Revista Sobed 2009 - Edição nº 05

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oxente jerimum macaxeira trilegal bergamota trem bão, sô qualé! sinaleira farol inticar guria piá axé pronto bicho tchê brother bah! mexerica DE SALVADOR A PORTO ALEGRE, O REGIONALISMO NA BOCA DO BRASILEIRO Ói a chuva, tchê! DNA Giovani Bemvenuti Médico S/A Consultório sustentável Nº 5 - Abr/Jun - 2009

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Revista Sobed 2009 - Edição nº 05

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DE SALVADOR A PORTO ALEGRE, O REGiOnALiSmO nA BOCA DO BRASiLEiRO

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Giovani Bemvenuti

médico S/AConsultório sustentável

Nº 5 - Abr/Jun - 2009

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M U I T O M A I S Q U E U M A P R I M E I R A I M P R E S S Ã O

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A primeira edição das Oficinas 2009 foi sucesso de crítica e público. Endoscopistas de diversas regiões do País vieram a São Paulo participar do treinamento. Pág. 16

Índice

Por dentro da SOBEDSecretaria........................................................................................................... 5Diretoria e Comissões .................................................................................... 7 Estaduais .......................................................................................................... 8Acontece .......................................................................................................... 9Rede SOBED .................................................................................................11 SOBED Em Casa ..........................................................................................12

DNA ........................................................................................... 13Reportagem .............................................................................. 16Exame CNA ............................................................................. 19Simpósio .................................................................................... 20Site SOBED .............................................................................. 24Capa ........................................................................................... 28Dia dos Pais .............................................................................. 32Médicos S/A ............................................................................ 34Ética ........................................................................................... 38Info ............................................................................................. 42Radar .......................................................................................... 44Crônica ...................................................................................... 46AMB ........................................................................................... 48Agende-se ................................................................................. 49

Sobed - No 5 - Abr/Jun - 2009

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expediente

Desde sua criação, em 1975, a Sociedade Brasileira de

Endoscopia Digestiva (SOBED) tem como objetivo

estimular a atualização científica e a difusão da

especialidade no Brasil. Esta tem sido a principal razão de

a entidade organizar Encontros e Congressos em prol da

capacitação e do aperfeiçoamento profissional. Exemplo

disso foi o 3º Simpósio Internacional de Endoscopia

Digestiva, realizado entre 1º e 2 de maio na Federação do

Comércio do Estado de São Paulo (FECOMERCIO).

Na ocasião, novas tecnologias, a constante atualização

e a troca de experiências foram destaques das quase 70

palestras apresentadas. A importância do intercâmbio

latino-americano também foi lembrada e muitos tópicos

discutidos trouxeram a conhecimento dos mais de 350

congressistas os novos rumos da especialidade. Confira a

reportagem completa na página 20.

Neste aspecto, também merece destaque a iniciativa da

Sociedade em lançar o projeto “Oficinas 2009” com o

propósito de capacitar profissionais com pouca experiência

em procedimentos endoscópicos. O resultado não poderia

ser melhor. Após a primeira oficina - realizada entre 29 e 30

de abril - a SOBED comemora a grande adesão dos

Dr. Carlos Alberto Cappellanes, presidente

da SOBED Nacional, gestão 2008-2010

Editorial

endoscopistas e, além das novas edições já agendadas,

planeja expandir o projeto para outras regiões do Brasil.

O desejo de difundir a especialidade também justifica a

decisão da Sociedade em eleger a Bahia como sede do

XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva,

nos dias 24 a 28 de outubro. E para estimular, desde já, o

interesse dos endoscopistas sobre o Congresso, esta edição

traz uma reportagem especial sobre o regionalismo na fala

do brasileiro com destaque para a linguagem peculiar do

povo baiano.

Ainda visitamos a edição 2009 da Casa Cor para trazer

aos endoscopistas dicas de como montar um consultório

sustentável. O resultado você confere na página 34.

Boa leitura!

O Presidente

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Jornalista responsável: Roberto Souza (Mtb 11.408)Editor: Fábio Berklian | Subeditora: Lilian Burgardt | Reportagem: Lilian Burgardt | Thiago Bento | Tatiana Almeida | Amanda CamposFluxo de anúncios: Caroline Frigene | Projeto Gráfico: Ivan Lopes | Diagramação:Leonardo Fial | Carlos Venceslau | Gabriel Rabesco

É uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) distribuída gratuitamente para médicos. O conteúdo dos artigos assinados é de inteira responsabilidade de seus autores e não representa necessariamente a opinião da SOBED. Tiragem de 3.000 exemplares.

Rua Cayowaá, 228 - PerdizesSão Paulo -SP - CEP: 05018-000Fones: (11) 3875-5627 / 3875-6296e-mail: [email protected]: www.rspress.com.br

Expansão regional

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Por dentro da SobedSecretaria

Associe-se à SOBEDSe você ainda não é associado à SOBED é muito fácil tornar-se membro da entidade. Basta acessar o site www.sobed.org.br no link “quero ser associado”, preencher a ficha de cadastro e encaminhar a documen-tação para sua estadual (o endereço será informado ao término do preen-chimento da ficha). Mais informações pelo site: www.sobed.org.br ou pelo telefone (11) 3148-8200

Associado AspiranteSão Associados aqueles que forem aceitos no quadro da SOBED por

satisfazerem todas e cada uma das seguintes condições:

a) Ser médico filiado à Associação Médica de seu estado, território ou Distrito Federal e estar regu-larmente inscrito no Conselho Regional de Medicina (enviar fotocópia do comprovante);

b) Atuar ou exercer atividade ligada à Endoscopia Digestiva (enviar declaração comprovando o exercí-cio da função)

c) Obter aprovação pela Comissão de Admissão e Sindicância de seu pedido de admissão devidamente

encaminhado pela Diretoria do Capítulo correspondente.

Associado TitularSão associados titulares aqueles que forem aceitos no quadro social da SOBED por satisfazerem todas e cada uma das seguintes condições:

a) Possuir Título de Especialista em Endoscopia Digestiva da SOBED;

b) Ser médico filiado à Associação Médica de seu estado, território ou Distrito Federal e estar regu-larmente inscrito no Conselho Regional de Medicina.

Revista EndoscopyOs interessados em assinar ou renovar a assinatura da Revista Endoscopy para o ano de 2009 devem acessar o site da SOBED www.sobed.org.br clicar sobre o link “Revistas” e, depois, “Revista Endoscopy” para efetuar a solicitação. Automaticamente o sistema irá gerar um boleto bancário para o pagamento da assinatura. Na sequência, a revista passa a ser enviada para o endereço cadastrado no site da SOBED.

RecadastramentoAtualize seus dados cadastrais e informe seu e-mail para que possamos enviar os informativos SOBED. Esta é uma forma ágil, rápida e econômica de nos comunicarmos. Envie seus dados para o e-mail: [email protected]

Diploma para AssociadosA SOBED está providenciando a elaboração de um diploma para os associados titulares que será confeccionado em pergaminho, com molduras douradas, medindo aproximadamente 21x29 cm. Os interessados podem solicitar o diploma pelo site www.sobed.org.br. O custo para aquisição é de R$ 190,00 a ser pago via boleto bancário.

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Secretaria

Selo de especialistaEm reconhecimento ao médico es-pecialista em Endoscopia Digestiva

ou em Endoscopia, associados à SOBED foi criado o selo de es-pecialista, certificação utilizada para referen-dar os laudos emitidos na especialidade.

Com numeração sequencial, os selos são emitidos somente a médicos espe-cialistas sócios da SOBED quites com a anuidade e podem ser solicitados entre 200 e 1.000 unidades. O custo unitário varia de: 200 selos R$ 0,20, de 201 a 500 R$ 0,17 e de 501 a 1000 R$ 0,15.Para adquirí-los peça pelo site www.sobed.org.br (pagamento com bole-to bancário).

SOBED DIGITALA SOBED lança mais uma novidade: o SOBED DIGITAL, um programa de atualização médica a distância. Os eventos de maior destaque no cenário nacional serão gravados e disponibilizados em CD e/ou DVD. Para adqui-rir basta acessar o site www.sobed.org.br. O pagamento é via boleto bancário. Confira a programação disponível:

Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-11 – A flood of endoscopic innova-tions: hits or misses?Anthony Axon (Inglaterra)2 – Endoscopic submucosal dissection for early gastric câncer. Technical aspects, feasibility and management of complicationsIchiro Oda ( Japão)3 – Endoscopic ressec-

tion for early gastric cancer. Results in Japan Ichiro Oda ( Japão)4 – Endoscopic therapy of chronic pancreatitis and its complications Klaus Mönkemüller (Alemanha)

Curso Internacional da SOBED 2.007 CD-21 – Double Balloon enterocopy: the small bowel and beyond (ERCP, colonoscopy, post-surgical anatomy)

Klaus Mönkemüller (Alemanha)2 – Short segments of columnar metaplasia at GE junction René Lambert (França)3- Cápsula endoscópica no SGIO Luiz Ernesto Caro(Argentina) 4 – Novas propostas para exames do cólon e reto, incluindo a cápsula colonoscópica. Haverá impacto no rastreamento?Artur Parada (Brasil)

DVD – Curso ao vivo - Opção 1 – 1h 04min1 - EnteroscopiaAdriana Vaz S. Ribeiro2 - Balão Endoscópico Artur A. Parada

DVD – Curso ao vivo - Opção 2 – 1h 53min1 - Dilatação Esofágica Cleber Vargas2 - CA Esofágico SuperficialMarcio M. Tolentino3 - Controle de Varizes esofágicas

Luiza Romanello 4 - Ultrassom Endoscópico Jose Celso Ardengh

DVD – Curso ao vivo - Opção 3 – 1h 40 min1 - Megaesôfago Renato Luz Carvalho2 - G.I.S.TJosé Celso Ardengh3 - Balão intragástricoJosé Celso Ardengh4 - Controle de Varizes pós ligaduraRenato Carvalho

Nova prova de TítuloA SOBED realizará em 26 de outubro, no Centro de Conven-ções da Bahia, em Salvador (BA), a Prova de Título de Especialista e Área de Atuação.

Serviço: Prova de Título de Especialista e Área de atuaçãoLocal: Centro de Convenções da Bahia / Avenida Simon Bolivar, s/nº Data/hora: 26 de outubro,das 14h às 18h.

Mudanças no recebimento das anuidades Como benefício para você, associado, a SOBED lançou um novo modelo de envio das anuidades. Agora, os associados irão recebê-la por e-mail, por isso, é impor-tante atualizar os dados cadastrais junto à entidade, principalmente e-mail e CPF. Entre em contato pelo e-mail: [email protected].

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Instruções para inscrição1) Ler o edital 2) Preencher a ficha de cadastro 3) Preencher o requerimento da prova que acompanha o edital 4) Preencher a ficha de inscrição que acompanha o edital 5) Gerar o boleto 6) O boleto será gerado com um prazo de 15 dias para o pagamento. 7) Pagar a taxa 8) Serão aceitas inscrições postadas até o dia 30 de setembro de 2009 9) Caso seja associado da AMB enviar declaração recente de quitação 10) Enviar a documentação contida no edital, juntamente como requerimento, ficha de inscrição e cópia do comprovante e pagamento do boleto para aprovação 11) Aguardar a confirmação através de e-mail 12) Não serão aceitas inscrições incompletas 13) Não será devolvido o valor da inscrição em nenhuma hipótese

Por dentro da Sobed

Curso semanal Quer reciclar seus conhecimentos? Passe uma sema-na no Centro de Treinamento da SOBED, no Hospital Ipiranga, em São Paulo. Preencha a ficha de inscrição, selecione a semana de sua preferência e não se esqueça de pagar o boleto para confirmar sua vaga. São três vagas por semana somente para os associados em dia com as anuidades. Nos cursos semanais, o médico acompanha, como observador, a rotina do Centro, bem como todos os exames de endoscopia digestiva alta, colonoscopia e colangiopancreatografia endoscópica, diagnósticos e terapêuticos. Inscrições no site www.sobed.org.br.

O que é o Centro de Treinamento? O Centro de Treinamento da SOBED no Hospital Ipiran-ga, em parceria com a Olympus, realizou no ano passado o I Curso Continuado de Endoscopia Digestiva. Foram 4 módulos: esôfago, estômago, cólon, e vias biliares, com curso teórico às sextas-feiras e exames “ao vivo” no sába-do. Participaram especialistas atualizados para tratar dos

casos mais interessantes para discutir o melhor diagnós-tico, conduta terapêutica e o seguimento desse pacien-te. Chamou a atenção o interesse dos participantes em realizar procedimentos e não apenas observá-los e discutí-los. Com base nisso, a SOBED enviou um convite a todos os chefes dos Centros de Treinamento de Endoscopia na cidade de São Paulo e, após algumas reuniões, foi decidida a criação das “Oficinas SOBED”. Organizadas para que colegas endoscopistas que têm pouca experiência ou pouco realizam procedimentos tera-pêuticos, possam realizá-los, como: gastrostomia endos-cópica, ligadura elástica, esclerose de varizes, dilatações, polipectomia, mucosectomia, enteroscopia, e também um curso mais avançado em eco-endoscopia, vias biliares e NBI. Realizadas em dois dias, sendo que no 1º dia, du-rante o período da tarde, há um curso teórico-prático em bonecos (hands on), para que no dia seguinte o partici-pante possa realizar o procedimento no paciente, super-visionado por preceptores. As “Oficinas” serão realizadas em 6 módulos, com inscrições independentes e contarão com 10 vagas somente para os Associados Titulares quites com as anuidades. As inscrições podem ser feitas pelo site www.sobed.org.br. O valor é de R$ 800 por “Oficina”. Todas são pontuadas pela CNA.

Os editais estão disponíveis em: www.sobed.org.br

DATA TEMA INSCRIÇÃO ATÉ LOCAL

17 e 18/07/2009

DilataçãoEndoscópica e colocação de clips

19/06/2009Santa Casade São Paulo

28 e 29/08/2009Gastrostomia, Endoloop e Clips

07/08/2009 Escola Paulista

25 e 26/09/2009 Vias Biliares 04/09/2009 A definir16 e 17/10/2009 NBI 25/09/2009 A definir23 a 27/11/2009(sujeito a alteração)

Curso de Eco-Endoscopia

11 e 12/12/2009 Enteroscopia 20/11/2009 A definir

Horário das “Oficinas SOBED”: 1º dia - das 13 às 18 horas / 2º dia - das 9 às 18 horas

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Diretoria Nacional

Presidente Carlos Alberto Cappellanes Vice-Presidente Carlos Alberto da Silva BarrosSecretários Ricardo Anuar Dib Fabio Segal Tesoureiros Pablo Rodrigo de Siqueira eCiro Garcia Montes

Comissões Estatutárias

Comissão de Relações Internacionais Glaciomar Machado - PresidenteArthur A. Parada

Comissões Eleitoral, de Estatutos,Regimentos e Regulamentos Antonio Gentil Neto – PresidenteHerbeth José Toledo SilvaLívia Maria Cunha LeiteNilza Maria Lopes Marques LuzSaverio Tadeu de Noce ArmelliniSergio Luiz Bizinelli

Comissão de Admissão e Sindicância Ricardo de Sordi Sobreira – PresidenteAntonio Henrique de FigueiredoCarlos Aristides Fleury GuedesFabio MarioniRoberto Palmeira Tenório

Comissão Científica e Editorial Marcelo Averbach - PresidenteAdriana Vaz Safatle-RibeiroCarlos Eugenio GantoisFlavio Hayato EgimaHuang Ling FangKleber Bianchetti de FariasMarcos Bastos da SilvaRamiro Robson Fernandes MascarenhasWalnei Fernandes Barbosa

Comissão de Ética e Defesa Profissional Vera Helena de Aguiar Freire de Mello – PresidenteArnaldo Motta FilhoFrancisco José Medina Pereira CaldasOswaldo Luiz Pavan JuniorPlinio Conte de Faria JuniorPaulo Afonso Leandro

Comissão de Avaliação e Credenciamentosde Centros de Ensino e Treinamento Paulo Roberto Alves Pinho – PresidenteDaniel Moribe

Gildo Barreira FurtadoGiovani Antonio BemvenutiWalton Albuquerque

Comissão de Título de Especialista esua Atualização Jairo Silva Alves – Presidente Dalton Marque ChavesGeraldo Ferreira Lima JuniorGilberto Reynaldo Mansur Luiz Felipe de Paula SoaresLuiza Maria Filomena RomanelloMarco Aurélio D’AssunçãoMarcos Clarencio Batista SilvaVitor Nunes Arantes

