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Revista Nossa Uenf Junho 2011, ano 4, numero 1

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Equipe TécnicaFúlvia D’Alessandri e Gustavo Smiderle (jornalistas responsáveis)

Alexsandro Cordeiro, Felipe Moussallem e Marcus Cunha (projeto gráfi co e diagramação)Nilza Franco Portela (técnica de nível superior)

Elizabeth Cordeiro Silva (auxiliar técnico-administrativo)Bárbara Pimenta, João Ventura, José Victor Matias, Mário Sérgio de

Souza, Paolla Martinez e Lys de Miranda, Perla Tavares (estagiários, distribuição)

Tiragem: 10 mil exemplares - Distribuição: gratuita e dirigidaImpresso por: Primeira Impressão - Borzan Indústria Gráfi ca e Editora Ltda

Ascom: (22) 2739-7119 / 0800-025-2004 / [email protected] Reitoria: (22) 2739-7003

www.uenf.br

ExpedienteUniversidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF

Nesta Edição Rumo àexpansão

Governador do EstadoSérgio Cabral

Secretário de Ciência e TecnologiaAlexandre Aguiar Cardoso

ReitorAlmy Junior Cordeiro de Carvalho

Vice-reitorAntonio Abel Gonzalez Carrasquilla

Diretor do CBBArnoldo Rocha Façanha

Diretor do CCT Alexandre de Moura Stumbo

Diretora do CCH Teresa de Jesus Peixoto Faria

Diretor do CCTA Hernán Maldonado Vásquez

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A face conservadora de Campos

Esterilização sem dor

Convivendo com o inimigo

Entrevista / Silvério de Paiva Freitas

Comunidades digitais

Limpeza sustentável

Ciência ‘descomplicada’

Tecnologia gerando royalties

Vencendo etapas

Combate aos carrapatos

O tráfi co por dentro

Teses e dissertações

UENF é a 13ª do país

Eventos científi cos

Em agosto de 1993, os municípios de Campos dos Goytacazes e Macaé começavam a ver concretizado um de seus mais antigos sonhos — o de abrigar uma universidade pública. Dezoito anos se passaram, muitas lutas foram travadas, e hoje a UENF, já consolidada, se prepara para ir além de suas fronteiras.

Na gestão que se encerra, entre diversas conquistas, conseguimos elaborar e aprovar no Conselho Universitário projetos de expansão da Universidade em Macaé e para o Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, com as principais diretrizes. Colocá-los em prática é um dos desafi os da futura gestão, que tem à frente o professor Silvério de Paiva Freitas. Nesta edição, Silvério afi rma que as condições políticas, hoje, são plenamente favoráveis tanto à expansão externa quanto interna da UENF.

Para nós, o momento não é só oportuno como exige da UENF condições para acolher as demandas regionais de formação profi ssional, notadamente nas áreas de engenharia e saúde — conforme diagnosticado pela comissão encarregada de planejar a expansão da Universidade. Uma coisa é certa: sem a expansão da UENF, difi cilmente será possível fazer cumprir as metas expressas no Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, recentemente lançado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro.

Nesta revista, o leitor verá que a UENF já ultrapassou a marca das duas mil teses e dissertações — refl exo do modelo de Universidade que prioriza a pesquisa, implantado por Darcy Ribeiro. A força da pesquisa na UENF também pode ser medida no crescimento da cooperação científi ca com instituições estrangeiras. É o caso da pesquisa visando à obtenção de uma vacina universal contra o carrapato, que está unindo cientistas brasileiros, uruguaios e japoneses — tema de uma das reportagens desta edição.

Os refl exos da ênfase à pesquisa podem ser sentidos também na qualidade do ensino ofertado pela UENF. Nesta edição, mostramos vários casos de estudantes da UENF que, em curto espaço de tempo, construíram carreiras de sucesso em empresas e universidades no Brasil e no exterior. Muitos deles já saem da UENF direto para o mercado de trabalho.

Nesta edição, o leitor verá ainda que, pela primeira vez em sua história, a UENF está recebendo royalties sobre a comercialização de um produto desenvolvido por seus pesquisadores. Os royalties incidem sobre as sementes do mamão UENF Calimosa, primeiro híbrido de mamão Formosa genuinamente brasileiro.

Isso e muito mais. Boa leitura!

Almy Junior - reitorAbel Carrasquilla – vice-reitor

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O Coronel Ponciano de Azeredo Furtado não morreu. Personagem principal do livro O Coronel e o Lobisomem, do campista José Cândido de Carvalho (lançado em 1964), ele continua vivo no conservadorismo que ainda se mantém em Campos dos Goytacazes. É o que acredita a professora Marinete dos Santos Silva, que acaba de lançar o livro “Gênero, poder e tradição na terra do Coronel e do Lobisomem”, reunindo artigos acadêmicos do Atelier de Estudos de Gênero (Ategen) do Centro de Ciências do Homem (CCH) da UENF, do qual é coordenadora.

Com 160 páginas, o livro foi editado pela Quartet, com apoio fi nanceiro da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O lançamento ocorreu em novembro de 2010, durante a Semana Acadêmica de Ciências Humanas da UENF. Os quatro artigos que compõem a obra provêm de monografi as de conclusão de curso e dissertações de mestrado desenvolvidas sob orientação da professora Marinete ao longo dos últimos anos.

— Considero emblemático o livro de José Cândido Carvalho na tarefa de traduzir a realidade campista, daí o título do livro. Estamos diante de um campo sui generis, onde as mudanças e as permanências, sobretudo estas últimas, funcionam como desafi os constantes — afi rma Marinete.

Segundo a professora, o livro é uma forma de dar luz a temas, no mínimo, “incômodos”. É o caso do artigo “Homofobia, violência e justiça em Campos dos Goytacazes”, assinado pelo professor universitário Fábio Pessanha Bila, que realizou a pesquisa quando era aluno do curso de Ciências Sociais na UENF. No artigo, ele relata dois casos famosos de violência contra homossexuais em Campos — um contra um médico e o outro contra um padre. A pesquisa analisa a forma como a Justiça e a mídia trataram os dois casos.

Já no artigo “A TFP em Campos dos Goytacazes: a participação feminina e a luta pela unidade”, André Pizetta Altoé, também formado em Ciências Sociais pela UENF, mergulha no universo da organização católica Tradição, Família e Propriedade, onde as mulheres ainda são vistas como um “perigo” à castidade exigida de seus membros e, por este motivo, continuam a ser excluídas de seus quadros.

A face conservadora de CamposProfessora da UENF reúne em livro pesquisas sobre homossexualidade,

violência contra a mulher, Aids e TFP

Um lado que nem sempre é mostrado na questão da violência contra a mulher vem à tona no artigo “Mulher gosta de apanhar? Violência contra a mulher e condicionantes jurídicos. O caso do Juizado Especial Criminal em Campos dos Goytacazes”, assinado pela ofi cial de Justiça Carla Aparecida de Azevedo. Na pesquisa, ela mostra como a ação conciliadora do Juizado às vezes pode contribuir para a não punição dos agressores.

E no artigo “Mulheres e Aids na comunidade do Matadouro em Campos dos Goytacazes”, a assistente social Maria Helena Ribeiro Barros mostra o quanto é difícil para as mulheres de uma comunidade pobre de Campos precaverem-se contra a Aids. A pesquisa mostra as estratégias utilizadas por estas mulheres para induzirem seus companheiros a fazerem uso do preservativo.

— Falar de homossexualidade, Aids, espancamento de mulheres e da participação feminina na TFP nos pareceu bastante oportuno. O desejo de compreender Campos dos Goytacazes nos conduziu a uma releitura do livro O Coronel e o Lobisomem. Nele as mulheres são secundárias, aparecem apenas em referência às questões de cama e mesa. A Planície Goitacá funciona como um repositório de personagens típicos de um Brasil profundo que

teima em permanecer mesmo com a chegada do século XXI — afi rma Marinete.

O livro traz ainda um texto de apresentação da professora Ismênia de Lima Martins (UFF) e prefácio

da própria Marinete, intitulado “No embate entre o Coronel e o Lobisomem, sobrou para as mulheres”. Para Marinete, o município de Campos é um “microcosmo especial” no que se refere às relações de gênero.

— O quadro baixíssimo de IDH, equivalente ao de algumas localidades do Nordeste, é emoldurado por um enorme conservadorismo que

caracteriza os segmentos sociais mais aquinhoados. A descoberta recente de casos de trabalho escravo nas

fazendas ligadas ao cultivo da cana e a existência da igreja católica tradicionalista e do grupo católico Tradição,

Família e Propriedade (TFP) dão a exata dimensão do que estamos afi rmando — afi rma Marinete.

últimas, funcionam como desafi os constantes — afi rma Marinete. Segundo a professora, o livro é uma forma de dar

luz a temas, no mínimo, “incômodos”. É o caso do artigo Homofobia, violência e justiça em Campos dos

”, assinado pelo professor universitário Fábio Pessanha Bila, que realizou a pesquisa quando era aluno do curso de Ciências Sociais na UENF. No artigo, ele relata dois casos famosos de violência contra homossexuais em Campos — um contra um médico e o outro contra um padre. A pesquisa analisa a forma como a Justiça e a mídia trataram os

A TFP em Campos dos Goytacazes: a participação feminina e a luta pela

mergulha no universo da organização católica Tradição, Família e Propriedade, onde as mulheres ainda são vistas como um “perigo” à castidade exigida de seus membros e, por este motivo, continuam a ser excluídas de seus

teima em permanecer mesmo com a chegada do século XXI — afi rma Marinete.

O livro traz ainda um texto de apresentação da professora Ismênia de Lima Martins (UFF) e prefácio

da própria Marinete, intitulado “No embate entre o da própria Marinete, intitulado “No embate entre o da própria Marinete, intitulado “Coronel e o Lobisomem, sobrou para as mulheresPara Marinete, o município de Campos é um “microcosmo especial” no que se refere às relações de gênero.

— O quadro baixíssimo de IDH, equivalente ao de algumas localidades do Nordeste, é emoldurado por um enorme conservadorismo que

caracteriza os segmentos sociais mais aquinhoados. A descoberta recente de casos de trabalho escravo nas

fazendas ligadas ao cultivo da cana e a existência da igreja católica tradicionalista e do grupo católico Tradição,

Família e Propriedade (TFP) dão a exata dimensão do que estamos afi rmando — afi rma Marinete.

Marinete dos Santos Silva

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Esterilização sem dorTecnologia da UENF que substitui castração cirúrgica de animais é premiada no Salão

Brasileiro do Inventor e obtém medalha de bronze em Feira Internacional

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Usada para “acalmar” o gado e tornar mais fácil o seu manejo, a castração de bovinos é uma prática comum na maioria das propriedades rurais brasileiras. No entanto, são poucos os criadores dispostos a arcar com os custos de um procedimento menos doloroso, através do uso de anestésicos. Uma tecnologia desenvolvida pelo Laboratório de Reprodução e Melhoramento Genético Animal (LRMGA) da UENF pode pôr um fim ao sofrimento dos animais sem que o produtor tenha que gastar mais por isso: a castração biológica.

Considerada a melhor invenção do Salão Brasileiro do Inventor de 2009 e medalha de bronze na categoria Biotecnologia da Taipei International Invention Show (Feira Internacional de Inventos de Taipei), em Taiwan, a tecnologia vem sendo desenvolvida pelo doutorando Marcelo Vivacqua, do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da UENF. Marcelo tem a orientação do professor Francisco Aloizio da Fonseca, do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA) da UENF. O Salão do Inventor de 2009 foi organizado

pelo Instituto Brasileiro de Inovação (IBI). Já a feira Taipei International ocorreu em setembro de 2010 e teve a UENF como única universidade da América Latina participante.

Vivacqua desenvolveu um produto à base de duas substâncias: a papaína, presente no mamão, e o ácido lático, que se encontra nos laticínios. A técnica consiste na aplicação de uma dose única deste produto — cuja patente já foi requerida ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e no PCT (Patent Council Treaty) — nos testículos dos animais.

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Após a aplicação, é desencadeado um processo inflamatório que, embora torne o animal estéril, não causa nenhum efeito colateral.

— Ocorre uma lesão nervosa e, com isso, uma desconexão entre os testículos e o cérebro do animal. Por isso ele não sente nenhuma dor, o que pode ser comprovado pelo fato de que, quando recebe a injeção, ele continua de pé e não emite nenhum som. O próprio organismo se encarrega de eliminar a inflamação, não havendo nenhum risco ao animal — afirma Vivacqua, que começou a desenvolver o produto há cerca de dez anos.

Ele observa que a castração biológica pode acabar também com a contaminação da carne por anabolizantes, utilizados como substitutos da castração. Os anabolizantes são hormônios femininos que servem para “acalmar” os animais não castrados, que geralmente são mais agressivos. O problema é que nem sempre os produtores respeitam o tempo de carência preconizado para o uso destas drogas, fazendo com que elas estejam presentes na carne consumida pela população.

— Além de evitar o sofrimento do animal, a castração biológica é muito mais vantajosa para o produtor. Como o processo é interno, não existe ferida. Sabe-se que, com a castração cirúrgica, muitos animais morrem por causa de infecções — diz o doutorando, lembrando que o produto poderá ser utilizado também em todos os mamíferos, incluindo equinos, cães e suínos. A previsão é de que possa ser comercializado até o final de 2011, mas antes disso deverá passar pelo crivo do Ministério da Agricultura.

