Revista SINFAC/RS 09

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Edição 09 da Revista dirigida ao setor de Fomento Mercantil - Factoring - do Estado do Rio Grande do Sul, abordando como tema principal a cobertura do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, que aconteceu nos dias 10 e 11 de Setembro, em Porto Alegre

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içãomatéria de capa

em foco

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e mais:

Com o slogan “Venha conhecer o que há de novo no Fomento Mercan-til”, o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, promovido pelo SINFAC do Rio Grande do Sul, mostrou aos seus mais de 300 participantes que além das novidades sobre o segmento de factoring, a qualificação e a capacitação de seus associados são metas primordiais da entidade.

Sem treinamento não tem evolução e muito menos profissionalização. Por esta razão, o SINFAC/RS tem promovido cursos diversificados para os seus associados. Confira os cursos promovidos neste primeiro semestre e se agende para os próximos que acontecerão até o final do ano.

Palavra do Presidente ...............................................................................................04

Especial .......................................................................................................................................... 06

Em foco ........................................................................................................................................ 22

Perfil ...................................................................................................................................................... 24

Economia ......................................................................................................................................34

Artigo .................................................................................................................................................... 37

A Revista do SINFAC/RS é uma publicação do Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil - Factoring do Estado do Rio Grande do Sul

Rua Sport Club São José, 53 - conj. 302Fone/Fax: (51) 3341-3998 CEP 91030-510 - Porto Alegre/RSwww.sinfacrs.com.br - [email protected]

DIRETORIAPresidente:Olmar João Pletsch

1º Vice-Presidente:Marcio Henrique Vincenti Aguilar

Vice-Presidente Administrativo:Luiz Gerson Almada

Vice-Presidente Financeiro:Rodrigo Librelotto Westphalen

Diretores Titulares:Letícia Hickmann PletschOlmiro Lautert Walendorff Jaime Antonio NunesMaria Terezinha Deboni Grando Clito SantiniGisele Ferreira Bier Roberto de LorenziNorberto Pacheco de Antoni Alexander BleyCarlos Gilbert Conte

Diretores Suplentes: Luciano Villa Verde CaetanoGilberto Bavaresco Roseli de Castro SoaresKarina Deboni Grando Ivanhoé FassiniRogério Vargas Fagundes Antonio Rodrigues AguilarPedro Henrique de Souza Almada Angela Maria Marcon TernesMarcelo Pina Matusiak

Delegados Titulares Representantesjunto à Fecomércio:Olmar João PletschOlmiro Lautert Walendorff

Delegados Suplentes Representantesjunto à Fecomércio:Marcio Henrique Vincenti AguilarRodrigo Librelotto Westphalen

Conselho Fiscal - Titulares: Sérgio Grisólia WalendorffValdir Ferraz de Abreu Jorge Alberto de Oliveira Pacheco

Conselho Fiscal - Suplentes:Diones Pastre CamargoLino Mattiello Germano Brendler

EDIÇÃOFrancke | Comunicação IntegradaAv. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 Bela Vista - Porto Alegre/RSFone/Fax: 51 3388 7674www.francke.com.brEditora-responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)Redação: Ana Lúcia Medeiros (Reg. Prof. 11582/RS) Projeto Gráfico: Hélio de SouzaDireção de Arte: Thiago Pires/Capa: Hélio de SouzaRevisão: Flávio Dotti - Impressão: Contgraf

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A nona edição da nossa revista traz a cobertura com-

pleta do maior evento do ano do SINFAC/RS, o III Encontro

Gaúcho de Fomento Mercantil, que aconteceu nos dias 10 e

11 de setembro, no Hotel Deville, em Porto Alegre. O encon-

tro não somente congregou mais de 300 participantes entre

empresários, presidentes de Sindicatos de Fomento Mercantil

– Factoring e profissionais do setor para um momento de ca-

pacitação profissional como comemorou o aniversário de 19

anos do Sindicato do Rio Grande do Sul.

Com o slogan “Venha conhecer o que há de novo no

Fomento Mercantil”, o evento trouxe palestrantes ilustres do

judiciário brasileiro, os ministros do Superior Tribunal de Jus-

tiça, Humberto Gomes de Barros e Massami Uyeda; e parti-

cipantes do judiciário do nosso Estado, os desembargadores

Orlando Heemann Júnior e Otávio Augusto de Freitas Bar-

cellos, demonstrando, com essas presenças, a seriedade, o

comprometimento e a importância do fomento mercantil para

a sociedade brasileira.

Sempre pautado em temas que norteiam o segmen-

to de factoring, o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil

trouxe palestras diversificadas sobre economia, política, Res-

ponsabilidade Social, combate à corrupção, direito de regres-

so, contrato de fomento mercantil, a importância do gerente

comercial, gestão, empreendedorismo, entre outros assuntos.

Como a profissionalização é um dos enfoques princi-

pais da nossa gestão, o leitor pode tomar conhecimento sobre

todos os cursos realizados gratuitamente para o associado e

se agendar para os próximos que ocorrerão até o final deste

ano, na matéria “Qualificar é preciso”.

Em cada edição, uma região será contemplada para

mostrar as empresas de fomento mercantil associadas em

todo o território gaúcho. Desta vez, além de o leitor conhecer

as empresas que abrangem a região de Passo Fundo, é possí-

vel se informar sobre as características econômicas e o perfil

da cidade e os seus pontos turísticos. Depois de um breve pa-

norama a respeito da nova publicação, não perca mais tempo

e fique informado sobre o segmento na Revista do SINFAC/RS.

Boa leitura!

Olmar João Pletsch

Presidente do SINFAC/RS

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Ética e combate à corrupção abre as palestras do

O Instituto Ethos conta com mais de 1.300 empresas associadas em todo o Brasil.

III Encontro Gaúcho de Fomento

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“Ética Empresarial na Prevenção e Combate à Corrupção - A experiência do Pacto Empresarial pela Integridade e Combate à Corrupção” criado pelo Insti-tuto Ethos, foi o tema de abertura, do pri-meiro dia de evento do III Encontro Gaú-

cho de Fomento realizado de 10 a 11 de setembro. O instituto fundado em 1998 tem como uma de suas missões ajudar as empresas a gerir seus negócios de forma socialmente responsável tornando-se parceiras na construção de uma sociedade, mais justa. A palestrante, Luciana Aguiar, secretária-executiva do Instituto Ethos, informou que a entidade que surgiu das articulações de empresários brasileiros com ideias di-ferentes sobre Responsabilidade Social e desenvolvimento sustentável conta atualmente com mais de 1.300 empresas associadas em todo o Brasil. “É uma mobilização empresarial com ferramentas de gestão muito forte pelo ponto de vista da Responsabilidade Social, e essas ferramentas ajudam a gerar políticas públicas e articulação de direitos humanos.”

O Instituto Ethos, que define a Responsabilidade Social como forma de gestão ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais se relaciona, estabelecendo metas empresariais compa-tíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade, criou em 2006 o pacto empresarial denominado “Empresa Limpa pela Integridade e Contra a Corrupção”, que visa comprometer de forma voluntária as empresas em favor da ética nos negócios.

O pacto empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção tem 199 empresas signatárias, 30 entidades empresariais que compõem o Conselho de Mobilização e 37 empresas e entidades no Grupo de Tra-balho. Segundo Luciana, as empresas assumem sete compromissos no Pacto, que vão desde leis que devem ser conhecidas internamente para serem cumpridas integralmente; divulgação, orientação e respostas so-bre princípios legais aplicáveis às suas atividades; vedação ao suborno; contribuição transparente e lícita a campanhas políticas; propagação de princípios do Pacto entre seus públicos; investigações abertas e trans-parentes e atuação junto à cadeia produtiva.

Luciana Aguiar,Secretária Executiva do Instituto Ethos

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“É uma mobilização

empresarial com ferramentas de

gestão muito forte pelo ponto

de vista da Responsabilidade

Social, e essas ferramentas

ajudam a gerar políticas públicas

e articulação de direitos humanos.”

A participação das organizações no programa “Empresa Lim-

pa pela Integridade e Contra a Corrupção” é o resultado de ações

socialmente responsáveis, que resultaram na criação de um Manual

Anti-corrupção da Shell, Cartilha de gestão integrada de fornecedores

da Sadia, Programa Cadeia Saudável da Dudalina e Política de Portas

Abertas do WalMart, entre outras iniciativas que compõe a publicação

“Responsabilidade Social das Empresas no Combate à Corrupção” do

Instituto Ethos.

Para melhor divulgar o trabalho realizado pelo “Empresa Lim-

pa” está sendo criado um novo endereço eletrônico, www.empresalim-

pa.org.br, onde é possível acessar diversas informações novas, como

depoimentos das empresas signatárias, além de orientações sobre o

Pacto, banco de dados gerador de estatísticas e informações a respeito

das organizações, entre outros.

