³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU ....

114
RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P 1

Transcript of ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU ....

Page 1: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

1

Page 2: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

2

HEMOCAMP

RELATÓRIO TÉCNICO

PROJETO DE PESQUISA PARA REABILITAÇÃO AMBIENTAL SUSTENTÁVEL DE

EDIFÍCIO DA REDE DE HEMOCENTROS COORDENADORES

PROJETO: 00038.1740001/12-055

Profa. Dra. Marta Adriana Bustos Romero

Coordenadora Geral

Brasília, Agosto de 2016.

Page 3: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

iii

EQUIPE TÉCNICA

Coordenação Universidade de Brasília

Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética Marta Adriana Bustos Romero (Coordenação) Caio Frederico e Silva (Prof. FAU/UnB) José Marcelo Medeiros (Prof. FAU/UFAP) Ederson Oliveira Teixeira (Arq.) Gustavo de Luna Sales (Arq.) Ana Carolina Correia Lima Sant’Ana (Arq.) Aline Curvello da Costa Nemer (Arq.) Moira Nunes Costa Neves (Arq.) Bianca Leite Gregório (Est. Arq.) Millena Montefusco (Est. Arq.) Fase Retrofit Marco Antonio Saidel (Coordenação) Eduardo Kanashiro Fase Projeto de Pesquisa Marta Adriana Bustos Romero (Coordenação) Caio Frederico e Silva Ederson Oliveira Teixeira Gustavo de Luna Sales Ana Carolina Correia Lima Sant’Ana Aline Curvello da Costa Nemer

Fase Análise e Consolidação de parâmetros de saúde e qualidade de vida Humberto Dias Xavier e Equipe Apoio Técnico Operacional ao Projeto de Pesquisa Valmor Cerqueira Pazos (Coordenação) Flávio Rocha de Souza Britoaldo Martins do Vale Junior Diego Macedo Dantas Soemes Barbosa de Sousa Imelda Mendes Santos Ministério da Saúde Coordenação Geral - Sangue e Hemoderivados / CGSH/SAS / MS)

Page 4: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

4

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ....................................................................... 10

1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO ................................... 12

1.1. Objetivos .......................................................................... 17

1.2. Procedimentos Metodológicos ........................................ 17

1.3. Dados gerais de Campinas/SP.......................................... 18

1.3.1. Plano Diretor Municipal de 2016............................. 18

1.3.2. Arquitetura Bioclimática e Caracterização do Clima 20

1.3.3. Caracterização das Normais Climatológicas ............ 23

2. AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO) ...................................... 25

2.1. Objetivo e objeto da avaliação] ....................................... 25

2.2. Caracterização do Entorno .............................................. 26

2.3. Método para Avaliação de Desempenho Ambiental ....... 28

2.3.1. Projeto Arquitetônico .............................................. 28

2.3.2. Procedimentos para Medições in loco .................... 30

2.3.3. Avaliação bioclimática do Edifício ........................... 31

2.3.4. Iluminação Natural .................................................. 46

2.3.5. Simulação Termoenergética .................................... 48

2.3.6. Análise dos questionários aplicados aos usuários ... 50

2.4. Considerações específicas ............................................... 56

4. RETROFIT ............................................................................. 57

4.1. Objetivos .......................................................................... 58

4.2. Método ............................................................................ 59

4.3. Análise da Instalação ....................................................... 61

4.3.1. Introdução ............................................................... 61

4.3.2. Medições de Energia ................................................ 61

4.4. Medições e Consumo Desagregado ................................. 63

4.5. Simulação Energética da Edificação.................................. 65

4.6.1. Climatização ............................................................. 68

4.6.2. Sistemas de Refrigeração ......................................... 68

4.6.3. Sistemas Motrizes .................................................... 68

4.7. Sistemas de Bombeamento .............................................. 70

4.8.1. Estrutura Tarifária do Grupo A ................................. 71

4.8.2. Estrutura tarifária do Grupo B .................................. 72

4.8.3. Avaliação .................................................................. 72

4.9. Perturbações elétricas ...................................................... 74

4.12. Fator de Potência ........................................................... 78

4.13. Considerações específicas .............................................. 79

5. PROJETO e reabilitação ........................................................ 81

5.1. Introdução ........................................................................ 81

5.2. Estudos de Repertório ...................................................... 82

5.2.2. Módulos sombreadores Erro! Indicador não definido.

5.2.3. Pele dupla ................................................................. 84

5.2.6. Acessibilidade – Integração de usos ......................... 85

5.2.7. Materiais permeáveis ............................................... 85

5.2.8. Humanização de áreas verdes .................................. 86

5.3. Diretrizes da Avaliação Ambiental Integrada .................... 88

5.3.1. Diretrizes da APO ..................................................... 88

5.3.2. Diretrizes do Retrofit Energético: ............................. 89

5.4. Projeto e Diretrizes ........................................................... 89

5.4.1. Implantação ............................................................. 91

5.4.13. Estudo de Esquadrias ............................................. 92

Page 5: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

5

5.4.13. Proteção Solar nas Aberturas ................................ 93

5.4.14. Humanização da coleta/triagem ........................... 95

5.4.15. Estudo de pavimentações ..................................... 98

5.4.16. Coberturas ............................................................. 99

5.4.16. Paisagismo ........................................................... 100

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................... 106

7.1. Imagens renderizadas .................................................... 108

Page 6: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização do Hemocentro em Campinas. .................. 18

Figura 2 - Imagem de satélite do Campus da Unicamp com

destaque para Zona 18. ................................................................ 20

Figura 3 - A Carta Bioclimática de Givoni relaciona a temperatura

seca do ar (A), razão de umidade (B) e a temperatura úmida do ar

(C). ................................................................................................ 21

Figura 4 - Zoneamento Bioclimático brasileiro. ............................ 22

Figura 5 - Zona Bioclimática 3 e a Carta Bioclimática

representando as cidades desta zona (Campinas – SP). ............... 23

Figura 6 - Localização do HEMOCAMP NO CAMPUS DA UNICAMP

...................................................................................................... 26

Figura 7 - Fachada de acesso ao bloco A ....................................... 26

Figura 8 - Acesso ao Hemocentro ................................................. 27

Figura 9 - Acesso ao Campus Universitário ................................... 27

Figura 10 - Estacionamento de funcionários do HemoCamp. ....... 27

Figura 11 - Perspectiva do acesso ao Hemocentro de Campinas .. 28

Figura 12 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em

azul dos ambientes tipo. ............................................................... 28

Figura 13 - Ambientes tipos usados na Avaliação Pós Ocupação. 28

Figura 14 – Planta de Locação. ..................................................... 29

Figura 15 – Exemplo APO Recepção Doadores (Bloco C). ............. 29

Figura 16 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em

azul dos ambientes tipo. ............................................................... 29

Figura 17 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em

azul dos ambientes tipo. ............................................................... 29

Figura 18 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em

azul dos ambientes tipo. ............................................................... 29

Figura 19 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em

azul dos ambientes tipo. ............................................................... 29

Figura 20 - Equipamentos de medição dos parâmetros ambientais.

...................................................................................................... 30

Figura 21 - Simulação de temperatura às 9, 12 e 15 hrs sem

edifício anexo................................................................................ 34

Figura 22 - Simulação de temperatura às 9, 12 e 15 hrs com

edifício anexo................................................................................ 34

Figura 23 - Simulação de umidade às 9, 12 e 15 hrs sem edifício

anexo. ........................................................................................... 35

Figura 24 - Simulação de umidade às 9, 12 e 15 hrs com edifício

anexo. ........................................................................................... 35

Figura 25 - Simulação da ventilação às 9, 12 e 15 hrs sem edifício

anexo. ........................................................................................... 36

Figura 26 - Simulação da ventilação às 9, 12 e 15 hrs com edifício

anexo. ........................................................................................... 36

Figura 27 - Modelo do Hemocamp desenvolvido no programa

Ecotect v5.50 com a representação da trajetória solar. ............... 37

Figura 28 - Sombras na superfície horizontal geradas pelas

edificações – Solstício de Inverno. ................................................ 38

Figura 29 - Sombras na superfície horizontal geradas pelas

edificações – Solstício de Verão. ................................................... 38

Figura 30 - Análise da Fachada Sudeste do Hemocentro 2. .......... 39

Figura 31 - Máscara de sombra nas aberturas à sudeste. ............ 39

Figura 32 - Máscara de sombra nas aberturas à sudeste. ............ 39

Page 7: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

7

Figura 33 - Análise da Fachada Noroeste do Hemocentro 2. ........ 40

Figura 34 - Máscara de sombra nas aberturas à noroeste. ........... 40

Figura 35 - Máscara de sombra nas aberturas à noroeste. ........... 41

Figura 36 - Análise da Fachada Noroeste do Hemocentro 2. ........ 41

Figura 37 - Máscara de sombra nas aberturas à noroeste. ........... 41

Figura 38 - Máscara de sombra nas aberturas à noroeste. ........... 42

Figura 39 - Análise da Fachada Nordeste do Hemocentro 2. ........ 42

Figura 40 - Máscara de sombra nas aberturas à nordeste. ........... 42

Figura 41 - Análise da Fachada Sudoeste do Hemocentro 2. ........ 43

Figura 42 - Máscara de sombra nas aberturas à sudoeste. .......... 44

Figura 43 - Análise da frequência dos ventos. .............................. 44

Figura 44 - Simulação de Incidência de Carga Térmica por radiação

solar direta – Valores anuais acumulados – Em planta (Wh/m²). . 46

Figura 45 - Volume simulado representando o Hemocentro 2. .... 48

Figura 46 - Resultado do cenário 0 - Situação atual ...................... 49

Figura 47 - Resultado do cenário 1 - Esquadrias com película solar

...................................................................................................... 49

Figura 48 - Resultado do cenário 2 - Esquadrias com brises

externos ........................................................................................ 49

Figura 49 - Resultado do cenário 3 - Esquadrias com vidro de baixo

fator solar. .................................................................................... 49

Gráfico 3 - Comparação do consumo de energia nos 4 cenários

simulados. ..................................................................................... 50

Figura 50 - Salas tipo para APO do Hemocentro 2. ....................... 52

Figura 51 - Medição de consumo da rede normal do Hemocentro

2. ................................................................................................... 60

Figura 52 - Medição da rede de emergência do Hemocentro 2. .. 60

Figura 53 - Analisador MARH-21. .................................................. 62

Figura 54 - Locais de medições de parâmetros elétricos. ............. 63

Figura 55 - Consumo de energia do Hemocentro 1. ..................... 63

Figura 56 - Consumo de energia do Hemocentro 2. ..................... 64

Figura 57 - Matriz de consumo desagregado do Hemocentro...... 64

Figura 58 - Modelo virtual do Hemocentro 1 (a) e Hemocentro 2

(b). ................................................................................................ 65

Figura 59 - Exemplo de relatório de saída de dados da simulação

realizada pelo EnergyPlus. ............................................................ 66

Figura 60 - Potencial de redução das estratégias propostas. ....... 67

Figura 61 – Comparação entre motores do tipo padrão e alto

rendimento. .................................................................................. 69

Figura 62 - Curva de rendimento em função da vazão. ................ 71

Figura 63 - Medição da rede normal do Hemocentro 2 – Tensões

AB, BC e CA. .................................................................................. 75

Figura 64 - Correntes A, B e C medidas no circuito de alimentação

rede normal do Hemocentro 2. .................................................... 76

Figura 65 - Medição de harmônicos de tensão na saída do

transformador .............................................................................. 78

Figura 66 - Fator de potência calculado a cada minuto para o

Hemocentro 2. .............................................................................. 78

Figura 67 - Módulos sombreadores com membranas têxteis em

estrutura metálica. ............................Erro! Indicador não definido.

Figura 68 - Edifício envolto por estrutura modular – pele dupla. . 84

Figura 69 - Pele dupla com fachada sinuosa iluminada e uso da cor

da iluminação na edificação. ........................................................ 85

Figura 70 - Parque linear elevado em Nova Iorque - High Line. .... 85

Page 8: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

8

Figura 71 - High Line, NY - Novo uso para trilho de trem

desativado. ................................................................................... 85

Figura 72 - Piso intertravado com vegetação................................ 86

Figura 73 - Piso intertravado de formato não retilíneo. ............... 86

Figura 74 - Direita: Piso intertravado retangular; Esquerda:

Esquema de sistema de drenagem. .............................................. 86

Figura 75 - Percurso com vegetação diversificada. ....................... 86

Figura 77 - Jardim em sistema de degraus. ................................... 87

Figura 78 - Perspectiva renderizada dos elementos criados na

Reabilitação Ambiental do HemoCamp. ....................................... 91

Figura 79 - Implantação atual do Hemocentro. ............................ 91

Figura 80 – Estudo preliminar da implantação (perspectiva). ...... 91

Figura 81 - Proposta de intervenção na implantação do

Hemocentro. ................................................................................. 91

Figura 82 - Estudo de volume com esquadrias. ............................ 93

Figura 83 - Estudo de esquadrias (perspectiva). ........................... 93

Figura 84 - Elementos de proteção solar das aberturas e das caixas

condensadoras. ............................................................................. 93

Figura 85 - Protação solar na fachada sudeste. ............................ 94

Figura 86 - Máscara de sombra com o brise na fachada sudeste. 94

Figura 87 - Protação na fachada noroeste. ................................... 94

Figura 88 - Máscara de sombra com brise na fachada noroeste. . 94

Figura 89 - Aberturas do 1º e 2º Pavimentos sem brises. ............. 95

Figura 90 - Planta baixa da humanização da área de Coleta do

Hemocentro 2. .............................................................................. 96

Figura 91 - Sugestão de forro modulado. ..................................... 97

Figura 92 - Sugestão de piso vinílico para ambientes internos da

área de coleta. .............................................................................. 97

Figura 93 - Sugestão de luminárias LED para ambientes internos.

...................................................................................................... 97

Figura 94 - Sugestão de sistema de ar condicionado

(condensadoras ficarão dentro dos brises metálicos das fachadas.

...................................................................................................... 97

Figura 95 - Estudo de pavimentações (exemplo de instalação:

blocos intertravados drenantes). .................................................. 98

Figura 96 - Piso intertravado com grama para estacionamentos. 98

Figura 97 - Piso intertravado para calçadas com opções de cores.

...................................................................................................... 98

Figura 98 - Estrutura de uma telha termoacústica. ...................... 99

Figura 99 - Telha termoacústica branca instalada na cobertura. .. 99

Figura 100 - Cobertura de telha termoacústica branca. ............... 99

Figura 101 - Cobertura de Policarbonato para passagem de

pedestres entre edifícios. ........................................................... 100

Figura 102 - Exemplos de pergolados para espera externa. ....... 100

Figura 103 - Pérgola simples de madeira, protege e condicionam o

caminho do pedestre. ................................................................. 100

Figura 104 - Além de trepadeiras podem ser cobertas por uma

membrana ou tecido para melhor proteção da incidência solar

direta. ......................................................................................... 101

Figura 105 - Pérgola com vegetação. .......................................... 101

Figura 106 - Também podem ser feitas com perfis metálicos, ou

com pilares em alvenaria. ........................................................... 101

Figura 107 - Vista do anfiteatro e circulação de pedestres. ........ 108

Page 9: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

9

Figura 108 - Vista da calçada de acesso ao Hemocentro 2. ........ 109

Figura 109 - Imagem noturna da área de convivência e passagem

entre os dois edifícios do Hemocentro de Campinas.................. 110

Figura 110 - Deck de espera externa da Doação de Sangue do

HemoCamp. ................................................................................ 111

Figura 111 - Vista da área posterior do Hemocentro 2 com futuros

blocos de serviços e paisagismo. ................................................ 112

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Diretrizes para concepção de projeto na cidade de

Campinas-SP. ................................................................................ 23

Tabela 2 - Dados climáticos de Campinas. .................................... 24

Tabela 3 - Classificação dos harmônicos de acordo com sua ordem

e frequência. ................................................................................. 76

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Gráfico de temperatura e zona de conforto................ 23

Gráfico 2 - Gráfico de umidade relativa. ....................................... 24

Gráfico 4 - Análise de funcionários por sexo................................. 53

Gráfico 5 - Análise de funcionários por idade. .............................. 53

Gráfico 6 - Análise da iluminação na recepção. ............................ 54

Gráfico 7 - Análise do conforto ambiental na recepção................ 54

Gráfico 8 - Análise dos ruídos na recepção. .................................. 54

Gráfico 9 - Análise da iluminação na coleta/triagem. ................... 54

Gráfico 10 - Análise dos espaços na coleta/triagem. .................... 55

Gráfico 11 - Análise do conforto ambiental na coleta/triagem. ... 55

Gráfico 12 - Análise do ruído na coleta/triagem. .......................... 55

Gráfico 13 - Consumo mensal de energia do HemoCamp. ........... 73

Gráfico 14 - Demanda de energia mensal máxima do HemoCamp

...................................................................................................... 73

Page 10: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

10

APRESENTAÇÃO

Este Relatório Técnico apresenta a Avaliação Ambiental Integrada

do Edifício do Centro de Hematologia e Hemoterapia da cidade de

Campinas. As atividades foram desenvolvidas no âmbito do

projeto Hemorrede Sustentável - Ministério da Saúde pelo

Laboratório de Sustentabilidade Aplicada a Arquitetura e ao

Urbanismo – LaSUS da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da

Universidade de Brasília e parte do diagnóstico pelo

Departamento de Engenharia de Energia e Automação Elétricas

da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Este documento é composto de duas partes, que, por sua vez,

estão subdivididas em tópicos.

