Revista Petrópolis

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Petrópolis Rio de Janeiro Novembro 2010 Distribuição Gratuita Nº 21 Confira a Programação Cultural Petrópolis Gourmet e a produção de orgânicos Petrópolis Gourmet e a produção de orgânicos Petrópolis Rio de Janeiro Novembro 2010 Distribuição Gratuita Nº 21 Confira a Programação Cultural Joaquim Nabuco [] + Tesouros da Arquitetura: Entrevista Pery de Canti Bisbilhoteca Acervo livros falados Igreja Nossa Senhora do Rosário

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Edição 21 - novembro de 2010.

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Page 1: Revista Petrópolis

PetrópolisRio de JaneiroNovembro 2010Distribuição Gratuita

Nº 21Confira aProgramação Cultural

Petrópolis Gourmet e a produção de orgânicosPetrópolis Gourmet e a produção de orgânicos

PetrópolisRio de JaneiroNovembro 2010Distribuição Gratuita

Nº 21Confira aProgramação Cultural

Joaquim Nabuco

[ ]+Tesouros da Arquitetura:

Entrevista

Pery de Canti

Bisbilhoteca

Acervo livros falados Igreja Nossa

Senhora do Rosário

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Petrópolis tem o que comemorar!

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05 de novembro

Rui Barbosa

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Plano Municipalde Cultura

Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

CULTURA:

Petrópolis tem

o que comemorar! 05 de novembro foi definido como o Dia Nacional da

Cultura por marcar o nascimento em Salvador, em

1849, de Rui Barbosa, que após ter uma vida

dedicada à sociedade brasileira em várias frentes,

veio a falecer, em 01 de março de 1923, aqui em

Petrópolis. Na ocasião, foram concedidas ao mestre

honras de Chefe de Estado. O corpo foi velado na

Biblioteca Nacional e enterrado no Cemitério São

João Batista/RJ, com grande acompanhamento

popular, em 04 de março.

Dos tempos do grande Rui até aqui, muita coisa

mudou na concepção de cultura e gestão cultural no

Brasil, e os estados e cidades têm se esforçado em

acompanhar esta evolução.

E que visão de cultura e de política cultural é esta? É

o entender da cultura como um processo

permanente, que inclui uma série de frentes (desde

as expressões artísticas clássicas, até as

manifestações culturais de gênero, etárias, étnicas,

etc.) e um olhar transversal (a cultura perpassa e

dialoga) com quase todas as áreas, principalmente

as sociais, como Educação, Saúde e Meio

Ambiente. A partir desta premissa, a diretriz geral é

de institucionalizar as ações e programas,

transformando-as em projetos permanentes, de

Estado e não conjunturais, de Governo.

Vem desta visão estratégica a inspiração para o

Sistema e o Plano Nacional de Cultura. O primeiro,

como um gestor compartilhado - entre os entes

federal, estaduais, municipais e a sociedade civil -

de toda a política cultural. E o segundo, como a

“Carta Magna” orientadora das proposições que dão

vida e irão reger a cultura por um período específico,

independente do governo que a dirija.

Em Petrópolis, há um ano, em outubro de 2009

realizamos a I Conferência Municipal de Cultura,

considerada por todos como um marco. Desde

então, o Conselho Municipal de Cultura/CMC, com

maioria da sociedade e sem abrir mão de sua ação

fiscalizadora, tem sido ativo e junto à Fundação de

Cultura e Turismo de Petrópolis, e com os diversos

movimentos artísticos e culturais, elaborou as

propostas de Plano e Sistema Municipal de Cultura.

O Plano Municipal de Cultura (com vigência de

2011-2020), teve a participação de 98 entidades e

grupos e foi apresentado à sociedade petropolitana

em uma audiência pública (28/09), definida como

histórica pelo Profº Adair Rocha, Representante do

Ministério da Cultura, no Rio de Janeiro. A proposta

seguirá junto com a minuta de criação do Sistema

para a Câmara Municipal. Após o trâmite legislativo,

as áreas artísticas e culturais e a sociedade terão

dois importantes instrumentos de ação, proposição

e apoio permanentes.

O que diria, neste 05 de novembro de 2010, Rui

Barbosa, homem das letras, parlamentar e jurista,

sobre nosso dever de casa? Nosso palpite é que

aprovaria: Petrópolis, Dez com louvor em política

cultural!