Questionada sobre quais são as ações de Responsabilidade So-

cial que as empresas devem aplicar, Luciana destacou que dentre elas

estão às políticas de comunicação que geram diálogos; a criação de

Código de Conduta; a constituição de ouvidorias para que as pesso-

as possam apontar o que não está certo; a transparência nos relatos

financeiros; os valores de transparência que a empresa quer assumir; e

as políticas de portas abertas, ou seja, colaboradores com visão pano-

râmica da empresa.

Ao tratar sobre combate à corrupção, a palestrante lembrou que

com a chegada das Olimpíadas 2012 no Brasil é preciso que o país e a

sociedade estejam alertas por meio de ações de desenvolvimento seto-

rial para que as fraudes sejam minimizadas. “Com esse grande valor de

investimento que será gerado é preciso controle social. Vamos passar

uma ótima Olimpíada, e que esse legado fique para a sociedade.”

O vice-presidente do SINFAC/RS, Marcio Aguilar, também desta-

cou o trabalho de Responsabilidade Social feito pelo Sindicato a diver-

sas entidades assistenciais, como o Lar Pão dos Pobres, a Casa Menino

Jesus de Praga, o Asilo Padre Cacique, o Instituto Espírita Dias da Cruz,

a Associação Educacional e Beneficente Emanuel, além de outras en-

tidades não governamentais que receberam o auxílio do SINFAC/RS.

“O nosso Sindicato também tem um papel de Responsabilidade Social

e desenvolvemos muitas ações direcionadas a instituições carentes que

recebem benefícios de nossa organização, sem contar com outras con-

tribuições que fazemos.” Luciana elogiou a iniciativa e destacou a ini-

ciativa do Sindicato gaúcho como “um bom exemplo de relação com as

comunidades, ao mobilizar o público interno para visitar as instituições

e acompanhar as ações produzidas”.

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Ministro defende o direito de regresso

Artur VasconcellosConsultor de Empresas

Ministro Humberto Gomes de Barros,STJ

Um dos temas mais discutidos no segmento foi o assunto da palestra “O Di-reito de Regresso no Fomento Mercantil”, abordado pelo ministro do Superior Tribu-nal de Justiça, Humberto Gomes de Bar-ros, que defende a aplicação do direito de regresso – ressarcimento de um prejuízo

causado por terceiros – à atividade de factoring. Segundo o jurista, o direito de regresso é a possibilidade de franqueados comprarem um título e esse título somente ser pago pelo sacado, sendo que uma das maiores discussões é o adquirente do título ter o direito de cobrar do vendedor, que pode deixar o fomentador completamente desprotegido. “Se não houver o direito de regresso contra o comerciante, o fomenta-dor terá um prejuízo brutal.”

O direito de regresso no fomento mercantil é bastante debatido e conhecido entre o segmento de factoring, mas entre os juristas o assun-to é um tanto desconhecido. O ministro revelou que a Justiça brasileira desconhece o que é o direito de regresso no fomento mercantil. “A minha experiência de vida na advocacia me possibilitou não confundir o fomento mercantil com uma atividade que todos nós repudiamos,

“Se não houver o direito de

regresso contra o comerciante, o

fomentador terá um prejuízo brutal.”

Humberto Gomes de Barros, ministro do Superior Tribunal de Justiça, abordou o direito de regresso no fomento mercantil.

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deram títulos sem pagamento quando estes são honrados pelos devedores. Para o ministro, no entanto, essa pos-sibilidade existe e é recorrente tanto pelo direito brasileiro quanto pelo in-ternacional.

Segundo Barros, depois que se percebe a natureza do fomento mercantil, é preciso garantir a sua atividade de compra e venda que se diferencia da atividade financeira. “Eu compro uma bicicleta a prazo e o comerciante emite contra mim uma duplicata, e ele vende a outra pessoa essa duplicata. Essa é a operação de factoring. Na verdade não há como confundir.”

que é a agiotagem.” Para Barros, no direito de regresso, outro aspecto importante é “transformar o fator em segurador. Não é raro o golpista aplicar duplicatas frias e completar a custa do fator”.

Segundo interpretação da legislação, as empresas de fomento mercantil não teriam direito de cobrar das companhias que lhes ven-

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O Fomento Mercantil e seus aspectos contábeis e tributários

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Reges Bronzattivice-presidente da ASSEPRO-RS

Um dos pressupostos do segmento

de factoring é o contrato de fomento mer-

cantil; já quem pratica agiotagem não faz

contrato de fomento mercantil. “Você já

viu algum contrato de agiota.” Com esse

questionamento, o assessor e consultor

de empresas, Tarcisio Zonta iniciou a sua

palestra, esclarecendo sobre os aspectos

operacionais que compõem as operações

de factoring e o contrato de fomento mer-

cantil. Segundo Zonta, somente poderão operar com fomento mercantil pessoas jurídicas ou físicas a elas equiparadas, sendo indispensável sua formalização, por meio do contrato de fomento, que é o que diferencia uma operação de factoring de outras práticas. Além disso, ele frisou que o contrato precisa conter no seu conteúdo a identificação das partes, objeto, tipos de serviços e custo, forma de aquisição e custo, recupe-ração de despesas e impostos, vícios redibitórios e direito de regresso.

Aspectos importantes a respeito do contrato de fomento mercan-til, além de abordar sobre Lucro Real, impostos e contribuições, Emen-da nº 03 do Projeto de Lei 13/2007 e Planejamento Tributário, foram esclarecidos durante a palestra, que tratou sobre os aspectos contábeis e tributários no factoring. De acordo com Zonta, no que tange o as-pecto contábil é preciso estar bem definido o conceito de Lucro Real, que é o Lucro Líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas. “Se vou prestar um serviço com base no Lucro Real eu tenho que pagar com base no Lucro Real.”

Zonta informou que nos aspectos tributários as operações de fomento mercantil pressupõem a existência de duas receitas, sendo am-bas operacionais que visam à prestação de serviços, conjugada, ou, separadamente; além da aquisição, total ou parcial, dos recebíveis oriundos das vendas ou da prestação de serviços realizadas a prazo, pelas empresas-clientes. “A primeira consiste na obrigação de fazer, e a segunda, na obrigação de dar. Nós temos o ônus de uma instituição financeira e não temos o bônus.”

Além de outros tributos, que vão desde o Imposto de Renda que significa 15% do Lucro Real e a contribuição social, 9%; o PIS que agre-ga 1,65% da receita bruta; e o COFINS 7,6%. “O fato gerador do PIS e o COFINS é o faturamento”, disse Zonta. Já o IOF (Imposto sobre

Tarcisio Zonta, Assessor e Consultor de Empresas

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operações financeiras) é resultado de 0,0041% ao dia do montante liberado, para as empresas normais; ou - 0,00137% para as microem-presas e empresas de pequeno porte. “O IOF para a microempresa é menor que para as empresas maiores.”

Planejamento Tributário

“A nossa legislação tributária é complexa e muda toda hora”, pontuou o assessor e consultor de empresas, Tarcisio Zonta, ao esclare-cer sobre Planejamento Tributário. Ele informou que antes de mais nada é preciso saber que o divisor entre o Planejamento Tributário e a sone-gação é a Lei. A sonegação fiscal consiste em utilizar procedimentos que violem diretamente a lei fiscal ou o regulamento fiscal.

O planejamento tributário resulta em um conjunto de procedi-mentos legais que visam minimizar os encargos tributários. “O planeja-mento tributário é uma excelente ferramenta e, quando feito de forma profissional e responsável, pode reduzir encargos tributários de forma lícita, sem risco para o contribuinte.”

Zonta complementou ainda, que os contribuintes têm que se adequarem às regras do fazer certo para não sofrerem as consequên-cias do não cumprimento da legislação tributária. “Se o contribuinte pretende minimizar estes encargos, poderá fazê-lo legal ou ilegalmente.

A maneira legal chama-se elisão fiscal ou economia legal; e a forma ilegal denomina-se sonegação fiscal.”

O palestrante complementou ainda que com a globalização da economia, o país passou a disputar mercados com países onde a carga tributária é menor, tornando questão de sobrevivência empresarial a correta administração do ônus tributário. No caso das empresas tributadas pelo Lu-cro Real, são as que mais necessitam de Planejamento, pois são elas as que sofrem a maior carga tributária.

Zonta explicou que antes de ini-ciar a elaboração de um Planejamento Tributário é indispensável o profundo conhecimento da legislação, seja ela fiscal, tributária, trabalhista, previden-ciária ou societária. “O sucesso do planejamento está diretamente rela-cionado ao conhecimento e à criativi-dade de congregar estes elementos.”

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O Fomento Mercantil na visão do Judiciário

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Massami Uyeda, ministro do Superior Tribunal de Justiça, destacou o fomento mercantil como uma prática universal.

