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ISSN 1414-3518 e-ISSN 2236-3459

HISTRIA DA EDUCAO1

v. 15, n. 35, set./dez. 2011

Histria da Educao - RHE

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Imagem da capa: Rembrandt Harmensz van Rijn (1606-1669):

Tito estudando (1655).

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REVISTA HISTRIA DA EDUCAOPublicao quadrimestral da Associao Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em Histria da Educao - Asphe/RS

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REVISTA HISTRIA DA EDUCAOPublicao quadrimestral da Associao Sul-Rio-Grandense de Pesquisadores em Histria da Educao - Asphe http://seer.ufrgs.br/aspheEditores Maria Helena Camara Bastos Maria Stephanou Claudemir de Quadros Conselho editorial nacional Carlota Reis Boto - USP Dermeval Saviani - Unicamp Elomar Antonio Callegaro Tambara - UFPel Flvia Obino Corra Werle - Unisinos Jorge Carvalho do Nascimento - UFSE Jorge Luiz da Cunha - UFSM Jos Gonalves Gondra - Uerj Luciano Mendes Faria Filho - UFMG Lcio Kreutz - UCS Marcus Levy Albino Bencosta - UFPR Maria Juraci Maia Cavalcanti - UFCE Maria Teresa Santos Cunha - Udesc Marta Maria de Arajo - UFRN Conselho editorial internacional Adrian Ascolani - Universidad Nacional de Rosrio, Argentina Antonio Castillo Gmez - Universidade de Alcal, Espanha Lus Miguel Carvalho - Universidade Tcnica de Lisboa, Portugal Antonio Viao Frago - Universidad de Murcia, Espanha Pierre Caspard - Service dHistoire de lducation, Frana Joaquim Pintassilgo - Universidade de Lisboa, Portugal Consultores ad hoc Daniel Revah - Unifesp Eduardo Arrida - UFPel Giani Rabelo - Unesc Luciane Sgarbi Santos Grazziotin - Unisinos Terciane Luchese - UCS Escopo A Revista Histria da Educao uma publicao quadrimestral da Associao SulRio-Grandense de Pesquisadores em Histria da Educao - Asphe - que tem como finalidade disseminar conhecimentos relacionados histria da educao.

Submisses As submisses de textos devem ser feitas no endereo www.seer.ufrgs.br/asphe. Direitos autorais Os direitos autorais dos textos publicados pertencem revista Histria da Educao. Autorizao de reproduo permitida a reproduo total ou parcial do contedo, desde que atribudas as respectivas referncias. Indexadores - Lantindex - http://www.latindex. unam.mx. - Sumrios.org - http://www.sumarios.org - Qualis/Capes - http://qualis.capes.gov.br/ webqualis. - Seer/Ibict - http://www.ibict.br. - Doaj - http://www.doaj.org/doaj?func=open url&genre=journal&issn=14143518 Endereo para correspondncia Estrada Padre Gabriel Bolzan, 30. 97095-500 - Santa Maria - RS. E-mail: [email protected].

Histria da educao / Associao Sul-RioGrandense de Pesquisadores em Histria da Educao - Asphe, v. 15, n. 35 (set./dez. 2011) - Porto Alegre: Asphe/Ufrgs. Quadrimestral. ISSN 1414-3518 e-ISSN 2236-3459 v. 1, n. 1, abr. 1997 1. Histria da Educao - peridico I. Asphe. CDD: 370-5.

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Associao Sul-Rio-Grandende de Pesquisadores em Histria da Educao - Asphe/RSAssociao criada em 11 de dezembro de 1995, em So Leopoldo/RS, que tem por finalidade promover estudos e disseminao de informaes relacionadas histria da educao. http://www.asphe.com.br

Diretoria (2009-2011)Maria Stephanou - presidente, Ufrgs Claudemir de Quadros - vice-presidente, UFSM Carla Gastaud - secretrio geral, UFPel

Conselho Fiscal (2009-2011)Giani Rabelo - Unesc Luciane Sgarbi Santos Grazziotin - Unisinos Rita de Cssia Grecco dos Santos - Furg

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SUMRIO

Apresentao do dossi educao rural Flvia Obino Corra Werle ................................................ 7 Notas sobre la historiografa de la educacin rural en Mxico Alicia Civera ....................................................................... 11 A influncia social da diviso histrica do rural e do urbano na organizao da educao boliviana Jaqueline Marcela Villafuerte Bittencourt ........................... 32 La escolarizacin en la campaa bonaerense: un campo de disputas en la conformacin del poder social (1850-1875) Luca Lionetti ...................................................................... 50 Crise da educao brasileira: problema da educao rural (So Paulo, dcada de 1930) Maria Apparecida Franco Pereira ...................................... 74 A civilizao no meio rural: o livro de leitura como instrumento modernizador Ana Clara Bortoleto Nery Cleila de Ftima Stanislavski ............................................. 100 Rdio e a educao rural no Rio Grande do Sul (1940-1960) Flvia Obino Corra Werle ................................................ 127Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 1-6

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Resenha Clssicos da educao brasileira Aline Morais Limeira Josy Almeida Santos ......................................................... 155 Documento Macht auf das dor ............................................................. 164 Orientaes aos colaboradores ......................................... 165

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DOSSI EDUCAO RURAL APRESENTAO

Flvia Obino Corra Werle

Este dossi uma forma de ampliar e dar continuidade discusso sobre educao rural, pela contribuio de um conjunto de investigadores que tem compartilhado o interesse pelo tema a partir de meados da dcada de 2000. Nos anos de 2007, 2009, 2010 e 2011 foram organizados livros1 no Mxico, Brasil e Espanha, com a produo de pesquisadores que tm mantido articulaes e se encontrado, principalmente, por ocasio de eventos de histria da educao. A rede de pesquisadores que discute educao rural, em diversas perspectivas, tem crescido. H um debate do contedo poltico do termo rural e da educao do ou no campo, com mobilizao de programas e projetos governamentais, bem como de conferncias nacionais sobre o1

WERLE, Flvia Obino Corra (org.). Educao rural em perspectiva internacional: instituies, prticas e formao do professor. Iju: Uniju 2007; PERES, Teresa Gonzlez; PREZ, Oresta Lpez. Educacin rural en iberoamrica: experincia histrica y construccin de sentido. Madrid: Anroart, 2009; WERLE, Flvia Obino Corra (org.). Educao rural: prticas civilizatrias e institucionalizao da formao de professores. So Leopoldo: Oikos/Braslia: Liber Livro, 2010; CIVERA, Alicia; ALFONSECA, Juan, ESCALANTE, Carlos (coord.). Campesinos y escolares: a construo da escola no campo latinoamericano (sculos 19 e 20). Mxico: Colgio Mexiquense, 2011.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 7-10

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tema. Outros grupos de pesquisadores abordam ruralidades em sua diversificao, pelo eixo de histrias de vida e auto-biografias de professores e ex-alunos de escolas rurais ou, ainda, trazem para o debate as questes pedaggicas envolvidas na multiseriao que vige em muitas escolas. Outras pesquisas analisam a educao rural na proposta de formao profissional e tcnica para o trabalho no mundo rural e no agronegcio e debatem o cenrio de globalizao e relaes capitalistas envolvidas. H, tambm, investigaes que tematizam os movimentos sociais do campo, especialmente a partir das polticas pblicas voltadas para estas populaes. Outros, ainda, abordam a educao rural numa discusso que se encaminha para a ao cooperativista. Este dossi poderia incluir inmeros pesquisadores brasileiros que trabalham com o tema educao rural. Entretanto, o foco deste , especificamente, a discusso da educao rural em perspectiva histrica. Nele, a abordagem da educao rural realizada por pesquisadores da Argentina, Mxico, Bolvia e Brasil. O texto de Alicia Civera revisa temas e metodologias do campo da histria da educao no Mxico e situa a historiografia da educao rural. Destaca que o debate focalizou, inicialmente, a histria poltica. Depois, passou para uma perspectiva regional que envolveu a anlise do trabalho cotidiano de docentes, sua insero nas comunidades e o funcionamento das escolas. A autora destaca que, na ltima dcada, a produo historiogrfica tem atentado para as populaes atendidas em termos de diferenciaes de gnero e de cunho scio-cultural. Discute, tambm, processos transnacionais e globais na abordagem do tema da educao rural. Jaqueline Marcela Villafuerte Bittencourt traa um retrospecto histrico da educao boliviana e contextualiza, em suas dimenses econmicas, sociais, polticas, culturais e tecnolgicas, a marca forte da discriminao da origem tnica das populaes rurais. Ao identificar a dicotomia presente entre o urbano e o rural nas polticas educativas daHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 7-10

