Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

52
REVISTA SOBED Publicado pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva Edição n o 12 | Janeiro-Março 2011 ISSN 2179-7285 SEGURANÇA Furto de equipamentos endoscópicos em hospitais deixa endoscopistas em alerta A polêmica dos saneantes Novas resoluções podem beneficiar endoscopistas e equipes de enfermagem; se impasses forem resolvidos e se houver investimento em capacitação DNA Flávio Ejima analisa normatização, saneantes e resoluções da Anvisa DESAFIO Revista SOBED inaugura seção ‘Teste seus conhecimentos’

description

Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

Transcript of Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

Page 1: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

REVISTASOBEDPublicado pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva

Edição no 12 | Janeiro-Março 2011

ISSN 2179-7285

segurançaFurto de equipamentosendoscópicos em hospitaisdeixa endoscopistas em alerta

A polêmica dossaneantes

Novas resoluções podem beneficiar endoscopistas e

equipes de enfermagem; se impasses forem resolvidos e se houver investimento

em capacitação

DnaFlávio Ejima analisanormatização, saneantese resoluções da Anvisa

DesafioRevista SOBED inauguraseção ‘Teste seusconhecimentos’

Page 2: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD2

Page 3: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD

24

3

5 RadaR SOBEdProgramas, ações,eventos realizados pela Sociedade, reportagem especial com a programação 2011 das Oficinas SOBED e o trabalho desenvolvido na Comissão de Honorários Médicos

24 em açãONovas resoluções sobre saneantes,benefícios e polêmicas em debate

36 SEguRançaRoubos e furtos alertam endoscopistasquanto a segurança dos equipamentos

32 vOcêEndoscopista fala sobre a história dovinho e as relações com a saúde

38 cRônicaExperiência divertida com endoscopiaé contada pelo escritor Mário Prata

42 pOR dEntRONotícias sobre assuntos do aparelho digestivoe da saúde em destaque, eventos nacionais e internacionais e composição da diretorianacional, comissões e estaduais da SOBED

3632

18

índicE Revista SOBED Edição 12

18 dnaEntrevista com o especialista evice-presidente da SOBED, Flávio Ejima

35 éticaArtigo ressalta importância de se utilizarcorretamente o termo ‘erro médico’

50 tEStE SEuS cOnhEcimEntOSPassatempo informativo com questões técnicas e assuntos relacionados à especialidade

janeiro-março 2011

40 amBA qualificação do ambiente de trabalho,por José Luiz Gomes do Amaral

Page 4: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

EditORial Palavra do Presidente

4

revista sOBeD é uma publicação trimestral da Sociedade Brasileira

de Endoscopia Digestiva distribuída gratuitamente para médicos.

O conteúdo dos artigos é de inteira responsabilidade de seus autores

e não representa necessariamente a opinião da Sobed.

Jornalista responsável Roberto Souza (Mtb 11.408)

editor-chefe Fábio Berklian

editor Faoze Chibli

editores-assistentes Thiago Bento

Rodrigo Moraes

reportagem Amanda Campos Marina Panham

Projeto editorial Fábio Berklian

Projeto Gráfico Luiz Fernando Almeida

Designers Leonardo Fial

Luiz Fernando Almeida Felipe Santiago

Foto de Capa Dreamstime

tiragem 3.000 exemplares

Rua Cayowaá, 228, Perdizes São Paulo - SP CEP: 05018-000

11 3875-5627 / 3875-6296 [email protected]

www.rspress.com.br

Com grande satisfação, venho saudá-lo como presidente da SOBED e fazê-lo ciente

dos últimos acontecimentos e principais objetivos de nossa gestão. Representar nossos

Associados faz pesar sobre os ombros o dever de cumprir adequadamente este ato.

Iniciamos há quatro meses e vínhamos acompanhando a gestão de Carlos Cappellanes,

a quem agradecemos pela brilhante iniciativa de interação. Em 2011, grande desafio se

estabelece com a X Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD). No formato atual, é

a primeira vez que a SOBED será responsável pela realização do maior evento brasileiro

do aparelho digestivo. Estamos ligados às sociedades irmãs como a Federação Brasileira

de Gastroenterologia (FBG) e o Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD), focados

em apresentar uma excelente programação.

Há uma causa, entre as mais importantes para a especialidade, que assumiremos com

obstinação: honorários médicos e defesa profissional. Levaremos adiante proposta de im-

plantar unidades estaduais de comissões de honorários médicos e defesa e ética profissional,

a exemplo do que acontece no Paraná. Para discutir o assunto, a SOBED realiza em abril o

I Fórum Nacional de Honorários Médicos e Cooperativsmo, em Curitiba (PR). Publicaremos

reportagem especial sobre o encontro na próxima edição da revista. Em junho, Goiânia (GO)

receberá outra grande atividade da SOBED, o 5º Simpósio Internacional de Endoscopia Diges-

tiva. Confira a seguir mais informações sobre eventos em todo o País.

Você pode notar que a Revista SOBED está de cara nova. As mudanças não são ape-

nas visuais, mas no projeto editorial, com novas seções para intensificar a prestação de

serviços ao Associado. Nesta edição, abordamos a questão dos saneantes, enfoque tam-

bém da entrevista com Flávio Ejima – vice-presidente da SOBED, profundo conhecedor

das resoluções da Anvisa e nosso representante junto à entidade.

É o momento também de agradecer à diretoria executiva e a todos que fazem parte

das comissões e aceitaram o desafio de conduzir nossa Sociedade por dois anos. Estendo

o agradecimento a você, Associado, que depositou sua confiança para representarmos

os endoscopistas do Brasil.

COmPrOmissO eresPONsaBiliDaDe

Obrigado e boa leitura!

Sérgio Bizinelli

Presidente da SOBED Nacional

Page 5: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 REVISTA SOBED 5

RADAR sobeD sobed.org.br

Fique atento às atualizações dos módulos do programa SO-BED em Casa de 2011. Ao longo deste ano, serão aproximada-mente 20 horas de programação, com um novo módulo a cada mês. As principais palestras da IX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD) realizada em Florianópolis já estão disponíveis via Internet.

Entre os especialistas que com-põem as mesas redondas estão os brasileiros Esteban Sadovski, Kleber Bianchetti de Faria, Luis

Fernando Tullio, Walnei Fernan-des Barbosa e convidados inter-nacionais como o italiano Alberto Larghi, na imagem, Klaus Monke-muller (Alemanha) e Shinya Ko-dashima (Japão).

O prazo para os associados e não-associados cadastrados assis-tirem cada módulo é de seis me-ses a partir da data de publicação. Após esse prazo, expira a senha de acesso. Para mais informações so-bre o conteúdo, valores e inscrição, acesse o site da SOBED e selecione a opção “SOBED em Casa 2011”.

SOBED em Casa atualizado

EnquETEA SOBED está desenvolvendo as “Ofi-

cinas SOBED” e para isso gostaria de

saber quais dos procedimentos abaixo

você gostaria de ver nas próximas

“Oficinas SOBED”

Ligadura Elástica de Varizes de Esôfago

Esclerose de Varizes de Esôfago

Dilatação de Estenoses

Gastrostomias

33%

11%

30%

26%

O programa de atualização médica a distân-

cia SOBED Digital oferece as gravações dos

principais eventos nacionais em CD e/ou

DVD. Confira a programação completa e os

valores dos cursos e eventos disponíveis no

site da SOBED.

PROgRAmA SOBED DIgITAl

Como forma de valorizar os endoscopistas

associados à entidade, a SOBED elaborou

um diploma para seus titulares. Confeccio-

nados em pergaminho, pode ser solicitado

diretamente pelo site da SOBED. O custo para

aquisição é de R$195,00, via boleto bancário.

Peça já o seu.

DIPlOmA DE ESPEcIAlISTA

Em reconhecimento ao especialista Associado

à SOBED, foram criados um Selo de Especialis-

ta e um Selo para Certificação – utilizados para

referendar os laudos emitidos pelos espe-

cialistas. Ambos são emitidos aos associados

da entidade adimplentes com as anuidades.

Confira no site como fazer para solicitá-lo.

SElO DE ESPEcIAlISTA

Novos cursos noRede SOBEDOs cursos de março da Rede SOBED já estão disponíveis no site. Nas aulas, os especialistas Artur Parada, Luiz Leite Luna e o italiano Alberto Larghi explicam sobre “Obesidade: Retira-da de Balão”, “Varizes esofágicas” e “GIST gástrico”. Os procedimentos foram gravados no IV Curso Internacional Interati-vo Ao Vivo de Endoscopia Digestiva Diagnóstica e Terapêutica, realiza-do em Florianópolis (SC) durante a IX SBAD. Faça sua inscrição e confira a programação completa no site da SOBED.

Foto

: ©

Aug

usto

lis

boa

/ RS

Pre

ss

Page 6: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011REVISTA SOBED

RADAR sobeD Notas

6

Novo projeto gráfico eeditorial da Revista SOBED

especialistas, que suscitem a produção de reportagens. Integradas à nova estratégia editorial da Revista, as prin-cipais características do novo projeto gráfico são a mudança tipográfica e o “arejamento” da publicação.

A diagramação segue uma tendência mundial no design editorial, que valoriza os es-paços de respiro, tornando as matérias mais atraentes à leitura. E busca equilibrar a disposição dos elementos visuais. O projeto é fluido e contínuo, prima pela mo-dernização da revista e pela valorização dos elementos componentes das páginas.

Estatutárias da SOBED, que de-senvolvem um trabalho muito importante para a categoria, também terão um espaço aber-to para a publicação de ações, encontros e conquistas.

Priorizando a interação com os leitores e a veiculação de informações com o objetivo de atualização, a Revista inaugura a seção ‘Teste seus conhecimen-tos’. Com uma série de pergun-tas sobre os mais variados te-mas da endoscopia digestiva, a editoria é inspirada em um dos grandes sucessos de público dos congressos realizados pela Sociedade - o “Curso Interativo Teste seus conhecimentos base-ado em evidências”.

Na mesma linha de aproxima-ção com o leitor, a editoria ‘Você’ oferece a oportunidade aos en-doscopistas e Associados de en-caminhar sugestões de crônicas, artigos e trabalhos paralelos dos

Prestação de serviços e valorização da especialidade com informações sobre o ce-nário brasileiro e internacio-nal de endoscopia digestiva. Estes são alguns dos preceitos que conduziram a elaboração de um novo projeto gráfico e editorial da Revista SOBED. O conceito tem como um dos propósitos divulgar ações ins-titucionais e eventos da So-ciedade, aos leitores e Asso-ciados. Sempre com assuntos em pauta na especialidade, como pesquisas, novos proce-dimentos e técnicas.

As entrevistas oferecem conteúdos práticos e técni-co-científicos, com intuito de apresentar os principais conceitos em debate na atu-alidade. Além de revelar as últimas tendências do meio, ou de áreas relacionadas. Comissões Estatutárias e Não

Foto

s: ©

Rep

rodu

ção

/ RS

Pre

ss ©

Aug

usto

lis

boa

/ RS

Pre

ss

Abaixo, etapas do processo de criação

do novo projeto gráfico da revista

Page 7: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 REVISTA SOBED 7

Além da décima edição da SBAD, que acontece em Porto Alegre (RS) entre os dias 19 e 24 de novembro de 2011, o estado do Rio Grande do Sul promove uma série de even-tos organizados pela Estadual SOBED RS, em parceria com a Sociedade Gaúcha de Gastroen-terologia (SGG). A SOBED RS também apoia oficialmente o Simpósio Internacional de Cân-cer do Aparelho Digestivo, que acontece entre os dias 7 e 9 de abril, no Hotel DeVille em Porto Alegre (RS), e a XXIII Jornada de Gastroenterologia e Endos-copia da FUGAST, no dia 30 de abril, no NOVOTEL, também na capital Gaúcha.

Confira a seguir alguns itens da programação da Estadual gaúcha:

Churrasco e Endoscopia28/03, 19h30, Porto Alegre: convidado Dr. Everson Artifon (USP-SP);23/05, 19h30 - Porto Alegre: convidado Dr. Fauze Maluf Filho (USP-SP) com “Highlights do DDW”;12/08, Rio Grande: Dr. Djalma Coelho (RJ) e Prof. Dr. Antônio Sparvoli (organizador local).

Simpósio de Gastroente-rologia de Bagé30/09 e 01/10 Coordenação local: Dr. Carlos Eduardo Oliveira dos Santos

Endoscopia gaúcha

A capital baiana recebe no dia 15 de abril de 2011 a pri-meira edição do Curso de Eco-endoscopia da Bahia. Organiza-do pela SOBED Estadual - Bahia, o evento contará com a partici-pação de diversos profissionais de referência em ecoendoscopia no cenário nacional. Entre eles, Fauze Maluf Filho, José Celso

Ardengh, Lúcio Rossini, Mar-cos Aurélio D´Assunção, Vitor Arantes (na imagem) e Walton Albuquerque. O curso está sob coordenação de Igelmar Barreto Paes, Marcos Clarêncio Silva e Luciana Leal Silva. Saiba mais informações sobre o Curso, a programação e inscrições no site www.dimagnavita.com.br

I Curso de Ecoendoscopia da Bahia

A anuidade da SOBED para o ano de 2011 já está disponí-vel no site da Sociedade. Para geração do boleto é necessá-rio ter login (e-mail) e senha cadastrados. Caso você já te-nha efetuado o pagamento de sua anuidade, poderá acessar o sistema para gerar o recibo da mesma. O espaço permite ainda verificar as anuidades anteriores e possíveis pen-

dências cadastrais.De acordo com o artigo

22 do estatuto, os Associados com mais de 70 anos de ida-de estão isentos da taxa de anuidade. A SOBED solicita a todos os Associados que man-tenham seus dados cadastrais atualizados. Todas as diretri-zes, informes e contatos são feitos a partir dessas informa-ções cadastradas.

Anuidade 2011

Page 8: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011REVISTA SOBED

RADAR sobeD Notas

8

A programação de reuniões e eventos cientí-fico é extensa em Minas Gerais. No primeiro se-mestre deste ano, aconteceu no dia 14 de março a reunião científica de sedação em endoscopia. Na sequência, em 04 de abril, o objetivo do en-contro foi a apresentação de casos clínicos. Os próximos eventos, marcados para 02 de maio e 06 de junho, trazem os temas ‘Tumores Neuroen-dócrinos’ e ‘Novidades do DDW’.

O principal evento científico promovido no estado será o 9º Workshop Internacional de En-doscopia Digestiva, a ser realizado entre os dias 16 e 18 de junho, na cidade de Belo Horizon-te (MG). Até o momento, estão confirmadas as presenças de especialistas internacionais dos pro-fessores Hironori Yamamoto, do Japão, Michel Kahaleh, dos Estados Unidos, Guido Villa’Gómez, da Bolívia, e do brasileiro Everson Artifon. Confi-ra mais informações e contatos sobre este evento na agenda desta edição da revista.