O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Massami Uyeda, abriu as pales-tras no dia 11 de setembro, abordando o tema “A importância do Fomento Mer-cantil na Visão do Judiciário”. O jurista destacou que o fomento mercantil é uma prática universal, tanto que outros países já têm o segmento como atividade regu-lamentada por lei. Ele frisou ainda a im-

portância de conseguir no Congresso Nacional a promulgação de uma lei, que defina o que venha ser o fomento mercantil, e a normatização da terminologia factoring. “É necessário que procuremos atenuar as consequências dos conflitos e os pilares que constituem o fomento mer-cantil. Por isso, eu insisto é preciso usar a terminologia adequada.”

Para evitar causas errôneas e defesas mal conduzidas na Justiça é necessário que o factoring tenha uma terminologia própria, acres-centou. “E o Poder Judiciário seria o depositário desses atritos. Se nós queremos um instituto de factoring que se estabeleça, é bom que come-cemos uniformizando a terminologia. A máquina judiciária custa cara e quem paga é o nosso imposto.” Segundo Uyeda, cada ministro do Superior Tribunal de Justiça tem recebido mil processos por mês e são julgados no máximo de 10 a 15.“O fomento mercantil não deixa de sofrer percalços, então é necessário que o setor tenha consciência de suas dificuldades e importância do seu segmento.”

O ministro destacou o factoring como um setor da economia que tem raízes no próprio desenvolvimento da humanidade, já que a própria história da humanidade está ligada ao crédito. “Onde existe crédito, as crises são superadas, e o pequeno e médio empresário não conseguem se manter ou fazer novos negócios se não houver a concessão do cré-dito.” De acordo com o jurista, as relações sociais são a confiança na concessão do crédito. Alguém concede o crédito na expectativa de que aquele crédito retorne. “Ser humano nenhum consegue viver sozinho, dependemos uns dos outros, onde há direito, há sociedade. Sem essa união não se consegue o desenvolvimento.”

As micro e pequenas empresas são as que mais necessitam do fomento financeiro proporcionado pelas empresas de factoring, disse Uyeda. “O fomento mercantil possibilita de forma direta, ao pequeno industrial, receber à vista o que receberá a prazo. É uma atividade lícita,

Ministro Massami Uyeda,STJ

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que tem que ser prestigiada.” O fomento das pequenas e médias orga-nizações é de crucial importância para o desenvolvimento econômico do país. “Quem impulsiona a economia são os pequenos e médios em-presários, e nisso a empresa de factoring está constituída para fornecer o crédito para essas empresas.”

“Grandes obras públicas do governo geram riqueza no país, mas não são esses projetos que impulsionam a economia, quem constrói é essa imensa massa de anônimos que vem da iniciativa privada”, de-fendeu o ministro, ao complementar que o fomento mercantil faz parte deste desenvolvimento, pois fornece o crédito através da compra do creditício para outra empresa. “O factoring é o cimento que solidifica as relações de confiança entre os pequenos empresários e isso também passa na Constituição. Então, dizer que a atividade de fomento é menor é também um desconhecimento desconstitucional.”

O ministro elogiou a realização do III Encontro Gaúcho de Fo-mento Mercantil por mostrar a importância do fortalecimento da cate-goria. “Minha imensa satisfação em estar em solo gaúcho, conhecendo pela primeira vez o Rio Grande do Sul. Estou satisfeito de verificar que o povo gaúcho é um povo destemido, bravo, que abre fronteiras, orgu-lhoso de sua cidadania e sua cultura. É o único Estado que preserva as suas origens.”

“O fomento mercantil

possibilita de forma direta, ao pequeno

industrial, receber à vista o que receberá

a prazo. É uma atividade lícita, que tem que ser

prestigiada.”

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al O gerente comercial deve monitorar risco e fidelizar clientes

“Falo sobre um assunto que se tornou muito importante na minha vida, pois estou envolvido direto e indiretamen-te no setor de fomento mercantil desde 1994, quando organizei a minha empre-sa de factoring”, declarou o empresário e professor, Carlos Alexandre de Braga Almeida, na abertura da sua palestra “A importância do Gerente Comercial na Re-lação com o Cliente”. Afinal, qual é a sua importância? Pois é este profissional, seja ele um gerente comercial sênior, júnior ou trainee, quem vai conquistar e manter os clientes da empresa. Portanto, será o ven-

dedor da sua factoring, definiu Almeida. “O gerente comercial faz a interface entre o cliente e a factoring e monitora os negócios feitos, por isso, é preciso que as empresas possibilitem a sua ascensão profissio-nal.” Segundo o professor, o gerente comercial precisa achar sempre uma maneira de aprimorar a carteira de clientes, fazê-la de forma com-promissada e gerando perspectivas positivas para a empresa.

Para ser um qualificado gerente comercial, Almeida apontou que são necessários alguns requisitos fundamentais. Este profissional deve ser proativo, equilibrado, perseverante, seguro e prudente, além de engajado. Sem contar que é preciso ter conhecimentos da empresa, do mercado e do cliente. “Ele deve acordar de manhã cedo, superar os seus problemas, correr atrás, visitar os clientes, ser equilibrado quando receber a nossa pressão e do cliente, e ter prudência – na dúvida, não fazer uma operação”, pontuou.

Porém, não deve nunca ser confundido com o analista de cré-dito, que é o proprietário da factoring, alertou Almeida. O gerente co-mercial deve sim, monitorar o risco e a fidelização do cliente, além de realizar visitas mensais e relatórios, além de contribuir na gestão da empresa-cliente. “O comercial precisa visitá-lo mensalmente, ter uma boa relação, conhecer a sua realidade e passar para o analista.” O seu papel é ser vendedor, assessor da diretoria e consultor do cliente. “A factoring é uma empresa que o produto é o dinheiro, se não tiver uma equipe boa, o negócio não vai funcionar.” A gestão do setor comercial em uma factoring deve traçar objetivos e metas, ter regras e condições bem definidas, um constante recrutamento e seleção, uma equipe li-derada, um controle de resultados e um replanejamento de objetivos e metas. “O gerente comercial permanecerá enquanto estiver gerando resultados satisfatórios para a empresa e para ele.”

Agora, saiba como conquistar

Quem vai conquistar e manter o cliente é o gerente comercial, mas para conquistá-lo três são os itens, que vão desde os preços, os fatores competitivos e as diferenciações, que precisam conter, dentre

Mudar

Carlos Alexandre de Braga Almeida,Consultor de Empresas

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espe

cial“O gerente

comercial permanecerá

enquanto estiver gerando

resultados satisfatórios para a empresa e para ele.”

outras coisas, bom atendimento, agilidade e crédito. “Uma factoring é como outra empresa qualquer, tem um setor comercial e a relação com o cliente precisa ser diária, pois a única pessoa que coloca o di-nheiro dentro da empresa é ele. O cliente é a peça mais importante do negócio”, frisou o empresário e professor, Carlos Alexandre de Braga Almeida.

De acordo com Almeida, uma empresa de fomento mercantil que deseja crescer precisa também procurar clientes novos e substituir quem não interessa mais. Além disso, é preciso definir quais serão os setores que vão trabalhar para prospectar os clientes novos. E como atrair esses novos clientes? Segundo Almeida, “nas empresas financei-ras, o melhor marketing é o boca a boca, outra maneira de chegar nos possíveis clientes é divulgar a empresa. Indicações também, usamos o tempo inteiro”.

O crédito para empresas de fomento mercantil é função direta da viabilidade dos negócios e a relação de confiança com o cliente é fundamental neste processo. Conforme o empresário, é preciso fazer os seguintes questionamentos: Que confiança nós temos nas informações passadas pelos clientes? E que informações temos quanto à evolução dos negócios daquela empresa?

Almeida pontuou que a venda não se encerra com a entrega do dinheiro. É fundamental o monitoramento do crédito, e a venda se encerra quando o dinheiro volta acrescido do ganho da empresa de fomento mercantil.

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al As perspectivas da economia globalFraquelli traça um panorama sobre a economia no mundo e o impacto no Brasil.

“É preciso estar preparado com o dia a dia da informação, a economia do Rio Grande do Sul é hoje o centro do Mer-cosul.” O alerta foi do professor e eco-nomista, Antonio Carlos Fraquelli, na sua palestra “As perspectivas para a Economia Global e o Impacto sobre o Brasil e o Rio Grande do Sul”, ao traçar um panorama

sobre a trajetória e o crescimento da economia brasileira e mundial. No início dos anos 90, explicou Fraquelli, a economia global fez um upgrade com a vinda de um imenso contingente populacional para a economia de mercado. E a consolidação dessa nova realidade implicou a abertura econômica para as demais economias, a fim de viabilizar a absorção dos bens produzidos e dos serviços prestados no plano glo-bal. A nova economia viabilizou um avanço no ritmo de crescimento dos Estados Unidos, a presença do Consenso de Washington em âmbi-to mundial e o reformismo do século XXI.

No Brasil, a transição da economia dos anos 70, 80 até os dias atuais aponta para um mundo capitalista, com um grande contingente populacional, traçou o economista. Na década de 90, com o surgimen-to da globalização, se consolida uma nova economia, com a abertura do capitalismo.