Page 4: Revista Petrópolis

A REVISTA DA CULTURA E DO TURISMO

PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi

FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Charles Rossi

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP)

TEXTOS: Isabela Lisboa, Eliane Maciel e Letícia Affonso

GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack

DESIGN GRÁFICO: Beatriz Galvão e Ná Gabrich | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma

CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201

Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares

Fale conosco: [email protected]

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Page 5: Revista Petrópolis

Igreja Nossa Senhora do RosárioRua Floriano Peixoto - Praça da Inconfidência, CentroAberta, diariamente, das 7h às 18h

Serviço:

Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo 05

Texto: Letícia Affonso | Fotos: Isabela Lisboa

Agradecimento: Professor Jeronymo Ferreira Alves Netto – IHP

ovembro é o mês que se comemora a

Semana da Consciência Negra,

dedicada à reflexão sobre a inserção

do negro na sociedade brasileira.

Para homenagear a data, o Tesouros

da Arquitetura traz um pouco da

história de um templo religioso que surgiu da fé e do

suor de escravos libertos. Ajudados pelo conselheiro e

abolicionista Joaquim Firmino Pereira Jorge, que doou

o terreno, os ex-escravos construíram a Capela através

de esmolas arrecadadas. Inaugurada em 1882, teve

seu funcionamento aprovado pelas autoridades

eclesiásticas e a benção das imagens da Virgem do

Rosário e São Benedito – que atualmente estão

guardadas, para que não haja desgaste da boa

conservação das mesmas.

Localizada na Praça da Inconfidência, a congregação

era formada em sua maioria por descendentes de

escravos. Porém, com o passar dos anos, a Capela

sofreu as ações do tempo e sua estrutura tornou-se

fraca. Por motivos de segurança, decidiu-se construir

um novo templo, maior e mais elaborado, no mesmo

local. Em 1953, Monsenhor Gentil lançou a pedra

fundamental da construção dando início às obras, sem

interromper as atividades religiosas que eram

realizadas diariamente no local. Para tanto, a capela original

foi preservada enquanto a nova era construída ao redor

desta, de modo que o público pudesse participar das missas

normalmente e sem riscos.

Depois de 25 anos de obras, a Igreja Nossa Senhora do

Rosário finalmente comemorou o término da construção. A

nova igreja ganhou um belíssimo altar esculpido em

mármore e um órgão eletrônico, o primeiro desse tipo em

Petrópolis. Os sinos da torre – que, no passado, pertenceram

à Catedral São Pedro de Alcântara – foram transferidos para

a Igreja do Rosário em 1964, quando um novo conjunto de

sinos alemães foi instalado no lugar dos antigos.

Segundo o historiador Jeronymo Ferreira Alves Netto, a

construção era muito moderna para a época, não possuindo

um estilo arquitetônico definido. No interior do prédio, a

decoração é simples e elegante: a Via Crucis pintada em

azulejos ilustra as paredes, que são de um tom suave de

salmão.

Cercada por construções dos séculos XIX e XX, a aparência

original da igreja integra-se ao ambiente com perfeição,

conferindo um aspecto delicado a esta parte da cidade.

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Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo06

Fotos: Isabela Lisboa

Fotos: Isabela Lisboa

Após 46 reuniões e fóruns populares e uma grande

Audiência Pública que reuniu mais de 200 pessoas, foi

concluída a elaboração do Plano Municipal de Cultura.

Durante os 10 dias em que ficou disponível na internet,

para leitura do público, foram recebidos 25 novos projetos

que passaram a integrar o Plano. A próxima fase será o

envio à Câmara dos Vereadores para aprovação.

