conselho da FAS (Fundação Amazonas Sus-tentável), Jacques Marcovitch, lançou nos dias 4 e 5 de dezembro o projeto Pioneiros e Empreendedores: a Saga do Desenvolvimento no Brasil, no Centro Cultural Palácio da Justiça, em Manaus, que tem por objetivo estimular, principalmente entre os jovens, ações inovadoras de transformação, tendo como referência e ponto de parti-da a memória do empreendedorismo pioneiro no Brasil, fundamental para o desenvolvimento do país.

O projeto, do qual participaram o superintendente da Suframa, Thomaz Nogueira, e a coordenadora do Pro-jeto Educativo, Marina Toledo, congrega exposição, ba-seada no projeto editorial de autoria de Marcovitch, que aborda a valorização da memória do empreendedorismo pioneiro a partir da trajetória bibliográfi ca de 24 empre-sários que atuaram no Brasil nos últimos dois séculos.

Também autor do livro A Gestão da Amazônia – Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas, Ja-cques Marcovitch acredita que o Brasil, como um todo,

tem um enorme potencial a ser explorado, principalmen-te a Amazônia, cujo modelo de desenvolvimento é ba-sicamente e originalmente: ambiental, cultural, social e econômico. “A Amazônia tem inúmeras oportunidades a apresentar. As indústrias, principalmente de cosméticos e a farmacêutica, que é vista com bons olhos por tantas e tantas fábricas”, afi rmou.

Com o livro Gestão da Amazônia, Marcovitch preten-de também alcançar os mercados estrangeiros, e para isso conta com uma equipe de tradutores. “Queremos que os estrangeiros vejam a Amazônia com um olhar di-ferenciado, não se baseando apenas em estereótipos.” O lançamento deste livro aconteceu em março do ano pas-sado, e foi exposto com a ajuda da coordenadora muse-ológica e professora titular de Museologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, Maria Cristina Oliveira Bruno, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, em 2010, e também no Espaço Cultural Unifor, em For-taleza, ainda este ano. As duas exposições mencionadas registraram juntas mais de 80 mil visitantes.

» Professor Jacques Marcovitch fala do empreendorismo para o desenvolvimento do país

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 47

Pioneiros e empreendedores JACQUES MARCOVITCH

É professor da Universidade de São Paulo. Foi presi-

dente do Centro Acadêmico Visconde de Cairo em

1968, ano em que formou-se em Administração de

Empresas. Realizou seu mestrado na Owen Gradu-

ate School of Management, Vanderbilt University e

obteve o grau de Doutor pela USP em 1973. Atual-

mente é professor da FEA-USP e do Instituto de Re-

lações Internacionais da Universidade de São Paulo,

Fellow na School of International Relations & Pacifi c

Studies, University of California, (San Diego) e Con-

selheiro do Graduate Institute of International and

Development Studies (Genebra, Suiça) e membro

do Conselho da Fundação Amazonas Sustentável

(FAS). Dentre os diversos prêmios que recebeu, está

o prêmio Jabuti, por seu livro A Gestão da Amazô-

nia - Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos

e Propostas.

SINOPSE DOS LIVROS A GESTÃO DA AMAZÔNIA E PROPOSTAS E PIONEIROS E EMPREENDEDORES: A SAGA DO DESENVOLVIMENTO NO BRASILEm A Gestão da Amazônia, obra editada pela Edusp

– Editora da Universidade de São Paulo – o autor

evidencia o contraste entre a exuberante biodiver-

sidade dessa imensa região e a gravidade de suas

condições socioeconômicas; aborda as discussões

sobre o relevante papel da fl oresta amazônica no

presente cenário mundial de mudanças climáticas;

analisa ações empresariais, iniciativas governamen-

tais e propostas de pesquisadores; e na conclusão,

defende a tese de que a sustentabilidade amazônica

é algo indissociável do crescimento econômico.

Em Pioneiros e Empreendedores, Marcovitch

preenche uma lacuna importante na historiografi a

econômica e empresarial do Brasil. Do crescimento

populacional e agrário ao início da industrialização,

casos ricos em detalhes são apresentados e analisa-

dos pelo viés do pioneirismo. Uma abordagem que

realça como foram enfrentadas adversidades e im-

ponderáveis. Complexos empresariais respeitáves

foram erguidos em uma época onde não havia expe-

riência acumulada ou regras que pudessem servir de

guia para decisões. Mas as escolhas certas, e outras

nem tanto, indicam os caminhos trilhados pelos per-

sonagens que povoaram o imaginário e a vida eco-

nômica do país nos dois últimos séculos, da Primeira

República ao Golpe Militar.

» Livro Pioneiros e Empreendedores: A Saga do Desenvolvimento no Brasil

» Livro A Gestão da Amazônia - Ações Empresariais, Políticas Públicas, Estudos e Propostas e Pioneiros

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Fazenda 3R

Nelore da 3R chega em Roraima

REPORTAGEM: Thais Souza FOTOS: Epifânio Leão

A Fazenda 3R, em parceria com a Agropecuária Nortesul, realizou no dia 06 de dezembro o primeiro Encontro de Agropecuária do Estado de Roraima. O evento, que acon-teceu no auditório da FAERR (Federação Agropecuária do Estado de Roraima), tem como finalidade mostrar os avanços no campo agropecuário, entre eles a genética de bezerros e a inseminação artificial, e alcançar pecuaristas e produtores envolvidos com gado de corte.

Participaram deste evento os principais representan-tes do mercado agropecuário, entre eles o gerente-ad-ministrativo da Fazenda 3R, Rogério Rosalin, que falou sobre como se produzir um bezerro de qualidade. No en-contro, foram realizadas palestras com os representan-tes, seguidas de perguntas feitas pelos produtores. Tam-bém estava presente no evento o presidente da Fazenda 3R, Rubens Catenacci, que se mostrou animado com o

público. “Todos os produtores têm que ter a tecnologia em suas fazendas, por isso a inseminação e a genética. Só assim poderemos ter carne de qualidade. E cada vez mais o brasileiro, e não só ele, paga mais caro por uma carne de qualidade”, afirmou.

O evento foi dividido em três palestras, seguindo o patamar da pirâmide agropecuária: pastagem, manejo e genética, que segundo Catenacci, “são os princípios mais importantes a serem seguidos, se você quer ter um gado de qualidade e atender um público que preza por isso.” Rosalin e Catenacci também têm planos para rea-lizar encontros em outras cidades, como Boca do Acre, e para atuar, principalmente em Roraima, com a ajuda da Agropecuária Nortesul. O encontro foi seguido de um delicioso churrasco. “É um avanço. Agora vou poder ter um gado de qualidade, e um público que preza por

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isso. Espero atende-los do jeito que eles merecem”, afirmou um dos produtores presentes.

Audacioso, competente e determinado, o importan-te nelorista, Rubens Cate-nacci, é detentor da Marca 3R, do município de Figuei-rão. Um grande profissional do setor que já trabalhou como engraxate, sapateiro, farmacêutico, dentista, ad-vogado e agora é um dos principais nomes da pecuária nacional.

Candidato a vice-prefeito de Figueirão, e braço-direi-to de Rubens Catenacci na Fazenda 3R, Rogério Rosalin, é também detentor da marca Nelore e gerente da Fa-zenda 3R, uma das expoentes do gado no município de Figueirão, e ajuda Catenacci a manter seu rebanho sem-pre vacinado e em dia com seu status. Ele é responsável pela organização dos leilões da Fazenda 3R, entre eles o Leilão Bezerros de Qualidade 3R e Convidados e o Leilão Virtual Reprodutores Jovens 3R.

O evento contou com palestras de outros represen-

tantes da indústria agropecuária, entre eles o re-

presentante da Dow AgroSciences, que falou sobre

qualidade e manejo em pastagens, o representante

e médico-veterinário da Ourofino Agronegócios,

William de Moraes, que palestrou sobre técnicas no-

vas de reprodução e sanidade para melhorar a pro-

dução do rebanho.

FAZENDA 3RA Fazenda 3R é um centro de excelência na produção

de gado de corte que produz bezerros comerciais

considerados os melhores do Brasil. Essa qualidade é

comprovada nos leilões do Fazendeiro e do Criador,

considerados os melhores do país para a comercia-

lização de bezerros. Todo esse conhecimento vem

sendo alcançado graças a um trabalho de excelência

e que une os dois principais pontos de uma seleção:

a produção de animais de elite com alta genética e

de touros de PO a campo. Para isso, ela desenvolve

um trabalho genético apurado, através de técnicas

como a transferência de embriões e a Fertilização

In Vitro. A seleção do gado puro está cada vez mais

criteriosa e a produção dos animais de corte obtém

melhores resultados.

» Gerente Rogério Rosalin e Rubens Catenacci proprietário da Fazenda

» Pecuaristas confraternizam em churrasco após palestras

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Fazenda Favorita

FOTO LEGENDA: Antonio Ximenes

Genética no reba nho amazonense

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Genética no reba nho amazonense

Fazenda Favorita trabalha com a raça Nelore, inves-

tindo em animais geneticamente evoluídos. O pecu-

arista Edivard Brandão adquiriu novilhas do plantel

da Fazenda 3R, de Camapuã, no Mato Grosso do Sul,

o melhor da raça no País.

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Oportunidade

Empresa apostano campo

REPORTAGEM: Thaís Souza e Antonio Ximenes FOTOS: Divulgação

Companhia foi criada devido à carência de captação de recursos na Amazônia tendo em vista o setor primário

» O biólogo Diego Brandão e a jornalista Clarice Manhã lançam a

empresa Amazônia Socioambiental

Com o objetivo de buscar crédito para cooperativas e as-sociações do setor primário, bem como para secretarias municipais que as auxiliam, nasceu a empresa Amazônia Socioambiental, companhia criada pelo biólogo e mestre em ecologia, Diego Brandão, em associação com a jorna-lista Clarice Manhã.

A companhia nasceu devido à carência de capta-ção de recursos na Amazônia e investimento dos mesmos em programas voltados para o meio ambiente, em comunidades, cooperativas e associações, como também devido aos polos de produção do setor primário es-tarem mais voltados às regiões Sul e Su-deste do Brasil.

A empresa é fruto de uma intensa pesquisa de campo, e está fortemente focada na relação cliente-empresa. A enorme carência de recursos para o setor primário da economia que envol-ve pecuária, pesca e agricultura, é um fator agravante, pois existem comu-nidades e cooperativas que possuem uma vasta gama de projetos pouco explorado. “Vimos que todo esse po-

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e assim mais e mais pessoas se interessarão e farão parte disso”. Por isso, a empresa acredita em ações de educa-ção ambiental, com o objetivo de criar valores que des-pertem interesses ambientais e sociais.

“Queremos ter um time engajado de colaboradores e parceiros, pessoas que realmente estejam dispostas a trabalhar e a trazer experiências para cá, para que pos-sam ser utilizadas por todos nós. E queremos também aplicar efetivamente esses recursos, tanto na agricultura familiar, quanto em projetos cooperativistas”, afi rmou.

tencial está concentrado nas regiões Sul e Sudeste”, afi r-ma Diego, “Queremos trazer o foco para a nossa região, que também tem muito a ser explorado”. Para isso, a em-presa cria projetos para incentivar a educação ambiental nessas comunidades.

E não só essas comunidades serão benefi ciadas pela empresa, mas também a sociedade como um todo, in-cluindo também seus fi nanciadores, tudo isso focado na parte social e também na ambiental. “Todos podem fazer parte dessa experiência. Futuramente, as pessoas pode-rão compartilhar essas experiências com outras pessoas,

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PROJETOSDiego também já participou de outros projetos,

como por exemplo, o livro Semeando Sustentabili-

dade em Apuí: Fortalecendo a Educação Socioam-

biental, em parceria com o IDESAM (Instituto de

Conservação e Desenvolvimento Sustentável do

Amazonas), o Fundo Vale, voltado para o 3° setor

da economia, com o objetivo de apoiar o desenvol-

vimento de atividades ambientais nesse setor. Par-

ticipou também do projeto Pecuária Verde, no Apuí,

com o intuito de reduzir o impacto do desmatamen-

to e aumentar a produtividade pecuarista. E por fi m,

participou também de um projeto voltado para o

café, também no município de Apuí. Diego se voltou

para esse município pois ele é o terceiro do estado

do Amazonas com o maior índice de desmatamento.

» Diego Brandão em aula prática de educação ambiental

» Reunião com produtores da Associação Ouro Verde, em Apuí

tencial está concentrado nas regiões Sul e Sudeste”, afi r-ma Diego, “Queremos trazer o foco para a nossa região, que também tem muito a ser explorado”. Para isso, a em-presa cria projetos para incentivar a educação ambiental nessas comunidades.

E não só essas comunidades serão benefi ciadas pela empresa, mas também a sociedade como um todo, in-cluindo também seus fi nanciadores, tudo isso focado na parte social e também na ambiental. “Todos podem fazer parte dessa experiência. Futuramente, as pessoas pode-rão compartilhar essas experiências com outras pessoas,

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OCB - Amazonas

REPORTAGEM e FOTOS: Divulgação OCB/ Eliezer Favacho

Estratégiaspara2013

Gerar através de encontros regionais, subsídios para os direcionamentos estratégicos do setor, este foi o obje-tivo do primeiro Fórum Regional de presidentes e supe-rintendentes do Sistema Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) realizado em Manaus, em dezembro de 2012. “Mais do que nunca é o momento de desenvolver e compartilhar estratégias, competências, conhecimentos e tecnologias", afirmou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante a solenidade de aber-tura do Fórum.

Para o presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrucio Pereira de Magalhães Júnior, "o encontro visa promover a troca de experiências proativas desenvolvi-das pelas entidades do Sistema e aproveitar essas boas práticas para prosseguirmos no caminho do desenvolvi-mento”, ressaltou.

Com o novo modelo de governança implantado pelo Sistema no início de 2012, cada região ganhou um dire-tor para representar o Estado. Outros encontros foram realizados no país. As duas primeiras edições foram pro-movidos no Norte e Nordeste do país, respectivamente.

Em 14 de dezembro, o Nordeste reuniu os estados em Fortaleza (CE). No dia 14 de janeiro de 2013, o Fórum foi realizado na Região Sudeste, em São Paulo (SP); no dia 16 do mesmo mês reuniram-se os estados da Região Sul, em Curitiba (PR); a Região Centro-Oeste promoveu o último Fórum, no dia 22 de janeiro. Os encontros conta-ram com a presença de representantes das organizações estaduais para discutir as estratégias e planejamentos do setor cooperativista brasileiro para os próximos anos, juntamente com a diretoria da OCB. Os eventos iniciavam a partir das 8h e prosseguiam até às 17h. A programação contemplou debates em grupos de trabalho destinados ao levantamento de sugestões para o plano de ação.

"Mais do que nunca é o momento de desenvolver e compartilhar estratégias, competências, conhecimentos e tecnologias".Márcio Lopes de Freitas, presidente do

Sistema OCB-SESCOOP.[

» Presidente da OCB/Sescoop-AM, Petrucio Pereira de Magalhães Jr

» Presidente da OCB, Marcio Lopes de Freitas

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» Prefeita de Boa Vista, Teresa Surita e vice-prefeito Marcelo Moreira, em visita a Casa do Cooperativismo

» Senador Romero Jucá em visita a Casa do Cooperativismo em Roraima

OCB - Roraima

FOTOS: Divulgação / OCB-RR

A força do cooperativismoPresidente Silvio de Carvalho recebe o governador José de Anchieta, o senador Romero Jucá, a prefeita Tereza Surita, e cooperados do Estado

» Campeões do XIII Torneio Intercooperativo de 2012

» Evento do Ano Internacional das Cooperativas, onde o governador José Anchieta declarou apoio às cooperativas

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 57

Artigo

Um ano antes de completar a maioridade o

Instituto de Desenvolvimento Agropecuário

e Florestal Sustentável do Estado do Ama-

zonas – IDAM, criado pela Lei Estadual Nº

2.384, de 18 de março de 1996, tem uma

trajetória de bons serviços prestados que

transcende seus 17 anos de existência, na

prestação do serviço de Assistência Técnica

e Extensão Rural (ATER) no Amazonas.

Herdeiro do legado das extintas Acar

Amazonas e Emater/AM, o IDAM se consoli-

da cada vez mais como órgão ofi cial de ATER

do Amazonas, com o compromisso de levar

o serviço de ATER gratuito a todos os agri-

cultores/produtores rurais conforme pre-

vê a Constituição Estadual e Federal. Com

base nessa premissa o IDAM vem executan-

do ao longo de sua existência ações volta-

das ao desenvolvimento rural sustentável,

fundamentado nas questões ambientais,

geração de ocupações econômicas e renda,

fortalecimento das cadeias produtivas nas

áreas agropecuárias, fl orestal, pesca e pis-

cicultura, bem como atividades rurais não

agrícolas, notadamente, à organização dos

processos produtivos, de benefi ciamento/

agroindustrialização e de comercialização

da produção, com vistas à inclusão social e

produtiva.

Vinculado a Secretaria de Estado de

Produção Rural – Sepror, o IDAM atende

hoje mais de 92 mil agricultores familiares/

produtores rurais distribuídos nos 62 muni-

cípios do Amazonas. Possui uma equipe de

340 extensionistas rurais que atuam nas 66

Unidades Locais. O número ainda é inferior

ao desejado, tendo em vista que a Política

Nacional de Ater (Pnater), coordenada pelo

MDA, sugere que cada extensionista pos-

sa assistir até 100 produtores rurais/ ano. E

desta forma, o Idam luta para conseguir esta

meta e melhorar cada vez mais a assistência

oferecida aos benefi ciários.

A partir do lançamento do Programa

Amazonas Rural, implementado pelo gover-

nador Omar Aziz, em 2012, criou-se novas

oportunidades para que agricultores familia-

res/produtores rurais tivessem mais acesso

a emprego e renda no interior do Estado.

Atendendo a determinação do governador,

estamos buscando aprimorar as parcerias

com o Governo Federal e as Prefeituras, prin-

cipalmente, para que possamos aumentar o

número de extensionistas no campo.

Dados do Instituto Brasileiro de Geogra-

fi a e Estatística – IBGE mostram que os agri-

cultores familiares/produtores rurais que re-

cebem serviços de ATER de qualidade, tem

a renda quatro vezes superior aos que não

recebem o benefício.

No Estado, a determinação do gover-

nador Omaz Aziz é clara, e a ideia é que os

serviços de ATER atendam, urgentemente,

todos os agricultores familiares do Amazo-

nas. E os órgãos ligados ao setor primário

do Estado estão familiarizados com questão.

Um exemplo é o Projeto Residência Agrária,

coordenado pela Sepror, que tem sido exce-

lente parceiro e que deve contribuir com a

ajuda na assistência técnica ao homem do

campo.

Edimar VizolliDiretor-Presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas – IDAM

No Estado, a determinação do governador Omaz Aziz é clara, e a ideia é que os serviços de ATER atendam, urgentemente, todos os agricultores familiares do Amazonas.

