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A UTILIZAÇÃO DO BIOMARCADOR CPK COMO SINALIZADOR DE ESTRESSE E FADIGA EM FUTEBOLISTAS

1FERREIRA JUNIOR, D. A. - 2SOUZA, H. S. 3SOUZA, R. M. 4FREITAS, P. A.

RESUMO

O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios intermitentes de intensidade

variável. Durante o exercício de alta intensidade, as maiores vias de fornecimento de

ATP são a quebra da creatina fosfato e a degradação do glicogênio muscular. A

creatinafosfoquinase (CPK) é uma enzima catalisadora do sistema energético que

participa diretamente desse processo e por isso possui uma relação direta com

lesão muscular do tecido cardíaco e estriado (muscular). Quanto mais elevados os

valores no plasma, maior é o indicio de que há lesão muscular. Portanto, torna-se

relevante identificar a partir das tarefas motoras executadas pelo jogador de Futebol,

como ocorre o progressivo desgaste fisiológico e metabólico do mesmo durante e

após uma partida. O objetivo desta pesquisa descritiva é através de uma revisão

bibliográfica acerca do tema, analisar o comportamento do biomarcador CPK em

decorrência de uma partida de futebol. Dentre os principais resultados encontrados,

destacam-se: Não há um consenso em relação aos valores de referência para a

enzima em jogadores de Futebol; Os Valores de CPK apresentados por futebolistas

são maiores em relação aos apresentados por indivíduos sedentários; A CPK

aumenta durante a partida de Futebol, entretanto o pico de aumento da mesma

acontece em até 72h após o término da mesma. Tais apontamentos sugerem a

necessidade de uma abordagem individualizada na utilização da CPK como

biomarcador de estresse e fadiga no Futebol.

Palavras-chave: Futebol, CPK e Fadiga.

1 Prof. Msc. Titular do Centro Universitário de Volta Redonda - UniFOA. 2 Prof. Esp. Centro de Estudos em Psicobiologia do Exercício – UNIFESP/EPM 3 Prof. Esp. Centro de Estudos em Fisiologia do Exercício – UNIFESP/EPM 4 Prof. Graduado em Educação Física pelo Centro Universitário de Volta Redonda – UniFOA.

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1- INTRODUÇÃO

O futebol é uma modalidade de esporte com exercícios intermitentes de

intensidade variável. Aproximadamente, 88% de uma partida de futebol envolvem

atividades aeróbias e, os 12% restantes, atividades anaeróbias de alta intensidade.

Os jogadores percorrem aproximadamente 11 quilômetros, sendo que a média da

distância coberta no primeiro tempo é 5% maior que a do segundo tempo. Nessa

distância temos atividades que perfazem 3,2 quilômetros de caminhadas, 1,8

quilômetro de corridas e 1,0 quilômetro em sprint, entre outras (GUERRA et al.,

2007).

A fadiga é a diminuição da capacidade muscular de manter a geração da força e

a velocidade de relaxamento, indução de alterações nas características contráteis do

músculo e de alterações das propriedades elétricas que geram disfunções no

sistema neuromuscular humano.

A creatinafosfoquinase (CPK) é uma enzima catalisadora do sistema

energético que possui uma relação direta com lesão muscular do tecido cardíaco e

estriado (muscular). Quanto mais elevados os valores no plasma, maior é o indicio

de que há lesão muscular. Por isso, estas enzimas são utilizadas como marcadores

bioquímicos.

O Futebol é caracterizado como um exercício de altíssima intensidade e de

longa duração. Apesar de intermitente, o organismo dos praticantes é levado a

condições extremas em se tratando do metabolismo energético. O jogador de futebol

intercala períodos altamente intensos com períodos desregulados de pausas

regenerativas. Nesses períodos as atividades motoras executadas são

principalmente as corridas caracterizadas por acelerações, freadas bruscas

acompanhadas de trocas rápidas de direção, geralmente somadas à execução de

uma tarefa motora específica da modalidade como um passe ou um chute etc.