Comissões Não Estatutárias

Comissão de Acreditação de Serviçosde Endoscopia Eduardo Carlos Grecco - PresidenteJosé Renato Guterres HauckLincoln Eduardo Villela Vieira de Castro FerreiraLuiz Roberto do NascimentoPaulo CuryRenato Luz Carvalho

Site Flavio Braguim – PresidenteHorus Antony BrasilJarbas Faraco M. LoureiroJosé Luiz PaccosRicardo Leite Ganc

Diretrizes e Protocolos Edivaldo Fraga Moreira – PresidenteCarlos Eduardo Oliveira dos SantosLix Alfredo Reis de OliveiraLuis Cláudio Miranda da RochaMara Lucia Lauria Souza

Trabalhos Multicêntricos Paulo Alberto Falco Pires CorreaWalnei Fernandes Barbosa

Sobed - Revista Horus Antony BrasilThiago Festa Secchi

Sede Nacional Eli Kahan Foigel

Rede Sobed/Sobed em CasaHorus Antony BrasilThiago Festa Secchi

Representantes nas Revistas – GED Arquivos Brasileiros deGastroenterologia Representantes em Instituições

Comissão Nacional de Acreditação Eduardo Carlos Grecco - Presidente José Renato Guterres Hauck Luiz Roberto do Nascimento Paulo Cury Renato Luz Carvalho

Conselho Federal de Medicina e Comissão Nacional de Residência Médica Flavio Hayato Ejima

Agência Nacional de Vigilância Sanitária Vera Helena de Aguiar Freire de Mello

Associação Médica Brasileira Maria das Graças Pimenta Sanna

Núcleos

Núcleo de Endoscopia Pediátrica Cristina Helena Targa FerreiraEloá Marussi Morsoletto MachadoGustavo José Carneiro Leão FilhoManoel Ernesto Peçanha GonçalvesMaria das Graças Dias da Silva Paulo Fernando Souto Bittencourt

Núcleo de Ultrassonografia Endoscópica José Celso ArdenghKleber Bianchetti de Faria Lucio Giovanni Battista RossiniMarco Aurélio D’AssunçãoSimone Guaraldi da Silva

Núcleo de Desenvolvimento do NOTES Ângelo Paulo Ferreira Jr. Kiyoshi HashibaPablo Rodrigo de SiqueiraPaulo Sakai

Núcleo de Estudos de Equipamentos e Acess. Endoscópicos e seu Processamento Alexandre Silluzio FerreiraFrancisco José Medina Pereira CaldasLigia Rocha de LucaTadayoshi AkibaVera Helena de Aguiar Freire de Mello

Núcleo de Implantaçãodas Unidades Regionais Antonio Carlos Coelho ConradoJoão Carlos Andreoli

Diretorias e Comissões

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Alagoas Presidente: Nilza Marques LuzVice-presidente: Henrique Malta1º Secretário: Herberth Toledo2º Secretário: Carlos Henrique de Barros Amaral1º Tesoureiro: Laercio Ribeiro2º Tesoureiro: José Wenceslau da Costa NetoEndereço: R. dos Coqueiros, 17 - Cind. Jardim do Horto - CEP: 57052-156 - Gruta de Lourdes - Maceió - ALFone: (81) 3241-7870 E-mail: [email protected]

Amazonas Presidente: Lourenço Candido NevesVice-presidente: Victor Mussa Dib1º Secretário: Marcelo Tapajós Araujo2º Secretário: Agostinho Paiva Masullo1º Tesoureiro: Deborah Nadir Ferreira 2º Tesoureiro: Edilson Sarkis Gonçalves Endereço: Av. Djalma Batista, 1.661 - 2º andar - sls. 206/207 - Ed. Millenium Center -Torre Medical - CEP: 69050-010 - Manaus - AM Fone: (92) 3659-3762 / 3659-3082 E-mail: [email protected] Bahia Presidente: Maria Cristina Barros MartinsVice-presidente: Livia Maria Cunha Leite 1º Secretário: Marcia Sacramento de Araujo Felipe 2º Secretário: Sylon Ribeiro de Britto Junior 1º Tesoureiro: Durval Gonçalves Rosa Neto 2º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da SilvaEndereço: R. Atino Serbeto de Barros, 241 - CEP: 41825-010 - Salvador - BAFone: (71) 3350-6117 Site: www.sobedbahia.com.br E-mail: [email protected]

Ceará Presidente: Ricardo Rangel de Paula Pessoa1º Secretário: Francisco Paulo Ponte Prado Junior 1º Tesoureiro: Adriano Cesar Costa Cunha Endereço: R. Cel. Alves Teixeira, 1.578 - Joaquim Távora - CEP: 60130-001 - Fortaleza - CE Fone: (85) 3261-8085 E-mail: [email protected]

Distrito Federal Presidente: Aloisio Fernando SoaresVice-presidente: Sussumo Hirako1º Secretário: Cícero Henriques Dantas Neto2º Secretário: Francisco Machado da Silva1º Tesoureiro: Calixto Abrão Neto2º Tesoureiro: Marcio Velloso FontesEndereço: SHLS 716, Bloco L – Centro Clínico Sul – Torre I – sls. 408/410 – CEP: 70390-700 – Brasília - DFFone: (61) 3345-7225E-mail: [email protected]

Espírito Santo Presidente: José Joaquim de Almeida FigueiredoVice-presidente: Bruno de Souza Ribeiro1º Secretário: Aureo Paulielo2º Secretário: Aderbal Pagung1º Tesoureiro: Esteban Sadovsky2º Tesoureiro: Luis Fernando de CamposEndereço: R. Francisco Rubim, 395 – CEP: 29050-680 – Vitória - ESFone: (27) 3324-1333Site: www.sobedes.com.brE-mail: [email protected]

Goiás Presidente: José Cristiano Ferreira ResplandeVice-presidente: Marcus Vinicius Silva Ney1º Secretário: Marcelo Barbosa Silva2º Secretário: Fernando Henrique Porto1º Tesoureiro: Vágner José Ferreira2º Tesoureiro: Rennel PiresEndereço: Av. Mutirão, 2.653 – Setor Marista – CEP: 74115-914 – Goiânia - GO Fone: (62) 3251-7208E-mail: [email protected]

Maranhão Presidente: Djalma dos SantosVice-presidente: Nailton J. F. Lyra1º Secretário: Selma Santos Maluf2º Secretário: Milko A. de Oliveira1º Tesoureiro: Elian O. Barros

2º Tesoureiro: Joaquim C. Lobato FilhoEndereço: R. Jornalista Miecio Jorge, 4 – Ed. Carrara – sls. 208/209 – CEP: 65075-440 – São Luis - MAFone: (98) 3235-1575E-mail: [email protected]

Mato Grosso Presidente: Ubirajarbas Miranda VinagresVice-presidente: Leo Gilson Perri1º Secretário: José Sebasttião Metelo2º Secretário: José Carlos Comar1º Tesoureiro: Roberto Carlos Fraife Barreto2º Tesoureiro: Elton Hugo Maia TeixeiraEndereço: Pça. do Seminário, 141 – Centro – Gastrocentro – CEP: 78000-000 – Cuiabá - MTFone: (65) 3321-5318E-mail: [email protected]

Mato Grosso do Sul Presidente: Carlos Marcelo Dotti Silva1º Secretário: Rogerio Nascimento Martins1º Tesoureiro: Marcelo de Souza CuriEndereço: R. Alagoas, 700 – Jd. dos Estados – CEP: 79020-120 – Campo Grande - MSFone: (67) 3327-0421E-mail: [email protected]

Minas Gerais Presidente: Luiz Claudio Miranda da RochaVice-presidente: Paulo Fernando Souto Bittencourt1º Secretário: Atanagildo Cortes Junior2º Secretário: Adriana Athayde Lima Stehling1º Tesoureiro: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho2º Tesoureiro: Paulo Fernando Souto Bittencourt Endereço: Av. João Pinheiro, 161 – CEP: 30130-180 – Belo Horizonte - MGFone: (31) 3247-1647E-mail: [email protected]

Pará Presidente: Abel da Cruz LoureiroVice-presidente: Edmundo Veloso de LimaTesoureiro: Marcos Moreno Domingues2º Tesoureiro: Laercio Sampaio da S. Junior1º Secretário: Danieli do S. Brito Batista2º Secretário: Ana Paula R. GuimarãesEndereço: Tv. Dom Romualda de Seixas, 1.812 – CEP: 66055-200 Belém – Pará Fone: (91) 3241-4223E-mail: [email protected]

Paraíba Presidente: Eduardo Henrique da Franca PereiraVice-presidente: Fábio da Silva Delgado1º Secretário: Carlos Antonio Melo Feitosa2º Secretário: Pedro Duques de Amorim1º Tesoureiro: Francisco Sales Pinto2º Tesoureiro: Fabio Kennedy Almeida Trigueiro Endereço: Av. Coremas, 364 – CEP: 58013-430 – João Pessoa - PBFone: (83) 3222-6769E-mail: [email protected]

Paraná Presidente: Luis Fernando TullioVice-presidente: Sandra Teixeira1º Secretário: Maria Cristina Sartor2º Secretário: Flávio Heuta Ivano1º Tesoureiro: Julio César Souza Lobo2º Tesoureiro: Marlus Volney de MoraisEndereço: R. Candido Xavier, 575 – CEP: 80240-280 – Curitiba - PRFone: (41) 3342-3282E-mail: [email protected]

Pernambuco Presidente: Josemberg Marins CamposVice-presidente: Luis Fernando Lobato Evangelista1º Secretário: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo2º Secretário: Roberto Tenório1º Tesoureiro: Mario Brito FerreiraEndereço: Av. Conselheiro Rosa e Silva, 2.063 – CEP: 52050-020 Recife - PEFone: (81) 9973-8741E-mail: [email protected]

Piauí Presidente: Wilson Ferreira Almino de LimaVice-presidente: Carlos Dimas de Carvalho Sousa

1º Secretário: Conceição de Maria Sá e Rego Vasconcelos2º Secretário: Ademar Neiva de Sousa Sobrinho1º Tesoureiro: Antonio Moreira Mendes Filho2º Tesoureiro: Teresinha Quirino V. de Assunção de MaiaEndereço: R. Olavo Bilac, 2.490 – CEP: 64001-280 – Teresina - PIFone: (86) 3221-4824E-mail: [email protected]

Rio de Janeiro Presidente: José Narciso de Carvalho NetoVice-presidente: Edson Jurado da Silva1º Secretário: Marta de Fátima S. Pereira2º Secretário: Afonso Celso da Silva Paredes1º Tesoureiro: Francisco José Medina de Pereira Caldas2º Tesoureiro: José Carlos Cortes BarrosoEndereço: R. da Lapa, 120 – sl. 309 – CEP: 20021-180Rio de Janeiro - RJFone: (21) 2507-1243 / 3852-7711Site: www.sobedrj.com.br Email: [email protected]

Rio Grande do Norte Presidente: Licia Villas-Bôas MouraVice-presidente: Conceição de Maria Lins da C. Marinho1º Tesoureiro: Verônica de Souza ValeEndereço: R. Maria Auxiliadora, 807 – Tirol – CEP: 59014-500Natal - RNFone: (84) 3211-1313E-mail: [email protected]

Rio Grande do Sul Presidente: Julio Carlos Pereira LimaVice-presidente: Carlos Kupski1º Secretário: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos1º Tesoureiro: Cesar Vivian LopesEndereço: Av. Ipiranga, 5.311 – sl. 207 – CEP: 90610-001Porto Alegre - RSFone: (51) 3352-4951E-mail: [email protected]

Santa Catarina Presidente: Silvana D’AgostinVice-presidente: Ligia Rocha de Luca1º Secretário:Juliano Coelho Ludvig2º Secretário: Osni Eduardo Camargo Regis1º Tesoureiro: Cintia Zimmermann de Meireles2º Tesoureiro: Eduardo Nobuyuki Ussui Jr.Endereço: Rodovia SC 401 – Km 04 3854 – CEP: 88032-005Florianópolis - SCFone: (48) 3231-0324Site: www.sobedsc.com.brE-mail: [email protected]

São Paulo Presidente: José Celso ArdenghVice-presidente: Adriana Vaz Safatle Ribeiro1º Secretário: Luiza Maria Filomena Romanello2º Secretário: Thelma Christina Nemoto1º Tesoureiro: Thiago Festa Secchi2º Tesoureiro: Lix Alfredo Reis de OliveiraEndereço: R. Itapeva, 202 – sl. 98 – CEP: 01332-000São Paulo - SPFone: (11) 3288-6883Site: www.sobedsp.com.br E-mail: [email protected]

Sergipe Presidente: Jilvan Pinto de MonteiroVice-presidente: Rogério dos Santos Rodrigues1º Secretário: Simone Deda Lima Barreto1º Tesoureiro: Miiraldo Nascimento da Silva FilhoEndereço: R. Guilhermino Rezende, 426 – São JoséCEP: 49020-270 – Aracaju - SEE-mail: [email protected]

Tocantins Presidente: Jorge Mattos ZeveVice-presidente: Marcos Rossi1º Secretário: Rone Antonio Alves de Abreu2º Secretário: José Augusto Menezes Freitas de Campos1º Tesoureiro: Maria Augusta de Oliveira Matos2º Tesoureiro: Mery Tossa NakamuraEndereço: Quadra 401 Sul – cj, 01 – Lote 1 – Av. Teotonio Segura-do – Espaço Médico Empresarial – CEP: 77061-002 – Palmas - TOFone: (63) 3228-6011E-mail: [email protected]

EstaduaisPor dentro da Sobed

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Acontece

GoiásEstá marcada para os dias 14 e 15 de agosto a 1ª Jornada Goiana de Endoscopia Digestiva, no auditório do Conselho Regional de Medicina de Goiás (CRM-GO). O evento conta com a presença de palestrantes do capítulo de Goiás e de São Paulo para repercutir temas como hemorragia digestiva varicosa e não-varicosa, o papel da endoscopia digestiva alta na cirurgia

bariátrica, entre outros. Merece destaque a participação do presidente da SOBED Nacional, Dr. Carlos A. Cappellanes, que apresentará duas palestras ainda no primeiro dia do Encontro. A programação completa e ficha de inscrição estão disponíveis em www.eventusassessoria.com.br. Outras informações com Laura Carmo, da SOBED Goiás pelo telefone: (62) 3251-7208 ou pelo e-mail: [email protected]

Rio Grande do SulEm agosto é a vez de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, sediar o VII Congresso Gaúcho de Gastroenterologia e Endoscopia, que acontece junto ao IV Simpósio Sul-Americano do Aparelho Digestivo, entre os dias 27 e 29. Além de programações direcionadas aos clínicos e cirurgiões, o encontro promoverá sessões conjuntas clínico-cirúrgicas em que convidados nacionais e internacionais em conjunto com os congressistas debaterão sobre temas controversos pertinentes à especialidade. Os interessados em encaminhar resumos científicos para participar do IV Simpósio podem inscrever seus trabalhos até 31 de julho. Conheça todos os eventos simultâneos ao Congresso por meio da home-page oficial www.ccmeventos.com.br/gastro2009/ ou pelo telefone (51) 3352-4951, das 9h00 às 13h00, com Silvana Frediani Urruth.

Minas GeraisEntre os dias 24, 25 e 26 de setembro será realizado o Gastrominas 2009, encontro que reunirá, além da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), a Sociedade de Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais e a Sociedade Mineira de Coloproctologia para discutir temas relevantes à especialidade.Já estão confirmadas as presenças do Dr. Marcelo Averbach, reconhecido cirurgião colo-proctologista e colonoscopista do Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, do Dr. Paulo Pinho, renomado gastroenterologista e endoscopista da Universidade Estadual do Rio de Janeiro e do Dr. Marcos Clarêncio, gastroenterologista e endoscopista do Hospital Roberto Santos, em Salvador. Além disso, está confirmada a presença do Dr. Thierry Ponchon, chefe do Serviço de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva do Hospital Edouard Herriot, Lyon, França, ex-presidente da Sociedade Francesa de Gastroenterologia. Informações pelo e-mail: [email protected] ou pelo telefone (31) 3247-1600.