Cronogramamineiro

Foram definidos os períodos para realiza-ção das provas práticas de Título de Especialis-ta em Endoscopia Digestiva (TEE) e certificado de área de atuação. Conforme edital da prova – disponível no site da SOBED –, os candidatos aprovados na parte teórica serão convocados formalmente pela Comissão de TEE da SOBED a participar dessa prova prática. As provas se-rão conduzidas pela Comissão de Título de Es-pecialista com apoio e suporte dos presidentes das Estaduais da SOBED envolvidas. Confira a seguir as cidades e os períodos em que as provas estão previstas:

Rio de Janeiro (RJ)1ª quinzena de marçoBelo Horizonte (BH)2ª quinzena de marçoSão Paulo (SP)1ª quinzena de abrilCuritiba (PR)1ª quinzena de abrilPorto Alegre (RS)2ª quinzena de abrilGoiânia (GO)1ª quinzena de junho *Recife (PE)1ª quinzena de julho **

*A prova de Goiânia (GO) abrange as unidades federais do Mato Grosso (MT), Tocantins (TO), Goiás (GO) e Distrito Federal (DF).** A prova em Recife (PE) abrange Pernambuco (PE), Bahia (BA), Alagoas (AL), Rio Grande do Norte (RN) e Paraíba (PB).

Provas práticas de TEE

Foto

: ©

Aug

usto

lis

boa

/ RS

Pre

ss

A Sociedade tem sido fonte para os meios de co-municação. A pauta “Câncer de estômago pode ser evitado” repercutiu em veículos como Rádio Globo e o portal Saúde Business Web. Em março, o endos-copista Thiago Festa Secchi concedeu entrevista ao Jornal da Band (série ‘Milagres da Medicina – Cáp-sula Endoscópica’). No final de 2010, o ex-presi-dente e diretor da comissão científica Carlos Alber-to Capellanes concedeu entrevista sobre “síndrome de intestino irritável”, para a revista Shape.

SOBED na mídia

Page 9: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 REVISTA SOBED 9

A SOBED realiza, nos dias 8 e 9 de abril de 2011, o I Fó-rum sobre Honorários Médicos e Cooperativismo. O encon-tro acontecerá no Hotel Four Points by Sheraton, em Curiti-ba (PR). Na ocasião, os parti-cipantes terão oportunidade de discutir as metas e diretrizes da Sociedade em relação ao enca-minhamento das negociações com os prestadores de serviços (convênios) nos estados.

Além de outros assuntos gerais referentes à SOBED, se-rão discutidas no Fórum ques-tões sobre as melhores formas

de implantação nas Unidades Estaduais que ainda não pos-suem as comissões de Hono-rários Médicos (HM), Ética e Defesa Profissional e das Co-operativas. Confira mais sobre o trabalho em desenvolvimen-to pela Comissão de Honorá-rios Médicos das unidades es-taduais da SOBED, em matéria publicada nesta edição da Re-vista SOBED.

De acordo com o presidente da Sociedade, Sérgio Bizinelli, para esse encontro, estão convi-dados todos os presidentes das Unidades Estaduais, a Diretoria

Executiva da SOBED, os presi-dentes das comissões estatutá-rias, as comissões específicas de Honorários Médicos, Ética e De-fesa Profissional, e o diretor de sede. A Revista SOBED fará co-bertura especial do evento com os principais assuntos aborda-dos e imagens. Acompanhe na próxima edição.

Melhores condições de tra-balho e remuneração adequa-da são prioridades para a atual gestão da Sociedade. Acompa-nhe aqui os desdobramentos desta discussão em defesa da categoria.

I Fórum Nacional de HonoráriosMédicos e Cooperativismo

Page 10: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011REVISTA SOBED

RADAR sobeD Notas

10

A Sociedade Cearense de Gastroentero-logia e a SOBED Estadual Ceará anunciaram recentemente o lançamento do I CONGED - Congresso Cearense de Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva. O evento está di-vidido em dois dias, com aulas, palestras e tem como destaque a oportunidade para discussões e contato com os demais profis-sionais da área.

O I CONGED será realizado nos dias 3 e 4 de junho de 2011, no Seara Praia Ho-tel, Fortaleza (CE). Entre os principais temas apresentados no Congresso estão câncer gastrointestinal, cirrose hepática, doença do refluxo gastroesofágico, doença inflamató-ria intestinal, hepatites, obesidade mórbida, pancreatites e patologia pancreática.

Saiba mais sobre as inscrições, a progra-mação completa e comissão organizadora no site www.conged2011.com.br/portal/

CongressoCearense

Paralelamente ao 5º Simpósio Internacional da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digesti-va, que será realizado de 10 a 12 de junho de 2011 em Goiânia (GO), acontece a prova para obtenção de Título de Especialista e/ou Certifica-do de Área de Atuação em Endoscopia Digestiva. As inscrições estão abertas desde 1º de março de 2011 e serão encerradas no dia 1º de maio. A prova será aplicada no Castro’s Park Hotel, Av. República do Líbano, 1520, Setor Oeste – CEP 74115-030, em Goiânia (GO). Consulte os edi-tais, regimentos e regulamentos da Comissão de Título de Especialista no site da SOBED.

Exame de Títuloem Goiânia

Foto

s: ©

Div

ulga

ção

/ Ba

nco

de im

agen

s do

gov

erno

do

Cear

á ©

Div

ulga

ção

As mais importantes ferramentas para se aper-feiçoar uma revista e atender às necessidades do leitor são os comentários, sugestões e críticas. Claro, isto vale também para a Revista SOBED. Esta edição inaugura novo projeto gráfico e edi-torial, por isso gostaríamos de continuar tendo a participação dos especialistas e Associados. Co-nhecer nossos acertos é tão importante quanto saber de nossos erros. Nesse sentido, depende-mos de você, leitor. Opine sobre a revista. Mande comentários, críticas, elogios, sugestões de temas e reportagens. Todos os e-mails serão lidos e res-pondidos, afinal, você é o motivo de existência desta publicação ([email protected]).

Participe daRevista SOBED

Page 11: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 REVISTA SOBED 11

O evento que acontece na cidade de Goiânia (GO) entre 10 e 11 de junho está em fase final de definição do programa científico. E já tem confirmação de diversos convidados inter-nacionais de renome, além da presença de figuras marcantes da especialidade no País.

Os trabalhos estão sendo co-ordenados pela Comissão Cien-tífica da SOBED, com o apoio da Estadual goiana, sob a tutela do presidente Marcos Vinicius da Silva Ney. Durante o Simpósio, a SOBED organiza outro even-to tradicional da Sociedade: o

Curso de Emergências em En-doscopia Digestiva. Não perca esta chance, pois as inscrições são limitadas. Este curso traz um panorama bastante amplo sobre uso de diversas drogas em situações de atendimento de urgência. Aborda também as in-terações possíveis e a multiplici-dade de escolhas para as quais o profissional deve estar prepara-do em situações desta natureza.

Acompanhe as últimas atu-alizações e novidades sobre o simpósio por meio das news-letters e demais ferramentas de divulgação da Sociedade.

5º Simpósio Internacional de Endoscopia Digestiva

Monumento às Três Raças, localizado na Praça Cívica, em Goiânia (GO)

Page 12: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

RADAR sobeD In loco

12

Oficinas itinerantes

O tema “Balão Intragástrico” inaugurou as Oficinas SOBED 2011 nos dias 25 e 26 de março, no Centro de Treinamento SOBED do Hospital Ipiranga, na capital paulista. Porém, este ano os cursos não serão restri-tos à cidade. Por meio de oficinas itinerantes, uma equipe composta por três médicos endoscopistas, uma nutricionista, uma fisioterapeuta, uma psicóloga e um anestesista, le-vará conhecimento teórico-prático sobre técnicas e procedimentos da endoscopia digestiva a Associados de outros estados brasileiros, como

Pernambuco, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.

Como as oficinas geralmente são realizadas nos Centros de Treinamen-to da SOBED, a Sociedade entrou em contato com todas as unidades esta-duais e negociou a realização dos cur-sos em cada local. Para se tornarem Centros de Treinamento credencia-dos pela SOBED, os centros de endos-copia de todo o País devem passar por teste de protocolos realizado por uma comissão da Sociedade.

Assim que é feita a solicitação de se tornar um Centro de Treinamento, esta comissão visita o serviço de endoscopia e avalia se o local atende aos critérios obrigatórios para ser reconhecido como um serviço de qualidade. Organizadas pela SOBED e credenciadas pela Certi-ficação Nacional de Acreditação (CNA), Fo

to: ©

val

ter

Cam

pana

to /

ABr

Monumento a

Juscelino Kubitschek

em Brasília (DF).

A cidade será a

próxima a ter uma

Oficina SOBED Após passar pela cidade de São Paulo (SP), as Oficinas SOBED desembarcam em Brasília e depois viajam pelo País em Centros de Treinamento nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná, ao longo de 2011

Page 13: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 13

as oficinas são divididas em quatro períodos e têm dois dias de duração.

O treinamento teórico é realizado no pri-meiro período da oficina e o prático, no segun-do, quando os participantes realizam os pro-cedimentos em bonecos (hands on). Também no segundo dia de trabalho, as práticas são re-alizadas em pacientes, mediante acompanha-mento e supervisão de médicos preceptores.

Com relação ao ano passado, a oficina foi aprimorada no aspecto de suporte multidisci-plinar e vídeos didáticos foram produzidos de modo a servir como fonte permanente de con-sulta aos alunos. Entre os principais temas a serem abordados na programação das oficinas deste ano estão: dilatação esofágica, gastros-tomia, esclerose e varizes, ligaduras de varizes esofágicas, balão intragástrico e vias biliares.

Na oficina sobre balão intragástrico, por exemplo, os pacientes – selecionados pelas próprias unidades estaduais – entram em um protocolo de exames de pré-passagem de ba-lão, e realizam consultas com nutricionista, psicólogo e fisioterapeuta. Após a execução dos procedimentos, os pacientes continuam a ser acompanhados por uma equipe multi-disciplinar.

De acordo com o preceptor da Oficina de Balão Intragástrico, Manoel Galvão Neto, as oficinas relativas a este tema foram desen-volvidas de modo colaborativo, com o intuito de mostrar todos os aspectos do tratamento endoscópico da obesidade.

Galvão ressalta ainda que os precepto-res são, essencialmente, facilitadores. “Eles devem transmitir sua experiência no campo do tratamento endoscópico da obesidade aos alunos e orientar a realização dos procedi-mentos, atentos à necessidade de interven-ção direta, de modo a garantir a segurança dos pacientes”.

O coordenador das Oficinas e diretor de Sede da SOBED, Ricardo Anuar Dib, destaca a importância da iniciativa para os especialistas. “Muitas vezes o profissional deixa de atender um paciente por não se sentir preparado. Esse tipo de curso possibilita ao o especialista ter confiança em executar os procedimentos”.

agenDe-se

Confira a seguir a programação completa de 2011, com datas e cidades

onde acontecerão as Oficinas SOBED de Balão Intragástrico. A próxima será

em Brasília (DF), de 29 a 30 de abril. Saiba mais sobre esta e as demais

Oficinas no site da Sociedade e nas próximas edições da Revista.

Link para inscriçãoSeção “Oficinas 2011” no site da SOBED (www.sobed.org.br)

InformaçõesSede da SOBED: (11) 3148-8200

Valor do investimentoR$ 1.500,00 por oficina (as vagas são limitadas)

Brasília (DF)29 e 30 de abril de 2011

Inscrições online até 15/04

Porto Alegre (RS)27 e 28 de maio de 2011

Inscrições online até 13/05

Rio de Janeiro (RJ)3 e 4 de junho de 2011

Inscrições online até 20/05

Recife (PE)8 e 9 de julho de 2011

Inscrições online até 24/06

Curitiba (PR)26 e 27 de agosto de 2011

Inscrições online até 12/08

Belo Horizonte (MG)22 e 23 de setembro de 2011

Inscrições online até 09/09

São Paulo (SP)28 e 29 de outubro de 2011

Inscrições online até 14/10

Page 14: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

RADAR sobeD Comissões

14

Debate comissionado

Atingir uniformidade entre as ações das unidades estaduais da SOBED é um dos objetivos da Comissão de Honorários Médicos, coordena-da pelo endoscopista Luis Fernan-do Tullio. Para o início da gestão, a prioridade da bancada será abordar questões que preocupam os especia-listas em todo o País, como a com-

posição dos honorários médicos e o custo operacional dos especialistas. “Apesar de sabermos da imensidão do País, sonhamos com o dia em que todos os endoscopistas digestivos possam realizar os procedimentos em condições dignas e remuneração compatível aos altos padrões éticos e científicos”, declara.

Esta ambição não é apenas de Tullio, mas, sim, da atual gestão da SOBED. E há fundamento para isso. Trata-se do exemplo paranaense. Sempre foi possível melhorar as con-dições da endoscopia no estado, por

A partir deste ano, composição de honorá-rios médicos, custo e ética de classe serão pa-lavras-chave para a Comissão de Honorários Médicos das unidades estaduais da SOBED

Page 15: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 15

meio de uma postura atuante desta comissão, conforme explicou o presi-dente da Sociedade, Sérgio Bizinelli, em entrevista na última edição da Revista SOBED (número 11, edição Out/Nov/Dez de 2010, seção DNA, página 18, Em franca expansão).

Constituída em assembleia a 16 anos atrás, a Comissão de Honorá-rios Médicos no Paraná tem obtido conquistas junto aos convênios, em relação aos ganhos dos profissionais. Além de outras melhorias pontuais li-gadas às condições de trabalho e aos benefícios concedidos a especialistas. Bizinelli foi presidente desta Comis-são por 10 anos. Por isso defende a implantação de comissões estaduais em todo o País, com a mesma fina-lidade. A iniciativa exigirá postura

Foto

s: ©

Dre

amst

ime

©

vin

iciu

s M

arin

ho /

Fio

cruz

Discussão sobre

honorários médicos

está em pauta na

Câmara

atuante destes grupos, mas a perspec-tiva de obter resultados concretos é compensadora para toda a categoria. E não é apenas na SOBED que o as-sunto está em pauta.

Na Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei (PL) 6964/10 torna obrigatória a confirmação, por meio de contratos escritos, da relação en-tre operadoras de planos de saúde e seus prestadores de serviços. O PL está em tramitação desde março do ano passado e deve receber vo-tação conclusiva pelas comissões de Defesa do Consumidor, Seguridade Social e Família, e de Constituição e Justiça e de Cidadania. O objetivo é evitar descredenciamentos súbitos tanto dos médicos quanto das clíni-cas, hospitais e laboratórios.