Nos anos 2000, começa a se separar a velha e a nova eco-nomia. Com a crise da nova economia e a retomada do crescimento dos Estados Unidos começam a ocorrer mudanças significativas que o economista numerou que vão desde a valorização das empresas da in-ternet; a ruptura da bolsa de Nova York; a desaceleração da economia dos Estados Unidos – 2001 a 2002; as taxas de juros são reduzidas para o menor patamar nos últimos 40 anos, é a semente da crise de 2008; o aquecimento e a alavancagem do setor habitacional e a eco-nomia passa à crescer a taxa de 5,0 ao ano – 2004-2007.

Com o crescimento econômico mundial, o produto mundial cres-ceu 5,1% em 2007. “Na verdade, foram quatro anos consecutivos, en-tre 2004 e 2007, com crescimento médio anual em torno de 5,0 % ao ano.” Conforme Fraquelli, o desempenho das economias avançadas foi em 2008, de 0,4% nos Estados Unidos, 0,6% área do Euro e -1,2% no Japão. As economias emergentes apontaram um desempenho em

Prof. Antonio Fraquelli,Economista

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espe

cial2008, que registrou 5,1% no Brasil, 9,6% na China, 7,3% na Índia e

5,6% na Rússia. Com um mundo em recessão, em 2009, as economias avançadas como os Estados Unidos tiveram um desempenho na eco-nomia de -2,4%; e o Japão de -5,2. As economias emergentes como o Brasil foi de -0,2% e da China de 8,7%. “Quando a economia ameri-cana recua, nós passamos a nos preocupar. O crescimento tímido foi à quebra do crescimento americano.”

As previsões econômicas

Conforme Fraquelli, as previsões para 2010 indicam que o mun-do teve um crescimento de 4,6%. “O crescimento se deve à economia avançada, em que o Brasil teve uma grande conquista da estabilidade, e um incentivo do governo para a construção civil, produtos automo-tivos e motocicletas.” Em países de economias avançadas, como os Estados Unidos, foi um crescimento de 3,3% e uma estabilidade de 2,1%; e no Brasil um crescimento de 7,1% e uma estabilidade de 5,1%. Em termos de Produto Interno Bruto (PIB), no ano de 2009, o Brasil teve um desempenho de -0,2% e o Rio Grande do Sul de -0,8%. Na agro-pecuária, o Brasil teve um desempenho de -5,2% e o Rio Grande do Sul de 1,2%; na indústria de -5,5% e o Rio Grande do Sul de -5,3%. Nos serviços, de 2,6% no Brasil, e 0,9% no Rio Grande do Sul, para 2011, a estabilidade dos Estados Unidos será de 1,7% e o Brasil de 4,6%. “Em 2014, é preciso superar a crise da dívida na Europa. Já o Brasil estabi-lizou a economia e esperamos mais harmonia nas nossas economias e emprego no Brasil.”

“O crescimento se deve à economia

avançada, em que o Brasil teve uma grande conquista

da estabilidade, e um incentivo

do governo para a construção

civil, produtos automotivos e

motocicletas [...]”

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O que esperar da política brasileira?

O que a política reserva para o Rio

Grande do Sul e para o Brasil nos próxi-

mos anos? É um questionamento que a

sociedade faz principalmente neste ano

de eleições, e que se tornou tema da pa-

lestra, ministrada pelo jornalista Diego

Casagrande. “Acompanho a vida política

há 20 anos e sou um indignado, portanto

vou procurar traçar alguns panoramas que nós já vivemos”, pontuou o jornalista. Segundo ele, sempre que se aproxima o período eleitoral a população fica indignada com o desconhecido, com dúvida, inseguran-ça e indefinição, e isso gera medo e angústia. “Há muito o que fazer na América Latina e no Brasil também. A resolução de muitos problemas passa pelos nossos homens públicos, os governantes”, argumentou Ca-sagrande. De acordo com a publicação do The Wall Street Journal, o Brasil fica em 113º em ranking de liberdade econômica/2010, atrás de Mali, Azerbaijão, Moçambique e Filipinas. “Estamos em 113º em liberdade, considerando todo o arcabouço jurídico. Em 1980, a China estava atrás do Brasil no índice de liberdade econômica e agora o Brasil está na rabeira da liberdade econômica.”

A revista The Economist publicou recentemente que a América Latina não poupa, não investe, não educa e não inova o suficiente. A produtividade está crescendo mais devagar do que em outras partes do mundo e a legislação acaba criando mão de obra informal, acredita a revista. “Resolver esses problemas requer que os líderes políticos da América Latina redescubram um apetite por reformas.”

O que melhorar?

Para melhorar muitos problemas vividos no Brasil, Casagrande apontou quatro pontos importantes que precisam de mais investimentos e engajamento dos homens públicos, que vão desde a educação, eco-nomia, segurança e combate à impunidade. Dados da Pesquisa Nacio-nal por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2009, apontam que cerca de menos de 10% da população, a partir de 15 anos, é analfabeta pura, ou seja, não sabe ler e escrever. E menos de 20,3% são analfa-betos funcionais, representando um 1/5 da população, portanto 1 em

Diego Casagrande,Jornalista

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“Nós somos escravos de um

Estado perverso e precisamos nos

rebelar contra isso, para os nossos filhos

e nossos netos.”

cada 5 brasileiros não sabe interpretar textos e fazer cálculos básicos de matemática.

O site EconomiaBr divulgou que no setor econômico, de 1930 a 1980, o Brasil cresceu em média 6% ao ano, triplicando a participação no Produto Interno Bruto (PIB) mundial. De 1981 e 2009, - 2,7 % ao ano de crescimento, em média. E a participação do Brasil no PIB mun-dial caiu de 3,9% para apenas 2,7%. O terceiro ponto, que é a segu-rança, o Mapa da Violência traçado pelo Ministério da Saúde, informa que ocorreram 512 mil assassinatos em 10 anos, de 1997 a 2007. “Isso é um índice de Vietnã. É um problema que precisamos enfrentar e não enfrentamos”, frisou Casagrande. O quarto e último ponto é a impunidade brasileira que deixa homens corruptos sem punição, como o caso do ex-prefeito de São Paulo e deputado federal, Paulo Maluf, incluído na lista dos procurados pela Inrterpol, que é uma espécie de polícia internacional. “O único lugar no mundo que o Maluf pode ficar é no Brasil, em outros países, ele é preso”, disse o jornalista.

O palestrante citou homens corruptos que receberam punição, como o caso do então governador de Illinois, Rod Blagojevich. Ele foi preso pela polícia do FBI, acusado de corrupção, ao tentar tirar van-tagem da possibilidade de indicar o substituto de Barack Obama ao Senado. Além do antecessor de Blagojevich, também preso por corrup-ção, George Ryan.

Segundo Casagrande, o estudioso e professor Stephen Kanitz relata que as nações com menor índice de corrupção são as que têm o maior número de auditores e fiscais formados e treinados. A Dina-marca e a Holanda possuem 100 auditores por 100 mil habitantes, por exemplo. Nos países efetivamente auditados, a corrupção é detectada no nascedouro ou quando ainda é pequena. Já o Brasil é um país com um dos mais elevados índices de corrupção, segundo o World Econo-mic Forum, possuindo somente oito auditores por 100 mil habitantes. Para conseguir os mesmos níveis de lisura da Dinamarca e da Holanda é preciso formar e treinar 160 mil auditores. “A corrupção é grande no Brasil, porque não tem processo de auditoria”, pontuou Casagrande.

Quem são os favoritos?

A pesquisa Datafolha indica Dilma Rousseff (PT) na liderança para presidente da República com 50% da preferência. “Acredito que Dilma ganhe e Lula volte para ficar mais oito anos.” No Rio Grande do Sul, a pesquisa apontou o também petista Tarso Genro.

Para finalizar, Casagrande falou da ditadura vivida no país, onde têm todos os componentes de uma democracia clássica, com voto am-plo, imprensa livre, mas sempre o mesmo grupo de políticos ganha. “Nós somos escravos de um Estado perverso e precisamos nos rebelar contra isso, para os nossos filhos e nossos netos.”

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“Com o surgimento da Revolução Industrial não se separou o trabalho da vida.” A mensagem do professor e con-sultor empresarial, Waldez Ludwig foi um alerta de que para as pessoas gostarem do trabalho é preciso, acima de tudo, exis-tir respeito entra as hierarquias. “Se você der uma chance para o seu funcionário ter

Estratégia em primeiro lugarEstratégia, inovação e talento: o trio do crescimento pessoal e profissional.

uma ideia, ele vai gostar de trabalhar.” Na palestra motivacional “Estra-tégia, Inovação e Talento para o Crescimento Pessoal e Empresarial”, o palestrante brincou com a plateia e explicou aos participantes como colaboradores e empresários podem crescer e evoluir desde que se te-nha em primeiro lugar uma boa estratégia. “Quem controla a situação hoje é o consumidor”, por isso, segundo ele, o crescimento de uma empresa resulta dos valores para o cliente, pelo menor valor, agregado a cinco conceitos importantes: a inovação, o conhecimento, o talento, a informação e a liderança. “O objetivo é crescer e para crescer tem que ter resultado, aumentar o valor percebido, pelo menor valor possível. O cliente tem que sair levando vantagem ou ter o sentimento que vai levar a vantagem.”