Ele observa que já existem no mercado produtos químicos para castração de cães e suínos. No entanto, eles causam muitos efeitos colaterais. Um produto utilizado em suínos, como vacina, foi rejeitado por consumidores europeus devido à possibilidade de causar esterilidade também nos seres humanos, se injetado por acidente. Vivacqua garante que, em relação ao produto que está sendo desenvolvido na UENF, isto está fora de cogitação.

— As substâncias não causam nenhum problema ao ser humano, até porque elas já estão presentes em produtos alimentícios. Inclusive um dos testes feitos é o de degustação — diz.

Formado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Viçosa (UFV ) e mestre

em Produção Animal pela UENF, Vivacqua acredita que a castração biológica pode desempenhar papel fundamental na saúde pública, dada a dificuldade de castrar cirurgicamente cães que vivem abandonados nas ruas. Segundo ele, muitas prefeituras já demonstraram interesse em adquirir o produto com esta finalidade.

— A ideia surgiu quando eu soube da castração química feita em pedófilos dos EUA. Pensei: por que não desenvolver algo parecido para os animais? Além disso, eu nunca me conformei em ver o sofrimento dos animais. A castração, infelizmente, é feita de forma medieval, sem anestesia. Ainda tenho em mente o juramento que fiz quando recém-formado, no qual prometi zelar pelo bem-estar dos animais — conclui.

Marcelo Vivacqua

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Convivendo com o inimigo

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Coevolução entre patógenos e humanos

Temos a tendência a achar que a ciência e a tecnologia, no formato em que se encontram agora ou em que se encontrarão em 20 anos, po-derão resolver a maior parte dos pro-blemas de saúde enfrentados pela humanidade, particularmente aque-les ligados a doenças causadas por micro-organismos patogênicos. No entanto, vários destes organismos, chamados aqui de parasitas ou pató-genos, convivem com a espécie hu-mana há pelo menos quatro milhões de anos, desde o paleolítico. Naque-le período as populações humanas eram pequenas, viviam dispersas, e eram caçadoras-coletoras. Contudo, já carregavam consigo parasitas que coevoluiram com seus ancestrais pré-hominídeos tais como o piolho (Pediculus humanus), os helmintos Enterobius vermicularis e Trichuris trichiura (causadores da oxiurose e tricuriose, respectivamente, pa-rasitoses do cólon terminal, reto e intestino grosso). Ascaris lumbricoi-des e Ancylostoma duodenale são também helmintos que coevoluíram com nossos ancestrais.

O parasita unicelular causador da malária (Plasmodium falci-parum), juntamente com outros protozoários intracelulares como Trypanosoma gambiense (causador da doença do sono) e as bactérias Salmonella enterica (diarreia), Salmonella thyphimurium (febre tifoide), Staphylococcus epidermis ou saprophyticus (relacionados a

piodermatite e infecções do trato urinário feminino, respectivamen-te), também parecem ser herança dos pré-hominídeos, embora sua comprovação requeira estudos mo-leculares mais aprofundados. Existe uma parte da parasitologia dedicada à identifi cação destas relações, cha-mada Paleoparasitologia, que é ex-tremamente interessante e na qual o Brasil se destaca em estudos realiza-dos na Fiocruz e na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP).

Com o domínio da agricultura no Neolítico, houve uma mudança nos hábitos alimentares e de deslo-camento, tornando as populações sedentárias e parado xalmente, em termos nutricionais, mais pobres, em decorrência da falta de diversi-

dade de sementes e caça que antes era encontrada durante o desloca-mento de uma dada tribo. Estes as-sentamentos trouxeram maior pro-ximidade entre os seres humanos e animais. Progressivamente, proble-mas ligados às condições sanitárias destas comunidades passaram a se acumular. Surgem nesse período as zoonoses, causadas por micro-orga-nismos que têm como hospedeiros (alvos) primários animais e apenas eventualmente infectam humanos. Estes podem ser infectados através de picadas de inseto, ingestão de carne de animais contaminada ou através da contaminação de mor-didas infl igidas por outros animais. Estão entre as zoonoses que atingi-ram as populações agrícolas durante

o estabelecimento das primeiras ci-dades no velho mundo a fasciolose (Fasciola hepatica, transmitida pelo porco, pela cabra); a “tênia do peixe” Diphyllobothrium latum; Taenia sp (transmitida pelo boi ou pelo por-co); entre muitas outras. Diversas infecções bacterianas se propagaram na espécie humana quando da do-mesticação de animais para a pro-dução, tais como brucelose, antrax, tuberculose. Estas práticas iniciais da agroprodução já geravam surtos de expansão de mosquitos como o Anopheles gambie, transmissor da malária, em função do desequilíbrio causado pelas queimadas para a co-lheita e pela geração de reservatórios de água parada.

O desenvolvimento de centros

Da esquerda para a direita, de cima para baixo, os patógenos são:

os helmintos Ascaris lumbricóides, Enterobium vermiculatus e ovos de

Trichuris sui; o parasita Plasmodium falciparum, as bactérias Mycobac-

terium tuberculosis MDR e Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC),

e o parasita Toxoplasma gondii.

Andrea C. Vetö Arnholdt *

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urbanos trouxe o agravamento dos problemas sanitários e de abasteci-mento de água, e com eles surtos de cólera, de tifo, da peste negra, doen-ças de origem bacteriana. Doenças virais, antes raras, passaram a circular na população, dada a concentração de indivíduos em grandes populações (acima de um número mínimo de indivíduos para a manutenção da do-ença em termos transmissionais), tais como sarampo, caxumba, catapora e a varíola. Esta última foi a primeira doença completamente eliminada em sua transmissão endêmica através de campanhas de vacinação. O último caso relatado foi no Sudão, África, em 1977.

O exemplo do vírus do sarampo é bastante ilustrativo para entendermos como estes patógenos, originalmente encontrados em animais domésticos, podem se diferenciar e se tornar ca-racterísticos da espécie humana. Pes-quisas recentes sugerem que este ví-rus, do gênero Morbillivirus, teve os

primeiros surtos epidêmicos datados dos séculos 11 e 12. Análises genéti-cas e antigênicas mostram que este vírus, chamado aqui de MeV, é muito semelhante ao vírus da peste bovina (chamado de RPV), e o convívio em proximidade entre humanos e bovi-nos foi o promotor da sua adaptação ao homem. Na arquitetura pré-medie-val e medieval, não raro havia nichos internos nas casas para o os animais, já que estábulos eram encontrados apenas nas propriedades mais abasta-das. Graças ao avanço das tecnologias de sequenciamento gênico e das aná-lises em bancos de dados através de diferentes plataformas e softwares, é possível fazermos uma regressão evo-lutiva, chamada de “molecular clock analysis”, que, baseada nos padrões fenotípicos de amostras virais cole-tadas em diferentes períodos, ou de diferentes vírus, é capaz de converter a distância genética em tempo. Assim, pode-se chegar ao “período do ances-tral comum mais recente” (TMRCA)

As epidemias e pandemias

estimado para o vírus do sarampo circulante hoje, que data aproximada-mente de 1943. Com esta técnica, foi estimado que os vírus MeV e RPV di-vergiram entre os anos de 1074-1171. Contudo, não é eliminada a hipótese de que tenha havido um ancestral co-mum, que tenha então originado o vírus humano e o bovino.

Nestes muitos anos de coevolu-ção, micro-organismos também ser-viram e servem como reguladores do sucesso da espécie humana. Alguns pensadores argumentam que indiví-duos debilitados de alguma maneira são mais susceptíveis a infecções, e que sua eliminação seria parte do processo de manutenção de um esto-que genético saudável. Dessa forma, o ser humano adapta o seu sistema imunológico à eliminação do pató-geno. Há, porém, exemplos de pató-genos extremamente bem sucedidos evolutivamente, como o Toxoplasma gondii. Este parasita intracelular in-fecta o hospedeiro, levando a princí-

pio danos controlados a este, man-tendo-se no indivíduo após o perío-do inicial de infecção aguda, em uma relação de equilíbrio parasita-hospe-deiro. Através de diversas estratégias de escape do sistema imunológico, o T. gondii se mantém na população, sem destruí-la. Existe uma corren-te de pensamento que atribui à eli-minação de diversos helmintos em populações humanas dos países de-senvolvidos o aumento de doenças crônico-degenerativas de cunho imu-nológico, como as doenças de Crohn e a esclerose múltipla. Modelos ex-perimentais de indução destas doen-ças em camundongos mostram que a administração de ovos de helmintos leva a uma diminuição da severidade das reações autoimunes causadoras destas patologias. Sendo assim, será que poderíamos considerar alguns dos patógenos que coevoluiram com os hominídeos primitivos, e que são presentes até hoje na espécie huma-na, como nossos simbiontes?

O aumento da mobilidade das populações humanas, o estabeleci-mento de rotas comerciais, a revolu-ção industrial e as grandes guerras foram os principais responsáveis pela disseminação de bactérias e vírus em escalas pandêmicas, isto é, com carac-terísticas de epidemias que atingem um ou mais continentes. O melhor exemplo de pandemia são as infec-ções pelo vírus Influenza, causador da gripe. Apesar de os primeiros relatos de pandemias de gripe datarem de 1889 com a gripe asiática (Influenza subtipo H2N8), e de 1918 (Influenza subtipo H1N1) com a gripe espanhola (a mais conhecida, com um saldo de mortes de aproximadamente 50 mi-lhões de pessoas), há evidências his-tóricas de que o vírus é responsável por surtos epidêmicos desde a Idade Média. A mais recente pandemia foi a de 2009, quando o H1N1 se espalhou

por todos os continentes, tendo ori-gem no México. Porém, mesmo com milhões de casos reportados, apenas 16.813 mortes foram oficialmente do-cumentadas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). O vírus Influenza é um vírus capaz de manter-se tanto em populações humanas quanto em populações animais. Na verdade, a “gripe suína” é uma herança da dife-renciação da forma humana do vírus H1N1, que no início do século 20 sal-tou do homem para o porco, dando origem a duas linhagens de H1N1, uma humana e uma suína. O vírus H1N1 humano continuou circulando após a pandemia de 1918, e em 2009 atingiu escalas pandêmicas novamen-te.

Já a gripe aviária, causada pelo ví-rus Influenza subtipo H5N1, parece ter tido sua origem através da mistura dos genes do vírus humano e do vírus

aviário. As aves, especialmente as aves aquáticas selvagens, são reservatórios de todos os subtipos de Influenza já identificados. O surto de gripe aviária teve origem na China, e até o presen-te se espalhou por 60 países causando cerca de 280 mortes. Porém, o vírus continua circulando em aves, tanto selvagens quanto de cativeiro, poden-do transmitir-se para mamíferos, con-taminando ocasionalmente alguns in-divíduos. Mas não é transmitida ainda de humano para humano, o que o mantém sob controle. No entanto, os virologistas ainda não têm claro como se dão estes saltos de animais para humanos, e como o vírus se adapta para escapar da resposta imunológica do hospedeiro humano. Vários são os grupos que se dedicam a estes estu-dos, com o intuito de prever ou pelo menos minimizar os efeitos de uma pandemia eventualmente causada

pelo H5N1. O vírus HIV também é resultado

de um salto entre espécies. Estudos realizados em Los Alamos, no Novo México, utilizando supercomputa-dores para a análise de mais de 160 subtipos de HIV do início dos anos 2000, mostram que dez dos onze sub-tipos M de HIV são oriundos de um único ancestral comum, num padrão característico de adaptação de uma es-pécie para outra. Estes estudos datam esta divergência entre 1910 e 1930. Porém, de que modo o vírus saltou dos chimpanzés para o homem não é inteiramente sabido ainda. Existem sugestões de que o desmatamento de regiões de floresta para dar lugar a fazendas, o hábito de aprisionar, de vender animais empalhados e até de comê-los são condições favoráveis para esta adaptação de uma espécie para a outra.

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Andrea C. Vetö ArnholdtLaboratório de Biologia do Reconhecer

Centro de Biociências e BiotecnologiaUniversidade Estadual do Norte Fluminense

[email protected]

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A saúde (ou a doença) globalizada

A tecnologia a favor do patógeno

Nas últimas décadas, temos presenciado o surgimento e ressurgimento de patógenos que, graças ao uso indiscriminado de antibióticos, apresentam características de resistência a múltiplas drogas. Existem cepas de Mycobac-terium tuberculosis , bacilo causador da tuberculose, caracterizadas como resistentes a drogas de primeira linha, rifampicina e isoniazida, as MDRs e cepas resistentes a drogas de segunda linha como etambutol e piraziami-da, conhecidas como XDR (extremamente resistentes). O tratamento para a tuberculose é um tratamento lento, de seis meses ininterruptos de admi-nistração diária de doses controladas de medicamento. Infelizmente, após algumas semanas de tratamento, o paciente sente uma melhora considerável e abandona o tratamento sem que tenham sido eliminadas todas as bactérias. Este comportamento favorece o crescimento das bactérias que sobreviveram à administração do antibiótico, ou seja, as resistentes. Estas bactérias resisten-tes àquele determinado antibiótico permanecem no indivíduo e contaminam outros indivíduos que, ao utilizarem aquele antibiótico, não serão capazes de

eliminar estas micobactérias. São estimados meio milhão de casos de MDR e XDR em cerca de 46 países em todo o mundo. No entanto, presume-se que estes números sejam subestimados, uma vez que são necessárias ferramentas de diagnóstico molecular disponíveis para a correta identifi cação do bacilo resistente.