Plano Municipal de Cultura

Semana da Consciência Negra traz programação diversificada

Para comemorar o Dia da Consciência Negra (20 de novembro),

a Fundação de Cultura e Turismo programou diversas

atividades do dia 15 ao dia 20, no Centro de Cultura Raul de

Leoni e na Praça da Liberdade. Serão apresentações de danças

folclóricas, música típica, teatro, cinema e muito mais,

gratuitamente, para o público conhecer e se deliciar com a

cultura das raízes africanas. Para saber datas e horários dos

eventos, confira a nossa programação cultural ou acesse:

www.petropolis.rj.gov.br

Língua de Trapo comemoraDia Nacional da Cultura Em comemoração ao Dia Nacional da Cultura, a Cia. Teatral

Língua de Trapo apresenta no dia 5 de novembro o seu

mais novo espetáculo, Tukutuka nu Brasil, às 19 horas na

Praça Dom Pedro. A peça conta de forma satírica fatos dos

últimos cinquenta anos de história do nosso país, que

contribuíram para a enorme “mistura cultural” na qual o

Brasil se transformou. Na peça, os personagens desfiam

suas memórias e nelas a plateia recorda a vida do brasileiro

desde a década de 60. Com direção de Iara Rocha, e

Raphael Teixeira e Paulo Marcos de Carvalho no elenco.

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Foto: Divulgação

Page 7: Revista Petrópolis

Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo 07

Natal de Luz 2010Começa no dia 26 de novembro o Natal de Luz

2010, evento que promete encantar moradores

e visitantes da cidade. Até 23 de dezembro, o

público poderá conferir mais de 100 atrações,

além de se encantar com o Centro Histórico

Iluminado. Apresentações de teatro, bandas,

orquestras sinfônicas, corais, cinema e muito

mais, esperam por você e toda sua família.

Confira a programação completa no site

www.petropolis.rj.gov.br/fctp. F

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Os principais monumentos históricos de Petrópolis

poderão ser vistos em alguns minutos e poucos

passos. A partir do dia 13 de novembro, a exposição

permanente “MiniaTUR”, de Carlos Stumpf, passa a

ter lugar no Palácio de Cristal. São várias maquetes

que representam com detalhes alguns dos mais

visitados pontos turísticos de Petrópolis. As peças

confeccionadas em madeira têm, em média, 1metro de

altura. Algumas reproduções são bastante realistas: a

torre da Catedral possui iluminação e a fonte da Praça

da Câmara Municipal, funciona como a original.

Petrópolis em Miniaturas

Inauguração da UPA em Cascatinha reforça a infraestrutura

A segunda Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de

Petrópolis, inaugurada no dia 30 de setembro,

representa mais um reforço na infraestrutura da cidade.

Pacientes de pequenas e médias emergências

poderão ser atendidos na unidade. O local conta com

equipamentos de alta tecnologia e excelentes

instalações, garantindo segurança e bom atendimento

na hora de cuidar da saúde. A UPA de Cascatinha

atenderá todo o bairro e adjacências, além de

beneficiar quem estiver de passagem pela região.

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Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo08

Texto: Eliane Maciel l Fotos: Isabela Lisboa

E m 2010, o Petrópolis Gourmet comemora dez

anos. E quem provar qualquer prato do menu

especialmente preparado para o evento,

pode ter certeza: além da experiência única de

sabor, estará desfrutando, pelo menos, de um

ingrediente orgânico. Marca do cidadão

“antenado” do séc. XXI, a opção do Petrópolis Gourmet

ressalta um mercado em franca expansão no qual Petrópolis

se destaca, mais uma vez, pelo pioneirismo.

Segundo o Portal do Agronegócio, a Região Serrana é

responsável por 70% das verduras, frutas e legumes

consumidos no estado do Rio: e Petrópolis foi a precursora na

busca de alternativas alimentares mais saudáveis,

associadas a um “modelo de produção limpo”. Está lá, para

quem quiser conferir: a Carta de Petrópolis, de 1984, traduz o

empenho de cerca de 1.800 cidadãos para colocar temas hoje

obrigatórios, como o desenvolvimento sustentável e o

consumo consciente, na agenda prioritária do país. Os últimos

anos provaram que suas propostas iam além do combate aos

agrotóxicos e aditivos químicos. As ameaças do aquecimento

global, e o esgotamento dos recursos naturais, transformaram

em tendência mundial os modelos de produção que

privilegiam o manejo sustentável e a harmonia duradoura

entre os humanos e o planeta.