Page 16: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

RADAR sobeD Comissões

16

No último dia 3 de fevereiro, a va-lorização do médico foi pauta em Bra-sília (DF). Representantes da Federa-ção Nacional de Medicina (FENAM), do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasi-leira (AMB), da Agência Nacional de Saúde (ANS) e da Secretaria de De-fesa do Direito Econômico (SDE) se reuniram para discutir o valor pago por consultas pelas operadoras de saú-

COMissãO Mineira

Na estadual de Minas Gerais, negociações entre a Comissão de Honorários e Defesa Profissional e a Diretoria da

cooperativa médica UNIMED-BH resultaram num reajuste de 60,5% no custo operacional para endoscopia digestiva

alta. De acordo com o vice-presidente da SOBED Estadual mineira, Atanagildo Côrtes Júnior, após apresentação de

uma planilha de custos, a entidade espera agora o reajuste para os procedimentos de colonoscopia. Com o grupo

UNIDAS, a bancada espera repetir o ajuste e estendê-los para os honorários médicos nos procedimentos de colan-

giopancreatografia (CPRE).

de, mas não entraram em um acordo sobre o valor ideal. Segundo a Asso-ciação Paulista de Medicina (APM), a média nacional por consulta é de R$ 27 reais e o custo operacional, R$ 19 reais. Atualmente, 40 milhões de bra-sileiros dependem dos serviços presta-dos pelos planos de saúde.

Em comissões desde 2001, quando atuou na Estadual do Paraná, Tullio agora enfrenta outro desafio: adminis-trar seu tempo. Além de prestar aten-dimento aos pacientes em três clínicas paranaenses, comparecer a cursos de atualização científica e às pautas re-lacionadas aos honorários médicos, o especialista participa ainda da Comis-são de Ética e Defesa Profissional, co-ordenada pela endoscopista digestiva Vera Helena de Aguiar Freire de Mello. “Trabalho conforme a demanda. Sem-pre que solicitado, tenho que dispor de tempo para discutir os assuntos re-lacionados a cada comissão”, explica.

Para o médico, sua atuação frente às duas bancadas comissionadas da SO-BED está interligada, pois um assunto interfere diretamente no outro. “Sem a ética e boa prática médica, nossa espe-cialidade deixa de ter valor”. De acordo com Tullio, questões como a dos sane-antes são exemplo dessa relação. Desde agosto de 2010, a RDC 33 da Anvisa

Entidades médicas

se reuniram para

discutir valor pago

por consultas

Foto

: ©

Dre

amst

ime

Page 17: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 17

proíbe o registro de novos produtos es-terilizantes e desinfetantes hospitalares para aplicação em forma de imersão.

Discussão Com o objetivo de estabelecer

normas, condutas e estratégias nos níveis nacional e estadual, a Comis-são de Honorários Médicos das Uni-dades Estaduais realizará, em abril, o primeiro fórum da bancada. O en-contro, que acontece entre os dias 9 e 10 em Curitiba (PR), debaterá, en-tre outros assuntos, o custo ideal das consultas. “Ainda estamos em fase de implantação, aguardando contatos de unidades estaduais para definir uma agenda, criar diretrizes e trocar experiências sobre o assunto”, afirma o coordenador do Fórum e presidente da SOBED, Sérgio Bizinelli.

No dia 7 de abril, médicos que prestam serviços às operadoras de saúde entraram em paralisação. Com o objetivo de melhorar o re-lacionamento entre os planos de saúde e os profissionais, a deci-são, tomada por representantes da Federação Nacional dos Médicos, Conselho Federal de Medicina e As-sociação Médica Brasileira, aconte-ceu no último dia 18 de fevereiro, durante encontro na Associação Paulista de Medicina (APM).

Na reunião, ficou definido ainda que 18 de outubro deste ano, quando é comemorado o Dia do Médico, será a data base proposta para a elabora-ção de acordos coletivos de trabalho, intermediados pelos sindicatos mé-dicos, que contemplem reajustes nos valores pagos por operadoras pelos procedimentos médicos. (AC)

Page 18: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

DNA Flávio Ejima

18

Busca pelo

Por Amanda Campos

saberVice-presidente da SOBED, o especialista Flávio Ejima analisa a questão dos

saneantes e traça metas para viabilizar a RDC da endoscopia digestiva no País

a prendizado. Foi esse o termo que o gastroenterologista e endoscopis-ta digestivo Flávio Hayato Ejima escolheu para definir seu trabalho à frente da vice-presidência da

Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED). Com o objetivo de fortalecer politi-camente a entidade, Ejima diz que aproveitará sua localização privilegiada em Brasília (DF) para conquistar a normatização das condutas na endoscopia digestiva e as outras metas da gestão. “Não terei um cargo figurativo”, diz.

Coordenador de endoscopia digestiva da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Eji-ma nasceu em Mogi das Cruzes, região me-tropolitana de São Paulo (SP), e graduou-se médico pela Universidade de Brasília (UnB). De volta ao estado paulista, o médico espe-cializou-se gastroenterologista na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universi-dade de São Paulo (FMRP-USP). Ao analisar a atual resolução sobre os saneantes, o repre-

sentante da SOBED nas reuniões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Conselho Federal de Medicina (CFM), ex-plica que, pelo menos no Distrito Federal, a Vigilância Sanitária tem ajudado os especia-listas da área a implantar medidas mais segu-ras para a administração do material. “Há a possibilidade de serem as primeiras a adotar as medidas para os serviços de endoscopia di-gestiva”, afirma.

Sobre o futuro, Ejima é otimista. Por causa do bom trabalho realizado pela gestão anterior da SOBED, presidida pelo endoscopista diges-tivo Carlos Alberto Cappellanes, Ejima acredi-ta que neste biênio (2010-2012) a diretoria, representada pelo presidente Sérgio Bizinelli, poderá investir em outras iniciativas, como a recuperação dos valores para o especialista e a melhora dos honorários médicos. “Estamos contribuindo para, de alguma maneira, juntar alguns tijolos na construção de uma sociedade mais forte”. Confira a entrevista completa.

Page 19: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 19

De acordo com a rDC Ms/da anvisa nº. 33, de 16 de agosto de 2010, o registro de novos produtos saneantes na categoria “esterilização” está proibido. O País está mais preocupado com a fiscalização desse material?

O uso indevido de produtos saneantes em cirurgia laparoscópica e plásticas trouxe o problema do surto de micobacteriose para a saúde pública do Brasil. O problema se refletiu na endoscopia digestiva, pois o principal produto utilizado era o gluta-raldeído. Por conta da repercussão extre-mamente negativa, foi cogitada a proibi-ção do produto no País. À medida que a Anvisa adotou, proibindo a esterilização química de aparelhos e equipamentos, separou os aparelhos de endoscopia di-gestiva dos materiais laparoscópicos e de cirurgias plásticas, como deveria ter acon-tecido desde o início do processo.

a endoscopia digestiva é uma especialidade altamente relacionada ao desenvolvimento

tecnológico. a consolidação de uma rDC voltada especialmente aos saneantes hospitalares seria outro tipo avanço desse nível para a especiali-dade? Por quê?

Sim. A desinfecção de equipamentos de endoscopia produzidos com materiais que não podem ser submetidos à esteri-lização térmica necessita de um sistema de alto nível. A legislação prévia, a RDC 33, era de 1983 (Portaria do Ministério do trabalho e Secretaria de segurança e me-dicina do trabalho), época em que só se utilizava como saneantes para endoscopia o glutaraldeído e estipulava-se tempo de desinfecção de 30 minutos. Essa lei esteve vigente até 2010. A utilização de alguns produtos durante esse período, como o ácido peracético, pode levar a corrosão e perda precoce dos equipamentos. Nos outros países, a desinfecção eficaz de alto nível com esses produtos é feita em menor tempo. A nova RDC de saneantes utiliza um critério sensato.

Ejima em

apresentação na

SBAD 2010, em

Florianópolis (SC)

Foto

: ©

aug

usto

Lis

boa

/ RS

Pre

ss

Page 20: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

DNA Flávio Ejima

20

em comparação a outros países onde as técni-cas endoscópicas são avançadas, como o Japão, há diferença na legislação regulamentadora que administra a venda dos saneantes? se sim, elas são mais eficazes?

A legislação brasileira é uma das mais avançadas do mundo. Podemos com-pará-la a qualquer país desenvolvido como Japão, Estados Unidos (EUA), França. No entanto, o número de fiscais é pequeno, a punição é branda para os profissionais que não seguem a lei de forma correta. Um exemplo disso é ter que proibir a doação de sangue por seis meses a quem é submetido à endoscopia digestiva. Se as medidas de desinfecção fossem executadas, não seriam necessá-rias essas medidas.

a metodologia brasileira nessa área de sanean-tes segue algum modelo já praticado em outros países? Quais são eles?

A utilização de saneantes em diversos países varia muito, levando-se em conta vários fatores econômicos e sociais e com legislações próprias. Nos EUA se utiliza ortoftaldeído, semelhante ao glutaraldeí-do. Em vários países da Europa é proibida a utilização de aldeídos e se utiliza ácido peracético. No Brasil, o mercado oferece a maioria desses produtos.

Quais os perigos que a má utilização dos saneantes pode representar, em longo prazo, à saúde do profissional?

A má utilização dos saneantes pode acar-retar processos irritativos respiratórios, alérgicos. Mas as normas, tanto da RDC de saneantes quanto da futura RDC de en-doscopia, têm cuidados bastante adequa-dos quanto à segurança dos trabalhado-res. A sala de lavagem separada do local de exame, com exaustão adequada e uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) obrigatórias conferem segurança à saúde do trabalhador.

Legislação brasileira

é uma das mais

avançadas mas a

punição é branda

Page 21: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 21

A endoscopia digestiva é uma especialidade séria, capitaneada por profissionais éticos que prezam pela boa formação, preparo e qualidade dos materiais

segundo alguns endoscopistas, uma das gran-des polêmicas dessa nova resolução da anvisa é a questão do aumento dos custos e viabiliza-ção desses procedimentos. Concorda com essa questão? No fim, quem paga essa conta?

Os custos operacionais aumentam em serviços que não realizam as medidas já adotadas pela Anvisa na RDC de sane-antes e aperfeiçoada na RDC de endos-copia. Mas essa foi uma reivindicação de todas as diretorias que passaram pela SOBED. O custo de um paciente com hepatite B ou C, um trabalhador com doença ocupacional, é mais elevado. O conceito que o endoscopista é um pro-fissional irresponsável, que ganha muito dinheiro às custas de um serviço sujo e mal feito tem que acabar. A endoscopia digestiva é uma especialidade séria, ca-pitaneada por profissionais éticos que prezam pela boa formação, preparo e qualidade dos materiais.

em sua opinião, a fiscalização da anvisa em re-lação aos saneantes é mais rigorosa no serviço privado do que no público? Por quê?

A fiscalização da Vigilância Sanitária é va-riável. Como não existe uma normatiza-ção dos serviços de endoscopia, há medi-das irresponsáveis pelo País, dependendo do fiscal. No entanto, acho que deve ha-ver mudanças com as novas RDC. A VISA do Distrito Federal (DF) já fechou vários serviços públicos, por absoluta falta de condições, como área inadequada para desinfecção e reuso de materiais descar-táveis. As fiscalizações são feitas, em sua maioria, por profissionais capacitados, que conhecem a legislação vigente e atu-am de forma semelhante nos serviços pú-blicos e privados.

O senhor clinica em Brasília. Como é estar tão próximo às instituições que podem mudar a vigência dos saneantes? O senhor está mais atento a essa movimentação?

Com a ação dos membros da Vigilância Sanitária local, há a necessidade de ter um conhecimento ágil sobre o assunto. Fo

to: ©

aug

usto

Lis

boa

/ RS

Pre

ss

Houve preocupação da maioria dos ser-viços de endoscopia digestiva do Distrito Federal com as medidas que vêm se su-cedendo, como a adequação de espaços físicos, cuidados com o uso de EPIs e uso de saneantes. De forma geral, esse movi-mento tem tornado a maioria dos grandes serviços de endoscopia bastante adequa-dos. Em relação às instituições públicas, esse processo também vem ocorrendo, com a aquisição de novos equipamentos e acessórios endoscópicos.

Qual sua posição sobre o assunto? O senhor luta de alguma forma para que a questão dos saneantes seja alterada?

As medidas exigidas atualmente são ab-solutamente factíveis e são realizadas por vários serviços de endoscopia no País. A qualidade tem que ser melho-rada, tanto nos serviços quanto na for-mação dos colegas endoscopistas. Com isso teremos condições de lutar por me-lhores remunerações e não diminuir a qualidade e segurança dos serviços em função dos preços exorbitantes ofereci-dos a todos nós.

Na gestão passada, um dos objetivos era estimular a atualização científica, difundindo a especialidade pelo Brasil. Quais as próximas metas para os próximos anos?

As últimas diretorias têm conduzido de

Page 22: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

DNA Flávio Ejima

22

forma harmônica a endoscopia digesti-va no Brasil. Hoje há união com poucas arestas entre os associados. A diretoria da atual gestão tem a difícil tarefa de su-ceder um bom biênio. Os objetivos prin-cipais da nossa diretoria é dar continui-dade a muitas ações já iniciadas, como a recuperação da especialidade endoscopia digestiva, a normatização das condutas na endoscopia e o fortalecimento do titu-lo de especialista, que deve ocorrer com a nova RDC de endoscopia. Um dos ob-jetivos da gestão do Dr. Sérgio Bizinelli é a recuperação dos valores e honorários, com a formação de cooperativas de en-doscopia. Nós temos várias metas a cum-prir, que dependem de muito trabalho e ajuda de todos os SOBEDianos.

em sua opinião, assumir a vice-presidência da sOBeD representa uma etapa diferente em sua carreira médica? Por quê?

A vice-presidência da SOBED é uma etapa muito especial na minha vida. No início, quando fui convidado pelo Dr. Bizinelli, achava que eu não estaria preparado, já que não tinha passado por todas as etapas e comissões da SOBED, extrema-mente importantes para o aprendizado e posterior gestão na diretoria. Mas tive apoio de vários colegas e incentivo para assumir a candidatura.

O senhor acredita que este novo cargo trará mais força em termos de mobilização pelas cau-sas que já defendia anteriormente na Comissão Científica da sOBeD?

O cargo que atualmente exerço é de aprendizado e não apenas um cargo figu-rativo. Espero poder trabalhar para for-talecer a SOBED e para isso atuarei com maior empenho em algumas comissões. Estarei na comissão científica, de título de especialista e nas reuniões que ocor-rem com frequência em Brasília, como as da Anvisa e do CFM.

“O cargo que atualmente exerço é de aprendizado e não apenas um cargo figurativo”

Especialista é o

atual vice-presi-

dente da SOBED

(2010-2012)

Foto

: ©

aug

usto

Lis

boa

/ RS

Pre

ss

Page 23: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 23

Page 24: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

em ação Saneantes

24

Foto

: ©

Lin

da B

artle

tt /

Nat

iona

l Can

cer

Inst

itute

Page 25: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 25

Por um serviço de

qualidade

Mesmo com aspectos polêmicos e longe de solução, novas resoluções da Anvisa podem

beneficiar dia a dia do endoscopista e do profissional de enfermagem

Por Marina Panham

Page 26: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

em ação Saneantes

26

Reivindicar ambiente de trabalho com a menor insalubridade possível é direito e obrigação de todo profissional de saúde, observa a espe-cialista em endoscopia digestiva e presidente da Comissão de Ética e Defesa Profissional da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, Vera Helena de Aguiar Freire de Mello. Dian-te do debate em torno da saúde ocupacional daqueles que atuam no serviço de endoscopia digestiva, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) instituiu novas resoluções para os saneantes. Por enquanto, apenas a Resolução 33/2010 da Agência influencia diretamente na rotina do endoscopista e da equipe de enfermagem, avalia Vera Mello. Trata-se da proibição de se esterilizar artigos críticos com produtos líquidos por imersão.