O mais recente caso de resistência a antibióticos está sendo noticiado nes-te momento: a superbactéria KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase). É uma cepa modifi cada de K. pneumoniae que apresenta uma enzima em um plasmídio, uma beta-lactamase capaz de hidrolisar derivados carbapenêmi-cos. Estes plasmídios são transferidos de geração para geração de bactérias, e hoje já são observados em Israel, China, Taiwan, Grécia, Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil. Alguns isolados de K. pneumoniae da Grécia são resistentes a todos os -lactâmicos e combinações de inibidores de -lactamases (ampicilina, ampicilina/sulbactam, amoxicilina/acido clavulânico, cefalosporina, piperaciclina, ciprofl oxacina, entre outros).

Estes exemplos mostram que a evolução da ciência nas últimas décadas é capaz de esclarecer muitos detalhes sobre a evolução da relação patógeno-hospedeiro. É capaz de desenvolver ferramentas de diagnóstico precisas e medicamentos capazes de conter a disseminação de vários dos micro-organis-mos que são problemas de saúde pública. Porém, falhas no sistema de saúde, promovendo o uso indiscriminado de antibióticos, e mais grave ainda, a falta de acesso igualitário à saúde em um mundo globalizado contribuem para a permanência destes patógenos nas populações humanas e em seus reservató-rios. O último relatório da OMS sobre os fatores de risco globais para a saúde estima que dois milhões de crianças com idade inferior a cinco anos morrem por ano em consequência da má nutrição e da falta de acesso à água tratada. Obviamente que tais condições são principalmente observadas em países de baixa renda, fazendo com que, dos 17% das mortes por diarreia no mundo, 73% delas aconteçam nestes países. Para as mortes por sarampo, doença para a qual existe uma vacina extremamente efi caz, dos 4% mundiais, 47% dos casos de morte ocorrem em países de baixa renda, onde a cobertura vacinal é de apenas 60% da população. Aliado a estes índices, está a distribuição precária de medicamentos na rede pública, que atende a apenas 44% da população.

Outro estudo da OMS mostra que, em cenários de mudança climática ten-dendo à estabilização da emissão de CO2 em 750ppm, os custos do tratamen-to de doenças como a diarreia e a malária chegarão, em 2030, a 4-12 bilhões de dólares. Isto é aproximadamente o gasto de todo o mundo em assistência médica. É necessário que os governos entendam a saúde sob a perspectiva global de adaptação e transmissibilidade de micro-organismos e entendam a característica globalizada da saúde. É preciso que entendam que a manuten-ção de um mundo saudável reside não apenas no conhecimento das interre-lações entre humanos e patógenos, mas nas condições igualitárias de acesso a informação e a base econômica necessária a este estado de equilíbrio.

Principais causas de morte de crianças abaixo de 5 anos segundo a OMS (2004)

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Pós-GraduaçãoGraduaçãoAgronomia

Ciência da Computação e Informática

Ciências Biológicas

Ciências Sociais

Engenharia Civil

Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo

Engenharia de Produção

Engenharia Metalúrgica

Licenciatura em Biologia

Mestrado e DoutoradoBiociências e Biotecnologia Ciência Animal Ciências Naturais Ecologia e Recursos Natu-rais Engenharia de Reservatório e de Exploração Engenharia Civil Engenharia e Ciência dos Materiais Genética e Melhoramento de Plantas Produção Vegetal Sociologia Política

Licenciatura em Ciências Biológicas a Distância

Licenciatura em Física

Licenciatura em Matemática

Licenciatura em Pedagogia

Licenciatura em Química

Licenciatura em Química a Distância

Medicina Veterinária

Zootecnia

MestradoCognição e LinguagemEngenharia de ProduçãoPolíticas Sociais

Presença da UENF no RJ

Pós-GraduaçãoPós-GraduaçãoGraduação

Presença da UENF no RJ

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SiSU/EnemSUA PORTA DE

ENTRADA PARA A UENF

O acesso aos cursos de graduação presenciais da UENF é feito através do Sistema de Seleção

Unifi cada (SiSU), que utiliza a prova do Enem como único critério de seleção

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Entrevista / Silvério de Paiva Freitas, reitor eleito da UENF

Silvério de Paiva Freitas, eleito reitor da UENF aos 58 anos, é um cientista formado na interação entre o saber acadêmico e o conhecimento popular. Foi assim quando atuou durante 11 anos com extensão rural no baixo Rio Amazonas, onde conviveu com populações indígenas e pequenos produ-tores. Na UENF desde 1997, ocupou vários cargos e chegou a pró-reitor de

Extensão e Assuntos Comunitários. Eleito com apoio do reitor Almy Junior e com larga margem entre os três segmentos da comunidade universitária – 71% dos votos válidos entre os técnicos, 62% entre os alunos e 50% entre os professores -, Silvério quer unir a UENF em torno de objetivos comuns e de um ideal de ‘harmonia’ em meio às divergências. Leia a entrevista:

NOSSA UENF: Quando foi o primeiro mo-mento em que a ideia de vir a ser reitor de uma universidade passou pela sua cabeça?

Silvério: Sinceramente, não imaginei. Tra-balhei sempre com muito empenho, mas sem nenhuma pretensão pessoal.

NOSSA UENF: Mas em algum momento a possibilidade se ofereceu...

Silvério: Muita gente me solicitou isso. Em várias reuniões, trabalhadores, estudantes, professores, muitos me cobravam que me apre-sentasse como candidato. Então, percebi que havia uma aceitação muito grande na comuni-dade, o que é uma consequência do trabalho que desenvolvo na UENF desde 1997, quando aqui cheguei. Trabalhei no antigo Modelo de Fazenda, no Colégio Agrícola, como responsá-vel de campo na parte de Agronomia. Depois fui chefe de laboratório, eleito duas vezes pe-los professores do laboratório. Depois fui di-retor de Centro, também eleito – aí por pro-fessores, estudantes e técnicos – e fi nalmente atuei como pró-reitor de Extensão e Assuntos

Comunitários. Então, houve toda uma trajetó-ria que nunca teve outra pretensão que não fosse a de trabalhar pela nossa Universidade.

NOSSA UENF: De certo modo, esses cargos de muita responsabilidade são um ‘abacaxi’, não acha?

Silvério: Eu vejo como um desafi o, mas a UENF tem uma equipe muito dinâmica e comprometida com o futuro da Universida-de. Entendo que o desafi o não é individual, mas coletivo, e por isso tem toda chance de ser bem sucedido. A nossa vitória, minha e do professor Edson (Édson Corrêa d a Silva, vice-reitor eleito), foi o resultado de um trabalho de equi-pe, desde a formação da chapa até o d e s e n r o l a r da campanha. Nossa expec-tativa é que a equipe traba-

lhe com muita dedicação para a gente avançar no ensino, na pesquisa, na extensão, sempre preservando o comprometimento com a qua-lidade em tudo o que se faz. Queremos conti-nuar crescendo, sendo bem avaliados interna e externamente, sempre pensando na relevância social do nosso trabalho, no seu retorno para a comunidade. Esta é a nossa visão do desafi o que temos.

NOSSA UENF: Qual seria o primeiro gesto, o primeiro ato do reitor uma vez empossado?

Silvério: Precisamos atuar o mais rápido possível no sistema de tecnologia de informa-ção, modernizar a Universidade nesta área. Também temos muita expectativa para ver avançada a implementação do projeto de aces-sibilidade na UENF, como forma de evitar a ex-clusão de pessoas portadoras de necessidades especiais. Queremos continuar fortalecendo os mecanismos de ingresso e permanência de estudantes na nossa Universidade: apoiar os dois cursinhos de pré-vestibular, ver o Res-taurante Universitário funcionando, fortalecer os programas de bolsas de apoio para alunos carentes, e assim por diante. Temos uma gran-de motivação para buscarmos a melhoria da qualidade dos nossos cursos, das aulas prá-ticas, de toda a estrutura de apoio à melhor formação possível dos estudantes em sua passagem pela UENF. Na pós-graduação,

área em que o professor Edson (vice-

Rumo certo e harmonia

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Fotos: Alexsandro Cordeiro

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reitor eleito) pode ter uma participação toda especial em vista de sua experiência na Pró-Reitoria, queremos dar o salto da internacio-nalização nos programas bem avaliados e for-talecer os cursos que estão com conceito 3. Isto não será feito, nem poderia, por decisão do reitor. Vamos motivar os professores envol-vidos nos diversos programas a buscar juntos soluções que levem ao avanço nos nossos con-ceitos junto à Capes. Na verdade avançamos bem no último triênio, pois na avaliação ante-rior tínhamos tido dois programas inicialmente descredenciados, o que só foi revertido após o julgamento dos recursos. No último triênio, ao contrário, não passamos nenhum susto e ain-da tivemos melhoria de conceito fi nal em dois programas: Engenharia de Reservatório e de Exploração, que passou de 3 para 4, e Genéti-ca e Melhoramento de Plantas, que passou de 4 para 5. Na extensão, o caminho é dar sequ-ência aos muitos projetos que estão surgindo e se encorpando nos últimos anos, oxigenando

cada vez mais a ins-tituição com a

m e t o d o -logia da p e s q u i -sa-ação. A g o r a e m 2011 ti-vemos a

aprovação de 102 projetos de extensão, que promovem o intercâmbio do conhecimento acadêmico com o saber popular e signifi cam crescente participação da comunidade. Tenho muita convicção de que estamos no caminho certo também nesse fortalecimento da exten-são, que é uma maneira propriamente acadê-mica de dar retorno à sociedade, ao lado da formação de bons profi ssionais e do desenvol-vimento de pesquisas de interesse público.

NOSSA UENF: A UENF parece consolidada como uma das 15 melhores universidades do país, segundo as avaliações do Ministério da Educação (IGC) nos últimos três anos. Mas daria para sonhar com uma ascensão que per-seguisse, por exemplo, estar entre as dez ou entre as cinco melhores?

Silvério: Sonhar é permitido, aliás sonhar é vital. Claro que um avanço como esse depen-de da dedicação de todos, mas acho que esse salto é o objetivo de todos os membros da co-munidade universitária. Temos que perseguir a melhoria constantemente, buscar a consolida-ção do que temos e o crescimento com inova-ção no que ainda não temos.

NOSSA UENF: O senhor não acha que, pre-valecendo certa ótica qualitativa nas avaliações ofi ciais, a UENF poderia ter pretensões ainda mais audaciosas? Digo isto em função de toda a singularidade desta instituição, sobretudo a partir de sua matriz em Darcy Ribeiro.

Silvério: Não tem dúvi-da. O professor Almy Ju-

nior, nosso atual reitor, de quem tive a honra de receber o apoio na

eleição, costu-ma dizer

q u e

precisamos celebrar mais as nossas vitórias, pessoais e institucionais. Não é fazer um ‘oba oba’ alienante, mas transformar as conquistas em plataforma para novos avanços. Neste sen-tido acho que você está certo: estamos muito bem nas avaliações ofi ciais e mesmo em avalia-ções não ofi ciais, mas isto deve ser um com-bustível para a gente galgar mais. Por outro lado, não podemos esquecer a necessidade de expansão propriamente quantitativa, pois ela é fundamental. No ensino presencial do Consór-cio CEDERJ, por exemplo, nossa disposição é que a UENF esteja em um número ainda maior de polos, em mais regiões do estado, dando mais oportunidades a quem está fora do circui-to do ensino público presencial. Nossa expan-são física para o Noroeste Fluminense – que desejamos fazer levando ensino, pesquisa e extensão, com cursos de graduação, mestrado e doutorado – é algo preconizado inclusive pela Constituição Estadual. Acredito que tere-mos plenas condições políticas de realizar este sonho, já que existe uma promessa de campa-nha do atual governador quanto à viabilização deste projeto. A expansão de nossas atividades em Macaé também é fundamental para nós e para a população macaense e de todo o entor-no. Internamente, podemos e devemos sonhar com novos Centros, novos Laboratórios, novas realidades. Temos que buscar isso: excelência e crescimento!

NOSSA UENF: O senhor representou, du-rante a eleição, uma proposta de perseverar num caminho que vem sendo construído pelo menos nas duas últimas gestões da UENF...

Silvério: Olha, mesmo que eu representas-se a oposição, teria que estar atento a um pro-cesso que tem que ser consolidado...

NOSSA UENF: Sim, mas é fato que o senhor teve declaração de apoio do reitor Almy Junior e do ex-reitor Raimundo Braz Filho...

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Silvério de Paiva Freitas

Fotos: Alexsandro Cordeiro

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Silvério: Você cita corretamente as gestões do professor Braz e do professor Almy, com quem a nossa candidatura comunga em mui-tos princípios, mas não podemos desmerecer o que vem antes. Desde os primeiros tempos da UENF, cada um de nós – e não apenas cada gestor – tem dado sua contribuição para o desenvolvimento da instituição. E a trajetória da Universidade sempre condiciona, de uma forma ou de outra, os passos seguintes. Cada tempo traz seus próprios desafios e oportu-nidades. Quanto ao processo que vem desde o professor Braz e o professor Almy, não há dúvida de que a UENF tem um rumo definido e que este rumo, em grandes linhas, foi am-plamente referendado pela comunidade uni-versitária. Mas isto não nos traz uma confiança cega ou uma arrogância pretensiosa. Ao con-trário, tudo isto me ensina que devo seguir o exemplo de meus antecessores em sua humil-dade pessoal frente à grandeza da instituição. A UENF é maior do que todos nós, e o que ela precisa é de servidores devotados, a começar pelo reitor.

NOSSA UENF: Está certo que o papel con-diciona o ator, assim como a trajetória prece-dente condiciona a atuação de quem vem de-pois. Mas há um espaço para o estilo pessoal do reitor, assim como ocorre nos demais car-gos de representação pública. Qual é o estilo do professor Silvério?

