Revista Indústria Capixaba n° 302

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Proedes, Bruno Negris, emprego decente, inovação, saúde O preço da água Indústria quer mais transparência na cobrança pelo uso desse bem Publicação Oficial do Sistema FINDES • Setembro 2012 • Distribuição gratuita • nº 302 • IMPRESSO Encarte especial Um ano da gestão Marcos Guerra 1 Indústria Capixaba – FINDES Maio/2012 – nº 300 ENCARTE TEMÁTICO Parte integrante da Revista Indústria Capixaba Edição 302 • Setembro 2012 • Publicação Oficial do Sistema Findes Não pode circular separadamente Desenvolver as cadeias produtivas do interior é o grande desafio Incentivo ao associativismo é marca da nova Findes Educação e capacitação profissional para um novo ES

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Set/2012. Uma publicação oficial do Sistema Findes.

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Proedes, Bruno Negris, emprego decente, inovação, saúde

O preço da águaIndústria quer mais

transparência na cobrança pelo uso desse bem

Publicação Oficial do Sistema FINDES • Setembro 2012 • Distribuição gratuita • nº 302 • IMPRESSO

Encarte especialUm ano da gestão Marcos Guerra

1 Indústria Capixaba – FINDES Maio/2012 – nº 300

ENCARTE TEMÁTICOParte integrante da Revista Indústria Capixaba

Edição 302 • Setembro 2012 • Publicação Oficial do Sistema Findes

Não pode circular separadamente

Desenvolver as cadeias produtivas do interior é o grande desafio

Incentivo ao associativismo é marca da nova Findes

Educação e capacitação profissional para um novo ES

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4 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo – FINDESPresidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto1º diretor administrativo: Ricardo Ribeiro Barbosa 2º diretor administrativo: Tullio Samorini 3º diretor administrativo: Luciano Raizer Moura 1º diretor financeiro: Tharcicio Pedro Botti 2º diretor financeiro: Ronaldo Soares Azevedo 3º diretor financeiro: Antonio Tavares Azevedo de BritoDiretores: Alejandro Dueñas, Flávio Sérgio Andrade Bertollo, Egidio Malanquini, Benizio Lázaro, Gibson Barcelos Reggiani, Vladimir Rossi, Wilmar Barros Barbosa, Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Mariluce Polido Dias, Luiz Alberto de Souza Carvalho, Ademar Antonio Bragatto, Edvaldo Almeida Vieira, José Domingos Depollo, Ademilse Guidini, Elcio Alves, Ortêmio Locatelli Filho, Rogério Pereira dos Santos, Paulo Alexandre Gallis Pereira Baraona, Wilmar dos Santos Barroso Filho, Evandro Simonassi

Conselho fiscal Titulares: Elder Elias Giordano Marim, Luiz Carlos Azevedo de Almeida, Adonias Martins da Silva Suplentes: Atilio Guidini, Sandro Varanda Abreu, Valkinéria Cristina Meirelles Bussular

Representantes na CNI Titulares: Marcos Guerra, Lucas Izoton Vieira Suplentes: Manoel de Souza Pimenta Neto, Ernesto Mosaner Junior

Serviço Social da Indústria – SESI Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Superintendente: Solange Maria Nunes Siqueira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias da Silva Representante do Governo: Juliane de Araújo Barroso Representantes das atividades industriaisTitulares: Manoel de Souza Pimenta Neto, Altamir Alves Martins, Sebastião Constantino Dadalto, Mariluce Polido Dias Suplentes: Adenilson Alves da Cruz, Alejandro Dueñas, Leonardo Souza Rogerio de Castro, Rogério Pereira dos Santos Representantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Luiz Carlos Fernandes Rangel Suplente: Flaviano Rabelo Aguiar

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI Presidente do Conselho Regional: Marcos Guerra Diretora regional: Solange Maria Nunes Siqueira Representantes das atividades industriais Titulares: Benizio Lázaro, Clara Thais Resende Cardoso Orlandi, João Baptista Depizzol Neto e Ronaldo Soares Azevedo Suplentes: Flávio Sérgio Andrade Bertollo, Wilmar Barros Barbosa, Neviton Helmer Gasparini e Paulo Henrique Teodoro de Oliveira Representantes do Ministério do Trabalho Titular: Enésio Paiva Soares Suplente: Alcimar das Candeias Representante do Ministério da Educação: Ronaldo Neves CruzRepresentantes da categoria dos trabalhadores da indústria Titular: Paulo César Borba Peres Suplente: Ari George Floriano

SISTEMA FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Centro da Indústria no Espírito Santo – CINDES Presidente: Marcos Guerra 1º vice-presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto 2º vice-presidente: Ernesto Mosaner Junior 3º vice-presidente: Sebastião Constantino Dadalto Diretores: Cristhine Samorini, Ricardo Augusto Pinto, Paulo Henrique Teodoro de Oliveira, Altamir Alves Martins, Gustavo Dalvi Comério, Elias Cucco Dias, Celso Siqueira Júnior, Gervásio Andreão Júnior, Edmar Lorencini dos Anjos, Ana Paula Tongo da Silva, Paulo Alfonso Menegueli, Helcio Rezende Dias Conselho Fiscal: Marcondes Caldeira, Elson Teixeira Gatto, Tharcicio Pedro Botti, Joaquim da Silva Maia, Renan Lima Silva, Fausto Frizzera Borges Conselho de Sindicância: Arthur Carlos Gerhardt Santos, Chrisógono Teixeira da Cruz, Hélio Moreira Dias de Rezende, Helio de Oliveira Dórea

Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo - IDEIESPresidente da Findes e do Conselho Técnico do Ideies Marcos GuerraMembro Representante da Diretoria Plenária da Findes: Egidio MalanquiniMembro Representante do Setor Industrial: Benizio Lázaro Diretor-executivo do Ideies: Antonio Fernando Doria Porto Membro Efetivo Representante do Senai-ES: Solange Maria Nunes Siqueira Membro Efetivo Representante do Sesi-ES: Yvanna Miriam Pimentel Moreira Representantes do Conselho Fiscal - Membros Efetivos: Tullio Samorini, José Carlos Chamon, José Domingos Depollo Representantes do Conselho Fiscal - Membros Suplentes: José Ângelo Mendes Rambalducci, Luciano Raizer Moura, Dam Pessotti Representante da Comunidade Científica Acadêmica e Técnica: João Luiz Vassalo Reis Membro Representante do Sebrae/ES: Ruy Dias

Instituto Euvaldo Lodi – IELPresidente: Marcos GuerraConselheiros: Solange Maria Nunes Siqueira, Maria Auxiliadora de Carvalho Corassa, Lúcio Flávio Arrivabene, Geraldo Diório Filho, Sônia Coelho de Oliveira, Rosimere Dias de Andrade, Antonio Fernando Doria Porto, Alejandro Dueñas, Ruy Dias de Souza, Vladimir Rossi, José Braulio Bassini, Dam Pessotti, Benildo Denadai, Anilton Salles GarciaSuperintendente: Fábio Ribeiro DiasConselho Fiscal: Egidio Malanquini, Tharcicio Pedro Botti, Almir Gaburro, Loreto Zanoto, Rogério Pereira dos Santos, Luciano Raizer Moura

Instituto Rota Imperial – IRIDiretor Geral: Marcos GuerraDiretores: Manoel de Souza Pimenta Neto, Alejandro Dueñas, Vladimir RossiConselho Deliberativo Titulares: Baques Sanna, Alejandro Dueñas, Fernando Künsch, Maely Coelho, Eustáquio Palhares, Roberto KautskySuplentes: Francisco Xavier Mill, Tullio Samorini, João Felício Scárdua, Manoel de Souza Pimenta Neto, Adenilson Stein, Tharcicio Pedro BottiMembros natos: Lucas Izoton Vieira, Sergio Rogerio de Castro, Ernest Mosaner Júnior, Aristóteles Passos Costa Neto Conselho Fiscal Efetivos: Flávio Sérgio Andrade Bertollo, Raphael Cassaro, Edmar dos Anjos Suplentes: Celso Siqueira, Valdeir Nunes, Gervásio Andreão Júnior

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Conselho Editorial – Marcos Guerra, Manoel de Souza Pimenta, Sebastião Constantino Dadalto, Ernesto Mosaner Júnior, Ricardo Barbosa, Alejandro Dueñas, Flávio Sérgio Andrade Bertollo, Egidio Malanquini, Benizio Lázaro, Fernando Schneider Künsch, Solange Maria Nunes Siqueira, Fábio Ribeiro Dias, Antônio Fernando Doria Porto, Lucas Izoton Vieira, Marcelo Ferraz, Heriberto Simões e Breno Arêas

Jornalista responsável – Breno Arêas (MTB 2933/ES)

Apoio técnico – Assessoria de Comunicação da FINDES Jornalistas: Evelyn Trindade, Fábio Martins e Tatiana RibeiroGerente: Heriberto Simões

Depto. Comercial – UNIREM/FINDES – Tel: (27) 3334-5721 Simone Dttmann Sarti

Produção Editorial

Coordenação editorial: Mário Fernando Souza Coordenação de conteúdo: Marcia RodriguesProdução editorial e diagramação: Next Editorial Textos: Nadia Baptista, Heliomara Mulullo, Jacqueline Vitória, Fabrícia Kirmse, Taís Hirschmann, Vitor Taveira Revisão de textos: Andréia Pegoretti Fotografia: Renato Cabrini, Cláudio Alves, Dênis Roque, fotos cedidas, arquivo FINDES e arquivos Next Editorial

Impressão – Gráfica Ingral

PubliCação oFiCial do SiSTema FiNdeS setembro – 2012 • nº 302

youtube.com/sistemafindesfacebook.com/sistemafindes

Câmaras Setoriais Industriais e Conselhos Temáticos (CONSATs) Coordenador-geral: Manoel de Souza Pimenta Neto

Câmaras Setoriais Industriais Câmara Setorial das indústrias de alimentos e bebidas Presidente: Gibson Reggiani Câmara Setorial das indústrias de base e Construção Presidente: Wilmar dos Santos Barroso Filho Câmara Setorial da indústria de materiais da Construção Presidente: Dam Pessotti Câmara Setorial da indústria moveleira Presidente: Luiz Rigoni Câmara Setorial da indústria do VestuárioPresidente: Paulo Roberto Almeida Vieira

Conselhos Temáticos Conselho Superior de assuntos legislativos (Coal) Presidente: Sergio Rogerio de Castro Conselho Superior de Comércio exterior (Concex) Presidente: Marcilio Rodrigues Machado Conselho Superior de desenvolvimento Regional (Conder) Presidente: Aureo Vianna Mameri Conselho Superior de educação Profissional (Conep) Presidente: Manoel de Souza Pimenta Neto Conselho Superior de infraestrutura (Coinfra) Presidente: Ernesto Mosaner Junior Conselho Superior de meio ambiente (Consuma) Presidente: Wilmar Barros Barbosa Conselho Superior de micro e Pequena empresa (Compem) Presidente: Vladimir Rossi Conselho Superior de Política industrial e inovação Tecnológica (Conptec) Presidente: Luiz Alberto de Souza Carvalho Conselho Superior de Relações do Trabalho (Consurt) Presidente: Haroldo Olívio Marcellini Massa Conselho Superior de Responsabilidade Social (Cores) Presidente: Sidemberg da Silva Rodrigues

Diretorias regionais

diretoria da FiNdeS em anchieta e região diretor regional: Fernando Schneider Künsch diretoria da FiNdeS em Cachoeiro de itapemirim e região diretor regional: Áureo Vianna Mameri diretoria da FiNdeS em Colatina e região diretor regional: Manoel Antonio Giacomim diretoria da FiNdeS em linhares e região diretor regional: Wilmar Barros Barbosa (em exercício) diretoria da FiNdeS em aracruz e região diretor regional: João Baptista Depizzol Neto Núcleo da FiNdeS em São mateus e região diretor regional: Nerzy Dalla Bernardina Junior Núcleo da FiNdeS em Venda Nova do imigrante e região Diretor regional: João Francisco Carvalho (em exercício)Núcleo da FiNdeS em Nova Venécia e região Diretor regional: Hélder Nico

Diretores para assuntos específicos diretor para assuntos de Segurança, Saúde e Responsabilidade Social do Sesi e Senai/eS - Alejandro Dueñas diretor para assuntos de educação e Cultura do Senai e Senai/eS- Flávio Sérgio Andrade Bertollo diretor para assuntos do iel - Benizio Lázaro diretor para assuntos do ideieS - Egidio Malanquini diretor para assuntos do Cindes - Paulo Alfonso Menegueli diretor para assuntos do iRi - Paulo Henrique Teodoro diretor para assuntos do Fortalecimento Sindical e da Representação empresarial: Egidio Malanquini diretor para assuntos das micro e Pequenas indústrias: Vladimir Rossi

diretor para assuntos Tributários: Gibson Barcelos Reggiani diretor para assuntos do meio ambiente: Wilmar Barros Barbosa diretor para assuntos de Capacitação e desenvolvimento Humano: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi diretor para assuntos de marketing e Comunicação: Fernando Schneider Künsch diretor para assuntos de desenvolvimento da indústria Capixaba: Leonardo Souza Rogerio de Castro diretor para assuntos de inovação industrial: Luiz Alberto de Souza Carvalho

Sindicatos filiados à FINDES e respectivos presidentes

Sinduscon: Sebastião Constantino Dadalto | Sindipães: Flávio Sérgio Andrade Bertollo | Sincafé: Sergio Brambilla. Sindmadeira: José Domingos Depollo | Sindimecânica: Ennio Modenesi Pereira II | Siges: João Baptista Depizzol Neto | Sinconfec: Clara Thais Rezende Cardoso Orlandi | Sindibebidas: José Angelo Mendes Rambalducci Sindicalçados: Altamir Alves Martins | Sindifer: Luiz Alberto de Souza Carvalho | Sinprocim: Dam Pessotti | Sindutex: Mariluce Polido DiasSindifrio-eS: Elder Elias Giordano Marim | Sindirepa: Wilmar Barros Barbosa Sindicopes: José Carlos Chamon | Sindicacau: Gibson Barcelos Reggiani Sindipedreiras: Loreto Zanotto | Sindirochas: Emic Malacarne Costa Sincongel: Vladimir Rossi | Sinvesco: Edvaldo Almeida Vieira Sindimol: Almir José Gaburro | Sindmóveis: Ortêmio Locatelli FilhoSindimassas: Emerson de Menezes Marely | Sindiquimicos: Ernesto Mosaner Junior. Sindicer: Ednilson Caniçali | Sindinfo: Benizio Lázaro Sindipapel: José Bráulio Bassini | Sindiplast-eS: Leonardo Souza Rogerio de Castro | Sindibores: Rogério Pereira dos Santos | Sinvel: Atílio Guidini

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6 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

SuStentávelA Lei nº 9.433, de 1997, que integra a Política Nacional de Recursos Hídricos, estabelece a cobrança pelo uso da água como um dos instrumentos de combate à escassez dos recursos hídricos no Brasil, mas poderá impactar negativamente o setor industrial.

neSta edição

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entreviStaO presidente do Banestes, Bruno Negris, fala sobre como o banco capixaba vem se consolidando como o grande agente financeiro do desenvolvimento do Estado, fomentando inclusive o crescimento da indústria, através de novas linhas de crédito específicas para o setor industrial. 18

CenárioSintonizado com os desafios enfrentados pela indústria capixaba, Governo do Estado lança Programa de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo (Proedes), que apresenta soluções para demandas repassadas pelo setor industrial.24

30 no SiStema

48 CaSo de SuCeSSo

50 inovação

54 SaÚde

58 FatoS em FotoS

64 CurSoS e Cia

indÚStria Trabalho decente deve ter qualidade, mas também oferecer dignidade humana a quem o realiza. Conheça melhor o Conselho Estadual do Trabalho (CET), criado em agosto, que dará as condições necessárias para facilitar a articulação entre empresariado e trabalhadores na formação de mão de obra capixaba.12

1 Indústria Capixaba – FINDES

Maio/2012 – nº 300

ENCARTE TEMÁTICOParte integrante da Revista Indústria Capixaba

Edição 302 • Setembro 2012 • Publicação Oficial do Sistema Findes

Não pode circular separadamente

Desenvolver as

cadeias produtivas

do interior é o

grande desafio

Incentivo ao associativismo

é marca da nova Findes

Educação e capacitação profissional para um novo ES

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eSpeCialEm seu primeiro ano à frente da Findes, Marcos Guerra consolida a atuação da Federação no desenvolvimento capixaba sem perder o foco das grandes bandeiras de sua gestão: fortalecer a indústria e levar o desenvolvimento também para o interior do Estado.

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8 Indústria Capixaba – FINDES Mai/2012 – nº 300

EDITORIAL

A INDÚSTRIA DO FUTURO É AGORA

Mai/2012 – nº 300

Marcos Guerra Presidente do Sistema FINDES/CINDES

A edição nº 302 da revista Indústria Capixaba re� ete o momento de consolidação de um ano da atual gestão do Sistema Findes e os resultados

do novo per� l da indústria que estamos construindo. Estamos focados na maior agregação de valor e conteúdo tecnológico ao produto industrial capixaba, bem como nos preparando para os grandes investimentos previstos para os próximos anos. Trabalhamos alinhados com os Poderes Constituídos no intuito de adequarmos o nosso Estado para mudanças signi� cativas após o � m do Fundap e a possível mudança no sistema de partilha dos royalties do petróleo. Mas estamos otimistas, pois caminhamos na direção certa, olhando para frente, fomentando o futuro que desejamos neste exato momento.

O recente anúncio de cerca de R$ 104 milhões de inves-timentos do Sistema Findes para até 2015, com quase 90% deste total sendo direcionados à educação, saúde e segurança do trabalhador, re� ete os objetivos citados. Os investimentos serão inclusive distribuídos por todas as nossas unidades regionais, atendendo os municípios mais distantes por meio do emprego de unidades móveis, entre outras ações. Estamos atuando de forma mais incisiva, traçando diagnósticos precisos de cada região e alinhados perfeitamente com as demandas de todas as Diretorias Regionais, após a recente – e inédita – série de visitas que realizamos em todas elas.

