Revista Petrópolis

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Petrópolis Rio de Janeiro Dezembro 2011 Distribuição Gratuita Nº 32 Confira a Programação Cultural Novos atrativos na Petrópolis Imperial Tesouros da Arquitetura Entrevista Márcio Conrad A tradição da ceia de Natal Grande Hotel

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Edição 32 - Dezembro de 2011

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Page 1: Revista Petrópolis

PetrópolisRio de JaneiroDezembro 2011Distribuição Gratuita

Nº 32Confira aProgramação Cultural

Novos atrativos naPetrópolis Imperial

Tesouros da Arquitetura

Entrevista

Márcio Conrad

A tradição da ceia de Natal

Grande Hotel

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alegria

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ação

elevação

aura de sonhosfestival de cinema

magia do evento

Desde o dia 25 de novembro, a Petrópolis Imperial

está ainda mais irresistível. Se, durante todo o ano, a

cidade já encanta com sua história, natureza e uma

série de outros fatores que a tornam única, durante o

NATAL DE LUZ – PETRÓPOLIS 2011, o charme e

tradição já existentes transformam o nosso

patrimônio preservado, em um grande palco a céu

aberto, onde as luzes e a arte são os principais

protagonistas.

Até o dia 23 de dezembro, mais de 240 eventos

gratuitos - concertos, apresentações de corais,

orquestras, bandas, grupos musicais e vocais, autos

de natal, peças teatrais, festival de cinema e muitas

outras atrações – acontecerão, não apenas no

Centro Histórico, mas, também, em 38 outras

localidades da cidade, entre comunidades, bairros e

quarteirões.

E para tornar o evento ainda mais grandioso, foram

instalados em 962 pontos – do Centro à Posse -,

jogos de luzes que demarcarão os contornos da

natureza exuberante e revestirão Petrópolis de uma

aura de sonhos, a cada entardecer.

Um Natal com um apelo cultural tão forte também é,

fundamentalmente, um momento de inclusão, de

formação de plateias, de permitir o amplo acesso ao

espírito de solidariedade e elevação. E isso acontece

através do Natal nos Bairros que, além de levar a

alegria e a magia do evento para os moradores,

oferece a inclusão sociocultural em comunidades,

proporcionando também, a valorização e o fomento

da cadeia criativa de Petrópolis.

Com um aumento de mais de 45% na programação

cultural – em 2010 foram 168 atrações – o NATAL DE

LUZ leva para um público maior, eventos de

qualidade, com destaque para os artistas

petropolitanos.

O comércio e o setor de serviços também se

preparam para um aquecimento significativo nas

vendas: em 2010, o impacto na economia local foi de

R$ 35 milhões.

No setor turístico, espera-se que 95% de nossa

capacidade receptiva seja ocupada, principalmente

no Centro Histórico. O reforço chega também por

meio de quatro novos atrativos abertos no segundo

semestre, enriquecendo ainda mais as opções de

roteiro da cidade (veja matéria na página 10).

Pousadas e hotéis também já estão preparados para

oferecer aos turistas e, porque não, petropolitanos,

ceias inesquecíveis de Natal, com a excelência da

gastronomia dos chefs locais.

Programe-se e venha desfrutar o NATAL DE LUZ

2011 - e tudo o que Petrópolis tem para oferecer à

você o ano inteiro.

Natal de LuzMovimentando a Cultura e a economia de Petrópolis

Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

Page 4: Revista Petrópolis

A REVISTA DA CULTURA E DO TURISMO

PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS Prefeito: Paulo Mustrangi

FUNDAÇÃO DE CULTURA E TURISMO DE PETRÓPOLIS Diretor-Presidente: Gilson Domingos

JORNALISTA RESPONSÁVEL: Isabela Lisboa (MTB 40.621/SP)

GERENTE DE PROGRAMAÇÃO CULTURAL: Pedro Troyack

DESIGN GRÁFICO: DOM Criatividade | IMPRESSÃO: Editora e Gráfica Sumaúma

CENTRO DE CULTURA RAUL DE LEONI: Praça Visconde de Mauá, 305 - Centro | Tel.:(24) 2233 1201

Site: www.petropolis.rj.gov.br | TIRAGEM: 6.000 exemplares

@revpetropolis@revpetropolis

Page 5: Revista Petrópolis

Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo 05

m dos prédios mais bonitos e tradicionais de

Petrópolis, o Grande Hotel, reabre as suas

portas no dia 15 de dezembro, exatos 81 anos

após a sua inauguração.