Silvério: Meu estilo é participativo. É o de ouvir os segmentos, tentar harmonia interna mesmo dentro das diferenças de concepção. Acredito honestamente na existência de ob-jetivos comuns, e entre eles eu colocaria a satisfação pessoal no cotidiano da Universida-de: fazer o que se faz com gosto, com alegria, tanto no caso dos estudantes, como nos casos dos servidores técnicos-administrativos e dos professores.

NOSSA UENF: Quais as linhas da gestão no que tange ao relacionamento com instâncias externas: governo do Estado, prefeituras, meio empresarial, sociedade organizada etc.?

Silvério: Pretendo ampliar o que a UENF vem construindo nos últimos anos: buscar o

maior entrosamento possível com agências pú-blicas e representações da comunidade. Na mi-nha visão, a maior conquista do povo de Cam-pos – a mais perene, a que dá melhores frutos a médio e longo prazo – foi a Universidade. Então, nós temos institucionalmente que ser partícipes da obra e da discussão em torno do desenvolvimento regional - principalmente agora, com a chegada de grandes investimen-tos e a previsão de grandes impactos positivos ou negativos sobre a vida da sociedade regio-nal.

NOSSA UENF: E quanto ao governo do Estado, que é uma instância central para uma universidade estadual?

Silvério: A mesma coisa: buscar o bom re-lacionamento visando à aprovação de novos projetos e à ampliação da Universidade e do reconhecimento ao trabalho de seus servido-res.

frente a quem tem menos. Primeiramente, a harmonia vem da honestidade de propósitos. No nosso caso, todo interlocutor terá clareza de que nosso viés é a promoção da institui-ção, tendo como pano de fundo o interesse mais geral da sociedade, o interesse público. Havendo confluência de objetivos, caminha-remos juntos; não havendo, respeitaremos a caminhada dos demais e faremos com que se respeite a nossa, que será sempre institucio-nal. Não é desejável que todos pensemos da mesma forma. Mas é crucial que as divergên-cias não virem inimizades, pois isto envenena o ambiente de trabalho, traz infelicidade e eventualmente até doenças físicas, pois o or-ganismo responde ao meio.

NOSSA UENF: Como o senhor imagina que a sociedade regional encare hoje a UENF?

Silvério: Apesar de ter melhorado bas-tante, há muita coisa para a comunidade co-nhecer da UENF. Precisamos continuar nos abrindo para o meio externo. Temos que promover um encontro sistemático que sig-nifique a UENF saindo de si e a comunidade vindo ao nosso encontro. Sei que cada servi-dor tem uma infinidade de atribuições e que nem sempre é possível dar a atenção devida a este aspecto. Mas queremos aumentar o in-tercâmbio. Até porque, sendo nossa aliada, a comunidade vai fortalecer nossas demandas e entender a importância da instituição para a região. Vamos aprofundar essa interação fortalecendo o trabalho da Comunicação – robustecendo os mecanismos que já existem, como esta revista, e investindo em tecnologia da informação.

NOSSA UENF: Que mensagem sucinta o senhor deixaria para o público que vai ler esta entrevista?

Silvério: Quero dizer que a gente vai se desdobrar ao máximo para corresponder às expectativas internas e externas, buscando o fortalecimento dos cursos, a qualidade de vida dos estudantes e servidores e o estreitamento das relações com a comunidade externa. Fa-remos o máximo para aprofundar a relevância social do nosso trabalho.

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“A maior conquista do povo de Campos

foi a UENF”

NOSSA UENF: E quanto aos sindicatos e organizações afins?

Silvério: Da mesma forma: respeitar as di-ferentes lógicas de atuação e de atribuição e preservar a harmonia, seja na construção de objetivos comuns, seja no reconhecimento da eventual impossibilidade de caminharmos jun-tos.

NOSSA UENF: O senhor falou em ‘harmo-nia’ já na primeira declaração como reitor elei-to, no momento em que a Comissão Eleitoral anunciava o resultado da eleição, no Centro de Convenções. O que exatamente o senhor tem em mente quando fala nisto?

Silvério: Harmonia não é subserviência

frente a quem tem mais poder nem arrogância

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Internet em casa, de graça. É o que prevê o projeto “Comunidades Digi-tais”, que está sendo implantado em Campos pela UENF, a GM Soft Design e o Instituto Bem Estar Brasil (IBEBrasil), com apoio financeiro da Funda-ção Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O projeto, que tem por objetivo a inclusão digital de comunida-des carentes, prevê a instalação de oito torres de internet em locais aonde a internet só chega de forma clandestina ou demasiadamente cara. A previsão é que até o final do ano chegue também a São João da Barra e São Francisco de Itabapoana, no Norte Fluminense.

Para que as Comunidades Digitais funcionem, a UENF vai disponibilizar o seu link da Rede Rio — rede de computadores integrada pelas universida-des e centros de pesquisa do Estado do Rio, financiada pela Faperj. A pri-meira torre, em caráter experimental, já está em funcionamento no distrito de Tocos, em Campos. Em seguida, serão instaladas torres na Estância da Penha (uma), São Francisco (duas), São João da Barra (duas), Ururaí (uma) e Farol de São Tomé (uma).

O projeto foi selecionado no Edital “Apoio ao Desenvolvimento da Tec-nologia da Informação no Estado do Rio de Janeiro”, lançado ano passado pela Faperj, e conta ainda com a parceria do Instituto Federal Fluminense (IFF), Universidade Federal Fluminense (UFF) e Instituto Crescer. Ele tam-bém tem por objetivo a criação de portais de transparência para os gover-nos locais, fornecendo ferramenta indispensável para o controle social das cidades. A idéia é contribuir para a interação entre comunida-de e poder público na esfera do poder de decisão.

Também está entre os seus objetivos o incen-tivo à disseminação do conhecimento e o estímulo a parcerias que agreguem o de-

senvolvimento de empreendimentos populares e solidários, bem como a criação de cooperativas de trabalho dentro das comunidades. Pretende-se ainda desenvolver metodologia de ensino a distância para a comunidade e oferecer cursos de capacitação e treinamento específicos de empresas da região, através da metodologia de modelagem PNL

Além das Comunidades Digitais, a UENF e o IBEBrasil atuam conjunta-mente no projeto Telecentros.br, do governo federal, que também tem por objetivo a inclusão digital. Os telecentros integram o Programa Nacional de Apoio à Inclusão Digital nas Comunidades, coordenado pelos Ministérios das Comunicações; Ciência e Tecnologia; e Planejamento. No total, serão instalados 22 telecentros financiados pelo governo federal e outros três por iniciativa popular, montados a partir de doações da sociedade. Estima-se um total de 52 mil acessos por mês à internet.

Os Telecentros estão sendo instalados em associações de moradores ur-banas e rurais e ONGs. Nestes locais, devem ser oferecidos cursos de ensino a distância, em médio prazo, com o objetivo de ampliar as oportunidades de formação profissional da comunidade, bem como propiciar a aquisição de novos conhecimentos. Os Telecentros também deverão oferecer capacitação e treinamento, com vistas ao ingresso no mercado de trabalho e no empre-endedorismo. Cada Telecentro possui servidor configurado com softwares livres e de código aberto, além de 10 estações com computadores configura-dos com o mesmo sistema e conexão à internet de banda larga.

Tanto as Comunidades Digitais quanto os Telecentros são coorde-nados, na UENF, pelo professor Abel Carrasquilla. A gestão e

a execução estão a cargo da coordenadora da Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Tecnológicos (ITEP),

Nilza Franco Portela.

Comunidades digitais

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ETE passou por um longo período de reformas e adaptações, voltando a funcionar plenamente há cerca de dois anos, agora com mais eficiência.

A UENF produz basicamente três tipos de re-síduos líquidos: o sanitário, (esgoto comum, que sai de vasos sanitários, pias e representa a maior parte do esgoto no campus); o químico (o que é produzido nos laboratórios de pesquisa); e o hos-pitalar (originário, principalmente, do Hospital Veterinário). Os dois últimos necessitam de um tratamento diferenciado antes de chegar à Estação de Tratamento.

O sistema de tratamento dos resíduos líquidos funciona através de coletores, presentes em todos os prédios do campus. Eles conduzem o esgoto para pontos de elevação através de três elevatórias, que, por sua vez, o direcionam para a Estação de Tratamento. Uma vez dentro da ETE, o esgoto pas-sa por um processo de aeração e decantação em su-cessivas câmaras. O processo permite que a matéria

O campus da UENF em Campos dos Goytacazes pode ser comparado a uma pequena ci-dade, tal é a quantidade de pessoas circulando dia-riamente no local, bem como os inúmeros setores em que a Universidade se divide. E, a exemplo do que ocorre em municípios por todo o país, a des-tinação dos resíduos líquidos e sólidos produzidos dentro dessa “cidade” é uma preocupação cons-tante. Como se pode imaginar, a quantidade de resíduos e efluentes produzidos dentro da UENF é considerável, e, para tratá-los corretamente, são ne-cessários sistemas adequadamente dimensionados para a demanda a longo prazo.

Resíduos líquidos - O Tratamento dos resídu-os líquidos da UENF é feito na Estação de Trata-mento de Esgoto (ETE) localizada atrás do prédio do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB), próximo à lagoa do campus, e tem capacidade para tratamento de vários litros de esgoto por minuto. Criada logo nos primeiros anos do campus, esta

orgânica seja consumida por micro-organismos, tornando o efluente capaz de ser absorvido pela natureza.

Segundo Maia, todo o esgoto é conduzido para a ETE. No entanto, o esgoto químico é tratado pre-viamente, em uma neutralizadora, para que possa ser corrigido o nível de acidez. Já o esgoto hospi-talar necessita de um tratamento biológico diferen-ciado antes de ser conduzido para a ETE. Sem o tra-tamento prévio destes resíduos, explica o prefeito da UENF, a ETE perde sua eficiência.

— Num dia de evento no Centro de Conven-ções, a população da UENF pode chegar a cinco ou seis mil pessoas, embora na maior parte do tempo, como à noite, por exemplo, não chegue a este número. Mas, de dia, temos uma população gigantesca e precisamos atender a essa demanda — acrescenta.

Segundo ele, não é possível introduzir substân-cias químicas agressivas durante o tratamento do

Limpeza sustentávelCampus da UENF tem sistema próprio de tratamento de efluentes

Fotos: João Ventura

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esgoto na ETE, caso contrário os micro-organismos responsáveis pela oxidação da matéria orgânica são afetados e a estação deixa de funcionar. Tam-bém não se pode parar a injeção de ar, senão os micro-organismos param o processo de oxidação e a Estação também não funciona. É necessária uma manutenção preventiva forte para que o sistema es-teja sempre em condições de funcionar.

Depois do tratamento, o esgoto é jogado em uma lagoa que fi ca dentro do campus. Nessa etapa do processo, ele já está límpido, transparente e li-vre do odor, mas ainda é feito o acompanhamento da quantidade e níveis de micro-organismos even-tualmente presentes. A quantidade diagnosticada após o processo é baixa e não causa problemas ao manancial. Além disso, a utilização da ETE traz uma grande vantagem econômica para a UENF.

— Como tratamos nosso próprio esgoto, chega-mos a economizar cerca de R$ 80 mil por mês, pois pagamos à concessionária apenas o consumo da água e não o tratamento — diz o prefeito da UENF, lembrando que a economia anual com o processo chega a cerca de R$ 800 mil.

Resido sólidos - O volume de lixo produzido na UENF também apresenta gran-des proporções, o que motivou a instalação de uma infraestrutura de coleta seletiva. Além da instalação de pontos de coleta seletiva em vários locais do campus, a empresa responsável pela manu-tenção e limpeza dos prédios deve coletar e descartar adequadamente esse lixo. Para tanto, foi construída a primeira etapa da central de tratamento de resíduos só-lidos, onde o lixo pré-selecionado é armazenado.

— A responsabilidade pela coleta deste material é da empresa que faz a coleta do lixo municipal. Mas te-mos aqui na UENF também um proje-to, coordenado pela professora Gudelia Guillermina Morales de Arica, do CCT, que coleta e faz o descarte apropriado — diz Maia. Ele observa que o projeto do CCT tem um objetivo científi co, en-quanto a coleta feita pela empresa visa apenas à manutenção dos prédios. No entanto, um dá apoio ao outro.

Outro ponto que demanda atenção com relação ao tratamento de resíduos sólidos é o recolhimento das folhas e restos de vegetação do campus. Segundo Maia, este material é levado para

trincheiras próximas à lagoa, que funcionam como áreas de compostagem. Este depósito vem sendo utilizado como fonte de material para adubação de árvores dentro do próprio campus.

— Obviamente, a gestão de resíduos é uma tarefa complexa e contínua cujo princípio é o respeito à natureza. Neste sentido o que foi feito até o momento não é nada mais que uma obriga-ção, mas que precisa ser continuada e fortalecida. A UENF tem por dever dar esse exemplo — conclui

Paulo Maia.

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O que está por trás dos furacões, tsunamis, vulcões e terremotos? Como funciona a energia nuclear? A Terra pode sucumbir ao choque com um asteroide gigantesco? Estas e outras questões estão presentes no livro ‘Descomplicando a Ciência’, lançado em abril na UENF. O livro é uma coletânea das matérias de ciência divulgadas na coluna homônima do extinto jornal Monitor Campista, de Campos dos Goytacazes, pela Assessoria de Comunicação da UENF (ASCOM/UENF).

Publicadas de 2003 a 2006, todos os domingos, no segundo caderno do jornal, as matérias foram escritas pelos jornalistas Fulvia D’Alessandri e Gustavo Smiderle, da ASCOM/UENF, com a ajuda de mais de 80 colaboradores — professores/pesquisadores, técnicos, graduandos, mestrandos e doutorandos da UENF. O livro tem 328 páginas e reúne 146 matérias, que foram revisadas pelos colaboradores antes de sua edição.