A enfermeira coordenadora técnica do Serviço de Endoscopia do Departamento de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), Maria da Graça Silva, concorda com a medida, pois tal pro-cedimento não oferece segurança aos profis-sionais. “Vários estudos comprovam que há contaminação com esse método [imersão]”, explica a enfermeira, que é também presiden-te da Sociedade Brasileira de Enfermagem em Endoscopia Gastrointestinal (SOBEEG).

Já a revogação da Portaria 15/1988, subs-tituída pela Resolução Anvisa 35/2010, está em vigor desde agosto de 2010, mas ainda não apresenta vantagens para a rotina do serviço de endoscopia, segundo Vera Mello. A endoscopista ressalta que essa mudança

1 2

3

Page 27: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 27

Fotos: 1. e 2. © Marina Panham 3. © vinicius Marinho / Fiocruz Multimagens

depende do prazo de adaptação dos fabri-cantes. Entretanto, este é considerado um avanço importante para a especialidade, pois abriu a perspectiva para que, em um futuro próximo, os profissionais tenham acesso e possibilidade de uso dos desinfetantes futu-ramente disponíveis no mercado – mediante comprovação da eficácia frente ao quadro de microorganismos listados na resolução.

Para o endoscopista e membro titular da SOBED Marcel Langer, quando a Resolução 35/2010 for colocada em prática, trará be-nefícios práticos ao especialista. “Utilizando um produto com eficácia comprovada para limpeza e desinfecção dos aparelhos, ofere-ceremos mais segurança ao paciente, além de aumentarmos a vida útil dos equipamentos”. Consequentemente, se o tempo for reduzido, um número maior de exames poderá ser exe-cutado de forma segura.

Vera Mello ressalta que enquanto a reso-lução não é colocada em prática, é funda-mental que todos tenham ciência de que não há proibição do uso de nenhum dos produtos comercializados hoje no Brasil, como o glu-taraldeído a 2%, o ortoftalaldeído e o ácido peracético. E o tempo de exposição dos equi-pamentos aos desinfetantes continua a ser de 30 minutos, pois assim estão registrados na Anvisa e publicados nos rótulos dos produtos. “Os fabricantes de substâncias desinfetantes terão até agosto de 2011 para testarem seus produtos frente à nova lista de microorganis-mos discriminados na Resolução 35/2010”.

De acordo com Vera, é importante destacar que novos produtos desinfetantes que venham a ser registrados na Anvisa, por si só, não vali-dam sua utilização pelo endoscopista. A com-patibilidade do produto precisa ser validada pelo fabricante ou importador de cada equi-pamento e seu uso autorizado, com ou sem as devidas restrições. Por outro lado, os testes de desinfetantes com o novo quadro microbio-lógico podem nos reservar surpresas, afirma

1. Máquinas automatizadas para limpeza

de equipamentos endoscópicos em sala do

Serviço de Endoscopia do Departamento de

Gastroenterologia do HC-FMUSP-FMUSP

2. Limpeza mecânica de materiais endos-

cópicos em sala do Serviço de Endoscopia

do Departamento de Gastroenterologia do

HC-FMUSP / Marina Panham

3. Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

buscam garantir segurança no trabalho

Page 28: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

em ação Saneantes

28

4

5

Fotos: 4. © Linda Bartlett / National Cancer Institute 5. © Marina Panham

4. Procedimento endoscópico na década de

1980. Desde então, discussão sobre sane-

antes se intensificou

5. Endoscópios armazenados em sala do

Serviço de Endoscopia do Departamento de

Gastroenterologia do HC-FMUSP

Page 29: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 29

O profissional de enfermagem éfundamental à endoscopia digestiva, pois garante a limpeza e desinfecção, além de reconhecer possíveiscomplicações no atendimento

Vera Mello. O tempo para desinfecção pode ser maior ou menor que os atuais 30 minutos. “Torcemos pela segunda hipótese”.

Questão financeiraO custo específico dos desinfetantes para

artigos semicríticos depende diretamente – e principalmente – do tempo de exposição que os equipamentos necessitam, submersos no produto, e do volume de procedimentos en-doscópicos no serviço. Os desinfetantes têm vida útil medida por tempo ou por número de processamentos.

Caso o tempo de exposição de qualquer um dos produtos desinfetantes disponíveis no mercado seja mantido em 30 minutos – conforme os custos e rótulos atuais – o valor dos novos produtos será entre 10 e 20 vezes maior comparado ao glutaraldeído a 2%, na dependência do custo do gluraldeído utiliza-do e do produto em substituição.

Além deste custo, é necessário considerar os adicionais de manutenção para os quais ainda não há parâmetros, afirma Vera Mello. Portanto, se o tempo de exposição for menor, de aproximadamente 10 minutos, o custo de manutenção dos equipamentos, por lógica, será menor quando comparado à exposição de 30 minutos para o mesmo produto. “Mas ainda não existem parâmetros comparativos em relação ao glutaraldeído a 2%, e a durabi-lidade total final de cada endoscópio também é uma incógnita”.

Segundo o endoscopista Marcel Langer, apesar de eficazes, os saneantes novos são mais caros. “Os acessórios utilizados em exames, considerados materiais críticos, não podem ser esterilizados em meio líquido, precisando ser encaminhados à Central de Material Este-rilizado (CME), que envolve custos logísticos e re-esterilização dos acessórios”. Langer obser-va que isso encarece demais a rotina de qual-quer serviço de endoscopia e que dificilmente as fontes pagadoras enxergarão esse aumento de custo. Na opinião do endoscopista, é neces-sária a revisão dos valores dos exames. Caso contrário, o médico irá pagar sozinho por toda a implementação de segurança e qualidade no serviço de endoscopia.

Em outra das frentes que geram ampla discussão sobre o tema dos saneantes, as di-ferenças no critério de fiscalização entre os sistemas público e privado se sobressaem. “No serviço privado, o rigor das Vigilâncias Sanitárias não é apenas maior em relação aos saneantes. Como regra geral, é maior em ab-solutamente tudo o que compõe um serviço privado de saúde”, explica Vera.

A presidente da Comissão de Ética e Defesa Profissional da SOBED vai além. “Não há razão lógica, moral e ética para tal comportamento. Considerando que a grande finalidade das Vi-gilâncias Sanitárias deveria ser a segurança e a qualidade nos serviços prestados independen-temente das características e subordinações das instituições de saúde”. Segundo a especia-lista, um fato concreto é que os serviços públi-

Page 30: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

em ação Saneantes

30

cos são dispensados do alvará das Vigilâncias Sanitárias para seu funcionamento.

Trabalho em conjuntoEm prol da melhoria do serviço nacional

de endoscopia digestiva, a presidente da So-ciedade Brasileira de Enfermagem em Endos-copia Gastrointestinal (SOBEEG), Maria da Graça destaca a importância do trabalho ao lado da SOBED, e observa que os endoscopis-tas devem integrar mais os profissionais de enfermagem aos congressos da especialidade. “Queremos participar das discussões, afinal também participamos dos procedimentos”.

Fundamental na rotina da endoscopia di-gestiva, o profissional de enfermagem garan-te a qualidade do serviço, desde a limpeza e desinfecção adequada de acessórios e equipa-mentos, até o reconhecimento de complicações que podem ocorrer durante o atendimento. Prova disso é o fato de Maria da Graça, e re-presentantes de empresas que fabricam equi-pamentos endoscópicos, terem sido convidados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para participar de uma reunião sobre saneantes, no dia 21 de janeiro de 2011.

O tema principal da discussão foram os produtos químicos utilizados na desinfecção dos aparelhos para endoscopia. Porém, na oportunidade, Maria da Graça expôs sua vi-são e destacou que não adianta estipular um tempo de desinfecção do equipamento se a limpeza não for realizada de forma correta.

De acordo com recomendações de fabri-cantes e a orientação da SOBED/SOBEEG, endoscópios são artigos semicríticos e devem ser submetidos à desinfecção de alto nível. En-tretanto, segundo a enfermeira, essa discussão nem é possível se não for considerada a cons-cientização de todos os profissionais que atu-am nessa área de limpeza – que é a mais im-portante e sem a qual a desinfecção não tem efeito. “Os produtos químicos não vão fazer milagre”, sentencia Maria da Graça

Diante dessa situação, a SOBEEG tem por objetivo atuar em conjunto com a Anvisa na ca-pacitação de profissionais em todo o Brasil. “A maioria não conhece o passo a passo da limpeza e desinfecção dos aparelhos”. A limpeza manu-al rigorosa ainda é insubstituível em qualquer serviço, observa Vera Mello. “Com profissionais treinados, sendo a desinfecção feita de forma automatizada ou não, estando cumpridas todas as etapas do processamento, estes equipamen-tos estarão seguros para utilização”.

integraçãO entre áreas

Teoria e prática dos procedimentos endoscópicos para o enfermeiro são abordadas no livro “Enfermagem

em Endoscopia Digestiva e Respiratória”, da enfermeira Maria da Graça Silva. Com o objetivo de auxiliar

os profissionais da área de endoscopia a realizar um atendimento mais humanizado, Maria da Graça en-

fatizou em seu livro as técnicas operacionais dos procedimentos e o processo de limpeza e desinfecção de

equipamentos endoscópicos. “O que me levou a escrever o livro foi perceber as dificuldades encontradas

nos procedimentos, montagem das salas e, principalmente, a técnica incorreta de limpeza e desinfecção

dos endoscópios e acessórios”.

Enfermagem em Endoscopia Digestiva e Respiratória

Maria da Graça Silva

Editora Atheneu, 352 páginas

Preço sugerido: R$119,00

Page 31: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 31

Fotos: 6. © Dreamstime 7 e 8. © vinicius Marinho / Fiocruz Multimagens

6. Endoscópio é manuseado por

especialista durante procedimento

7. Colônia de bactérias

8. Imagem de bactéria: limpeza e

desinfecção incorreta criam fixação de

biofilme, que compromete o equipamento

e pode gerar contaminação

6

8

7

Page 32: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

você Gastronomia

32

Vinho e saúde:

Por Gustavo Andrade de Paulo*

um pouco de história

“Vinum bonum lætificat cor hominis”, Antiga citação latina, que significa

‘O vinho bom alegra o coração do homem’

fornecendo as bases da medicina europeia. O “Regime de Salermo” especificava diferen-tes tipos de vinho para diversas constituições e humores. Avicena (século XI d.C), talvez o mais famoso médico do mundo árabe anti-go, reconhecia a importância do vinho como forma de cura, embora seu emprego fosse limitado por questões religiosas.

O uso medicinal do vinho continuou por toda a Idade Média, sendo divulgado princi-palmente por monastérios, hospitais e univer-sidades. Até o século XVIII, muitos conside-ravam mais seguro beber vinho do que água, pois esta era, frequentemente, contaminada. Uma antiga lenda de Heidelberg, na Alema-nha, conta que o guardião do grande barril (Große Faß) onde o soberano guardava todo o vinho recolhido como imposto, só bebia vinho. Seu nome era “Perkeo” – do italiano “Perche no” – ou, “por que não”. Certa feita, deram um líquido diferente para que ele bebesse e este morreu imediatamente. O tal líquido assassino era nada mais nada menos que água.

Entre 1865 e 1866, Louis Pasteur, cientis-ta francês nascido na região do Jura, terra de vinhos famosos como vin jaune e vin de paille, empregou a bebida em diversas experiências,

desde a Antiguidade, o vinho apresenta-se in-timamente ligado à evolução da medicina, desempenhando sempre um papel principal. Os primeiros praticantes da arte da cura, na maioria das vezes curandeiros ou religiosos, já empregavam o vinho como remédio. Pa-piros do Egito antigo e tábuas dos antigos sumérios (cerca de 2.200 a.C.) já traziam receitas baseadas em vinho, o que o torna a mais antiga prescrição médica documentada. O grego Hipócrates (cerca de 450 a.C.), tido como o pai da medicina sistematizada, reco-mendava o vinho como desinfetante, medica-mento, um veículo para outras drogas e parte de uma dieta saudável. Para ele, cada tipo de vinho teria uma diferente função medicinal. Galeno (século II d.C.), o mais famoso mé-dico da Roma antiga, empregava o vinho na cura das feridas dos gladiadores, agindo este como um desinfetante. Também os Judeus antigos tinham o vinho como medicamento. Segundo o Talmud, “sempre que o vinho fal-tar, a medicina tornar-se-á necessária”.

Foi na Universidade de Salermo, na Itália, fundada no século VIII, que a importância do vinho sobre a dieta e a saúde foi codificada. Lá, correntes clássicas e árabes se fundiram,

Page 33: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 33

Confira com

exclusividade no

site da SOBED,

mais informações

sobre os efeitos

comprovados do

vinho, como fator

de prevenção a

diversas doenças –

coronárias,

do cérebro,

respiratórias, do

aparelho urinário,

diabetes, anemia,

dos ossos, da

visão, e câncer

declarando o vinho como “a mais higiênica e saudável das bebidas”. Em 1892, durante a grande epidemia de cólera em Hamburgo, Alemanha, o vinho era adicionado à água para esterilizá-la. A partir do final do século XIX, essa visão sobre o vinho como medicamento começou a mudar. O alcoolismo foi definido como doença e malefícios do consumo indis-criminado começaram a ser estudados. Nas décadas de 1970 e 1980, o consumo de álcool em excesso foi fortemente atacado por campa-nhas de saúde pública. Entretanto, pesquisas científicas bem conduzidas têm demonstrado que, consumido moderadamente, o vinho traz vários benefícios à saúde.

Consumo moderado“Nem muito e nem muito pouco” parece

ser o princípio para se realçar os efeitos be-néficos do vinho sobre a saúde. Entretanto, autoridades de vários países têm encontra-

do dificuldade em estipular o que pode ser considerado “consumo sensato”. Na França, a ingestão de até 60 g de álcool por dia é se-gura para homens. Por outro lado, no Reino Unido, recomenda-se menos de 30 g por dia.

Vários são os fatores que influenciam es-tes limites: gênero, idade, constituição física, patrimônio genético, condições de saúde e uso de outras substâncias. Em linhas gerais, um homem pode consumir até 30 g de álcool por dia. Para as mulheres, por diversas razões (menor tolerância, menor proporção de água no organismo, etc.) recomenda-se até 15 g por dia. A diferença entre consumo moderado e exagerado pode significar a diferença entre prevenir e aumentar a mortalidade. Além da quantidade, a regularidade também é impor-tante para se obter os efeitos benéficos do vi-nho. Os que exageram nos finais de semana e se poupam nos outros dias podem sofrer todos os malefícios da ingestão exagerada e aguda do vinho sem nenhum ganho para a saúde.

Page 34: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

você Gastronomia

34

Gustavo andrade de Pauloé endoscopista digestivo, gastroenterologista e

membro das Comissões da SOBED de sites, revistase dos programas Rede SOBED e SOBED em Casa.