Em estilo eclético, o edifício de cinco andares foi, na

época, o mais alto e imponente da Avenida do Imperador com

90 apartamentos e era o único com elevador. Um luxo para o

período.

Construído por Francisco De Carolis a pedido do Cel.

Jeronymo Ferreira Alves, o Grande Hotel também funcionou

como Cassino e realizava eventos glamourosos, atraindo

petropolitanos e turistas de várias partes do mundo,

rivalizando com o Hotel Cassino Quitandinha.

Após grande período de badalações e esplendor, entrou em

decadência encerrando suas atividades. Com a morte do

Coronel em 1946, sua mulher Sra. Margarida Carlos Alves,

arrenda o local para locações dando fim àquele que foi um

dos ícones da arquitetura e do “bem receber” de Petrópolis.

Adquirido em 2004 pela empresa AAS Empreendimentos

Imobiliários Ltda, o prédio foi totalmente restaurado e

reformado para abrigar o mais novo empreendimento da rede

hoteleira de Petrópolis, trazendo de volta mais este ícone de

nossa arquitetura e nossa história.

Apesar de o prédio possuir apenas a fachada tombada pelo

INEPAC (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), os

proprietários tiveram a preocupação em manter a

originalidade da construção também no Lobby, onde um

lustre da época e os ladrilhos hidráulicos da entrada e dos

patamares das escadas foram restaurados em um processo

que durou um ano. E claro, o famoso elevador recebeu

tratamento especial e voltará a funcionar a pleno vapor.

Em seu interior as instalações hidráulicas e elétricas e suas

acomodações seguiram os preceitos mais modernos.

Sistemas de captação de águas da chuva e energia solar

fazem do Grande Hotel um edifício sustentável.

Para se adequarem as necessidades atuais, os

apartamentos foram reconstruídos e transformados em

confortáveis e modernas suítes (na época não havia banheiro

em todos os quartos), divididos em três categorias: Superior,

Luxo e Super Luxo. Entre elas quatro apartamentos foram

totalmente adaptados para portadores de necessidades

especiais.

No total são 67 unidades habitacionais prontinhas para

receber o visitante com o melhor que a hotelaria tem a

oferecer. O Hotel ainda conta com sauna e academia

completa e salas de reunião e convenções para 70 pessoas.

No restaurante, o casal de Chefs Pedro e Mariella Gallo,

uruguaios radicados em Petrópolis há 30 anos, trarão o

melhor da cozinha internacional. Com 65 lugares, será

aberta, também, para não hóspedes, mediante reserva.

A volta do Grande Hotel, mais que um importante

empreendimento que, além de gerar emprego, renda e novos

leitos para a cidade, é a volta de um pedaço de nossa história

que há tempos, estava esquecida.

Serviço:

Grande Hotel Petrópolis

Rua do Imperador, 545 - Centro Histórico

Telefone: (24) 2244-6500

E-mails: [email protected]

[email protected]

Site: www.grandehotelpetropolis.com.br

Page 6: Revista Petrópolis

O Natal de Luz Petrópolis 2011

está imperdível. Confira abaixo alguns destaques e veja a

programação completa em: www.petropolis.rj.gov.br

ou Disque-Turismo 0800 024 15 16.

Casa do

Papai Noel

Entre as novidades deste ano está a Casa do Papai

Noel, na Praça da Liberdade. O local escolhido foi o CIT

(Centro de Informações Turísticas) que ganhou

decoração especial para receber o bom velhinho.

Sua chegada está marcada para o dia 04 de dezembro,

às 10h, em uma grande festa para a criançada.

A Casa do Papai Noel funcionará de segunda a sexta,

das 17h às 22h e sábados e domingos, das 10h às 22h.

Parada de Luz

A Parada de Luz chega este ano cheia de

novidades. Os desfiles acontecem nos

dias 10 e 18 de dezembro, às 20h, a Rua

do Imperador e contarão com 271

integrantes e quatro carros alegóricos com

motivos natalinos.

A iniciativa cria a possibilidade de geração

de renda para costureiras, aderecistas,

figurinistas e outros profissionais

tradicionalmente ligados á indústria do

Carnaval. Estes aproveitam o glamour da

cidade, o clima serrano e as tradições da

colonização europeia para criar um

momento de pura magia e beleza, que

crianças e adultos vão adorar!