O lançamento, em 13/04, contou com a presença da professora Simone Bortoliero, estudiosa da área de popularização da ciência. Pela manhã, ela ministrou para uma turma de 24 alunos da Escola Phillipe Uebe, de Guarus, a ofi cina “Produção de vídeos científi cos com o uso do celular”. E à tarde, apresentou a palestra “Juventude, ciência e mídia” para uma plateia formada por alunos, técnicos e professores da UENF e de outras instituições.

Durante a palestra — ministrada após a solenidade de lançamento do livro —, Simone defendeu a necessidade de que a divulgação da ciência para o grande público tenha, dentro das universidades, o mesmo peso que a publicação de artigos científi cos.

— O direito à informação está na Constituição. A sociedade tem o direito de saber o que os pesquisadores fazem dentro das universidades. Até porque as pesquisas são pagas por todos nós — disse Simone, que atua na da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A mesa de lançamento teve a presença do jornalista Cilênio Tavares

O que está por trás dos furacões, tsunamis, vulcões e terremotos? Como funciona a energia nuclear? A Terra pode sucumbir ao choque com um asteroide gigantesco? Estas e outras questões estão presentes no

, lançado em abril na UENF. O livro é uma coletânea das matérias de ciência divulgadas na coluna homônima do extinto jornal Monitor Campista, de Campos dos Goytacazes, pela

Publicadas de 2003 a 2006, todos os domingos, no segundo caderno do jornal, as matérias foram escritas pelos jornalistas Fulvia D’Alessandri e Gustavo Smiderle, da ASCOM/UENF, com a ajuda de mais de 80 colaboradores — professores/pesquisadores, técnicos, graduandos, mestrandos e doutorandos da UENF. O livro tem 328 páginas e reúne 146 matérias, que foram revisadas pelos colaboradores antes de sua

O lançamento, em 13/04, contou com a presença da professora Simone Bortoliero, estudiosa da área de popularização da ciência. Pela manhã, ela ministrou para uma turma de 24 alunos da Escola Phillipe Uebe, de Guarus, a ofi cina

dentro das universidades, o mesmo peso que a publicação de

— O direito à informação está na Constituição. A sociedade tem o direito de saber o que os pesquisadores fazem dentro das universidades. Até porque as pesquisas são pagas por todos nós — disse Simone, que atua na da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A mesa de lançamento teve a presença do jornalista Cilênio Tavares

Ciência‘descomplicada’

Coluna de divulgação científi ca publicada pela Assessoria de Comunicação da UENF no Jornal Monitor Campista vira livro

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(ex-editor do Jornal Monitor Campista); da jornalista Fulvia D’Alessandri; da professora Sylvia Joffi ly (representando os colaboradores do livro); do reitor eleito da UENF, professor Silvério de Paiva Freitas; e do pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, professor Antônio Teixeira do Amaral Júnior (representando o reitor Almy Junior). Os livros estão sendo distribuídos gratuitamente a escolas públicas interessadas em utilizá-los em atividades curriculares ou extracurriculares.

Vídeosajudam

a aprender ciências

Lápis de cor, papel e muita criatividade. Foi assim, desenhando, que os 24 alunos da Escola Phillipe Uebe, em Guarus, começaram a dar forma aos seus primeiros vídeos com o uso do celular. O primeiro passo foi escolher o tema — e, para isso, eles foram estimulados a procurar inspiração nos exercícios de ciências de seus cadernos. Depois, criaram desenhos e um texto sobre cada assunto, que serviram de matéria-prima para a confecção dos vídeos.

— O objetivo é que, depois, os vídeos sejam debatidos em sala de aula. O professor vai analisar cada um e ver se as informações estão corretas. É uma forma diferente de aprender sobre ciências — afi rma Simone Bortoliero, que se encarregou da edição das imagens.

Com graduação em Comunicação Social/Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (1983), Simone Bortoliero é mestre e doutora em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, com pesquisas na área de Comunicação Científi ca e Tecnológica. Com experiência nas áreas de Mídia e Meio Ambiente, Produção de Vídeos Educativos e Científi cos, Divulgação Científi ca, entre outros, Simone atua na Faculdade de Comunicação (Facom) da UFBA.

Simone Bortoliero orientando os alunos da oficina

Fotos: Fulvia D’Alessandri

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Pela primeira vez em sua história, a

UENF passou a receber

royalties sobre

a

c o -m e r -

c i a l i z a ç ã o de um produto de-

senvolvido por seus pes-quisadores. Os royalties incidem sobre a venda das sementes do mamão UENF pela empre-sa Caliman — parceira da Universidade nas pesquisas que deram origem ao primeiro híbrido de mamão Formosa genuinamente brasileiro. De acordo com o convênio, for-malizado em março, a UENF deve receber 5% do valor comercializado.

— Pela lei, os royalties deveriam ser di-vididos entre a Reitoria (70%) e os pesqui-

sadores envolvidos (30%). Mas fi zemos um acordo inusitado: as duas partes abriram mão

do dinheiro e o reverteram para o Laboratório de Melhoramento Genético Vegetal (LMGV ) da

UENF, que coordena as pesquisas — explica o di-retor de Projetos da UENF, Ronaldo Paranhos, lem-

brando que o convênio foi fi rmado para um período

Tecnologia gerando royalties

Venda de sementes do mamão UENF-Caliman gera royalties,

pela primeira vez, para a universidade

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de três anos e que o valor deverá ser repassado a cada semestre.

As pesquisas envolvem três Centros da UENF — Ciências e Tecnologias Agropecuárias (CCTA), Ciência e Tecnologia (CCT) e Biociên-cias e Biotecnologia (CBB) —, reunindo cerca de 30 professores. Tudo começou em 1996, quando a UENF recebeu dois estudantes de doutorado que tinham experiência em cultura de mamoeiro e conheciam a Caliman.

— Na época, fi zemos alguns estudos mos-trando que o mamão Golden é, na realidade, uma mutação do Solo. A Caliman fi cou muito satisfeita e, a partir de então, demos início à parceria — lembra o professor Messias Gonzaga Pereira, do LMGV, que coordena as pesquisas.

Desde então, os pesquisadores conseguiram captar recursos em dois grandes projetos apro-vados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), através do projeto Frutimamão. Dos cerca de R$ 3 milhões captados, 40% foram in-vestidos pela própria Caliman, que fi cou res-ponsável pelas pesquisas realizadas no campo. Os recursos permitiram não só o desenvolvi-mento do híbrido, mas de um pacote comple-to de tecnologia, incluindo desde aspectos de manejo na área de irrigação, fi siologia, fertiliza-ção, produção de sementes de mamão até estu-dos na pós-colheita. Também foram desenvol-vidas diversas pesquisas laboratoriais nas áreas de genômica, metabolômica, monitoramento de gases, dentre outros. Os estudos já deram origem a cerca de 50 teses/dissertações e mais de 100 publi-cações em periódi-cos científi cos.

S e g u n d o Messias, o de-senvolvimen-to do mamão UENF-Caliman contribuiu para re-duzir a dependência do Brasil em relação às sementes importadas de

Tecnologia

uma mutação do Solo. A Caliman fi cou muito satisfeita e, a partir de então, demos início à parceria — lembra o professor Messias Gonzaga Pereira, do LMGV, que coordena as pesquisas.

Desde então, os pesquisadores conseguiram captar recursos em dois grandes projetos apro-vados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), através do projeto Frutimamão. Dos cerca de R$ 3 milhões captados, 40% foram in-vestidos pela própria Caliman, que fi cou res-ponsável pelas pesquisas realizadas no campo. Os recursos permitiram não só o desenvolvi-mento do híbrido, mas de um pacote comple-to de tecnologia, incluindo desde aspectos de manejo na área de irrigação, fi siologia, fertiliza-ção, produção de sementes de mamão até estu-dos na pós-colheita. Também foram desenvol-vidas diversas pesquisas laboratoriais nas áreas de genômica, metabolômica, monitoramento de gases, dentre outros. Os estudos já deram origem a cerca de 50 teses/dissertações e mais de 100 publi-cações em periódi-

S e g u n d o

UENF-Caliman contribuiu para re-duzir a dependência do Brasil em relação às sementes importadas de

um maior tempo de prateleira — diz Messias.Paranhos destaca a importância da prote-

ção da propriedade intelectual da instituição, tarefa que hoje é realizada pela Assessoria de Patentes. Até o momento, 25 pedidos de paten-tes e dois softwares já foram depositados junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectu-al (INPI) e alguns cultivares foram registrados no Mapa. A etapa seguinte é a de transferência de tecnologia e, por último, o recolhimento de royalties

— Já estamos conversando com outras em-presas e pesquisadores da UENF em acordos de transferência de tecnologia, em particular

a empresas incubadas na TEC-CAM-POS, a incubadora de empresas.

Mas ainda precisamos avançar muito neste campo. É neces-sário incrementar a Agência de Inovação da UENF, com a responsabilidade de cuidar da política de inovação da instituição. Os primeiros resultados começam a apa-

recer, e podemos afi rmar que a UENF já cumpre seu pa-

pel de transferir para a socieda-de o conhecimento e tecnologias aqui desenvolvidos — conclui.

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Taiwan, que, entre outros inconvenientes, traz sempre o risco de introdução de novas pragas e doenças na lavoura. O híbrido desenvolvido pela UENF tem ainda 20% a mais de sólidos solúveis, o que o torna bem mais doce que as demais variedades.

— Por ser uma fruta diferenciada, ela vem sendo muito exportada, principalmente para os Estados Unidos e os países da Europa — ob-serva Messias.

Hoje referência em melhoramento de ma-mão, a UENF pretende colocar em breve novas cultivares no mercado. Outros seis híbridos de mamão — todos de qualidade superior ao atu-almente comercializado — estão sendo avaliados nas regiões produtoras (Espírito Santo, Bahia e Rio Gran-de do Norte) em ensaios deno-minados Valor de Cultura e Uso ( VCU), necessários para que o produto possa ser registrado junto ao Ministério da Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e lançado no mercado.

— As pesquisas continuam, nas áreas de pós-colheita, ecofi -siologia e sementes. Como o Fru-timamão encerrou, os pesquisado-res agora terão que buscar outras fontes de fi nanciamento. Um dos objetivos é melhorar a consis-tência da fruta, para que ela tenha

Messias Gonzaga Pereira

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Sair da sala de aula direto para o mercado de trabalho não é uma coisa difícil de acontecer na

UENF. Mas alguns alunos se destacam por con-seguir ir mais além, construindo em tempo recorde carreiras de indiscutível sucesso em grandes empresas ou universidades do

Brasil e até mesmo no exterior. É o caso, por exemplo, do engenheiro agrônomo André Freire Cruz, que fez mestrado em

Produção Vegetal na UENF e hoje é professor em uma universidade do Japão.

Estudar no exterior era um “sonho de crian-ça” para André. Foi por isso que ele não pensou

duas vezes quando um professor recém-chegado do Japão lhe indicou um programa para estudantes estrangeiros naquele país, fi nanciado pelo governo

japonês, chamado “Monbukagakushoo”. André logo fez contato com um professor no Japão, recebendo pouco tempo depois a carta de aceita-ção. Através do Con-sulado do Japão no Rio, ele

se candidatou e passou. O curso

teve início em abril de 1997.— Fiquei seis meses apenas estudando

japonês num curso intensivo na Hiroshi-ma University. Depois passei mais seis meses como estudante-pesquisador (o equivalente a um bolsista de aperfei-çoamento). Em abril de 1998, iniciei o doutorado pela Ehime University, con-

cluído em março de 2001 — conta.Ele conta que, depois do doutorado, fi cou

mais seis meses atuando como pesquisador vi-sitante na Kyoto Prefectural University. Em no-vembro de 2001, foi para a Tuebingen University, na Alemanha, fazer pós-doutoramento pelo Pro-grama Alexander Von Humboldt, onde fi cou até fevereiro de 2002. A partir de maio de 2003, fez outro pós-doutoramento, agora na Saskatchewan University, no Canadá, onde fi cou até março de 2005. Nessa época, retornou ao Japão como pro-fessor pela Kyoto Prefectural University.

Nascido em Salvador (BA), André cursou Agronomia na Universidade Federal de Viço-sa (UFV ), em Minas Gerais, de onde saiu para cursar o mestrado na UENF, Universidade que não conhecia mas que ouviu falar através de um amigo que fazia doutorado na instituição, na época. O mestrado em Produção Vegetal, especi-fi camente na área de microbiologia do solo, foi concluído em 1996. Atualmente, André trabalha com manejo sustentável de fruteiras.

— Para isso, utilizamos manejo de mato, micro-organismos de solo e controle biológico como instrumentos, focalizando a sustentabi-lidade. Trabalho com muitas fruteiras de clima temperado, como uva, fi gueira, kiwi, apricota japonesa, macieira e citrus — diz.

Segundo André, uma das difi culdades para atuar no Japão foi o difícil idioma. Ele conta que a princípio pensava que poderia se comunicar em inglês, mas aos poucos foi descobrindo que a maioria dos japoneses normalmente não fala essa língua. Os estudos continuam até hoje, principalmente no que se refere à escrita japo-nesa, mais difícil. Outro problema foi a comida, bem diferente da brasileira, que lhe fez emagre-cer seis quilos em seis meses.