Passados mais de 25 anos da Carta de Petrópolis, dados do

Ministério da Agricultura informam que o Brasil já produz uma

ampla gama de produtos orgânicos (hortaliças, grãos como

soja, milho e café, diversas frutas e produtos de origem

animal). Porém, apenas 3% do nosso território é dedicado a

este tipo de agricultura: muito pouco, se pensarmos que

países como a Áustria já ocupam cerca de 20% do território

com orgânicos, por conta da fatia considerável que eles

representam no mercado europeu. Não é pouco: em todo o

mundo, os orgânicos movimentam mais de US$ 26 bilhões

anuais - e US$ 100 milhões, no Brasil. Trata-se de um filão que

não para de crescer: nos EUA, a demanda por alimentos

orgânicos já supera a oferta – e aqui mesmo, no Brasil, este

mercado cresce nada menos que 50%, ao ano.

Para ser considerado, de fato, orgânico, o produto deve

obedecer rígidas normas de certificação: mas o amplo

potencial deste mercado compensa o investimento. Desde os

anos 1990, surgiram na cidade empreendimentos que

levaram a sério esta vertente do agronegócio, para atender à

demanda local e, também, ao Rio de Janeiro. A Fazenda

Cafundó, por exemplo, oferece mais de 70 tipos de hortaliças

– inclusive flores comestíveis, minilegumes e miniverduras –

cuja riqueza seduz os olhos e o paladar. Todos os produtos

são certificados pela Associação de Agricultores Biológicos do

Page 9: Revista Petrópolis

Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo 09

Estado do Rio de Janeiro (ABIO) e a Fazenda Cafundó

entrega seus produtos diretamente aos restaurantes, hotéis,

lojas, etc.; e, também, na casa dos consumidores (mais

informações, ligue (24) 2259-2034).

Já o Sítio do Moinho, em Itaipava, produz desde 1989 numa

área de sete hectares regados com água pura de mananciais

e de um poço artesiano. Dotado de alta tecnologia para

garantir a qualidade da produção, o Sítio é, hoje, uma griffe

com 70 funcionários, oferecendo 450 produtos certificados,

como laticínios, carne, grãos, sucos e conservas, além das

hortaliças. Interessados (inclusive, particulares) podem

buscar os pontos de venda ou solicitar uma entrega em

domic í l i o ( pa ra sabe r ma is , consu l t e o s i t e

www.sitiodomoinho.com.br ou ligue para (24) 2291-9150). Os

petropolitanos têm a opção de compras os produtos na lojinha

do sítio, na Estrada Correa Veiga, 2401, Santa Mônica -

Itaipava. Lá, é possível encontrar produtos importados do

México, Itália, Canadá, Turquia e Argentina, além dos pães da

Molino d´Oro, a panificadora do sítio que é a primeira do país

certificada, pelo Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento

(IBD). Desde 2004, a Molino d´Oro utiliza ovos orgânicos,

azeite extra virgem e farinha orgânica importada da Itália, para

produzir ciabattas, focaccias, pães de forma e outras delícias,

sem corantes, conservantes ou gordura trans.

Muitas vezes, os pães são comercializados semi-

assados: é possível congelá-los para dar o toque

final, antes de servir, no forno de casa, garantindo o

aroma irresistível e a textura dourada e crocante.

Alguns produtos do sítio também podem ser

encontrados em alguns pontos de venda, no Centro

Histórico. Na Venda do Sítio, na Rua Treze de Maio,

259 e na Mundo Verde, na Rua do Imperador, 864

encontra-se Agave (substituto do açúcar, extraído

de um cactos mexicano), grãos, massas e pães.

Mas a proposta da agricultura orgânica não se

restringe aos grandes produtores locais. A região do

Brejal e do Jacó conta, hoje, com cerca de 40

agricultores que comercializam seus orgânicos na

cidade e no Rio de Janeiro. Não por acaso, eles

abastecem também os restaurantes do Vale dos

Gourmets: e a qualidade de seus produtos, há anos,

é também um diferencial que agrega valor à magia de

nossa alta culinária. Juntamente com seus

consumidores, estes chefes conscientes reforçam a

cultura que privilegia a qualidade de vida e a opção

pela sustentabilidade. E mantêm uma feira aos

sábados, no centro da cidade, para os petropolitanos

que desejam dar mais cor, sabor e saúde a sua mesa.

A Avenida Imperatriz é um dos pontos de venda de produtos orgânicos, onde atuam dois produtores do Jacó, sempre aos sábados, das 6h30 às 13h. As barraquinhas

estão localizadas no pátio da Secretaria de Planejamento, no nº 264. O Departamento de Agricultura da Secretaria de

Ciência e Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Agricultura (STA) pretende expandir os pontos de venda

para outros bairros da cidade. Vale lembrar que em Itaipava, o Hortomercado também oferece produtos

orgânicos de qualidade, ou seja, não falta opção para se alimentar melhor e com mais saúde.