SOBED Nacional Continuam os cursos de endoscopia digestiva do Projeto “Oficinas”, realizado pela SOBED Nacional. Agendado para os dias 17 e 18 de julho, o segundo módulo abordará a “Dilatação Endoscópica” e “Colocação de Clips”. Já o terceiro módulo, “Gastrostomia, Endoloop e Clips”, acontece entre 28 e 29 de agosto. A programação segue em setembro, dias 25 e 26, com o quarto módulo “Vias Biliares”. Entre os dias 16 e 17 de outubro as

“Oficinas” irão abordar o tema “NBI”, em novembro, dos dias 23 a 27, “Curso de Eco-Endoscopia” - ainda sujeito a alteração. Por fim, em dezembro, nos dias 11 e 12, o tema será “Enteroscopia”. O projeto “Oficinas” é realizado no Centro de Treinamento da SOBED, no Hospital Ipiranga (SP), em parceria com a Olympus, e destina-se aos endoscopistas com pouca experiência ou que realizam com pouca frequência procedimentos terapêuticos. Há apenas 15 vagas restritas aos associados titulares da entidade quites com a entidade.

Atenção: Todos os eventos citados nesta página valem pontos para a revalidação do Título de Especialista e Certificado da Área de Atuação, conforme estipulado pela Comissão Nacional de Acreditação (CNA), de acordo com a Resolução CFM 1.722/2005. Consulte a tabela de pontuação pelo site da SOBED (www.sobed.org.br) Para comunicar os encontros promovidos nas estaduais nesta seção envie e-mailpara [email protected]

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Rede Sobed

A Rede SOBED é um serviço de educação continuada a distância dos cursos ministrados pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) no

Centro de Treinamento em Endoscopia Digestiva da entidade, em São Paulo, situado no Hospital Estadual Ipiranga, desen-volvido em parceria com a Olympus Optical do Brasil. O programa Rede SOBED permite ao associado assistir as au-las em tempo real e fazer perguntas aos palestrantes, respon-der enquetes e participar de votações eletrônicas. Trata-se de um modelo virtual de educação continuada voltado aos espe-cialistas e associados à entidade.

Como funciona? Toda primeira quinta-feira do mês um novo módulo é apre-sentado. Por meio do Boletim SOBED Online o usuário é no-tificado sobre a temática do novo programa. Cada módulo fica disponível por três meses a partir da data de sua transmissão. Para participar basta estar quites com a instituição, preencher a ficha de inscrição e possuir conexão com a Internet. O cadas-tro tem validade de 1 (um) ano. A Rede SOBED tem mais de 500 cadastrados em seus diversos programas em mais de 200 cidades do Brasil. Os inscritos que assistirem as aulas recebem pontos no programa de creditação da Associação Médica Bra-sileira (AMB) e do Conselho Federal de Medicina (CFM).Novos cadastros são aceitos até 15h00 do dia da exibição inicial da aula. Após o horário, as senhas serão enviadas para acesso à aula via sistema on demand.

Cadastramento Faça seu cadastro para a Rede SOBED 2009 por meio do site www.sobed.org.br e receba sua senha eletrônica de acesso. Es-tão disponíveis na rede virtual programas de educação continu-ada ministrados em 2008 (os novos usuários cadastrados ainda podem acessá-los), bem como, as primeiras aulas referentes ao ano de 2009. Não perca essa chance de investir na sua atuali-zação e aperfeiçoamento profissional com o apoio da SOBED. Os usuários cadastrados podem acessar a Rede SOBED pelo link descrito abaixo: http://www.sobed.org.br/redesobed2008/inicial_redesobed.asp#

Sobed - No 5 - Abr/Jun - 2009

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Sobed em casa

O programa SOBED em Casa permite aos associados e não-associados assistirem as principais apresentações do Congresso Brasileiro de Endoscopia e da Semana

Brasileira do Aparelho Digestivo pelo site da Sociedade, além de importantes cursos nacionais e internacionais da área que acon-tecem ao longo do ano. Para ter acesso ao SOBED em Casa é necessário preencher o formulário de inscrição e pagar uma taxa de R$ 160,00 (associados da SOBED) e R$ 460,00 (não-asso-ciados). Após a confirmação do pagamento da taxa de adesão o login e senha eletrônica de acesso são encaminhados ao e-mail cadastrado pelo usuário.Uma nova aula é publicada a cada mês no SOBED em Casa. O usuário recebe uma notificação pelo Boletim SOBED Online quando um novo módulo estiver disponível e pode acessá-lo a qualquer hora e local. Para assistir basta acessar o site da SOBED, entrar na seção SOBED em Casa e clicar sobre o link correspon-dente à aula. Cada usuário terá seis meses para assistir à apresen-tação de cada módulo, contados a partir da data de sua publica-ção. Há um limite máximo de três acessos em relação à duração de cada módulo. Após o término do prazo do curso ou da soma total de acessos a senha irá expirar automaticamente.A adesão ao SOBED em Casa também possibilita o acúmulo de 10 pontos para a revalidação do título pelo programa de credita-ção da CNA/AMB (Comissão Nacional de Acreditação da Asso-ciação Médica Brasileira).Já estão disponíveis no site da SOBED, por meio da Seção SOBED em Casa, as principais palestras de Endoscopia da VIII Semana Brasileira do Aparelho Digestivo realizada em Brasília entre 5 e 9 de outubro de 2008. Fazendo a adesão, é possível assistir, via Inter-net, as apresentações do evento e ter acesso ao conteúdo de diver-sos cursos nacionais e internacionais da área já realizados. Se você não é sócio da SOBED aproveite esta oportunidade para filiar-se e fazer a adesão ao SOBED em Casa pelo preço de associado. A primeira aula virtual da VIII Semana Brasileira do Aparelho Di-gestivo traz Exames do Curso Internacional ao vivo da SOBED. Nas próximas aulas serão disponibilizadas aproximadamente 20 horas de programação com um novo módulo a cada mês. Os ins-critos que às assistirem irão receber pontos para a revalidação do título pelo programa de creditação da CNA/AMB.

Programa:

- Curso Internacional ao vivo da SOBED- Lesões subepiteliais do sistema digestório- Conferência: endoscopia do intestino delgado: vídeo-cápsula e enteroscopia com balões: uma visão geral - Sedação e Monitorização - Conferência: utilidade clínica do NBI e autofluorescência no esôfago de Barrett - Notes: Onde estamos e para onde vamos?- Esôfago de Barrett - Doenças do Pâncreas- Doenças biliopancreáticas benignas - papel da endoscopia - Exames de imagem nas doenças colorretais - Novas técnicas de imagem em endoscopia- Temas gerais em colangiopacreatografia endoscópica retrógrada - Colonoscopia - Hemorragia digestiva alta Obs. Não serão disponibilizadas as palestras em que os médicos não concordarem em ceder os direitos de imagem ou os slides.

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DNA

Na linha dodesconhecidoPerfil inovador, curioso e até destemido de Giovani Bemvenuti o colocou entre os especialistas à frente das inovações na endoscopia digestiva merecendo reconhecimento por sua coragem e ousadia

Sobed - No 5 - Abr/Jun - 2009

Sede pelo conhecimento fez do endosco-pista digestivo, Dr. Giovani Bemvenuti daqueles poucos que ganham prestígio pela ousadia diante do novo, do inespe-rado. Guiado por seu instinto, escolheu a endoscopia, caminho que o levou ao ex-terior para aprender técnicas, até então, inovadoras para médicos da especialida-de. O resultado de sua aposta lhe rendeu reconhecimento na área, sendo considera-do por colegas como aquele que gosta de estar no limite do conhecimento.Assim foi desde a juventude. Quando optou pela medicina Bemvenuti diz que seguiu o dom que acreditava ter para a profissão e que seus familiares e colegas julgavam ser a carreira perfeita para ele. Nos tempos da faculdade, porém, deixou-se levar pela curiosidade e expor-se ao aprendizado em todas as áreas que pôde antes de optar pela especialidade que iria seguir. Muitos foram os caminhos que se apresentaram, mas a gastroenterologia chamou mais sua aten-

ção. A decisão, mais uma vez, foi impulsio-nada pelo desejo em desbravar o novo. Na época, a endoscopia digestiva com o uso da fibra ótica era absolutamente inovadora e logo conquistou o médico. Por influência de mestres da especialidade, Bemvenuti se viu diante de seu futuro. Abra-çou a causa e do Brasil para o mundo imergiu nos estudos desse segmento. Após uma tem-porada nos Estados Unidos, voltou ao Brasil reconhecido por aquilo que aprendeu por lá, a endoscopia do intestino grosso, ainda pou-co conhecida no exterior e em nosso País, o que lhe abriu os caminhos. Como resultado, chegou à presidência da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). Presi-dente da instituição no biênio 1990-1992, sua diretoria trabalhou para consolidar a estrutura da Sociedade e fortalecê-la perante as especialidades correlatas.Conheça um pouco mais da trajetória do gaúcho natural de São Leopoldo, cidade-zinha a menos de 30 km da capital Porto

Alegre, que, hoje, aos 70 anos, encanta-se ainda com a pesquisa clínica e mantém sua paixão pelo atendimento médico. Além da trajetória profissional, Bemvenuti diz orgu-lhar-se muito da família. Pai de uma dentis-ta e de uma esportista que dedicou sua vida jogando golfe mundo afora, ele se considera

Dr. Giovani Bemvenuti, presidente da SOBED no biênio (1990-1992)

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DNA

realizado ao ver o sucesso conquistado por elas e em ter a alegria de conviver e acompa-nhar o crescimento dos netos.

Assim como muitos médicos, conside-ra ter sido escolhido pela medicina? Não sei dizer o que me fez escolher a medicina, mas desde menino já deixava transparecer um dom para ser médico. Havia estímulo dos familiares e cole-gas, o que facilitou a decisão. Não tive médicos na família, apenas um tio mais distante, mas creio que sua influência se fez sentir no momento de optar por uma atividade clínica.

E a escolha pela especialidade já era algo que imaginava desde a graduação?De forma alguma. No curso de gradu-ação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que concluí em 1964, procurei vivenciar todas as oportunidades, nas mais distantes áre-as e não tinha a menor ideia de qual especialidade iria seguir. Sempre estive muito atento e ativo e decidi conhecer de tudo um pouco. Somente no final do curso optei que iria para uma especiali-dade clínica e imaginei que os desafios da gastroenterologia atrairiam meu perfil de aluno curioso. A escolha pela especialidade foi gratificada pelo cará-ter inovador que oferecia na época com o surgimento dos fibroendoscópios.

Como teve contato com essa tecnologia?Um de meus mestres que é justo recor-dar, José Martins Job, tinha acabado de viajar para o Japão e trouxe a tecnologia inovadora, pois percebia seu imenso fu-turo. Sua inspiração me deixou bastante entusiasmado pelo tema e, de imediato, fui iniciado no uso da gastrocâmara.

Onde iniciou sua carreira médica?Em 1969, fiz um curso no Instituto de Gastroenterologia, em São Paulo, sobre endoscopia digestiva com equipamen-tos de fibras óticas. No Rio Grande do Sul passei a atuar como médico gastro-enterologista e professor universitário na própria UFRGS. Assim, fui agraciado com uma bolsa de estudos para especia-lização fora do País.

Como foi o treinamento nos Estados Unidos?Considero essa uma etapa fundamental em minha trajetória. Passei três anos como pro-fessor-convidado na Universidade de Chica-go, cidade pela qual tenho muito carinho até hoje. O que desenvolvi por lá serviu de base para investir em um mestrado logo que vol-tei ao Brasil, novamente, na UFRGS.

Sendo professor e pesquisador, como avalia a pesquisa científica brasileira na especialidade? Acredito que os esforços dos pesquisa-

dores não encontram apoio apropriado dos investimentos não só por parte do setor pú-blico. como também do privado. Empresas deviam se interessar

mais em fomentar o desenvolvimento científico e tecnológico. Acho que a pesquisa no Brasil segue adiante muito mais pelo entusiasmo dos colegas, do que por investimentos.

O Sr. se considera um desses entusiastas?Certamente. Em toda minha trajetória procurei participar de pesquisas sempre na área clínica. A busca por explicações para fenômenos sem respostas e a organi-zação das ideias face aos descobrimentos fizeram parte da estruturação de minha forma de atuar. Sempre gostei de estar na linha mais avançada do conhecimento, como certa vez um de meus colegas decla-rou a meu respeito. Jamais deixei a pesqui-sa de lado. (risos)

Quais experiências vivenciou que consi-dera fundamentais para sua formação?Além da experiência nos EUA, o período que estagiei no Japão, berço da endosco-pia, por meio do programa de bolsas JICA foi enriquecedor, assim como a tempora-da que estudei em Londres, Inglaterra, e em Lyon, na França e outros mais. Tudo isso contribuiu para consolidar a visão so-bre a especialidade.

Qual avaliação faz da endoscopia prati-cada nesses países em relação ao Brasil? Tenho orgulho em dizer que não deve-mos nada a outros países, pois nosso tra-balho é muito reconhecido no exterior. Posso até dizer que em comparação aos Estados Unidos temos procedimentos mais avançados, visto que eles têm di-ficuldades em empregar procedimentos não reconhecidos, enquanto aqui temos mais liberdade e, em geral, dentro dos

“É importante continuarmos a fazer um trabalho de qualidade para consolidarmos nossa posição”

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princípios da ética nas pesquisas no emprego de novas técnicas.

Que exemplo cita em reconhe-cimento à nossa endoscopia?Recentemente o colega de São Pau-lo Paulo Sakai recebeu uma home-nagem da Sociedade Americana de Endos-copia Gastrointestinal em reconhecimento à sua atuação. Isso é motivo de orgulho para todos os endoscopistas brasileiros.

À frente da SOBED entre 1990-1992 qual avaliação faz de sua gestão?A gestão representou um trabalho de equipe da Diretoria. Entre tantas obras quero destacar a consolidação associati-va da entidade. Na gestão anterior do Dr.

Hashiba havia sido adquirida uma sede e tivemos a missão de concretizar sua organi-zação. Montamos a estrutura e trabalhamos para que a especialidade fosse reconhecida entre as associações de especialidades cor-relatas. Além disso, demos continuidade ao projeto de melhorar a qualidade dos endos-copistas e divulgar a endoscopia digestiva, tanto em seus aspectos básicos, como dos constantes avanços tecnológicos, principal atribuição da Sociedade.

Como vê o futuro da especialidade? É inegável, com toda a contribuição que a endoscopia traz à assistência das ne-cessidades dos pacientes, bem como no progresso do conhecimento das doen-ças gastroenterológicas, que nos enqua-dramos no conceito de especialidade médica. É importante continuarmos a fazer um trabalho dentro do mais ele-vado padrão de qualidade para cada vez mais consolidarmos nossa posição.

“A homenagem prestada a Paulo Sakai é motivo de orgulho para todos os endoscopistas em

reconhecimento ao trabalho brasileiro”

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Reportagem

O saber, na práticaOficina de Endoscopia Digestiva surpreende

médicos ao permitir a utilização de um boneco de teste com organismo semelhante ao do

paciente para praticar técnicas endoscópicas

“Quem está em grandes centros urbanos acha que esses métodos são triviais,

mas trazer pacientes para o treinamento é incomum e muito importante”

Amanda Campos

Colocar em prática o aprendizado após uma aula teórica sobre procedimentos endoscópicos não é uma técnica usual entre os cursos da especiali-

dade. Foi justamente esse um dos motivos que levou o en-doscopista e cirurgião, Dr. Luciano Dias de Oliveira Reis, a percorrer 436 km de Santo Antônio da Platina, no Paraná, até o Hospital Ipiranga, em São Paulo. Reis participou do projeto “Oficinas” - Curso Continuado de Endoscopia Digestiva realizado entre 29 e 30 de abril pela So-ciedade Brasileira de Endoscopia Digesti-va (SOBED). “Faço endoscopia há mais de duas décadas e presenciei na Oficina o treinamento de uma técnica que eu nunca havia realizado”, afirmou. O Encontro reuniu cerca de 30 profissionais entre precepto-res e médicos que discutiram conceitos e procedimentos em gastrostomia endoscópica, ligadura elástica, esclerose de vari-zes, dilatações, polipectomia, mucosectomia e enteroscopia.

“O intuito era fazer médicos não habituados aos procedimen-tos a praticar e aprender”, explicou o primeiro-secretário da SOBED e um dos coordenadores da Oficina, Dr. Ricardo Anuar Dib. No primeiro dia de Oficina, o coordenador da residência médica do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), Dr. Renato Luz Carvalho, ministrou a aula teórica so-bre os conceitos de hipertensão portal, desenvolvimento entre

as varizes e indicações da ligadura elástica atu-al. “Preparei uma aula didática com conceitos básicos, já que todos conhecem um pouco o procedimento”, disse.

