Revista Floresta Brasil Amazônia – 06

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O Amazonas não pode ficar na eterna dependência do Polo Industrial de Manaus e, principalmente, sob a pressão dos governantes e parlamentares em Brasília. Com base nesta máxima, o governador Omar Aziz impulsionou o acordo fechado com a Coca-Cola, que vai comprar açaí de três agroindústrias do Amazonas, com o objetivo de fabricar o suco de açaí com banana da marca Del Valle.

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 5 )))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

))))))))))))))))))))))))Sumário

ARTIGO – Wilson Nogueira fala dos 100 anos dos Bois Bumbás de Parintins – Pág. 59

PREVENÇÃO – Programa Útero é Vida atende a mulheres rurais – Pág. 60

CNA – Muni Lourenço fala de parceria com Coca-Cola – Pág. 64

SOLIDARIEDADE – Dia de Cooperar mobiliza comunidade de Manacapuru – Pág. 66

ENTREVISTA – Presidente nacional do PMDB critica demora na execução de projetos – Pág. 70

ARTIGO – Edimar Vizolli fala de investimentos no município de Apuí – Pág. 73

ETAF – Momento para avaliar e propor melhorias nas comunidades rurais – Pág. 74

PESQUISA – Estudo do cientista Luiz Augusto do Inpa chega às mãos do produtor – Pág. 76

INTERCÂMBIO – Dirigentes do Amazonas conhecem Sindicato Rural de Goiás – Pág. 78

COMERCIAL RISADINHA – II Semana do Produtor Rural é realizada em Manaus – Pág. 84

FRONTEIRA – Atuação de civis e militares na proteção do território nacional – Pág. 90

ARTIGO – Senador Acir Gurgacz escreve sobre a agricultura de Rondônia – Pág. 95

DEMARCAÇÕES – Demarcações de terras indígenas no País – Pág. 96

ARTIGO – Fábio Góis e o noticiário político – Pág. 101

PERFIL – A trajetória do chefe de operações do Comando Militar da Amazônia – Pág. 102

ARTIGO – Eron Bezerra escreve sobre o avanço no setor primário – Pág. 106

INVESTIMENTOS – Presidenta Dilma lança Plano Safra 2013/2014 – Pág. 108

EXPOSIÇÃO – Novo espaço para a realização da 40ª Expoagro – Pág. 112

CURSOS – Curso Técnico em Unidades de Conservação – Pág. 114

ARTIGO – Destino nobre e sustentável para o "lixo” orgânico doméstico – Pág. 117

VAQUEJADA – Vaquejada nordestina na feira agropecuária do Careiro Castanho – Pág. 118

ARTIGO – Hiroshi Noda discorre sobre uma agricultura agroecológica – Pág. 121

SHOW – Sérgio Reis é atração do primeiro Cowboy Turbo – Pág. 122

REGISTRO – O que acontece na região – Pág. 08

NOTAS – Fique por dentro – Pág. 09

AÇAÍ – Coca-Cola compra açaí de extrativistas do Amazonas – Pág. 10

JURUÁ – Agroindústria Açaí Tupã é considerada referência – Pág. 16

RECONHECIMENTO – OCB-AM realiza premiação do Mérito Cooperativista – Pág. 18

ARTIGO – Petrúcio Magalhães escreve sobre o crescimento do cooperativismo – Pág. 21

INDÚSTRIA – Amazon Nat inaugura laticínio em Presidente Fiqueiredo – Pág. 22

OLIMPÍADA – Comunidade indígena se prepara para as Olimpíadas – Pág. 24

MEIO AMBIENTE – Comissão do Senado de Mudanças Climáticas – Pág. 26

EXPOBOCA – FAEA é a nova administradora do parque de exposições de Boca do Acre – Pág. 30

TECNOLOGIA RURAL – Conheça a 2ª Feira Rondônia Rural Show – Pág. 32

ARTIGO – Eduardo Braga comemora a diminuição do IPI – Pág. 39

RENDA – ADS completa 10 anos com muitas conquistas – Pág. 40

ARTIGO – Emerson Castro faz um panorama da infraestrutura de Rondônia – Pág. 49

RODEIO – XXVI EXPOAP premia com carro zero km o peão vencedor do rodeio – Pág. 50

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Diretor Executivo Epifânio Leão

Diretor de Redação e Jornalista Responsável

Antonio XimenesMTB: 23.984 DRT-SP

Editora Diárcara RibeiroSTRE-AM: 715

Subeditor Antonio Parente

Diretor de Criação Jackson Torres

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Revisão Epifânio LeãoIvaneide Lima

Tradução Kimberly Kubitza Priscila Siqueira

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AmazonasDistrito FederalRoraimaRondôniaPará

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Ana Paula SenaJornalista

Antonio ParenteJornalista

Luciano FalboJornalista

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EDITORIALAÇAÍ DA FLORESTA ABASTECE COCA-COLA

O Amazonas não pode ficar na eterna dependência do Polo Industrial de

Manaus e, principalmente, sob a pressão dos governantes e parlamentares

em Brasília. Com base nesta máxima, o governador Omar Aziz impulsionou o

acordo fechado com a Coca-Cola, que vai comprar açaí de três agroindústrias

do Amazonas, com o objetivo de fabricar o suco de açaí com banana da marca

Del Valle.

Trata-se de uma parceria estratégica que vai crescer, porque a multina-

cional vai ampliar a produção com base na demanda do mercado e precisará

de mais açaí in natura e com qualidade orgânica da floresta, que traz o selo

“Made in Amazônia”.

Primeiro o Brasil e depois o mundo, a Coca-Cola sabe o que quer e o Ama-

zonas tem o que ela precisa. É a fome com a vontade de comer, ou melhor:

beber. Os executivos de Atlanta, nos EUA, através de sua filial no Brasil, estão

de olho nas frutas da floresta. O açaí é apenas o começo de um relacionamen-

to que, certamente, vai se desdobrar em outros produtos.

Os americanos fizeram um estudo profundo da aceitabilidade do açaí

mundialmente e encontraram os parceiros certos para saltar na frente da con-

corrência. O governo do Amazonas, através do Instituto de Desenvolvimento

Agropecuário Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (IDAM), da Agên-

cia de Desenvolvimento Sustentável (ADS), Agência de Fomento do Estado

do Amazonas (AFEAM), Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS),

Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e outras instituições parceiras criaram

as condições necessárias para que o negócio fosse fechado. Ok. O suco está

nas prateleiras. Agora, é trabalhar para ganhar escala sempre com qualidade.

Além do açaí a Amazônia tem a cultura do rodeio, da vaquejada, o estímu-

lo para trazer das aldeias os arqueiros atletas, que devem participar das olim-

píadas de 2016. Trata-se de um amplo leque de opções de desenvolvimento

econômico, humano, ambiental e social.

Atentos a essa realidade os senadores Valdir Raupp de Rondônia (pre-

sidente nacional do PMDB); Eduardo Braga do Amazonas (líder do governo

no Senado); Vanessa Graziottin do Amazonas (presidente da Comissão de

Mudanças Climáticas); Alcir Gurgacz de Rondônia (líder do PDT no Senado);

Romero Jucá de Roraima (presidente da Comissão de Orçamento no Senado);

têm trabalhado para encontrar o ponto de equilíbrio entre preservação am-

biental e geração de riquezas.

Os governadores Confúcio Moura (PMDB/RO); Omar Aziz (PSD/AM); José

de Anchieta Júnior (PSDB-RR); e Simão Jatene (PSDB-PA), se posicionam como

protagonistas dos governos executivos regionais. Políticas públicas e iniciativa

privada trabalhando para transformar a Amazônia em uma região, onde a pre-

servação ambiental e a geração de renda digna possam conviver em harmo-

nia, com a criação de alternativas concretas de desenvolvimento sustentável

e empregos, mas com prioridade para o ser humano, porque sem ele não há

floresta que resista.

)))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

Antonio Ximenes

Diretor de Redação

Jornalista Responsável

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REGISTRO DA FLORESTA

FESTA DO GUARANÁ

A XXXVI Festa do Guaraná que

acontece nos dias 28, 29 e 30 de no-

vembro, terá como novidades a 1ª

Feira do Agronegócio e o 1° Festival da

Canção do Guaraná. As atrações nacio-

nais do evento serão a Banda Cidade

Negra e o cantor Latino. A festa vai

contar com uma vasta programação

cultural com dança, teatro, desfile da

rainha, música regional e dezenas de

atividades esportivas, serão com o ob-

jetivo de retratar a cultura local.

FESTIVAL DO LEITE

O 21º Festival do Leite e 20ª Expo-

sição Agropecuária de Autazes reúne

produtores da região e peões. O even-

to será realizado entre os dias 03 e 09

de novembro. Acompanhe a cobertura

completa na próxima edição da Revista

Floresta Brasil.

PARCERIA

Com o objetivo de promover o em-

preendedorismo, apoiar as unidades

de conservação no Estado do Amazo-

nas e proporcionar a inclusão produti-

va para os ribeirinhos, foi assinado no

dia 3 de outubro, uma parceria entre a

Fundação Amazonas Sustentável (FAS)

e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro

e Pequenas Empresas (SEBRAE), que

prevê investimentos da ordem de R$

3 milhões para Unidades de Conser-

vação (UCs). Na foto acima o diretor

presidente do Sebrae Nacional Luiz

Barretto.

23ª BIS/MARABÁ

Há 40 anos, no dia 31 de Janeiro

de 1973, chegava a Marabá, por via

aérea, um pelotão da 3ª Cia do 2º BIS,

sediado na Cidade de Belém, caracteri-

zando, efetivamente, a criação do 52º

BIS. Situado na Rodovia Transamazô-

nica, a 8 Km da cidade de Marabá. O

52º está subordinado a 23ª Brigada de

Infantaria de Selva, que é comandada

pelo General Estevam Theophilo.

DIA NACIONAL DO CAMPO LIMPO

Concentrar as ações e iniciativas si-

multâneas pela educação ambiental e

pelo desenvolvimento sustentável da

agricultura. Foi com essa iniciativa que

foi comemorado, no dia 18 de agosto,

em todo o Brasil, o do Dia Nacional do

Campo Limpo. Em Manaus o evento é

realizado há cinco anos, as comemo-

rações eram realizadas nas escolas da

cidade de Manaus e nos entornos. Este

ano as atividades foram concentradas

na Central de recebimento de Embala-

gens Vazias.

Os visitantes puderam conhecer as

etapas do trabalho, além de participar

de atividades culturais e educacionais.

De acordo do com a gerente da Central

de Recebimento de Defensivos Agríco-

las, Joyce Oliveira Lima, o propósito da

campanha deste ano, foi realizar uma

intensa mobilização de conscientiza-

ção ambiental.

Foto: DivulgaçãoFoto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: Arquivo pessoal

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 9

A Feira Internacional da Amazônia

(FIAM) vai ser realizada entre os dias

27 a 30 de novembro de 2013, em

Manaus. Esta edição tem como mote

o slogan ‘Passe para o futuro’, uma re-

ferência à Copa do Mundo da FIFA que

será realizada no Brasil em 2014.

No dia 11 de setembro, foi realizada

a reunião do Conselho de Desenvol-

vimento Rural Sustentável do Ama-

zonas, na Companhia Nacional de

Abastecimento (CONAB), na pauta a

apresentação do Garantia Safra, que

após dez anos, deverá vigorar tam-

bém no Estado do Amazonas.

O anúncio foi feito pelo diretor do

Departamento de Financiamento e

Proteção da Produção-Ministério de

Desenvolvimento Agrário, João Luiz

Guadagnin. A pauta está em debate

com o secretário de Produção Rural,

Eron Bezerra.

NOTAS

GARANTIA SAFRA NO AMAZONAS

FEIRA INTERNACIONAL DA AMAZÔNIA 2013BELEZA

O coordenador de feiras da ADS,

Orisvaldo Neves, ao lado da mode-

lo internacional Luiza Brunet, no

evento em que a Coca-Cola do Bra-

sil firmou contrato com o Governo

do Estado para aquisição da produ-

ção de Açaí de três agroindústrias

do Amazonas. "Sou admirador da

Luiza", disse Neves.

DIA DAS CRIANÇAS

Chefe do Estado-Maior do CMA, Ge-

neral Jaborandy, com o neto no colo

e acompanhado de sua esposa. "Meu

neto é a continuidade da minha famí-

lia e a alegria de todos nós."

MELHORAMENTO GENÉTICO

Foi realizado em Manaus, no dia 11 de

outubro, uma palestra sobre "Melhora-

mento genético das raças Girolando/Gir

Leiteiro", ministrada pelo criador, médi-

co veterinário e especialista em melho-

ramento genético, Thiago Ferreira, con-

siderado referência no setor. A palestra

ocorreu no auditório da Federação da

Agricultura e Pecuária do Estado do

Amazonas (FAEA), onde participaram

pecuaristas, estudantes e dirigentes.

Foto: Diárcara Ribeiro

Foto: Diárcara Ribeiro

Foto: Divulgação

Foto: Antonio Ximenes

Foto: Antonio Ximenes

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Coca-Cola compra produção de açaí do Amazonas

Açaí

REPORTAGEM/BY: Ana Paula Sena e Agecom F0TOS/PHOTOS: Ana Paula Senna, Agecom e Diárcara Ribeiro

Agroindústrias instaladas no interior do Estado vão fornecer matéria prima. Inicialmente foram adquiridas 300 toneladas do produto // Agroindustries installed in the country side of Amazonas State will provide raw material. So far, 300 tons of the fruit have already been purchased

COCA-COLA BUYS AMAZONAS AÇAÍ PRODUCTION

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O Governo do Amazonas e a multinacional Coca--Cola lançaram em Manaus, no dia 17 de setembro, uma bebida à base de açaí com banana. Três agroin-dústrias de Carauari, Manaus e Manacapuru vão fornecer a matéria prima básica, o açaí. O evento aconteceu no Salão Rio Solimões do Centro Cultural Palácio Rio Negro.

O governador do Amazonas, Omar Aziz, disse que a chegada ao mercado nacional do Del Valle Re-serva Açaí+Banana abre as portas para que o Amazo-nas rompe com o ciclo de dependência econômica exclusiva da Zona Franca de Manaus (ZFM).

“Estamos provando que é possível utilizar os pro-dutos da floresta e transformar isso em valor agre-gado, gerando emprego e renda para as pessoas que vivem nela. Hoje colocamos em prática algo que era um sonho de todos nós: criar alternativas econômi-cas à Zona Franca no interior. Por isso, a minha emo-ção”, disse.

The Government of the State of Amazonas and the multinational Coca-Cola launched in Manaus, on Septem-ber 17th, an acai and banana beverage. Three agroindus-tries from Carauari, Manaus and Manacapuru will provide the basic raw material, the acai berries. The event hap-pened in the Rio Solimões Hall at the Rio Negro Palace Cul-tural Center.

Amazonas Governor, Omar Aziz, said that with the ar-rival of Del Valle’s ‘Reserva Açaí+Banana’ drink on the na-tional market, doors have been opened so that Amazonas can break the cycle of exclusive economic dependence on the Manaus Free Trade Zone (ZFM).

"We're proving that it's possible to use the products from the forest and transform them into aggregated value, creating jobs and income for those who live there. Today we're putting into practice something that was a dream of ours: create economic alternatives to the ZFM in the coun-try side. This is why I am so touched," he said.

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Em conjunto com o novo produto, foi criado o pro-jeto Coletivo Floresta, que vai trabalhar junto aos extra-tores do açaí em ações geradoras de renda, com foco no bem-estar social e cultural da comunidade, e na conser-vação da biodiversidade da floresta amazônica.

Durante o evento, um termo de cooperação para via-bilizar o projeto foi assinado entre a Coca-Cola e o Go-verno do Estado e entidades parceiras, por meio do qual foram firmados dez princípios que vão reger o relaciona-mento com as comunidades extratoras.

SONHO

Omar Aziz lembrou que a ideia de lançar produtos à base de frutas regionais vem sendo costurada entre ele e a direção da Coca-Cola há quase dois anos. “Há muitos anos se fala que o açaí é um produto vendável no Brasil e no mundo. Hoje, nós colocamos em prática algo que era um sonho de todos nós. É possível criar novas alternati-vas econômicas. Por isso, classifico este momento como um divisor de águas. Tem mercado tanto nacional como internacional, para que tenhamos um novo modelo eco-nômico no Estado”, enfatizou o governador, ao reconhe-cer que o lançamento do produto só foi possível porque tinha a chancela da gigante Coca-Cola.

“Por mais que haja esforços pontuais dos nossos em-presários, nós não teríamos a capilaridade para que o produto estivesse nas prateleiras brasileiras a partir do lançamento”.

ESTRADAS

Segundo o governador, foi necessário que o Governo do Estado criasse condições necessárias para garantir a matéria-prima, entre elas a abertura e manutenção das es-tradas para que os produtos pudessem chegar ao local de pasteurização. “Todos que vivemos no Amazonas sabemos que se o açaí não for industrializado em 24 horas, perde o valor nutritivo e o sabor. Em Carauari tivemos que abrir novas estradas e urbanizá-las, para levar uma indústria de pasteurização de alto nível, a Açaí Tupã. Hoje temos em torno de seis indústrias que pasteurizam açaí e outras duas estão sendo criadas”, destacou. A capacidade atual de pro-dução das seis indústrias é de 2 mil toneladas por ano, das quais 300 toneladas têm compra garantida pela Coca-Cola. “Significa que temos um produto muito forte no mercado e outras empresas podem aderir à ideia”, pontuou Omar Aziz.

“É um produto diferenciado, que inaugura uma nova linha dentro do portfólio da Coca-Cola Brasil, uma parce-ria com o Governo do Estado do Amazonas que coloca no mercado uma bebida que utiliza um fruto do Amazonas em sua receita. O açaí faz parte do dia a dia da população amazonense e de muitos brasileiros em todo o país”, disse o presidente da Coca-Cola Brasil, Xiemar Zarazúa.

“Estamos usando o açaí do Amazonas de forma susten-tável, em parceria com os moradores da floresta. Vamos, junto com o poder público, ajudar a levar melhores condi-ções de trabalho e mais organização para as comunidades amazônicas”, completou Zarazúa.

"No passado, as grandes empresas ficaram

de costas para a floresta. Agora, depois

do trabalho que fizemos, a Coca-Cola se

volta para nós. Estamos no caminho certo." Governador Omar Aziz[

Açaí

» Autoridades e dirigentes de instituições parceiras participaram do lançamento e assinaram um termo de cooperação // Authorities and administrators from different institutions participated during the launch and signed a cooperation agreement

» Governador Omar Aziz enfatizou a importância da parceria da Coca-Cola com o Estado, como uma alternativa ao polo industrial de Manaus // Governor Omar Aziz emphasized the importance of the partnership between Coca-Cola and the State, with an alternative to the Manausustrial Complex

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Along with the new product, the Forest Collective project was created, which will work with the acai extractive workers on income-generating projects, focusing on the social and cultural well-being of the community, and the preservation of the biodi-versity in the amazon rainforest.

During the event, a cooperation agreement, to enable the project, was signed between Coca-Cola and the State's Govern-ment, in which ten key principles were determined to be followed in the relationship with the extractive worker communities.

DREAM

Omar Aziz remembers that the idea of launching products made from regional fruits has gone back and forth between him and Coca-Cola’s management for almost two years. "For many years there's been talk about the acai berry being a marketable product in Brazil and the world. Today, we've put into practice something that has been a dream for all of us. It's possible to create new economic alternatives. That's why I classify this mo-ment as a turning point. There is both a national and interna-tional market, so that we can have a new economic model in the State," emphasized the Governor, recognizing that the launch of the product was only possible because of the go-ahead from Coca-Cola.

"Even with specific efforts on behalf of our executives, we wouldn't have sufficient reach in order for this product to be on Brazilian shelves right after its launch."

ROADS

According to the Governor, the State Government had to create the conditions necessary for guaranteeing raw material, including opening and maintaining the roads so the product could arrive at the pasteurization location. "Those of us who live in Amazonas know that if the acai isn't processed in 24 hours, it loses its flavor and nutritional value. In Carauari we had to open new roads and urbanize them so we could bring in a high-level pasteurization plant, the Açaí Tupã. Today we have about six

plants that pasteurize acai as well as two others that are under construction," he highlighted.

The current production capacity of the six industries is about 2 thousand tons a year, of which 300 tons are guaranteed sales to Coca-Cola. "It means we have a very strong product in the mar-ket and other companies may follow this idea," said Omar Aziz.

"It's a different product, that opens up a new line inside Co-ca-Cola Brazil’s portfolio, a partnership with the Amazonas State Government that puts on the market a drink that uses an Ama-zonian fruit in its recipe. Acai is a part of the day to day life of the population of Amazonas as well as many other Brazilians around the country," said Coca-Cola Brazil's president, Xiemar Zarazúa.

"We're using Amazonas acai in a sustainable manner in part-nership with the forest-dwelling population. Together, with the government’s assistance, we will help offer better work condi-tions and greater organization to the amazonian communities," added Zarazúa.

PLANNING

"Before the beginning on the Coca-Cola project, the Gov-ernment was already working on supporting the creation of agroindustries and on the organization of the productive chains. We equipped factories and offered the farmers security, assur-ing them that they would have purchasers for their production. They were incorporated into a program for the regionalization of school snacks, but our target was to prepare them to 'walk with their own legs', to negotiate with other suppliers and mar-kets as well," highlighted Valdelino Cavalcante, President of the Sustainable Development Agency (ADS) of Amazonas, an orga-nization that is a part of a statewide system that looks after the interests of the primary sector.

AGENDA

To enable the development of the new drink by Coca-Cola, the State Government created a work agenda involving the ADS, the Amazonas Institute for Sustainable Agricultural and Forestry Development (IDAM) and the AFEAM. In the initial phase, the

» Presidente da Coca-Cola, Xiemar Zarazúa, governador Omar Aziz, vice-governador José Melo e primeira-dama do Estado Nejmi Aziz // Coca-Cola Brazil President, Xiemar Zarazúa, Governor Omar Aziz, Vice-Governor José Melo and the first lady of the State of Amazonas, Nejmi Aziz

» Governador Omar Aziz e presidente da Coca-Cola, Xiemar Zarazúa analisam o documento que firmou a parceria estratégica // Governor Omar Aziz and Coca-Cola Brazil President, Xiemar Zarazúa, analyze the document that established the strategic partnership

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PLANEJAMENTO

“Antes da ação direcionada ao projeto da Coca-Cola, o Governo já trabalhava no apoio à criação de agroindús-trias e na organização das cadeias produtivas. Equipamos fábricas e demos segurança aos agricultores, com a certe-za de ter quem compre a produção. Foram incorporados no programa de regionalização da merenda escolar, mas nossa meta era prepará-los para andar com as próprias pernas, atender a outros fornecedores e mercados”, des-tacou Valdelino Cavalcante, presidente da Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), órgão que faz parte do sistema estadual de atenção ao setor primário.

AGENDA

Para viabilizar o desenvolvimento da nova bebida pela Coca-Cola, o Governo do Estado montou uma agen-da de trabalho envolvendo a ADS, o Instituto de Desen-volvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM) e a AFEAM. Na fase inicial, a multina-cional contratou a aquisição de 300 toneladas de polpas congeladas do açaí. O produto será processado na fábri-ca da empresa em Linhares, no Espírito Santo.

Três agroindústrias amazonenses foram contratadas pela Coca-Cola para fornecer a polpa do açaí. A Infrutas, localizada no bairro Santa Etelvina, em Manaus; a Agroin-dústria de Manacapuru (a 68 quilômetros da capital), e a Açaí Tupã, que fica no município de Carauari (a 788 qui-lômetros de Manaus). As empresas de Manaus e Carauari foram abertas com apoio da AF EAM, com recursos que somam R$ 12,4 milhões para construção das fábricas e aquisição de máquinas e equipamentos.

COLETIVO FLORESTA

O projeto irá atuar em três frentes: estimular o em-preendedorismo das comunidades, dar assistência téc-nica e promover o acesso a uma cadeia de preço justo. O projeto é desenvolvido num processo inovador de co--criação com a comunidade, respeitando a cultura e tra-dições locais.

As primeiras unidades do Coletivo Floresta serão ins-taladas nos municípios de Manacapuru e Carauari, onde se localizam agroindústrias credenciadas pela Coca-Cola Brasil, dentro dos critérios internacionais de qualidade da empresa. Um time local irá auxiliar na articulação de par-cerias, na assistência técnica e na integração da cadeia de valor, além de liderar e implementar treinamentos sobre cidadania e workshops nas comunidades.

No primeiro ano, a expectativa é impactar diretamen-te 600 famílias extrativistas e, indiretamente, 1.200, em cerca de 50 comunidades.

Para atingir os objetivos, a Coca-Cola Brasil vai con-tar com a expertise da plataforma Coletivo Coca-Cola, presente em 150 comunidades em todo o Brasil, que já impactou, desde 2009, mais de 50 mil pessoas através de seis diferentes modelos. Trata-se de um dos mais ambi-ciosos programas de valor compartilhado propostos pela iniciativa privada no país.

PRODUTO

Del Valle Reserva Açaí+Banana – O néctar chega ao mercado em embalagens Tetrapack de 1 litro e de 250 ml, com imagens que remetem à origem do açaí. Ideal para o consumo no café da manhã e nas primeiras horas do dia, Del Valle Reserva traz os benefícios nutricionais do açaí, fonte de zinco e magnésio, que ajudam na ob-tenção de energia, e a polpa da banana, que adoça natu-ralmente a bebida, reduzindo a adição de açúcar. São 92 calorias por 200 ml.

ASSISTÊNCIA TÉCNICA

“Nosso trabalho é na assistência técnica. Temos atu-ado junto aos produtores de açaí, na floresta, passando a eles a melhor metodologia de colheita, transporte e hi-giene. A Coca Cola tem um padrão mundial de qualidade e os nossos extrativistas conseguiram atingir um nível de excelência extraordinário. Vamos aumentar a escala no Estado para beneficiar centenas de famílias elevando a produtividade para atender a demanda do mercado na-cional e, até mesmo internacional, mais à frente”, disse o presidente do IDAM, Edimar Vizolli.

» Valdelino Cavalcante, Alessandra Campelo, Muni Lourenço e Edimar Vizolli // Valdelino Cavalcante, Alessandra Campelo, Muni Lourenço and Edimar Vizolli

Açaí

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multinational ordered a shipment of 300 tons of frozen acai pulp. The product will be processed at the company factory in Linhares, Espírito Santo.

Three Amazonian agroindustries were hired by Coca-Cola to supply the acai pulp. Infrutas, located in the Santa Etelvina neigh-borhood, in Manaus; the Manacapuru Agroindustry (68 kilometers from the state's capital); and Açaí-Tupã, which is located in the city of Carauari (788 kilometers from Manaus). The Manaus and Carau-ari's companies were started with support from AFEAM, with funding that added up to R$12,4 million for the construction of factories and the purchase of machines and equipment.

FOREST COLLECTIVE

The project aims to perform on three fronts: stimulating the empowerment of the communities, providing technical assis-tance and promoting access to a chain of fair prices. The project is being developed through an innovative process of co-creation with the community, respecting the local culture and traditions.

The first Forest Collective units will be installed in the cities of Manacapuru and Carauari, where the agroindustries autho-rized by Coca-Cola Brazil are located, abiding by the company’s international quality criteria. A local team will assist in coordinat-ing partnerships, technical assistance and integration into the value chain, as well as leading and implementing training ses-sions on citizenship and workshops within the communities.

In the first year, the expectation is to have a direct impact on 600 extractive worker families and, indirectly impacting 1,200 families in about 50 communities.

To reach these goals, Coca-Cola Brazil will count on the ex-pertise of the Collective Coca-Cola platform, present in 150 com-munities all around Brazil, that has already had an impact on over 50 thousand people, since 2009, through six different models. It’s one of the most ambitious shared value programs proposed by the private sector in the country.

PRODUCT

Del Valle Reserva Açaí+Banana - The nectar arrives on the market in 1 liter and 250 ml Tetrapacks, covered with pictures that make reference to the origin of the acai berry. Ideal for consumption at breakfast and within the first hours of the day, Del Valle Reserva offers the nutritious benefits of acai, a source of zinc and magnesium, which helps obtain energy, and banana pulp, which naturally sweetens the drink, reducing the addition of sugar. There are 92 calories per 200 ml portion.

TECHNICAL ASSISTANCE

"Our work is in the technical assistance. We have worked alongside our acai farmers, in the forest, teaching them the best harvest, transport and hygiene methods. Coca-Cola has a world-wide quality standard and our extractive workers have been successful in reaching an extraordinary level of excellence. We'll increase the scale in the State to benefit hundreds of families raising the productivity level to meet national market demands, and even those of the international market in the future," said IDAM president, Edimar Vizolli.

» Governador Omar Aziz (ao centro) com o presidente da Coca-Cola brindam o sucesso do lançamento do suco de açaí com banana // Governor Omar (in the center) Aziz, alongside Coca-Cola Brazil President, makes a toast to the successful launching of the acai and banana juice.

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Juruá

Agroindústria, com administração familiar, da calha do Juruá, é considerada modelo de qualidade pela multinacional americana

Açaí Tupã de Carauari é parceiro da Coca-Cola

REPORTAGEM: Antonio Ximenes F0TOS: Divulgação

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Açaí Tupã, agroindústria de polpas de Carauari, locali-zada à 780 quilômetros de Manaus, é um dos parceiros da Coca-Cola considerado modelo de qualidade extrativista. Mais de 300 famílias do município da calha do Juruá vão fornecer a matéria prima básica para a elaboração do suco de açaí com banana da multinacional. Segundo Samir Cha-gas, diretor da empresa, “a Coca-Cola atestou a qualidade do açaí na região e está comprando a nossa produção ex-trativista”, afirmou.

O produtor Sebastião Amaral, 53, é o campeão de ti-ragem de açaí da floresta de Carauari. Somente neste ano ele colheu das matas 17 toneladas (a família dele tem nove membros). Esta façanha foi reconhecida através de uma homenagem que Amaral recebeu do governador Omar Aziz e do presidente da Coca-Cola, Xiemar Zarazúa.

“Depois que a Açaí Tupã foi instalada no município a nossa vida mudou, porque agora temos para quem vender o produto que tiramos do meio da mata e levamos seis ho-ras para fazer ele chegar na indústria”, disse Amaral.

Com 50 toneladas de açaí disponibilizadas para a Coca--Cola, a agroindústria de Carauari destaca-se pelo seu padrão internacional de qualidade na coleta, transporte e armazena-mento da polpa do açaí. Em 2014 a Açaí Tupã pretende en-tregar 100 toneladas de açaí para a multinacional. “Nós esta-mos nos preparando para dobrar a produção com o objetivo de atender a demanda crescente da Coca-Cola”, disse Miber-val Jucá, um dos mentores da agroindústria de Carauari.

O diretor da Açaí Tupã, Francisco Alberto, disse que a parceria com a Coca-Cola representa um novo patamar de metas para a empresa. O presidente da Coca-Cola, Xiemar Zarazúa, disse que o laboratório da empresa analisou deze-nas de frutos da floresta e constatou que o açaí de Carauari é um dos mais qualificados do Amazonas.

» Presidente da Coca-Cola Brasil, Xiemar Zarazúa, produtor de açaí homenageado, Sebastião Amaral, e o governador do Amazonas, Omar Aziz

» Equipe de funcionários que atua na operação industrial da Açaí Tupã, no município de Carauari

» Diretores Marconi, Samir Chagas, Geórgia Jucá, Luana Jucá, produtor Sebastião Amaral e Miberwal Jucá

» Dianne do Nascimento Jucá, filha de Miberwal Jucá

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O evento que ocorreu no dia 3 de junho, reuniu mais de 300 pessoas, entre cooperativistas, autoridades, par-lamentares das Frencoops (Frente Parlamentar do Coo-perativismo) e parceiros do Sistema OCB/Sescoop-AM, no Dulcila´s Festas e Convenções.

Foi dado o reconhecimento a nomes de pessoas que representam o cooperativismo, como o do presidente do Sistema OCB/Sescoop Nacional, Márcio Lopes de Freitas e da presidente da Uniodonto Manaus, Dra. Da-niela Magalhães.

Em noite de gala, Dr. Petrúcio Pereira de Magalhães, premiou grandes nomes que contribuíram para o crescimento do cooperativismo no Estado

Cooperativismocomemora quarenta anos no Amazonas

REPORTAGEM: Carla Santos/Coopcom F0TOS: Priscilla Torres/Coopcom

Reconhecimento

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 19

Em um espaço chamado “Sala de Visitas”, o presi-dente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrúcio Magalhães Júnior, recebeu o presidente Márcio Lopes de Freitas, o superintendente Adriano Trentin Fassini, o presidente da Frencoop-AM, deputado estadual Luiz Castro, o secretá-rio-geral da Frencoop Municipal, vereador Rosivaldo Cor-dovil e o presidente da FAEA (Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas), Muni Lourenço Júnior.

Em seu discurso, Petrúcio Magalhães Júnior, desta-cou a importância da medalha e seus critérios de conces-são, ou seja, a meritocracia, e a existência de argumentos fortes que baseiem a concessão da benesse em detri-mento de suas ações para o desenvolvimento e fortaleci-mento do cooperativismo no Estado.

Em relação ao presidente Márcio Lopes de Freitas, Pe-trúcio afirmou que ele sempre teve uma postura pró-ativa

em relação aos estados da região Norte do País, e deu como exemplo o empenho para a qualificação e capacita-ção de pessoas ligados ao cooperativismo, entre outras políticas implementadas para beneficiar as cooperativas no Estado do Amazonas.

» Presidente da Uniodonto Manaus, Dra. Daniela Magalhães, recebendo mérito cooperativista do Amazonas

» Presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Petrúcio Magalhães Júnior e Márcio Lopes de Freitas

» As 4 décadas foram comemoradas com muita alegria pelas pessoas que prestigiaram o evento

» Presidente do Sistema OCB/Sescoop Nacional, Márcio Lopes de Freitas, recebe das mãos de Muni Lourenço o mérito 2013 do cooperativismo do Amazonas

“Na folha que receberam na entrada, vocês podem escrever de que forma acreditam que verão o cooperativismo em 2023, quando completaremos 50 anos"Petrúcio Magalhães[

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que mostram a competência de uma gestão cooperati-vista de sucesso”, salientou.

A Dra. Daniele Magalhães recebeu o Mérito Cooperati-vista das mãos da ex-presidente da Cooperativa de Trabalho dos Enfermeiros de Urgência e Emergência do Amazonas (Coopenure), Hadelândia Milon, que foi a agraciada no ano de 2012 com o prêmio. Em agradecimento, a cirurgiã-den-tista, Dra. Daniele Magalhães revelou que assim que rece-beu a notícia da indicação de seu nome ao prêmio fez uma reflexão sobre os três anos à frente da Uniodonto Manaus. “Meu esposo, Petrúcio Magalhães Júnior costuma dizer que sou daquelas pessoas que sobe a montanha e olha apenas o que falta para chegar ao cume e não o que já escalou. Sou mesmo exigente, mas não há como ser diferente quando se é conquistado pelo cooperativismo. Claro, não poderia ter chegado aqui sozinha, não fosse a nossa equipe e o apoio da minha família”, disse.

LIVRO LEMBRA OS 40 ANOS

Durante o evento, Dr. Petrúcio Pereira de Magalhães, lançou um livro em comemoração aos 40 anos do coo-perativismo, editado pelo jornalista Antônio Ximenes da editora Wega, que conta a história das quatro décadas do cooperativismo no Estado.

Com 93 páginas, o livro, impresso em capa dura lami-nada, traz memórias, documentos e fotos de ex-presiden-tes e pessoas que fizeram parte e trabalharam para que o cooperativismo chegasse ao estágio de maturidade que tem hoje. “Fiquei muito emocionado com a trajetória, a força, a garra desses homens que viveram e trabalharam pelo cooperativismo no Estado, mas a passagem que mais me marcou foi a de meu saudoso pai, Dr. Petrúcio Pereira de Magalhães”, revelou o presidente.

Márcio Lopes de Freitas, que também redigiu o prefá-cio do livro, se disse encantado pela obra. “É uma viagem ao tempo e de uma importância ímpar para as futuras gerações”, afirmou.

