Revista Hereford e Braford edição Set 2011

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GENÉTICA HB, IMBATÍVEL NA PRODUÇÃO DE CARNE R$ 9,50

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Veja a Revista HB ed Set 2011 - Leia as matérias sobre o excelente desempenho das raças HB em diversas propriedades e confinamentos pelo Brasil. Programa de avaliação genética, carne certificada e muito mais

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genética Hb, imbatível na produção de carne

R$ 9,50

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Prezado leitor

A Associação Brasileira de Hereford e Braford, em parceria com o Grupo Futura.RS,

apresenta mais uma edição da Revista Hereford & Braford, que traz um pouco das atividades

e programas desenvolvidos pela ABHB, por seus associados e criadores das raças no Brasil.

Nesta edição, chamo a atenção para os números recordes do Programa Carne

Certificada Pampa® e do enorme potencial ainda a ser alcançado, através de novas ini-

ciativas que estão sendo realizadas em todo o Brasil, logo que seja viabilizada, junto às

indústrias, a certificação em outros Estados brasileiros. Números de extrema relevância,

pois o programa não tem grande apoio de fomento e marketing das grandes indústrias

frigoríficas, não certifica animais acima de 6 dentes de idade e só contabiliza as plantas

no Rio Grande do Sul, onde a quantidade de Carne Pampa® produzida é maior do que

qualquer outro programa de qualidade de carne em andamento nesse Estado.

O produtor adere ao Programa Carne Pampa® pela simples constatação que a utili-

zação da genética Hereford e Braford brasileira produz animais com o peso, o acabamen-

to e a qualidade que os frigoríficos procuram, e, o melhor, com mais rentabilidade para

o produtor, pois atingem, comprovadamente, maior peso de carcaça no mesmo tempo

de engorda quando comparadas com raças ditas “adaptadas” e/ou “precoces”, e, mais,

com menor consumo forrageiro, quando comparadas com as continentais e zebuínas,

isto tudo sem perder a excepcional qualidade de carne, o sabor e a maciez.

Não posso deixar de comentar também o excepcional trabalho realizado pela ABHB

em parceria com a Embrapa, a Prova de Avaliação a Campo de Reprodutores Hereford

e Braford, a “Fórmula 1” das provas de avaliação na pecuária de corte brasileira. Leiam

e conheçam um pouco mais sobre essa verdadeira prova de “durões”. Tenho certeza

que após a leitura vocês entenderão um pouco mais sobre o sucesso do Hereford e do

Braford brasileiro, sucesso este que, volto a ressaltar, vem do campo, não do marketing.

Amigos, juntem-se a nós, criem nossas raças e sejamos mais produtivos e felizes.

Tenham uma boa e agradável leitura!

Fernando Lopa

Presidente

Associação Brasileira de Hereford e Braford

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Revista

HEREFORD & BRAFORD

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HER

EFO

RD &

BRA

FORD

Hereford otimiza a produção de novilhos no Paraná ... 7

Qualidade reconhecida ................................................................................ 9

Novilho pesado e superprecoce .................................................................. 11

Resultados comprovam acerto na escolha do Hereford .................................. 12

Potencial enorme para exportar .............................. 16

BHB participa de encontro de negócios na Expo Paraguai ............................... 20

Crescimento consolidado ...................................... 22

Sucesso na Feicorte ................................................................................... 27

Eficiência alimentar, marca registrada do Hereford .... 28

Provados a campo ................................................ 32

Santa Tereza vence PAC Hereford e Braford .................................................. 34

Heregyu, uma nova opção ..................................... 38

Cresce número de usuários do PampaPlus ............... 42

Genética HB invade o Centro-Oeste ....................... 44

Expectativa de bons negócios ................................ 48

Chancela da ABHB agrega valor .................................................................. 50

Retorno garantido ................................................ 52

Importante fonte de proteínas, minerais e vitaminas ... 56

Braford desponta na inseminação ........................... 60

Produção

Cunha Borges Comunicação e Marketing

CNPJ: 03.988.158/0001-00

Av. São Pedro, 528 - Bairro São Geraldo

Porto Alegre / RS - (51) 3084.4717

[email protected]

www.futurars.com.br

Diretor Executivo

Henrique Borges

Editor

Jairo Nether

Colaboração reportagem

Felipe Severo

Contato com a redação

[email protected]

Fotos Capa

Gabriel Becco

Fotografia

Alexandre Teixeira, Gabriel Becco,

Kéke Barcellos, Felipe Ulbrich,

Cláudio Neves, ABHB e Divulgação

Projeto Gráfico

Moisés Prati

Diagramação

Adelino Bilhalva e Tavane Machado

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Page 4: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

Hereford otimiza a

produção de novilHos no

paranáatravés da inseminação artificial, raça vem imprimindo características que agregam valor,

como rápido ganHo de peso, marmoreio, acabamento de carcaça e qualidade de carne

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 76 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

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Page 5: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

Os pecuaristas paranaenses estão descobrindo as vantagens do uso do

Hereford em programas de cruzamento industrial, que, além de incre-

mentar a produção com animais mais pesados e de melhor conforma-

ção, garante ainda uma melhor remuneração na hora da comercialização.

Isto sem contar a satisfação dos consumidores, que tem a sua disposição uma carne

macia e saborosa, de qualidade comprovadamente superior.

O pontapé inicial foi dado há pouco mais de oito anos, a partir da união de pecu-

aristas especializados na produção de novilhos precoces e superprecoces, com a utiliza-

ção de raças de origem britânica sobre matrizes zebuínas ou cruzadas com outras raças

europeias. A aceitação foi tão boa que a Aliança Mercadológica, denominação usada na

época, transformou-se na Cooperativa Caiuá Carnes Nobres, com sede em Umuarama,

região noroeste do Estado, próximo às fronteiras com o Mato Grosso do Sul e Paraguai.

A cooperativa conta atualmente com 22 associados, que entregam semanalmente

cerca de 80 animais para o abate realizado no Frigorífico Esplanada, instalado no muni-

cípio, que posteriormente são comercializadas em carcaças inteiras para pelo menos 15

pontos de venda, entre açougues e supermercados. “Priorizamos a produção de animais

a partir do uso de raças britânicas, com menos de dois anos e cobertura de gordura

entre 4 e 5 mm, sendo que os machos são abatidos com cerca de 16-17 arrobas e as

fêmeas com peso entre 11 e 13 arrobas”, explica o presidente da cooperativa, Mário

Aluizio Zafanelli. De acordo com ele, os principais atrativos aos produtores são a remu-

neração diferenciada, que chega, em média, a 8% acima do valor normal do mercado, e

a garantia de pagamento pela produção entregue.

Titular da Fazenda São Francisco, em Alto Paraíso, onde utiliza Brangus e Angus

sobre vacas Nelore, na última temporada o pecuarista passou a investir também no

Hereford, inseminando 100 vacas para analisar os resultados deste cruzamen-

to. “A demanda por carne de qualidade é muito grande. Do açougue da esquina

à Europa, todo mundo quer esse produto”, observa Zafanelli. Ele informa

ainda que nos pontos de venda atendidos pela Caiuá os consumidores têm

acesso às principais informações sobre o produto que estão adquirindo, como

nome do produtor, sistema de criação, raça, idade, sexo, peso e cobertura de

gordura do exemplar abatido.

Pecuarista desde a década de 70, José Alfredo Silveira Bovo conta que deci-

diu investir na produção de novilhos precoces para ter uma outra modalidade de

venda, trabalho que vem realizando já há cinco anos na Fazenda 3 Minas, também

em Alto Paraíso. “Inicialmente, usamos o Charolês, que nos dava animais pesa-

dos, mas sem cobertura de gordura adequada, até chegarmos ao Hereford, que

nos proporciona novilhos muito bons, que saem do confinamento mais cedo e

possuem ainda o marmoreio, tendo ótima aceitação no mercado”, detalha o pro-

dutor, que ainda dedica-se ao cultivo de soja em outra propriedade no Paraguai.

Sócio da Cooperativa Caiuá há quatro anos, ele realizou a inseminação de

pelo menos 160 vacas nas duas últimas temporadas. “É um trabalho árduo, de

muita responsabilidade, com ganhos ainda pequenos, mas mesmo assim supe-

riores à média praticada pelo mercado. Estamos investindo no futuro”, ressalta

o pecuarista, explicando que uma das maiores dificuldades é manter a constância

da oferta. “Agora, estamos trabalhando para ter novilhos todos os meses do

ano”, revela o paulista nascido em Franca e radicado no Paraná desde menino.

Acompanhando a atividade pecuária do pai desde a infância, Élton Silveira

também está muito satisfeito com a produção. “O Hereford agregou precocidade

“priorizamos a produção de

animais a partir do uso de

raças britÂnicas, com menos

de dois anos e cobertura de

gordura entre 4 e 5 mm”

Mário Aluizio Zafanelli

“priorizamos a produção de

“o Hereford nos proporciona

novilHos muito bons, que

saem do confinamento

mais cedo e possuem ainda

o marmoreio, tendo Ótima

aceitação no mercado”

José Alfredo Silveira Bovo

Novilho Hereford x Nelore, de 11 meses, da Fazenda 3 Minas

“a procura é cada vez maior,

tem gente que não leva se a

carne não for de novilHo

precoce. está virando

um Hábito, o consumidor

Já assimilou a marca”

Luciano dos Santos

QUALIDADE RECONHECIDA

Gerente do açougue de um su-

permercado de Umuarama, Luciano

dos Santos conta que o estabelecimen-

to adquire, em média, 15 carcaças por

semana, com cerca de 230 Kg. “A pro-

cura é cada vez maior, tem gente que

não leva se a carne não for de novi-

lho precoce. Está virando um hábito,

o consumidor já assimilou a marca”,

ressalta, informando que 90% da car-

ne bovina vendida no local provém dos

animais produzidos pelos associados

da Cooperativa Caiuá. “Trata-se de

uma carne diferenciada das demais, é

macia e muito saborosa”, define.

REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 98 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

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Page 6: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

Após testar o Brahman e o Angus

sobre as fêmeas Angus x Nelore da

Fazenda Araguari, em Umuarama,

Hugo Zampieri Sobrinho encontrou no

Hereford a solução que buscava para

alavancar sua produção de novilhos su-

perprecoces. Há dois anos utilizando

a raça, hoje insemina com ela 60% do

plantel de aproximadamente 500 vacas

e se diz muito satisfeito com os resulta-

dos. “O Hereford se encaixou certinho

em nosso sistema de produção, gerando

um produto maior, com melhor acaba-

mento. Era o que estávamos buscando”,

revela o pecuarista.

Segundo ele, os cruzados com a

raça, no mesmo período de confinamen-

to, obtêm cerca de uma arroba a mais de

peso se comparados com outros cruza-

mentos. “Estamos observando uma me-

lhor conversão alimentar do Hereford”,

emenda Zampieri, que é auxiliado pela

esposa Marilene, responsável pelo

acompanhamento gerencial da fazen-

da. De acordo com ela, os primeiros

animais, abatidos em 2010, obtiveram

índices de até 55% de rendimento de

carcaça, contra uma média de 53% re-

gistrada antes da utilização da raça.

As planilhas organizadas por

Marilene apontam ainda que em 2010

os novilhos Hereford permaneceram

confinados por cerca de 113 dias, con-

tra 130 registrados no ano anterior.