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Bolvia, ao longo do sculo 20, a autora traa quatro eixos de debate: o Estado liberal oligrquico marcadamente civilizador, a revoluo de 1952 e vigncia do Cdigo de Educao, quando se altera a denominao de indgenas para campesinos, a reforma educativa de 1994 e, por fim, o momento atual. A autora questiona se o momento atual pe fim dicotomia, ao que interpe uma reflexo que considera o movimento histrico e a fragilidade do momento institucional do pas. O trabalho de Luca Lionetti focaliza a educao rural na Argentina, entre as dcadas de 1850 e 1870, que tinha como objetivo eliminar o barbarismo, civilizar as populaes para um mundo que se pretendia cada vez mais urbano, ordenado e harmnico. O trabalho recupera as polticas educativas na zona rural de Buenos Aires e demonstra que o modelo de escolarizao estava inspirado em valores e prticas prprias do mundo urbano os quais, entretanto, entraram em choque com os costumes e prticas culturais das populaes rurais. Maria Apparecida Franco Pereira discute a educao rural em So Paulo, a partir da contribuio de trs autores que atuaram como professores e polticos na educao paulista e nacional no incio do sculo 20. Contextualiza a situao escolar em So Paulo, nas dcadas de 1920 e 1930, a partir de documentos legais e normativos que referem as condies materiais de escolas isoladas de zona rural, a

recomendao de organizarem-se como granjas rurais inovadoras, os programas de ensino voltados para a prtica, com nfase em atividades agrcolas, pastoris e martimas, com vistas fixao do homem ao seu ambiente. Discute o xodo para as cidades como conseqncia de vrios fatores, entre eles a imigrao, as estradas e a riqueza do caf. Ana Clara Bortoleto Nery e Cleila de Ftima Stanislavski analisam a obra de Thales Castanho de Andrade, autor de vrios livros de leitura publicados pela Companhia Editora Nacional, entre o final da dcada de 1920 e o incio da dcada de 1960. Estes livros veiculavam modelos de vida que enalteciam o campo frente s condies urbanas. O artigo discute o modelo de homem civilizado para o meio rural atravs da obraHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 7-10

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de Thales de Andrade, considerando as imagens que povoam seus livros, o analfabetismo, o perfil de professor rural e a organizao da escola rural. O texto final de minha autoria e tem como foco o rdio e seus usos na zona rural e nas escolas de formao de professores rurais. Refere o rdio como instrumento pedaggico e de extenso rural, veculo civilizador e de comunicao frente disperso da populao pelo territrio nacional. Aborda os usos que dele faziam as escolas normais rurais do Rio Grande do Sul e como o Boletim de educao rural, impresso publicado pela Superintendncia do Ensino Rural da Secretaria de Educao do Estado do Rio Grande do Sul, se institua como disseminador de uma cultura ruralista, com matrias que traziam pautas e contedos para serem veiculados pelas rdios locais. Os textos apresentados neste dossi dialogam entre si e contribuem para a compreenso do panorama latino-americano e brasileiro a respeito da educao rural. Esperamos que instiguem o debate tericometodolgico sobre este tema e promovam a sensibilizao de professores e estudantes de forma a colaborarem na investigao acerca da histria da educao rural.

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NOTAS SOBRE LA HISTORIOGRAFA DE LA EDUCACIN RURAL EN MXICO Alicia Civera

NOTAS SOBRE A HISTORIOGRAFIA DA EDUCAO RURAL NO MXICO Resumo Neste artigo, fao uma reviso geral da historiografia acerca da educao rural, promovida aps a Revoluo de 1910, no Mxico. Inicialmente, analiso a poltica educativa e, posteriormente, o trabalho cotidiano dos professores, as escolas e as formas pelas quais as comunidades responderam ou fizeram sua esta instituio, sob a inteno de compreender os vnculos entre a escola, a sociedade e a construo do Estado Nao. Na ltima dcada se enfatizou a diferenciao scio-cultural e de gnero da populao vinculada ou excluda da escola e as concluses de estudos regionais se somaram incorporao de processos transnacionais ou globais. Palavras-chave: historiografia da educao, educao rural no Mxico, escola e comunidades rurais. NOTES ABOUT THE HISTORIOGRAPHY OF RURAL EDUCATION IN MEXICO Abstract In this article I review the historiography or rural education that was encouraged by the 1910 Revolution in Mexico. First, researchers analyzed educative polities; later, we studied the everyday works of teachers and schools and the way that rural communities responded to the school or did appropriate it, trying to understand the relationships between school, societies and the National State construction. The last ten years researchers had put more attention to the socioHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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cultural and gender differentiation of the people that has been included or excluded by the school, and had tried to get conclusions from local and regional studies, but from transnational or global processes too. Keywords: historiography of education, rural education Mexico, schools and rural communities.

NOTAS SOBRE LA HISTORIOGRAFA DE LA EDUCACIN RURAL EN MXICO Resumen En este artculo reviso en forma general la historiografa acerca de la educacin rural impulsada tras la Revolucin de 1910 en Mxico. Inicialmente se analiz la poltica educativa y posteriormente el trabajo cotidiano de los maestros, las escuelas y la forma en que las comunidades responden o hacen suya esta institucin, bajo la intencin de comprender los vnculos entre la escuela, la sociedad y la construccin del Estado-Nacin. En la ltima dcada se ha puesto nfasis en la diferenciacin socio-cultural y de gnero de la poblacin vinculada o excluida de la escuela, y a la obtencin de conclusiones de los estudios regionales se ha sumado la incorporacin de elementos vinculados a procesos trasnacionales o globales. Palabras-chave: historiografa acerca de la educacin, educacin rural en Mxico, escuela y comunidades rurales. NOTES DU LHISTORIOGRAPHIE DE LEDUCATION RURALE AU MEXIQUE Resum Dans cet article je revise de forme gnerale lhistoriographie de lducation rurale impulse aprs la rvolution de 1910 au Mexique. Au dbout fut analic la politique ducative et, aprs, le travail quotidien des professeurs, les coles, et la facn de response des communits a lcole, ou assimilation a cette institution, avec lntention de comprendre les liens entre cole, societ et la difference socioculturelle et de genre de la population approche ou excluie de lcole et, avec lbtention de conclusions des tudes regionnaux, sst ajout lncorporation dutres lements vinculs a procs transnationnaux ou globales. Mots-cl: historiographie de lducation, ducation rurale Mexique, coles et communits rurale.