A noite terminou com as expectativas dos presentes e integrantes do cooperativismo amazonense colocadas em papel as suas perspectivas para o segmento daqui há dez anos, que foram guardados numa espécie de “cápsu-la do tempo” para serem abertas em 2023.

» Na ocasião foi lançado o livro em comemoração aos 40 anos do cooperativismo

» O livro destaca o comprometimento social do cooperativismo com o setor primário

» Petrúcio destacou o empenho de levar qualificação e capacitação de pessoas ligados ao cooperativismo

“Não tenho dúvidas em dizer o quanto o senhor foi responsável pelas mudanças aqui ocorridas e como cos-tumamos dizer 'uma andorinha só, não faz verão', e o senhor tem uma grande parcela em todas as nossas con-quistas”, discursou Petrúcio.

Vencedor do Mérito Cooperativista no ano passado, o presidente da FAEA, Muni Lourenço, foi chamado para entregar a medalha a Márcio Lopes de Freitas.

Em seu pronunciamento, o presidente Márcio Lopes afirmou que se sentiu extremamente lisonjeado com a concessão. “Meu comprometimento com o sistema parte da minha história de vida e da certeza de que o cooperati-vismo é a solução social e econômica para os dias atuais, porque mesmo em tempos de crise, continua crescendo forte e pujante”, afirmou.

Em relação a presidente da Uniodonto Manaus, Dra. Daniele Magalhães, Petrúcio elogiou sua capacidade de conduzir mais de 300 cooperados de uma entidade que ocupa a 9ª posição entre as maiores cooperativas do ramo de saúde, com aproximadamente 90 mil clientes.

“A Uniodonto reduziu em 30% de seus gastos e re-passou 30% do montante aos cooperados. Passou de 60 mil para 90 mil clientes. São dados muito importantes e

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COOPERATIVISMO, NOSSA CASAVocê quer ser cooperativista? Quer participar de um movimento economi-

camente viável e socialmente justo que congrega atualmente cerca de 1 bilhão

de pessoas no mundo. Então saiba que até o ano 2020, ou seja, nessa próxima

década, esse número tende a crescer e as cooperativas passarão a ser o principal

empreendimento solidário e sustentável reconhecido pela população mundial.

Quem diz isso é a Aliança Cooperativista Internacional – ACI, que lançou recen-

temente uma campanha visando disseminar a cultura da cooperação e tornar as

cooperativas o mais reconhecido instrumento promotor do desenvolvimento

econômico, social e ambiental no planeta. Em 2012 a Organização das Nações

Unidas – ONU, já havia instituído como tema principal do ano internacional que

as sociedades cooperativas constroem um mundo melhor e tornam as pesso-

as mais felizes. Agora o desafio é fazer com que cada vez mais pessoas conhe-

çam as vantagens de fazer parte de empreendimentos cooperativos e possam

contribuir para a melhoria da distribuição de renda e justiça social. Para tanto,

é imprescindível saber que apesar das sociedades cooperativas não visarem lu-

cro, não são entidades filantrópicas de cunho assistencialista. Ao contrário, são

empreendimentos coletivos que visam satisfazer aos interesses econômicos dos

cooperados (sócios), e, portanto, necessitam ser planejados e bem administra-

dos para prestar serviços e atender às expectativas e anseios desses sócios, que

visam resultados econômicos para ascensão social. O caminho, portanto, exigem

dos grupos: união, confiança, respeito, solidariedade, profissionalismo e persis-

tência, pois, infelizmente, nossa cultura ainda é baseada no individualismo e na

competição. Promover a transformação de uma cultura individualista para uma

cultura de cooperação empreendedora, não é tarefa das mais fáceis e rápidas.

No entanto, o Brasil, um país de diversidades e diferenças regionais, já congre-

ga mais 6 mil cooperativas e cerca de 10 milhões de brasileiros, e é responsável

por 6% do Produto Interno Bruto – PIB do país, comprovando que o modelo dá

certo. Os números são incontestáveis, as cooperativas são responsáveis por mais

de 321 mil empregos diretos, 6 bilhões de dólares é o total das exportações das

cooperativas brasileiras. A título de exemplificação, em 2012, para os países que

compõe o BRICS, agrupamento econômico composto pelos países: Brasil, Rússia,

Índia, China e África do Sul, o BRICS COOP, os cinco países do grupo somados

foram destino de aproximadamente 18% das exportações e origem de 13% das

importações das cooperativas brasileiras, segundo dados do MDIC.

Os principais produtos exportados pelo BRICS foram: carne de frango, suína,

bovina, soja, algodão, trigo e açúcar. E o que impressiona é que ano após ano as

cooperativas brasileiras quebram recordes de produção e garante a segurança

alimentar da população mundial. Diante desse cenário de crescimento da deman-

da por alimentos no mundo, as cooperativas agropecuárias terão um papel im-

portantíssimo na oferta de alimentos no mundo nos próximos anos. E você pode

fazer parte desse time cooperativista construindo um mundo mais justo, feliz e

melhor de se viver.

Petrúcio Magalhães JúniorMestre em agroecologia, especialista em gestão empresarial, engenheiro agrônomo, bacharel em direito e diretor da Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB

Artigo

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Indústria

A empresa localizada na Fazenda São José, rodovia 240, km 45 da estrada de Balbina, tem capacidade inicial de 5 mil litros de leite/dia, a meta é triplicar a produção

Amazon Nat, novo laticínio do Amazonas

REPORTAGEM E FOTOS: Diárcara Ribeiro

Conhecido pelas belezas naturais, o município de Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus) ganhou um novo empreendimento que irá gerar renda para os produtores de leite da região. Inaugurado em maio deste ano, o laticínio Amazon Nat vai fornecer quei-jo, leite e bebida láctea para merenda escolar da rede municipal de ensino e mercado regional.

O Laticínio Amazon Nat está localizado na Fazen-da São José, rodovia 240, km 45 da estrada de Balbina. Com capacidade inicial de 5 mil litros de leite/dia, a ideia é alcançar 16 mil litros/dia. Para isso, o proprietário que também é produtor rural, investiu também no melhora-mento genético do rebanho, como também na qualidade do capim, são aproximadamente 800 cabeças de gado. A  fábrica recebeu investimentos do Banco Nacional do

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 23

Desenvolvimento (BNDES) e Agência de Fomento do Es-tado do Amazonas (AFEAM).

A solenidade de inauguração contou com a participa-ção do governador do Estado, Omar Aziz, que conheceu a tecnologia e os benefícios do Programa Balde Cheio. Durante seu discurso parabenizou o empreendimento. Presidente Figueiredo será a segunda cidade no Amazo-nas a receber o projeto.

“O Zé Mario teve a ousadia de implementar uma in-dústria aqui no município. Quando chegamos aqui e ve-mos as coisas funcionando parece fácil, mas pelo que me explicaram se não trouxessem uma nova tecnologia e um novo tipo de capim, hoje a produção leiteira seria a mes-ma que sempre foi praticada no Estado do Amazonas, com uma quantidade bastante pequena. Fiquei feliz por-que é um referencial para mim, o que está sendo feito aqui vai ser triplicado e quadruplicado. Aqui vai ser uma grande bacia leiteira e eu não tenho dúvida nenhuma que um embrião que já está funcionando foi plantado”, afir-mou o governador durante solenidade de inauguração.

De Acordo com o proprietário, José Mário Rezen-de (conhecido como Zé Mário), os parceiros foram es-senciais para que o empreendimento virasse realidade. “Queremos oferecer o que há de melhor no mercado. Com o incentivo a outros produtores a quantidade de lei-te produzido também vai aumentar e assim poderemos aumentar a quantidade de produção”, o visionário mos-trou para os participantes da solenidade todo o espaço onde a agroindústria foi instalada.

Segundo o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, é de iniciativas assim como o do visionário produtor, que os municípios precisam, gerando renda e fortalecendo o setor primário. “O projeto piloto implantando em Auta-zes vai ser expandido para outros municípios, formando novas bacias leiteiras. Que com tecnologias da Embrapa é visível o aumento da produção através de adoção de técnicas de manejo de pastagem, melhoramento do re-banho, controle e gestão”.

BALDE CHEIO

Zé Mário juntamente com outros produtores,

participaram de uma reunião no município para a

apresentação do Programa Balde Cheio, todos se

mostraram empolgados com a iniciativa. Realizada

pela FAEA e SEBRAE, o município será o segundo do

Amazonas a participar do programa que tem suces-

so garantido através de transferência de tecnologia.

“Antes do programa nós tínhamos uma tragédia

anunciada como queda de produtividade, empobre-

cimento do solo com degradação das pastagens, o

empobrecimento e desânimo dos pecuaristas. Hoje

nós temos uma realidade totalmente diferente, são

pessoas motivadas com um ano e meio de implan-

tação do programa em Autazes, gerando resultados

positivos e respeito à produtividade. Acreditem nes-

sa nova tecnologia, no Balde Cheio, pois acredito

que vocês assim como nós em Autazes vão também

festejar as melhorias e os avanços que vão encon-

trar”, ressaltou Muni Lourenço a iniciativa da prefei-

tura e dos produtores em solicitar o programa para

Presidente Figueiredo. 

O gerente de agronegócios do Serviço Brasileiro

de Apoio ás Micro Pequenas e Empresas (SEBRAE),

Célio Picanço, apresentou os objetivos e os resul-

tados das fazendas que já recebem o programa. “O

que vemos nas propriedades em Autazes é a melho-

ria da rentabilidade e o aumento da produção do se-

tor leiteiro, através de adoção de técnicas de manejo

de pastagem e controle e gestão da propriedade.

O técnico vai acompanhar o produtor auxiliando no

que for necessário”.

» Linha de produção dos iogurtes do laticínio Amazon Nat » Vice-governador José Melo, dirigente da ADAF Sérgio Muniz, Nejmi Aziz, governador Omar Aziz, empresário Zé Mário, secretário de produção Eron Bezerra e o prefeito do município Neilson Cavalcante

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arquearia indígena

De olho nas olimpíadas de 2016, Amazonas incentiva

REPORTAGEM E FOTOS: Assessoria FAS

Olimpíada

O projeto tem o objetivo de

desenvolver atletas indígenas

para competir nos principais campeonatos da modalidade

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 25

Com a finalidade de levar o esporte brasileiro ao nível mais alto das olimpíadas de 2016, a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), a Federação de Tiro com Arco (Fatar-co), a Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer do Amazonas (SEJEL) formaram uma parceria com a Confederação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (COIPAM) e Coordenação das Organizações In-dígenas da Amazônia Brasileira (COIAB) para uma inicia-tiva inédita: o lançamento do Projeto Arquearia Indígena realizado no primeiro semestre de 2013. A ideia visa coo-perar para o fortalecimento da equipe olímpica brasileira de Arco e Flecha, divulgar a arquearia no Estado e for-talecer a cultura nacional. “Nenhuma outra modalidade se relaciona de forma tão clara e óbvia com a história do Brasil”, explica o Superintendente geral da FAS, Profes-sor Virgílio Viana.

Em um evento realizado no dia 22 de agosto, Virgílio Viana e a Secretária de Estado da Juventude, Desporto e Lazer do Amazonas, Alessandra Campelo, assinaram um termo de cooperação técnica do projeto do Arqueirismo para oficializar a iniciativa rumo aos jogos de 2016. O projeto já foi protocolado na Lei de Incentivo ao Esporte, que estabelece benefícios fiscais para pessoas físicas ou jurídicas ao estimularem o desenvolvimento do esporte nacional, por meio da doação para projetos desportivos e paradesportivos.

SELETIVAS

De fevereiro a outubro, oito comunidades indígenas participaram do processo, que ocorreu na Área de Pro-teção Ambiental (APA) Rio Negro, onde foram seleciona-dos 12 jovens de diferentes etnias, de 14 a 19 anos, que foram deslocados até Manaus. Desde a primeira seleção, esses jovens foram instruídos e avaliados pelo Técnico da Seleção Amazonense de Tiro com Arco, Roberval Fernan-

do dos Santos nos quesitos de postura, coordenação, for-ça, alinhamento, ancoragem, largada e follow-through, já com a transição feita do arco nativo para o arco recur-vo. “O esporte tiro com arco é bem diferente do arco e flecha que eles estão acostumados a praticar no dia a dia. Na primeira seletiva, acelerei o processo que pulou várias etapas e mesmo assim percebi diversos talentos”, comenta Robeval.

O AMAZONAS É DESTAQUE NO CAMPEONATO BRASILEIRO E NA COPA BRASIL DE TIRO COM ARCO

O Amazonas foi destaque no Campeonato Brasileiro e na Copa Brasil de Tiro com Arco realizados em Maricá, Rio de Janeiro, entre os dias 02 e 03 de agosto, respec-tivamente. O arqueiro Aníbal Forte, da categoria arco recurvo masculino master, levou medalhas de ouro em ambos os campeonatos. Já Larissa Feitosa, da categoria arco recurvo feminino juvenil, ganhou nos dois, as meda-lhas de bronze. Esses atletas são membros do "Clube Ar-quearia Floresta Flecha” da Fundação Amazonas Susten-tável (FAS), que também investe na Arquearia Indígena, trazendo das aldeias jovens destaques para a transição do arco nativo para o olímpico.

“Nenhuma outra modalidade se relaciona de forma tão clara e óbvia com a história do Brasil”Virgílio Viana, superintendente geral da FAS[

» Virgílio Viana e secretária de Juventude, Esporte e Lazer do Estado, Alessandra Campelo junto a equipe de arquearia

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Meio Ambiente

A senadora do PCdoB diz que vai recorrer às parcerias estaduais e federais para enfrentar dificuldades na Comissão sobre Mudanças Climáticas do Congresso. Ela aponta para a necessidade de "harmonizar" a atual legislação ambiental: ”A lei é boa; o que faltam são condições para que essa lei seja cumprida”

Urgência ambiental e paralisia institucional

REPORTAGEM: Fábio Góis F0TOS: Divulgação

Presidente da Comissão Mista Permanente sobre Mu-danças Climáticas (CMMC), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), pode não ser enfática nas manifestações de contrariedade em relação aos avanços de seu colegiado.

Desde 27 de fevereiro, a congressista amazonense sabe que as quatro audiências públicas até o momen-to realizadas estão longe de ser o que ela deseja para a comissão. “Existe a necessidade de pôr em prática tudo aquilo que vem sendo aprovado pelos organismos inter-nacionais. Podemos dar uma grande contribuição”, disse a senadora ao tomar posse. Em entrevista concedida no final de maio à revista Floresta Brasil Amazônia, Vanessa parecia apreensiva em um momento em que os olhos do mundo estão voltados para o Brasil, devido aos jogos da Copa do Mundo de 2014 e dos jogos Olímpicos de 2016.

Segundo informações, além da baixa produtividade da CMMC, cujos membros pouco se reúnem, a senadora

tem encontrado resistência em emplacar negociações com o Ministério da Fazenda. “No meio ambiente eu vejo que só é possível garantirmos políticas ambientalmente corretas com a aplicação de políticas de desenvolvimen-to sustentável. Apenas por meio da lei, às vezes tais polí-ticas ficam inibidas”, afirmou a senadora, ao ser pergun-tada sobre o que faria se fosse a titular do Ministério do Meio Ambiente.

A senadora sabe que, no Brasil, a prática é dificulta-da por mazelas como burocracia, corrupção, má vontade e incompetência. Segundo a senadora, nesse sentido, é preciso que os legislativos estaduais e as lideranças re-gionais se tornem parceiros do Congresso e dos órgãos governamentais, como o próprio Ministério do Meio Am-biente. E que o discurso meramente ambientalista não sirva como contraponto às carências de produção que assolam comunidades isoladas.

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A SENHORA TEM MENCIONADO A NECESSIDADE DE SE "HARMONIZAR” A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL. EM QUE TERMOS ISSO SERIA FEITO?

Primeiro, antes de explicar o que é harmonizar a le-gislação ambiental, é bom que e recordemos aqui o fato de que a capacidade de se legislar sobre questões am-bientais é, digamos, concorrente: podem legislar a União, os estados e os municípios, contanto que respeitem e obedeçam aos princípios da própria União. Na questão das mudanças climáticas, temos no Brasil uma Política Nacional de Mudanças Climática e metas estabelecidas que vigoram internamente. Mas não são metas interna-cionais – aliás, temos as mais ousadas do planeta, com redução de gases de efeito estufa entre 36,1% e 38,9% até 2020 (percentual que tem como base o que o país emitia em 1990). Segundos dados do Ministério de Ciên-cia e Tecnologia, 70% dos gases que o Brasil joga na at-mosfera são provenientes das queimadas. Em relação ao Plano Nacional de Mudanças Climáticas, muitos dos esta-dos brasileiros já têm seus planos aprovados. Alguns de-les já têm aprovada a legislação sobre pagamento pelos serviços ambientais prestados, e a União ainda não tem.

A HARMONIZAÇÃO IMPLICA O JOGO POLÍTICO, DE QUE FORMA A SENHORA, COMO PRESIDENTE DE UMA COMISSÃO-CHAVE PARA O MEIO AMBIENTE, PRETENDE MINIMIZAR AS DISPUTAS?

Está no plano da comissão que eu presido a realiza-ção, no mês de outubro, de um seminário para debater exatamente isso – a legislação de mudanças climáticas e a necessidade de sua harmonização. Já temos um traba-lho que, em breve, será publicado, que faz todo o levan-tamento sobre as legislações que nós temos no Brasil. Ele não inclui todos os cinco mil municípios, porque isso seria impossível. Pegamos algumas cidades importantes de todos os estados, além das capitais. Já iniciamos, com o apoio de várias entidades, um estudo para detectar onde estão os conflitos. Então, é esse o trabalho que queremos prestar – e por que os parceiros principais se-rão os deputados estaduais? Porque nós somos o poder

Legislativo, e entendemos que os legislativos têm que ser parte desse debate e dessa formulação. Nosso obje-tivo é, exatamente, juntar esforços com o Ministério de Meio Ambiente e outros ministérios para que tenhamos um resultado mais efetivo.

TAL HARMONIZAÇÃO NÃO ESTARIA AMEAÇADA POR ALGUNS PARLAMENTARES COM INTERESSES QUE AMEAÇAM AO MEIO AMBIENTE?

Nada do que vem sendo feito foge às regras aprova-das. Por exemplo, o Código Florestal Brasileiro nos aju-da. Este foi o grande passo que o Senado deu durante o debate: incluir todo um capítulo que trata do PSA. Da-qui até novembro vamos somar esforços no Congresso para aprovar o projeto de lei (PL 792/2007, que premia a proteção da biodiversidade), do deputado Anselmo de Jesus – PT/RO. A matéria está na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, e ainda com relatório a ser apre-sentado. Há uma expectativa de arrecadação por parte dos estados, dos pequenos e micro produtores, da agri-cultura familiar – e isso é muito importante, é um grande estímulo à preservação ambiental.

O PROJETO DE LEI 626/2011 – QUE PERMITE O CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR NAS CHAMADAS ÁREAS ALTERADAS DA AMAZÔNIA LEGAL E DO CERRADO, NÃO SERIA UM RETROCESSO AO AVANÇO DA PRODUÇÃO AGRÍCOLA SOBRE TAIS BIOMAS?

Eu me abstive na votação como forma de protesto. Naquele mesmo dia (14 de maio), estava em pauta um projeto meu que trata do Selo Verde (Preservação da Amazônia, definido no Projeto de Lei 185/2011 para produtos com adequação ambiental). O projeto era para produtos oriundos da Zona Franca de Manaus. O sena-dor Jorge Viana (PT-AC) apresentou uma proposta para todos os produtos industrializados na Amazônia. Claro, o projeto estabelece os cuidados ambientais, e é o pró-prio Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que os define. Qualquer indústria pode ter selo verde hoje, contanto que cumpra os critérios. Só que esse é o selo

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verde da Amazônia, onde está dito “este produto ajuda a preservar a floresta”. Estou há anos discutindo isso com o Ministério do Meio Ambiente e, por incrível que pareça, o ministério é contra o projeto, porque diz que os produ-tos fabricados na Zona Franca não têm a matéria-prima da região. Hoje há estudos científicos que mostram que a Zona Franca é um grande instrumento de preservação ambiental.

Quanto ao projeto sobre cana-de-açúcar, ele diz que não será permitido plantar em qualquer lugar. Temos de criar uma situação jurídica que não proíba tudo, até por-que a Amazônia não é um bioma único.

COMO UMA PARLAMENTAR AMAZÔNIDA, COMO VOCÊ CLASSIFICA O BRASIL EM TERMOS DE CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE?

Temos problemas, claro, ninguém pode dizer que está perfeito. Entretanto, creio que estamos avançando, pelo menos no ponto de vista da legislação brasileira, das ações do Estado. Acho que a gente peca por insuficiên-cia. Por exemplo, só lá no Amazonas nós temos mais de 50% das áreas demarcadas. São áreas protegidas. A legis-lação diz que só é permitido desmatar, ou utilizar, 20% da Amazônia. A lei é boa; o que faltam são condições para que essa lei seja cumprida. O que seriam tais condições? Dar força ao IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambien-te), ao Instituto Chico Mendes, aos órgãos fiscalizadores, à polícia ambiental. A política ambiental não tem que ser repressiva. Tem que ser preventiva. O que nos faltam são condições. É importante um projeto, um programa grandioso, voltado para a região, de mecanização, de preparação dos agricultores. Não adianta dizer que em determinado local não se pode plantar.

ALÉM DE “HARMONIZADA”, A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA PRECISA DE ATUALIZAÇÃO?

Junto com ONGs, estamos cobrando do governo fe-deral a divulgação imediata de um texto base, uma nova versão do Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Ele precisa ser atualizado, mas nada se atualiza sem que an-tes seja feita uma profunda avaliação. Nós vamos fazer essa atualização, nosso relatório vai ter isso; vai ter a ava-liação sobre a aplicação do Plano, e já há uma avaliação sobre a atualização que a gente espera para o Plano para até o final deste ano. Se tudo der certo, se for diminuído este ritmo violento em que estamos, há alguns meses aqui no Congresso, a gente tem condições, quem sabe, de chegar ao final do ano com o projeto do PSA (paga-mento por serviços ambientais) aprovado.

E QUANTO À VIABILIDADE DO REDD PLUS QUE VISA REDUZIR OS EFEITOS DO DESMATAMENTO E DA DEGRADAÇÃO AMBIENTAL?

O RedPlus é a redução de emissões de gases poluen-tes por desmatamento e degradação. Não temos nenhu-ma Lei no Brasil sobre o assunto – e esse é um outro pro-blema, porque vários países já têm, e apenas o Estado do Acre me parece que já está regulamentando isso. Trata--se de uma discussão ampla, porque envolve inclusive o mercado de carbono, e o Brasil tem muito cuidado com esse debate. E é razoável, aceitável que tenha, porque existem teses internacionais que dizem o seguinte: em todo o mercado de carbono, há que se compensar; pagar para quem preserva e quem polui tem que pagar, e pagar como forma de compensação. Enquanto isso, os que es-tão recebendo as compensações não podem fazer nada. Isso não é bom nem para os povos dos países nem para o planeta. Na prática, o Brasil já aplica isso. Vários projetos nossos se encaixam no REDD Plus, mas não temos uma legislação específica.

Meio Ambiente

“Em relação ao Plano Nacional de Mudanças Climáticas, muitos dos estados brasileiros já têm seus planos aprovados. Alguns deles já têm aprovada a legislação sobre pagamento pelos serviços ambientais prestados, e a União ainda não tem.Senadora Vanessa Grazziotin

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Boca do Acre

Palestras, assinatura de convênio para intensificar a piscicultura e transferência do Parque de Exposições para Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas

2ª EXPOBOCA revela-se como a vitrine da região

REPORTAGEM E FOTOS: Diárcara Ribeiro

Grandes acontecimentos marcaram a 2ª Exposição Agropecuária de Boca do Acre (EXPOBOCA), realizada entre os dias 4 e 7 de julho.

No evento foi assinado um termo de comodato transferindo a administração do Parque de Exposições Agropecuárias para a responsabilidade da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA). A estrutura será utilizada no decorrer do ano pelo Sin-dicato Rural do município oferecendo uma agenda va-riada como capacitação, leilão e encontros da classe produtora.

De acordo com a assessoria da SEPROR, também foi assinado pelo secretário da Produção Rural, Eron Bezerra, um convênio de R$ 112.996,56 para a construção de uma Unidade de Produção de Alevinos (UPA) em Boca do Acre. A UPA terá quatro tanques de 600 m² cada, com capacida-de para a produção de 320 mil larvas por ciclo.

O prefeito do município Iran Lima, ressaltou a feira como importante momento para mostrar o potencial do setor primário no município. Outra novidade da 2ª EXPO-BOCA foi que os produtores rurais e visitantes participaram de uma programação que foi além do entretenimento, as palestras e os debates que ocorreram no espaço prepara-do pela FAEA e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-AR∕AM), foram oferecidos com o objetivo de orien-tar e ajudar no desenvolvimento do setor primário.

Sansão Menezes da Silva, técnico em Agropecuária, fez questão de participar das palestras, elogiou a apre-sentação do Código Florestal. “Compreender a Lei me parecia mais difícil, porém com as explicações ficou bem mais fácil para interpretar; foi muito bom”, disse.

Para o presidente do Sistema FAEA-SENAR, Muni Lou-renço, a exposição agropecuária é o momento de mostrar todo o potencial do município que tem como referência

» Peões do rodeio de montaria em touros

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o status livre de febre aftosa com vacinação, destacou também as palestras. “Esse momento de encontro com os produtores é fundamental para o debate, tirar dúvi-das e conhecer mais sobre os assuntos tão pertinentes da classe. A pecuária e agricultura realizada no município movimentam a economia e mostra que é possível pro-duzir com responsabilidade ambiental. A EXPOBOCA é a grande vitrine do setor agropecuário de Boca do Acre”. O presidente do Sindicato Rural do município, Ildo Gar-dingo, agradeceu o apoio de toda a comissão organiza-dora, os patrocinadores e instituições que apoiaram a fei-ra. “A ideia é fazer que a festa vire tradição no município, este ano estamos com novidade e a tendência é inovar cada vez mais”. O evento movimentou economia antes e depois dos quatro dias de realização.

LEIS TRABALHISTAS

O desembargador Presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT/AM), David Alves de Mello Júnior, pa-lestrou sobre Leis trabalhistas voltadas para o setor ru-ral. Mais de 40 produtores assistiram a apresentação, o trabalho rural está regulado pela Lei nº 5.889/73, regu-lamentado pelo Decreto nº 73.626/74. Um dos tópicos ressaltados diz respeito à contratação, principalmente para empregos temporários, “É preciso estar no contrato a documentação, o serviço que será prestado, os dias a serem trabalhados e demais exigências”, explicou o de-sembargador.

NOVO CÓDIGO FLORESTAL

Uma apresentação de fácil entendimento sobre o Novo Código Florestal, foi ministrada pelo Assessor Técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Carlos Petribu De Carli, defendeu que a aprovação foi de extrema necessidade pois o antigo Código não mais condizia com a realidade. “Esse foi um dos maiores ganhos para o setor e toda sociedade no Brasil”, disse. Destacou também que é preciso estar atendo aos três pilares de sus-tentabilidade: social, econômico e ambiental.

CAVALGADA, RODEIO E ESCOLHA DA RAINHA EXPOBOCA

As atrações do evento foram variadas a escolha da rainha EXPOBOCA, agitou o público nas arquibancadas; participaram do desfile sete representantes de comiti-vas.

Em primeiro lugar Jamisneya Araújo, de 23 anos, representante da comitiva JR do Vale levou a faixa. Na classificação em segundo lugar foi Auana Poças da co-mitiva Chique de Botina e em terceiro lugar Luana Ste-ffani da Espaço X.

Cerca de 400 animais percorreram as ruas de Boca do Acre, acompanhados de motos e caminhões, a con-centração foi na rua do Lago, em frente à Escola Esta-dual Antonio José Bernardo Vasconcelos, os participan-tes seguiram a vestindo a camisa de sua comitiva até o Parque.

Um dos momentos mais aguardados é o rodeio, para o empresário Dennys Ferreira, responsável pela companhia trouxe para arena o locutor Big Boy, que junto de sua equipe conduziram o show. De acordo com Dennys, 35 peões disputaram o prêmio de 6.500 reais. “Eles vieram de várias Estados como por exemplo, Ron-dônia e Acre.

É gratificante voltar ao município convidado pela comissão organizadora da feira, viemos com novidades para a arena e 30 animais de competição, quero ressal-tar que entre as feiras está entre as mais organizadas”.

Em 1º lugar: Alesson de Oliveira;2º lugar Francisco de Assis; 3º lugar Luan Galvão; 4º lugar Marcos Afon-so e em 5º lugar Leandro Fernandes, foram os grandes campeões.

A 2ª EXPOBOCA foi uma realização do Sindicato Ru-ral de Boca do Acre, Prefeitura municipal e Governo do Estado do Amazonas.

Com patrocínio do SEBRAE e apoio do Sistema FAEA--SENAR, Associação dos Pecuaristas, IDAM, ADAF, AFE-AM, FRIZAM, SEMCETUR e SEMAPE.

» Candidatas à rainha da Expoboca também acompanharam a tradicional cavalgada

» Associados do sindicato e produtores rurais após palestra durante a exposição

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Feira movimentou mais de R$ 200 milhões na venda de equipamentos agrícolas e surpreendeu pela inovação tecnológica. Mais de 30 mil pessoas participaram

2ª Rondônia Rural Show de Ji-Paraná é referência de tecnologia na Amazônia

REPORTAGEM: Antonio Ximenes F0TOS: Maris Sanne

Tecnologia Rural

» Governador de Rondônia Confúcio Moura (PMDB)

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O governador Confúcio Moura está mostrando por-que Rondônia está na vanguarda do desenvolvimento tecnológico rural na Amazônia. Com a realização da se-gunda edição da Feira de Tecnologias e Oportunidade de Negócios Agropecuários – Rondônia Rural Show de 23 a 26 de maio em Ji-Paraná, uma feira de negócios que mo-vimentou mais de R$ 200 milhões.

Com o sucesso da feira, Moura se posicionou como uma das mais importantes lideranças executivas da área rural na região amazônica.“Nós acreditamos nos produto-res e na capacidade do Estado de se renovar tecnologica-mente no campo”, afirmou o governador na abertura do evento. Com 420 expositores a feira recebeu mais de trin-ta mil pessoas durante os quatro dias de funcionamento.

O ex-ministro do governo Lula e atual vice-presiden-te do Conselho Estratégico de Desenvolvimento Susten-tável (Conedes), Roberto Mangabeira Unger, disse que Rondônia está inserida em um contexto de desenvolvi-mento multifacetado, com prioridade para a produção agrícola. “Tecnologia, conhecimento, financiamento, re-gularização fundiária e assistência técnica ao produtor fazem parte deste desenvolvimento”,comentou

SONHO

O coordenador geral da Segunda Rural Show, Leonel Amaral, disse que a feira nasceu do sonho do governador Confúcio Moura de dinamizar o campo com tecnologia de ponta. ”Procuramos fazer isso com responsabilidade so-cial. É uma forma de integrar o Estado nas novas tecnolo-gias. Os produtores vieram até nós porque sentiram que os benefícios são reais. Criamos um ponto único no Estado bem localizado para servir todas regiões de Rondônia. Con-seguimos”, relatou. O secretário executivo da Emater-RO, Luiz Gomes Furtado, disse que a Emater está em todo o Es-tado e que leva assistência técnica e extensão rural a todas as famílias do campo.”Temos um corpo técnico formado por veterinários, engenheiros agrônomos, zootecnistas, engenheiros florestais, técnicos agrícolas, que estão próxi-mos dos agricultores e dos pecuaristas”, frisou.

Furtado disse, ainda, que há 1.200 profissionais tra-balhando diretamente com as famílias dos produtores rurais e que na feira toda esta infraestrutura humana foi disponibilizada. “A tecnologia deve ser seguida da orien-tação dos profissionais especializados”, disse.

AGRICULTURA

“A Rondônia Rural Show é uma iniciativa do “Go-

verno da Cooperação”, através da Secretaria de Esta-

do de Agricultura, Pecuária e Regularização Fundiá-

ria (SEAGRI), com apoio da Associação de Assistência

Técnica e Extensão Rural de Rondônia (EMATER), do

Banco do Brasil e Banco da Amazônia (Basa)”.

O secretário da Seagri, Evandro Padovani, disse

que a 2ª Rondônia Rural Show tem um papel funda-

mental no desenvolvimento tecnológico do Estado.

“Aqui se encontra o que de melhor temos na moder-

nidade do campo”, comentou.

Ele destacou, ainda, que os pequenos produ-

tores rurais se beneficiaram com os subsídios dado

pelo governo nas compras de até R$ 50 mil dentro

da feira. Padovani lembrou que Rondônia tem 24

milhões de hectares e que cerca de sete milhões de

hectares servem para a agropecuária.

Segundo ele, o Estado tem três biomas: cerrado,

floresta e pantanal e que mais de 85% das proprie-

dades rurais são da agricultura familiar, de pequeno

porte. ”Isso é muito importante, porque a distribui-

ção da riqueza se da de maneira mais igualitária”,

ressaltou.

» Senador Acir Gurgacz (PDT-RO), prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Junior, governador de Rondônia Confúcio Moura (PMDB) e Mangabeira Unger

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PLANEJAMENTO

Quem também destacou o trabalho de assistên-cia técnica como fundamental no desenvolvimento do campo de Rondônia foi Francisco Mendes de Sá Barre-to, secretário adjunto da Emater. “Temos trabalhado em função de um programa elaborado pela Secretaria de Agricultura. Essa feira foi pensada e organizada com o governo e vários parceiros privados. Queremos melho-rar a assistência técnica e para ela ser eficiente e eficaz estamos trabalhando com tecnologia e ciência. Também queremos melhorar a vida social e cultural das famílias do campo, por entender que essas políticas públicas têm que chegar aos produtores rurais imediatamente. Para isso planejamento e financiamento são fundamentais”, comentou.

» O secretário executivo da EMATER-RO, Luiz Gomes Furtado » Francisco Mendes de Sá Barreto, secretário adjunto da RO

» Secretário da Agricultura Evandro Padovani, Luiz Gomes Furtado, Jesualdo Junior e Salatiel Rodrigues

» Vice-governador de Rondônia Airton Gurgacz

» O coordenador geral da Segunda Rural Show, Leonel Amaral

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» Senador Acir Gurgacz (PDT-RO) na abertura do evento fala sobre desenvolvimento regional

» Governador de Rondônia Confúcio Moura (PMDB) com violeiros

» Artista plástica Valéria Totti e presidente da OCB/RO, Salatiel Rodrigues de Souza

» Executivos da Budny tratores e implementos

» Prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Junior, anfitrião do evento, em sua abertura oficial

» No centro, Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, acompanhado de outras autoridades

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Tecnologia Rural

COOPERATIVISMO, A FORÇA DA UNIÃO

O Sistema OCB/SESCOOP-RO apresentou um estande na 2° Rondônia Rural Show que recebeu a visita de mais de cinco mil produtores. Eles queriam saber como se forma uma cooperativa. O que é necessário para transformar as-sociações em cooperativas. A equipe do Sistema OCB/SES-COOP-RO, sob a presidência de Salatiel Rodrigues manteve um serviço permanente de orientação durante os quatros dias de feira.

“Nós nos preparamos para atender a demanda que é cada vez maior em nosso Estado. O relacionamento direto com os produtores rurais foi construtivo e dele, estamos cer-tos, surgirão novas cooperativas”, disse Salatiel Rodrigues.

Rondônia tem mais de 100 cooperativas registradas, o que representa um universo de aproximadamente 70 mil cooperados diretamente, e indiretamente esse número dobra. Com o ritmo acelerado para criar novas cooperativas adotado por Salatiel e sua equipe, estima-se que nos próxi-mos quatro anos atinja-se a marca de 100 mil cooperados.

Isso representaria um novo patamar de organização no Estado. Basta vinte pessoas se reunirem e adotarem as normas do cooperativismo, sob orientação da OCB-RO, para constituir uma cooperativa.

“O principal capital do cooperativismo é o ser humano. Por isso que nele você pode ter uma quota de R$ 100,00 e outro cooperado uma quota de R$ 1 milhão, que o voto é o mesmo. Nós nos norteamos pelo princípio da igualdade dis-tributiva e valorizamos, profundamente, a gestão e o inte-resse pela comunidade. Entendemos que o cooperativismo é uma forma ideal de organização que distribui renda e gera empregos e luta pelo bem estar das pessoas”, afirma Salatiel Rodrigues.