— Mas tudo isso a gente supera. Acho que todo mundo deveria ter uma experiência no exterior de pelo menos seis meses, mesmo que isto não esteja relacionado a sua carreira profi ssional. Isso amplia a visão e passamos a analisar as situações com uma mentalidade uni-versalizada, o que inclusive facilita na resolução de muitos problemas — afi rma, lembrando que existem muitos programas de pós-graduação com propagandas espalhadas nas embaixadas e consulados.

Ex-alunos da UENF exibem trajetórias de ascensãoprofi ssional em curto espaço de tempo

Vencendoetapas

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André Freire Cruz

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O sucesso obtido durante o mestrado em Engenharia de Reservatório e Ex-ploração da UENF foi decisivo para que a macaense Priscila Magalhães Ribei-ro conseguisse uma das 20 vagas do doutorado em Engenharia de Petróleo na Universidade de Standford, concorrendo com mais de 200 pessoas de várias partes do mundo. Uma escolha difícil, pois todos os concorrentes tinham bom currículo.

— O ritmo de estudo é muito intenso, exige total dedicação, mas vale a pena. A recompensa vem com o aprendizado. Os professores são muito bons, a organização e a infraestrutura são impecáveis. O que aprendi nos três primeiros meses já fez valer a vinda. Agora é continuar aproveitando esta oportunidade e fazer desta experiência a mais valiosa possível — diz Priscila, que começou o doutorado em setembro de 2010.

Nascida em Macaé (RJ), ela começou na UENF fazendo graduação em Engenharia de Exploração e Produção de Petróleo. O interesse em cursar a UENF surgiu durante o ensino médio, quando estudava na Escola Técnica Federal de Macaé (hoje IFF), onde também funcionava o LENEP/UENF (La-boratório de Engenharia e Exploração de Petróleo da UENF).

— Eu queria ser engenheira, mas estava em dúvida entre Engenharia de Petróleo e de Produção. Devido a uma greve nas universidades federais, eu iniciei os estudos na UENF antes que saísse o resultado do vestibular que

Uma macaense

em Standfordprestei para as outras universidades. Foi o suficiente para me encantar com esta área e optar definitivamente por esta carreira — conta.

No final da graduação, Priscila fez concurso para o Cenpes/Petobras. Quando foi convocada para se apresentar já havia iniciado o mestrado no Lenep, sob orientação do professor Adolfo Puime. A matrícula teve que ser trancada por um semestre para que ela pudesse participar, em Salvador, do curso dirigido aos engenheiros de petróleo recém contratados pela Petro-bras. Após este período ela retornou ao Rio como funcionária do Cenpes, atuando com pesquisa na área de Avaliação de Formações.

— Como a gerência onde trabalho tinha conhecimento do mestrado em andamento em Macaé, me foi dada a oportunidade de trabalhar durante um ano na Bacia de Campos e, em paralelo, concluir o mestrado — diz Priscila, uma das poucas mulheres a atuar nesta área.

Para conseguir uma vaga em Standford, ela se inscreveu no processo de seleção que ocorre anualmente. O processo começa pela internet, sendo necessário fornecer uma série de informações, como histórico escolar com-pleto, tanto da graduação quanto do mestrado, cartas de recomendação, entre outros. Também é critério de seleção as notas dos testes de inglês e matemática TOEFL e GRE, que podem ser feitos no Brasil.

— A iniciação científica e o mestrado que fiz na UENF foram fundamen-tais, assim como o apoio e incentivo do professor Adolfo Puime, meu orien-tador. Acho que o que aprendemos aqui nos dá condições de ser bem suce-didos em qualquer lugar do mundo — diz Priscila, que pretende voltar ao Brasil assim que terminar o doutorado, daqui a três anos e meio.

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Priscila Magalhães Ribeiro em Standford

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época, eram as provas de admissão ao mestrado em Ciência dos Materiais na UENF, e não havia tempo hábil para estudar para a prova da Petrobras. Mesmo assim, acabou sendo aprovada em ambos os concursos, concluindo o mestrado na UENF em 2002.

— Nos primeiros cinco anos de Petrobras, atuei como engenheira em uma refi naria, na área de inspeção de equipamentos. Foram anos de in-tenso aprendizado, completando uma visão de indústria que muitas vezes não temos no curso acadêmico. Hoje gerencio a área de engenharia que é a responsável pelos projetos, na qual todos os aspectos de integridade, construção e planejamento estão associados para que haja investimentos rentáveis — conta.

Quando assistia à série “Cosmos”, apresentada na década de 80 pelo astrô-nomo Carl Sagan, Adriana Bernardes talvez não imaginasse que um dia chega-ria a frequentar um dos laboratórios científi cos mais importantes do mundo. Professora de Física e doutoranda em Ciências Naturais pela UENF, Adriana — que considera a série “Cosmos” a grande incentivadora de sua carreira — se tornou uma das poucas brasileiras a conhe-

A fi delense Joelma Damasceno se considera a prova viva de que “o ensi-no público, gratuito e de alta qualidade pode transformar vidas”. Isso pode explicar, segundo ela, sua rápida ascensão profi ssional. Ex-aluna do curso de graduação em Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UENF, ela hoje ocupa a posição de gerente na Petrobras.

— Isso se deve a uma combinação de conhecimento, habilidade e no-tadamente, na área de gestão, de atitude. Quando se tem a oportunidade de fazer a combinação certa destes elementos, o reconhecimento é uma conseqüência — diz.

Joelma conta que, quando cursava Química Industrial na antiga Escola Técnica Federal de Campos (ETFC, hoje IFF), pensava em fazer Engenharia Química. Como não havia este curso na região, resolveu tentar uma vaga no curso de Engenharia de Exploração e Petróleo da UENF, por acreditar que fosse o mais próximo da área de Engenharia Química. Mas logo nos primeiros períodos descobriu que sua “paixão” era Engenharia de Materiais, transferindo-se de curso.

— Uma professora da ETFC, que fazia mestrado na UENF, me disse que haveria um vestibular e que eu deveria fazer. Ela me expli-cou o projeto da UENF e fi quei entusiasmada — conta.

Joelma considera a passagem pela UENF como o “alicerce” para sua vida profi ssional. Há 10 anos atuando na Petrobras, ela con-ta que quando fez o concurso não acreditava que passaria. Isto porque seu foco, na

De engenheira agerente da Petrobras

Cern, na Suíça, recebe doutoranda da UENF

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Adriana Bernardes

Joelma Damasceno

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cer de perto o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern), em Genebra, na Suíça, onde está localizado o maior acelerador de partículas do mundo — o famoso Large Hadron Collider (LHC).

Em setembro do ano passado, ela participou — junto com mais 18 brasi-leiros — de um curso no Cern voltado para professores de ensino médio. A seleção foi feita pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) e incluiu professores de várias partes do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Paraná e Amazonas. A seleção foi feita mediante a análise dos currículos dos candidatos.

— O Cern mantém programa destinado a professores de diversos países da Europa, mas, através de negociações com o Centro Brasileiro de Pesqui-sas Físicas (CBPF), foi feito um acordo para incluir brasileiros no programa — afi rma Adriana, que espera poder, a partir de agora, corresponder melhor às curiosidades de seus alunos quanto ao trabalho do LHC. Ela observa que há ainda muitas dúvidas e questionamentos sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido no local.

Nascida em Três Rios, ela conta que sempre quis fazer um curso de Física no exterior, mas nunca pensou que pudesse ser no Cern. Na UENF, ela foi alu-na do mestrado em Ciências Naturais de 2007 a 2009, quando traba-lhou junto com o professor Marcelo de Oliveira Souza desenvolvendo recursos

didáticos para o

ensino de astronomia para defi cientes visuais. Desde agosto de 2009, ela está na área de recursos didáticos lúdicos para o ensino de física, sob orientação da professora Rosana Giacomini. A graduação foi realizada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

— Acho que no meu caso o que mais contou para a escolha foi o trabalho de divulgação científi ca que realizo no Clube de Astronomia Marcos Pontes, fundado em 2006, após a ida do astronauta brasileiro homônimo à Estação Espacial Internacional. Desde então, realizamos muitos eventos junto à comu-nidade para divulgação da astronomia junto às crianças e ao público em geral — diz Adriana, que é professora de Física há 15 anos e trabalha atualmente no Colégio Estadual Tuffy El Jaick, em Nova Friburgo (RJ).

Aluno da UENF agora é professor da UFRJ

Dedicação e paciência. Este é o conselho que o professor Eldo Campos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), dá a quem está estudando e pretende seguir uma carreira promissora. Ex-aluno da UENF, ele atua como professor adjunto e pesquisador na área de Bioquímica e Biologia Molecular, com ênfase em Metabolismo e Bioenergética Mitocondrial.

— Uma das grandes qualidades da UENF é a excelente iniciação científi ca. Pude estagiar em laboratórios desde o primeiro período da graduação, e isso foi fundamental para que despertasse em mim a vocação para a carreira científi ca — conta.

Nascido em Itaperuna, no Norte Flu-minense, Eldo fez toda a sua formação acadêmica na UENF. Começou em 2000, no curso de graduação em Ciências Bioló-gicas. Em seguida, fez mestrado e doutora-do em Biociências e Biotecnologia. Após o término do doutorado, em 2008, continuou na UENF por mais um ano como pós-doc bol-sista Faperj. Em 2009, Eldo foi aprovado no concurso da UFRJ e tomou posse em 07 de janeiro de 2010.

— Hoje sou professor de uma das principais universidades do país graças à excelente for-mação que eu tive na UENF — diz Eldo.

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Eldo Campos

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Combate aos

carrapatosCientistas da UENF integram

pesquisa envolvendo Japão e Uruguai que tem por objetivo produzir vacina

contra o carrapato

Doenças como a febre maculosa e a babésia, que acometem, respectivamente, seres hu-manos e animais, podem estar com os dias contados. Uma vacina universal contra o seu vetor, o carrapato, está prestes a ser desenvolvida por pesquisadores da UENF, em parceria com mais oito instituições de pesquisa, no Brasil, Uruguai e Japão. Como parte desta co-operação, a UENF recebeu no início do ano o cientista Missao Onuma, da Universidade Hokkaido, do Japão — uma das instituições parceiras.

O pesquisador japonês esteve no Brasil para ministrar um curso sobre carrapatos e vacinas para alunos do Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecno-logia da UENF. Pesquisador honorário da Universidade de Hokkaido, Missao Onuma também atua no centro de pesquisa em doenças infec-ciosas Riken, em Tóquio. Ele, que veio pela primeira vez à UENF em 2007, retornou através de uma bolsa de pesquisador visitante da Capes.

Além da UENF e da Universidade de Hokkaido, as pesquisas envolvem a Universidad de La Republica, no Uruguai, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade do Estado de São Paulo (USP) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

— Já temos quatro patentes no Brasil e agora vamos começar a cruzar as vacinas produzidas por cada instituição — afi rma o professor Carlos Logullo, do Laboratório de Química e Função de Proteínas e Peptídeos (LQFPP) da UENF, que coordena as pesquisas na Universidade.

Segundo Logullo, existem atualmente, em todo o mundo, duas vacinas comerciais contra carrapatos, uma australiana e outra cubana. O problema é que elas não têm efi ciência em todas as partes do mundo. Isto ocorre porque os carrapatos se adaptam de forma diferente aos diversos países. O que os pesquisadores buscam é justamente uma vacina que possa atender universalmente a todos os países.

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As vacinas são testadas atualmente na UFRGS, onde existe uma estrutura adequada para isso.

Novos investimentos estão sen-do feitos na UENF para se testar vacinas em pequenos animais

dentro da Unidade de Experimenta-ção Animal – RJ, que será inaugurada

em breve.— O grande desafi o é conseguir

vacinas que impeçam a transmis-são dos patógenos dos quais o carrapato é o vetor — afi rma Onuma, que acredita em uma maior efi cácia da vacina se ela for utilizada em conjunto com acari-

cidas. Segundo Logullo, as perdas provocadas pelo carrapato chegam

a mais de U$ 2 bilhões ao ano na pe-cuária bovina brasileira.

A vacina que vem sendo criada pelos pes-quisadores se baseia na produção do chamado “antígeno oculto”, que atua contra proteínas que existem no interior do carrapato, como por exemplo aquelas envolvidas no sistema embrio-nário e digestivo. Com isso, a vacina consegue prejudicar a proliferação do carrapato. Mas ain-da é cedo para prever quando a vacina poderá estar no mercado.

— É difícil estimar o tempo que falta para concluirmos a pesquisa. Já fi zemos cerca de 50% do que deveria ser feito. Agora estamos testando e cruzando antígenos. Vamos fazer um teste de vacinação de bovinos em uma ilha totalmente isolada do Uruguai e depois no Rio Grande do Sul — disse Logullo, lembrando que, enquanto no Brasil os principais prejudicados são os bovi-nos e eqüinos, no Japão as ovelhas são as mais atingidas por carrapatos.

Como parte da pesquisa, foram feitas cole-tas destes animais em várias partes do Estado do Rio de Janeiro, tanto em equinos quanto em bovinos, em parceria com os professores Carlos Eduardo de Resende, do Laboratório de Ciências Ambientais (LCA) da UENF, e Marcelo Labruma, da Universidade do Estado de São Paulo (USP). O objetivo é conhecer que espécies de carrapa-tos estão infestando bovinos e cavalos e, além disso, se estão contaminados, utilizando técni-cas moleculares, com patógenos transmissores de doenças para humanos e animais em todo Es-tado do Rio. O foco principal será avaliar o grau de contaminação do patógeno que transmite a febre maculosa. Segundo Logullo, é a primeira vez que este tipo de pesquisa é feito no local.