IDAM: superando desafios no campo

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Uma leitura atenta da atual conjuntura da

agricultura mundial abre a possibilidade de

vislumbrarmos alguns cenários para a agri-

cultura brasileira e rondoniense. A quebra na

atual safra de grãos dos Estados Unidos, es-

timada na ordem de 120 milhões de tonela-

das, por conta da pior seca que o país enfren-

ta nos últimos 50 anos, somadas às quebras

das safras de milho e soja na Argentina e no

Paraguai, na última safra, e a quebra da pro-

dução de trigo na Rússia e Ucrânia, ocasio-

nadas tanto pelo frio como pela seca, estão

provocando mudanças significativas no mer-

cado de commodities agrícolas, aumento no

preço dos alimentos e efeitos em cadeia em

diversos setores, como no de combustíveis.

Se por um lado o produtor brasileiro de

grãos está comemorando a safra recorde

comercializada com os melhores preços dos

últimos 30 anos, o contexto internacional im-

pacta diretamente na indústria alimentícia,

especialmente no setor de carnes, por conta

da elevação no custo das rações, o que todos

nós começamos a perceber nas prateleiras

dos supermercados.

Não é por acaso que os suinocultores e

avicultores brasileiros vivem a pior crise dos

últimos anos. O preço do farelo, por exem-

plo, subiu mais de 100% nos últimos seis

meses. Esperamos que as medidas adotadas

pelo governo para socorrer o setor, como a

desoneração dos tributos e a renegociação

das dívidas, tenham o efeito desejado no

curto prazo.

No entanto, sabemos que o caminho

para se manter no mercado é o aumento da

eficiência, com alta produtividade, redução

dos custos – principalmente de impostos.

Além disso, a luz vermelha da infraestrutura

e da logística está acesa há muito tempo no

Brasil, sendo uma grande ameaça ao desen-

volvimento do País.

O atual cenário revela algumas fragilida-

des de nossa economia, ao ponto de nos per-

guntarmos se o Brasil está mesmo pronto

para atender o aumento da demanda mun-

dial por alimentos.

Nesta conjuntura, Rondônia precisa dar

um grande salto de qualidade e produtivi-

dade em sua agricultura. Temos o sétimo

maior rebanho e o somos quarto maior ex-

portador de carnes do País. Temos uma boa

produção de café, cacau, feijão, arroz e soja,

além de um grande potencial para a produ-

ção de pescado. Nossa agricultura é pujante,

com base familiar, mas precisamos aumentar

muito a produtividade para nos tornarmos

mais competitivo.

Para isso, os nossos produtores neces-

sitam de assistência técnica, capacitação,

orientação, equipamentos modernos, infra-

estrutura e tecnologias adaptadas para a

realidade rondoniense. Temos que equacio-

nar questões legais extremamente cruciais,

como a regularização fundiária e a legislação

ambiental.

Precisamos de investimento nos trans-

portes intermodais, como na ferrovia de

integração Centro-Oeste, na hidrovia do Ma-

deira e na reconstrução da BR-364. São in-

vestimentos como estes que irão baratear o

custo de produção e manter a vantagem dos

alimentos brasileiros no mercado mundial.

Se essas questões não forem resolvidas,

de nada adiantará termos uma safra recorde

e bons preços. A garantia de comida boa e

barata na mesa do brasileiro, e o sucesso no

mercado internacional, dependem de ações

integradas e do senso de oportunidade do

governo e dos agricultores para com estes

cenários. A hora é agora. Vamos dar o grande

salto de qualidade que Rondônia e o Brasil

precisam.

Senador Acir GurgaczLíder do PDT no Senado e presidente da Comissão de Agricultura no biênio 2011/2012

Artigo

Precisamos de investimento nos transportes intermodais, como na ferrovia de integração Centro-Oeste, na hidrovia do Madeira e na reconstrução da BR-364.

Desafios e oportunidades para a agricultura rondoniense

Page 60: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

60 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Graças à generosidade de 80.545 eleitores

amazonenses em 2010, acabo de ser empos-

sado Deputado Federal em substituição a um

colega que se licenciou para ser secretário

municipal em Manaus.

Faço o caminho inverso, pelo menos

temporariamente. Solicitei a exoneração do

cargo de Secretário de Estado da Produção

Rural (SEPROR) para poder assumir a repre-

sentação popular. Mas, por decisão pessoal

e apelo político do governador Omar Aziz,

me licencio do cargo de deputado federal

para retornar ao comando da SEPROR. Por

convicção pessoal e filosófica considero um

mandato de Deputado Federal algo extre-

mamente honroso, assim como dos demais

cargos eletivos.

Tomando como referência a estrutura

clássica de estado sugerida por Montesquieu

ele é composto pelo Poder Legislativo, Exe-

cutivo e Judiciário. Ao primeiro cabe a de-

finição das regras, das normas e a rigorosa

fiscalização para o cumprimento das mesmas;

ao segundo cabe à execução, fazer com que

ideias se transformem em atos concretos;

e ao terceiro cabe o papel de impedir o des-

cumprimento das normas legais e mesmo da

aplicação de tais normas de forma leniente ou

parcimoniosa.

É desnecessário dizer que tal estrutura

está bastante deformada. Não raro o legisla-

tivo abre mão de suas prerrogativas. Permi-

te que o executivo e até mesmo o judiciário

passem a legislar e mesmo o seu papel fisca-

lizador acaba sendo exercido pelo Ministério

Público que nada mais é do que um órgão do

Poder Executivo e, portanto, um ente fisca-

lizável e não fiscalizador. A manutenção ou

intensificação dessa realidade pode criar, em

perspectiva, a base de um estado ditatorial

aos moldes do modelo preconizado por Tho-

mas Hobbes no clássico Leviatã.

Mas essa deformação não elimina o fato

de que é no poder legislativo – e apenas nele

– estão representadas todas as correntes de

pensamento que lograram um mínimo de

apoio popular durante as eleições. O execu-

tivo se expressa pela corrente majoritária e

pela própria natureza da disputa não contem-

pla a corrente eventualmente derrotada que,

a rigor, deve fazer oposição ao vencedor ou

vencedora; o judiciário tem seu critério pró-

prio de escolha, que se inicia pelo concurso

público no inicio da carreira e culmina com no-

meações de livre escolha do executivo esta-

dual e federal quando se trata das instancias

superiores do poder judiciário.

Como o Estado, segundo o marxismo, é

instrumento de dominação da classe domi-

nante, não é preciso esforço para concluir que

nem sempre figuram na pauta ou nas preocu-

pações desse seleto grupo de operadores da

justiça os interesses populares.

Daí a minha convicção do destacado ca-

ráter democrático do poder legislativo. Cer-

tamente, o leitor mais atento deve estar se

questionando porque alguém com tanta con-

vicção da importância do legislativo o troca

pelo executivo.

O meu retorno a SEPROR não é por uma

presunção de que tudo para com a minha

saída. Não tenho esse receio. Há um núcleo

básico na Secretaria, no Instituto de Desen-

volvimento Agropecuário e Florestal Susten-

tável do Estado do Amazonas e na Agência de

Defesa Agropecuária e Florestal do Amazonas

bastante motivado e comprometido com a

política do setor primário, apesar de extrema-

mente reduzido.

Nesse espaço em que dirigimos a secre-

taria experimentamos importantes avanços.

O primeiro deles foi ter conseguido elaborar

uma política geral para o setor. Além de ter-

mos realizado o primeiro concurso público

da história da SEPROR, obtivemos o apoio do

governador e da Assembleia Legislativa para

igualmente aprovar o 1º Plano de Cargos e

Carreira do Setor, bem como um conjunto de

Artigo

Eron BezerraSecretário da Sepror-AM

Recuperamos e abrimos mais de 1.000 km de

estradas vicinais, construímos

parques de exposição

agropecuária, matadouros,

frigoríficos de pescado no alto

Solimões.

Opção pelo campo

Page 61: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 61

Acabamos com o desperdício de pescado a partir da criação do Projeto Peixe Popular, que assegura a venda de 1 kg de pescado por 1 real. Eliminamos a figura do atravessador com a criação do Feirão da Sepror o qual possibilita a comercialização direta entre centenas de produtores e milhares de consumidores.

leis e normas que visam estimular a produção

em bases sustentáveis.

Recuperamos e abrimos mais de 1.000

km de estradas vicinais, construímos par-

ques de exposição agropecuária, matadou-

ros, frigoríficos de pescado no alto Soli-

mões, barcaças e barcos tipo rabetão para

escoar a produção, mais de 2.500 casas para

trabalhadores rurais e outras tantas estão

em construção.

Construímos a 1ª fábrica de bacalhau do

país em plena selva amazônica e nos prepa-

ramos para inaugurar a 2ª planta enquanto

assistimos o “bacalhau da Amazônia” virar

notícia nacional. Estamos concluindo outras 4

agroindústrias de frutas, uma fecularia, uma

destilaria e um polo moveleiro.

O produto interno bruto (PIB) do setor

primário saltou de 4,38% em 2007 para algo

como 7% em 2012, ano em que incorporamos

mais 64 mil novos hectares à atividade pro-

dutiva. Graças à bravura de nosso braço de

extensão rural – o IDAM – e uma parceria es-

tratégica com os agentes financeiros (Banco

da Amazônia, Banco do Brasil e AFEAM) aca-

bamos de injetar mais de 180 milhões de reais

em atividades no campo amazonense apenas

em 2012.

Acabamos de entregar lanchas rápidas e

trailers para equipar as nossas barreiras sani-

tárias e assim obter o tão desejado status de

área livre de febre aftosa. Dezenas de trato-

res foram financiados pelo “Mais Alimento”

e outros tantos estão sendo entregue as as-

sociações de produtores. Em parceria com o

Conselho Nacional de Seringueiros e Popula-

ções Tradicionais (CNS) estamos entregando

2 mil kits sangria para dinamizar a produção

de borracha ao tempo que assistimos a ex-

pansão consistente da piscicultura, que já

ultrapassa as 18 mil toneladas e em breve

será ampliada com a inauguração dos polos

de Humaitá, Boca do Acre e Parintins com a

mesma finalidade. A EXPOAGRO se supera

ano a ano e acaba de se tornar autossusten-

tável.

Acabamos com o desperdício de pescado

a partir da criação do Projeto “Peixe Popular”,

que assegura a venda de 1 kg de pescado

por 1 real. Eliminamos a figura do atraves-

sador com a criação do “Feirão da Sepror”

o qual possibilita a comercialização direta

entre centenas de produtores e milhares de

consumidores. Criamos os encontros de tra-

balhadores da agricultura familiar (ETAF) que

já caminha para a 4ª edição. Editamos 2 livros

e 2 CDS com autores exclusivamente de tra-

balhadores rurais. Criamos uma peça teatral

o “Extensionista” e fizemos oficinas para esti-

mular a participação popular.

Experimentamos avanços e, natural-

mente, alguns reveses, mas não desistimos.

Enfrentamos a escassez de recursos orça-

mentários com racionalização de custos, cria-

tividade, parcerias comunitárias e com uma

política agressiva de captação de recursos

através de convênios e emendas parlamenta-

res federais.

Com o Amazonas Rural, lançado recente-

mente, as perspectivas são ainda mais alvis-

sareiras. O programa estabelece novos desa-

fios, dentre os quais destacamos: atingir 100

mil toneladas de peixe oriundo da piscicultu-

ra, produzir 5 mil toneladas de borracha, mo-

dernizar a pecuária, dar especial atenção ao

Rio Negro, criar o Projeto de Residência Agrá-

ria em parceria com a Secretaria de Ciência e

Tecnologia e Fundação de Amparo a Pesquisa

(FAPEAM) e tornar o estado autossuficiente

em alimentos básicos.

Qualquer solução de continuidade nesse

momento não é recomendável, razão pela

qual, apesar de toda a minha paixão pelo par-

lamento, fiz a opção pelo campo. Pretendo,

com a ajuda de toda a nossa equipe, concluir

os projetos em curso e contribuir para concre-

tizar os anseios dos homens e das mulheres

da zona rural.

Page 62: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

62 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Borracha

REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

Capacitação para extrativistas

Page 63: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 63

Capacitação para extrativistas

14 de novembro para discutir sobre o setor, visando o fo-mento, comercialização, escoamento e linhas de crédito, que ocorreu no centro de Treinamento Maromba (Rua da Maromba, s/n, Chapada, em Manaus).

A fábrica que utiliza apenas borracha natural da Ama-zônia, atualmente, tem capacidade produtiva de 660 mil pneus de bicicleta e 100 mil de motos por ano, em uma área de 252.000 m2 de área total e 23.000 m2 de área construída. Com 700 empregados, onde 2.154 famílias são benefi ciadas com a extração da borracha.

Para o Presidente do Conselho Nacional de Seringuei-ros - CNS, Manoel Cunha, o extrativismo ressurge como atividade que garante a conservação da biodiversidade, geração de trabalho e renda para as populações do inte-rior do Estado, além de formar uma base para o desen-volvimento. “Poder debater nossos problemas e dar su-

A previsão é que em 2013 a produção de pneus saia de 600 toneladas por ano, para 2 mil toneladas e, em 2014 esse número chegue em 3 mil toneladasCerca de 40 extrativistas do interior do Amazonas conhe-ceram todo o processo de fabricação de pneus de moto e bicicleta, na Indústria de Pneus Neotec/Levorin, locali-zada na rodovia AM 010, KM 23. Os seringueiros também participaram do Seminário Extrativista nos dias 12, 13 e

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64 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

gestões para garantir nossa produtividade é um grande avanço, estamos no caminho certo. Queremos garantir a igualdade, o que inclui assistência técnica, preparo para o benefi ciamento e gerenciamento da borracha, além do crédito rural”, disse.

Para o extrativista de Pauini, Jeová Begido Roberto, ver como funciona a fábrica é um conhecimento impor-tante. “Eu não tinha noção de todo o trabalho e investi-mento na matéria-prima local que tinha em Manaus. Isso nos valoriza e é uma maneira de reconhecimento do nos-so trabalho”, disse Jeová Begido.

Assim como em alguns outros segmentos, a fabrica-ção de pneus também sofre concorrência de importa-dos, em especial dos asiáticos e segundo Auro Levorin, o Amazonas responde por 3% de produção de borracha no Brasil. “Nossa intenção é explorar ainda mais essa ativida-de no Amazonas e nosso compromisso é fazer com que a cultura de exploração da borracha natural volte a ser praticada”, afi rmou o empresário.

De acordo com Auro Levorin, a previsão é de que em 2013 a produção de pneus saia de 600 toneladas por ano, para 2 mil toneladas e, em 2014 esse número chegue em 3 mil toneladas. “Mesmo com a previsão de aumentar nossa produção, queremos evitar que o produtor seja explorado e queremos ter certeza de que a borracha extraída seja natural da Amazônia, para termos melhor competitividade e avanço tecnológico”, explicou.

SEMINÁRIOO encontro é uma importante reunião do governo inter-mediado pela ADS com os produtores da Sociobiodiver-sidade, Técnicos das associações e cooperativas extrati-vistas. Durante o Seminário Extrativista, foram tratados temas como o fortalecimento do relacionamento entre a empresa (Neotec/Levorin), comunidades, DAP (Declara-

ção Aptidão ao Pronaf) e o Setor de Produção do Gover-no do Amazonas; Apoio do MDA no Arranjo produtivo do extrativismo até a empresa Neotec/Levorin; Consumo da borracha natural e estoque regulador; e o Cadastro das famílias/DAP.

Foram debatidas também, as oportunidades e pro-gramas oferecidos pelo governo para capacitação dos produtores extrativistas, como as políticas de apoios à comercialização e a inclusão das demandas do congresso do CNS, entre outras. Dando espaço para que eles pudes-sem debater os assuntos e dar sugestões de melhorias para o desenvolvimento dos programas realizados.

De acordo com o Presidente da ADS, Valdelino Ca-valcante, a meta é fazer com que o Amazonas produza 5 mil toneladas de borracha por ano até 2015. “Hoje a pro-dução é de 1 mil toneladas/ano. Para isso, o Governo do Estado pretende mobilizar 9 mil seringueiros. Encontros como este são muito importantes para que possa abrir uma discussão com o intuito de promover uma melhor qualidade de vida dessa população e gerar mais emprego e renda. Iremos fi nalizar esse encontro formalizando em um documento com todas as reivindicações dos serin-gueiros e representantes da classe”, disse.

Segundo o Secretário da Sepror, Eron Bezerra, o go-verno ainda irá distribuir este ano kits sangria, iniciar a

Borracha

SUBVENÇÃO DA BORRACHAÉ um subsídio do governo do Estado, destinado a agri-

cultores familiares que trabalham com atividade ex-

trativista voltado para o setor da borracha. O cadastro

dos associados é feito por meio da Unidade Local do

IDAM em cada município.

64 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

vistas. Durante o Seminário Extrativista, foram tratados temas como o fortalecimento do relacionamento entre a empresa (Neotec/Levorin), comunidades, DAP (Declara-

um documento com todas as reivindicações dos serin-gueiros e representantes da classe”, disse.

Segundo o Secretário da Sepror, Eron Bezerra, o go-verno ainda irá distribuir este ano kits sangria, iniciar a

» Auro Levorin, Manoel Cunha e Valdelino Cavalcante

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 65 Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 65

construção de novas estradas e construir 1 mil casas po-pulares para estes trabalhadores. “Serão entregues dois mil Kits de sangria ainda este ano para os seringueiros, sabemos que ainda precisa muito mais, por isso encon-tros como este também é importante para que essa classe possa relatar suas difi culdades e assim o governo com o Programa Amazonas Rural descubra os meios para atender essas demandas”, relatou.

O presidente da ADS, Valdelino Cavalcante também enfatiza que o objetivo é planejar e coordenar a política de apoio às atividades de extrativismo. “Essas popula-ções extrativistas são as guardiãs da fl oresta e esta alter-nativa garante o controle do acesso aos recursos naturais por seus usuários, assegurando assim os direitos dos tra-balhadores da fl oresta”, afi rmou.

PREÇO MÍNIMO O Governo do Amazonas já garante o pagamento do

preço mínimo da borracha para os extrativistas no va-

lor de R$ 1,00 e a Conab com recurso federal comple-

ta o valor que pode chegar até R$ 3,50, superando o

valor do mercado que é de R$ 2,90.

DESENVOLVIMENTOO extrativista de Manicoré, Getúlio Pereira do Nascimen-to, 57, há 12 anos vive da extração da borracha e em 2012 produziu 1 mil quilos de seringa, segundo ele o evento é primordial para o desenvolvimento e valorização da ca-deia produtiva da borracha. “Trabalho com o agroextrati-vismo há 12 anos e graças aos programas e projetos que o Governo do Amazonas tem nos benefi ciado. Parabeni-zo a ADS pela realização do Encontro Extrativista, pois por meio dele estamos selando uma união entre as co-operativas e associações aqui presentes e tendo a opor-tunidade de conhecer todo o processo de fabricação de pneus, o que é muito gratifi cante”, enfatiza.