Ballet O Quebra-NozesSucesso de público em 2010, a renomada Cia.

Brasileira de Ballet volta a Petrópolis, agora em 03

imperdíveis apresentações, do famoso clássico de

Natal “O Quebra-Nozes”. Dias 07, 08 e 09 de

dezembro, às 19h30, no Theatro D. Pedro. Ingresso: 1

kg de alimento não perecível ou 1 brinquedo novo.

Fotos: Isabela Lisboa

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Coral Integração 500 vozes

E no dia 22 de dezembro, às 20h acontece na Igreja do Rosário,

uma das apresentações mais aguardadas do NATAL DE LUZ: o

Coral Integração 500 Vozes acompanhado do quarteto de sopros,

órgão e percussão da Orquestra Filarmônica de Petrópolis.

A grande novidade deste ano será a participação, mais que

especial, da cantora italiana Mafalda Minnozzi.

Feiras de

artesanato

Para quem quer conhecer mais do artesanato típico da cidade, o

NATAL DE LUZ 2011 será a ocasião ideal. Durante todo o período

das festividades, mais de 30 artesãs expõem seus trabalhos

manuais e a tradicional gastronomia alemã na Weihnachtsmarkt,

feira de inspiração germânica que acontece dentro do Palácio de

Cristal, de segunda a domingo, das 9h às 18h.

Em uma réplica do Museu Casa do Colono a Mamãe Noel,

recebe as cartinhas de pedidos natalinos e brinquedos novos e

usados.

Outra opção é a Feira de Artesanato da Praça da Liberdade,

todos os dias de 9h às 18h (exceto em dias de evento na Praça

que o atendimento será estendido), que reúne artesãos de

associações locais, para mostrar diferentes tipos de artesanato.

Natal nos Bairros

O NATAL DE LUZ 2011, este ano ampliou sua

programação nos bairros da cidade. 38 localidades

estão sendo palco de dezenas de belíssimas

apresentações de corais, de teatro e do Festival de

Cinema Itinerante.

Além de levar a alegria e a magia do Natal para os

moradores, o evento oferece a inclusão sociocultural

em comunidades, proporcionando também, a

valorização e o fomento da cadeia criativa de Petrópolis.

Banda dos Fuzileiros Navais

Para encerrar o NATAL DE LUZ 2011 em grande estilo, a

Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais,

composta por 90 músicos e um coro de 25 vozes, se

apresentará no dia 23 de dezembro, às 20h no Theatro

D. Pedro. No repertório músicas eruditas e populares

prometem emocionar o público. Os ingressos poderão

ser retirados através da doação de 1kg de alimento não

perecível ou 1 brinquedo novo, até dois dias antes do

evento.

Page 8: Revista Petrópolis

Desde os tempos ma is

remotos, uma boa comemoração

sempre foi regada a muitos comes e

bebes. Os simbolismos desta

tradição remetem a diversas culturas

que, com o passar dos séculos (e milênios) foram

se transformando em costumes aos quais, hoje, seguimos.

Na Roma do século 2 a.C., no dia 25 de dezembro, a

população comemorava durante dias, o nascimento do deus

persa Mitra. As festividades duravam dias e eram

acompanhadas de uma grande comilança e a troca de

presentes entre as famílias. Ou seja, a história do Natal

começa, pelo menos, sete mil anos antes do nascimento de

Jesus Cristo.

O motivo era a celebração do solstício de inverno, período do

auge do verão, quando o Sol fica mais tempo no céu. Em

diversas partes do mundo, homenagens aconteciam para

cultuar os deuses e o “renascimento” da luz. Na Mesopotâmia,

a festa durava 12 dias. Já os gregos aproveitavam o período

para cultuar Dionísio, o deus do vinho. Egito, China e Grã-

Bretanha também tinham os seus ritos, ou seja, em Roma as

comemorações eram um reflexo de tudo isso.

Entretanto, com o advento do cristianismo, um grupo de fiéis

que antes tinham como datas religiosas importantes os

martírios de Jesus: a Sexta-feira Santa (crucificação) e a

Páscoa (ressurreição) começam a querer fazer frente às

comemorações do solstício com uma grande celebração à

vida de Cristo.

Apesar de não se saber ao certo a data do nascimento de

Jesus, em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius

Africanos estabeleceu o dia 25 de dezembro como data do

aniversário de Cristo. Assim, o Natal surgia da herança destas

tradições anteriores.