Analisar a atividade competitiva do Futebol, assim como em qualquer modalidade

esportiva, é o ponto de partida para o entendimento dos processos metabólicos de

fadiga. Considerando que Gomes (2009) afirma que o treinamento físico gera

adaptações crônicas no organismo do praticante com vistas a manter a performance

na atividade apesar do processo crescente de instalação da fadiga. Portanto, torna-

se relevante identificar a partir das tarefas motoras executadas pelo jogador de

Futebol, como ocorre o progressivo desgaste fisiológico e metabólico do mesmo

durante e após uma partida. As principais questões que emergem são: Qual seria o

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método eficaz para controle da fadiga em futebolistas? Como se comportam os

indicadores metabólicos de estresse e fadiga após uma partida de Futebol? Qual ou

quais seriam os biomarcadores mais eficientes? O estudo dos aspectos

biodinâmico-funcionais dos futebolistas nos auxilia nas respostas das questões

propostas.

O objetivo desta pesquisa descritiva é através de uma revisão bibliográfica

acerca do tema, analisar o comportamento do biomarcador CPK em decorrência de

uma partida de futebol. Para tal pretende-se verificar as demandas fisiometabólicas

dos jogadores de futebol, identificar a cinética de alguns biomarcadores de estresse

e fadiga no futebol e avaliar a validade da utilização da CPK como um biomarcador

de fadiga para futebolistas.

2- ATIVIDADE COMPETITIVA DO JOGADOR DE FUTEBOL

No que diz respeito à atividade de alta intensidade durante uma partida de

futebol, os resultados de distintos estudos indicam que os jogadores da primeira

divisão ficam parados ou caminhando entre 55% e 60% do tempo total da partida

(49 a 54 minutos). Correm em ritmo moderado (velocidade inferior a 15 Km/h)

durante 35-40% do tempo (31 a 35 minutos), correm em velocidade quase máxima

(15-25 Km/h) durante 3-6% (3-5 minutos) do tempo, e por último, correm a

velocidade máxima (maior que 25 Km/h) durante 0,4-2% (22 a 170 segundos) do

tempo total da partida. É importante lembrar que 50% dos esforços realizados com

velocidade máxima é inferior a 12 metros de distância. 20% fazem em distâncias

compreendidas entre 12 e 20 metros, 15% entre 20 a 30 metros, e também 15% dos

esforços realizados em velocidade máxima são feitas sobre distâncias superiores a

30 metros. O número de acelerações feitas por partidas, saindo da inércia ou

correndo, é em torno de 130. E as mudanças de ritmo durante uma partida pode ser

em torno de 1000. Os jogadores de primeira divisão se distinguem dos de outras

categorias inferiores porque: 1) Empregam uma porcentagem maior de tempo total

por partida correndo a velocidade máxima, e 2) sua velocidade máxima é maior

(GOROSTIAGA, 2000).

De modo geral, concorda-se que o futebol atual, está mais rápido e intenso.

Inúmeros fatores podem influenciar o rendimento dos jogadores, tais como a

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condição técnica, tática, física, psicológica dentre outras (FORNAZIERO, 2009). É

importante ressaltar que o presente estudo abordará apenas o aspecto físico.

Com relação ao treinamento de atletas de futebol, os esforços das equipes

para aprimorar o desempenho destes durante os jogos geralmente focam em

atividades técnicas e táticas, que são realizados em busca de uma boa condição

física. O preparo atlético dos jogadores tem se tornado cada vez mais essencial no

futebol moderno, pois as exigências físicas de um jogo são mais elevadas em

relação à tempos anteriores (TUMILTY,1993).

Com isso, o esporte competitivo prioriza o desempenho individual do atleta ou

da equipe e exige grande esforço e maior risco de desenvolvimento de lesões

musculares. Estas exigências levam o atleta a um limite não apenas físico, mas

também comportamental e psicológico, por obrigá-lo a controlar seu emocional na

busca de melhores resultados (POWERS e HOWLEY, 2000).