O médico é também diretor executivo da AssociaçãoBrasileira de Sommeliers – São Paulo (ABS-SP)

Paradoxo FrancêsUma grande reviravolta na relação entre

vinho e saúde ocorreu no início da déca-da de 1990 com a divulgação do Paradoxo Francês. Durante um programa de televisão nos EUA, o cientista francês Serge Renaud mostrou que estudos epidemiológicos em es-cala mundial evidenciaram que os franceses apresentavam 2,5 vezes menos mortes por doenças coronarianas que os americanos, apesar de fumarem muito e consumirem a mesma quantidade de gorduras.

A principal explicação para tal paradoxo estaria no consumo regular e moderado de vinho. Como era de se esperar, após a trans-missão do programa, o consumo de vinho tinto nos EUA multiplicou-se por quatro. Tal paradoxo foi, posteriormente, publicado na revista inglesa The Lancet, uma das mais conceituadas revistas médicas do mundo, dando origem a uma enxurrada de artigos sobre os benefícios do vinho sobre a saúde nos tempos modernos.

Álcool, antioxidantes e derivadosHá muito sabe-se que o álcool, consumi-

do em pequenas doses regulares, traz benefícios para a saúde. Estudos epi-demiológicos mostram que o álcool presente no vinho, cerveja e destilados pode diminuir a mortalidade por infar-

to do miocárdio, isquemia cerebral etc. Entretanto, o vinho é o que mais desperta interesse dos cientistas por apresentar, além do álcool, diversas substâncias antioxidan-

tes em sua composição. Entre os mais de mil compostos encontrados no vinho, os polife-nóis (flavonóides, taninos, catecinas, resvera-trol, entre outros) são os mais estudados.

Os polifenóis, derivados de várias plan-tas, são os antioxidantes mais encontrados em nossa dieta. De acordo com sua origem, apresentam diferentes estruturas químicas. Atualmente, vários estudos têm demonstrado que o resveratrol, um antioxidante natural presente em vinhos tintos e brancos, está as-sociado com os efeitos benéficos do vinho na doença coronária. Além disso, em laborató-rio, o resveratrol tem mostrado efeito prote-tor contra o câncer, embora estes resultados ainda não tenham sido demonstrados na prá-tica clínica. Também controversa é a hipótese de que os flavonóides parecem mostrar um efeito protetor contra doenças cardiovascula-res, atuando sobre o LDL (colesterol ruim).

Como foi dito repetidas vezes, o consumo moderado parece ser o caminho para a felici-dade. Muito ainda precisa ser entendido so-bre os reais efeitos, benéficos e maléficos, do vinho sobre a saúde antes de torná-lo a pa-nacéia universal para as moléstias do mundo moderno. Entretanto, em pouquíssimas situ-ações, um remédio pôde ser tão infinitamen-te agradável e prazeroso.

Foto

: ©

Dre

amst

ime

DOenças DO aParelhO DiGestivO

Há vários séculos, São Paulo já recomendava “um pouco de vinho para a saúde do estômago”. Hoje,

sabe-se que o consumo moderado de vinho está associado a uma menor incidência de úlcera pép-

tica por uma série de razões: alívio do estresse, inibição da histamina, ação antimicrobiana contra o

Helicobacter pylori, bactéria implicada na gênese da úlcera duodenal. Por atuar sobre o colesterol, o

vinho parece reduzir as chances de formação de cálculos no interior da vesícula biliar.

Page 35: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 REVISTA SOBED

O uso indevido do termo ‘erro médico’ pelas mídias, para o que aconteceu com a adolescente, precisa ser encarado mini-mamente como falta de conhecimento e de profissionalismo. Afinal, jornalistas são parte da elite cultural do País e a grande penetração, especialmente da mídia tele-visiva, carrega em si uma enorme respon-sabilidade, que muitos ainda não perce-beram ou estão dispostos ao vale tudo a qualquer preço.

É de domínio público que a maioria dos serviços médicos – entre eles os serviços hospitalares – é multidisciplinar. Embo-ra a finalidade dos hospitais seja a pres-

T OdOs nós ficAmOs chOcAdOs E consternados pelo dano fatal ocorrido com a adolescente stephanie Teixeira,

que morreu em dezembro de 2010, no hospital municipal são Luiz Gonzaga, na Zona norte de são Paulo, após ter vaselina injetada na veia. morte injustificada que toda a mídia noticiou das mais diversas formas. novamente esta tragédia foi prontamente contabilizada para os médicos. É o que todos entendem quando se fala que hou-ve ‘erro médico’. As mídias necessitam urgen-temente aprender a usar com precisão algumas terminologias. necessitam dissecar seus signifi-cados para não condenar sem julgamento. O uso equivocado pode implicar em grandes danos de diversas naturezas para os profissionais. .

“Erro médico”

Vera Mello, coordenadora da Comissão de Ética eDefesa Profissional da Sociedade Brasileira de

Endoscopia Digestiva – SOBED Nacional

tação de serviços médicos, cada classe de profissionais necessária ao funcionamen-to de cada serviço de saúde tem suas res-ponsabilidades específicas expressas em normas legais.

É leviano imputar ao médico, a priori, todos os erros e danos ocorridos em pa-cientes nos serviços de saúde. Para que seja caracterizado como erro médico, esse pre-cisa ser gerado pelo médico em seus atos profissionais e motivado por negligência e/ou imperícia e/ou imprudência. da mesma forma ocorre com os demais profissionais da saúde não-médicos. Portanto, a culpa-bilidade individual precisa ser esclarecida, assim como a da instituição, seja ela públi-ca ou privada.

nós, médicos, estamos cansados de ser “bodes expiatórios” e ansiamos por um pouco de justiça. O silêncio da maioria não é indicativo de aceitação dos fatos publica-dos, mas apenas falta de tempo para lutar em tantas frentes com as quais nos depara-mos diuturnamente.

Por desconhecimento ou inescrupulosidade, a mídia usa este termo sem critério, o que pode representar danos graves aos profissionais e à população

ética Terminologia

35

Por Vera Mello

Page 36: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

Foto

: ©

Dre

amst

ime

janeiro/março 2011revista sOBeD

segurança

36

Furto de Equipamentos

CATEGORIA EM

alertaFrequentes roubos de equipamentos

endoscópicos preocupam especialistas

e m uma tarde de sábado, por vol-ta das 13h30, três homens e uma mulher gestante – com sotaque hispânico – entraram no centro de endoscopia de um hospital priva-

do da Grande São Paulo e tentaram roubar todos os aparelhos da sala. A ação foi impe-dida por uma funcionária, que inibiu a ação dos ladrões ao flagrar os mesmos desmontan-do os equipamentos. “Ela presenciou a situa-ção e achou que os criminosos eram técnicos arrumando os aparelhos”, revela o gastroen-terologista e endoscopista Ângelo Locatelli.

Ainda de acordo com o especialista, equi-pamentos como colonoscópios, gastroscópios, duodenoscópios e processadoras, deixados para trás na fuga dos criminosos, estavam desmontados no chão e alguns dentro de grandes mochilas. “O material é todo meu, seria um prejuízo enorme”. Como as câmeras de vigilância não inibiram a ação dos ladrões, Locatelli ressalta que para evitar futuros rou-

bos é preciso reforçar a segurança dos hos-pitais e manter as portas das salas fechadas. Felizmente, os equipamentos deste hospital não foram roubados, porém outros centros de endoscopia da grande São Paulo não tive-ram a mesma sorte.

No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), por exemplo, o modus operandi foi semelhante ao utilizado no hospital em que Locatelli atua. Sábado, às 16h00, dois homens – também com sotaque hispânico – roubaram equipamentos de endoscopia digestiva, uma processadora CV-180 e fonte de luz CLV-180, ambos da Olympus, em dife-rentes setores do hospital.

Um dos aparelhos estava no 6º andar do Prédio dos Ambulatórios, e o outro no Pronto Socorro. Para o diretor executivo do Instituto Central do HC, Carlos Alberto Suslik, a ação foi premeditada, pois todos os setores do hospital têm câmeras de vigi-

janeiro/março 2011revista sOBeD

segurança

Page 37: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 37

lância e vigias nas portas de entrada. E os ladrões foram diretamente na sala em que estavam os equipamentos.

Segundo o coordenador do Serviço de Endoscopia Digestiva do Hospital das Clí-nicas e coordenador geral da Comissão de Relações Internacionais da SOBED, Paulo Sakai, a ação durou aproximadamente três minutos. “Entraram com um caixa de pizza dobrada, abriram, colocaram os equipamen-tos dentro, fecharam e foram embora como se fossem entregadores”.

MedidasApós o ocorrido, o HC adotou uma sé-

rie de medidas de segurança para impedir futuros roubos: proibiu a entrada de mo-chilas de alimentos; produziu relatório in-terno com apuração e divulgação de ima-gens; colocou mais uma câmera no local do roubo; trocou as fechaduras de um dos setores; realizou treinamento com a equipe de segurança; e registrou boletim de ocor-rência. Além de orientar os funcionários do hospital para ficarem em alerta e descon-fiarem de algumas situações.

Na tentativa de recuperar os equipamen-tos roubados, Suslik revela ainda que o HC encaminhou a numeração dos mesmos para todas as assistências técnicas. “Quem paga errado, paga duas vezes. Se em algum mo-mento um desses aparelhos quebrar e for en-caminhado para alguma assistência técnica, ficaremos sabendo”. Para Locatelli, as ações estão sendo executadas por uma quadrilha organizada que vende os aparelhos roubados para outros endoscopistas. Diante disso, o médico destaca a importância da atenção na hora de comprar aparelhos usados.

AnvisaDe acordo com Resolução da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – RDC Nº 25, de 15 de fevereiro de 2001 –, é vedada a importação, comercialização ou recebimento em doação de produto para saúde usado, destinado a uso no sistema de saúde do País, a menos que sejam cumpri-das certas exigências.

O produto para saúde recondicionado que for importado, comercializado ou recebido em doação, deve atender a requisitos como estar registrado ou declarado isento de re-gistro de acordo com a legislação sanitária; possuir as mesmas características técnicas e operacionais do produto registrado na Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), incluindo a rotulagem e instruções de uso (manuais) aprovadas em seu registro; estar fixada no equipamento para saúde, de forma indelével, a informação de que o produto é recondicionado, indicando o ano em que o recondicionamento foi feito; e ter assegurada a assistência técnica do equipamento, incluin-do o fornecimento de componentes, partes e peças de reposição, durante o período previs-to pela legislação aplicável. (MP)

janeiro/março 2011 revista sOBeD

“Na hora de compraraparelhos usados, éimportante ficar atento à procedência dosequipamentos”

Page 38: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

crônica Mário Prata

38

É muito engraçado e rico ficar numa sala de espera onde todos serão esofagogastro-duodenoscopizados. A palavra oficial é essa. Tente repetir. Todos entram valentes, garbo-sos e falantes. Firmes. E saem, quinze minu-tos depois, totalmente drogados, cambalean-tes, com o olho paradão, sem mesmo saber o rumo de casa. Lembra do lança-perfume?

coisas interessantíssimas sobre o lado de den-tro da gente. Por exemplo, o meu esôfago tem boa expansibilidade e calibre conservados. Tenho orgulho disso. Calibre conservado a ál-cool, provavelmente. Fiquei sabendo também, incrédulo, que tenho a mucosa esbranquiçada e espessada, principalmente em um terço dis-tal. E mais: não há erosões ou úlceras, nem

Você já fez, alguma vez, uma endoscopia? Nem sabe o que é isso? É o seguinte: eles enfiam um cabo com uma câmera de televisão pela sua boca, garganta adentro, e ficam bisbilho-tando o seu esôfago, o seu estômago e vão até o duodeno. Recomendo por dois motivos: primeiro que você fica se conhe-cendo melhor. Fica íntimo do seu interior, participa de uma intimidade interior que você jamais poderia imaginar, e fica por dentro de você mesmo. E, em segundo lugar porque, para que as suas estranhas entranhas apareçam na TV (a cores), te dão uma injeção na veia que é, no mínimo, interessante.

Viagem ao redordo meu umbigo

Por Mário Prata

Mais ou menos aquilo. Só que dura mais. O barato aplicado e um terço de Dolantina, um terço de Diazepan e uma talagada de Buscopan. Na veia. Bate na hora.

Dois dias depois você vai bus-car o resultado e está lá o cená-rio da sua novela interna, a vida íntima de personagens com quem lidamos diariamente e pouco sa-bemos deles. Ficamos sabendo

Page 39: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 39

hérnia hiatal às manobras de esforço abdominal. Deve ser o seguinte: pos-so fazer abdominais tranquilamente, que o esôfago garante.

Vamos agora para a cena seguin-te. O estômago, segundo o relató-rio, estava em boas condições para o exame, com o lago mucoso claro e sem resíduos alimentares. Não é poético saber que temos, lá dentro, um lago? Mucoso, mas lago. A ma-nobra de retrovisão, o fundo e a cár-dia não apresentam alteração. O que a doutora quis dizer com isso é que ela fez uma tomada de câmera com-plicada. Deve ter dado um zoom nas minhas pregas. Sim, porque, logo a seguir, me informa que o preguea-do mucoso de corpo segue sua distribuição regularmente. Felizmente. E fico sabendo, finalmente, que a mucosa de incisura angu-laris e antro estão íntegros e sem lesões. Ou seja, além do lago, descubro que tenho um antro lá dentro. E conclui que o meu piloro está centrado e facilmente permeável. Não me perguntem o que é o meu piloro. O que importa é que ele está centrado. Já o fato dele estar facilmente permeável não deve ser coisa boa. Preferia ter um piloro mais firme, duro, impermeável.

Partimos agora para o duodeno, que, como o próprio nome indica, tem o tamanho de doze dedos. Lá a barra estava pesada: a mucosa adjacente está hiperemiada e ede-maciada. Entenderam? Nem eu, mas não deve ser boa coisa. Mas, felizmente, não há qualquer sinal de sangramento ou estenose. E, de repente, uma cena digna de final de

Mário Prata é escritor, dramaturgo e jornalista. Publicou crônicas em revistas e jornais durante mais de 30 anos.

Cedeu, gentilmente, este texto a pedido da Revista SOBED

capítulo. A vilã finalmente mostra a sua cara para os espectadores: em parede posterior próxima à transição para a segunda porção, uma úlcera alongada de 5 a 10 mm de média profundidade e fundo com fibrina. Para mi-nha alegria (e do meu duodeno), a segunda porção não apresenta anormalidades.

Conclusão: tenho uma úlcera bulbar ativa. Claro, jamais me sujeitaria a ter uma úlcera bulbar passiva. É a ‘envelhescência’!

Crônica publicada originalmente no Jornal ‘O Estado

de São Paulo’ em 25/09/1994.

Ilust

raçã

o: ©

Fel

ipe

sant

iago

Page 40: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

amb Associação Médica Brasileira

40

Coexistem de fato e em muitos países, excesso de profissionais de saúde em algu-mas áreas – as mais desenvolvidas – e abso-luta escassez em outras – as esquecidas por seus governantes.