A Parte I do Relatório aborda os procedimentos de trabalho

utilizados para o diagnóstico ambiental e reabilitação do edifício

do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Campinas -

HemoCamp. Desta forma, este volume foi organizado em tópicos

referentes às etapas da pesquisa: Introdução, Procedimentos

metodológicos e contextualização de Campinas; Avaliação Pós-

Ocupação (APO); Etiquetagem de Eficiência Energética e

Diagnóstico Energético.

A Parte II é composta pelo estudo preliminar para o edifício,

repertório de projeto e diretrizes gerais. O estudo apresentado na

parte II é resultante dos indicativos encontrados por meio da

aplicação de cada método. Aqui, são apresentadas diretrizes de

projeto visando a humanização, sustentabilidade e eficiência

energética do espaço construído, assim como, o conforto

ambiental dos usuários do edifício. Esta parte também está

subdividida nos seguintes tópicos: Estudos de repertório e

propostas antecedentes e as diretrizes gerais que são

contempladas na proposta final.

Page 11: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

11

Page 12: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

12

1. INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO

Em 2001, o Brasil vivenciou uma crise de abastecimento no setor

elétrico. Duas consequências positivas sobressaíram desta crise: a

forte participação da sociedade na busca da sua solução e a

valorização da eficiência no uso de energia.

Em decorrência desse processo involuntário de aprendizagem,

vem se formando uma consciência de que a eficiência energética

não pode estar vinculada apenas a questões conjunturais. Deve,

sim, fazer parte, de forma definitiva, da política energética

nacional, mediante a promoção de medidas que permitam

agregar valor às iniciativas já em andamento, como o

desenvolvimento de produtos e processos mais eficientes e a

intensificação de programas que levem à mudança de hábitos de

consumo.

Sendo assim, as edificações públicas apresentam oportunidades

significativas de redução do consumo de energia e, portanto, de

custos operacionais por meio do aprimoramento do projeto, de

um melhor gerenciamento da instalação, da adoção de

equipamentos tecnologicamente mais eficientes e alterações dos

hábitos dos usuários.

Muitas vezes, oportunidades interessantes de ganhos de

eficiência não são possíveis, pois ferem compromissos assumidos

no projeto da edificação. Assim, a possibilidade de avaliar as

soluções adotadas, ainda na etapa de projeto, apresenta-se como

uma excelente oportunidade de seu refinamento.

Cabe destacar que muitos refinamentos de projeto, que buscam a

eficiência energética, já são contemplados nos projetos atuais,

tornando-os mais aderentes às necessidades da sociedade. A

Page 13: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

13

análise aqui desenvolvida compreende uma revisão dos conceitos

utilizados buscando identificar ganhos adicionais de eficiência.

Combater o desperdício de energia é vantajoso para todos os

envolvidos. Ganha o consumidor, neste caso a sociedade, que

passa a comprometer menor parcela de seus custos e ganha o

setor elétrico, que posterga investimentos necessários ao

atendimento de novos clientes e a sociedade como um todo, pois

além dos recursos economizados, as atividades de eficiência

energética contribuem para a conservação do meio ambiente

evitando agressões inerentes à construção de usinas hidrelétricas

ou térmicas.

Neste contexto, defende-se uma abordagem de análise mais

sistêmica, que aborde o edifício e a cidade em todas as suas

complexidades. A abordagem energética não deve priorizar a

análise tecnicista dos equipamentos, assim como a análise do

grau da sustentabilidade não pode abrir mão das estratégias

tecnológicas que visam a eficiência energética. Defende-se,

portanto, uma análise integrada no que se refere aos problemas

de ordem ambiental.

A Avaliação Ambiental Integrada compreende uma visão

bioclimática da arquitetura e do urbanismo, fundamentais para

uma conformação mais sustentável dos lugares, segundo

premissas de Romero (2001). Neste estudo, a integração soma os

saberes da Avaliação Pós-Ocupação – APO, Retrofit e Etiquetagem

de Eficiência Energética em Edifícios.

A APO é composta pela caracterização climática do local e demais

atributos do microclima onde a edificação está inserida; avaliação

sensorial dos ambientes; aplicação de questionários e realização

de entrevistas com usuários do edifício; avaliação da qualidade

ambiental dos recintos considerando o conforto térmico,

luminoso e sonoro. Nesta fase também se realizaram simulações

computacionais com os programas ENVI-met e Ecotect Analisys

2011, destinados à avaliação ambiental tanto na escala urbana

como ao nível dos ambientes.

Após a realização das avaliações e análise dos dados obtidos, são

estabelecidas diretrizes tendo como enfoque o aumento da

sustentabilidade e qualidade ambiental do espaço construído.

O trabalho de APO tem diferentes etapas, agrupadas da seguinte

forma:

Planejamento: levantamento de normas; definição dos

equipamentos para medições in loco; definição dos

programas computacionais a serem utilizados; definição

de ambientes-tipo analisados na APO; levantamento e

definição de indicadores de desempenho ambiental;

condicionantes bioclimáticas locais; logística e

planejamento para a execução do trabalho.

Diagnóstico: análise dos resultados obtidos e

elaboração das diretrizes de projeto.

Projeto: proposições técnicas em formato de estudo

preliminar de arquitetura.

Page 14: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

14

Retrofit é levantar e analisar informações sobre o consumo de

energia elétrica, hábitos de consumo, características

ocupacionais, situação operacional das instalações e

equipamentos de usos finais, identificando oportunidades de

melhoria na eficiência do uso da energia elétrica e de redução do

seu custo.

O Retrofit é importante devido ao constante desenvolvimento

tecnológico em que nossa sociedade está inserida. Afirma-se que

o Retrofit deve ser realizado periodicamente, para manter-se o

mais eficiente possível e com melhor qualidade de conforto.

Podem-se organizar as etapas de avaliação do Retrofit em:

Levantamentos de Dados: Medição de consumo

individualizada; contas de energia etc;

Aplicação do método de Retrofit: Simulação

computacional, análise do perfil de consumo etc;

Diagnóstico energético do edifício: Medidas possíveis e

impactos em relação ao consumo anual.

A Etiquetagem do nível de eficiência energética é obtido por meio

do método prescritivo, que consiste em uma série de parâmetros

predefinidos ou a calcular que indicam a eficiência do sistema.

Neste caso, os procedimentos de etiquetagem podem ser

organizados em:

Levantamento e Organização do Projeto: Dados da área

útil; área de vidro; área opaca; etc;

Cálculo da Eficiência Energética da Envoltória:

Aplicação das fórmulas do RTQ-C;

Identificação de Possíveis Melhorias: Cenários de

possíveis etiquetas.

Para a aplicação da avaliação ambiental integrada, tem-se como o

objeto de estudo o edifício sede do Centro de Hemoterapia e

Hematologia - Hemocentro de Campinas – HemoCamp.

A avaliação ambiental integrada é de fundamental importância

para a redução dos impactos ambientais que o ambiente

construído promove na sua implantação e manutenção.

Atualmente, as questões ambientais em geral têm sido colocadas

como preponderantes e direcionadoras para quase todas as áreas

de conhecimento. Na arquitetura, o meio ambiente, o contexto

onde se constrói e os condicionantes locais, historicamente,

sempre foram considerados pelos projetistas na criação dos

espaços construídos, uma vez que para existir conforto e

segurança era imprescindível a correta adaptação ao clima. Sendo

assim, quando não se podia contar com o condicionamento de ar

e iluminação artificial, as únicas opções para as edificações eram a

ventilação natural e a iluminação natural, o correto uso dos

materiais de construção para o condicionamento passivo.

Neste sentido, as facilidades proporcionadas pelo uso da energia,

principalmente a possibilidade de construir padrões

arquitetônicos independentes do clima local, rapidamente

causaram um gradativo e elevado crescimento de consumo

energético. O grande aporte de energia necessário para

Page 15: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

15

manutenção desse modelo de edificação, extremamente

dependente de mecanismos artificiais de energia para garantia do

conforto ambiental, só passou a ser reconhecido como

problemático com a crise do petróleo, em 1973. Até esta época,

as questões energéticas e ambientais não eram entendidas como

urgentes, porque o custo da energia era irrisório e não havia uma

conscientização consolidada sobre a poluição ambiental gerada

pela produção da energia (PNEF, 2010).

A construção de uma edificação que se insere no contexto de

desenvolvimento sustentável é aquela que modifica o ambiente

natural de maneira a produzir um ambiente confortável,

adequado ao clima local, energeticamente eficiente e com baixo

custo de manutenção. Conforto ambiental e eficiência energética

são, portanto, premissas do novo modelo construtivo.

1.1 O contexto da cidade de Campinas

Campinas tem população estimada de um milhão e cento e

sessenta e quatro mil habitantes em 2010 (IBGE, 2015), com 131

estabelecimentos de Saúde Pública (SUS). O Índice de

Desenvolvimento Humano (IDHM) - Campinas é 0,805, em 2010, o

que situa esse município na faixa de Desenvolvimento Humano

Muito Alto (IDHM entre 0,800 e 1). A dimensão que mais contribui

para o IDHM do município é Longevidade, com índice de 0,860,

seguida de Renda, com índice de 0,829, e de Educação, com índice

de 0,731. Nesse ranking, o maior IDHM do Brasil é 0,862 (São

Caetano do Sul) e o menor é 0,418 (Melgaço).

A cidade de Campinas é formada por 6 distritos e tem uma das

maiores Universidades do País – a Universidade de Campinas -

Unicamp. O campus da Unicamp localiza-se no maior distrito da

cidade: Barão Geraldo, no bairro Cidade Universitária, que fica

cerca de 12 quilômetros distante do centro da cidade. É nesta

região onde está instalado o hemocentro regional de Campinas -

HemoCAMP, que é objeto de estudo deste relatório técnico.

1.2 Hemorrede sustentável

Com a finalidade de aprofundar a articulação com a Hemorrede

Pública Nacional, o Ministério da Saúde, por meio da

Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados – CGSH definiu a

“Atenção aos Pacientes Portadores de Doenças Hematológicas”

em parceria com a “Qualificação dos Serviços Públicos de

Hemoterapia e Hematologia”, como um dos eixos prioritários de

gestão, a ser continuado, para o período de 2011/2015.

A situação encontrada junto à hemorrede pública do país, ainda

persiste na necessidade de avançarmos em grandes desafios, tais

como: a integração e articulação entre os serviços de

hemoterapia; a racionalização de procedimentos, investimentos,

compras e demais procedimentos inerentes ao processo de

trabalho.

A Qualificação dos Serviços envolve processos de trabalho que

agregam qualidade ao ciclo do sangue e a atenção aos pacientes

portadores de doenças hematológicas, permitindo avanços e

melhoria significativa dos serviços e produtos ofertados pela

hemorrede.

Page 16: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

16

O resultado do trabalho inicial de diagnóstico da Hemorrede,

realizado por meio do Programa Nacional de Qualificação – PNQH,

voltado aos Hemocentros Coordenadores, demonstra a

necessidade da continuidade de ações de melhoria e a

implantação de alguns processos, dentre eles: a elaboração de

projetos de estudo e pesquisa com vistas à adequação da

estrutura física do conjunto de edifícios que compõem a

HEMOREDE NACIONAL, cujos resultados transportamos para a

ação de “Atenção aos Pacientes Portadores de Doenças

Hematológicas”.

Tendo em vista os estudos já desenvolvidos até o presente

momento, a reabilitação ambiental sustentável dos edifícios dos

Hemocentros Coordenadores representa propostas para a

melhoria das condições da oferta de serviço, aumento da

qualidade de trabalho dos funcionários, otimização dos processos

desenvolvidos, o conforto ambiental dos usuários e ocupantes da

edificação e a redução dos impactos ambientais por meio do

aumento da eficiência dos sistemas componentes do espaço

construído.

Recursos Humanos necessários à execução do projeto:

Nível Nacional, com equipe composta por profissionais

técnicos e de nível superior com experiência nas

respectivas áreas, com ênfase nos processos a serem

trabalhados durante o período de vigência do projeto;

Nível Médio e Estagiários com experiência nas

respectivas áreas objeto do estudo e para apoio das

atividades de Administração, webdesigner, desenho

técnico, simulação computacional, programação visual e

diagramação dos relatórios para publicação.

Preferencialmente utilizaremos nesse projeto, os

profissionais selecionados por meio do edital LaSUS-

FAU-UnB 01/2010 que atuaram no Projeto intitulado:

“Segurança Transfusional e qualidade do sangue e

hemoderivados/aperfeiçoamento e avaliação de

serviços de hemoterapia e hematologia” - “Projeto de

Estudo e Pesquisa para Adequação do Edifício de

Serviço de Hemocentro Público, apoiadas nas premissas

de APO/Retrofit, Etiquetagem Predial e Procel”, por

terem experiência e know-how adquiridos durante o

projeto de pesquisa realizado. Se necessário, caso o

banco de profissionais do LaSUS-FAU-UnB não seja

suficiente para o projeto em questão, faremos nova

seleção pública para contratação de novos profissionais.

Page 17: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

17

1.1. Objetivos

O objetivo geral deste trabalho é apresentar os procedimentos

metodológicos e diretrizes gerais no contexto da avaliação

ambiental integrada do edifício do HemoCamp. As diretrizes

propostas neste estudo foram desenvolvidas dentro da fase de

estudo preliminar de arquitetura; após a incorporação das

contribuições identificadas nas etapas de Diagnóstico Energético -

Retrofit e Etiquetagem de Eficiência Energética. Estas duas etapas

serão abordadas ao longo deste relatório.

Aplicar o modelo de projeto de estudo e pesquisa de referência já

aplicadas para outras edificações da rede de saúde, com vistas à

reabilitação ambiental sustentável tendo como base a aplicação

dos métodos Suporte técnico-científico para resultados de saúde

e qualidade de vida, Avaliação Pós-Ocupação – APO, Retrofit

Energética, e Etiquetagem de Eficiência Energética PROCEL.

1.2. Procedimentos Metodológicos

Num primeiro momento, definiu-se o objeto de estudo da

pesquisa: O Hemocentro de Campinas, como foco no bloco A e

nos ambientes de coleta do sangue e da espera do doador.

Para a realização deste trabalho foram aplicados os métodos da

Avaliação Pós-Ocupação (APO); Diagnóstico Energético – Retrofit;

e Etiquetagem do Nível de Eficiência Energética de Edifícios;

compondo um importante instrumento de avaliação ambiental

integrada.

A utilização deste instrumento se justifica tendo em vista a

redução dos impactos sociais, econômicos e ambientais inerentes

ao ciclo de vida de edifícios. Os métodos empregados para a

realização deste trabalho são pautados, principalmente, pela

avaliação de variáveis do projeto arquitetônico. Neste sentido,

toda a análise se inicia a partir dos impactos deste desde a sua

implantação no sítio. Quanto aos aspectos arquitetônicos,

podemos citar que a análise foi feita a partir da adequação quanto

à orientação das fachadas, materiais superficiais, componentes

construtivos e suas relações com as condições climáticas locais.

Na dimensão climática, ressalta-se a peculiaridade climática do

município de Campinas, locus do projeto em questão.

Em decorrência da interação entre os elementos do edifício e o

clima local, surgem importantes balizadores da qualidade do

espaço; por exemplo: a percepção dos usuários (física, emocional

e sensorial). Desta forma, os métodos de avaliação escolhidos

para o desenvolvimento do trabalho se caracterizam como

Page 18: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

18

importantes ferramentas de identificação dos aspectos

mencionados.

De um modo didático, estão listadas as atividades e metas

alcançadas com a finalização deste projeto de pesquisa:

Elaboração de roteiro de avaliação das características

dos edifícios com base em parâmetros de

sustentabilidade;

Levantamento, consolidação e análise de dados

referentes às visitas técnicas, realizados nos blocos do

Hemocentro;

Elaboração, aplicação e análise dos dados coletados por

meio de formulário modelo para pesquisa de Suporte

técnico-científico para resultados de saúde e qualidade

de vida.

Elaboração, aplicação e análise dos dados coletados por

meio de formulário modelo para pesquisa de “Análise

Pós Ocupação - APO” dos blocos identificados.

Elaboração, aplicação e análise dos dados técnicos sobre

a estrutura física dos blocos, com foco nas premissas de

um RETROFIT;

Elaboração, aplicação e análise dos dados técnicos sobre

a estrutura física dos edifícios, com foco nas premissas

da Etiquetagem Predial;

Elaboração de modelo de adequação final aos princípios

da reabilitação ambiental sustentável, no edifício do

HemoCamp.

1.3. Dados gerais de Campinas/SP

Neste tópico, serão detalhadas as novas estratégias do plano

diretor do município de Campinas para 2016, com destaque para

a zona 18 BG (zona especial), onde está inserido o Hemocentro de

Campinas, objeto de estudo desta pesquisa aplicada. O município

de Campinas será abordado em seus aspectos de infraestrutura e

em seus aspectos mais técnicos, em relação aos dados ambientais

e climáticos.