3- BIOMARCADORES DE ESTRESS E FADIGA

Baseado em Evia (2007) o termo biomarcador (marcador biológico) foi definido em

1989 como "um parâmetro biológico com índices mensuráveis e quantificáveis.

Serve para a saúde e está fisiologicamente relacionado com a avaliação de risco e

diagnóstico da doença. " Em 2001, padroniza a definição como "uma característica

que é objetivamente medidos e avaliados como um indicador de processos

biológicos normais, patológicos ou resposta à intervenção terapêutica farmacológica

".

4- CPK

O tecido muscular e cerebral contém quantidades substanciais de creatina

fosfato, a qual impede a rápida depleção de ATP e abastece os músculos com

fosfato de alta energia. A creatina fosfato é formada a partir de ATP e creatina,

quando o tecido muscular está relaxado e as demandas de ATP não são muito

elevadas. A enzima catalizadora desta reação é creatinafosfoquinase (CPK). Em

1967 foi demonstrada a existência de três isoenzimas da creatinafosfoquinase

(CPK), a MM encontrada no músculo esquelético, a BB no tecido cerebral e a forma

híbrida MB no músculo cardíaco. Normalmente, a atividade isoenzimática detectada

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no soro humano é de cerca de 96% para CK-MM e de 4% para a CKMB.

(CAMAROZANO & HENRIQUESL, 1996).

A concentração sérica da creatinafosfoquinase (CPK) é dependente da idade,

sexo, raça, massa muscular e atividade física. Em geral, os homens têm níveis mais

elevados que as mulheres e, negros têm níveis maiores que os brancos. Os níveis

em outros grupos raciais não diferem da população branca. A massa muscular

constitui outro fator independente que influencia os níveis de CPK. Durante a vida

adulta, os níveis de CPK aumentam discretamente com a idade para declinar na

velhice. Elevações transitórias da CPK são observadas após trauma muscular,

injeções intramusculares, procedimentos cirúrgicos, e exercício físico. A atividade da

CPK pode estar elevada no hipotiroidismo. A CPK sérica eleva-se também na

polimiosite, na dermatomiosite, no traumatismo muscular, na miocardite, intoxicação

por cocaína, na distrofia muscular e no infarto agudo do miocárdio. Valores muito

elevados podem ser encontrados após crises convulsivas. Valores diminuídos da

CPK são encontrados nos estágios precoces da gestação, em pessoas com vida

sedentária, durante períodos prolongados de repouso no leito e quando há perda

importante da massa muscular.

Por ser essencial na atividade de endurance, quando exposto ao treinamento

físico este marcador sofre alterações, a elevação da CPK geralmente indica um

grande estresse orgânico. Se mensurado logo após um Ironman, por exemplo, pode

ficar 50 vezes superior em relação a dosagem normal. Os valores de CPK sérica

geralmente começam a aumentar em poucas horas após a prova, atingindo um pico

entre 24 a 72 horas, iniciando a diminuir de 72 até 168 horas. No entanto se esta

altíssima dosagem for identificada no decorrer da temporada, possivelmente

indicaria um overtraining. (PASETTO, 2010).

Um aspecto de elevada importância relaciona-se ao período de recuperação

entre as sessões de treinamento, pois, quando ocorrerem danos nos tecidos

musculares, a enzima creatinafosfoquinase (CPK), com vasta distribuição no tecido

contrátil, flui para a linfa, via interstício e entra na corrente sanguínea geral. A

enzima CPK apresenta-se como exame laboratorial mais específico e provavelmente

mais sensível para avaliação do dano muscular (SILVA et al., 2007).

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RESPOSTA AGUDA DA CPK PLASMÁTICA EM JOGADORES DE FU TEBOL

A CPK, como descrito no capítulo anterior, aumenta no plasma sanguíneo em

razão da prática de esforço físico em altas intensidades. Seus níveis de referência

para homens são menores que 195 U/l porém, podem chegar até 500 U/l ainda

dentro de um nível de normalidade em desportistas. Após uma atividade intensa

como é uma partida de futebol, principalmente devido ao número de contrações

musculares tanto concêntricas quanto excêntricas (as últimas sugeridas pela

literatura como as principais causadoras das microlesões musculares), os níveis da

enzima CPK aumentam consideravelmente até 72 horas após o esforço, e acredita-

se que com o repouso devido e utilização de alguns recursos ergo-nutricionais esses

níveis tendam a diminuir. Contudo, se houver um esforço de intensidade igual ou

superior pode dificultar a remoção/reconversão da CPK.