“Conseguimos diminuir em 17 dias o

tempo médio de confinamento, isso faz

uma diferença econômica muito grande”,

destaca. Ela conta ainda que a produção

total da fazenda no ano passado foi de

330 novilhos, todos abatidos entre 12

e 13 meses e entregues à Cooperativa

Caiuá, da qual são sócios há três anos.

Os animais são criados a campo em

regime de creep-feeding até os oito me-

ses, quando são desmamados com apro-

ximadamente 340 Kg, e depois enviados

ao confinamento, onde recebem uma die-

ta a base de cana-de-açúcar e concentra-

do até atingirem cerca de 480 Kg com um

ano de idade. “Na desmama, os Hereford

já contam com uma arroba a mais do que

os outros animais, registrando no confi-

namento um ganho de peso em torno de

1,5 kg por dia. Encontramos o cruzamen-

to ideal”, observa Maurício Teodoro, ca-

pataz da Fazenda Araguari.

Baseado nestes índices, Zampieri

já projeta um incremento no rebanho

para aumentar ainda mais a produção

de novilhos superprecoces. “Estamos

investindo na recuperação de pastagens

para aumentar o número de vacas e,

consequentemente, o uso de Hereford,

pois os consumidores estão pedindo

essa carne”, prossegue o pecuarista.

Ele conta ainda que vai testar também

o cruzamento Hereford x Nelore, cujos

primeiros produtos estão nascendo

nesta temporada.

Novilhos da Fazenda Araguari são abatidos entre 12 e 13 meses, com cerca de 480 Kg

na terminação, os novilhos ficam pron-

tos para o abate até um ano antes dos

animais Nelore”, ressalta o engenheiro

agrônomo, adiantando que nesta tem-

porada usará o sêmen Hereford em ou-

tros 200 ventres.

Com um plantel de aproximada-

mente mil vacas, Silveira revela que pensa

em aumentar ainda mais o rebanho da

Fazenda 3 Minas, visando uma maior

produção de novilhos de origem bri-

tânica. “Nosso objetivo é obter maior

rendimento de carcaça e também me-

lhores preços”, prossegue. Segundo ele,

os machos cruza Hereford são abatidos

dos nove aos 19 meses, com 14,5 a

16,5 arrobas, enquanto que as fêmeas

são enviadas para abate entre nove e 16

meses, com peso variando entre 11,5 e

12,5 arrobas. “A produção de novilhos

é responsável pela maior rentabilidade de

nossa atividade pecuária atualmente”, re-

vela o agrônomo.

NOVILHO PESADO E SUPERPRECOCE“a produção de novilHos

é responsável pela

maior rentabilidade

de nossa atividade

pecuária atualmente”

Élton Silveira

Marilene e Hugo Zampieri Sobrinho

REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 1110 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

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Page 7: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

RESULTADOS COMPROVAM ACERTO NA ESCOLHA DO HEREFORD

Outro pecuarista paranaense que testou o cruzamento com as raças Brahman

e Angus, mas encontrou no Hereford o que procurava, é Heriton Fanhani, titular da

Fazenda São Pedro, sediada em Francisco Alves. Há três anos, ele vem usando sêmen da

raça em metade das 450 fêmeas Angus x Nelore que possui, produzindo novilhos entre

18 e 20 meses, com média de 450 Kg nos machos e de 420 Kg nas fêmeas. “Os animais

cruza Hereford são mais precoces, são os que saem primeiro do confinamento, com

melhor acabamento e maior padronização”, destaca o criador, frisando que o retorno

financeiro compensa, apesar do aumento nos custos de produção.

Utilizando o Hereford há quatro anos, ele se diz muito satisfeito com os resultados

obtidos até agora. “Os animais se predispõe ao que buscamos: melhor acabamento

e qualidade de carne, exatamente o que o consumidor deseja”, acrescenta Fanhani,

lamentando, porém, que a raça seja ainda pouco conhecida no Estado. Ele adianta que

pretende analisar ainda os resultados do Hereford em fêmeas Nelore, bem como em

ventres Simental x Nelore.

Um dos maiores incentivado-

res da raça no Paraná é Marcelo Trigo

de Moura, que já atuou como inspe-

tor técnico da Associação Brasileira de

Hereford e Braford (ABHB) no Estado

e hoje assessora seis associados da

Cooperativa Caiuá. “Indico a raça por-

que as qualidades que ela imprime em

sua produção agregam valor aos acasala-

mentos que oriento, como rápido ganho

de peso, marmoreio, melhor acabamento

e qualidade de carne. Muitos animais não

têm esse refinamento e o Hereford ofe-

rece isso em menor tempo, com menor

gasto. Independente da base, minha raça

para terminação é o Hereford”, revela o

médico veterinário.

Para ele, o mais indicado para a

produção de carne com qualidade supe-

rior é o uso do Hereford sobre fêmeas

Simental x Nelore, unindo o rendimento

de carcaça, a fertilidade e a habilidade

materna do Simental com a precocida-

de, o marmoreio e a conformação do

Hereford. “É o acasalamento ideal para a

produção de carne. Esse tricross produz

um excelente animal para abate, imbatível

na minha opinião”, completa Moura.

Após visitar dois confinamentos

de cooperados da Caiuá, Guilherme

Sangalli Dias, gerente do Programa Carne

Certificada Pampa, elogiou muito o tra-

balho que vem sendo realizado pelos pe-

cuaristas paranaenses. “É muito bom ver

produtores convictos com as qualidades

do Hereford, mesmo sem um trabalho de

marketing intenso. A maioria já testou

várias raças, encontrando no Hereford

o que estavam procurando: um novilho

precoce, com rápido ganho de peso, ex-

celente rendimento de carcaça e carne de

altíssima qualidade”, observa.

Segundo ele, isso credencia os pe-

cuaristas do Estado a participarem tam-

bém do programa de carne certificada

mantido pela ABHB. “Eles já têm uma es-

cala de abate e demonstraram interesse

em aumentar sua oferta, que talvez não

seja toda absorvida pela cooperativa. Por

isso, temos que incentivar e fomentar a

expansão desse sistema de produção de

novilhos precoces, tanto a pasto como

em confinamento. Os produtores encon-

traram no Hereford a melhor genética

para a produção de carne. Os resulta-

dos obtidos comprovam aquilo que as

pesquisas vêm atestando: o Hereford

é o campeão em conversão alimentar.

Gostaria de ver estes mesmos produ-

tores utilizando o Braford sobre fêmeas

meio sangue Hereford para fixar as ca-

racterísticas maternais e de fertilidade”,

completa Dias.

“indico o Hereford porque

as qualidades que ele

imprime agregam valor aos

acasalamentos, como rápido

ganHo de peso, marmoreio,

acabamento de carcaça

e qualidade de carne”

Marcelo Trigo de Moura

“é muito bom ver produtores

convictos com as qualidades

do Hereford, mesmo sem um

trabalHo de marketing intenso”

Guilherme Sangalli Dias

“os animais cruza Hereford são

mais precoces, são os que saem

primeiro do confinamento,

com melHor acabamento

e maior padronização”

Heriton Fanhani

Fazenda São Pedro usa sêmen Hereford em metade das 450 fêmeas para a produção de novilhos

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 1514 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 9: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

potencial enorme para eXportarrecentes missÕes comerciais do brazilian Hereford & braford

fomentaram negÓcios na colÔmbia e paraguai

Em julho, representantes das em-

presas que integram o Projeto

Brazilian Hereford & Braford

(BHB), parceria da Associação

Brasileira de Hereford e Braford (ABHB)

e da Agência Brasileira de Promoção

de Exportações e Investimentos (Apex-

Brasil), participaram da 18ª Agroexpo,

realizada em Bogotá, na Colômbia, de

onde retornaram bastante animados.

Durante a exposição, os participan-

tes integraram uma rodada de negócios

onde puderam apresentar seus produtos,

como sêmen e embriões, matrizes e re-

produtores, para investidores de países

como Venezuela, Equador, República

Dominicana, Panamá, Colômbia e

Argentina, além de visitar duas das

mais reconhecidas centrais de insemi-

nação artificial da Colômbia, a Empresa

Genética Especial Ltda (EGE), de Jorge

Echeverri, localizada em Bogotá, e a CGR

Biotecnologia Reprodutiva S.A.S., em

Ziparaquirá, de Carlos Gutierrez.

Celso Jaloto Ávila Júnior, que no

ano passado visitou o país em duas

ocasiões – uma com a missão de con-

tatar lideranças do setor da pecuária e

prospectar negócios para o BHB e ou-

tra para participar da ExpoZebu –, é um

dos empresários que integrou a comitiva

brasileira que participou da Agroexpo.

“Em termos de uso do solo, enquanto

7% estão destinados ao setor agrícola,

77% destinam-se à pecuária. Percebe-se

claramente que eles buscam constan-

temente o melhoramento genético do

seu rebanho bovino, tendo como níti-

do objetivo produzir mais carne, com

qualidade. E é isso que nós podemos

fornecer para eles, uma genética de qua-

lidade voltada para resultados”, ressalta

o proprietário da Estância Luz de São

João, de São Gabriel (RS). Segundo ele,

a Colômbia tem o melhor Brahman do

mundo, sendo que o Brasil pode con-

tribuir muito para a formação da raça

Braford colombiana através do nosso

Hereford ou até mesmo com nosso

Braford já formado com base no Nelore.

Ele explica que ainda não foram

fechadas negociações com os colom-

bianos, pois está sendo aguardada a

concretização e a liberação de um pro-

tocolo sanitário para viabilizar as expor-

tações de sêmen e embriões de Hereford

e Braford, o que, na sua opinião, deve

ocorrer em breve. “Particularmente, a

Luz de São João elaborou propostas de

vendas e recebeu solicitações de com-

pras de embriões da raça Braford, tanto

por empresas de biotecnologia como de

produtores colombianos”, revela Jaloto,

que teve a oportunidade de conversar

“o bHb está muito bem

consolidado e com certeza,

num futuro prÓXimo, novos

países passarão a ser elencados

como mercado alvo do proJeto”

Celso Jaloto Ávila Júnior

Foi grande a procura por informações sobre a genética brasileira durante a Agroexpo

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 1716 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

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Page 10: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

“creio que o brasil tem um

potencial enorme para

oferecer genética para o

mundo todo, especialmente

aos países que vem eXpandindo

suas atividades pecuárias”

José Miguel Saldaña

“cada empresário teve

contato com, pelo menos, 30

visitantes interessados em seu

produto, esses de no mínimo

quatro países diferentes. isso

demonstra o potencial de

internacionalização que essas

empresas estão tendo e terão”

Luciana Bueno

e oferecer seus produtos para empre-

sários do México, Panamá, República

Dominicana, Costa Rica, Venezuela,

Equador e da própria Colômbia. “A

experiência foi fantástica. Apesar de o

Brasil não ter acordos sanitários para ex-

portação de genética bovina para alguns

destes países relacionados, é possível o

comércio através de representantes de

outros países com os quais temos reci-

procidade sanitária”, observa.

Em sua análise, o Brasil tem grandes

possibilidades de exportar material gené-

tico para algumas destas nações, uma vez

que foi grande a procura por informa-

ções, mesmo após a rodada de negócios

que se estendeu por dois dias. “Em to-

dos os momentos pude constatar que a

pecuária do Brasil e, particularmente, a

genética Braford brasileira, tem excelente

futuro face ao comércio com os países da

América Latina”, acrescenta Jaloto.