» Equipe da OCB/SESCOOP-RO no estande da 2° Rondônia Rural Show

» Presidente do Sistema OCB/SESCOOP-RO Salatiel Rodrigues e o Superintendente Júlio Bacelar

» Presidente da OCB/SESCOOP-RO Salatiel Rodrigues, Gerente de Operações do SESCOOP-RO, Rosania Franco e Superintendente da OCB/SESCOOP-RO Júlio Bacelar

» Evandro Padovani, Luiz Gomes Furtado, Jesualdo Pires, Salatiel Rodrigues e Leonel Amaral

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 37 www. s e na r - am . o r g . b rAMAZONAS

O SENAR contribui para a pro� ssionalização, integração e sustenta-bilidade dos produtores rurais amazonenses. A instituição desenvolve ações de formação e atividades de promoção social voltadas para o homem do campo, contribuindo com sua especialização cientí� ca e melhoria da qualidade de vida, para o pleno exercício da cidadania.

CAPACITAÇÃODO PRODUTOR RURAL

weg

a

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38 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

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A FORÇA DO AÇAÍ E DO GUARANÁO setor primário do nosso Estado do Amazonas ganhou um novo impulso

com a assinatura do decreto 8.017, sancionado pela presidenta Dilma Rousseff,

que reduz em 50% a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) so-

bre a produção de extratos concentrados para elaboração de refrigerantes que

contenham guaraná e açaí. O decreto também reduz em 25% o IPI dos extratos

concentrados de frutas para a produção de refrigerantes.

Não há dúvidas de que o Amazonas é um dos principais beneficiados com

essa decisão do Governo Federal, pois é um recurso que os produtores deixarão

de transferir ao governo e que poderá ser utilizado no estímulo à produção e em

investimentos para melhoria da produtividade.

Na verdade, essa medida já está beneficiando milhares de famílias amazo-

nenses que garantem o seu sustento trabalhando na produção de guaraná e açaí

no estado, além de incentivar todo o arranjo produtivo da indústria de bebidas

no Amazonas.

A redução de 50% do IPI sobre produtos derivados do guaraná e do açaí vem

reforçar um trabalho que iniciamos lá atrás, entre 2003 e 2009, quando estive-

mos à frente do Governo do Amazonas e conseguimos fazer o valor de mercado

do guaraná, por exemplo, ter uma alta de 450% na região de Maués, maior pro-

dutora do estado. Neste período, o guaraná saiu de R$ 2, o quilo, para um preço

mínimo de R$ 8, o quilo, um incentivo que beneficiou mais de duas mil famílias.

Com relação ao açaí, contratamos, à época, uma empresa para melhorar

as mudas de nossas plantações, o que gerou aumento na produção do médio

Solimões, na região do município de Codajás, um dos principais produtores do

estado.

Tanto em relação ao guaraná, como ao açaí, promovemos o desenvolvimen-

to econômico floresta adentro com o conceito de Zona Franca Verde, que, na

prática, significa levar tecnologia para desenvolver sem desmatar. O decreto da

presidenta Dilma Rousseff, reduzindo as alíquotas do IPI para esses produtos,

é uma grande vitória para nós e vai ao encontro desse projeto de construir o

Amazonas do futuro.

Senador Eduardo Braga (PMDB-AM)Líder do Governo no Senado

Artigo

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Renda // Income

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ADS faz o papel do agente catalisador das negociações // ADS acts as a catalyst for negotiations

ADS comemora 10 anos

Com a missão de contribuir para o desenvolvi-mento econômico do Estado do Amazonas, com base nos recursos florestais, minerais e pesquei-ros, garantir a geração de renda local e a conser-vação ambiental. A Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) completa 10 anos de criação (Lei Delegada Nº 118). Para o Presiden-te da Agência, Valdelino Cavalcante, o maior ob-jetivo da ADS é de priorizar as cadeias produtivas. “São estas cadeias que impulsionam agregação de valores que, por sua vez, resulta na geração de emprego e renda, além de promover a inclusão social e econômica à população rural. Atuamos também na busca de mercados internos e exter-nos para a comercialização dos produtos, sejam eles florestais, minerais, pesqueiros ou agropecu-ários”, destaca.

ADS CELEBRATES ITS 10-YEAR ANNIVERSARY

With the mission of contributing to the economic development of the State of Amazonas, based on forest, mineral and fishing resources, ensuring local income gen-eration and environmental conservation, the Sustainable Development Agency (ADS) of Amazonas celebrates 10 years (Delegated Law No 118). For the agency’s president, Valdelino Cavalcante, the ADS’s ultimate goal is to prioritize supply chains. "It is these chains that drive value aggrega-tion which, in turn, creates employment and income, along with promoting social and economic inclusion for the rural population. We also work toward the pursuit of domestic and foreign markets for the commercialization of products, whether they originate from forest, mineral, fishing or farming sources," he says.

REPORTAGEM//BY: Ana Paula Senna F0TOS// PHOTOS: Divulgação ADS

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Em 10 anos, a estratégia adotada consiste em mos-trar resultados concretos e sucessivos, estimulando na mesma medida o aprimoramento e crescimento da po-pulação rural com mais de 100 entidades beneficiadas por meio da comercialização operacionalizada pela ADS. Com base nesse crescimento, a ADS vem dinamizando seus planos de trabalhos, focando em quatro ações prin-cipais: Organização, dinamização e apoio as Cadeias Pro-dutivas Florestais, Minerais, Pesqueiras e Agropecuárias; Apoio à Organização de Feiras e Eventos e Implementa-ção de Unidades de Processamento Sustentáveis.

A demanda gerada – aliada à qualidade de produ-ção – já originou trabalhos que mostram o crescimento da população rural produtora nas diversas formas de or-ganização. São centenas de associações e cooperativas beneficiadas pelos programas de comercialização orde-nados pela ADS, como exemplo, o Programa de Regiona-lização da Merenda Escolar (PREME), o Programa de Re-gionalização de Móveis Escolares (PROMOVE), dos quais atua em parceria com a SEMED e a SEDUC.

NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS

De modo mais prático é a transformação dos recur-sos naturais concentrados no Estado em recursos finan-ceiros, com reflexos na melhoria de vida da população do interior do Amazonas. O programa virou um selo tradu-zido na qualidade dos produtos por ele incentivados. Por isso, é considerado a gênese de todo o desenvolvimento sustentável que hoje coloca o Amazonas em destaque nos cenários nacional e internacional por sua política di-ferente, adotada pelo Governo Estadual.

Toda a produção – intermediada pela ADS – é vendida ao Estado, supermercados, empresas e Pólo Industrial de Manaus. Exército Brasileiro e com negociações adianta-das para entrar no mercado nacional e internacional.

PROGRAMAS DA ADS

Visando os negócios sustentáveis, a ADS faz o papel do agente catalisador das negociações entre as associa-ções, cooperativas, produtores rurais, extrativistas e os mercados consumidores privados e governamentais. Um dos fundamentos básicos é o uso sustentável dos recursos naturais, a geração de emprego e renda nas comunidades.

O Programa de Regionalização da Merenda Escolar (PREME), o Programa de Regionalização de Móveis Esco-lares (PROMOVE), dos quais a ADS atua em parceria com a Semed e a Seduc. Outros programas são as Feiras de Produtos Regionais, como a do CIGS, resultado de uma parceira entre a ADS e o Exército Brasileiro, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), uma parceria com a Supe-rintendência Regional da Conab, onde os supermercados podem comprar alimentos diretamente do produtor rural. Programas de Incentivo à Comercialização da Castanha e Óleos Vegetais, Programa de Comercialização da Pesca Manejada, a Comercialização do Açaí – Parceria entre o Governo do Estado/Coca-cola, Programa de Incentivo à Produção de Juta e Malva, neste caso, trabalha-se tam-bém com a subvenção econômica, assim como a casta-nha e a borracha, e com o Programa de Incentivo à Cadeia

“Reconhecemos a importância da ADS como instrumento fundamental para garantir a comercialização dos produtos das cooperativas amazonenses, e, certamente, o comprometimento do presidente Valdelino Cavalcante e de sua equipe com o setor, contribuiu para o crescimento dos indicadores econômicos da agropecuária no Estado. O movimento cooperativista será sempre grato a ADS”.Petrúcio Magalhães Júnior, presidente da

Organização das Cooperativas Brasileiras no Amazonas

» A produção de juta e malva contribui para o desenvolvimento do setor primário

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The adopted strategy consists in showing, over a 10-year

period, concrete and successive results, while equally stimu-

lating the improvement and growth of the rural population,

with more than 100 entities benefiting from the commer-

cialization operated by the ADS. Considering this growth,

the ADS has been streamlining their work plans, focusing

on four key actions: Organization; promoting and support-

ing the Forestry, Mineral, Agricultural and Fishery Produc-

tion Chains; Supporting Fairs and Events Organization; and

Implementing Sustainable Processing Units.

The demand that has been generated – combined with

the quality of the production – has already brought forth

projects that show the growth of the productive rural popu-

lation in various forms of organization. Hundreds of asso-

ciations and cooperatives have benefited from commercial-

ization programs organized by the ADS, such as the School

Snack Regionalization Program (PREME) and the School Fur-

niture Regionalization Program (PROMOVE), which operate

in partnership with Semed and Seduc.

SUSTAINABLE BUSINESS

On a more practical note, there is the transformation of

natural resources concentrated in the State as financial re-

sources, which is reflected in the improvement of the quality

of life for the population in the interior of Amazonas.

The program has become a seal for the quality of the

products which it endorses. Therefore, it is considered to

be the genesis of the sustainable development movement

which has put Amazonas on the map on a national and inter-

national level through a unique policy, adopted by the State

Government.The entire production – brokered by the ADS –

is sold to the State, supermarkets, businesses, the Manaus

Industrial Complex and the Brazilian Army. Negotiations are

already underway for entry into the national and interna-

tional markets.

ADS PROGRAMS

With its sights on sustainable business, the ADS plays

the role of catalyst for negotiations between associations,

cooperatives, farmers, extractive workers and private and

government consumer markets. One of the basic principles

is the sustainable use of natural resources, generating jobs

and income in the local communities.

The ADS programs include the School Snack Regionaliza-

tion Program (PREME) and the School Furniture Regional-

ization Program (PROMOVE), which operate in partnership

with Semed and Seduc. Other programs include: the Region-

al Products Markets such as the CIGS (Jungle Warfare Train-

ing Centre), which resulted from a partnership between the

ADS and the Brazilian Army; the Food Acquisition Program

(PAA), a partnership with the Conab (the National Supply

Company) Regional Head Office, where supermarkets can

buy food directly from farmers.

Furthermore, there are: Chestnut and Vegetable Com-

mercialization Incentive Programs; Controlled Fishing Com-

mercialization Programs; Acai Commercialization - a partner-

ship between the state Government and Coca-Cola; Jute

and Mallow Production Incentive Program, in this case, also

working with economic subsidies, as well as chestnuts and

rubber, and the Rubber Production Chain Incentive Program,

which confirms support for the installation of two rubber

processing plants in the cities of Iranduba and Manicoré, as

well as the installation of the Neotec/Levorin Tire Factory,

in Manaus.

Finally, there is also the Agribusiness Incentive Program

for the development of value-added products, including

acai berries, chestnuts, buriti, cupuaçu, passion fruit and

pineapple.“Our projects show concrete and successive re-

sults along with the growth of the productive rural popula-

tion in various forms of organization. The programs that the

ADS operates directly benefit participating associations and

cooperatives,” emphasizes Valdelino.

NATIONAL HIGHLIGHT

One program that has become a benchmark in the coun-

try is the School Snack Regionalization Program (PREME),

the first in Brazil that aims to support sustainable develop-

ment, encouraging the purchase of a diversity of food prod-

» As hortaliças estão nos insumos agropecuários para a produção com menor custo

» Processo de produção da farinha do Uarini

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Produtiva da Borracha, selando um apoio à implantação de duas usinas de beneficiamento de borracha, nos mu-nicípios de Iranduba e Manicoré e apoio à implantação da Indústria de Pneus Neotec/Levorin, em Manaus, além do Programa de incentivo a Agroindústrias para o de-senvolvimento de Produtos com valor agregado, dentre os produtos beneficiados estão o Açaí, Castanha, Buriti, Cupuaçu, Maracujá, e o Abacaxi.

“Os nossos trabalhos mostram resultados concretos e sucessivos com o crescimento da população rural produ-tora nas diversas formas de organização. Os programas operacionalizados pela ADS beneficia diretamente as as-sociações e cooperativas participantes”, enfatiza Valdelino.

DESTAQUE NACIONAL

Um dos programas que se tornou referência no país é o Programa de Regionalização da Merenda Escolar no Es-tado do Amazonas (PREME), o primeiro do Brasil que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento sustentável, incentivar a aquisição de gêneros alimentícios diversifi-cados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e pelos empreendedores rurais, valorizando as comunidades tradicionais.

O Programa é uma ação interinstitucional para a inte-riorização do desenvolvimento, logo uma relação de pro-dução x educação. No ano de 2012 contou com 60 coope-rativas e associações fornecedoras, e com 41 municípios fornecedores, abastecendo 547 escolas, logo, alimentan-do 530 mil alunos. No total de 2012 o programa movimen-tou R$ 23 milhões em recursos, com produtos fornecidos dos 62 municípios do Amazonas, atingindo 51 itens no car-dápio da Seduc. Para este ano, o programa visa aumentar o número de produtores, cooperativas associações forne-cedoras, alcançando uma média estimada em 30 milhões de recursos, em 2013. Este ano também foi feita uma par-ceria com a Semed, no valor de R$ 9 milhões de recursos, com 24 itens no cardápio da merenda escolar de Manaus.

FEIRAS DE PRODUTOS REGIONAIS

As Feiras de Produtos regionais realizadas pela ADS (CIGS, Aeronáutica, Cidade Nova e Polícia Militar), aten-dem aos agricultores que buscam comercializar os seus produtos. O projeto que beneficia famílias, agricultores e o comércio local tem expandido cada vez mais, atingindo um grande número de público. Somente no ano de 2012 as Feiras totalizaram um montante de R$ 2.420. 591 em recursos movimentados. Implantada desde 16 de feve-reiro de 2008, a Feira de Produtos Regionais realizada no Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS) gerou entre 2008 – 2012 um volume total de recursos de R$ 12. 199. 950 milhões.

Em 12 meses, a feira do Cigs, comercializou 584. 742 produtos, oriundos de 88 cooperativas do interior do Estado, recebeu mais de 60 mil visitantes e beneficiou 3.575 famílias. Em todo o ano a feira contabilizou R$ 2.607.116 em recursos movimentados. A Feira do Cigs é resultado de uma parceria existente entre o Governo do Estado do Amazonas, por meio da ADS, e o Exército Bra-sileiro (por intermédio do CIGS), fortalecendo suas ações com apoio e produção rural local.

Criada através de parcerias feitas pela ADS e a escola Júlio Cesar de Morais Passos, na Avenida Max Teixeira, a feira da Cidade Nova tem os moldes da feira realiza-da no CIGS, porém, traz menores dimensões, atenden-do demandas locais. A Feira da Cidade Nova obteve R$ 1.235.460, em recursos movimentados, durante o ano de 2012. Em 12 meses, comercializou 599.018 produtos, oriundos de 42 cooperativas do interior do estado, rece-beu mais de 68 mil visitantes e beneficiou 2.950 famílias. Dentre os anos de 2010 a 2012 a feira contabilizou R$ 4.032.469 em recursos movimentados.

Mais uma parceira pública, entre a ADS e a Polícia Militar. A feira de produtos regionais no quartel do Co-mando Geral da Polícia Militar, no Bairro de Petrópolis

» Governo valoriza a expansão da piscicultura para atrair renda no interior do Estado

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 45

iniciou-se em 21 de maio de 2011. Quinzenalmente, o Comando Geral da Polícia Militar abre seus portões aos sábados para o público local para que possam ter aces-so aos produtos regionais disponíveis à venda no local. A Feira da PM em 2012 obteve um total de R$ 1.024.780 em recursos movimentados.

Comercializou em 12 meses, 273.273 produtos, oriundos de 69 cooperativas, recebeu mais de 59 mil vi-sitantes e beneficiou 1.650 famílias. Dentre os anos de 2011 – 2013 a feira contabilizou R$ 1.825.588 em recur-sos movimentados.

O Governo do Estado do Amazonas lançou no dia 04 de Fevereiro de 2012 em parceria com militares da Ae-ronáutica, a Feira da Economia Feminista e Solidária de Produtos Regionais do Amazonas, no pátio do Clube dos Suboficias e Sargentos da Aeronáutica (Cassam), Zona Sul. A parceria resulta de um convênio entre o Governo do Estado e o Ministério da Pesca e Agricultura e o 7º Comando Aéreo Regional (7º Comar). A Feira da Aero-náutica, em 2012 contabilizou R$ 2.420.591, em recursos movimentados. Em 12 meses, comercializou 620.689 produtos, oriundos de 92 cooperativas do interior do es-tado, e recebeu mais de 84 mil visitantes, beneficiando 3.400 famílias.

Durante os anos de 2008 – 2012 todos os resultados al-cançados nas feiras, contabilizaram R$ 20.478.328 em recur-sos movimentados, comercializando 6.545.857 produtos, beneficiando 11.575 famílias. As feiras ocorrem quinzenal-mente, a partir das 6h da manhã, estendendo-se até o meio dia, aberta ao público local.

O Presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, ressalta que as feiras têm cumprido o seu objetivo que é “gerar oportunidades de trabalho e renda aos produtores, aten-dendo a meta do governador do Estado, Omar Aziz”.

CONQUISTAS

Valdelino Cavalcante, avalia que apesar dos frutos desses 10 anos de trabalho reconhecidos dentro e fora do Estado, a Agência ainda tem um grande trajeto a percorrer. “Buscamos executar novas políticas públicas destinadas ao fortalecimento das cadeias produtivas dos segmentos florestais madeireiros e não-madeireiros , e negócios sustentáveis. Promovendo cada vez mais a di-namização das cadeias produtivas e outras de cunho sus-tentáveis”, destaca.

No que diz respeito às futuras ações, a ADS destaca também viabilizar para os produtores e suas respecti-vas organizações, a aquisição de insumos agropecuários para a produção com menor custo; Implementação a Central de Comercialização, como mais uma alternativa da comercialização do produto ao consumidor direto. E a ampliação das redes de Agroindústrias no Estado do Amazonas para Beneficiamento do Pescado, Açaí, Buriti, Castanha e outros produtos com valor agregado.

Por fim, o Presidente ressalta o papel do Governo do Amazonas como principal articulador, por meio da ADS, uma vez que as ações da ADS fazem parte do programa Amazonas Rural, lançado pelo governador Omar Aziz para incentivar e valorizar o setor primário, junto com o apoio da SDS, AFEAM, CONAB, FAEA/SENAR, IDAM, OCB/AM, SEBRAE/AM, SEPROR, que visam o desenvolvimento e comercialização da produção rural local.

AMAZONAS RURAL

Todos esses programas operacionalizados pela ADS, são incentivados pelo Programa Amazonas Rural que tem investimentos de R$ 1 bilhão, dos quais R$ 100 mi-lhões são estaduais, R$ 200 milhões de parceiros públi-cos, como Ministério das Cidades e Fundo da Amazônia, e o maior volume, cerca de R$ 700 milhões, da iniciativa privada. O governador Omar Aziz, investe R$ 600 mi-lhões em obras de infraestrutura no interior do Estado, que inclui construção de estradas e vicinais, portos e me-lhoria da infraestrutura das cidades.

» O presidente da ADS, Valdelino Cavalcante durante visita a uma propriedade rural na região metropolitana de Manaus // ADS Director-General Valdelino Cavalcante during a visit to a rural property in the metropolitan region of Manaus

"O Valdelino conseguiu levar desenvolvimento econômico para o interior, através de vários projetos da ADS, como os da merenda escolar e da fabricação de móveis para as escolas".Edimar Vizolli, presidente do IDAM

» A ampliação das redes de Agroindústrias no Estado do Amazonas beneficia a produção e o mercado de castanha

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46 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

ucts, produced locally and preferably by family farmers and

rural businesspersons, valuing traditional communities.

The program is an inter-agency action for the develop-

ment of the interior and, consequently, a relationship be-

tween production and education. In the year 2012, partici-

pants included 60 cooperatives and suppliers, as well as 41

supplier cities, supplying 547 schools and feeding 530,000

students. Altogether, during 2012, the program was worth

R$23 million in resources, with products being supplied by

62 Amazonian cities, totaling 51 items on the Seduc menu.

This year, the program aims to increase the number of pro-

ducers and cooperative suppliers, reaching an estimated av-

erage of R$30 million in resources, in 2013.

A partnership with Semed, worth R$9 million in resourc-

es, was also established this year, adding 24 items to the

snack menu for Manaus schools.

REGIONAL PRODUCTS MARKET

The Regional Products Markets carried out by the ADS

(CIGS, the Air Force, Cidade Nova and the Military Police)

serve farmers seeking to sell their products. The project,

which benefits families, farmers and local businesses, has

been growing by leaps and bounds, reaching a very large

audience. In 2012 alone, the trading volume at the markets

represented a total of R$ 2,420, 591.

Inaugurated on February 16, 2008, the Regional Prod-

ucts Fair held at the Jungle Warfare Training Centre (CIGS)

produced a total of R $12,199,950 in funds between 2008-

2012. In 12 months, the CIGS market sold 584,742 products

from 88 cooperatives in the state’s interior, received more

than 60,000 visitors and benefited 3,575 families. Over the

year, R$ 2,607,116 worth of products were traded at the

market. The CIGS market is the result of a partnership be-

tween the Government of the State of Amazonas, through

the ADS, and the Brazilian Army (through CIGS), strengthen-

ing its actions with local rural production and support.

Created through partnerships made by the ADS and

Júlio Cesar de Morais Passos School, at 1041 Max Teixeira

Avenue, the Cidade Nova market follows the same layout as

the one held at the CIGS, however on a smaller scale, meet-

ing local demands. The Cidade Nova Market brought in R$

1,235,460 in 2012. Over 12 months, 599,018 products were

sold from 42 cooperatives in the interior of the state. The

market received over 68,000 visitors and benefited 2,950

families. Between 2010 and 2012, the trading volume at

the market totaled R$ 4,032,469.Another public partner-

ship, between the ADS and the Military Police produced a

regional products fair at the Military Police General Com-

mand headquarters, in the Petrópolis neighborhood, which

opened on May 21, 2011. Every other Saturday, the Military

Police General Command opens its doors to the local public

so they can have access to regional products available for

sale at the fair. The Military Police fair had a trading volume

of R$ 1,024,780 in 2012. Over a span of 12 months, 273,273

products from 69 cooperatives were sold to over 59 thou-

sand visitors, benefiting 1,650 families. Between 2011 and

2013, the fair generated R$ 1,825,588 in transactions.

The Amazonas State Government, in partnership with

Air Force servicemen and women, launched the Feminist

Economy and Solidarity Fair for Regional Products in Ama-

zonas on February 4, 2012, in the courtyard at the CASSAM

(Air Force Non-Commissioned Officers and Sergeants Soci-

ety), in the southern district. The partnership is the result of

an agreement between the State Government, the Ministry

of Fisheries and Aquaculture and the 7th Regional Air Com-

mand (7 COMAR). The Air Force Fair brought in R$ 2,420,591

in 2012. Over 12 months, 620,689 products from 92 coop-

eratives in the state were sold, over 84,000 visitors were in

attendance, and 3,400 families were benefited.

Between 2008 and 2012 the total trading volume from

all the markets represented R$ 20,478,328, with the sale of

6,545,857 products, benefiting 11,575 families. The mar-

kets were open to the local public, every other week, from 6

o’clock in the morning until noon.

ADS President, Valdelino Cavalcante, points out that the

markets have accomplished their goal of “creating employ-

ment and income opportunities for farmers, reaching the

goal set by the State Governor, Omar Aziz.”

ACCOMPLISHMENTS

Valdelino Cavalcante, estimates that, despite the fruits

of the last 10 being recognized both in and out of state, the

Agency still has a long journey ahead of it. “We seek to carry out

new public policies aimed at strengthening production chains

in both the timber and non-timber forest product segments, as

well as sustainable business. This, in turn, serves to increasingly

promote the development of production chains and other sus-

tainable chains,” he explains.

Regarding future actions, the ADS also highlights the need

to make it feasible for producers and their respective organiza-

tions to acquire agricultural inputs to lower production costs;

implement the Sales Centre, as another alternative selling prod-

ucts directly to consumers; and to expand agroindustrial net-

works in the State of Amazonas for processing fish, acai berries,

buriti, chestnuts and other value-added products.

Renda

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 47

» Estudantes recebem uma alimentação saudável e regionalizada através do PREME // Students are fed healthy, local food through PREME

» Pagamento da subvenção garante uma renda maior ao produtor rural // Payment of the subsidy ensures a higher income for farmers

» Nas feiras o consumidor negocia diretamente com o produtor // At the market, customers do business directly with farmers

“A participação do Valdelino na instalação da nossa fábrica de pneus para motos e bicicletas em Manaus foi fundamental. Ele nos ajudou nos encaminhamentos de nossas demandas junto às autoridades e no relacionamento com os seringueiros, nossos parceiros.” Auro Levorin, diretor-geral da Neotec

Finally, the President emphasizes the role of the Ama-

zonas State Government as the main coordinator, through

the ADS, considering that ADS shares are a part of the Rural

Amazonas Program, launched by Governor Omar Aziz to in-

centivize and value the primary sector, along with the sup-

port of SDS, AFEAM, CONAB, FAEA/SENAR, IDAM, OCB/AM,

SEBRAE/AM and SEPROR, who aims to develop and com-

mercialize local rural food production.

RURAL AMAZONAS

All of these programs operated by the ADS receive incen-

tives from the Rural Amazonas Program, which has invested

R$1 billion, of which R$100 million is from the State level,

R$200 million from government partners, such as the Minis-

try of Cities and the Amazon Fund, and the largest volume,

about R$700 million, from the private sector. Governor Omar

Aziz, has invested R$600 million in infrastructure in the state’s

interior, which includes the construction of roads and side

roads, ports and city infrastructure improvements.

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48 | MARÇO / ABRIL / MAIO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

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RONDÔNIA MODERNIZA INFRAESTRUTURA

”O complexo portuário rondoniense terá cerca de 27 milhões de metros quadrados e estrutura disponível para as empresas

que vierem a se instalar na futura ZPE e no novo distrito industrial do Estado.”

Uma série de projetos voltados para a modernização dos modais de transpor-

te e exportação do Estado deverá modificar o panorama econômico de Rondônia

em curto prazo.

 As obras serão realizadas pelo Governo de Rondônia, com apoio do Governo

Federal e, em alguns casos em parceria com a iniciativa privada. Algumas obras já

estão licitadas, podendo ser iniciadas ainda em 2013. Entre os projetos se des-

taca a construção do novo complexo portuário da capital, que deverá receber

perto de R$ 1 bilhão em recursos públicos e privados, com início neste segundo

semestre.

Outras obras também despertam o interesse do setor produtivo como a

Zona de Processamento de Exportação (ZPE), a Ferrovia Leste-Oeste de Vilhe-

na a Porto Velho, ampliação da pista do aeroporto internacional Jorge Teixeira,

a dragagem da hidrovia do Madeira, novas pontes para ligação terrestre com

Acre, Amazonas e Bolívia, e a reconstrução da principal rodovia do Estado, a

BR-364. Além disso, o Estado deverá figurar no topo na produção nacional de

energia limpa, com a conclusão das usinas de Santo Antônio e Jirau, cada uma

com capacidade de geração próxima dos 3,5 megawatts, e a construção de uma

terceira hidrelétrica com capacidade semelhante, no rio Mamoré. Um exemplo

do novo momento do Estado são as obras do futuro terminal de embarque de

soja de Porto Velho, em parceria com o Grupo Amaggi.

Com início no segundo semestre de 2013, o complexo portuário rondonien-

se terá cerca de 27 milhões de metros quadrados e estrutura disponível para as

empresas que vierem a se instalar na futura ZPE e no novo distrito industrial do

Estado. O novo complexo destinará mais de 2,5 milhões de metros quadrados à

implantação da Zona de Processamento de Exportação de Rondônia. Serão R$

260 milhões somente em recursos privados, com prazo de 24 meses para im-

plantação. O complexo portuário ainda reserva uma área de 5 milhões de me-

tros quadrados para implantação do novo parque industrial do Estado, além de

1 milhão de metros quadrados já confirmados para implantação do novo porto

público. Estas obras deverão estar concluídas num prazo de 18 meses.

Outra importante obra será o prolongamento da Ferrovia de Integração

Leste-Oeste, incorporando o trecho de Vilhena a Porto Velho. As obras partirão

dos dois extremos do Estado, acelerando sua construção. A ferrovia que cortará

a Bahia, Tocantins e Mato Grosso, já está totalmente licitada até Vilhena. E o tre-

cho de Vilhena a Porto Velho será licitado ainda este ano. Com a ampliação até

Porto Velho, a ferrovia será interligada com a hidrovia do Madeira. As obras de

dragagem do rio, para garantir a navegabilidade na estação de seca amazônica,

também já foram licitadas, e deverão ser iniciadas nos próximos meses. A partir

da modernização dos modais de transporte aéreo, terrestre e fluvial e com os

novos investimentos resultantes dessas obras, Rondônia passará a ocupar, nos

próximos anos, importante posição estratégica dentro do cenário nacional.

Emerson CastroSecretário de Educação de Rondônia e ex secretário de Desenvolvimento do Estado

Artigo

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Ao todo foram distribuídos mais de R$ 100 mil para os vencedores de diversas modalidades esportivas // Subheading: In total, over R$100,000 in prizes was awarded to winners in various sporting categories

Campeão da XXVI EXPOAPganha carro zero kmXXVI EXPOAP CHAMPION WINS BRAND NEW CAR

REPORTAGEM E F0TOS: Antonio Ximenes

A Vigésima Sexta Exposição de Apuí (XXVI EXPOAP) foi um sucesso.

Durante quatro dias (de 12 a 15 de setembro) a cida-de recebeu mais de 5 mil pessoas que foram de Rondô-nia, Acre, Humaitá, Manicoré, Santo Antônio do Matupi, Jacareacanga, Santarém, Manaus, Belém, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, entre outras regiões, para prestigiar a festa no Sul do Amazonas, às margens da BR 230, a Transamazônica.

A maior atração do evento foi a montaria profissional em touros.

O público lotou a arena e assistiu o peão Cassiano Chaves, com 316 pontos ganhar um carro zero quilôme-tro. A alegria foi maior ainda, porque o campeão mora

em Apuí. Foi a primeira vez que uma cidade do interior deu um automóvel para o vencedor do rodeio. ”Eu me sinto abençoado por Deus, sempre quis ter um carro para transportar a minha família”, disse.

A vaquejada e o torneio de laço armadão premiaram seus vencedores com duas motos de 125 cilindradas. O concurso leiteiro deu uma ordenhadeira elétrica para o grande campeão.

Outros prêmios nas mais diversas modalidades, como provas dos três tambores, baliza, motojada, montaria em carneiro, laço juvenil fizeram a alegria dos participantes.

Ao todo foram distribuídos mais de R$ 100 mil em prêmios, nesta que é considerada uma das mais autênti-cas festas de peão do Estado do Amazonas.

Rodeio // Rodeo

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MOBILIZAÇÃO

A prefeitura esteve mobilizada durante meses para devolver a festa o seu brilho original, que, nas últimas edições, havia sofrido pela falta de infraestrutura e pla-nejamento. "A EXPOAP faz parte da história da cidade. É nela que o povo brinca, faz negócios e vibra com as mon-tarias. Fizemos o melhor da administração para oferecer um espetáculo digno dos apuienses”, disse o prefeito Adimilson Nogueira, 41.

O governo do Estado, através da Secretaria de Pro-dução (SEPROR), Secretaria de Cultura, Agência de De-senvolvimento Sustentável (ADS), Instituto de Desenvol-vimento Agropecuário do Amazonas (IDAM) contribuiu para o êxito do evento. “Apuí é um município que tem recebido o nosso apoio pela sua dinâmica administração e o fortalecimento da economia regional”, disse o vice--governador José Melo, que esteve na cidade para a en-trega de maquinários agrícolas.

CAVALGADA

Uma cavalgada com mais de 3000 pessoas abriu a festa. O público assistiu o show da dupla sertaneja Rick & Renner. Outras apresentações regionais abrilhantaram o evento, dentre elas a dupla sertaneja local Neto e Júlio Cesar. O lo-cutor de rodeio Marcus Vinicius foi outra atração nacional. Os hotéis, restaurantes, lojas e a venda de máquinas e insu-mos agrícolas registraram negócios acima de R$ 5 milhões.

VICINAIS E PONTES

Com estradas vicinais conservadas – o governo do Es-tado fez uma parceria com o prefeitura repassando com-bustível e maquinários –, os produtores rurais das áreas mais afastadas da sede do município puderam ir à XXVI Expoap, mesmo com as chuvas torrenciais. A recupera-ção e construção de 49 pontes também contribuiu para a melhor mobilidade da zona rural para a urbana. Esses fo-ram ingredientes importantes para o sucesso do rodeio.

The 26th Exposition of Apuí (EXPOAP) was a success. For four days (from the 12th to the 15th of September) the city received over 5,000 people from Rondônia, Acre, Humaitá, Manicoré, Santo Antônio do Matupi, Jacareacanga, Santarém, Manaus, Belém, Rio Grande do Sul, Paraná, and Santa Catarina, among other regions, to attend the festival in the southern Am-azonas, at the verge of BR 230, also known as Transamazônica.

The event’s greatest attraction was the professional bull riding.

The public filled the arena and watched as cowboy Cassiano Chaves scored 316 points and won a brand new car. The excite-ment was even greater since the champion lives in Apuí. That

was the first time a country town presented an automobile to a rodeo winner. “I feel blessed by God. I’ve always wanted to have a car to drive my family,” Chaves said.

The vaquejada and rodeo roping events awarded their win-ners with two motorcycles 125cc. The milking contest awarded an electric milking machine to the grand champion.

Other awards in the most diverse modalities, such as barrel racing, team roping, goat tying, rodeo roping event for teens, among others thrilled the participants.

Over R$ 100 thousand in prizes were awarded at this cow-boy festival, which is considered one of the most authentic in Amazonas.

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PÚBLICO

Como a cidade foi fundada por gaúchos, paranaenses e catarinenses, toda vez que a festa é realizada centenas de pessoas do Sul do Brasil viajam até Apuí para os fes-tejos. Com o trecho da Transamazônica entre Humaitá e Apuí em melhores condições de trafegabilidade carava-nas de carros e ônibus chegaram a cidade.

VOOS

Dezenas de voos da Apuí Táxi Aéreo e da CTA Táxi Aé-reo levaram passageiros de Manaus para o rodeio. Aero-naves do Pará e de Rondônia também pousaram no aero-porto local, que está homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

BACIA LEITEIRA

Com um concurso leiteiro de alto nível. A vaca Mococa de propriedade do fazendeiro José Tomaz foi a grande campeã, ela produziu 78,765 quilos de leite em três dias. Em segundo lugar ficou a vaca Rainha de Raimundo Bueno (O Homem do Rio) que produziu 71,155 quilos no mesmo período.

» Pai, filho, filha e neta, família vencedora no rodeio de Apuí // Father, son, daughter and granddaughter - winning family at the Apuí Rodeo

» Campeões do concurso leiteiro, um dos mais importante do Estado // Champions of the Dairy Contest, one of the most important contests in the State

» Gilberto Vizolli (coordenador geral da feira) e a filha no concurso leiteiro // Gilberto Vizolli (General Coordinator of the fair) and his daughter at the Dairy Contest

GENÉTICA

O coordenador geral da XXVI Expoap, Gilberto Vizolli, disse que Apuí vai dar um salto de qualidade de produção de leite e queijo com os investimentos que estão sendo feitos no plantel, tanto geneticamente como no manejo. “As vacas estão cada vez melhores e as raças holandesa, Gir e Girolanda se destacam.

Com o desempenho das que vieram aqui para o con-curso leiteiro, posso dizer, sem errar, que estamos no ca-minho certo”, pontuou.