Introduccin Uno de los temas y motores centrales en la historiografa de la educacin mexicana ha sido el programa educativo que impuls el gobierno mexicano despus de la revolucin social de 1910. Tras treinta aos de dictadura, y diez de guerra civil, en 1917 la Constitucin dio un lugar especial a la educacin obligatoria, gratuita y laica que impartira elHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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Estado. Tres aos despus se cre la Secretara de Educacin Pblica, un ministerio que por primera vez se planteaba el objetivo de tener un alcance federal. El ministro Jos Vasconcelos apel a los intelectuales y la ciudadana en general para encabezar una amplia cruzada educativa, formar misiones culturales para fundar escuelas en todas partes, llevar libros, sobre todo los clsicos, a toda la poblacin, fundar escuelas normales para formar a los maestros que se haran cargo de las escuelas rurales. Durante los aos veinte el sistema educativo fue creciendo, inspirado en la escuela de la accin y el objetivo de civilizar a los campesinos, enlazado una fuerte campaa antifantica que culminara en una guerra civil. En 1934 se modific nuevamente la Constitucin, para estipular que la educacin que impartira el Estado sera socialista y coeducativa, una poltica que causara una gran controversia e incluso el saboteo a las escuelas y el asesinato de maestros. Con la educacin socialista y la intensificacin del reparto agrario, la revolucin lleg a su momento ms radical con el presidente Lzaro Crdenas (1934-1940). En la dcada de los cuarenta, entre la guerra mundial y las consecuencias econmicas de la expropiacin petrolera (1938), iniciara una poca distinta, encausada a la modernizacin e industrializacin, bajo polticas ms conciliadoras. En 1942 una ley de educacin quit el carcter coeducativo a la educacin y en 1945 un nuevo artculo constitucional elimin su orientacin socialista para volver al laicismo planteado por los constituyentes del 1917 y encausar un proyecto educativo modernizador y uniformador, que eliminaba el carcter especial de la educacin rural que se haba impulsado desde 1921. Este proyecto educativo ha sido estudiado desde diferentes puntos de vista y ha sido interpretado de diferentes maneras. A continuacin comienzo por explicar algunas de las caractersticas principales del campo de la historia de la educacin en Mxico, para posteriormente ubicar dentro de ellas a la rica produccin existente sobre la educacin rural posrevolucionaria.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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Caractersticas del campo de la investigacin en historia de la educacin en el siglo 20 Las polticas seguidas en Mxico para la investigacin durante las ltimas dcadas han perfilado algunas de las caractersticas de la produccin y distribucin de los trabajos de investigacin en historia de la educacin. Al trabajo que tradicionalmente han realizado instituciones en la ciudad de Mxico, como El Colegio de Mxico, el Departamento de Investigaciones Educativas del Centro de Investigaciones y Estudios Avanzados, el Instituto de Estudios sobre la Universidad y la Educacin Iisue, antes Cesu, de la Universidad Nacional Autnoma de Mxico Unam, la Universidad Pedaggica Nacional - UPN, el Centro de Investigaciones y Estudios Superiores en Antropologa Social - Ciesas, la Universidad Autnoma Metropolitana - UAM - y universidades estatales como la de Puebla, Michoacn y Guadalajara, se han sumado investigadores que se han formado en posgrados fuera de Mxico o en estas instituciones, integrando equipos de investigacin, algunos ya maduros, otros incipientes, en centros de investigacin, como el Colegio de San Luis, El Colegio Mexiquense, e instituciones estatales, cuyos productos ya tienen una presencia importante. Tambin se realiza investigacin en Estados Unidos y Europa. En el presente siglo han salido varias obras monogrficas como resultado de tesis doctorales, sin embargo, se observa un crecimiento de obras colectivas sobre temas especficos, co-editadas por instituciones de educacin superior y casas editoriales privadas, lo cual se asocia a los trminos y ritmos marcados por los sistemas de financiamiento a la investigacin y el fomento a la formacin de grupos o equipos de trabajo, ms que a la produccin individual. Ahora se escribe en un mayor nmero de revistas cientficas nacionales e internacionales, tanto de historia como de educacin y gnero, ya que, si bien hay ms historiadores que producen en el campo que en el pasado, los lectores aun siguen siendo mayoritariamente del rea de educacin.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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El anuario y revista de la Sociedad Mexicana de Historia de la Educacin es un intento por concentrar estudios de historia de la educacin de Mxico y otros pases. Durante los ltimos aos, entre las listas de grupo como h-Mxico, Histeducal, Histedbr, y otras, as como las bases de datos electrnicas, las videoconferencias, y la participacin de casas editoriales privadas que tienen mayor facilidad para distribuir los libros que las instituciones pblicas, los canales de comunicacin se han incrementado de manera apreciable. Por otro lado, no existe en Mxico ningn programa de posgrado especializado en historia de la educacin, aunque sta suele ser una lnea incluida en maestras y doctorados de historia y sobre todo de educacin en distintas partes del pas. El Colegio Mexiquense y la Sociedad Mexicana de Historia de la Educacin han impulsado un diplomado de Historia de la Educacin que ha tenido ya varias ediciones y el ao pasado el Ciesas Oaxaca impuls un curso de verano sobre educacin con un enfoque histrico y antropolgico. Varios foros nacionales e internacionales sirven para el intercambio entre los investigadores que sin embargo parecen separarse en dos grupos por periodos histricos y niveles educativos: por un lado los colonialistas y por otro los historiadores del Mxico contemporneo; por un lado la educacin bsica e informal, y por otro la educacin superior. Sin embargo, en los ltimos aos se ha prestado ms atencin a la historia de niveles o subsistemas educativos como la educacin tcnica y tecnolgica, la escuela secundaria, la educacin agropecuaria y el normalismo. La participacin de investigadores en conferencias internacionales es cada vez mayor, sobre todo en Latinoamrica, Congreso Internacional de Historia de la Educacin Latinoamericana y Congreso Internacional de Americanistas, y Europa - International Standing Conference for History of Education - de la Asociacin de Historiadores Latinoamericanistas. No tantos, y normalmente distintos, son los que participan en los encuentros bianuales de historiadores mexicanos, norteamericanos y canadienses oHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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en Lasa. De manera que, aunque la comunidad es pequea, las redes de circulacin de ideas y contacto entre investigadores no son homogneas. Desde luego, un punto central de intercambio es el bianual Encuentro Internacional de Historia de la Educacin en Mxico. Los congresos del rea educativa, como el congreso del Consejo Mexicano de Investigacin Educativa - Comie -, siguen siendo foros en donde la presencia de la historia de la educacin es importante, pero las conferencias de historia van ganando terreno poco a poco. Esto ltimo tambin se relaciona con una tendencia, existente desde los aos ochenta y noventa del siglo pasado, a la diversificacin de los objetos de estudio y sobre todo, a la extensin de la historia de la educacin de la escuela a otros mbitos sociales, acercndose a la historia cultural. En los aos setenta del siglo 20, la historia de le educacin en Mxico se fue profesionalizando, y la historia conmemorativa de las ms importantes instituciones escolares fue perdiendo fuerza frente a tres tendencias historiogrficas: una de ellas, desde el marxismo, busc explicar las relaciones entre la poltica educativa, la poltica

gubernamental y el desarrollo del sistema econmico capitalista, as como la dependencia frente a Estados Unidos, desplazando la disciplina de la descripcin a la bsqueda de explicaciones de las ciencias sociales, con ayuda de las teoras de la dependencia, las ideas de Althusser sobre los aparatos ideolgicos de estado, y sobre todo, las concepciones de la escuela como reproduccin, principlamente con Bourdieu pero tambin con Boudelot y Establet. La segunda tendencia fue la historia social, que con base en la Escuela de los Annales puso un especial empeo en trascender el terreno de la poltica educativa para comprender el papel de la escuela en la sociedad a travs del trabajo sistemtico con fuentes de informacin primarias. Una tercer tendencia, fue la impulsada por historiadores norteamericanos de izquierda, influenciados por las teoras de la modernizacin o por el marxismo, interesados en los procesos latinoamericanos, y especficamente en la revolucin mexicana, comoHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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primera revolucin social del siglo 20 que no deriv en un sistema socialista, sino en un sistema poltico fuerte que entonces pareca no tener fin, pero que se enfrentaba a una fuerte resistencia a sus empeos modernizadores (Tanck, 1976; Quintanilla, 1995). Durante los aos ochenta las distancias entre estas tres

perspectivas se fueron, si no diluyendo, si confluyendo en el desarrollo de la historia regional de la educacin. El cuestionamiento de las grandes explicaciones tericas y el ascenso de la investigacin interpretativa tuvo un especial aterrizaje en Mxico en la historia regional que fuera alimentada por la influencia de la microhistoria italiana, especialmente con Giovanni Levi (1993) y el libro El queso y los gusanos de Carlo Ginzburg (1986), pero sobre todo por la influencia de la antropologa mexicana y de la obra de Luis Gonzlez y Gonzlez. En Pueblo en vilo (1964) e Invitacin a la microhistoria (1973), Gonzlez reivindicaba la narrativa, sencilla y amena, mostrando cmo la realidad de muchos pueblos y regiones en Mxico pareca completamente ajena al paisaje mostrado por la historiografa, social, marxista o de cualquier otro tipo, realizada desde la Ciudad de Mxico. La obra de Gonzlez recogi desde los resentimientos provocados por el centralismo poltico, cultural y cientfico del pas, como los afanes por comprender la construccin de una nacin desde la inmensa heterogeneidad econmica, social y cultural de Mxico. Durante la dcada de los ochenta y los noventa, la historia de la educacin en Mxico fue partcipe del entusiasmo por la historia regional, ms que la microhistoria como la entenderan los italianos, para acercarse a las prcticas escolares o educativas, descendiendo del plano de los discursos polticos o las legislaciones, a la vida cotidiana escolar, y de las determinaciones econmicas y las ideologas a los imaginarios y el encuentro y desencuentro entre una gama mucho ms amplia de sujetos involucrados en lo educativo. La bsqueda de nuevas fuentes de informacin fue notoria: las normativas oficiales fueron acompaadas de los archivos escolares y los municipales, los libros, los cuadernos y los testimonios orales, que mostraban voces y aspectos antes ignorados porHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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los historiadores (Quintanilla, 1995; Staples, 2000; Galvn, Quintanilla y Ramrez, 2003; Galvn, 2001; Vaughan 2002). Las discusiones sobre la reproduccin y la resistencia o las teoras de la modernizacin se fueron haciendo ms complejas al poner en primer plano los procesos de negociacin o imposicin entre diferentes sujetos polticos y sociales y sus capacidades de agencia. Sin embargo, es necesario admitir que los investigadores en el campo de la historia de la educacin no debatimos a profundidad sobre nuestras bases tericas y metodolgicas. En 1999, por ejemplo, se public en Hispanic American Historical Review un importante debate acerca de la nueva historia cultural, expresin de un fuerte debate historiogrfico en Estados Unidos y otros pases en los que la nueva historia cultural buscaba mostrarse como un punto de enlace entre los afanes explicativos de la historia econmica, por ejemplo, y las crecientes tendencias posmodernistas que

cuestionaban el estatuto cientfico de la historia y sus posibilidades explicativas a partir de colocar en un lugar central el subjetivismo, el relativismo y las crticas al racionalismo. Este debate parece no haber tenido eco en los historiadores

mexicanos en general y tampoco entre los historiadores de la educacin mexicana, pese a la cercana de sus preocupaciones. En ese entonces, algunos pensbamos que carecamos de una actitud abierta a la crtica y la discusin terica que se comprenda por una falta de