Outro ponto que ele destaca da

missão à Colômbia foi a parceria esta-

belecida entre a ABHB e a Asociación

Hereford y Braford de Colombia, cuja

finalidade principal é assessorá-la em sua

criação e formação de um corpo técnico.

Para Jaloto, um projeto como o

BHB é de vital importância para qualquer

empresa que deseja exportar seus produ-

tos. “Aliás, não podemos esquecer que a

Apex-Brasil foi quem nos proporcionou

isso tudo. É através dela que recebemos

todo apoio para nossas realizações. Para

mim, o BHB está muito bem consolida-

do e com certeza, num futuro próximo,

novos países passarão a ser elencados

como mercado alvo do projeto”, aposta

o selecionador, que é também secretário

de administração da ABHB.

De acordo com José Miguel Saldaña,

que representou duas empresas brasilei-

ras, integrantes do BHB, na Agroexpo,

existem muitas raças bovinas na

Colômbia, pois os criadores estão acos-

tumados a provar raças novas buscando

aquelas que melhor se adaptam às suas

regiões. Ele destaca também que o comér-

cio de embriões está muito avançado no

Celso Jaloto (D) apresentou seus produtos durante a Rodada de Negócios

país, uma vez que os produtores já co-

nhecem bem as vantagens da utilização da

técnica. “Creio que o Brasil tem um po-

tencial enorme para oferecer genética para

o mundo todo, especialmente aos países

que vem expandindo suas atividades pe-

cuárias”, afirma o médico veterinário.

Ele revela ainda que a Agropecuária

Santa Ana e o Condomínio Odair

González, ambos de Uruguaiana (RS),

estão fechando negócios na Colômbia,

com uma proposta de formar socieda-

de em alguns exemplares, bem como

de manter animais próprios por lá. “O

BHB é muito importante porque abre ca-

minhos para podermos oferecer nossos

produtos. O projeto recém está come-

çando a dar os primeiros frutos, por isso

temos que nos esforçar para que ele te-

nha longa duração, pois ele faz com que

nos capacitemos cada vez mais e que pas-

semos a olhar nossos estabelecimentos

sob outro ponto de vista, com a visão de

empresários”, completa Saldaña.

O BHB foi representado na Agroexpo

por empresários da Agropecuária São

Pedro, de Alegrete (RS), liderada por

Rosemary Bento Pires; Agropecuária

Santa Ana e Agropecuária Odair

González, ambas de Uruguaiana (RS),

representadas por Jose Saldaña; Cabanha

Pedro Surreaux, de Uruguaiana (RS), com

o proprietário Jarbas Arraes; Estância Luz

de São João, de São Gabriel (RS), com

um dos proprietários Celso Jaloto Ávila

Júnior, e, CORT Genética do Brasil, de

Uruguaiana (RS), por Antonio Cabistani.

Pela ABHB, estiveram presentes na mostra

o presidente Fernando Lopa, a presidente

do Conselho Técnico da entidade, Thais

Comitiva brasileira durante a Agroexpo, em Bogotá

Bento Pires Lopa, o superintendente da

ABHB, Gabriel Isaacsson, e a gerente de

Promoção Comercial Internacional do

BHB, Luciana Bueno.

Conforme Luciana, o desfecho da

participação na Agroexpo, em Bogotá,

foi dos mais significativos para o Projeto

Brazilian Hereford & Braford desde a sua

criação. “Todos os empresários brasi-

leiros que viajaram conosco relataram o

potencial comprador desse país e a ex-

pectativa de geração de negócios futuros

é impressionante. Cada empresário teve

contato com, pelo menos, 30 visitantes

interessados em seu produto, esses de

no mínimo quatro países diferentes. Isso

demonstra o potencial de internacionali-

zação que essas empresas estão tendo e

terão, sem falar na aproximação comercial

com fortes mercados compradores

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 1918 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 11: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

O mês de julho marcou também

a participação de empresas integran-

tes do BHB na Expo Paraguai 2011, em

Assunção, onde estiveram promovendo

e difundindo as genéticas Hereford e

Braford do Brasil.

Além das reuniões relacionadas

ao Congresso Mundial Braford, que

vai ocorrer em 2012, no Paraguai, a

comitiva brasileira participou de um

Encontro de Negócios no estande da

como Colômbia, Venezuela, Equador,

Estados Unidos e Canadá”, ressalta.

Outro ponto positivo destacado

por Luciana, foi a presença do BHB com

estande próprio na Agroexpo, que é uma

das mais importantes vitrines do agro-

negócio colombiano. “Estávamos estra-

tegicamente bem posicionados na loca-

lização, na exposição, e identificamos

muitos países interessados em reforçar

Empresários do BHB em visita a uma central colombiana de inseminação artificial

Asociación Paraguaya de Criadores de

Braford entre pecuaristas e autoridades

presentes na mostra, juntamente com

empresas do BHB como Agropecuária

Santa Ana, Agropecuária São Pedro,

Coimma, CORT Genética do Brasil e

Grupo Pitangueira. Também partici-

param do encontro o presidente da

ABHB, Fernando Lopa, a presidente

do Conselho Técnico da ABHB, Thais

Bento Pires Lopa, o Gestor de Projetos

da Apex-Brasil, Avay Miranda Júnior, e o

gerente do Programa Carne Certificada

Pampa, da ABHB, Guilherme Dias.

De acordo com Dias, o Paraguai é

um país muito rico em recursos e possui

uma cultura pecuarista bastante enraizada.

“Enxergamos muitas oportunidades para

os produtos brasileiros e acreditamos na

qualidade deles. Entretanto, isto passa por

um processo de aproximação e quebra

de paradigmas que nosso projeto iniciou

conhecimento pelas raças Hereford e

Braford e/ou estreitar laços comerciais

com o Brasil. O que reforça e nos deixa

alinhados a trabalhar para as próximas

missões comerciais é ouvir dos empresá-

rios participantes o quanto foi significati-

va a ida à Colômbia e que podem contar

com eles para a próxima edição”, com-

pleta a gerente de Promoção Comercial

Internacional do BHB.

BHB PARTICIPA DE ENCONTRO DE NEGÓCIOS NA EXPO PARAGUAI

em 2009, sendo que a cada ano obtemos

avanços”, constata, reforçando que o po-

tencial para as exportações para lá é imen-

so. “O país dispõe de tecnologia e mão de

obra de técnicos e veterinários para isso.

Sempre o caminho mais fácil será o do sê-

men e embriões”, acrescenta Dias.

Segundo ele, a receptividade dos

criadores paraguaios, bem como a pro-

cura por informações sobre a gené-

tica Braford brasileira, foi muito boa.

“Porém, somente aqueles empresários

que se dispõem em ir ao encontro dos

clientes para salientar a qualidade de

seus produtos, orientar a utilização e

oferecer garantias de resultados são os

que, efetivamente, obtêm resultados nas

exportações”, completa Dias.

Congresso Mundial Braford 2012 foi tema de reunião

b H b

REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 2120 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 12: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

crescimento consolidadoem franca eXpansão, programa de carne certificada da abHb

registra crescimento superior a 60% no primeiro semestre de 2011

Pioneiro no Brasil, o Programa

Carne Certificada Pampa, da

Associação Brasileira de Here-

ford e Braford (ABHB), come-

mora 11 anos de existência com uma

estrutura reformulada e em franca expan-

são. “No primeiro semestre deste ano

obtivemos um crescimento de 62% em

relação ao mesmo período do ano passa-

do”, comemora o gerente executivo do

programa Guilherme Sangalli Dias.

Além disso, no mês de julho foi re-

gistrado o recorde de abates até agora,

com 2.815 animais certificados nas qua-

tro plantas gaúchas do Grupo Marfrig

(Bagé, Alegrete, São Gabriel e Capão

do Leão) e no Frigorífico Silva, de Santa

Maria (RS), parceiros do programa de

carne certificada da ABHB. “De abril em

diante passamos a trabalhar com tabelas

de bonificação mais atraentes, o que,

junto com uma maior divulgação, incen-

tivou esse incremento no número de ani-

mais abatidos”, justifica Dias.

À frente do Carne Pampa há pou-

co mais de um ano, ele cita alguns

avanços como a reformulação de todos

os processos e a montagem de uma es-

trutura de certificação. “Acredito que

o principal avanço foi o de montar um

padrão de qualidade que ressalte as

qualidades do Hereford e suas cruzas,

garantindo isto através de um processo

de certificação consistente”, observa o

médico veterinário.

Entre os próximos desafios, ele des-

taca a expansão da marca do programa

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22 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 13: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

“mesmo que a comprovação

científica seJa importante,

através da pesquisa, o que

realmente alavanca a raça

é o desempenHo no campo”

Guilherme Sangalli Dias

3000

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DEZ

2010

2011

junto aos parceiros e a melhoria da iden-

tidade visual dos produtos oferecidos.

“Também estamos iniciando um

trabalho de expansão junto a outros

Estados. Cada vez mais me impressio-

no com a crescente adesão dos produ-

tores ao cruzamento com o Hereford e

o Braford. Mesmo que a comprovação

científica seja importante, através da pes-

quisa, o que realmente alavanca a raça é

o desempenho no campo”, ressalta Dias.

Segundo ele, não basta ter uma raça

que produza carne de qualidade sem ani-

mais adaptados e com excelente desempe-

nho, principalmente na terminação. “E é

desta forma que vejo o Hereford e o Braford

crescerem, sem muito trabalho de marke-

ting, porém com desempenho comprovado

nos mais variados sistemas de criação.

NÚMERO DE ANIMAIS CERTIFICADOS 2011

NÚMERO DE ANIMAIS CERTIFICADOS 2010 X 2011

Fonte: ABHB

Fonte: ABHB

REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 25

c a r n e p a m p a

24 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 14: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

Sucesso na Feicorte

A Carne Certificada Pampa foi uma das principais atrações da 17ª Feira

Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), que ocorreu em junho

na capital paulista. Pelo menos 200 visitantes e expositores tiveram a oportu-

nidade de apreciá-la em cada uma das três degustações realizadas no Espaço

Carne, dedicado à promoção do seu consumo e à divulgação de suas qualida-

des. “A carne HB possui um rico sabor, é muito tenra e palatável”, definiu John

Norris Sheppard, criador de gado Shorthorn em Alberta, no Canadá.

Já o veterinário gaúcho André Sander, radicado há oito anos em Altamira

(PA), aproveitou a ocasião para matar as saudades da excelente carne produzida

no Rio Grande do Sul e destacou a suculência, a maciez e o sabor diferenciado

da carne HB. Criador de Nelore em Feira de Santana (BA) e jurado da raça na

Feicorte 2011, José Delsique provou a Carne Pampa pela primeira vez e ficou

muito satisfeito. “É muito boa, macia e saborosa. Inegavelmente, é uma das

melhores carnes do mundo”, ressalta o nelorista.

Proprietário da empresa Boi no Rolete e responsável por assar a carne HB

servida durante as degustações, Marcos Mangini conta que também surpre-

endeu-se com a qualidade do produto. “É muito macia e saborosa”, define o

especialista, que tem mais de dez anos de experiência no ramo.