APOIOSO evento também contou com o apoio da Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), Instituto de De-senvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS), Movimento do Desenvolvimento Agrário (MDA) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ama-zonas (Faea).

» Auro Levorin levou os participantes do seminário para conhecer a fábrica

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66 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Mandioca

REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

intuito de alavancar a sua principal atividade econômica, a cultura da mandioca, da qual se fabrica a farinha de Uarini. Com os investimentos, a produção de farinha au-mentou de duas toneladas para sete toneladas por hec-tares após os produtores aderirem ao plantio de maniva mecanizada, com a utilização de adubo químico e corre-ção do solo com aplicação de calcário, diferente do uti-lizado anteriormente, em área de toco, plantadas pelos agricultores com enxada. Atualmente, o município conta com 110 trabalhadores e 19 casas de farinhas. De acordo com o agricultor Manoel Lima 52, todo o processo para a fabricação de farinha é feita em Uarini, inclusive as emba-lagens para a comercialização. “Desde a plantação até o produto já embalado nós fazemos aqui. Estamos mudan-do nossa cultura de deixar a plantação de toco e passar para a mecanizada. Quem já mudou alcançou os resulta-dos e aumentou a produção”, assegurou.

O governo do Estado do Amazonas, por meio da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), também apoia os produtores e cursos ministra-dos a partir do Programa Amazonas Rural, para que os produtores possam investir na qualidade do produto e aumentar a produção. O presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, enfatiza que Uarini é um exemplo concreto de Desenvolvimento Sustentável. “O Programa Ama-zonas Rural traz esse apoio ao agricultor, por meio de parcerias com diversos órgãos, melhorando a vida das famílias. Esse é um exemplo de como aproveitar áreas degradadas para promover emprego e renda à comuni-dade”, afi rmou. De acordo com Valdelino Cavalcante, a

Através de conhecimentos, intercâmbio e investimentos, produtores do município têm aumento no setor produtivo da mandioca

Uarini aumenta produçãode farinha

Produtores do município de Uarini (localizado a 540 km de Manaus), aumentam a produção de farinha investin-do em tecnologia, capacitação rural, produção agrícola e realizando intercâmbio entre lideranças de outros mu-nicípios trocando conhecimentos e experiências, com o

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 67

esse é um dos motivos que fez os produtores investi-rem nessa região e no seu produto. “Estamos colhendo a primeira produção de mandioca mecanizada, após três anos de plantio e percebemos nitidamente a diferença, pois saímos de duas toneladas para sete”, disse. Ainda se-gundo o agricultor, outro benefício de ter uma produção mecanizada é a preservação do meio ambiente. “A roça de toco afeta a natureza, pois é preciso sempre está des-matando, com a mecanizada e correção de solo aprovei-tamos a área já degradada”, explicou Sebastião Pereira.

O gerente do Instituto de Desenvolvimento Agrope-cuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), José Maria Frade Júnior, relata que o órgão pos-sui uma sede no município que presta auxílio técnico a cerca de 300 famílias de Uarini, entre produtores de vár-zea e terra fi rme. “Nem mesmo a distância impede que a gente chegue até os nossos agricultores, reforçando o interesse do governo do Estado em atender da melhor forma possível o setor primário”, afi rmou.

PREPARO DA MANDIOCAO plantio da mandioca é realizado com manivas ou ma-nivas-sementes, também denominadas manaíba, toletes ou rebolos; que são partes das hastes ou ramas do terço médio da planta, com mais ou menos 20 cm de compri-mento. A seleção e preparo do material de plantio são determinantes para um ótimo desenvolvimento da cul-tura da mandioca, resultando em aumento de produção com pequenos custos.

ADS participa desse processo dando oportunidades para os agricultores comercializarem o produto fi nal através do Programa de Regionalização da Merenda Escolar – PREME. “Hoje a merenda escolar compra 500 toneladas de farinha, com preço justo e garantindo a produção dos agricultores, que antes vendiam para o atravessador por um preço injusto”, destacou.

PRODUTOA logística é um dos maiores desafi os do dia a dia do agricultor de Uarini, o acesso é apenas por via fl uvial. De acordo com o produtor Sebastião Monteiro Pereira, 50, que há 40 anos trabalha na plantação de mandioca,

» Técnico do IDAM Frade Júnior, vereador Francisco Moraes (Barbado) e o presidente da ADS Valdelino Cavalcante

» A farinha do uarini é uma das marcas mais conhecidas na mesa do amazonense

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Balanço

REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

As Feiras do Centro de Instrução de Guerra na Selva - CIGS, da Economia Feminista e Solidária de Produtos Regionais - Aeronáutica, da Cidade Nova e Polícia Militar movimentaram, em 2012, R$ 7.305,947 em recursos, e comercializaram 2.080 mil toneladas de produtos oriun-dos dos 62 municípios do Amazonas.

As Feiras de Produtos benefi ciam famílias, agriculto-res, e o comércio local. Em 2012, cerca de 400 mil pesso-as frequentaram as feiras, que também contam com a participação de mais de 200 cooperativas e associações, benefi ciando 11.575 famílias. O estímulo ao setor ru-ral faz parte da política do governador, Omar Aziz, para ampliar o leque de oportunidades aos produtores do in-

terior, visando a padronização e organização das feiras de Manaus para receber os produtos vindos do interior.

Ao apresentar os resultados das edições deste ano, o presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, destacou a importância do Programa Amazonas Rural e das parce-rias para a realização das feiras que incentiva e apoia

Feiras de produtosregionais Um público de 400 mil

pessoas frequentam as feiras, que conta com a participação de 200 cooperativas e associações e beneficia 11.575 famílias

Page 69: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 69

essas ações. “Hoje são mais de 11 mil famílias bene-ficiadas pelo programa que contam com locais fixos, estrutura adequada para comercializar seus produtos e com o fim do atravessador no seu negócio, geran-do mais oportunidade de renda e trabalho”, afirmou o presidente.

Durante os anos de 2008/2012 todos os resultados alcançados nas feiras, contabilizaram R$ 20.478.328 em recursos movimentados, comercializando 6.545.857 pro-dutos, benefi ciando 11.575 famílias. As feiras ocorrem quinzenalmente, a partir das 6h da manhã, estendendo--se até o meio dia, aberta ao público local.

CIGSImplantada desde 16 de fevereiro de 2008, a Feira de Produtos Regionais realizada no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) gerou entre 2008/2012 um volu-me total de recursos de R$ 12.199.950 milhões. Em 12 meses, a feira do CIGS, comercializou 584. 742 produ-tos, oriundos de 88 cooperativas do interior do Estado, recebeu mais de 60 mil visitantes e benefi ciou 3.575 fa-mílias. Em todo o ano a feira contabilizou R$ 2.607.116 em recursos movimentados. A Feira do Cigs é resultado de uma parceria existente entre o Governo do Estado do Amazonas (por meio da ADS) e o Exército Brasileiro (por intermédio do CIGS), fortalecendo suas ações com apoios e produção rural local.

De acordo com o produtor rural, Adalberto Alves, sua vida mudou ao comercializar seus produtos nas feiras. “Estamos tendo muitas chances com essa parceria do Go-verno do Estado e Exército Brasileiro. Eu, por exemplo, já estou com mais de dez funcionários, e quero crescer ainda mais”, comemora.

CIDADE NOVACriada através de parcerias feitas pela ADS e a Escola Júlio César de Morais Passos, na Avenida Max Teixeira, 1041, a feira da cidade nova tem os moldes da feira re-alizada no CIGS, porém, traz menores dimensões, aten-dendo demandas locais. A Feira da Cidade Nova obteve R$ 1.235.460, em recursos movimentados, durante o ano de 2012. Em 12 meses, comercializou 599.018 produtos, oriundos de 42 cooperativas do interior do Estado, rece-beu mais de 68 mil visitantes e benefi ciou 2.950 famílias. Dentre os anos de 2010 a 2012 a feira contabilizou R$ 4.032.469 em recursos movimentados.

A produtora Maria Lúcia Santos, 47, também comer-cializa na feira, afi rma ter alavancado os negócios e au-mentado sua produtividade. “Tenho uma produção no município de Rio Preto da Eva, no Ramal do Baixo Rio, Km 8 e posso afi rmar que antes de ser implantada a feira da ADS, eu vendia apenas para os atravessadores, hoje vendo farinha, tapioca, goma e hortifruti direto para o consumi-dor, com um excelente preço”, destacou.

» Produtores rurais contam com lugar fixo e estrutura adequada para comercializar seus produtos

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70 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

POLÍCIA MILITARMais uma parceira pública, entre a ADS e a Polícia Mili-tar. A feira de produtos regionais no quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no Bairro de Petrópolis, iniciou--se em 21 de maio de 2011. Quinzenalmente, o Coman-do Geral da Polícia Militar abre seus portões aos sábados para o público local ter acesso aos produtos regionais dis-poníveis à venda no local. A Feira da PM, em 2012, obteve um total de R$ 1.024.780,00 em recursos movimentados. Comercializou em 12 meses, 273.273 produtos, oriundos de 69 cooperativas, recebeu mais de 59 mil visitantes e beneficiou 1.650 famílias. Dentre os anos de 2011/2013 a feira contabilizou R$ 1.825.588 em recursos movimen-tados. A consumidora Jacira de Queiroz, afirma que todo o sábado frequenta as feiras da ADS e garante que são os melhores produtos e preços. “Faço questão de comprar toda semana nas feiras, porque são produtos frescos e com preços acessíveis. É muito bom ter esse contato com o produtor”, disse.

AERONÁUTICAO Governo do Estado do Amazonas lançou no dia 04 de fevereiro de 2012, em parceria com militares da Ae-ronáutica, a Feira da Economia Feminista e Solidária de Produtos Regionais do Amazonas, no pátio do Clube dos Suboficias e Sargentos da Aeronáutica (Cassam), zona sul. A parceria resulta de um convênio entre o Governo do Estado, Ministério da Pesca e Agricultura, e o 7º Co-mando Aéreo Regional (7º Comar). A Feira da Aeronáuti-ca, em 2012, contabilizou R$ 2.420.591,00, em recursos movimentados. Em 12 meses, comercializou 620.689

Balanço

Page 71: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 71

produtos, oriundos de 92 cooperativas do interior do Es-tado, e recebeu mais de 84 mil visitantes, benefi ciando 3.400 famílias.

Raimunda Ferreira é produtora de banana e garante que os incentivos do Governo do Amazonas são primor-diais para o crescimento da produção nas hortas e na renda familiar. “As feiras tiraram a gente de muitas difi -culdades, com o apoio que temos hoje podemos planejar melhor nossa vida e o trabalho”, disse.

ENCERRAMENTO DAS FEIRAS 2012Durante os encerramentos das feiras, a ADS apresentou uma prestação de contas de todas as edições das Feiras de Produtos Regionais. Cada produtor presente teve acesso aos recursos movimentados pelas feiras desde as suas devidas implantações. O evento contou ainda com a presença do vice-governador José Melo e demais au-toridades.

Logo após, houve uma feijoada comemorativa pelos números alcançados com as realizações das feiras. “É uma experiência pioneira e inovadora, em nível de Brasil. A população também é benefi ciada ao ter acesso a fru-tas, verduras, hortaliças, carnes, entre outros produtos de qualidade e com preços bem mais acessíveis. Isso por-que a feira conta com a participação direta do produtor rural”, enfatizou o vice-governador.

O presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, garan-te que o resultado desta ação fortalece o coope-rativismo e o associativismo no Estado do Amazonas e favorece o desenvolvimento da agroindústria a partir do trabalho do produ-tor rural. “É muito importante este canal de

comercialização aberto, por agregar valor a atividade e garantir a comercialização da produção oriunda, principalmente, da

agricultura familiar”, disse. Ele ainda afi r-ma que a Feira de Produtos Regionais

ARBORIZAÇÃOO Governo do Estado do Amazonas, por meio da Agên-

cia de Desenvolvimento Sustentável (ADS), em parceria

com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Susten-

tabilidade (Semmas), lançou durante o encerramento

da Feira da Economia Feminista e Solidária de Produtos

Regionais da Aeronáutica, a arborização do Cassam,

que faz parte do Projeto de Reambientação de Prédios

Públicos, desenvolvido pelo Programa Manaus Mais

Verde, da Prefeitura de Manaus.

Foram plantadas no entorno do estacionamen-

to do Clube 48 mudas, entre espécies arbóreas e

ornamentais. Serão árvores de ipê amarelo, rosa

e branco, seringueira, Pau-Brasil, pau-pretinho,

andiroba, e mudas de palmeiras de açaí.

Ainda serão plantadas, na área interna do Cas-

sam 500 mudas de espécies ornamentais arbustivas,

sendo 200 minixiórias, 200 papoulas e 100 mini-ala-

mandas.

A ação atende a uma solicitação da ADS, que

utiliza o espaço do clube para a realização da feira

de produtores rurais. A Semmas mantém pontos de

distribuição de mudas do Projeto Meu Pé de Fruta,

que visa estimular o plantio de mudas frutíferas em

quintais urbanos- nas quatro feiras da ADS (Cidade

Nova, Cigs, Aeronáutica e Policia Militar).

A parceria para a instalação dos pontos de dis-

tribuição foi fi rmada em fevereiro de 2012, o que

ajudou em muito a intensifi car a doação de mudas

à população.

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 71

te que o resultado desta ação fortalece o coope-rativismo e o associativismo no Estado do Amazonas e favorece o desenvolvimento da agroindústria a partir do trabalho do produ-tor rural. “É muito importante este canal de

comercialização aberto, por agregar valor a atividade e garantir a comercialização da produção oriunda, principalmente, da

agricultura familiar”, disse. Ele ainda afi r-ma que a Feira de Produtos Regionais

com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Susten-

tabilidade (Semmas), lançou durante o encerramento

da Feira da Economia Feminista e Solidária de Produtos

Regionais da Aeronáutica, a arborização do Cassam,

que faz parte do Projeto de Reambientação de Prédios

Públicos, desenvolvido pelo Programa Manaus Mais

Foram plantadas no entorno do estacionamen-

Ainda serão plantadas, na área interna do Cas-

sam 500 mudas de espécies ornamentais arbustivas,

sendo 200 minixiórias, 200 papoulas e 100 mini-ala-

A ação atende a uma solicitação da ADS, que

utiliza o espaço do clube para a realização da feira

de produtores rurais. A Semmas mantém pontos de

distribuição de mudas do Projeto Meu Pé de Fruta,

que visa estimular o plantio de mudas frutíferas em

quintais urbanos- nas quatro feiras da ADS (Cidade

A parceria para a instalação dos pontos de dis-

tribuição foi fi rmada em fevereiro de 2012, o que

ajudou em muito a intensifi car a doação de mudas

Page 72: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

72 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Balanço

teve uma evolução significativa desde 2008 com o resul-tado final em 2012 muito expressivo. “Para participar da Feira de Produtos Regionais estabelecemos como crité-rio que o interessado seja genuinamente produtor rural e que esteja organizado em associações ou cooperativas. Dessa forma, procuramos evitar a ação do atravessador que comercializa os produtos por um preço superior aos oferecidos pelos próprios agricultores”, explicou.

APOIOSEste trabalho envolve a participação de vários órgãos go-vernamentais que integram o Programa Amazonas Rural e apoiam direta e indiretamente o setor produtivo como o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas – IDAM, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas – Afeam, Secretaria de Estado da Produção Rural – Sepror, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SDS, Com-panhia Nacional de Abastecimento – CONAB, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas – Faea, Serviço Nacional de Aprendizagem Rura l – Senar. São ór-gãos que atuam com a assistência técnica, capacitação, apoio logístico, crédito e fomento para aos produtores. Tem papel importante também neste cenário a Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Amazonas – OCB/AM, e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas – Sebrae, que auxilia na formação e capacitação dos pequenos empreendedores.

» Autoridades prestigiam festa de confraternização da ADS no qual foi feita prestação de contas das feiras

Page 73: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 73

Com o lançamento do Programa Amazonas

Rural em julho de 2012, o Governo do Ama-

zonas sinaliza sua preocupação com o desen-

volvimento dos municípios amazonenses a

partir de uma política de investimentos pú-

blicos e privados no campo, como estratégia

central para o fortalecimento da economia

desses municípios do interior do Estado.

O Programa Amazonas Rural lançou o

desafi o de produzir localmente a maior par-

te da alimentação da população amazonen-

se, gerando riqueza e empregos no Estado e

dinamizando a economia dos municípios do

interior. Esse desafi o se baseia num proble-

ma objetivo: a população amazonense con-

some anualmente 1,27 milhões de toneladas

de alimentos a um custo aproximado de 2,5

bilhões de reais, sendo que uma porção sig-

nifi cativa desses alimentos é importada de

outros Estados brasileiros. A importação de

alimentos é uma torneira aberta por onde

escoa grande parte da riqueza do Estado.

A atividade agropecuária no Amazonas

ocupa 1,21% da área total do Estado, distri-

buídos em 64.804 propriedades e 6.532 co-

munidades rurais. Considerando a área total

desmatada de 2,2% do total, é possível do-

brar a produção de alimentos do Amazonas

sem ter que desmatar nenhuma nova área.

Esse desafi o – de produzir no próprio Estado

a maior parte dos alimentos que consumi-

mos – está sendo perseguido com apoio às

principais cadeias produtivas – como piscicul-

tura, mandiocultura, juta e malva, borracha,

pecuária, fruticultura, manejo madeireiro

etc. –, com expressiva ampliação do serviço

de ATER; investimentos na infraestrutura

(recuperação de vicinais e aquisição de veícu-

los); forte expansão na concessão do crédito

rural; crédito subsidiado para alavancar a ca-

deia da piscicultura; incorporação de tecno-

logias nas cadeias da juta e malva, mandio-

cultura e pecuária; ampliação e acesso dos

produtores aos canais de comercialização;

apoio a organização social etc.

Os primeiros resultados do Programa

já podem ser notados nos dados do crédito

rural, que subiu de uma média histórica de

30 milhões de reais ao ano para um volume

de 180 milhões de reais em 2012. Também

já foram editadas leis que defi nem critérios

para o desenvolvimento de ações produtivas

rurais no Estado, como a Lei da Aquicultura e

a nova Lei do Licenciamento Ambiental.

O crescimento expressivo do PIB Agro-

pecuário do Amazonas – que saltou de 4,8%

em 2007 para 7% em 2012 – revelam que a

economia do setor primário tem respondido

rápida e positivamente às ações executadas

pela Sepror nos últimos 5 anos. Dados como

esse justifi cam a ampliação da ação do Esta-

do no setor primário através do Amazonas

Rural, que prevê investimentos da ordem de

1 bilhão de reais em 4 anos.