Figura 1 - Localização do Hemocentro em Campinas. Fonte: adaptado do GoogleEarth, acesso (10-11-2015)

1.3.1. Plano Diretor Municipal de 2016

O Plano Diretor (atual do ano de 2006) e a Lei de Uso e Ocupação

do Solo (Lei 6031/1988) são as principais ferramentas de

Page 19: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

19

planejamento que orientam o desenvolvimento da cidade e

organizam as atividades de comércio, serviços, indústrias,

moradia, lazer e transporte no território. Visam, portanto, sua

eficácia e a qualidade de vida do cidadão. Estas leis devem seguir

o disposto em leis superiores, como a Constituição Federal, o

Estatuto da Cidade, Estatuto da Metrópole e a Lei Orgânica

Municipal.

Nesse sentido, destaca-se a revisão dessas leis que está sendo

elaborada com a participação da sociedade. No novo Plano

Diretor Estratégico de 2016 serão apresentadas as estratégias de

uso e ocupação do solo como:

1. que seja cumprida a função social da cidade e da propriedade

(que o interesse coletivo prevaleça sobre o interesse individual ou

setorial);

2. que a cidade seja sustentável (ecologicamente equilibrada,

socialmente justa, economicamente acessível e culturalmente

ativa);

3. que o cidadão tenha direito à cidade (acesso à moradia digna,

ao saneamento ambiental, ao transporte eficiente, aos serviços e

equipamentos de educação, saúde, cultura e lazer);

4. que a gestão da cidade seja democrática e participativa.

O edifício do HemoCamp está localizando na zona 18 BG (zona

especial), dentro do Campus da Unicamp. Esta zona caracteriza-se

por edificações de até 4 pavimentos (Figura 2). Para esta zona, o

novo Plano Diretor Municipal de 2016 dá prioridade no

atendimento do sistema viário e de transporte, por meio de

transporte de média capacidade, à área hospitalar e às

universidades (PUCCAMP e UNICAMP), bem como ao projeto

especial do Parque do CIATEC II definido nesta lei. Além de

promover para as áreas de interesse paisagístico-ambiental e de

desenvolvimento econômico estratégico, projetos especiais que

potencializem suas qualidades.

Também pretende prever a ampliação da disponibilidade e

recuperação de equipamentos e espaços públicos. E, como

estratégias de construção do bairro: manter para área central de

Barão Geraldo o uso misto, incentivando o uso residencial e

promovendo a requalificação da mesma, por meio da

reestruturação do sistema viário, da valorização do pedestre e de

programas de identificação visual e melhoria dos equipamentos

públicos. Incentivar a implantação de comércio e serviços de

âmbito local de bairro que minimize os deslocamentos

interbairros, assegurando a tranquilidade do uso residencial

próximo a esses estabelecimentos. Promover a distribuição de

áreas de uso residencial de forma a atender às diferentes

demandas habitacionais geradas pela dinâmica urbana de Barão

Geraldo, a saber: moradia unifamiliar, moradia de estudantes,

vilas, hotéis e pensões.

Page 20: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

20

Figura 2 - Imagem de satélite do Campus da Unicamp com destaque para Zona 18.

Adaptado da Prefeitura de Campinas, 2015.

1.3.2. Arquitetura Bioclimática e Caracterização do Clima

A arquitetura bioclimática baseia-se na correta aplicação dos

elementos arquitetônicos com o objetivo de fornecer ao

ambiente construído um alto grau de conforto higrotérmico com

baixo consumo de energia. O conforto higrotérmico está

relacionado à produção de calor pelo corpo humano relativo ao

metabolismo. Esse calor é dissipado continuamente para o

ambiente. Quando a velocidade de produção de calor é

exatamente igual à velocidade de perda, diz-se que a pessoa está

em equilíbrio térmico (ROMERO, 2011: 242).

Quando essa troca de calor entre o corpo humano e o meio

acontece de forma equilibrada, diz-se que o indivíduo encontra-se

na Zona de Conforto. É definida por um intervalo nos valores de

umidade (30% e 70%) e temperatura (entre 23°C – 27°C),

podendo variar, dependendo de outros fatores como, por

exemplo, o efeito resfriativo do vento, região, sexo, idade,

vestimenta.

As Cartas Bioclimáticas, principalmente a desenvolvida por Givoni

(1994), associam informações sobre a zona de conforto térmico,

clima local e as estratégias de projeto indicadas para cada período

do ano (Figura 3). São enumeradas 9 (nove) zonas onde são

lançadas estratégias bioclimáticas que podem ser classificadas em

naturais (sistemas passivos) e artificiais (sistemas ativos). As zonas

naturais são as que não gastam energia para seu funcionamento:

ventilação natural, resfriamento evaporativo, massa térmica (que

aumenta inércia térmica da construção), aquecimento solar

passivo, etc. Os sistemas artificiais de uso mais comum na

arquitetura são ventilação mecânica, aquecimento e refrigeração.

Page 21: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

21

Figura 3 - A Carta Bioclimática de Givoni relaciona a temperatura seca do ar (A), razão de umidade (B) e a temperatura úmida do ar (C).

Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.

A norma brasileira para o Desempenho Térmico de Edificações

(NBR 15220), em sua parte 3, propõe um Zoneamento

Bioclimático para o Brasil que contêm oito zonas. Cada Zona

Bioclimática (ZB) apresenta diferentes características climáticas

das regiões brasileiras (Figura 4).

Além disso, para cada ZB são indicadas estratégias para melhorar

as condições de conforto térmico no ambiente construído. Essas

recomendações baseiam-se justamente na Carta Bioclimática de

Givoni (1994) adaptada para as características climáticas

brasileiras. As estratégias sugeridas na NBR 15220-3 estão dividias

em: aquecimento artificial (calefação), aquecimento solar, massa

térmica para aquecimento, desumidificação, resfriamento

evaporativo, massa térmica para resfriamento, ventilação,

refrigeração artificial e umidificação do ar.

Segundo esta metodologia, a cidade de Campinas encontra-se na

ZB 3, na qual a NBR 15220-3 estabelece as seguintes estratégias:

Aberturas para ventilação:

• Sombreamento das aberturas

• Permitir sol durante o inverno

Vedações externas:

• Parede: Leve refletora

• Cobertura: Leve isolada

Estrategias de condicionamento térmico pasivo:

• Verão = Ventilação cruzada

• Inverno = Aquecimento solar da edificação

• Vedações internas pesadas (inércia térmica)

Page 22: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

22

Figura 4 - Zoneamento Bioclimático Brasileiro. Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.

A ventilação cruzada é essencial para a promoção do efeito de

resfriamento evaporativo e desumidificação do ar no interior dos

ambientes. Além disso, o sombreamento das aberturas,

principalmente as áreas envidraçadas, utilização de superfícies

leves e refletoras são estratégias fundamentais para as

edificações na ZB 03 (Figura 5).

Segundo Chvatal (2000), Campinas é uma cidade que apresenta

grandes amplitudes térmicas no inverno. Esta amplitude de

temperatura indica a necessidade de uma alta inércia térmica dos

fechamentos como estratégia bioclimática. Pode-se, portanto,

tirar partido do alto ganho de calor durante o dia para, através da

inércia térmica, aquecer os ambientes internos à noite. Com

relação ao verão, este apresenta temperaturas altas e maior

umidade relativa que o inverno. Logo há a necessidade de

ventilação cruzada e entrada permanente de ar. As edificações

devem ser bem espaçadas para permitir a entrada do vento, o

qual deve incidir diretamente sobre os ocupantes.

O fato do clima da cidade estar situado numa zona de transição,

não se caracterizando exatamente como úmido, nem como seco,

e ainda apresentar variações ao longo do ano, possuindo uma

estação mais seca e outra mais úmida, dificulta o estabelecimento

de recomendações mais definidas. Neste caso as soluções devem

ser ponderadas, não indo a extremos.

Em pesquisa realizada junto a projetistas da cidade de Campinas,

com o intuito de traçar um panorama da prática profissional no

que se refere aos aspectos de conforto térmico, foram levantadas

as diretrizes constantes na Tabela 1.

Page 23: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

23

Figura 5 - Zona Bioclimática 3 e a Carta Bioclimática representando as cidades desta zona (Campinas – SP).

Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.

Tabela 1 - Diretrizes para concepção de projeto na cidade de Campinas-SP.

Fonte: NBR 15220 – Desempenho térmico de edificações - Parte 3.

1.3.3. Caracterização das Normais Climatológicas

Campinas se encontra na latitude 22°48’57” Sul e longitude

47°03’33” Oeste, a cidade possui clima tropical de altitude. O

verão (novembro a março) possui maior duração que o inverno

(junho a agosto), indicando a predominância do calor sobre o frio

na cidade durante o ano (Chvatal, 2000). Em relação as

temperaturas médias mensais, as maiores são registradas nos

meses de outubro 25,41°C e dezembro 24,00°C, já a menor média

mensal é a do mês de julho com 18, 11°C. A temperatura máxima

registrada chega a atingir 32,87°C no mês de outubro e a mínima

12,27°C em julho. A zona de conforto varia entre 20°C e 29°C ao

longo do ano (Gráfico 1). A amplitude de temperatura é maior nos

meses de inverno, atingindo seu valor máximo em agosto (13 oC).

Gráfico 1 - Gráfico de temperatura e zona de conforto. Fonte: adaptado de www.projetee.ufsc.br, acesso (10-11-2015).

Em relação à umidade relativa do ar, é possível observar que a

mínima acontece no mês de outubro com 35.52% e a máxima nos

Page 24: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

24

meses de janeiro, fevereiro e março que atingem 98% de umidade

relativa do ar (Gráfico 2). Sabe-se que quanto maior a amplitude

de temperatura, menor é a umidade relativa. Portanto, a umidade

relativa também apresenta valores menores no inverno. Como o

verão é mais úmido, os registros de precipitação total apontam

valores maiores nessa época (Chvatal, 2000).

Gráfico 2 - Gráfico de umidade relativa da média das mínimas e máximas – (barra) e média mensal (linha).

Fonte: adaptado de www.projetee.ufsc.br, acesso (10-11-2015).

Ventos predominantemente sudeste, com velocidades que variam

de 2m/s a 6m/s, com média anual de 23,5Km/h.

Tabela 2 - Dados climáticos de Campinas.

Fonte: adaptado de www.cpa.unicamp.br, acesso (04-11-2015).

Page 25: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

25

2. AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO (APO)

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) consiste na avaliação do

desempenho físico/ambiental e da satisfação do usuário. Os

métodos e técnicas de APO, aplicados originalmente em

habitações de interesse social, foram desenvolvidos por Roméro e

Ornstein (2003). Diagnosticam fatores positivos e negativos no

decorrer do uso da edificação. Na APO são avaliados aspectos

socioeconômicos, infraestrutura, satisfação dos usuários, sistemas

construtivos, funcionalidade, consumo energético e conforto

ambiental.

2.1. Objetivo e objeto da avaliação

O objetivo da APO é avaliar o desempenho do edifício após o seu

uso regular, neste relatório, a APO terá ênfase ambiental, com

foco energético e sustentável.

O objeto de avaliação deste estudo é o edifício sede do Centro de

Hematologia e Hemoterapia do Município de Campinas -

HemoCamp. O edifício está localizado na Rua Carlos Chagas,

número 480, Distrito de Barão Geraldo. O complexo edificado

apresenta área construída de 7.826,03 m² e se situa dentro do

complexo do Campus da Unicamp (Figura 6).

Page 26: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

26

Figura 6 - Localização do HEMOCAMP NO CAMPUS DA UNICAMP Fonte: Adaptado de Google Maps, 2015

2.2. Caracterização do Entorno

O campus da Unicamp tem área de 3 milhões de metros

quadrados e representa um grande complexo de edifícios

institucionais. O campus recebeu o nome do seu fundador, prof.

Zeferino Vaz, falecido em 1981 (UNICAMP, 2016) Uma

característica marcante da paisagem arquitetônica é a construção

com tijolos à vista e com a marcação estrutural. Muitos desses

edifícios fazem parte do patrimônio construído de caráter

simbólico do campus, uma vez que muitas faculdades tem seus

edifícios com esta concepção arquitetônica. O HemoCamp

também tem seus dois principais blocos construídos de tijolos à

vista e marcação estrutural em concreto aparente. As fachadas

são marcadas por esquadrias de alumínio e muitos aparelhos de

condicionamento de ar que foram instalados sem qualquer

preocupação com a estética dos edifícios, sendo instalados em

todas as fachadas (Figura 7).

Figura 7 - Fachada de acesso ao bloco A

Unicamp

HemoCamp

Page 27: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

27

Figura 8 - Acesso ao Hemocentro

Figura 9 - Acesso ao Campus Universitário

Figura 10 - Estacionamento de funcionários do HemoCamp.

Page 28: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

28

2.3. Método para Avaliação de Desempenho Ambiental

2.3.1. Projeto Arquitetônico

Na primeira fase da APO foi fundamental a análise das plantas

arquitetônicas da edificação. Destaca-se que foi necessário um

levantamento in loco de uma série de dados de projeto tendo em

vista informações desatualizadas, ou inexistentes, nas plantas

fornecidas inicialmente. Desta forma, foram verificadas e

complementadas as informações necessárias para viabilizar a

aplicação da APO.

O edifício do HemoCamp é composto morfologicamente por um

complexo construído com dois edifícios de três andares

independentes. Apresenta-se, inicialmente a perspectiva do

complexo edificado avaliado nesta análise ambiental integrada.

(Figura 11)

Figura 11 - Perspectiva do acesso ao Hemocentro de Campinas

Para início das atividades das medições dos aspectos de conforto

térmico, luminoso e sonoro, foram estabelecidos ambientes-tipo

com base nas plantas arquitetônicas (Figura 13). Ambientes-tipo

são recintos escolhidos na avaliação pós-ocupação para

representar as condições gerais (ambientais) da edificação, tendo

em vista a impossibilidade ou a limitação de realização das

medições na totalidade dos recintos. As similaridades em termos

de orientação, área, atividade desenvolvida, entre outros; foram

fatores determinantes para a escolha dos ambientes-tipo.

Figura 13 - Ambientes tipos usados na Avaliação Pós Ocupação.

Figura 12 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em azul dos ambientes tipo.

Page 29: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

29

No caso do Hemocentro de Campinas, com a finalidade de

compreender melhor a qualidade dos ambientes do edifício,

foram identificados ambientes representativos, onde foram

entrevistados os usuários. Como, por exemplo, os ambientes: Sala

de Espera dos Doadores (Figura 16), Triagem (Figura 17),

Processamento (Figura 18) e Coleta (Figura 19).

Figura 16 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em azul dos ambientes tipo.

Figura 17 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em azul dos ambientes tipo.

Figura 18 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em azul dos ambientes tipo.

Figura 19 - Planta Baixa de cada pavimento com a delimitação em azul dos ambientes tipo.

Figura 14 – Planta de Locação.

Figura 15 – Exemplo APO Recepção

Doadores (Bloco C).

Page 30: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

30

2.3.2. Procedimentos para Medições in loco

Foram realizados procedimentos que antecedem as medições da

análise ambiental. Primeiramente, foram levantados os

equipamentos necessários para a coleta de dados de temperatura

e umidade do ar (termo-higrômetro); níveis de iluminâncias

(luxímetro); e níveis de ruído (decibelímetro). A Figura 20

apresenta os equipamentos utilizados nas medições.

Foram levantadas as principais normas nacionais e internacionais

para a realização das medições in loco dos dados relativos ao

conforto térmico, luminoso e sonoro na edificação. Este

levantamento é importante para a correta coleta de dados, tendo

em vista a aplicação da metodologia prevista nas normas. Além

dos equipamentos e procedimentos que devem ser adotados nas

medições, as normas também estabelecem níveis adequados de

conforto (térmico, sonoro e luminoso) que servem de parâmetros

para os dados coletados. Desta forma, listam-se algumas normas

de referência:

ISO/DIS 7726/96 – Ambientes Térmicos – Instrumentos

e métodos para medição dos parâmetros físicos;

NBR 5382 – Verificação da iluminância de interiores;

NBR 5413 – Iluminância de Interiores;

NBR 15215-2 – Procedimentos de cálculo para a

determinação da iluminação natural em ambientes

internos;

NBR 10151 – Acústica – Avaliação de ruído em áreas

habitadas visando o conforto da comunidade –

procedimentos;

NBR 10152 – Níveis de ruído para o conforto acústico.

Este trabalho técnico foi desenvolvido a partir dos procedimentos

metodológicos de medição de parâmetros de conforto térmico,

luminoso e sonoro. No entanto, não foram feitas as medições em

todos os ambientes-tipo previamente selecionados. Essas

medições não ocorreram conforme previsto pelo fato de que

parte dos ambientes escolhidos se encontravam em reforma ou já

tinham projeto de reforma aprovado nas instâncias

administrativas, o que tornaria dispensável uma avaliação da sua

qualidade ambiental atual, uma vez que brevemente seria

alterada sua conformação ou uso. Neste sentido, foram feitas

algumas medições de ambientes de maior uso, além dos espaços

externos e nas áreas comuns do edifício. Para isso, lista-se as

referências normatizadas considerada nos estudos de medição.

Figura 20 - Equipamentos de medição dos parâmetros ambientais.