profesionalizacin, pero lo cierto es que entre los historiadores mexicanos haba un ambiente que por entonces se ocupaba ms por recoger conclusiones del creciente nmero de estudios locales y regionales (Picatto, 2002). En el campo de la educacin los estudios regionales y locales, especialmente aquellos sobre la educacin rural posrevolucionaria, producan una informacin sin precedentes sobre las prcticas escolares: un saber que pareca sin fin, que sin embargo era difcil de asir y volver a colocar dentro de una experiencia nacional. Al inicio del siglo 21 las diferencias entre varios enfoques presentes desde entonces se han hecho ms evidentes porque han derivado enHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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nuevos objetos de estudio que hacen borrosa una delimitacin entre historia de la educacin y la historia cultural1. Durante la ltima dcada puede notarse un ensanchamiento en los temas de estudio, as como en las periodizaciones utilizadas. Si bien el enfoque regional sigue existiendo, es menos pujante que en aos anteriores. Posiblemente por la influencia de la conmemoracin del bicentenario de la independencia y el centenario de la revolucin mexicana, ms que por el agotamiento de las formas de anlisis en boga, ha vuelto el inters por lo nacional, ya no como una imagen monoltica, sino como resultado de una compleja construccin desde la pluralidad cultural y econmica de la poblacin mexicana y sus regiones. Quizs ms que los contrastes entre regiones distintas en una misma poca, existe una preocupacin por comprender ciertos procesos en periodos histricos ms largos que los marcados por los cambios polticos o los esquemas econmicos: las permanencias y los cambios en los procesos culturales, y dentro de ellos los educativos, necesitar ms tiempo para ser comprendidos. Una mayor comunicacin con investigadores de otros pases y la creciente preocupacin por los procesos globales han hecho que comience a realizarse estudios comparativos con otros pases, sobre regiones trasnacionales o de sectores de poblacin especficos trascendiendo las fronteras nacionales. An no obtenamos suficientes conclusiones entre las interrelaciones de lo local, lo regional y lo nacional, cuando lo global comenzaba a asomarse como un punto de vista que no puede pasarse por alto. Asimismo, ha habido una mayor oportunidad de consultar archivos en Estados Unidos y varios lugares de Europa, y gracias a la tecnologa, entrar en el anlisis de iconografa, sobre todo de fotografa pero tambin de pintura. Por otra parte, si en los aos ochenta y noventa comenz a innovarse en la difusin de la historia de la educacin por medio de videos1

parecen

La revisin historiogrfica de la ltima dcada est por hacerse. Las observaciones que aqu hago al respecto se sustentan bsicamente en la revisin de libros editados.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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y formatos electrnicos, en esta dcada comenzamos a ver exposiciones fotogrficas como la de Oscar Siguenza sobre la escuela rural en Oaxaca, o la de Alicia Civera sobre las escuelas normales rurales y regionales campesinas entre 1922 y 1945.

La historiografa de la educacin rural posrevolucionaria El proyecto educativo de la revolucin mexicana y en especial la escuela rural mexicana fueron seguidas con atencin en otros pases y ha hechizado a los historiadores de la educacin. Para los investigadores en la dcada de los setenta del siglo 20 haba tres interpretaciones generales: para una de ellas, el proyecto educativo representaba un proyecto modernizador que fue rechazado por una poblacin campesina que se opona, sobre todo, al ataque gubernamental a la Iglesia Catlica. Para otros, se trat de un proyecto educativo que busc, en buena medida con xito, el mejoramiento de las condiciones de vida de los campesinos. Por ltimo, para otros autores significaba slo una retrica que buscaba la legitimacin de los revolucionarios en el poder, con afanes de manipulacin ideolgica. El libro de David Raby (1974), Educacin y radicalismo en Mxico, inaugurara una nueva va de anlisis. Despus de analizar los proyectos educativos, sobre todo en los aos treinta, analiz la forma en que la escuela se desarroll en una regin del sureste del pas y el trabajo poltico que desplegaron los maestros dependientes del gobierno federal. Esta va, con diferentes enfoques, sera seguida por muchos otros, profundizando en las prcticas educativas, con el aliciente de la apertura del Archivo Histrico de la Secretara de Educacin Pblica. Un gran nmero de trabajos en los ochenta se concentraron en analizar qu de las objetivos y normativas federales, llegaba a las escuelas, qu hacan los maestros federales en las comunidades rurales y cules eran las reacciones de la poblacin. Los anlisis se realizaban en distintos niveles: entre las relaciones del gobierno federal y los gobiernos estatales, de las escuelas y los maestros con las fuerzas polticas yHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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sociales en distintas regiones, de los maestros con los padres de familia y los nios en las comunidades rurales. Las preguntas iniciales y las conclusiones previas se fueron haciendo mucho ms complejas (Quintanilla, 1995; Alfonseca, 2003; Civera, Galvn y Escalante, 2003; Quintanilla y Vaughan, 1997; Somehide, 2005; Martnez y Padilla, 2006). Una revisin de los libros de historia de la educacin publicados en Mxico desde el ao 2000, nos muestra que los estudios sobre la educacin rural siguen teniendo un peso importante y se vinculan, aunque no exclusivamente, con la historiografa norteamericana y la antropologa, entre la nueva historia cultural y la antropologa histrica, as como en la microhistoria italiana. Suelen ser estudios que utilizan fuentes

documentales sobre prcticas como, por ejemplo, la documentacin burocrtica a distintos niveles, los archivos municipales y desde luego el Archivo Histrico de la Secretara de Educacin Pblica y la historia oral. La mayora, vase la bibliografa, trabajan desde perspectivas estatales, regionales o locales, aunque no exclusivamente (Loyo, 1998 y 1999a; Palacios, 1999; Civera, 2008). En estos trabajos se suele hacer mencin de la resistencia y la economa moral (James Scott), la apropiacin (Chartier), la negociacin, la configuracin (Elias), la microhistoria (Giovanni Levi), las tcticas y las estrategias (De Certeu), la cultura escolar (Viao, Escolano y otros), lo dialgico (Vigotzky), lo contencioso, pero sobre todo a la discusin en torno a la hegemona (Gramsci, Roseberry), la construccin cotidiana del Estado (Joseph, Nugent), y a la conformacin del Estado (Alan Knight) slo por mencionar a algunos autores ms citados. En esta lnea se tiende a observar procesos de ciudadana, las relaciones entre la escuela y la comunidad, a examinar procesos de reforma, y las relaciones entre los cambios en las esferas poltica y econmica con la escolar. Los componentes simblicos y materiales de la lucha por el poder es algo que casi siempre est presente en este tipo de estudios, en los que sin embargo, a veces se ha descuidado un poco lo especficamente pedaggico y didctico.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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Muchos estudios, vase la bibliografa al final, demostraron que el gobierno federal no tena la fuerza suficiente para capacitar a los maestros en los objetivos del proyecto educativo, o para romper las resistencias de las autoridades estatales y municipales al intervencionismo del gobierno central. Donde pudo hacerlo, muchas veces fue por el impulso de las propias comunidades o el apoyo de organizaciones campesinas, obreras y magisteriales. Buena parte de la produccin demostr que la oposicin que en muchas partes tuvo la escuela no se debi nicamente a aspectos religiosos o ideolgicos, ni su opuesto, que sus xitos estuvieron ligados al agrarismo gracias a la reforma agraria, con el reparto de tierras y creacin de programas de crdito. Cantidad de maestros respaldaron al gobierno federal y sobre todo, apoyaron a las comunidades campesinas a mejorar sus condiciones de vida, pero muchos otros aprovecharon sus saberes para obtener posiciones de poder alindose con caciques tradicionales. La escuela tampoco fue un aliado infalible del fortalecimiento del Estado Nacional. Mary Kay Vaughan (2000) hizo un estudio comparativo de la escuela federal en el Mxico posrevolucionario en dos regiones distintas que le sirvi de rendija para ver la forma en que pudo construirse un discurso hegemnico capaz de sostener un rgimen poltico por largo tiempo. Dicho discurso se apropi del sostenido por varios sectores sociales y fue negociado de tal manera que la longevidad del gobierno de la revolucin puede explicarse por el apoyo popular, es decir, por la generacin de un amplio consenso. Elsie Rockwell (2007) se acerca a las escuelas como construcciones locales a las que llega el gobierno federal revolucionario. La pregunta inicial es otra: qu tanto una revolucin cambi o no, y cmo, a la escuela. La respuesta que plantea es tambin diferente: parte importante de los xitos del gobierno revolucionario fue su posibilidad de usar la violencia fsica y simblica, pero la fuerza de lo estatal no est garantizada, sino siempre disputada por distintos sectores sociales y polticos.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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Este debate, mucho ms complejo si introducimos los aportes de otros investigadores, sigue an abierto, si bien el carcter consensual de la escuela rural ha perdido lugar frente a las evidencias de imposicin cultural y sobre todo poltica y fsica del gobierno revolucionario (Greaves 2008; Civera 2008). Dentro de esta lnea de anlisis recientemente se pueden observar dos tendencias: una, presente sobre todo en las investigaciones norteamericanas por la influencia de los llamados estudios culturales, es salir de la escuela para estudiar otros procesos culturales como el cine, la radio, la televisin, la pintura, la educacin informal, etc. (Vaughan y Lewis, 2006). Otra, es a seguir el anlisis sobre la escuela ampliando los periodos de estudio, analizando las diferencias dentro de las comunidades, el faccionalismo, y volviendo a los aspectos ms pedaggicos y de cultura material de la escuela que se han dejado de lado por mucho tiempo (Martnez y Padilla, 2006; Siguenza, 2007; Acevedo, 2000 y 2005; Alfonseca 2005a y 2005b; Arteaga 2005; Gillingham, 2006; Civera 2007; Valds 1999; Cueva, 2001). A la vez, se retoma el debate ms sociolgico para repensar la estructuracin, centralizacin y jerarquizacin del sistema educativo, y las relaciones entre la economa y la educacin, mientras se analiza a mayor profundidad el trabajo cotidiano de las escuelas, a las maestras y a los maestros (Loyo 1999, 2001 y 2004; Vaughan 2000; Rockwell, 2008; Galvn y Lpez, 2008; Torres, 1998; Anguiano y Vaca 2000; Civera 2008). En particular, se ha tenido un mayor cuidado que en el pasado en la atencin a diferentes tipos de poblacin, por gnero y origen sociocultural y econmico. Hoy en da existe una importante produccin impulsada por los estudios de gnero. La preocupacin sobre la educacin de las mujeres, la escuela mixta, la co-educacin, la feminizacin del magisterio, las condiciones de trabajo de las mujeres, ha logrado agrupar a investigadores de distintas perspectivas y de distintas pocas, lo cual resulta sumamente refrescante.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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En general hay una tendencia a tratar de comprender, ms que slo denunciar, las distancias entre los procesos educativos vividos por hombres y mujeres de diferentes estratos socio-econmicos y culturales, y al centrar la mirada en las formas de organizacin del trabajo escolar y el trabajo docente, as como cuestionar lugares comunes que en realidad cuentan con poca evidencia emprica (Fernndez, Ramos y Porter2003; Lpez, 2001a, 2001b y 2007; Galvn y Lpez, 2008; Cortina y San Romn, 2008; Fowler y Vaughan, 2003; Martnez y Padilla, 2006; Civera 2009 y 2010; Arredondo, 2004; Luna, 2000; Castillo, Dorantes y Tuon, 2000). Un tratamiento similar ha tenido la educacin indgena o para indgenas. Si en el pasado prevaleca en la historiografa el discurso de la revolucin sobre los campesinos como genrico, actualmente hay una mayor distincin de la poblacin rural segn factores socioeconmicos y sobre todo tnicos. Varios trabajos analizan las particularidades de la experiencia escolar para grupos indgenas o intentan acercarse a las diferencias entre la educacin dirigida a los mestizos y aquella especfica para los indgenas. Ello se ha basado en buena parte de la literatura que trata de acercarse a lo tnico desde una perspectiva relacional y no como cultura esencial (Giraudo, 2008; Lpez, 2001a; Greaves, 2008; Rockwell, 2007; Vaughan, 2000; Escalante, 2003a, 2003b y 2008; Bertely, 2005). Se puede afirmar, entonces, que la historia de la educacin rural en Mxico en este siglo es ms una historia de prcticas culturales, y dejando atrs una historia social que busca ver en las relaciones entre las prcticas y los discursos lo representativo de una poca, opta por concentrarse en las fracturas e intersticios presentes entre lo poderoso y lo que reta y puede retar al poder, entre lo viejo que no deja de morir y lo que comienza callada o estruendosamente. La mirada sobre los procesos culturales ha hecho que las relaciones entre la escuela y la poblacin sean comprendidas desde procesos cuyos mviles sobrepasan a coyunturas polticas, econmicas pedaggicas. Las caractersticas y consecuencias de la escolarizacin en los mediosHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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rurales, la forma en que la poblacin hace suya a la escuela, o las maneras en que la escuela excluye a varios sectores de poblacin no puede relacionarse nicamente con las caractersticas que el proyecto de educacin rural obtuvo en el contexto de la revolucin. Procesos como el esparcimiento de la cultura escrita o la aceptacin de las propuestas modernizadoras de la escuela, si bien tuvieron particularidades durante el periodo posrevolucionario, estuvieron presentes antes del movimiento armado y prevalecieron despus del abandono de las pedagogas ruralistas. La especificidad del carcter ruralista de la escuela revolucionaria mexicana tambin ha sido cuestionada, y a la vez valorada, a la luz de la comparacin con la adopcin de pedagogas ruralistas y procesos de escolarizacin en otras partes de Amrica Latina (Gonzalbo y Ossenbach 1999; Werle 2007 y 2010; Gonzlez y Lpez 2009; Giraudo 2010; Civera y Lionetti, 2010; Civera, Alfonseca y Escalante, 2011). Esta ltima es una incipiente pero creciente veta de investigacin que seguramente dar muchos frutos, aunada a otra ms, cuyo fortalecimiento habra que impulsar: la preocupacin por el papel de la escuela ya no slo en la formacin de ciudadanos, sino tambin en el moldeo de los cuerpos, las emociones y las subjetividades.