RESFRIADORES

Apuí se caracteriza por ter a melhor e maior bacia lei-teira do Sul do Amazonas. Atento a esta riqueza, o gover-no do Estado disponibilizou 20 resfriadores de leite para o município, o que vai permitir um aumento de até dez vezes mais na produção local de leite e queijo.

“O governador Omar Aziz entendeu a nossa necessi-dade e está nos ajudando para alavancarmos ainda mais a nossa produção, mas com tecnologia”, disse o prefeito Adimilson Nogueira.

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PREPARING

The town hall was preparing for months in order to return to the festival its original glow, which had been fading for the last years due to lack of infrastructure and planning. “EXPOAP is a part of the history of my town. It is there that the people play, do business and buzz with excitement over the bull riding. We did the best we could to offer a spectacle worthy of the Apuí people,” declared the 41 year-old mayor Adimilson Nogueira.

The State Government contributed to the success of the event through the Secretary of Production (Sepror), State Sec-retary of Culture, Sustainable Development Agency (ADS), and Agricultural Development of Amazonas (IDAM). “Apuí is a town which has received our support for its dynamic administration and strengthening of the regional economy,” says Deputy Gov-ernor José Melo, who was in town for the delivery of agricultural machinery.

CAVALCADE

A cavalcade with over two hundred people opened the festi-val. After a lot of rain, the public watched the show of the coun-try duo Rick & Renner. Throughout the four days other regional presentations made the event shine even brighter, among them being the country duo Neto and Júlio Cesar.

The rodeo announcer Marcus Vinicius was another national attraction. A bustling food court also cheered the 26th EXPOAP. The hotels, restaurants, stores and the sale of machinery and ag-ricultural feedstock registered sales of over R$ 5 million.

LOCAL ROADS AND BRIDGES

With well-kept local roads – the State Government estab-lished a partnership with the town hall passing on fuel and ma-chinery – the rural producers of more removed areas from town were able to go to the 26th EXPOAP, even under torrential rain. The restoration and building of 49 bridges also contributed to greater mobility between the rural and urban areas. These were important ingredients for the success of the rodeo.

PUBLIC

Since the city was founded by people coming from Rio Grande do Sul, Paraná, and Santa Catarina, every time the festi-val is held, hundreds of people from the south of Brazil travel to Apuí for the party. Now that the stretch of the Transamazônica between Humaitá and Apuí are in better traveling conditions, caravans arrived in town.

FLIGHTS

Dozens of flights from Apuí Air Taxi and CTA Air Taxi took passengers from Manaus to the rodeo. Airplanes from Pará and Rondônia also landed in the local airport, which is approved by the National Civil Aviation Agency (Anac).

DAIRY INDUSTRY

With a high-level milking contest, the cow Mococa, owned by proprietor José Tomazes was the grand champion. She pro-duced 78,765 kilos of milk in three days. In second place came Rainha, Raimundo Bueno’s cow (he is also known as The River Man), which produced 71,155 kilos in the same period.

» Prefeito entregando o carro zero km para o vencedor do rodeio o peão Cassiano Chaves // The Mayor handing over the keys to the brand new car to the winner of the rodeo, cowboy Cassiano Chaves

» Peões do rodeio com Cassiano Chaves (Campeão) ao lado do prefeito // Rodeo cowboys with Cassiano Chaves (Champion), next to the Mayor

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ESTRADA

A recuperação da estrada que liga Apuí a Novo Aripu-anã (AM-174) é outra parceria estratégica da prefeitura com o governo do Estado. No momento, mais de 150 quilômetros já foram recuperados. Esta estrada tem um papel decisivo no desenvolvimento do município, porque através dela tudo que é produzido na cidade pode ser transportado por terra até Novo Aripuanã e, de lá, embar-cado para Manaus (o principal mercado dos produtos do município). O investimento previsto é de R$ 2,4 milhões.

PISCICULTURA

O incentivo à piscicultura também faz parte da estra-tégia de desenvolvimento regional. A prefeitura retomou a estação de alevinagem e em janeiro de 2014 disponibi-lizará 400 mil alevinos. “Vamos impulsionar a produção de peixes para melhorar a alimentação dos apuienses e para vender também para Manaus”, afirmou o prefeito Adimilson Nogueira.

FEIRA FAMILIAR

Neste ano foi realizada a 2ª Feira de Produtores Ru-rais Familiares, um evento que se destacou pelo seu perfil social. Nela, dezenas de famílias apresentaram seus pro-dutos. Além das palestras sobre linhas de crédito rural, o Novo Código Florestal e sobre a cigarinha nas pastagens, a 2ª Feira premiou os produtores que levaram a maior raiz de macaxeira, o maior cacho de banana, o melhor queijo casei-ro, bem como também o prêmio IDESAM de melhor café.

» Membros da comitiva Penélope // Members of the Penélope party » O contraste da beleza das rainhas do rodeio de Apuí // The contrast in the beauty of the Apuí rodeo queens

Rodeio

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» Apresentador Marcus Vinicius entrega troféu para cowgirl mirim // Presenter Marcus Vinicius hands trophy to a young cowgirl

» Vice-governador José Melo, prefeito de Apuí, Adimilson Nogueira, a rainha e o vice-prefeito Delmar Hister // Vice-Governor José Melo, Adimilson Nogueira, Mayor of Apuí, the queen and Deputy Mayor Delmar Hister

GENETICS

General Coordinator of the 26th EXPOAP, Gilberto Vizolli, said that Apuí will take a milk and cheese production quality leap with the investments that are being made in the breeding, whether they be genetic or manipulative. “The cows are better each time and the Holstein, Gyr, and Girolando breeds stand out. With the performance of the cows that are here for the milking contest, I can affirm, no doubt, that we are on the right path,” he pointed out.

COOLERS

Apuí is known for having the best and biggest diary industry in the South of Amazonas. Aware of the fact, the government of the State provided 20 milk coolers to the town, which will allow an increase of ten times in the local production of milk and cheese.

“Governor Omar Aziz understood our need and is helping us to boost our production, but using technology,” says Mayor Adimilson Nogueira.

ROAD

The renovation of the road that connects Apuí and Novo Aripuanã (AM-174) is another of the town hall’s strategic part-nership with the state government. Currently, over 150 km have been redone. This road has a decisive role in the development of the town, because through it everything that is produced in town can be transported by land to Novo Aripuanã and from there shipped to Manaus (the town’s main market for its prod-ucts). The expected investment is R$ 2.4 million.

PISCICULTURE

The incentive to raise fish is also part of the regional devel-opment strategy. The town hall has recovered the spawning grounds and in January 2014 will deliver 400 thousand finger-lings. “We will promote fish production to improve the nourish-ment of the people of Apuí and also to sell to Manaus as well,” stated Mayor Adimilson Nogueira.

FAMILY MARKET

The 2nd Rural Producers’ Family Market was held this year: an event which stood out due to its social profile. Dozens of fam-ilies presented their products. Besides the lectures about rural lines of credit, the New Forestry Code, and the cicada pest, the 2nd Market awarded producers who took the largest cassava, the biggest bunch of bananas, the best homemade cheese, as well as the Idesam award for best coffee.

“We are happy when they see that the lower income farmers present their products and can sell them directly to the public, “said Raimunda Nascimento of the Workers and Family Farmers Union of Apuí (Sintrap).

TOURISM

Besides the family farm, which has the full support of the city, Deputy Mayor Delmar Hister, stressed the importance of

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"A gente fica feliz quando vê que os produtores ru-rais de menor renda apresentam os seus produtos e conseguem vende-los diretamente para o público", disse Raimunda Nascimento do Sindicato dos Trabalhadores e Agricultores Familiares de Apuí (Sintrafa).

TURISMO

Além da agricultura familiar, que tem todo o apoio da prefeitura, o vice-prefeito Delmar Hister, frisou a impor-tância da valorização e dos investimentos feitos no eco-turismo, onde as pousadas da floresta que recebem os pescadores esportivos se destacam."Temos mais de 70 cachoeiras no município e diversos hotéis de selva que ge-ram riquezas para o município, mas precisamos aumentar este tipo de negócio, que é altamente sustentável", frisou.

LINHAS DE CRÉDITO

Os bancos do Brasil, da Amazônia (BASA) e a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (AFEAM) movimen-taram mais de R$ 1,5 milhão diretamente na feira com a venda de maquinários, tratores e disponibilizando linhas de crédito.

TRATORES

O Fundo de Promoção Social (FPS) presidido pela pri-meira dama Nejmi Aziz entregou um trator, uma carreta agrícola com capacidade de quatro toneladas, uma grade

aradora, plaina frontal, plantadeira e um pulverizador. Es-ses equipamentos foram para o projeto de assentamen-to do rio Acari e vão beneficiar 250 famílias.

Outros três tratores foram entregues dentro do Programa Mais Alimentos do Governo Federal. Todos os equipamentos foram entregues pelo vice-governador José Melo.

IDAM

Apuí tem se beneficiado de diversas ações do go-verno estadual, o IDAM, por exemplo, até o final do ano investirá R$ 8 milhões em toda a cadeia produtiva local. Serão linhas de créditos, equipamentos e toda uma gama de projetos que beneficiarão os produtores rurais com assistência técnica e tecnologia."Nós estamos atuando fortemente na região e vamos ampliar nossas atividades por determinação do governador Omar Aziz", disse o presidente do Idam, Edimar Vizolli.

ADS

O presidente da ADS, Valdelino Cavalcante, disse que neste ano foram investidos mais de R$ 1,555 milhão em diversas ações, como a compra de 65 toneladas de queijo de mussarela, a compra direta de 4.820 carteiras esco-lares, 100 mesas para escritório, 80 mesas para refeitó-rios, 100 conjuntos para professores, entre outras ações. "Apuí é uma das nossas prioridades pela sua força no se-tor produtivo", disse Valdelino.

COMUNICAÇÃO

Outro avanço na cidade é a presença da Rádio Cul-tura FM, que, diariamente, informa os produtores rurais sobre o que está acontecendo na área. Segundo Edson Maranhão, responsável pelas atividades da emissora, a comunicação direta com os agricultores, pecuaristas, piscicultores, empresários de turismo e demais setores da economia, tem avançado positivamente. "As pessoas estão muito mais informadas", comentou.

Rodeio

» Chefe de gabinete, Sandra Bazália, assessora Alice Costa e a secretária de Assistência Social Magna de Oliveira, com o neto Murilo Parron // Cabinet Chief Sandra Bazália, Advisor Alice Costa and Social Assistance Secretary Magna de Oliveira, with grandson Murilo Parron

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valuing and investing in ecotourism, where forest lodges that receive sports fishermen stand out. “We have over 70 waterfalls in the town and several jungle lodges that generate wealth for the city, but we need to increase this type of business, which is highly sustainable, “he said.

LINES OF CREDIT

The Brazilian banks, Banco da Amazônia (Basa) and the Ama-zon State Development Agency (Afeam) moved more than R$ 1.5 million directly at the fair with the sales of machines, tractors and lines of credit made available.

TRACTORS

The Social Promotion Fund (FPS) chaired by Amazonas State First Lady Nejmi Aziz delivered a tractor, a 4-ton truck farm with capacity of four tons, harrow, front planer, planter and sprayer. These facilities, for the settlement project and Acari River, will benefit 250 families.

Three more tractors were given within the Federal Govern-ment’s More Foods Program. All the equipment was handed out by Deputy Governor José Melo.

IDAM

Apuí has benefited from several actions of the state govern-ment. For example, by the end of the year IDAM (Institute of Am-

azonas State Develpoment) will invest R$8 million in the entire local production chain. There will be credit lines, equipment and a whole range of projects that will benefit farmers with technical assistance and technology. “We are working heavily in the region and we will expand our activities as determined by the Governor Omar Aziz,” said the president of Idam, Edimar Vizolli.

ADS

The president of ADS (Sustainable Developmental Agency), Valdelino Cavalcante, said this year more than R$ 1.555 million was invested in various actions, such as the purchase of 65 tons of mozzarella cheese, the direct purchase of 4,820 school desks, office desks 100, 80 cafeteria tables, 100 teachers kits, among others. “Apuí is one of our priorities for its strength in the manu-facturing sector,” said Valdelino.

COMMUNICATION

Another advancement in the city is the presence of Radio Cultura FM, which daily informs farmers about what is happen-ing in the area. According to Edson Maranhão, who is responsible for the activities of the station, direct communication with farm-ers, ranchers, fish farmers, tourism entrepreneurs and other economic sectors has progressed positively. “People are much

better informed,” he said.

» Em primeiro plano o juiz do rodeio Manoel Nascimento dos Santos // In the foreground, rodeo judge Manoel Nascimento dos Santos

» Valdelino Cavalcante, Edimar Vizolli em momento de oração // Valdelino Cavalcante, Edimar Vizolli during a moment of prayer

» Oração à Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, tradicionalmente feita pelos peões // Prayer to Our Lady of Aparecida, patroness of Brazil, traditionally said by cowboys

» Vice-governador José Melo, no momento da entrega de um trator aos produtores locais // Vice-Governor José Melo, during the delivery of a tractor to local farmers

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A MANIFESTAÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL

Os bois-bumbás Garantido e Caprichoso, principais atrações do Festival Folcló-

rico de Parintins, celebram cem anos de fundação com a triunfante condição de

realizadores de espetáculos midiáticos articulados com as raízes do boi-bumbá de

terreiro que migrou do Nordeste para a Amazônia, em meados do século 19. Ambos

entremeiam valores e hábitos da tradição do folguedo popular com as inovações

tecnológicas e estilísticas do momento. Em Parintins, assiste-se aos “bois de rua”, a

festa dos moradores, e aos “bois de arena”, feitos para os turistas.

Garantido e Caprichoso reivindicam 1913 como ano de fundação. Lindolfo Mon-

teverde, morador da Baixa de São José, criou o Garantido. A criação do Caprichoso

é atribuída a Luiz Gonzaga e a Roque Cid. Eles surgiram como pagamento de graças

divinas alcançadas por intercessão de São João Batista, santo festeiro do catolicismo

popular. Na sua versão de terreiro, esses bois-bumbás reuniam parentes e amigos que

se divertiam com cantorias e danças acompanhadas de percussão rústica.

A cidade de Parintins, com 109 mil habitantes, está localizada na margem direita

do rio Amazonas, a 321 quilômetros de Manaus em linha reta. A primeira edição do

festival foi realizada em 1967, por iniciativa de um clube de futebol vinculado à Igreja

Católica. Em 1988, depois de passar por vários “palcos”, os bois-bumbás ganharam um

anfiteatro com capacidade para cerca de 12,2 mil pessoas (em 2013, o bumbódromo,

foi ampliado para 16,5 mil pessoas). Cada agremiação possui ao menos quatro mil

“brincantes”.

A versão espetacular do Boi-bumbá de Parintins é o resultado do aperfeiçoa-

mento da relação do folguedo junino com o mercado de entretenimento, lazer e

turismo. O boi de arena se expressa, principalmente, por meio de elementos esti-

lizados do imaginário amazônico, tais como seres sobrenaturais (boto encantado,

jurupari, cobra-grande etc.), episódios cosmológicos (rituais das sociedades indí-

genas) e personagens e heróis do cotidiano amazônico (curandeiros, seringueiros,

castanheiros etc.). O boi de rua se manifesta nos ensaios realizados nos currais e nos

cortejos de rua, nas datas tradicionais, ocasiões em que os brincantes e a população

reverenciam o boi de pano.

O boi-bumbá parintinense, desde o meado da década de 1980, passou a de-

fender temas com apelos à preservação do ambiente e das culturas amazônico. Na

década seguinte, já havia se tornado um megaevento pop amazônico a catalisar a

atenção das mídias e dos grandes investidores dos negócios da cultura. É nesse pe-

ríodo que o “Festival de Parintins” conquista notoriedade nacional e internacional,

principalmente nos segmentos da música e do turismo.

Os “artistas de boi”, também conhecidos como “artistas de ponta”, autodenomi-

nam-se realizadores de peças lítero-cênico-musicais. Garantido e Caprichoso promo-

vem a interação das diversas linguagens e expressões artísticas, como música, dança,

teatro, escultura e pintura. Os espetáculos são produzidos intelectual e tecnicamente

para conquistar a preferência dos jurados. Toda a força organizativa, criativa e emo-

cional dos artistas se volta para o momento crucial da conquista do título de campeão

do ano. Alegorias, fantasias, adereços, coreografias, performances e toada tratam de

temas que se estendem da origem lúdica do boi-bumbá à necessidade do surgimento

de uma consciência universal voltada para a preservação do planeta. O júri é sempre

formado por antropólogos, musicólogos, bailarinos, coreógrafos e artistas plásticos.

A popularização do boi-bumbá de Parintins levou seus artistas para além das

fronteiras do Amazonas. Artistas de boi já trabalham, há ao menos duas décadas, nas

escolas de samba do Rio de Janeiro e São Paulo, onde são reconhecidos como intro-

dutores dos movimentos das alegorias carnavalescas.

Wilson NogueiraJornalista

O carnaval carioca e o boi-bumbá parin-

tinense mantém uma antiga aliança. É de lá,

mais precisamente da Portela, que o artista

plástico Jair Mendes, trouxe a alegoria para

o boi-bumbá, na década de 1970. Mendes

explica que a alegoria, no boi-bumbá, adqui-

riu proporções gigantescas e, por meio dos

seus movimentos, passou a protagonizar os

principais momentos do espetáculo. Isso foi

possível porque o boi-bumbá se apresenta

na forma de círculo, situação que envolve o

espectador no conjunto do espetáculo. No

carnaval, os foliões e carros alegóricos des-

filam para a plateia.

Com o passar dos anos, a troca de expe-

riência entre os artistas do carnaval e o boi-

-bumbá só se acentuou. Os parintinenses ti-

veram acesso a inúmeros materiais, técnicas

e equipamentos e máquinas usados havia

anos pelas escolas de samba. Conseguiram,

com essa permuta, mais qualidade e beleza

na realização do boi de arena. Mas é preciso

dizer que carnaval é carnaval e boi-bumbá

é boi-bumbá, mesmo que sejam parecidos

até mesmo no modo de incorporar novos

valores e novas tecnologias. O boi-bumbá

parintinense revela a Amazônia que sempre

esteve aberta à diversidade cultural.

Artigo

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60 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

Prevenção

O Instituto Nacional do Câncer estima que este ano o Amazonas deve registrar cerca de 600 casos de câncer de colo uterino, uma média de 34,13 casos para cada 100 mil mulheres

ajuda na prevenção do câncer no meio ruralPrograma Útero é VidaREPORTAGEM E FOTOS: Diárcara Ribeiro

» As mulheres passaram por triagem antes de realizar o exame preventivo

» Durante a abertura o presidente Muni Lourenço agradeceu a presença das produtoras rurais que deixaram suas casas para participar da ação

Eram sete horas da manhã quando a Creche Doce Lar Irmã Inês, localizada no município de Apuí (aproximada-mente 453 quilômetros de Manaus), começava a ficar cheia, os ônibus chegavam com mulheres rurais que per-correram um longo trajeto vindo de várias vicinais para participarem do Programa Útero é Vida, realizado no dia 18 de agosto. Elas compareceram e também mobiliza-ram as filhas, amigas e a comunidade.

O público ultrapassou a expectativa, foram realiza-dos 246 exames de prevenção do câncer do colo do úte-ro (Papanicolau); 52 exames de rápidos para detectar HIV e doenças sexualmente transmissíveis; massagem; corte de cabelo, delinearam as sobrancelhas, participaram de palestras educativas e as crianças ficaram em um espaço reservados para elas, com direito a cinema, brincadeiras ao ar livre e histórias.

Realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR-AR/AM), Federação da Agricultura e Pecu-ária do Estado do Amazonas (FAEA) e Sindicato Rural do Sul do Amazonas (SINDISUL), com o apoio da Prefeitura do município. Estiveram envolvidos diversos profissio-nais e voluntários, como médica, enfermeira, farmacêu-tica, cozinheiras, educadores, cabeleireras, no total de 65 pessoas.

O presidente do SENAR-AR/AM, Muni Lourenço, des-tacou que a maior satisfação é saber que o Útero é Vida está sendo realizado para mulheres que muitas vezes têm dificuldades de realizar o exame. “A realidade das mulheres atendidas pelo programa é tipicamente aque-las de comunidades rurais distantes das sedes munici-pais, onde há dificuldade de acesso aos serviços médicos. Temos verificado que através do Programa as mulheres

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rurais estão tendo a oportunidade de gratuitamente se submeterem ao exames”.

Rosana dos Santos, 17 anos, mora na estrada Nova Lacerda, no Km 03; casada e mãe de dois filhos, ajuda o marido que trabalha com milho, arroz, feijão e outras culturas. Foi a primeira vez que realizou o exame pre-ventivo. “Eu já desejava fazer o exame, porém existe um pouco de dificuldade, essa foi à oportunidade de além do exame poder participar de outras atividades. Eu me senti cuidada e acho que levanta a auto-estima das mulheres”, argumentou quando esperava para dar um novo visual nos cabelos.

Os resultados dos exames são entregues em apro-ximadamente 15 dias. As mulheres que apresentam al-terações celulares são encaminhadas para o tratamento pelos órgãos responsáveis. Essa é a terceira vez que o Programa é realizado no Amazonas, os municípios de Co-dajás e Parintins também já foram atendidos.

O programa foi considerada um sucesso pelo presi-dente do SINDISUL, Carlos Koch, “Para nós foi uma honra e um mérito alcançado, pois vemos a satisfação das se-nhoras e das jovens que foram atendidas. Porque para nós do Sindicato é um prazer ser útil para sociedade apuiense. Podemos dizer que esse é um dos primeiros programas dessa forma voltado para a saúde das mu-lheres do campo aqui na cidade; quero agradecer a to-dos que participaram, os comerciantes; a prefeitura; os órgãos parceiros e os profissionais, porque somos uma equipe”, ressaltou emocionado.

A ação aconteceu durante todo o dia e para abaste-cer quem trabalhava e quem estava participando, foram servidos, 35 quilos de arroz; 40 fardos de verdura; 40 qui-los de mandioca; 170 quilos de carne; 600 pães 15 paco-tes de café; 20 litros de leite e 180 litros de refrigerante. A bebida e o alimento foram doados pelos comerciantes do município que fizeram questão de participar. Quem preparou toda essa comida, disseram que 400 pessoas

» Produtoras rurais após realizarem o exame preventivo ganharam kit de beleza dos dirigentes do Sistema FAEA/SENAR

» Presidente do SENAR, Muni Lourenço, e presidente do SINDISUL, Carlos Koch, superintendente do SENAR, Aécio Silva Filho, Deisly Koch, prefeito Adimilson Nogueira e assessor da FAEA, Marcos Pinheiro

PARTEIRA

Enfermeira das antigas como dizem, a vitalida-

de, coragem e vontade de ajudar o próximo impres-

siona. Uma senhora que não para de sorrir e não

gosta de perder tempo, Marilsa Batista, de 74 anos,

já aposentada mas não pensa em parar; chegou cedo

para participar do Programa Útero é Vida; ajudou no

cadastro das participantes antes de começar a reali-

zar o exame e ficou até o final.

A sua história de vida serve de exemplo e inspi-

ração para muitos. Começou a estudar com 32 anos,

era semi analfabeta; se formou no município de

Juruti no Estado do Pará. Desde então não para de

exercitar a profissão, não vê distâncias para ajudar

como pode. “Não tenho filhos mais já fiz 600 partos”.

Mais têm uma situação que dona Marilsa se arrepen-

de: “A única coisa que me arrependo na vida, era de

não ter estudado antes”.

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» Ação envolveu os colaboradores do Sistema FAEA-SENAR, Sindicato Rural e funcionários da saúde do município

DADOS

O Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima

que este ano o Amazonas deva registrar cerca de

600 casos de câncer de colo uterino, uma média de

34,13 casos para cada 100 mil mulheres. Segundo a

assessoria da Fundação Cecon, em Manaus são trata-

dos pacientes não só do Amazonas, mas de estados

e países vizinhos.

A médica Patricia Mates, que atua no município

de Apuí e participou da ação, ressaltou que o diag-

nóstico precoce da doença é primordial para o tra-

tamento e para as chances de cura. “Esse programa

que foi realizado foi muito oportuno para todas,

porque quando detectada, a doença não atinge so-

mente a paciente, mas a família como um todo, o

emocional é uma etapa importante, pois o câncer é

muito evasivo. Prevenir é a melhor opção”.

O secretário de saúde e vice-prefeito do muni-

cípio, Delmar Hister, agradeceu a todas envolvidas

na ação, destacou as agentes de saúde que estão no

dia a adia nas comunidades, ajudando no acompa-

nhamento junto as agricultoras, afirmou ainda que,

“Se investirmos na prevenção, deixaremos de gastar

bem mais com o tratamento”.

A coordenadora do programa, Zenira Fernan-

des, disse que este é um programa necessário para o

Amazonas, pois a distância dos municípios e comuni-

dades rurais para a capital é imenso, isso impede que

muitas mulheres venham fazer exames mais espe-

cializados. “Chegar à capital é difícil, o Útero é Vida

vem ajudando as secretarias de saúde municipais na

realização dos exames preventivos”, destacou tam-

bém as palestras para a educação sexual e higiene,

principalmente a mobilização, parceria e conscienti-

zação foram fatores primordiais para o sucesso.

passaram pelo refeitório. “Foi a primeira vez que parti-cipei de uma ação como esta, foi muito importante para nós do município e para quem mora na zona rural”, disse a cozinheira, Andrea da Silva, 28 anos.

A diretora da Creche Doce Lar Irmã Inês, Ivanilda da Silva Fonseca, ressaltou que já tinha feito outros progra-mas voltados para saúde na escola com os pais e os alu-nos, mas está foi a primeira vez que a pré-escola se abre a comunidade rural com um evento desse porte. “Estamos aqui para abraçar essa causa que já é um sucesso e dei-xar nosso ambiente de portas abertas para os programas que virão beneficiar as famílias”.

Mãe de oito filhos e produtora rural, Maria da Penha Abreu, 58 anos, é uma senhora decidida quando se fala em saúde, já realizou o exame faz 6 meses mais aprovei-tou a ação para fazer o acompanhamento e passar pela médica. “É importante porque se der algum problema podemos fazer o acompanhamento com antecedência”.

Para o superintendente do SENAR-AR/AM, Aécio Sil-va Filho, os programas ofertados pelo sistema ajudam no desenvolvimento do Brasil. “A satisfação enquanto Instituição é poder proporcionar uma das ferramentas de desenvolvimento para o país, que é a educação, além disso, através do programa Útero é Vida, poderemos uti-lizar outra ferramenta que é a saúde; não existe um país desenvolvido sem essas duas ferramentas”.

A produtora rural, Ivanilda Cardoso, 24 anos, tem 3 filhos e mora no Km 28; um pouco tímida e apreensiva, se disse nervosa em fazer o exame, porém, que acha neces-sário para prevenir de uma doença grave. “É difícil conse-guir esse exame no posto de saúde, por causa do tempo e pelo nosso dia a dia, mesmo com um pouco de medo estou aqui para participar”.

“Cuidar da saúde da mulher, é cuidar de todos, pois assim a família terá a tranquilidade; hoje a ação é de inte-resse social e o município está orgulhoso com a parceria com o SINDISUL e o Sistema FAEA-SENAR”, disse o prefei-to Admilson Nogueira.

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Sistema cooperativista: solidez e desenvolvimento em Rondônia

Desde o início de seu mandado como presidente do Sistema OCB/SESCOOP-RO, em 2005,

Salatiel Rodrigues trabalha para incentivar a autogestão das cooperativas, o planejamento

nas ações valorizam as boas práticas administrativas, integração sistêmica, crescimento e

consolidação do cooperativismo no estado.

Em 2008, com a ajuda do corpo técnico que estava se formando, Salatiel trouxe novamente

para Rondônia o S do cooperativismo – SESCOOP, que tem objetivo de trabalhar a capaci-

tação dos colaboradores e cooperados, para melhorar a gestão e o desenvolvimento das

cooperativas.

No ano de 2009 foi realizado o primeiro Censo do Cooperativismo Rondoniense, que apurou

um total de 28 mil cooperados, distribuídos em 132 cooperativas que geravam em torno de

6 mil empregos diretos.

Em 2012, Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela ONU (Organização das Nações

Unidas), o Sistema conta com cerca de 20 funcionários e colaboradores, 4 veículos que são

usados para o trabalho de visitas e o dia-a-dia do sistema, mais de 100 cooperativas registra-

das e adimplentes, incluindo 3 sistemas de cooperativas de crédito (Sicoob, Credisis e

Unicred), abrangendo um universo de mais de 70 mil cooperados em todo o Estado.

Foram diversas ações, como a atuação política visando aprovação das leis de incentivo ao

cooperativismo nos municípios e em âmbito estadual, os encontros do cooperativismo

rondoniense, que reúnem todos os ramos presentes em Rondônia, como: saúde, educacion-

al, crédito, agropecuário, mineral, trabalho, produção, transporte e consumo.

Foram também realizadas campanhas de incentivo à doação de sangue, para comemorar o

Dia Internacional do Cooperativismo, além do trabalho com os jovens e crianças através do

Cooperjovem.

O trabalho desenvolvido trouxe credibilidade e con�ança para o sistema OCB/SESCOOP-RO

e para o cooperativismo rondoniense, que hoje vive um momento de expansão e apoia o

desenvolvimento do Estado de Rondônia.

Informe Institucional

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Presidente do Sistema FAEA-SENAR, Muni Lourenço, fala na CNA sobre o acordo com a multinacional americana de bebidas

SENAR-AM firma parceria com a Coca-Cola

REPORTAGEM E FOTOS: Assessoria de Comunicação do SENAR

Uma parceria inédita aproxima os produtores de açaí da Amazônia com a multinacional Coca-Cola, através de um termo de cooperação assinado entre o Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural do Amazonas (SENAR-AM) e a Coca-Cola, os extrativistas responsáveis por fornecer a matéria-prima para a fabricação do suco Del Valle Reser-va Açaí com Banana serão capacitados pela entidade.

Quatro cursos já foram realizados e mais 14 treina-mentos ocorrerão até maio de 2014, beneficiando mais de 200 produtores. As capacitações – com carga horária de 40 horas/aula – serão realizadas nos municípios onde se localizam as seis agroindústrias que beneficiarão o produto: Carauari, Benjamin Constant, Manacapuru, Co-dajás, Itacoatiara e Coari. Segundo o superintendente do SENAR-AM, Aécio Silva Filho, o foco das aulas são as boas práticas na produção. A intenção é ensinar os produto-res a identificar o momento adequado para a colheita e a maneira correta de fazer o transporte dos açaizais até as agroindústrias. “A Coca-Cola tem um padrão de qualida-de muito rigoroso para a matéria-prima que será utilizada nos seus produtos. O produtor precisa ter conhecimen-tos sobre a retirada, a embalagem e o acondicionamento dos frutos. O prazo para o açaí chegar às agroindústrias não pode ser superior a 24 horas”, explica ele.

Após a transformação em polpa congelada, o produto será enviado para a sede da empresa em Linhares (ES), onde a bebida será fabricada. Inicialmente, a Coca-Cola acertou a aquisição de 300 toneladas do concentrado. A nova bebi-da faz parte de uma linha especial da Del Valle, produzida a partir de “superfrutas” com alto poder nutritivo.

Cerca de 50 comunidades e mais de 600 famílias es-tão envolvidas no projeto inicialmente. Na opinião do presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço Silva Júnior, a parceria vai ajudar no desenvolvimento da cadeia produtiva e terá grande alcance social e econômico, beneficiando milhares de famílias de produtores rurais e extrativistas amazonen-ses – grande parte delas instaladas em Unidades de Con-servação Ambiental. “Além de não gerar impacto no meio ambiente, o projeto proporciona melhoria de renda para

essas famílias que estão na floresta. Dá para tirar até R$ 100 mil numa safra. A gente costuma dizer que quem tem açaí está com a aposentadoria garantida”, conta.

COOPERAÇÃO PROMISSORA

Dados do IBGE apontam que o Amazonas produziu 71.145 mil toneladas de frutos no ano passado e que existem 4.847 produtores envolvidos na atividade na-quele estado. Conforme o presidente da FAEA, a produ-ção vem crescendo em níveis elevados e existe incenti-vo para a ampliação. “O açaí tem a maior tendência de aumento de produção e de área plantada entre todas as frutas. Estive na China recentemente e até lá já conhe-cem o açaí”, destaca. De acordo com Lourenço, existe a perspectiva de que a parceria com a Coca-Cola seja esten-dida para outras frutas com “apelo amazônico”, como o cupuaçu e a acerola.

O superintendente do SENAR-AM salienta outro bene-fício importante da cooperação com a Coca-Cola: a garan-tia de compra da produção. “A comercialização é uma das etapas mais difíceis para os nossos produtores. Quando perguntamos para a Coca-Cola qual a previsão de compra, eles responderam que têm um milhão de pontos de venda só no Brasil. É uma demanda incalculável”, afirmou.

CNA

» Muni Lourenço na CNA em Brasília mostra embalagem do suco Del Valle Reserva Açaí com Banana

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66 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

O cooperativismo amazonense mostrou toda a sua força e solidariedade ao promover, na última sexta-feira, dia 13 de setembro, no balneário do Sesc (Serviço Social do Comércio), em Manacapuru, mais de 600 atendimen-tos em diversos serviços à cooperados e familiares da Coomapem (Cooperativa Mista Agropecuária de Mana-capuru). O Dia de Cooperar foi, realizado pela primeira vez no Amazonas por meio de parceria entre o Sistema

OCB/Sescoop-AM e a Coomapem. O Amazonas fez a abertura do Dia C na sexta-feira, e no sábado, o evento aconteceu nos estados do Rio Grande do Norte, Alagoas, Ceará, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, Minas Gerais e Tocantins.

A Coomapem, no mês de julho teve seu galpão to-talmente destruído por um incêndio de grandes propor-ções, o que causou um prejuízo aos cooperados superior

A ação vai ajudar na reconstrução da cooperativa que teve seu galpão incendiado

Dia C em Manacapuru atende mais de 600 cooperados da Coomapem

REPORTAGEM: Eliezer Favacho/Coopcom F0TOS: Priscilla Torres/Coopcom

Solidariedade

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a 1,5 milhão com a perda total da produção de fibra de juta e malva da safra.

Entre os atendimentos realizados, o Dia C ofereceu, por intermédio da Uniodonto Manaus, profilaxia dentá-ria, diagnósticos, aplicação de flúor e palestra sobre hi-giene bucal ao público participante, onde foram atendi-das mais de 300 pessoas.

O Serviço Nacional do Comércio (SENAC) disponibili-zou profissionais para proporcionar cortes de cabelos e limpeza de pele aos cooperados. No total, foram realiza-das 90 limpezas de pele e 82 cortes de cabelos.

Na área de serviços de cidadania, a Ouvidoria Geral do Estado, por meio do Pronto Atendimento ao Cidadão, disponibilizou seus agentes para emitir carteiras de iden-tidade. Ao todo, foram 20 documentos emitidos median-te a solicitação de comunitários.

O Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Flo-restal do Estado do Amazonas (IDAM) colocou seus téc-nicos à disposição do Dia C e esclareceu dúvidas sobre as mais diferentes demandas, desde extensão rural à assistência técnica no campo. Também orientou os agri-cultores como tirar a carteira do produtor rural e o DAP (Declaração de Aptidão do Pronaf). Neste serviço, foram 55 atendimentos.

A Prefeitura de Manacapuru disponibilizou a SEMSA (Secretaria Municipal de Saúde) para realizar atendimen-tos médico com verificação de pressão arterial, informa-ções sobre como evitar hepatite B e C e ações de preven-ção de DSTs, com distribuição de preservativo.

Para a presidente da Coomapem, Eliana Medeiro, a felicidade dos cooperados pela realização do evento es-tava estampada no rosto deles. “Tinha muitos cooperdos

» Vários atendimentos de saúde, serviços de pronto-atendimento e estéticos foram realizados na quadra do balneário do SESC, e algumas atrações culturais que alegraram às pessoas presentes

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na fila da limpeza de pele e corte de cabelo. Eles não têm costume de se cuidar, de serem vaidosos. Foi algo que fez muito bem a eles”, disse.