— Estamos também em uma fase de inter-câmbio com as universidades estrangeiras que participam da pesquisa, o que é muito impor-

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tante para a carreira dos pesquisadores — afi rma Logullo. A pesquisa vem a ser a primeira coo-peração científi ca internacional entre o Brasil e o Japão no âmbito do protocolo assinado pelos dois países na ocasião das festividades em come-moração ao centenário da imigração japonesa ao Brasil. A UENF, observa o pesquisador, partici-pou ativamente das negociações visando à assi-natura deste protocolo desde 2009.

Segundo Logullo, outro pesquisador japo-nês, Satoru Konnai — também da Universidade Hokkaido — estará na UENF durante um mês, a partir de 15/07, com auxílio de professor visitan-te da Faperj. Atualmente, dois alunos da UFRGS — um com bolsa pós-doc e o outro com bolsa de doutorado sanduíche — estão atuando no Japão, com bolsa da Capes. No ano que vem, mais dois alunos da UENF farão estágio no Japão.

Vacina bloqueiaformação de

embriõesEmbora existam outros grupos no país que

também buscam uma vacina contra o carrapato, a UENF é a única cuja meta é interferir na prolife-ração do parasita, tentando bloquear a formação de embriões. As pesquisas são fi nanciadas pela Faperj, Capes, CNPq e INCT-Entomologia Molecular, e têm ainda a participação, na UENF, dos professores Arnoldo Façanha, Gustavo Lázza-ro e Anna Okorokova.

Segundo Logullo, a efi cácia da vacina está em torno de 30%, índice considerado muito bom. Ele observa que as vacinas mais efi cientes apresentam uma efi cácia em torno de 80%. No momento, os pesquisadores vêm trabalhando na associação de antígenos para tentar aumentar a efi cácia da vacina. Também estão sendo testadas novas drogas que possam ser associadas à vaci-na, uma vez que os carrapaticidas hoje existentes causam resistência muito rapidamente.

— Com a Unidade de Experimentação Animal da UENF, agora temos uma estrutura que nos proporciona ampliar esse estudo. Em breve sa-beremos se estas associações serão promissoras ou não — afi rma

Carlos Logullo recolhendo material para pesquisa

Missao Onuma e Carlos Logullo

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A UENF se aproxima de seu 18º ano de vida contabilizando mais de duas mil teses/dissertações. A tese de número 2.000 foi defendida em novembro de 2010 pela cientista social Suellen André de Souza, então mestranda do Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UENF. Orientada pela professora Wânia Mesquisa, do Laboratório de Estudo da Sociedade Civil e do Estado (LESCE), a pesquisa tem como título “Existir no tráfi co: percepções e vivências dos jovens trafi cantes de drogas da Favela Baleeira”.

A pesquisa, de caráter etnográfi co, teve como objetivo entender como pensam e vivem os jovens envolvidos no tráfi co de drogas na favela Baleeira, um dos principais redutos da atividade em Campos. Para tanto, Suellen entrevistou quatro jovens trafi cantes, na faixa dos 18 aos 25 anos, que atuam na venda da droga diretamente para o consumidor fi nal — função conhecida no tráfi co como “vapor”.

Um dos aspectos mais relevantes que aparecem na pesquisa é a difícil mobilidade destes jovens. Como a cidade é dividida ao meio pelos dois principais grupos que dominam o tráfi co de drogas em Campos — as favelas Baleeira e Tira Gosto —, os trafi cantes não podem circular livremente pelos espaços existentes. Segundo Suellen, alguns estão há anos circulando somente nas proximidades da favela.

— Embora não tenham vivido a situação que deu início à briga entre as duas favelas e sofram com esta limitação de espaço, há uma legitimação e perpetuação dessa dominação — diz Suellen, lembrando que a rixa começou com o assassinato de um antigo chefe da Baleeira por integrantes da Tira Gosto. Até então, as duas comunidades eram parceiras no tráfi co de drogas.

A pesquisa mostra que, para estes jovens, o tráfi co de drogas é uma importante rede de sociabilidade, trazendo benefícios como o dinheiro fácil e a possibilidade de consumo de bens antes inacessíveis. Segundo Suellen, os jovens sentem-se prestigiados dentro da comunidade em que vivem quando assumem importantes papéis na escala do tráfi co.

— A autorização para usar arma de fogo durante o trabalho, por exemplo, evidencia essa situação de prestígio — explica.

A falta de mobilidade espacial restringe o relacionamento familiar apenas aos parentes que vivem na própria favela ou em suas imediações, o que contribui para afastá-los cada vez mais da família que, em sua maioria, não aceita a participação do jovem no tráfi co de drogas.

— Eles se identifi cam mais com as mulheres da família, como mães, tias e avós. Na maioria dos casos, os pais morreram ou não estiveram presentes em sua formação — explica Suellen.

O tráfi co por dentroPesquisa em Sociologia Política

marca tese de número 2.000 na UENF

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existentes. Segundo Suellen, alguns estão há anos circulando somente nas proximidades

— Embora não tenham vivido a situação que deu início à briga entre as duas favelas e sofram com esta limitação de espaço, há uma legitimação e perpetuação dessa dominação — diz Suellen, lembrando que a rixa começou com o assassinato de um antigo chefe da Baleeira por integrantes da Tira Gosto. Até então, as duas comunidades eram parceiras no

A pesquisa mostra que, para estes jovens, o tráfi co de drogas é uma importante rede de sociabilidade, trazendo benefícios como o dinheiro fácil e a possibilidade de consumo de bens antes inacessíveis. Segundo Suellen, os jovens sentem-se prestigiados dentro da

— A autorização para usar arma de fogo durante o trabalho, por exemplo, evidencia essa

A falta de mobilidade espacial restringe o relacionamento familiar apenas aos parentes que vivem na própria favela ou em suas imediações, o que contribui para afastá-los cada vez mais da

— Eles se identifi cam mais com as mulheres da família, como mães, tias e avós. Na maioria dos casos, os pais morreram ou não estiveram presentes em sua formação — explica Suellen.

Suellen André de Souza

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Teses e dissertações

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A UENF produziu 64 teses ou dissertações ao longo do segundo semestre (julho a dezembro) de 2010. Foram 25 teses de doutorado e 39 dissertações de mestrado, desenvolvidas no âmbito de 13 programas de pós-graduação reconhecidos pela

Capes. Durante o período a UENF gerou seu 2.000º trabalho de mestrado ou doutorado, apresentado pela cientista social Suellen André de Souza – uma pesquisa sobre a vivência de jovens trafi cantes de drogas na favela da Baleeira, em Campos.

Veja a relação completa das teses e dissertações defendidas de julho a dezembro de 2010:

Biociências e Biotecnologia

Ana Cristina Dias Machado Lustoza Data da defesa: 23/07/2010“Cta4 ATPase e calcineurina regulam coordenadamente a função do retículo endoplasmático e a homeostase de Ca2+ em levedura de fissão”Doutorado

Camila Cruz Ribeiro Data da defesa: 30/07/2010“Nova visão sobre a regulação pela glicose extracelular e as propriedades dos transportadores de H+ E Ca2+ na levedura Saccharomyces cerevisiae”Doutorado

Helga Fernandes Gomes Data da defesa: 03/09/2010“Influência da via de sinalização por insulina na maturação de oócitos e desenvolvimento embrionário inicial em bovinos”Doutorado

Thiago Freitas de Souza Data da defesa: 09/12/2010“Caracterização de proteínas fosfatases e map quinases na resposta à injúria mecânica em plantas de Ricinus communis”Doutorado

Cristina dos Santos Ferreira Data da defesa: 29/09/2010“Identificação e caracterização de mutantes de Gluconacetobacter Diazotrophicus afetados para a velocidade de crescimento de colônias”Mestrado

Karla Livramento Mendonça de Souza OliveiraData da defesa: 03/11/2010 “Estudo da situação epidemiológica da tuberculose na região petrolífera da Bacia de Campos - cidade de Macaé – estado do RJ no período de crescimento da extração petrolífera”Mestrado

Renata Vasconcelos Moreira Data da defesa: 12/11/2010 “Efeitos histopatológicos e ultraestruturais após contaminação por cloretos de mercúrio e de cádmio em testículos do peixe teleósteo Gymnotus carapo (Tuvira)”Mestrado

Ecologia e Recursos Naturais

Márcio Marcelo de Morais Júnior Data da defesa: 15/07/2010“Os saguis (Callithrix spp., ERXLEBEN, 1777)

exóticos invasores na Bacia do rio São João, Rio de Janeiro: biologia populacional e padrão de distribuição em uma paisagem fragmentada”Doutorado

Eduardo Barros Fagundes Netto Data da defesa: 14/09/2010“Avaliação da ictiofauna em recifes artificiais na costa nordeste do estado do Rio de Janeiro, Brasil”Doutorado

Luciana Monteiro Lage Data da defesa: 12/11/2010“Colonização e sucessão de nemátodes marinhos em substrato artificial consolidado”Doutorado

Jomar Marques da Silva Júnior Data da defesa: 30/09/2010“Distribuição de mercúrio e caracterização elementar e isotópica da matéria orgânica em águas superficiais ultrafiltradas na baía de Sepetiba e no estuário do rio Paraíba do Sul”Mestrado

Cognição e Linguagem

Adriano Carlos Moura Data da defesa: 01/12/2010“A recepção do cinema intertextual e a formação do leitor”Mestrado

Clara Terezinha da Silva Santos Data da defesa: 26/07/2010“Gêneros textuais: a práxis mediadora do professor de leitura”Mestrado

Evandro Paulo Bolsoni Data da defesa: 13/12/2010“Sociabilidade em redes digitais sociais segmentadas: a re-construção da identidade virtual digital”Mestrado

João Batista de Oliveira Filho Data da defesa: 23/11/2010“Ressignificação das estruturas comportamentais pela palavra a partir de pacientes obesos”Mestrado

Túlio Mello Teixeira Data da defesa: 21/10/2010“O problema da obediência política em hobbes”Mestrado

Políticas Sociais

Christiane Menezes Rodrigues Data da defesa: 28/09/2010“Da escola ao trabalho: representações sociais de jovens alunos da educação profissional e tecnológica e seus projetos de futuro”Mestrado

Clarissa Alexandra Guajardo Semensato Data da defesa: 13/09/2010“As conferências municipais de cultura como estratégia de descentralização e participação para as políticas culturais no Brasil: o caso de Campos dos Goytacazes/rj, 2006”Mestrado

Ivanisy da Silva Amaral Capdeville Data da defesa: 01/09/2010“Assistência à infância e à adolescência de Campos dos Goytacazes-RJ: a trajetória da Fundação Municipal da Infância e Juventude”Mestrado

Janike Mendes Louvise Gomes Data da defesa: 16/12/2010“Colégio de Itaocara: marco precursor da política de formação de professores em Itaocara”Mestrado

Sociologia Política

Gerson Tavares Do Carmo Data da defesa: 16/07/2010

“O enigma da educação de jovens e adultos: um estudo das evasões e retornos à escola sob a perspectiva da teoria do reconhecimento social”Doutorado

Artur Dalla Cypreste Data da defesa: 09/12/2010“Crime a trabalho no Brasil: a criminalização das drogas entre a primeira república e o código penal de 1940”Mestrado

Felipe Sellin Data da defesa: 16/09/2010“Novos movimentos sociais na América do Sul: uma análise comparada”Mestrado

Gustavo Silvino de Oliveira Data da defesa: 21/12/2010“Alertas em tempos de guerra”: Igreja Universal e interfaces com a ordem social - entre respostas urgentes encantadas e racionalizadasMestrado

Sana Gimenes Alvarenga Domingues Data da defesa: 10/08/2010“Gênero, poder e política: a participação feminina no partido dos trabalhadores do estado do Rio de Janeiro”Mestrado

Suellen Andre de Souza Data da defesa: 09/11/2010“Existir no tráfico: percepções e vivências dos jovens traficantes de drogas da favela baleeira”Mestrado

Ciências Naturais

Ana Paula Lopes Siqueira Data da defesa: 11/11/2010“Utilização de técnicas fototérmicas na determinação de propriedades térmicas de sólidos e gases”Doutorado

Ana Cristina Francisco Silva Data da defesa: 22/07/2010“Síntese de açúcares de aminados como potenciais ligantes para a formação de complexos metálicos”Mestrado

Giselle Viana de Almeida Data da defesa: 21/07/2010“Reações de guanidilação em compostos polihidroxilados”Mestrado

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Gustavo Verçosa de Lima Alves Data da defesa: 15/12/2010“Utilização de biofilmes comestíveis no revestimento de frutas tropicais”Mestrado

Engenharia Civil

Anderson de Oliveira Data da defesa: 10/09/2010“Lajes treliçadas pré-moldadas produzidas com concreto leve estrutural”Mestrado

Fábio Araújo Pereira Data da defesa: 20/12/2010“Análise numérica de uma barragem de enrocamento com núcleo asfáltico”Mestrado

Josimar Pereira Freitas Data da defesa: 14/12/2010“Dimensionamento ótimo de pórticos de aço considerando ligações semi-rígidas e a instabilidade estrutural”Mestrado

Marconi Neves Sampaio Data da defesa: 21/09/2010“Avaliação do colapso por degradação em enroncamentos basáltico e arenítico através de processos de laboratórios”Mestrado

Engenharia de Produção

Diego da Silva Sales Data da defesa: 27/08/2010“Uma heurística para o problema de localização multiobjetivo de plataforma de produção de petróleo multicapacitada”Mestrado

Engenharia de Reservatório e de Exploração

Carlos André Maximiano da Silva Data da defesa: 05/11/2010“Simulação do perfil de ressonância magnética nuclear (rmn) utilizando perfis geofísicos de poços convencionais e a lógica fuzzy”Mestrado