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ALICIA CIVERA CERECEDO es licenciada en Pedagoga, maestra en Ciencias, especialidad en Educacin, y doctora en Investigacin Educativa. Estancia posdoctoral en Centro de Investigaciones y Estudios Avanzados en Antropologa Social,Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 11-31

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Occidente Guadalajara/Jalisco. Investigadora en El Colegio Mexiquense desde octubre 1993. Profesora de licenciatura y posgrado en diversas instituciones de Mxico. Contacto: 16 de septiembre, 215 - casa 3 - barrio de San Miguel, Metepec - Estado de Mxico, Mxico - CP 52140. E-mail: [email protected].

Recebido em 10 de maio de 2011 Aceito em 25 de julho de 2011.

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LA INFLUENCIA SOCIAL DE LA DIVISIN HISTRICA DE LO RURAL Y DE LO URBANO EN LA ORGANIZACIN DE LA EDUCACIN BOLIVIANA

Jaqueline Marcela Villafuerte Bittencourt

A INFLUNCIA SOCIAL DA DIVISO HISTRICA DO RURAL E DO URBANO NA ORGANIZAO DA EDUCAO BOLIVIANA Resumo A organizao da educao na Bolvia est marcada, historicamente, pela diviso entre o rural e o urbano. Essa diviso uma explicao para a profunda segregao social na sociedade boliviana. Este artigo analisa essa dualidade ao longo sculo 20 e descreve como o sistema educativo boliviano foi estruturado de forma a distinguir entre educao urbana e educao rural, sintetizando as relaes tnico-separatistas no desenvolvimento social, econmico e cultural. O mtodo utilizado bibliogrfico e documental. O estudo tem como objetivo discutir como as opes de organizao da educao respondem s posies polticas e econmicas, fragmentao social e possibilidade de emergncia de uma sociedade mais coesa. Palavras-chave: educao boliviana, histria da educao rural, rural e urbano.

THE SOCIAL INFLUENCE OF THE HISTORY IN THE DIVISION OF RURAL AND URBAN IN THE ORGANIZATION OF THE BOLIVIAN EDUCATION Abstract The organization of education in Bolivia is historically marked the division between rural and urban. This division is one explanation for the profound socialHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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segregation in Bolivian society. This article analyzes this historical duality of the long twentieth Century showing how the Bolivian educational system is structured to distinguish between urban education and rural education, synthesizes the separatist-ethnic social relations of social, economic and cultural development. The method used is bibliographic and documentary. The article aims to discuss how the options for school organization respond to political and economic positions, social fragmentation and the possible emergence of a more cohesive society. Keywords: education in Bolivia, history of rural education, rural and urban. LA INFLUENCIA SOCIAL DE LA DIVISIN HISTRICA DE LO RURAL Y DE LO URBANO EN LA ORGANIZACIN DE LA EDUCACIN BOLIVIANA Resumen La organizacin de la educacin en Bolivia est marcada histricamente por la divisin entre lo rural y lo urbano. Esta divisin es una de las explicaciones para la profunda segregacin social de la sociedad boliviana. En este artculo se analiza esta dualidad histrica a lo largo del siglo 20 mostrando cmo el sistema educativo boliviano, estructurado para distinguir entre la educacin urbana y educacin rural, sintetiza las relaciones sociales etnico-separatistas de la vida social, econmica y cultural del pas. El mtodo utilizado es bibliogrfico y documental. El artculo propone discutir cmo las opciones de organizacin escolar responden a posiciones poltico-econmicas, a la fragmentacin social y a la posibilidad del surgimiento de una sociedad ms cohesa. Palabras-clave: educacin boliviana, historia de la educacin rural, rural y urbano.

L'INFLUENCE SOCIALE DE LA DIVISION HISTORIQUE RURALE ET URBAINE ET LA L'EDUCATION BOLIVIENNE Resum L'organisation de l'ducation en Bolivie est historiquement marque par la division entre les rgions rurales et urbaines. Cette division est une des raisons de la sgrgation sociale profonde de la socit bolivienne. Cet article analyse cette dualit historique tout au long du 20 eme sicle, en dcrivant comment le systme ducatif bolivien a t structur de faon a bien distingu l'ducation en milieu urbain et l'ducation en milieu rural, que synthtise les relations ethniques sparatistes du dveloppement social, conomique et culturel. Par la mthode bibliographique et documentaire, l'article vise discuter quel point l'organisation du systme scolaire rpond des orientations politiques et conomiques, la fragmentation sociale et l'mergence possible d'une socit plus solidaire. Mots-cls: l'ducation en Bolivie, histoire de l'ducation en milieu rural, rurale et urbaine.