Ainda sobre os investimentos do Sistema Findes, vale ressaltar o grande aporte à pesquisa e inovação, que vaidesde a instalação de uma unidade do IST (Instituto Senai de Tecnologia) à ampliação, modernização ou mesmo construção de novos laboratórios em praticamente todas as nossas unidades de Sesi-Senai-IEL, além da criação da Faculdade Senai de Engenharia, do Centro Tecnológico do Vestuário (em Araçás, Vila Velha) e do Novo Senai em Cachoeiro Itapemirim, entre diversos outros projetos anunciados amplamente no

mês de agosto. Parcerias com a iniciativa privada e o poder público em todas as suas esferas (municipal, estadual e federal) neste sentido também constam em nosso plano de ações.

Nesse contexto, a revista Indústria Capixaba segue com o propósito de estimular o debate sobre questões impor-tantes para o desenvolvimento econômico sustentável de nosso Estado, complementando o planejamento anunciado acima. Apontamos os problemas, suas causas e soluções, mas também re� etimos os casos de sucesso, pois o empre-sário industrial capixaba está mais otimista atualmente. Assuntos como a cobrança do uso da água pela indústria, as relações trabalhistas, a saúde do trabalhador, as propostas da Findes ao Governo do Estado e a posterior elaboração e divulgação do Proedes (Programa de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo), a criação de um Núcleo de Petróleo e Gás envolvendo Findes, CNI, Petrobras e outras entidades, constam no conjunto de assuntos relevantes presentes nas páginas desta edição.

Recentemente, tivemos uma boa notícia anunciada por nossa presidente da República Dilma Rousse� , com a previsão de redução, em até 28%, da tarifa de energia elétrica para a indústria, retirando, desta forma, um pouco do peso do “Custo Brasil” sobre a iniciativa privada. Saímos de um período de alerta e agora vivemos um momento de cons-trução de um futuro planejado.

O encarte especial dos 12 primeiros meses de nossa gestão, contido nesta publicação, re� ete as grandes conquistas deste período, mas ainda temos desa� os a superar. Contudo, estamos fazendo a nossa parte para que a indústria capixaba tenha uma identidade ainda mais forte e competitiva.

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10 Indústria Capixaba – FINDES

artigo

M ais uma vez, este ano, temos eleições. Mais uma vez, este ano, repete-se o desafio aos cidadãos para a escolha de bons representantes. Como

é bom que estejamos por tantos anos seguidos realizando esse exercício de cidadania e nos capacitando para uma escolha cada vez melhor.

Temos agora mais instrumentos que em oportunidades anteriores para um processo eleitoral mais limpo e para um maior exercício do controle dos poderes públicos e da participação por parte dos cidadãos. Falo aqui da Lei da Ficha Limpa, dos portais de transparência e da Lei de Acesso à Informação, entre outras inovações em nosso sistema político. Evidente que tudo isso é importante, mas nada substitui uma ação consciente do cidadão na sua relação com os poderes, a política, os seus direitos e deveres.

Aos cidadãos e todas as organizações da sociedade – desde as associações de moradores e organizações não – governamentais, como a Transparência Capixaba, até as entidades de classe, como, por exemplo a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) – cumpre

a mobilização em torno de um processo eleitoral limpo, sem compra de votos, e consciente, com a discussão de programas, projetos e propostas.

Só isso, no entanto, não basta. Para além das eleições, os cidadãos precisam se preocupar e ficar atentos ao exercício do poder. É preciso que cobremos de prefeitos e vereadores, que serão eleitos este ano, que cumpram com suas funções constitucionais e com os seus programas de governo.

Precisamos de um poder público mais transparente, mais acessível, mais aberto, mais participativo, mais eficiente. Isso, diga-se, não é favor. Está expresso nos princípios constitucionais da administração pública do artigo 37 da Constituição Federal: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

Precisamos de um poder público que realize mais, que preste mais serviços de saúde, de educação, de segurança pública, de saneamento, aos cidadãos, com mais qualidade, com os recursos já arrecadados.

Precisamos de um poder público que controle interna e externamente os seus gastos, combatendo cotidianamente

a ocorrência da corrupção, das ineficiências, da burocracia.Precisamos de um poder público que se preocupe

com a qualidade de vida dos cidadãos, seja de forma imediata, seja na perspectiva de longo prazo, e isso exige ação e planejamento, além de uma constante interação com a sociedade.

Tudo isso, entretanto, creio eu, só será construído com a participação dos cidadãos e suas organizações. O poder público em nosso país, assim mostra a nossa história, não tem a capacidade de se reformar, de atuar concre-tamente em prol dos interesses públicos, sem a pressão constante vinda de fora. Só com a cidadania em movimen-to conseguiremos construir um país, um Estado e uma cidade com melhor qualidade de vida para os capixabas.

Rafael Cláudio Simões é historiador, professor da Universidade Vila Velha (UVV) e secretário-geral da Transparência Capixaba

ElEiçõEs E cidadania

Set/2012 – nº 302

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 11

IndústrIa EM aÇÃO

O presidente da Findes, Marcos Guerra e o presi-dente do Conselho de Desenvolvimento Regional (Conder), Áureo Mameri, realizaram uma série de

visitas às três Diretorias Regionais localizadas nas regiões centro e sul do Espírito Santo, entre os dias 13 e 14 de agosto. A série de visitas fez parte de um ciclo de reuniões com os gestores destas regionais e autoridades políticas e empresariais

locais, com o objetivo de apresentar as ações da gestão da Findes voltadas para o desenvolvimento no inte-rior do Estado, com foco na qualificação profissional e atração de novos investimentos.

A primeira Diretoria Regional a ser visitada foi a de Anchieta, no dia 13. Em seguida, Venda Nova do Imigrante. Por fim, o ciclo de visitas se encerrou em Cachoeiro de Itapemirim, onde Guerra destacou: “Antes a Findes vinha às Regionais com suas ações previamente decididas. Agora é o contrário: nós é que vamos às Diretorias Regionais para ouvir sobre suas demandas”.

Em julho, Guerra e Mameri também estiveram nas cinco Diretorias Regionais da Findes das regiões norte e noroeste do Estado, obtendo dados, ideias e informações importantes para o direcionamento das políticas de interiorização do desenvolvimento objetivadas pela entidade. A série de visitas a todas as oito Diretorias e Núcleos Regionais da Findes espalhadas pelo Espírito Santo foi um fato inédito na história da Findes e faz parte da estratégia da gestão do presidente Marcos Guerra de incentivo às iniciativas que ajudem na interiorização do desenvolvimento no Espírito Santo.

Presidente da Findes visita diretOrias regiOnais

O presidente da Findes, Marcos Guerra, ouviu as demandas dos diretores regionais do centro e sul do Estado

Implantar planos de inovação nas micro e pequenas indústrias e prepará-las para captar recursos com projetos ligados à inovação. Esse é o objetivo do programa “Movimento para Inovar”, uma iniciativa da CNI e do Sebrae que, no Espírito Santo, é realizado pelo Sistema Findes por meio do IEL e executado pelo InovaFindes, com o apoio da Fapes e do Bandes.

O programa foi apresentado para industriais capixabas no dia 4 de setembro, no Teatro do Sesi, em Jardim da Penha, com a presença de aproximadamente 120 pessoas, realização de palestras e também de uma apresentação teatral. Na abertura do evento, o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, destacou o apoio que a Federação dará aos micro e pequenos empresários.

Após as palestras dos especialistas, que abordaram “A inovação como diferencial competitivo”, “A comunicação como fator de difusão da inovação” e a participação nos editais da Fapes, o o gerente de Inovação do Sistema Findes, Iomar Cunha, mostrou

MoviMento para inovar é apresentado para eMpresários capixabas

O gerente de Inovação do Sistema Findes, Iomar Cunha, explicou os objetivos do programa e as próximas etapas

as etapas que serão cumpridas pelo Movimento para Inovar: capacitação e consultoria para micro e pequenas indústrias, visando à implantação de planos de inovação e elaboração de projetos com o objetivo de melhoria da produtividade e competitividade industrial.

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12 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

Fortalecer o diálogo social garante trabalho decenteConselho Estadual quer estreitar relação entre patrão, empregado e poder público

por Taís Hirschmann

indústria

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Indústria Capixaba – FINDES 13Set/2012 – nº 302

a articulação entre empresariado e trabalhadores na formação de mão de obra local para atender à nossa pujança econômica, já que, nos próximos quatro anos, temos a perspectiva de investimentos públicos e privados da ordem de R$ 100 bilhões no Espírito Santo. A nossa meta é fazer mais para quem mais precisa e o trabalho e a educação são instrumentos determinantes para a inclusão de mais capixabas, de todas as regiões do nosso Estado”, ressaltou o governador Renato Casagrande.

Para o secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI), Jadir Péla, por meio do CET a sociedade ganha mais representatividade para as questões de políticas públicas voltadas ao mundo do trabalho. “Estamos efetivamente envolvidos com a formação profissional e com o encami-nhamento de mão de obra. Com o Conselho, podemos agir de forma estratégica, unindo a formação profissional e a empregabilidade”, disse.

O secretário lembra que o Conselho segue a Política Nacional do Trabalho e tem como função monitorar todas as ações voltadas para a esfera laboral. “Temos a intenção de fortalecer as relações de trabalho. É uma articulação de todas as ações públicas, além de priorizar o tripartismo, princípio de promover o diálogo entre empresários, traba-lhadores e governo, que está cada vez mais presente nas relações de trabalho”, disse.

O presidente do Conselho, Dionisio Corteletti, destaca que participar da formulação e proposição de políticas de trabalho e renda dos trabalhadores, aprovar programas

Um trabalho produtivo e de qualidade, condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humana, são itens essenciais para que se ofereça emprego

decente a todo cidadão brasileiro. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), trabalho decente é o ponto de convergência de quatro objetivos estratégicos: o respeito aos direitos no trabalho, a promoção do emprego, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social. Sem contar que é condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades, a garantia da governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

Nesse contexto, a conciliação entre o trabalho e a vida pessoal e familiar está intrinsecamente relacionada ao conceito de trabalho decente, principalmente no que tange à liberdade, inexistência de discriminação e capacidade de assegurar uma vida digna a todos que convivem num mesmo ambiente de trabalho. É uma dimensão central de uma estratégia de promoção da igualdade de gênero no mundo do trabalho e exige a articulação de ações nos mais diversos âmbitos – político, social, governamental, empresarial e individual – que possam conduzir a uma nova organização do trabalho e da vida familiar.

Sob essa ótica, e com base no tripartismo (relação entre patrão, empregado e poder público), foi criado, no início de agosto, no Espírito Santo, o Conselho Estadual do Trabalho (CET), que reúne representantes dessas três esferas. “Daremos as condições necessárias para facilitar

“Os trabalhadores conscientes de seus direitos e deveres, com empregadores que também se pautem pelo respeito a tais direitos, são peças fundamentais no estabelecimento de novas e modernas relações de trabalho”

José Carlos Nunes, presidente da Central Única dos Trabalhadores no Espírito Santo (CUT-ES)

“Com o Conselho, podemos agir de forma estratégica, unindo a formação profissional e a empregabilidade” -Jadir Péla, secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI)

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e projetos financiados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), acompanhar e fiscalizar a correta aplicação dos recursos do FAT no Estado e contribuir para o aprimoramento do sistema público de emprego serão os principais objetivos do CET.

Corteletti explica que o Conselho é composto por repre-sentantes dos trabalhadores, empregadores e governo e que todas as ações a serem desenvolvidas terão a parti-cipação destes, ou seja, trabalho, capital e poder público. “Vale ressaltar que o Conselho deverá prestar contas de suas atividades, por meio de relatórios regulares das ações e projetos destinados à geração de emprego e renda junto ao Governo do Estado e demais entidades”, diz.

TrabalhadoresO presidente da Central Única dos Trabalhadores

no Espírito Santo (CUT-ES), José Carlos Nunes, comemora a criação do CET. “Essa é uma reivindicação nossa que permite maior poder de mobilização, uma vez que o Conselho é um órgão com mais poderes”, diz.

Sobre a forma como os trabalhadores podem participar mais ativamente do processo para melhorar as relações de trabalho com o empregador, Nunes é enfático ao defender que é preciso garantir a liberdade de o rganização sindical, a ampliação de direitos e a consa-gração do trabalho decente como parâmetro para as relações trabalhistas.

“Os trabalhadores conscientes de seus direitos e deveres, com empregadores que também se pautem pelo respeito a tais direitos, são peças fundamentais no estabelecimento de novas e modernas relações de trabalho”, afirma. Conferência

O assunto ganhou tanta importância que, no início de agosto, foi realizada a 1ª Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente (CNETD), em Brasília, para apresentar os avanços na discussão do tema. A conferência nacional representou o resultado das discussões ocorridas em 273 conferências preparatórias, 26 estaduais, 104 regionais, cinco microrregionais e 138 municipais.No final do evento, foram apresentadas 637 propostas abrangendo quatro temas: princípios e direitos; proteção social; trabalho e emprego; e diálogo social.

A previsão é que em 2013 sejam realizados seminários regionais com as secretarias estaduais e as organizações de trabalhadores e empregadores para tornar efetivo o que foi discutido na conferência, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

TripartismoVisando a dar continuidade à discussão em torno

do tema, o Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) planeja realizar um fórum para discutir mais sobre o tripartismo. Segundo o presidente do Consurt, Haroldo Massa, o nome do evento será “Aprendendo no Tripartismo”, mas a data ainda não foi escolhida. O evento pretende reunir empresários capixabas, especialmente os que atuam no setor industrial.

“Teremos um palestrante de cada pilar do tripartismo, com amplo conhecimento nas relações do trabalho e desen-volvimento social, que apresentará suas experiências bem sucedidas para, em seguida, em um debate aberto ao público, definir-se um rol de ações”, disse o presidente do Consurt.

indústria

“O trabalhador qualificado, merece

receber de forma equivalente por

aquilo que entrega na empresa.

O mérito é sempre a melhor forma

de remuneração e reconhecimento”

Haroldo Massa, presidente do

Consurt

“na conferência, foram aprovadas muitas propostas por consenso tripartite, o que já constitui uma base importante para avançar na discussão do Plano nacional de Emprego e trabalho decente”

rachel Piacenza, coordenadora do Consurt

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Indústria Capixaba – FINDES 15Set/2012 – nº 302

Haroldo Massa acredita que o evento possa facilitar as trata-tivas entre patrões e empregados. “Como principal expectativa pretendemos concentrar nossa força e energia na produção de saúde, segurança, trabalho digno, leis compatíveis com o nível de nossas empresas e indústrias e, em especial, a segurança empresa-rial e jurídica, hoje tão frágil pela conduta das três partes envol-vidas”, avalia.

“Na conferência, foram aprovadas muitas propostas por consenso tripartite, o que já constitui uma base importante para avançar na discussão do Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente. Existem canais instituídos para isso e esperamos que as discussões avancem”, disse a coorde-nadora do Conselho Temático de Relações do Trabalho (Consurt) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Rachel Piacenza.

ConsurtCom o foco orientado para a defesa dos interesses

da indústria capixaba, o Consurt acompanha, estuda,

questiona e divulga as alterações da legislação trabalhista e sindical. Desenvolve e promove conhecimento ao setor empreendedor, a fim de facilitar as relações entre o traba-lhador e a empresa.

Política salarial, negociação, prevenção de acidentes, qualificação e benefícios sempre são temas de atuação do Conselho Temático de Relações do Trabalho. Outra, e talvez a mais importante ação do Consurt, segundo Haroldo Massa, consiste em acompanhar, orientar e repre-sentar empresas e sindicatos vinculados ao Sistema Findes em suas necessidades nas relações do trabalho. Esse suporte é feito a partir das demandas apresentadas e encaminhadas ao Consurt pelos presidentes dos sindicatos filiados.

No setor industrial, das iniciativas que contribuem para a qualidade das relações do trabalhador com a empresa, de acordo com o presidente do Consurt, a mais importante é o comprometimento das partes com a qualidade, com a segurança e com salários compatíveis. “O trabalhador qualificado, independentemente de gênero, idade, sexo ou outra característica, merece receber de forma equivalente por aquilo que entrega na empresa. O mérito é sempre a melhor forma de remuneração e reconhecimento”, diz ele.

O respeito aos direitos e deveres das partes, síntese do tripartismo, é uma meta a ser perseguida sem descanso. O trabalhador produzindo com dedicação, qualidade e sem desperdícios; a empresa remunerando com dignidade, oportunizando treinamento e inovação tecno-lógica e contribuindo com seus impostos; o Poder Público fazendo valer a lei, realizando os investimentos necessários e ainda, mantendo estável a economia interna e políticas que respeitem o capital investido no país, representarão o fechamento de um círculo virtuoso para a economia e a sociedade do Brasil.

PrinciPais atribuições do conselho estadual do trabalho - cet• Acompanhar o desempenho do mercado de trabalho

e seus impactos• Incentivar e apoiar medidas que visem à qualificação

profissional e capacitação dos trabalhadores• Acompanhar e contribuir para o bom desempenho

das ações desenvolvidas pelo Sine-ES• Articular-se com o Conselho Estadual da Educação,

para assegurar a continuidade da educação básica com formação social e continuada dos trabalhadores

• Aprovar a programação de trabalho, física e financeira do Sine-ES, elaborada pela SECTTI, em consonância com as políticas estadual e federal de emprego

Conferência de trabalho descente

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16 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

IndústrIa EM aÇÃO

O Sistema Findes e o Senai-ES foram contemplados com o Selo Social “Ressocialização pelo Trabalho”, entregue pelo governador do Estado, Renato Casagrande, em cerimônia realizada no dia 6 de agosto, no Palácio Anchieta, em Vitória.

O selo foi criado com o objetivo de reconhecer empresas e entidades que atuam na ressocialização de detentos, por meio de parcerias, na qualificação profissional e inserção dos egressos no mercado de trabalho.

“Essa premiação é motivo de orgulho para a Federação e reconhece o compromisso da indústria capixaba em sua atuação como um ente social por excelência, demonstrando completude no exercício de sua gestão. Dessa forma, a Findes evidencia sua aliança com o Governo e reafirma seu compromisso com a sociedade capixaba”,

IndústrIa recebe selo socIal do Governo do estado

“Nós esperamos que todos os empregados e colaboradores reflitam criticamente sobre o conteúdo do Código e façam contribuições no sentido de consolidá-lo cada vez mais como um instrumento legítimo de nossas crenças e valores” afirma Marcos Guerra

A gerente de Educação do Sesi/Senai, Lucia Helena Cunha, recebeu o prêmio em nome do Senai.

lembrou o presidente do Conselho de Responsabilidade Social (Cores), ligado ao Ideies, Sidemberg da Silva Rodrigues (foto), que na solenidade representou o presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra.