Não se sabe ao certo como eram os primeiros Natais cristãos,

mas é fato que os hábitos das refeições e das trocas de

presentes continuaram.

Para o cristão, a ceia de Natal significa o amor fraterno, a

comunidade eucarística e eclesial e a felicidade eterna.

Também chamada de ágape, a ceia reúne famílias que, na

noite de Natal, celebram a vida, o amor e a reconciliação

trazidos por Jesus. Comer e beber juntos representa o

conviver, o partilhar o bem da vida.

A princípio a ceia era simples e servida pela Igreja, após a

Missa do Galo, celebrada à meia noite do dia 24 (como

acontece até os dias atuais). Com o passar do tempo as

refeições foram transferidas para as casas dos fiéis tornando-

se mais sofisticadas. Uma diversidade de sabores foi

acrescentada e, até hoje, são indispensáveis em nossa mesa:

assados, bolos, pudins, castanhas, nozes, tâmaras, passas,

frutas cristalizadas, entre outros.

Já o costume de se servir Peru no Natal nasceu, em 1621, nos

Estados Unidos. Por ocasião do Dia de Ação de Graças, na

cidade de Plymouth, Massachusetts, foi servido um Peru

selvagem como prato principal, o que agradou o paladar dos

convidados, tornando o prato favorito dos americanos para

celebrar esta data.

No Brasil, as ceias de Natal receberam, a princípio, influências

europeias de seus colonizadores e imigrantes e, mais tarde,

também dos norte-americanos.

De Portugal herdamos o bacalhau, as castanhas portuguesas

e as rabanadas que encantam, principalmente, as crianças.

Da Itália, o panetone é item obrigatório em todas as mesas. Já

os alemães, nos trouxeram as carnes defumadas, os

embutidos e a famosa salada de batatas. Isso sem contar

outras maravilhas da boa mesa que cada país possui sua

Texto e fotos: Isabela Lisboa

Page 9: Revista Petrópolis

0908 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

receita especial como o pernil de porco, o

tender, o arroz com passas ou nozes, o

chester e, claro, o famoso peru de Natal

(prato obrigatório em muitas mesas

tupiniquins).

O ato de preparar a ceia de Natal, para

muitas famílias, já é uma festa em si.

Tradicionalmente, as mulheres (avós,

mães e filhas) vão para cozinha onde,

durante todo o dia, sacam suas melhores

receitas para celebrar, em grande estilo,

a chegada do menino Jesus.

Para outras, a melhor maneira de

garantir uma ceia inesquecível está na

contratação de buffets e restaurantes

que já entregam, prontinhos, um

cardápio completo de dar água na boca.

E em Petrópolis, opções não faltam.

Tradicionais restaurantes da cidade

preparam, sob encomenda, deliciosas ceias de Natal. Agora,

se a ideia é comemorar fora de casa, hotéis e pousadas

também já estão prontinhos para oferecer verdadeiros

banquetes em ambientes charmosos e sofisticados.

Seguindo a tradicional culinária italiana, a trattoria S'a Carola

traz o melhor da gastronomia da mamma para 2, 4, 6 ou 8

pessoas. No menu arroz com passas, pernil, tender, farofa

com ameixas, salada natalina com folhas e frutas secas e, de

sobremesa, tortas de damasco com castanhas ou pêssego e

as fantásticas rabanadas recheadas, tipicamente italianas. As

encomendas podem ser feitas através do telefone (24) 2237-

9562.

Já para quem prefere os sabores de Portugal, o restaurante

Oliveiras da Serra traz, como carro chefe, o bacalhau que é

servido em 15 opções para agradar todos os paladares. Outra

especialidade é o cabrito à Alentejana, um pernil de cabrito

assado, acompanhado com arroz de brócolis e batatas

coradas e molho de hortelã, simplesmente incrível. Mais

informações ou pedidos podem ser feitos pelos telefones: (24)

2225-0520 com Giuliana ou (24) 2225-1974 com Vera Oliveira

o u e - m a i l : f a m i l i a o l i v e i r a s @ o i . c o m . b r o u

[email protected].

Agora, se a ideia é passar o Natal fora de casa, pousadas e

hotéis da cidade já estão com suas reservas abertas para as

festas de Natal.

Um exemplo é a Pousada Paraíso, onde a ceia de Natal é

composta por pratos tradicionais e contemporâneos como:

peru de Natal recheado, tender com frutas, bacalhau ao forno,

saladas e doces típicos variados, entre outros. A bebida

também já está incluída no cardápio. As reservas podem ser

feitas pelo telefone (24) 2223-3670.