Page 31: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

31

a) Medição de Conforto Térmico

Com relação ao conforto térmico, aplica-se a norma do

MINISTÉRIO DO TRABALHO, NR17/1990 – Ergonomia: item 17.5 –

que trata das condições de conforto aplicado a ambientes de

trabalho dependendo do tipo de atividade executada. Para as

atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constante

como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de

desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros,

lembramos que são recomendadas as seguintes condições de

conforto: a. níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR

10152; b. índice de temperatura efetiva entre 20ºC e 23ºC; c.

velocidade do ar não superior a 0,75m/s; d) umidade relativa do

ar não inferior a 40%.

b) Medição de Conforto Luminoso – Iluminação Natural e

Artificial

Para uma primeira percepção de iluminação natural e artificial dos

ambientes-tipo, foi utilizado luxímetro digital para coletar dados

unitários da iluminância do espaço. Seguindo a Norma ABNT NBR

5382 – Verificação de Iluminância de Interiores, o aparelho foi

posicionado em um plano horizontal a uma distância de 80cm do

piso, conforme instruções, sob temperatura ambiente entre 15ºC

e 50ºC. O método utilizado para a obtenção dos dados de um

ambiente foi desenvolver uma malha de pontos, coletando o nível

de iluminância (lux) de cada ponto, podendo dessa forma criar

uma malha de ISOlux.

c) Medição de Conforto Sonoro

Para realizar as medições de conforto sonoro nos espaços tipos

selecionados nos blocos do edifício, foi necessário dividir os

ambientes segundo suas tipologias arquitetônicas a partir da

utilização do espaço. Desta forma, os ambientes divididos foram:

salas de escritório, salas com uso de máquinas, ambientes de uso

comum e laboratórios. O método utilizado para as medições

foram:

Medição decibelimétrica, que serve para medir a

intensidade de ruído existente no local;

Medições de tempo de reverberação, que determinam

o decaimento de intensidade de determinadas

freqüências num espaço de tempo, em uma

determinada sala;

Estudo da forma arquitetônica, para verificar o

comportamento das ondas sonoras no ambiente a partir

do local, material e tipo de fonte. Este estudo verifica

efeitos indesejáveis, como ressonância, reverberação,

entre outros.

2.3.3. Avaliação Bioclimática do Edifício

A avaliação bioclimática do HemoCamp foi desenvolvida por meio

de Simulações Computacionais. Para essas simulações

computacionais foram utilizados três programas tanto para

análise ambiental urbana quanto para a análise ambiental de

Page 32: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

32

edifícios, são eles: ENVI-met 3.1, Ecotect Analysis 2011 e ANSYS

(CFD), de ventilação natural. Para as análises referentes à escala

urbana da edificação em estudo, foi desenvolvido um modelo

computacional tridimensional no programa ENVI-met

representando as condições ambientais (características do clima

da cidade de Campinas), composição da superfície do solo; e

características dos volumes edificados presentes no recorte do

entorno imediato. Após a definição do recorte urbano a ser

simulado e construção do modelo, foram simulados os aspectos

de temperatura do ar, velocidade dos ventos, e umidade relativa

do ar.

Para as análises de percursos aparente do sol, incidência de

radiação e iluminação natural no edifício, foi utilizado o programa

Ecotect 2011. Desta forma, com base no levantamento

arquitetônico realizado, foi desenvolvido o modelo virtual do

edifício para a verificação dos níveis de radiação solar direta

incidente das fachadas, dimensionamento das proteções solares

(verificação da eficiência dos elementos propostos), e verificação

do potencial de aproveitamento da iluminação natural em

determinados ambientes. A verificação do potencial de

aproveitamento da iluminação natural se deu no âmbito da

análise da Autonomia de Lux do Dia – DA; que representa (em

porcentagens de horas ao longo do ano) a manutenção de um

determinado nível de iluminação natural. Os parâmetros

analisados no software ENVI-met foram: temperatura do ar,

umidade relativa do ar e a velocidade do vento.

a) Análise dos parâmetros microclimáticos

A simulação ambiental é feita no software ENVI-met e tem como

objetivo facilitar a compreensão dos parâmetros microclimáticos

aplicados aos edifícios. Foram feitas simulações para dois tipos de

situação, a primeira com a implantação e edificações existentes e

a segunda com a previsão de edifícios anexos que possuem

projetos aprovados.

Os mapas apresentados aqui foram gerados para os horários das

9h, 12h e 15h para o período de Verão da cidade de Campinas/SP.

Em termos gerais, para o parâmetro temperatura do ar, os valores

alcançam as mínimas de 23ºC e as máximas de 28ºC. Essa

variação aponta uma baixa amplitude térmica ao longo do dia. A

variação se deve, principalmente, aos seguintes fatores:

incidência de radiação direta; materiais que compõe as

superfícies; e a vegetação.

Comparando as duas situações simuladas, no mapa que apresenta

a previsão dos edifícios anexos, observa-se um aumento das

manchas de maior concentração de calor, ao redor dessas novas

construções, para o horário das 09h e 12h. Há um aumento

pequeno, contudo significativo, de manchas vermelhas e

magentas, que representam temperaturas de cerca de 27,5ºC.

Pode-se observar que devido a troca de material superficial

existente aumentou-se cerca de 0,5ºC a temperatura em alguns

pontos.

No parâmetro umidade relativa do ar, os valores variam entre

61% e 76%. Não se observa alterações significativas em relação ao

Page 33: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

33

parâmetro em questão nas duas situações estudadas. No

parâmetro ventilação a variação encontrada foi de 0,26m/s a

2,43m/s. Observa-se que o bloco anexo inserido em uma das

situações analisadas atua como barreira na distribuição dos

ventos no local.

Nas figuras podemos analisar a comparação entre os cenários

simulados (sem edifício anexo e com edifício anexo) quanto à

temperatura do ar, umidade relativa e ventilação nos horários das

9, 12 e 15 horas (Figura 21 a Figura 26).

Page 34: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

34

Figura 21 - Simulação de temperatura às 9, 12 e 15 h sem edifício anexo.

Figura 22 - Simulação de temperatura às 9, 12 e 15 h com edifício anexo.

Page 35: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

35

Figura 23 - Simulação de umidade às 9, 12 e 15 h sem edifício anexo.

Figura 24 - Simulação de umidade às 9, 12 e 15 h com edifício anexo.

Page 36: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

36

Figura 25 - Simulação da ventilação às 9, 12 e 15 h sem edifício anexo.

Figura 26 - Simulação da ventilação às 9, 12 e 15 h com edifício anexo.

Page 37: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

37

b) Percurso Aparente do Sol

As simulações do percurso aparente do sol sobre a área onde se

encontre o HEMOCAMP demonstram a pouca influência das

sombras geradas pelas edificações sobre as superfícies horizontais

durante o solstício de verão e de inverno – devido ao afastamento

generoso entre os edifícios (Figura 27). Desta forma, não se

observa áreas ao nível do solo extremamente sombreadas,

aspecto que durante o inverno poderia gerar desconforto para os

usuários do espaço. Durante o verão existe a ocorrência de

sombras na área entre as edificações analisadas durante o início

da manhã e final da tarde. No entanto, deve-se considerar a

incidência de radiação solar direta nesta área durante os horários

críticos para o calor (entre 9h – 15h). Desta forma, uma possível

diretriz para a melhoria deste cenário é a inserção de mais

arborização nesta área – considerando uma espécie que perca sua

folhagem no inverno.

O desenvolvimento do modelo tridimensional do edifício do

HemoCamp levou em consideração as plantas fornecidas pela

direção do estabelecimento.

Neste modelo foram considerados:

Forma e elementos da edificação com influência sobre o

sombreamento das fachadas;

Forma e elementos do entorno próximo com influência

sobre o sombreamento do HemoCamp;

Orientação das edificações;

Arquivo climático da cidade de Campinas-SP.

Figura 27 - Modelo do Hemocamp desenvolvido no programa Ecotect v5.50 com a representação da trajetória solar.

Fonte: Ecotect Analysis – Autodesk.

Primeiramente foi analisado a influência dos elementos

construídos no sombreamento e na incidência de radiação solar

no plano horizontal (ao redor do HemoCamp).

Com relação ao sombreamento gerado pelos elementos

construído foram realizadas duas simulações: para o solstício de

inverno, e para o solstício de verão.

Page 38: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

38

Figura 28 - Sombras na superfície horizontal geradas pelas edificações – Solstício de Inverno.

Fonte: Ecotect Analysis – Autodesk.

Durante o solstício de inverno o trecho entre blocos permanece

sombreado.

Figura 29 - Sombras na superfície horizontal geradas pelas edificações – Solstício de Verão.

Fonte: Ecotect Analysis – Autodesk.

Durante o solstício de verão, período com as maiores

temperaturas do ar, a área entre os edifícios (HemoCamp e bloco

2) recebe a incidência de radiação solar – uma vez que as sombras

dos elementos construídos não alcançam esse trecho nos horários

entre 10h e 15h.

c) Análise da insolação nas fachadas com máscaras de sombras

A partir da análise da carta solar, é possível compreender que o

edifício denominado bloco A tem implantação adequada, uma vez

que possui as menores fachadas voltadas para as direções leste e

Page 39: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

39

oeste. No entanto, suas grandes fachadas voltadas para o norte e

para o sul também recebem significativa radiação ao longo do dia.

Estas fachadas necessitam de proteção solar especial, que evitem

o superaquecimento dos ambientes, ou ainda, que reduzam o

consumo de condicionamento de ar com a redução da carga

térmica incidente. Após o estudo de sombras no plano horizontal,

foi realizado o estudo de Carta Solar nas fachadas do HemoCamp

com o software Ecotect. Este estudo visa identificar a necessidade

de proteções solares nas aberturas, considerando a exposição

destas à radiação solar direta.

Fachada Sudeste:

Figura 30 - Análise da Fachada Sudeste do Hemocentro 2.

Figura 31 - Máscara de sombra nas aberturas à sudeste.

Figura 32 - Máscara de sombra nas aberturas à sudeste.

A Figura 31 e a Figura 32 apresentam as Cartas Solares das janelas

posicionadas na parte central da Fachada Sudeste (sendo

analisadas uma janela no pavimento terreno a outra no 2°

pavimento). Em ambas as situações ocorre um exposição

excessiva das 07h as 12h durante o período do verão. Portanto,

recomenda-se o aumento do ângulo de sombreamento “beta

esquerdo” para 45° - fato que pode ser solucionado com a

inserção de brises com aletas no sentido vertical.

Page 40: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

40

Conclusão: Aberturas Expostas durante os meses de verão – das

07h – 12 no solstício de verão. Necessidade de proteção no

período da manhã nos meses de janeiro e dezembro.

Figura 4 – Exemplo de proteções solares verticais (ângulo beta).

Fonte: Alberto de Souza Oliveira arquitetos e

GRAUX & BAEYENS architecten (www.pinterest.com).

Fachada Noroeste:

Figura 33 - Análise da Fachada Noroeste do Hemocentro 2.

Figura 34 - Máscara de sombra nas aberturas à noroeste.

Page 41: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

41

Figura 35 - Máscara de sombra nas aberturas à noroeste.

Fachada Noroeste: a análise das janelas localizadas no pavimento

térreo e 2° pavimento da parte central da fachada Noroeste

apontam para a exposição excessiva da fachada à radiação solar

durante todo o ano – no período da tarde (Figura 5). Assim, se faz

necessário a inserção de novas proteções solares que gerem

ângulos “alfa” com 40° - tais ângulos são formados por brises

horizontais conforme exemplifica a Figura 6. A angulação sugerida

para esta proteção bloqueia a incidência de sol durante os meses

de verão, outono e primavera – permitindo a passagem de

radiação solar durante o inverno

Conclusão: Aberturas Expostas durante os meses de verão e

inverno – das 11h – 18h. Grande exposição à radiação,

necessidade de proteções solares.

Figura 36 - Análise da Fachada Noroeste do Hemocentro 2.

Figura 37 - Máscara de sombra nas aberturas à noroeste.

Page 42: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

42

Figura 38 - Máscara de sombra nas aberturas à noroeste.

Conclusão: Aberturas Expostas durante os meses de verão e

inverno – das 11h – 18h.Grande exposição à radiação,

necessidade de proteções solares.

Fachada Nordeste:

Figura 39 - Análise da Fachada Nordeste do Hemocentro 2.

Figura 40 - Máscara de sombra nas aberturas à nordeste.

Fachada Nordeste: as análises das Cartas Solares desta

fachada indicam a exposição excessiva das aberturas ao

longo de todo o ano durante o período da manhã (Figura 7).

É importante destacar que nos meses com temperatura do ar

mais elevadas se faz necessário proteger as aberturas nos

horários críticos para o calor (entre 09h e 12h). Assim, é

sugerida a inserção de brises horizontais com aletas móveis

(controladas pelo usuário) – tendo em vista o fechamento

dos mesmos durante os meses mais quentes e a

possibilidade de abertura das aletas durante o inverno como

exemplificado na Figura 6.

Conclusão: Aberturas Expostas durante todo o ano – das 06h –

13h. Grande exposição à radiação, necessidade de proteções

solares.

Page 43: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

43

Figura 41 – Exemplo de proteções solares verticais (ângulo beta). Fonte:www.pinterest.com (acesso 29/06/2016).

Fachada Sudoeste:

Figura 42 - Análise da Fachada Sudoeste do Hemocentro 2.

Page 44: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

44

Figura 43 - Máscara de sombra nas aberturas à sudoeste.

Fachada Sudoeste: a análise das Cartas Solares desta

fachada indicam um exposição excessiva das aberturas

ao longo de todo ano durante o período da tarde (Figura

8). Para reduzir a incidência direta do sol nos meses e

horários críticos, sugere-se a inserção de proteções

solares horizontais com ângulo de 40° (conforme

exemplificado na Figura 6).

Conclusão: Aberturas Expostas durante todo o ano,

principalmente no solstício de verão das 12h – 18h. Grande

exposição à radiação | necessidade de proteções solares.

Resultado da análise da máscara de sombras:

De forma geral, todas as aberturas das fachadas da edificação

analisada necessitam de proteções solares. Considerando os

resultados das cartas solares, as proteções necessárias são

elementos que gerem ângulos alfa (α) – com aproximadamente

30°.

Outra solução, é a análise e (se for o caso) substituição das

películas reflexivas existentes atualmente.

d) Velocidade e incidência da ventilação natural

São apresentados neste sub-tópicos os gráficos de incidência de

ventilação. Ventos predominantemente sudeste, com velocidades

que variam de 2m/s a 6m/s (Figura 44).

Figura 44 - Análise da frequência dos ventos.

Apresenta-se também as principais estratégias para clima da zona

Bioclimática 03, representada aqui pela cidade de Campinas

(Figura 45).

Page 45: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

45

Figura 45 – Estratégias bioclimáticas para a cidade de Campinas – SP

No programa Ecotect foi gerada uma rosa dos ventos sobre os

modelos analisados – HemoCamp e edifício vizinho – tendo em

vista a análise de orientação das edificações para a ventilação

predominante na cidade de Campinas (Figura 9). Pode-se

observar que a ventilação predominante no local é sudeste – com

mais de 634 horas de ocorrência ao longo do ano. Assim, a

edificação vizinha ao HemoCamp está posicionada de forma a

receber os ventos sudeste. Além disso, esta edificação está em

um plano mais elevado em relação ao HemoCamp – se tornando,

portanto, um elemento considerável de obstrução da ventilação

principalmente para os ambientes localizados no pavimento

térreo. Por outro lado, devido ao tipo de uso do HemoCamp, a

obstrução da ventilação predominante não representa graves

implicações devido a intensa utilização de ar condicionado no

edifício em estudo.

Figura 46 – Análise da ventilação predominante sobre os edifícios analisados.

N

Page 46: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

46

e) Análise da radiação solar

Foram feitas simulações de radiação solar com o auxílio do

programa ECOTECT.

Constatou-se que as superfícies horizontais ficam expostas

durante o solstício de verão com grande quantidade de radiação

solar, como mostrado na Erro! Fonte de referência não

encontrada. ao lado.

Figura 47 - Simulação de Incidência de Carga Térmica por radiação solar direta – Valores anuais acumulados – Em planta (Wh/m²).

2.3.4. Iluminação Natural

A luz natural possui grande importância nos ambientes, não

apenas por possibilitar a economia de energia, mas por

proporcionar uma série de vantagens aos usuários:

Confere senso de especialidade.

Propicia vivacidade ao edifício.

Propicia um bom ambiente visual, por ser a melhor

reprodutora de cores.

Ela incide sobre o nosso ânimo e comportamento,

regula nosso relógio biológico e a produção de

elementos vitais, tais como a vitamina D.

A exposição à luz solar, mesmo através do vidro, elimina

vírus e bactérias e é útil, especialmente no inverno,

quando a incidência de infecções respiratórias é maior.

Possibilitar o contato visual com o exterior e desta

forma informar as condições adversas do mesmo.

No HemoCamp, a partir dos estudos realizados, percebe-se que

há casos em que os usuários relatam grande insatisfação com a

iluminação natural. Uma das causas disso é associada à grande

amplitude nos níveis de iluminação interna, que resulta no

aumento da probabilidade de desconforto devido ao elevado

contraste e ao ofuscamento. A preferência das pessoas por

janelas pode ser afetada em função da dimensão das mesmas, e

pode chegar a uma rejeição quando elas são fonte de problemas

de conforto térmico. Nas proximidades da abertura a

variabilidade da temperatura é maior, aumentando assim, o

ganho de calor no verão e a perda de calor no inverno. A resposta

Page 47: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

47

dos usuários em relação a um sistema de iluminação deficiente é

rejeitar o sistema, as pessoas tendem a reduzir ou eliminar

completamente a contribuição da luz natural se esta causar

desconforto ou dificultar a realização da tarefa.

É importante observar que, ao se falar em luz natural ou

aproveitamento da iluminação natural, faz-se referência apenas à

luz natural difusa, sem a presença da radiação direta.