Após a aula teórica, os médicos conheceram os primeiros “pacientes” que seriam submetidos às ligaduras elásticas na sala de procedimentos práticos, chamadas hands on: eram bonecos especialmente preparados para o procedimento, uma criação do endoscopista digestivo do Hospital Sírio-Libanês, Dr. Marco Aurélio D’Assunção. “Há oito anos, pre-cisei de alguns bonecos para fazer um curso e, conversando

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com uma paciente, surgiu a ideia de usar um manequim de loja como modelo”, explicou.O primeiro “Nicolau” - como Marco Aurélio apelidou o bo-neco - surgiu em 2001, após uma conferência em Boston, nos Estados Unidos. Durante o Encontro, um modelo se-melhante, de origem alemã, foi utilizado pelos especialistas norte-americanos, o que chamou a atenção do brasileiro. O primeiro exemplar montado no Brasil era formado por plás-tico soprado com espuma interna e adaptado para a fixação de estômago, mas problemas de adequação, como o encaixe do esôfago, forçaram mudanças no exemplar que já está no quarto protótipo. “Patenteei o boneco e, atualmente, outras especialidades e instituições de ensino usam o modelo.” Os bonecos já foram utilizados na Escola Paulista de Medici-na (EPM), em congressos e cursos de extensão. Na endosco-pia, além dos métodos de ligadura elástica, o exemplar é ofe-recido para as endoscopias de vias aéreas e de colonoscopia.

“A sensação é a de que você reproduziu o exame no próprio paciente”, disse o endoscopista Luciano Dias.Na opinião do endoscopista catarinense Sérgio Roberto dos Santos que saiu de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, apenas para se atualizar profissionalmente a experiência tam-bém foi interessante. “É sempre bom reciclar o conhecimen-to. Faço ligadura elástica há vários anos e durante o curso, a parte prática me chamou muito a atenção.”Divididos em dois pequenos grupos, 12 médicos aprendi-zes utilizaram aparelhos de última geração para praticar no “Nicolau” o que viram durante a aula teórica. Em parceria com a Olympus, a SOBED colocou à disposição dos alunos material cedido pelas empresas Boston e COOK. “É impor-tante que todos tenham acesso aos dois tipos de materiais porque há variações nos aparelhos utilizados pelos hospi-tais”, explicou Dib. No segundo dia de curso, o boneco cedeu espaço aos pacien-

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Reportagem

tes reais. Supervisionados por preceptores, os médicos realiza-ram os procedimentos com sucesso e, diante dos resultados, a ideia de expandir as oficinas pelo Brasil foi cogitada pelos ide-alizadores. “Vamos discutir como transformar o curso em um projeto itinerante e viável aos especialistas em vários estados”, destacou Dib. A ideia também foi aprovada pelos preceptores de fora do Estado, como o endoscopista e gastroenterologista clínico do Hospital Brasília, no Distrito Federal, Flávio Haya-to Ejima. “Com cursos práticos como esse em outras regiões a ligadura elástica seria feita com mais frequência”, disse. De acordo com outro coordenador de grupo, o professor de gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e gerente de endoscopia do hospital Albert Eins-tein, Dr. Ângelo Paulo Ferrari Jr., a opção do treinamento em um modelo com órgão semelhante ao do paciente melhora a confiança profissional, mas as dificuldades técnicas do proce-dimento só são resolvidas com a prática em humanos. “Quem está em grandes centros urbanos acha que esses métodos são triviais, mas trazer pacientes para o treinamento é incomum e muito importante.”Um dos questionamentos para desenvolver as oficinas pelo País é a infraestrutura. Segundo o gastroenterologista e endos-copista do Hospital das Clínicas (HC), Dr. Claudio Hashimo-

to, coordenador de uma das equipes, ter espaço e aparelhos adequados é fundamental para repetir o sucesso do curso em outras regiões. “Precisamos seguir o modelo adotado em ou-tros países, como os Estados Unidos e o Japão. Eles investem em centros de treinamentos completos e em funcionários.” Para o gastroenterologista e endoscopista do laboratório médico Fleury e da Escola Paulista de Medicina, Ermelindo Della Libera Jr., que também coordenou uma turma, as di-ferenças em relação à estrutura seriam facilmente superadas se houvesse integração entre as instituições médicas. “Prin-cipalmente no nordeste e no centro-oeste, o curso precisa ser estendido. Aproveitar os locais de ensino já existentes, como escolas de medicinas regionais, seria uma opção para realizar o procedimento”, declarou. Ao analisar os resultados do programa, o coordenador do ser-viço de endoscopia do Hospital Ipiranga e um dos coordena-dores das Oficinas, Dr. Artur Adolfo Parada, o curso atendeu às expectativas da SOBED, em especial, no desenvolvimento técnico e científico da especialidade. Com o grande número de inscritos para o Encontro, em breve a Sociedade deve abrir novas turmas para o curso. “Tivemos, ao todo, 30 inscritos e só pudemos selecionar dez. Provavelmente repetiremos em breve esse módulo”, afirmou.

Ao lado, médicos colocam os ensinamentos na prática em um paciente no segundo dia da Oficina. No detalhe, Nicolau “descansando”

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Exame CNA

Como funcionaa pontuação da CNA

Saiba como cadastrar seus eventose estabelecer pontos junto à Comissão

Estabelecida pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), a Comissão Nacional de Acreditação (CNA) prioriza a revalidação dos títulos de es-pecialistas atestando os novos conhecimentos do médico. Com o início das atividades, em janeiro de 2006, a organização esta-beleceu um período de cinco anos até que o profissional, com um acúmulo de 100 pontos, receba os primeiros Certificados de Atualização Profissional (CAPs). Por ano, cada Sociedade de Especialidade deve proporcionar 40 créditos aos associados, no mínimo. “A obrigatoriedade de reciclar o especialista é a parte mais importante”, declara o de-legado da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SO-BED) junto à Comissão, o endoscopista Dr. Renato Baracat.Os programas de educação continuada são práticas médicas obrigatórias em todo o mundo. No caso da CNA, cada espe-cialidade vinculada à AMB tem um delegado especialmente designado para certificar à Associação a origem dos cursos que solicitam os pontos. Para credenciar um evento junto à Comissão, o coordenador de congressos, trabalhos científi-cos, cursos pela Internet e outros tipos de Encontros deve acessar o site da CNA e seguir as orientações. Cada atividade vale uma determinada pontuação pré-definida pelo CFM e pela AMB. A soma dos pontos leva em conside-ração diversos aspectos como a carga horária de cada curso. “Congressos nacionais podem ter pontuações diferenciadas, assim como regionais e internacionais”, explica Baracat. Vale lembrar que a atribuição de pontos aos Encontros não serve para qualquer evento. Pré-Congressos, por exemplo, não somam pontos já que, segundo a Resolução CFM 1.772/05,

a CNA os avalia como uma atividade inicial pré-estabelecida. “Há inúmeros eventos no País como os congressos, além de cursos de pós-graduação, mestrado e doutorado que também somam pontos na CNA.”Frequentador assíduo de congressos e cursos de endoscopia desde antes da criação da CNA, Baracat acredita que, além do aprendizado, a pontuação na carteira médica aumenta a con-fiança do paciente com o especialista. “O conhecimento é im-portante porque praticamos essas novas experiências. Basta ver o crescente número de novos candidatos ao título de especialis-ta e a qualidade dos serviços prestados”, analisa. Os especialistas mais antigos que já exerciam a profissão antes de 2006 não são obrigados a pontuar. Para aqueles que optarem por revalidar os pontos, porém, a atualização deverá ser feita a cada cinco anos, assim como os demais. “Quando há o cadastramento dos cursos, os eventos ga-nham visibilidade, melhoram a prática endoscópica e ga-nham um público ainda maior”, diz.

Ao analisar a extensão territorial brasileira - O País é o 5º maior do mundo -, a CNA criou a Resolução que obriga as Sociedades de Especialidade a fornecer um adicional de dez créditos ao ano em cursos a distância. No segun-do anexo do Artigo 9º § da ordem, a Comissão expli-ca que as diferenças sociais e culturais são algumas das razões que obrigam as entidades a desenvolverem pelo menos uma atividade que não seja presencial.

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Simpósio

Novas tecnologias, qualidade, constante atualização e troca de experiência foram os des-

taques das quase 70 palestras apresen-tadas durante o 3º Simpósio Internacio-nal de Endoscopia Digestiva, realizado entre 1º e 2 de maio na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FE-COMÉRCIO), pela Sociedade Brasilei-ra de Endoscopia Digestiva (SOBED).Segundo o presidente da instituição e organizador do evento, Carlos Capella-nes, os temas principais abordados du-rante o Simpósio caminham alinhados e refletem os novos horizontes que vêm se desenhando na América Latina. “Dis-cutir qualquer um dos temas apresenta-dos no Simpósio é imprescindível para conhecermos o que tem sido desenvol-vido no Brasil e sobre nossa colabora-ção para a especialidade”, disse.A opinião de Capellanes é compartilha-da pelo endoscopista argentino Luis Er-nesto Caro. Convidado para ser um dos palestrantes internacionais, Caro acredita que o Brasil dispõe de ótimos professo-

res, além de oferecer tecnologia de pon-ta para a especialidade, o que faz do País uma referência para seus “vizinhos”. O médico argentino explica que em 1983 estagiou no Hospital das Clíni-cas em São Paulo, mas que nesses 26 anos, embora visitasse frequentemente o Brasil, buscava suas referências para a especialidade na Europa ou nos Estados Unidos. “Aos poucos fui percebendo que em apenas duas horas de vôo podia adquirir o mesmo conhecimento com a mesma qualidade”, confessa.Quem também destaca a qualidade dos trabalhos brasileiros é o endoscopista chileno Roque Sáenz, outro convida-do internacional do Simpósio. Para ele, a busca por melhoria e novas compe-tências colabora para o crescimento da especialidade no mundo e enquadra o Brasil no cenário mundial.“Essa busca pela qualidade é um fator em comum a todos os países”, afirma Sáenz. “Presenciei essa procura em todos os lu-gares por onde passei”, comenta enquan-to contabilizava nos dedos das mãos por

quantos territórios passou desde janeiro de 2009, e quantas vezes já esteve em cada um. “Geralmente paro de contar. Foram muitas visitas”, lembra satisfeito por ter palestrado ao redor do mundo.Devido às inúmeras viagens, muitos o consideram um expert quando o assunto é a troca de experiências. “Como chego um dia antes do encontro e vou embora logo em seguida, acabo me concentrando no que será discutido durante as palestras”, comenta deixando escapar que são poucas as vezes que tem oportunidade de conhe-cer o dia-a-dia das cidades que visita.Ainda sobre o Brasil, Sáenz salienta que o País tem se empenhado muito para obter acreditações das agências regula-doras, mas ressalta que é necessário ad-quirir uma cultura de “re-acreditação”. “O mundo todo, na verdade, deveria fazer isso. Precisamos também desen-volver um protocolo de erros e acertos, como e com qual frequência avaliamos o paciente”, explica.A atenção ao paciente, aliás, foi um dos temas mais comentados nos intervalos

Pelo terceiro ano consecutivo Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva da SOBED reúne

especialistas para discutir tendências e atualidades

Thiago Bento

De olhono futuro

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entre as palestras. Segundo os endosco-pistas, a quantidade cada vez maior de informação - e uma facilidade também crescente em encontrá-la, devido à In-ternet – tem feito com que o paciente seja muito mais exigente do que anos atrás, fato que para Sáenz, obriga uma-melhor formação dos médicos e o in-vestimento em constantes atualizações.

Futuro da especialidade O argentino Luis Ernesto Caro também acredita que os especialistas precisarão se atualizar constantemente. Em sua pa-lestra “Futuro da Endoscopia” ele tratou do tema e explicou que a nova realidade da especialidade é semelhante a retrata-da pelo filme “Viagem Insólita” de 1987,

em que um piloto de testes da marinha é miniaturizado, junto com um pequeno submarino, até o tamanho molecular e é injetado no corpo de um hipocondríaco. “A tendência é a miniaturização e a auto-mação. A robótica será uma forte e im-portantíssima aliada dos endoscopistas”, prevê Caro. Ele complementa dizendo, no entanto, que é difícil afirmar quando essa tecnologia estará disponível, mas arrisca que talvez não demore muito devido a ra-pidez com que novos aparelhos surgem. Ainda durante a palestra, Caro comentou que a imaginação é o limite para as no-vas tecnologias e recomendou em tom de brincadeira, que os pesquisadores buscas-sem inspiração ou mesmo que tentassem contratar o produtor e diretor de cinema

norte-americano Steven Spielberg, para que este os ajudasse em suas pesquisas, arrancando gargalhadas da plateia.O médico completou que se no passa-do era complicado imaginar o que terí-amos em mãos para facilitar e melhorar o trabalho do endoscopista, hoje já é possível visualizar o futuro em encon-tros como o 3º Simpósio da SOBED. “Caminhamos a passos rápidos em di-reção ao futuro”, comemora.Tecnologia, no entanto, é apenas um dos aspectos que ditarão os próximos passos da especialidade. Interdisciplinaridade, Van-guarda, Qualidade e Pesquisa serão os pila-res da endoscopia. “Como comentei ante-riormente, a robótica será uma ferramenta do nosso trabalho, provavelmente teremos

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de saber algo sobre o assunto”, lembra Caro. Para ele, a vanguarda será resultado das pes-quisas em desenvolvimento. “A qualidade, já citada pelos meus colegas Capellanes e Sáenz serão uma consequência natural dis-so”, conclui o médico argentino.

Sáenz complementa o comentário de Caro, dizendo que a somatória desses temas resultará em uma melhor forma-ção do endoscopista que, por sua vez, in-fluenciará e ajudará a diminuir os riscos. “Esse é um assunto atual que não pode-mos ignorar. Ele deve ser discutido entre nós e o paciente”, enfatiza.

Cuidados com os pacientesAtentos a essa tendência, muitos dos palestrantes trataram justamente sobre como diminuir riscos. No primeiro dia do Simpósio, Vera Helena de Aguiar Freire de Mello apresentou “Desinfecção de Endos-cópios e Acessórios de Endoscopia – esta-do atual”, assunto recentemente debatido junto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).Durante a mesa redonda “Fronteiras no trato digestivo”, Artur Adolfo Parada apresentou “EMR/ESD: indicações”,

Mauricio Assef “É necessária a endos-copia antes do tratamento?”, Marco Au-rélio “EMR – qual material, qual técnica, qual paciente? Resultados” e Paulo Sakai que em 31 de maio recebeu o título in-ternacional de “Honorary Membership” da Sociedade Americana de Endoscopia Gastrointestinal em Chicago, EUA, apre-sentou “ESD - Qual material, qual técni-ca, qual paciente? Resultados”Em “Pólipos colo-retais”, Jarbas Faraco Loureiro, Paulo Pinho, Beatriz Sugai e José Luiz Paccos apresentaram respec-tivamente “Classificação”, “Conduta: quando ressecar? Quando biopsiar?”, “Técnicas de polipectomia” e “Com-plicações de polipectomia”. A troca de experiência também foi destaque em “Cistos Pancreáticos”, onde foram dis-cutidos “Diagnóstico diferencial entre cistos neoplásicos e pseudocistos pan-creáticos”, por Dalton Marques Chaves, “Eu trato endoscopicamente”, Ermelindo

O médico argentino Dr. Luis Ernesto Caro participou do Simpósio

Simpósio

3º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva em números353 participantes4 conferências 18 mesas redondas

68 palestras4 apresentações de casos 45 palestrantes

Nos anos de 2007 e 2008, foram realizados, tam-bém em São Paulo, o 1º e 2º Simpósios. A primeira edição aconteceu junto ao 7º Congresso Internacio-nal de Câncer Gástrico, enquanto a segunda ocor-reu separadamente na Federação do Comércio do Estado de São Paulo (FECOMERCIO) - mesmo endereço do encontro deste ano.Segundo o ex-presidente da SOBED, Artur Adolfo

Parada, o Simpósio resultou da necessidade da ins-tituição organizar seus próprios eventos para divul-gar inovações, além de funcionar em alguns casos como ponto de encontro entre os profissionais para troca de experiências. “Normalmente temos apre-sentações de novos procedimentos e em algumas mesas redondas nos aprofundamos em temas atu-ais”, explica Parada.