SiStema FindeS lança Código de ÉtiCa

O Código de Ética do Sistema Findes foi distribuído em todas as unidades que inclui além da Federação das Indústrias, todas as unidades

do Sesi, Senai, IEL e IRI localizadas no Estado. O documento é resultado de vários meses de trabalho e foi criado com o objetivo de estabelecer princípios e normas de conduta que norteiam as relações internas e externas de todos os integrantes do Sistema Findes. Baliza a atuação da organização frente aos diversos públicos com os quais se relaciona – colaboradores, sindicatos, fornecedores, clientes, meios de comunicação, governo e comunidade.

O presidente da Findes, Marcos Guerra, explica a importância do documento: “A ideia é que o Código de Ética seja um guia orientador de posturas a serem adotadas na

condução dessas relações, de forma a garantir que o convívio profissional e social seja pautado pelo respeito mútuo, harmônico e perene. O Código de Ética do Sistema Findes reforça a nossa postura de transparência”. A construção do documento teve como base a participação efetiva e ativa de todas as entidades que compõem o Sistema Findes, e prevê um comitê a ser criado para propor ações penalidades e sanções em virtude de possíveis desrespeitos às diretrizes estabelecidas pelo novo documento.

O Código de Ética do Sistema Findes está disponível no portal da organização (www.sistemafindes.org.br).

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entrevista

18 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 30218 Indústria Capixaba – FINDES

por Jacqueline Vitória

entrevista

Bruno negris

S em timidez nos negócios, o Banestes (Banco do Estado do Espírito Santo) vem mostrando estar totalmente preparado para ser o grande agente financeiro em

todas as frentes de trabalho, quer da pessoa física ou jurídica. De olho no mercado, dentro do planejamento estratégico

do banco, voltado para a segmentação de clientes, foram abertas agências empresariais, exclusivas para o atendimento às pessoas jurídicas, e em breve será inaugurada a Agência Valores, voltada a clientes de alta renda.

Em entrevista à Revista da Indústria, o presidente da instituição, economista Bruno Negris, destacou que o banco vem ganhando mais relevância, confiança e credibilidade em tempos de juros baixos.

Adotando a decisão de criar novas linhas de crédito para a indústria capixaba, Negris considera prioritário o papel do

Banestes no atual cenário de perdas que virão, em decorrência do fim do Fundap e da nova regra de distribuição dos royalties do petróleo, por meio de um atendimento diferenciado para que o Estado possa se desenvolver, garantindo competitividade aos produtos do Espírito Santo e fomentando a indústria local. Veja a entrevista.

em fevereiro, o Banestes e a Findes assinaram convênio lançando linhas de crédito no valor de r$ 500 milhões para as indústrias capixabas. Quais foram, até o momento, as operações realizadas dentre deste convênio?

Bruno Negris (BN) - Foram firmados 461 contratos, que somam R$ 119 milhões. Foram operações para capital de giro, Conta Garantida, Compror, financiamento de veículos

“Nossa missão é promover o crescimento do Estado, proporcionando também o desenvolvimento industrial capixaba”

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 19

e linhas do BNDES. E estamos em fase de análise para prospecção de novas operações de linhas do BNDES, na ordem de R$ 14 milhões. Nesse caso, são operações para folha de pagamento, Banestik e seguros em geral.

Na ocasião, foi dito que este montante destinava-se à renovação do parque industrial capixaba. O senhor avalia que este objetivo vem sendo cumprido? Qual o montante de empréstimos já destinado a este fim e qual o percentual que representa do total de financiamentos?

Tal objetivo está sendo cumprido, sim. Tanto que tem estimulado, cada vez mais, as empresas a renovarem, modernizarem e ampliarem a estrutura tecnológica e industrial do Espírito Santo. Vale destacar que o número de contratos voltados para a atividade industrial já soma seis, e 23 estão em fase de aprovação, totalizando quase R$ 20 milhões.

Por que oferecer condições diferenciadas para a indústria?

É importante ressaltar que o Banestes é do Espírito Santo. Nossa missão é promover o crescimento do Estado, proporcionando também o desenvolvimento industrial capixaba. Oferecendo linhas de financiamento mais em conta, atendemos a um pleito da indústria local. Não tenho dúvidas de que isto é o diferencial no mercado. Além disso, estamos sempre seguindo a redução da Selic, o que favorece o menor custo do financiamento.

Qualquer ramo de atividade industrial poderá ser contemplado ou há segmentos específicos que podem desfrutar destas linhas especiais?

Todo setor da economia é atendido com as linhas de financiamento oferecidas por meio do convênio com a Findes. É preciso apenas ser filiado à Findes para ser contemplado com os produtos do Banestes.

Os recursos para essas linhas vêm de instituições federais, como o BNDES, dentro de programas/finalidades específicos,

com visão macro. Isso é suficiente para atender às necessidades próprias da indústria capixaba, ou seria necessária a criação de um leque de produtos com perfil determinado – ou seja, nossas necessidades de crédito são as mesmas do Brasil?

O Banestes é credenciado a operar três linhas do BNDES no Estado: o PSI (Programa de Sustentação do Investimento), Progeren e BNDES Automático. No entanto, oferecemos outros produtos do banco também. Na nossa avaliação, em alinhamento com a Findes, devemos oferecer tudo que for preciso para a nossa indústria. E quaisquer outras necessidades que por ventura surgirem, o banco está disposto a criar novos produtos para fortalecer o parque industrial capixaba. Mas é importante ressaltar que o limite que o BNDES fixou para o Banestes trabalhar é suficiente para atender à economia capixaba. Não usamos nem 10% deste limite ainda.

“Na nossa avaliação, em alinhamento com a Findes, devemos oferecer tudo que for preciso para a nossa indústria”

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entrevista

20 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

“O banco está disposto a criar novos produtos para fortalecer o parque industrial capixaba”

Na ocasião da assinatura, o senhor também assinalou que “o convênio permitirá estreitar os laços do Banco com as indústrias instaladas no Estado”. Qual a importância desse movimento?

Este é um grande movimento em favor do Espírito Santo. Outras entidades devem se unir em prol do Estado, considerando as perdas que virão, em decorrência do fim do Fundap, dos royalties do petróleo e do FPE (Fundo de Participação dos Estados). Quanto mais estreitarmos os laços, mais vamos promover a indústria local. Nossa parceria com a Findes está sendo um exemplo para o surgimento de outros convênios.

Entre as indústrias capixabas, muitas são de pequeno e médio porte. Que importância o senhor atribui às pequenas e médias empresas para a economia estadual?

Elas têm importância fundamental para a economia do Estado. Sabemos do elevado número de pequenas e médias empresas presente em todo o Espírito Santo. O índice de empregabilidade nelas é grande, e elas promovem a descentralização do desenvolvimento, por estarem presentes praticamente em todas as cidades capixabas. Também com apoio do Sebrae e da Aderes, o Banestes oferece outras linhas de crédito, com excelentes taxas. Com isso, no futuro, essas pequenas e médias acabam tornando-se grandes empresas. Nesse contexto, atuamos como o maior financiador do microempreendedor individual, por meio do Nossocrédito e Creditar, executados em parceria com prefeituras e Bandes.

O senhor defende incentivos financeiros concretos à indústria capixaba, para que o Espírito Santo tenha um desenvolvimento equânime com os demais Estados do Sudeste?

Sim. O Brasil precisa de uma política de desenvolvimento regional, visando a promover o crescimento entre os Estados. E na Região Sudeste, o Espírito Santo necessita de um atendimento diferenciado para se desenvolver, associado à competitividade dos produtos aqui produzidos. Não cabe mais uma política de centralização de desenvolvimento, como a que acabou estrangulando São Paulo, comprometendo até a qualidade de vida de quem lá vive.

A Findes tem direcionado esforços para promover a interiorização do desenvolvimento econômico e social. Como o Banestes pode contribuir com essa meta?

O Banestes se propõe ser o grande agente financeiro para auxiliar no comprimento dessa meta. Por estarmos presentes em todas as 78 cidades (em 18 delas existe apenas o Banestes), oferecemos linhas de crédito em qualquer lugar do Espírito Santo. Cabe à Findes elaborar projetos para que o Banestes possa financiá-los. Esta política está alinhada com o Planejamento Estratégico do Governo do Estado, que visa a dar oportunidades em lugares com baixo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Outro objetivo da Findes é diversificar a nossa base industrial, reduzindo a dependência de

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 21

commodities. O banco tem políticas de crédito ou fomento nesse sentido?

O Banestes não diferencia produtos (matéria-prima). Por sermos um banco múltiplo, focamos apenas no desenvolvimento regional, e não no resultado final do produto.

Como o Banestes vem mantendo a sua competitividade frente aos demais bancos, federais e privados?

O Banestes mudou a sua estratégia de se relacionar com o cliente pessoa jurídica (empresa), seja no setor comercial, industrial ou de agronegócio. Estabelecendo convênios com regra de fidelização, criamos produtos mais competitivos que as demais instituições financeiras, sejam elas públicas ou privadas.

A redução de taxas de juros praticadas pelas instituições federais representou alguma mudança de estratégia para o Banestes?

Sim. O Banestes se reinventou no que se refere à prestação de serviços. Estamos mais ágeis, mais perto do cliente e atendendo ao que o mercado necessita. Nas questões internas, o Banestes vem reduzindo suas despesas administrativas para melhorar o índice de eficiência operacional. Com isso, o banco mantém seu resultado no patamar que seus acionistas desejam. Além disso, o Banestes faz suas políticas públicas, por meio de produtos com baixo spread, mas que têm importância social grande, como o Microcrédito, Nossocrédito, Creditar, Crédito Imobiliário e Crédito Rural.

Nos últimos dez anos o Brasil mostrou um forte desenvolvimento do crédito ao consumo. O que impulsionará o Brasil, em sua opinião, nos próximos 10 anos?

Nos últ imos 10 anos, as pessoas passaram a comprar mais bens de consumo, principalmente os chamados itens da linha branca (geladeira, fogão, máquina de lavar, etc.). Seguir essa tendência poderá ser melhor até para a elevação do PIB. Por exemplo, a redução do IPI fez manter o nível de consumo sem comprometer o controle da inflação. Ou seja, estas políticas públicas devem ser mais permanentes, porque facilitam o planejamento do setor financeiro e produtivo. Decisões temporárias não viabilizam a organização dos negócios das empresas.

O Banestes está no ranking dos bancos que mais ofereceram crédito rural e financiamento para automóveis, ocupando a 13ª e 15ª posição, respectivamente. Esse direcionamento tem se mostrado acertado?

Sim. O agronegócio é um setor muito importante para a economia do nosso Estado. O Banestes participa do Plano Safra 2012/2013, lançado recentemente pelo governo do Estado, sendo um dos seus maiores agentes financeiros. Também somos operadores do Funcafé e o maior financiador da fruticultura e olericultura no Estado. Estamos ajudando as pessoas no campo, permitindo que elas tenham qualidade de vida e boa renda. Isto é primordial para o desenvolvimento capixaba e a permanência das famílias no campo.

Quais são os próximos passos do Banestes?Estamos colocando em prática o Planejamento

Estratégico voltado para a segmentação de clientes. Abrimos agências empresariais, exclusivas para pessoa jurídica. E vamos inaugurar a Agência Valores, com atendimento voltado a clientes com alta renda. Ela terá, inclusive, a Sala do Investidor, que tem por objetivo orientar o cliente sobre qual o melhor investimento. Recentemente, o banco fez sua reorganização societária, por meio do agrupamento e desdobramento de ações, o que deu ganho de eficiência operacional positivo, além de fazermos um programa intensivo de revitalização de estrutura do data center do Banestes.

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22 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

artigo

Uma revolução é caracterizada pela grande transfor-mação de determinada realidade. Temos verificado, ao longo dos últimos 15 anos, uma verdadeira trans-

formação na realidade empresarial capixaba, em especial a de fornecedores locais para as grandes empresas atuantes no Estado. O Prodfor, que é o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores, foi criado em 1997, por iniciativa da Findes e do IEL-ES em conjunto com as 12 maiores empresas do Estado, para promover a melhoria da organização e da gestão de empresas locais, forne-cedores de bens e serviços para essas grandes indústrias.

Antes do Prodfor, as compras de fornecedores locais pelas grandes empresas eram marginais, estimadas em torno de 2% do total. Isso porque as grandes empresas diziam que as empresas locais não eram competentes. Como não havia negócio, as empresas locais não investiam na sua melhoria ou modernização. Essa era a triste realidade das empresas capi-xabas, um círculo vicioso e retrógrado, porque não gerava o desenvolvimento regional. Com essa situação, todos perdiam. As grandes empresas tinham seus custos elevados por adquirir de outras localidades, os fornecedores locais não tinham opor-tunidades de negócio e o Estado como um todo perdia com abaixa geração de renda e empregos.

A mudança veio com o Prodfor. Uma ideia simples e ousada de envolver as grandes empresas e organizar um único e forte programa para usar o poder de compras dessas empresas e induzir a melhoria dos fornecedores locais. Foi original e inovador, pois não existia nada pare-cido. Unir empresas diferentes com o propósito comum

de melhorar a cadeia de suprimentos foi algo desafiador. Os fornecedores receberam o preparo necessário pormeio de consultoria e treinamentos realizados pelo IEL-ES, promo-vendo assim a melhoria da sua competência para bem atender às exigências das grandes empresas. Passou-se a ter um círculo virtuoso e desenvolvimentista, com fornecedores preparados que passaram a fornecer cada vez mais para as grandes empresas.

Para se ter ideia do crescimento das empresas locais, a receita média anual dos fornecedores em 1997 foi de R$ 3,7 milhões e chegou a R$ 21,4 milhões em 2011, medidos por rigorosas pesquisas. Isso significa que a receita aumentou 5,8 vezes e cresceu a uma média de 12,8% ao ano. Nem a China cresceu assim nesse período. O número médio de empregados das empresas medido em 1997 era de 40 funcionários e chegou a 124 em 2010, repre-sentando taxa média de crescimento de 10,1 % ao ano. Todos os indicadores financeiros avaliados melhoraram ao longo desses 15 anos de Prodfor e as compras por parte das empresas mantene-doras chegaram a 41% dos itens de rotina, sendo que em alguns investimentos ultrapassou os 60% do valor.

Os resultados têm sido tão expressivos que o Prodfor é considerado o maior e o melhor programa do gênero do país. Essa constatação foi da Confederação Nacional da Indústria – CNI, que orienta e apoia 17 estados com programas de desen-volvimento e qualificação de fornecedores. Dos 903 fornecedores desenvolvidos no país até 2011 mais da metade, 508, são do Prodfor, sendo o único considerado avançado, que faz a certifi-cação dos fornecedores.

Essas conquistas tem levado grande reconhecimento ao Prodfor, apresentado como destaque em evento da Amcham

de São Paulo e a participação na 30ª edição do Encontro Econômico Brasil e Alemanha, realizado em Frankfurt. Os resultados expressivos levaram a CNI a intenção de ampliar a atuação do Prodfor para todo o país. É algo igual-mente grandioso e desafiador como a sua criação.

O Prodfor é uma verdadeira inovação, que passou a ser uma grande revolução pela transformação proporcionada às empresas capixabas que souberam aproveitar essa opor-tunidade e cresceram muito. Mais importante que relatar a história é viver a história. É isso que estamos fazendo, a história de sucesso das empresas capixabas, sejam as grandes entendendo seu papel de agente transformador, sejam seus fornecedores se desenvolvendo e melhorando a cada dia. Essa é a história de sucesso do Prodfor.

Luciano Raizer é doutor e Mestre em Engenharia de Produção pela USP, diretor administrativo da Findes e coordenador-executivo do Prodfor

A Revolução silenciosA do PRodfoR

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24 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

O Espírito Santo passa por um processo de significativas e acele-radas mudanças econômicas, que tornam necessário repensar seu modelo de desenvolvimento e o respectivo impacto social.

O momento traz algumas dificuldades, como a perda de receitas, sobre-tudo públicas, por conta de medidas decididas na esfera federal, como a mudança do sistema de distribuição de royalties e a extinção do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap). Some-se a isso as dificuldades encontradas no mercado internacional, com a crise nos Estados Unidos e Europa dificultando a expansão dos negócios das empresas capi-xabas ligadas ao comércio internacional. Entretanto, mais que um problema a ser enfrentado, a situação pode ser vista como estratégica para realizar

por Vitor Taveira

Com Proedes, governo atende demandas da indústria estadual

O novo programa de desenvolvimento capixaba contempla sugestões feitas pela Findes

CENÁRIO

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Indústria Capixaba – FINDES 25Set/2012 – nº 302

mudanças que permitam inserir de vez o Espírito Santo na lógica da economia moderna, competitiva e globalizada.

Tendo em vista este panorama, o diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial –Ideies, Antonio Fernando Doria Porto, destaca a elaboração, em março deste ano, do documento “A Indústria do ES em 2020”, fruto do trabalho conjunto de um grupo composto por representantes da Findes e sua senti-dades, secretarias e autarquias do governo estadual, traçando um panorama para o setor até o ano de 2020. Com base nessa análise, a Findes buscou construir consensos que culminaram na redação de um documento, entregue no mês de maio ao governador Renato Casagrande, com o título “Sugestões ao Governo do Estado do Espírito Santo para o Desenvolvimento da Indústria Capixaba”.

Foram destacados 14 pontos focais, a partir dos quais se desenvolveram as propostas, além da sugestão de estabe-lecimento de uma política industrial de longo prazo, a ser elaborada em parceria entre indústria e Governo, e da criação de um comitê de acompanhamento da implementação das medidas sugeridas. Doria Porto destaca como principais eixos do documento a promoção do financiamento, a educação profissional e o enfoque na inovação.

No primeiro caso, as sugestões envolvem uma maior atuação dos bancos estaduais – Bandes e Banestes – no financiamento da indústria capi-xaba através de uma ação conjunta e programas específicos que permitam o desenvolvimento regional equilibrado, o estímulo às micro e pequenas empresas

“As sugestões da Findes foram importantes para a estruturação do Proedes. Todas foram contempladas no contexto da estruturação do projeto” - José Eduardo Azevedo, secretário estadual de Projetos Especiais e Articulação Metropolitana

e a ênfase na inovação e na modernização dos equipamentos.