Para conhecer mais opções de hotéis, pousadas e

restaurantes que neste Natal, estarão oferecendo para você o

melhor da gastronomia de Petrópol is acesse:

www.petropolis.rj.gov.br ou www.destinopetropolis.com.br ou

ligue para Disque-Turismo 0800 024 15 16.

Page 10: Revista Petrópolis

10

Fotos: divulgação

ir à Petrópolis nesta época do ano,

sempre foi um convite ao visitante

conhecer alguns atrativos que já fazem

parte dos muitos roteiros turísticos que só a

cidade pode oferecer. Além da magia do Natal

de Luz, que torna Petrópolis ainda mais charmosa

com sua intensa programação cultural e suas ruas ainda

mais bonitas com a iluminação cenográfica, ícones que a

tornam conhecida internacionalmente, como o Museu

Imperial, o Palácio de Cristal, a Catedral São Pedro de

Alcântara, o Palácio Rio Negro e a Casa de Santos

Dumont são paradas obrigatórias.

Conhecer de perto a rica arquitetura e as curiosidades

desses e de outros monumentos é uma oportunidade

fascinante, que deve ser aproveitada por todos que

visitam a Petrópolis Imperial, que agora conta com quatro

novos motivos para permanecer mais tempo aqui. São

eles: Casa Cláudio de Souza, Museu de Cera de

Petrópolis, Palácio Itaboraí e Beer Tour.

Inaugurados no segundo semestre deste ano, os novos

atrativos chegaram para enriquecer os roteiros turísticos

da cidade, com destaque para o Circuito a pé, que agora

leva o visitante a conhecer um pouco mais da história do

país e das grandes personalidades que passaram por

aqui.

Desde julho, quem vem à Petrópolis tem a oportunidade

de conhecer a Casa de Cláudio de Souza, pertencente ao

Museu Imperial.

A edificação em estilo eclético foi doada ao Museu, em

1956, pela viúva de Cláudio de Souza, dona Luiza Leite

de Souza, satisfazendo a vontade de seu marido, falecido

dois anos antes. No local, foi inaugurada uma exposição

permanente que recria alguns cômodos da casa, com

móveis, objetos e quadros originais. Também foi aberta

para consulta a biblioteca particular do escritor,

dramaturgo e acadêmico Cláudio de Souza, composta de

mais de 600 obras, entre livros de sua autoria, de outros

autores consagrados e obras raras. No espaço também

acontecem diversas atividades culturais e artísticas.

A visita à Casa de Cláudio de Souza também permite ao

turista conhecer um importante tesouro arquitetônico de

Petrópolis. Construída no final do século XIX, a

edificação foi reformada e decorada na década de 1920

por seu proprietário, que nela imprimiu seu estilo.

Há poucos metros da Casa, está localizado o Museu de

Cera de Petrópolis. Inaugurado em setembro traz, entre

outros, bonecos de Dom Pedro II, da Princesa Isabel, de

Santos Dumont, de Einstein, Gilberto Gil e personagens

da ficção como o capitão Jack Sparrow do filme Piratas

do Caribe, cujo protagonista foi o ator Johnny Depp.

No total, são 14 bonecos produzidos nos Estados Unidos,

especialmente para o Museu, que foi elaborado nos

moldes do Madame Tussauds. Todos os personagens

estão inseridos em cenários que fazem referência a

algum momento de suas atuações, seja na vida real ou

fictícia, permitindo a interação com o público, que pode

Fotos: Isabela Lisboa e divulgação

Page 11: Revista Petrópolis

tirar fotos ao lado de seus ídolos, levando esta divertida

recordação para casa.

Localizado no bairro Valparaíso, um ícone da arquitetura

e da história de Petrópolis, voltou a abrir suas portas em

outubro. O Palácio Itaboraí, propriedade da Fiocruz,

recebeu minuciosas e cuidadosas obras, financiadas

pela Petrobras com a chancela da Lei Rouanet. O prédio,

que no passado foi residência de verão dos

governadores do Estado do Rio de Janeiro, agora é a

sede do Fórum Itaboraí: Política, Ciência e Cultura na

Saúde, um programa da Presidência da Fiocruz.