Page 10: Revista Petrópolis

Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo10

Hortomercado e artesanato de diversas associações como

Artesanato Petrópolis, Uniarte, Cidade Imperial, Vila Rica e

Etc e Arte. Os expositores vão doar 1kg de alimento não

perecível em troca do espaço utilizado. Os alimentos

arrecadados serão entregues para instituições de caridade

do município.

As crianças têm seu espaço garantido no Gourmet Kids, com

área de lazer e oficinas feitas especialmente para elas.

Ricardo Gonzalez, da Divino Segredo (produção artesanal

de pães, bolos e biscoitos), ensina a criançada a preparar

apetitosos brownies, muffins, torta e mini pães, todos

integrais, e biscoitos amanteigados.

O Gourmet nos Restaurantes traz 28 participantes, que

tiveram o desafio de elaborar um menu utilizando produtos

orgânicos na confecção das receitas. São eles: Afrânio,

Albergo Del Leone, Alvorada, Atelier Molinaro, Arcádia Bistrô

Imperatriz, Barão Gastronomia, Bomtempo Resort,

Bordeaux Ipiranga, Bordeaux Itaipava, Capitólio Sushi, Don

Bistrô, Duetto´s Café, Il Perugino, Imperatriz Leopoldina

(Solar do Império), LOG Restaurante, Majórica, Massas

Luigi, Nikko Sushi, Oliveiras da Serra, Pousada Paraíso,

Pousada Paraíso Açu, Quinta da Paz, Sal da Terra (Pousada

Orquídea da Serra), Solar Fazenda do Cedro, Tai Tai, Tambo

los Incas, Tankamana e Zafferano Itaipava. E pensando no

tema tão atual que é o desenvolvimento sustentável, para

cada prato vendido uma árvore será plantada no entorno do

Monumento Natural da Pedra do Elefante.

A programação completa e o cardápio dos restaurantes

você confere em: www.petropolisgourmet.com.br

esde o dia 28 de outubro, a 10ª edição do

Petrópolis Gourmet vem atraindo os mais

exigentes amantes da boa mesa. As

maiores atrações do evento se concentram

no Mercado Gourmet, espaço montado ao

lado do Hortomercado em Itaipava, além, é claro, das

estrelas da festa que são os restaurantes. Até o dia 27 de

novembro o público poderá apreciar as deliciosas receitas

preparadas pelos restaurantes e aproveitar todas as

atividades oferecidas.

Entre elas, está a segunda edição do Concurso Cultural

Gastronômico. Realizado em parceria com o SENAC Rio, é

voltado para amadores e tem o objetivo de descobrir novos

talentos. O prêmio para o vencedor é uma bolsa de estudos

na área de gastronomia, no Brasil ou no exterior.

As Oficinas Gastronômicas exaltam, este ano, as temáticas

de gastronomia e enologia orgânicas, e oficinas com chefs

especialistas neste segmento, trazidos pelo SENAC Rio:

Henry Schneider, Teresa Corção, Osvaldo Gorski, Ciça

Roxo, Fabrice Lenud, Ana Salles e Maria Victoria. Entre os

destaques estão o subchef de cozinha Marco Lima e a

produtora de culinária Daniela Meira, ambos do Programa

Mais Você, da TV Globo; o enólogo e consultor Rafael

Puyau, da Chez Puyau; o consultor e gestor de bebidas Rui

Serradas, com um workshop sobre coqueteis com frutas

orgânicas e o Chef Pizzaiolo Antônio Lo Presti e Rula

Simões, com culinária grega.

No Mercado Gourmet funciona o Bar da Bohemia, o Café

Literário promovido pela Duetto's Café e editora SENAC,

com exposição e venda de livros da área de gastronomia. Lá

acontecem também tardes de autógrafo. No Armazém

Gourmet, estão presentes produtores do próprio

Page 11: Revista Petrópolis

Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo 111111

xistem brasileiros que fazem bem à nossa

autoestima de povo, em especial nessa Semana

da Consciência Negra. Joaquim Nabuco foi um

deles. Nascido em Penambuco, em 1849, desde cedo

ele levou a sério a advertência de Pedro I em sua Carta aos

Brasileiros, escrita no leito de morte: “A escravidão é um mal, um

atentado contra os direitos e a dignidade da espécie humana,

mas as suas consequências são menos danosas aos que

padecem o cativeiro, do que à Nação cuja legislação admite a

escravatura.”