A maior atenção à educação profis-sional atende à constante preocupação do setor industrial com a formação da mão de obra, que muitas vezes não consegue atender à demanda de qualificação ante um período de crescimento e dinami-zação acelerados na economia capixaba.

Já a inovação figura não só como um aspecto central para a diversificação da economia e atração de novas empresas e setores para operar no Estado, mas tam-bém para melhorar a capacidade tecnoló-gica e a exploração de novos espaços pelas empresas já atuantes no Espírito Santo.

O secretário estadual de Projetos Especiais e Articulação Metropolitana, José Eduardo Azevedo, afirma que o documento apresentado pela Findes é de alta qualidade, foi discutido e encaminhado para a elaboração das políticas de governo e representou uma contribuição muito relevante para a elaboração do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Espírito Santo (Proedes), lançado no dia 23 de agosto no Palácio Anchieta pelo governo estadual.

“As sugestões foram importantes para a estruturação do Proedes. Todas foram contempladas no contexto da estruturação do projeto. Algumas delas podem ser aprofundadas através do recém-criado Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que conta com representação de várias entidades, entre elas do setor empresa-rial”, aponta o secretário.

Ele destaca muitas das propostas da Findes contempladas pelo Governo, como a capitalização e fortalecimento

Foto: Leonel Albuquerque

Foto: Romero M

endonça/Secom-ES

PROEDES:• O Proedes foi lançado pelo

Governo do Espírito Santo no final de agosto

• O objetivo do programa é aumentar a competitividade e o dinamismo da economia capixaba

• A estratégia inclui três temáticas principais:

1 - Melhoria da logística 2 - Educação e inovação 3 - Incentivos ao

desenvolvimento

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26 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

dos bancos públicos estaduais para financiar o setor industrial, o apoio à inovação e o destaque dado à logística e infraestrutura – estas também tiveram demandas atendidas por meio de planos anunciados pelo Governo Federal, que atendem sugestões apre-sentadas pelo Palácio Anchieta ao Poder Executivo nacional. Outra negociação que o secretário José Eduardo confirma estar avançada com o Governo Federal é sobre a estadualização do Fundo de Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo (Funres), uma das propostas contidas no documento de sugestões da Findes.

Novo momentoDoria Porto estima que cerca de 80% das propostas da Findes

foram contempladas no Proedes, o que demonstra a eficácia

CENÁRIO

“O Governo tem olhado com muito

carinho para as micro e pequenas empresas,

mas ainda é muito cedo para avaliar. É preciso esperar

um pouco mais para poder dizer o que

realmente entrou em prática e o que ficou no papel” - Vladimir

Rossi, diretor de Micro e Pequenas

Indústrias da Findes

“Recebemos as propostas considerando-as uma contribuição de alta qualidade. Desde o mês de maio vínhamos discutindo e encaminhando ao âmbito das políticas do governo do Estado. A proposta da Findes contribuiu diretamente para a formulação do Proedes.” José Eduardo Azevedo, secretário Estadual de Projetos Especiais e Articulação Metropolitana

do diálogo entre a representação industrial e o governo esta-dual. Tanto o documento da Federação das Indústrias como o projeto do poder público buscam preparar o Espírito Santo para um novo momento econômico, que permita a diversifi-cação das atividades e a agregação de valor à indústria por meio da inovação. Esta seria uma estratégia para manter e ampliar a capacidade do Estado de ocupar um papel destacado no cenário nacional e internacional, mesmo com a perda dos incentivos do Fundap. Para o diretor do Ideies, as propostas não contem-pladas continuarão sendo trabalhadas no âmbito do diálogo aberto com o Governo.

O secretário José Eduardo Azevedo explica que nem todas as demandas podem ser resolvidas inteiramente pelo governo esta-dual, como é o caso das reivindicações vinculadas a órgãos que atuam no Espírito Santo, mas que estão na esfera do Governo Federal, como a Sudene e o Banco do Nordeste (BNB). De tal modo, os temas pendentes poderão ser trabalhados e encami-nhados à discussão do novo conselho. “O Proedes não é um ponto de chegada; é um ponto de partida, uma referência criada para as futuras ações”, pontua o secretário.

Em geral, o setor industrial recebeu positivamente o novo projeto, ainda que esteja atento para verificar a execução prática das medidas propostas pelo Governo. É o caso do diretor de Micro e Pequenas Indústrias da Findes, Vladimir Rossi, que destaca uma maior atenção do poder público às empresas de pequeno porte, que são maioria e geram muitos postos de trabalho. Porém, ele acredita ainda ser muito cedo para avaliar a importância do Proedes: “É preciso esperar um pouco mais para poder dizer o que realmente entrou em prática e o que ficou no papel”.

Egidio Malanquini, diretor de Fortalecimento Sindical e Representação Social da Findes, também destaca a necessidade

“O foco do Proedes é melhorar a competitividade do Estado para ampliar investimentos, gerando mais emprego e renda para os capixabas. É uma agenda de projetos e ações para superar as restrições econômicas previstas para o ano de 2013.”Governador Renato Casagrande

GOvERNO

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de colocar em prática o plano, para que deixe de ser apenas um projeto e possa realmente beneficiar o desenvolvimento industrial do Espírito Santo. Ele enxerga no novo programa uma oportuni-dade para começar a resolver temas que permitam desatravancar a economia capixaba a longo prazo.

O presidente da Findes, Marcos Guerra, resume a avaliação do setor industrial sobre o novo projeto: “O Proedes foi feito a quatro mãos. Foi um projeto acertado do Governo, em que a indústria foi muito contemplada. Estamos no caminho certo, o Proedes vai ao encontro das necessidades da nossa indústria”. O Proedes inclui instrumentos legais – decretos e também projetos de lei – que, segundo declarações do presi-dente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Theodorico Ferraço, não devem encontrar dificuldades para serem apro-vados pelo Poder Legislativo estadual.

A julgar pela boa receptividade que obteve de diversos setores de representação, a efetivação do Proedes pode ser o passo inicial para uma nova arrancada da economia capixaba, que possibilite, mais que minimizar as perdas previstas, avançar para uma maior

produtividade, inovação, competitividade e dinamismo. Para isso, a Findes pretende ter uma participação ativa no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que reúne diversos setores sociais e governamentais para acompanhar a execução do Proedes.

Em junho 2011, os membros da atual diretoria da Findes foram recebidos no palácio Anchieta para apresentar demandas de suas áreas de atuação para o governador Renato Casagrande

PrinciPais Pontos das ProPostas da Findes:• Instrumentos de fomento• Infraestrutura• Programa de Incentivos ao Investimento • Estratégia “combo”: combinar subsídios e incentivos• Interiorização do desenvolvimento• Meio ambiente• Agilização na emissão de licenças e alvarás• Compras governamentais• Educação• Gás natural• Energia elétrica• Total de utilização dos recursos federais• Atração de novos investimentos• Questões trabalhistas e sindicais

“Antes de encaminhar o documento para o Governo, o presidente Marcos Guera conversou com os diretores e as propostas feitas representam um consenso da Diretoria. Por fim, 80% das sugestões da Findes foram acatadas e estão adotadas pelo Proedes.” Antonio Fernando Doria Porto, diretor-executivo do Ideies

Findes

“O Proedes é uma grande conquista. Entendemos que o Governo foi sensível às necessidades da indústria capixaba e entende que o Estado passa por um momento de mudanças. É fundamental pensar no futuro a médio e longo prazos. Mas é um primeiro passo para que se resolvam outros temas mais à frente. A logística, a infraestrutura, o meio ambiente, são temas importantes para o alavancamento da economia capixaba. Precisamos colocar o plano em prática urgentemente, para que não fique só como um projeto.” Egidio Malanquini, diretor de Fortalecimento Sindical e Representação Social da Findes

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28 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

INDÚSTRIA EM AÇÃOINDÚSTRIA EM AÇÃOINDÚSTRIA EM AÇÃO

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, anun-ciou, no dia 30 de agosto, o plano de investimentos da entidade para o período de 2012 a 2015. Serão

R$ 104.297.880 investidos, principalmente na área de Educação – 82,07% dos recursos –, com capacitação, novas unidades, pro-gramas de acessibilidade, saúde, segurança, cultura e lazer.

Em sua fala, o presidente destacou várias vezes que o plano de investimentos do Sistema Findes visa também a direcionar a indústria capixaba para outro patamar, principalmente no panorama pós-Fundap, onde grandes perdas são previstas para os municípios capixabas. “Estamos preparando um ambiente

favorável a uma indústria com maior valor agregado e conteúdo tecnológico. Para isso, é preciso investir em pesquisa e inovação”, disse.

Nesse contexto, Marcos Guerra ressaltou a impor-tância da construção do Instituto Senai de Tecnologia e a ampla modernização do Cetec Beira-Mar (Vitó-ria), com investimentos da ordem de R$ 13,7 milhões. Esta mesma unidade passará a contar também com a Faculdade Senai de Engenharia, que abre sua tur-ma inaugural para 40 alunos no segundo semestre do ano que vem. As unidades do Civit (Serra) e Araçás

Grande Vitória:• Instituto Senai de Tecnologia (IST) Em Bento Ferreira, Vitória. Início das obras: maio de 2013, com funcionamento previsto para 2014

• Faculdade Senai de Engenharia e Modernização Em Bento Ferreira, Vitória. Com a primeira turma, de 40 alunos, no segundo semestre de 2013

• Centro Tecnológico do Vestuário de Araçás Em Araçás, Vila Velha, começa no segundo semestre de 2013

• Senai Civit Entrega da unidade em Civit, na Serra, ampliada. Previsão: segundo semestre de 2013

Região Sul:• Centro Integrado Sesi – Senai – IEL

Atendimento para Cachoeiro de Itapemirim e região. Previsão: 2014

• Ampliação e modernização da unidade Atendimento em Anchieta e região

Região Norte:• Ampliação e modernização de laboratórios

Para o atendimento a São Mateus e região. A previsão é para ainda este ano

• Quadra poliesportivaPara Aracruz e região, a entrega está prevista para 2013

• Ampliação e modernização da unidadeAtendimento em Linhares e região. Previsão: até 2015

Região Noroeste:• Nova unidade

Para o atendimento de Nova Venécia e região, a partir de novembro de 2012

• Centro Vocacional Tecnológico da Indústria do VesturárioPara atendimento de Colatina e região, com funcionamento a partir do primeiro semestre de 2013

Região Serrana:• Laboratório de Informática

Para o atendimento a Venda Nova do Imigrante e região, já para este ano

CONFIRA OS NOVOS PROJETOS

SISTEMA INDÚSTRIA ANUNCIA R$ 104 MILHÕES DE INVESTIMENTOS ATÉ 2015

INDÚSTRIA EM AÇÃO

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 29

IndústrIa EM aÇÃO

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, promoveu uma coletiva de imprensa para apresentar os novos investimentos e projetos

Área Valores

Educação 82,07%

Saúde e Segurança 6,71%

Cultura e Lazer 5,66%

Acessibilidade 4,34%

Outros 1,22%

Total R$ 104.297.880

diStribuiçãO dOS rECurSOS

Fonte: Findes

(Vila Velha) completam o que será aplicado nas insta-lações de grande aporte tecnológico da Grande Vitória.

Os investimentos visam a qualificar mão de obra, princi-palmente para atrair novas indústrias para o Estado. A pre-visão é que sejam criados, pelo menos, cinco mil empregos com a chegada de novos empreendimentos e por isso novos cursos, nas áreas da indústria naval, automobilística e mo-veleira – ainda inexistentes no Estado – também estão no alvo da Findes. “Quero colocar o Senai ainda mais próximo às indústrias”, enfatizou Guerra. Até 2014, serão oferecidas pelo Senai 106 mil vagas em cursos com matrículas gratuitas.

O interior do Estado também é prioridade. Todas as oito Diretorias e Núcleos Regionais receberão reformas, ampliações, modernizações ou mesmo novas instalações.

Serão criadas mais unidades móveis para levar capacitação às regiões onde não há unidades operacionais físicas. O projeto prevê a criação de cinco unidades móveis – três na área da Construção Civil, uma de Alimentos e Bebidas e uma de Soldagem. O aumento no número de vagas de Sesi-Senai também ocorrerá em todas as unidades regionais.

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30 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

No sistema

por Heliomara Mulullo

IndústrIa crIa núcleo para o desenvolvImento do setor de petróleo e gás

Federação das indústrias quer fomentar a participação das empresas locais na cadeia produtiva

O Espírito Santo deve receber cerca de US$ 420 bilhões em investimentos no setor de petróleo e gás até 2020. Empresários, tendo em vista as oportunidades que

o segmento pode proporcionar, já estão se organizando a fim de solucionar os gargalos e se capacitarem para atender às demandas que surgirão.

“Caso não seja feita uma articulação local nos estados, esse esforço se dispersa e os recursos disponíveis podem não ser aproveitados”Frederico antonio turra, especialista em desenvolvimento empresarial da CNi

O primeiro passo foi dado na segunda quinzena de agosto, quando o Sistema Federação das Indústrias do Espírito Santo - Findes promoveu o Workshop do Núcleo de Petróleo e Gás, na sede da entidade, em Vitória.

A abertura do evento aconteceu no dia 20 e contou com a participação de representantes da Findes, do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Petróleo Brasileiro S/A (Petrobras), Shell S/A, Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), Secretaria de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (Sedes), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), entre outras entidades.

Na ocasião foi lançado o Núcleo de Petróleo e Gás da Findes, que atuará como integradora, visando a potencializar e fomentar ações para o desenvolvimento do setor de

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integrar uma ação harmônica que seja coordenada em nível nacional”, explicou Alberto Machado.

O especialista em desenvolvimento empresarial da CNI, Frederico Antonio Turra, acrescentou que, em nível federal, já há uma grande articulação entre os principais atores da cadeia produtiva, como Ministério de Minas e Energia, Petrobras e CNI. “Caso não seja feita uma articulação local nos estados, esse esforço se dispersa e os recursos disponíveis podem não ser aproveitados”, destacou.

Na tarde do dia 21, o workshop teve sua continuidade. Os empresários se reuniram em grupos que elaboraram uma pauta de ações de modo a institucionalizar demandas e pleiteá-las em nível federal. O núcleo tem uma atuação estratégica trazendo um impacto maior para a competitividade das indústrias locais.

Oportunidades são bem-vindasO empresário Elias Cucco Dias, vice-presidente do

Sindiquímicos, avalia que, de uma maneira geral, toda oportunidade é bem-vinda. “O segmento é alinhado com a indústria química. Temos fábricas e empresas que devem estar preparadas para o momento que o Espírito Santo vai viver. Contamos com a aderência de uma rede composta de entidades importantes, como a Petrobras, Redepetro e Onip. A nossa grande preocupação agora é quanto à demanda por profissionais qualificados”, disse.

O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (SECTTI), Jadir Péla, também participou do evento e disse que compartilha da preocupação em relação à qualificação profissional no Espírito Santo. Para ele, é preciso desenvolver mão de obra em todas as atividades da cadeia de petróleo e gás. “Para isso, precisamos preparar os nossos recursos humanos, a fim de suprir a demanda com mão de obra local”, disse.

petróleo e gás capixaba. O Espírito Santo é o segundo Estado a efetivamente instalar o Núcleo de Petróleo e Gás – o primeiro foi o Paraná.

Outras 13 Federações de Indústrias também terão seus núcleos formados, criando a sinergia entre os diferentes projetos ligados ao setor. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Sergipe, Pernambuco, Bahia, São Paulo, Ceará, Maranhão, Amazonas e Rio Grande do Norte participarão do programa.

A ação é integrante do Programa de Desenvolvimento Competitivo para Cadeia de Valor da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, Alberto Machado Neto, informou que o Núcleo atuará sobre cinco pilares: governança; inteligência estratégica; qualificação de fornecedores; inovação; e qualificação de trabalhadores para atender às demandas da cadeia de petróleo e gás.

“Muito se fala das descobertas do pré-sal, petróleo, óleo e gás e das oportunidades que virão. Para participar deste momento econômico, os empresários devem estar preparados. Cada Estado tem papel importante no país. Portanto, a ideia é envolver todos os atores. Queremos mobilizar a indústria e o empresariado para a necessidade de

“O segmento é alinhado com a

indústria química. Temos fábricas e

empresas que devem estar preparadas para

o momento que o Espírito Santo vai viver”

Elias Cucco Dias, vice-presidente do

Sindiquímicos

“Muito se fala das descobertas do pré-sal, petróleo, óleo e gás e das

oportunidades que virão. Para participar deste momento econômico, os

empresários devem estar preparados”Alberto Machado Neto, diretor-executivo

da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos

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IndústrIa EM aÇÃO

O Sistema Findes e o Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Espírito Santo, realizaram, no dia 30 de agosto, na sede da Findes, a apresentação aos empresários da indústria capixaba do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger).

O objetivo do encontro foi transmitir informações acerca do conjunto de linhas de crédito disponíveis para investir no crescimento e na modernização das empresas, assim como financiar a manutenção de sua atividade e, dessa forma, gerar mais emprego e renda.

O programa do Governo Federal cria linhas de crédito para investimentos no crescimento ou modernização de negócios ou custeio das atividades, buscando melhorar a competitividade do páis e as condições de vida do trabalhador brasileiro.

EmprEsários são aprEsEntados ao progEr

Roberto Verfini, da SRTE-ES; Marcos Guerra, presidente da Findes; Enésio Paiva Soares, também da SRTE-ES; e José Paulo Loureiro Filho. coordenador do Proger

• Investimento para Micro e Pequenos Empreendimentos (urbanos e rurais)

• Financiamento de Capital de Giro de Empreendimentos (urbanos e rurais)

• Financiamento de Médios e Grandes Empreendimentos (urbanos e rurais)

• Fomento da Construção Civil • Investimento em Infraestrutura • Fomento da Exportação • Fomento da Inovação e Difusão Tecnológica • Iniciativas Específicas (FAT Moto-frete e FAT Taxista)

PrOgraMas E lInhas dE crédItO dO PrOgEr:

O estande da Findes foi um dos locais de maior sucesso e procura durante o Vitória Moda Show, realizado entre os dias 25 e 27 de julho, no Centro de Convenções de Vitória. O espaço, que ficou localizado no centro principal da feira, recebeu mais de 1.500 visitantes e realizou, em média, 150 atendimentos por dia de evento.