O Fórum Itaboraí possui um espaço dedicado a

exposições, com ênfase na interfase entre a ciência e a

cultura. O destaque é a trilha da biodiversidade vegetal

na Mata Atlântica que inclui plantas medicinais,

nutricionais, aromáticas, ornamentais e tóxicas do seu

entorno.

E para os apaixonados pela “gelada”, o Grupo Petrópolis,

fabricante da cerveja Itaipava, entre outras marcas, abriu

seu complexo industrial à visitação. Através do Beer Tour

os visitantes conhecem todas as fases do processo de

fabricação da cerveja. No tour, turistas e visitantes

conferem de perto todo o processo de fabricação de uma

das cervejas mais consumidas do Brasil, que vai desde o

descarregamento das matérias primas até o envase,

etapa em que a cerveja já é rotulada e encaixotada ou

embalada para finalmente ser apreciada pelo paladar do

consumidor. No final do percurso, que dura

aproximadamente 1 hora, os participantes seguem para

o Bar Petrópolis, onde degustam o mais puro chopp

Itaipava.

Mas as novidades não param por aqui. Em 2012, outros

atrativos incríveis serão inaugurados, aumentando,

ainda mais, a oferta turística da Petrópolis Imperial.

Aguardem!

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Não espere mais. Venha conhecer as novas opções de turismo em Petrópolis.

Beer TourRua Trajano de Paula Filho, 199 - Pedro do Rio Visitação: de terça a sexta-feira, das 15h às 16h30 e sábados, das 11h às 12h30 e das 15h às 16h30

Ingresso: gratuito mediante agendamento prévio através do telefone: (24) 2103-8000

Casa Cláudio de Souza

Praça da Liberdade, 247- Centro

Tel.: (24) 2245-3418

Visitação: de terça a sexta-feira, das 11h às 18h

Biblioteca: de terça a sexta-feira, das 13h30 às 17h30. Manhã: agendamento pelo e-mail [email protected]

Ingresso: gratuito

Museu de Cera de Petrópolis

Rua Barão do Amazonas, 35 - Centro

Telefone: (24) 2249-1595

Visitação: de terça-feira a domingo, das 10h às 17h

Ingresso: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia)

Palácio Itaboraí

Rua Visconde de Itaboraí, s/nº - Valparaíso

Visitação: de segunda-feira a sábado, das 9h às 17h.

No caso de visitas em grupo, é necessário agendar previamente pelo telefone (24) 2231-3137.

Ingresso: gratuito

Page 12: Revista Petrópolis

12 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

uando falamos no som produzido pelos sinos,

sempre nos vem à mente a sensação de muita

paz, harmonia, religiosidade e, principalmente,

o espírito de Natal. E é para falar sobre esta música que

invade nossos ouvidos nesta época do ano, que a Revista

Petrópolis entrevistou o maestro Márcio Conrad, regente do

Coral de Sinos e diretor de arte do IPAE - Instituto

Petropolitano Adventista de Ensino.

Desde 2009, o Coral de Sinos faz parte da programação do

Natal de Luz, com imenso sucesso de público em suas

apresentações no Palácio de Cristal.

A nossa equipe foi até o Colégio Adventista, sede do Coral,

para conhecer mais de perto a trajetória deste grupo que

vem encantando o público pelo Brasil a fora.

Q

EntrevistaEntrevista Maestro

Márcio ConradMaestro

Márcio Conrad

Concedida a: Clarice Cunha l Fotos: Isabela LisboaDaniel Carvalho /

12 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

Page 13: Revista Petrópolis

13Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

É um trabalho de equipe onde

todos devem estar concentrados

e sincronizados.

Revista Petrópolis- Maestro, para

começar a nossa conversa uma

curiosidade: Por que Coral de Sinos e

não Orquestra de Sinos?

Márcio Conrad - A tradição começou na

Inglaterra e nos Estados Unidos quando os

sinos de várias igrejas tocavam quase que

simultaneamente. Para dar maior unidade

e harmonia a este som, grupos de sineiros

começaram a se formar com a

denominação de Coral de Sinos e não de

Orquestra de Sinos. Nós aqui resolvemos

seguir a tradição.

RP- Quando o Coral de Sinos foi

fundado e quem participa da sua

formação?

MC - O Coral de Sinos é formado por

alunos do Colégio Adventista de

Petrópolis, com idades que variam entre 15

e 19 anos, todos com conhecimento

musical. Foi fundado em 1996 e hoje, com

15 anos, tem o objetivo de transmitir cultura

de uma forma diferente e inovadora,

seguindo a filosofia de ensino da Escola

Adventista.