Desta forma, o uso de elementos externos nas fachadas é sempre

recomendado, pois propiciam proteção solar reduzindo a carga

térmica interna, diminuindo o contraste de níveis de iluminância

internos e externos. Os brises são vantajosos também, pois

direcionam luz natural difusa para o interior do edifício e

diminuem a incidência da radiação solar direta nos ambientes

internos.

Analisando a configuração espacial, orientação solar e os

elementos externos de proteção dos Edifícios do Hemocentro,

nota-se potencial para o aproveitamento de iluminação natural

nas áreas periféricas do mesmo.

Durante a visita notou-se que, apesar do potencial para

aproveitamento da iluminação natural nas áreas periféricas, os

ambientes apresentam acionamento inadequado das luminárias,

pois não existe segmentação de circuitos para as luminárias

próximas às janelas.

Assim, diante do potencial para aproveitamento da iluminação

natural, sugerem-se algumas medidas para racionalização do

sistema de iluminação artificial:

Segmentar o sistema elétrico das luminárias próximas às

janelas e disponibilizar interruptores para estas

luminárias, permitindo que fiquem apagadas quando

existir iluminação natural suficiente.

Implantar sistemas de controle de iluminação com

sensores de luminosidade e reatores eletrônicos

dimerizáveis nas luminárias próximas às janelas.

Caso sejam adotados sensores de luminosidade e reatores

eletrônicos dimerizáveis, o controle da iluminação artificial deve

ser automático e gradual, conforme os níveis de iluminância

provenientes da luz natural. Neste caso, o sistema de controle

utiliza a iluminação natural disponível, mantendo a iluminância

requerida para cada atividade no plano de trabalho constante.

Além dos sistemas de controle mencionados, estão disponíveis no

mercado sistemas mais complexos, que integram todos os

recursos citados a um sistema de gerenciamento predial. Esses

sistemas permitem:

Controle automático dos horários de acionamento /

desligamento.

Controle automático e individual das funções do

ambiente.

Criação de cenários apropriados para diversas situações

de uso do ambiente, inclusive para economia de

energia.

Facilidade de operação.

Controle dinâmico da iluminação.

Page 48: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

48

A mudança de layout entre as salas do Hemocentro posicionou

uma divisória na mesma posição de uma luminária já instalada,

sem que esta fosse removida, obstruindo parte de seu fluxo

luminoso, reduzindo sua eficiência energética. Este cenário deve

ser alterado, para isso, seguem algumas recomendações:

Prosseguir na substituição gradativamente o sistema de

iluminação fluorescente atual (40W) pelos sistemas que utilizam

lâmpadas de 32 e 28 W.

Segmentar os circuitos em grupos menores de

luminárias, principalmente em ambientes amplos,

dividindo-os por linhas de luminárias próximas e

afastadas das janelas e de forma a criar pequenos

grupos independentes de trabalho.

Segmentar o sistema elétrico das luminárias próximas às

janelas, permitindo que estas fiquem apagadas quando

os níveis de iluminância forem aceitáveis.

Disponibilizar aos usuários acesso aos interruptores a

todas as salas que não o possuem ou sistemas de

controle de iluminação por meio de sensores de

presença.

Alterar o layout das estações de trabalho de modo que

as telas dos computadores fiquem sempre que possível

em posição lateral às janelas, evitando-se ofuscamentos

nestas áreas de trabalho, permitindo a utilização da

iluminação natural.

Adotar programas para conscientização e educação dos

funcionários sobre a importância de se conservar

energia e de que forma podem-se evitar desperdícios.

2.3.5. Simulação Termoenergética

A simulação termoenergética verifica o consumo de energia para

o uso de ar condicionado no edifício. Ela é feita no software

DesignBuilder, e para o bloco do Hemocentro foram criados 4

cenários de simulação, sendo estes:

Cenário 0: Situação atual;

Cenário 1: Esquadrias com película solar;

Cenário 2: Esquadrias com brises externos;

Cenário 3: Esquadrias com vidro de baixo fator solar.

Logo abaixo, na Figura 48, vemos o volume simulado com os 4

cenários.

Figura 48 - Volume simulado representando o Hemocentro 2.

Page 49: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

49

No comparativo de consumo anual de ar condicionado, temos os

gráficos de cada cenário para análise dos resultados:

Figura 49 - Resultado do cenário 0 - Situação atual

Figura 50 - Resultado do cenário 1 - Esquadrias com película solar

Figura 51 - Resultado do cenário 2 - Esquadrias com brises externos

Figura 52 - Resultado do cenário 3 - Esquadrias com vidro de baixo fator solar.

Page 50: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

50

Conclusão:

Logo abaixo, temos um gráfico comparativo entre cenários,

destacando a importância de qualquer intervenção (película, brise

ou vidro de baixo FS) e na vantagem apontada pelo cenário 3, que

pode chegar a 46% de economia no consumo de energia de ar

condicionado no edifício do Hemocentro 2.

Gráfico 3 - Comparação do consumo de energia nos 4 cenários simulados.

2.3.6 Etiquetagem do Nível de Eficiência Energética

Para os estudos de etiquetagem, foram extraídos dados do

edifício, a partir do seu projeto em arquivo CAD.

Page 51: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

51

São apresentados 3 cenários de Etiquetas de Eficiência Energética

para a Envoltória do Edifício. Os cenários variam da situação atual,

que obteve Etiqueta C até uma possível etiqueta A, com as

propostas sugeridas no Relatório Técnico.

Os pontos mais críticos estão indicados no quadro de dados.

Cenário C

Cenário B

Cenário A

Page 52: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

52

2.3.6. Análise dos questionários aplicados aos usuários

O método ideal para a aplicação de questionários para a Avaliação

Pós-Ocupação é, segundo Roméro e Ornstein (2003), verificar o

universo de usuários do edifício em questão. Nesse caso, a

aplicação dos questionários se deu individualmente, a partir da

escolha das salas tipo destacadas na Figura 53 abaixo.

Figura 53 - Salas tipo para APO do Hemocentro 2.

Dessa forma, o resultado passou a ser analisado particularmente

em virtude da quantidade mínima de usuários por ambiente

analisado. Aponta-se que em cada ambiente analisado, pelo

menos dois usuários (quando existentes) foram questionados

sobre a qualidade ambiental daquele recinto. A interpretação dos

dados dos questionários permitiu concluir que:

Alguns ambientes necessitam de tratamento para o

controle/redução de ruído;

A iluminação natural está mal aproveitada na maioria

dos ambientes (hora excessiva e ofuscante, hora quase

inexistente);

Page 53: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

53

Poucos espaços para convivência e descanso dos

funcionários;

Alguns espaços estão mal dimensionados;

A seguir temos os gráficos dos resultados obtidos nos

questionários para os ambientes da recepção e da coleta/triagem.

Gráfico 4 - Análise de funcionários por sexo.

Gráfico 5 - Análise de funcionários por idade.

24%

76%

Sexo

Masc.

Fem

11%

72%

15%

2%

Faixa Etária

15 a 25

26 a 45

46 a 59

Acima de 59

Page 54: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

54

Gráfico 6 - Análise da iluminação na recepção.

Gráfico 7 - Análise do conforto ambiental na recepção.

Gráfico 8 - Análise dos ruídos na recepção.

Gráfico 9 - Análise da iluminação na coleta/triagem.

17%

83%

Recepção - Você consegue trabalhar sem iluminação artificial em algum período do

dia?

Sim

Não

83%

17%

Recepção - Se as janelas estiverem abertas o ambiente de trabalho fica confortável?

Sim

Não

100%

0%

Recepção - Há ruído de máquinas e equipamentos no seu ambiente de

trabalho?

Sim

Não

8%

92%

Coleta/Triagem - Você consegue trabalhar sem iluminação artificial em algum

período do dia?

Sim

Não

Page 55: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

55

Gráfico 10 - Análise dos espaços na coleta/triagem.

Gráfico 11 - Análise do conforto ambiental na coleta/triagem.

Gráfico 12 - Análise do ruído na coleta/triagem.

8%

92%

Coleta/Triagem - O tamanho dos espaços é adequado?

Sim

Não

17%

83%

Coleta/Triagem - Se as janelas estiverem abertas o ambiente de trabalho fica

confortável?

Sim

Não

50%50%

Coleta/Triagem - Há ruído de máquinas e equipamentos no seu ambiente de

trabalho?

Sim

Não

Page 56: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

56

2.4. Considerações específicas

O método de avaliação APO desenvolvido para este trabalho

mostrou-se adequado para aplicação em edificações singulares,

como o objeto de estudo, tanto pelas características do edifício

em si, quanto pela necessidade de proporcionar respostas

imediatas à administração que gerencia o uso e a ocupação do

HemoCamp.

Assim, após a aplicação do método de trabalho obteve-se

informações suficientes para gerar as Diretrizes de Adequação

Ambiental. As diretrizes geradas, por sua vez, serão

transformadas em proposições técnicas de projeto preliminar de

arquitetura mantendo assim o foco na melhoria da qualidade

ambiental integrada do edifício: ambiência, conforto e eficiência

energética conjugadas num estudo sólido e prospectivo.

A partir da avaliação sensorial realizada foi possível perceber

algumas inadequações dos ambientes, como a elevada carga

térmica em algumas orientações, pela excessiva exposição à

radiação solar; deficiência da luz natural, abaixo do recomendado

para as atividades desenvolvidas; e ambientes expostos a

excessivos ruídos externos devido ao isolamento insuficiente e

equipamentos defasados. As visitas técnicas in loco reforçaram os

registros da avaliação sensorial, mostrando a valiosa contribuição

da pesquisa com o usuário – fruto da APO – para a requalificação

ambiental do edifício. Nesse sentido, as intervenções nas

fachadas visarão também uma melhoria das condicionantes

internas.

Page 57: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

57

4. RETROFIT

Para o diagnóstico energético o grupo de pesquisadores se apoiou

na metodologia do Retrofit Energético. Neste relatório, foram

registrados todos os procedimentos seguidos, fotografias dos

sistemas do edifício, e, ao final, foram elencados cenários de

possíveis intervenções do ponto de vista energético do edifício.

Vale destacar que todas os procedimentos, bem como todos os

cenários de intervenção propostos foram consonantes com as

intervenções indicadas na APO e Eficiência Energética.

Page 58: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

58

4.1. Objetivos

Este trabalho tem por objetivo levantar e analisar informações

sobre o consumo de energia elétrica, hábitos de consumo,

características ocupacionais, situação operacional das instalações

e equipamentos de usos finais do Hemocentro de Campinas,

identificando oportunidades de melhoria na eficiência do uso da

energia elétrica e de redução do seu custo.

Desta forma, aplicou-se uma metodologia de diagnóstico

energético específica, ressaltando que cada instalação apresenta

peculiaridades próprias e que merecem, muitas vezes, tratamento

específico.

Para fins deste relatório técnico os dois blocos do Hemocentro

foram tratados como Hemocentro 1 e Hemocentro 2,

representando respectivamente os blocos 1 e 2 do HemoCamp.

Page 59: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

59

4.2. Método

A realização de diagnósticos energéticos envolve um conjunto

bastante diversificado de atividades, variáveis conforme a

finalidade e o tipo de ocupação da instalação. Tal fato implica na

existência de diversas metodologias de análise energética, cada

qual com suas peculiaridades necessárias à determinação correta

dos potenciais de conservação daquela instalação.

No caso da instalação em questão, com todas as suas

peculiaridades, incluindo também diversos ambientes de

escritórios e atendimento ao público, a metodologia aplicada

pode ser dividida nas seguintes etapas:

Visita de inspeção preliminar.

Planejamento das atividades de levantamento de dados.

Levantamento de dados, documentos, plantas e

cadastro dos equipamentos da instalação.

Medições de grandezas elétricas utilizando-se

analisadores de energia.

Análise e tabulação dos dados e informações

levantadas.

Estudo de viabilidade técnica e econômica de

alternativas para os usos finais encontrados e

determinação dos respectivos potenciais de

conservação de energia.

A visita de inspeção foi realizada com o objetivo de ter contato

com a instalação e de conhecer o pessoal encarregado de dar

apoio à equipe técnica no que diz respeito à locomoção, ao

fornecimento de documentos e demais informações durante todo

o processo de diagnóstico energético.

A partir da visita de inspeção, foi possível ter uma visão

macroscópica da instalação, fato que permitiu traçar a estratégia

de levantamento de dados, através da escolha dos pontos de

medição no sistema elétrico.

Entre todas as etapas do processo de diagnóstico energético, o

levantamento de dados é, sem dúvida, um dos mais importantes,

uma vez que todos os resultados e conclusões obtidos estão

baseados nas informações levantadas nessa fase. Dessa forma,

todos os dados devem ser obtidos e tratados com o maior rigor

possível, desconsiderando as informações mais duvidosas. Devido

à extensão e à importância dessa fase, foi conveniente a sua

segmentação em duas etapas:

Medições das grandezas elétricas de interesse.

Inspeção de ambientes segundo os usos finais de

energia.

As medições das grandezas elétricas de interesse foram realizadas

utilizando-se equipamentos analisadores de energia com

memória de massa, instalados nos quadros de distribuição de

energia elétrica que alimentam as redes normal e de emergência

do Hemocentro 1, assim como nos quadros de distribuição das

redes normal e de emergência do Hemocentro 2 (Figura 54 e

Figura 55).

Page 60: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

60

Figura 54 - Medição de consumo da rede normal do Hemocentro 2.

Figura 55 - Medição da rede de emergência do Hemocentro 2.

Os analisadores de energia correspondem a equipamentos digitais

microprocessados capazes de realizar medições monofásicas e

trifásicas com precisão de todas as grandezas elétricas relevantes

em diagnósticos energéticos, como por exemplo: tensão,

corrente, potências ativa e reativa, consumos de energia ativa e

de reativa com período de integração programável, fator de

potência e distorção harmônica. Além disso, eles possuem

considerável capacidade de armazenamento de dados em sua

memória de massa interna, registrando, inclusive, períodos de

falta de energia, uma vez que eles também são dotados de

baterias internas recarregáveis.

As informações fornecidas pelos analisadores de energia são

essenciais e indispensáveis para a realização de diagnósticos

energéticos precisos. A partir dessas informações, também é

possível determinar irregularidades na operação de sistemas e

equipamentos, por meio da detecção de baixos fatores de

potência, de altas distorções harmônicas e de desequilíbrios entre

fases.

Por outro lado, a inspeção de ambientes tem por objetivo

levantar as características mais particulares dos usos finais

presentes na instalação, complementando as informações obtidas

através da medição direta de grandezas elétricas. Dessa forma,

foram vistoriados todos os ambientes da instalação, onde foram

anotados todos os dados relevantes para a análise de cada uso

final.

Page 61: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

61

No caso do sistema de iluminação, foram verificadas e anotadas

as tecnologias atualmente utilizadas. Além disso, também foram

levantados os tempos de utilização do sistema em cada ambiente

(horário de expediente, utilização no período noturno), de forma

a permitir uma estimativa do consumo de energia elétrica desse

uso final.

Os dados levantados foram analisados e tratados de forma a

determinar as características de consumo do Hemocentro.

As visitas de inspeção ocorreram nos dias 13, 14 e 15 de outubro

de 2015. Neste mesmo período, foram realizadas as medições de

grandezas elétricas utilizando-se analisadores de energia.

4.3. Análise da Instalação

4.3.1. Introdução

As instalações elétricas do Hemocentro encontram-se em bom

estado de conservação. Durante as visitas constatou-se a

preocupação com a manutenção de painéis elétricos, bem como

de equipamentos em geral, mantendo-se um bom nível de

atendimento aos usuários.

4.3.2. Medições de Energia

As medições das grandezas elétricas foram realizadas por meio de

equipamentos analisadores de energia instalados em pontos

importantes do sistema elétrico da instalação.

O analisador de energia, harmônicos e oscilografia de

perturbações fabricado pela RMS Sistemas Eletrônicos MARH-21,

utilizado neste diagnóstico, é um registrador portátil, trifásico,

programável, destinado ao registro de tensões, correntes,

potências, energias, harmônicos e oscilografia de perturbações

em sistemas de geração, consumo e distribuição, bem como

circuitos que alimentam motores elétricos em geral.

O MARH-21 possui mostrador e teclado alfanumérico permitindo

efetuar a programação diretamente no equipamento.

O equipamento registra os dados de medição em sua memória

interna do tipo RAM e possui também porta serial para a

transferência dos dados registrados para um computador. O

Page 62: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

62

software denominado ANAWIN possibilita a análise dos dados em

forma de gráficos e relatórios. A Figura 56 apresenta o analisador

MARH-21.

Figura 56 - Analisador MARH-21.

O equipamento MARH-21 possui as seguintes aplicações:

Registro das formas de onda das tensões e correntes, distorções

harmônicas e variações de frequência.

Análise dos harmônicos.

Estudos de demanda e otimização do uso de energia.

Simulações para estudos de correção do fator de

potência.

Monitoramento de processos visando à obtenção de

curvas de temperatura, pressão e vazão, juntamente

com as grandezas elétricas como tensão, corrente,

demanda e energia.

Análise de desligamentos e falhas causados por

variações nas características da tensão.

Obtenção de curvas de partida de motores elétricos.

As medições das grandezas elétricas foram realizadas nos quadros

de alimentação da rede normal e da rede de emergência, tanto no

Bloco 1, quanto no Bloco 2, conforme ilustrado a seguir:

Medição 1: Rede normal do Bloco 1.