Zoppi et al (2003) em seu estudo afirmam que as concentrações plasmáticas

da CPK em jogadores de Futebol estiveram sempre acima dos valores de referência

para sujeitos sedentários, evidenciando um maior nível de alteração muscular, ou

pelo menos uma maior permeabilidade da membrana sarcolemal neste grupo de

atletas. Nossa interpretação é que deve haver uma outra faixa de referência para os

valores da CPK nesta população, uma vez que os atletas participantes do grupo

experimental não apresentaram nenhum tipo de lesão muscular que os impedisse de

participar dos jogos por motivo de tratamento. Aliás, a freqüência dos atletas ao

departamento médico foi praticamente inexistente durante esse período.

Corroborando nossa hipótese, inúmeros estudos mostram aumento deste parâmetro

em resposta ao treinamento físico, principalmente em atividades que exigem

contrações excêntricas sugerindo que jogadores de futebol possuem maior atividade

plasmática da CPK pelo próprio estresse induzido pelo treinamento a que são

submetidos diariamente e que tais alterações não são necessariamente de origem

oxidativa.

Urhausen & Kindermann (2002) afirmam que a atividade da CPK representa o

desgaste mecânico do músculo em relação aos treinamentos de dias anteriores,

relacionando com a intensidade e volume dos treinamentos, principalmente se

houverem a realização de exercícios excêntricos em que o sistema muscular não

esteja adaptado. Newhan, Jones & Edwards (1983) e Brancaccio, Maffulli &

Limongelli (2007) acreditam que o comportamento da CPK durante e após a prática

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de exercícios físicos pode estar diretamente relacionada com a característica

individual, podendo classificar os sujeitos como “alto-respondentes” ou “baixo-

respondentes”. Ainda segundo os autores, o pico de CPK pós-exercício para o grupo

com alta resposta foi abaixo de 3.000 U/l, sendo que o valor para o grupo com baixa

resposta foi abaixo de 400 U/l. Corroborando com o estudo anterior, Totsuka et al

(2002) utilizaram essa classificação proposta e afirmaram que para o grupo alto-

respondentes, existe um ponto de quebra do aumento da CPK, que ocorre entre 300

a 500 U/L após exercício de endurance. Além disso, os autores ainda citam que

esses valores estão diretamente relacionados com as distintas características

musculares dos avaliados.

Totsuka et al (2002) também observaram que o pico de CPK ocorreu

imediatamente após o terceiro dia seguido de exercícios de endurance. Em

contrapartida, Takarada (2003) identificou que em decorrência da prática de 2

partidas de rugby, a CPK tinha o seu maior valor 24 horas após as partidas, com

valores médios de 1081 ± 150 U/l. Já Ispirlidis et al (2008) verificaram que como

efeito da realização de uma partida de futebol, a atividade da CPK obtinha seu pico-

atividade após 48 horas, observando valores em torno de 950 U/l.

Os fatos de a CPK ser diretamente relacionada com a característica individual

do atleta, além de variar o momento de seu pico pós esforço, prejudicam o

estabelecimento de valores de referência. Dessa forma, em um estudo que mento

(2009) contemplou analises de CPK de 483 atletas masculinos e 245 femininos de

vários esportes, Mougios (2007) apresentou os seguintes valores de referência,

respectivamente: de 82 à 1083 U/L e de 47 à 513 U/L. O autor também calculou

esses valores somente com atletas masculinos de futebol e natação, obtendo limites

superiores de 1492 e 523 U/L, respectivamente. Outro estudo importante foi o de

Lazarim et al (2009) que teve por objetivo examinar o comportamento da CPK

durante o Campeonato Brasileiro de Futebol (CBF), a fim de se estabelecer valores

limítrofes de referência para essa enzima. Devido ao fato de o limite superior do

percentil 97,5 ter representado um valor acima do observado na maioria dos atletas

(1338 U/l), os autores decidiram utilizar o limítrofe superior do percentil 90 como um

limiar para a sobrecarga muscular, que corresponde ao valor de 975 U/l.