Artigo

Alíria NoronhaCoordenadora do Programa Amazonas Rural – Sepror-AM, graduada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Montes Claros e mestre em Administração pela Universidade Federal de Lavras

O Programa Amazonas Rural lançou o desafio de produzir localmente a maior parte da alimentação da população amazonense, gerando riqueza e empregos no Estado e dinamizando a economia dos municípios do interior.

Por que Amazonas Rural?

Page 74: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

74 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Comemoração

REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

Os 40 anos do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas do Estado do Amazonas (Sebrae-AM) foi comemo-rado por servidores, representantes de órgãos e amigos do Estado do Amazonas, com uma grande festa realizada no Clube do Trabalhador – SESI, localizado no São José, zona Leste de Manaus.

Na ocasião, diversos empresários que se destacaram ao logo do ano de 2012 e personalidades que contribuí-ram com a história do Sebrae/AM receberam a Medalha da Ordem do Mérito Empresarial do Sebrae, dentre eles, o presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentá-

vel do Amazonas – ADS, Valdelino Cavalcante e o desem-bargador Domingos Jorge Chalub, do Tribunal de Justiça do Amazonas – TJAM.

De acordo com o presidente do Conselho Delibera-tivo do Sebrae e presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, são 40 anos de história, de contribuição com a sociedade amazo-nense que merece ser lembrada. “Entregamos as Meda-lhas para essas pessoas, ex-funcionários do Sebrae, em-presários e magistrados, como forma de agradecimento e homenagem”, acrescentou Antônio Silva.

Sebraecomemora40 anos

Page 75: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

O homenageado, Valdelino Cavalcante, destacou o trabalho do Sebrae no interior do Estado. “O Sebrae re-aliza um grande trabalho com o cooperativismo, não há competição, há colaboração e apoio. Fico honrado em re-ceber homenagem deste estimado órgão”, afi rmou.

O desembargador, Domingos Chalub, agradeceu o reconhecimento destacando a contribuição do Sebrae na geração de empregos no Amazonas. “Eu fi co muito agradecido em receber uma comenda como esta, ainda mais de um órgão que fomenta empregos, gera renda, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado. Eu só tenho a agradecer”, disse.

INTERIORO diretor-superintendente da entidade, Nelson Rocha, destacou que o Sebrae-AM marca presença no interior do Estado, com programas e projetos por meio de unidades móveis. “Inclusive inovamos e fomos referência nacional, quando licitamos barcos e fomos a todos os municípios amazonenses, falando de inclusão social e por meio do projeto Sala do Empreendedor”, disse ele, informando também que o “Desafi o Sebrae” foi levado a países como Argentina e Paraguai.

Nelson Rocha informou que este ano o Sebrae foi responsável por 205,5 mil atendimentos, entre pesso-as interessadas em ter seu próprio negócio e donos de micro e pequenas empresas formais ou informais. Além dos atendimentos diários, o órgão realiza cerca de cem projetos de desenvolvimento setorial, ações e atividades que levam conhecimento e informação aos empreende-dores do Estado. O superintendente também estendeu os agradecimentos e gratidão aos funcionários e aos pre-cursores do Sebrae, os seus superintendentes anteriores.

"Inclusive inovamos e fomos referência nacional, quando licitamos barcos e fomos a todos os municípios amazonenses, falando de inclusão social e por meio do projeto Sala do Empreendedor".Nelson Rocha, Diretor-Superindentente Sebrae-AM.[ » Valdelino Cavalcante, José Merched Chaar

e Demilson Vivian

SEBRAEO Sebrae foi fundado em 1972, quando foi criado, em Manaus, o Núcleo de Assistência Industrial (NAI), que transformou-se mais tarde em Centro de Assistência Gerencial às Micro e Pequenas Empresas (Ceag), ligado ao Centro Brasileiro de Assistência Gerencial às Micro e Pequenas Empresas (Cebrae). O Cebrae com “C” existiu até 1990, quando foi extinto e sua estrutura incorporada ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Em-presas (Sebrae).

PARTICIPAÇÃOTambém participaram do evento, o diretor-executivo da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fie-am), Flávio Dutra; o gerente regional da Caixa Econômica Federal, Carlos Alberto Bonin, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, o secretário da Fede-ração do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomér-cio), Hélio Nobre, o diretor técnico do Sebrae, Maurício Sefair; a presidente do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias do Amazonas, Suely Moraes e o presidente da Associação Amazonense dos Municípios e prefeito de Manaquiri, Jair Souto.

» Valdelino Cavalcante recebeu medalha da Ordem do Mérito Empresarial

» Valdelino Cavalcante, Airton Schneider, Pedro Falabella, Adjunto Afonso e Edimar Vizolli

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76 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Fé ribeirinha

REPORTAGEM e FOTOS: Lineize Leal

São Sebastião do Uruapeara

Page 77: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 77

se. A tradição foi evoluindo e deu origem aos festejos do padroeiro da comunidade. Atualmente o festejo reúne cerca de quatro mil foliões todos os anos, de acordo com Leidy Morais, coordenadora do festejo desde 2010.

A trajetória religiosa inicia no dia dez de janeiro e ter-mina dia 20 do mesmo mês, pela manhã é rezado por fi -éis o terço da penitência; já durante a noite, uruapearen-ses e visitantes das comunidades próximas da calha do Rio Madeira e de outras cidades participam das novenas. Danças e leilões também fazem parte da programação. “Cada comunidade da redondeza é responsável por re-

A novidade desse ano foi a Missa Amazônica e os cânticos regionais voltados à conscientização ambiental[Cerca de 4 mil fiéis participam

todos os anos da homenagem ao Santo Padroeiro da Comunidade CentenárioLago Uruapeara, lugar com legado histórico marcado pelo extrativismo da borracha e por beleza natural pe-culiar. Nessa região, a 15 horas de barco do município de Humaitá, está situada a Comunidade Centenária. Foi co-memorado nos dias 19 e 20 de janeiro o festejo ao glorio-so São Sebastião. A cultura é secular, vem desde a época dos seringueiros, quando devotos rezavam uma ladainha em latim para que o santo, conhecido naquela região como o grande defensor das epidemias, lhes proteges-

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78 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

alizar uma noite de novena, esse ano, oito comunidades participaram dos novenários”, frisa a coordenadora.

Na véspera do festejo, Nossa Senhora das Águas, con-siderada Rainha das ribanceiras e protetora dos ribeiri-nhos, foi homenageada durante a missa ministrada pelo diácono permanente, Oscarino Lobato, 69, e o seminarista Edimilton Botelho, 34, eles emocionaram os fi éis com uma ladainha cantada em latim. Representando o homem da fl oresta, o caçador, seringueiro e lavrador ofertaram seus instrumentos de trabalho como forma de pedir proteção a Nossa Senhora. Após a celebração religiosa, leilão, danças e muita festa, encerraram a noite do dia 19.

Tendo como mediador as embarcações, a imagem de São Sebastião foi transportada em uma procissão fl uvial na tarde do dia 20, no Lago Uruapeara. Centenas de fi éis participaram do percurso em adoração ao Padroeiro da Comunidade. Esse momento é sempre considerado um dos mais belos do festejo. Após a procissão fl uvial hou-ve uma concentração em frente à igreja quando a ima-gem do Santo Padroeiro foi carregada nos ombros por devotos e pagadores de promessas. A novidade desse ano foi a Missa Amazônica e os cânticos regionais volta-dos à conscientização ambiental. Durante a celebração, o paneiro, a canoa e o famoso tipiti, produtos típicos da região foram ofertados pelos seringueiros no altar.

JUIZ DA FESTAResponsável por fornecer a alimentação aos foliões, Raimundo Neves Júnior, 49, foi mais uma vez o juiz da Festa. “Para mim é muito gratifi cante recepcionar os fo-liões pela terceira vez. São Sebastião tem me reservado

» O Juiz da festa Júnior Neves e Dona Líbia Neves, sua mãe

muitas bênçãos e também muitas surpresas”, ressaltou o anfi trião, fi lho de Dona Líbia Neves, devota e líder co-munitária. Como forma de agradecimento, os foliões en-toaram louvores tradicionais em sincronia, na chegada e saída da residência do juiz da festa. Para o capitão dos fo-liões, Miguel Rodrigues, 66, é uma honra ter essa função todos os anos. “O Capitão é quem coordena o grupo, eu me sinto honrado de participar deste grupo de foliões e estar hoje aqui na casa da família Neves”. O secretário do grupo, Nelson Morais, 57, conta que a herança da função veio de seu pai. “Antes de falecer meu pai pediu pra que eu tomasse conta dessa função, pra mim é uma questão de promessa e fi delidade com a imagem de meu pai”.

» Nossa Senhora das Águas foi homenageada na Missa Amazônica

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 79

» Rainhas do festejo

» A dança do seringador é uma cultura da região do Uruapeara

DANÇA DO SERINGADORUma dança típica da região do Uruapeara em que ho-mem e a mulher dançam separados. O objetivo da dama é laçar o cavalheiro, e mesmo tentando resistir, este fi ca entrelaçado por uma faixa vermelha que a dama possui nos membros superiores. Assim é a dança do seringador, uma das principais atrações dos festejos de São Sebas-tião. A música cantada para dançar esses passos é ento-ada pelos artistas foliões, que cantam e encantam quem assiste o espetáculo cultural. Os instrumentos do som denominados de gambá, xeque xeque e reque reque são fabricados artesanalmente com o couro de veado (caça) e o bambu (um tipo de planta amazônica). A dança do seringador é uma tradição cultural e faz parte da progra-mação dos festejos de São Sebastião todos os anos, rein-ventando e fortalecendo a tradição.

BELEZA E GLAMOUR NA ÚLTIMA NOITE DE FESTAO concurso de boneca viva tem como propósito arreca-dar recursos fi nanceiros para a comunidade. As candida-tas do concurso desfi laram com todo o charme e glamour

para a plateia na noite do dia 20. As mães disponibilizam as crianças para participarem e venderem os votos se-manas antes dos festejos, até o dia de São Sebastião, aquela que tiver contabilizado maior valor em dinheiro é a vencedora do concurso. Esse ano, a boneca campeã foi a pequena Estérfany, de apenas cinco anos, a candidata conseguiu faturar cerca de R$ 1.200,00.

Na categoria de rainha do festejo, Marinês Mar-ques, 16, foi a vencedora. Ela arrecadou a quantia de R$ 2.250,00 e disse estar surpresa por ter se destacado no concurso. “Eu não esperava ganhar o concurso, mas é o fruto de todo esforço que fi z em tentar arrecadar o

máximo de dinheiro para ajudar a comunidade, e graças a Deus consegui”, ressalta. A vereadora Régi Trindade (PSDB-AM) entregou o prêmio simbólico para a sobera-na. A segunda colocada foi Alessandra, 17, que também ganhou título de rainha. O juiz da festa, Júnior Neves, fez a entrega do prêmio para a moça.

ESPORTE PRESENTE NO FESTEJOO esporte também fez parte durante o festejo da Comu-nidade Centenário. Na tarde de sábado, dia 19, os times Auxiliadora, São Pedro, Força Jovem, Nossa Senhora das Graças, Cristo Rei, Surué, Boca do Jauari e Santo Antônio disputaram o campeonato feminino de futebol de cam-po. As atletas mostraram para a torcida o potencial da mulher uruapearense. As artilheiras do Distrito de Auxi-liadora, foram mais uma vez a campeãs, elas conquista-ram a premiação de R$ 350,00.

Ana Paula, 22, é jogadora do time desde 2010, e sem-pre cria expectativa positiva no torneio. “Todos os anos

» Júnior Neves é devoto de São Sebastião

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80 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Fé ribeirinha

trazemos o time sempre confi antes na vitória, esse ano não foi diferente dos outros; o resultado é esse: levamos o primeiro lugar” vibra a jogadora. O time Sairé foi o se-gundo colocado com a premiação de R$ 200 reais.

Na categoria masculina, 17 times participaram, mas a vitória foi do time da própria Comunidade, o Renovação Centenário conquistou o troféu, medalhas e uma premia-ção de R$ 2.000,00. Os jogadores vitoriosos participaram da procissão como forma de homenagem e agradecimento.

BENEFÍCIO PARA A COMUNIDADEDurante os festejos de São Sebastião a Comunidade foi benefi ciada pela Prefeitura de Humaitá com uma lancha (canoa de alumínio e um motor de polpa) o veículo irá proporcionar aos moradores daquela localidade a fa-cilidade em se locomover até o Município quando for necessário tratamento de saúde. O então prefeito de Humaitá em exercício, Herivâneo Seixas (PTN-AM), fez a entrega da lancha. “Essa lancha será utilizada para trafe-gar pacientes da comunidade que podem vir a precisar, eu fi co muito feliz com a entrega dessa premiação para a Comunidade, é uma forma de facilitar e dar mais co-modidade. Os moradores que precisarem desse serviço agora possuem um transporte rápido. Quero agradecer a São Sebastião por permitir que eu esteja participando de mais um ano dos festejos junto com o povo dessa co-munidade”, ressaltou.

EXTRATIVISMO SUSTENTÁVEL NA REGIÃOA Associação dos Produtores de Borracha de Uruapeara (APBU) com sede instalada na Comunidade Centenário tem como propósito reativar os seringais da Região. Isso devido a uma necessidade de produzir o látex, a borra-cha natural para a produção de pneus de bicicletas e mo-tos para empresas do Estado do Amazonas. “Hoje existe uma parceria entre Governo Federal, Estadual, e Muni-cipal, para que a gente retome esta atividade até então esquecida. Temos hoje o Município de Humaitá, como um município que reativou este setor do látex”, disse o presidente da APBU, Roberval Silva. Ele ressalta que ano passado o ciclo fechou em cerca de 29 toneladas, a esti-

mativa para esse ano é de 80 toneladas, em 2013 será de 200 toneladas. Uma forma de incentivar o extrativismo sustentável para as 200 famílias que já participam da as-sociação, propagada em junho de 2011.

PROJETOS FUTUROSA construção de uma casa paroquial é um dos projetos da Comunidade Centenário. Existente há mais de cem anos, a Paróquia ainda não tem uma residência para os padres ou seminaristas que se deslocam de outras cidades para realizar o sacerdócio durante os festejos de São Sebas-tião. A comunidade ainda sofre com a carência de padres.

Filho do Diácono permanente, Oscar Lobato Botelho, o seminarista Edimilton Botelho reside e estuda Teologia em Humaitá, ele diz que seu objetivo é tornar-se padre e atuar na Comunidade Centenário. “Pretendo me formar e servir ao povo de Uruapeara, esse é meu sonho”. Todos os anos, pai e fi lho celebram as missas durante as noites de festejo. “No próximo ano eles fi carão na casa paro-quial, porque vamos construir uma nas dependências da Igreja, nosso objetivo é galgar cada vez mais, a constru-ção da casa é uma dos nossos projetos’’, fi naliza a coorde-nadora Leidy Morais”.

» O time campeão, Renovação Centenário, se prepara para tradicional procissão fluvial

Page 81: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 81

Artigo

Estamos vivendo uma época de transfor-

mação para o Estado do Amazonas. Na ver-

dade, estamos no meio de um processo no

qual a ordem é: preparar o Amazonas para

o futuro. Diante desse desafi o, podemos

citar três obras estruturantes fundamen-

tais para a sustentabilidade econômica do

Amazonas.

A primeira foi a construção do gasodu-

to Urucu/Coari/Manaus, uma obra que le-

vou 30 anos para sair do papel e que só foi

possível por causa da nossa determinação

e a confi ança do então presidente Lula.

Hoje o gasoduto é uma realidade e come-

ça a transformar a matriz energética do

Polo Industrial de Manaus para uma fonte

mais limpa e barata, reforçando a posição

do modelo Zona Franca de Manaus como o

maior projeto ambiental e de sustentabili-

dade do Brasil.

A segunda grande obra estruturante

para o futuro da nossa economia é a che-

gada do Linhão de Tucuruí. Até o fi nal des-

te ano de 2013, Manaus e boa parte dos

municípios por onde o Linhão de Tucuruí

está passando receberão a energia elétri-

ca segura e confi ável do Sistema Interliga-

do Nacional (SIN). Esta era a garantia que

muitos investidores nacionais e internacio-

nais estavam esperando para trazer suas

fábricas para o nosso parque industrial,

não só da capital, mas de toda a Região

Metropolitana de Manaus.

É importante lembrar que, além da

energia segura do Linhão de Tucuruí, a

obra também fará chegar ao Amazonas

uma internet de melhor qualidade, por

meio de fi bra ótica. Acredito que já no

próximo ano os serviços de internet ban-

da larga 4G serão uma realidade em nosso

Estado, alavancando novos investimentos

no setor de comunicação.

O terceiro grande projeto que vai con-

solidar a sustentabilidade da nossa eco-

nomia é a exploração da silvinita, mineral

encontrado em abundância em nosso ter-

ritório e que é fundamental na produção

de fertilizantes para a agricultura. Para

se ter uma ideia do potencial desse setor,

hoje o Brasil é o quarto maior consumidor

de fertilizantes do mundo, sendo que im-

portamos 70% de todo o fertilizante utili-

zado na agroindústria nacional.

Diante deste quadro, acreditamos que

o Amazonas está trilhando o caminho

certo no sentido de se estruturar para os

desafi os do futuro. Estamos trabalhando

duro para a consolidação destes projetos

que fazem parte de um plano maior, no

qual nosso Estado se apresenta estratégi-

co para o desenvolvimento econômico do

Brasil.

Eduardo BragaSenador (PMDB-AM)Líder do Governo Dilma no Senado e duas vezes governador do Amazonas

Acredito que já no próximo ano os serviços de internet banda larga 4G serão uma realidade em nosso Estado.

Construindo o futuro

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82 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Desde que iniciei na vida pública, trabalho com afi nco e dedicação pelo desenvolvimento do Es-tado de Rondônia. No Senado da República, aon-de cheguei em 2003, me empenho para garantir investimentos federais que a meu ver, são funda-mentais para viabilizar novos empreendimentos da iniciativa privada, garantindo o progresso e a geração de emprego e renda para o nosso povo.

Nesse sentido, menciono obras importantes para a economia rondoniense, para as quais con-segui o apoio do Governo Federal: as pontes de integração, ligando Porto Velho a Manaus, pela BR-319, que já estão em andamento; a de Abunã, sobre o Rio Madeira, nas proximidades da divisa entre Rondônia e Acre, cuja execução está previs-ta para breve, e a binacional, unindo as cidades de Guajará-Mirim, em Rondônia, e Guayra-Merin, na Bolívia, cujo projeto está sendo refeito pelo DNIT, mas que já conta com a palavra da Presidenta Dil-ma para que se torne uma realidade.