Medição 2: Rede de emergência do Bloco 1.

Medição 3: Rede normal do Bloco 2.

Medição 4: Rede de emergência do Bloco 2.

A Figura 57 ilustra os pontos onde foram realizadas medições de

parâmetros elétricos nas instalações do Hemocentro.

Page 63: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

63

Figura 57 - Locais de medições de parâmetros elétricos.

4.4. Medições e Consumo Desagregado

A Figura 58 apresenta consumo de energia medido tanto no

barramento que alimenta os sistemas essenciais do Hemocentro

1, que podem ser supridos pelo grupo gerador em caso de falha

na concessionária, quanto na rede normal, onde em caso de falha

no fornecimento da concessionária as atividades são

interrompidas.

Este conjunto de cargas apresentou uma demanda máxima de

215,0kW e uma demanda média de 130,2kW em um período de

24 horas em um dia útil.

Figura 58 - Consumo de energia do Hemocentro 1.

A Figura 59 apresenta o consumo de energia do Hemocentro 2

realizado de maneira semelhante ao anterior, segmentado pela

rede de emergência e pela rede normal. Este edifício, por sua vez,

Page 64: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

64

apresentou uma demanda média de 150,4kW, em um período de

24 horas, e solicitou uma demanda máxima de 232,9kW.

Figura 59 - Consumo de energia do Hemocentro 2.

Foi realizado também, um levantamento dos equipamentos

existentes no Hemocentro e seus respectivos períodos de

utilização e assim, foi possível construir a matriz de consumo

desagregado do Hemocentro, conforme apresenta a Figura 60.

Figura 60 - Matriz de consumo desagregado do Hemocentro.

Page 65: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

65

4.5. Simulação Energética da Edificação

Com base nas medições realizadas e nos levantamentos de dados

durante as visitas técnicas, desenvolveu-se um modelo virtual das

duas edificações que compõe o Hemocentro: Hemocentro 1 e

Hemocentro 2 (Figura 61), onde foi possível inserir dados relativos

à envoltória e usos finais de seus diversos setores. Este modelo

adotou algumas hipóteses simplificadoras visando fornecer uma

estimativa preliminar do desempenho energético da edificação

em análise.

Figura 61 - Modelo virtual do Hemocentro 1 e Hemocentro 2

Utilizando a ferramenta de simulação EnergyPlus®, simulou-se o

modelo virtual do Hemocentro para as condições climáticas de

Campinas. Foram utilizados dados típicos para os materiais da

edificação, a saber:

• Paredes externas: painéis wall e acabamento com espessura

total de 100 mm.

• Paredes internas: divisórias de madeira ou dry wall.

• Cobertura: forro com espaço de ar, telha canalete e platibandas

com telha de fibrocimento.

• Vidros: vidro simples de 3 mm.

• Portas: madeira com 40 mm de espessura.

Foi definido que o perfil de ocupação da edificação seria das 7:00h

às 18:00h de segunda a sexta, das 7:00h às 12:00h no sábado e

sem expediente no domingo. Estes perfis foram utilizados para a

presença de pessoas, iluminação e equipamentos e calibrados

com base nas avaliações feitas nas visitas técnicas realizadas. A

potência das câmaras frigoríficas foi definida com base nos

levantamentos feitos e o seu funcionamento foi estipulado como

ininterrupto. Para os sistemas de climatização unitários, foi

definido o valor médio de COP de 2,8 e o seu perfil de operação

foi estipulado como sendo o mesmo definido para a ocupação das

pessoas na edificação. Para os ambientes servidos por sistemas

tipo self- contained sistema central definiu-se um COP de 3,1. Foi

definida como temperatura de controle de todos os sistemas de

climatização o valor de 23°C. A edificação assim simulada será

considerada para fins deste relatório como a edificação de

referência (REF).

Com base nos relatórios de saída do EnergyPlus, como os

mostrados na Figura 62, podemos avaliar a contribuição de cada

Page 66: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

66

uso final no consumo total da edificação ao longo de um ano de

operação.

Figura 62 - Exemplo de relatório de saída de dados da simulação realizada pelo EnergyPlus.

Os sistemas de climatização correspondem a 34% do consumo

total da edificação e os sistemas de refrigeração a 28%,

totalizando 62%. Portanto ações para a redução do consumo de

energia destes sistemas podem ter um impacto razoável no perfil

de consumo total de energia da edificação.

Nesse sentido, foram simuladas as seguintes estratégias visando a

redução do consumo de energia dos sistemas de climatização:

Estratégia 1 (EST_01): Modificação da temperatura de controle

dos sistemas de climatização de 23°C para 25°C: esta estratégia foi

sugerida para mostrar o potencial de redução, caso os usuários da

edificação modifiquem o seu comportamento quanto a definição

da temperatura de controle do sistema de climatização. Esta

modificação só deve ser realizada nos setores em que a demanda

de climatização seja apenas para conforto térmico e não seja

necessário controle de temperatura para conservação do sangue

e demais produtos manipulados no Hemocentro.

Estratégia 2 (EST_02): Retrofit dos sistemas unitários de

climatização para equipamentos com selo PROCEL A: esta ação

visa mostrar o impacto da redução se os equipamentos a serem

instalados adotassem níveis de eficiência de equipamentos

etiquetados com selo PROCEL A (COP=3,3).

Estratégia 3(EST_03): retrofit dos sistemas tipo self contained

para sistemas mais eficientes (COP=3,6).

Estratégia 4 (EST_04): aplicação das estratégias 2 e 3 para

avaliação do retrofit de todos os sistemas de climatização.

Estratégia 5 (EST_05): aplicação das estratégias 1 e 2 para

avaliação do retrofit dos sistemas de climatização unitários e a

mudança no setpoint de controle da temperatura ambiente.

Estratégia 6 (EST_06): aplicação das estratégias 1 e 3 para

avaliação do retrofit dos sistemas tipo self contained e a mudança

no setpoint de controle da temperatura ambiente.

Estratégia 7 (EST_07): aplicação das estratégias 1 e 4 para

avaliação do retrofit de todos os sistemas de climatização da

edificação e a mudança no setpoint de controle da temperatura

ambiente.

Após a simulação de cada uma destas estratégias, podem-se

verificar na Figura 63 as reduções do consumo anual obtidas por

Page 67: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

67

cada estratégia e que podem ser comparadas com a situação

atual (REF).

Figura 63 - Potencial de redução das estratégias propostas.

Pode-se concluir que:

• A estratégia EST_01 apresenta uma redução pequena e

cuja implementação demandaria uma conscientização por parte

do usuário, podendo ser aplicada de imediato. A combinação

desta estratégia com as demais estratégias propostas (EST_05,

EST_06 e EST_07) promove uma redução adicional de consumo de

energia aos níveis atingidos pelas estratégias aplicadas

isoladamente (EST_02, EST_03 e EST_04);

• A estratégia EST_02 implica em um investimento maior

que a estratégia EST_03 e, devido a sua maior contribuição na

capacidade total de sistema de climatização, promove uma maior

redução no consumo total de energia da edificação.

• A estratégia EST_04 tem um impacto maior que as

estratégias EST_02 e EST_03 e terá um custo alto para sua

implantação, devendo-se avaliar o retorno de investimento desta

estratégia para definir a sua implantação.

• A estratégia EST_07 promove uma maior redução no

consumo de energia pois combina o retrofit dos dois tipos de

sistemas de climatização combinado com a mudança do setpoint,

devendo-se avaliar o retorno de investimento desta estratégia

para definir a sua implantação.

1950

2000

2050

2100

2150

2200

2250

2300

REF EST_01 EST_02 EST_03 EST_04 EST_05 EST_06 EST_07

Co

nsu

mo

de

en

erg

ia e

létr

ica

anu

al [

MW

h]

2,1%

4,1%

1,8%

5,9%6,2%

3,9%

8,0%

Page 68: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

68

4.6. Sistemas de Climatização e Refrigeração

4.6.1. Climatização

O Hemocentro utiliza diversos sistemas independentes de

condicionamento ambiental com unidades tipo self-contained de

capacidades entre 10TR e 15TR, para os grandes ambientes e com

unidades tipo janela ou split para os menores.

Segundo os usuários, algumas das unidades não funcionam

corretamente e, principalmente as do tipo janela, geram ruídos

excessivos que os incomodam ao longo do dia.

Nota-se também que nem sempre as unidades adquiridas

possuem o Selo Procel de Eficiência Energética, deixando de

explorar o potencial de economia deste sistema de grande

consumo de energia no Hemocentro.

Recomendações:

Retrofit nos sistemas de ar condicionado com vida útil acima de

15 anos.

Aquisição de novos equipamentos tipo split com selo A do Procel

para o retrofit dos equipamentos unitários com vida útil acima de

15 anos.

4.6.2. Sistemas de Refrigeração

Verificou-se no hemocentro a existência de diversas unidades de

refrigeração com temperaturas de controle variando de +6°C a -

80°C com capacidades de armazenamento e de consumo de

energia também diversas. Estas unidades estão distribuídas pelos

diversos setores do Hemocentro.

Segundo informações coletadas junto ao Hemocentro, as

unidades com mais de 10 anos de utilização têm sido substituídas,

prática que deve ser mantida para garantir um melhor

desempenho energético da edificação.

Ao adquirir novas unidades, deve se atentar à questão do

consumo energético, priorizando a compra de unidades com o

menor consumo de energia, que correspondem aos

equipamentos mais eficientes disponíveis no mercado.

Recomendação:

Manutenção preventiva dos sistemas e retrofit das

unidades de resfriamento com vida útil maior que 15

anos.

4.6.3. Sistemas Motrizes

Há mais de uma década os fabricantes de motores elétricos

desenvolvem equipamentos mais eficientes, de forma que, além

de fabricarem motores do tipo padrão, apresenta também uma

linha de produtos denominada alto rendimento.

Aumentando os custos de fabricação, foi possível desenvolver

equipamentos mais eficientes (diminuindo as perdas no motor

elétrico), de forma que, um motor de alto rendimento gasta

menos energia elétrica do que um motor do tipo padrão, para a

mesma aplicação industrial, desde que bem dimensionado à

carga.

Page 69: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

69

Desta forma, o custo adicional de aquisição é compensado pelo

menor custo operacional, sendo que, em muitos casos, o Tempo

de Retorno do Investimento possui valor atrativo, considerando

que um motor pode durar mais de 12 anos.

A Figura 64 apresenta uma comparação entre motores do tipo

padrão e alto rendimento.

Uma das causas mais comuns de operação ineficiente é o

superdimensionamento de motores elétricos. Os motivos mais

frequentes para essa ocorrência são:

Desconhecimento das características da carga.

Desconhecimento de métodos para dimensionamento

adequado.

Expectativa de aumento de carga.

Não especificação de fator de serviço maior que 1 para

motores que trabalham esporadicamente

sobrecarregados.

Aplicação de sucessivos fatores de segurança.

Os motores da linha de alto rendimento lançados no mercado

interno pelos maiores fabricantes nacionais de motores elétricos

são, em média, 35 a 50 % mais caros que os da linha padrão, fato

este que deve ser considerado no estudo de viabilidade para a

substituição de tecnologias.

Estudos mostram que, quando comparado ao motor padrão, o

motor de alto rendimento pode apresentar um rendimento

superior, da ordem de 2 a 6 %, sendo este aumento devido a

menor quantidade de perdas, para a mesma potência mecânica.

A decisão em se escolher motores mais caros com custos de

operação mais baixos e motores mais baratos com maior

consumo de energia pode ser baseada em um critério financeiro

de retorno do capital. Este critério considera como principal

parâmetro, o número de horas por ano de funcionamento do

motor.

Figura 64 – Comparação entre motores do tipo padrão e alto rendimento.

Porém, deve-se salientar que não existe vantagem nenhuma na

utilização de um motor de alto rendimento e acoplá-lo a um

equipamento ineficiente ou trabalhar sobredimensionado,

provocando maiores gastos com energia, tendência esta muito

comum, propositalmente ou por desconhecimento, sob a

alegação de se manter uma potência reserva que poderia

aumentar a confiabilidade do acionamento.

Page 70: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

70

Verificou-se no Hemocentro a existência de motores para

acionamento de elevadores.

Pode-se citar com recomendações:

Substituição gradativa por motores de alto rendimento,

corretamente dimensionados.

Aquisição de equipamentos com motores de alto

rendimento.

Realização permanente de serviços de manutenção.

Observação dos aspectos de qualidade de energia e das

instalações elétricas para o bom funcionamento dos

motores.

4.7. Sistemas de Bombeamento

Geralmente, os acionamentos das bombas são feitos por motores

elétricos de indução. A explicação para o uso deste tipo de motor

está na sua construção robusta, onde não há o uso de escovas,

sendo indicados para sistemas de acionamento contínuo.

Dentre os fatores que contribuem para o custo de energia elétrica

em sistemas de bombamento, podem-se destacar:

Ultrapassagem da demanda contratada.

Baixo fator de potência.

Consumo elevado em horários de ponta.

Equipamentos antigos, nos quais ocorre dificuldade de

manutenção e adaptação às normas tecnológicas atuais.

Baixo rendimento das instalações de bombeamento,

ocasionando maior consumo de energia elétrica.

A bomba é um dispositivo que tem a função de transformar a

energia mecânica no seu eixo em energia hidráulica cedida ao

fluído. Como em todo processo de transformação energética

existem perdas, o rendimento da bomba pode ser determinado

pela relação entre a potência mecânica, fornecida a bomba pelo

motor, e a potência hidráulica cedida ao fluído.

Page 71: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

71

A Figura 65 apresenta a curva de rendimento em função da vazão

da bomba.

Assim, nota-se a ocorrência de um rendimento máximo, a partir

do qual o aumente o da vazão decresce o rendimento, ou seja, a

partir deste ponto a energia mecânica cedida à bomba é cada vez

menos transformada em energia hidráulica e as perdas

aumentam.

Verificou-se a existência de bombas, algumas antigas, para

armazenamento da água nos reservatórios que abastecem o

Hemocentro. Neste sentido, recomenda-se a aquisição de

conjunto moto-bomba de alto rendimento, corretamente

dimensionado para abastecer o reservatório de água do

Hemocentro.

Figura 65 - Curva de rendimento em função da vazão.

4.8. Estudo Tarifário

A partir da Resolução 414/2010 da ANEEL e com o início da

vigência do terceiro Ciclo de Revisão Tarifária Periódica (CRTP)

para a Amazonas Energia, ocorrido em novembro de 2013, a

estrutura tarifária de seus consumidores sofrerá algumas

alterações em suas modalidades, explicadas a seguir.

4.8.1. Estrutura Tarifária do Grupo A

a) Tarifa Convencional

Aplicada em unidades consumidoras atendidas em tensão inferior

a 69 kV e demanda contratada menor que 300 kW. Entretanto,

esta modalidade será gradualmente extinta ao longo do terceiro

CRTP, inicialmente para os consumidores com demanda

contratada maior ou igual a 150 kW, que deverão optar por uma

das modalidades horárias, azul ou verde, até o final do primeiro

ano de vigência do terceiro CRTP. Ao final deste Ciclo, os demais

consumidores também deverão optar por uma das modalidades

horárias.

A modalidade tarifária convencional considera os seguintes

critérios:

Demanda de potência [kW]: tarifa única sem distinção

horária.

Consumo de energia [kWh]: tarifa única sem distinção

horária.

Page 72: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

72

b) Tarifa Horária Verde

Aplicada em unidades consumidoras atendidas em tensão inferior

a 69 kV, com demanda contratada até 2.500 kW. A modalidade

tarifária horária verde considera os seguintes critérios:

Demanda de potência [kW]: tarifa única sem distinção

horária.

Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto

horário ponta; uma tarifa para o posto horário fora de

ponta.

c) Tarifa Horária Azul

Aplicada compulsoriamente às unidades consumidoras atendidas

em tensão igual ou superior a 69 kV e opcionalmente para as

demais unidades. A modalidade tarifária horária azul considera os

seguintes critérios:

Demanda [kW]: uma tarifa para o posto horário ponta;

uma tarifa para o posto horário fora de ponta.

Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto

horário ponta; uma tarifa para o posto horário fora de

ponta.

4.8.2. Estrutura tarifária do Grupo B

a) Tarifa Convencional

Aplicado de forma compulsória e automática às unidades

consumidoras atendidas em tensão inferior a 2,3 kV, com tarifa

que considera o seguinte critério:

Consumo de energia [kWh]: tarifa única, sem distinção

horária.

b) Tarifa Branca

Aplicado conforme opção do consumidor, somente após a

publicação da resolução específica e considera o seguinte critério:

Consumo de energia [kWh]: uma tarifa para o posto horário de

ponta, uma tarifa para o posto horário intermediário e uma tarifa

para o posto horário fora de ponta.

4.8.3. Avaliação

O Hemocentro de Campinas é alimentado em média tensão e a

modalidade tarifária aplicada é a Convencional, com demanda

contratada de 600 kW. Uma análise das despesas simuladas nas

demais modalidades, as horárias verde e azul, apontou que a

tarifa horária verde é mais adequada ao perfil de consumo do

HemoCamp, que possui baixo consumo de energia no horário de

ponta.

Page 73: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

73

O Gráfico 13 representa o consumo mensal de energia do

HemoCamp. Pode-se observar que o consumo foi elevado no

início do ano de 2012, mas que após esse período o consumo se

estabilizou e alterou pouco mês a mês.