O estande da Findes foi todo produzido e ambientado pensando em conceitos de sustentabilidade. As peças confeccionadas para o espaço foram desenvolvidas em parceria entre o Senai Soluções e a equipe técnica dos Centros Integrados Sesi/Senai/IEL de Colatina, Linhares e Vila Velha. Já o material utilizado veio de sobras e resíduos da indústria capixaba, como cones de papelão dos rolos de tecido.

EstandE da FindEs Faz sucEsso no Vitória moda show

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 33

IndústrIa EM aÇÃO

Uma parceria entre Sebrae-ES e Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), através de seu Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS), está oferecendo às indústrias associadas asses-soria técnica orientadora nas áreas de meio ambiente e vigilância sanitária. Com o “Balcão de Serviços – Meio Ambiente e Vigilância Sanitária”, consultores capacitados auxiliam empresários a encontrarem soluções para os problemas enfrentados cotidiana-mente nas empresas.

Para participar do projeto, a indústria interessada deve solicitar o agendamento de uma reunião e preencher o formulário de inscrição. A partir daí, o empresário será encaminhado para os consultores designados pelo Sebrae-ES. O agendamento pode ser feito pelo telefone (27) 3334-5949 ou e-mail [email protected].

OrientaçãO em meiO ambiente e vigilância sanitárianOvOs mercadOs para O plásticO

O Sindicato da Indústria de Material Plástico do Espírito Santo (Sindiplast-ES) foi o anfitrião de um evento promovido para o Sindicato das Indústrias de

Bebidas em Geral (Sindibebidas), o Sindicato da Indústria do Frio (Sindifrio) e o Sindicato da Indústria de Alimentos Congelados, Supercongelados, Sorvetes, Concentrados e Liofilizados do ES (Sincongel).

O Encontro de Negócios aconteceu no dia 16 de agosto, na sede da Findes, para estreitar a relação entre as indústrias de plástico e mercados em potencial, visto que o setor sofre com a concorrência de outros estados, principalmente Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Atualmente, os principais parceiros comerciais os ramos de plástico no Espírito Santo são o segmentos moveleiro, de construção civil e alimentício. “Aliando competitividade e facilidade logística, o Encontro de Negócios é a iniciativa que faltava para aproximar fornecedores e clientes em potencial”, afirmou Leonardo de Castro, presidente do Sindiplast-ES.

Presidentes reunidos: José Angelo Rambalducci (Sindibebidas); Leonardo de Castro (Sindiplast-ES); Vladimir Rossi (Sincongel); e Élder Marin (Sindifrio)

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SUSTENTÁVEL

36 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

SUSTENTÁVEL

36 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

O PREÇO DA ÁGUACobrar pelo uso é um dos instrumentos de combate à escassez dos recursos hídricos no Brasil. Impacto do custo preocupa indústria

S e pensarmos que o Brasil detém 12% do total da água doce do planeta, com mais de 200 mil bacias hidrográ� cas, � ca difícil entender por que estamos

enfrentando o risco da escassez desse recurso. Ainda mais quando levamos em conta que temos um clima úmido, que aumenta a possibilidade de chuvas. Mas o fato é que, além dos recursos hídricos serem naturalmente mal distribuídos no território brasileiro, não se pode negar que o líquido precioso andou sendo muito mal cuidado no país nos últimos anos.

Diante do desperdício e da poluição, algumas medidas vêm sendo adotadas na tentativa de minimizar

o problema. Um dos instrumentos de preservação é a Lei nº 9.433, de 1997, que integra a Política Nacional de Recursos Hídricos. Ela estabelece a cobrança pelo uso da água (não apenas pelo serviço de distribuição), ou seja, torna os recursos hídricos um bem econômico. O objetivo, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), é incentivar o uso racional e gerar verba para investi-mentos na recuperação das nossas fontes hídricas. A lei já é aplicada em 20 bacias do país (de domínios federal e estadual), entre elas, a do Rio Doce, que banha Minas Gerais e Espírito Santo.

por Fabrícia Kirmse

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o valor mais alto, embora seja a agricultura que consome mais intensamente os recursos hídricos (veja o quadro).

Ainda assim, qual é, afinal, o real valor da água? Como definir um preço justo para todos, sem comprometer a produtividade? Esses são alguns dos questionamentos que acabaram surgindo com a instituição da cobrança. Na bacia do Rio Doce, os usuários que captam mais de um litro por segundo no trecho de Minas e mais de 1,5 litro no Espírito Santo devem pagar R$ 0,018 por m³ (1.000 litros) captados. Quem utiliza volumes menores está dispen-sado da cobrança. Também é cobrado R$ 0,10 por quilo de carga orgânica lançada no manancial. As transposições de água para outras bacias custam R$ 0,022 por metro cúbico. Essas taxas podem subir, anualmente, até 2015. O aumento dos preços está condicionado ao cumprimento ou não de metas de desempenho como, por exemplo, a apli-cação eficiente dos recursos arrecadados.

No caso da agricultura, com base nos critérios citados acima e segundo avaliação do comitê, esse valor deve ser cobrado para cada 40 m³ (40 mil litros), ou seja, é 40 vezes menor do que a tarifa da indústria. Para este ano, a arreca-dação prevista, na bacia, é de R$ 13,2 milhões.

DúvidasA indústria capixaba não nega a importância da lei

e reconhece a situação preocupante dos recursos hídricos estaduais. Mas, assim como o setor industrial de outras regiões do país, tem dúvidas em relação à metodologia dessa tarifação. Segundo o diretor de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Wilmar Barbosa, a entidade tem feito até um trabalho significativo de conscientização sobre o tema e participa de todos os comitês de bacias. “Mas um dos pontos ques-tionados pelos industriais na cobrança é a forma como a medida vem sendo implantada”, destaca.

A taxa, que recai sobre grandes consumidores, como indústrias e agricultores, é estabelecida pelo comitê gestor de cada bacia, um fórum que reúne vários repre-sentantes da sociedade, incluindo os próprios usuários dos recursos hídricos, poder público e população.

Para chegar aos valores, foram considerados vários crité-rios. Um deles é se a água usada é devolvida ou não ao meio ambiente para reaproveitamento e em que estado ela é devolvida (poluída ou tratada adequadamente). Além disso, há mais fatores em consideração, como o grau de deterioração dos rios; a capacidade de pagamento do usuário; o impacto do valor na produção; o retorno financeiro gerado pelo uso da água no negócio; a impor-tância daquela atividade econômica para a sociedade (a agricultura, por exemplo, é considerada essencial); e o potencial de poluição, entre outros. A indústria, hoje, paga

“A cobrança não resolve todos os problemas, mas é um importante instrumento de preservação.”Robson Monteiro, diretor de Recursos Hídricos do Iema

IrrIgação, a maIor vIlãEmbora a indústria seja o principal alvo das críticas relativas ao consumo inadequado da água, um relatório de Conjuntura dos Recursos Hídricos da Agência Nacional de Água (ANA) mostra que a grande vilã nessa história é a irrigação, utilizada na agricultura. Considerando os usos em que parte da água consumida no processo produtivo não retorna à sua fonte original, o país retira 1.841,5 metros cúbicos por segundo de suas fontes. A irrigação abocanha 47% desse volume; os sistemas de abastecimento urbano, 26%; a indústria, 17%; os animais, 8%; e a população rural, 2%. Desse total, são utilizados 986,4 metros cúbicos por segundo, sendo 69% na irrigação; 12%, com animais; 10%, no abastecimento urbano; 7%, na indústria; e 2% para a população rural.

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“A cobrança é estabelecida, por enquanto, em apenas algumas bacias do Brasil. No caso do Espírito Santo, na do Rio Doce. Essa taxa, naturalmente, eleva os custos de produção, o que pode dificultar a concorrência com empresas que ainda não são cobradas pelo uso da água”, pontua Barbosa. Com isso, segundo o diretor, a competi-tividade dos produtos poderá ficar prejudicada.

Barbosa avalia que seria importante ter criado um programa de utilização dos recursos captados com a lei para depois, sim, planejar essa captação, criando uma metodologia equiparada de cobrança nas bacias e um plano de investimentos. Para ele, também seria funda-mental realizar um estudo de impacto dessa cobrança na atividade industrial.

Segundo o diretor de Meio Ambiente da Findes, embora a ANA afirme que o valor estabelecido seja um preço condominial e não um imposto, a medida não deixa de ser uma tributação. “A empresa paga e não sabe exatamente para onde vai nem como vai ser gerido esse dinheiro”, analisa. “Não somos contra a lei, mas achamos que sua estruturação e metodologia de cobrança e apli-cação devem ser revistas”.

AçõesWilmar Barbosa diz que todos os segmentos do setor

industrial do Estado têm tentado minimizar os gastos com a água. Há, segundo ele, uma conscientização geral – e crescente –, sobre a importância da preservação dos recursos hídricos. “O que podemos fazer para minimizar o desperdício estamos fazemos”.

As principais medidas adotadas pela indústria estão relacionadas à aplicação de tecnologias para reutilização dos recursos hídricos, entre elas, tratamento dos efluentes (a água que é devolvida ao meio ambiente após a produção industrial); dessanilização da água do mar; captação e tratamento da água das chuvas. O reaproveitamento da água pode chegar a mais de 90% em alguns casos.

entenda a lei de cobrança da água• O objetivo é reconhecer a água como bem econômico,

incentivar seu uso racional e gerar recursos financeiros para investimentos na recuperação e preservação dos recursos hídricos.

• Segundo a Agência Nacional de Águas (ANA), a cobrança não é um imposto, mas um preço público, fixado a partir de um pacto entre usuários, sociedade civil e poder público no âmbito do respectivo Comitê de Bacia.

• Estão sujeitos à cobrança os grandes usuários de recursos hídricos localizados em rios da Bacia do Rio Doce

• Os recursos financeiros serão arrecadados pela ANA e repassados integralmente para aplicação em ações de recuperação da bacia pelo Instituto BioAtlântica, entidade escolhida para atuar como Agência de Águas na região.

sustentável

“Não somos contra a cobrança, mas queremos que seja criada uma metodologia mais clara para a aplicação da lei”Wilmar Barbosa, diretor de Meio Ambiente da FINDES

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O diretor de Recursos Hídricos do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema), Robson Monteiro, explica por que a cobrança no Rio Doce é uma priori-dade aqui no Estado. “Alguns afluentes do Rio Doce têm sofrido muito com a exploração inadequada”. Ele escla-rece que o preço estabelecido varia, entre outros fatores, de acordo com o grau de deterioração dos rios e também com a atividade praticada pelo usuário.

Monteiro assinala também que existem diversos planos de investimento para a arrecadação, como recuperação de áreas de nascente para aumentar a oferta hídrica,

projetos de melhorias no saneamento e combate à perda de água com irrigação.

Sobre as demais bacias do Estado e a preocupação da indústria com o comprometimento da concorrência, o diretor de Recursos Hídricos do Iema afirma que já há estudos para a aplicação da lei nas bacias dos rios Jogo, Santa Maria e Benevente. “Estão sendo avaliadas as prio-ridades de cobrança”.

As outras bacias do Espírito Santo, segundo Monteiro, devem ser analisadas até o final de 2015. “Pode ser que alguma bacia não precise da taxa. Mas é pouco provável. Tudo está sendo feito com base em estudos”.

Robson também destaca que uma das solicitações dos industriais já está em análise. Serão avaliados, segundo ele, mecanismos que garantam o acesso das empresas aos recursos da cobrança, que atualmente não podem ser destinados a instituições privadas, por se tratar de dinheiro público. Os empresários querem ter acesso ao dinheiro para investir na compra de equipamentos, capacitação e em processos de produção que permitam o uso mais eficiente da água. “O estudo para viabi-lizar esses financiamentos já está em andamento”, avisa. Ele avalia que a cobrança, certamente, não resolverá todos os problemas, mas é um importante instrumento de incentivo ao uso racional da água.

O fato é que pairam muitas dúvidas sobre a forma como a lei da cobrança pelo uso da água está sendo apli-cada. Há quem diga que o processo ainda é uma verda-deira caixa-preta. A indústria acredita que ainda sejam necessárias muita discussão e análise para se chegar a um denominador comum.

AtividAdes industriAis e siderúrgicAs são As mAis AtingidAs pelA cobrAnçAA bacia do Rio Doce, única do Estado já submetida à lei que cobra pelo uso da água, tem 86.700 km² (86% pertencentes a Minas e 14% capixabas) e abastece 229 municípios, sendo 203 em Minas e 26 no Espírito Santo. Nela, está instalado o maior complexo siderúrgico da América Latina e um polo importante de mineração. Entre as indústrias, estão Vale, Usiminas, Fibria, Acesita, ArcelorMittal e Cenibra. Estima-se que as atividades industriais e de mineração respondam, no local, por cerca de 80% da arrecadação com a cobrança da água. Também há atividades agropecuárias na região.

Ano captação de água (por m³)

transposição (por m³)

lançamento de carga (por kg)

2012 R$ 0,018 R$ 0,022 R$ 0,10

2013 R$ 0,021 R$ 0,027 R$ 0,12

2014 R$ 0,024 R$ 0,031 R$ 0,15

2015 R$ 0,03 R$ 0,04 R$ 0,16

tAbelA de cobrAnçA dA bAciA do rio doceValores previstos para o Estado

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40 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

IndústrIa EM aÇÃO

A comitiva capixaba em visita ao Concrete Show, em São PauloP ara atualizar os profissionais capixabas com as

inovações tecnológicas, uma comitiva composta por 40 empresários do Sindicato da Indústria

de Produtos de Cimento do Estado do Espírito Santo (Sinprocim-ES) participou da Concrete Show South America 2012, maior evento de tecnologia da cadeia produtiva do concreto na América Latina.

Na sua 6ª edição, a feira aconteceu de 29 a 31 de agosto, no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, e reuniu cerca de 30 mil visitantes, que conheceram as novidades e lançamentos de mais de 550 empresas nacionais e internacionais. Ao todo, foram

Comitiva Capixaba partiCipou da ConCrete Show 2012

mais de 60.000 m² de exposição de maquinários, equipamentos, produtos e serviços.

A missão empresarial foi uma ação do Programa de Desenvolvimento Empresarial para as Indústrias de Produtos de Artefatos de Concreto do Espírito Santo (PDE-ES), realizada com o apoio do Sebrae, da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), da Findes e do Senai.

Tomou posse, no dia 28 de agosto durante a abertura da Cachoeiro Stone Fair 2012, a nova Diretoria do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário – Sindirochas, eleita para o período 2012-2015.

A ocasião foi marcada pela passagem simbólica da chave do Sindicato pelo então presidente, Emic Malacarne Costa, para o presidente atual, o empresário Samuel Mendonça. Durante a cerimônia, Emic agradeceu a todos que colaboraram com sua gestão e com as ações desenvolvidas pelo Sindirochas para o fortalecimento e desenvolvimento desse impor-tante setor produtivo no Espírito Santo.

O novo presidente, Samuel Mendonça, assumiu agradecendo a confiança nele depositada e comprometendo-se a dar continuidade ao trabalho desenvolvido até então pelo Sindirochas, atuando de forma dedicada e responsável para, cada vez mais, aumentar sua representatividade e consolidar o papel do setor no Estado, no Brasil e no mundo.

Prestigiaram a posse e a abertura da Cachoeiro Stone Fair o governador Renato Casagrande; o secretário de Desenvolvi-mento do ES, Márcio Félix; o deputado federal Camilo Cola; o presidente da Findes, Marcos Guerra; o secretário de Geologia

SindiroChaS elege nova diretoria

A entrega simbólica da chave do Sindirochas marcou a solenidade de posse da nova Diretoria para o período 2012-2015

e Transformação Mineral do MME, Cláudio Scliar; autoridades federais, estaduais e do mu-nicípio de Cachoeiro de Itapemirim, além de lideranças empresariais, representantes de enti-dades diversas e, principalmente, dos empresá-rios do setor de rochas ornamentais.

SinConfeC reelege Clara thaíS orlandi

Clara Thaís Orlandi assumiu mais um mandato à frente do Sinconfec

No dia 18 de julho, Clara Thaís Rezende Orlandi foi reeleita para a presidência do Sindicato da Indústria de Confecções de Roupas em Geral do Espírito Santo (Sinconfec) no triênio 2012/2015. Ela reassumiu o sindicato com a proposta de dar continuidade ao desenvolvimento dos setores de confecções do Estado.

“Nosso maior desafio é a realização e construção do CentroModa, que será implantado para ampliar a visão dos artesãos e empresas de confecções, trabalhando produtos diferenciados associados a valores sociais, econômicos e culturais”, disse Clara.

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indicadores

42 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

indicadores

AumentA A confiAnçA do empresário industriAl cApixAbA

Condições Atuais

Espírito Santo Brasil

Jul/12 Ago/12 Jul/12 Ago/12

47,9 49,0 44,0 46,0

com relação à:

economia Brasileira 42,6 44,4 40,5 42,0

estado 42,9 46,1 - -

empresa 50,9 50,8 45,8 48,0

indicador de condições atuais

Fonte: IDEIES/CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

Tabela 2

Índice de confiAnçA (icei) Agosto de 2012

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) capixaba, produzi-do pelo Instituto de Desenvolvimento

Educacional e Industrial do Espírito Santo (IDEIES), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria – CNI aumentou 1,8 ponto em agosto de 2012, em relação ao mês anterior. Além disso, o indicador permaneceu acima da linha divisória de 50 pontos (59 pontos), denotando que os industriais capixa-bas estão confiantes. Em relação a agosto de 2011, cujo indicador era de 59,9 pontos, o ICEI registrou uma queda de 0,9 ponto.

O ICEI da indústria brasileira também avançou em agosto de 2012, em comparação ao mês anterior (+1,2 ponto) e se manteve acima da linha divisória de 50 pontos (54,5 pontos). Frente ao mesmo mês de 2011, a indústria nacional conta-bilizou um decréscimo de 1,8 ponto, já que o indicador se

encontrava em 56,3 pontos naquele mês.O ICEI nacional é composto pelas informações de

Condições Gerais da Economia Brasileira e Condições Gerais da Empresa e de Expectativas da Economia Brasileira e Expectativas da Empresa. O ICEI do Espírito Santo inclui mais duas questões: Condições Gerais do Estado e Expectativas do Estado.