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Representante do Chile, Dr. Roque Sáenz foi um dos palestrantes internacionais

Della Libera Junior, “Eu trato por ecoen-doscopia” de Jose Celso Ardengh e “Tra-tamento endoscópico da necrose pancre-ática” de Djalma Coelho Neto.Outro assunto atual e tema de mesa-redon-da foi “Obesidade”, em que o médico Eli Foigel apresentou a palestra “O paciente obeso mórbido na unidade de endoscopia - Cuidados”. De acordo com Foigel, devido ao número cada vez maior de pessoas acima do peso, em pouco tempo, todo endosco-pista terá de lidar com esses pacientes. “É uma situação cada vez mais frequente que influencia nas instalações do consultório.”A mesa-redonda discutiu ainda “O que o endoscopista deve saber a respeito das manipulações bariátricas no aparelho di-gestivo” e “Como eu reconheço e trato

as complicações da cirurgia bariátrica?”, apresentadas por Ana Maria Zuccaro e Josemberg Campos, respectivamente. Tratamento endoscópico paliativo dos tumores do trato digestivo, doença infla-matória intestinal, além de técnicas como NOTES e GIST também foram temas de mesas-redondas, assim como Coledoco-litíase, Lesões Planas do Cólon, Esôfago de Barret, Enteroscopia versus Cápsula e Hemorragia Digestiva Alta. A troca de experiências voltou à cena com mais for-ça durante “Como eu faço?”, com deba-tes sobre a retirada de corpos estranhos e ressecções de grandes lesões do cólon, e “Como eu evito?” discutindo complica-ções com sedação e perfuração de esôfago durante dilatação de estenoses benignas.

Aguarde mais informações na próxima edição.

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Especial

Canal de interatividade

Site da SOBED reúne informações, oferece espaço de aperfeiçoamento e canais de interatividade com os associados e o público leigo interessado em informações sobre endoscopia

Desde seu lançamento, em 9 de abril, a home-page da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SO-BED) já atingiu a marca de 18.960 acessos* e 570 mil

impressões*. Interativo, o site é mais uma ferramenta para pro-mover a integração entre a SOBED e seus mais de três mil sócios e, também, entre especialistas e a população, graças à sua estrutu-ra dividida em áreas distintas: “Médicos” e “Público Geral”. Endoscopistas já podem indicar aos seus pacientes o site como meio de esclarecimento sobre procedimentos pouco conhecidos, como é caso da colangiopancreatografia (ERCP), ou mesmo os mais usuais, como a endoscopia digestiva alta e colonoscopia. Ainda nesta área, é possível ao usuário localizar um dos especialistas sobedianos por meio de busca por nome, estado ou cidade. Em “Notícias”, é possível acompanhar ma-térias relevantes ligadas à saúde de interesse da população.Aos médicos, o portal da SOBED oferece cobertura digital dos principais eventos da especialidade como o “3º Simpósio de Endoscopia Digestiva”, realizado em maio deste ano. Também há, na área médica, a seção “Notícias” - destinada à publicação dos principais assuntos sobre saúde divulgados por órgãos como Ministério da Saúde (MS), Conselho Federal de Medici-na (CFM), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), além de outros temas gerais de interesse do médico.Quem é sócio da SOBED tem acesso a programas de atuali-zação profissional on-line como SOBED em Casa e Rede SOBED. Cadastrados têm acesso às publicações “Revista SOBED”, “GED” e “Endoscopy”.

A home-page oferece também diversão aliada à informação, com o “Endo Quiz”, localizado dentro da seção “Espaço Cien-tífico”. Ali, o endoscopista encontra perguntas baseadas em casos reais vivenciados por outros especialistas da área. O internauta também tem acesso a um calendário com os principais eventos nacionais e internacionais, além das diretri-zes e leis que regem a especialidade, bem como, normas para participar da prova de Título de Especialista em Endoscopia Digestiva 2009, o selo de especialista e diploma do titular.

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XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia DigestivaQuem procura mais informações sobre a XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva a ser realizado na Bahia entre 24 e 28 de outubro encontrará no site da SOBED tudo sobre as inscrições, a programação completa, além de dicas de hospedagem e transporte para chegar com tranquilidade ao Encontro. Basta clicar sobre o banner do Congresso e automaticamen-te o usuário será redirecionado para o hot-site do Encontro. Em cada uma das abas informativas há informações detalha-das sobre a programação. Interessados em inscrever seus trabalhos nos temas livres encontram informações gerais para a submissão como o li-mite de caracteres, de autores e os temas que podem ser ins-critos. Neste caso, vale lembrar que para o resumo ser aceito o autor principal ou apresentador deverá estar inscrito no Congresso. Portanto, assim que enviar o seu trabalho via Internet é necessário fazer sua inscrição imediata pelo site www.endoscopia2009.com.br. Entre os convidados internacionais estão: Bruce Luxon (USA); Erwin Santo (Israel); Hans Gerdes (USA); Hiro-nori Yamamoto ( Japão); Irving Waxman (USA); James Reynolds (USA); Klaus Monkemuller (Alemanha); Marc Giovanini (França); René Lambert (França); Shinji Tanaka ( Japão); e Thierry Ponchon (França).O Congresso ainda oferecerá aos associados da SOBED a oportunidade de vivenciar procedimentos endoscópicos, ao vivo, com renomados e experientes especialistas na-cionais e internacionais. Haverá quatros salas de procedi-mentos diagnósticos e terapêuticos. As imagens e áudios serão transmitidas em equipamentos de última geração do Serviço de Endoscopia Digestiva e Centro de Hemorra-gia Digestiva do Hospital Geral Roberto Santos, principal formadora de profissionais na especialidade com o pro-grama de Residência Médica, para o Centro de Conven-ções da Bahia. A programação preliminar do evento ainda está disponí-vel para download. Bastar acessar o site e clicar sobre a aba “Programa preliminar”.

Caso tenha alguma sugestão ou crítica, encaminhe e-mail para [email protected], afinal, o site é feito para você, sobediano. Acesse semanalmente www.sobed.org.br e fique por dentro de tudo o que acontece na especialidade.

* Números de acesso registrados até o fechamento desta edição

Estão previstas as seguintes atividades:1. Terapêutica endoscópica em hemorragia digestiva varicosa e não varicosa;2. Colocação de prótese em esôfago;3. Dilatações de esôfago;4. CPRE terapêutica em cálculos nas vias biliares;5. CPRE terapêutica em tumores peri-ampulares;6. Colonoscopia terapêutica em lesões elevadas e planas do cólon;7. Eco-endoscopia diagnóstica em tumores de esôfago e peri-ampulares;8. Eco-endoscopia terapêutica em patologias peri-ampulares;9. Demonstração de endoscopia com magnificação de imagem, com estudo de microvasos, utilizando os sistemas NBI/FICE;10. Enteroscopias.

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Capa

Thiago Bento

Durante muito tempo acreditou-se que todas a línguas do mundo variavam de uma única raiz, algo difícil de provar devido às suas profundas

diferenças. Afirma-se, porém, que a linguagem surgiu há milhares de anos - embora não tenhamos registro da primeira

palavra - nos diversos cantos do planeta, cada uma com sua sonoridade, organização e timbres. Sabe-se, no entanto, que entre 4.000 e 5000 a.C povos indo-europeus que se deslocavam no norte do Mar Negro em direção ao rio Danúbio, se instalaram na região do Lácio, onde se desenvolveu a língua latina, que originou o idioma português. Este chegou ao Brasil em 1500, mas só se tornou língua oficial do País em1750 por

Chuvade palavras

A miscigenação na língua do brasileiro é reflexo da diversidade cultural do País.

Assim, o regionalismo na boca do povo é outra característica marcante do Brasil tupiniquim

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determinação da coroa, a fim de controlar a colônia durante a mineração de ouro e diamantes que ocorria. (Veja Box)Com 8.511.996 km² de extensão e tendo fronteira com 10 dos 12 países da América do Sul, e com o segundo maior oceano, o Atlântico, por onde chegaram imigrantes de diversas outras nações européias, africanas e asiáticas, além de nossos colonizadores, não surpreende que o idioma português

do Brasil tenha tantas variações de palavras e sons. “Essa é uma das explicações, mas há a questão geográfica. Quanto maiores as distâncias, iguais são as diferenças dialetais”, explica o idealizador do Projeto Iboruna, Sebastião Carlos Leite Gonçalves. O projeto é um banco de dados de falas do português em São José do Rio Preto e outras seis cidades circunvizinhas na região noroeste do Estado de São Paulo.

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Capa

Segundo Gonçalves, se compararmos São Paulo e Minas Gerais, não teremos grandes diferenças. O cenário muda, porém, se compararmos o português falado na capital paulista com o do nordeste. “Enquanto elevamos a vogal, transformando o “e” em “i”, lá é o oposto”, aponta. “Menino, por exemplo, torna-se ‘ménino’”, explica. Ainda de acordo com o pesquisador, o mesmo acontece com a letra “o”, fazendo com que a população nosrdestina pronuncie córação e cózinha. “Veja que são dois processos que caracterizam dialetos diferentes”.Se por um lado, pronúncias diferentes são fáceis de driblar, o mesmo não acontece quando temos nomes distintos para um mesmo objeto, como abóbora e jerimum (que a está altura, graças à nossa capa, você, leitor, já sabe que é a mesma coisa), ou tangerina, mexerica e bergamota, diferentes nomes para a mesma fruta cítrica. Quem desembarcar em Salvador, Bahia, em 24 de outubro para o XXXV Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva poderá se surpreender.

Pensando nisso - e depois de ouvir o filho perguntar por que os primos de outra cidade “falavam errado” - o escritor fluminense de Niterói, que se considera baiano de coração, Nivaldo Lariú, publicou, em 1991, o “Dicionário de baianês”.

O livro reúne expressões típicas de Salvador, como “arerê” (confusão), “bacuri” (recém-nascido, filho), “caco” (vaso), “dar rasteira em cobra” (cambalear de tão bêbado), “empinar arraia” (soltar pipa),

“fren” (amigo, corruptela de friend), “guaraná” (refrigerante) ou “roer beira de penico” (estar desempregado). A brincadeira deu tão certo que o livro se transformou em souvenir obrigatório para quem visita a cidade, e já está na terceira edição.Quem ouve o “baianês” pela primeira vez pode ter a sensação de estar em contato com alguma língua ancestral africana. A percepção não é de toda equivocada; entre os séculos XVI e XVII foram trazidos para o Brasil aproximadamente cinco milhões de escravos, boa parte deles foi embarcada em portos da atual Angola, Gana, Gabão, Moçambique e Nigéria. Seu principal destino era a cidade de Salvador e a região do recôncavo baiano. Ao longo do tempo suas palavras foram sendo absorvidas pelo português. Entre as línguas mais faladas pelos escravos estavam o ieve-fon, o ioruba de origem “kwa” e o banto. As pertencentes ao grupo linguístico “kwa” influenciaram mais fortemente o campo das religiões afro-brasileiras. Vêm do ioruba os nomes Iemanjá, Odara, Ogum, Oxalá, ebó, Babalorixá, mas o idioma também batizou alguns alimentos como xinxin (prato típico nordestino), amendoim e guisado, seu primo o ieve-fon nomeou o angu e o bobó. O banto por sua vez, foi mais disseminado, tanto que todos os dias o falamos

A geografia influencia na variação de palavras e seus sons.

Quanto maiores as distâncias, iguais são as diferenças dialetais

LíNGuA BOAHouve um período na história do Brasil em que nem as línguas indígenas nem o português eram seus idiomas oficiais. Com a chegada dos jesuítas e o constante de-sembarque de lusitanos por aqui, os frades desenvolve-ram o “nheengatu” ou “nhengatu” (língua boa), baseado no vocabulário tupinambá, que juntamente com a língua geral paulista e o dialeto de minas era a forma mais co-mum de comunicação entre as populações.

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o primeiro grande movimento do português popular sobre o culto, e os brasileiros dessas regiões passaram a utilizar “você” no lugar de “vós”.Sendo a fala culta mais homogênea, enquanto a popular varia de acordo com a região, não surpreende que achemos os sotaques “popularescos” ou demasiadamente informais, mas Gonçalves avisa que quem fala dessa maneira não está errado. “Apenas conversa de acordo com o meio social em que vive. Falar errado é não se fazer entender no seu meio ou falar inadequadamente para o ambiente em que está”, completa.

sem perceber. Exemplos? Temos vários: bagunça, banguela, beleléu, cachaça, cachimbo, caçula, encafifar, moleque, quindim, quitanda, maracutaia, xingar e zonzo.Para entendermos o porquê de ser tão comum para nós falarmos assim é preciso voltar para 1850, quando por algum motivo a língua do Brasil começou a se afastar de Portugal. Segundo informações do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, mesmo com a presença da corte no Brasil, desde 1808, por algum motivo que ainda não está claro para historiadores, ocorreu no eixo Rio de Janeiro e São Paulo

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Na infância, a proximidade com o pai - o coloproctologista, endoscopista e gastroenterologista, Dr. Flávio Antonio Quilici

- levou a filha, Lisandra Carolina Marques Quilici, a acompanhar, do posto de enfermagem, as visitas a pacientes enquanto brincava com seus irmãos. Já adulta, a dedicação profissional e familiar que o pai priorizou desde cedo influenciaram na escolha da profissão e, posteriormente, da especialidade. “Na medicina, meu pai é exemplo de conhecimento, caráter e amor”, declara. Desde a graduação, quando tinha aula com o pai, até hoje, dividindo o consultório com o médico, Lisandra afirma nem a carga extra de trabalho enquanto ele presidiu a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) - de 2002 a 2004 - os separou. “Somos cúmplices. Tudo o que sei aprendi com ele.”

Meu pai, meu heroiEndoscopistas que seguiram a carreira dos pais contam como eles influenciaram sua escolha pela especialidade

Dia dos Pais

Os momentos marcantes na relação entre pai e filha não ficaram restritos apenas ao trabalho. Conquistas na vida de Lisandra, como o diploma em medicina e o casamento, foram comemoradas como uma conquista mútua. “Quando meu pai me entregou o diploma, nos abraçamos e pulamos juntos. Já no dia do meu casamento, quando entramos de braços dados, ele disse que sempre estaria ao meu lado. Foi emocionante”, declara. A referência na especialidade, passada de pai para filha, pode se repetir futuramente com Giovanna, de um ano, já que, após dar a luz, Lisandra saiu do hospital carregando o presente que ganhou da equipe médica: um jaleco infantil. “Mas não quero pressionar minha filha a seguir os nossos caminhos”, pondera.No caso do endoscopista Ricardo Ganc, crescer em um ambiente cercado por médicos também influenciou em sua escolha profissional. Ainda no primeiro ano da faculdade,

Amanda Campos

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aos 18 anos, Ganc realizou seu primeiro procedimento: uma cistoscopia em um cavalo doente no sítio da família. Sob a orientação do pai, o gastroenterologista e endoscopista Arnaldo Jose Ganc, o médico diagnosticou o problema de saúde. “A dedicação que ele tinha era tão grande que, à noite, os pacientes que precisavam de atenção especial eram atendidos em nossa casa”, destaca. Com mais de 40 anos de carreira, o pai de Ricardo foi o responsável por fundar a pós-graduação em radiologia na Escola Paulista de Medicina (EPM) e o serviço de endoscopia do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE). A carreira expressiva do gastroenterologista gera comparações ao trabalho do filho, mas um dos ensinamentos do médico ajuda o endoscopista a superar os problemas enquanto trilha seu próprio caminho na especialidade. “Meu pai sempre diz que contra o trabalho não há argumento. É exatamente o que faço”, afirma. As questões relacionadas à honestidade, o zelo com os pacientes e a atualização do conhecimento na área são algumas das características que o pai prioriza desde o início da vida profissional e, hoje, também são referências para Ricardo. “Ele jamais sugeriu que eu fosse médico, talvez por saber que a vida após a formatura seria muito dura. Aprendo coisas novas com ele todos os dias”, diz. Entre os fatos que marcaram a vida do endoscopista, está o período em que realizou a prova de título. Na época do exame, seu pai passava por um momento delicado na carreira: a suspeita de um erro médico no diagnóstico do câncer retal da apresentadora Ana Maria Braga, em 2001. “No meio daquela tempestade emocional, em que o telefone tocava das 4 da manhã até a meia-noite, meu pai demonstrou ser um gigante. Segui seu exemplo e fiz a prova em meio aos problemas”, declara. Diariamente, pai e filho tentam administrar a relação de chefe e subordinado no Hospital Albert Einstein. Ricardo garante, porém, que ao longo do tempo, os laços afetivos ganharam estabilidade. “Nos primeiros anos, a relação era extremamente profissional, com lições sobre a especialidade todos os dias”,

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brinca. “Hoje em dia, quando saímos para jantar com nossas esposas, quase não conversamos sobre medicina.”Casado há um ano, o endoscopista que ainda não tem filhos espera repetir, no futuro, os ensinamentos do pai e reparar os erros cometidos por ele durante sua criação, como a ausência. “Por se dedicar tão intensamente à medicina senti muita falta dele na infância.” Na casa do endoscopista Djalma Ernesto Coelho Neto, a figura do pai, o gastroenterologista e endoscopista José Flávio Ernesto Coelho, sempre foi presente, principalmente aos domingos. Após assistirem aos jogos do Flamengo no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, os dois aproveitavam o dia para ir à praia. “Jogávamos bola juntos com frequência, principalmente no ‘Clube dos 30’, no Arpoador. Na época, papai era muito bom de bola. Eu não”, brinca. Logo no primeiro semestre da faculdade, o incentivo do pai o ajudou a escolher a especialidade . Os primeiros conhecimentos práticos da endoscopia, por exemplo, começaram sob suas orientações. “Ele disse que iria ajudá-lo no consultório para ver como era a medicina. Trabalhamos juntos há 19 anos”, diz. Tanto tempo juntos fez Djalma desenvolver características

parecidas às do pai. A dedicação prioritária da família e o gosto pelo dinamismo profissional são alguns exemplos. “Papai dizia que eu deveria acompanhá-lo para aprender, mas o que ele queria me mostrar é que um profissional não é feito apenas de técnica, mas de caráter”, declara.