A Cooperativa dos Comerciantes da Ponta Negra (Coocpone), uma cooperativa coirmã também deu sua contribuição, doando a bebida e as barracas e cedendo a própria a infraestrutura para ajudar.

Para o presidente do Sistema OCB/Sescoop-AM, Pe-trucio Magalhães Júnior, o Dia de Cooperar serviu para valorizar a solidariedade e o interesse da comunidade, trabalhando a cultura do cooperativismo em busca de uma sociedade mais justa para todos.

"O sistema cooperativista está mobilizado para apoiar a Coomapem nesse processo de reconstrução. Es-tamos realizando o primeiro movimento de resgate aos cooperados, majoritariamente, ribeirinhos", afirmou o presidente.

ATRAÇÕES CULTURAIS

O Dia C também abriu espaço para as atrações cultu-rais, como a apresentação do cantor Zezinho Corrêa, do Grupo Carrapicho, alem de danças que animaram a festa, disponibilizadas pelo Sesc, que também ofereceu o local e a infraestrutura para a realização do evento.

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Presidente nacional do PMDB em exercício, o sena-dor Valdir Raupp (RO) estava consciente das dificuldades que enfrentaria ao substituir o vice-presidente da Repú-blica, Michel Temer, na condução do maior partido da base aliada. Ex-líder do PMDB no Senado, com atuação marcada pela discrição e assiduidade nos principais deba-tes em curso na Casa, Raupp pretende aproveitar o mo-mento para catalisar os investimentos para seu Estado. O problema, diz, está em uma velha – e malquista – conhe-cida de dez em dez gestores públicos no país: a burocra-cia. É esse tipo de entrave, disse o senador em entrevista exclusiva concedida à revista Floresta Brasil Amazônia, que impede o rápido retorno – bem como a própria im-plementação – de empreendimentos como o do Comple-xo Portuário de Rondônia, prestes a sair do papel com um investimento inicial de mais de R$ 450 milhões.

“A demora decorre da burocracia que há na liberação de recursos públicos para obras de grande porte, como essas previstas para o Novo Complexo Portuário. O go-vernador Confúcio Moura (PMDB) tem dado total apoio ao projeto, bem como a bancada federal. Mesmo com a demora, temos agora a perspectiva de que o Novo Com-plexo Portuário sairá do papel”, disse o parlamentar.

Com mandato até janeiro de 2019, o senador sabe que ainda tem muito a fazer pelo seu estado, 22º coloca-do quando se mede o Produto Interno Bruto dos 27 esta-

dos brasileiros, com o 14º Índice de Desenvolvimento Hu-mano do país. Diante das estatísticas, Raupp demonstra otimismo. “Com o apoio dos governos federal e estadual e da iniciativa privada, o complexo inclui a construção de dois novos portos: um público e um privado, que darão suporte ao crescimento do Norte do Brasil para os próxi-mos anos”, afirmou.

Melhorias de infraestrutura para os estados da Ama-zônia, com óbvio foco em Rondônia, são a essência da maioria dos projetos apresentados por Valdir Raupp. O tema está entre os que mais o parlamentar gosta de co-mentar. “Todos esses investimentos, incluindo os trans-portes rodoviário, aéreo e fluvial, caminham no sentido de criar condições de infraestrutura para que o Estado de Rondônia possa vir a sediar grandes empresas no futuro, nas áreas de tecnologia, petroquímica e agroindústria”, garantiu Raupp, acrescentando que nos próximos meses sairá a licitação do trecho ferroviário da Ferro/Norte-Por-to Velho/Vilhena.

Confira a íntegra da entrevista:

Presidente nacional do PMDB critica demora na execução de projetos-chave para o desenvolvimento regional, como o Complexo Portuário de Rondônia. "A luta pela modernização do setor portuário em Porto Velho vem de uma luta travada há muitos anos”

Valdir Raupp: burocracia atrasa desenvolvimento na Amazônia

REPORTAGEM: Fábio Góis F0TOS: Divulgação

Rondônia

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COMO O SENHOR VÊ OS AVANÇOS PARA A EXECUÇÃO DO COMPLEXO PORTUÁRIO DE RONDÔNIA?

Vejo com bastante otimismo, já que o futuro de Ron-dônia está nesse complexo portuário, que trará para o Estado novos investimentos privados, como uma exten-sa gama de empresas para a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que também fará parte desse novo complexo. Com o apoio dos governos federal e estadual e da iniciativa privada, o complexo inclui a construção de dois novos portos: um público e um privado, que darão suporte ao crescimento do norte do Brasil para os pró-ximos anos.

POR QUE O GOVERNO FEDERAL, EM AÇÃO CONJUNTA COM O PARLAMENTO, DEMOROU TANTO PARA VIABILIZAR E DESENVOLVER O COMPLEXO?

A demora decorre da burocracia que há na liberação de recursos públicos para obras de grande porte, como essas previstas para o Novo Complexo Portuário. O go-vernador Confúcio Moura (PMDB) tem dado total apoio ao projeto, bem como a bancada federal. Mesmo com a demora, temos agora a perspectiva de que o Novo Com-plexo Portuário sairá do papel.

"Sim, os investimentos privados significam um bom começo. A expectativa é de que tais investimentos aumentem cada vez mais".[

SÓ O COMPLEXO RESOLVE OS GARGALOS DE INFRAESTRUTURA NA REGIÃO, NO QUE DIZ RESPEITO, AO ESCOAMENTO DE GRÃOS?

Na verdade, o novo complexo abre um leque de oportunidades, principalmente com a ampliação da área. O atual Porto Organizado de Porto Velho tem 18,27 hec-tares, e o novo terá uma área de 150 ha, o que permi-tirá ampliar a sua capacidade de operação de todos os tipos de cargas para o escoamento da produção de grãos e outros produtos, como granéis líquidos, derivados de petróleo de todos os tipos, transportes de carros e car-retas, transportes de contêiner, cargas gerais e refrige-rados, carne e frios em geral. Além do mais, outras obras serão executadas na região do porto, como a Via Expres-so Porto e a dragagem do Rio Madeira até Itacoatiara. Também a construção das pontes de integração ligando Porto Velho a Manaus, pela BR-319; a de Abunã sobre o Rio Madeira, nas proximidades da divisa entre Rondônia e Acre; e a binacional, unindo as cidades de Guajará-Mi-rim, em Rondônia, e Guayra-Merin, na Bolívia, integra a infraestrutura. A plena restauração das BR-364 e 425 e a Ferrovia

O QUE A CONSTRUÇÃO DO NOVO COMPLEXO PORTUARIO SIGNIFICA PARA O ESTADO DE RONDÔNIA?

Quando governador do Estado, na década de 1990, busquei parcerias com a iniciativa privada para tirar Ron-dônia do caos econômico que enfrentava naquela épo-ca. Consegui trazer o grupo empresarial, Amaggi, que implantou um porto graneleiro de maneira a viabilizar o crescimento de que o estado tanto precisava. Na esteira desse desenvolvimento, outras empresas se instalaram à margem do Rio Madeira. Com isso, houve a geração de emprego e renda, além da eficiência na prestação de serviços. do observo que aquela pequena estrutura se transforma hoje em uma área de um milhão de metros quadrados, entendo que o planejamento do meu gover-no estava na rota certa, e esse fato significa o coroamen-to de um grande desafio.

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O GOVERNO DE RONDÔNIA JÁ FECHOU COM GRANDES GRUPOS EMPRESARIAIS. OS INVESTIMENTOS SÃO UM BOM COMEÇO, É POSSÍVEL INVESTIR MAIS?

Sim, os investimentos privados significam um bom começo. A expectativa é de que tais investimentos au-mentem cada vem mais. Toda a infraestrutura – vias de acesso, uma nova subestação de energia – está sendo im-plantada para atrair novos investimentos na área. Além do complexo portuário de Porto Velho, o projeto prevê a implantação de pequenos terminais em Guajará-Mirim, Cabixi, Costa Marques e Pimenteiras do Oeste.

O SENHOR ACHA QUE OS ATUAIS SISTEMAS DE CONTROLE SÃO SUFICIENTES?

Com certeza. O Brasil hoje tem vários canais de con-trole de aplicação de recursos públicos, a exemplo da Co-missão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fisca-lização e Controle do Senado, da Controladoria Geral da União (CGU), do Ministério Público, da Advocacia Geral da União (AGU) e da própria imprensa, que se encarregam de fiscalizar a política orçamentária do Poder Público.

A LICITAÇÃO DO TRECHO FERROVIÁRIO DA FERRO/NORTE-PORTO VELHO/VILHENA VAI MESMO SAIR NO SEGUNDO SEMESTRE DESTE ANO?

Estou trabalhando para que os projetos básico e executivo da obra sejam concluídos até o final do ano. A expectativa é que até meados do ano que vem possa sair a licitação para que as obras sejam feitas por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). No Senado, fui o re-lator-revisor do projeto das ferrovias e, no meu relatório, inclui o trecho de Vilhena a Porto Velho no sistema fer-roviário, além de ter contemplado outras localidades bra-sileiras – como os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Goiás, além de estados do Norte e Nordeste.

O QUE ESSAS OBRAS DE INFRAESTRUTURA PASSAM A REPRESENTAR PARA O ATUAL ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO DE UM ESTADO COMO RONDÔNIA?

Todos esses investimentos, incluindo os transportes ro-doviário, aéreo e fluvial, caminham no sentido de criar con-dições de infraestrutura para que o Estado de Rondônia possa vir a sediar grandes empresas no futuro, nas áreas de tecnologia, petroquímica e agroindústria. São indústrias das quais não podemos prescindir, pois a nossa integração com o mercado andino é necessária. Afinal, são quase 150 milhões de consumidores no Chile, Equador, Peru, Bolívia, Colômbia e Venezuela, relativamente próximos a Rondô-nia, que representa também uma porta de entrada para os produtos brasileiros no gigantesco mercado asiático.

TODOS ESSES PROJETOS VISAM DESENVOLVER A ECONOMIA REGIONAL E A ECONOMIA BRASILEIRA. COMO O RESTO DO PAÍS, POR MEIO DE SEUS REPRESENTANTES NO PARLAMENTO, PODEM CONTRIBUIR COM ESSES PROJETOS?

Na verdade, o Parlamento brasileiro contribui bas-tante com o desenvolvimento do País. Projetos como a Ferrovia Transcontinental, usinas hidrelétricas (Jirau e Santo Antônio) e outros contaram com o aval dos nossos colegas do Congresso Nacional. Da mesma forma, tam-bém tenho trabalhado pelo desenvolvimento dos demais estados quando voto nas matérias de interesse do país.

RECENTEMENTE, UM EX-SENADOR GOIANO FOI A MANAUS E DEU DECLARAÇÕES DE QUE A BANCADA DA AMAZÔNIA SERIA INOPERANTE NO PARLAMENTO. COMO O SENHOR RESPONDE AO EX-MANDATÁRIO?

Esse ex-parlamentar, certamente por estar afastado há muito tempo da atividade legislativa, não está bem in-formado sobre a atuação da bancada da Amazônia no Con-gresso Nacional. Observo que a bancada da Região Norte tem sido bastante competente em Brasília, nas reivindica-ções junto ao governo federal para seus estados.

Rondônia

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INVESTIMENTOS EM APUÍ

O Governo do Estado do Amazonas, através do Instituto de Desenvolvimento

do Estado do Amazonas – IDAM, tem efetuado investimentos maciços no Setor

Primário do município de Apuí, como parte integrante das atividades do Progra-

ma Amazonas Rural.

Dentre os vários Convênios firmados com diversos parceiros, dentre eles, a

Prefeitura Municipal, destacamos aqueles que visam à aquisição de tanques de

resfriamento de leite, recuperação de ramais e vicinais, aquisição de implemen-

tos agrícolas e recuperação do Trecho da Rodovia AM-174, que liga os municí-

pios de Apuí e Novo Aripuanã, totalizando o valor de R$ 4.572.562,50 (quatro

milhões, quinhentos e setenta e dois mil, quinhentos e sessenta e dois reais e cin-

qüenta centavos) em recursos disponibilizados para o cumprimento das ações.

Em paralelo, a parceria do IDAM com a Secretaria de Estado de Produção

Rural – SEPROR, assegura a realização das ações anuais de Fomento a produção

rural, através da distribuição de sementes de grãos (arroz, milho e feijão) e o

subsídio à aquisição de 320.000 (trezentos e vinte mil) doses de vacinas contra a

Febre Aftosa.

Com uma equipe formada por 12 técnicos, a unidade local de Apuí, pres-

ta serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e Florestal – ATERF, a 672

(seiscentos e setenta e dois) produtores do município, realizando ações como

a emissão de Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP, emissão de Carteiras de

Produtor Rural, emissão de Cadastro Ambiental Rural (em parceria com a Secre-

taria de Estado de Desenvolvimento Sustentável – SDS, no âmbito do Programa

de Reflorestamento em Áreas de Intensa Pressão no Sul do Estado do Amazonas

– Fundo Amazônia), implantação de 750 ha e de Sistemas Agroflorestais – SAF’s,

envolvendo 500 produtores rurais.

Com o fito de estimular a produção rural, e proporcionar aos produtores ru-

rais e agricultores familiares à geração de emprego e renda no município, o IDAM

efetua a seleção de produtores que se enquadram nos critérios para obtenção

da concessão do Crédito Rural, operado pelos parceiros e agentes financeiros

AFEAM, Banco da Amazônia e Banco do Brasil e consequentemente a garantia

de Serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER.

No ano de 2012/2013, serão contratados 250 (duzentos e cinquenta) pro-

jetos, com total de R$ 8.028.773,00 (oito mihões, vinte e oito mil, setecentos e

setenta e três reais), montante utilizado pelos beneficiários para o incremento

de sua produção.

E é dessa forma, que o Governo do Estado cria as oportunidades de melho-

ria da qualidade de vida do homem do campo, fortalecendo o Setor Primário

e, consequentemente a segurança alimentar, através do aumento da oferta de

produção de alimentos no Estado.

Edimar VizolliDiretor Presidente do IDAM

Artigo

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Momento para avaliar e propor melhorias nas comunidades rurais contribuindo assim para o desenvolvimento do setor

Agricultura familiarEncontro de produtores da REPORTAGEM: Lineize Leal e Assessoria F0TOS: Divulgação SEPROR

ETAF 2013

O produtor rural Raimundo Nonato da Silva, trouxe para o IV Encontro de Produtores da Agricultura Familiar, o ETAF, propostas para comunidade rural na qual reside, entre elas a melhorias de ramais permitindo facilidade para o acesso e escoação dos produtos. “Nesse evento é que podemos reivindicar as melhorias para nós agriculto-res familiares. Com esse Encontro o agricultor já fica mais valorizado”, frisou Raimundo.

Este ano o evento reuniu cerca de 500 produtores rurais de todos os municípios do Amazonas e foi reali-

zado entre od dias 01 e 02 de agosto, no Studio 5, em Manaus. O ETAF teve como propósito discutir as políticas públicas de melhororia para o agricultor, debater com os trabalhadores sobre as prioridades do setor primário do Estado, ouvir o pleito das comunidade, além de avaliar as ações feitas pela Secretaria de Produção do Estado entre os anos de 2007 a 2013. “O ETAF abriu as portas para que trabalhadores do campo amazonense tivessem a oportu-nidade de expressar suas ideias a fim de criarmos políti-cas públicas para atendê-los”, disse o secretário de Pro-

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dução Rural do Amazonas, Eron Bezerra. De acordo com o secretário, o ETAF tem o objetivo de prestar contas dos avanços e abrir espaço para os trabalhadores expressa-rem suas prioridades para os próximos dois anos. Essas prioridades virarão políticas públicas do governo.

No evento, foram avaliadas ações realizadas pela Sepror durante os anos de 2007 e 2013. O setor passou por muitos avanços nesse período, exemplo disso, foi o aumento da atividade rural; o Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário, que teve aumento de 4,38% para 7%, su-perando a média nacional que é de 5%; a infraestrutura de apoio a produção foi ampliada com a recuperação de aproximadamente 1.800 quilômetros de estradas vicinais.

Representantes de órgãos do setor primário estiveram presentes no Encontro. Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, “foi um momento muito especial para os produtores do setor primário. Porque a ponta é a visão das comunidades rurais e dos assentamentos rurais, contribuin-do para aprimorar o desenvolvimento da agricultura e da pecuária do Amazonas. Eu quero aqui registrar mais uma edição do ETAF, mais uma oportunidade especial e única, para que aqui se manifeste os produtores rurais", reiterou.

A presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Amazonas, Izete Rabelo, ressaltou a im-portância da participação do produtor rural. “O ETAF traz esse espaço para que todos tenhamos oportunidade de dizer as nossas dificuldades nos municípios. Eu gostaria de ressaltar que abrace a causa do setor primário, para que o homem no campo permaneça no campo, mas dan-do condições, abrindo as vicinais. Um avanço notório de que todos os municípios vão receber a patrulha mecani-zada, essas patrulhas vão dar oportunidade de o homem do campo escoar sua produção”.

LINHAS DE PESQUISA

Uma oportunidade que os produtores rurais tiveram durante o ETAF foi conhecer de perto as experiências de

sucesso das dez linhas de pesquisa do projeto Residência Agrária: Juta e Malva, Borracha, Pecuária, Fruticultura, Horticultura, Manejo Madeireiro, Avicultura, Culturas Alimentares, Piscicultura, Organização Social e Mercado.

Na capital, os agricultores visitaram as experiências de Juta & Malva desenvolvidas na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), da Borracha na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Organização So-cial e Mercado aplicada no Feirão da Sepror.

MÚSICA DO CAMPO

Durante o ETAF também foi lançada a 3ª edição do CD “Músicas do Campo” e a 3ª edição do Livro “Contos, Causos e Poesias do Campo Amazonense”.

Tanto o livro quanto as músicas são de autoria de agri-cultores familiares de várias comunidades, que retrataram em forma de contos, causos, poesias e músicas o dia a dia de seu trabalho.

O objetivo deste projeto, lançado em 2009 com a pri-meira edição do livro e do CD é, promover a criatividade e a expressão escrita, além de incentivar o surgimento de novos talentos de homens e mulheres do campo.

» Secretário de produção Eron Bezerra e produtores rurais do município de Borba

» Artistas se apresentaram e lançaram CD e livro

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Estudo foi realizado em 10 propriedades agrícolas no município de Manacapuru

A prática da adubação verdeREPORTAGEM: Lineize Leal F0TOS: Acervo

Pesquisa

Os solos tropicais têm em comum a baixa fertilida-de e acidez e são muito antigos. Isso se torna um desa-fio para os agricultores que precisam produzir alimentos e outras matérias primas para o seu consumo e para o abastecimento das cidades.

Na Amazônia, o ambiente físico mediado pela lumino-sidade, temperatura e precipitação, favorece a produção agrícola e o desenvolvimento das plantas. Nesta região há necessidade de fornecer os nutrientes suficientes para a prática de uma agricultura permanente em solos onde o estoque destes nutrientes é limitado. Dentre as alter-nativas que podem ser adotadas está o fornecimento de fertilizantes químicos ou práticas de compostagem, como também o emprego de técnicas de adubação verde.

As leguminosas são plantas classificadas na família botânica Fabaceae e são indicadas para a prática da adu-bação verde por serem as mais adequadas para repor nu-trientes ao solo e contribuem para manutenção de sua fertilidade. Dentre as leguminosas mais empregadas em práticas de adubação verde estão a mucuna-preta, o fei-jão-de-porco, o feijão-brabo-do-ceará, o feijão-guandu, as diferentes espécies de crotalária etc. Conhecida pela sua megabiodiversidade, a Amazônia possui uma varie-dade muito grande de leguminosas, aproximadamente, duas mil espécies, incluindo cipós, ervas, arbustos e árvo-res e estas tem sido o objeto de pesquisas agronômicas no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Ao contrário de introduzir plantas de outras regiões para prática da adubação verde na região da Amazônia, o Engenheiro Agrônomo e pesquisador, Luiz Augusto Gomes de Souza, tem pesquisado as leguminosas que se estabelecem espontaneamente nos roçados, quintais e capoeiras dos agricultores na Amazônia Central, e identi-ficou várias espécies de leguminosas nativas cujas folhas podem ser aproveitadas na adubação verde dos cultivos em áreas de várzea e de terra firme, tais como a aboti-nha; faveira-camuzé; feijão-miúdo; feijão-peludo; gipoó-ca; ingá-cipó; malição; mata-pasto; mulungu e o papo-de--mutum. Todas estas espécies são muito frequentes nas áreas agrícolas desta região e são uma alternativa para os agricultores interessados em manter ou preservar a fertilidade do solo de suas áreas de produção.

» Capa da cartilha

» Mulungu

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A pesquisa foi realizada em áreas do município de Manacapuru, nos anos de 2008 e 2009, apoiadas por um projeto da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). “A adubação verde é uma alternati-va aos fertilizantes químicos e evita desequilíbrios nutri-cionais para as plantas”, afirma o pesquisador.

RICAS EM NITROGÊNIO

Dentre as características que fazem das legumino-sas plantas ideais para repor a fertilidade do solo, está à capacidade grande de muitas espécies de Fabaceae em captar o nitrogênio, um nutriente necessário em gran-de quantidade pelos cultivos agrícolas. “Os estudos de-monstrativos realizados nas áreas agrícolas do Paraná do Supiá demonstraram o efeito favorável da adubação verde na produção de alface, o que pode ser estendi-do a várias outras hortaliças especialmente as folhosas, cuja exigência de nitrogênio é muito mais acentuada”, explica o pesquisador.

O emprego de alternativas de produção aproveitan-do plantas que já existem nas propriedades é uma alter-nativa para valorização de recursos de biodiversidade na região e também contribui para a preservação das espécies. Essas plantas estão presentes em todos os am-bientes, especialmente naqueles que o solo não é muito fértil, elas são plantas adaptados aos solos pobres e já explorados por sequencias de cultivos, por isso mesmo são muito rústicas, toleram a seca ou a inundação e con-tribuem para a recuperação de áreas degradadas.

CARTILHA PARA O AGRICULTOR

Segundo o pesquisador, desenvolver a pesquisa vol-tada para a agricultura familiar foi primordial. “A maior parte dos alimentos que consumimos vem da produ-ção feita por pequenos agricultores. Na nossa região é preciso conhecer tecnologias de baixo impacto que favoreçam a produção de alimentos, especialmente em

PERFIL

Luiz Augusto

Gomes de Souza é

Engenheiro Agrô-

nomo pela Univer-

sidade Federal do

Amazonas (UFAM),

Mestre em Ciência

do Solo pela Univer-

sidade Federal do

Rio Grande do Sul

(UFRGS), e Doutor

em Botânica pela

Universidade Fe-

deral Rural de Per-

nambuco (UFRPE).

É pesquisador titular do Ministério de Ciência Tecno-

logia e Inovação desenvolvendo suas pesquisas no

na Coordenação de Sociedade Ambiente e Saúde do

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia CSAS-

-INPA, em Manaus AM. Sua área de atuação é a Agro-

nomia, com ênfase em Agroecologia, Microbiologia

e Fertilidade do Solo, Bioprospecção e Conservação

de Recursos Genéticos de Fabaceae, Fixação Bioló-

gica de Nitrogênio, Sementes, Produção de mudas,

Sistemas Agroflorestais e Recuperação de Áreas De-

gradadas na Amazônia.

SAIBA MAIS

A adubação verde consiste no fornecimento de biomassa fresca não decomposta ao solo, normal-mente constituída por folhas trituradas que podem ser incorporadas para o plantio de hortaliças ou mesmo aplicadas em cobertura para as frutíferas e outras espécies cultivadas, formando uma camada orgânica sobre o solo.

solos que têm baixos estoques de nutrientes”. A partir da pesquisa realizada, foi produzida a cartilha “Legumi-nosas para Adubação Verde na Terra Firme e na Várzea da Amazônia Central”, que está sendo disponibilizada para o produtor rural inicialmente no formato digital. A cartilha foi preparada em linguagem simples e apresen-ta informações para o manejo da adubação verde, para as dez espécies das plantas pesquisadas. Segundo o pesquisador “novas pesquisas têm sido conduzidas com as espécies selecionadas, especialmente para avaliar a qualidade nutricional das folhas procedentes de vários municípios da região, mas para o emprego da adubação verde na produção de mudas de espécies frutíferas e florestais, o efeito residual da adubação verde adiciona-da ao solo no cultivo sequencial de hortaliças folhosas e também na produção de pupunha em sistemas agroflo-restais na terra firme”.

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Quinto mais extenso país em área total (8.514.876,599 km²), o Brasil é um vasto campo de conhecimento a ser explorado, seja em termos de atividade humana ou com relação às suas riquezas naturais. Nesse sentido, a agri-cultura brasileira ganha destaque: com 31% de terras cul-tiváveis – quase 3 milhões de km² – e com o agronegócio responsável, nos últimos anos, por índices superiores a 20% do Produto Interno Bruto (PIB), o Brasil tem tido, recorrentemente, índice de desenvolvimento agrícola superior à média mundial, com liderança absoluta na América Latina e Caribe. Solo fértil, água em abundância, clima propício, biodiversidade, produção qualificada, ex-tensas regiões rurais – elementos que, para a Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), são vistos

como constante fonte de conhecimento, e suficiente-mente convidativa ao aprendizado in loco.

Com esse propósito, no início de junho um grupo de 14 presidentes de sindicatos de produtores rurais do Esta-do do Amazonas liderado pelo presidente da FAEA, Muni Lourenço, foi a Brasília acompanhar o lançamento, em 4 de junho, do Plano Agrícola e Pecuário 2013-2014 – o cha-mado Plano Safra. Mas a viagem não se restringiu às de-pendências e formalidades do Palácio do Planalto, onde foi realizado o anúncio do plano: Muni e seus companheiros de atividade rural percorreram, de ônibus, mais de 1,2 mil quilômetros entre Goiânia, capital do Estado de Goiás, e dois fortes núcleos da produção agropecuária brasileira, os municípios de Caiapônia e Bela Vista de Goiás. O objetivo:

Liderados pela FAEA, 14 presidentes de sindicatos uurais do Estado conhecem experiências de sucesso na agricultura de Goiás, na Região Centro-Oeste

Comitiva agrícola do Amazonas visita Goiás

REPORTAGEM: Fábio Góis F0TOS: Jimmy Christian

Intercâmbio

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aprender e compartilhar conhecimento, nas palavras do próprio Muni Lourenço, empresário com formação em Di-reito e Administração de Empresas.

“Nesse momento, todo mundo está voltando para casa. Nós, não”, disse o presidente da FAEA, nos primei-ros quilômetros da viagem que se encerraria dali a dois dias. Ele fazia referência às autoridades e representantes de classe de outros estados que, depois de participar do lançamento do Plano Safra, retomariam suas atividades de rotina. “Estamos indo a Goiás aprender, buscar conhe-cimento sobre nossa atividade.”

Nas declarações feitas no final da tarde daquela terça-feira (4/jun), a bordo de um microônibus e a cami-nho da capital goiana, Muni procurava dar uma injeção de ânimo nos companheiros de empreitada, muitos dos quais já calejados pelo tempo – a chegada a Goiânia se aproximou da meia-noite, depois de mais de cinco horas de viagem. Afinal, depois de pernoitarem, o dia seguinte começaria cedo para todos, por volta das 6h30, com mais 337 quilômetros até Caiapônia, município localizado no oeste goiano.

Na chegada ao município, por volta do meio-dia e meia da quarta-feira (5/jun), a FAEA e os demais líderes rurais amazonenses foram recebidos no Sindicato dos Produto-res Rurais de Caiapônia (Sinprucap) pela quase totalidade das lideranças do município, em cerimônia seguida de debates e apresentações conduzidos pelo presidente do Sinprucap, Ailton José Vilela. “Tenho certeza de que esse será para nós, que viemos de tão longe, um momento que ficará para sempre marcado em nossas mentes. Tenham certeza de que vamos estar muito atentos a tudo o que vo-cês falarem”, garantiu Muni Lourenço, feliz pela acolhida e garantindo retribuição à altura no Amazonas.

Em cerca de quatro horas de atividades, entremea-das por um almoço, os visitantes puderam testemunhar a organização e a estrutura de trabalho do sindicato, tido como modelo funcional em todo o país. Prestigiaram a visita, entre outras autoridades, o prefeito de Caiapônia, Argemiro Rodrigues Santos Neto (PMDB), e o presidente da Câmara de Vereadores, Heber Martins Silva (PMDB), além de vereadores de diversos partidos.

“Foi uma visita extremamente positiva, onde tivemos oportunidade de conhecer in loco a experiência, que hoje é um exemplo a nível nacional, do Sindicato Rural de Caia-pônia. Experiência esta que vai ser muito valiosa para que possamos aprimorar os serviços e ações de nossos Sindica-tos Rurais no Amazonas. Tenho certeza de que saíamos de Caiapônia revigorados e com muito ânimo para continuar esse processo importante de fortalecimento do sistema sindical patronal rural do Amazonas”, declarou Muni Lou-renço, ao final da visita àquele município.

“Estamos indo a Goiás aprender, buscar conhecimento sobre nossa atividade.”Muni Lourenço, presidente da FAEA[

» Comitiva realiza visita de campo em Caiapônia, para conhecer tecnologia local

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Para o prefeito Vilela, a visita da FAEA foi “uma gran-de honra” para o Sinprucap e para o município de Caiapô-nia. “O Sindicato e os produtores do município também terão um grande aproveitamento dessa visita. É uma troca de experiência que nos faz crescer a cada dia mais. Acredito muito que é por aí que o Brasil se desenvolve – através de parcerias, de companheirismo, desse tipo de ação. Isso fortalece o setor produtivo rural brasileiro”, co-memorou o presidente do Sinprucap, reverberado pelo prefeito local.

“Esse momento é muito importante para nós. Esse sindicato rural é modelo não só no Estado de Goiás, mas está sendo expandido para todos os sindicatos, por exemplo. Como produtor e prefeito de Caiapônia, fico muito feliz por este momento. É uma satisfação , um pra-zer muito grande receber essa comitiva aqui”, comentou o peemedebista Argemiro Rodrigues, referindo-se à ex-pedição da FAEA, com o apoio da FAEG.

Durante a visita ao Sindicato de Caiapônia, que tem 523 filiados e foi fundado em 1987 (a sede iniciou as ati-vidades em 1996), o clima foi de confraternização, apoio mútuo e troca de experiências. Na hora de conhecer as instalações da sede, os amazonenses ficaram impressio-nados com a organização e a eficiência dos serviços e da estrutura funcional do sindicato – entusiasmados, líderes sindicais diziam que gostariam de “importar” o apara-to de arquivo do Sinprucap. Em uma das salas, troféus dispostos em móveis comprovavam as palavras e osten-tavam diversos prêmios “Sindicato Rural de destaque”, concedido pelo Sistema FAEG por méritos como “pres-tação de serviços”, “atuação institucional” e “índice de desenvolvimento sindical”.

Anfitriã da FAEA em Goiás, a Federação de Agricul-tura e Pecuária de Goiás (FAEG), que prestou os devidos apoios de logística à trupe amazonense, acompanhou a visita com o entusiasmo e a gentileza que caracterizam os homens da terra. “Esse momento, para nós, é ímpar. Veja bem: nós não precisamos reinventar a roda. A ideia da federação de Goiás, como é a ideia da federação do Ama-zonas e da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), é que se estabeleça uma mão dupla entre as federações

e seus sistemas para que boas práticas dos sindicatos rurais e suas respectivas federações sejam compartilha-das com outros sindicatos. E, assim, a gente nivele nosso sistema por cima”, celebrou o gerente sindical da FAEG, Antelmo Teixeira, a quem os amazonenses ficaram muito gratos pela receptividade e solicitude.

”JÓIA DO CERRADO”

Caiapônia passa por um momento de êxito na ativi-dade agropecuária, com resultados e produção reconhe-cidos em nível nacional. Trata-se de município da região oeste de Goiás, com quase 17 mil habitantes (16.757 ci-dadãos, em censo de 2010 feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Detentor do segundo maior rebanho bovino de Goiás, o município parece vi-ver em lua de mel com seus 11.644 eleitores (censo de 2011), a começar pelos sorridentes funcionários e afilia-dos do Sinprucap.

Na esteira do lançamento do Plano Safra, o prefei-to Argemiro Rodrigues garantiu que o município está pronto para os novos tempos da agricultura brasileira. “Caiapônia está preparada para receber produtores e qualquer empresa que quiser se instalar no nosso mu-nicípio, e estamos trabalhando para isso. A vinda dessa federação de fora nos dá mais força ainda para mostrar um sindicato e um município forte perante o Estado de Goiás e até na esfera federal”, declarou o político goiano, feliz com a visita da FAEA.

A FAEA, nas palavras de seu presidente, também celebrou a “experiência positiva” vivida a milhares de quilômetros de suas bases. “Tivemos a oportunidade de conhecer a experiência que, hoje, é um exemplo em nível nacional, que é o Sindicato Rural de Caiapônia. Experiên-cia essa que vai ser muito valiosa para que nós possamos aprimorar os serviços e ações dos nossos Sindicatos Ru-rais no Amazonas. Saímos daqui revigorados e com muito ânimo para continuar esse processo importante de forta-lecimento do sistema sindical patronal rural do Amazo-nas”, observou Muni Lourenço.

Para o presidente do Sinprucap, Caiapônia trilha o caminho do desenvolvimento valorizando e respeitando

Intercâmbio

» Presidente do Sistema FAEA-SENAR, Muni Lourenço, fala sobre cooperação entre o Amazonas e a FAEG

» Dirigente goiano recepciona lideranças amazonenses

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justamente o que tem de mais valoroso – o potencial do trabalhador rural. “O município tem grande rebanho no Estado de Goiás. É um grande produtor de bezerros, e ultimamente tem desenvolvido muito a também agricul-tura. É um município que tem crescido de forma pujante, e isso tem alavancado o nosso desenvolvimento. Tudo isso graças a essas parcerias com o setor privado e com o setor público. São essas conversações que colocam o município nessa posição de crescimento no Estado de Goiás”, exaltou Ailton José Vilela.

Com quase 9 mil km² de extensão e 40 mil hectares de área de lavoura a mais do que foi registrado em 2012, Caiapônia passou a ostentar também o título de principal produtor de feno de Goiás. Cercada por cachoeiras e com taxa de alfabetização em 86%, o espírito reinante no mu-nicípio pode ser traduzido na frase estampada na camisa da associação local de produtoras: “Aqui o sistema é bru-to, o laço é firme e o tiro é certeiro”. Tudo devidamente anotado, como cartilha a ser seguida, por Muni Lourenço e seus companheiros amazonenses.

SELO FAEG DE QUALIDADE

No dia seguinte (quarta-feira, 5), a comitiva amazo-nense foi recebida pelo presidente da FAEG, José Má-rio Schreiner. O próprio Schreiner conduziu, na ampla sede da Federação localizada no centro de Goiânia, uma palestra-exposição sobre as atividades, a estrutura e as dezenas de programas sociais, culturais e ambientais de-senvolvidos pelo Sistema FAEG, com o esteio técnico Ser-viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-GO). Entre os projetos – 25 ao todo – estão o “Carbono Zero”, de redução de poluentes; o “Equoterapia”, tratamento de saúde com a utilização de equinos; e o programa “Agri-nho”, que desenvolve o aprendizado rural para cerca de 650 mil crianças.

“O trabalho é reconhecido por toda a sociedade, in-dependentemente de ser ou não voltado para o setor rural”, disse o presidente da FAEG, que diz estar determi-nado a extinguir o senso comum de que ação dos produ-tores rurais é nociva ao meio ambiente. Para tanto, lem-brou Schreiner, é necessário que haja articulação política

como ponte com a sociedade. “Nada é feito sem política. Mas é o seguinte: somos aliados do governador, mas não somos submissos”, acrescentou.

Por meio de projeções de imagens e comentários detalhados sobre as ações da FAEG-SENAR, o presiden-te Schreiner também saudou a expedição amazonense. Em meio a diversos números e informações sobre o setor agropecuário de Goiás, ele se emocionou ao falar do fi-lho estudante, que recebeu o apoio de Muni Lourenço no Amazonas, e foi aplaudido ao comentar uma ideia eleito-ral, em nível nacional. “Vocês podem achar que eu sou suspeito para falar, mas eu queria ver a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) como presidente da República, porque ela faz a diferença para nós do setor produtivo”, opinou Schreiner, referindo-se à parlamentar que é pecuarista e presidente da CNA e goza de prestígio entre os produto-res rurais.