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Introduccin La organizacin de la educacin en Bolivia est marcada histricamente por la divisin entre lo rural y lo urbano. Esta divisin es una de las seales que explican la profunda segregacin social de la sociedad boliviana. Este modelo educativo, similar al de otros pases de Amrica Latina, queriendo o no, fue un modo de perpetuar la dependencia, la pobreza y el atraso. El mtodo utilizado en este trabajo es bibliogrfico y documental. En l se estudia esta dualidad histrica a lo largo del siglo 20. Se muestra cmo el sistema educativo boliviano, estructurado para distinguir entre la educacin urbana y la educacin rural, result en realidad, en una forma explcita de diferenciar entre los espaoles, criollos, mestizos e indignas. Con esta finalidad se repasa la historia de la organizacin de la educacin, mostrando cuatro cortes: l de los Liberales, la Revolucin de 1952, La Reforma Educativa de 1994 y el momento actual. Inicialmente, a modo de disear el contexto, se presenta un breve relato histrico sobre la educacin desde la poca precolombina hasta llegar al periodo de la repblica. La idea es mostrar la escasez de esta atencin para con los indgenas y mestizos pobres y, cundo esto ocurre la oferta educacional posee claro matiz tnico-separatista. Reflejando las reales relaciones sociales, econmicas y culturales del pas. Se pretende mostrar, tambin, cmo las opciones de organizacin escolar son las respuestas a las posiciones poltico-econmicas y cmo influyen en el tejido social.

Pinceladas de la historia de la educacin boliviana Los pueblos que habitaban la actual patria boliviana remontan a 1580 antes de la era cristiana. Durante este periodo se desarrollaron varios pueblos de los que se tienen algunos datos sobre su forma de educacin. Uno de los ms importantes fue el Imperio Tiawanacota y durante su vigencia la educacin era una obligacin de la familia y ella se daba por el ejemplo, su lengua era el Aymara.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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En otro periodo, aproximadamente por los aos 1000ac, en el Imperio Colla-Aymara la educacin continuaba siendo obligacin de la familia y del grupo social, su objetivo era preparar los ciudadanos a las necesidades en y para la vida, los nios participaban de las tareas junto con los adultos para adquirir conocimientos. Ms adelante el Imperio de los Incas domin aquellos territorios e impuso una nueva forma de educacin. Ella pas a ser una obligacin del Estado que utilizaba los amautas, que eran los sabios del imperio, para transmitir los conocimiento. La educacin para los hijos de los nobles era un de los argumentos con que el Inca se comprometa con los jefes de los pueblos, al someterlos a su domino. Se respetaban las lenguas locales pero se adoptaba el quechua como lengua del Imperio. La educacin incaica giraba en los tres ejes de los valores incaicos: ama sua - no seas ladrn; ama llulla - no seas mentiros; ama kjella - no seas flojo. Estos continan siendo algunos de los valores de los pueblos del altiplano y de los valles bolivianos (OIE, 1997). La llegada de los espaoles desorganiz todo el sistema econmico y social Inca. Sometiendo a los pueblos originarios a duras condiciones de vida. La educacin entr en un periodo obscuro e incierto. Dentro de los propios colonizadores exista una gran diversidad de ideas sobre la educacin, o no educacin de este grupo. Ellos eran considerados bestias y solo en 1516 los frailes consiguieron la autorizacin del Papa Paulo III para poder catequizarlos, al reconocer que se trataba de seres racionales con derechos humanos como descendientes de Adn y Eva. Para los religiosos, desde ese entonces, era importante iniciar la evangelizacin y la castellanizacin con la finalidad de salvar sus almas (Vasquez, 1991). Las primeras escuelas de Bolivia son las fundadas por y para los espaoles. Su organizacin segua los moldes europeos clsicos. En 1571 fue fundado el primer colegio en La Paz por el padre Alonso Bgano. En 1599 el obispo Alonso Ramrez fund el primer colegio seminario de Chuquisaca, llamado de San Cristbal, en la misma ciudad, posteriormente nominada sede del Virreinato de Charcas, fue fundado elHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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Colegio Santiago en 1621. Crear colegios en la poca era una forma de estimular que las familias espaolas establezcan su residencia en las nuevas tierras conquistadas (Vasquez, 1991). Recin en 1792 el fray Jos San Alberto en su calidad de arzobispo de la Plata, fund en Chuquisaca la escuela de Nias Pobres San Alberto. Su funcin era la de estimular el progreso del Estado y al mismo tiempo, cuidar de los nios mestizos que comenzaban a proliferarse, as como algunos pocos indgenas (Vasquez, 1991). La creacin de universidades fue muy importante para la educacin bsica boliviana, pues la formacin de los profesores pudo ser iniciada en estas instituciones. En el ao de 1624 el Colegio Santiago fue transformado en la Universidad Real y Pontificia de San Francisco Javier de Chuquisaca, con las prerrogativas de graduar: bachilleres, licenciados, maestros y doctores en Artes, Teologa, Cnones y Leyes. Hasta ese momento la educacin estaba siempre bajo la responsabilidad de religiosos europeos. Por ese tiempo, la educacin sufre un golpe y una transformacin con la expulsin de los jesuitas de las colonias espaolas, eran ellos los que abrazaron la causa indigenista, fueron ellos los primeros a desarrollar mtodos adaptados para este grupo social. Indudablemente, en 1785 queda muy evidente que no haba inters, de parte de la Corona Espaola en que los americanos adquiriesen ninguna ilustracin, en pasaje descrito por Juan Gins de Seplveda es descrita la cdula que el Rey Carlos IV estableca: no conviene ilustrar a los americanos. Su majestad no necesita de filsofos, sino buenos y obedientes sbditos, autorizando, nicamente, a los conventos y parroquias a establecer escuelas de adoctrinamiento y de enseanza de primeras letras, para hijos de espaoles y criollos es decir un educacin de casta (Vsquez, 1991). Hasta este momento, verificamos que solo las iniciativas jesuitas fueron las que se preocuparon con las indgenas y que esos siglos los pueblos transmitan sus propios conocimientos solamente por laHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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convivencia familiar y comunitaria. Perdiendo, sin duda, muchos rasgos culturales y de conocimientos acumulados.

El tiempo de la repblica Una de las primeras preocupaciones de la nueva repblica, proclamada en 1825, fue organizar la educacin, con este fin el libertador Mariscal Simn Bolvar llam su propio maestro don Simn Rodrguez. Juntos Bolvar e Rodrguez elaboraron el decreto de 11 de diciembre de 1825 en el que se establece que la educacin es el primer deber del gobierno, adems de este tener que poseer un carcter uniforme y general. Con esta afirmacin ellos imaginaban estar sancionando educacin para todos los ciudadanos bolivianos: criollos, mestizos e indgenas. Bajo el ideario de que la salud de la Repblica depende de la moral que por la educacin adquieren los ciudadanos en la infancia (OIE, 1997, p. 4) se decreta la creacin de escuelas en cada capital de departamento y donde haya poblados con ciudadanos con esta necesidad,

estableciendo, tambin, sobre los mecanismos de financiamiento. Ya la ley publicada en 9 enero de 1827 estipulaba la creacin de un plan de enseanza. Este configuraba la estructura escolar que propona el establecimiento de escuelas primarias, secundarias y centrales; colegios de ciencias y artes, un instituto nacional, sociedades de literatura y maestranzas de artes y oficios:

En la escuela primaria se deba ensear a leer y a escribir por el mtodo de la enseanza mutua, as como los rudimentos de la religin, de la moral y de la agricultura. En las capitales de provincia, adems de las primarias se deban establecer escuelas secundarias para perfeccionar la lectura y la escritura, la religin y la moral; se deban impartir rudimentos generales de la gramtica castellana, las cuatro reglas de aritmtica, la agricultura, la industria y veterinaria. En las Capitales de Departamentos, adems de las mencionadas, se deban establecer escuelas centrales para ensear completamente la aritmtica, la gramtica, el dibujo y el diseo. AHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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estas escuelas slo deban pasar los que hubiesen demostrado aptitudes a juicio de los maestros. En las ciudades de Potos y La Paz se estableceran escuelas de mineraloga en donde se ensease geometra y arquitectura subterrnea; elementos de qumica y mineraloga; el arte de beneficiar y fundir toda clase de metales, construyendo para ello pequeos laboratorios. (OIE, 1991, p. 5)

Sin duda, este plan era avanzado y llevaba en cuenta todos los ciudadanos del territorio nacional. Sin embargo, l no solo no se realiz en su plenitud, como tambin, provoc el afloramiento de las cuestiones raciales que, rpidamente, impidieron que el plan se concretase. La nueva sociedad local, despus de la declaracin de la independencia, estaba dominada por el pongueaje1. Situacin de garantizaba a los nuevos dueos de las tierras a poseer tambin a los indgenas, cual fuesen esclavos de su propiedad. Por ese y otros motivos Simn Rodrguez es echado de lado y posteriormente l abandona el proyecto y el pas. Cmo en el resto de Amrica Latina, el mtodo lancasteriano tom verdadera vigencia, l tomaba por base la disciplina como base del aprendizaje. Al mismo tiempo, queda muy evidente la falta de profesores para todos los niveles y modalidades, hecho que impulsa la creacin de nuevas universidades. En 1830 la Universidad Menor de La Paz, en 1832 la Universidad San Simn en Cochabamba. Las Escuelas de Mineraloga en base a las escuelas de Ciencias y Artes de Oruro y Potos y en Santa Cruz la Escuela de Ciencias Naturales. Obviamente, en ninguna de estas instituciones acogan indgenas. Los prximos aos de la Repblica estuvieron marcados por movimientos pendulares entre la atencin dada para los indgenas y por ignorarlos. En 1851 la educacin aparece como un derecho en la educacin boliviana, impulsando la educacin de las nias y declarando la