“a carne Hb possui um rico sabor,

é muito tenra e palatável”

John Norris Sheppard

“é muito boa, macia e

saborosa. inegavelmente,

é uma das melHores

carnes do mundo”

José Delsique

É por essa razão que hoje estamos

contatando as partes interessadas e

buscando viabilizar novas plantas cer-

tificadoras em Estados como Paraná,

São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato

Grosso”, revela o gerente do Carne

Certificada Pampa.

De acordo com ele, também o

Programa Gado Certificado Pampa, que

possibilita a identificação dos animais

aptos a participar do programa dire-

to nas propriedades, vem registrando

crescimento significativo. “É um pro-

grama de apoio que visa dar transpa-

rência e segurança ao produtor no mo-

mento da venda ao frigorífico. Dentre

a variação fenotípica que aceitamos no

programa existem algumas situações

muito difíceis de garantia. Portanto, a

certificação dos animais na proprieda-

de elimina qualquer possibilidade de

erro”, ressalta Dias, informando que

mais de oito mil animais já receberam o

brinco do programa em 2011.

Outra novidade apontada por ele foi

o lançamento nas feiras de outono deste

ano do programa Terneiro Certificado,

onde se observou um valor de venda

superior para os animais brincados, com

garantia de certificação. “Com o know-

-how adquirido pelos núcleos de criado-

res nesta primeira experiência, a oferta

de terneiros certificados deverá aumen-

tar na primavera”, aposta Dias.

REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 27

c a r n e p a m p a

26 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 15: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

eficiência alimentar, marca registrada do Herefordrecente estudo divulgado pela embrapa pecuária sul

aponta que a raça necessita menor quantidade de

alimento consumido por quilo de peso ganHo

A habilidade do Hereford em produzir carne, sendo a raça mais produtiva

tanto a pasto quanto em confinamento, foi novamente comprovada. Um

estudo divulgado recentemente pela Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS),

confirma ainda a eficiência bioeconômica da raça, que obteve a melhor

conversão e o melhor consumo alimentar residual.

Tais conclusões foram obtidas

através de experimento realizado den-

tro do projeto Bifequali e foram apre-

sentados na dissertação de mestrado

“Eficiência alimentar e características

da carcaça e da carne de novilhos de

diferentes genótipos terminados em

dois sistemas alimentares”, apresen-

tada por Marcelo Henrique Giordano

Nunes, sob orientação do pesquisador

Fernando Flores Cardoso, responsável

pelas ações do projeto de pesquisa da

Embrapa na região Sul do país.

O objetivo deste estudo – que en-

volveu 68 animais, dos quais 12 eram

Hereford – foi avaliar a eficiência alimen-

tar e a qualidade da carcaça e da carne de

diferentes genótipos puros e cruzados,

bem como a possível influência do siste-

ma de terminação nas características físi-

co-químicas e sensórias da carne bovina.

Para isso, utilizou-se novilhos de seis

diferentes genótipos, Aberdeen Angus

(ANAN), Hereford (HHHH), Nelore

(NENE), Aberdeen Angus x Nelore

(ANNE), Aberdeen Angus x Hereford

(ANHH) e Aberdeen Angus x Caracu

(ANCR), terminados em dois diferentes

sistemas: confinamento intensivo e pas-

tagem cultivada.

Os novilhos entraram na termina-

ção com idade média de 19,8±0,91

meses, sendo que os animais mantidos

em sistema de confinamento receberam

dieta composta por 40% de concen-

trado e 60% de volumoso com base

na matéria seca – como volumosos, fo-

ram utilizados silagem de milho e sorgo

misturados em proporção de 50:50. O

gado terminado em pastagem, por sua

vez, foi mantido em potreiro consor-

ciado com aveia e azevém. O critério

utilizado para abate foi a espessura de

gordura subcutânea mínima de 3 mm,

mensurada junto com as pesagens por

avaliações de ultra-sonografia.

“esses resultados apontam o

Hereford e seus cruzamentos

como uma Ótima alternativa

para aumentar a eficiência

do uso de alimentos nos

confinamentos em nossa região”

Fernando Flores Cardoso

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 2928 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 16: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

Fonte: Embrapa Pecuária Sul. Nunes, Marcelo H.

Giordano – Eficiência alimentar e características da

carcaça e da carne de novilhos de diferentes genótipos

terminados em dois sistemas alimentares. Bagé/RS, 2011

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Foram encontradas diferenças signi-

ficativas de eficiência alimentar entre os

genótipos estudados, onde os animais

do grupo racial HHHH apresentaram me-

lhor eficiência que os ANAN e NENE na

avaliação de consumo alimentar residual

(CAR), obtendo valor médio de -0,92 kg

contra 0,73 e 0,70 kg, respectivamente.

“Esses resultados apontam o Hereford e

seus cruzamentos como uma ótima alter-

nativa para aumentar a eficiência do uso

de alimentos nos confinamentos em nossa

região. CAR negativo indica que o animal

consumiu menos que o esperado para o

ganho de peso que apresentou e para o

peso que possui. Assim, animais de CAR

negativo utilizam de forma mais eficiente

o alimento consumido”, explica Cardoso.

Para a conversão alimentar, o

HHHH apresentou menor quantidade de

alimento consumido por quilo de ganho

de peso quando comparado aos ANNE,

ANCR e NENE (6,0 vs.9,4, 8,5 e 10,9

kg, respectivamente), além de menor

consumo de matéria seca, 7,4 Kg. “O

Hereford se destacou na eficiência ali-

mentar, pois converteu uma maior pro-

porção do alimento consumido em ga-

nho de peso em relação ao utilizado para

mantença”, prossegue Cardoso.

De acordo com as conclusões do

estudo apresentado por Nunes, o cruza-

mento entre raças britânicas e adaptadas

aos trópicos permite utilizar a heterose e

complementaridade entre essas raças para

aumentar o peso e rendimento de carcaça

de novilhos de corte abatidos ao redor de

24 meses de idade. Os animais Hereford

apresentaram melhor eficiência alimentar,

consumindo menos alimento e apresentan-

do o mesmo desempenho que os animais

Aberdeen Angus. Isto, além de reduzir os

custos de produção, pode contribuir com

o ambiente, pois pesquisas mostram que

bovinos que apresentam menor consumo

alimentar produzem quantidade menor de

gás metano, nocivo à camada de ozônio.

Cardoso adianta que o experi-

mento está sendo repetido neste ano

para que se tenha um volume maior

de informações e possa ser avaliado

também o perfil de ácidos graxos.

“Os resultados preliminares apontam

que a gordura dos animais terminados

a pasto é melhor para a saúde humana

por ter maior concentração de Ômega

3, ácidos graxos poliinsaturados e

ácido linoléico conjugado”, completa

o pesquisador.

p e s q u i s a

30 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 17: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

“testar os animais nas mesmas

condiçÕes significa segurança

nos dados coletados, pois o

ambiente é um fator importante”

Joal Brazzale Leal

“usar o sêmen dos reprodutores

testados na pac se constitui

numa eficiente ferramenta

de melHoramento, que

deve ser eXplorada cada

vez mais pelo produtor”

Fernando Lopa

provados a campopac é de vital importÂncia para os

criatÓrios Hb e para a criação comercial,

pois aponta características que servem

para melHorar os rebanHos de corte

A Prova de Avaliação a Campo de Reprodutores

Hereford e Braford (PAC), realizada pela

Associação Brasileira de Hereford e Braford

(ABHB), em parceria com a Embrapa Pecuária Sul,

onde os animais são submetidos à realidade da maioria dos cria-

tórios extensivos, sofrendo grande variação climática, mais uma

vez comprovou as qualidades produtivas das raças HB.

De acordo com Fernando Lopa, presidente da ABHB, a

prova é conduzida para que os animais expressem seu máximo

potencial genético em regime de produção que mais se aproxima

do dia-a-dia no campo, diferente das pistas, onde se busca fazer

com que o animal expresse o seu máximo potencial em ganho de

peso aliado a melhor expressão fenotípica para a raça. “Fazemos

a prova para tentar reproduzir as condições que encontramos na

maioria dos criatórios brasileiros. Esse é um diferencial signifi-

cativo, pois buscamos uma genética adaptada aos mais diversos

sistemas de produção. Os animais são submetidos às intempé-

ries do dia-a-dia do campo, à variação de oferta forrageira, ao

estresse hídrico, às variações de mais de 40º de temperatura e

ao excesso de luminosidade dos trópicos, ou seja, buscamos os

animais mais adaptados, que tenham bom ganho de peso, boa

caracterização racial e bons índices zootécnicos em caracterís-

ticas econômicas de relevância como a área de olho de lombo,

medida por ultrassom”, ressalta o dirigente. Para Joal Brazzale

Leal, supervisor da prova, a PAC é bastante completa e, como

toda avaliação zootécnica, tem grande valor. “Testar os animais

nas mesmas condições significa segurança nos dados coletados,

pois o ambiente é um fator importante”, destaca o pesquisador

da Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS).

De acordo com Lopa, a PAC é par-

te do programa de melhoramento ge-

nético da ABHB, porém, nela, ao invés

de compensar os diversos ambientes de

produção encontrados nos criatórios

através de cálculos matemáticos, como

nos programas de avaliação genética,

ela submete os animais provenientes

desses diversos sistemas de produção

a uma avaliação sob o mesmo ambien-

te. “Juntamos os animais provenientes

de diversas regiões, que estão entre

os 40% melhores animais à desmama,

e os submetemos ao mesmo ambiente,

dando as mesmas condições de expres-

sarem seus potenciais genéticos, acom-

panhando seus desempenhos, elencando

os melhores para cada característica e,

também, quanto ao índice final sugerido

pela ABHB/Embrapa. Ou seja, usar o sê-

men dos reprodutores testados na PAC

se constitui numa eficiente ferramenta de

melhoramento, que deve ser explorada

cada vez mais pelo produtor”, acrescenta.

Presidenta do Conselho Técnico

da ABHB, Thais Bento Pires Lopa desta-

ca ainda a pequena diferença que existe

entre os primeiros colocados quanto ao

índice final e, consequentemente, aos

dados de desempenho. “Creio que ain-

da vai chegar o dia em que os criadores

e nossas centrais de comercialização de

sêmen irão valorizar ainda mais esses

resultados e massificar a oferta dessa

genética adaptada. Esses tourinhos jo-

vens, ao final da prova, retornam a seus

estabelecimentos para serem usados ou

comercializados, sendo que os três pri-

meiros colocados passam um período

numa central de inseminação para serem

coletados, ficando o sêmen à disposição

dos interessados, bastando apenas en-

trar em contato com a ABHB”, informa

Thais. Na opinião de Leal, essa pequena

diferença entre os melhores classifica-

dos na prova significa que, independen-

te da propriedade, o processo seletivo

está no rumo certo.