Joaquim Nabuco afirmava que a escravidão no Brasil era "a

causa de todos os vícios políticos e fraquezas sociais; um

obstáculo invencível ao seu progresso; a ruína das suas finanças;

a esterilização do seu território; a inutilização para o trabalho de

milhões de braços livres; a manutenção do povo em estado de

absoluta e servil dependência para com os poucos proprietários

de homens que repartem entre si o solo produtivo". Foi, talvez, o

tribuno maior dentre os que combateram o instituto servil, sem

tréguas - vultos como André Rebouças, Rui Barbosa, José do

Patrocínio, Pedro II e Princesa Isabel. A luta destes brasileiros se

consolidou nas diversas leis abolicionistas, como a proibição do

tráfico, sexagenários e do ventre livre, que atuaram de forma a

fazer com que apenas 5% da população de origem africana ainda

fosse escrava em 1888, quando a Lei Áurea foi assinada.

Joaquim Nabuco soube enxergar cem anos à frente. Defendia

o Estado laico, o federalismo, o liberalismo econômico, o voto

secreto e avanços no sistema parlamentarista monárquico.

Afirmava que não bastava libertar os escravos: era fundamental

criar oportunidades para que exercessem sua força produtiva.

Na década de 1880, foi a voz abolicionista por excelência, e

reconhecia que a Lei Áurea resultou de ideias associadas a

ações contra a organização escravista, com auxilio importante

de proprietários que libertavam seus escravos e da ação

constante da Família Imperial.

Sem dúvida, uma vida em tom maior.

Texto: Gastão Reis | Fotos: Reprodução/Arquivo Histórico Biblioteca Gabriela Mistral

Joaquim Nabuco ao lado do Secretário de Estado Americano, Elihu Rootem companhia da esposa, que está cercada de senhoras e senhoritas da

sociedade carioca (Revista Ilustração Brasileira, agosto de 1949).

Page 12: Revista Petrópolis

12 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

Concedida a: Eliane Maciel l Fotos: Isabela Lisboa

Entrevista

Pery de CantiPery de CantiI FestCine Petrópolis movimenta a cidadeI FestCine Petrópolis movimenta a cidade

O envolvimento de Pery de Canti com o cinema é bastante

precoce: com 14 anos, ele iniciou sua carreira atrás das

câmeras, levado pelo pai, o também cineasta Iberê Cavalcanti.

Daí por diante, não parou mais. Montou a primeira produtora aos

18 anos, começou a dar aulas de cinema em centro culturais do

Rio de Janeiro e, mais tarde, trabalhando também com

marketing e consultorias na área cultural, idealizou o Festival de

Cinema de Maringá, no Paraná que, em 2010, realizou sua

sétima edição. Agora, ele e a esposa, Ignez Petry, através de sua

empresa Perfil Consultoria Cultural, respondem pela realizarão

do I Festival Nacional de Cinema de Petrópolis: o I FestCine

Petrópolis, que acontece entre os dias 19 e 26 de novembro, com

a parceria da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis.

Nesta entrevista, Pery fala à Revista Petrópolis sobre seu longo

envolvimento com a sétima arte, seu trabalho como divulgador

do cinema brasileiro e sobre a decisão de fazer, de Petrópolis, a

sede de um festival de cinema de expressão nacional.

Page 13: Revista Petrópolis

13Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

RP – Qual serão as características

do FestCine Petrópolis?

PC – É importante frisar que se trata de

uma iniciativa voltada para a difusão de

conteúdos de cinema, por isso, ela

s e r á t o t a l m e n t e g r a t u i t a e

desenvolvida nos espaços públicos

administrados pela Fundação de

Cultura e Turismo de Petrópolis,

principalmente o Theatro D. Pedro.

Teremos uma mostra competitiva, de

20 a 25 de novembro, na qual o público

votará e decidirá os ganhadores,

através de uma urna colocada ao seu

dispor. A cada dia, serão apresentados

dois blocos compostos, cada um, por

um longa metragem e três curtas, a

partir das 18h. Faremos também uma

mostra infanto-juvenil, e uma mostra

infantil dedicada às escolas, pela

manhã e à tarde, entre os dias 22 e 26.