“A dedicação que ele tinha era tão grande que, à noite, os pacientes que precisavam de

atenção especial eram atendidos na minha casa”Ricardo Ganc

Djalma Ernesto Coelho Neto e o pai, Flávio Ernesto Coelho

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Médico S/A

Antes de o novo milênio completar uma década o alarme soou e o que parecia roteiro de filme catástrofe se tornava realidade. Geleiras - que se acreditavam

eternas no topo do monte Kilimanjaro -, na Tanzânia, derretiam e o efeito estufa, colaborador do surgimento da vida na Terra, foi transformado em inimigo público.Em 1972, já preocupada, a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou em Estocolmo, Suécia, a primeira Conferência sobre Ambiente Humano das Nações Unidas e produziu uma declaração com 26 princípios e desenvolvimento. Era dada a largada para a evolução do conceito de sustentabilidade que representa um desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer o atendimento às populações futuras.Mesmo “quarentão”, porém, o tema ainda precisa ser muito discutido, especialmente no Brasil, diz o professor de arquitetura da Faculdade de Belas Artes, Rodrigo Mindlim Loeb. A discussão pode, inclusive, se transformar em tema de exposição, como foi o caso da edição 2009 da Casa Cor. Realizada anualmente em diversas cidades brasileiras e considerada a maior mostra de arquitetura, decoração, design e paisagismo na América Latina, esta edição decidiu discutir a sustentabilidade, contando com vários ambientes com essa característica. Em São Paulo, a organização instalou uma sala de espera de

um consultório médico sustentável. Patrocinado pela Lincx e projetado pela C+A Arquitetura e Interiores, o ambiente tem 38m² e conta com móveis de MDF, um aglomerado de madeira certificado. A proposta é inovadora para as empresas, afinal foi a estreia delas na mostra. Além disso, é a primeira vez que a Casa

Consultório sustentávelSaiba por que a onda da sustentabilidade atingiu a sociedade com tanta força e como você pode fazer do seu consultório um parceiro do meio ambiente

Thiago Bento

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Cor tem uma área totalmente projetada por um plano de saúde para a alegria do presidente da Lincx, Silvio Corrêa da Fonseca.Habituadas a projetar ambientes de saúde, as arquitetas responsáveis pela instalação, Ana Carolina Tabach e Ana Paula Perez comentam que o conceito do consultório foi demonstrar

que esses locais não precisam ser frios. “Escolhemos o amarelo por ser uma cor vibrante e acolhedora”, explica Ana Paula. A tonalidade também contribui na iluminação do local, elemento arquitetônico essencial, segundo elas.“Trabalhamos com diferentes lâmpadas, misturando o branco e o

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Sala de espera do consultório sustentável patrocinado pela LINCX na Casa Cor

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Médico S/A

amarelo criando vários cenários para valorizar o espaço”, explica Ana Paula. A iluminação, aliás, também ajudou na economia de energia. As arquitetas comentam que optaram por tipos específicos de quadro elétrico e fontes de luz para diminuir os gastos.Opções para isso, teoricamente, não faltam. O conselho de nossas avós de não acender as luzes durante o dia continua valendo, assim como cores claras nas paredes e teto, pois elas refletem melhor a iluminação natural que vem através das janelas. Quanto a isso, entretanto, Loeb alerta para cuidados como a utilização excessiva de vidros. “É preciso atenção, do contrário, criamos uma estufa”, explica.

ProjetosNo ano passado, Loeb, participou da Casa Aqua, um protótipo em escala real de uma construção sustentável. O projeto resultou de uma iniciativa conjunta da Missão Econômica da França no Brasil, do departamento de certificação da Fundação Carlos Alberto Vanzolini, da Inovatech Engenharia e da Reed Exhibitions. Seu objetivo era divulgar soluções de sustentabilidade de alto, médio e baixo custo, além de promover a internacionalização de práticas sustentáveis, a certificação e o reconhecimento de empreendimentos de alta qualidade ambiental e a construção sustentável.Segundo Ana Carolina, projetos sustentáveis já devem nascer assim: com estudos de melhor aproveitamento da insolação e soluções para economizar energia. “Não adianta querer transformar depois de tudo pronto”, enfatiza. Ela explica ainda

que muitos itens são definidos durante o planejamento, “Tudo é pensado para não agredir o meio ambiente”, lembra a arquiteta.O maior desafio no projeto de ambientes de saúde, porém, é especificar materiais que atendam os pré-requisitos de sustentabilidade e continuem dentro das normas do Ministério da Saúde, direcionadas à assepsia dos ambientes e à segurança dos pacientes (como os móveis arredondados da Casa Cor - veja foto). Além de checar a origem dos materiais com os fornecedores, Ana Carolina afirma ser essencial analisar se há desperdício de materiais e recursos naturais, o que encarece a obra. Preço, aliás, é um fator importante a ser considerado durante uma construção sustentável. Segundo as arquitetas, os valores desses edifícios podem chegar em média a cinco ou 10% a mais do que os normais. O resultado positivo vem em longo prazo, pois, além da responsabilidade sócioambiental do local, sua manutenção costuma demorar mais, o que acaba por “baratear” os custos.Para quem se interessou pela proposta, seja pelo bem da saúde do planeta ou de seu bolso, Ana Carolina alerta que os critérios de sustentabilidade em construções vão além de janelas grandes e cores claras e estão muito bem definidas. “Um bom parâmetro no mercado é a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) emitida pelo GBC Brasil (Green Building Council)”, explica.O teste para consegui-lo é rigoroso e envolve seis pré-requisitos: reaproveitamento de energia; uso eficiente da água; manutenção da biodiversidade local, como árvores típicas; infraestrutura suficiente para evitar o uso excessivo de automóvel; utilização de materiais ecologicamente corretos na construção e garantia de um ambiente interno saudável.

Ferramentas do escritório sustentávelA sustentabilidade abriu portas para a produção de tecnologias híbridas compostas por peças eletrônicas e ecológicas. A

“Não adianta querer transformar um ambiente em

sustentável depois de tudo pronto”

CASA CORUm dos critérios para a escolha dos profissionais desta edição da Mostra foi buscar especialistas que pudes-sem transmitir o tema Sustentabilidade. Eles foram incentivados a aplicar em seus ambientes, por meio de produto, mobiliários ou mesmo todo o projeto algo que conscientizasse os visitantes.Para saber quando a Mostra estará na sua cidade acesse: www.casacor.com.br e clique no link “Onde/Quando”.

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fabricante de computadores taiwanesa Asus, por exemplo, lançou recentemente o Eco Book, um laptop revestido com tiras de bambu. Mas tão importante quanto à ferramenta, é como a utilizamos. Afinal, de nada adianta a peça ser sustentável se os sites que visitamos, por exemplo, não são.Uma solução para isso é o Blackle (www.blackle.com), dedicado às buscas na Internet semelhante ao Google, porém de cor preta. A diferença vai além da estética. Quando o monitor está todo branco, como em uma página do Word, o computador consome aproximadamente 74 watts, mas todo preto, utiliza cerca de 60 watts. Em uma conta rápida isso representa uma economia de 750 megawatts/hora por ano.Mesmo com todas essas vantagens ainda há o detalhe das impressões. Como ser sustentável utilizando papel? Existem duas opções; primeiro utilize folhas recicladas e segundo, talvez um pouco mais difícil, tenha em mãos a RITI Coffee Printer,

uma impressora que utiliza borra de café ou chá em vez de tinta e que não precisa de tomada, funcionando com energia elétrica vinda de um gerador. Entretanto, é preciso certa paciência. Primeiro porque nem o laptop nem a impressora estão disponíveis no Brasil. Segundo, porque mesmo que tivéssemos apenas o último item da lista, a energia serve somente para puxar o papel, o movimento com o toner deve ser realizado manualmente.

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Ética e Defesa Profissional

* José Luiz Barbosa Pimenta Junior

A publicidade assumiu no cotidiano profissional peculiar importância como indispensável meio de di-

vulgação de assuntos correlacionados ao exercício de determinado ofício, com vis-tas a tornar públicas, em tese, informações consideradas relevantes, não como forma de promoção pessoal, mas sim, como via de conhecimento dirigido à Sociedade e ao respectivo segmento que dela faz parte, como usuários de determinado serviço.O conteúdo publicitário, neste contexto, considerando a acirrada, natural e saudá-vel disputa entre pares de um determinado ramo profissional, faz-se presente como ferramenta dirigida a potencial clientela, por meio de anúncios divulgados pelos di-versos meios de comunicação.Toda e qualquer atividade profissional, reclama, assim, meios eficazes e hábeis de controle deste específico tipo de publi-cidade, de modo a diferenciá-lo daquela dirigida ao grande público, quando da di-vulgação de produtos e bens de consumo, pelos veículos de comunicação de massa, por exemplo.Estes mecanismos de controle estão atre-lados, em regra, ao arsenal normativo que agrega, não só a especifica legislação, como também o ordenamento ético-profissional, os quais servem como parâmetros para o exercício de todo e qualquer oficio.Na Medicina, os contornos éticos estão bem delimitados pelo disposto nos artigos

131 e seguintes do Código de Ética Medi-ca, bem como, pelo estabelecido na conhe-cida Resolução 1.701/2003 baixada pelo Conselho Federal de Medicina.Analisado como um todo harmônico, o alu-dido regramento reconhece a importância da publicidade médica, impondo, todavia, rígido balizamento ético, na medida em que elenca extenso rol de vedações, destacando, ainda, conceitos de condutas que devam ser evitadas, no tocante e em especial ao que fora rotulado no seio profissional como au-topromoção e sensacionalismo.A este respeito, na dicção da multicitada Resolução tem-se a exata medida do que significa a autopromoção, assim entendi-da, como sendo “utilização de entrevistas, informações ao público e publicações de artigos com forma ou intenção de anga-riar clientela; fazer concorrência desleal; pleitear exclusividade de métodos diag-nósticos e terapêuticos, auferir lucros de qualquer espécie; permitir a divulgação de endereço e telefone de consultório, clíni-ca ou serviço.” E o sensacionalismo como sendo “a divulgação publicitária, mesmo de procedimentos consagrados, feita de maneira exagerada e fugindo de conceitos técnicos, para individualizar e priorizar sua atuação ou a instituição onde atua ou tem interesse pessoal; a utilização da mí-dia, pelo médico, para divulgar métodos e meios que não tenham reconhecimento científico; a adulteração de dados estatísti-cos visando beneficiar-se individualmente ou à instituição que representa, integra ou

o financia; a apresentação, em público, de técnicas e métodos científicos que devem limitar-se ao ambiente médico; a veicula-ção pública de informações que causem intranqüilidade à sociedade.” (Artigo 9º da Resolução CFM 1.701/2003Ao revés, levando-se em conta a correta veiculação de anúncios, com a finalidade precípua de tão somente promover a co-medida publicidade médica, insta subli-nhar o estabelecido na dita Resolução, da qual se extrai, como dados obrigatórios, “o nome do profissional; especialidade e/ou área de atuação quando devidamente registrada no Conselho Regional de Me-dicina; número da inscrição no Conselho Regional de Medicina.” (Artigo 2º da Re-solução CFM 1.701/2003)Mas não é tudo!Existem hipóteses disciplinadas sob o pon-to de vista ético que devem ser ressalta-das nesta oportunidade em virtude de se constituírem em situações comuns, muito embora não sejam percebidas pela maioria dos médicos.Exemplos não faltam!A título de ilustração, insta sublinhar os ca-sos nos quais médicos - convidados a par-ticiparem de programas televisivos - são in-dagados sobre determinado quadro clínico apresentado por paciente, identificado por espontânea narrativa, e passam a dar consul-ta, diagnóstico ou prescrição em detrimento do que preconiza o artigo 134 do Código de Ética Médica, proibindo tal conduta.Outro exemplo se reveste na divulgação, ao

Os limites éticos da publicidade médica

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público leigo, de processo de tratamento que não esteja expressamente reconheci-do sob o prisma técnico-científico, muito embora, por vezes, tenha grande aceitação na prática medica, restando, pois, violado o disposto no artigo 133 do Código de Éti-ca Médica. Quanto a esta casuística, vale a pena ser observado o estatuído nas Reso-luções CFM nºs. 1499/1998, que “proíbe aos médicos a utilização de práticas tera-pêuticas não reconhecidas pela comunida-de científica.”; e 1609/2000, que assevera que “os procedimentos diagnósticos ou te-rapêuticos, para serem reconhecidos como válidos e utilizáveis na prática médica na-cional, deverão ser submetidos à aprovação do Conselho Federal de Medicina, através de avaliação feita pelas Câmaras Técnicas e

homologada pelo Plenário do CFM”.Mais recentemente, com o advento do for-midável mundo novo proveniente da In-ternet, brotam diversos questionamentos, por força da utilização deste instrumental de publicidade, alocado pelos diversos sites que oferecem serviços médicos, de-vendo os profissionais da Medicina estar atentos para não ultrapassarem os correla-tos limites éticos.Em termos simples e não polêmicos, tem-se por exemplificadas as hipóteses, nas quais há expressa proibição de anúncios que sejam veiculados na internet e que fa-çam referência a consultas gratuitas e/ou parcelamento de honorários, a descontos ou promoções no preço de consultas e/ou procedimentos, haja vista a tipificação

estampada nos artigos 9º e 80 do Código de Ética Médica, regras que por si só impe-dem a conhecida e não desejada mercanti-lização da medicina.Em conclusão, mostra-se atual e de grande relevância a discussão do tema, ora posto para reflexão de todos os Sobedianos, não apenas como forma de advertência ao não fazer, mas sim, como meros apontamentos dos limites éticos da publicidade médica, a fim de que integrem a melhor conduta a ser dispensada no dia-a-dia da prática da endoscopia digestiva.

*José Luiz Barbosa Pimenta Junior é advogado da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva e vice-presidente da Comissão de Bioética e Biodi-reito da OAB/RJ

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Ética e Defesa Profissional

* Vera Mello

“Demiti recentemente minha secretária, e a mesma está insistindo para que eu a co-loque como profissão insalubre. Pergunto, a endoscopia digestiva alta é insalubre?” O questionamento acima, nos leva às se-guintes considerações:A palavra “insalubre” vem do latim e sig-nifica tudo aquilo que origina doença,

sendo que a insalubridade é a qualidade de insalubre. Já o conceito legal de insalu-bridade é dado pelo artigo 189 da Conso-lidação das Leis do Trabalho (CLT), nos seguintes termos:“Serão consideradas atividades ou ope-rações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de tra-balho, exponham os empregados a agen-tes nocivos à saúde, acima dos limites de

tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos”.Analisando o conceito acima, verifica-se que ele é tecnicamente correto dentro dos princípios da Higiene Industrial.No campo da saúde ocupacional, a Higie-ne do Trabalho é uma ciência que trata do reconhecimento, avaliação e controle dos agentes agressivos possíveis de levar o empregado a adquirir doença profissio-nal, quais sejam:— Agentes físicos — ruído, calor, radia-ções, frio, vibrações e umidade.— Agentes químicos — poeira, gases e vapores, névoas e fumos.— Agentes biológicos — microorganis-mos, vírus e bactérias.Assim, por exemplo, um empregado ex-posto ao agente ruído, em certas condi-ções, pode adquirir surdez permanente.