RP- Você nasceu no Rio de Janeiro em

1974 e começou a estudar música aos

cinco anos de idade. Fale um pouco

sobre sua formação.

MC - Sempre estive envolvido com música,

pois sou filho de pais músicos. Estudei

piano, flauta doce e transversa, violão e

viola, mas acabei me dedicando ao piano e

a flauta. Me formei no curso técnico de

piano pelo Conservatório Brasileiro de

Música e depois me tornei Bacharel em

Composição pela UNI-Rio. Também

participei dos cursos de regência mantidos

pela PROARTE e UERJ. Fui diretor

musical e maestro do Coral Jovem do Rio

durante cinco anos e dirigi o Coral Infantil

da Rocinha, uma experiência muito rica,

parte de um projeto social desenvolvido

pelo Coral Jovem do Rio.

Como compositor minhas áreas de maior

enfoque são a erudita e a religiosa.

Mesmo não residindo no Rio de Janeiro,

mantenho com o compositor, pianista e

amigo Sérgio Roberto de Oliveira o Duo

Tasto-dois compositores ao piano. Já

lançamos um CD que foi gravado na Sala

Cecília Meirelles(RJ) e lançado pela A

Casa Discos.

Já atuei como copista trabalhando em

partituras de compositores renomados

como Carlos Gomes, Antônio Guerreiro,

Leopoldo Miguêz e Villa-Lobos e devido a

minha experiência com gravações em

estúdio, tenho trabalhado como produtor,

arranjador e regente para gravações vocais e

instrumentais.

RP - E como chegou o convite para

trabalhar em Petrópolis como diretor de

arte do IPAE?

MC - Em 2003 fui convidado para administrar

o Conservatório Musical do Instituto

Adventista Cruzeiro do Sul, em Taquara

(RS), onde fui diretor musical, professor de

Música de Câmara e Noções de Arranjo.

Também fui maestro do coro principal e de

outros três corais, dois madrigais, banda

marcial e a orquestra que a escola mantinha

em funcionamento.

Em 2008 passei a integrar o time de músicos

do Colégio Adventista de Petrópolis. E é com

muito prazer e dedicação que hoje dirijo 130

alunos da Escola de Música, sou o maestro

do Coral de Sinos e do Coral Jovem,

professor de piano e flauta transversa, além

de administrar e operar o estúdio de

gravações do IPAE.

sincronizados. O resultado é de extrema

beleza e graça, tanto pelo timbre dos

sinos como pela movimentação dos

intérpretes.

RP - Onde os sinos foram adquiridos e

como é feita a manutenção?

MC - Os nossos sinos foram comprados

nos Estados Unidos, com um custo

aproximado de 11 mil dólares e toda a

manutenção é feita lá. Para se ter uma

ideia, até o líquido e a flanela para fazer a

limpeza é importada.

Os sinos são extremamente delicados e

desafinam com muita frequência. Por isso

os locais onde são feitas as nossas

apresentações têm que ser planos e

cobertos, pois não podemos correr o risco

com mau tempo, por exemplo.

RP - O Coral de Sinos do IPAE já se

apresentou no Rio de Janeiro, São

Paulo, Bahia, Minas Gerais, Goiás,

entre outros estados. Aqui em

P e t r ó p o l i s f o r a m i n ú m e r a s

a p r e s e n t a ç õ e s , i n c l u s i v e n a

programação do Natal de Luz. Foi

indicado ao Prêmio Maestro Guerra

P e i x e e m r e c o n h e c i m e n t o à

contribuição cultural que tem prestado

a cidade de Petrópolis e também

conquistou o prêmio de melhor arranjo

para os 30 anos do programa Esporte

Espetacular, da Rede Globo. Quais são

os projetos para o coral em 2012?

MC - Nós temos que continuar

ensaiando e nos preparando cada vez

mais para tornar impecáveis as futuras

apresentações. Eu pretendo durante

2012 gravar os nossos ensaios, editá-los

e enfim gravar o nosso primeiro CD.

O Coral já está bastante maduro e precisa

ser perpetuado. Mas antes disso temos

que pensar no presente. As festas de fim

de ano estão chegando e a cidade de

Petrópolis pode se preparar, pois o Coral

de Sinos do Colégio Adventista promete

um espetáculo inesquecível neste Natal

de Luz.