As razões para a distribuição iníqua de profissionais de saúde são muitas, comple-xas às vezes e interdependentes sempre. Incluem-se aqui riscos ocupacionais, vio-lência física e psicológica, sobrecarga de trabalho, remuneração insuficiente, opor-tunidades limitadas de desenvolvimento na carreira. Predomina nesse contexto a pés-sima qualidade do ambiente de trabalho, prejudicando o desempenho e afastando dele os profissionais.

Esse é, sem dúvida, um dos mais graves problemas de saúde do mundo de hoje. É

H á EstImAtIvAs dE quE, no mundo, faltem hoje milhões de profissionais de saúde. Essa é a trágica realidade das po-

pulações de países pobres e ricos. Realidade com-preensível, mas inaceitável, nos países pobres; igualmente inaceitável, mas incompreensível em países desenvolvidos. Como aceitar que, em um Brasil, proclamado emergente e dito auto-sufi-ciente, deixe centenas de municípios e milhares de brasileiros desassistidos, dispondo de mais de 340 mil médicos em atividade?

A qualificação doambiente de trabalho

necessário transformar o ambiente de traba-lho de sorte a atrair e fixar aqueles que tra-balham com saúde, melhorando a satisfação o resultado da assistência às pessoas.

quais são as intervenções necessárias para qualificar positivamente o ambiente de trabalho?

Reconhecimento profissional É essencial reconhecer as competências das diferentes profissões, dar-lhes autonomia e o autocontrole verdadeiros, premiar pelo envolvimento e desempenho, monitorar a satisfação dos trabalhadores.

Gerenciamento de Recursos Humanostem-se aqui garantir oportunidades iguais e tratamento apropriado, compensação ade-quada, efetivo gerenciamento do desempe-nho, benefícios reais e expressivos, envolver os profissionais no planejamento e na toma-da de decisões, estimular a comunicação e o trabalho em equipe, incentivar uma cul-tura de confiança recíproca e respeito entre as pessoas, adotar políticas que estimulem o registro de falhas, definir as responsabilida-des de cada um dos envolvidos.

Estruturas de apoioFalta investir no ambiente de trabalho, for-

Page 41: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 41

José Luiz Gomes do amaral,médico, professor titular da disciplina

de anestesiologia da Universidade Federalde São Paulo (UNIFESP) e presidente

da Associação Médica Brasileira (AMB)

talecer as relações entre os seus integran-tes, fornecer equipamentos e suprimentos adequados, envolver os profissionais em processos de avaliação contínua, promo-ver equilíbrio sadio entre vida e trabalho, assegurar que a prática se faça dentro de um código de ética claro e bem estabele-cido, divulgar e estimular padrões de boas práticas, revisar o escopo da prática e as competências de cada um. Em suma, ofere-cer oportunidades para o desenvolvimento profissional.

surpreende que, apesar do acúmulo de evidências nesse campo, as autoridades en-carregadas de geri-lo continuem a ignorar as soluções e insistam em propostas vazias, gastando precioso tempo, energia e dinheiro público tentando legitimá-las.

vêm deles apenas programas desgas-tados como a importação de profissionais do exterior, serviço social obrigatório, des-caracterização do escopo das profissões e

transferência de responsabilidades sem cor-respondente qualificação, farta distribuição de diplomas tentando distribuir profissio-nais por transbordamento, limitando as al-ternativas sorte a tangê-los ao que julgam ser a prioridade do momento.

A lista de despautérios é longa e, infeliz-mente, não se limita às brevemente citadas acima.

Até quando nos deixaremos assim mal con-duzir? Até quando nossa sociedade tolerará falta de seriedade e competência no trato de assuntos que lhe dizem tão de perto?

Page 42: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

Por dentro Aparelho digestivo e saúde em destaque

42

Controlar a venda de inibido-res de apetite e, não, proibir sua comercialização. Essa foi a posi-ção do Conselho Federal de Me-dicina (CFM) durante audiência pública da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizada em Brasília (DF), no último dia 23 de fevereiro, para discutir a proposta de proibição da venda dos moderadores de apetite que atuam no sistema nervoso central.

Em nota publicada no site do CFM, o 1º secretário do Conse-lho, Desiré Carlos Callegari, ar-gumenta que a proposta fere a autonomia dos médicos no tra-tamento ao paciente com obesi-dade. Na opinião do secretário, a Anvisa tem mecanismos para monitorar o excesso de prescri-ções dos medicamentos e pode ter apoio dos Conselhos de Me-dicina para colocar em prática a medida.

Desde o último dia 16 de feverei-ro, a banda gástrica ajustável Lap-Band é comercializada nos Estados Unidos (EUA). Aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), a venda do produto será feita aos pa-cientes com Índice de Massa Corpo-ral (IMC) entre 30 e 40. De acordo com a empresa Allergan Inc., mais de 26,4 milhões de pessoas utiliza-rão o dispositivo. Anteriormente,

15 milhões atendiam aos critérios para utilização do material, que re-queria IMC igual ou superior a 35. Disponível nos EUA desde 2001, o produto já foi implantado em 600 mil pessoas, segundo levantamento da Allergan. O dispositivo foi desen-volvido como alternativa à cirurgia de bypass gástrico. Em 2010, cerca de 220 mil cirurgias de estômago fo-ram realizadas.

EUA comercializambanda gástrica Lap-Band

CFM é contra restrição no comér-cio dosinibidores de apetite

Estudo publicado no Journal of the American College of Surgeons re-vela reações de obesos mórbidos ao álcool após a cirurgia bariátrica para redução de peso. No pré-operatório, a sobriedade de obesos que consu-miram 148 ml de vinho retornou após 49 minutos. Três meses após a cirurgia, o tempo passou para 61

minutos, e após seis meses, 88 mi-nutos. Ainda de acordo com o estu-do, após a intervenção os pacientes apresentaram sudorese discreta, ru-bor, tontura e calor após o consumo da bebida. Segundo os pesquisado-res, o consumo de álcool por pessoas submetidas ao procedimento deve ser evitado.

Consumo de álcool e cirurgia bariátrica

Page 43: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 43

Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentará títulos de es-pecialista que não foram registrados no período anterior a 15 de abril de 1989. A Resolução do CFM nº 1.960/2010 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 12 de Janeiro de 2011. De acordo com o Conselho, a decisão contribui para o aumento de especialistas com tí-tulos disponíveis, além de ser um direito adquirido pelos profissio-nais, se conseguirem comprovarem a titulação.

Entre os requisitos para realizar o cadastro junto aos Conselhos Regio-nais de Medicina (CRM) onde estão inscritos, o médico deve ter o certifi-

cado de conclusão de curso de espe-cialização correspondente à especiali-dade cujo reconhecimento está sendo pleiteado, Título de Especialista con-ferido por entidade de âmbito nacio-nal acreditada pelo CFM, título de livre-docência ou doutorado na área da especialidade. Deve ainda ocupar cargo na carreira de magistério su-perior com exercício por mais de dez anos, ou cargo público de caráter pro-fissional na área específica por mais de uma década. Os títulos que não se enquadram nas características acima podem, quando submetidos à consi-deração do CFM em grau recursal, ser julgados suficientes para o reconheci-mento da qualificação pleiteada.

Especialistas terão título dadécada de 1980 regulamentado

Projetos de Lei da área médica voltam a ser pauta na Câmara

Até o final de junho deste ano, vários Projetos de Lei relacionados à área médica serão votados pela mesa diretora da Câmara dos Deputados. Entre eles estão o PL 3734/2008, do deputado Ribamar Alves (PSM/MA), que dis-põe sobre o salário mínimo profissional para médicos e cirurgiões-dentistas no setor privado, e o PL 6989/2010, do deputado Eleuses Paiva (DEM/SP), com o objetivo de conceder gratificação anual aos médicos que prestam ser-viços às operadoras de saúde. Outro assunto em pauta é a Proposta de Emen-da à Constituição Federal (PEC) 454/2009, do deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO), que estabelece diretrizes para a organização da Carreira Única de Médico de Estado. Todas estas proposições haviam sido arquivadas no fim da legislatura passada, encerrada no dia 22 de dezembro de 2010.

Entre os requisitos para o cadastrojunto aos Conselhos Regionais de Medicina (CRM), o médico deve ter o certificado de conclusão de cursode especialização

Foto

s: ©

Mar

cello

Cas

al Jr

/ A

Br ©

Leo

nard

o Pr

ado

/ Di

vulg

ação

Câm

ara

dos

Depu

tado

s

Page 44: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

Por dentro Aparelho digestivo e saúde em destaque

44

O combate à resistência an-timicrobiana será tema do Dia Mundial da Saúde, celebrado em 7 de abril. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), apesar de não serem um problema novo, os microorga-nismos ameaçam os tratamentos e cirurgias, como de tumores e transplante de órgãos. A organi-zação alerta que o aumento de casos está relacionado ao uso in-discriminado de medicamentos, principalmente antibióticos.

Além disso, o abandono de tratamento, as prescrições mé-dicas erradas, insumos de baixa qualidade e a falta de controle dos governos têm aumentado a incidência das bactérias em ins-tituições médicas. Para controlar os microorganismos resistentes, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que a venda de antibióticos nas farmácias será feita apenas a par-tir da apresentação de duas vias da receita médica. O objetivo é restringir a automedicação.

DiaMundial da Saúde discutirá superbac-térias

Maior parte dos pacientes espera que os médicos escutem seus argu-mentos antes de definirem o trata-mento e dêem informações sobre a doença. É o que afirma estudo produ-zido por pesquisadores espanhóis da Escola Andaluza de Saúde Pública, Universidade de Granada e Centro de Saúde Gran Capitán. Para chegar a essa conclusão, os cientistas ouviram 360 pacientes de um grupo formado por pessoas entre 16 e 47 anos, com problemas de saúde diversos, 51% de mulheres e 49% de homens.

Além de ser ouvidos, a pesquisa mostrou que os participantes também quiseram tomar suas próprias deci-sões quando estivessem lidando com problemas médicos. Após responde-rem a um questionário sobre o rela-cionamento entre médico e paciente, 32% das pessoas com dores no cora-ção afirmaram querer participar da escolha do seu tratamento. E, quando esses mesmos pacientes estavam pas-sando por problemas sérios de saúde na família, essa porcentagem aumen-tou para 49% dos participantes.

Pacientes esperam serem ouvidos antes de tratamento

Com o objetivo de obter aceitação de crianças no tratamento contra a obesidade, cientistas da Universidade de Politécnica de Valencia, na Espa-nha, utilizam programas interativos, como videogames, para melhorar o desempenho dos pacientes. De acordo

com os pesquisadores, o método dei-xa os pacientes mais dispostos com o programa físico personalizado. Cha-mados de “exergames”, os programas permitem que os pequenos realizem exercícios como dançar ou praticar esportes em cenários interativos.

“Exergames” auxilia tratamento infantil contra obesidade

Foto

s: ©

Lib

ero

ajel

lo /

Cen

ters

for

Dis

ease

Con

trol

and

Pre

vent

ion

© D

ream

stim

e

Page 45: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 45

Com a compra patenteada dos medicamentos olanzapina, utilizado no tratamento da esquizofrenia; ima-tinibe, indicado para tratar vários ti-pos de câncer, entre eles, os tumores estromais gastrointestinais (GISTs); atorvastatina, receitada para reduzir as taxas de colesterol; e o lopinavir/ritonavir, antiaids, o Brasil gastou R$ 123 milhões a mais entre maio de 2009 e dezembro de 2010, de acor-do com o Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual (GTPI), co-ordenado pela Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, a pedido do jornal O Estado de São Paulo.

Após o fim do pipeline (determi-nada fase de estudos em relação a novos medicamentos), foi reconheci-da patente a outros países antes da lei brasileira sobre o tema entrar em vi-gor, em 1996. Naquele ano, a lei pre-via que até 1997, empresas interes-sadas poderiam apresentar o pedido de patente por meio do pipeline. Em 2010, o Brasil pagou por um dos me-dicamentos 142,83 vezes mais caro do que teria aplicado, caso adquirisse uma versão genérica do produto.

Proposta pelo então procurador-geral da República, Antonio Fernando Barros e Silva de Souza, foi incluída

Compra de medicamentos patenteados aumentou gastos em R$ 123 milhões

ação direta de inconstitucionalidade sobre o programa, com base na Fe-deração Nacional dos Farmacêuticos. Entre os argumentos está o de que o programa fere o princípio da isono-mia, já que as patentes aprovadas por esse sistema não tiveram de ser ana-lisadas, como acontece com os outros medicamentos.

Page 46: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

Por dentro Aparelho digestivo e saúde em destaque

46

Solicitação feita pelo Conselho Federal de Me-dicina (CFM) à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) ressal-tou que departamentos médicos devem fazer parte dos projetos de construção dos estádios que recebe-rão a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil. O objetivo é fazer com que as instalações ofereçam aos visitantes infraestrutura capaz de atender jogadores e o público em casos de urgência.

Em nota divulgada no site do CFM no dia 25 de fevereiro, o coordenador da Câmara Técnica de Me-dicina do Esporte e vice-presidente do CFM, Emma-nuel Fortes, advertiu que as ambulâncias oferecidas nos jogos não são capazes de atender os casos mais graves. Em 2010, a Câmara Técnica já havia defini-do critérios para o bom funcionamento de dois tipos de consultório: os destinados às consultas e os que podem ser usados para pequenas intervenções médi-cas. No último dia 23 de fevereiro, a Câmara Técnica do CFM se reuniu para discutir o funcionamento de departamentos médicos de práticas esportivas.

Estádios podem ter departamento médico Atendimentos médicos aos pa-

cientes de operadoras de saúde fo-ram paralisados no dia 7 de abril em todo o País. Em comemoração ao Dia Internacional da Saúde, a classe rea-lizará paralisação com o objetivo de convencer as operadoras a negociar reajustes nos honorários médicos e a adequar os contratos. Os serviços de urgência serão mantidos.

Definida em reunião na sede da Associação Paulista de Medicina (APM), a medida visa determinar que os contratos entre médicos e opera-doras tenham uma cláusula com os critérios e periodicidade do reajuste de honorários. Por meio de nota, a Federação Nacional de Saúde Su-plementar (FenaSaúde) – que repre-senta as operadoras – informou que as associadas buscam aperfeiçoar o relacionamento com os médicos, à medida que apresenta propostas em fóruns e debates.