Mar/12 Abr/12 Mai/12 Jun/12 Jul/12 Jul/12

Brasil 58,6 57,2 57,9 56,1 53,3 54,5

espírito santo 62,0 58,9 59,9 61,0 57,2 59,0

Índice de confiança do empresário icei – espÍrito santo e Brasil

Tabela 1

Fonte: IDEIES/CNI - Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

percepção do empresário industriAl - condições AtuAisO indicador de condições atuais da

indústria do Espírito Santo, elabo-rado com base na percepção dos industriais em relação à economia, ao estado e à própria empresa se elevou em 1,1 ponto em agosto de 2012, comparativamente ao mês anterior. O acréscimo não foi suficiente para que ultrapassasse a linha divisória de 50 pontos, já que o indicador se situou em 49 pontos. Influenciaram no resultado os itens condições da economia brasileira (+1,8 ponto)

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 43

Expectativa

ESPÍRITO SANTO BRASIL

Jul/12 Ago/12 Jul/12 Ago/12

62,1 64,0 58,0 58,7

Com relação à:

Economia Brasileira 56,3 59,2 53,2 54,0

Estado 55,7 60,7 - -

Empresa 65,0 65,7 60,4 61,1

IndICador dE ExpECtatIva para os próxImos sEIs mEsEs

Fonte: IDEIES/CNI – Elaboração Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

Tabela 3

Notas• A partir de janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa

foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/icei) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010.

• O ICEI varia no intervalo de 0 a 100. Valores acima de 50 indicam empresários confiantes.• A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a

participação de 112 empresas capixabas (33 pequenas, 58 médias e 21 de grande porte). Dessas, 29 empresas pertencem ao setor de construção civil.

Os industriais capixabas continuam otimistas em relação aos próximos seis meses, pois além do indicador ter registrado crescimento em agosto de

itens que compõem o indicador: expec-tativa em relação à economia brasileira (+2,9 pontos), em relação ao estado (+5 pontos) e à empresa (+0,7 ponto), além de todos se situarem acima da linha divisória de 50 pontos, indicando que a expectativas são favoráveis.

A indústria nacional também registrou acréscimo no indicador de expectativas em agosto de 2012, em comparação ao mês anterior (+0,7 ponto) e se manteve na faixa superior a 50 pontos (58,7 pontos), porém menor que o do Espírito Santo. O aumento foi impulsionado tanto pelo indicador de expectativa em relação à economia brasileira (+0,8 ponto), como pelo de expectativa em relação à empresa (+0,7 ponto).

2012, em relação ao mês anterior (+1,9 ponto), permanece acima da linha divi-sória de 50 pontos (64 pontos). O acrés-cimo foi impulsionado por todos os

e condições do estado (+3,2 pontos), já que o de condições da empresa recuou 0,1 ponto, sendo porém o único a se posicionar na faixa superior a 50 pontos (50,8 pontos).

O indicador de condições atuais da indústria nacional cresceu 2 pontos em agosto de 2012, em relação ao mês anterior,

se situando em 46 pontos, influenciado tanto pelas condi-ções em relação à economia brasileira (+1,5 ponto), como pelas condições em relação à empresa (+2,2 pontos). Porém, esses indicadores permaneceram abaixo da linha divisória de 50 pontos, o que denota condições desfavoráveis.

PercePção do emPresário industrial – exPectativa Para os Próximos seis meses

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indicadores

44 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

INDICADORES ago/11 jul/12 ago/12

Nível de atividade 59,3 55,9 54,4

Novos empreendimentos e serviços 56,9 54,8 55,5

Compras de insumos e matérias-primas 58,9 56,8 55,1

Número de empregados 58,7 57,8 56,4

ATIVIDADE Tabela 2

Fonte: IDEIES / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

SONDAGEM INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO - ESPÍRITO SANTODESEMPENhO EM jUlhO DE 2012

A Sondagem Indústria da Construção, pesqui-sa desenvolvida mensalmente pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial

do Espírito Santo (IDEIES), sob a coordenação da Confederação Nacional da Indústria – CNI registrou crescimento em julho de 2012, em relação ao mês ante-rior, em todos os indicadores investigados: evolução do nível de atividade (+1,4 ponto), atividade em relação ao usual (+0,3 ponto) e evolução do número de empregados (+2,5 pontos). Apesar disso, a indústria da construção capi-xaba operou abaixo do esperado para o mês, pois o indicador

de atividade em relação ao usual foi o único que permaneceu abaixo da linha divisória de 50 pontos (46,5 pontos).

A Utilização da Capacidade de Operação (UCO), que mensura o percentual médio de utilização da capacidade de operação da indústria da construção e é elaborada com base na percepção empresarial sobre a intensidade no uso dos recursos da empresa para realizar seus serviços e empreendimentos no mês, dada sua capacidade atual de operação, se elevou para 75% em julho de 2012, significando um aumento de 4 pontos percentuais em relação ao mês anterior.

Os resultados de julho de 2012, frente aos de julho de 2011, mostra-ram recuo nos indicado-res de evolução do nível de atividade (-0,1 ponto) e de atividade em relação ao usual (-1,1 ponto). Em contrapartida, o de evolução do número de empregados regis-trou ligeiro acréscimo (+0,2 ponto).

ExPECTATIvAS EM AGOSTO DE 2012 PARA OS PRóxIMOS SEIS MESES

Os líderes industriais da construção do estado continuam otimistas em relação aos próximos seis meses, já que todos os indicadores de expecta-tiva se situaram acima da linha divisória de 50 pontos. Entretanto, em menor proporção, já que a maioria dos indicadores

INDICADORES jul/11 jun/12 jul/12

Evolução do nível de atividade 50,4 48,9 50,3

Atividade em relação ao usual 47,6 46,2 46,5

Evolução do número de empregados 53,0 50,7 53,2

Utilização da capacidade de operação - UCO (%)1 - 71,0 75,0

Tabela 1

¹ pesquisado mensalmente a partir de janeiro de 2012Fonte: IDEIES / CNI – Elaboração: Núcleo Estratégico de Conjuntura – NEC

ATIVIDADE

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 45

registrou queda em agosto de 2011, relativamente a julho: nível de atividade (-1,5 ponto), compras de insumos e matérias--primas (-1,7 ponto) e número de empregados (-1,4 ponto). Já o de novos empreendimentos e serviços apresentou um crescimento de 0,7 ponto.

Notas• A partir de janeiro de 2012, as empresas da amostra foram reclassificadas segundo a CNAE 2.0, os portes de empresa

foram redefinidos de acordo com a metodologia do EuroStat (mais informações www.cni.org.br/icei) e a série histórica do ES foi recalculada retroativamente a fevereiro de 2010.

• Os indicadores variam no intervalo de 0 a 100, sendo que valores acima de 50 pontos indicam aumento, atividade acima do usual ou expectativa positiva e abaixo de 50 pontos, queda, atividade abaixo do usual ou expectativa negativa.

• A pesquisa, cuja amostra é selecionada pela Confederação Nacional da Indústria – CNI, contou nesse mês com a participação de 29 empresas capixabas (09 pequenas e 20 médias+grandes).

Na comparação com agosto de 2011, verificou-se queda em todos os indicadores pesquisados: nível de atividade (-4,9 pontos), novos empreendimentos e serviços (-1,4 ponto), compras de insumos e matérias-primas (-3,8 pontos) e número de empregados (-2,3 pontos).

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46 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

artigo

N o final do século XVII, os movimentos pró-republicanos no Brasil colonial mantinham dois emblemáticos eixos em suas campanhas:

indústria e universidade. Tal referência, há mais de 200 anos, já era considerada como sendo fundamental à tão sonhada República, como nos diz o filósofo e professor Roberto Romano, da Unicamp-SP. Podemos concluir, então, que o sonho republicano brasileiro já vislumbrava a produção do conhecimento associada ao desenvolvimento econômico e social, e, por que não dizer, à liberdade.

Hoje, quando já temos indústria e universidade, a produção científica e tecnológica no ambiente acadêmico, voltada para a sua aplicação nos ambientes industriais, ainda ensaia arranjos pontuais e setorizados, embora muito importantes. Em algumas áreas, com efeito, os investimentos em inovação tecnológica estão mais avançados, como na indústria do petróleo, mineração, siderurgia e informática.

O Governo Federal deu o primeiro passo para incentivar a inovação, criando, em 2004, a Lei da Inovação Tecnológica, que estabelece novos conceitos para este tema nas instituições de pesquisa e também no empresariado. Em 2008, a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) criou o Instituto de Inovação Tecnológica (Init).

Com sua economia diversificada e que cresce acima da média do país, o Espírito Santo vem consolidando uma nova cultura de inovação. O Governo do Estado, nos últimos anos, tem se mostrado sensível a essa questão, haja vista a criação da Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapes).

O Espírito Santo foi o primeiro Estado do país, também em 2008, a criar a sua Rede de Núcleos de Inovação Tecnológica (RNIT), que hoje atua articulada em três núcleos. Estes estão instalados na Ufes, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (Ifes), e no Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).

Esse conjunto de iniciativas não deixa margem para incertezas quando se trata de agregar novas tecnologias à produção industrial e de serviços. A Ufes está pronta para promover a transferência de tecnologia com segurança, garantindo o direito à patente dos inventos e, assim, influir no desenvolvimento econômico e social do Estado e do país. O investimento em inovação, além da potencial transferência de tecnologia, deverá estar associado à universalização do conhecimento, bem como à formação de recursos humanos qualificados em pesquisa.

A Ufes, no contexto atual, está preparada para essa relação com o setor produtivo, e já tem trabalhado nessa direção em algumas áreas, como na indústria do petróleo, por exemplo. Esse movimento, todavia, não deve se limitar às grandes empresas. Há que se investir mais arrojo na busca pela inovação. Hoje, a universidade tem 12 patentes depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) aguardando concessão, e outras 18 em fase de elaboração. Mas, se por um lado, a Ufes está preparada para esse movimento; por outro, o empresariado precisa compreender a importância vital da inovação nos seus diferentes empreendimentos. Na atividade industrial contemporânea, globalizada e altamente competitiva, a inovação é o diferencial que pode assegurar a sobrevivência e o crescimento do empreendedor.

Reinaldo Centoducatte é reitor da Ufes

IndústrIa e unIversIdade

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 47

IndústrIa EM aÇÃO

A pós o sucesso das duas primeiras edições do “Dia DE Associar-se”, realizadas em Colatina (21/03) e Cachoeiro de Itapemirim (04/04), no

dia 16 de agosto foi a vez de Aracruz receber o evento, que aconteceu no Centro Integrado Sesi-Senai do município. A programação especial tem como objetivo solidificar a relação entre sindicatos, Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), empresas e entidades do poder público no intuito de fortalecer o desenvolvimento em todo o Estado através da promoção do associativismo. O projeto é fruto da união entre Centro de Apoio aos Sindicatos (CAS) da Findes, presidentes e executivos dos sindicatos, diretores regionais da Findes, além de contar com a participação do Ideies, Sesi, Senai, IEL, Bandes, Banestes, Aderes e Sebrae-ES.

“A partir do momento em que o empresário se associa ao sindicato que o representa, ele está fortalecendo esta entidade que, por sua vez, terá maior representatividade junto ao poder público e segmentos organizados da iniciativa privada, gerando melhores resultados, maior

EmprEsários dE ArAcruz pArticipAm do “diA dE AssociAr-sE”

Marcos Guerra discursa para público

solidez e evolução do setor onde atua”, destacou o presidente da Findes, Marcos Guerra.

A metodologia de trabalho criada e implementada pela Findes nessa ação está sendo reconhecida nacionalmente e, recentemente, o “Dia DE Associar-se” foi adotado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) como modelo de promoção do associativismo a ser replicado em todas as Federações de Indústrias do país, já a partir do mês de outubro.

Sergio Rogerio de Castro, que presidiu a Findes de 1989 a 1992 e atualmente ocupa a presidência do Conselho Temático Superior de Assuntos Legislativos (Coal) da entidade, recebeu homenagem no “Dia DE Associar-se”, que aconteceu no dia 16 de agosto, na Regional da Findes em Aracruz.

O evento foi realizado no Centro Integrado Sesi- Senai IEL do município, que agora ostenta o seu nome. Atuais e ex-diretores da Findes também passaram a nomear salas e laboratórios da unidade.

Durante seu discurso, Sergio Rogerio lembrou de fatos importantes da época em que foi presidente da Findes e destacou que o Centro Integrado de Aracruz foi o primeiro projetado desde o início para Federação Sesi, Senai e IEL.

Ex-prEsidEntE sErgio rogErio dE cAstro é homEnAgEAdo Em ArAcruz

Sergio Rogerio de Castro com sua esposa, Ana Maria de Castro, entre os filhos Giuliano e Leonardo de Castro

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48 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

caso de sucesso

por Fabrícia Kirmse

J enipapina ou genipapina? Quando foi lançado no Estado, há mais de 50 anos, o famoso licor de jeni-papo da família Reggiani carregou em seu rótulo,

durante algum tempo, o nome da bebida escrito - equi-vocadamente - com a letra g. O erro de português não impediu que o produto caísse no gosto do consumidor. A correção veio depois, mas o licor já tinha ganhado o mercado capixaba.

Essa é apenas uma das boas histórias que ilustram a trajetória da Catuaba Indústria de Bebidas S.A, conhecida como Bebidas Reggiani, no Espírito Santo. A fábrica surgiu pelas mãos dos irmãos Honório Reggiani e Mário Reggiani, em 1949, no município de Araguaia, inicialmente com o nome Fratelli Reggiani.

Os irmãos já revendiam bebida no Estado, até que decidiram fabricar licor de jenipapo e foi um grande sucesso. “Virou tradição no Espírito Santo. Depois, corrigimos o nome para jenipapina, mas a bebida já vendia muito e teve quem achasse até que se escrevesse com g mesmo”, diverte-se Gibson Barcelos Reggiani (foto), filho de Honório Reggiani e sócio-proprietário da empresa.

O executivo conta que o tio, Mário Reggiani, era bastante habilidoso na arte de produzir bebidas, e acabou criando também a famosa catuaba. “Nossa empresa vendeu a primeira catuaba do país. Por muito tempo, só existiu ela no mercado. Fomos pioneiros”, orgulha-se. E foram justamente os bons resultados das vendas da catuaba que marcaram a ampliação dos negócios da empresa. O sucesso levou a fábrica a alçar voos mais altos, saindo do interior do Espírito Santo e se instalando em Cariacica.

Atualmente, a Bebidas Reggiani tem sede em Viana e conta com uma linha completa de destilados, vinhos,

coquetéis, gaseificados e outras bebidas de qualidade reconhecida. Acompanhando as novas tendências, a fábrica lançou os produtos Ice Off e, mais recentemente, o energético Start, hoje o carro-chefe da empresa, ambos voltados para o mercado jovem. As novidades ajudaram a modernizar a imagem da empresa. “Já chegamos a ocupar o terceiro lugar em volume de produção de Ice no país. Os energéticos estão na moda, por isso, vivemos uma ótima fase com esse produto”, conta Gibson Reggiani, que comanda a fábrica ao lado de seu irmão Honório Reggiani Filho.

Hoje, os negócios estão mais concentrados na Região Sudeste, mas a empresa, com cerca de 100 empregados, também vende para a Bahia (que consome 20% da produção) e, em menor percentual, para Pernambuco, Goiás e Distrito Federal. No total, incluindo todas as linhas, são produzidas, em média, por mês, 95 mil dúzias (caixas) de bebidas.

E os planos de crescimento não param. Está sendo feita uma reformulação nas linhas de produção e também há um projeto de construção de outra unidade fabril, agora no Rio de Janeiro. “A previsão é de concluirmos esse projeto até julho do ano que vem”, pontua o sócio-proprietário.

Gibson Reggiani também não para. Formado em Engenharia Civil, com doutorado em Engenharia de Produção, ele dirige a empresa, dá aulas na Universidade Federal do Espírito Santo, é presidente do Sindicacau e vice-presidente do Sindibebidas, além de diretor tributário na Findes. Sobre a história de sucesso da Bebidas Reggiani, um dos segredos, como revela, é estar atento às mudanças e exigências do mercado. “Tudo começou com a jenipapina e a catuaba, mas não paramos no tempo”.

BeBidas ReggianiSabor cheio de tradição

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50 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

por Heliomara Mulullo

IndústrIa crIatIva, a IndústrIa do futuroCrescimento econômico mundial aposta nas indústrias que priorizam a criatividade

inovação

A industria criativa tem conquistado o mercado mundial e seu conceito tem se tornado modelo para a economia moderna em diversos países,

por se tratar de uma fonte de ideias inovadoras e originais. Muito associada à criatividade, à habilidade e ao talento, este tipo de indústria tornou-se fundamental para a geração de riqueza, emprego e crescimento mundial.

“Temos visto que o nível de conceituação, informação e domínio sobre o assunto é muito vago. Confundem o assunto com sustentabilidade, terceiro setor, economia criativa” José Carlos Bergamin, presidente do Comitê da industria Criativa

Especialistas apontam que entre 2006 e 2009 a expansão da indústria criativa foi de 21%, frente a um crescimento de 6% da formal. A base de dados sobre o setor ainda é escassa, mas a estimativa é de que a atividade empregue 7.573 pessoas no Estado. No Brasil, além das poucas estatísticas disponíveis, a aplicação do conceito é recente. Mas na expe-riência mundial já surgiu até faculdade de indústria criativa, a exemplo da Austrália.

De olho nesse perfil de crescimento, a Federação das Indústrias do Espírito Santo - Findes tem desempenhado um papel pioneiro com o objetivo de unir atores visando a disseminar o conceito e fomentar ações voltadas a desen-volver este segmento.

Para isso, conta com uma ferramenta importante: o Comitê da Indústria Criativa, criado em julho de 2011 e oficialmente instalado em julho de 2012, quando realizou sua primeira reunião. O presidente é José Carlos Bergamin, empresário do ramo de confecções.

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Indústria Capixaba – FINDES 51Set/2012 – nº 302

“Esses grupos têm a responsabilidade de desenhar uma

metodologia para desenvolver

os setores nele inseridos. Teremos

como ponto de partida o

desenvolvimento da indústria moveleira,

de confecções e de rochas” Doria Porto,

diretor-executivo do Ideies

Uma das tarefas prioritárias do Comitê, segundo Bergamin, é a disseminação de conhecimento acerca do assunto. “Temos visto que o nível de conceituação, informação e domínio sobre o assunto é muito vago. Confundem com sustentabili-dade, terceiro setor, economia criativa. Para dar mais divulgação, incluímos no nosso Comitê o departamento de Marketing da Findes e, posteriormente, as assessorias das indústrias partici-pantes desse processo”, destacou Bergamin.