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La relacin de dominacin amo-esclavo, que estableca la relacin de patrones e pongos o indios que estaban bajo una forma de paternalismo que describa una relacin de dominacin y explotacin.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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enseanza primaria gratuita y bajo la responsabilidad del Estado. Estas intenciones no fueron completamente atendidas, nuevamente, a la falta de profesores y la falta de recursos para la mantencin del sistema educacional fueron los motivos. En medio de una crisis, en 1859 se publica el Reglamento para las Escuelas Primarias, en l se estableca el programa nico para todas las escuelas fiscales, particulares, municipales y de hogares domsticos. La enseanza quedaba dividida en dos grados el elemental y el superior. La fuerza poltica de los criollos garantiz que los recursos para las universidades sean mayores que los de la escuela primaria. Ya en este tiempo se senta la pugna existente dentro del sector educativo entre el gobierno, la iglesia y las asociaciones civiles. Los diferentes gobiernos intentan mantener el control de esta rea utilizando la estrategia de centralizacin y descentralizacin. A veces, trasfiriendo la responsabilidad por esta labor a los municipios, como en 1871 durante el gobierno Agustn Moral, momento en que se instituye la Ley Bsica de Educacin, por este documento que afirma la libertad y gratuidad abre las puertas para la educacin popular boliviana, sin embargo, en poco tiempo ella sucumbe ante la falta de recursos de los municipios. Muchos de ellos iniciaron su labor, solamente, en las reas urbanas. Los equipamientos escolares de la Iglesia Catlica eran los que reciban una atencin ms regular. Durante el periodo anterior y posterior a la guerra entre Bolivia y Chile, la educacin sufri duros golpes ideolgicos y pedaggicos. En 1879 se suspenden las labores educacionales en funcin de la guerra. En ese mismo ao se aprob el decreto que transfera la enseaza secundaria y superior a empresas particulares. Sometiendo la educacin al sistema francs Guillet-Damitt2. Despus de la Guerra del Pacifico, en algunas ciudades se iniciaron escuelas nocturnas para obreros y excombatientes, muchos de ellos de origen campesina, esos nmeros son muy pequeos.2

El mtodo francs Guillet-Damitt fue mejor analizado por Fernando Reimers (2002).Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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En 1884 fue realizada la segunda gran transformacin en la estructura de la educacin. La enseanza primaria en tres niveles: grado primaria elemental (1 y 2); escuela intermedia (3 y 4) y primaria superior. En este perodo fue creada la primera Escuela Normal de Instruccin con 6 aos de estudio y tres categoras: ttulo de 3ra. clase al vencer el 1 y el 2 cursos, con derecho a dirigir las escuelas unitarias. Ttulo de 2a. clase, para los que vencan el 3 y el 4 cursos, para maestros de las escuelas elementales incompletas. Ttulo de 1ra. clase, terminado el plan de estudios, permita regentar escuelas de instruccin primaria completa. Lo pintoresco est en que estos ttulos podan ser revocados antes de los 15 aos por mala conducta o incompetencia. No contentos con el mtodo francs, fueron impulsadas algunas experiencias alternativas, como es el caso de Potos, bajo la direccin del dr. Modesto Omiste, presidente municipal, con la colaboracin de Misael Saracho, Federico Bustillos y el dr. Germn Zambrana. Ellos tradujeron programas de Holanda y difundieron los primeros principios de pedagoga en Bolivia. Impulsaron la instruccin primaria mediante las escuelas municipales. La secundaria y la superior las dejaban a la iniciativa privada y a los intereses de las lites. La participacin de extranjeros fue muy frecuente en el principio del siglo 20. Siempre trayendo novedades y mtodos pedaggicos, trajeron avances y retrocesos al sistema educativo. Se advierte la participacin de holandeses, chilenos y belgas como los ms influyentes. Los belgas llamaron la atencin para la necesidad de organizar una educacin diferenciada para los indgenas. Es bajo su inspiracin que fueron organizadas las primeras escuelas rurales, no solo de formacin general como la formacin de profesores, especficos para esta rea. Esta parte de la historia que se desarrolla en el siglo 20 que ser analizada a continuacin.

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Identificando la dicotoma histrica de la organizacin de las polticas educativas en Bolivia: lo urbano/lo rural, en el siglo 20 Como pudo ser advertido en el pasaje anterior, desde el tiempo de la colonia, la primera poca de la repblica y en el siglo 20 las polticas educativas estuvieron siempre en constante disputa. Varias de las experiencias educativas fueron impuestas y fueron elaboradas e importadas, por diferentes tipos de gobiernos, mtodos y formas de enseanza que estuvieron siempre al servicio de las lites latifundiarias y mineras (Sanjins, 2005). Sin embargo, en el inicio del siglo 20 surgen ideas contrarias que contenan la preocupacin de crear y desarrollar una pedagoga boliviana. Esta idea que fue propuesta y defendida por Franz Tamayo (1944) en su libro Pedagoga nacional, declara la necesidad de organizar una educacin a la medida de nuestras fuerzas y de acuerdo a nuestras costumbres. Conforme su percepcin habra que diferenciar entre la educacin y la instruccin como medio de inserir al indgena a la ciudadana. Cuando el dictamen que dice que los bolivianos deberan saber lo que quieren y querer lo que saben (Tamayo, 1944) este intelectual boliviano haca eco de una necesidad olvidada, la educacin de los indgenas. Para Sanjins (2005) la propuesta de cambiar el eje de atencin de los modelos europeos evolucionistas, que calificaban los indgenas como inferiores, fue profundamente cuestionada al proponer una visin donde el indio boliviano fuera visto como el verdadero poseedor de la energa nacional, mientras tanto el mestizo posea el intelecto. Todas estas nuevas ideas terminaron por provocar los grandes cambios de la educacin en el siglo 20. Estas reformas son las que guan nuestro anlisis. Para Lpez (2005, p. 58):A lo largo del siglo 20, tres grandes reformas aplicadas desde el Estado en la educacin: un primer corte en el comienzo de los liberales del siglo, el carcter nacionalista de la segunda tuvo lugar en el marco de la Revolucin Nacional de los aos cincuenta y la tercera, aHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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mediados de los aos noventa, el tercer perodo tiene como marco el contexto de la globalizacin neoliberal.

Primer corte: el movimiento liberal El modelo de estado liberal oligrquico existente a principios del siglo 20 estuvo marcado por la llegada de la misin belga llamada para configurar la reforma educativa. Su principal objetivo era hacer de la educacin un instrumento de civilizacin, y sobre todo imprimi un carcter catellanizante y homogeneizador. Exista un afn civilizador en el cual los indgenas tendran que asimilar los cambios de naturaleza evolutiva o progresista. En este contexto comienza a discutirse una divisin educativa que, por un lado, acelere la evolucin de los indgenas y que, que por otro lado, estimule el desarrollo del resto de los ciudadanos. Apoyados en los trabajos desarrollados en 1920 en Mjico, comienza a pensarse en formas de educar a los indgenas de forma diferenciada. Chavez y Bittencourt (2008) identifican este momento como del surgimiento explcito de la dicotoma educacional. Ellas caracterizan que la creacin de escuelas normales de maestros especficos ayud a solidificar esta diferenciacin: la escuela urbana tiene en la Escuela Normal de Maestros de Sucre3 el lugar propicio para la formacin de profesores aptos para la educacin de la lites intelectualizadas y residentes ciudadanos de las grandes ciudades (Chavez y Bittencourt, 2007, p. 5). De hecho los profesores egresados de tal institucin mostraron y desarrollaron buena calidad educativa en las diferentes generaciones. Mientras que la educacin rural inaugura su primera escuela Normal Rural en Warisata, Departamento de La Paz (1931-1940). Esta tendra el papel de poner en relieve el cocimiento prctico de temas agrcolas y de minera. De ese modo, las escuelas rurales utilizaran la lengua nativa. Warisata representaba un doble reto. El

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Sucre es la capital del pas y pertenece al Departamento de Chuquisaca.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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primero era el de enfrentar el caldern de intereses poltico y econmico, muchos latifundirios no compartan la idea de tener a sus indios educados. El segundo reto era convencer a los indgenas que este era un camino posible. As, fue creada Warisata que utilizaba la ida de la escuela Ayllu. Los protagonistas son Elizardo Prez, criollo liberal, y Avelino Siani, jefe indio aymara, ellos implementan la escuela inspirada en la estructura nuclear del ayllu que expresa en aymara la cosmovisin andina que abarca la estructura social basada, fundamentalmente, en el principio de la reciprocidad y la vida comunitaria. La Escuela Normal Rural de Warisata tuvo un breve perodo de funcionamiento. No pudo mantenerse, pese a haber ofrecido una educacin integral, tanto en el respeto a la cultura nativa como en el respeto de la lengua nativa. Hubo grupos indgenas que rechazaban el uso de la lengua nativa puesto que ellos queran decodificar el cdigo de sus dominadores, para otros esta era una nueva tentativa de dominacin. Desde 1880 hasta 1932 hubo importantes factores econmicos que influenciaron el contexto educacional. El aumento de la produccin de plata y estao, el fortalecimiento de la industria trajeron importantes avances tecnolgicos y, en esta rea se logra una razonable estabilidad econmica en el pas. Este perodo se caracteriz tambin por el surgimiento de una elite blanca llamado cholos que, lentamente, se apropi de grandes extensiones de tierra. Fuera del latifundio el rea rural viva en situacin lamentable, como describe Alberto Tardio (s/d, p. 12):En las reas rurales el movimiento econmico era muy limitado. En zonas alejadas de los centros urbanos la compraventa de productos agrcolas se realizaba por trueque debido a la falta de moneda circulante. Cuatro meses del ao, a partir de mayo hasta agosto, el campesino poda disponer de muy pequeas cantidades de dinero, por la venta de una parte de sus productos papa, cebada, oca, chuo, quinua, caahua. Frutas en los valles, tunas, peras, frutillas, duraznos, algo de manzanas.