Eduarda Cristina Mangaravite da Silva Data da defesa: 31/08/2010“Simulação do processo de utilização de biopolímeros como método microbiológico de recuperação melhorada de petróleo”Mestrado

Jaina Pires Alves do Carmo Data da defesa: 15/07/2010“Substituição de fluido em reservatório de mistura areia-folhelho”Mestrado

Johann Motta Lacerda Data da defesa: 16/11/2010“Inversão de dados de produção e mapas de saturação para caracterização de modelos de fluxo de reservatórios de petróleo”Mestrado

Lucas Alves Paes Gomes Data da defesa: 01/09/2010“Uso da simulação por linhas de fluxo na recuperação avançada de petróleo-injeção de polímeros”Mestrado

Engenharia e Ciência dos Materiais

Hellen Cristine Prata de Oliveira Data da defesa: 30/07/2010“Influência de adições de nióbio no sistema ferro-cobre para atuar como matriz ligante em ferramentas diamantadas”Doutorado

Mônica Manhães Ribeiro Data da defesa: 21/12/2010‘Utilização de material particulado da planta de sinterização de uma indústria siderúrgica integrada em composição de massa cerâmica vermelha”Doutorado

Simone Souto da Silva Oliveira Data da defesa: 05/08/2010“Obtenção de diamantes no sistema NI-MN-C dopados com zinco via aplicação de altas pressões e altas temperaturas”Doutorado

Ciência Animal

Patricia Regina de Souza Siqueira Campos Data da defesa: 01/07/2010“Avaliação do método “in situ” e determinação da cinética de degradação ruminal de forrageiras tropicais”Doutorado

Vagner Ricardo da Silva Fiuza Data da defesa: 30/07/2010“Caracterização molecular de espécies de Crytosporidium isoladas de fezes de animais de produção no estado do Rio de Janeiro, Brasil”Doutorado

Viviane Antunes Pimentel Data da defesa: 31/08/2010“Avaliação de três cultivares de Brachiaria brizantha sob pastejo de novilhas leiteiras”Doutorado

Gabriela Corrêa Coelho Data da defesa: 09/07/2010“Participação das pistas ambientais na gênese e manutenção da sensibilização comportamental”Mestrado

Juliana Barreto Nunes Data da defesa: 08/10/2010“Desenvolvimento e avaliações química, microbiologica e sensorial de presunto cozido

elaborado com pectina e cloreto de potássio”Mestrado

Sheyla Sant’anna Lessa Data da defesa: 30/09/2010“Análise microbiológica e molecular da microbiota bacteriana que coloniza porcos selvagens (Sus scrofa) do Pantanal Sul-Matogrossense”Mestrado

Genética e Melhoramento de Plantas

Helaine Christine Cancela Ramos Data da defesa: 15/12/2010“Retrocruzamento em mamoeiro: avanço de gerações e seleção de linhagens via procedimentos clássicos e moleculares”Doutorado

Roberto dos Santos Trindade Data da defesa: 09/12/2010“Capacidade combinatória e herança da resistência ao crestamento bacteriano comum em Phaseolus vulgaris L.”Doutorado

Veronica Aguiar da Silva Data da defesa: 23/08/2010“Determinação da estrutura organizacional das vias map kinases em sorgo, Arabidopsis lyrata e cana-de-açúcar por meio de análise “in silico “Doutorado

Lívia Marcon Almeida Data da defesa: 10/12/2010“Seleção de famílias em cana-de-açúcar e estudo da divergência genética via marcadores moleculares”Mestrado

Roberta Ribeiro Barbosa Data da defesa: 14/12/2010“Efeito das vias de produção e percepção de hormônios etileno, auxina e ácido salicílico na resposta de Arabidopsis thaliana à colonização por Gluconacetobacter diazotrophicus”Mestrado

Produção Vegetal

Anderson Lopes Peçanha Data da defesa: 01/12/2010“Metabolismo fotossintético, crescimento e estado nutricional do mamoeiro (Carica papaya L.) em resposta à condutividade elétrica da solução de cultivo”Doutorado

Cibelle Degel Barbosa Data da defesa: 18/11/2010“Bioinformática e técnicas multivariadas na análise da divergência genética em Carica papaya L.”Doutorado

Elaine Rodrigues Figueiredo Data da defesa: 23/07/2010“Estudo fitoquímico e avaliação biológica dos extratos de Trichilia casarettii e Trichilia silvatica (Meliaceae)”Doutorado

Hélio Júnior de Souza Crespo Data da defesa: 12/11/2010“Análise da distribuição regional do emprego na economia fluminense nos anos de 1987 a 2009”Doutorado

Herval Martinho Ferreira Paes Data da defesa: 02/09/2010“Estudo fitossociológico e georreferenciamento na cultura de girassol em função de diferentes manejos”Doutorado

Moema Mocaiber Peralva dos Santos Data da defesa: 10/12/2010“Atividade antimicrobiana in vitro de extratos vegetais das “espécies Mangifera indica, Eugenia jambolana, Schinus terebinthifolius, Capsicum annuum e análogos sintéticos da capsaicina, frente aos microrganismos da cavidade oral”Doutorado

Omar Schmildt Data da defesa: 17/12/2010“Ecofisiologia do mamoeiro cultivado em dois sistemas de propagação vegetativa: in vitro e ex vitro”Doutorado

Cátia Oliveira de Paula Data da defesa: 22/10/2010“Resistência de larvas de Aedes aegypti ao temephos e compatibilidade de larvicida com o fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae”Mestrado

Cezar Vasconcellos Sanfim Cardoso Data da defesa: 27/10/2010“Estudo dos atributos químicos, uso da eficiência da água do solo e do crescimento, de povoamentos puros e consorciados de Eucalyptus tereticomis e Mimosa caesalpiniifolia”Mestrado

Wanderson Souza Rabello Data da defesa: 21/10/2010“Absorção de nutrientes minerais em feijoeiro comum em resposta a subdoses de glyphosate”Mestrado

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UENF é a

IGC do MEC mantém a UENF entre as melhores universidades do país

13ª do paísPela terceira vez consecutiva, a UENF fi gura entre as 15 primeiras colo-

cadas no IGC (Índice Geral de Cursos) do Ministério da Educação (MEC) — indicador de qualidade das instituições de educação superior do país. O resultado do IGC 2009 (referente ao triênio 2007, 2008 e 2009) coloca a UENF em 13º lugar entre as instituições de ensino superior brasileiras. Com o resultado, a UENF sobe duas posições em relação ao IGC de 2008.

Entre as universidades estaduais do país, a UENF é a melhor colocada no ranking do IGC. No Estado do Rio, a UENF é a segunda melhor instituição de ensino superior pública. Para o reitor da UENF, Almy Junior, os resul-tados mostram, entre outras coisas, o acerto do modelo escolhido para a Universidade, bem como o empenho de todo o seu corpo de servidores e a qualidade do corpo discente.

— Uma universidade com um tripé pautado na força da pesquisa, na extensão — cada vez mais inserida na realidade da universidade —, e na qua-

lidade do ensino, terá sempre resul-tados deste nível. Este é o resultado de um trabalho co-letivo de 17 anos de luta, com corpo de servidores sérios, altamente qualifi ca-do e dedicado, bem como um corpo dis-cente de nível muito elevado — afi rma.

O IGC avalia tan-

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to a graduação quanto a pós-graduação. Para a graduação, utiliza o Conceito Preliminar de Curso (CPC) — uma média de diferentes índices de qualidade dos cursos, como o Conceito Enade, desempenho dos estudantes no Enade, Conceito IDD e variáveis de insumo (corpo docente, infraestrutura e pro-grama pedagógico). No que se refere à pós-graduação, o IGC utiliza a nota Capes. Instituições que não participam do Enade, portanto, acabam fi cando fora do IGC — a USP e a Unicamp não são avaliadas.

Foram avaliadas 2.137 instituições de educação superior, sendo 180 Uni-versidades, 158 Centros Universitários e 1799 Faculdades. Os conceitos va-riam de 1 a 5, sendo que 1 e 2 são considerados “insatisfatórios”, enquanto os conceitos 4 e 5 signifi cam “excelência”. Com um total de 379 pontos, o mesmo obtido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, em seu IGC contínuo — o máximo são 500 pontos —, a UENF fi cou com o conceito 4. Segundo o MEC, as instituições que obtiveram conceitos 3, 4 e 5 avançam para conquistar mais autonomia, enquanto aquelas com conceitos 1 e 2 fi cam sob sua supervisão. Caso não consigam sanar suas defi ciências, podem ter diminuído o número de vagas oferecidas ou, em último caso, ter suspenso o recredenciamento dos seus cursos.

— Acredito que podemos avançar ainda mais, com ações como a parti-cipação da UENF no SiSU, as melhorias que vêm sendo obtidas na infraes-trutura da Universidade, ações voltadas para atender demandas da socie-dade regional e a elevada captação de recursos pelos nossos professores. Destacam-se também as possibilidades ofertadas para que o corpo discente participe dos programas de pesquisa, como as bolsas de iniciação cien-

tífi ca, mestrado e doutorado, de extensão, em diferentes programas, e de ensino, em programas como monitoria, pré-vestibular social, entre outros. Além disso, investimentos na capacitação e nos direitos dos servidores e dos estudantes, compromissos que assumimos com a comunidade, e que esta-mos atuando para ampliar cada vez mais, estão sendo cumpridos — afi rma o reitor.

A instituição que obteve o primeiro lugar no ranking geral do IGC 2009, com 440 pontos, foi a Universidade Federal de São Paulo. Em segundo lugar fi cou a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, em terceiro, a Univer-sidade Federal de Lavras. Dentre as instituições públicas do Estado do Rio, a UENF só se encontra abaixo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que obteve 395 pontos no IGC e nono lugar geral. Apenas nove universidades brasileiras obtiveram o conceito máximo.

A UENF oferece atualmente 17 cursos de graduação e 13 programas de pós-graduação, sendo que em 10 deles são oferecidos cursos de doutorado. Segundo o reitor Almy Junior é fundamental que o sucesso da universidade seja estendido para outros municípios do estado do Rio de Janeiro.

— Temos apresentado propostas de expansão deste modelo de univer-sidade para que possamos contribuir ainda mais na melhoria da quali-fi cação da nossa população e propor soluções, com as pesquisas que produzimos, para os problemas a serem enfrentados com os grandes investimentos que a região recebe atualmente — afi rma.

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Pela terceira vez consecutiva, a UENF se uniu ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) e ao Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional da Universidade Federal Flu-minense (UFF) para a realização do Congresso Fluminense de Iniciação Científi ca e Tecnológica (Confi ct), de 27 a 29/06/11. Um dos objetivos do

Congresso é mostrar o trabalho desenvolvido através dos programas de bolsas de Iniciação Científi ca (Pibic) das referidas instituições.

O Congresso abrange o 16º Encontro de Iniciação Científi ca da UENF, o 8º Circuito de Iniciação Científi ca do IFF e a 4ª Jornada de Iniciação Científi ca da UFF. Durante o

evento, os estudantes apresentam seus trabalhos (oralmente ou em forma de pôsteres) e são avaliados por uma comissão externa composta por pesquisadores com bolsa de produtividade em pesquisa do CNPq. Os resumos dos trabalhos são disponibilizados online e em CDs para

professores e demais estudantes e são enviados a várias instituições.O Congresso teve um número recorde de inscritos este ano. Foram 330 da UENF, 118 do IFF e 44 da UFF, totalizando 492 trabalhos. Além da apresen-

tação dos trabalhos, o Congresso conta ainda com uma vasta programação — palestras, mesas-redondas, minicursos e atividades culturais. Veja a programação e mais informações sobre o evento em http://www.uenf.

br/eventos/ic2011/ .A UENF também está apoiando dois outros grandes eventos científi cos: o

VI Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas, que será realizado de 01 a 04/08/11, e a XIV Reunião Latino-Americana de Fisiologia Vegetal, juntamente

com o XIII Congresso Brasileiro de Fisiologia Vegetal, de 19 a 22/09/11. Ambos os eventos serão realizados em Búzios (RJ).

Promovido pela Associação Brasileira de Melhoramento de Plantas (SBMP), o VI Congresso Brasileiro de Melhoramento de Plantas terá como tema central “Panorama atual e perspectivas do melhoramento de plantas no Brasil”. Além de palestras, mesas-redondas e minicursos, a programação inclui o lançamento do livro “Melhoramento de Plantas para Condições de Estresses Abióticos”, do professor Aluizio Borém e colaboradores. Mais informações podem ser obtidas em http://www.sbmp.org.br/6congresso/

A Sociedade Brasileira de Fisiologia Vegetal está à frente da XIV Reunião Lati-no-Americana de Fisiologia Vegetal e do XIII Congresso Brasileiro de Fisiologia Vegetal. O tema central será “Mudanças climáticas globais: do gene à planta”. Os eventos pretendem abordar o assunto em termos das respostas fi siológicas das plantas às mudanças no clima do planeta.

Voltados para estudantes de graduação, pós-graduação e pesquisadores de instituições de ensino superior, de empresas públicas e institutos de pesquisa, a Reunião Latino-Americana e o Congresso de Fisiologia Vegetal têm por obje-tivo promover a apresentação, discussão e divulgação de trabalhos na área. O Congresso é um evento bienal, enquanto a reunião ocorre com intervalo de três anos. Os organizadores esperam contar com mil a 1,4 mil participantes nos dois eventos, onde deverão ser expostos mais de mil trabalhos. Veja mais informa-ções em http://www.sbfv.org.br/congresso2011/?lang=pt-br.

Eventos científi cos

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