Ludwig explicou que a inovação é o grande fator da compe-titividade e só ocorre quando se tem conhecimento e talento. “Não adianta uma pessoa muito competente sem ser talentosa. A inovação é a criatividade com utilidade. Gerar valor a partir de uma ideia.” E com uma inovação estratégica, ele apontou que é possível explorar o futuro para compreender as transformações dos cidadãos e identificar novas oportunidades de negócio.

E como inovar?, perguntou Ludwig. Com transformação, sofisti-cação, modernização, otimização e solução. “Às vezes, a inovação não é no produto é na missão ou no cliente”, acrescentou. Além de contar com um ambiente inovador. “Tem que montar um ambiente propício à inovação, informal e normalmente normalizado.” Para existir inovação, é preciso ainda um bom líder, que saiba transformar ideias em ações, liberando a energia de todos para realização de um sonho coletivo. “O líder tem um papel social.”

Para ser um bom líder é preciso também implantar uma gestão orgânica, ou seja, “uma gestão que não faça mal à saúde das pesso-

Prof. Valdez Ludwig,Consultor Empresarial

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as”, brincou Ludwig. Ele disse que conseguir esse modelo de “gestão bacana” é preciso que não tenha “veneno, aditivo e conservante, sem fofoca, e sem subir na cabeça dos outros”. A liderança precisa ainda aceitar as diversidades, pois quem ainda tiver algum tipo de preconcei-to, como, por exemplo, em relação a opção sexual e raça, será banido pela sociedade, disse Ludwig, ao acrescentar que as empresas precisam ter diretorias com diversidades, com uma gestão socialmente responsá-vel, colaborativa, não competitiva, com poder de conhecimento, sus-tentabilidade, liderança compartilhada e valorização ética.

Para um líder colocar em prática todas essas questões, é preciso ter junto a ele uma equipe de colaboradores, que forme um time de fu-tebol talentoso. “Talento é qualquer pensamento, sentimento e compor-tamento produtivo que quando aplicado, traga essência, simplicidade, melhoria, pureza e harmonia.” E ao finalizar a palestra, Ludwig trouxe a seguinte mensagem: “Quando o trabalho é um prazer, a vida é uma alegria. Quando o trabalho é um dever, a vida é escravidão.”

“Às vezes, a inovação não é no produto é

na missão ou no cliente”

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foco

O SINFAC/RS tem promovido diversos cursos aos seus associados. Então, saia um pouco da sua factoring e busque o conhecimento.

Sem treinamento não tem evolu-ção e muito menos profissionalização. Por esta razão, o SINFAC/RS tem promovido cursos diversificados para os seus asso-ciados, pois é preciso sair um pouco de dentro da factoring e respirar novos ares que levam ao conhecimento. Então, para o profissional de fomento mercantil que deseja se capacitar, as opções de trei-namento são gratuitas e abordam temas como gestão, contabilidade, comporta-mento, atendimento ao cliente, aspectos jurídicos, contratos, entre outros assuntos direcionados ao segmento.

“Cobrança e Recuperação de Valo-

res no Fomento Mercantil” foi o primeiro curso ministrado pelo assessor Jurídico da entidade, Alexandre Fuchs das Neves, no primeiro semestre de 2010. O objetivo era identificar, de forma prática, os tipos de de-vedores e seus respectivos comportamentos. Segundo o advogado, o principal problema encontrado pelos empresários não se constitui na inadimplência, mas sim no golpe. No curso “Prevenção dos Riscos Ju-rídicos para Factorings”, Neves deu dicas importantes para não cair na conversa de um possível golpista e evitar futuros problemas na Justiça.

Numa iniciativa pioneira, a entidade promoveu o curso “O COAF e o Setor de Fomento Mercantil”, primeiro direcionado aos di-retores do SINFAC/RS e a segunda edição para os associados. Neves esclareceu sobre a prevenção e combate a lavagem de dinheiro, bem como a Resolução 13/2005, já que muitas vezes o operador de fo-mento mercantil, absorvido pelos seus negócios e preocupado em não sofrer um golpe, acaba não observando as regras impostas pela Reso-

Qualificar é preciso

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colução do COAF. O advogado informou que o SINFAC/RS, juntamente com o SINFAC de São Paulo, foram os primeiros sindicatos de fomento mercantil a visitar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), e o objetivo é fazer deste curso algo permanente na entidade.

Para desvendar os mecanismos por detrás da composição Selic e orientar na sua aplicação prática no dia a dia das factorings, o assessor da Presidência do Sindicato, Carlos Damasceno, orientou a respeito do aumento da Selic e os reflexos para as empresas de fomento mer-cantil. “Noções Básicas sobre Factoring” foi outro tema ministrado por Damasceno, juntamente com o assessor Jurídico da entidade, Alexan-dre Fuchs das Neves. Os representantes do Sindicato demonstraram de forma prática conceitos, terminologias utilizadas na atividade, aspectos sobre processos, atendimento, cadastro e registros de clientes. Também foram explicados temas referentes a legislação e segurança jurídica para empresas do segmento.

As reuniões-almoço realizadas pela entidade também são a oportunidade de levar ao cardápio dos associados a capacitação. Um tema que gerou muita discussão entre os empresários foi o SPED - Siste-ma Público de Escrituração Digital, que teve como instrutor o consultor da FECOMÉRCIO-RS e advogado, Rafael Borin, especialista em Direito Tributário.

Para quem trabalha em uma empresa de fomento mercantil, sa-ber noções sobre contabilidade é essencial para o desenvolvimento do trabalho. Pensando nisso, aconteceu o curso “Contabilidade para Não Contadores”. Com o objetivo de capacitar pessoas a desenvolver tra-balhos de prospecção, de administração de negócios e de análise de crédito nas empresas, aconteceu o curso “Análise de Crédito nas Em-presas de Fomento Mercantil e Capacitação de Gerentes Comerciais”, com Carlos Alexandre de Braga Almeida.

Motivação também é precisoNum clima descontraído e de confraternização entre os partici-

pantes, o conferencista e consultor empresarial, professor Lauro Willy Schoedler, ministrou o curso “A Competitividade - Habilidades e Técni-cas Essenciais”, que ensinou como ser competitivo e ter equilíbrio emo-cional no ambiente de trabalho.

Schoedler ministrou também o curso “Atendimento e Telemarketing para Factoring”, que abordou o benefício da inteligência comportamental. “No mundo de hoje é muito fácil descartar”, contou, revelando que no segmento de factoring a insatisfação pode acabar com um negócio. “Vamos fazer ele [o cliente] se sentir bem”, ressaltou.

Interiorização A Caravana do Fomento do SINFAC/RS tem percorrido as cida-

des do interior do Estado para levar conhecimento aos seus associados. A primeira caravana embarcou em Novo Hamburgo. Dentre os assun-

tos mostrados, temas presentes no coti-diano da atividade de factoring, como análise de crédito, uso de ferramentas tecnológicas, questões jurídicas e as-suntos como Aspectos Econômicos, os Contratos do Fomento Mercantil e o COAF.

Somente em 2010, as Cara-vanas do Fomento aconteceram nas cidades de Santa Maria, Passo Fundo, Novo Hamburgo e Caxias do Sul, sen-do que em dezembro teremos em San-ta Cruz do Sul.

Confira os eventos

25 de outubro - O COAF e o setor de Fomento Mercantil no Hotel Swan Tower em Novo Hamburgo.

09 de novembro - Reunião - Almoço,com Eduardo Tevah no Restaurante Dado Bier no Bourbon Country.

24 de novembro - III Encontro de Advogados de Factoring no Hotel Deville.

11 de novembro – Confraterniza-ção de Final de Ano – Theatro São Pedro – Apresentação do espetáculo Homens de Perto 2.

26 de novembro - O COAF e o setor de Fomento Mercantil no Hotel Swan Tower em Porto Alegre.

03 de dezembro - Festa de Final de ano em Santa Cruz do Sul.

08 de dezembro - Planejamento Estratégico para Empresas de Facto- ring.

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Passo Fundo: polo de economia e cultura

Considerada um polo de desenvol-vimento econômico e social, Passo Fundo é a maior cidade no Norte e está entre as dez mais populosas do Rio Grande do Sul. Referência de recursos nas áreas de saúde, educação, prestação de serviços, emprego e moradia, é um importante polo rodoviário, por onde cruzam as principais estradas de ligação norte-sul (Br-153) e leste-oeste (BR-285), ligando-se à capital gaúcha pela BR-386 e RS-324. Com uma população de cerca de 183 mil habitan-tes, também é conhecida como a Capital do Planalto Médio Gaúcho.