De acordo com o presidente, o comitê utilizará as salas de aulas para divulgar o conceito de industria criativa. “Concluímos que uma boa forma de promover a informação é colocá-la nas salas de aula. Daí o Sesi e o Senai terão papel fundamental. Assim, teremos todas as formaçãoes técnicas com o conceito bem definido, de modo a torná-lo público”, disse.

José Carlos Bergamin explica que o Sebrae também terá papel importante na divulgação do conceito correto de indús-tria criativa. “O Sebrae vai formular um projeto piloto que será aplicado em 600 empresas capixabas, das quais 50 preencherão um cadastro completo. A metodologia será toda desenvolvida pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional e Indústrial do Espírito Santo (Ideies). Três ou quatro destas empresas serão consideradas modelo para o Sebrae nacional”, destacou. A ideia é que o projeto, pioneiro no Brasil, seja implantado em dois anos e que sua base seja formada para se desenvolver enquanto arranjo produtivo.

Rota Imperial também faz parte do ComitêO Comitê da Industria Criativa conta com a participação

de representantes do Sistema Findes – incluindo o Instituto Rota Imperial, o IRI –, governo estadual, Sebrae, sindicatos, universidades, segmentos industriais voltados para a moda, propaganda, gastronomia e fabricantes de softwares.

O diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Espírito Santo (Ideies), Doria Porto, explica que o IRI passou a integrar o Conselho como uma das âncoras deste segmento.

O Comitê foi dividido em quatro grupos: moda; arquitetura e design de interiores; gastronomia, turismo e artesanato; software e aplicativos. “Esses grupos têm a responsabilidade de desenhar uma metodologia para desenvolver os setores nele inseridos. Teremos como ponto de partida o desenvolvimento da indústria moveleira, de confecções e de rochas. A metodologia desenvol-vida vai gerar um plano piloto que servirá de modelo para o Sebrae nacional”, anuncia Doria.

A proposta é ampliar e diversificar a capacidade produtiva do Espírito Santo, uma vez que sua economia ainda é muito atrelada às grandes indústrias aqui instaladas. O modelo a ser produzido seguirá os moldes aplicados na Inglaterra - país onde a economia criativa apresenta maior crescimento, com taxa de 8% ao ano, além de participação de 8,2% no PIB e 6,4% da força de trabalho empregada.

O mundO se rende à ecOnOmia dO futurOA indústria criativa é integrante da economia criativa, que no mundo já representa 7% do Produto Interno Bruto (PIB) e se destaca em países desenvolvidos, como Inglaterra, Estados Unidos e Austrália.Seu conceito ganhou destaque durante o governo do primeiro-ministro britânico Tony Blair (1997 a 2007), com uma série de incentivos a atividades que priorizam a criatividade, como software, design e mídia.Estima-se que tais indústrias tenham agregado à economia mundial um valor de aproximadamente US$ 3 trilhões no último ano. Isso implica uma participação de 7% na economia mundial. Além disso, a estimativa futura de crescimento é de 10% ao ano. No Brasil, embora não haja estudos consolidados sobre o tema, estima-se que tais indústrias respondam por algo em torno de 1% do PIB

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52 Indústria Capixaba – FINDES Set/2012 – nº 302

IndústrIa EM aÇÃO

Representantes do setor calçadista dialogam com diretores da Findes

O Sistema Findes, por meio do Programa de Desenvolvimento do Associativismo (PDA), promoveu no dia 29 de agosto o curso “Como evitar problemas trabalhistas?”. A capacitação foi realizada durante todo o dia na Regional da Findes em Aracruz, com a presença do consultor Eduardo Pastore, que atua como advogado trabalhista empresarial e associativo, além de autor do livro “O Trabalho Sem Emprego”. Cerca de 40 pessoas participaram do curso, entre elas, empresários e colaboradores de diversos sindicatos patronais como Siges, Sinconfec, Sindicacau, Sindimassas, Sindipães, Sindirepa, Sinduscon e Sindirochas.

A s indústrias de calçados de Cachoeiro de Itapemirim contam agora com uma importante ferramenta de gestão. O Sebrae realizou um diagnóstico com base

nas informações de 11 empresas do município e apresentou os resultados durante reunião promovida pelo Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados) em agosto, na regional da Findes de Cachoeiro. Entre os itens destacados pelo documento “Diagnóstico Setorial de Calçados de Cachoeiro de Itapemirim”, estão a identificação de pontos fortes e oportunidades para as fábricas da região.

O diagnóstico apontou como pontos fortes o empreendedorismo, a experiência das empresas e a consciência de que a coletividade é importante para o sucesso. Foram identificadas oportunidades a curto, médio e longo prazo, como metodologia de troca rápida de modelos, gestão financeira e

Ferramenta para calçadistas de cachoeiro

capacitação na regional de aracruz

Capacitação do PDA orientou participantes sobre questões trabalhistas

Uma comitiva de industriais, dentre eles o presidente da Findes, Marcos Guerra, realizou uma visita ao Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia (Cimatec) do Senai de Salvador (BA). Além dele, outros 18 presidentes de federações estaduais de indústrias estiveram presentes à visita na capital baiana. O convite foi feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para apresentar os projetos de Institutos Senai de Inovação a representantes de vários estados.

“Esta visita ao Cimatec se completa com as outras comitivas que levamos aos polos tecnológicos de Campinas (SP) e Florianópolis (SC) neste ano, e contribui para a conclusão do modelo que vamos seguir, que deve incluir parcerias com o Governo do Estado, entidades acadêmicas e o setor privado”, afirmou Guerra.

industriais visitam centro tecnológico na Bahia

Marcos Guerra (à esquerda), e outros 18 presidentes de federações das indústrias do país visitam as instalações do Senai Cimatec em Salvador (BA)

implantação da gestão dos indicadores de desempenho fabril, respectivamente.

Cachoeiro de Itapemirim é o maior polo calçadista do Espírito Santo, concentrando 25,7% das indústrias do setor. Além disso, o município responde por quase 50% dos 400 empregos diretos e indiretos gerados pelo segmento.

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“Isso nada mais é do que dar dignidade para o funcionário, desenvolver a função dele num ambiente de trabalho decente, que gere um mínimo de impacto para ele. Tenho a visão de que o ambiente de trabalho tem de ser uma extensão do ambiente familiar”, disse uma das proprietárias da Polita, Ana Cristina Abreu.

Ela conta que investir na motivação do funcionário tem dado resultados positivos. “Aqui, quase não há rotatividade. As pessoas trabalham satisfeitas. Nosso diferencial é que a empresa tem empregabilidade, as pessoas querem traba-lhar aqui. É por isso que não abro mão da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Quem faz o resultado acontecer? A equipe. Então, eu preciso ter uma equipe satisfeita”, a� rmou Cristina.

ConhecimentoA falta de conhecimento de muitas empresas com relação

à legislação é, para o médico do trabalho do Sesi Vitor Ferreira da Silva, um dos principais fatores que favorecem o desgaste físico e emocional do funcionário, acarretando o aparecimento de doenças ocupacionais. O prejuízo, segundo ele, afeta a todos.

por Fabiana Tostes

GINÁSTICA, MASSAGEM E ORAÇÃO NO DIA A DIA DO TRABALHADOR

Visando ao bem-estar do funcionário, empresas capixabas estão investindo em atividades saudáveis

SAÚDE

A equipe da Polita: refl exão e oração antes de iniciar o trabalho do dia

Segunda-feira, pouco antes das 7 horas. Já com as portas abertas e com uma mesa de café da manhã posta, a empresa começa a receber os primeiros funcionários.

Formada por 48 pro� ssionais, a equipe terá um momento de comunhão antes de iniciar em suas funções.

Enquanto participa da mesa, o grupo inicia um tempo de re� exão e oração, pedidos para que o dia de atividades comece e termine bem e um compartilhar de ideias para harmonizar o ambiente de trabalho. São 7h17 e começa a ginástica. Alongamento, aquecimento... Uma remexida para preparar e despertar o corpo para a jornada de atividades, que começa às 7h30. Mais tarde, na hora do almoço, uma nutricionista dará sua contribuição, caprichando na alimentação dos funcionários.

Assim é a rotina na Polita Mármores, de Cachoeiro de Itapemirim. Não só lá, mas em diversas outras empresas, investir na saúde, bem-estar e qualidade de vida para o funcionário deixou de ser uma opção para fazer parte da política do empresariado capixaba.

A experiência das pequenas e médias empresas capixabas demonstra que é possível ter resultados positivos usando ferramentas simples e baratas, com base em atividades criativas e cotidianas.

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“O empregado saudável trabalha mais satisfeito. Por estar satisfeito, ele é mais comprometido. Por ser mais comprometido, ele é mais produtivo” Fernando Ronchi, médico e gerente de Medicina e Saúde da ArcelorMittal Tubarão

O Sesi dispõe de uma série de ações para auxiliar a empresa a garantir melhor qualidade de vida ao funcionário a custo baixo - Alberto Fernandes Mathias, coordenador do Sesi

“Quando o funcionário é acometido de uma doença ocupacional, o prejuízo não é só dele. É também do empresário, do INSS, da sociedade em geral, que corre o risco de perder um profissional”, disse Vitor.

Durante as visitas às empresas, Vitor garante que procura conscientizar os empregadores. “Muitas empresas já têm se preocupado e investido nessa área. Sabemos que o investimento gera um custo, que pode fazer com que o empregador perca o interesse, mas o custo de uma ação trabalhista ou de um dano ao funcionário é bem maior”, disse o médico.

Para o professor de Educação Física e coordenador do Programa de Estilo de Vida do Sesi, Alberto Fernandes Mathias, investir na vida do funcionário vai além de evitar doenças e acidentes.

“É bom para a produção, para o relacionamento, para o bem-estar do trabalhador. Há toda a questão da qualidade de vida, da mudança de hábitos na busca por um estilo de vida mais saudável”, afirmou Alberto.

Ele explicou que um trabalhador ativo apresenta um índice menor de presenteísmo dentro do trabalho. “É fácil notarmos quando acontece o presenteísmo. É quando o funcionário está no local de trabalho, mas não está. O corpo está presente, mas a cabeça está longe. Ele não produz, ou produz pouco. Se damos uma atividade a ele, uma alimentação saudável, uma ginástica de 10 minutos que seja, isso faz com o que trabalhador desperte, fique atento ao serviço”, explicou.

Além do presenteísmo, outro inimigo das corporações é o absenteísmo, que são as faltas ao trabalho causadas por hábitos, comportamentos e estilo de vida de risco. “Quem sofre de pressão alta e não se cuida tem grandes chances de faltar ao trabalho”, disse Alberto.

Segundo o professor, as empresas têm se conscientizado e buscado parcerias. “O Sesi dispõe de uma série de ações para auxiliar a empresa a garantir melhor qualidade de vida ao funcionário e o custo é baixo”, contou.

Qualidade de vidaAlém da redução de acidentes e prejuízos e do aumento

na produção e nos lucros da empresa, talvez o maior ganho, que não pode ser contabilizado em números, seja a qualidade de vida alcançada pelo trabalhador que faz parte de uma organização que investe em sua vida.

Na ArcelorMittal Tubarão, todos os cinco mil funcionários fazem parte, ou já fizeram, de algum subprograma do Pró-Vida. Com o objetivo de reduzir os riscos à saúde e promover a qualidade de vida, o Pró-Vida atua com uma equipe multidisciplinar – composta por médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e outros – em diversas frentes, tais como: tabagismo, dependência química, estresse e recondicionamento biofísico.

Desde que começou, em 1993, o programa conseguiu reduzir a quase zero o índice de fumantes. “Em 1992, 34% dos colaboradores da empresa eram fumantes. Em 2009, apenas cinco funcionários fumavam e hoje, apenas três. Reduzimos a quase zero o tabagismo”, disse o médico e gerente de Medicina e Saúde da ArcelorMittal Tubarão, Fernando Ronchi.

Há nove anos à frente do programa, Fernando diz que os benefícios de a empresa investir no funcionário são incontá-veis. “São vários os benefícios: o empregado saudável trabalha mais satisfeito. Por estar satisfeito, ele é mais comprome-tido. Por ser mais comprometido, ele é mais produtivo. Outro ponto também é que o empregado saudável falta menos ao trabalho e também se acidenta menos. Isso se reflete em menores custos até para o plano de saúde, pois nosso foco maior passa a ser a prevenção, em vez do tratamento. Cada dólar investido em prevenção evita cinco dólares de tratamento”, garantiu Fernando.

Na empresa, todos os funcionários passam por exames médicos periódicos e se algum risco à saúde é detectado, o empregado é logo encaminhado para um programa específico. Outro dado que foi destacado pelo médico refere-se ao índice de funcionários que praticam atividade física, que alcançou 99,9% em 2011. Uma grande vitória para a empresa, para os trabalhadores e também para a sociedade.

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IndústrIa EM aÇÃO

Mais de 700 estudantes são esperados para as Olimpíadas do Conhecimento 2012, que acontecem entre 12 e 18 de novembro no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo. Trata-se da maior competição de educação profissional das Américas, reunindo estudantes do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de todo o país.

Os participantes são estudantes de até 21 anos que devem resolver desafios seme-lhantes aos enfrentados no ambiente real de trabalho. O espaço do evento, com 400 mil m², estará equipado com tecnologia de última geração. Entre os dias 14 e 17 a competição é aberta ao público, com uma estimativa de 300 mil visitantes por parte da organização.

O Espírito Santo terá nove alunos repre-sentando o Estado, matriculados nas unida-des de Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Serra e Vila Velha, competindo nas áreas de tornearia, CAD, Eletricidade Predial, Solda-gem, Aplicação de Revestimentos Cerâmicos, Eletricidade Industrial, Construção em Alvenaria, Confecção de Roupas, Instalação e Manutenção de Redes.

A Findes realizou, no dia 2 de agosto, o seminário “Como Defen-der Tarifas de Energia Elétrica mais Competitivas para a Indústria”. O evento teve como objetivo facilitar ao empresário capixaba a inter-pretação das contas de energia, informando sobre encargos e tributos incidentes e como estes influenciam nos custos e na competitividade das empresas. Depois de expor informações sobre o tema da ener-gia elétrica, Fábio Sales Dias, consultor da Confederação Nacional da Indústria (CNI), fez a análise de uma conta de energia junto com os participantes, para que posteriormente pudessem aplicar os conhe-cimentos adquiridos em suas empresas.

O Centro Integrado Sesi Senai Vila Velha foi o vencedor de duas categorias no Prêmio BipBop, oferecido pela empresa

paulista Schneider Eletric. A premiação aconteceu no dia 27 de julho, durante cerimônia em Campinas (SP). Desenvolvido em parceria com o Senai Nacional, o BipBop permite que jovens de comunidades carentes melhorem sua empregabilidade fazendo o curso de Introdução à Eletricidade Básica Residencial.

A unidade capixaba ganhou destaque na categoria Inovação, por ter criado uma turma composta somente por mulheres que, estudando aos domingos, foram preparadas para atuar na Construção Civil. Na categoria Impacto, quem ficou em primeiro lugar foi o aluno Natan Vieira de Oliveira, da turma 2010 do curso BipBop no Espírito Santo.

Senai-eS ganha prêmio por profiSSionalização de jovenS carenteS

olimpíadaS do conhecimento 2012

Seminário eSclarece Sobre conta de energia da indúStria

Empresários capixabas estiveram em Mato Grosso do Sul participando do 41º Encontro Nacional da Indústria de Cerâmica Vermelha, realizado em agosto, em Campo Grande (MS). O Sindicato da Indústria de Cerâmica (Sindicer-ES) levou uma comitiva formada por 32 empresários, de 19 empresas.

O Encontro é o mais importante do setor na América Latina e reú-ne empresários, sindicatos, associações, pesquisadores, fornecedores, ins-tituições públicas e privadas, organizações internacionais e consumidores. O evento também foi marcado por uma feira, a Expoanicer, que recebeu mais de três mil visitantes e teve movimentação financeira superior aos R$ 38 milhões da última edição, realizada em Vitória.

No Brasil, o setor cerâmico é composto por aproximadamente 6900 empresas, que geram 293 mil empregos diretos, 900 mil indiretos e fatura, anualmente, mais de R$ 18 bilhões.

capixabaS em mato groSSo

O gerente do Centro Integrado Sesi Senai Vila Velha, Ewandro Petrocchi, a docente de Elétrica, Gizele Poltronieri do Nascimento, e a presidente da Schneider Eletric do Brasil, Tania Consentino

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fatos em fotos

Show do Trabalhador Para homenagear o trabalhador capixaba, que contribui para o desenvolvimento econômico do Espírito Santo, o Sesi-ES, por meio do Sistema Findes, presenteou os profissionais dos mais diversos segmentos da economia capixaba com um show exclusivo do Grupo Roupa Nova. O show teve entrada gratuita e aconteceu no dia 28 de julho no Ginásio do Álvares Cabral, em Vitória.

1 – O Roupa Nova cantou seus maiores sucessos durante o Show do Trabalhador e emocionou a plateia 2 – Trabalhadores da indústria e colaboradores do Sistema Findes tiveram também oportunidade de se confraternizar durante o show 3 – Os diretores da Findes, Alejandro Dueñas, Ronaldo Azevedo, Vladimir Rossi, Flávio Bertollo 4 – Clara Orlandi, Ricardo Barbosa, Giane Guerra, o presidente da Findes, Marcos Guerra, o vice-presidente da Findes, Manoel Pimenta, Solange Siqueira, Paulo Henrique Teodoro e Alejandro Dueñas 5 – O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra e a sua esposa Giane Guerra também prestigiaram o Show do Trabalhador 6 – Integração total da banda e o público 7 – João Baptista Depizzol, Manoel Pimenta, Flávio Bertollo acompanhado do filho João Vitor Bertollo, Solange Siqueira, Alejandro Dueñas

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Cachoeiro Stone Fair 2012O Parque de Exposições Carlos Caiado Barbosa recebeu a Cachoeiro Stone Fair 2012 entre os dias 28 e 31 de agosto. Estiveram presentes 220 expositores de vários estados do Brasil e de países estrangeiros que apresentaram as principais novidades do setor de rochas ornamentais.