Paralelamente, teremos três dias de

oficinas com temas ligados ao cinema,

no anexo do Theatro D. Pedro e

palestras temáticas. No encerramento,

a urna será aberta e os votos

computados, de maneira que

saberemos quem serão os grandes

ganhadores do Fest iva l , que

receberão troféus e certificados. O

troféu será uma grande surpresa, e é

baseado num elemento importante

RP – Você desenvolveu, desde

jovem, a carreira de técnico, no

cinema. Fale um pouco sobre esta

experiência.

PC – Participei das equipes que

produziram vários longas metragens,

em várias funções: fui 2º assistente de

Câmera de “Meu Boi de Prata”, de

August inho Jr. , um momento

importante em minha carreira, porque

o diretor de fotografia deste filme era o

Walter Carvalho, um dos maiores

nomes da fotografia do país. Fui 1º

assistente de Câmera de “Corpo a

Corpo”, de Iberê Cavalcanti, diretor de

produção e produtor delegado de

“Terra de Deus”, também dirigido por

meu pai, e montador de “Exú-Piá:

coração de Macunaíma”, de Paulo

Veríssimo, ganhador do Festival de

Brasília, em 1986, na categoria longa

16 mm. Depois, estreei como diretor no

filme “Terra Prometida”. Também

t r a b a l h e i e m u m a s é r i e d e

documentários, sobre questões

sociais e direitos humanos.

RP – E como começou o seu

envolvimento com a organização de

Festivais de Cinema?

PC – Paralelamente à carreira no

cinema, desenvolvi atividades na área

de marketing cultural. Isto me levou, a

partir de 1991, com o início da Lei

Rouanet, a me tornar consultor nesta

área. A empresa Perfil surgiu daí, com

esta característica de realizar e

e x e c u t a r p r o j e t o s c u l t u r a i s ,

consul tor ias na elaboração e

montagem de projetos, habilitação em

leis culturais, captação de recursos e

atuação no mercado de editais de

cultura. Em 2001, por causa das

filmagens de “Terra Prometida”, que é

uma produção independente, acabei

me radicando no Paraná. Assim

surgiram os projetos de difusão de

conteúdo na área de cinema, tais como

o CINEPOP Brasil, que organizamos

de 2003 a 2009, em vários estados

brasileiros. E também o Festival de

Cinema de Maringá, hoje consolidado

e já tendo homenageado nomes como

Stephan Nercessian, Ary Fontoura,

Eva Wilma, Walter Carvalho, Zelito

Viana, Iberê Cavalcante, Cacá

Diegues, Letícia Sabatella, ítala Nandi,

Júlio Bressone, Simone Spoladore e

Zezé Motta, para citar alguns.

para Petrópolis e seu design foi

desenvolvido pelos artistas plásticos

Carlos Emar e Julio Hiamamura.

RP- Porque a escolha de Petrópolis

para desenvolver este novo Festival

de Cinema?

PC - A Perfil tem atuação em vários

estados brasileiros, mas o Rio de

Janeiro é nossa base de trabalho.

Voltar a atuar aqui é uma continuidade

natural desta atividade de difusão de

cultura. Depois de uma pesquisa na

Reg ião Ser rana , esco lhemos

Petrópolis porque ela possui todos os

elementos necessários para uma

realização deste tipo: o glamour, o

apelo turístico, a qualidade de seus

equipamentos culturais e, também, a

sua importância dentro do cenário

nacional e do contexto da cultura. A

cidade é uma referência histórica

importante e pode se transformar

também numa referência no cinema

nacional. Queremos trazer Petrópolis

mais e mais para dentro deste cenário,

e estimular também a produção

audiovisual local. Tornar a cidade um

polo de difusão de conteúdos nesta

área, no estado do Rio de Janeiro e no

Brasil, é começar a construir a base

para algo maior, porque a cidade

apresenta condições para, em alguns

anos, ter um festival de cinema tão

importante quanto é, hoje, o Festival de

Gramado.