Paralisação médica

Foto

: ©

Mar

cello

Cas

al Jr

. / A

Br

Page 47: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 47

6 a 8 de abrilIX Congresso Norte-Nordeste

de GastroenterologiarMaceió - AL

www.comuniceventos.com.br

14 a 16 de abrilXXI Jornada e IX Simpósio

Internacional de Gastroenterologia do RJBotafogo - RJ

www.trasso.com.br

Confira na relação abaixo os principais eventosligados à gastroenterologia e à endoscopia

digestiva dos próximos meses

abril

7 a 10 de maioDigestive Disease Week (DDW)

Chicado - EUAwww.ddw.org

maio

10 de Junho de 2011acesse o regimento pelo link

http://sobed.org.br/web/ pdf/regimentotee.pdf

prova TEE 2011

Por dentro Agenda

4 de junhoV Maratona de Videoendoscopia

do Rio de Janeiro Rio de Janeiro - RJ(21) 2562-2326

10 a 12 de junho5º Simpósio Internacional da Sociedade

Brasileira de Endoscopia DigestivaGoiânia - GO

www.sobed.org.br

junho

16 a 18 de junho9º Workshop Internacional de Endoscopia

Digestiva do Instituto Alfa deGastroenterologia - HC/UFMG

Belo Horizonte - [email protected]

20 a 22 de junho14th International Coeliac

Disease SymposiumOslo - Noruega

www.icds2011.org

Page 48: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD48

Por dentro Diretorias nacionais

Presidente: Sérgio Luiz Bizinelli (PR)Vice-Presidente: Flávio Hayato Ejima (DF)1º secretário: Jimi Izaques Bifi Scarparo (SP)2º sesoureiro: Afonso Celso S. Paredes (RJ)1º tesoureiro: Thiago Festa Secchi (SP)2º tesoureiro: Ramiro Robson F. Mascarenhas (BA)

diretoria nacional

Comissões eleitoral, de estatutos,regimentos e regulamentos

Presidente: Carlos Marcelo Dotti (MS)Antonio Gentil Neto (MS)Nilza Maria Lopes Marques Luz (AL)Gerônimo Franco de Almeida (PB)Eli Kahan Foigel (SP)Geraldo Vinicius Ferreira Hemerly Elias (MS)

Comissão de admissão e sindicânciaPresidente: Admar B. Costa Junior (PE)Fábio Segal (RS)Aloisio Fernando Soares (DF)Cláudio Lyoiti Hashimoto (SP)Huang Ling Fang (RJ)José Olympio Meirelles dos Santos (SP)Paulo Anselmo Andrade Paternostro (BA)Vitor Nunes Arantes (MG)

Comissão Científica e editorialPresidente: Carlos Alberto Cappellanes (SP)Adriana Vaz Safatle Ribeiro (SP)Flavio Hayato Egima (DF)Huang Ling Fang (RJ)Jairo Silva Alves (MG)José Celso Ardengh (SP)Josemberg Marins Campos (PE)Julio Cesar Pisani (PR)Marcelo Averbach (SP)Marco Aurélio D’Assunção (SP)Marcos Bastos da Silva (ES)Ricardo Anuar Dib (SP)

Comissão de Ética e Defesa ProfissionalPresidente: Vera Helena A. F. de Mello (SP)Luis Fernando Tullio (PR)Francisco José Medina Pereira Caldas (RJ)Wagner Colaiacovo (SP)Ricardo de Sordi Sobreira (SP)José Narciso de Carvalho Neto (RJ)

Comissão de avaliação e Credenciamentos de Centros de ensino e treinamento

Presidente: Edivaldo Fraga Moreira (MG)Giovani Antonio Bemvenuti (RS)Daniel Moribe (SP)Luiz Cláudio Miranda da Rocha (MG)Erivaldo de Araujo Maués (PA)Edson Ide (SP)Afonso Celso da Silva Paredes (RJ)Flávio Heuta Ivano (PR)Ramiro R. F. Mascarenhas (BA)José Eduardo Brunaldi (SP)

Comissão de título de especialista e sua atualização Presidente: Fábio Segal (RS)Secretário/Imagens: Jimi Scarparo (SP)Secretário/Logística: Ricardo Anuar Dib (SP)Secretário/Avaliadores: Flávio H. Ejima (DF) Helenice Breyer (RS)Júlio César Souza Lobo (PR)Dalton Marques Chaves (SP)Marcos Clarêncio Batista Silva (BA)Vitor Nunes Arantes (MG)Antônio Carlos Conrado (PE)Silvana D’Agostin (SC)Afonso Celso da Silva Paredes (RJ)

comissões estatutárias

Núcleo de ecoendoscopiaCoordenador: Walton Albuquerque (MG)Lucio Giovanni Batista Rossini (SP)José Celso Ardengh (SP)Marco Aurélio D’Assunção (SP)Simone Guaraldi da Silva (RJ)Vitor Nunes Arantes (MG)Fauze Maluf Filho (SP)

Núcleo de PediatriaCoordenadora: Cristina Helena T. Ferreira (RS)Coordenadora: Eloá M. Morsoletto Machado (PR)Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)Silvia Regina Cardoso (SP)Paula Bechara Poletti(SP)

Núcleo de Desenvolvimento do NOtes Coordenador: Kiyoshi Hashiba (SP)Ângelo Paulo Ferrari Junior (SP)Pablo Rodrigo de Siqueira (SP)Paulo Sakai (SP)Marco Aurélio D’Assunção (SP)

Núcleo de tabagismo Everton Ricardo de Abreu Netto (AM)

MarketingJoão Carlos Andreoli (SP)

Conselho editorial (livros)Artur A. Parada (SP) - fascículosMarcelo Averbach (SP) – livroSérgio L. Bizinelli (PR)

núcleos

Ricardo Teles Schulz (SC)Lincoln E. Vilela V. de Castro Ferreira (MG)Rodrigo José Felipe (BA)Luis Masuo Maruta (SP)

Comissão de Centro de treinamento em técnicasendoscópicas – Centro de treinamento

Coordenador: Ricardo Anuar Dib (SP)Lucio Giovanni Battista Rossini (SP)Admar Borges da Costa Jr. (PE)Ciro Garcia Montes (SP)

Comissão de relações internacionaisCoordenação GeralPaulo Sakai (SP)Glaciomar Machado (RJ)

Coordenadores América do SulPaulo Sakai (SP)José Celso Ardengh (SP)Julio Pereira Lima (RS) Coordenadores EuropaLuiz Felipe Paula Soares (PR)Igelmar Barreto Paes (BA)Márcio Cesar Montes (PR)Rodrigo José Felipe (BA)David Correa Alves de Lima (MG)René Lambert (FRANÇA)Sérgio Luiz Bizinelli (PR)

Coordenadores EUAGlaciomar Machado (RJ)Luiz Leite Luna (RJ)Ângelo Paulo Ferrari (SP)Artur A. Parada (SP)Admar Borges da Costa Jr (PE)

Coordenadores JapãoPaulo Sakai (SP)Cláudio Rolim Teixeira (RS)

Comissão de resgate da especialidade de endoscopia Digestiva

Sérgio Bizinelli (PR)Carlos Alberto Cappellanes (SP)Artur Adolfo Parada (SP)Flávio Quilici (SP)João Carlos Andreoli (SP)Paulo R. Alves de Pinho (RJ)Flávio H. Ejima (DF)

Comissão para elaboração do regimento e regulamento da sBaD

Sérgio L. Bizinelli (PR)Luiz Leite Luna (RJ)Carlos A. Cappellanes (SP)Giovani Bemvenuti (RS)Paulo R. Alves de Pinho (RJ)Artur A. Parada (SP)João Carlos Andreoli (SP)Carlos Marcelo Dotti (MS)

Comissão de implantação de Honorários Médicos das Unidades estaduais

Coordenador: Luiz Fernando Tullio (PR)Vera Helena de Aguiar Freire de Mello (SP)Julio Pereira Lima (RS)Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)Antônio Carlos Coêlho Conrado (PE)Viriato João Leal da Cunha (SC)Sandra Teixeira (PR)José Edmilson Ferreira da Silva (RJ)

Comissão para implantação da Cooperativados endoscopistas das Unidades estaduais

Coordenador: Marcus V. Saboia Rattacaso (CE) Vice-coordenador: Julio César Souza Lobo (PR)Francisco das Chagas Gonçalves de Oliveira (CE)Francisco Paulo Ponte Prado Júnior (CE)Sandra Teixeira (PR)Edson Luiz Doncatto (RS)Julio Pereira Lima (RS)Viriato João Leal da Cunha (SC)José Edmilson Ferreira da Silva (RJ)Antônio Carlos Coelho Conrado (PE)Paulo Fernando Souto Bittencourt (MG)

representantes em instituiçõesConselho Federal de Medicina e Comissão Nacional de residência Médica

Coordenador: Flávio H. Ejima (DF)Zuleika Barrio Bortoli (DF)

agência Nacional de vigilância sanitária Coordenadora: Vera Helena de A. F. de Mello (SP)Flávio H. Ejima (DF)Francisco José Medina Pereira Caldas (RJ)Tadayoshi Akiba (SP)

associação Médica BrasileiraCoordenador: Maria das Graças P. Sanna (MG)Carlos Alberto Cappellanes (SP)Rodrigo José Felipe (BA)Wagner Colaiacovo (SP) - Órteses e Próteses

Comissão Nacional de acreditação (CNa)Coordenador: Renato Baracat (SP)Carlos Alberto da Silva Barros (MG)Ricardo Schmitt de Bem (PR)

siteCoordenador: Flávio Braguim (SP)José Luiz Paccos (SP)Gustavo Andrade de Paulo (SP)Ricardo Leite Ganc (SP)Horus Antony Brasil (SP)

Diretrizes e ProtocolosCoordenador: Eduardo G. H. de Moura (SP)Fábio Segal (RS)Maria Cristina Sartor (PR)Fernando Herz Wolff (RS)

trabalhos MulticêntricosPaulo Alberto Falco Pires Correa (SP)Walnei Fernandes Barbosa (SP)

revista sOBeD /sOBeD em CasaThiago Festa Secchi (SP)Horus Antony Brasil (SP)Gustavo Andrade de Paulo (SP)

representante nas revistas GeD earquivos Brasileiros de Gastroenterologia

Paulo Roberto Arruda Alves (SP)

sede sOBeDDiretor: Ricardo Anuar Dib (SP)

Comissão de acreditação de serviços de endoscopiaPresidente: Renato Luz Carvalho (SP)Ricardo Orígenes B. Vandermaás Contão (ES)

comissões não-estatutárias

Av. Silvio Viana, 1751 - Ponta Verde – MaceióCEP: 57035-160 | (82) 3327-4500 / (82) [email protected]

Presidente: Henrique José Menezes MaltaVice-presidente: Carlos Henrique Barros Amaral1º Secretário: Hunaldo Lima de Menezes2º Secretário: José Wenceslau da Costa Neto1º Tesoureiro: Laercio Tenório Ribeiro2º Tesoureiro: Herbeth José Toledo Silva

alagoas

R. Rio Jutaí, 15, Quadra 35 - Conj. Vieira Alves – ManausCEP: 69053-020 | (92) 3584-2495 / [email protected]

Presidente: Alinne Lais Bessa MaiaVice-presidente: Jeanne Monique Guimarães Pimentel1º Secretário: Deborah Nadir Cruz Ferreira2º Secretário: Lourenço Candido Neves1º Tesoureiro: Jorge Luis Bastos Arana

amazonas

R. Baependi, 162, sala 3 - Ondina – SalvadorCEP: 40170-070 | (71) [email protected]

Presidente: Alice Mendes de Souza CairoVice-presidente: Sylon Ribeiro de Britto Junior1º Secretário: Luiz Eduardo da Silva Góes2º Secretário: Sylon Ribeiro de Britto Junior1º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da Silva2º Tesoureiro: Alcione Prates Leite

bahia

R. Cel. Alves Teixeira, 1.578 - Joaquim Távora – FortalezaCEP: 60130-001 | (85) 3261-8085 [email protected]

Presidente: Ricardo Rangel de Paula Pessoa1º Secretário: Francisco Paulo Ponte Prado Junior1º Tesoureiro: Adriano Cesar Costa Cunha

ceará

SGAS 910 - Cj. B - bloco A - sala 224CEP: 70390-100 | (61) 3242-9203 / [email protected]

Presidente: Francisco Machado da SilvaVice-presidente: Zuleica Bario Bortoli1º Secretário: Cláudia Maria Ferreira de Macedo2º Secretário: Luciana Machado Nonino 1º Tesoureiro: Columbano Junqueira Neto2º Tesoureiro: Raimundo Nonato Miranda Lopes

distrito federal

R. Francisco Rubim, 395 – VitóriaCEP: 29050-680 | (27) 3324-1333 / [email protected] | [email protected]

Presidente: José Joaquim de Almeida FigueiredoVice-presidente: Bruno de Souza Ribeiro1º Secretário: Roseane Valério Bicalho F. Assis2º Secretário: Giovana Pereira Nogueira Gama1º Tesoureiro: Esteban Sadovsky2º Tesoureiro: Marcio Demoner Brandão

espírito santo

Av. Mutirão, 2.653, GoiâniaCEP: 74115-914 | (62) 3251-7208 / (62) [email protected] | [email protected]

Presidente: Marcus Vinicius Silva NeyVice-presidente: Marcelo Barbosa Silva1º Secretário: Fernando Henrique Porto Barbosa Ramos2º Secretário: Daniela Medeiros Milhomem Cardoso1º Tesoureiro: Rennel Pires de Paivas2º Tesoureiro: Luiz Lázaro Rodrigues Alves

goiás

R. Carutapera 2, Quadra 37b - Jd. Renascença – São LuísCEP: 65075-690 | (98)[email protected]

Presidente: Clelma Pires BatistaVice-presidente: Milko A. de Oliveira1º Secretário: Selma Santos Maluf2º Secretário: Nailton J. F. Lyra1º Tesoureiro: Djalma dos Santos2º Tesoureiro: Elian O. Barros

maranhão

Page 49: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 49

Por dentro Diretorias estaduais

Av. Silvio Viana, 1751 - Ponta Verde – MaceióCEP: 57035-160 | (82) 3327-4500 / (82) [email protected]

Presidente: Henrique José Menezes MaltaVice-presidente: Carlos Henrique Barros Amaral1º Secretário: Hunaldo Lima de Menezes2º Secretário: José Wenceslau da Costa Neto1º Tesoureiro: Laercio Tenório Ribeiro2º Tesoureiro: Herbeth José Toledo Silva

alagoas

R. Rio Jutaí, 15, Quadra 35 - Conj. Vieira Alves – ManausCEP: 69053-020 | (92) 3584-2495 / [email protected]

Presidente: Alinne Lais Bessa MaiaVice-presidente: Jeanne Monique Guimarães Pimentel1º Secretário: Deborah Nadir Cruz Ferreira2º Secretário: Lourenço Candido Neves1º Tesoureiro: Jorge Luis Bastos Arana

amazonas

R. Baependi, 162, sala 3 - Ondina – SalvadorCEP: 40170-070 | (71) [email protected]

Presidente: Alice Mendes de Souza CairoVice-presidente: Sylon Ribeiro de Britto Junior1º Secretário: Luiz Eduardo da Silva Góes2º Secretário: Sylon Ribeiro de Britto Junior1º Tesoureiro: Luciana Rodrigues Leal da Silva2º Tesoureiro: Alcione Prates Leite

bahia

R. Cel. Alves Teixeira, 1.578 - Joaquim Távora – FortalezaCEP: 60130-001 | (85) 3261-8085 [email protected]

Presidente: Ricardo Rangel de Paula Pessoa1º Secretário: Francisco Paulo Ponte Prado Junior1º Tesoureiro: Adriano Cesar Costa Cunha

ceará

SGAS 910 - Cj. B - bloco A - sala 224CEP: 70390-100 | (61) 3242-9203 / [email protected]