Conforme Lopa, a PAC é também

uma alternativa para os produtores que

querem testar seus animais fora das pis-

tas de julgamentos. Ele lembra que exis-

tem diversas exposições em que os dados

genéticos e biométricos são usados para

auxiliar na classificação e definição dos

campeonatos, porém sempre são levan-

tados questionamentos, tanto no Brasil

quanto no exterior, sobre a validade dos

resultados de exposições no desempe-

nho do animal na propriedade. Lopa co-

menta que são constantes as discussões

sobre o assunto no julgamento de rústi-

cos Hereford e Braford, modalidade que

a ABHB foi pioneira em realizar no Brasil,

sendo que já foi até sugerida a criação de

mais uma categoria de animais exclusiva-

mente a pasto. “A PAC é uma resposta

ao criador ou profissional que condena

as pistas. É uma competição onde os cri-

térios objetivos de desempenho são pre-

ponderantes para se chegar ao campeão,

e o ranking da ABHB atribui uma forte

pontuação aos cinco primeiros coloca-

dos da prova, ou seja, todo criador que

condena os critérios de julgamentos das

pistas de exposições – ou tem como ban-

deira a genética mais rústica ou adaptada

– tem na PAC a forma de comprovar a

superioridade genética de seu criatório”,

pondera o presidente da ABHB. foto

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 3332 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 18: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

“o que nos deiXa eXtremamente

satisfeitos é o fato destes

resultados eXpressivos

repetirem-se ano apÓs ano em

ambas as raças, evidenciando

que estamos no rumo certo”

Paulo Schermann Azambuja

SANTA TEREZA VENCE PAC HEREFORD E BRAFORD

A 5ª PAC Hereford e a 16ª PAC

Braford, encerradas em abril deste ano,

após 196 dias de observações e oito

pesagens, avaliaram 38 animais (18

Hereford e 20 Braford) inscritos por 18

criatórios gaúchos. Para a composição

do índice classificatório dos reprodu-

tores, avaliados com uma média de 19

meses, foram considerados o peso final

corrigido, ganho de peso, medidas cor-

porais, conformação, padrão racial, exa-

mes andrológicos e ultrassonografia.

Com um peso final de 548 Kg e

Ganho Médio Diário (GMD) de 1,158

Kg, em 07 de abril, o vencedor da 5ª

PAC Hereford foi o touro E1120, da

Fazenda Santa Tereza, de Ney Arthur

Azambuja, de Camaquã (RS), que re-

gistrou ainda o maior índice de Área de

Olho de Lombo (AOL): 64,53 cm². O

segundo colocado foi o reprodutor ASP

9049, da Agropecuária São Pedro, de

Alegrete (RS), com peso final de 522

Kg e GMD de 1,133 Kg, que obteve as

melhores avaliações também nos quesi-

tos características raciais e conformação

carniceira. Na terceira colocação, com

GMD de 1,061 Kg e peso final de 536

Kg, ficou o touro I1271, da Estância

Guatambu, de Valter José Pötter, de Dom

Pedrito (RS), propriedade que teve ainda

o exemplar I1041 apontado como o de

melhor índice de Espessura de Gordura

Subcutânea (EGS): 4,24 mm.

O título de campeão da 16ª PAC

Braford ficou também com a Fazenda

Santa Tereza, com o touro E1541, que

terminou a prova com 536 Kg e obte-

ve os melhores índices de conforma-

ção, padrão racial e caractere sexual.

Conforme Paulo Schermann Azambuja,

responsável técnico da fazenda, a PAC

possibilita, fundamentalmente, uma

comparação fidedigna entre materiais

genéticos distintos, provenientes dos

melhores criatórios gaúchos, tendo

como um de seus principais atributos a

eliminação do efeito ambiente. “O que

nos deixa extremamente satisfeitos é o

fato destes resultados expressivos repe-

tirem-se ano após ano em ambas as ra-

ças, evidenciando que estamos no rumo

certo, consolidando nossa genética e in-

centivando-nos a seguir em frente neste

grande desafio”, destaca Azambuja.

A segunda colocação na PAC

Braford ficou com o reprodutor de ta-

tuagem 9243, da Agropecuária Santa

Ana, de Miguel Augusto Barbará, de

Uruguaiana (RS), com 498 Kg, exem-

plar este com o melhor índice de AOL:

62,10 cm². O terceiro colocado foi o re-

produtor I065, da Estância São Manoel,

de Alfeu Fleck, de Alegrete, que ficou

com peso final de 516 Kg. Já o destaque

no quesito EGS foi o touro I3180, da

Estância Guatambu, de Dom Pedrito. “O

ganho médio de peso de 0,972 kg/dia no

Hereford e de 1,007 kg/dia no Braford,

num período de 196 dias, mostra a ex-

celente adaptabilidade das duas raças ao

nosso ambiente”, destaca Thais Bento

Pires Lopa, presidenta do CT da ABHB.

Segundo Fernando Lopa, foi impres-

sionante o desempenho destes animais,

pois, ao serem submetidos a condições

reais de produção, atingiram ganhos de

pesos excepcionais. “Na PAC Braford,

por exemplo, a diferença de ganho de

peso entre o 1º e o 8º colocado foi de

0,006 gramas, ou seja uma verdadeira

‘Fórmula 1’”, compara. O presidente da

ABHB explica ainda que é preciso elencar

os reprodutores através de um critério,

1º lugar PAC Hereford: Tat. E1120, Fazenda Santa Tereza

2º lugar PAC Hereford: Tat. ASP 9049, Agropecuária São Pedro

3º lugar PAC Hereford: Tat. I1271, Estância Guatambu

“o ganHo médio de peso de

0,972 kg/dia no Hereford e de

1,007 kg/dia no braford, num

período de 196 dias, mostra a

eXcelente adaptabilidade das

duas raças ao nosso ambiente”

Thais Bento Pires Lopa

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 3534 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 19: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

2º lugar PAC Braford: Tat. 9243, Agropecuária Santa Ana

1º lugar PAC Braford: Tat. E1541, Fazenda Santa Tereza

3º lugar PAC Braford: Tat. I065, Estância São Manoel

5ª pac Hereford

1º - Fazenda Santa Tereza, Sucessão Dário Silva Azambuja, Camaquã (RS) - Tat. E1120

2º - Agropecuária São Pedro, Agropecuária São Pedro, Alegrete (RS) - Tat. ASP 9049

3º - Estância Guatambu, Valter José Pötter, Dom Pedrito (RS) - Tat. I1271

4º - Estância Guatambu, Valter José Pötter, Dom Pedrito (RS) - I1041

5º - Grupo Pitangueira, Pedro Monteiro Lopes, Itaqui (RS) - Tat. E38

16ª pac braford

1º - Fazenda Santa Tereza, Sucessão Dário Silva Azambuja, Camaquã (RS) - Tat. E1541

2º - Agropecuária Santa Ana, Miguel Augusto Silva Barbará, Uruguaiana (RS) - Tat. 9243

3º - Estância São Manoel, Alfeu de Medeiros Fleck, Alegrete (RS) - Tat. I065

4º - Grupo Pitangueira, Pedro Monteiro Lopes, Itaqui (RS) - Tat. I222

5º - Cabanha São Bento, Otto Alves de Alves, Santana do Livramento (RS) - Tat. BJ171

porém lembra que esses animais já per-

tencem ao grupo dos 40% melhores

avaliados à desmama. “Do 1º ao último,

são todos reprodutores excepcionais,

melhores que muitos touros que são

vendidos sem avaliações genéticas e sem

registro genealógico. No entanto, exis-

te um tendência errônea de desmerecer

aqueles que ficam em 7º ou 8º lugar, por

exemplo”, acrescenta Lopa, deixando

uma dica aos produtores: “Busquem es-

ses touros, eles foram testados a campo

e farão o serviço a que se propõe, sob o

mais rigoroso sistema produtivo”.

REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 37

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36 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 20: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

HeregYu, uma nova opçãoobJetivo do cruzamento pioneiro entre as raças Hereford

e WagYu é produzir uma carne de qualidade ainda melHor

Durante a Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne (Feicorte), realiza-

da em São Paulo (SP) no mês de junho, Ruth Villela de Andrade e seu marido

Carlos Schmidt visitaram o estande da Associação Brasileira de Criadores de

Hereford e Braford (ABHB) para iniciar as discussões sobre um projeto que

tinham em mente: unir as melhores características da raças Hereford e Wagyu, duas das

melhores raças produtores de carne disponíveis no mercado atualmente.

Após reunião com presidente da ABHB, Fernando Lopa, ficou decidido que o casal

passaria a cruzar touros da raça Wagyu (lê-se Uaguiú) com fêmeas Hereford. Assim, dias

depois, 20 novilhas desembarcaram na Estância Los Cardos, em Tietê (SP), onde eles

mantém três reprodutores PO para dar início a este trabalho pioneiro no Brasil. “As duas

raças são reconhecidas mundialmente pela produção de carne saborosa e de extrema

maciez, além de altíssimo marmoreio. Sem falar nos animais, que apresentam docilidade,

rusticidade e fertilidade, o que justifica plenamente o experimento”, explica Ruth.

Touros da raça Wagyu serão usados sobre fêmeas Hereford para produzir carne de qualidade

Novilhas adquiridas pela Estância Los Cardos para iniciar o cruzamento com Wagyu

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 3938 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

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Page 21: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

Cruzar touros Wagyu com fêmeas Hereford pode parecer estranho. Mas, para

os mais desavisados, a carne desta raça de origem japonesa é conhecida internacio-

nalmente como a mais nobre e cara do mundo. “Isto se deve ao extremo marmoreio

e por apresentar gordura poliinsaturada, ou seja, colesterol bom”, assegura Ruth.

“Esperamos obter uma carne com mais marmoreio, condição essencial para uma carne

macia e saborosa”, projeta.

Os animais F1 obtidos – chamados informalmente de Heregyu – serão destinados

ao abate entre os 14 e os 16 meses, visto que não há planos de utilizá-los em novos e

consecutivos cruzamentos. O objetivo é abastecer o mercado de carnes nobres. “Temos

a certeza de que seremos recompensados com uma carne de sabor e maciez superior

e o mercado de carnes finas saberá valorizar este produto”, aposta Ruth. Assim, se

aproveitará a eficiência de ganho de peso do Hereford e o marmoreio do gado Wagyu.

O presidente da ABHB, Fernando Lopa, apoia a ideia sem ressalvas. “Tem tudo

pra dar certo”, afirma, lembrando-se da conversa que teve com a produtora em São

Paulo. “A Ruth é uma visionária, uma entusiasta”, elogia o dirigente. Segundo ele,

os técnicos da ABHB deram uma atenção especial ao projeto, inclusive conseguindo

novilhas com preços mais baixos para dar início à experiência. “A Associação está

orientando a parte técnica desse projeto e torcendo para dar resultados”, acrescenta

o presidente da entidade.

Lopa reforça ainda que existe um nicho de mercado a ser explorado por esse proje-

to, uma vez que em São Paulo o Hereford ainda é pouco conhecido. “Vamos observar a

adaptação dos animais, mas acredito que não haverá problemas. Esperamos a produção

de um F1 mais pesado e com padrão de acabamento”, projeta Lopa.

Ruth também está otimista com o projeto. “Temos a certeza que o resultado nos le-

vará a ampliar este tipo de cruzamento, podendo o Estado de São Paulo absorver grande

parte do rebanho Hereford de criadores do Rio Grande do Sul, fomentando desta forma

o trabalho dos criatórios do Sul do Brasil”, argumenta.