Fornazieiro (2009) em seu estudo encontrou valores de CPK (tabela 1) que

aumentaram significativamente no grupo controle no pós jogo em relação aos

valores de repouso.

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Tabela 1- Comportamento da CPK durante o Jogo (FORNAZIEIRO, 2009).

Ascensão et al (2008) também verificaram um aumento significativo da CPK,

sendo que antes da partida os atletas se apresentavam com valores médios

aproximados de 200 U/L e após 30 minutos do término do jogo os valores

encontrados eram de 375 U/L. Faz-se necessário salientar que o pico da CPK foi

observado em 48 horas após a partida, com valores próximos de 800 U/L. Os

valores pico encontrados na presente pesquisa são menores em relação aos

encontrados por Takarada (2003), Ascenção et al (2008) e Ispirlidis et al (2008).

Entretanto, tal fato pode ser explicado pela ausência de coletas sanguíneas em

períodos posteriores ao final do jogo, pois apenas foi coletado sangue

imediatamente após o término da partida.

Em comparação com valores de referência para atletas de futebol, a

quantidade média de CPK observada por Fornazieiro (2009) após o jogo (713,70 ±

308±20) ficou abaixo dos limites superiores postulados por Mougios (2007) e

Lazarim et al (2009), que são de 1498 e 975 U/L, respectivamente. Entretanto, deve-

se ter cautela ao comparar os valores obtidos imediatamente após o jogo com

valores de referência, pois tal qual mencionado anteriormente em outras pesquisas,

sabe-se que o pico da CPK ocorre após o esforço. Sendo assim, pode-se notar que

o jogo de futebol proporciona um aumento de lesões em células musculares,

indicando que a CPK pode ser um bom preditor desse tipo de stress, pois

apresentou aumentos significativos durante e após o esforço.

Em associação com outras variáveis , pode fortalecer ainda mais essa relação

com as lesões musculares. Pelo fato de essa enzima representar comportamentos

de alta e baixa resposta, sugere-se o acompanhamento individual e longitudinal,

para a identificação e prevenção de lesões musculares nos atletas.

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

• No treinamento esportivo atualmente é imprescindível o controle dos

processos de fadiga para a quantificação das cargas de treinamento.

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• Os Biomarcadores metabólicos como as enzimas (LDH ou a CPK) têm

enorme importância nesse cenário pois alteram sua concentração na razão

da intensidade do esforço físico.

• O uso da CPK como marcador de estresse e fadiga deve obedecer a alguns

cuidados:

1. Não há um consenso em relação aos valores de referência para a enzima em

jogadores de Futebol.

2. Os Valores de CPK apresentados por futebolistas são maiores em relação ao

apresentados por indivíduos sedentários.

3. Existem jogadores de Alta resposta e Baixa resposta ao aumento da CPK.

4. A CPK aumenta durante a partida de Futebol, entretanto o pico de aumento

da mesma acontece em até 72h após o término da mesma.

5. As partidas nem sempre têm a mesma intensidade, portanto as respostas são

diferentes.

• As características supracitadas apontam para a necessidade de uma

abordagem individualizada na utilização da CPK como biomarcador de

estresse e fadiga no Futebol. Não há a possibilidade de generalizar as

descobertas, de modo a diagnosticar um quadro de overtraining ou de fadiga

com base nas médias dos valores de CPK publicados na literatura. É

importante ressaltar que Individualmente, se o treinador conhece o

comportamento da enzima naquele jogador, pode inferir sobre o nível de

fadiga apresentado momentaneamente pelo mesmo a partir dos valores de

CPK.

5- BIBLIOGRAFIA

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