Presidente: Francisco Machado da SilvaVice-presidente: Zuleica Bario Bortoli1º Secretário: Cláudia Maria Ferreira de Macedo2º Secretário: Luciana Machado Nonino 1º Tesoureiro: Columbano Junqueira Neto2º Tesoureiro: Raimundo Nonato Miranda Lopes

distrito federal

R. Francisco Rubim, 395 – VitóriaCEP: 29050-680 | (27) 3324-1333 / [email protected] | [email protected]

Presidente: José Joaquim de Almeida FigueiredoVice-presidente: Bruno de Souza Ribeiro1º Secretário: Roseane Valério Bicalho F. Assis2º Secretário: Giovana Pereira Nogueira Gama1º Tesoureiro: Esteban Sadovsky2º Tesoureiro: Marcio Demoner Brandão

espírito santo

Av. Mutirão, 2.653, GoiâniaCEP: 74115-914 | (62) 3251-7208 / (62) [email protected] | [email protected]

Presidente: Marcus Vinicius Silva NeyVice-presidente: Marcelo Barbosa Silva1º Secretário: Fernando Henrique Porto Barbosa Ramos2º Secretário: Daniela Medeiros Milhomem Cardoso1º Tesoureiro: Rennel Pires de Paivas2º Tesoureiro: Luiz Lázaro Rodrigues Alves

goiás

Rua Barão de Melgaço, 2777 – CuiabáCEP: 78000-000 | (65) 3634-4610 / [email protected]

Presidente: Roberto Carlos Fraife BarretoVice-presidente: Ubirajarbas Miranda Vinagres1º Secretário: José Geraldo Favalesso2º Secretário: José Carlos Comar1º Tesoureiro: Elton Hugo Maia Teixeira2º Tesoureiro: Carlos Eduardo Miranda de Barros

mato grosso

R. Maracaju, 1148, Jd. dos Estados – Campo GrandeCEP: 79002-212 | (67)8136-3363 / [email protected]

Presidente: Geraldo Vinícius F. Hemerly EliasVice-presidente: Adriano Fernandes da Silva1º Secretário: Rogério Nascimento Martins2º Secretário: Thiago Alonso Domingos1º Tesoureiro: Eduarda Nassar Tebet Ajeje2º Tesoureiro: Marcelo de Souza Cury

mato grosso do sul

Av. João Pinheiro, 161 – Belo HorizonteCEP: 30130-180 | (31) 3247-1647 / [email protected] | [email protected]

Presidente: Paulo Fernando Souto BittencourtVice-presidente: Atanagildo Cortes Junior1º Secretário: Rodrigo Roda Rodrigues da Silva2º Secretário: Roberta Nogueira de Sá1º Tesoureiro: José Celso Cunha Guerra Pinto Coelho2º Tesoureiro: Rodrigo Roda Rodrigues da Silva

minas gerais

R. Cônego Jerônimo Pimentel, 900 / 1702 – BelémCEP: 66055-000 | (91)8112-9085 / [email protected]

Presidente: Marcos Moreno DominguesVice-presidente: Erivaldo Maués1º Secretário: Aida Sirotheau2º Secretário: Cássio Caldato1º Tesoureiro: Laércio Silveira2º Tesoureiro: Ermínio Pessoa

pará

Av. Epitacio Pessoa, 3360 - Tambauzinho – João PessoaCEP: 58045-000 | (83) 2106-0900 / [email protected]

Presidente: Fábio da Silva DelgadoVice-presidente: Pedro Duques de Amorim1º Secretário: Jeferson Queiroz Carneiro2º Secretário: Carlos Sérgio Garcia1º Tesoureiro: Francisco Sales Pinto2º Tesoureiro: Daniel Chaves Mendes

paraíba

R. Candido Xavier, 575, – CuritibaCEP: 80240-280 | (41) 3342-3282 / [email protected] | [email protected]

Presidente: Sandra TeixeiraVice-presidente: Maria Cristina Sartor1º Secretário: Flávio Heuta Ivano2º Secretário: Paula Beatriz Moreira Salles1º Tesoureiro: Silvia Maria da Rosa2º Tesoureiro: Wanderlei da Rocha Carneiro Jr.

paraná

R. Sen. José Henrique, 141, 1º andar, Ilha do Leite – RecifeCEP: 52050-020 | (81) 3221-6959 / [email protected]

Presidente: Antônio Carlos Coêlho ConradoVice-presidente: Admar Borges da Costa Junior1º Secretário: Carlos Eugênio Gantois2º Secretário: Eduardo Carvalho Gonçalves de Azevedo1º Tesoureiro: Júlia Corrêa de Araújo2º Tesoureiro: José Julio Viana

pernambuco

Rua 1º de Maio, 575 – TeresinaCEP: 64001-450 | (86) 3221 5968 / [email protected]

Presidente: Antonio Moreira Mendes FilhoVice-presidente: Conceição Maria Sá e Rego Vasconcelos1º Secretário: Carlos Dimas Carvalho Sousa2º Secretário: Adelmar Neiva de Sousa Sobrinho1º Tesoureiro: Wilson Ferreira Almino2º Tesoureiro: Teresinha Quirino Vieira da Assunção

piauí

R. da Lapa, 120 – sl. 309 – Rio de JaneiroCEP: 20021-180 | (21) 2507-1243 / [email protected] | [email protected]

Presidente: José Edmilson Ferreira da SilvaVice-presidente: Marcius Batista da Silveira1º Secretário: Vladimir Molina de Oliveira2º Secretário: José Narciso de Carvalho Netos1º Tesoureiro: Carlos Eduardo F. de Mesquita2º Tesoureiro: Luiz Armando Rodrigues Velloso

rio de janeiro

R. Maria Auxiliadora, 807, Tirol – NatalCEP: 59014-500 | (84) 3211-1313 / [email protected]

Presidente: Veronica de Souza Vale Vice-presidente: João Batista Caldas 1º Tesoureiro: Licia Villas-Bôas Moura

rio grande do norte

Av. Ipiranga, 5.311, sl. 207 – Porto AlegreCEP: 90610-001 | (51) 3352-4951 / [email protected] | [email protected]

Presidente: Julio Carlos Pereira LimaVice-presidente: Carlos Eduardo Oliveira dos Santos1º Secretário: Everton Hadlich1º Tesoureiro: Cesar Vivian Lopes

rio grande do sul

Rua Campos Salles, 2245 – Porto VelhoCEP: 76801-081 | (69)3221-5833 / [email protected]

Presidente: Domingos Montaldi LopesVice-presidente: Adriana Silva Assis1º Secretário: Douglas Alexandre de M Rodrigues2º Secretário: Victor Hugo Pereira Marques 1º Tesoureiro: Edson Aleotti2º Tesoureiro: Volmir Dionisio Rodigheri

rondônia

Rodovia SC 401 - Km 04, 3854 – FlorianópolisCEP: 88032-005 | (48) 3231-0324 / [email protected] | [email protected]

Presidente: Viriato João Leal da CunhaVice-presidente: Luiz Carlos Bianchi1º Secretário: Emir Dacoregio1º Tesoureiro: Eduardo Nobuyuki Usuy Junior2º Tesoureiro: Manoel Tiago Vidal Ramos Junior

santa catarina

R. Carutapera 2, Quadra 37b - Jd. Renascença – São LuísCEP: 65075-690 | (98)[email protected]

Presidente: Clelma Pires BatistaVice-presidente: Milko A. de Oliveira1º Secretário: Selma Santos Maluf2º Secretário: Nailton J. F. Lyra1º Tesoureiro: Djalma dos Santos2º Tesoureiro: Elian O. Barros

maranhão

R. Itapeva, 202 - sl. 98 – São PauloCEP: 01332-000 | Fone: (11) 3288-6883 / [email protected] |[email protected]

Presidente: Adriana Vaz Safatle RibeiroVice-presidente: Thiago Festa Secchi1º Secretário: Dalton Marques Chaves2º Secretário: Eduardo Curvello Tolentino1º Tesoureiro: José Olympio M. dos Santos2º Tesoureiro: Luiza M. F. Romanello

são paulo

R. Guilhermino Rezende, 462, São José – AracajuCEP: 49020-270 | (79) 3246-2763 / [email protected] | [email protected]

Presidente: Miraldo Nascimento da Silva FilhoVice-presidente: Patricia Santos Rodrigues Costa1º Secretário: Simone Déda Lima Barreto2º Secretário: Jilvan Pinto Monteiro1º Tesoureiro: Kelly Menezio Jardim Oliveira2º Tesoureiro: Raul Andrade Mendonça Filho

sergipe

306 Sul, Alameda 14, nº 3 e 5 – PalmasCEP: 77021-036 | (63) 3215-5383 / (63) [email protected] | [email protected]

Presidente: José Augusto M. F. CamposVice-presidente: Zoroastro Henrique Santana1º Secretário: Mery Tossa Nakamura2º Secretário: Marcos Rossi Moreira1º Tesoureiro: Jorge Luiz de Mattos Zeve2º Tesoureiro: Rone Antonio Alves de Abreu

tocantins

Page 50: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

teste Quanto você sabe sobre saneantes?

50

A Revista SOBED inauguraa seção “Teste seus

conhecimentos”. Nosso objetivo é oferecer um passatempo

informativo e desafiador aos leitores da revista. Boa leitura e boa diversão!

I. Em relação aos Regulamentos Técnicos para Ser-viços de Endoscopia Digestiva, qual dos itens abai-xo é considerado incorreto?

a. Deve ter sala específica para a limpeza, desinfecção e esterilização dos equipamentos, independentemente da sala onde são realizados os procedimentos.

b. Todos os profissionais devem usar avental de te-cido e luvas nos procedimentos (Equipamento de Proteção Individual - EPI)

c. Para o reuso de produtos reprocessados, assim que o acessório for liberado do exame deverá ser imediatamente encaminhado à esterilização.

d. A limpeza completa do acessório é a primeira etapa do reprocessamento.

e. Os manuais de limpeza e desinfecção devem es-tar disponíveis e de fácil acesso aos profissionais do serviço.

II. Qual das afirmativas abaixo está incorreta?

a. Os riscos decorrentes do reuso de materiais de uso único envolvem fatores de ordem biológica, endotóxica, fisico-química, funcional e de perda de rastreabilidade.

b. O risco biológico decorre da dificuldade de limpe-za de certos materiais.

c. O risco químico é decorrente de resíduos que po-dem permanecer no material após o reprocessa-mento.

d. O risco funcional está relacionado aos danos à saúde dos técnicos de enfermagem com o manu-seio do acessório.

e. A rastreabilidade está relacionada com a capaci-dade de identificação do acessório reprocessado.

III. O reprocessamento dos endoscópios flexíveis passa por algumas etapas antes e ser armazena-do. Podemos afirmar que:

a. A limpeza é apenas uma das etapas do repro-cessamento e deve ser após o processo de de-sinfecção.

b. A limpeza é a etapa mais importante do repro-cessamento e deve preceder o processo de de-sinfecção.

c. A limpeza do aparelho deve ser superficial para não danificar o aparelho, mesmo porque não re-move agentes infecciosos.

d. As etapas do reprocessamento são na seqüência: desinfecção, secagem, limpeza residual e arma-zenamento horizontal.

IV. Quanto ao reprocessamento dos aparelhos endos-cópicos e seus acessórios, a alternativa correta é:

a. O glutaraldeído a 2% é atualmente o único de-sinfetante existente no mercado, que pode ser utilizado para endoscópios.

b. As pinças de biópsias endoscópicas são conside-radas material crítico e devem ser desinfetadas rapidamente antes de serem reutilizadas

c. A reutilização de pinças de biópsias endoscópicas é recomendada após a desinfecção de alto nível, pois assim ocorre eliminação de todos os micro-organismos, principalmente os mais elementares, como vírus, micobactérias e prions.

d. O uso de máquinas de lavar não diminui o tempo de reprocessamento dos endoscópios

Confira as respostas no site da SOBED

por Fabio Segal, Flávio Ejima e Jimi Scarparo

Page 51: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011 revista sOBeD 51

Page 52: Revista SOBED 2011 - Edição nº 12

janeiro/março 2011revista sOBeD

teste Quanto você sabe sobre saneantes?

52

A Revista SOBED inauguraa seção “Teste seus

conhecimentos”. Nosso objetivo é oferecer um passatempo

informativo e desafiador aos leitores da revista. Boa leitura e boa diversão!

I. Em relação aos Regulamentos Técnicos para Ser-viços de Endoscopia Digestiva, qual dos itens abai-xo é considerado incorreto?

a. Deve ter sala específica para a limpeza, desinfecção e esterilização dos equipamentos, independentemente da sala onde são realizados os procedimentos.

b. Todos os profissionais devem usar avental de te-cido e luvas nos procedimentos (Equipamento de Proteção Individual - EPI)

c. Para o reuso de produtos reprocessados, assim que o acessório for liberado do exame deverá ser imediatamente encaminhado à esterilização.

d. A limpeza completa do acessório é a primeira etapa do reprocessamento.

e. Os manuais de limpeza e desinfecção devem es-tar disponíveis e de fácil acesso aos profissionais do serviço.

II. Qual das afirmativas abaixo está incorreta?

a. Os riscos decorrentes do reuso de materiais de uso único envolvem fatores de ordem biológica, endotóxica, fisico-química, funcional e de perda de rastreabilidade.

b. O risco biológico decorre da dificuldade de limpe-za de certos materiais.

c. O risco químico é decorrente de resíduos que po-dem permanecer no material após o reprocessa-mento.

d. O risco funcional está relacionado aos danos à saúde dos técnicos de enfermagem com o manu-seio do acessório.

e. A rastreabilidade está relacionada com a capaci-dade de identificação do acessório reprocessado.

III. O reprocessamento dos endoscópios flexíveis passa por algumas etapas antes e ser armazena-do. Podemos afirmar que:

a. A limpeza é apenas uma das etapas do repro-cessamento e deve ser após o processo de de-sinfecção.

b. A limpeza é a etapa mais importante do repro-cessamento e deve preceder o processo de de-sinfecção.

c. A limpeza do aparelho deve ser superficial para não danificar o aparelho, mesmo porque não re-move agentes infecciosos.

d. As etapas do reprocessamento são na seqüência: desinfecção, secagem, limpeza residual e arma-zenamento horizontal.

IV. Quanto ao reprocessamento dos aparelhos endos-cópicos e seus acessórios, a alternativa correta é:

a. O glutaraldeído a 2% é atualmente o único de-sinfetante existente no mercado, que pode ser utilizado para endoscópios.

b. As pinças de biópsias endoscópicas são conside-radas material crítico e devem ser desinfetadas rapidamente antes de serem reutilizadas

c. A reutilização de pinças de biópsias endoscópicas é recomendada após a desinfecção de alto nível, pois assim ocorre eliminação de todos os micro-organismos, principalmente os mais elementares, como vírus, micobactérias e prions.

d. O uso de máquinas de lavar não diminui o tempo de reprocessamento dos endoscópios

Confira as respostas no site da SOBED

por Fabio Segal, Flávio Ejima e Jimi Scarparo