“as duas raças são reconHecidas

mundialmente pela produção

de carne saborosa e de

eXtrema maciez, além de

altíssimo marmoreio”

Ruth Villela de Andrade

40 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

n o v i d a d e

Page 22: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

“o uso em comum de alguns

touros pais entre os países do

mercosul facilita a coneXão

com o rebanHo brasileiro, por

isso estamos apenas adequando

o sistema quanto a diferenças

na identificação dos animais”

Thais Bento Pires Lopa

cresce número de usuários do pampaplusterceira avaliação dos animais participantes do

programa de avaliação genética da abHb foi realizada

a partir da coleta de dados de mais de 16 mil animais

O terceiro relatório do

Programa de Avaliação

Genética-PampaPlus, da

Associação Brasileira de

Hereford e Braford (ABHB), finalizado

em agosto, traz os resultados das ava-

liações dos animais das gerações 2009

e 2010 das 42 propriedades inscritas

no programa – só este ano, mais cinco

estabelecimentos aderiram ao PampaPlus,

um deles do Uruguai. “O uso em comum

de alguns touros pais entre os países do

Mercosul facilita a conexão com o reba-

nho brasileiro, por isso estamos apenas

adequando o sistema quanto a diferen-

ças na identificação dos animais”, explica

Thais Bento Pires Lopa, Presidenta do

Conselho Técnico da ABHB.

De acordo com Thais, esse inter-

câmbio de genética vem se intensificando

entre os países membros da Federação

Braford do Mercosul – principalmen-

te depois da 1ª Exposição Braford do

Mercosul, em 2009 – devido ao trabalho

em conjunto realizado nesses anos sub-

sequentes, através de reuniões técnicas

periódicas com o intuito de debater a

evolução da raça e as diferenças quanto

aos procedimentos de registro genealó-

gico, critérios de seleção e padrão racial.

“Este ano, a coleta de dados foi

realizada em mais de 16 mil animais das

raças Hereford e Braford, sendo que

cada propriedade deve receber até se-

tembro a plataforma informatizada de

acasalamentos para que possa iniciar as

simulações utilizando-se dos inúmeros

dispositivos de filtragem e classifica-

ção nelas presentes”, acrescenta Thais.

A presidenta do CT da ABHB destaca

ainda a segunda edição do prêmio Top

PampaPlus, a ser entregue durante a

Expointer 2011, cuja intenção é desta-

car o melhor tourinho jovem das raças

Hereford e Braford, da geração 2009,

classificados entre os Top 0,1% de sua

geração. “A escolha dos vencedores leva

em conta alguns requisitos classificató-

rios como, por exemplo, ter pai e mãe

conhecidos”, completa Thais.

Primeira avaliação do PampaPlus no Uruguai foi realizada na Estância La Victória

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42 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 23: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

genética Hb invade o centro-oesteprodutores apostam cada vez mais na genética das raças Hereford e braford através

da inseminação artificial das matrizes zebuínas predominantes na região

O cruzamento industrial

com as raças Hereford

e Braford aos poucos

vai aumentando em

propriedades do Mato Grosso do Sul

e Mato Grosso, graças as orientações

prestadas pelos médicos veterinários e

zootecnistas que trabalham com mane-

jo bovino, tanto em sistemas intensivos

como extensivos. Eles vem orientando

da melhor maneira possível os produ-

tores rurais, enfatizando as vantagens

que o cruzamento traz para a pecuária

ao mesmo que tempo que alertam os

pecuaristas sobre as exigências e atenção

especial que esses animais necessitam.

Trabalhando intensamente a ques-

tão do manejo reprodutivo nas pro-

priedades que atende no Brasil Central,

Walvonvitis Baes Rodrigues vem utili-

zando, principalmente, a Inseminação

Artificial a Tempo Fixo para melhorar

a qualidade dos rebanhos destinados

à produção de carne. “Com a intro-

dução da IATF no rebanho comercial,

tornou-se fácil a prática da inseminação

em propriedades que até então tinham

certas dificuldades como mão de obra

especializada, condições apropriadas

de invernadas, rufiões e observação

de cio, entre outras. Temos preconiza-

do a inseminação de vacas Nelore com

sêmen de touros Hereford e vacas cru-

zadas com sêmen de touros Braford”,

revela o inspetor técnico da Associação

Brasileira de Hereford e Braford (ABHB)

na região, mais conhecido como Witis.

De acordo com ele, 80% das matri-

zes bovinas do Centro-Oeste são zebu-

ínas, em especial Nelore ou aneloradas,

por isso há uma predominância no uso

de sêmen de touros britânicos. “Neste

contexto, o Hereford começa a ocupar

um espaço importante na cadeia da car-

ne. Os produtores estão buscando ani-

mais precoces, com ganho de peso, ren-

dimento de carcaça e, o mais importante,

rápida adaptação ao pré-confinamento.

A mansidão dos animais oriundos da

cruza Hereford rende aos confinadores

um plus no ganho de peso do lote des-

de o início do trato (pré-confinamento),

estendendo-se por todo o período de

confinamento e confirmado ao abate”,

prossegue o médico veterinário.

É por isso que, segundo ele, o

Hereford é das raças que mais cresce na

inseminação nacional. “As fazendas de

cria estão se entusiasmando com o ter-

neiro produzido a partir desse cruzamen-

to e com os valores recebidos na hora da

comercialização. Os invernadores estão à

procura desses animais exatamente por

que já comprovaram os ganhos que os

produtos cruzados com Hereford agre-

gam ao negócio”, ressalta Witis.

Sobre a raça mais adequada para a

região, ele relativiza. “Quando falamos

em inseminação de matrizes aneloradas

“quando falamos em

inseminação de matrizes

aneloradas temos trabalHado

com a raça pura, buscando uma

maior Heterose. Já nas matrizes

cruzadas indicamos o braford”

Walvonvitis Baes Rodrigues

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44 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 24: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

“o Hereford vai conquistar

terreno no centro-oeste.

é um gado bonito, forte,

e eu quero participar da

introdução dessa raça”

Omar José Callegaro

temos trabalhado com a raça pura, bus-

cando uma maior heterose. Já nas ma-

trizes cruzadas indicamos o Braford”.

Isto devido às condições climáticas e de

terreno, pois não se pode avançar muito

no grau de sangue europeu, uma vez que

isso pode gerar um animal sem adapta-

ção e colocar em risco todas as caracte-

rísticas produtivas almejadas.

O técnico da ABHB conta ainda

que na monta natural, apesar do cres-

cimento, o mercado ainda está um tan-

to restrito para a utilização dos touros

europeus, pois a adaptabilidade ao am-

biente interfere diretamente na escolha.

“Temos que produzir um Braford rús-

tico, adaptado ao ambiente. Quando

conseguimos produzir esse touro, o

resultado na estação de monta a campo

é excepcional”, assegura Witis.

Ele destaca ainda os resultados

econômicos que vem se conseguindo

com a IATF no Mato Grosso do Sul,

mais precisamente na região de Ponta

Porã, com uso do sêmen Hereford em

vacas Nelore e sêmen Braford em va-

cas cruzadas, onde a bezerrada é toda

comercializada ao desmame, com bons

matrizes e touros, enquanto aqueles que

não se enquadram ao padrão de registro

são confinados e abatidos.

Um dos produtores que resolveu

apostar na genética HB, aconselhado por

um amigo gaúcho, é o mato-grossense

Omar José Callegaro. Das 1800 ma-

trizes Nelore que mantém na Fazenda

Lagoa Encantada, em Primavera do Leste

(MT), ele inseminou 600 com sêmen

Hereford adquirido em Uruguaiana (RS),

cuja produção nasce nesta primavera.

“O Hereford vai conquistar terreno no

Centro-Oeste. É um gado bonito, forte,

e eu quero participar da introdução dessa

raça”, ressalta o produtor, que pretende

usar touros Braford em monta natural so-

bre as fêmeas oriundas deste cruzamento.

Conforme Witis, o mercado para

as duas raças no Brasil Central está

aquecido e em expansão. “A pecuária

passa por um ótimo momento e te-

mos que aproveitar. A utilização do

Hereford em programas de insemi-

nação e do Braford na monta natural

agrega aumento expressivo na produ-

tividade. A procura por animais pre-

coces, com ótimo ganho de peso e

carcaça diferenciada é a ‘carta’ do mo-

mento. A pecuária especializada está

a procura desse padrão animal, e as

raças HB se enquadram nesses requi-

sitos”, completa o veterinário, infor-

mando que vem aumentando também o

interesse dos produtores da região em

associar-se à ABHB.

preços. “Este ano, animais de sete me-

ses recém desmamados registraram mé-

dias de R$ 980 para os machos e de R$

760,00 para as fêmeas”, compara. Já

no Mato Grosso, em Gaúcha do Norte

e em Primavera do Leste, por exemplo, a

produção dos animais cruza Hereford e

Braford é destinada à recria, seleção de

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n o v a s f r o n t e i r a s

46 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 25: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

eXpectativa de bons negÓcios

eXpectativa de bons negÓciosempresas leiloeiras acreditam que médias registradas

nos remates da temporada passada se repitam nesta

primavera, com uma ligeira alta nos preços

Com o aumento significativo

observado nas vendas nos

últimos cinco anos, os se-

lecionadores de Hereford

e Braford esperam uma temporada ain-

da mais rentável que a do ano passado,

quando os 27 remates chancelados pela

Associação Brasileira de Hereford e Braford

(ABHB) registraram uma movimentação de

R$ 10,9 milhões com a comercialização

de 3.731 animais. “A média de preço dos

reprodutores e matrizes vendidos foi supe-

rior ao mercado, o que demonstra que, de

fato, os animais mais buscados, de maior

qualidade, estão sendo ofertados nos

chancelados”, observa Gabriel Isaacsson,

superintendente administrativo da ABHB.

Como as vendas no Rio Grande do

Sul se concentram basicamente na prima-

vera, ainda não é possível fazer um ba-

lanço, no entanto as empresas leiloeiras

demonstram otimismo. Para Eduardo

Knorr os preços médios de 2010 devem se

repetir neste ano, com uma ligeira alta nos

preços. Suas expectativas são muito boas,

principalmente para a genética Braford. “A

raça registrou um acréscimo considerável

de preço em relação a 2009, na ordem

de 20%”, calcula. “E em alguns remates a

oferta de Braford não atendeu a demanda

do mercado”, emenda o leiloeiro da Knorr

Remates, de Pelotas (RS), empresa que no

ano passado vendeu em torno de 300

touros e 300 fêmeas das duas raças, com

médias de R$ 6,3 mil para touros Hereford

e de R$ 7,5 mil para reprodutores Braford.