DE VENTO EM POPA

Além da FAEG, a comitiva do Amazonas fez visitas a propriedades do interior goiano, como a fazenda “Con-finamento Olhos D’Água”, que produz milho, soja e leite,

SAIBA MAIS

Segundo indicadores do agronegócio goiano,

Goiás está em 1º lugar no país em produção de

feijão irrigado e tomate industrial.

Estimativas da FAEG apontam colheita em torno

de 7,3 milhões de toneladas de milho em 2013.

Desse total, 4,9 milhões de toneladas devem

ser consumidos apenas pelos goianos, lembra o diri-

gente rural, Schreiner, em produção que deve resul-

tar em um excedente de 2,4 milhões de toneladas

do cereal, devido à entrada de grãos de estados

fronteiriços, importantes produtores do grão.

» Comitiva amazonense com dirigentes rurais de Goiás » Muni Loureço fala sobre a importância do intercâmbio tecnológico

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com mais de 11 mil cabeças de gado. Segundo um dos sócios, João Batista de Souza, são 1.220 hectares com produção média de 58 sacas de soja por hectare e 105 sacas de milho por hectare, além de milhares de litros de leite diariamente ordenhados. Impressionou a comitiva do Amazonas peças do maquinário como a de ordenha e resfriamento de leite, que evita a solidificação do produ-to – a chamada nata, chamada singelamente de “mantei-ga” pelos peões da fazenda.

A comitiva da FAEA também visitou as dependências da fazenda, em Bela Vista de Goiás (cerca de 40 quilôme-tros de Caiapônia), onde se desenvolve o “Pró-Campo” – programa de apoio técnico ao produtor de leite Pira-canjuba.

Os amazonenses tiveram uma verdadeira aula de tra-tamento do gado com vistas à produção de leite, desde os cuidados com os novilhos até o sofisticado plantio do pasto a ser consumido pelos animais, que produzem qua-tro tipos de nutritiva ração.

A filosofia do empreendimento, que leva ao zelo ex-tremo com o gado leiteiro, está sintetizada na frase dita por um supervisor do programa que guiou a comitiva: “Quando morre um bezerro fêmea, perde-se uma futura vaca”.

Grato aos préstimos da FAEG em todas as fases da visita, Muni Lourenço fez elogios à instituição. “Não é só o suporte de hospedagem, de transporte. É aquela pala-vra, aquela demonstração de amizade, de carinho. Não há dinheiro que pague isso”, discursou. “Que Deus aben-çoe essa aliança do Amazonas com Goiás.”

CALOR HUMANO

Para o presidente Muni, o balanço da viagem foi “extremamente satisfatório”, positivo, e serviu para estimular e intensificar a interação entre as lideranças rurais do Amazonas, “fortalecendo os laços de amiza-de, companheirismo e de parceria de trabalho” entre os produtores rurais. A despeito das centenas de quilô-

metros percorridos por microônibus em dois dias, Muni encontrou entusiasmo para elogiar a iniciativa.

“Tenho certeza de que essa visita foi extremamente valiosa para que nós possamos continuar esse esforço crescente também para o desenvolvimento e o bem do sindicalismo patronal rural amazonense.

São várias as ideias que a gente discutiu e pretende implementar no Amazonas, a partir do que vimos no Es-tado de Goiás”, disse ainda Muni, acrescentando que o processo de integração entre as lideranças rurais ama-zonenses é “irreversível”.

“É uma missão técnica altamente positiva em ter-mos de intercâmbio de experiências e conhecimento in loco, de programas projetos e ações do sistema sindical patronal rural de Goiás – que é exemplo, referência em nível nacional”, sublinhou ainda o presidente da FAEA, já no retorno a Brasília.

Já para o presidente do Sindicato Rural de Presi-dente Figueiredo, Leonardo Mississipe, não poderia ter havido recepção mais calorosa, principalmente em Caia-pônia, para a trupe da Amazônia.

Ele recorreu a figuras tradicionais de cidades do interior para dar o tom do que foi o encontro. “Ali [no sindicato de Caiapônia] só faltou o padre, o delegado e o juiz. Só faltou o prefeito decretar feriado”, comple-mentou, depois de discurso emocionado a bordo do mi-croônibus, já no regresso a Brasília.

Participaram da comitiva Amazônia/Goiás, liderada por Muni Lourenço, os seguintes dirigentes de sindica-tos: Adalberto José Moreto; Ademar Marinho Hortên-cio; Alcemir Cruz de Lima; Atílio Torres; Carlos Roberto Koch; Fernando de Souza Xavier; Francisco Garcia; Ildo Lucio Gardingo; Laércio Donato de Souza; Leonardo Mississipe de Souza; Lucivaldo Oliveira Nery; Manuel Idalino de Souza; Mário Jorge de Souza Bastos; Nathan da Silva Bastos Sobrinho; e Raimundo Teixeira da Gama. A empreitada foi prestigiada por Antelmo Teixeira (FAEG) em boa parte dos deslocamentos.

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Produtores rurais, especialistas e fornecedores mantiveram um amplo intercâmbio de informações agropecuárias // Agricultural producers, specialists and suppliers come together for information exchange

II Semana do Produtor Rural atende mais de mil pessoas do setor

REPORTAGEM E FOTOS// ARTICLE AND PHOTOS: Diárcara Ribeiro

Comercial Risadinha

SECOND AGRICULTURAL PRODUCER’S WEEK GATHERS OVER 1000 PEOPLE FROM THE INDUSTRY

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No Amazonas segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), cerca de 275 mil pessoas vivem da atividade rural. Esse é um mercado promissor para os lojistas da área, porém o diferencial faz toda a diferença e conquista a clientela. Quem não gosta de ser bem atendido? Receber orientação na propriedade rural? Encontrar tudo em um só lugar?

Bem, todo mundo gosta. Imagina se o cliente for pro-dutor rural, que vive longe da cidade. É com esse padrão de qualidade e atendimento que o Comercial Risadinha recebe todo cliente que chega à loja localizada na Av. Torquato Tapajós, em Manaus. Para homenagear quem durante ano todo é um forte parceiro, foi realizada a II Semana do Produtor Rural em alusão a data (dia 25 de julho). Durante cinco dias a equipe da Comercial Risadi-nha juntamente com Agrônomos das principais empre-sas de agronegócio do país realizou consultorias técnicas gratuitas, participaram de sorteio e de várias atividades.

“O objetivo desta ação foi trazer para os nossos clien-tes informações que vão auxiliá-los no dia a dia. Podemos perceber a falta de mão de obra na área, ficamos felizes em receber os fornecedores que vieram trazer informa-ções para os produtores que participaram, pois essa tro-ca de informações é muito valiosa para ambos”, afirmou o empresário Augusto Salla.

Uma das clientes da loja é a produtora rural Raquel Barbosa, 55 anos, mora no KM 165 da BR 174, fez ques-tão de participar das atividades realizadas; no espaço montado para a exposição dos produtos ela trouxe pi-mentão e chicória para o espaço destinado a exposição que foi montado na loja.

Na sua propriedade produz 3 mil pés de chicória;1 mil pés de mamão; limão; pepino; abóbora; banana e outras culturas. Durante a entrevista destacou o atendimento recebido pelos vendedores da loja, “me sinto especial”, avaliou ainda o evento. “Essa programação é muito boa, porque além do incentivo é uma consideração para nós que estamos produzindo e muitas vezes somos mal vis-tos pela sociedade”.

Os clientes do Comercial Risadinha não passam des-percebidos pela equipe de vendas, que além de ofere-cer os melhores produtos do mercado, encaminham os produtores para receberem orientação técnica dos pro-

fissionais especializados, além de fazer a análise de solo, em média são realizadas 40 análises por mês. “Estamos sempre preocupados com as necessidades dos nossos clientes, procuramos sempre trazer novidades e tecno-logias novas. É gratificante preparar a II Semana do Pro-dutor Rural, além de aumentar nossa responsabilidade”, destacou Marlene Salla, braço direito de Augusto.

O casal Andréia e Edinelson Barros, produtores do ramal Pau Rosa, km 21, vendem quase toda produção para o Programa de Regionalização da Merenda Escolar (PREME), tendo como carro chefe, a banana, na última vez que colheram foram 2 toneladas.

Clientes do Comercial Risadinha desde 2009, tam-bém vieram de participar da Semana do Produtor. “O que conquistou a nós foram os atendimentos e assistência técnica lá no nosso terreno. Quando chegamos com dú-vidas na loja somos bem orientados, desde a cultura que estamos trabalhando até um futuro empreendimento, depois disse temos certeza que o trabalho vai dar certo”, disse Andréia, que está no segundo período de engenha-ria ambiental e participam pela primeira vez.

» Clientes da Comercial Risadinha participaram da II Semana do Produtor Rural, que contou com um delicioso café da manhã no espaço que foi realizada a exposição // Comercial Risadinha clients participated in the 2nd Agricultural Producer’s Week, which featured a delicious breakfast at the location of the exhibition

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According to the Brazilian Institute of Geography and Sta-tistics (IBGE), about 275,000 people make a living off the land in Amazonas. This is a promising market for local shopkeepers, however, a distinctive approach makes a world of difference and wins over customers. Who doesn’t like receiving great service? Or receiving orientation on your rural property? How about find-ing everything you need in one place?

Well, everybody does! All the more so if the customer is an agricultural producer, living far from the city. It is with such quality and customer service standards that Comercial Risadinha (literally, “Giggle Company”) receives all its customers at the Tor-quato Tapajós Avenue store, in Manaus. To pay homage to those who were strong partners all year long, the Second Agricultural Producers Week was held in reference to the date (July 25th – Agricultural Producer’s Day in Brazil). For five days, Comercial Risadinha’s team, along with agronomists from the country’s biggest agribusiness companies, provided free technical consul-tancy, organized raffles and many other activities.

“The goal of this event was to bring to our customers infor-mation that will help them in their daily lives. We can see the lack of labor force in the field, so we are happy to receive the suppliers who came to bring information to the producers who participated, because the exchange of information is very valu-able to both parties,” says businessman Augusto Salla.

One of the customers, 55 year-old agricultural producer Raquel Barbosa, who lives at KM 165 of the BR 174 Interstate, made a point of participating in the activities held. She took bell peppers and chicory to the location arranged for the display of products in the store.

On her property she produces 3000 heads of chicory, 1000 papaya trees, lemons, cucumbers, pumpkins, bananas and other crops. During the interview she pointed out the assistance pro-vided by the salespersons in the store. “I feel special,” she said. She also added: “This event is great because it’s not only encour-aging, but it also acknowledges us producers, who are often un-popular in society.”

Comercial Risadinha’s customers don’t go unnoticed by the sales team, which, in addition to offering them the best products on the market, also refer them to specialized professionals who offer technical orientation and also perform soil analyses (an av-erage of 40 analyses are carried out each month). “We are always concerned about our customer’s needs and we seek to always bring innovation and new technology. It is rewarding to be able to promote the Second Agricultural Producer’s Week and it also increases our level of responsibility,” explains Marlene Salla, Au-gusto’s right hand woman.

The couple Andréia and Edinelson Barros, producers at the Pau Rosa branch, Km 21, sell almost all their crops to the School Snacks Regionalization Program (PREME), with bananas being their flagship product. During their last harvest they reaped 2 tons of the fruit.

Comercial Risadinha clients since 2009, they also came to participate in the Agricultural Producer’s Week. “What won us over were the customer service and the technical support at our farm. When we go to them with questions they give us good information, from the crops we are working with to future ventures. After that, we are sure our work will pay off,” said An-dréia, who is a freshman in college, majoring in environmental engineering, and was participating in the event for the first time.

Agronomist Aparicio Lima, 51, highlighted that the event is a great opportunity to strengthen relationships with customers, communicating new technologies, taking advantage of being able to talk with renowned lecturers, and sharing new ideas. Accord-ing to Aparicio, some of the greatest difficulties concern correct fertilization, pest control, and how to use more productive seeds. “For better orientation, it is ideal that we make an on-site visit to help them in the best possible way. That is what we do.”

From salesman to agricultural producer, 21 year-old sales consultant Antônio Mazinho, assisted so many customers that he invested in his own business. “I decided to invest in the mulch-ing technique. I am planting coriander and lettuce. It was in as-sisting customers I that I became interested in investing in this sector,” he said.

One of the suppliers who participated in the Second Agricul-tural Producer’s Week was Franklin Barbosa, a market supervi-sor at Yara Brasil Fertilizates, who praised the initiative. “It was great participating in this event with a partner who resells our merchandise. During this time we’ve been able to communicate with producers, answer questions and make our contribution.”

» Raquel Barbosa trouxe produtos de sua produção para serem expostos durante a II Semana do Produtor // Raquel Barbosa brought products manufactured to be exposed during the second week of the Producer

» Ricciere Salla e Amabli Salla, pai e mãe da família Salla // Ricciere and Amabli Salla Salla, father and mother of the family Salla

» Augusto Salla, Jucelino Salla, Amabli Salla, Ricciere Salla, Marlene Salla, Roque Salla

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Engenheiro Agrônomo, Aparicio Lima, 51 anos, res-saltou que durante o evento é uma ótima oportunidade para estreitar o relacionamento com o cliente e repassar novas tecnologias para aproveitar a troca com palestran-tes renomados e compartilhando idéias novas. De acordo com Aparicio, uma das maiores dificuldades encontradas é com relação à adubação correta, controle das pragas, como utilizar sementes mais produtivas. “Para uma orientação correta o ideal é fazer uma visita in loco para ajudá-los na melhor forma possível. É o que fazemos.”

De vendedor à produtor rural; o consultor de vendas, Antônio Mazinho, 21 anos, de tanto atender os clientes investiu no próprio negócio. “Decidi investir na técnica de mulching; Estou plantando coentro e alface. Foi atendendo os clientes que me interessei em investir no setor”, disse.

Um dos fornecedores que participaram da II Semana do Produtor Rural, foi o supervisor de mercado da em-presa Yara Brasil Fertilizantes, Franklin Barbosa, que elo-giou a iniciativa. “Foi muito bom participar desse momen-to com esse parceiro que é um revendedor das nossas linhas. Podemos durante esses dias ter contato com os produtores, esclarecer dúvidas e dar nossa contribuição”.

GANHADORES // WINNERS

Foi sorteada, TV de 32 polegadas, sacas de adubo, saca de sementes, mangueira, pulveriza-dores, ração e rolos de filmes. // The raffle con-test prizes included a 32-inch TV, sacks of fertil-izer, a sack of seeds, a hose, sprayers, feed and rolls of film.

Antônio José Ferreira VasconcelosAlexandre Lima AlvesKlycineide MeloRegina BarbosaJorge KamezakiJose Lopes de Souza FilhoAntonio Carlos da SilvaPablo José Mota de LimaRubia Simini Lima de MoraesLuderte Lima Barbosa

“Coloquei apenas um cupom nos primeiros dias, sou pé quente”, disse muito contente a pro-dutora de citricultura e horticultura, Klycineide de Melo Rodrigues. // “I deposited just one raffle ticket on one of the first days. I’m a very lucky per-son,” said delighted citriculture and horticulture producer Klycineide de Melo Rodrigues.

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MAXIPLANT

O diretor da Maxiplant no Brasil, Mário Roldán,

disse que a realização da II Semana do Produtor Rural

da Comercail Risadinha é um modelo extraordinário

de integração da indústria, do comércio e dos pro-

dutores, que ele vai divulgar em suas andanças pelo

Brasil e no mundo.

“Há quatro anos que o Augusto Salla (Risadinha)

trabalha com a gente e sempre ouvia da criatividade

dele e do jeito diferenciado que ele trata os produto-

res. Agora temos certeza que ele é um parceiro que

acrescenta muito para a divulgação e comercializa-

ção dos nossos produtos”, disse.

Na condição de diretor comercial da Cosmo-

cel S.A., uma gigante mexicana do setor agrícola,

Roldán disse que o Amazonas é uma frente de de-

senvolvimento agrícola com características muito

diferente do restante do país, mas que tem muito a

ensinar para o mundo pelo cuidado que se tem com

a floresta.

“Percebo que o Augusto trabalha com muito cri-

tério auxiliando os produtores com assistência téc-

nica e os orientando sobre as novas tecnologias na

área. Ele é uma referência mundial na agricultura em

floresta tropical”, comentou.

Augusto Salla, por sua vez, destacou que “a II Se-

mana do Produtor Rural é um evento que auxilia no

relacionamento dos produtores com os fornecedo-

res e na troca de informações científicas que levam

ao desenvolvimento regional com responsabilidade”.

MAXIPLANT

The Director-General of Maxiplant in Brazil, Mário

Roldán, said that the Second Agricultural Producer’s

Week, hosted by Comercial Risadinha, is an extraordi-

nary integration model between the industry, trade

and producers that he will promote during his travels

in Brazil and around the world. “Augusto Salla (Risadi-

nha) started working with us 4 years ago and people

have always noted his creativity and the unique way

in which he deals with agricultural producers. Now

we know that he is a partner who really brings a lot

to the table in terms of marketing and promoting our

products,” he said.

As Commercial Director at Mexican agricultural

giant Cosmocel S.A., Roldán says that Amazonas is an

example of agricultural development with characte-

ristics that set it apart from the rest of the country.

The rest of the world could learn a great deal from

the State considering how it handles forestland with

great caution. “I’ve noticed that Augusto is very in-

sightful when providing agricultural producers with

technical assistance and teaching them about new

technology in the field. He is a world leader in rainfo-

rest agriculture,” he commented.

Augusto Salla, in turn, emphasized that, “The Se-

cond Agricultural Producer’s Week is an event that

supports producers in their relationships with sup-

pliers and in the exchange of scientific information

leading to responsible regional development.”

Comercial Risadinha

Por: Antonio Ximenes

By: Antonio Ximenes

» Veterinária Marlene Salla com menino e produtora do setor avícola // Veterinary Marlene Salla with Boy and producer of the poultry sector

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Para fiscalizar uma área fronteiriça tão grande, como a Região do Alto Solimões, o 4º Pelotão Especial de Fron-teira (4º PEF) Estirão do Equador é um dos pontos onde o Exército mantém a presença fixa. Nesse pelotão residem centenas de famílias da soberania. O lema no local é com-bate e trabalho; além da realização de atividades sociais para valorizar a comunidade de brasileiros que vivem nessa localidade pertencente ao município de Atalaia do Norte. O 4º PEF é comandado pelo 1º tenente Hugo Cler-man. “É uma responsabilidade muito grande e também de muito orgulho para nós, poder estar trabalhando, par-ticipando e ajudando o Brasil na defesa da pátria”.

Na visita ao 4º PEF, o Comandante de Exército, Gene-ral Enzo Peri destacou a missão em uma operação como a Ágata 7. “Estamos hoje aqui dentro de um marco de uma operação comandada pelo Ministério da Defesa”. Para

o Comandante do Exército, a intensificação, principal-mente nas regiões de fronteiras e antes da realização da Copa das Confederações, foi o diferencial deste ano. Por se tratar de Amazônia há uma diferença muito grande. “A região Amazônica pela sua extensão de aproximadamen-te 11 milhões de quilômetros de fronteira; a operação é bastante diferenciada e muito difícil, isso tudo proporcio-na importância e um nível elevado”, completou.

Além do General Enzo, o Chefe de Estado-Maior con-junto das Forças Armadas (EMCFA), General José Carlos De Nardi, o General de Exército Villas Bôas e o coronel Marco Antonio Estevão Machado, comandante de fron-teira Solimões 8º Batalhão de Infantaria de Selva Bata-lhão Forte São Francisco, entre outros, formaram a comi-tiva ao 4º PEF.

Atuação de civis e militares na proteção das fronteiras // Civilians and servicemen and women engaged in border protection

OPERATION ÁGATA 7 IN THE AMAZON

REPORTAGEM: Lineize Leal F0TOS: CMA

Fronteira// Frontier

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» Comandante do Exército Enzo Peri (ao microfone ) e o Chefe do Estado-Maior do Ministério da Defesa, General José Carlos De Nardi (de boina e óculos) // Army Commander Enzo Peri (the microphone) and the Chief of Staff of the Ministry of Defense, General Jose Carlos De Nardi (beret and glasses)

» Tenente Brigadeiro Machado com Comandante do CMA, General Villas Bôas no 4º PEF do Estirão do Equador // Lieutenant-Brigadier Machado with CMA Commander, General Villas Bôas at the 4th Border Platoon (PEF) at Estirão do Equador

To enforce a border area as large as the Alto Solimões re-gion, the 4th Special Border Platoon (4th PEF) Estirão do Equa-dor is one of the places where the Army maintains a permanent presence. This squad is home to hundreds of government fami-lies. The motto there is fight and work; as well as providing social activities to enhance the community of Brazilians living in the city of Atalaia do Norte. The 4th PEF is commanded by 1st Lt. Hugo Clerman. “It is a great responsibility and also a source of pride for us, to be able to work, participate and help Brazil in defense of the homeland.”

On a visit to the 4th PEF, the Commander of the Army, Gen-eral Enzo Peri highlighted the mission in an operation such as Ágata 7. “We are here today within the framework of an opera-tion led by the Ministry of Defense.” For the Army Commander, intensification, mainly in border areas and prior to the Confed-erations Cup, was a big difference this year. Since it is the Ama-zon there is a very big difference. “The Amazon region and its extension of approximately 11 million kilometers of border, the operation is quite different and very difficult, all of this gives it great importance and elevated status,” he added.Besides Gen-eral Enzo, the Joint Chief of Staff of the Armed Forces (EMCFA), General José Carlos De Nardi, Army General Villas Bôas and Colonel Marco Antonio Estevão Machado, border commander of Solimões 8th Jungle Infantry Battalion, Fort São Francisco Battalion, among others, attended the gathering of the 4th PEF.

FIGHTING CRIME IN ALTO SOLIMÕES

Operation Ágata 7 in the Alto Solimões region was commanded by Chief Military Commander of the Amazon, Army General Ed-uardo Villas Bôas. One of the objectives of the operation was to deter crime and illegal actions in the region. “ The Alto Solimões area is very sen-sitive since it is a triple border and practically all kinds of illegal activity occur here”, he stressed.

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COMBATE AO ILÍCITO NO ALTO SOLIMÕES

A operação Ágata 7 na região do Alto Solimões foi comandada pelo Chefe do Comando Militar da Amazônia (CMA), General de Exército Eduardo Villas Bôas. Um dos objetivos da operação foi inibir a criminalidade e ações ilícitas nessa região. “Essa área do Alto Solimões é muito sensível, por ser a tríplice fronteira e porque aqui ocor-rem praticamente todos os ilícitos”, ressaltou.

Villas Bôas enfatizou que na Amazônia é impossível as forças trabalharem isoladamente, durante a operação ficou muito bem caracterizada a atuação conjunta entre as forças de superfície, Marinha, Exército e Aeronáutica, que foi muito importante para fazer a logística. “É muito nítido o quanto estamos evoluindo em termos de inte-gração das três forças, além da atuação das agências fis-calizadoras a chamada operação interagências com apoio do Ipaan, FUNAI, Ministério da Agricultura, IBAMA, que atuaram durante a operação. com o apoio das Forças Ar-madas e Força Nacional”.

BRACOPER: UNIÃO DOS TRÊS PAÍSES FRONTEIRIÇOS

Como parte da operação Ágata 7, Brasil, Peru e Co-lômbia realizaram durante uma semana um trabalho em conjunto: a Bracoper. Os três países atuaram no comba-te ao ilícito na tríplice fronteira e também no município de Tabatinga e arredores. Nesta terceira edição da Bra-coper, cerca de 700 militares brasileiros do 8º Batalhão de Infantaria de Selva (8º BIS), 450 das forças armadas peruanas e, mais de 800 na Colômbia, atuam durante a operação Ágata que conta com o apoio do Exército, Ma-rinha e a Forças Armadas desses três países.

“É muito importante na faixa de fronteira termos essa parceria com as nações amigas, uma fronteira onde os ilícitos são comuns, então o que acontece no Brasil é a mesma problemática do Peru e da Colômbia. Nós temos que ter soluções comuns, mas só teremos essas soluções interagindo e trocando a inteligência e operando juntos, esse é o objetivo da operação Bracoper”, disse o coman-dante da operação, General da 16ª Brigada de Infantaria

de Selva e coordenador da Força Tarefa Solimões, Paulo Sérgio. Entre os principais ilícitos apreendidos durante a Bracoper, destacou-se o narcotráfico, a extração ilegal da madeira; a mineração ilegal; tráfico de pessoas e a pesca ilegal.

Para Marco Positom, Coronel da Força Aérea do Peru, “a Bracoper é muito importante porque permite a tro-ca de informação entre as forças dos três países”. Uma solenidade na praça fronteiriça entre Brasil e Colômbia, especificamente em Letícia, com o hasteamento das ban-deiras dos três países encerrou a Bracoper 2013.

PATRULHAMENTO FLUVIAL E TERRESTRE

Todas as embarcações que passaram pelos rios Javari e Solimões foram abordadas e fiscalizadas, mas durante a Operação Ágata 7 o patrulhamento fluvial é mais inten-so. O ponto de controle fluvial e controle fluvial tem a finalidade de verificar todas as embarcações que seguem no sentido Brasil-Colômbia e Brasil e Peru. “A operação nas embarcações tem o propósito de fiscalizar as embar-cações no período da Operação Ágata, os ilícitos e itens de segurança nas embarcações”, destaca o capitão Miala-rete, que é o comandante da 2ª Companhia de Fuzileiros de Selva. Cerca 70 embarcações são fiscalizadas diaria-mente no PBCFLU.

Já o patrulhamento terrestre PBCT, é realizado na fronteira Tabatinga com Letícia e conta com apoio da Força Nacional e de órgãos fiscalizadores, como o Depar-tamento Estadual de Trânsito (Detran-AM).

BASE ANZOL: COMBATE AO NARCOTRÁFICO NO VALE DO JAVARI

Um dos pontos mais preocupantes da Operação Ága-ta 7, na Região Amazônica, foi narcotráfico no Vale do Ja-vari. Segundo a Polícia Federal, naquela região é desen-volvida uma variedade nova de coca adaptada ao clima quente e úmido da Amazônia. Por isso foi feito uma par-ceria com a Polícia Federal e instalada uma base no Rio Javari, lugar por onde passa a maioria das embarcações. Segundo o delegado Gustavo Pivoto, a principal atuação

» Militares fazem abordagem durante o patrulhamento fluvial // Servicemen during river patrol

» General Paulo Sérgio (ao centro) acompanhado de militares das forças armadas do Peru e da Colômbia, no balanço da operação BRACOPER // General Paulo Sérgio (center) accompanied by military armed forces servicemenrom Peru and Colombia, during a review of Operation BRACOPER

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Villas Bôas emphasized that is is impossible for the forces to work alone. During the operation the joint action went really well between the surface forces, Navy, Army and Air force, which was very important for logistics. Its very evident how much we are evolv-ing in terms of integrating the three forces, beyond the actions of law enforcement agencies the interagency operation called for sup-port from Ipaan, FUNAI, Department of Agriculture, IBAMA, which all worked during the operation with support from the Armed and National Forces”.

BRACOPER: A UNION OF THE BORDER COUNTRIES

As part of the Ágata 7 operation, Brazil, Peru and Colombia took part for a week working together: Bracoper. The three coun-tries worked to combat crime on the triple border and also in the town of Tabatinga and the surrounding area. In this third Bracoper event, around 700 Brazilian military personnel from the 8th Jungle Infantry Battalion (8th BIS), 450 from the Peruvian armed forces and more than 800 in Colombia worked during operation Ágata which is supported by the Army, Navy and Armed Forces of these three countries.

According to the commander of the operation, General of the 16th Jungle Infantry Brigade and coordinator of the Solimões Task Force, Paulo Sérgio, “Its very important in terms of the border for us to have this partnership with our national friends. Its a border where crime is common, and so what happens in Brazil is also a problem for Peru and Colombia. We have to have common solu-tions but we will only have these solutions acting together and trad-ing intelligence and co-operating. This is the objective of Operation Bracoper.” Drug trafficking, illegal logging, illegal mining, human trafficking and illegal fishing were among the principle criminal ar-rests made during Bracoper.

For Marco Positom Colonel in the Peruvian Air Force, “Bracoper is very important because it allows for the exchange of information among the intelligence forces of the three countries.” Bracoper 2013 ended with a ceremony in the border park between Brazil and Colombia, specifically in Letícia, with a flag raising of the three countries.

RIVER AND GROUND PATROL

All vessels traveling the Javari and Solimões rivers are ap-proached and monitored, but during Operation Ágata 7 river pa-trolling is more intense. The river checkpoint and waterway con-trol aims to verify all vessels heading from Brazil to Colombia and Brazil to Peru. “The operation on the craft during Operation Ágata is intended to investigate both the illegal and safety items on the vessels,” said Captain Mialarete, who is the Commander of the 2nd Marine Jungle Company. About 70 vessels are monitored on a daily basis by PBCFLU.Ground patrolling by the PBCT is already done on the border of Tabatinga and Letícia and has the support of the National Forces and law enforcement agencies such as the State Transportation Department (Detran/ AM).

ANZOL BASE: COMBATS DRUG TRAFFICKING IN THE JAVARI VALLEY

One of the most worrying aspects of Operation Ágata 7 was drug trafficking in the Javari Valley. According to the Federal Police, in that region a new species of coca was created to adapt to the hot, wet Amazonian climate. So a partnership was created with the Federal Police and a base was installed on the Javari Rio in a place where most of the boats pass.

According to the delegate Gustavo Pivoto, the main activity of the Federal Police is summed up by environmental crimes and the control of inputs that are directed to the areas of planting and production of cocaine. There was support from the Brazilian Army with the National Police of Peru. The Anzol Base operated for ap-proximately 90 days on site, two kilometers from Sacambu, a region of Peru where several communities are involved in coca production.

BRAZIL NAVAL PARTICIPATION

Due to the enormous rivers in the Amazon region, the Navy’s role is critical in an operation such as Ágata7. With nine ships cover-ing the entire Amazon, the Navy has no difficulty knowing the hy-drology of the Amazon. Just in the town of Tabatinga three ships were made available, among others, and the help of a patrol vessel. The Navy also has the subsidiary task of trafficking the waterways, doing inspections throughout the operation.

According to Admiral Sávio, Commander of the Naval Force Component, although the Amazon is a large land territory, you can only evolve the Amazon through its rivers which are the roads. “The Amazon is the heart of Brazil, and through our patrol boats which operate during operation Ágata 7, we fulfill our first task is to de-fend the homeland.”

ACISO – SERVICE FOR THE POPULATION OF ALTO SOLIMÕES

Besides fighting crime, one of the goals of the Operation Ága-ta 7 is to serve the States poorer population by way of Civil Social Work. The Brazilian Army made Aciso available to the people of Tabatinga and the nearby riverine communities and everyone from Alto Solimões. This action was done on the 28th and 29th of May at the Center of Technology Education of Amazonas - CETAM.

ACISO estimated serving about 3000 people in two days with health care; dispatching documents and legal assistance; educational services and social assistance activities for the popula-tion. According to the Army General Eduardo Villas Bôa, the care provided by ACISO during the operation, in addition to providing public services to the population, is a way to compensate people for the inconvenience caused by the operation. “We recognize that we somehow can cause some inconvenience to the population, be-cause with all of this movement we take away the people’s routine. Sometimes we find people who depend on the violations that we fight to survive. So in return we perform these actions as assistance compensation of all kinds to find that balance and so the popula-tion can sense that the State is acting.”

» Militares do 4º Pelotão de Fronteira Estirão do Equador se apresentam para as autoridades das Forças Armadas // Servicemen from the 4th Border Platoon (PEF) at Estirão do Equador reporting to Armed Forces officials

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da PF resume-se na questão dos crimes ambientais e no controle de insumos que são encaminhados para as áreas de plantio e produção de cocaína. Houve apoio do Exérci-to Brasileiro com a Polícia Nacional do Peru. A Base Anzol operou por aproximadamente de 90 dias no local, fican-do à dois quilômetros de Sacambu, uma região do Peru onde várias comunidades são envolvidas na produção de coca.

A PARTICIPAÇÃO DA MARINHA DO BRASIL

Devido os enormes rios situados na região Amazôni-ca, o papel da Marinha é fundamental em uma operação como a Ágata 7. Com nove navios em ação, abrangendo toda a Amazônia, a Marinha não tem dificuldade algu-ma por conhecer a hidrologia amazônica. Somente nas redondezas do município de Tabatinga foram disponibi-lizados três navios, além de outros sempre auxiliado de um navio patrulha. A Marinha também tem como tarefa subsidiária, a tarefa do tráfico aquaviário, fazendo inspe-ção naval durante toda a operação.

Segundo o Almirante Sávio, comandante da Força Naval Componente, embora a Amazônia seja um gran-de território terrestre, só é possível evoluir na Amazô-nia através dos rios que são as estradas. “Amazônia é o coração do Brasil, através dos nossos navios patrulhas atuando durante a operação Ágata 7, cumprimos a nossa primeira tarefa a defesa da pátria”.

ACISO – ATENDIMENTO PARA A POPULAÇÃO DO ALTO SOLIMÕES

Além do combate ao ilícito, uma das finalidades da Operação Ágata 7 é o atendimento do Estado para a po-pulação carente por meio das Ações Cívico Sociais (Aciso).

O Exército brasileiro disponibilizou esse sistema para a população de Tabatinga e comunidades ribeirinhas próximas ao município e toda a população do Alto Soli-mões. A ação foi realizada nos dias 28 e 29 de maio, no Centro de Educação Tecnológica do Amazonas Cetam. A

estimativa do Aciso foi atender nos dois dias de cerca de 3 mil pessoas, com atendimentos de saúde; expedição de documentos e assistência jurídica; atendimentos educa-cionais e atividades socioassistenciais para a população. Segundo o General de Exército Eduardo Villas Bôas o atendimento Aciso durante a operação, além de propiciar à população serviços público é uma forma de compensar as pessoas pelo transtorno causado pela Operação. “Nós reconhecemos que de certa forma podemos causar al-guns transtornos para a população, porque com toda essa movimentação que realizamos, tiramos a população da sua rotina. Alguns dos ilícitos que combatemos, às vezes encontramos pessoas que dependem disso para sobrevi-ver. Então em contrapartida realizamos essas ações como forma de compensação de assistência de todo tipo para buscar esse equilíbrio e a população sentir que a presença do Estado é atuante”.

» Atividades da Ação Cívico Social (ACISO) oferecidas à população durante a Operação Ágata 7 na Amazônia // Civic and Social Action Activities (ACISO) offered to the population during Operation Ágata 7 in the Amazon

» Atendimento médico da Marinha do Brasil na Ágata 7 // Brazilian Navy medical care at Ágata 7

» Atendimento médico do Exército do Brasil // Brazilian Army medical care

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AGRICULTURA DE RONDÔNIA É UM SHOW

A 2ª Feira de Tecnologias e Oportunidades de Negócios Agropecuários –

Rondônia Rural Show, que aconteceu de 23 a 26 de maio, em Ji-Paraná, fechou

com uma movimentação financeira com mais de R$ 200 milhões. A feira contou

com 420 expositores, 32 palestra e um público de cerca de 30 mil visitantes.

Independente destes números expressivos, o mais gratificante foi ver como

esta feira já se consolidou como um espaço importante de fomento da nossa

agropecuária, oferecendo boas oportunidades de negócios, de crédito, de co-

nhecimento, assistência técnica e novas tecnologias aos agricultores.

Com esta feira, o governo do Estado, com o apoio do governo federal e das

agências de fomento, como a Embrapa, a Emater, o Ceplac, o Banco do Brasil e

o Banco da Amazônia, apresentaram o que existe de mais moderno e inovador

para os agricultores de Rondônia. E possibilitaram, principalmente aos pequenos

agricultores familiares, que são os que mais precisam, o acesso a essas inovações

e ao crédito.

Durante a feira, os agricultores familiares tiveram acesso facilitado ao crédi-

to, com juros subsidiados por meio do Fundo Estadual de Desenvolvimento da

Agricultura Familiar (FEDAF). Essa medida beneficiou os produtores rurais que

adquiriram equipamentos agrícolas no valor de até R$ 50 mil, e foi de grande

importância para estimular o desenvolvimento da agroindústria familiar e dos

pequenos empreendimentos agroindustriais.