A educação e a literatura são pon-tos fortes na cidade que abriga a Universi-dade de Passo Fundo (UPF), que, reconhe-cida nacionalmente pela sua qualidade de ensino, possui mais de 16 mil acadêmi-cos. A instituição é sede, inclusive, de um dos maiores encontros literários do Brasil, a “Jornada Nacional de Literatura”, que a cada dois anos traz escritores e intelec-tuais de diversas partes do mundo. A re-percussão nacional do evento lhe conferiu em 2006, pelo presidente da República, a Cidade Nacional da Literatura.

Pelas suas ações de incentivo à lei-tura, realiza anualmente a “Feira do Livro de Passo Fundo” que oferece à comuni-dade obras de artistas locais e regionais, propiciando o intercâmbio entre autores, editoras e leitores de múltiplas linguagens.

Desde 2001, promove ainda para o público-infanto juvenil a “Jornadi-nha Nacional de Literatura”.

Por desenvolver também um forte trabalho artístico e cultural, Passo Fundo é reconhecida dentro e fora do país. A cidade é palco do “Festival Internacional de Folclore”, que apresenta espetáculos de dan-ça e música, de grupos de diversos países e estados brasileiros, atraindo todos os anos um público de aproximadamente 150 mil pessoas. Com a finalidade de preservar a cultura e o folclore gaúcho e a integração entre os países do Mercosul, realiza o “Rodeio Internacional de Passo Fundo”.

Dentre os demais eventos culturais são promovidos o “Campeo-nato Mundial de Bocha” com a participação de representantes, além do Brasil, de países como África do Sul, Canadá, Estados Unidos, Rússia e Suíça; além do “Passodança”, integrando academias, escolas, grupos e profissionais que trabalham com a dança; entre outras atividades cul-turais.

Fomentando a região

O desenvolvimento econômico de Passo Fundo, além de ser fo-mentado pelos diversos eventos culturais, que impulsionam o turismo da região, tem a sua base econômica concentrada basicamente na agropecuária e no comércio, principalmente o varejista, e de serviços, responsável pela maior parte dos empregos gerados localmente.

A economia também é fomentada pelas empresas de fomento mercantil que geram empregos e atendem pequenas e médias empre-sas da Região de Passo Fundo.

Com o objetivo de contribuir com a qualificação dos profissionais de factoring da Região e da comunidade acadêmica de Passo Fundo, o SINFAC/RS promoveu um curso para abordar a respeito dos Aspectos Econômicos, os Contratos do Fomento Mercantil e o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), ministrados pelo vice-presidente do Sindicato, Marcio Aguilar e pelo assessor Jurídico, Alexandre Ne-ves. A capacitação aconteceu, em agosto, gratuitamente, aos alunos

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da Faculdade Meridional (Imed), em Passo Fundo e para associados da entidade.

Conheça o turismo

Para fomentar o turismo, a cidade conta com diversas opções, que vão desde museus, igrejas históricas, parques, praças, monumen-tos, biblioteca, cinemas, entidades tradicionalistas e teatro. E para quem ainda não conhece os atrativos turísticos de Passo Fundo, aí vão algu-mas opções.

Um acervo de artefatos indígenas, fotografias e peças da história local e regional pode ser conhecidos no Museu Histórico Regional; para quem gosta da cultura contemporânea tem o Museu de Artes Visuais Ruth Schneider. Além dos museus, o Zoobotânico Augusto Ruschi, que mantém coleções do patrimônio natural da região; do Imigrante Le-onardo Da Vinci, que reúne peças doadas por famílias de imigrantes italianos, e o Paixão Côrtes, que possui um acervo de indumentárias e objetos que contam a história do gaúcho.

Entre os pontos turísticos mais visitados está a “Praça do Teixeiri-nha” - onde se encontra o monumento em homenagem ao conhecido cantor tradicionalista Victor Mateus Teixeira, o Teixeirinha. Outros locais que atraem a atenção dos turistas são a Praça Marechal Floriano, prin-cipal praça do município e cartão-postal da cidade, onde se encontra a ‘Cuia de Passo Fundo’, símbolo oficial da cidade; o Parque Turístico da Roselândia, que possui uma região coberta de vegetação nativa, com declives acentuados, onde está uma bela cachoeira formada pelo riacho Paiol da Telha; entre outras opções como a Catedral Nossa Se-nhora Aparecida, parque rural Reserva Maragato, Monumento das Mis-sões, Chafariz da Mãe Preta, Largo Cavaleiros do Mercosul e Teatro Municipal Múcio de Castro.

Para mais informações sobre o turismo e a cultura da cidade estão à disposição dos visitantes na cidade “Os Postos Avançados de Informações”, que orientam sobre o turismo, locais para hospedagem, lazer e compras na cidade.

Conheça as factorings na região de Passo Fundo

Passo FundoBasso Basso Fomento MercantilC & C Fomento MercantilC.G. FomentoCifra - Fomento MercantilConfidence Fomento MercantilFomento Mercantil SommaGalha Azul Fomento MercantilJnv Fomento ComercialLibra Fomento MercantilLira Factoring e Assessoria MercantilSigma Fomento MercantilSucesso Serviço de Fomento Mercantil

ErechimBernardi & BassoOuriel Fomento MercantilSolucred Fomento Mercantil

Lagoa VermelhaARM Factoring LtdaCredilagoa Fomento Mercantil Ltda

CarazinhoSolitrevi Consultoria e Administração

SoledadeVGL Fomento Mercantil

Vacaria

Sham Factoring Fomento Mercantil

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III Encontro Gaúcho deFomento Mercantiltraz palestrantes de renome nacional

Com o slogan “Venha conhecer o que há de novo no Fomento Mercantil”, o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercan-til, promovido pelo SINFAC do Rio Grande do Sul, mostrou aos seus mais de 300 par-ticipantes que além das novidades sobre o segmento de factoring, a qualificação e a capacitação de seus associados são me-tas primordiais da entidade. O encontro, que reuniu nos dias 10 e 11 de setembro empresários e profissionais das empresas de factoring, autoridades do Judiciário,

presidentes de Sindicatos de Fomento Mercantil e representantes da As-sociação Nacional das Sociedades de Fomento Mercantil – Factoring (ANFAC), trouxe para a capital gaúcha palestrantes de peso, como os ministros do Superior Tribunal de Justiça, Humberto Gomes de Barros e Massami Uyeda. O evento realizado no Hotel Deville teve como apoia-dores a ANFAC, o Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil - Factoring do Mato Grosso do Sul, a Fundação Escola Superior de Direi-to Tributário e as empresas Hedge e OrderBy.

A apresentação do encontro foi feita pelo cantor nativista Neto Fagundes, e os hinos, nacional e rio-grandense, executados por Ernesto Fagundes e Leandro Rodrigues. Prestigiaram a abertura do III Encon-tro Gaúcho de Fomento Mercantil os desembargadores do Tribunal de

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traz palestrantes de renome nacional

Justiça do Estado, Orlando Heemann Júnior e Otávio Augusto de Frei-tas Barcellos; o vice-presidente do Sistema Fecomércio-RS e diretor do SINFAC/RS, Olmiro Lautert Walendorf; e os vice-presidentes dos SIN-FACs de São Paulo, Pio Daniele; do Ceará, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, Marcelo Martins Gentil; do Centro - Sul Santa Cata-rina, Sérgio Dagostim; e do Paraná, José Goes.

O presidente do SINFAC/RS, Olmar Pletsch, destacou o cresci-mento do setor na economia gaúcha, com mais de 1.000 empresas, fazendo girar R$ 9 bilhões por ano, e o empenho de todas as pessoas que contribuíram para o sucesso do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil e dos demais já realizados. “Neste conjunto bastante hetero-gêneo de pessoas, não poderíamos deixar de mencionar os palestrantes que se dispuseram a compartilhar o seu conhecimento sobre questões relevantes ao nosso segmento e os representantes das instituições que apoiaram o encontro.” O dirigente, apesar das diferentes e valiosas contribuições desse conjunto de pessoas, ressaltou um fator comum a todas elas, o compromisso com a evolução do setor, “o que é, a nosso ver, a principal contribuição”.

Para o presidente do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, Rodrigo Librelotto, “foi uma honra fazer parte do grupo de pessoas que organizou o evento. A cada encontro nós construímos um alicerce para a nossa sustentabilidade com integração, riqueza de conhecimen-to e a busca constante da qualificação”. Librelotto também agradeceu

a todos os associados, ao grupo de pessoas que fez parte da organização do evento (Letícia Pletsch, Flávia Lers-ch, Luciano Caetano, Alexander Bley e colaboradoras) e à liderança do presi-dente Olmar Pletsch, que lhe incumbiu a responsabilidade de presidir o ter-ceiro encontro. “É emocionante e este momento ficará marcado para o resto da minha vida.”