1 – O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, o secretário de Desenvolvimento, Márcio Félix e o diretor da Findes em Cachoeiro de Itapemirim e Região, Aureo Mameri. 2 – Um dos momentos de destaque na solenidade foi a passagem da presidência do Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Espírito Santo (Sindirochas), de Emic Malacarne Costa para Samuel Mendonça 3 – O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, discursou na abertura do evento e destacou a importância do setor para a economia capixaba 4 – Márcio Félix, Emic Malacarne Costa, Marcos Guerra, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, o vice-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, Braz Barros, e o presidente do Sindirochas, Samuel Mendonça fizeram o descerramento da faixa de abertura da Stone Fair Cachoeiro de Itapemirim

ES Móvel Show Promovida pelo Sindicato das Indústrias da Madeira e do Mobiliário de Linhares e Região Norte do Espírito Santo (Sindimol), a feira apresentou os lançamentos e negócios do setor moveleiro no Espírito Santo. Paticiparam 110 expositores de diversos estados do Brasil, que estiveram reunidos no entre os dias 28 e 31 de agosto no Pavilhão de Carapina.

1 – Almir Gaburro fez a abertura do evento 2 – Marcos Guerra, o prefeito de Vitória João Coser, Almir Gaburro, o governador Renato Casagrande, Luiz Rigoni e Márcio Felix. 3 – Márcio Felix, Manoel Giacomin, Almir Gaburro, Luiz Henrique Toniato, Marcos Guerra, o Governador Renato Casagrande e Ortêmio Locatelli

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fatos em fotos

A vida de Helcio Rezende Dias no “Contando Histórias”Figura reconhecida no meio empresarial e associativista capixaba, Helcio Rezende Dias foi o grande homenageado na 8ª edição do Projeto Contando Histórias. O evento aconteceu no último dia 11 de julho, no Salão da Indústria, no Edifício Findes. De forma descontraída, o ex-presidente da Findes pincelou os principais momentos da sua trajetória de vida, do fato de ser sobrinho neto de Tiradentes aos inúmeros trabalhos que realizou e ainda realiza em prol do desenvolvimento do Espírito Santo.Nomes importantes da economia e política capixaba participaram do evento. Confira os flashes:

1 – Marcos Guerra entrega a obra “Contador de Histórias” para Helcio Rezende Dias 2 – O homenageado da noite e seus familiares 3 – A deputada estadual Luzia Toledo e o homenageado 4 – Representantes do Sindipães prestigiaram o evento.

Mec Show Durante quatro dias a MEC SHOW 2012 – Feira da Metalmecânica, Energia e Automação reuniu empresários, representantes e compradores deste importante setor da economia capixaba. A quinta edição da feira aconteceu entre os dias 24 e 27 de juhlo no Pavilhão de Exposições de Carapina.

1 – Sergio Rogerio de Castro, o senador Ricardo Ferraço, Paulo Hartung e Luiz Alberto de Souza Carvalho 2 - O presidente do CDMEC, Antônio Falcão, Luiz Alberto de Souza Carvalho e Rusdelon Rodrigues de Paula 3 - O presidente do Sindifer, Luiz Alberto de Souza Carvalho, o governador Renato Casagrande, o vice-governador Givaldo Vieira, Antônio Falcão e Benildo Denadai 4 - Governador Renato Casagrande, Givaldo Vieira, Antônio Falcão, Fernando Schettino e o presidente da Findes Marcos Guerra durante apresentação de equipamentos

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Vitória Moda ShowO maior evento de moda do Espírito Santo chegou a sua quinta edição com o tema “Os Quatro Elementos – Ar, Terra, Fogo e Água – e a Sustentabilidade”. Participaram do Vitória Moda Show 82 marcas que apresentaram as novas tendências no Centro de Convenções de Vitória durante os dias 25, 26 e 27 de julho

1 – Os modelos no final do desfile 2 – Clara Orlandi e Célia Izoton 3 – Geandra e Giane Guerra 4 – Edvaldo e Juliana Vieira 5 – José Eugênio Vieira, Márcio Félix, Clara Orlandi e prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski 6 – Marcos Guerra, Maria Virgínia Casagrande, Hilda Cabas e Beth Kfuri 7 – Roberta e José Carlos Bergamin 8 – Zenaide Vieira, o ator José Loreto, o presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário Paulo Vieira e a atriz Débora Nascimento

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N os 15 anos que se passaram desde que o Programa Integrado de Desenvolvimento e Qualificação de Fornecedores (Prodfor) foi criado, em 1997,

o Espírito Santo viveu grandes mudanças em sua economia. E os pequenos e médios fornecedores capixabas ganharam uma ferramenta que lhes possibilitou fazer parte desse processo de desenvolvimento econômico. Nesse período, o Prodfor se consolidou como uma via de qualificação primordial, e tem ajudado os fornecedores do Espírito Santo a fazer negócios não somente com as grandes empresas instaladas no Estado,

mas também a participarem de uma cadeia de suprimento que os habilita a fornecer até para empresas de outros países.

Por meio do trabalho realizado pelo Profdor nesta última década e meia, as 11 empresas mantenedoras do programa – ArcelorMittal Cariacica, ArcelorMittal Tubarão, Canexus, Cesan, EDP Escelsa, Fibria, Garoto, Petrobras, Samarco, Vale e Technip – passam a poder escolher seus fornecedores entre uma lista composta por mais de 500 empresas locais certificadas, que adequaram suas rotinas de produção ao Sistema de Gestão da Qualidade em Fornecimento (SGQF).

Todas essas conquistas não seriam possíveis sem o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes). O Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES), integrante da Federação, atuou diretamente na criação do programa e desenvolveu sua metodologia, sendo responsável até hoje pela operacionalização. O presidente do Sindicato da Indústria de Papel e Celulose do Estado do Espírito Santo (Sindipapel), José Bráulio Bassini, presidia a Findes à época da criação do Prodfor, e foi testemunha dos desafios superados para que o programa fosse implantado efetivamente. Ele conta que a ideia de desenvolver a metodologia foi impulsionada principalmente pelas grandes plantas industriais que o Espírito Santo recebia, e partiu da necessidade de fornecedores locais para esses empreendimentos.

O ex-presidente também destaca o papel da Findes para que o Prodfor se consolidasse. “A sugestão de criar o Prodfor

Prodfor comemora 15 anos de atuação em Prol da indústria

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“A credibilidade de um sistema se dá quando há um reconhecimento de ambos os lados, que é o que está acontecendo com o Prodfor”Benizio Lázaro, diretor da Findes para assuntos do IEL-ES

Nesses 15 anos de história, o Prodfor qualificou mais de 500 fornecedores locais, que tiveram expressiva

melhora em seu desempenho depois da certificação

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partiu da nossa gestão. Apresentamos a possibilidade às grandes empresas, e conseguimos agrupá-las no programa. Além disso, demos todo o suporte que o Prodfor precisava para se desenvolver e realmente ganhar forma. A metodologia foi desenvolvida pelo IEL e a Federação entrou com toda a logística necessária”, comenta José Bráulio.

Além das mantenedoras, as pequenas e médias empresas capixabas, que tinham interesse em fornecer para os grandes projetos, também aprovaram a ideia. Como destaca o atual presidente da Findes, Marcos Guerra, foi através do Prodfor que as mesmas micro e pequenas empresas que se qualificaram com o intuito de fornecer para as mantenedoras acabaram por ampliar sua rede de negócios. “Ser certificada significa abrir portas para fora do Estado ou mesmo do país. Algumas dessas empresas, inclusive, tornaram-se de médio ou grande porte após a certificação pelo Prodfor”, comenta Guerra.

Não só as empresas evoluíram, mas também o programa foi se adaptando à realidade do Estado, buscando novas certificações e focando em outros setores econômicos. “O Prodfor começou inicialmente atendendo à indústria metalmecânica, pois as grandes plantas industriais que estavam surgindo ou sendo ampliadas no Espírito Santo demandavam uma cadeia de fornecedores qualificados. Mas, nos últimos anos, o programa se democratizou, ampliando-se para segmentos como tecnologia da informação (implementação e gestão de sistemas), alimentos e bebidas (fornecimento para grandes empresas), vestuário (uniformes), construção pesada (plantas industriais), moveleiro (mobília para as empresas) e mesmo os que não sejam necessariamente da indústria, como comunicação e lavanderia, entre outros”, explica Marcos Guerra.

O atual diretor da Findes para assuntos do IEL-ES, Benizio Lázaro, analisa a participação do Instituto no sucesso do Prodfor. “A seriedade com que o IEL-ES conduz o programa tem feito a diferença. Ele pode ser

muito bem pensado, muito bem intencionado, mas se não for levado de forma séria a coisa não funciona. Essa parte da execução é importante e faz com que seja um programa com reconhecimento não só estadual, mas também no Brasil”, destaca Benizio.

Bons resultadosO sucesso do Prodfor é comprovado periodicamente

pelas pesquisas de resultados que o programa realiza junto aos fornecedores certificados. No dia 7 de agosto, o programa apresentou uma pesquisa que constata como a certificação vem aumentando a competitividade das empresas capixabas que decidem aderir à metodologia de gestão da qualidade desenvolvida pelo Prodfor.

Os dados foram apresentados em uma reunião realizada no Edifício Findes e que contou com a participação de representantes das empresas mantenedoras e do Sebrae-ES, que atualmente participa como parceiro estratégico e institucional.

De acordo com a pesquisa, realizada pelo IEL no período de 2006 a 2010, as compras locais subiram de 1% para 41%, ampliando a geração de negócios, empregos e renda para os fornecedores e trabalhadores. A receita média das empresas certificadas subiu de R$ 3,7 milhões para R$ 21,4 milhões.

A pesquisa constatou ainda que as fornecedoras também passaram a contratar mais, registrando um aumento médio na geração de empregos 10,5%. “O Prodfor se tornou uma ferramenta indispensável de desenvolvimento, trazendo conceitos como padronização, aperfeiçoamento de processos e maior controle sobre registros”, afirmou o coordenado- executivo do Prodfor, Luciano Raizer.

A sugestão de criar o Prodfor partiu da nossa gestão. Apresentamos a possibilidade às grandes empresas, e conseguimos agrupá-las no programa” - José Bráulio Bassini, ex-presidente da Findes

“Ser certificada significa abrir portas para fora do Estado ou mesmo do país.

Algumas dessas empresas, inclusive, tornaram-se de médio ou grande porte

após a certificação pelo Prodfor”Marcos Guerra, presidente da Findes

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cursos e cia

O Sistema Findes se consolida como referência em educação e qualificação profissional para os capixabas. O resultado foi comprovado

no Recall de Marcas 2012 - pesquisa feita pela Rede Gazeta anualmente, cuja premiação foi entregue no dia 11 de setembro.

No resultado da pesquisa 2012, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) conquistou o prêmio, pelo 4º ano consecutivo, na categoria “Educação Profissional”. Já o Serviço Social da Indústria (Sesi) levou o prêmio de “Educação Infantil” pelo 3º ano consecutivo.

Segundo a superintendente do Sesi e diretor regional do Senai-ES, Solange Siqueira, as instituições se conso-lidam perante a opinião pública, consumidores e clientes.

SeSi e Senai em primeirO lugar na lembrança dOS capixabaS

Senai foi o mais lembrado na categoria “Educação Profissional”

e Sesi, na “Educação Infantil” do Recall de Marcas 2012

curso período

Desenvolvendo as Habilidades do Líder nas Relações Interpessoais 01 e 02/10

Gestão de Pequenos Negócios - Empreendedorismo 01 a 04/10

Atender com Foco no Cliente 01 a 04/10

Gestão de Custos Empresariais 01 a 05/10

Inteligência Comercial Internacional 08 a 10/10

Interpretação da OHSAS 18001:2007 15 a 18/10

Cálculos Trabalhistas 15 a 19/10

Planejamento Estratégico na Prática 15 a 19/10

Pós-vendas, uma importante ferramenta de Marketing! 18 e 19/10

Branding - Introdução à Gestão de Marcas 22 a 25/10

Técnicas de Negociação 22 a 25/10

Transformando Chefes em Líderes 22 a 26/10

Técnicas de Seleção e Entrevista para Iniciantes 23 e 24/10

Workshop - Os Sete Pilares da Liderança 29/10

Desenvolvimento de Equipe de Atendimento 29 e 30/10

Gestão Eficaz do Tempo 29 e 30/10

ProGraMaÇÃo De cursos ieL

as entidades que integram o sistema Findes conquistaram o prêmio recall de Marcas 2012

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Set/2012 – nº 302 Indústria Capixaba – FINDES 65

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS SEnAi

SENAI VItórIA

Curso Período

Auto Cad 15/10 a 30/10

Mecânica Industrial 22/10 a 21/11

Instrumentação Industrial Básica 08/10 a 20/11

NR 10 08/10 a 24/10

Reciclagem para Motorista Infrator 15/10 a 25/10

Reciclagem para Motorista Infrator 29/10 a 09/11

SENAI SErrA

Caldeireiro 01/10 a 13/12/2012

Torneiro Mecânico 15/10 a 04/03

SENAI VIlA VElhA

Técnico em Edificações 04/02/2013

Técnico em Eletrotécnica 04/02/2013

Técnico em Alimentos 04/02/2013

Técnico em Eletrotécnica 04/02/2013

“O Sesi é uma entidade robusta, que busca atender às necessidades dos trabalhadores e seus dependentes. Nesses 61 anos de história, amadurecemos, adquirimos experiência e buscamos a inovação sem perder a qualidade e a essência de nossa missão”, ressalta.

De acordo com Solange, nos últimos anos a entidade ampliou sua parceria com empresários e trabalhadores da indústria no Espírito Santo, exercendo papel fundamental no desenvolvimento social, seja por meio da educação ou da prestação de serviços nas áreas de saúde, educação, lazer, esporte, cultura e responsabilidade social. “O Sesi é uma instituição séria, com uma gestão responsável e que desfruta de respeito e reconhecimento no cenário do Espírito Santo e em nível nacional. A entidade é considerada o braço social da indústria capixaba”, destacou Solange Siqueira.

Sobre o Senai, a diretora regional declarou que conquistar pela quarta vez consecutiva o primeiro lugar no Recall mostra que a entidade está no caminho certo, cumprindo sua missão de qualificar mão de obra. “O sucesso do Senai está relacionado à sua capacidade de

Interior

Cidade Curso Período

Cachoeiro Gestão de Custos Empresariais 23 e 24/11

ColatinaFormação de Auditor Interno 04, 05 e

06/10

Cálculos Trabalhistas 09 e 10/11

linhares Formação de Auditor Interno 08, 09 e 10/11

PROGRAMAÇÃO DE CURSOS iEL

se adaptar às novas demandas de educação profissional. Buscamos acompanhar o desenvolvimento da indústria capixaba, formando profissionais adequados. Muitas vezes as indústrias procuram o Senai espontaneamente para a formação de parcerias, visando à qualificação de trabalha-dores em diversas áreas”.

infORMAÇõES E inSCRiÇõES:

Edifício finDES – Tel: (27) 3334-5755/5756/5758 • Inscrições e informações também pelo site www.iel–es.org.br • SENAI Serra – Tel: (27) 3341-3918 • SENAI Vitória – Tel: (27) 3334-5201 • SENAI Vila Velha – Tel: (27) 3399-5800 • Mais informações sobre os cursos no site: www.es.senai.br.

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artigo

A indústria gráfica brasileira vive um momento desafiador. Após atormentar segmentos produ-tivos como os de confecções, calçados e máquinas,

a China vem ampliando sua participação no mercado gráfico nacional. Assim, aliado a outros entraves enfrentados pelo setor, como elevada carga tributária e baixa oferta de mão de obra qualificada, esta vem se tornando uma das principais ameaças à ampliação de nossa competitividade.

Além de fabricar produtos como eletrodomésticos, a China fornece a embalagem final personalizada para cada produto. O avanço das importações também chegou ao mercado de livros didáticos, fazendo com que alunos brasileiros já estudem com impressos oriundos do país. O Governo Federal é o principal cliente das editoras, respondendo por 24,4% das compras de livros no Brasil. Até mesmo a Bíblia, livro mais vendido no mundo ocidental, passou a ser fornecida pelos chineses.

Esses fatores aumentaram a concorrência interna, pois grandes empresas fornecedoras de embalagens e do segmento editorial passaram a realizar serviços menores e a concorrer com as micro ou pequenas, que formam 98% do setor.

A partir dessa tendência, a dinâmica do segmento foi alterada, visto que a produção de embalagens corresponde à maior fatia dos negócios da indústria gráfica nacional (39%), seguida de editorial (30%) e promocional (10%).

Outro dado que precisa ser analisado com atenção é a ampliação do déficit na balança comercial do setor gráfico. De 2010 para 2011, a diferença entre importados e exportados subiu de R$ 160,6 milhões para R$ 350 milhões.

No primeiro semestre deste ano, a mordida do dragão chinês e a crise econômica foram as principais responsáveis pelo fraco desempenho, que já vinha lento desde o fim de 2011. De janeiro a junho de 2012, a atividade registrou retração estimada em 10%.

A indústria gráfica está se reinventando para poder lidar com essa concorrência. Nos últimos anos, o investimento em tecnologia e inovação possibilitou o barateamento de alguns produtos, como os livros, que desde 2004 acumula queda de 44% nos preços, considerando a inflação do período.

O início da campanha eleitoral em 2012 foi o principal alento para os empresários, em virtude do aumento da demanda por banners, cartazes e panfletos, gerando incremento na produção e criando empregos temporários. O crescimento das encomendas nesse período pode chegar a 20%, garantindo um crescimento anual de cerca de 5%, o que evitaria a repetição do resultado negativo de 2011.

Apesar de ser pouco favorável, o cenário que se apresenta não sentencia o setor ao fracasso. O momento é oportuno para que as indústrias gráficas brasileiras se unam, tracem estratégias conjuntas, analisem o setor como um todo e aumentem sua força política. Basicamente, é preciso mostrar

a força do associativismo.A união do setor, através de uma instituição

politicamente forte e representativa, como o Siges/Abigraf-ES, aumenta o peso das reivindicações da indústria. O associativismo constitui-se em uma ferramenta estratégica para cobrar do Governo uma solução que evite o colapso de um mercado como o gráfico, e que gera 220 mil postos de trabalho no país.

Com o trabalho desenvolvido pelo sindicato, fortalecido pelo apoio das indústrias, é possível encontrar soluções para os entraves do setor. São eventos, palestras, cursos de capacitação, participação em feiras e missões internacionais, que contribuem para manter as empresas atualizadas com o que há no mercado brasileiro e mundial.

João Baptista Depizzol é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Espírito Santo (Siges)

Dragão chinês ameaça gráficas

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