Tenho trabalhado também para viabilizar a expansão da hidrovia do Rio Madeira, que, atual-mente, liga Porto Velho a cidade de Porto de Ita-coatiara, no Amazonas. Isso será possível a partir da construção de eclusas nas usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, que elevariam o trecho de navegação dos atuais 1.056 km para 4.225 km a montante de Porto Velho, conectando os rios Madeira, Mamoré e Guaporé, no Brasil, Beni, na Bolívia, e Madre de Dios, no Peru. Interligadas ao sistema rodoviário desses países, os produtos brasileiros teriam, enfi m, acesso direto ao Ocea-no Pacífi co, abrindo uma rota de exportação mais econômica para o mercado asiático. Empenhamos esforços em prol da modernização do terminal portuário da cidade de Porto Velho, um dos princi-pais corredores de exportação de soja e milho da Região Norte. Com isso, será duplicado o fl uxo de cargas pelo Rio Madeira, contribuindo para aliviar a sobrecarga nas estradas que hoje transportam os produtos até Santos e Paranaguá, em especial a BR-163.

Mantenho entendimento com as autoridades responsáveis, para que seja restaurada a BR-364 e concluída a pavimentação da BR-429, que liga a BR-364 ao município de Costa Marques em Ron-dônia, bem como a fi nalização do trecho entre Vilhena, Porto Velho e Rio Branco, no Acre, da Fer-rovia Transcontinental (EF-354). Todos os investi-mentos, incluindo os transportes rodoviário, aéreo

e fl uvial, caminham para criar condições de infra-estrutura para o Estado. Assim Rondônia poderá sediar grandes empresas no futuro, nas áreas de tecnologia, petroquímica e agroindústria. Rondô-nia ostenta o terceiro maior PIB da Região Norte e a segunda melhor renda per capita da Amazônia. Não há dúvida de que a base produtiva do Estado é o agronegócio: exportação de carne bovina, soja e madeira. Contudo, para aumentar o valor agre-gado de nossas exportações, temos o desafi o de promover a agroindústria, para deixar de exportar produtos in natura e, assim, elevar a renda do Es-tado. Ressalto que nossa economia ainda alavan-cou com investimentos federais do PAC, liderados pelas usinas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Ma-deira, que representaram 32 bilhões de reais em recursos. Isso tem trazido novas oportunidades de desenvolvimento para o nosso povo, inclusive de empreendedorismo. Além disso, o aumento signifi cativo do número de instituições de ensino superior e ensino técnico em Rondônia elevou a quantidade e a qualidade de nossa mão de obra, o que tornou o Estado mais atraente para novas indústrias. Citarei a Indústria Metalúrgica e Mecâ-nica da Amazônia (Imma), a primeira usina de base a se fi xar na Região Norte, para fabricar as com-portas e as pontes-rolantes da UHE Santo Antônio. A fabricante é uma joint venture entre o grupo francês Alstom, líder mundial em infraestrutura de energia e transporte, com a Bardella, tradicio-nal empresa nacional de bens de capital. Makro, Carrefour e Votorantim Cimentos são outras gran-des empresas que chegaram a Porto Velho, como consequência do desenvolvimento provocado pe-las hidrelétricas do Rio Madeira.

Rondônia é um Estado promissor. No Senado da República, temos o desafi o de continuar des-tinando recursos para que seja mantido o ritmo de crescimento alcançado com a construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau. Nossa inte-gração com o mercado andino, para o qual sempre demos as costas, hoje não é apenas desejável, mas inevitável. São quase 150 milhões de consumido-res, no Chile, Equador, Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela, relativamente próximos a Rondônia, que representam também uma porta de entrada para os produtos brasileiros no gigantesco mer-cado asiático. Felizmente, hoje posso dizer que Rondônia deixou de ser o fi m da linha para ser re-ferência para todo o Brasil!

Artigo

Valdir RauppSenador (PMDB-RO) e

presidente do PMDB Nacional

Rondônia ostenta o

terceiro maior PIB da Região

Norte e a segunda melhor renda per capita

da Amazônia.

Rondônia no rumo do desenvolvimento

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Perfil

REPORTAGEM: Leandro Santos FOTOS: Carla Lima

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Búfalos: umótimo negócioO produtor rural, Ademar Hortêncio, considera o búfalo como um animal que ajuda o pequeno criador. A aparência rústica contrasta com jeito dócil e fácil de ser domesticado. O gado bubalino chega a pesar mais de 500 quilos

criador de animais, atividade que herdou de família, ele enxergou no búfalo o futuro do mercado leiteiro e de carne no Amazonas.

O fazendeiro possui um rebanho de 460 cabeças es-palhadas por três fazendas nos municípios de Careiro da Várzea e Autazes. “Eu adquiri as primeiras cabeças com o dinheiro que tinha de outras criações que possuo, assim que começou a dar cria, foi aumentando o rebanho".

Um caboclo que é respeitado por todos os outros fa-zendeiros do Estado, está sempre de botas, calça jeans, camisa de botões e chapéu. Simples e receptivo, gosta de uma boa conversa. Ademar Mitônio como é conheci-do pela maioria, nasceu no dia oito de junho de 1951, é amazonense, natural do município do Careiro da Várzea, em um local conhecido com Paraná do Cambixo. Filho de Severino Hortêncio da Silva e Adelaide Marinho da Silva é o quarto fi lho de um total de doze irmãos, seis homens e seis mulheres, quatro de seus irmãos estão falecidos, dois homens e duas mulheres. Um casamento que du-rou mais de trinta anos lhe deu de presente um casal de fi lhos, a estudante de Direito Flávia de Paula Souza Hortêncio de 33 anos e o empresário Ademar Marinho Hortêncio Junior de 34 anos, e mais nove netos.

Uma família que é considerada pelo empresário como sua maior riqueza. No decorrer do tempo na atividade, o

Criar búfalos na Amazônia é um ótimo negócio, em Autazes e em outros municípios, é perceptível a quan-tidade de animais nos pastos de várzea. Mas o começo dessa história tem a ver com a coragem e percepção do fazendeiro Ademar Marinho Hortêncio, 61, um dos pio-neiros. Visionário, hoje possui uma das maiores criações bubalinas, que tem demonstrado ser um ótimo investi-mento. Além de especialista, o empresário também é

» Produtor rural Ademar Marinho Hortêncio

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 85

fazendeiro já foi presidente da tradicional Associação dos Pecuaristas do Estado do Amazonas, era dono da Frigo-masa, o primeiro matadouro que existiu em Manaus. Ele conta que nas comemorações de 50 anos da Confedera-ção Nacional de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) foi premiado com um dos produtores em destaque no país. Atualmente é presidente do Sindicato Rural do Carreiro da Várzea e vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA). O empresário é o homem típico da roça, trabalhador e astuto, ele vem a anos gerando renda e ajudando no crescimento e desen-volvimento do setor primário, principalmente na criação de búfalos da região.

CRIAÇÃO DE BÚFALOSModesto o empresário considera o búfalo como um ani-mal que ajuda o pequeno criador.

A aparência rústica contrasta com jeito dócil e fácil de ser domesticado. O gado bubalino chega a pesar mais de 500 quilos e carrega duas vezes o seu peso. Para se criar esse animal, a Amazônia tem se demonstrado como um lugar ideal, o clima e os pastos dos terrenos de várzea fi zeram com que o animal se adaptasse muito rapidamente à re-gião. As raças criadas pelo empresário são: o Mediterrâ-neo e a Muhad.

Sua atividade é dividida em áreas de terra-fi rme e vár-zea, o fazendeiro conta que em época de cheia o animal é trazido de balsa para a terra-fi rme devido a água que alaga totalmente o terreno de várzea, quando começa a vazante, o gado é trazido de volta ao terreno de terra baixa onde os pastos de capim estão começando a cres-cer, o principal alimento do animal. Normalmente o des-locamento dos animais para terra fi rme começa no fi m do mês de março e começo de abril conforme o período da cheia do rio. O período de Várzea vai do mês de agos-to a março onde os pastos são maiores. Como na criação de bovinos, os bubalinos só tem um reprodutor entre as vacas leiteiras, os outros machos são engordados e aba-

DOENÇASAs doenças mais comuns entre as criações de búfalo

são a tuberculose e brucelose. O criador explica que

existem vacinas para essas doenças e seu rebanho

tem acompanhamento veterinário a cada seis meses.

A primeira vacinação é contra a brucelose entre três e

oito meses de nascido. A vacina contra a aftose é apli-

cada de seis e seis meses.

CERCA ELÉTRICA O uso de cercas eletrifi cadas é utilizado na domestica-

ção do animal. “O búfalo é inteligente e mais obedien-

te que o gado bovino, quando ele pega choque pela

primeira vez, nunca mais se aproxima da cerca”.

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tidos. As vacas bubalinas custam nove meses para parir e após dois ou três meses elas já estão prontas para engra-vidar novamente. O leite delas serve para produzir quei-jo, esse produto é muito comercializado pelos habitantes das comunidades próximas a cidade de Autazes gerando renda e movimentando a economia local. Deste animal aproveita-se também a carne, para o empresário, falta ainda uma campanha comercial que incentive a comercia-lização dos dois produtos em nosso estado. “Com certeza muita gente come a carne e bebe o leite de búfalo sem saber, existe muita carne de bubalino vendida como se fosse de bovino”, contou o fazendeiro.

O empresário explicou que uma das vantagens perce-bida pelos fazendeiros da região foi o baixo custo, “Com dois anos o animal está na idade ideal para ser abatido. Em Autazes, muitos criadores estão trocando a criação do gado bovino pelo bubalino. A cabeça de uma vaca bu-balina leiteira custa em média R$3 mil enquanto a bovina custa R$ 4 mil”.

Mas existem algumas dificuldades. Ele explica que às vezes falta mão-de-obra especializada na limpeza do pasto, o mau manuseio dos tratores quebram as hélices e atrasa a abertura de pastos. O tempo é importante para que o terreno de terra-firme esteja pronto antes do perí-odo de cheia, o trabalho não pode se atrasar.

Outras dificuldades podem ser consideradas natu-rais, por exemplo, a inundação dos pastos em período de cheia, jacarés, piranhas, cobras e onças que prejudicam a criação nos pastos. O capim que é o alimento principal

TRANSPORTE DOS BÚFALOSNo início do período das cheias os búfalos são levados

das áreas de várzea para a terra-firme em balsas de

madeira. Ademar possui sua própria balsa cujo nome é

Severino Mitônio em homenagem a seu pai.

Perfil

SINDICATO RURAL DO CAREIRO DA VÁRZEAOutra função do senhor Ademar é a presidência do

Sindicato Rural do município Careiro da Várzea, na

qual já está em sua segunda gestão. “O cargo não é

remunerado, ao contrário, tem momentos em que uti-

lizo de minha renda para ajudar a classe”.

do búfalo, em áreas de terra-firme é escasso. “A gente tem de improvisar com ração de casca de soja ou cevada, hoje em dia tem a usina da Hermasa em Itacoatiara que recebe a soja do Mato Grosso e industrializa o produto para os criadores do estado, mas não é o ideal”, avaliou.

PROPRIEDADESPara chegar a suas propriedades é preciso adentrar o ra-mal Marechal Rondon no quilômetro 86 da estrada que da acesso ao município de Autazes. O caminho aberto por entre a mata fechada já possui cinco anos de existên-cia e termina na porteira de uma de suas antigas proprie-dades, a Fazenda Dois Irmãos, que fica localizada em uma área de terra-firme e dá acesso ao Lago do “Cuia”.

O lago é tido como o caminho mais rápido, na época de seca, para suas outras propriedades, sem ele, o cami-nho para chegar a suas fazendas seria mais longo. Atu-almente a propriedade, que possui mais de trinta anos de existência, pertence à ex-mulher do fazendeiro e é ge-renciada pelo seu filho. Sua outra propriedade, a Fazenda União, está aos cuidados de um dos seus funcionários, Sil-vio Serudo da Silva, que mora no local há três anos junto a sua esposa e quatro filhos. Esta área está sendo transfor-

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GÊMEOS BUBALINOSUm fato recente chamou a atenção do criador e seus

funcionários, uma vaca bubalina deu a luz a gêmeos.

“Eu nunca tinha visto isso desde quando crio esse ani-

mal”, explica o fazendeiro. Os filhotes são fêmeas e

foram batizadas de Jéssica e Morena em homenagem

as personagens da novela “Salve Jorge” da rede Glo-

bo de Televisão. Elas nasceram no dia nove de janei-

ro deste ano e são mestiças do cruzamento das raças

criadas no local. A vaca que pariu as crias é chamada

de “Formiga” e é da raça Muhad.

mada em campo para abrigar os animais da cheia deste ano. O local que tem 800 hectares fica em área de terra -firme e substitui a antiga fazenda não mais utilizada pelo fazendeiro. Percorrendo o Lago do Inhauaçú chega-se na propriedade localizada numa ilha conhecida como “Zebu-lândia” que tem mais de 400 quilômetros de extensão. O fazendeiro conta que em trechos da ilha não alaga com

a cheia, somente na grande cheia de 2012 que o terreno foi tomado por completo pela água.

O fazendeiro demonstrou como é feita a marcação dos gados, a atividade é feita geralmente no mês de de-zembro para gerar o controle das novas crias que nasce-

ram durante o ano. As crias marcadas são do ano de 2012, em um total de 17 bubalinos entre fêmeas e machos. A marcação é feita por meio de ferro quente e sinalização nas orelhas do animal. O fazendeiro explica que é neces-sário para se reconhecer algum animal da fazenda caso algum fuja e vá para outra fazenda. Explica o fazendeiro.

Outra propriedade de várzea, a fazenda fica localiza-da no Paraná do Jacaré e tem aproximadamente sete mil metros de extensão. A fazenda fica aos cuidados dos fun-cionários João do Carmo Barros das Chagas de 39 anos. O rapaz conta que quando chegou à propriedade tinha apenas 11 anos de idade, ele acorda todos os dias às três horas da manhã para fazer a retirada do leite para pro-duzir queijo.

“Para se retirar o leite, às vezes é necessário que as vacas sejam lavadas para não sujar o líquido. A quantida-de produzida por dia é em média de 100 litros que quan-do vira queijo dar um total de 20 quilos. O preço do quilo para revenda está em R$ 7,50”, explica o funcionário.

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DESMAMADORÉ uma peça utilizada no focinho do búfalo jovem para

que o animal perca o costume da amamentação. Ela

possui espinhos que quando ao aproximar da teta da

vaca, um incômodo faz com que a vaca não dê de ma-

mar a cria. A peça é colocada quando o animal está

entre oito e nove meses de nascido.

BRETEBrete é um corredor onde os animais são colocados

em fila para medicação ou até mesmo a castração.

Perfil

GADO DE MEIA Uma prática utilizada pelo empresário e muito apreciada pelos seus funcionários, ex-sócios e amigos, é a doação de gados bovinos ou bubalinos, quando esses animais começam a se reproduzir, as crias são repartidas entre os novos donos e o fazendeiro em metades iguais. O fazendeiro é reconhecido como um patrão que ajudou muitos de seus funcionários a serem criadores e terem seu próprio negócio, um grande exemplo dessa iniciativa é o empresário Odemar da Silva Souza, que hoje possui uma atividade leiteira e é dono da Autalac, firma do ramo leiteiro em Autazes que fornece o produto para diversas firmas em Manaus.

O produtor afirmou que é grato ao Senhor Ademar, pois apesar de ter suas propriedades, ainda não tinha investido em gados bubalinos. “Ele me ajudou dando 54 cabeças, fomos sócios por quatro anos e hoje sou mui-to agradecido pelo que ele fez por mim”, confessou. O gado de meia é feito por contrato e o fazendeiro admi-nistra como sócio investidor e os contemplados com a doação ficam como sócios gerente. “É uma maneira de gratificação, de ajudar aquele funcionário que não tem um pedaço de chão. É uma forma de gerar ganho e dar qualidade de vida”, explicou. Além desta forma de ajuda, o fazendeiro também faz doações de partes de algumas fazendas para que seus funcionários criem suas próprias cabeças de gado.

FUTUROO fazendeiro conta que apesar das dificuldades, gosta do que faz e vai continuar trabalhando e produzindo. Ele conta que pretende ajudar a classe de criadores enquan-to for possível. “Faço minha parte, se eu não ajudo, não vou atrapalhar”.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuá-ria do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, fala sobre o empresário de quem é amigo e o tem como um conselheiro: “O Senhor Ademar é referência na atividade pecuária e na atividade classista. Ele tem toda uma histó-ria na criação de bubalinos em Autazes e no Amazonas, sempre foi um entusiasta desse ramo, investiu no melho-ramento genético, passa a experiência para outros cria-dores e para os que querem entrar para essa atividade. Esse sentimento dele em compartilhar sua vivência com os bubalinos serve como formação".

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 89

O arroz irrigado é um dos produtos mais

importantes do setor agrícola de Roraima,

sendo seu cultivo realizado duas vezes ao

ano, 80% no período seco (setembro a mar-

ço) e o restante no período chuvoso (abril

a agosto). As cultivares mais utilizadas são

IRGA 417, BR IRGA 409, Roraima, Puitá

INTA CL e mais recentemente a IRGA 424.

O sistema de produção é desenvolvido por

cerca de 14 produtores que cultivam em

média 600 hectares/ano, sendo as maiores

lavouras com áreas acima de 1.000 hecta-

res/ano. A maior parte da produção (80%)

é exportada para outros Estados, princi-

palmente para o Amazonas, e o restante

(20%) é o suficiente para o abastecimento

do mercado local. Fazem parte da Cadeia

Produtiva, 14 agroindústrias que comercia-

lizam 27 marcas de arroz. A produtividade

média alcançada, 6.350 kg.ha-1 (127 sacas

de 50 kg) é expressiva, semelhante aos

maiores produtores nacionais. O custo de

produção por hectare situa-se em torno de

R$ 3.200,00.

A produção apresenta-se segmentada

em, praticamente, três fases: a de implan-

tação (1981 a 1990), a de estabelecimento

(1991 a 2000) e a de expansão de cultivo (a

partir de 2000), que refletiram no crescimen-

to da produção local até o ano de 2009, com

a área colhida chegando alcançar 24.000

hectares. A partir daí houve uma redução

significativa na área semeada, mais de 50%,

em decorrência da homologação da Terra

Indígena Raposa Serra do Sol, cujas lavouras

que eram cultivadas na Reserva deixaram de

ser implantadas. Atualmente a área colhida

situa-se em 11.000 hectares, com produção

de mais de 1 milhão de sacas.

A produtividade média teve crescimento

significativo, que deve-se, sobretudo, à ado-

ção da aviação agrícola, da sistematização

das áreas que permitiram maior eficiência e

eficácia na realização de tratos culturais nas

lavouras, pela incorporação de novas cultiva-

res recomendadas pela pesquisa local.