Gráfico 13 - Consumo mensal de energia do HemoCamp.

Observa-se no Gráfico 14 que apesar da demanda contratada ser

de 600 kW, os valores registrados poucas vezes alcançaram 550

kW, e o máximo registrado foi de 553 kW. Uma redução da

demanda contratada em 50 kW, pode gerar uma economia de até

R$ 1.846,00 mensais, totalizando aproximadamente R$ 22 mil

anuais, nos valores da tarifa atual.

Gráfico 14 - Demanda de energia mensal máxima do HemoCamp

Entretanto, com o início do Terceiro Ciclo de Revisão Tarifária da

Concessionária local, esses valores serão reavaliados, alterando o

valor final da economia, e de acordo com a resolução 414/2010

da ANEEL esta modalidade deverá ser substituída após 12 meses

de vigência desse Ciclo. Entre as opções possíveis, apesar da

diferença ser pequena, a aplicação da tarifa horária verde

mostrou-se melhor adequada ao perfil de consumo do

HemoCamp. Como recomendações, sugere-se:

A alteração do enquadramento tarifário para a tarifa

horária verde. E a alteração da demanda contratada

para 550 kW.

Consumo de Energia [kWh]

-

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

20122013

Demanda de Energia [kW]

-

100

200

300

400

500

600

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

20122013

Page 74: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

74

4.9. Perturbações elétricas

A variação na amplitude da tensão ocorre quando sobre um sinal

senoidal produz-se:

Afundamentos ou elevações momentâneas de tensão.

Sobretensão e subtensão.

Interrupções de tensão.

Flutuações de tensão.

Cintilações.

Afundamentos de tensão, ou “sags”, são caracterizados por uma

diminuição no valor da amplitude, de forma brusca, entre 0,1 a

0,9 p.u., restabelecendo-se após um curto período de tempo.

Em alguns países, tem-se buscado melhorar o fornecimento de

energia, através de programas essenciais para a redução do

número e duração de interrupções sofridas pelos consumidores.

O tempo de afundamento de tensão está compreendido entre 0,5

e 30 ciclos e pode ser ocasionado por elevações bruscas de

corrente, seja por curto circuito, partida de motores de grande

porte ou comutação de cargas com elevada potência.

Equipamentos modernos utilizados em instalações industriais são

extremamente sensíveis aos afundamentos de tensão, uma vez

que podem deixar de exercer corretamente suas funções.

As elevações momentâneas de tensão são de curta duração e

apresentam um forte amortecimento em sua forma de onda. São

causadas pela comutação de bancos de capacitores, conexões e

desconexões de equipamentos, operação de retificadores

controlados, variadores de velocidade, atuação de dispositivos de

proteção, descargas atmosféricas, entre outros.

Para ser considerada elevação momentânea de tensão, o valor da

sobretensão transitória, ou “swell”, deve estar na faixa de 1,1 a

1,8 p.u.

Dentro de certos limites, os equipamentos de uso final podem

suportar impulsos transitórios de tensão, porém, dependendo da

intensidade e quantidade dos eventos, sua vida útil pode ser

afetada.

Equipamentos com eletrônica de potência e fontes de

alimentação de computadores são bem mais sensíveis que o

motor, podendo ser danificados em sua totalidade.

A sobretensão pode ser definida como sendo uma perturbação

com valor eficaz superior ao valor de tensão nominal (10%) e

pode ser de curta ou longa duração.

Muitas vezes, as de curta duração possuem intensidade bem

superior às de longa duração.

A sobretensão pode ocorrer devido à entrada em operação de

grupos geradores ou rejeição de cargas com elevada potência.

Já os desequilíbrios de tensão são produzidos devido à existência

de diferenças significativas entre valores eficazes das tensões ou

correntes presentes em um sistema trifásico.

Page 75: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

75

Geralmente, tal ocorrência pode ser devido à abertura de uma

das fases do sistema de alimentação trifásico, bem como cargas

monofásicas desigualmente distribuídas.

Observa-se que a presença de tensões ligeiramente

desbalanceadas pode provocar alterações nas características de

desempenho de equipamentos de uso final.

Por exemplo, para o motor elétrico, devido aos desequilíbrios de

tensão, este pode sofrer acréscimo das perdas e desequilíbrio das

correntes de linha, redução dos valores de conjugado, redução do

rendimento e aumento dos níveis de ruído e vibração, podendo

ser considerado uma das causas da queima deste tipo de

máquina.

Sendo assim, é importante a determinação do valor do Grau de

Desequilíbrio de Tensão (GDT), um dos fatores relacionados à

qualidade da tensão da rede elétrica, fornecida pela

concessionária. Este valor não deve ser maior do que 1%.

Na prática, o grau de desequilíbrio de tensão pode ser calculado

de acordo com a seguinte equação:

A Figura 66 apresenta as tensões medidas no quadro de

distribuição da rede normal do Hemocentro 2, que apresentou os

maiores valores de desequilíbrio de tensão, entre as medições

realizadas. Ainda assim, os valores encontram-se dentro dos

limites permitidos. Nota-se, no entanto, que os maiores

desequilíbrios ocorrem durante o horário comercial, onde cargas

monofásicas operam de forma desbalanceada entre as fases.

Figura 66 - Medição da rede normal do Hemocentro 2 – Tensões AB, BC e CA.

A Figura 67 apresenta as correntes medidas no quadro de

distribuição da rede normal do Hemocentro 2. Verifica-se que a

presença de cargas monofásicas não distribuídas uniformemente

proporciona um desequilíbrio nas correntes sem, no entanto,

comprometer o equilíbrio das tensões.

Page 76: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

76

Figura 67 - Correntes A, B e C medidas no circuito de alimentação rede normal do Hemocentro 2.

4.11. Harmônicos

As perturbações ocasionadas por harmônicos tornaram-se

importantes na década de 80, quando se iniciou a substituição de

equipamentos elétricos e eletromecânicos por equipamentos

eletrônicos.

As cargas chamadas lineares, como motores elétricos e

iluminação incandescente, possuem correntes proporcionais à

tensão, ou seja, senoidais, mesmo estando defasadas ou não, em

função de sua natureza: resistiva, indutiva ou capacitiva.

Nas cargas não lineares, essa proporcionalidade não existe, pois

se pode conduzir corrente durante apenas uma parte do ciclo, e

mesmo que a tensão seja senoidal, a corrente não será.

As correntes harmônicas são responsáveis por elevar a

temperatura dos condutores, dos rotores de motores elétricos, e

também provocarem sobretensões em locais onde estão

instalados capacitores, através do efeito de ressonância.

Estas correntes geradas são somadas vetorialmente com as

correntes originadas pelas cargas residenciais, industriais, entre

outras, que lentamente estão adquirindo valores significativos,

devido à utilização cada vez maior de equipamentos eletrônicos.

Chama-se ordem de um harmônico, um número inteiro obtido

pelo quociente da frequência desse harmônico, pela frequência

da componente fundamental:

Onde:

h = ordem harmônica.

fh = frequência harmônica de ordem h [Hz].

f1 = frequência da fundamental [Hz].

Os harmônicos podem ser classificados segundo a sua ordem e

frequência conforme a Tabela 9.1:

Tabela 3 - Classificação dos harmônicos de acordo com sua ordem e frequência.

Page 77: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

77

A situação desejada seria aquela com a existência de somente o

harmônico de ordem 1, com 60 Hz, chamado de fundamental.

Pode-se observar a existência de harmônicos de ordem ímpares,

encontradas em instalações elétricas em geral, e de ordem pares,

encontradas somente em casos de assimetrias.

As sequências podem ser positivas, negativas ou nulas. No caso de

motores elétricos, os harmônicos de sequência positiva superiores

a fundamental, tendem a girá-lo em velocidade superior à

nominal, provocando aquecimento devido à sobrecorrentes,

reduzindo sua vida útil. As de sequência negativa tendem a girá-lo

no sentido inverso ao do campo girante provocado pela

fundamental, produzindo ação de frenagem, reduzindo o

conjugado e provocando também aquecimentos indesejáveis. Os

harmônicos de sequência zero somam-se de forma algébrica em

circuitos com a presença de condutor neutro, provocando

correntes elevadas, algumas vezes superiores aos valores das

correntes de fase.

Os harmônicos são expressos em termos de seu valor eficaz, pois

o aquecimento produzido pela onda distorcida está relacionado

ao mesmo.

O desenvolvimento da eletrônica de potência trouxe novas

possibilidades de utilização de máquinas elétricas, sendo possível

com essa tecnologia, controlar com precisão o fluxo de energia

elétrica, aumentando o desempenho eletromecânico de motores,

tornando-se uma opção eficiente em termos de conservação de

energia.

Porém, os harmônicos gerados na tensão de alimentação, afetam

a dinâmica de magnetização do núcleo das máquinas, provocando

o aumento das perdas magnéticas.

Harmônicos de quinta ordem produzem um conjugado de sentido

oposto ao de rotação do motor, reduzindo o conjugado resultante

e a capacidade de acionamento da carga mecânica. Neste caso,

ocorre um acréscimo na corrente de alimentação, podendo

ocasionar a queima do motor, uma vez que o aumento das perdas

Joule no estator provoca a estabilização da temperatura em um

valor superior à classe térmica do enrolamento.

A Figura 9.3 apresenta os valores dos harmônicos de tensão

medidos no quadro de distribuição da rede normal do

Hemocentro 2. Valores encontram-se dentro dos limites

permitidos.

Ordem Frequência [Hz]

1 60

2 120

3 180

4 240

5 300

6 360

h h.60

Page 78: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

78

Figura 68 - Medição de harmônicos de tensão na saída do transformador

Neste caso, em nenhum momento os valores ultrapassaram 5%,

de forma que o Hemocentro não possui problemas de qualidade

de energia relacionados aos harmônicos.

4.12. Fator de Potência

O Fator de Potência (FP) de um sistema elétrico qualquer, que

está operando em corrente alternada, é definido pela razão da

potência real ou potência ativa pela potência total ou potência

aparente.

De acordo com a Resolução Normativa ANEEL 414/2010, que

estabelece as condições gerais de fornecimento de energia

elétrica, o fator de potência da unidade consumidora, para efeito

de faturamento, deve ser verificado pela distribuidora por meio

de medição permanente, de forma obrigatória para clientes do

Grupo A. De acordo com a Resolução, o fator de potência de

referência, indutivo ou capacitivo, tem como limite mínimo

permitido, para as unidades consumidoras, o valor de 0,92.

A Figura 69 apresenta os valores de fator de potência do

Hemocentro 2 calculados através da soma das curvas de carga dos

circuitos das redes normal e de emergência, onde é possível

observar que durante o período noturno há um excesso no

consumo de energia reativa.

Figura 69 - Fator de potência calculado a cada minuto para o Hemocentro 2.

Recomendações:

Atentar para os desequilíbrios de corrente nos painéis

elétricos do Hemocentro, procurando sempre manter as

correntes de fase equilibradas (melhor distribuição de

cargas).

Utilização de equipamentos eletrônicos com fator de

potência dentro dos limites normalizados (> 0,92).

Page 79: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

79

4.13. Considerações específicas

As instalações do Hemocentro encontram-se em bom estado de

conservação, sendo que durante as visitas constatou-se a

preocupação com a manutenção de painéis elétricos, bem como

de equipamentos em geral, mantendo-se um bom nível de

atendimento aos usuários.

Foram realizadas quatro medições utilizando-se equipamentos

analisadores de energia instalados em pontos importantes do

sistema elétrico do Hemocentro.

Foi possível também, desenvolver um modelo virtual da

edificação utilizando-se o software de simulação EnergyPlus, onde

foram simuladas as seguintes estratégias visando a redução do

consumo de energia:

Estratégia 1: Modificação da temperatura de controle dos

sistemas de climatização de 23°C para 25°C.

Estratégia 2: Retrofit dos sistemas de climatização tipo split para

equipamentos com selo Procel A.

Estratégia 3: retrofit dos sistemas tipo self contained para

sistemas mais eficientes (COP=3,6).

Estratégia 4: aplicação das estratégias 2 e 3.

Estratégia 5: aplicaçao das estratégias 1 e 2.

Estratégia 6: aplicação das estratégias 1 e 3.

Estratégia 7: aplicação das estratégias 1 e 4.

Estratégia 8: retrofit do sistema de refrigeração com vida útil

acima de 15 anos.

Nos sistemas de iluminação, recomenda-se prosseguir a

substituição gradativa do sistema fluorescente atual (85W e

110W) pelos sistemas que utilizam lâmpadas de 32 ou iniciar a

utilização das lâmpadas de 28W.

Verificou-se também a necessidade de segmentar os circuitos em

grupos menores de luminárias, principalmente em ambientes

amplos, bem como segmentar o sistema elétrico das luminárias

próximas às janelas permitindo que estas fiquem apagadas

quando os níveis de iluminância forem aceitáveis.

Quanto aos sistemas de climatização, recomenda-se que quando

novas aquisições forem realizadas, que o aspecto selo energético

seja considerado e sejam adquiridos apenas equipamentos nível

A. Além disso, o retrofit dos compressores do sistema de

resfriamento central teria um impacto significativo no consumo

total da edificação.

No tocante aos sistemas de refrigeração, recomenda-se a

manutenção preventiva dos equipamentos e o retrofit

progressivo das unidades que tenham acima de 15 anos de vida

útil.

Para os aspectos de qualidade de energia elétrica, recomenda-se

atentar para os desequilíbrios de corrente nos painéis elétricos,

procurando sempre manter as correntes de fase equilibradas

(melhor distribuição de cargas). Recomenda-se também a

Page 80: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

80

utilização de equipamentos eletrônicos com fator de potência

dentro dos limites normalizados (> 0,92).

Page 81: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

81

5. PROJETO E REABILITAÇÃO

5.1. Introdução

A partir da união de todas as análises das etapas anteriores, que

consistem nos Antecedentes (dados gerais da cidade, localização

do edifício, plantas técnicas, condicionantes bioclimáticos, dentre

outros), na Avaliação Pós-Ocupação e no Retrofit, foi possível

definir as Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável, que

consistem principalmente em propor soluções de intervenção

para as áreas específicas do objeto de pesquisa.

Na busca por soluções para o diagnóstico elaborado, foram

selecionados exemplos para o estudo de intervenção do

HemoCamp agrupados em 6 (seis) Diretrizes para Reabilitação,

criadas a partir da junção de elementos de sustentabilidade e de

humanização, sendo elas:

Page 82: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

82

1. Inserção social: Acessos, humanização dos espaços.

2. Identidade: Elementos de fachada.

3. Acessibilidade: Passeios cobertos, praças.

4. Humanização: Espera externa, áreas verdes, pisos,

cores, espaço do funcionário.

5. Conforto Ambiental: Sombreamento de fachadas,

mudança das esquadrias, mudança da cobertura dos

edifícios e passeios cobertos.

6. Revitalização das Áreas Verdes: Jardins de convivência

com vegetação típica da região.

5.2. Estudos de Repertório

Os estudos de repertório para a reabilitação do HemoCamp

incluem uma gama de propostas arquitetônicas e urbanísticas,

baseadas em tecnologias atuais ou mesmo técnicas vernáculas.

Destaca-se a dimensão ambiental do estudo de repertório, que foi

incorporada neste relatório motivada pela necessidade de intervir

em um edifício que faz parte de um conjunto arquitetônico do

campus universitário da Universidade de Campinas. No

Hemocentro de Campinas, pretende-se modificar o impacto

gerado pelo edifício a partir de elementos que contribuam para a

melhoria do conforto ambiental e na preservação da linguagem

existente. Neste sentido, indica-se como possíveis soluções

intervenções que visem o aproveitamento da luz natural,

sobretudo no contexto de edifícios de saúde. Assim, a principal

diretriz deste estudo de repertório é o uso de elementos

sombreadores na fachada, que permitem a entrada da luz natural

sem ofuscamento nos ambientes de espera e trabalho.

Page 83: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

83

De modo didático, agrupamos as pesquisas de repertório em

alguns sub-grupos, os quais serão facilmente relacionados às

ações projetuais.

Os grupos são:

Pele dupla;

Acessibilidade – Integração de usos;

Materiais permeáveis;

Humanização de áreas verdes;

Inovações tecnológicas.

Cada um destes grupos foi pesquisado visando atender às

Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável, adotando

como princípios elementos utilizáveis no HemoCamp.

Page 84: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

84

5.2.3. Pele dupla

Destacam-se exemplos de membranas especiais que criam uma

pele dupla (Figura 67) ao edifício, reduzindo a carga térmica

incidente.

Figura 70 - Edifício envolto por estrutura modular – pele dupla. Fonte: LOMHOLT, Isabelle, Santa Lucía General University Hospital Murcia,

Disponível em: <http://www.e-architect.co.uk/spain/santa-lucia-general-university-hospital>.

Page 85: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

85

Figura 71 - Pele dupla com fachada sinuosa iluminada e uso da cor da iluminação na edificação.

Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

5.2.6. Acessibilidade – Integração de usos

A acessibilidade permite o direito de ir e vir de todos os usuários,

sem interferências do espaço construído. Desta forma, busca uma

integração de usos a partir da utilização de escadas, rampas,

passeios cobertos, dentre outros espaços, sem que existam

obstáculos de nenhuma espécie para nenhuma incapacidade

funcional.

Figura 72 - Parque linear elevado em Nova Iorque - High Line.