Segundo os princípios da Higiene do Trabalho, a ocorrência da doença profis-sional, dentre outros fatores, depende da natureza, da intensidade e do tempo de exposição ao agente agressivo.Com base nesses fatores foram estabeleci-dos limites de tolerância para os referidos agentes que, no entanto, representam um valor numérico abaixo do qual se acredita que a maioria dos trabalhadores expostos a agentes agressivos, durante a sua vida la-boral, não contrairá doença profissional. Portanto, do ponto de vista prevencionis-

Parecer sobre insalubridade

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ta, não podem ser encarados com rigidez e, sim, como parâmetros para a avaliação e controle dos ambientes de trabalho.Voltando ao artigo 189 da CLT, observa-se que a insalubridade será caracterizada somente quando o limite de tolerância for superado; isto é, a lei tratou a questão de direito ao adicional, deixando o aspecto prevencionista a critério da regulamen-tação do Ministério do Trabalho — con-forme preceitua o artigo 190 da CLT —, que estabeleceu o quadro de atividades insalubres, as normas de caracterização da insalubridade, os limites de tolerância e os meios de proteção.A Lei que rege as relações de trabalho, CLT, trata o assunto na SEÇÃO XIII

(Das Atividades Insalubres e Perigosas) e a norma reguladora do Ministério do Trabalho e Emprego, NR 15, promove o detalhamento sobre os agentes agressores e atividades insalubres.O cumprimento da Legislação na Saúde Ocupacional e na Segurança do trabalho é obrigatório por lei para qualquer porte de empresa, independentemente do número de funcionários ou funções que exerçam. Empresas especializadas em Medicina e Segurança do Trabalho realizam esses programas que incluem minimamente o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional) e o PPRA (Progra-ma de Prevenção de Riscos Ambientais). A análise individualizada de cada empre-

sa médica ou não, das atividades exercidas pelos seus funcionários, por técnicos ou engenheiros em segurança e médico do trabalho, permitirá o enquadramento, o programa de prevenção e o acompanha-mento da saúde dos trabalhadores. Por outro lado, as empresas de contabilidade, que deveriam orientar seus clientes, ne-cessitam desses laudos para acrescer nas folhas de pagamento dos funcionários o adicional de insalubridade quando esse for de direito. É nosso parecer

* Vera Mello é coordenadora da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED Nacional

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Info

Tudo o que você queriasaber sobre ediçãode imagens digitais (mas tinha medo de perguntar)Tranformar imagens por meio de programas de edição não é impossível. No tutorial, abaixo, você confere um passo-a-passo de como modificar suas fotografias com o Photoshop. O processo é fácil, requer apenas paciência

Dr. Horus Antony Brasil*

Como vimos no artigo publicado na última edição da Revista SOBED é cada vez mais frequente a submissão de artigos científicos por meio de ferramentas on-line. Se por um lado isso facilita a vida dos editores das re-vistas, por outro, complica a vida de quem não é muito afeito aos meandros da infor-mática. Assumiremos nesse artigo que você possui um programa de edição de fotos, e o mais popular deles é o Adobe Photoshop. Se não for o caso, essas orientações devem servir, pois a maioria dos outros programas de edição de imagens é muito semelhante ao Photoshop, pioneiro na área. Caso não disponha de nenhum programa é muito fácil obter versões demonstrativas nos sites mais populares de downloads na Internet. Tente o downloads.com ou o tucows.com

e escolha o que quiser.Trabalharemos com o Photoshop versão 7.0.1 que já é bem antigo e muito popu-lar. Antes de começar é preciso saber uma coisa muito importante: uma imagem ruim pode ser melhorada, mas nunca fica-rá perfeita. Esqueça aqueles filmes de ação em que o policial consegue tornar uma imagem absolutamente desfocada em algo realmente nítido. Isto é para Hollywood.

Estudando a imagemAbra o programa Photoshop versão 7.0.1 e, no menu “Arquivo”, selecione a opção “Abrir” e localize onde está o seu arquivo de imagem. Pode estar no seu disco rígi-do, pendrive ou CD. Escolha a imagem e dê um duplo clique. Pronto! Aí está ela em

uma janela. Na borda superior desta janela já temos alguma informação. Por exemplo, deve estar escrito o nome do arquivo se-guido de sua extensão, que são as três letri-nhas depois do ponto e definem que tipo de arquivo é este. Algo como: minhaima-gem.jpg. Isto define que este arquivo é da “família” jpg. Depois vem uma porcenta-gem. Se estiver escrito 100% é porque a ja-nela mostra a imagem inteira. Entre parên-tesis deve estar escrito algo como (RGB). Isto diz que o padrão de cor é RGB.

A ediçãoA primeira coisa que você deve fazer antes de começar é salvar uma cópia da sua ima-gem, pois catástrofes acontecem e elas pare-cem ter a diabólica predileção por inician-

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tes... Tudo bem, o programa faz isto para você. Clique no menu Imagem, a seguir, na opção duplicar e o programa sugerirá o nome do seu arquivo seguido da palavra có-pia (aceite) e abrirá uma segunda imagem na tela. Trabalhe nessa imagem que depois você poderá salvar com outro nome.Quando falamos de edição, normalmente são três as modificações mais frequentes: cortar a imagem para destacar o que deve ser mostrado, corrigir nitidez e, finalmen-te, ajustar brilho e contraste.

CortarUtilize esta ferramenta, semelhante a que existe no Word. Ajuste e demarque a área a ser cortada e aperte “enter”. Ooops! Algo saiu errado? Vá ao menu Editar e a primeira opção ao abrir é: “desfazer corte demarca-do”. Clique e tudo voltará ao que era antes!

NitidezVá até o menu “Filtro”, escolha “Nitidez” e a seguir “Máscara de nitidez”. Na se-quência, aparecerá uma caixa. Clicando no botão mais e menos (+ -), abaixo da imagem, é possível diminuí-la. Tente ir aumentando a intensidade, mas mante-nha o Raio em poucos pixels. Não mexa no Limiar.

Brilho e contrasteVá ao menu “Imagem”, opção “Ajustes” e escolha Brilho/Contraste. Aparecerá uma caixa com controles deslizantes para ajuste individual. Resista à tentação de escolher cor automática, contraste automático e etc. Mas se for impossível sempre tem a chance de desfazer... Tente a sorte escolhendo ní-veis automáticos. Às vezes funciona!

Transformandoa imagemAgora está na hora de transformar a ima-gem para atender aos requisitos do editor.

Padrão de CorClique no menu “Imagem”, escolha “Modo” e a seguir clique em CMYK ou RGB de acordo com a solicitação da re-vista. Não se preocupe, a imagem parece idêntica à outra. Apenas fará diferença na hora da impressão.

Redefinindoas características Vá ao menu “Imagem” e escolha a opção “Tamanho da Imagem”, assim, se abrirá um quadro como o da figura abaixo. Nele podemos ver que a dimensão da imagem do exemplo é de 467Kb, ou seja, um pou-co menos que 0,5 megabytes. A largura e a altura estão assinaladas nos quadros.Note que é possível aumentar um ou outro sem perder a proporção enquanto estiver o ícone com uma corrente ao lado do campo. A unidade pode ser modificada para por-

centagem ou pixels. Caso queira, você pode alterar a dimensão. Experimente alterar a largura ou altura e observe como mudam as “dimensões em pixels” logo acima do campo. Se necessitar de uma dimensão específica de imagem como citado no artigo anterior, de 1024x768, desligue a opção “restringir pro-porções” logo abaixo da resolução. Cuidado para não deformar a imagem.Para mudar a resolução basta digitar no campo “Resolução” o valor desejado. Por exemplo, nesta imagem, ao digitarmos uma resolução de 800 dpi e uma largura de 500 pixels obteremos uma imagem de 838 Kb. Alterando o tamanho do docu-mento igualmente teremos um aumento do tamanho do arquivo. Finalmente grave tudo no formato solicitado. Para tanto, es-colha no menu “Arquivo”, a opção “Salvar Como”. Uma caixa se abrirá como essa e basta escolher o formato de arquivo dese-jado. Está pronto o trabalho! Não é difícil, basta um pouco de paciência!

*Dr. Horus Antony Brasil é médico endoscopis-ta associado à SOBED.

Antes Depois

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Radar

Reajuste salarialNo dia 20 de maio, a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados votou o Projeto de Lei (PL) que pode alterar o salário mínimo dos médicos e cirurgiões dentistas. De autoria do deputado Ribamar Alves (PSB-MA), o projeto prevê ainda a redução da carga horária semanal, atualmente, 20 horas. Além disso, segundo o relatório do deputado Mauro Nazif (PSB-RO), a ser analisado durante o Encontro, o piso salarial pode chegar a R$ 7 mil reais. De acordo com a Lei nº 3.999, o novo salário mínimo do médico deve ser três vezes maior do que o atualmente em vigor para a classe no País, R$ 1.245. O projeto original prevê o índice de reajuste já aplicado ao salário mínimo, mas com as possíveis alterações de Nazif, o reajuste terá como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Saída para AlzheimerPesquisadores do Instituto Picower para Aprendizado e Memória do Instituto de

Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, afirmam ter conseguido reverter os efeitos do Mal de Alzheimer após

experiência com drogas em ratos. Segundo os cientistas, o tratamento ajudou a restaurar a memória dos animais e a melhorar o aprendizado de novas tarefas.Durante o experimento, foram utilizadas drogas que inibem a atuação do gene ligado à doença, o histona deacetilase 2 (HDAC2). A atuação do medicamento regula a expressão de vários genes implicados na habilidade do cérebro na mudança de resposta a experiências e formação da memória.De acordo com a chefe da pesquisa, a Dra. Li-Huei Tsai, a maneira como o medicamento atua provoca mudanças de longa duração, o que melhora na reformulação da memória. O próximo passo é desenvolver novos inibidores HDAC2 e testar a função em doenças associadas à perda de memória.

Mais investimentos em saúdeCríticas aos investimentos federais e da União na saúde foram tema do segundo dia da audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Francisco Batista Júnior, e do presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Antônio Figueiredo Nardi, a grande concentração de gastos municipais na saúde geraram sobrecarga da verba em cidades do estado, que deveria ser de responsabilidade federal e da União. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só em contratação de profissionais da saúde no País, os municípios são responsáveis por 70%, já os estados e a União ficam com respectivos 24% e 7%. O descompasso entre a legislação brasileira na Saúde e a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS) também foi tema da discussão. Para o presidente do CNS, a descentralização federal e estadual impede a concretização da legislação na prática. *Com informações do Supremo Tribunal Federal

Teste da alimentação Em um teste com 18 perguntas, a área de Alimentação e Nutrição do Departamento de Atenção Básica do Ministério da Saúde medirá a qualidade da alimentação dos brasileiros. O questionário, voltado às pessoas de 20 a 60 anos, avaliará a qualidade da alimentação comparando o número de frutas, legumes, hortaliças e outros tipos de alimentos ingeridos diariamente. Após o envio das respostas, será enviado o resultado do teste acompanhado do texto “10 Passos para uma Alimentação Saudável para pessoas adultas”, com orientações que vão melhorar a alimentação.

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Nova técnica de transplantesO coração de quem morreu nas emergências de hospitais ou de pacientes que diagnosticaram morte encefálica poderão ser transplantados no País em pelo menos três anos. O método, adotado em outros países, tem aumentado em até 40% o número de transplantes no mundo. No Brasil, o procedimento pode somar até 20% o número de doações, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Valter Garcia.Segundo o presidente, o processo requer aprimoramento do sistema de saúde, informativos à população e alterações na legislação, já que, atualmente, é proibido realizar qualquer tipo de procedimento no cadáver sem a autorização da família. No país, foram diagnosticadas aproximadamente 13 mil mortes encefálicas. Desse total, 6 mil foram notificadas e apenas 1,3 mil se tornaram doadores. A cada ano, aproximadamente 13 mil pessoas entram na fila por transplante.

Repasse de R$ 13,4 milhões

Brócolis contra gastrite e câncer Infecção hospitalar

Perigo nas viagens longas

Após levantamento inédito sobre o controle de infecção hospitalar em 158 unidades, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) revelou que grande parte das instituições fiscalizadas apresenta alguma deficiência nos Programas de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH). Os fiscais do Cremesp vistoriaram , por solicitação do Ministério Público do Estado de São Paulo, 56 hospitais na capital e região metropolitana e mais 102 no interior, do fim de 2007 para o início de 2008. De acordo com a pesquisa, aproximadamente 92% dos Programas de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) não atendem a nenhum dos itens obrigatórios de organização e funcionamento. As Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) também não estão dentro das normas em até 82% dos casos. Diagnosticados os problemas, os hospitais terão prazo de 90 dias para se adequarem as normas. As unidades que não se adequarem às exigências terão os casos encaminhados às promotorias de justiça das comarcas do Estado.

Projeto desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) analisou os riscos de pessoas sadias desenvolverem tromboembolismo venoso (TEV) - Formação de coágulos nas veias profundas das pernas - em períodos de viagens aéreas com mais de quatro horas de duração. O documento compara essa possibilidade numa população de um entre 6 mil.Segundo os resultados da pesquisa, o risco aumenta se os passageiros ficarem imóveis, em pé ou sentados, por um longo período. A possibilidade de desenvolver a embolia pulmonar forma mais perigosa da doença, fica ainda maior em pessoas obesas, com extremos de altura, que fazem tratamento com contraceptivos orais e doentes com facilidade no processo de coagulação, como os que têm deficiência de proteínas C e S.

Pesquisadores do Japão afirmam que o broto do brócolis pode combater a bactéria estomacal Helicobacter pylori, que pode levar à gastrite e ao câncer gástrico. O efeito protetor do brócolis, publicado na revista "Cancer Prevention Research", demonstra que a ingestão diária da substância sulforafano, encontrada no vegetal, tem capacidade antibiótica e age sobre a bactéria que vive no estômago de quem sofre de gastrite. Durante o estudo, os pacientes receberam uma porção de 100 gramas do broto do vegetal e de alfafa por dia. Os cientistas acompanharam os usuários com testes que mediram a presença da bactéria, onde constataram redução significativa da ação, comprovada em exames sanguíneos e respiratórios.

Hospitais Filantrópicos, Amigos dos Excepcionais (Apaes) e as Santas Casas de São Paulo receberão, até julho, repasse de R$ 13,4 milhões da Secretaria de Saúde do Estado. O benefício deverá atingir 358 entidades. A verba será dividida conforme o volume de atendimento das entidades pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo a Secretaria do Estado, o objetivo é dar auxílio financeiro às entidades que, na maioria dos casos, apresentam problemas financeiros por causa da defasagem na tabela de atendimento do SUS.

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Crônica

Ao adentrar não aguentou a decoração, os enfeites da estante, os diversos quadros mostrando a família, os painéis de informações e nem mesmo as estátuas do Padre Cícero e do Frei Damião escapa-ram. Desmanchou-se em risos, não conseguia olhar nos olhos do médico, era um olhar de realização, de superioridade, da desforra, do esvaziamento das mágoas, era o olhar da vitória. A cada detalhe, mais risos, ficou exausto de tanto riso. - Doutor, há muito tempo que não tenho dado um único riso, só sofrimentos, só mesmo o senhor para me fazer rir, obrigado doutor e mais uma vez se desmanchou em intermináveis gargalhadas.Refez-se, olhou para o médico, perguntou qual era seu interior e onde havia se formado. Começou a fazer comentários da inu-sitada sala. Falou que o ambiente estava mais para museu do que para consultório, mais para o passado do que para o presente ou futuro. Perguntou se aquele rádio de 1930 funcionava, lembrou muito do seu avô, do seu pai e ficou assombrado quando no to-que de um dos botões surgiu um som grave de uma viola pan-taneira, depois um som aconchegante do velho Gonzagão. Não se conteve. Levantou-se, encostou as orelhas na parte frontal do aparelho, abaixou e elevou o som, ficou impressionado, era igual-zinho ao do seu avô.