Problemas tecnológicos relacionados à

infestação de arroz vermelho (planta dani-

nha), ocorrência de doenças causadas por

fungos (principalmente a brusone) e a ne-

cessidade de aumento da produtividade e

qualidade do produto final, além de outros

menos expressivos, levaram à Embrapa local

a desenvolver programa de pesquisa que

contempla, além do manejo da cultura, a

obtenção de cultivares com tolerância à her-

bicidas (para o controle do arroz vermelho),

resistência à doenças, altas produtividades

(acima de 7 t/ha), qualidade de grãos (tipo1,

longo-fino, alto rendimento de grãos intei-

ros e de boa cocção), além de grãos espe-

ciais, visando a diversificação e verticalização

da cadeia, como cultivares adequadas para a

culinária oriental, entre outros. Como resul-

tado do programa, cita-se a cultivar BRS Tro-

pical lançada recentemente para Roraima

que possui resistência à brusone, alta produ-

tividade (7 a 8 t/ha) e excelente qualidade de

grãos, que com certeza trará grandes contri-

buições na melhoria da rizicultura local.

Artigo

Antonio Carlos Centeno CordeiroEngenheiro Agrônomo, Dr. em Genética e Melhoramento de Plantas.Pesquisador da Embrapa Roraima

A maior parte da produção (80%) é exportada para outros estados, principalmente para o Amazonas, e o restante (20%) é o suficiente para o abastecimento do mercado local.

Produção de arroz no Estado de Roraima

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Bubalinos

REPORTAGEM: Leandro Santos FOTOS: Divulgação

O “Projeto Búfalo” começou no ano 2000, é um dos ex-perimentos da Divisão de Doutrina e Pesquisa do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS). Com o objetivo de dar suporte aos pelotões que transportam materiais no ambiente de mata fechada onde a locomoção feita por embarcações, helicópteros e caminhões não é possível. É considerado um projeto já consolidado e de sucesso na Amazônia. Atualmente eles são utilizados em Pelotões de Fronteira, os PEFs, que estão espalhados estrategica-mente em toda a Região Norte. Nos cursos de operações na selva do CIGS, as técnicas e o manuseio do animal já é parte da grade de instruções que é recebido pelo aluno.

Por que um exército utiliza animais em pleno século 21? Essa pergunta pode ser feita por um leigo que des-conhece as limitações de quem habita a imensa Região Norte do País e não sabe as condições reais dos tipos de terreno em meio à mata fechada. Historicamente, o uso de animais em lugares onde o terreno não favorece a locomoção é bastante conhecido, na guerra do Vietnã

o exército utilizou elefantes contra as tropas inimigas, na Birmânia, os muares (tipo de cavalo parecido com o jegue) foi o animal utilizado como forma alternativa de transporte. No ano de 1983, sob o comando do Coronel Fregapani, pesquisadores da unidade utilizaram de for-ma empírica, duas espécies de animais para fi ns de trans-porte, a anta e o muares, mas não houve sucesso.

No fi m dos anos noventa, a Divisão de Doutrina e Pes-quisa desenvolveu o experimento com o búfalo devido um fato peculiar: por meio de um cartão postal da cidade de Soure, na ilha do Marajó, os pesquisadores souberam da existência da Polícia Montada Paraense (5ª Companhia Independente da Polícia Militar) que utilizava o animal já adestrado. Baseados nessa experiência e conhecimento do Marajoara (habitante da Ilha de Marajó no Estado do Pará), onde se concentram as maiores criações de búfalo no Brasil, percebeu-se que o animal poderia ser adaptado para as atividades operacionais em meio à selva. A pes-quisa é uma continuidade aos experimentos de utilização

Búfalos da guerra no CIGS

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 91

da Divisão de Doutrina e Pesquisa do CIGS, explica que o processo de adestramento é uma constante, o acom-panhamento veterinário para combater as doenças que são comuns em gados tanto bovinos ou bubalinos e a suplementação alimentar de ração de engorda do tipo Purina, farelos de trigo, milho ou de soja e sais minerais na proporção de 2 Kg ração/dia, mais 200 gramas de sal são extremamente necessários, para que com peso ideal e em bom estado de saúde, o animal seja utilizado nas atividades de transporte.

de animais como forma alternativa de transporte logís-tico no interior da fl oresta, pois até aquele momento, a única alternativa era o próprio homem. A aquisição das primeiras cabeças de bubalino partiu de uma doação de um casal de búfalos mestiços vindos de Itacoatiara, mu-nicípio próximo a Manaus, hoje a Divisão de Doutrina e Pesquisa do CIGS possui cinco animais para testes, três machos e duas fêmeas. As raças utilizadas pelos pesqui-sadores além dos mestiços são o búfalo asiático e o me-diterrâneo. O Chefe da Divisão, o Tenente-Coronel Mário Augusto Coimbra, explica que uma das vantagens do animal é ter a capacidade de transportar até duas vezes e meio seu próprio peso. Em média o búfalo pesa 500 quilos. Outra serventia do animal, em uma situação real de guerra, é servir como alimento ao pelotão na falta de mantimento. A utilização do búfalo serve para transpor-tar os mais variados tipos de cargas, retirando dos pelo-tões o esforço que era exigido, dando as tropas maior mobilidade e aumentando a permanência no combate sem a preocupação com o terreno ou alimentação do animal, possui boa visão noturna e é adaptado para per-correr os terrenos encharcados da nossa região.

Em testes realizados no CIGS chegou-se a um resulta-do de que, um búfalo equipado com mantimentos, água, alimentação, munição entre outras necessidades, aten-de dez homens durante uma semana. Apesar da força, o búfalo tem suas limitações, o capitão Neilton, Adjunto

VANTAGENSUma das vantagens do búfalo quanto à alimentação na

selva é a capacidade de sintetizar proteínas de vege-

tais inferiores, um dos seus preferidos é a palha preta.

Quanto à hidratação em meio à selva é elaborada uma

estratégia de no máximo uma hora para que o animal

possa beber água, ele pode fi car até quatro horas sem

se hidratar mas não é o adequado. A espécie utlizada

Bubalus Bubalis ou búfalo asiático já é utilizado como

animal doméstico há mais de 4.500 anos na Ásia.

FINALIDADEA fi nalidade da Divisão de Doutrina e Pesquisa do Cen-

tro de Instrução de Guerra na Selva é dar sustentação

a doutrina operacional entre os guerreiros de selvas,

essas orientações evoluem com o tempo devido às

pesquisas que tendem a somar com as táticas e ati-

vidades aprendidas pelos militares por meio do curso

de guerra na selva ministrado pela unidade militar e

pelas técnicas adquiridas por meio do convívio dos

pelotões com os habitantes da região (índios, ribeiri-

nhos) no decorrer dos anos da presença do Exército

Brasileiro na Amazônia.

Page 92: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

92 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Convido você para viajar comigo pelas

três últimas décadas através da agricul-

tura roraimense. Lá pela década de 80

quando aqui cheguei, tive a impressão

de estar chegando não só na última fron-

teira agrícola do Brasil, como também

estar pisando no celeiro amazônico, pe-

las seguintes razões: localização geográ-

fica estratégica, pois é o único local que

se cultiva no hemisfério Norte do Brasil,

vizinho do grande mercado consumidor

caribenho, além de estar irmanado com

o Amazonas, maior consumidor de pro-

dutos do setor primário no Norte.

Já à época dispúnhamos de dois

milhões e meio de hectares de cerra-

do agricultáveis com grande potencial

para a produção de grãos: soja, milho,

sorgo, algodão, girassol, arroz, etc. Ro-

raima já havia plantado 55 mil ha de ar-

roz de cequeiro, contrastando com os

dias de hoje, quando sequer planta-se

um hectare.

Com a vinda da Embrapa para o então

Território Federal de Roraima iniciou-se

a pesquisa em seus campos experimen-

tais, produzindo para as condições de

clima e solo o melhor pacote tecnoló-

gico para a exploração tecnificada das

culturas mencionadas anteriormente. A

partir daí, irmanada aos bravos pionei-

ros, iniciou-se também a exploração da

cultura de arroz em áreas de várzea e,

diga-se de passagem, produzindo o me-

lhor arroz do Brasil. O setor foi massacra-

do pela irracionalidade e insensibilidade

da política indigenista do país, que pro-

vocou a retirada não só dos arrozeiros,

mas também de centenas de famílias

de pecuaristas, provocando o apartheid

entre brancos e índios, deixando-os sem

assistência, vivendo hoje em condições

precárias e em estado de abandono.

Em 1988 iniciou-se uma nova fase

na política agrícola do Território, quan-

do foi introduzida inicialmente a cultu-

ra da soja em vinte propriedades rurais

espalhadas nos vários municípios, tota-

lizando uma área de 500 ha de cerrado,

trabalho esse planejado e apoiado pelo

governo, através do programa “Mutirão

da Soja”, capitaneado pela Secretaria de

Agricultura, Embrapa, Banco da Amazô-

nia e produtores.

Tive a grata surpresa de ter sido con-

vidado pelo então secretário de Agricul-

tura, Dr. Alcides Lima, para coordenar

o programa que sacramentaria oficial-

mente a cultura da soja em Roraima.

Não poderia também deixar de mencio-

nar o empenho pessoal do governador

à época, Romero Jucá; e de Daniel Gian-

luppi, diretor da Embrapa; Daniel Mar-

ques de Souza, presidente da Fundação

de Assistência Técnica e Extenção Rural

(FADER), responsável pela instalação do

moinho de calcáreo no porto de Caraca-

raí, pois era sabedor de que o calcáreo

é fator limitante para a exploração das

áreas de cerrado, não medindo esforços

para a sua implantação, e ainda hoje mói

calcáreo para a demanda de produtores.

Todos acreditavam que o start para

a produção de grãos tinha acontecido

Artigo

Eugênio ThoméEx-secretário de agricultura do Estado de Roraima, por 4

vezes e produtor rural

Em 1988 iniciou-se uma nova

fase na política agrícola do

Território, quando foi introduzida,

inicialmente, a cultura da

soja em vinte propriedades

rurais espalhadas nos vários

municípios.

Roraima na vanguarda

Page 93: Revista Floresta Brasil Amazônia - 05

Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 93

Todos acreditavam que o start para a produção de grãos tinha acontecido em Roraima, não fosse o afastamento do grupo técnico que encabeçava o programa, ocasionado pela derrota política do então governador Romero Jucá nas eleições ao governo.

em Roraima, não fosse o afastamento

do grupo técnico que encabeçava o pro-

grama, ocasionado pela derrota política

do então governador Romero Jucá nas

eleições ao governo.

A gestão técnica desse programa foi

substituída pela política paternalista, po-

pulista, assistencialista e centralizadora,

invertendo aí totalmente o foco que antes

era voltado para a agricultura empresarial.

Com a criação da Cooperativa Grão-

-Norte, a produção de grãos viveu um

momento de euforia, pois acreditou-

-se à época que a partir daí, com a vin-

da de produtores experientes de várias

regiões do Brasil, Roraima não só abas-

teceria o mercado local como também

exportaria para outros mercados. Plan-

tou-se mais de dez mil hectares de soja

e milho. O que inviabilizou o projeto foi

a burocracia na exportação para a Vene-

zuela e o baixo preço da commodity no

mercado internacional, provocando a

debandada dos investidores para outras

regiões do Brasil.

Atribuo a lentidão no avanço do

setor primário, a falta de prioridade e

planejamento para o mesmo. Só a par-

tir de 2010 é que Roraima deixa de ser

um estado virtual e passa a ser detentor

de suas terras de fato e de direito, pois

foram transferidas da União, e que é no

entendimento de muitos uma forma de

compensação pelo crime cometido con-

tra o Estado, contra produtores, pecua-

ristas e a sociedade em geral, demarcan-

do em área contínua a reserva indígena

“Raposa-Serra do Sol”. Mas nem por isso

é possível conceber que o estado de Ro-

raima importe hoje 500 toneladas de fa-

rinha de mandioca/mês, um milhão de li-

tros de leite/mês, além de tantos outros

produtos oriundos do setor primário.

Noventa por cento da ração usada para

a piscicultura é importada de outros es-

tados.

O setor agropecuário conta ainda,

apesar das reservas indígenas, em tor-

no de um milhão de hectares de áreas

degradadas onde se aplica baixa tecno-

logia, ocasionada pela falta de assistên-

cia técnica e pelo empobrecimento dos

agropecuaristas, impossibilitados de fa-

zer calagem, fosfatagem e conservação

de solo.

Nos resta torcer para que na próxi-

ma safra Roraima ultrapasse os quinze

mil hectares de área plantada e que a

mesma corrente que o Brasil do império

usava para aprisionar seus escravos dei-

xe de existir na Br 174 sentido Manaus,

libertando os roraimenses para que eles

possam exercer na íntegra o direito

constitucional de ir e vir quando assim o

desejarem.

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94 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

SDS comemora10 anos

Com a missão de garantir a proteção da natureza e o uso dos recursos naturais, visando o desenvolvimento sus-tentável do Amazonas. No dia 31 de janeiro a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sus-tentável (SDS) completou 10 anos de criação (Lei 2.783). Para a titular da pasta, Nádia Ferreira, o maior desafi o é manter o equilíbrio entre o ambiental, o social e o eco-nômico. “É um exercício constante, complexo e de difícil convergência. Mas, acredito que esse é o caminho, por meio do diálogo, de ações transversais e participação da sociedade”, destaca.

Outro desafi o que a secretária ressalta é adequar à le-gislação brasileira a realidade da região amazônica. “Os Es-tados Amazônicos são diferentes, seus modelos de desen-volvimento são diversifi cados, igualmente as demandas. Basta perceber as diferenças das calhas dos nossos rios, como exemplo, o Purus tem uma realidade completamen-te diferente do Juruá, do Madeira, do Negro, Solimões. Precisamos ter programas e políticas diferenciadas a nível local, estadual, regional em função dessas peculiaridades, ambientais, sociais, econômicas e culturais”, afi rma.

BIOSOCIODIVERSIDADEA titular da SDS chama atenção para um fator fundamen-tal que deve ser discutido de forma mais efi caz: o debate

da inclusão social. “Ainda que tenhamos mantido 98% de cobertura fl orestal conservada, em 10 anos, nossos indi-cadores sociais nos distanciam do resto do Brasil. O tema central em todas as mídias tem sido: desmatamento, de-gradação dos recursos naturais, confl ito social, e pouca atenção, ou igual espaço nas mídias para o debate dos indicadores sociais do Amazonas. Precisamos fortalecer o debate em torno da biosociodiversidade”, ressalta.

ÁREAS PROTEGIDAS“A função das áreas protegidas é indiscutível, apesar de alguns acreditarem que essas áreas emperram o desen-volvimento”, diz a secretária. Na sua avaliação, as áreas contribuem com o ordenamento territorial, combate ao desmatamento ilegal, protegem regiões de alto valor biológico e atendem às demandas das populações tra-dicionais. “Em 2003 o Amazonas contava com 12 Unida-des de Conservação, em 2013, somamos 41, saímos de 7 milhões de hectares de áreas protegidas para cerca de 19 milhões de hectares, um incremento de 157%, isso se deve ao processo de respeito e valorização das pessoas que moram nas Unidades de Conservação, levando alter-nativas de produção, crescimento profi ssional e partici-pação nas tomadas de decisão, por meio dos Conselhos Gestores dessas áreas”, declara.

REPORTAGEM: Nívia Rodrigues FOTOS: Acervo SDS,Roberto Carlos e Chico Batata

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 95 Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 95

REDUÇÃO DO DESMATAMENTO ILEGALNádia Ferreira explica que tem consciência que ainda

há muitos desafi os para vencer, e que a redução do

desmatamento deve-se a um somatório de políticas

públicas de educação, saúde, assistência social, cultu-

ra, produção sustentável, ciência e tecnologia, crédito

e outras. Em 2003, quando o Governo optou por criar

a SDS em conjunto com outros órgãos de governo, o

cenário do desmatamento era crítico: segundo maior

pico do desmatamento registrado (1.558 km²) na his-

tória do Amazonas, o maior foi em 1995 (2.114 km²);

a estimativa atual é de cerca de 646 km², de acordo

com o Prodes/Inpe (2012), representando redução de

60% nos últimos 10 anos, resultado de política pública

de médio e longo prazo e deve ser compartilhado de

forma transversal pelos demais órgãos dos Governos

federal, estadual e municipal, diz.

Nádia ressalta os momentos em que criar Unidade de Conservação era uma decisão unilateral, não havia di-álogo. Felizmente, hoje o processo é construtivo, foram ampliados os espaços de discussão que possibilita aos moradores, dessas áreas, pleitearem a criação e defi nir a categoria das mesmas. “Hoje temos outra realidade, não somente ampliamos os espaços de discussão nas áreas protegidas, mas foram criados outros espaços de diálogo com a sociedade para a construção das políticas públicas. Cito como exemplo o Fórum Amazonense de Mudanças Climáticas, o Fórum Permanente de Secretários Muni-cipais de Meio Ambiente, o Conselho Estadual de Meio Ambiente, o Conselho dos Povos e Populações Tradicio-nais, os Conselhos Gestores das Unidades de Conserva-ção, recentemente criamos também o Conselho Estadual de Energia, dentre outros”, afi rma Nádia.

Por fi m, ressaltou a importância estratégica da Fun-dação Amazonas Sustentável (FAS), que tem colaborado grandemente com as iniciativas do Centro Estadual de Unidades de Conservação (Ceuc), único do Brasil nessa categoria.

CONQUISTAS Nádia Ferreira avalia, ainda, que a SDS tem um longo ca-minho a percorrer, porém os frutos desses 10 anos de trabalho são reconhecidos dentro e fora do Estado. “Uma de nossas conquistas administrativa mais importante é a realização do concurso público da SDS, autorizado pelo Governador Omar Aziz, com edital a ser lançado ainda no primeiro semestre deste ano, além da SDS ser a única Se-cretária com ISO 9000 dentre as demais, esforço de uma equipe talentosa”, declara.

Outro fator será a construção da Sede do Sistema (SDS-IPAAM-ADS), em moldes sustentáveis, até o primei-ro semestre 2015, com a parceria do banco KW e Gover-no do Estado.

No que diz respeito às ações a serem executadas que são frutos de todos esses anos de articulação junto à or-gãos federais e iniciativa privada, destaque para o Pro-grama Gasoduto Coari-Manaus, parceria com a Petrobras e 135 comunidades da área de infl uencia do empreendi-

» Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Nádia Ferreira

mento, Programa PROCHUVA, parceria com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e, recentemente, o Programa Água para Todos no Amazonas, parceria com o Ministério da Integração (MIN), o Projeto de Refl orestamento do Sul do Estado, parceria com o BNDES, cujas atividades serão fi nalizadas nesse ano.

Por fi m, a secretária ressalta o papel do Governo do Amazonas como grande articulador, por meio da SDS, junto ao Fórum de Secretários de Meio Ambiente da Amazônia, e ainda tendo o Amazonas como represen-tante na Associação Brasileira das Entidades de Meio Ambiente (Abema), ocupando a vice-presidência para a região Norte.

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Fibras

REPORTAGEM e FOTOS: Diárcara Ribeiro

Sacarias de Juta e Malva são compradas pela

CONABA Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) vai adquirir sacarias de Juta e Malva dos estoques das coo-perativas e indústrias do Amazonas. A atividade é a ga-rantia de emprego para milhares de produtores rurais. O Amazonas é o maior produtor de juta e malva do país, são 12 toneladas produzidas por ano.