Marcelo Silva, da Trajano Silva

Remates, de Porto Alegre (RS), afirma que

a expectativa para 2011 é excelente, ainda

mais com o preço do quilo do terneiro –

balizador de mercado – na casa dos R$

4. “Com essa média, temos vendido

“em alguns remates a oferta

de braford não atendeu a

demanda do mercado”

Eduardo Knorr

“temos vendido terneiros

por até r$ 800. e os touros

valem HoJe na base de

oito a dez terneiros”

Marcelo Silva foto

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48 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 26: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

Remates Chancelados 2011 07/05/2011 - Remate da Exposição Nacional de Hereford e Braford - Parque de Exposições Lauro Dornelles – Alegrete (RS) – 17h

10/08/2011 - VIII Leilão Braford Pitangueira e Convidados - Rondonópolis (MT) - 19h

21/08/2011 - IV Leilão Agropecuária São Jorge - Parque de Exposições Pé Vermelho - Palmas (PR) – 14h

31/08/2011 - 6° Leilão Prime HB - Esteio (RS) / Expointer 2011 – 18h

25/09/2011 - 1° Leilão Fazendas Mãe Rainha & Meia Lua - Parque de Exposições Conta Dinheiro - Lages (SC) - 14h

02/10/2011 - 3° Remate Seleção Guatambu - Parque de Exposições do Sind. Rural de Cachoeira do Sul (RS) – 14h

06/10/2011 - Remate Criadores de Braford - 12ª Edição - Parque de Exposições Ananias Vasconcelos - Rosário do Sul (RS) - 15h

06/10/2011 - Leilão Aliança Genética - São Borja (RS) - 17h

08/10/2011 - 76ª Expofeira Agropecuária de Caçapava do Sul - Parque de Exposições do Sindicato Rural de Caçapava do Sul (RS) – 16h

10/10/2011 - Leilão do Núcleo de Criadores de Hereford e Braford da Região da Campanha - Parque de Exposições Visconde de Ribeiro Magalhães - Bagé (RS) – 16h

13/10/2011 - Tamanca, Rincão e Convidados - II Remate Hereford da Fronteira - Associação Rural de Pelotas (RS) – 18h

13/10/2011 - Leilão Genética do Pampa - Associação e Sindicato Rural de Bagé (RS) – 16h

15/10/2011 - Leilão Heritage - Cachoeira do Sul (RS) - 14h

15/10/2011 - Remate da 69ª Exposição de Primavera de Alegrete - Parque de Exposições Lauro Dornelles - Alegrete (RS) - 18h

17/10/2011 - Remate da Estância do Bolso - 77ª Expofeira Agropecuária de São Gabriel - Parque de Exposições Assis Brasil - São Gabriel (RS) – 18h

18/10/2011 - 46° Leilão Estância Bela Vista e Convidados - Parque de Exposições de Santana do Livramento (RS) – 17h

19/10/2011 - Remate de Produção Reculuta e São Bento - Parque de Exposições de Santana do Livramento (RS) – 17h

20/10/2011 - Carcávio, Pedra Grande, Santo Antônio e Ciprestes - IX Edição - Parque de Exposições de Santana do Livramento (RS) – 17h

20/10/2011 - Leilão Pro a Pro - São Borja (RS) - 11h

21/10/2011 - 2° Leilão Genética Reunida - São Gabriel (RS) – 19h

21/10/2011 - Remate Aurora e Sossego - Uruguaiana (RS) – 15h

22/10/2011 - 39° Remate Guatambu, Alvorada e Caty - Parque de Exposições do Sind. Rural de Dom Pedrito (RS) – 14h

28/10/2011 - Leilão Wolf Genética e Pitangueira - Parque de Exposições de Dom Pedrito (RS) – 16h

29/10/2011 - 47º Remate Cabanha São Marcos – Alegrete (RS) – 11h

10/10/2011 - Remate de Hereford e Braford do Núcleo Região da Campanha - Parque de Exposições de Bagé (RS) - 15h

27/10/2011 - Remate da 80ª Exposição de Primavera de Santa Vitória do Palmar - Parque de Exposições de Santa Vitória do Palmar (RS) - 18h

31/10/2011 - Remate de Produção Mauá e Charrua - Parque de Exposições de Santa Vitória do Palmar (RS) – 18h

NOV /2011 - 3º Leilão de Produção do Núcleo Fronteira Oeste - Parque de Exposições Lauro Dornelles - Alegrete (RS)

terneiros por até R$ 800. E os touros valem hoje na base de oito a dez terneiros”, calcula

o leiloeiro. Para ele, não haverá problemas com linhas de crédito para os produtores, visto

que o mercado está aquecido e os bancos estão disponibilizando créditos e recursos.

CHANCELA DA ABHB AGREGA VALOR

De acordo com Gabriel Isaacsson, a garantia da Associação a respeito do padrão

de qualidade dos animais ofertados nesses eventos é o maior benefício, tanto para

o comprador, quanto para o vendedor. “No momento em que uma entidade como a

ABHB, com 53 anos de história e tão atuante como é, chancela um evento de venda de

animais, garantindo o padrão da oferta, isso gera um sentimento de segurança muito

grande ao comprador. Ele sabe que o animal ou lote de animais que está adquirindo

segue aquilo que a ABHB preconiza, seja com exigências para seleção de animais repro-

dutores e matrizes ou então produtos para a engorda e posterior abate em programa de

carne de qualidade”, afirma o superintendente da ABHB.

O vendedor, que está cumprindo todas as exigências da ABHB, segundo ele, be-

neficia-se com um maior aporte de compradores e, consequente, elevação do preço de

seus produtos, além de ter a divulgação do seu leilão em grande parte das mídias da

associação, atingindo mercados antes não alcançados.

Conforme Isaacsson, reprodutores e matrizes vendidos nos Remates Cancelados

pela ABHB devem estar com seus registros genealógicos em situação regular, portanto,

dentro do padrão racial exigido pela associação. “A marca a fogo nos animais, junto com

seu registro, comprova a inspeção de um técnico e o aval da ABHB. Além disso, devem

estar com condição corporal adequada a uma boa apresentação, obedecendo a um peso

mínimo que varia de acordo com a idade. Para os machos com dois anos, por exemplo,

exigimos um peso de no mínimo 550 Kg”, prossegue o médico veterinário.

A exigência de uma perfeita saúde reprodutiva e sanitária é também regulamen-

tada nesses eventos. Para os animais destinados ao abate, ou fêmeas OD passíveis

de marca, neste ano está sendo integrado o programa Gado Pampa Certificado aos

remates chancelados – novilhos, novilhas e vacas que estejam no padrão racial de-

verão receber o brinco auricular identificador do programa, garantindo seu padrão

racial aos frigoríficos parceiros. “Enfim, estes são alguns dos pontos aos quais nos

atentamos para garantir a qualidade de um Remate Chancelado ABHB”, completa

Isaacsson, informando que a regulamentação completa está disponível no site da

Associação (www.abhb.com.br).

“no momento em que uma

entidade como a abHb, com 53

anos de HistÓria e tão atuante

como é, cHancela um evento de

venda de animais, garantindo

o padrão da oferta, isso gera

um sentimento de segurança

muito grande ao comprador”

Gabriel Isaacsson

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50 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

Page 27: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

Produtores do Rincão do 28 receberam prêmio do Sindicato Rural de Alegrete pela participação na Feira de Terneiros

pelas atividades de pesquisa e desenvol-

vimento da Fundação Maronna.

Em maio, por ocasião da des-

centralização do governo municipal

e do Conselho de Desenvolvimento

Agropecuário, os produtores do

Rincão do 28 receberam um prêmio do

Sindicato Rural de Alegrete pela partici-

pação na feira. De acordo com Adriana,

os pecuaristas estão muito satisfeitos

com o resultado, tanto que planejam

aumentar a oferta de terneiros para o

ano que vem, bem como o peso mínimo

para a comercialização.

retorno garantidogenética Hb melHora a produção de pecuaristas familiares do interior gaúcHo, que

vem, gradualmente, recebendo valores melHores pelos terneiros produzidos

O uso de touros superiores das raças Hereford

e Braford, através da inseminação artificial,

vem melhorando a produção de pecuaristas fa-

miliares graças à parceria entre a Associação

Brasileira de Hereford e Braford (ABHB) e a Fundação Maronna,

de Alegrete (RS), que mantém desde 2009 um sub-projeto

para a produção de terneiros de qualidade no município.

A evolução genética dos rebanhos beneficiados com a

doação de sêmen realizada apela ABHB pôde ser comprovada

durante a Feira Oficial de Terneiros de Alegrete, ocorrida em

abril deste ano, quando os 12 produtores que integram o pro-

jeto Desenvolvimento Sustentável do Rincão do 28 realizaram

a segunda venda conjunta de sua produção. Na ocasião, eles

comercializaram 257 terneiros, com cerca de 188,7 quilos, ob-

tendo um preço médio de R$ 3,72 por quilo, ou seja, 3,3%

acima da média da feira. “Os lotes estavam mais padronizados e

por isso receberam um preço melhor”, conta Adriana Ferreira da

Costa Vargas, que acompanha o projeto e é responsável técnica

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REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 5352 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

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Page 28: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

EVOLUÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO CONJUNTA DOS PRODUTORES DO RINCÃO 28 NA FEIRA DE TERNEIROS DE ALEGRETE

Nº terneiros

Nº produtores

Total comercializado

R$

Preço Médio

R$

Preço Médio

Feira R$

Peso Médio (kg)

Feira 2010 154 8 86.950,00 3,16 3,14 N/I

Feira 2011 257 12 180.520,00 3,72 3,60 188,7

fonte: fundação maronna

“estamos permitindo que

pequenos produtores

tenHam acesso a este

material a fim de produzirem

terneiros de qualidade”

Alfeu Fleck

De acordo com Adriana, a principal

renda dos produtores beneficiados com

as doações vem da produção de ternei-

ros, desta forma é fundamental aumentar

a padronização dos animais, visando um

melhor preço final. Por isso, no início

projeto, foram disponibilizados cursos

de capacitação técnica em insemina-

ção artificial, manejo do campo nativo,

Pecuaristas beneficiados pela doação de sêmen HB venderam 257 terneiros, obtendo um preço médio de R$ 3,72 por quilo

pastagens de inverno, manejo reprodu-

tivo, desmame, cercas elétricas e ma-

nejo sanitário. “Hoje, o grupo se reúne

mensalmente na propriedade de um dos

produtores para discutir aspectos da

produção pecuária”, prossegue a enge-

nheira agrônoma. Ela adianta ainda que

em novembro será realizada a terceira

inseminação de ventres dos produtores

do grupo, sendo que já estão inscritos

em torno de 500 fêmeas, entre vacas e

novilhas, para a inseminação artificial.

No ano passado, através do

Programa de Difusão Genética para

Pecuaristas Familiares mantido pela

ABHB, o proprietário da Estância São

Manoel, Alfeu Fleck, de Alegrete,

doou à Fundação 560 doses de sê-

men oriundas de dois touros Braford

e um Hereford, todos com produção já

comprovada pelo Teste de Progênie da

Conexão Delta G. “Estamos permitindo

que pequenos produtores tenham aces-

so a este material a fim de produzirem

terneiros de qualidade”, destaca o cria-

dor. Segundo ele, esta é uma maneira

de oportunizar que eles obtenham bons

produtos a partir de touros melhorado-

res adaptados à região, já que são nasci-

dos e criados em condições similares.

“os lotes estavam mais

padronizados e por isso

receberam um preço melHor”

Adriana Ferreira da Costa Vargas

REVISTA HEREFORD E BRAFORD - 5554 - REVISTA HEREFORD E BRAFORD

d i f u s ã o g e n é t i c a

Page 29: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

importante fonte de proteínas, minerais e vitaminasembora todo mundo associe carne vermelHa À gordura,

ela está longe de ser o seu principal componente.

isso, sem contar que é a melHor fonte de ferro, cuJa

ausência no organismo pode ocasionar anemia

Abster-se de comer carne

vermelha virou sinônimo

de alimentação saudável.

Este equívoco é recorren-

te e se tornou senso comum, por isso

nos propomos a informar aos adeptos

desses hábitos sobre os seus benefícios,

além de desmistificar alguns assombros

relacionados ao seu consumo.