Durante a feira, também foram entregues 400 títulos de posse definitiva da

terra para agricultores, o que faz parte de uma política de regularização fundiária

que estamos apoiando e cobrando constantemente mais agilidade e efetivida-

de. Felizmente, estamos verificando avanços e isso é resultado do alinhamento

político e das parcerias que estabelecemos nas esferas dos governos federal, es-

tadual e municipais.

Essa nova maneira de implementar as políticas públicas no setor agrícola está

dinamizando a economia do Estado, gerando mais emprego e renda em todos os

setores e, com certeza, vai contribuir para o fortalecimento de nossa economia,

mantendo o homem no campo, com dignidade e qualidade de vida. A feira é ape-

nas uma mostra do que está sendo feito no dia-a-dia da agropecuária rondonien-

se. Estamos no caminho certo e, com trabalho e determinação de todos, cada um

fazendo a sua parte, Rondônia em breve se consolidará como a maior potência

agrícola da Amazônia e, quem sabe, do Brasil.

Acir GurgaczSenador PDT-RO

“Estamos no caminho

certo e, com trabalho e

determinação de todos,

cada um fazendo a sua

parte, Rondônia em breve

se consolidará como a

maior potência agrícola

da Amazônia e, quem sabe,

do Brasil.”

Artigo

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96 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

Atuação da Funai é contestada no CongressoParlamentares e lideranças dos produtores rurais discordam do aumento das demarcações de terras indígenas no País

REPORTAGEM: Fábio Góis F0TOS: Antonio Ximenes e Divulgação

Demarcações

» Audiência pública com a ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann na Câmara Federal

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Quando renunciou à presidência da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em 7 de junho, a antropóloga Marta Maria do Amaral Azevedo convivia com a pressão de um confli-to fundiário que havia culminado, uma semana antes, com a morte de um índio Terena. Na ocasião, Oziel Gabriel foi alvejado por um tiro de revólver depois de confronto com a Polícia Federal, em meio a uma ação de reintegração de posse em Mato Grosso do Sul. Em 3 de junho, foi a vez de um produtor rural sofrer a violência dos ânimos acirrados – Raul Xavier foi violentamente atacado por um grupo de índios no município gaúcho de Mato Castelhano.

Além da queda de sua presidente, partiu também de instituições e representantes da República, incluindo do próprio governo federal, o movimento que, em última instância, pode tornar a fundação obsoleta: começou a ser executada uma série de suspensões de demarcação de terra capitaneadas pela FUNAI, atribuição que passa-ria a ser compartilhada com ministérios e autarquias.

Descontente com a gestão de Marta Azevedo, o go-verno suspendeu, em abril, processos de demarcação fei-

tos pela FUNAI no Paraná, com possibilidade de a inter-venção ser estendida a diversos outros estados. Ameaça confirmada: Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul tam-bém tiveram suspensas algumas demarcações, e outras devem ser atingidas Brasil afora. Emblemática do atual momento da fundação, a iniciativa inclui uma alternativa articulada pelo Planalto a não só respeito de prerrogati-

» Senadora Kátia Abreu é contra a ampliação das demarcações de terras indígenas no Brasil

» Ex-presidente da Funai, Marta Maria do Amaral Azevedo foi contra a diminuição de poder da instituição e renunciou

“Por trás da Funai há enormes interesses privados e internacionais, de que o Brasil não se consolide cada vez mais como grande produtor de alimentos no mundo. Só inocente para não ver o que está acontecendo com essa avalanche de demarcações". Senadora Kátia Abreu (PMDB-TO)

» Ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann defende a participação de vários órgãos do Governo, quando na demarcação de terras indígenas

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vas como demarcação de terra, mas também desenvolvi-mento de projetos de assistência indigenista.

A decisão do Planalto consiste na elaboração de novo sistema de informações a fundamentar a delimitação de localidades e extensão de territórios indígenas. A defi-nição dessas reservas ficaria sob responsabilidade, em ação integrada, do Ministério do Desenvolvimento Agrá-rio, do Ministério da Agricultura e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O novo modelo, ainda sem prazo de implementação, foi anunciado em audiência pública realizada em 8 de maio na Comissão de Agricultura da Câmara, com a presença da ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.

Enquanto articula, o governo mantém as antenas voltadas à atuação do STF. A corte deve decidir, ainda no segundo semestre deste ano, se as condicionantes apli-cadas no julgamento da demarcação da reserva Raposa Serra do Sol são válidas para futuras demarcações – uma das restrições determina que áreas já demarcadas não podem ser ampliadas.

Mas algo já incomoda o Planalto. Recém-indicado pela presidenta Dilma Rousseff, com indicação aprovada pelo Senado, o novo ministro da Corte, Luís Roberto Bar-roso, defende que os ditames definidos pelo STF devem ser válidos apenas para o caso particular da Raposa Serra do Sol. “O Supremo não tem competência normativa para disciplinar 'ad futurum’, quando vão ser feitas demarca-ções”, adiantou o magistrado, que vai relatar justamente esse desdobramento do processo da reserva Raposa Ser-ra do Sol. Por meio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o governo tem insistido no discurso de que vai esperar a decisão do STF para definir tanto as diretrizes da nova política de demarcações quanto os rumos de uma reforma agrária mais efetiva para o país.

BRIGA PARLAMENTAR

No Senado, nomes contra e a favor da FUNAI já co-meçam a se manifestar, assim como na Câmara, com ar-gumentos defendidos de maneira veemente. Caso da se-nadora Kátia Abreu (PMDB-TO), uma das principais vozes

da bancada ruralista no Congresso. “Por trás da FUNAI há enormes interesses privados e internacionais, de que o Brasil não se consolide cada vez mais como grande pro-dutor de alimentos no mundo. Só inocente para não ver o que está acontecendo.

Por que no Brasil com tanta terra, com 50% de terras públicas, da União, a FUNAI tem de ir em cima de 25% da terra de produtores rurais? Não há quem se conforme com isso”, protestou Kátia Abreu, depois de confidenciar à reportagem que gostaria de ter assinado a CPI da FU-NAI, e só não o fez porque a comissão é restrita à Câmara.

Para Kátia Abreu, que preside a Confederação Na-cional da Agricultura (CNA), as organizações não-gover-namentais (ONGs) internacionais se infiltraram no país e, com influência junto à cúpula da FUNAI, têm capitaneado a ação da entidade.

“A FUNAI é toda municiada, e só Deus sabe o que acontece por trás dessas ONGs, todas muito bem reche-adas de dinheiro.

Eu não acredito numa vontade genuína da FUNAI em melhorar a vida dos índios, nunca vi a FUNAI discutir a saúde, a moradia dos índios. Nós fizemos uma pesquisa Datafolha que mostrou que os índios nem sabem que ferver a água é necessário para a saúde. A FUNAI não se digna a ensinar o básico.

São índios morrendo de diarreia, de desidratação, com febre inexplicável. Eles não têm médico, não têm professores nas escolas das aldeias, moram de forma ter-rível, às vezes passam o dia inteiro comendo mandioca, sem alternativa”, vociferou a senadora.

Vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-CE) ma-nifestou à reportagem opinião contrária. Para ele, a prer-rogativa de demarcação de terras deve ser mantida na alçada da FUNAI. Para ele, o governo deve dar subsídios para que a fundação acompanhe as dinâmicas culturais dos povos, em sintonia com a modernidade.

“A questão indígena tem que ter um endereço em Brasília, não pode estar em vários escaninhos, porque senão teria de atender a diversos interesses”, declarou Jorge Viana.

» Deputado Federal Valdir Colatto (PMDB-SC) questiona a política do governo de demarcação de terras indígenas

» Deputado Paulo César Quartiero (DEM-RR) perdeu suas terras na Raposa Serra do Sol

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CPI DA FUNAI NASCE EM CLIMA DE GUERRA

Ofensiva da bancada ruralista deve provocar reação de ambientalistas, que vêem o enfraquecimento da FUNAI em meio a acusações de fraude em perícias antropológicas. Parlamentares acusam presidente demissionária de falta de diálogo e conluio com organizações estrangeiras.

Na Câmara dos Deputados está em andamento a CPI da FUNAI, comissão parlamentar de inquérito protocola-da em 15 de maio com o apoio de 211 deputados, onde investiga a atuação daquela entidade e do Instituto Na-cional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

No comunicado à imprensa, o grupo parlamentar avisou estar disposto a investigar a ocorrência de “inúmeras frau-des” em procedimentos como demarcação de terras indíge-nas e quilombolas “em quase todos os estados brasileiros”.

Há também o componente da controvérsia em âmbi-to parlamentar, com direito a acusação de fraude: o de-putado Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos dois signatários do PV para a abertura do colegiado (o outro é o paulista Ro-berto de Lucena), disse que seu nome foi indevidamente arrolado entre os apoiadores da CPI. Contrário à iniciati-va, ele comunicou o fato à Presidência da Câmara, que se dispôs a tomar providências para saber o que aconteceu.

A temperatura pode ser medida pelas palavras en-fáticas do principal articulador da CPI, o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), colegiado com 161 deputados e 11 senadores em atividade. Para o parlamentar gaúcho, a FUNAI faz “uso ideológico fundamentalista” de suas atri-buições, e adota critérios suspeitos para demarcar terras.

“Eles fazem o discurso do coitadismo [sic] dizendo que estamos matando os índios com grileiros, com lati-fundiários assassinos – quando, na verdade, o que eles

estão fazendo é tomar terras de produtores que compra-ram suas propriedades com o suor do rosto”, disse Alceu à revista Floresta. no dia do protocolo de requerimento de criação da CPI.

Outro episódio referente à atuação da FUNAI foi visto como o estopim para a criação da CPI – não bastassem as acusações de fraude em laudos antropológicos, encomen-dados pela fundação, que servem de fundamentação para a demarcação de territórios. Uma semana antes do ato de requerimento da CPI, a então presidente da FUNAI Marta Azevedo havia recusado participar da audiência pública sobre demarcação de terras indígenas na Comissão de In-tegração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia (Cindra). Diante da recusa, os membros do colegiado aca-baram por recorrer ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em busca de esclarecimentos pela ausência.

Mas, a despeito da permanência ou não de Marta Azevedo à frente da entidade – àquela época, chegou-se a cogitar sua exoneração em meio à sucessão de denún-cias, que acabaram mesmo levando à renúncia de Marta em 7 de junho –, signatários da CPI dizem que o proble-ma não é a titular, mas a política indigenista por ela im-plementada. “Tanto faz quem é o presidente da FUNAI. Entra um, sai outro, todos os presidentes da FUNAI são comprometidos com essa política. Na verdade, quem manda na FUNAI não é o governo – são entidades, ONGs, que mandam lá dentro”, disse à reportagem o deputado Paulo César Quartiero (DEM-RR).

Para Quartiero, o ministro Gilberto Carvalho (Secreta-ria Geral da Presidência da República), cujo braço-direito no Planalto, Paulo Maldos, é ex-marido de Marta Aze-vedo, atua em consonância com a fundação. O ministro rejeitava a hipótese de exoneração de Marta mesmo no momento mais tenso dos conflitos fundiários. “O Gilberto

» Senador Jorge Viana (PT-AC) discursa sobre a política de demarcação de terras indígenas do Governo Federal

» Indígenas participam de audiência pública com a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann sobre demarcações de terras no Congresso Nacional

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Carvalho foi militante e executor dessa política da FUNAI. Agora eles vão ter a solução para os problemas? Lógico que não. O que vai resolver, na minha opinião, é a per-manente mobilização dos produtores em repúdio dessa política tanto da FUNAI quanto do Ibama”, arrematou.

“O ministro Gilberto Carvalho é, praticamente, um cúmplice de tudo isso. Ele atesta, anda lado a lado com o que a FUNAI faz. Então, quem atesta é claro que tem que

defender. A FUNAI é mais uma parceira dele, e realmente age de forma unilateral. Ele quer aparecer para a mídia nacional, vende uma imagem para a própria Igreja [Católi-ca] de uma realidade que não é a verdadeira”, emendou o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da subco-missão especial, no âmbito da Cindra, criada para discutir justamente a situação de conflito constante entre comu-nidades indígenas e produtores rurais.

» Líderes da comitiva do Amazonas protestam no Congresso contra a demarcação de terras nos municípios de Autazes, Boca do Acre e Lábrea

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NOTICIÁRIO POLÍTICOComeçar texto com perguntas, recomendavam-me as cartilhas do Jornalis-

mo, pode não ser boa ideia. Afinal, o leitor quer novidades e respostas ou ser

convidado à reflexão assim, de bate-pronto, sem sequer um bom vinho antes?

Já que fiz a primeira pergunta, vamos à segunda: por que poucos gostam de ler

sobre política? Aliás, alguém lê sobre política, à exceção dos que com ela estão

envolvidos? Desculpe-me, exigente leitor, pelas três perguntas só neste primeiro

parágrafo, e pela gracinha adicional desta última. Explico minha confusão texto-

mental.

É que escrevo sobre política há cerca de sete anos, e escuto sempre de meus

colegas de ofício: “Quem quer saber disso?”. Ou: “Você acha que a ‘Dona Maria’

vai preferir ler sobre o teor deste projeto de decreto legislativo ou sobre a fofoca

do Big Brother Brasil?”. Não quis a resposta. Mas prefiro crer que um dia todos

nós estaremos mais envolvidos com ela, a tal da política. É ela quem norteia a vida

em sociedade, ora bolas...

Pois bem. No dia 11 de junho, o editor desta revista, Antônio Ximenes, pediu-

-me um artigo. Naquele dia, dois discursos feitos no Plenário do Senado foram

proferidos por dois dos mais atuantes parlamentares desta legislatura, cada um

à sua maneira: Kátia Abreu (PSD-TO) e Roberto Requião (PMDB-PR), cada vez me-

nos “colegas” e mais desafetos. Eu mesmo já testemunhei duas ou três trocas de

farpa entre os dois. Mas não é disso que se trata aqui – a divergência é salutar na

democracia. O problema é que o debate me fez pensar (e as cartilhas lá de cima

se impuseram): isso é notícia?

Requião criticava a matança de índios, tema que tem voltado à baila, e à for-

ma com que eles são tratados no Brasil. “Afinal, matar índio faz parte dos usos

e costumes nacionais desde que Cabral aqui aportou”, sapecou o senador, com

críticas ao “refinamento de nossas elites fazendeiras”. Ao seu modo histriônico, o

ex-governador do Paraná fustigava os produtores rurais, atentamente observa-

do por uma pecuarista das maiores.

Presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia era a oradora se-

guinte (coincidência?). E da tribuna vociferou: “Minha avó costumava dizer que

é melhor ouvir certas coisas do que ser surdo [...] Quero dizer ao senhor que os

números do Ministério da Justiça e da Secretaria de Segurança Pública indicam

que 92% das mortes dos índios no Mato Grosso do Sul foram causadas pelos

próprios índios, numa guerra entre eles, estimulados por brigas de ampliações e

demarcações de terras. Produtores rurais não são bandoleiros!”.

Uma vez publiquei, em manchete, entrevista com a “musa da CPI do Cacho-

eira” – mas eu, com minha crônica alergia ao jornalismo “marrom”, tinha motivo

em dar atenção ao fato: a divulgação de cenas íntimas filmadas longe dos círculos

funcionais motivaram a demissão da moça, advogada reconhecida pela OAB, por

um senador piauiense. Foi a matéria mais lida da história do veículo de imprensa

em questão.

E agora me pergunto – eu que já publiquei, com audiência minúscula, repor-

tagem sobre pirataria dentro do próprio Congresso; eu que vi o retorno de Collor

à ribalta do Senado, onde também cobri a queda da CPMF e o descortino dos

atos secretos; eu que participei, como feliz coadjuvante, das reportagens sobre

a farra das passagens aéreas, a esbórnia oficial de nossas excelências: será que é

tão sem graça o noticiário político? Desculpe-me por mais essa pergunta, pacien-

te leitor, e peço que não use seu desencanto, provocado pela corrupção cancerí-

gena, para respondê-la.

Antes de encerrar, gostaria de saber... Alguém aí chegou até esta última linha

do texto?

Fábio GóisJornalista

É que escrevo sobre política

há cerca de sete anos, e

escuto sempre de meus

colegas de ofício: ‘Quem

quer saber disso?’. Ou: ‘Você

acha que a Dona Maria vai

preferir ler sobre o teor

deste projeto de decreto

legislativo ou sobre a fofoca

do Big Brother Brasil?’. Não

quis a resposta”.

Artigo

Page 102: Revista Floresta Brasil Amazônia – 06

102 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

Natural do Amazonas, filho do Ten QAO Ruiz, que serviu muitos anos aqui no Estado, o Chefe do Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia (CMA), Ge-neral de Brigada Franklimberg Ribeiro de Freitas recorda muito bem das lembranças de sua infância: os almoços de domingo, no quiosque no quintal da casa; a matinê, que seu pai o levava para assistir com seus irmãos, no Cine Ipiranga; os passeios no balneário do Parque Dez, onde a família se reunia; além das missas, que frequen-tava todos os domingos na igreja Santa Rita de Cássia, localizada no bairro Cachoeirinha, lugar onde a família residia nos anos 1950 e até hoje ainda possui sua resi-dência. Quando completou oito anos de idade, seu pai foi transferido para o Rio de Janeiro, seguindo junto com sua família.

O INÍCIO DA CARREIRA

Os estudos foram prioridade na vida de Franklim-berg. “Continuamos os estudos no Rio. Meu pai me matriculou em um colégio preparatório onde tive opor-tunidade de me dedicar para fazer o concurso para o Co-légio Militar do Rio de Janeiro e, graças à Deus, consegui passar. Isso foi uma alegria muito grande para os meus pais”, relembra. Ao final do Colégio Militar, com uma ex-celente média escolar, o General ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras, aos 19 anos de idade. Era uma nova fase, o início de quatro anos estudo e dedicação em Resende-RJ. “Ali comecei a ter uma vida realmente de militar, algo diferen-te da vida de aluno militar, que muito ado-rava, pois era atleta do Colégio Militar e viajava muito para competir em outras cidades como Campinas, Barbacena e Angra dos Reis”. A opção da escolha da arma foi para a infantaria, a qual se identificava muito em suas ativida-des no Colégio.

A trajetória do chefe de operações do Comando Militar da Amazônia Franklimberg Ribeiro de Freitas

A história de vida do General amazonense

REPORTAGEM: Lineize Leal F0TOS: Acervo Pessoal

O COROAMENTO MILITAR NO PARAQUEDISMO

“Quando terminei a Academia gostaria de ter volta-do para Manaus, mas naquele ano não abriu vaga para servir no 1º BIS”. Então, escolheu servir no 57º Batalhão de Infantaria Motorizado (Escola), unidade tradicional da Infantaria brasileira, conhecida no Rio como REI (Regi-mento Escola de Infantaria) e muito próximo à Brigada

Perfil

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 103

de Infantaria Paraquedista. “Foram três anos de realiza-ção profissional e achava que ali estaria a um passo de servir na Brigada, sonho de muitos tenentes paraquedis-tas. Finalmente, o sonho aconteceu, no meu quarto ano de vida militar, fui transferido para o 25º Batalhão de In-fantaria Paraquedista. Passei minha juventude de oficial como tenente e capitão naquele Batalhão e, posterior-mente, após realizar o Curso de Precursor Paraquedista, fui transferido para servir como instrutor no Centro de Instrução Paraquedista General Penha Brasil, conhecido como a ‘Escola de Paraquedista’.”

Já como capitão, realizou o Curso de Aperfeiçoamen-to de Oficiais no Rio de Janeiro e ao término do curso aguardou mais uma vez a abertura de vaga no 1º BIS, em Manaus. Infelizmente, outra vez, essa unidade não foi contemplada com vaga para capitão aperfeiçoado. Logo, escolheu servir no 1º Batalhão de Guarda no Rio de Janei-ro, que ficava a 2 km de sua casa. Por ter realizado alguns cursos na Escola de Paraquedista no Rio de Janeiro, foi convidado para atuar, agora, como Instrutor Chefe do Curso de Precursor no Centro de Instrução Paraquedista. Seu sonho de servir próximo a sua família em Manaus, mais uma vez estava adiado.

Em 1994, já no 26º Batalhão de Infantaria Paraque-dista, foi designado para comandar o Contingente Bra-sileiro em Moçambique – COBRAMOZ, em uma missão de paz da ONU, tendo partido no dia 8 de julho do mes-mo ano para a África, a fim de auxiliar na pacificação do pós-guerra naquele país. “Fomos designados pela ONU para localidade de Mucuba, no interior da Província da Zambésia, região central de Moçambique, por que nossa Companhia era dotada de veículos URUTU e todos seus

integrantes eram soldados paraquedistas profissionais, ou seja, tínhamos uma tropa especial com boa mobili-dade. Montamos nossa base ao lado de uma pista de pouso, de onde partíamos para patrulhamento e outras diversas missões de ajuda humanitária naquele País. Os seis meses dessa missão tornaram-se um marco na vida profissional de todos seus participantes”. Ao retornar da missão, foi convidado para ser instrutor da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais. “Aceitei prontamente o convite, pois o ambiente da ESAO permitia boas condi-ções para estudar e prestar concurso para a Escola de Comando e Estado-Maior (ECEME). Em 1996, fui aprova-do e cursei a ECEME na Praia Vermelha por dois anos. Ao final do curso, fui servir no Comando de Brigada de Infan-taria Paraquedista como Oficial de Operações”. Manaus, até então, somente nas férias.

RETORNO PARA MANAUS

Já com a patente de tenente coronel, em 2000, foi finalmente transferido para Manaus, pois já estava ser-vindo há muitos anos no Rio de Janeiro. Foi designado para desempenhar a função de Chefe da 3ª Seção do Comando Militar da Amazônia. “Quando cheguei em Manaus, imaginava que iria servir aqui por muito tempo, próximo a minha família, desfrutando um pouco das delí-cias da terra, mas ao final daquele ano fui designado para comandar a Escola Paraquedista no Rio de Janeiro. Ao término do Comando, fui transferido para o Centro de Inteligência do Exército em Brasília; e, posteriormente, para o Gabinete do Comandante do Exército, onde tra-balhei na Assessoria Parlamentar no Congresso Nacional, uma novidade na carreira do então coronel. Aquilo tudo

» General Franklinberg recebendo os cumprimentos do então presidente Lula durante a promoção para generalato

» Com oficias durante despedida no Fort Leavenworth, Kansas, EUA

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104 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

era novidade, porque durante grande parte de minha vida profissional tinha trabalhado em unidades opera-cionais e de uma hora para outra você é designado para cumprir a missão de assessor parlamentar do Comando do Exército. Meus uniformes foram guardados. Tive de substituí-los por ternos”. Foram três anos de uma experi-ência ímpar em minha carreira militar.

Outra grande experiência na vida profissional do Ge-neral foi atuar como Oficial de Ligação junto ao Centro de Armas Combinadas do Exército dos Estados Unidos da América, no Fort Leavenworth, Kansas, EUA, de junho de 2006 a junho de 2008. “Inicialmente foi uma surpresa e orgulho saber que apenas treze países possuem escritó-rios no Forte onde funciona a Escola de Comando Maior do Exército Americano, e o Brasil é um deles. Tive a opor-tunidade de trabalhar com oficiais de outros países como Japão, Coréia do Sul, Itália, Espanha, Grã Bretanha, Aus-trália, Holanda, Turquia, França, Chile, Alemanha e Cana-dá. Eu trabalhava, dentre outras funções, como editor de uma revista profissional do exército americano chamada Militar Review. Foram dois anos de intercâmbio militar com militares daqueles países”.

Após essa missão, foi designado para trabalhar como coronel assistente da 3ª Subchefia no Comando de Ope-rações Terrestres, em Brasília. Posteriormente, foi con-vidado para desempenhar a função de assistente do Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Luis Carlos Gomes Mattos. No final deste mesmo ano, foi promovido ao posto de General de Brigada. Sua primeira missão como oficial general foi a de Comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva em Boa Vista-RR. “Foi uma experiência maravilhosa, foram dois anos de materializa-ção profissional porque no exercício dessa função você tem a oportunidade de empregar todas suas experiên-cias vividas ao longo de sua trajetória militar”, ressalta.

FATOS MARCANTES

Aspectos valiosos da carreira do General foi ter servido no 57º Batalhão de Infantaria Moto-rizada, o REI, a sua primeira organização militar, foi dado embasamento profissional ao longo da carreira.

O curso de Precursor Paraquedista na briga-da, abriu portas na carreira Franklimberg.

“A ida para Moçambique: foi um fator mar-cante porque você recebe a oportunidade não apenas do Exército brasileiro, mas do Governo brasileiro de estar na frente de uma companhia em outro país interagindo com outros países numa missão em proveito das organizações das Nações Unidas”, conta do general

A aprovação para a Escola de Estado-Maior do Exército, e a ida para os Estados Unidos, foi um dos grande marco na vida desde amazonense.

» Missão de resgate de armamento em Moçambique

Perfil

Page 105: Revista Floresta Brasil Amazônia – 06

Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 105

Há um ano e nove meses em Manaus, na função de Chefe do Centro de Operações do Comando Militar da Amazônia, o General Franklimberg se diz realizado pro-fissionalmente. “Quando ingressei na Academia Militar das Agulhas Negras entrei para ser oficial de infantaria. Hoje, como oficial general, me considero realizado pro-fissionalmente, particularmente pelo exercício dessas duas últimas funções, a de Comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, atuando na faixa de fronteira com a Venezuela e Guiana, e, assessorando o Comandante Mili-tar da Amazônia, General de Exército Eduardo Dias Villas Bôas, na condução das inúmeras operações executadas no âmbito do CMA”.

O General Franklimberg ressalta a prática que apren-deu ao longo de sua carreira militar. “Minha função, hoje, no CMA, é fruto da experiência adquirida como Coman-dante de Brigada, particularmente das inúmeras opera-ções realizadas em Roraima. Coordeno de maneira global as operações convencionais ou interagências na Amazô-nia. A Operação Ágata, por exemplo, é a mais importante das operações interagências. Mas também realizamos inúmeras outras operações subsidiárias em apoio a Ór-gãos Governamentais”.

Segundo o General, a experiência de vir para a Ama-zônia, além de trabalhar próximo a sua família, foi uma oportunidade de conhecer melhor os problemas milita-res da região e de assessorar seu comandante na solução de alguns deles. “Sabemos, também, que a Amazônia possui um potencial incomensurável de riquezas, parti-cularmente minerais. Haja vista a exploração de minério em Carajás, o petróleo em Urucu, a bauxita no Vale do Trombetas, a cassiterita da Mina de Pitinga, o ouro e dia-mante existentes em inúmeros outras regiões. Percebo, como amazonense, que não estamos ainda totalmente

integrados ao Centro Sul do País e isso dificulta nosso de-senvolvimento econômico social sustentável. Precisamos fortalecer essa ligação, particularmente com a recupera-ção da BR-319 para que nosso estado possa acelerar seu processo de integração a outras economias desenvolvi-das do País.

DEDICAÇÃO FAMILIAR

Pai de quatro filhos, Louise de 28 anos e Gustavo de 22 anos, frutos do primeiro casamento; Rodrigo com qua-tro anos, e Guilherme, com um ano, com sua atual esposa, Aline Costa Marques de Freitas. O General Franklimberg dedica seu tempo livre à sua família. “Sou muito dedicado a eles, busco gerenciar bem minhas atividades funcionais e o tempo que me sobra procuro brincar com meus fi-lhos, procuro ser um pai presente. Pelo menos tento. E tenho o apoio da minha esposa Aline, que me ajuda, sem limites, em tudo”.Dona Anita Ribeiro de Freitas, 84, mãe do General, lembra muito bem quando foi para sua festa de formatura na AMAN e ele a tirou para dançar. “Sou do interior e a primeira vez que cheguei a Manaus assisti um filme em que um oficial dançava com uma princesa, pen-sei: isso não existe. Mas quando foi no dia da formatura do Franklimberg, nas Agulhas Negras, eu dancei a valsa com meu filho, esse dia foi inesquecível. Eu tenho muito orgulho dele”. Muito católica, Dona Anita diz que reza to-dos os dias por ele, e pelos outros filhos.

“Minha mãe é uma heroína, mesmo em uma época de muita dificuldade, ela conseguiu ajudar meu pai a criar e educar todos seus oito filhos e, principalmente, priorizar seus estudos. Hoje, é ótimo em tê-la por perto, junto com meus irmãos que moram Manaus, exceto uma que reside no Rio, a família continua muito próxima e unida”, conta o general.

» Formatura na Escola de Comando e Estado Maior com seus pais, o Ten. Ruiz e D. Anita

» No baile dos internacionais, em Kansas, EUA, o General Franklimberg com sua esposa Aline Costa Marques de Freitas

Page 106: Revista Floresta Brasil Amazônia – 06

AMAZONAS RURAL – UM ANO DE AVANÇOS NO SETOR PRIMÁRIO

Lançado em julho de 2012 pelo Governador Omar Aziz, o Programa Amazo-

nas Rural, completou seu primeiro ano de execução com um acúmulo de ações

que vêm mudando o cenário da produção rural no Estado do Amazonas. Plane-

jado para aplicar 1 bilhão de reais em 4 anos em 10 áreas prioritárias – Piscicul-

tura, Borracha, Pecuária Sustentável, Avicultura, Culturas Alimentares, Manejo

Madeireiro, Organização Social e Desenvolvimento Econômico, Juta e Malva,

Fruticultura e Horticultura -, somente no primeiro ano foram aplicados aproxi-

madamente 280 milhões de reais, superando a meta do período. Desse total,

cerca de 80 milhões são investimentos do Governo do Amazonas através das di-

versas secretarias participantes. Somente em assistência técnica, extensão rural

e transferência de tecnologias foram aplicados 22 milhões pela Sepror e pela

Fapeam. Na piscicultura, o Governo fez investimentos diretos e indiretos de cerca

de 25 milhões de reais. Na recuperação de estradas vicinais e mecanização agrí-

cola, foram investidos 18 milhões de reais. Na aquisição de kits sangria, 2 milhões

de reais, entre outros. Outros 200 milhões de reais foram aplicados através de

financiamento bancário de atividades produtivas, valor muitas vezes acima da

média histórica amazonense - fruto de um acordo do Governo do Estado com os

agentes financeiros para simplificar as regras do crédito rural.

Evolução do �nanciamento agrícola

Financiamento da Atividade Agrícola

R$ 23.466.270,00

R$ 35.070.493,00

R$ 200.000.000,00

Média de 2003a 2006

Média de 2007a 2011

Janeiro de 2012 a Julho

de 2013

200.000.000

Milh

ões

de re

ais

150.000.000

100.000.000

50.000.000

0

Fonte: Sepror, 2013

O quadro de assistência técnica e extensão rural foi fortemente ampliado em

56% com contratação de 170 novos profissionais através do Projeto Residência

Agrária, operado em parceria com a Fapeam, Embrapa, Ufam, Ifam e Inpa.

Na piscicultura, destacam-se os investimentos feitos em parceria com as

prefeituras municipais, especialmente em Manacapuru, Humaitá e Presidente

Figueiredo.

Ainda na infraestrutura produtiva, foram construídas 11 novas estações de

alevinagem e adquiridas 2 barcaças para escoamento da produção.

O Feirão da Sepror se consolida como um sucesso de vendas, com média

mensal de 1,1 milhão de reais comercializados e foi expandido para dois outros

locais: Ifam Campus Zona Leste e Paricatuba (na zona rural de Iranduba). Até o

fim de 2013, vamos inaugurar outros 3 Feirões, agora no interior do estado.

Eron BezerraSecretário de Produção do Estado no

Amazonas – Sepror

Page 107: Revista Floresta Brasil Amazônia – 06

Ampliação do Corpo técnico de ATER

Fonte: Sepror, 2013

Corpo técnico de ATER

Corpo técnico de ATER em2007

Corpo técnico de ATER em2013

500

400

470

300300

200

Foram arrecadados junto ao Fundo Amazônia, do BNDES, cerca de 40 mi-

lhões de reais para apoiar atividades extrativas, sistemas agroflorestais e adensa-

mento do manejo do pirarucu.

Em agosto de 2013, a Sepror realizou o IV Encontro de Trabalhadores e Tra-

balhadoras da Agricultura Familiar – ETAF, que reuniu cerca de 500 pessoas de

todo o estado para avaliar e debater os avanços do setor primário e definir priori-

dades para o futuro. No evento, fizemos uma avaliação das ações realizadas pela

Sepror no período compreendido entre os anos de 2007 e 2013.

Os beneficiários das ações da Sepror avaliaram que o setor passou por mui-

tos avanços nesse período e que suas vidas mudou para melhor: a renda dos

produtores conseguida com a atividade rural aumentou significativamente; o PIB

Agropecuário deu um salto de 4,38% para 7%, superando a média nacional que é

de 5%; a infraestrutura de apoio a produção foi ampliada com a recuperação de

aproximadamente 1.800 km de estradas vicinais.

Evolução do PIB Agropecuário

Participação do PIB Agropecuário no PIBtotal no Amazonas

PIB Agropecuário em 2007

Média Nacional PIB Agropecuárioem 2012

Fonte: Sepror, 2013

84,38% 5%

7%6420

A satisfação dos produtores rurais, a sua confiança num futuro promissor

para a agropecuária amazonense nos faz acreditar que estamos no caminho cer-

to. Ainda há muito a ser feito, pois somos um estado grande, de grandes possi-

bilidades e desafios, mas estamos avançando a passos largos. Com o empenho

de uma equipe comprometida com o produtor rural na Sepror e com o trabalho

de cada agricultor do Amazonas, vamos alcançar a meta de tornar o Amazonas

autossuficiente na produção dos principais alimentos.

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108 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

Início de junho em Brasília, tradicionalmente, é tem-po de céu azul e baixo índice da umidade relativa do ar, com seca preponderante. No entanto, em 4 de junho, no lançamento do Plano Agrícola e Pecuário 2013-2014 – o chamado Plano Safra –, o clima estava chuvoso na capital federal, em nada lembrando as paisagens áridas que tan-to afligem produtores rurais Brasil afora. Sinal alvissarei-ro do tempo, acompanhado pelo aumento dos recursos

governamentais reservados para custeio e investimento do setor: serão R$ 136 bilhões destinados à atividade agropecuária, R$ 21 bilhões a mais do que foi repassado no último ciclo (R$ 115 bilhões para o biênio 2012-2013).

E a ordem, segundo a presidenta Dilma Rousseff, é gastar mais e mais. “Cento e trinta e seis bilhões é o que vocês têm colocado à disposição hoje. Gastem e terão mais. Porque nós não olhamos a agricultura como um

Investimentos

Divulgação do plano para o setor agropecuário marca início de empreitada da FAEA pelo interior de Goiás. No regresso, dois dias depois, governo completou programa de incentivos com o Plano Safra da Agricultura Familiar para o biênio 2013-2014

Amazonas presente no lançamento doREPORTAGEM: Fábio Gois F0TOS: Divulgação

Plano Safra

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 109

problema, mas como uma solução. É por isso que é: gas-tem e terão mais”, disse a presidenta Dilma Rousseff, em discurso pontuado por elogios ao setor.

“Quando o IBGE divulgou os resultados do PIB do primeiro trimestre de 2013, mais uma vez os números da agropecuária impressionaram. Permitam me lembrar aqui: a agropecuária cresceu 17% em relação ao primeiro trimestre de 2012 e 9,7% frente o quarto trimestre do ano passado”, disse Dilma.

A ampliação de recursos ao agronegócio, no entan-to, não passa de mera maquiagem. Ou instrumento de estratégia eleitoreira. Foi o que disseram à reportagem da revista Floresta Brasil Amazônia produtores e líderes patronais rurais, durante expedição da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA) ao Estado de Goiás iniciada poucas horas depois da solenidade no Pa-lácio do Planalto.

PALAVRA DE PRODUTOR

Presente à cerimônia, o presidente da FAEA, Muni Lourenço, liderava uma comitiva de 14 líderes de sindi-catos rurais amazonenses, e preferiu elogiar a ampliação de recursos para o agronegócio – sem, no entanto, deixar também de apontar as mazelas do Plano Safra. Para Muni, as declarações dos produtores rurais têm de ser sempre levadas em consideração. Afinal, diz, são eles quem de fato conhecem as peculiaridades do agronegócio.