- Doutor, lembro-me até da voz do meu avô: Não conseguiu se calar. Pegou um candieiro que estava sobre o rá-dio e pronunciou o nome de sua avó, riu ao avistar uma máquina de costura e veio na mente a sua tia Cotinha, tão boa, tão caridosa, tão atenciosa, era a mais velha, inclusive, Deus já levou. Não conseguiu calar quando avistou um fruto nordestino, um jatobá; vieram as lá-grimas, pois no seu sertão quando menino era o único bocado a lhe matar a fome quando perambulava à caça de alguns nambus, preás e juritis. Caiu em prantos. - Ah! Doutor, como era bom, tudo era alegria.

Os risos foram desaparecendo e aos poucos a razão foi se aproxi-

mando. Junto com a emoção o homem começou a falar de sua vida, a explicar à filha como foi a sua infância nos cafundós da Paraíba, a raridade da água, a seca de 1932, os conselhos do Pe. Cícero e o quanto importante foram os seus antepassados e que há muito não se lembrava das pessoas como também do seu velho torrão. Con-templando o ambiente, sentou na cadeira do paciente, pregou os olhos num quadro 100x150 mostrando uma velha estação, uma ser-ra lá no fundo, os trilhos envelhecidos, um trem cambaleante e uma criança esquálida no batente de uma choupana, olhou, balançou a cabeça, mirou a face do médico.

Doutor, valeu. Só esta visita valeu, mesmo que não fique bom de minha doença, valeu, mas valeu mesmo. Viajei no tempo e no es-paço. Valeu.

Iniciei a consulta, perguntei por suas origens, do seu Estado natal, profissão, dos seus pais, avós, das brincadeiras na infância, das na-moradas, das festas juninas e de fim de ano, se havia tomado banho de rio, se morou em casa de sopapo, se falou e andou na época certa, se já teve sarampo ou catapora, falei dos seus filhos do seu trajeto como ser humano, e da dureza de, hoje, estar com 85 anos, vivo, lutando, brigando, muitas vezes, desvalorizado, incompreendido e injustiçado uma vez que na vida só fez mesmo foi trabalhar para educar os filhos.Neste momento notei mudanças no seu semblante. Após este preâmbulo indaguei por sua saúde detalhe por detalhe, ponto por ponto, sintomas por sintomas. Olhei todos os seus exames, trazia na lapela um diagnóstico sombrio de péssimo prognóstico, era uma doença maligna em avançado estado, inclusive com ascite e disseminação para outros órgãos, não aguentava mais procurar médicos e sem solução. De posse dos seus dados esbocei um ras-cunho do aparelho digestório, localizei a origem do seu problema, martelei didaticamente órgão por órgão, para que servem, o que fazem e como se encontravam, explanei a sua evolução. Expliquei que o homem no país vive em média até os 68 anos e ele com 85 já havia ultrapassado 17 anos, mandei que o mesmo relembrasse os seus amigos de infância, coloque em uma única mão contando

As gargalhadas de seu Mocim

derval reginaldo Tenório

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Sobed - No 5 - Abr/Jun - 2009

nos dedos quantos estavam vivos, quantos ainda saboreavam um feijão com toucinho e farinha. Ele não se conteve e disse:

- E bem vividos doutor, bem vividos. O senhor esqueceu a rapadura. Completei:- vividos no trabalho, no respeito, na honestidade e com seriedade, não como muitos que se dizem importantes e só servem para sub-trair o pouco dinheirinho do povo.

- Pura verdade doutor, pura verdade. Eduquei todos os meus filhos com o salário da leste, com o suor do meu próprio rosto, eu só tenho o ABC, mas conseguir educar os meus filhos: hoje um é engenhei-ro da Petrobrás, outro é professor e o outro é médico numa cidade do interior e muito procurado pelos seus pacientes. Não é porque é meu filho não doutor, mas é um bom médico, todo mundo gosta dele, desde pequeno que é muito estudioso, toda semana me telefo-na e ainda manda uma coisinha todo mês. Sei que está difícil, mas não se esquece de mim e nem da sua velha mãe. Esta, que é a caçula, estudou para Assistente Social. Complementei:- Seu Mocim, é de pessoas como o senhor que o Brasil precisa, aliás, foi o senhor quem construiu este país, naquela época sem estrada, sem luz, sem telefone. Nem geladeira existia e se existia só os ricos, só os mangangões, só aqueles que mandavam, só os coronéis possuíam, o resto era sofrimento, existindo a comida já estava bom demais.

- Êta que doutor danado, era isso mesmo doutor, era assim mesmo. E mais uma vez os olhos marejaram.

Foi realizado um minucioso exame físico o que confirmou a gravida-de do caso, explicado ao paciente que se tratava de uma doença que não necessitaria de cirurgia, que ele poderia comer o que quisesse desde quando não prejudicasse a sua saúde, que poderia passear, ir para a praia, visitar os seus parentes na Paraíba, trazer um bom queijo coalho para o seu médico e que não deixasse de comparecer à clínica nestes próximos 15 dias. Aos familiares informando que se tratava de um caso inoperável devido às metástases.

De pronto a filha disse:- Doutor, nós queríamos ouvir mais uma opinião e o pai disse que se fosse para operar ele não aceitaria.

A conversa continuou por mais alguns instantes, o abraço da despedi-da foi mais efusivo do que o da chegada, foi um abraço mais forte, do desprendimento, da conquista, o abraço de dois velhos amigos que há muitos anos não se viam, o abraço da compaixão e da liberdade.

Termino informando que o paciente passou a ser um grande amigo, o consultório começou a fazer parte de sua vida sempre que neces-sário, muitos foram os momentos de alegrias, de puro entreteni-mento e muitas histórias recuperadas, passei a frequentar a sua casa e conhecer todos os familiares.

Usufruir de bons papos, enriquecedoras prosas e saborosas relíquias da culinária brasileira passaram a ser rotina. Seus filhos me consideram irmão. Como o tempo, não perdoa e o criador sabe o que faz o amigo foi se familiarizando com seu quadro, tomou conhecimento da sua en-fermidade, comentava que o homem é um ser mortal e que todos têm o seu dia para falar mais de perto com Deus e alegre como um menino foi plantando alegria, foi aproximando os familiares com as suas mensa-gens até o dia de sua audiência maior com o Criador. Exatamente 360 dias depois foi realizado a missa de 7º dia em homenagem ao o meu querido amigo que muito riu, dançou, cantou e me abraçou no humil-de, simples e singelo consultório que muitas alegrias trouxe. Nos seus últimos dias, na cabeceira do leito, ou melhor, na cabeceira de sua cama, rodeado de familiares e amigos, olhava e dizia: - Amigo, valeu, valeu e como valeu. Convicto de que daqui há muitos e muitos anos, quando me encon-trar quase que irreconhecível pelos janeiros acumulados e ao chegar onde muitos já estão, não serei um estranho no ninho, contente e cônscio da missão cumprida, sinto que lá, onde Deus mora, se for merecedor, serei muito bem recepcionado. Foi assim que ganhei mais um amigo e foi assim que aumentei a minha família.

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Programa Diretrizes: as melhores evidências científicas disponíveis

AMB

A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação

Nacional dos Médicos (Fenam) lançaram o 7º. volume do Programa Diretrizes, em novembro de 2008. A edição reúne 40 diretrizes de Ortopedia e Traumatologia, elaboradas por especialistas da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) em parceria com a Associação Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM), Sociedade Brasileira de Reumatologia (CBR), Sociedade Brasileira de Neuro-fisiologia Clínica (SBNC) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecolo-gia e Obstetrícia (Febrasgo).

O Programa Diretrizes foi lançado em outubro de 2000 com o objetivo de pa-dronizar condutas que auxiliem o raciocí-nio e a tomada de decisões. As diretrizes devem ser submetidas à avaliação e à crí-tica do médico, pois não são protocolos que imobilizam a medicina e impedem a individualização da prática clínica. Até agora já foram publicadas 280 dire-trizes. As Sociedades de Especialidade filiadas à AMB são responsáveis pela elaboração do conteúdo informativo e do texto da diretriz. É importante a par-ticipação de todas as sociedades no pro-cesso, pois os pacientes são tratados por médicos e não por áreas de atenção.

A AMB oferece às Sociedades oficinas para capacitar os médicos interessados a elabo-rar diretrizes. As Sociedades escolhem os temas que serão abordados e são orienta-das a estruturar questões clínicas relevan-tes. Além disso, identificam nas bases de dados científicos estudos que respondam às perguntas formuladas e avaliem as me-lhores evidências disponíveis. Composta por representantes da AMB, CFM, Unidas, Fenasaúde, Unimed e Mi-nistério da Saúde, a Câmara Técnica de Diretrizes avalia a repercussão do uso de diretrizes na prática clínica e os aspectos relacionados à sua implementação em larga escala. Acesse: www.amb.org.br.

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Agenda SOBED

36º Curso de Atualização em Cirurgiado Aparelho Digestivoe Coloproctologia - Gastrão 2009Data: de 1º a 3 de julhoLocal: Centro de Convenções Rebouças - São Paulo - SPSite: www.gastrao.com.brTelefone: (11) 3758-4428

IV Simpósio Sul-Americano de AparelhoDigestivo / VII Congresso Gaúchode Gastroenterologia e Endoscopiae XXVI JACADData: de 27 a 29 de agostoLocal: Centro de Eventos de Bento Gonçalves - RSSite: www.ccmeventos.com.br/gastro2009Telefone: (51) 3028-3878

XX Congresso Brasileirode HepatologiaData: de 30 de setembro a 4 de outubroLocal: Centro de EventosHotel Serrano - Gramado - RSSite: www.congressodehepatologia.com.brE-mail: inscriçõ[email protected]: (51) 3061-2957

*O Projeto “Oficinas” - Curso Continuado de Endoscopia Digestiva da SOBED é realizado no Centro de Treinamento da Socie-dade, no Hospital Ipiranga (SP), em parceria com a Olympus, e destina-se aos colegas endoscopistas com pouca experiência ou que realizam com pouca frequência procedimentos terapêuticos. Cada módulo é dividido em dois dias: teórico-prático em bonecos (hands on) no primeiro e aplicação do que foi aprendido em pacientes no segundo, sob a supervisão de preceptores. São apenas 15 vagas, as quais são restritas aos Associados Titulares da entidade quites com a entidade. Faça sua inscrição pelo site: www.sobed.org.br.

Agende-se

Confira, na relação abaixo, os principais eventos nacionais e internacionais ligados à gastroenterologia e à endoscopia digestiva a serem realizados nos próximos meses:

√ Tome Nota

“Oficinas SOBED” *

2º Módulo: Dilatação Endoscópica e Colocação de Clips Data: 17 e 18 de julho

3º Módulo: Gastrostomia, Endoloop e Clips Data: 28 e 29 de agosto

4º Módulo: Vias Biliares Data: 25 e 26 de setembro

5º Módulo: NBI Data: 16 e 17 de outubro

6º Módulo: Curso de Eco-Endoscopia Data: 23 a 27 de novembro (data sujeita a alteração)

7º Módulo: Enteroscopia Data: 11 e 12 de dezembro

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CalendárioAgende-se

Feriados estaduais Eventos (ver página 49)

AGOSTOJULHO

SETEMBRO

NOVEMBRO DEZEMBRO

Bahia2 - Indepêndencia da BahiaSergipe8 - Autonomia política de Sergipe

São Paulo9 - Revolução de 1932Maranhão28 - Adesão do Maranhão à independência do Brasil

Acre17 - Assinatura do Tratado de Petrópolis

Alagoas/São Paulo/Rio de Janeiro/Mato-Grosso20 - Dia da Consciência NegraDF30 - Dia do Evangélico

Rio Grande do Norte3 - Mártires de Cunhaú e UruaçuRoraima/Tocantins/Amapá5 - Criação do EstadoMato Grosso do Sul11 - Criação do Estado

Rio de Janeiro15 - Dia do ComércioPiauí19 - Dia do PiauíGoiás28 - Dia do Servidor Público

Amazonas/Maranhão8 - Dia de Nossa Senhora da Conceição

Paraná19 - Emancipação Política do Estado

OUTUBRO

8 9 10 11 12 13 14

D S T Q Q S S

22 23 24 25 26 27 28

1 2 3 4 5 6 7

15 16 17 18 19 20 21

29 30

Paraíba5 - Emancipação política do EstadoAcre6 - Revolução Acreana

Santa Catarina11 - Criação da capitaniaPará15 - Adesão do Grão-Pará à independência do Brasil

Acre5 - Dia da AmazôniaAmazonas5 - Elevação do Amazonas à categoria de província

Alagoas16 - Emancipação Política do EstadoRio Grande do Sul20 - Revolução Farroupilha

1 2 3 4 5

20 21 22 23 24 25 26

D S T Q Q S S

13 14 15 16 17 18 19

27 28 29 30 31

6 7 8 9 10 11 12

12 13 14 15 16 17 18

19 20 21 22 23 24 25

D S T Q Q S S

5 6 7 8 9 10 11

1 2 3 4

26 27 28 29 30 31

1

16 17 18 19 20 21 22

D S T Q Q S S

23/3024/31

2 3 4 5 6 7 8

25 26 27 28 29

9 10 11 12 13 14 15

D S T Q Q S S

13 14 15 16 17 18 19

6 7 8 9 10 11 12

1 2 3 4 5

20 21 22 23 24 25 26

27 28 29 30

D S T Q Q S S

18 19 20 21 22 23 24

1 2 3

4 5 6 7 8 9 10

11 12 13 14 15 16 17

25 26 27 28 29 30 31

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Nova regra Antes Agora

Alfabeto passa a ter 26 letrasAlfabeto de 23 letras, mais as

chamadas especiais K,W, YK, W, Y são integradas

Trema é eliminado Conseqüência, lingüiça Consequência, linguiça

Obs: O trema permanece em nomes estrangeiros e derivados: mülleriano, Müller.

Não se acentuam os ditongos abertos

–ei e –oi nas palavras paroxítonasPlatéia, idéia, paranóico Plateia, ideia, paranoico

Não se acentuam o –i e –u tônicos

das palavras paroxítonas quando

precedidas de ditongo

Baiúca, feiúra, saiínha Baiuca, feiura, saiinha

Não se acentua o –u tônico nas

formas verbais rizotônicas (acento na

raiz) quando precedido de –g ou –q

e seguido de –e ou –i

Apazigúe, argúi, obliqúe Apazigue, argui, oblique

Não se acentua o hiato -oo Enjôo, vôo, perdôo Enjoo, voo, perdoo

Não se acentua o hiato –ee dos verbos

crer, dar, ler e ver e seus derivadosCrêem, dêem, lêem, vêem Creem, deem, leem, veem

Cai o acento diferencial Pára (verbo), pêlo (subst.) Para (verbo), pelo (subst.)

Obs: Permanece nos homógrafos pode/ pôde; e também em pôr/ por

Não se emprega o hífen nos

compostos terminados em vogal,

nos quais o segundo elemento começa

com r ou s, consoantes que,

nesse caso, devem ser duplicadas

auto-sugestão, contra-senso,

extra-seco, infra-som, supra-renal

autossugestão, contrassenso,

extrasseco, infrassom, suprarrenal

Obs: Permanece nos compostos com prefixos super, hiper, inter, que combinam com elementos que comecem por r: super-realista, hiper-requisitado, inter-regional

Não se emprega o hífen nos

compostos em que o prefixo termina

em vogal e o segundo elemento

começa por vogal diferente

Auto-ajuda, infra-estrutura,

semi-árido, auto-escola

Autoajuda, infraestrutura,

semiárido, autoescola

Ganham hífen os compostos em que o

prefixo termina em vogal e o segundo

elemento começa com mesma letra

Antiimperialista, microondas Anti-imperialista, micro-ondas

Obs: No caso do prefixo co- não se usa hífen: cooperação

Não se emprega o hífen em

compostos em que se perdeu, em

certa medida, a noção de composição

Manda-chuva, pára-quedas Mandachuva, paraquedas

Obs: Permanece nas palavras compostas que não contêm um elemento de ligação, mantendo acento próprio, e também na-queles que designam espécies botânicas e zoológicas: médico-cirugião, ano-luz, guarda-chuva, erva-doce, bem-te-vi

Não se emprega o hífen nas locuções

de qualquer tipo.Pão-de-mel, cor-de-vinho Pão de mel, cor de vinho

Obs: São exceções algumas locuções já consagradas pelo uso: cor-de-rosa, pé-de-meia

Tome notaA Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED) passou a adotar as regras do novo acordo ortográfico na Revista SOBED

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