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Este panorama produjo una tensin en la sociedad mediante la creacin de un conflicto agrario que explot en la revolucin de 1952, pues las relaciones socio-econmicas en el campo continuaban como en el tiempo de la colonia. Se sumaban la expansin de una clase mestiza que era insensible para con los indgenas, que continuaban en situacin de abandono y pobreza, sometidos a un tipo de esclavitud tan cruel como la que sufrieron con los espaoles. Un hecho notable en el pas fue la Guerra de Chaco en 1932 a 1935, este conflicto contra el Paraguay, es el resultado de un conflicto sobre la exploracin de petrleo entre empresas multinacionales. Este conflicto trajo consecuencias econmicas y sociales importantes. Una de ellas fue qu para enfrentar al enemigo era necesario organizar una nacin. Esta nacin necesitaba tener ciudadanos aptos para ir a la guerra. Los ciudadanos que gozaban de ciudadana eran muy pocos, as que fue requerida la participacin de los indgenas. Ellos, en el primer momento, no tenan motivos para ir a la guerra. Era un conflicto de blancos. Pero su participacin les abrira espacio para participar del Estado. Como soldados, tenan derecho a tener un nombre y a tener un registro, ellos surgan como ciudadanos, claro que muchos fueron obligados. Sin embargo, despus de la guerra, pese a los decretos y disposiciones, no era posible concretizar esta tal ciudadana.

Segundo corte: la revolucin de 1952 Despus de la guerra, durante el ao de 1940 la educacin rural y la urbana ya estaban establecidas y, ms o menos atendidas por el presupuesto nacional. Para la educacin rural eran dispuestas escuelas unitarias que en su totalidad fueron centralizadas por el gobierno Buch en 1938, hasta esa fecha ellas eran responsabilidad de las municipalidades. Este movimiento equiparaba, tambin, los maestros normalistas urbanos y los preceptores rurales dentro del Escalafn del Magisterio Nacional. Si bien la Guerra del Chaco termin como una rotunda derrota, ella sirvi para despertar un sentimiento nacionalista nuevo. En este contextoHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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los indgenas reivindicaron las promesas de ciudadana. As en abril de 1952 se produce la revolucin nacional. Los frutos de este movimiento fueron muy importantes, pidindose enumerar: la nacionalizacin de las minas, la reforma agraria que extingua el feudalismo y libert a miles de campesinos de su condicin de siervos de la gleba, la reforma educativa y la elaboracin del cdigo de la educacin, puesto en vigencia el 20 de enero de 1955, y el voto universal. El presidente Vctor Paz Estenssoro impuls la reforma educativa y la constitucin del Cdigo de la Educacin Boliviana. Fue el primer cdigo que reuna todas las disposiciones que sobre educacin estaban vigentes. Paralelamente, es organizado el Ministerio de Asuntos Campesinos. Llamamos la atencin para el hecho de cambiar la denominacin de los indgenas que pasaron a ser llamados de campesinos. Este ministerio asume la responsabilidad de cuidar y de incorporar al campesino dentro de la nueva nacin. Inclusive cuidando de su educacin. La idea era compensar, mediante una atencin especial, a este grupo que qued fuera de la historia. Dentro de un clima de optimismo se recibieron de buen grado todas las ayudas de organismos internacionales. Ellas daban aval a esta poltica nacional pues, pareca muy claro que este era el mejor camino para esta nacin. Sin darse cuenta, este movimiento realiza una costura social en la que los indgenas dejan su identidad tnica para ser reconocidos como trabajadores agrcolas y colaborar as con el desarrollo del pas. Esta estrategia mascara por muchos aos y por algunas generaciones la existencia de un conflicto tnico racial no resuelto (Chaves y Bittencourt, 2007). De este modo, Bolivia entra en un nuevo momento histrico. Durante este tiempo, si bien la educacin para los campesinos fue realizada, es verdad, tambin que la divisin entre la educacin rural y la urbana se configuran divorciadas. Presentando, inclusive sindicatos de profesores para cada uno de los ramos.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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Tercer corte: la reforma educativa neoliberal de 1994 Los gobiernos que siguieron a la revolucin, democrticos o dictaduras, no imprimieron cambios muy significativos a la educacin. Muchos momentos ella fue realmente tratada como la primera obligacin del Estado. En otros momentos, la atencin fue insignificante. De este modo llegamos en la dcada de 1980, cuando el pas es azotado por una de las ms grandes crisis econmicas, la crisis de la minera. Pese a estar pasando un momento democrtico, la cada del precio del estao alent la hegemona del pensamiento neoliberal. Recordemos que la minera estaba nacionalizada y demandaba grandes contingentes de trabajadores, qu en pocos meses se vieron sin trabajo, sin tierra, sin identidad, puesto que una gran mayora eran campesinos/indgenas. El neoliberalismo propugnaba que el Estado debera se mnimo. Este nuevo ideario alter, no solo el modelo econmico del Estado, como imprime una reforma educativa profunda. Por la propuesta el Estado modifica la estructura de la educacin, pero de manera contundente, los objetivos de la educacin. La nueva visin pretenda preparar el ciudadano para un mundo competitivo, donde cada sujeto es responsable de sus conocimientos y, donde el Estado proporciona la educacin bsica mnima. Para Lpez (2005, p. 195) los pilares de esta reforma estn en la educacin intercultural bilinge y la participacin popular. Talvez, en un intento de disminuir los efectos de la dicotoma, pero sin acabar con ella, slo cambiando la forma de labrar la relacin con la educacin rural. De hecho haba un sentimiento firme de que exista un grupo carente de atencin. El segundo hincapi fue la descentralizacin de la gestin del Estado central para los municipios. Infelizmente, la idea de realizar una descentralizacin sin retorno econmico adecuado, fortaleci los grupos locales, pero en realidad poco o nada podran realizar sin recursos que les diera verdadera autonoma. Por lo tanto, muchas comunidades se sintieron utilizadas y no apoyaron el proyecto. En especial, los maestros que sintieron el deterioro de sus sueldos de forma significativa.Histria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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Para Chvez y Bittencourt (2007, p. 12) la interculturalidad se coloc en este contexto como una fuente de dinamismo del currculo y como un mecanismo capaz de mover la educacin boliviana de la inmovilidad en que se encontraba. Sin embargo, su profundo error estaba en que no enfrent el verdadero conflicto. El verdadero problema tiene un carcter tnico social, que no fue resuelto y que mantuvo mediante la implementacin de una educacin fragmentada, con la dicotoma entre la educacin rural y la educacin urbana. De este modo, llegamos a la situacin actual, momento que todava no podemos evaluar con nitidez. Sabemos que el actual presidente Evo Morales, tiene en sus manos, la enorme responsabilidad de realizar una nueva costura social, principalmente por ser l primer presidente indgena del pas.

Momento actual: ser el fin de la dicotoma? Siempre es temerario analizar un gobierno en curso. Sin embargo, podemos verificar que la gestin de la educacin no est siendo fcil. En el primer periodo de gobierno pasaron cuatro ministros por esta pasta. Fue planeada la nueva ley de la educacin del Estado Plurinacional de Bolivia denominada Ley Avelino Siani. La reforma que est en curso, todava no puede ser analizada. De todos modos, es posible decir que en su proyecto la dicotoma fue enfrentada. En texto de su presentacin dice:La nueva ley planea que la educacin sea descolonizadora. Que significa poner fin a las fronteras tnicas, es decir, en la otorgacin de oportunidades, ya sea esto en el campo acadmico, laboral, poltico y econmico no se privilegia a nadie ni a partir de la raza pertenencia tnica y/o lingstica. (Bolivia, 2006)

Las reas antiguamente llamadas de rurales, ahora son llamadas de desconcentradas. Mientras las urbanas son las reas concentradas. El Estado al reconocerse como plurinacional, reconoce la diversidad racial y cultural de los pueblos originarios. Ms adelante, la ley es especfica alHistria da Educao - RHE v. 15 n. 35 Set./dez. 2011 p. 32-49

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reconocer la ruptura social promovida por la dicotoma entre lo rural y lo urbano de la siguiente forma: Con el fin de cerrar la brecha entre la educacin rural y urbana, se construirn internados, tele centros en ncleos educativos rurales y barrios marginales de las ciudades (Bolivia, 2006). Culminamos sealando que an no sabemos cmo sern

implementadas las polticas educacionales bajo este nuevo contexto. Todava no sabemos, cunto tiempo