RP - Um Coral de Sinos é formado por

sinos de diferentes tamanhos, com

afinação definida. Você poderia explicar

melhor como funciona o coral?

MC - Os sinos são organizados em escala

cromática, um sino para cada nota. O Coral

de Sinos do IPAE possui três oitavas

completas o que corresponde a 37 sinos.

Cada “sineiro” é responsável por duas

notas e suas alterações (sustenidos e

bemóis), o que corresponde, nesse grupo

de três oitavas, a 11 pessoas tocando.

A partitura é igual para todos e cada um

precisa estar atento ao momento em que

suas notas aparecem, para poder tocá-las

no tempo certo e abafar os sinos para que

eles não continuem a soar, embolando com

ou t ras no tas nas mudanças de

harmonização. É um trabalho de equipe

onde todos devem estar concentrados e

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14 Petrópolis A Revista da Cultura e do Turismo

B i s b i l h o t e c aB i s b i l h o t e c aG a b r i e l a M i s t r a l

G a b r i e l a M i s t r a lB i s b i l h o t e c a

B i s b i l h o t e c a

“O Natal dos Pobrezinhos”Uma viagem no tempo revela a vocação solidária dos petropolitanos

lista dos produtos arrecadados e, entre eles, nos

chamou a atenção um em especial: a doação de 100

charutos pela Charutaria César. Uma doação um

tanto estranha, para uma campanha em prol das

crianças carentes, que atualmente seria vista, no

mínimo, como politicamente incorreta.

O “Natal dos Pobrezinhos”, ainda contou com um dia

de festividades conforme anunciava o jornal em 22 de

dezembro:

“A festividade começara ás 10 horas da manhã, onde

a distribuição dos brinquedos e outros objetos serão

distribuídos pelas ilustres senhoras. A praça será

ornamentada com bandeiras e galhardetes, onde

tocará a Banda de Musica Leopoldo Miguez. Também

haverá distribuição de doces e bombons”.

O sucesso do evento pudemos conferir na matéria

publicada cinco dias depois:

“Ergueu-se um pavilhão com mais de mil objetos

como brinquedos de chumbo, bonecas, aeroplanos,

trens de ferro, espingardas, palhaços, arcas de Noé,

tambores, espadinhas, bolas de borracha, aparelhos

de louça, etc. Às 11 horas deu-se a distribuição dos

brinquedos entre as meninas e os meninos, onde

tiravam um bilhete na entrada do edifício da Tribuna, e

iam ao pavilhão receber o brinquedo correspondente

ao número que lhe coubera. Foram distribuídas 200

entradas para a matiné do cinema Rio Branco”.

Mas o mais importante é que, bisbilhotando estes

arquivos depois de um século, concluímos que, não

importa o momento da história, levaremos sempre

conosco a mesma vocação para ajudar o próximo.

Hoje e sempre.

hegou o Natal. E com ele o espírito de

solidariedade ganha ainda mais força,

através de diversas campanhas para

arrecadação de brinquedos, cestas

básicas, entre outros. No Natal de Luz, além das

centenas de eventos que percorrem a cidade,

oferecendo a inclusão sociocultural em comunidades,

também recolhe brinquedos e alimentos em troca dos

ingressos das belíssimas atrações apresentadas no

Theatro D. Pedro.

Mas como eram as festas de Natal há cem anos? A

curiosidade em conhecer um pouco mais sobre os

hábitos e costumes da sociedade petropolitana, nos

levou até os arquivos da Biblioteca Gabriela Mistral,

para saber como a população se reunia em 1911, para

comemorar o Natal.

Encontramos, assim, a campanha “Natal dos

Pobrezinhos” divulgada pela Tribuna de Petrópolis, no

dia 14 de dezembro daquele ano. Na ocasião, as

pessoas eram convocadas a fazerem doações em prol

das crianças que possuíam lares modestos.

Todos os dias as notícias sobre a campanha estavam

na primeira página do jornal que cada vez mais,

ganhava novos adeptos. E os textos destacavam

alguns ilustres colaboradores:

A distinta senhora Nair de Teffé, filha do Barão de

Teffé, teve a gentileza de enviar-nos 20$ para o Natal

dos pobrezinhos.

O presidente da Câmara Municipal, Joaquim Moura,

doou 50$.

As doações eram as mais diversas e as pessoas

menos abastadas contribuíam com o que podiam. No

dia 23 de dezembro de 1911, a Tribuna divulgava uma

C

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