“Nesses 19 anos de existência do SINFAC do Rio Grande do Sul, te-mos participantes de todo o Brasil para confraternizar conosco o III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil”, disse o vice-presidente do SINFAC/RS, Mar-cio Aguilar. O dirigente acredita que foi atingido o objetivo de reunir em-presários e profissionais do setor para discutir o fomento mercantil e as pers-pectivas em nível estadual e nacional. “Defendemos os nossos ideais e todos estão de parabéns por este evento.”

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Evento é sucesso de público

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O presidente da ANFAC, Luiz Le-mos Leite, lembrou que para consolidar um projeto coletivo e verdadeiro, que mobilize e impulsione para uma atuação profissional melhor e mais abrangente, é preciso estreitar cada vez mais os laços de união de todos que integram o sistema de fomento mercantil. “A trajetória de credi-bilidade e representatividade do fomento mercantil é sustentada pela atuação re-gional dos SINFACs no apoio às empresas de factoring. Com muito orgulho, como sócio-honorário número um do SINFAC/RS, tenho o privilégio de dar o meu abra-ço afetuoso a todos e desejar-lhes muito sucesso.”

Para o desembargador Orlando Heemann Júnior, ter sido convidado para

participar pela segunda vez do Encontro Gaúcho de Fomento Mercan-til foi uma satisfação. Ele citou como exemplo a palestra sobre ética empresarial na prevenção e combate à corrupção que teve um papel muito importante para conscientizar as empresas para o seu papel so-cial. “O tema combate à corrupção sempre é importante ser lembrado e debatido.”

Sindicato gaúcho completa 19 anos

Para comemorar os 19 anos do SINFAC do Rio Grande do Sul, aconteceu no primeiro dia do evento, um Jantar de Confraternização com um show de uma das figuras mais engraçadas do regionalismo gaúcho, o Guri de Uruguaiana, que animou o encontro. O presidente do SINFAC de São Paulo, Pio Daniele, destacou que o evento é um su-cesso a cada ano que passa. “O SINFAC/RS é o Sindicato mais antigo, agradeço a nossa parceria e parabenizo o evento.”

O presidente do Sindicato paulista inclusive foi homenageado pelo SINFAC/RS durante o evento. “Estou muito emocionado com esta

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“A cada encontro nós construímos

um alicerce para a nossa

sustentabilidade com integração,

riqueza de conhecimento e a

busca constante da qualificação.”

homenagem. O presidente Olmar conduz uma gestão maravilhosa e a alternância é muito importante. Vejo novas lideranças surgindo aqui, com muito profissionalismo.”

Segundo o presidente do SINFAC/CS Centro Sul, de Santa Ca-tarina, Sérgio Dagostim, o encontro foi espetacular e merece o apoio de todas as factorings do Brasil. “Nós, em Santa Catarina, fizemos um gol de placa, ao assinar um contrato de cooperação técnica com o SINFAC/RS em dezembro último, em que os nossos associados podem usufruir dos cursos da entidade gratuitamente.” Ele pontuou também a formação da primeira turma de MBA em Factoring, no estado de Santa Catarina, graças ao convênio assinado com a Faculdade dos Imigran-tes (FAI), de Caxias do Sul, que formou 25 alunos no final de 2009.

O presidente do SINFAC do Paraná, José Goes, defendeu que a aproximação das empresas de factoring vem provocar cada vez mais a conscientização empresarial para que as pessoas que atuam no segmento sejam realmente profissionais do fomento mercantil. “O SINFAC/RS é uma espécie de modelo, fazendo escola para os demais SINFACs do país”, parabenizou.

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Comissão Organizadora do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil.Letícia Pletsch, Rodrigo Librelotto (Presidente do Encontro) , Luciano Caetano e Alexander Bley

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“Neste conjunto bastante heterogêneo de pessoas, não poderíamos deixar de mencionar os palestrantes que se dispuseram a compartilhar o seu conhecimento sobre questões relevantes [...]”

“Eu só tenho a parabenizar a todos os componentes do SINFAC do Rio Grande do Sul, começando pelo presidente Olmar Pletsch e pelo vice-presidente Marcio Aguilar, e denominando os demais componentes da diretoria pelo III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil que a cada ano se torna melhor”, destacou o presidente do SINFAC do Ceará, Piauí, Maranhão e Rio Grande do Norte, Marcelo Martins Gentil, que já havia participado do II Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil. “O evento não só em termos de organização, como a riqueza das palestras, abordando temas que trouxeram muito subsídios para o segmento de factoring, principalmente a palestra do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Massami Uyeda, que tratou não somente do tema da sua pales-tra como também do funcionamento do judiciário brasileiro.”

No último dia do encontro, 11 de setembro, foi prestada uma homenagem ao presidente do SINFAC do Rio Grande do Sul, Olmar Pletsch, ao presidente do III Encontro Gaúcho de Fomento Mercantil, Rodrigo Librelotto; ao vice-presidente do SINFAC/RS, Marcio Aguilar; e aos demais componentes da diretoria da entidade gaúcha; e às co-laboradoras do Sindicato, Carmen Lucia de Lima Martin; Clari Helena Puntel; Quelen Oliveira e Rosângela Boff Teixeira.

O encerramento contou ainda com o sorteio de duas televisões LCD de 32 polegadas. As associadas sortudas foram Vitória Caetano, da Gold Fomento Mercantil, de Santo Antônio da Patrulha; e Mara Mall-mann, da Fennerfac Assessoria e Fomento Mercantil, de Santa Rosa.

Ângela Maria Marcon Ternes, diretora da Fox Fomento Mercan-

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Jantar de confraternização

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til, de Canoas, apontou que entre os temas que nortearam o evento destacou a Responsabilidade Social nas empresas, a importância das factorings conhecerem a respeito do direito de regresso no segmento, e como empresários e operadores devem lidar com a alta carga tributá-ria, sabendo aplicar taxas adequadas que resultarão em boa rentabili-dade para o empreendimento.

Armiro Artur Lincke, diretor da Bancredi Fomento Comercial, de Santa Cruz do Sul, lembrou o momento para convidar os associados para participar da confraternização de final de ano que será na sua cidade. “É interessante, porque sempre os eventos de final de ano são somente na Capital, e com o objetivo de reforçar a interiorização, o encontro de final de ano será também em Santa Cruz do Sul. Vamos aproveitar ao máximo todos os momentos de capacitação e confra-ternização que o Sindicato proporciona.” Para o operador Jorge Luiz Silveira, da Multital Fomento Comercial, de Pelotas, as palestras foram de alto nível e interligam a empresa de fomento mercantil com o seu cliente. “Parabenizo o Sindicato pelos 19 anos de dedicação, sempre em pleno crescimento, e o presidente Olmar pela qualidade em todos os eventos.”

Segundo Ana Paula Felini Marchiori, diretora da Realeasy Fo-mento Mercantil, de Caxias do Sul, “é muito importante participar destes encontros porque é um momento de se atualizar, fazer relacionamentos com outras factorings e trocar experiências.” Ela destacou a importância da presença de ministros e desembargadores em divulgar o segmento no meio jurídico.

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“É muito importante

participar destes encontros porque

é um momento de se atualizar, fazer

relacionamentos com outras

factorings e trocar experiências.”

Pio Daniele, Dario Tomazelli, Sérgio Dagostim e Tarcisio Zonta

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sustentam a maior força de trabalho

As micro e pequenas empresas, que são na sua maioria as empresas-clientes das factorings em todo o território nacio-nal, são responsáveis por 70% da força de trabalho brasileira. Em agosto, os micro e pequenos negócios foram responsáveis por 299.415 mil empregos com carteira assinada. Mesmo com ligeira queda de 3,6 pontos percentuais em relação a ju-lho, essas empresas mantêm a performan-ce de maiores geradoras de emprego no país. De janeiro a agosto de 2010, elas criaram 1.343.479 empregos com car-teira assinada, mais do que o dobro dos 611.061 gerados pelas médias e grandes. Os números são do Sebrae, extraídos da base de dados do Cadastro Geral de Em-pregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego.

Projeções da instituição apontam que, seguindo a tendência e mantidas as condições econômicas, até o fim deste ano, os micro e pequenos negócios po-dem gerar número superior a mais de 600

mil empregos, alcançando mais de 2 milhões de novos postos de tra-balho no ano. Já as de maior porte devem ficar com aproximadamente 500 mil novos empregos em 2010.

“Os dados confirmam o papel das micro e pequenas empresas de grandes geradoras de empregos diante do desafio da maior parti-cipação desse segmento no PIB nacional por meio da maior produtivi-dade e competitividade”, avalia o presidente em exercício do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos.

Para ele, esses atributos passam pela melhoria da gestão e do acesso à inovação nos processos produtivos, “de modo que o aumento do número de empregos seja acompanhado, também, da maior produ-tividade nas empresas de pequeno porte”. Carlos Alberto também credi-ta os resultados aos benefícios à Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06), principalmente com a criação do Simples Nacional, que reduziu a burocracia e a carga tributária.