Para início de conversa é bom dei-

xar bem claro que estamos falando de

carne e não de gordura. Para o médico

Renato Abdala Karam Kalil, 64 anos,

cardiologista há 41, este mito não se

baseia em fundamentos científicos sóli-

dos. “É sabido que a ingestão de gor-

dura em excesso pode causar ou agra-

var a aterosclerose (entupimento dos

vasos). Como a carne vermelha ou bo-

vina é acompanhada de gordura, pas-

sou a ser inferido que a sua ingestão

causaria doença coronariana e infarto

do miocárdio”, observa.

Tudo bem que o Dr. Kalil também

é pecuarista, e que poderia estar se uti-

lizando de um atenuante. Mas, segundo

o cardiologista, não existem trabalhos

científicos que correlacionem dietas di-

tas não saudáveis ou consumo de álcool,

associados com carne, ao infarto do mio-

cárdio. A análise detalhada da maioria

destas, entretanto, revela que, quando

se examina apenas o consumo de carne

fresca e magra, não aparece a correlação

com doença cardíaca. “Pelo contrário,

recente publicação do Departamento

de Epidemiologia da Universidade de

Harvard, na revista “Circulation”, pe-

riódico científico de alto nível, mostra

uma revisão de tudo que foi publicado

até hoje e conclui que não se encontrou

correlação entre o consumo de carne

vermelha fresca, não processada, e in-

farto do miocárdio”, informa. Com esta

publicação a carne vermelha deixa de ser

a vilã número 1 do coração e cede lugar

aos carboidratos (pães, massas e açúca-

res) como os principais causadores de

doenças cardíacas.

A gordura presente na carne (gor-

dura saturada) é considerada prejudi-

cial, mas alguns especialistas divergem

sobre a afirmação indicando que por

trás dessa má fama estão as indústrias

que querem promover a gordura trans

(também prejudicial) encontrada em

produtos industrializados (margarina e

óleos vegetais) como uma melhor alter-

nativa. Contudo os efeitos da gordura

trans são ainda piores. Ela não só eleva

o colesterol ruim como baixa o coleste-

rol bom. A gordura saturada, sem ex-

cesso, é até necessária para o organis-

mo. Grosso modo, colesterol ruim é o

que se deposita nas paredes arteriais, já

que não é solúvel no sangue. Enquanto

que o bom colesterol é o que circula

na corrente sanguínea e capta parte do

colesterol ruim que está em excesso no

sangue e o transporta até o fígado.

Essa marginalização nutricional

em questão talvez venha do tempo em

que os bois ficavam soltos na invernada

por tempos e eram abatidos com idade

avançada. O discurso do “quanto mais

gordo melhor” deixou de fazer parte dos

padrões das carnes preferidas nas dietas.

Hoje, os animais são abatidos mais jo-

vens e não acumulam tanta gordura como

antes. Sem contar que os melhoramentos

genéticos originaram um gado mais ma-

gro do que se via no passado.

O engenheiro agrônomo José

Fernando Piva Lobato, Ph.D. em produ-

ção animal e professor da Universidade

Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),

defende o consumo de carne essencial-

mente a pasto, mas aconselha a não con-

sumir a gordura da costela e da picanha.

Para ele, os mitos da má reputação da

carne bovina têm um culpado: “Indigno-

me com estes artigos da mídia leiga”,

reclama. “Tanto que fui ao Congresso

Brasileiro de Cardiologia em 2005 apre-

sentar para mais de 120 médicos o tema

‘Carne Bovina – Mitos e Verdades’, e

sempre que possível interpelo, protesto

e faço um trabalho constante em rodas

sociais”, destaca.

Lobato sabe que uma boa criação

bovina, com cuidados na alimentação da

rês, influencia nos níveis de gordura da

carne. Ele diz ainda que os pecuaristas

estão cada vez mais conscientes da neces-

sidade de prover boa água, boas sombras

e ter oferta forrageira em quantidade

“recente publicação do departamento de

epidemiologia da universidade de Harvard

conclui que não se encontrou correlação

entre o consumo de carne vermelHa fresca,

não processada, e infarto do miocárdio”

Renato Abdala Karam Kalil

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Page 30: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

e qualidade para as diferentes categorias

de animais do rebanho. “Com este bem-

-estar proporcionado, os potenciais ge-

néticos são expressados e, assim, chega-

-se aos indicadores de produtividade e

qualidade do produto”, constata.

Ele lembra ainda que no Rio Grande

do Sul e no Brasil as produções bovinas

são essencialmente a pasto. “Somente

2% do gado abatido em 2010 no Brasil

foi confinado. E inúmeros trabalhos es-

trangeiros – e alguns poucos brasileiros -

mostram a melhor constituição da carne

de animais sempre alimentados a pasto”,

argumenta Lobato.

Embora todo mundo associe carne

vermelha à gordura, ela está longe de ser

seu principal componente. Além dela, a

carne é composta por proteínas, mine-

rais e vitaminas. E possui uma vitamina

que só o alimento de origem animal é ca-

paz de oferecer: a B12, bom para o siste-

ma nervoso e essencial para a memória e

para o aproveitamento do ferro. A carne

vermelha é a melhor fonte de ferro, sen-

do que a ausência do mineral ocasiona

anemia. O ferro é fundamental para as

células de defesa juntamente com o zin-

co, outro mineral da carne vermelha que

reforça o sistema imunológico.

Que fique claro, também, que nin-

guém aqui está fazendo apologia para

que se enfartem comendo carne. A die-

ta com carne (vermelha, reiteramos),

como todas as dietas, deve ser dosada.

Dr. Kalil recomenda, em média geral,

200g de carne por dia para uma dieta

razoável. Alimentos naturalmente ricos

em nutrientes, como a carne magra,

ajudam as pessoas a obter mais nutrien-

tes essenciais em menos calorias. Uma

porção de 100g de carne magra tem a

mesma quantidade de proteínas que 1,5

xícara de feijão, por exemplo, mas com

metade das calorias.

Outro mito sobre a carne vermelha

é a digestibilidade, que se refere à pro-

porção de um alimento disponível ao

organismo como nutriente absorvido. A

carne bovina é altamente digerível – de

fato 97% da carne é digerível, em com-

paração a 89% da farinha de trigo e 65%

da maioria das hortaliças. Porém, muitas

pessoas relacionam digestibilidade com

a extensão de tempo que um alimento

permanece no estômago. A carne bovina

permanece no estômago por mais tempo

que as frutas e hortaliças e, consequen-

temente, passa a sensação de saciedade

por um período maior.

Outras fontes consultadas:

www.sic.org.br e Revista Saúde

“somente 2% do gado abatido

em 2010 no brasil foi confinado.

inúmeros trabalHos mostram a

melHor constituição da carne de

animais sempre alimentados a pasto”

José Fernando Piva Lobato

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Page 31: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

braford desponta na inseminaçãocom um aumento de 173,5% na venda de sêmen nos últimos cinco anos, raça

aparece como uma das mais requisitadas pelos produtores brasileiros

Aos poucos a raça sin-

tética que nasceu do

cruzamento de Hereford

com o Nelore vai con-

quistando seu espaço pelas evidentes

qualidades: acabamento de carcaça,

precocidade, temperamento dócil e

fertilidade. Além do Rio Grande do

Sul, outras regiões do país também es-

tão conhecendo as qualidades da raça,

como o Centro-Oeste, que tem utili-

zado sêmen Braford para melhorar a

produção da carne.

O último relatório da Associação

Brasileira de Inseminação Artificial

(Asbia), divulgado em maio, aponta

que o Braford foi a sétima raça que mais

vendeu sêmen nos últimos cinco anos,

ocupando a primeira colocação entre

as sintéticas. De 2006 a 2010 a venda

aumentou 173,5%, ou seja, um sal-

to de 43.427 para 118.791 mil doses

vendidas. Em 2009, a comercialização

registrou a venda de 96.298 mil doses,

com um crescimento de 23% apenas

no último ano. Tais dados, no entanto,

contabilizam apenas os números divulga-

dos pelas empresas associadas à Asbia.

Caso fossem somadas as vendas das cen-

trais que optaram pela não-associação à

entidade, estes números certamente se-

riam ainda mais expressivos.

A genética Hereford também

tem registrado aumento significativo.

Somadas as vendas de sêmen Hereford e

Polled Hereford também se observa uma

elevação considerável na comercialização.

Nos últimos cinco anos as vendas subi-

ram 70,9%, ou seja, saltaram de 56.281

para 96.213 mil doses comercializadas

no período de 2006 a 2010, enquanto

que o crescimento das vendas de sêmen

de todas as raças de corte no país foi de

57,52% no período.

Para o Vice-Presidente de Promoção

e Difusão das Raças da Associação

Brasileira de Hereford e Braford (ABHB),

Miguel Augusto Barbará, a orientação da

entidade para o uso da inseminação arti-

ficial no Centro-Oeste é de que primeiro

se utilize o sêmen de touros Hereford em

matrizes Nelore para depois utilizar

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Page 32: Revista Hereford e Braford edição Set 2011

o Braford sobre as fêmeas oriundas deste

cruzamento. O dirigente chama também

atenção para o índice de utilização de sê-

men proveniente de criatórios brasileiros,

que é o mais alto entre as raças Britânicas

e Continentais, o que mostra a força da

genética HB brasileira e o trabalho de

valorização dos criatórios nacionais re-

alizado pela ABHB. Barbará é também

um dos fornecedores da matéria-prima

para este mercado. Engenheiro agrôno-

mo e produtor em Uruguaiana (RS), na

Agropecuária Santa Ana, ele conta que

vendeu 40% mais sêmen este ano do que

no mesmo período de 2010. Ele também

está apostando no Centro-Oeste brasilei-

ro como um promissor mercado. “Tenho

cinco touros Braford em centrais. O Brasil

Central está comprando muito porque o

Braford é a raça que mais coloca marmo-

reio e cobertura de gordura”, anima-se.

Este comparativo anima não só pro-

dutores que ofertam sêmen de seus repro-

dutores, como também os proprietários

das centrais de inseminação artificial. O

diretor da CORT Genética Brasil, central

situada em Uruguaiana, Antônio Carlos

Olabarriaga Cabistani afirma que as vendas

estão alcançando o Brasil Central ainda de

forma tímida, porém nota-se um interesse

muito grande por parte dos produtores

que estão fazendo experimentos em suas

propriedades. “Nossa empresa obteve

um crescimento de 67,13% em 2010,

demonstrando que estamos no rumo cer-

to”, enfatiza o médico veterinário, ressal-

tando que o incremento na venda de sê-

men Hereford e Braford foi de 41,08% e

76,42%, respectivamente. “Acredito que a

partir de 2012 os números irão mostrar

um crescimento significativo no Centro-

Oeste do país”, completa Cabistani.

vendas de sêmen asbia últimos 5 anos

ano polled Hereford e Hereford braford

2006 56.281 43.427

2010 96.213 118.791

crescimento comparativo 70,9% 173,5%

“o brasil central está

comprando muito porque

o braford é a raça que

mais coloca marmoreio e

cobertura de gordura”

Miguel Augusto Barbará

“nossa empresa obteve um

crescimento de 67,13% em

2010, demonstrando

que estamos no rumo certo”

Antônio Cabistani

Fonte: ASBIA

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