De acordo com o superintendente regional da CONAB, Thomaz Mereilles, a Companhia já tem disponibilizado 5 milhões de reais para a compra. “A compra pela CONAB vai evitar o desestímulo a atividade econômica”, completou.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, afirmou que “a compra da Conab para a utilização nos estoques públicos é uma medida de enorme alcance social e apelo ambiental, aguardada pelos milhares de produtores, coo-perativas e indústrias.”

A cadeia produtiva da Juta e Malva no Amazonas está passando por um momento crítico, isto porque, os estoques nas cooperativas e indústrias estão lotados com sacarias de fibras vegetais. Segundo a presidente da Cooperativa Mista e Agropecuária de Manacapuru (Comapem), Eliana Medei-ros. “Hoje as indústrias tem em seus estoques aproximada-mente 3000 ton de fibra estocada e mais de 7000 unidades de sacos de juta. Estimativa feita por pesquisa de órgãos que compõe a cadeia produtiva. Essa quantidade de fibra, corresponde a mais ou menos 35% da safra”.

A presidente da Comapem avaliou que, “visto que o preço não é nenhum atrativo, e sim a falta de dinheiro para adiantar ao produtor por conta da sua produção, es-tipula-se que, essa safra que foi estimada pelo Idam, em 11.000 ton. de fibras não chegue a metade. Digo ainda mais, sem incentivo e perspectiva de melhoras de merca-do, a produção de fibras de juta/malva no Amazonas esta comprometida para safra vindoura”.

MILHO PARA O AMAZONASO presidente da Faea, Muni Lourenço, fez um apelo ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, em outubro, para que a CONAB disponibilize nos próximos leilões pelo menos 40 tone-ladas milho para o Amazonas, para atender à demanda da avicultura de postura (produção de ovos), piscicul-tura, suinocultura e bovinocultura. Durante audiência com o ministro, o presidente da Faea formalizou o pe-dido com a entrega de um ofício que também solicita a prorrogação, da vigência da Portaria Interministerial nº 461/2012, para dar continuidade à política de subsídio ao transporte do milho.

Uma das preocupações do dirigente é com o aumen-to do preço da cesta básica. Atualmente o Estado é au-tossuficiente na produção de ovos, item que integra a cesta básica. Caso parte da produção das 250 granjas do Estado seja paralisada pela escassez do milho, o Ama-zonas teria de passar a importar o produto de outras regiões. Essa operação acarretaria um aumento signifi-cativo no preço da dúzia de ovos, em razão da complexi-dade logística e o alto custo do transporte que envolve a região. “O pedido que fiz ao ministro diz respeito não só à manutenção da viabilidade econômica das cadeias produtivas, mas, sobretudo, à perspectiva de aumento do custo da cesta básica para o amazonense”, explicou Muni.

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 97

REUNIÃONo dia 04 de dezembro em reunião com o governador do Estado, Omar Aziz, o presidente da CONAB, Rubens San-tos, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, o Superintendente da CONAB no Amazonas, Thomaz Meirelles e o Presiden-te da OCB/AM, Petrúcio Magalhães, Secretário de Produ-ção Rural, Eron Bezerra, juntamente com demais repre-sentantes, apresentaram pleito para falta de milho para os médios e grandes avicultores, como também sobre a Juta e a Malva, a qual foi atendida.

ENTREVISTAO superintendente regional da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Tomaz Meirelles, falou do can-celamento de leilões. Confira:1. Qual foi sua avaliação da reunião com o presidente da CONAB, Rubens Santos?Thomaz Meirelles: Disse ao presidente da CONAB, Dr. Rubens, que a reunião foi histórica. Jamais tinha visto o setor primário local, mais o governador, procurar repre-sentante do Governo Federal, no caso o presidente da CONAB, para reivindicar o abastecimento de milho para o Amazonas e, também, a compra de sacaria biodegradável para o estoque público. Certamente, o encontro foi pro-veitoso, mas o AM, unido, precisa acompanhar o assunto e cobrar do GF agilidade no atendimento, pois as deman-das são muitas e infinitas. Temos de fazer nossa parte.2. Porque aconteceu o cancelamento dos leilões de milho da Companhia Nacional de Abastecimento (CO-NAB)? Quais os Estados mais atingidos, por quê?Thomaz Meirelles: O Governo Federal entendeu que de-veria direcionar o atual estoque público nacional de mi-lho exclusivamente para atender os pequenos e médios criadores rurais, certamente o público mais vulnerável às

flutuações do mercado. A suspensão dos leilões de milho para atender os grandes criadores rurais foi em nível na-cional, ou seja, todos os estados foram incluídos. Nesse aspecto, entendo que o AM deveria ficar fora dessa me-dida em função de ter preservado 98% da floresta nativa e dos grandes entraves para a produção local em grande escada do produto (milho).3. Está sendo enviado milho para o Amazonas? Em qual quantidade? Quem pode comprar e como? Quan-do foi o último envio de milho?Thomaz Meirelles: Existem duas formas públicas de abastecer o Amazonas de milho. Uma para os pequenos/médios criadores (por meio do PROVB/Programa de Vendas em Balcão), e outra por meio dos leilões, para os grandes criadores, mas que foi suspenso temporariamen-te. Por meio do PROVB, o Amazonas continua recebendo milho regularmente. Em 2013, esperamos a remoção de aproximadamente 10 mil toneladas de milho para aten-der os clientes do PROVB. Como já disse, o PROVB é para pequenos e médios criadores rurais de aves, suínos, ovi-nos etc. Precisam ser cadastrados na CONAB, comprovar a atividade e o plantel, bem como ter a carteira de produ-tor rural para comprar com isenção do ICMS. Atualmente, estamos recebendo 3 mil toneladas.4. O Amazonas tem grandes avicultores que necessi-tam do milho? Como o senhor avalia está situação?Thomaz Meirelles: Tanto para os pequenos como para os grandes avicultores, o fato do Amazonas não cultivar o milho nas áreas de várzea, ou terra firme, é um grave problema, pois ficaremos eternamente dependente de outras regiões produtoras, o que não é bom, e precisa mudar. A EMBRAPA, no contexto do Programa Fome Zero, ainda na gestão do presidente Lula, finalizou pes-quisa demonstrando que é possível produzir milho no Amazonas sem agredir o meio ambiente.

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Bacia Leiteira

FOTOS: Antonio Ximenes

Festa do Leite em Autazes A tradicional 20ª Festa do Leite e 19ª Exposição Agrope-

cuário de Autazes contou com mais de 15 mil pessoas, entre elas a nata dos produtores da região, bem como peões de rodeio e um apaixonado público

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Festa do guaraná

REPORTAGEM e FOTOS: Jorge Luiz Ferreira da Silva

XXXIIIFesta do Guaraná

Maués é conhecida como a “Terra Guaraná” - no municí-pio se consome o suco do fruto na cuia, ralando o bastão na língua do pirarucu, adocicado com o mel de abelha, açúcar ou xarope. A cidade está localizada no Médio Amazonas, entre os rios Madeira e Tapajós, (a 267 km de Manaus), onde ocorre uma das mais tradicionais festas do interior do Estado do Amazonas.

Durante os dias 30 de novembro à 02 de dezembro, a cidade festejou a XXXIII Festa do Guaraná. O evento está no calendário nacional e tem o patrocínio da Companhia de Bebidas das Américas – AMBEV, responsável por pro-duzir o Guaraná Antarctica, comercializado nacional e internacionalmente, transformando aquele momento de

produção e colheita do seu principal produto extrativista em um grande momento de alegria, diversão e lazer.

O prefeito do município, padre Carlos Góes (PT), des-taca os esforços para alavancar a economia da cidade. “Para estimular o desenvolvimento do município pre-tendemos fi rmar parcerias com os setores de agronegó-cios respeitando a aptidão produtiva da região. A meta é conseguir através do crédito e assistência técnica não só atingir o mercado local mais a comercialização para outros centros”, disse.

Nos últimos anos a Festa do Guaraná ganhou a pro-porção de um grande evento socioeconômico, cultural e esportivo. Há uma grande movimentação para a escolha

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 101

da Rainha do Guaraná. Jovens representam os bairros da cidade e da zona rural, travam uma disputa emocionan-te em trajes sociais e típicos; Em 2012 a escolhida como Rainha do Guaraná foi Latrice Guimarães, 18 anos, Thaíza Brazil desfilou com o traje denominado “a colheita”, foi a 1ª Princesa e Indra Albuquerque a 2ª Princesa.

Outro momento importante da festa é apresentação das Lendas do Guaraná: Mito do Guaraná, Lenda do Curu-mim e a Lenda do Guaraná Cereçaporanga, que são exibi-das empolgando o público presente, sendo fator impor-tante culturalmente, pois demonstra as raízes, essência e como nossos antepassados celebravam este momento de colheita e fartura.

A festa contagia também os municípios vizinhos, como: Boa Vista do Ramos e Barreirinha. Outro momen-to relevante da festa são as atrações musicais locais, como a apresentação das baterias do G.R.E.S, Império verde e Rosa, G.R.E.S, Mocidade de Santa Luzia e G.R.E.S. Em Cima da Hora, cantores locais como Neguinho do Ca-vaco e Wladimir Rossy Jr, Bandas regionais como: Critical Age, Descarados, Forró do Gemido, de Manaus, e Grupo Mureru de Itacoatiara.

A atração nacional foi o Paulo Ricardo e RPM com seus ritmos eletrizantes da década de 90, contagiou uma multidão estimada em mais de vinte mil pessoas, segun-do cálculos da Policia Militar. Os visitantes e moradores também participam dos eventos esportivos.

Neste período se comemorava a “safra do guaraná”, nos

meses de outubro e dezembro, nos quais os grandes, peque-

nos e médios produtores comercializavam o seu produto,

em forma de sementes torradas, o guaraná moído, o xarope

e em forma de bastão.

Em 1978, pelo então Prefeito da época Carlos José Este-

ves, as primeiras celebrações ocorriam em clubes fechados,

organizada pela sociedade mauesense, e no decorrer do

tempo a festa foi se popularizando e acontecendo em locais

públicos, em alguns pontos da cidade como: na Praça da Ma-

triz, no Largo Marechal Deodoro, no Basa Clube, até chegar

ao local atual - Praia da Ponta da Maresia.

"Para estimular o desenvolvimento do município pretendemos firmar parcerias com os setores de agronegócios respeitando a aptidão produtiva da região".Carlos Góes (PT), prefeito do município de Maúes.[ » Coroação do concurso das candidatas

que representaram os bairros da cidade e zona rural

» Visita aos viveiros de guaraná

» Arte na areia

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102 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

A partir da Conferência sobre o Meio Am-

biente e o Desevolvimento do Rio de Ja-

neiro de 1992, A sustentabilidade do de-

senvolvimento passou a ocupar um lugar

de destaque em todos os documentos e

discursos, dedicados à politica do Meio

Ambiente.

Consolidou-se desde então o conceito

que o desenvolvimento para ser sustentá-

vel deveria ser ao mesmo tempo ambien-

tal, social e econômico. Uma ideia que vi-

nha sendo discutida desde a Conferência

sobre o Meio Ambiente Humano realizada

em Estocolmo em 1972 .

Vamos examinar através de um exem-

plo o que significa, ou deveria significar

na nossa política de desenvolvimento, a

obediêcia a este conceito, que se tornou

um princípio, afirmado e reafirmado por

autoridades e cidadãos preocupados com

o futuro do país e do planeta.

Estão em curso no Brasil obras e progra-

mas voltados à oferecer uma infrestrutura

moderna ao país, que permitam responder

aos desafios do crescimento da economia e

do bem estar da nossa sociedade.

Eles no entanto raramente são pensa-

dos levando em conta as tres dimensões

da sustentabilidade que orientam as Car-

tas da Conferência do Rio de 1992 ou da

mais recente Rio+20, elaboradas com de-

cisiva participação brasileira.

Vejamos por exemplo as obras do PAC

(Programa de Aceleração do Crescimento)

previstas para a Amazônia. Cerca de 200

bilhões de Reais de investimentos serão

destinados, nos próximos dez anos, para a

construção de hidroelétricas, estradas de

ferro, linhões, portos e projetos de explo-

ração das ricas reservas minerais da região.

Uma leitura mais atenta destes proje-

tos indica porém que os planejadores do

PAC não observaram as diretrizes de outro

projeto de Governo elaborado na mesma

época (2007): o PAS (Plano Amazônia Sus-

tentável), um plano em que os cuidados

ambientais e as preocupações de desen-

volvimento humano sustentável estão cri-

teriosamente articulados.

O PAC mobiliza recursos significativos,

preocupa-se com o desenvolvimento do

país como um todo no curto prazo en-

quanto o PAS se preocupa com a conser-

vação da floresta, dos ‘ativos’ ambientais,

dos equilíbrios ecológicos, da diversidade

cultural, da justiça social, e do futuro da

Amazônia também.

As obras do PAC tem como objetivo o

desenvolvimento do país, suas necessida-

des energéticas, de materias primas; mas

isso é pouco, se desejamos pensar o de-

senvolvimento sustentável do país.

Os projetos do PAC deveriam, a nosso

ver, obedecer também aos imperativos das

três diretrizes do desenvolvimento susten-

tável: econômicas, sociais e ambientais.

Todas as obras de infraestrutura e ou-

tras que modificam ou perturbam o meio

ambiente, o tecido social e os equilibrios

econômicos deveriam obter da sociedade

e dos órgãos competentes “licenças de

sustentabilidade” mais abrangentes do

que as correntes licenças ambientais.

Passados vinte anos da incorporação

do conceito de sustentabilidade na re-

tórica e na politica ambiental é razoavel

Artigo

Ennio Candotti Diretor Geral do Museu da

Amazônia - MUSA

Estão em curso no Brasil obras

e programas voltados à

oferecer uma infrestrutura

moderna ao país, que permitam responder aos

desafios do crescimento da economia e do

bem estar da nossa sociedade.

A sustentabilidade e suas licenças

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 103

O PAC mobiliza recursos significativos, preocupa-se com o desenvolvimento do país como um todo no curto prazo enquanto o PAS se preocupa com a conservação da floresta, dos ‘ativos’ ambientais, dos equilíbrios ecológicos, da diversidade cultural, da justiça social, e do futuro da Amazônia também.

sugerir que ela seja observada ao traçar a

política de desenvolvimento e infrestrutu-

ra do País.

Alguns poderão arguir que é dificil ex-

plicitar formalmente as dimensões sociais

e econômicas dos impactos dos projetos

de infrestrutura, mas o desafio não é mui-

to diferente daquele que encontramos,

quando a legislação que regula a avaliação

dos impactos ambientais dava seus primei-

ros passos no início dos anos noventa.

Em favor da sustentabilidade pode-se

mencionar que não se trata só de fornecer

mais energia para o sistema produtivo do

País, de criar corredores de exportação,

de oferecer grãos e matérias primas para

os mercados mundiais. Isso é importante,

mas não suficiente para construir uma Na-

ção socialmente justa na distribuição das

riquezas e atenta aos equilíbrios ecológi-

cos e regionais. Para alcançar esse objetivo

é necessário também promover a integra-

ção das diferentes dimensões das políticas

de Governo dedicadas a ‘acelerar’ o cresci-

mento nacional.

Para o PAC a Amazônia a região é im-

portante por oferecer à economia do

País: a exploração de potenciais hidrelé-

tricos, dos corredores de transporte hi-

droviário, e das ricas províncias minerais.

Enquanto que para o PAS a Amazônia,

além do valor dos serviços explorados

pelo PAC, é um patrimônio de biodiversi-

dade, onde se encontra uma exuberante

diversidade de microrganismos, toxinas e

fungos. É uma região de grande influência

nos equlíbrios climáticos globais, os mes-

mos que ocupam os foros da política in-

ternacional, é também a maior reserva de

água doce do planeta e um território onde

vivem povos indigenas de tradição cultural

antiga e habilidades de longa historia no

manejo da floresta.

É uma terra onde vivem em condições

ambientais muito particulares, e elevados ín-

dices de pobreza, 25 milhões de brasileiros.

Sugerimos portanto que para planejar

e aprovar projetos e obras de infrestrutu-

ra se examinem, além dos impactos am-

bientais, os diferentes aspectos do princí-

pio da sutentabilidade. Assim por exemplo

deveríamos pergutar a uma mineradora se

o projeto de exploração do recurso mine-

ral em que beneficiará o município ou o

Estado onde ela pretende se instalar.

Um breve exame dos projetos Carajás,

Tucuruí, Income, Trombetas, pode esclare-

cer esta perugunta: em que eles contribui-

ram para aliviar a pobreza de Oriximiná, do

Amapá ou promover o desenvolvimento

do Pará?

Entendemos que, se desejarmos ace-

lerar o crescimento de modo sustentável,

as diretrizes que orientam os projetos e

obras do PAC deveriam ser consistentes

com as do PAS: caberia aos imperativos

da economia, do meio ambiente e da justi-

ça social do tempo presente, recuperar a

memória e se reconciliar com objetivos e

valores do tempo passado, que mobilizam

aqui e pelo mundo afora mentes solidá-

rias empenhadas em construir para o Pla-

neta um “futuro sustentável”.

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104 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Acompanhamento pedagógico

Higiene corporal e bucal

Alimentação Balanceada

Enfermagem

Acompanhamento nutricional

Atividades educacionais lúdicas e psicomotoras

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 105

Acompanhamento pedagógico

Higiene corporal e bucal

Alimentação Balanceada

Enfermagem

Acompanhamento nutricional

Atividades educacionais lúdicas e psicomotoras

O meu querido Amazonas, que represento com muito orgulho hoje no senado federal do país, possui uma superfície de 1.570.745,7 km² de ex-tensão, o que representa 18,5% do território brasi-leiro. É a maior unidade federativa do Brasil, maior que as áreas de países como França, Espanha, Sué-cia e Grécia juntas. Neste universo de superlativos, nós temos 31% da área total da Amazônia Brasi-leira e 62 municípios com um imenso potencial. Desenvolver a região, sem deteriorar a floresta é mais do que um desafio. É um compromisso que eu e o grupo político o qual integro assumiu e vem colocando em prática há alguns anos.

Como parlamentar sempre atuei com foco no deselnvolvimento de políticas que benefi-ciassem o interior, porque sei que não há pos-sibilidade de desenvolvimento para o nosso Estado sem o fortalecimento da economia dos outros 61 municípios. Desde 2008 até hoje já consegui liberar mais de 25 milhões de reais em recursos que beneficiam diretamente diversos municípios, entre eles São Gabriel da Cachoei-ra, Maués, Parintins, Manacapuru, Ipixuna, Uru-cará, Urucurituba, Anamã, Beruri, Presidente Figueiredo e muitos outros. São recursos des-tinados ao setor rural para a compra de imple-mentos agrícolas e patrulhas, para a educação beneficiando a universidade do Amazonas e ajudando a instituição a aperfeiçoar a qualida-de do ensino dos campus localizados nos muni-cípios do interior; para a melhoria dos serviços prestados na área de saúde com a construção de postos de saúde e compra de ambulanchas que vão ajudar aquelas pessoas que vivem nas comunidades mais longuínquoas.