“Estamos diante de um processo de consolidação da Lei Geral, que está no seu terceiro ano de implementação no país, colhendo os frutos, em especial, do capítulo sobre tributação, em que se insere o Simples Nacional”, disse. Conforme o presidente em exercício do Se-brae, o resultado alcançado pelos pequenos negócios “também está vinculado ao aumento da renda e do consumo doméstico, com os seto-res de serviços, construção civil e indústria de transformação impulsio-nando a recuperação de postos de trabalho perdidos em 2009”.

“Os pequenos negócios deverão criar cerca de 80% do total de

Pequenas empresas

Enquanto médias e grandes empresas geraram pouco mais de 611 mil empregos, micro e pequenas empregam mais de 1,3 milhão de pessoas.

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empregos durante todo o ano”, confirma o analista de gestão estraté-gica do Sebrae, Leonardo Mattar. Entre os principais setores que con-tribuem para esses resultados, explica, o de maior destaque é o de serviços, que deverá fechar o ano criando mais de 700 mil postos de trabalho. É seguido pela construção civil superando 400 mil. Na se- quência vem a indústria de transformação, ultrapassando 350 mil.

Só com os 1.343.479 empregos criados de janeiro a agosto de 2010, as micro e pequenas empresas superaram a sua própria perfor-mance durante todo o ano de 2009, quando foram as únicas que tive-ram saldo positivo. No ano passado elas geraram mais de um milhão de postos de trabalho, enquanto as médias e grandes apresentaram saldo negativo com perdas de 28 mil empregos.

As microempresas, aquelas com até 19 empregados, também vêm se mantendo na liderança como maiores geradoras de emprego. É delas o saldo positivo de mais de um milhão de postos de trabalho em 2009. De janeiro a agosto de 2010, elas já superaram um milhão de empregos. Destes, acima de 986,8 mil devem-se às que têm até quatro empregados e o restante àquelas que possuem entre 20 a 99 trabalhadores.

A inovação das pequenas

A Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e o Serviço Brasi-leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) assinaram dia 1º

de outubro, em São Paulo, um convê-nio de R$ 48,6 milhões para estimular ações empresariais de inovação. Além de sensibilizar os micro e pequenos empresários para a importância de in-vestirem tempo e recursos na pesquisa e no desenvolvimento de novos produ-tos, tecnologias ou modelos de negó-cios, o acordo permitirá a dissemina-ção de informações e a capacitação e o assessoramento dos interessados.

Segundo o presidente em exer-cício da CNI, Robson Andrade, entre as principais iniciativas práticas resul-tantes do convênio está a criação da Rede Nacional de Inovação, compos-ta por 27 núcleos estaduais orienta-dos por um comitê gestor nacional. A implantação de cada núcleo estará a cargo das federações estaduais da indústria.

O dinheiro firmado no con-vênio também servirá para, em três anos, financiar, ao menos, 3 mil pro-

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“Os pequenos negócios deverão

criar cerca de 80% do total de empregos

durante todo o ano”

jetos de inovação tecnológica e capacitar 18 mil representantes do setor industrial. De acordo com o diretor-presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, uma das prin-cipais atribuições da Rede Nacional de Inovação será disseminar entre os micro e pequenos empresários informações sobre como ter acesso aos recursos públicos e privados existentes para financiar investi-mentos em inovação e em pesquisa e de-senvolvimento.

“Vamos fazer reuniões, seminários, chamar os empresários e explicar o que é inovação e como eles podem obter fi-nanciamentos para inovar na produção. Também vamos oferecer a eles consulto-ria e assessoria para que desenvolvam e executem projetos”, comentou Okamotto.

Dos 48,6 milhões, R$ 31,6 milhões serão destinados à elaboração e ao su-porte da implantação do Plano de Inova-ção, cuja estratégia poderá ser aproveita-da na formulação de uma segunda versão do Plano de Desenvolvimento Produtivo, a

política industrial definida pelo governo federal. E R$ 4,6 milhões serão

investidos em eventos de mobilização e sensibilização dos micro e pe-

quenos empresários para a importância do tema; R$ 4,5 milhões serão

destinados ao apoio de atividades dos núcleos estaduais; R$ 3,7 mi-

lhões, investidos em cursos de capacitação; R$ 3,4 milhões, na asses-

soria para elaboração de projetos; e R$ 567,2 mil, no monitoramento

e difusão dos resultados do projeto.

A assinatura do convênio teve a presença do presidente do Ban-

co Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lucia-

no Coutinho, que lembrou que a inovação empresarial é um aspecto

importante das estratégias de negócios de sucesso, além de ser tema

que vem ganhando cada vez mais destaque nas políticas industriais de

quase todos os países. “Este é um tema central para o desenvolvimento

do Brasil. Nenhuma economia moderna pode pensar em se desenvol-

ver sustentavelmente sem promover muita inovação. A inovação é o

grande caminho para superarmos as deficiências de competitividade e

para ganharmos mercados e criarmos empregos de qualidade”, disse

Coutinho, no encontro promovido pela Mobilização Empresarial pela

Inovação, uma iniciativa da CNI que reúne representantes de algumas

das maiores empresas brasileiras e do governo federal.

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Houve um tempo em que no Brasil podíamos afirmar com convicção: a Justiça tarda, mas não falha. Hoje, somos obrigados a admitir que a Justiça tarda e falha. O ingresso em juízo, para ver um direito sana-do, tornou-se um hábito corriqueiro na vida dos brasi-leiros. E tamanha demanda inevitavelmente escoou na lentidão dos julgamentos, tanto pelos altos números de processos como pela escassez de material humano para julgar tantas demandas.

Quando a sociedade era menos complexa e as relações mais pessoais, as decisões refletiam essa filosofia, havendo uma maior preocupação com a ra-pidez e o resultado. Embora pudesse haver, em alguns casos, parcialidade, a pressão social era mais direta, imediata e próxima, tornando-a mais difícil.

Se o direito é o objeto da ciência jurídica, a justiça é a humanização do direito. É a colocação do homem como a medida de todas as coisas, como o fim do Estado e da sociedade. Quando o Estado per-de esse indicativo, desumaniza-se e perde o escopo do bem comum, para proteger classes, categorias ou corporações.

O direito nasceu para trazer a paz social, mas tornou-se um instrumento tão complicado, tão com-plexo e tão erudito que o homem comum, que é o seu destinatário final, o vê como um ritual secreto, exercido por sacerdotes togados, a falar um idioma

incompreensível e rebuscado e que ficam felizes diante

de uma causa complexa, por suas implicações acadê-

micas, mesmo que para isso o foco humano necessa-

riamente precise ser desprezado.

O incomum torna-se tão atraente que, não

raro, questões singelas tornam-se complexas pela so-

breposição de teorias e mais teorias que desprezam a

física constatação de que a menor distância entre dois

pontos é a linha. No templo da Justiça, os advogados

trazem as oferendas, os juízes as colocam no altar e

A morosidade doPoder Judiciário

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ao homem comum é colocado como sa-crilégio imiscuir-se no ritual.

O direito está em crise, porque a ética e a moral também estão. O Judiciá-rio como instituição está em crise, porque o próprio Estado também está. A Justiça é morosa e sua demora é, em si, causadora da injustiça. Porém, a injustiça generali-zada é a causa da morosidade judiciária. Contam-se com as dificuldades no acesso à Justiça e a morosidade decorrente do excesso de processos para não se cum-prir, voluntariamente, com as obrigações. O “vá procurar os seus direitos” tornou-se lugar comum. Perdeu-se a vergonha de se ver reconhecido pelo Judiciário o abuso no pedir ou no resistir, como se fizesse

parte de um jogo e como se não estivesse em discussão a própria pos-tura ética das partes. O processo tornou-se um jogo de astúcias, em que o ganhador sentir-se-á mais vitorioso quanto menos razão possuía ao início.

Somado à lentidão processual é também interessante colocar na ponta do lápis os custos da cobrança judicial e avaliar a relação entre custo/benefício, antes de invocar o Judiciário. Muitas vezes, em função da morosidade processual do valor da dívida e do risco de ser julgada improcedente a ação por título inábil, é preferível que o credor amargue o seu prejuízo. Como professor universitário sempre coloco para o aluno a seguinte questão: O que é a justiça? Todos trazem uma colaboração, mas ao final afirmamos: justiça é quando o cliente ganha o que ele almeja. E ele irá até a última instância para atingir tal objetivo. Conta-se com a morosidade para postergar. O uso de meios recursais em muitos casos não traduz o uso de um direito, mas o abuso dele, e, como tal, deve ser perseguido, sob pena de incentivar-se o desrespeito pela lei e pelo próximo e o descrédito na Justiça, como instituição.

Ramon Perez Luiz, Advogado e mestre em Direito.

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