“Elas [as declarações] vêm reforçar a necessidade de que, realmente, o Plano Safra não mais seja anual, mas sim plurianual, para que os recursos saiam no momento certo, para que os produtores possam ter essa seguran-ça em acessar esses recursos sem que tenham de fazer investimentos em adubação, em aquisição de máquinas em momentos anteriores ao lançamento do Plano Safra. O modelo atual causa certa desconfiança. O pleito da CNA se confirma na manifestação de um produtor que considera que os recursos não sairão no momento certo, adequado ao investimento de que ele precisa”.

“Hoje vivenciamos um dia muito especial. Com o lançamento do Plano Safra, foi reiterada a priorização que o governo federal vem dando ao agronegócio bra-sileiro. Para nós, foi motivo de honra e alegria perceber que a nossa CNA, com o setor produtivo agropecuário, hoje, tem prestado contribuição e influenciado, positiva-mente, a elaboração das políticas públicas voltadas para o desenvolvimento do setor rural brasileiro. A prova é que, praticamente, 100% das demandas e pleitos enca-minhados pela CNA foram integralmente acolhidos pelo governo federal neste plano”, festejou Muni, para quem este “não foi um Plano Safra qualquer”, mas um divisor de águas em favor do setor rural.

INVESTIMENTOS

Do montante total (R$ 136 bilhões), serão R$ 97,6 bilhões para financiamento de custeio e co-mercialização e R$ 38,4 bilhões para programa de investimento – o valor global representa aumen-to de 18% em relação ao crédito ofertado no pla-no anterior. De acordo com o Governo Federal, o plano para o biênio 2013-2014 está voltado para investimentos em logística e infraestrutura, com R$ 25 bilhões destinados à construção de arma-zéns privados nos próximos cinco anos. O prazo de pagamento é de 15 anos.

Os limites de empréstimo para custeio che-gam a R$ 600 mil (aumento de R$ 100 mil), en-quanto os limites para investimento sobem de R$ 300 mil para R$ 350 mil. Serão R$ 500 milhões destinados ao custeio de obras e projetos com vistas a modernizar e dobrar a capacidade de ar-mazenagem da Companhia Nacional de Abasteci-mento (Conab).

Foi mantido o Programa de Sustentação do Crescimento, voltado ao financiamento de ma-quinário agrícola (R$ 6 bilhões) e à agricultura irrigada (R$ 400 milhões). Já para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pro-namp), o plano reserva R$ 13,2 bilhões (elevação de 18,4% em relação à safra 2012-2013). Por fim, foram elevados em R$ 1,1 bilhão (de R$ 3,4 bi-lhões para R$ 4,5 bilhões) os recursos reservados ao Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, que visa subsidiar tecnologias com me-nos impacto no meio ambiente.

Ainda segundo o Palácio do Planalto, o Plano Safra 2013-2014 tem como destaque – com sta-tus de “marco” – a criação do Serviço Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural e do Progra-ma Inovagro, que define repasses de R$ 3 bilhões para o agronegócio. Desse total, R$ 2 bilhões irão para pesquisa e desenvolvimento de maquinário agrícola, enquanto o restante será destinado ao desenvolvimento de sistemas que propiciem aos produtores rurais a assimilação e incorporação das tais novas tecnologias.

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110 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DOS PRODUTORES

A senadora Kátia Abreu falou logo depois do discur-so ministro da Agricultura. Muito aplaudida em diversos pontos de seu pronunciamento, saudado com demora-do abraço pela presidenta Dilma, a parlamentar iniciou a sua fala fazendo uma menção especial de agradeci-mento à ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, pelo empenho em ouvir as demandas do setor. Kátia fez também uma saudação, no que foi respondida com aplausos, aos “companheiros da agricultura”, em espe-cial aos “presidentes de sindicatos rurais de todos os estados”.

“No século 20, tivemos grandes invenções. Mas, infelizmente, não tivemos o reconhecimento da gran-de invenção do século passado, que foi a descoberta da grande agricultura tropical”, discursou Kátia Abreu, referindo-se às pesquisas genéticas de aprimoramento produtivo e dos projetos de desenvolvimento tecno-lógico voltado para o setor agropecuário. “Foi a nossa Embrapa que fez essa grande descoberta. Merecia um Prêmio Nobel”, acrescentou a senadora.

Na ocasião, também foi anunciada a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), que ainda precisa ser avalizada pelo Congresso. Nas palavras da presidenta, trata-se de um “órgão de difusão de tecnologia” com ação integrada à Embrapa e subordinado ao Ministério da Agricultura.

POMPA E CIRCUNSTÂNCIA

No quesito desenvolvimento tecnológico, as autori-dades presentes ao Planalto enfatizaram ainda o papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Em evento promovido pela CNA no mesmo dia do anúncio do Plano Safra, a reportagem de Floresta ouviu um dos fun-dadores da Embrapa, o professor Eliseu Alves, sobre o zelo demonstrado pelo governo em relação à entidade por ele idealizada e criada em 1073.

“É um grande esforço do governo. Pelo que eu conheço do Plano Safra, ele está assentado em bases sólidas, cuidan-do dos problemas principais da agricultura brasileira – do problema tecnológico, de infraestrutura, dos preços e dos seguros. O plano está formulado, na minha opinião, na dire-ção certa”, opinou Eliseu, sem adentrar o terreno das críticas ao modelo de subsídios. “A Embrapa é parte do agronegó-cio como a CNA, e isso é um mundo muito grande de insti-tuições que estão relacionadas com a atividade. Isso é uma coisa muito boa – o Brasil, hoje, é muito diferente do tempo em que comecei minha vida. Tem muita gente ajudando”, celebrou o professor. Nas palavras do ministro Antonio An-drade, o plano é uma “verdadeira revolução nos campos do Brasil”, unindo produção e sustentabilidade, “síntese, res-posta positiva do governo federal aos mais de cinco milhões de produtores agrícolas brasileiros”. “Senhoras e senhores, o que estamos tratando aqui é do maior volume de recursos da história para o setor agropecuário brasileiro”.

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 111

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Foi inaugurado no último dia 10 de outubro, o novo espaço onde acontecerá a 40ª edição da Exposição Agro-pecuária do Amazonas (Expoagro), um dos momentos mais esperados de todos os trabalhadores do segmento. A área total do terreno é de 100 hectares, e está locali-zado no km 14 da Rodovia Manoel Urbano, a 25 km de Manaus, próximo ao município de Iranduba.

De acordo com o projeto, serão construídos em tor-no de todo parque, um anel viário com quatro faixas para veículos, o que facilitará a mobilidades das pessoas que visitarão o local de carro e um estacionamento com capacidade para 4.584 vagas para veículos, distribuídos em três espaços, que dará mais comodidades a todos os amantes do evento.

Outra inovação que fará a alegria dos frequentadores assíduos da feira, será o aumento de quantidade de stands de exposição de produtos, que aumentará de 45 para 114. Além de stands corporativos, espaços para restaurantes e quiosques que terão um espaço 170 metros quadrado.

“A área já está inteiramente alterada e não tere-mos dificuldades de remoção vegetal mais profunda, o que facilita o nosso trabalho, a construção e o valor dos custos será de 6 milhões de reais. Aqui o setor primário poderá fazer exposição dos seus produtos e viabilizar melhor seus negócios. Durante a feira os visitantes te-rão isenção completa de impostos para todas as linhas ligadas ao setor primário, como por exemplo, maquinário agrícola”, disse o secretário.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço, destacou a impor-tância deste novo empreendimento para a vida dos tra-balhadores do setor primário.

“É o momento de bons negócios onde o trabalhador traz seu melhor animal para ser comercializado. É uma oportunidade para eles terem acesso às novas tecnolo-gias e financiamentos de forma mais simplificadas. É um momento de confraternização de todo setor primário do Estado do Amazonas. Só temos a festejar e cumprimen-

Expectativa de crescimento na comercialização de maquinário agrícola, fomento, transferência de tecnologia e entretenimento

40ª ExpoagroREPORTAGEM: Antonio Parente FOTOS: Antonio Parente e Divulgação

Exposição

» Secretário de Produção Rural, Eron Bezerra recebe autoridades no lançamento do novo espaço da Expoagro 2013

» A coordenadora da Expoagro, Eunice Menezes com o arquiteto urbanista Sérgio Monteiro e o arquiteto urbanista Erick Chagas

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 113

tar a toda a organização que está à frente do projeto”, destacou.

Além de trazer mais vantagens a todos os trabalha-dores do segmento agropecuário, o novo terreno da Ex-poagro 2013, trará grande desenvolvimento ao municí-pio de Iranduba que usufruirá dos benefícios do evento. O prefeito da cidade Xinaik Medeiros, falou do grande avanço que esse evento representa ao município.

“A alegria do povo de Iranduba e dos trabalhos é imensa com esse ganho positivo que estamos presen-ciando com a realização da Expoagro. Quero agradecer ao governador Omar Aziz, ao vice José Melo e ao nosso secretário Eron Bezerra por essa oportunidade dada ao nosso município. O crescimento está a todo vapor e com certeza trará renda, emprego e desenvolvimento”, disse.

Segundo Eron, o projeto está finalizado, mas nem tudo estará pronto até o dia 6 de dezembro, até lá uma das prioridades de trabalhos para a inauguração da feira, será o sistema de telefonia celular, com a finalidade de melhorar a comunicação na área, à parte elétrica, as ruas, estacionamento e a parte hidro sanitário.

De acordo com Eron, ao lado de um lago da nova área, será construída uma pista de competição de carros 4x4 e motos. Na parte sul da área, será instalada o espaço para rodeios e vaquejadas. No centro do parque, será er-guido um bosque com seringueiras, além de um grande jardim e cadeiras espalhadas em cada lote.

O chefe de gabinete do IDAM, Marcam Zik Uchôa, dis-se que a nova Expoagro é o fruto de trabalho pioneiro de dezenas de profissionais ao longo desses quarenta anos. "Temos que reconhecer que tudo é um trabalho de equi-pe", ressaltou.

NÚM

EROS

70 mil reais foi o valor investido pelo Governo do Amazonas na EXPOAGRO 2012.

6 milhões de reais é o valor das obras da nova área.

600 mil visitantes é a média de participantes por ano por ano

SAIBA MAIS

O parque terá auditório, banheiro, áreas de des-

canso, posto policial, restaurantes, administração,

bancos, parque de diversões, pavilhões institucional,

pavilhão de pesca, pavilhão de capacitação, pavilhão

de aves, posto médicos, bombeiros, camarotes, are-

na de rodeio, curral, pista de vaquejada, refeitório,

área de embarque e desembarque de animais, área

de banho para animais, estacionamento entre ou-

tras novidades para os apaixonados pela feira.

» Muni Lourenço, Edimar Vizolli, Eron Bezerra, Pedro Neres de Souza e Eunice Menezes na entrega da premiação do concurso cultural para escolha da marca comemorativa da 40ª Expoagro

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No dia 14 de setembro, a Fundação Amazonas Sus-tentável (FAS) inaugurou o Núcleo de Conservação e Apoio ao Empreendedorismo Sustentável Padre João Derickx, localizado na Reserva de Desenvolvimento Sus-tentável (RDS) Uacari, no município de Carauari (a 786 quilômetros de Manaus).

Neste Núcleo será ministrado o primeiro curso téc-nico voltado especificamente às populações de áreas de conservação. Localizado próximo à foz do igarapé do Bauana – afluente da margem esquerda do rio Juruá, essa é a primeira experiência de capacitação de nível téc-nico em uma Unidade de Conservação (UC). Para chegar até lá, são necessárias quatro horas de voadeira saindo da sede do município, subindo o rio Juruá.

A dificuldade no acesso se dá, sobretudo, em razão do Juruá ser um rio extremamente meândrico, ou seja, a sinuosidade do rio multiplica as distâncias. “Fazer esse núcleo é uma mistura de muito trabalho e um pouco de loucura. Porque quando a gente falava que ia fazer isso aqui, nesse lugar, o pessoal falava – Vocês são doidos”, contou o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, durante a inauguração.

O NCS Padre João Derickx foi instalado próximo de uma base do Centro Estadual de Unidades de Conserva-ção (CEUC), órgão vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SDS) que é responsável pela gestão das UCs estaduais de de-senvolvimento sustentável e proteção integral. O núcleo

Cursos

O curso Técnico de Produção Sustentável em Unidades de Conservação é pioneiro no Brasil

Capacitação técnica em área de conservação

REPORTAGEM: Luciano Falbo F0TOS: Divulgação FAS / Alberto César

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tem o objetivo promover ações de educação na RDS e atender às demandas com cerca de 30 famílias que vivem em Uacari, além dos moradores da Reserva Federal Ex-trativista (RESEX) do Médio Juruá.

A estrutura do NCS conta com uma escola com três sa-las de aulas, laboratório de informática, sala para professo-res e almoxarifado. Para os professores foi construída uma vila com três casas, para que os profissionais possam levar a família durante o período em que ministrarão as aulas.

O alojamento dos alunos é separado por sexo. Regras de convivência também foram criadas como, a proibição do envolvimento amoroso entre os alunos durante o período de aulas, para evitar a defasagem dos estudos. Além disso, outras normas foram criadas visando à boa convivência e manutenção das boas condições físicas do local. Foram construídos também um refeitório, um pequeno centro de atendimento médico, uma área para recreação e dois belos mirantes, com térreo e andar su-perior, voltados ao igarapé que banha o Núcleo. Todas as edificações foram construídas com madeira manejada e receberam nomes de personalidades locais que estive-ram presentes na luta pelos diretos das populações da região do médio Juruá.

Para José Maike Ferreira de Menezes, 28, morador da comunidade São Raimundo e um dos 50 alunos da primeira turma do curso técnico, tanto a instalação do núcleo quanto a criação do curso representam um pas-so histórico para as comunidades do médio Juruá. “É um grande privilégio a criação das reservas e desse núcleo. É muito bom todos poderem participar. É importante nós estudantes, cuidar desse local e do aprendizado que va-mos ter. Temos que valorizar tudo isso da mesma forma que valorizamos nossa água e nossa floresta”, ressaltou.

O líder comunitário e ex-presidente do Conselho Na-cional dos Seringueiros (CNS), Manoel Cunha avalia que o NCS é uma vitória e um reflexo do desenvolvimento na região do médio Juruá, levando em consideração a qualidade de vida, a geração de renda e a conservação ambiental. “Esse núcleo representa a continuidade desse desenvolvimento de uma forma mais aguçada. Estamos contentes com os resultados que essa juventude vai tra-zer no futuro”, frisou Cunha.

A vice-prefeita Suzy considera a implantação do nú-cleo e o curso técnico como reforços para dar continui-dade ao desenvolvimento sustentável que a população da região defende há décadas. “Isso representa a concre-tização de sonhos e respeito à dignidade de quem mora na floresta, dando oportunidade ao estudo, ao aprimo-ramento, que é um direito de todos”, acrescentou. Para ela, os estudantes formados no núcleo terão uma nova visão, além de ampliar as habilidades, estando aptos para coordenar e desenvolver projetos de sustentabilidade.

O executivo de sustentabilidade da Empresa Petrolí-fera HRT (apoiadora da FAS), Graco Fregapani, disse que a empresa acredita que cada pessoa tem potencialidades que merecem e devem ser desenvolvidas, estimuladas. Ele citou a oportunidade que os novos alunos estão ten-do com a capacitação. “A HRT vê nessa iniciativa uma mu-dança muito grande e necessária na realidade. Não esta-mos investindo em responsabilidade social apenas, mas em cada um dos alunos, que tem seu próprio universo, tem seus sonhos”, afirmou.

PIONEIRISMO

O curso Técnico de Produção Sustentável em Unida-des de Conservação é pioneiro no Brasil e será executa-do pelo Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (CETAM). A diretora-presidente do órgão, Joésia Moreira Pacheco, destacou que o governo federal tem investido muito em educação técnica e que as instituições tracio-nais que ofertam cursos técnicos – como o Ifam, Senac e Senai – estão muito concentradas nas capitais ou nos grandes municípios. Segundo ela, o Cetam procura focar onde ainda há demanda e onde as instituições tradicio-nais ainda não conseguem chegar.

» O superintendente da FAS, Virgílio Viana (Camisa vermelha), durante a inauguração

“Esse núcleo representa a continuidade desse desenvolvimento de uma forma mais aguçada. Estamos contentes com os resultados que essa juventude vai trazer no futuro”Manoel Cunha, líder comunitário

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“No caso especifico daqui da Reserva de Desenvolvi-mento Sustentável do Uacari, cerca de seis meses atrás a FAS nos procurou e nos perguntou se poderíamos abraçar esse desafio de criar esse curso. Um curso téc-nico muito específico, não para dar emprego, mas para formar profissionais autônomos que pudessem se tornar empreendedores individuais e, dessa forma, contribuir para o desenvolvimento de suas comunidades”, explicou Joésia.

GRADE

O curso terá mil horas de carga horária, durando aproximadamente um ano e meio. As aulas serão em pe-ríodos alternados durante o mês, ou seja, durante 15 dias o estudante fica no NCS e nos outros 15 retorna à comu-nidade. A primeira turma terá 50 alunos, sendo metade da RDS Uacari e a outra metade da Resex do Médio Ju-ruá. A Prefeitura de Carauari auxiliará no transporte dos estudantes e na manutenção do centro médico.

As disciplinas do curso serão focadas na realidade amazônica (turismo, culturas, ecossistemas, etc.) e em práticas como a produção pesqueira e agro-florestal. Na capacitação, os alunos terão ainda noções de informáti-ca, de finanças, gestão e português instrumental.

A proposta curricular foi construída de forma cole-tiva com a participação de instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), o Instituto de Desenvolvimento do Amazonas (Idam), a Agência de De-senvolvimento Sustentável (ADS),a própria FAS e a SDS.

AULA INAUGURAL

Na aula inaugural da manhã do dia 15, Virgílio Viana revelou que a intenção é construir um grande laboratório a céu aberto para as atividades práticas.

O superintendente também alertou os alunos sobre a importância de manter a floresta em pé, lembrando que a região é estratégica já que está na rota do desma-tamento. Para Viana, a grande solução para evitar o avan-ço do desmatamento é manter a economia da floresta fortalecida.

HOMENAGEM

O complexo homenageia o padre holandês João Derickx, falecido em junho deste ano, o qual durante o sacerdócio defendeu os extrativistas da região. Derickx atuou por 20 anos na Prelazia de Tefé.

Ele é autor dos livros “No coração da Amazônia: Ju-ruá o rio que chora” e “Reservas extrativistas: mais vida e missão nesse chão”. As obras relatam sua experiência de missão entre os seringueiros, fazendo uma análise do processo organização das populações extrativistas e contando a triste realidade pela qual passava os serin-gueiros.

“O padre João Derickx foi a primeira pessoa, que nesse rio Juruá, começou a gritar a vida oprimida que os seringalistas (patrões da borracha) colocavam sobre os fregueses (seringueiros).

Foi graças à orientação do padre João Derickx que começamos a abrir os olhos e ver que era possível viver uma vida mais digna debaixo desse verde”, comentou Manoel Cunha.

A RDS Uacari foi criada em 1º de junho de 2005. Ela possui uma área de aproximada mente 632.949,023ha, e está localizada no município de Carauari, onde figura na lista de Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Susten-tável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Bra-sileira, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente.

» Os Alunos irão contar com ambiente preparado e equipado para a realização dos cursos

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COMPOSTAGEM: DESTINO NOBRE E SUSTENTÁVEL PARA O "LIXO” ORGÂNICO DOMÉSTICO

Não há a menor dúvida de que o lixo urbano doméstico é um problema glo-

bal, dar uma destinação adequada e sustentável é um dever das autoridades

federais, estaduais e municipais, do executivo, legislativo e judiciário e com en-

volvimento da população, pois o destino inadequado coloca em risco a saúde da

população e do meio ambiente.

Como ambientalista e profissional na atividade de reciclagem e compostagem

e com a minha experiência ao longo dos anos, faço algumas considerações enten-

dendo que “lixo” não existe, o que existe são matérias-primas mal aproveitadas.

Dentro deste contexto gostaria de apontar uma solução sustentável definiti-

va para o lixo orgânico doméstico, a compostagem.

Não vou me aprofundar nesse assunto, mas sua definição é a transformação

de matéria orgânica em adubo orgânico. Hoje existem técnicas inovadoras que

transformam resíduos orgânicos em um produto rico em substâncias húmicas e

nutrientes, que recuperam solos degradados, melhorando suas estruturas físi-

cas, químicas e biológicas, e fornecem nutrientes para as plantas, aumentando a

produtividade e a oferta de alimentos.

Dar outro destino ao lixo orgânico doméstico e não transformá-lo em fertili-

zante é um retrocesso da agenda socioambiental nacional. Se existe uma solução

sustentável definitiva por que não colocá-la em prática? A quem interessa que o

lixo continue sendo lixo? Por que não fazer o que tem que ser feito?

São inúmeros os benefícios da compostagem, mas se faz necessária a von-

tade política para por em prática a coleta seletiva do lixo doméstico, que pode

ser feita com a mão de obra de catadores e executada através de cooperativas.

Essa prática é limpa e gera centenas de empregos dentro da formalidade,

beneficiando a família dos mais carentes.

Imagine se todo o lixo orgânico doméstico fosse compostado, poderiam criar

centenas de usinas, que além dos benefícios do fertilizante orgânico estariam

criando também centenas de empregos diretos e indiretos.

É um absurdo pensar que no Brasil estamos procurando alternativas para o

destino do lixo orgânico doméstico, se já existem soluções sustentáveis defini-

tivas. Se nada for feito não é por falta de tecnologia ou conhecimento, mas por

falta de vontade política ou outros interesses.

O lixo é uma riqueza pública, explorá-lo com inteligência e respeito à vida e

ao meio ambiente é dever de todos.

MULTIPLICAÇÃO

O deputado Luiz Castro (PPS-AM), uma das mais respeitadas vozes do setor

primário do Amazonas, defende que o aproveitamento do lixo orgânico acon-

teça em grande escala envolvendo o máximo de pessoas."A iniciativa do Ulisses

Girardi é muito importante para dar uma destinação sustentável para o lixo nos

centros urbanos. Isso deve ser multiplicado".

Castro destaca, ainda, que a compostagem é uma tecnologia simples que

não agride a natureza e serve como um fertilizante orgânico de altíssimo valor.

"Os alimentos ficam mais saudáveis e o risco para a saúde é ínfimo. No Amazonas

temos condições de tratar o "lixo"de maneira mais sustentável, basta querer-

mos", acrescentou o parlamentar que visitou as instalações da Visafértil em Mogi

Mirim no interior de São Paulo.

Ulisses GirardiAmbientalista e Diretor do Grupo Visafértil.

Artigo

Luiz Castro (PPS-AM)Deputado*Colaborou

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118 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

A tradicional vaquejada nordestina brilhou na feira agropecuária do Careiro Castanho, onde mais de 100 duplas participaram

Vaquejada é destaque na

9ªAgropecREPORTAGEM: Antonio Ximenes e Ana Paula Senna F0TOS: Antonio Ximenes

Vaquejada

» Vaqueiros preparados para participar da vaquejada promovida por Assis Alves, um dos mais respeitados especialista desse esporte

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Floresta Brasil Amazônia - OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 | 119

Na 9ª Agropec o peão Cassiano Xavier ganhou o ro-deio de montaria em touros e recebeu R$ 5.000,00 pela conquista das mãos do prefeito Hamilton Villar. “Este ano me preparei bem para este rodeio aqui no Careiro. Estou em uma boa fase, graça a Deus”, comentou.

Outra atração de destaque na feira foi a vaquejada organizada pelo empresário e vaqueiro Assis Alves.

Ao todo mais de 100 duplas participaram das corridas que distribuiu mais de R$ 75 mil em prêmios. “O Careiro é muito especial na minha vida. Me sinto bem participando da vaquejada com meus amigos”, disse Assis Alves, que tem três filhos vaqueiros na competição.

O empresário Pedro Arruda, responsável pela estru-tura do rodeio, disse que a 9ª Agropec deste ano foi mui-to mais agitada do que a do ano anterior. “Tinha muita gente e o nível do rodeio foi excelente”, Segundo a po-lícia militar passaram pela festa mais de 40 mil pessoas durante os seis dias.

Rodeio e vaquejada são eventos movidos a emoção, adrenalina, técnica e coragem. Assis Alves e Pedro Arru-da representam, respectivamente, o que de melhor exis-te na área no Estado do Amazonas.

FILHOS VAQUEIROS

“Papai nos ensinou a amar os cavalos e a vaquejada está em nosso sangue”, disse Matheus Alves, 15; que de imediato, foi lembrado pelo irmão Assis Júnior,14, que para participar da vaquejada tem que ter muito treina-mento. Já o caçula Paulo Alves,11, disse que na vaque-jada fica a vontade e que se pudesse viveria sobre um cavalo.

ESTUDOS

A mãe dos meninos Cleane Setúbal Alves disse que a vaquejada está no DNA da família, mas que os estudos tam-bém estão. “Os meninos amam vaquejada, mas têm que irem bem na escola para participar das competições. O pai Assis sorri e concorda.

» Peão campeão do Rodeio Cassiano Chaves e o prefeito Hamilton Villar, na entrega do prêmio

» Mateus Alves e seu pai Assis Alves correndo Boi

» Rainha da Agropec encantou pelo charme e simpatia

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» Valdelino Cavalcante, Pedro Arruda e convidados da pista de arrancada de Iranduba apoiaram a vaquejada no Careiro Castanho

» O responsável pela estrutura do rodeio, Pedro Arruda com a filha e a esposa incentivam a participação feminina nas festas do interior

MECANIZAÇÃO

Segundo o Presidente da Agência de Desenvolvimen-to Sustentável do Amazonas (ADS), Valdelino Cavalcante, os produtores tiveram acesso aos melhores equipamen-tos oferecidos no mercado. “Os produtores puderam ad-quirir novos equipamentos com a ajuda dos financiamen-tos que o Governo do Amazonas ofereceu por meio da Agência de Fomento do Amazonas (Afeam), a mecaniza-ção vai melhorar a produtividade dos produtores rurais”, afirmou.

FATURAMENTO

A feira superou todas as expectativas iniciais e se con-solidou como uma vitrine do agronegócio na região dos rios Negro e Solimões. A soma de transações de compra e venda de matrizes entre 280 pecuaristas de Estados como Roraima, Rondônia, Acre, Mato Grosso, Pará, Para-ná, Tocantins, leilões de animais e abertura de financia-mentos, fez a rodada de negócios da Agropec render R$ 21,1 milhões, superando em 17,7% o cálculo inicial esti-mado pelos organizadores do evento.

» Assis Junior, Matheus Alves e Paulo Alves, filhos de Assis Alves » Assis Alves, coordenador da vaquejada, com o amigo Valdelino Cavalcante e os dois filhos vaqueiros, Assis Júnior e Matheus Alves que venceram em suas categorias

Vaquejada

Page 121: Revista Floresta Brasil Amazônia – 06

A agricultura voltada à produção de“commodities” e alimentos para con-sumo de massa baseada na industrialização ou exportação vem evoluindo por caminhos perigosos. Os padrões atuais de procedimentos e técnicas utilizados nessamodalidade de agricultura são determinados pela procura da lucratividade crescente e essa racionalidade tem conduzidoo desenvolvimento e adoção de novas tecnologias dependentesdo uso, também crescentes, de insumos indus-trializados (fertilizantes químicos, agrotóxicos, combustíveis fósseis),resultando com frequência na poluição e exaustão dos recursos ambientais, principalmente da água e do solo e empobrecimento da agrobiodiversidade. As consequências são socialmente desastrosas quando levadas em conta a qualidade e sanidade dos alimentos produzidos. As pesquisas realizadas pelaAgencia Nacional de Vi-gilância Sanitária (ANVISA) mostram níveis alarmantes de contaminação dos produtos hortícolas por agrotóxicos.Nos resultados das análises realizadas em 2010,63% das amostras de frutas, hortaliças e legumes estavam contaminadas por agrotóxicos e desses28% apresentavam ingredientes ativos não autorizados para uso nos cultivos das espécies contaminadas e/ou ultrapassaram os limites máximos de resíduos considerados aceitáveis. Na França, um decreto que entrou em vigor em maio de 2012,reconhece o Mal de Parkinson como doença ocupacio-nal e estabelece explicitamente um nexo de causalidade entre essa doençaneu-rodegenerativa–que tem maior ocorrêncianaquele país depois do Alzheimer – e a utilização de pesticidas (AngelaBolis, Le Monde, 09. 05.2012).

As pesquisas em Ciências Agronômicas no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia foram iniciadas com a fundação da Divisão de Ciências Agronômicas pelo então Diretor Geral Professor Warwick Estevam Kerr. Desde sua origem, os pesquisadores vêm dedicando especial atenção à agricultura familiar como desti-natária principal dos conhecimentos científicos e tecnologias geradas pelo INPA. Não somente por se tratar do maior contingente das unidades produtivas na região Norte e no Brasil (85% do total dos estabelecimentos), mas, sobretudo, pela imensa contribuição que a herança cultural e os etnoconhecimentos dos agricultores tradi-cionais da Amazônia, incluindo as indígenas, oferecem para a reconstrução de uma agricultura com base no conhecimento agroecológico. Trata-se, portanto, de resga-tar a agricultura derivada da cosmovisão indígena da “Mãe Terra”, o sítio sagrado, acolhedor e provedor de todas as necessidades humanas. Pois, se assim for, a Terra deixará de ser uma mercadoria ou apenas um fator no processo produtivo. Ao con-trário, nela a agricultura será praticada mediante o conhecimento de todos os ele-mentos, energias e sinergias que constituem a sua múltipla natureza, a consciência do significado e necessidade de cada individualidade e pela observância das regras e procedimentos que garantam a continuidade da vida, integrada a estratégias de conservação e preservação dos recursos naturais.

No último trimestre de 1975,os professores Warwick Estevam Kerr e Alejo-von der Pahlen implantaram, no INPA, um avançado programa de pesquisas,a ser desenvolvido pela recém criada Divisão de Ciências Agronômicas,baseado nos fundamentos da agroecologia. A abordagem científica adotada pelo INPA, naquela época avaliada como “extremamente acadêmica”, permitiu que as pos-sibilidades para o desenvolvimento da agricultura sustentável no trópico úmido brasileiro fossem mantidas e que ultrapassassem os limites da academia, ampa-rada nos valores éticos e conhecimentos ancestrais em que se sustenta. A impor-tância atualmente atribuída aos recursos genéticos vegetais da Amazônia Oci-dental, como por exemplo, a pupunha, o mapati, a sapota, o abiu, o camu-camu, o araçá-boi, o cubiu, o ariá, o cupuaçu e o feijão-macuco, são resultados diretos dos trabalhos pioneiros iniciados pelo INPA. Por outro lado, um programa de melho-ramento genético de plantas visando a criação de variedades adaptadas ao culti-vo no ambiente amazônico gerou conhecimentos e produtos, hoje, disponíveis, aos agricultores desta região. No que tange aos recursos genéticos da Amazônia, os estudos comespécies de leguminosas nativas capazes de fixar nitrogênio at-mosférico e microrganismos solubilizadores de fósforo vem contribuindo para a manutenção dos níveis de matéria orgânica e nutrientes nos agrossistemas, além de permitir a diversificação das opções de escolha de espécies estrategistas na recuperação de áreas degradadas, como um contraponto aos distúrbios antrópi-

cos que impactam os sistemas naturais.

Hiroshi NodaPesquisador Titular Aposentado do INPA Núcleo de Etnoecologia na Amazônia – NETNO/FCA/UFAM

Os estudos sobre os sistemas agroflo-restaisampliaram os horizontes de possibili-dades para a formulação de propostas tec-nológicas consistentes de manejo dos solos amazônicos, especialmente os que apresen-tam acidez elevada e baixa fertilidade na-tural. Na área de fitossanidade, os estudos sobre ecologia e dinâmica de populações de microrganismos fitopatogênicos nos agros-sistemas bem como de seus antagonistas, pela detecção e teste de princípios ativos naturais,vem abrindo perspectivas para o desenvolvimento de tecnologias de con-trole agroecológico das doenças de plantas cultivadas.

Hoje o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do planeta (Samantha Maia,Carta Capital, 16.10.2013). Portanto, é extremamente importante que as abor-dagens e caminhos da pesquisa agronômica na Amazônia sejam aquelas mesmas apon-tadas pelas nossas sociedades tradicionais: a Agroecologia, a ponte da ciência agronômi-ca para o encontro amoroso e harmônico da Agricultura com a MãeTerra.

ArtigoPOR UMA AGRICULTURA AGROECOLÓGICA AMAZÔNICA

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122 | OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBRO 2013 – Floresta Brasil Amazônia

Show

Cowboy Turbo apresenta Sérgio Reis e o mais completo rodeio do Estado

REPORTAGEM E FOTOS: Antonio Parente

O primeiro Cowboy Turbo contou com a presença do cantor sertanejo Sérgio Reis, e com a vitória do peão, Tiago Lucas, do município de Amparo em São Paulo. O evento que teve sua primeira edição este ano, ocorreu no Amazon Dragway, no quilômetro seis da AM-070 (Es-trada Manoel Urbano) Manaus-Iranduba.

Em pleno coração do Amazonas o espetáculo reuniu rodeio, paraquedismo, MMA (Artes Marciais Mistas, na sigla em inglês), MotoCross, arrancada e shows musicais que levaram o público ao delírio.

De acordo com o juiz de rodeio Tião Procópio, a ideia de criar o Cowboy Turbo surgiu em Manaus, com o intui-to de ter um evento com diversas modalidades esporti-vas. Com a finalidade de criar algo inovador, com uma grande festa de rodeio, que além de ter disputas entre peões, também contaria com lutas entre atletas de artes marciais e outras modalidades de esportes radicais.

“Juntamos um grupo de amigos para fazer um evento inédito com ingredientes diferentes e inovadores. O ob-jetivo foi trazer algo que pudesse reunir vários esportes-para fazer um grande espetáculo. E nada melhor do que o rodeio e os esportes radicais e o MMA que têm atraído o público de forma considerável. É uma nova forma de entretenimento para o Estado”, disse Procópio, ex- peão que iniciou a montaria de touros no Brasil, e hoje é o juiz de rodeios mais importante do país, eleito cinco vezes o melhor juiz de rodeio pelo troféu Arena de Ouro.

MONTARIA EM TOUROS

A habilidade dos peões em montar nos touros ar-rancou suspiro da galera que prestigiou o evento. Cada “guerreiro” deu o melhor de si no embate contra animais de 600 quilos.

O paulistano Thiago Lucas, de Amparo, interior de São Paulo, levou para casa o prêmio de 5 mil reais, com 335 pontos conquistados. A segunda colocação ficou com o menino prodígio, Caique Pacheco, de Itatinga, São Paulo, de apenas 18 anos. O peão representará o Brasil em uma competição de rodeio, no Texas, Estados Unidos. Sua ousadia impressionou a todos, e o peão já mandou recado para os apaixonados por rodeio.

“Isso aqui (o rodeio) é um momento único. Amo tudo isso e fico feliz de mostrar todo meu potencial no Amazo-nas. Quero representar meu país e divulgar esse esporte em todo território brasileiro”, disse o peão. O terceiro lugar ficou com o peão Ramo de Lima, de Rio Branco, no Acre. Em quarto lugar se classificou João Mauro, de Cos-mópoli, interior de São Paulo. E o quinto lugar ficou com Raydouglas Pereira, de Rurópolis, Pará.

Segundo Pedro Arruda, responsável pela montagem da arena de rodeio, e responsável por grande parte da tropa de animais, “o espetáculo foi de altíssimo nivel e mostrou que o Amazonas tem força nacional no rodeio”, comentou.

» O rodeio contou com a presença dos mais importantes competidores de montaria em touro do País

» Sérgio Reis emocionou o público com suas canções

da AmazôniaDiretamente de Carauari para a sua mesa

Açaí Tupã é mais sabor, energia e qualidade.A mais pura polpa de açaí pronta para o consumo

em sachês de 1kilo ou em garrafas de 1litro.

O melhor

weg

a

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da AmazôniaDiretamente de Carauari para a sua mesa

Açaí Tupã é mais sabor, energia e qualidade.A mais pura polpa de açaí pronta para o consumo

em sachês de 1kilo ou em garrafas de 1litro.

O melhor

weg

a

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