É importante

frisar que se trata de

uma iniciativa voltada

para a difusão de

conteúdos de cinema,

por isso, ela será

totalmente gratuita e

desenvolvida

nos espaços públicos

administrados pela

Fundação de Cultura e

Turismo de Petrópolis,

principalmente o

Theatro

D. Pedro.

É importante

frisar que se trata de

uma iniciativa voltada

para a difusão de

conteúdos de cinema,

por isso, ela será

totalmente gratuita e

desenvolvida

nos espaços públicos

administrados pela

Fundação de Cultura e

Turismo de Petrópolis,

principalmente o

Theatro

D. Pedro.

Page 14: Revista Petrópolis

B i s b i l h o t e c aB i s b i l h o t e c aG a b r i e l a M i s t r a l

G a b r i e l a M i s t r a lB i s b i l h o t e c a

B i s b i l h o t e c aPraça Visconde de Mauá, 305 - Centro Biblioteca Gabriela Mistral - Funcionamento de segunda a sexta de 8h às 18h 30min e sábado de 8h às 12h.

14 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

Biblioteca Municipal possui rico acervo de livros faladosTexto: Letícia Affonso / Fotos: Isabela Lisboa

se em vez de virar as páginas, você apertar o play? Existem várias maneiras de cultivar o saudável hábito da leitura, e alguns visitantes da Biblioteca Municipal

sabem muito bem disso. Pessoas que, por alguma razão, estão impossibilitadas de ler, encontram aqui uma opção diferente e agradável: os livros falados. O acervo conta atualmente com 153 títulos, disponíveis em fitas, CDs e MP3.

Numa cidade onde moram cerca de 22 mil deficientes visuais, acessibilidade é a palavra chave. Através de uma matéria publicada pela Revista Petrópolis em agosto de 2009, um grupo se mobilizou para reunir algumas pessoas com restrição visual, em vários estágios. Assim começou o trabalho da APADV – Associação de Pais, Amigos e Deficientes Visuais de Petrópolis, fundada por Roberta Martins de Araújo. Preocupando-se em informar e orientar os deficientes visuais sobre seus direitos, o grupo demonstra também um grande interesse pelo desenvolvimento da cultura acessível para estas pessoas. Roberta, que é frequentadora assídua da biblioteca, fala sobre a importância do lazer na vida do deficiente visual: “A biblioteca tem um acervo muito legal e pouquíssimo utilizado. Até mesmo quem usa óculos e, às vezes, fica com a vista cansada por causa da leitura, tem no livro falado uma boa solução.”

Ouvir um livro falado, ao contrário do que muita gente pensa, não é como ouvir uma rádio novela. “O mais interessante dos livros falados aqui da biblioteca, é que a narração é feita por “ledores” que usam técnicas para falar imparcialmente. A maioria dos livros falados tem fundo musical e interpretação dos diálogos, incomodando o leitor-ouvinte.”, diz Roberta.

As temáticas são para todos os gostos, mostrando que além de ser acessível, o livro falado também atende diferentes públicos. Atualmente, o acervo possui 23 títulos infanto-juvenis, de prestigiados autores

nacionais e internacionais, como Pedro Bandeira, Ruth Rocha e J.K Rowling, da série Harry Potter. Há ainda grandes clássicos da literatura, como Romeu e Julieta, e os best-sellers, como O Código Da Vinci, de Dan Brown.

A oportunidade de inserir o livro falado no cotidiano também motiva várias pessoas a conhecer o acervo. Na correria da rotina, pode se tornar difícil encontrar tempo para sentar e ler um bom livro. O livro falado oferece o benefício de uma “leitura” dinâmica, onde mesmo uma pessoa atarefada pode “ler” enquanto faz outras atividades.

“Descobri, aqui na biblioteca, uma forma de liberdade. Depois que perdi a visão, foi difícil me inserir novamente na sociedade. A leitura abriu caminhos para mim e para a criação da APADV, também”; conta Roberta.

Estimulando a criatividade e a imaginação, o livro falado é, acima de tudo, uma ótima ferramenta de acesso à literatura para o deficiente visual. Quem troca o folhear das páginas por fones de ouvido, mostra que vale a pena vencer as dificuldades para mergulhar no fantástico mundo da leitura.

APADV Petrópolis

Reuniões: Centro de Cultura Raul de Leoni – último sábado de cada

mês

Contato: Roberta Martins de Araújo (24) 8849-7447

E-mail: [email protected]

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