Por mais que o trabalho seja árduo e os nú-meros apontem para o avanço, ainda há muito a ser feito. E olha que estamos falando de trabalho integrado. A parceria entre o governo federal e o estadual possibilitou a realização de muitos so-nhos, dentre eles a inauguração da Ponte sobre o Rio Negro que ligou a capital a diversos muni-cípios entre eles, Iranduba, Novo Airão e Manaca-puru, ajudando a escoar a produção daqueles mu-nicípios e facilitando a vida de muitos produtores.

Mas seria injusto falar sobre desenvolvi-mento sustentável dos municípios do interior do Amazonas, sem mencionar os primeiros pas-

sos, quando o governo estadual adotou o pro-grama Zona Franca Verde, em 2003.

Concebido com a missão de enfrentar os descaminhos sociais e ambientais oriundos da nossa trajetória desde o pós-ciclo econômico da borracha, aliados ao desafio proporcionado pelas imensas distâncias, heterogeneidades, dificuldades de logística e custo, o Zona Fran-ca Verde foi idealizado como um programa direcionado para as populações tradicionais e municípios do interior, como um programa de desenvolvimento sustentável, em sintonia com os conceitos gerais norteados pela RIO-92.

As prioridades do programa incluiam ações emergenciais nas áreas de saúde e educação combinadas ao manejo sustentável dos recur-sos florestais e pesqueiros.

Os frutos desta política já despontam nas esta-tísticas oficiais que colocam o nosso estado como o maior estado brasileiro e o menos desmatado. A prova de que estamos seguindo o caminho certo, estamos conseguindo transformar a riqueza da floresta em oportunidade para a melhoria da qua-lidade de vida, especialmente dos segmentos mais empobrecidos da população, além de fortalecer a economia dos municípios do interior do Estado. É um caminho longo, mas os primeiros passos já fo-ram dados na direção certa e a experiência positiva está fazendo escola. Em 2007, o governo do Ama-zonas implantou o Bolsa Floresta que foi pioneiro no sistema de pagamento por serviços ambientais. Criado com base na Lei Estadual de Mudanças Cli-máticas, que também foi a primeira no Brasil so-bre o tema, o programa baseia-se no conceito de recompensa para as famílias que assumem com-promisso de desmatamento zero. A experiência foi tão positiva que serviu como base para o go-verno federal criar e lançar aqui em Manaus, mais especificamente no simbólico Teatro Amazonas, o programa Bolsa Verde.

A justificativa do programa Bolsa Verde, traz a mesma essência do Bolsa Floresta do Amazo-nas: o apoio financeiro às famílias em situação de extrema pobreza que promovem a conservação ambiental nas áreas onde vivem e trabalham. De acordo com dados do Governo Federal, das 16,2 milhões de pessoas que vivem em situação de ex-trema pobreza no Brasil, 47% estão na área rural.

Vanessa GrazziotinSenadora (PCdoB-AM)

Artigo

É um caminho longo, mas os primeiros passos já foram dados na direção certa e a experiência é positiva

Foco no desenvolvimento do Interior

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106 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia106 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 - Floresta Brasil Amazônia

Colheita de Melancia

REPORTAGEM e FOTOS: Ana Paula Sena

Colheita da melancia em Rio Pretoda Eva A ideia é aproveitar a terra em

todas as épocas do ano, pois o tempo entre o plantio e a colheita da melancia é de 90 dias, para isso os produtores também recebem orientação técnica

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Floresta Brasil Amazônia - MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 | 107

Produtores do município de Rio Preto da Eva, localizado a 80 quilômetros de Manaus, estão intensifi cando os tra-balhos para aumentar o cultivo de melancia. A região que é muito conhecida como a “terra da laranja”, comemora a produção de 200 toneladas de melancia entre 2012 até a primeira quinzena de janeiro de 2013. As plantações estão localizadas em terrenos do assentamento Iporá, local que

TRANSPORTEA Secretária Municipal de Produção conta com quatro

caminhões para o transporte dos produtos e um ce-

dido pelo INCRA. Dependendo da colheita, o número

de viagens pode ser superior a três. O caminhão do

Incra transporta aproximadamente 950 melancias e o

da secretaria transporta até 2.000.

faz parte de um dos maiores projetos do Instituto Nacio-nal de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Os agricul-tores também recebem orientações técnicas do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Ama-zonas – IDAM, onde a meta é atingir 3.000 toneladas em 2013. O presidente da Agência de Desenvolvimento Sus-tentável do Amazonas – ADS, Valdelino Cavalcante, acom-panhou de perto desde a plantação das sementes até a primeira colheita das melancias, que antes cultivavam na mesma área, a mandioca. “A iniciativa tem a fi nalidade de abastecer a capital amazonense, eliminando a dependên-cia de Manaus em relação a Roraima. Nessa mesma área que hoje se vê uma grande colheita de melancia, antes, cultivaram a mandioca, que depois de colherem as raízes, trabalharam a terra e prepararam para esse plantio, onde tiveram resultados positivos”, explicou.

Valdelino Cavalcante também enfatiza a importância de aproveitar a terra em todas as épocas do ano, pois o tempo entre o plantio e a colheita da melancia é de 90 dias. “Por isso o programa envolve também a plantação de abóbora e mandioca. Além disso, os produtos são de excelente qualidade, não tem como comparar a qualida-de de uma melancia que é transportada uma hora de Rio Preto a Manaus e outra que passa mais de oito horas na estrada”, afi rmou. De acordo com o vereador e presiden-te da Associação dos Assentados do Iporá, Francisco de Assis de Oliveira Moraes, conhecido como Barbado, a lo-gística de distribuição dos produtos assim como a comer-cialização esta ocorrendo de forma adequada, pois os ramais de acesso as plantações estão em boas condições. “É a meta que todos os trabalhadores rurais, plantar e comercializar os produtos e essa é a maior prova de que

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O prefeito eleito de Rio Preto da Eva, Doutor Ricardo Chagas, também acompanhou de perto a primeira co-lheita de melancia do Rio Preto da Eva e prometeu aju-dar a alavancar ainda mais o projeto. “Esse projeto é um grande exemplo de economia e lucro, por isso deve ser seguido e ampliado”, concluiu o prefeito.

O agricultor Osvany Torres dos Santos é proprietário do local onde os produtores armazenam e tratam as me-lancias antes de transportá-las para Manaus. “Deixei de fabricar farinha para priorizar o plantio das frutas e as-sim, consegui garantir renda o ano todo na minha casa”, comenta.

PLANTIO E COLHEITA90 dias – tempo entre o plantio e a colheita da me-

lancia / 120 dias – tempo entre o plantio e a colheita

da abóbora / 1 ano e 6 meses –tempo entre o plan-

tio e a colheita da mandioca.

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quem trabalha consegue obter lucro garantido”, enfati-zou. O deputado estadual Sinésio Campos, que também visitou a plantação da melancia, disse que os trabalhado-res rurais de Rio Preto estão no caminho certo. “A diversi-fi cação dos produtos é importantíssimo para que o agri-cultor possa melhor administrar a área de cultivo, além disso, o apoio técnico foi muito importante para que se conseguisse cultivar bons frutos”, ressaltou.

O presidente da Federação de Agricultura e Pecu-ária do Estado do Amazonas, Muni Lourenço, elogia a iniciativa dos produtores do Iporá. “É a primeira vez que a comunidade obtém tanto sucesso. Isso agrega valor a economia local e como o grande centro consumidor fi ca a poucos quilômetros dos produtores a logística de en-trega e venda fi ca mais fácil”, disse.

» Produtores do município comemoram o resultado da colheita

» Prefeito Ricardo Chagas, presidente do IPAAM Antonio Stroski, deputado Sinezio Campos, vice-prefeito Ernane Santiago e Valdelino Cavalcante

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Artigo

*Texto adaptado à partir do pronunciamento efetuado por ocasião da solenidade de lançamento do PPG ATU/INPA em 2002.

A história do Programa de Pós Graduação em Agricultura no Trópico Úmido do Instituto Na-cional de Pesquisas da Amazônia (PPG ATU) é um desdobramento de uma proposta institu-cional de pesquisa em ciências agronômicas do INPA, formulada e implementada pelo Prof. Warwick Estevam Kerr, em 1975, quando da sua primeira gestão como diretor do Institu-to. A adoção de uma abordagem em ciências agronômicas, naquela época avaliada como extremamente acadêmica, tem hoje, como re-sultado, um enorme acervo de conhecimentos sobre a agrobiodiversidade amazônica (pupu-nha, mapati, sapota, abiu, camu-camu, araçá--boi, cubiu, ariá, feijão-macuco e outros) e, com isso, o reconhecimento da importância atual e futura dessas plantas na segurança alimentar das populações humanas nos trópicos úmidos. Os resultados das pesquisas realizadas no INPA evidenciaram a necessidade urgente da adoção de políticas públicas para a conservação desses valiosos recursos genéticos e, também, o papel fundamental das nossas populações humanas no processo de conservação desses recursos. Por outro lado, um programa de melhoramen-to genético de plantas visando a criação de variedades adaptadas ao ambiente amazônico gerou conhecimentos e produtos, hoje, dispo-níveis, aos agricultores desta região. Estudos sobre a dinâmica evolutiva dos solos nos agros-sistemas, construídos a partir das fl orestas na-turais; estudos sobre o processo de fi xação do nitrogênio atmosférico por plantas e os micro-organismos envolvidos; solubilização do fósfo-ro no solo por fungos micorrízicos; desenvolvi-mento de técnicas para recuperação de áreas degradadas; estudos sobre os sistemas agrofl o-restais, geraram conhecimentos científi cos que ampliaram o horizonte de possibilidades para a formulação de propostas tecnológicas consis-tentes de manejo dos solos amazônicos. A ado-ção daquela abordagem que, hoje, se mostra revolucionária, foi viabilizada por meio de uma participação fundamental do agrônomo e ge-neticista, Dr. Alejo Von Der Pahlen, pesquisador do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecu-ária - INTA, da Argentina, contratado pelo Prof.

Kerr, em 1975, para implantar o Departamento de Ciências Agronômicas do INPA.

A face humana da proposta foi construída a partir da contribuição fundamental da Profª. Sandra do Nascimento Noda, da Universidade Federal do Amazonas. Para que o conhecimento científi co gerado pelo INPA viesse a contribuir ao desenvolvimento da agricultura na Amazô-nia era necessário conhecer, efetivamente, as comunidades rurais, as populações humanas, os ribeirinhos, os indígenas, suas culturas, as rela-ções sociais estabelecidas no processo produtivo, enfi m, construir um patamar de conhecimento social sobre o mundo rural amazônico. Da Profª. Sandra contamos, ainda, com os seus profundos conhecimentos científi cos, métodos e técnicas em extensão rural para estarmos seguros que a atuação do INPA junto à população rural pudes-se ocorre a partir da visão e ética defendida pelo Prof. José de Souza Martins: “a sociologia rural poderá contribuir para a melhora na qualidade de vida das populações rurais se recuperar a dimen-são crítica da tradição sociológica; se puder ver-se criticamente na relação investigativa e na relação educativa com as populações que estuda; se abrir mão de suas certezas para assimilar as incertezas que ajudou a disseminar e fazer dessas incerte-zas uma mediação cognitiva essencial na relação entre a teoria e a prática”. Na sua concepção, a proposta do Curso de Agricultura no Trópico Úmi-do engajou-se politicamente em uma missão. A missão de que a ciência deve ser praticada e des-tinada à construção de um mundo melhor. Um mundo imaginado por dois outros grandes inspi-radores: Prof. Darrell Posey e Prof. Paulo Sodero Martins. O profundo respeito que ambos nutriam para com as populações tradicionais e seus etno-conhecimentos e, sobretudo, a fi rme convicção da essencialidade da preservação da sociodiversi-dade para a conservação da biodiversidade, que refl etem, também, o engajamento pedagógico do programa.

Hiroshi NodaPesquisador Titular INPA /Coordenação de Sociedade, Ambiente e Sáude

Os resultados das pesquisas realizadas no INPA evidenciaram a necessidade urgente da adoção de políticas públicas para a conservação desses valiosos recursos genéticos.

Programa de Pós Graduação em Agricultura no Trópico Úmido/INPA: uma década de existência*

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Prêmio Chico Mendes

FOTOS: Divulgação

Brasil: 20 anos sem ChicoMendes

Ulisses Girardi – Ambientalista e Diretor do Grupo VisaFértilHá vinte anos, no dia 22 de dezembro de 1988, o líder defensor da Floresta Amazônica foi abatido com um tiro, na porta de sua casa

» Ulisses Girardi, Patricia Borges Gaffo, Arthur Gaffo Girardi e Laura Gaffo Girardi

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Prevendo sua morte, Chico escreveu uma carta de despe-dida: Não quero fl ores no meu enterro, pois sei que irão arrancá-las da fl oresta. Quero apenas que o meu assas-sinato sirva para acabar com a impunidade dos jagunços sob a proteção da Polícia Federal do Acre que, de 1975 para cá, já mataram mais de 50 pessoas como eu, líderes seringueiros empenhados em defender a Floresta Ama-zônica e fazer dela um exemplo de que é possível progre-dir sem destruir. Adeus, foi um prazer. Vou para Xapuri ao encontro da morte, pois dela ninguém se livra, tenho certeza. Não sou fatalista, apenas realista. Já denunciei quem quer me matar e nenhuma providência foi ou será tomada. (...) (trecho do livro: Chico Mendes – Crime e Cas-tigo de Zuenir Ventura).

Chico Mendes sugeria que o homem do Acre vivesse da fl oresta, entendendo que a fl oresta deveria permane-cer em pé. Acreditava que era possível conciliar desenvol-vimento com sustentabilidade. Chico Mendes não morreu, continua vivo entre os defensores da Floresta Amazônica, mas, o assassinamos toda vez que cortamos uma só árvo-re. Ao Chico Mendes minha eterna gratidão, pelos seus exemplos e ensinamentos.

» Ulisses Girardi e seu filho Arthur Gaffo

» Ulisses Girardi e sua esposa Patrícia Borges Gaffo

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REPORTAGEM e FOTOS: Érico Xavier

SUFRAMA comemora 46 anosA Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) comemorou no último dia (28/02), 46 anos de existên-cia com a 261ª Reunião do Conselho de Administração da autarquia (CAS). Durante a solenidade o presidente da autarquia, Thomaz Nogueira, apresentou um balanço do Polo Industrial de Manaus (PIM) que faturou R$ 73 bi-lhões, um crescimento real na ordem de 6,7% se compa-rado ao valor R$ 68 bilhões arrecado em 2011. E houve um crescimento de 119 mil empregos em 2011 para 120 mil em 2012.

O segmento que teve o maior faturamento em 2012 foi o de eletroeletrônico em 35,42%, e em segun-do lugar o polo de duas rodas com 18%, completou o quadro os polos, Químico, de Informática, Metalúrgico,

Termoplástico, Mecânico e relojoeiro. ‘’Nós estamos tra-balhando no fortalecimento da instituição preparando os quadros funcionais, e trabalhando no sentido de pre-parar o capital intelectual do Polo Industrial de Manaus, para melhorar a qualidade do trabalho e atender a de-manda de resolver a oferta de emprego qualificado ‘’, disse Nogueira. O secretário executivo do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira, destacou o fato de que 33 projetos entre eles de instalação, ampliação, atualização e diver-sificação foram aprovados, com um valor a ser investido nos próximos três anos de R$ 800 milhões. O que vai possibilitar cerca de 600 novos postos de trabalho na Zona Franca.

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INVESTIMENTOSCom o objetivo de promover a melhoria no transporte e fluxo de mercadorias, entre o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, o Distrito Industrial e o porto previsto para ser construído na antiga Companhia Siderúrgica da Amazônia (Siderama), situado na estrada do Paredão, (quilômetro 5 da rodovia BR-319), o Ministério do De-senvolvimento Indústria e Comércio (MDIC), firmou uma parceria com o governo Estadual.

O valor é de R$ 432 milhões para que seja feita a re-vitalização do polo industrial I, a expansão e urbanização

» Presidente da FIEAM, Antônio Silva, durante a posse

» Thomaz Nogueira, vice-governador José Melo e o secretário executivo Alessandro Teixeirade três ruas no distrito industrial II, além da construção

do anel viário que duplica a estrada do Tarumã a partir do Aeroporto Eduardo Gomes, até a confluência com a Ro-dovia AM-010. Em discurso o vice-governador José Melo, lembrou dos pilares geopolítico que foi criada a Zona Franca, para promover o desenvolvimento e reduzir as desigualdades , e que a mesma cumpriu o papel pelo qual foi criada, e disse que não existe nenhuma dúvida sobre o modelo, que além do ponto de vista fundamental da macro economia brasileira é também um modelo expor-tador líquido de receita para a União.

“O modelo permitiu com que o Amazonas pudesse sonhar em estar sentado a mesa, com o restante do país discutindo a macro economia brasileira. E se no passado éramos totalmente esquecidos somos lembrados para participar das macro decisões do país’’, ressaltou Melo.

POSSEDurante a sessão tomaram posse como conselheiros do (CAS), o Presidente da Federação das Indústrias do Esta-do do Amazonas (Fieam), Antônio Silva e o presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias do Estado do Amazonas (Ftieam), Ricardo Miranda.

Para o presidente da Fieam Antônio Silva, deve se aproveitar a unidade entre as classes empresariais, go-vernos Estadual e Federal respectivamente, para que possa ser tirado o máximo de proveito em prol do desen-volvimento do Amazonas.

Ricardo Miranda presidente da (Ftieam) afirmou o compromisso da classe trabalhadora com os empresários do Polo Industrial de Manaus (PIM) e cobrou maior par-ticipação nas reuniões que muito influenciam no futuro da categoria.

Durante o tempo que trabalhei aqui não só construí amigos como também conhecimento, onde agreguei bastante ao trabalho que desenvolvo, e me sinto também parabenizado pelos 46 anos da casa “.Nelson Rocha, Superintendente Sebrae-AM[

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Almir Gabriel

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Gabriel

O ex-governador do Pará, Almir Gabriel, faleceu aos 80 anos, em Belém, no dia 19 de fevereiro deste ano, após falência múltipla dos órgãos consequên-cia de enfi sema pulmonar e insufi ciência cardíaca. Almir era formado em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA), exerceu dois mandados consecutivos como governador, de 1995 a 2002. Foi um dos fundadores do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Atuou como senador constituinte e relator do texto da Ordem Social, que está presen-te na Constituição Federal Brasileira de 1988.

18/08/1932

19/02/2013

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