Figura 73 - High Line, NY – Espaço público bem tratado. Fonte: HIGUTI, André. The High Line Park. Disponivel em: <

http://arktetonix.com.br/2011/12/urbano-2-the-high-line-park/>.

5.2.7. Materiais permeáveis

Os materiais permeáveis estão cada vez mais sendo utilizados nos

espaços de pavimentação. Seu uso indica que nessa área deve ser

prevista a declividade necessária para que as águas superficiais

sejam coletadas e armazenadas se assim desejar (Erro! Fonte de

referência não encontrada., Erro! Fonte de referência não

encontrada. e Erro! Fonte de referência não encontrada.).

Page 86: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

86

Figura 74 - Piso intertravado com vegetação. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2015.

Figura 75 - Piso intertravado de formato não retilíneo. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2015.

Figura 76 - Direita: Piso intertravado retangular; Esquerda: Esquema de sistema de drenagem.

Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

5.2.8. Humanização de áreas verdes

Encontram-se exemplos de percurso com vegetação em sistema

de degraus que oferecem variados ambientes para o

deslocamento e o estar de forma diversificada (Erro! Fonte de

referência não encontrada. e Erro! Fonte de referência não

encontrada.).

Page 87: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

87

Figura 77 - Percurso com vegetação diversificada. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Figura 78 - Jardim em sistema de degraus. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em julho de 2014.

Page 88: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

88

5.3. Diretrizes da Avaliação Ambiental Integrada

A Avaliação Ambiental Integrada que inclui a Avaliação Pós-

Ocupação - APO, a Eficiência Energética e o Retrofit, deu origem

ao Diagnóstico consubstanciado dos elementos avaliados, do qual

foram extraídas Diretrizes pautadas na avaliação dos aspectos

funcionais e humanizadores avaliados in loco. Tendo como base

essas Diretrizes, foram realizadas propostas de intervenção para a

Reabilitação Sustentável do HemoCamp.

5.3.1. Diretrizes da APO

A partir das análises da APO, com foco no conforto térmico

efetuadas, bem como as ferramentas de trabalho utilizadas na

avaliação pós-ocupação buscaram coerência com o diagnóstico

energético, assim foi possível elaborar uma única proposta de

projeto preliminar de arquitetura que englobasse todas as

definições propostas. De modo resumido, o foco do projeto

esteve nos seguintes eixos temáticos:

Protetores solares para as fachadas;

Desenvolvimento de módulos sombreadores para

passeio de conexão do Edifício 1 e 2;

Reabilitação de jardins das áreas verdes existentes;

Da análise dos resultados da Avaliação Pós-Ocupação – APO são

obtidas diretrizes gerais para o edifício Hemocentro de Campinas,

que foram divididas nos aspectos térmico, luminoso, sonoro e

ambiental.

a) Térmico

Reduzir os ganhos de carga térmica pelas fachadas, com

proteções solares adequadas às orientações (estudos de

ângulo de incidência solar);

Reduzir a carga térmica na cobertura com uma telha

termo acústica branca reflexiva;

Buscar, sempre que possível, o aproveitamento da

ventilação natural;

Buscar a uniformidade dos níveis de temperatura e

umidade do ar nos ambientes condicionados

artificialmente por meio do Retrofit dos equipamentos

atuais (que estejam obsoletos ou defasados) tendo em

vista os níveis de conforto estabelecidos nas normas

que regem o assunto;

Criar sombreamentos nas áreas comuns, reduzindo a

carga térmica radiante das superfícies externas.

Permitir o controle das esquadrias para o

aproveitamento da ventilação natural em algumas horas

do dia diminuindo a dependência do ar condicionado.

b) Luminoso

Melhorar a uniformidade da iluminação artificial do

edifício tendo em vista os valores de iluminâncias

estabelecidos para cada atividade na norma NBR 5413 -

Iluminâncias;

Page 89: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

89

Melhorar a distribuição das luminárias (malha);

Buscar, sempre que possível, o correto aproveitamento

da iluminação natural;

Utilizar vidros seletivos (luz visível, sem ofuscamento e

calor);

Buscar a iluminação no plano de trabalho otimizando a

qualidade da luz, e a eficiência energética;

Estudar a integração com a iluminação artificial

(acendimento paralelo à janela e controle

individualizado)

Garantir vista agradável para o exterior;

c) Sonoro

Tratar acusticamente os ambientes onde existe a

interferência de ruídos indesejados que cerceiem o

desempenho de tarefas;

Reduzir os níveis de ruídos dos equipamentos externos;

d) Ambiental

Criar ambientes de convivência;

Reabilitar espaços insalubres;

Implantar vegetação como elemento de requalificação

ambiental e humanização;

Tratar os espaços internos e externos do edifício

visando à humanização e otimização das atividades;

5.3.2. Diretrizes do Retrofit Energético:

A partir do diagnóstico energético, gerou-se as seguintes

diretrizes:

As diretrizes gerais para o Retrofit foram separadas em 3 grupos:

a) Sistema de Iluminação Artificial

Retrofit da iluminação artificial utilizando sistemas mais

eficientes;

Segmentar os circuitos em grupos menores de

luminárias próximas às janelas;

Alterar o layout das estações de trabalho, para evitar o

ofuscamento dos usuários;

Adotar programas para conscientização e educação dos

funcionários.

b) Climatização e Refrigeração

Quando da aquisição de novos equipamentos, procurar

aqueles com selo A do Procel, tanto para climatização,

quanto para refrigeração;

Realizar manutenções periódicas nos equipamentos,

garantindo seu pleno funcionamento;

Limpar os filtros dos condicionadores de ar;

Verificar a vedação das portas dos refrigeradores.

5.4. Projeto e Diretrizes

As inovações tecnológicas foram trazidas para o HemoCamp de

diferentes modos. Foram desenhados dispositivos bioclimáticos

Page 90: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

90

especiais que visam à incorporação de novas estratégias

ambientais para o edifício, promovendo um uso eficiente das

energias renováveis, assim como um aumento do nível de

conforto ambiental.

Para o desenvolvimento correto do estudo preliminar, faz-se

necessário realizar estudos iniciais de todas as etapas que

envolvam as Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável

do HemoCamp. Desta forma, tomando como base Romero (2001),

traçam-se como princípios iniciais de desenho, três análises

ambientais da edificação. São elas:

Características do Entorno: orientação (sol, ventos,

som), continuidade da massa, grau de

adjacência/compacidade, altura do espaço cotado,

condução dos ventos do entorno imediato;

Características da Base: equilíbrio da radiação e luz

natural, natureza dos elementos superficiais, albedo

(reflexão e absorção da radiação incidente), elementos

componentes do espaço público (coberturas,

pavimentos, vegetação, mobiliário, água);

Características da Superfície Fronteira: convexidade,

continuidade da superfície, grau de adjacência,

porosidade, detalhes edificatórios que afetam as

condições externas, textura, propriedades físicas dos

materiais, aberturas, tensão/progressão/regressão da

fachada, tipologia arquitetônica, cores, transparência,

opalescência, céu, número de lados do espaço, grau de

confinamento.

Com estas características definidas, desenvolveu-se o estudo para

o projeto do HemoCamp. Foram desenvolvidas 8 (oito)

Intervenções específicas, seguindo todo o diagnóstico realizado

pela união dos Antecedentes, Avaliação Pós-Ocupação, Retrofit e

Etiquetagem do Nível Energético. Aliando este diagnóstico com as

doze (12) Diretrizes para Reabilitação Ambiental Sustentável, têm-

se como intervenções:

1. Implantação;

2. Eficientização das esquadrias;

3. Humanização do acesso à área clínica;

4. Humanização da área de coleta/triagem;

5. Ampliação da espera da coleta;

6. Criação do espaço dos funcionários;

7. Brises para proteção solar nas fachadas;

8. Cobertura no passeio interligando os dois blocos do

Hemocentro;

9. Paisagismo;

10. Eficiência energética da cobertura.

O resultado final destas oito (8) intervenções podem ser

observados na Figura 79, porém, serão melhor descritos em cada

um dos seus respectivos tópicos.

Page 91: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

91

Figura 79 - Perspectiva renderizada dos elementos criados na Reabilitação Ambiental do HemoCamp.

5.4.1. Implantação

Encontramos a situação da implantação atual do HemoCamp na

Figura 80, demonstrando as áreas edificadas, as áreas de passeio

e as áreas verdes.

Iniciando com os estudos de implantação, percebe-se a evolução

da proposta de acordo com as necessidades, principalmente, de

aperfeiçoamento da priorização do pedestre, humanização dos

espaços públicos, conforto ambiental e otimização dos fluxos. A

evolução da proposta pode ser observada nas figuras que se

seguem.

Figura 80 - Implantação atual do Hemocentro.

Figura 82 - Proposta de intervenção na implantação do Hemocentro.

Figura 81 – Estudo preliminar da implantação (perspectiva).

Page 92: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

92

5.4.13. Estudo de Esquadrias

O estudo de esquadrias se deu a partir da análise e diagnóstico de

todas as etapas anteriores e simulações computacionais,

principalmente visando o aproveitamento da ventilação natural.

A proposta teve como princípio a utilização de módulos, que

pudessem ser repetidos em todos os blocos, substituindo as

esquadrias existentes. Os módulos teriam dimensões de 184cm x

90cm x 110cm com duas janelas tipo basculante, possuindo

abertura individual de até 90°.

Este estudo teve como prioridade promover a ventilação natural,

que quando os climatizadores de ar não estiverem em uso, será

possível permitir o uso da ventilação para a troca do ar,

melhorando a qualidade do ambiente interno. As aberturas

independentes permitem uma adequada ventilação nos espaços

internos.

Os materiais adotados seriam:

PVC: Custo inicial elevado, porém o custo de instalação

e manutenção após 5 anos, supera os gastos de

esquadrias de Madeira e esquadrias de Alumínio. Além

disso, possui pouca perda de refrigeração entre

ambientes internos e externos;

Vidro Insulado: Vidros de baixa emissividade que

impedem a transferência térmica entre dois ambientes.

Fator solar derivado do resultado da etiquetagem.

Page 93: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

93

Figura 83 - Estudo de volume com esquadrias.

Figura 84 - Estudo de esquadrias (perspectiva).

5.4.13. Proteção Solar nas Fachadas

Como elemento de fachada foi proposto módulos de chapas

verticais localizados ao longo dos pavimentos do HemoCamp.

Estes módulos também possuem função de proteção solar de

trechos das aberturas (janelas) principalmente no pavimento

térreo do edifício.

Assim, foi realizado o estudo de Carta Solar para verificar a

eficácia destes elementos na proteção contra a incidência de

radiação solar.

Figura 85 - Elementos de proteção solar das aberturas e das caixas condensadoras.

Page 94: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

94

Figura 86 - Protação solar na fachada sudeste.

Figura 87 - Máscara de sombra com o brise na fachada sudeste.

Resultado: Proteção efetiva no período da manhã nos meses de

janeiro e dezembro.

Figura 88 - Protação na fachada noroeste.

Figura 89 - Máscara de sombra com brise na fachada noroeste.

Proteção efetiva no período da tarde ao longo de todo o ano.

Atende as necessidades do pavimento térreo.

Page 95: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

95

Figura 90 - Aberturas do 1º e 2º Pavimentos sem brises.

As aberturas do 1° e 2° pavimentos não possuem brises de

proteção solar. Sugere-se a aplicação de películas para estas

aberturas (fator solar indicado na Etiquetagem), garantindo assim

o conforto térmico-ambiental necessário para os espaços

internos.

Inserir corte do dispositivo projetado.

5.4.14. Humanização da coleta/triagem

Na humanização dos espaços internos, optou-se por manter o

layout e os fluxos como estão atualmente, garantindo a eficiência

de trabalho já existente. As melhorias aparecem na ampliação da

espera da coleta com um deck externo semi-coberto, garantindo

mais espaço para dias de campanhas e grande movimento. As

visuais externas serão trabalhadas de modo à garantir o conforto

visual ao usuários, além de melhorar o microclima local com mais

vegetação e sombras naturais. Foi criado um espaço de

convivência para todos os funcionários com acesso tanto pelo

espaço interno quanto externo. É necessário criar um mecanismo

de controle para esse acesso, garantindo segurança e bem-estar

para todos que usufruam do espaço. Este espaço dos funcionários

conta com uma pequena copa, estar e visuais agradáveis para

jardins e áreas verdes. Todos os espaços foram reabilitados com

com novos pisos vinílicos coloridos que tratão maior ambiência

para os espaços. Nas área externa optou-se por pisos cerâmicos

imitando madeira para menor manutenção e maior conforto

visual. Sugere-se ainda alguns materiais como divisórias de

drywall para ambientes internos (10 cm) e forro mineral

modulado com luminária embutida.

Logo abaixo, na Figura 91 vemos a intervenção na área da coleta:

Page 96: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

96

Figura 91 - Planta baixa da humanização da área de Coleta do Hemocentro 2.

Especificações técnicas:

Os forros devem ser modulados (625x625mm) com

tratamento acústico (marca de referência: Knauf);

Page 97: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

97

Figura 92 - Sugestão de forro modulado. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Piso Vinílico Monolítico (Marca de referência Tarkett,

códigos: madeira Bétula 9344606; Lilás Linha Absolute

9250995 e Creme Linha IQ Optima 3242850);

Figura 93 - Sugestão de piso vinílico para ambientes internos da área de coleta.

Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Todo o sistema de iluminação deverá usar luminárias

tipo LED (marca de referência: Phillips);

Figura 94 - Sugestão de luminárias LED para ambientes internos. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

A potência das luminárias instaladas máxima admissível

para o sistema de iluminação artificial é de 13 W/m²

(Referência Etiqueta Procel A);

Condicionamento de ar sistema VRF MultiSplit com

máquinas tipo cassete com inverter (Etiqueta Procel A).

Figura 95 - Sugestão de sistema de ar condicionado (condensadoras ficarão dentro dos brises metálicos das fachadas.

Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Page 98: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

98

5.4.15. Estudo de pavimentações

O estudo de pavimentação tem como prioridade, a

permeabilidade do solo. Desta forma, opta-se por sistemas

intertravados drenantes e contínuos, que permitam a

acessibilidade universal, além de possuírem uma fácil aplicação,

75% da permeabilidade do solo e vários modelos e cores,

humanizando os espaços e garantindo maior conforto ambiental.

Um exemplo de instalação pode ser observado na abaixo.

Figura 96 - Estudo de pavimentações (exemplo de instalação: blocos intertravados drenantes).

Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Figura 97 - Piso intertravado com grama para estacionamentos. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Figura 98 - Piso intertravado para calçadas com opções de cores. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Page 99: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

99

5.4.16. Coberturas

Para a cobertura dos edifícios, sugere-se um tratamento de

impermeabilização com manta vinílica para maior estanqueidade

e também a troca das telhas por telhas termoacústicas de cor

branca. Compostas de duas chapas metálicas (aço galvanizado ou

galvalume) como vemos na Figura 99, as telhas termoacústicas

contêm um isolante em seu interior, geralmente feito de EPS ou

PUR, no esquema telha metálica mais isolante mais telha

metálica. A espessura padrão do isolante é de 30 mm, mas pode

variar conforme a necessidade, principalmente em função do grau

de isolamento térmico. Por esta propriedade, as telhas podem ser

apontadas como econômicas, já que garantem o controle térmico

dos ambientes e promovem menores gastos com ar-condicionado

e medidas que consomem energia. Transmitância total segundo

resultado da etiquetagem.

Figura 99 - Estrutura de uma telha termoacústica. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Figura 100 - Telha termoacústica branca instalada na cobertura. Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Figura 101 - Cobertura de telha termoacústica branca.

Para a cobertura da passagem de pedestres, sugere-se estrutura

metálica pintada de marrom (imitando madeira) com cobertura

de placas de policarbonato semi-transparente.

Page 100: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

100

Figura 102 - Cobertura de Policarbonato para passagem de pedestres entre edifícios.

Fonte: Imagens diversas, Google Images, acessado em 2016.

Para a cobertura do deck de espera da área de Doação de Sangue,

sugere-se uma estrutura metálica pintada de marrom (imitando

madeira) e cobertura de placas de policarbonato opaco.

Figura 103 - Exemplos de pergolados para espera externa.

5.4.16. Paisagismo

O paisagismo é uma especialidade da arquitetura e pode ser

definido como a arte e técnica de promover o projeto,

planejamento, gestão e preservação de espaços livres.

Recentemente tem-se trabalhado com o conceito de paisagismo

sustentável que consiste em buscar integrar ao paisagismo as

dimensões da sustentabilidade. Como se trata de um órgão

público buscou-se espécies com uso consagrado no paisagismo,

de fácil manutenção e que não requerem cuidados especiais

a) Ambientes de Estar:

“Pérgola” ou “pergolado” é uma espécie de galeria semiaberta,

construída em forma ao longo de calçadas ou fixada na parte

externa das fachadas. É uma forma de abrigo, muito utilizada em

jardins e áreas externas, feito de duas séries de colunas paralelas

e que serve de suporte a trepadeiras. No hemocentro de

Campinas, sugerimos a implantação de pérgulas ao longo das

entradas principais, de forma de protejam o caminho dos

pedestres. Existem vários tipos de pérgolas. A seguir estão

algumas opções:

Figura 104 - Pérgola simples de madeira, protege e condicionam o caminho do pedestre.

Page 101: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

101

Figura 105 - Além de trepadeiras podem ser cobertas por uma membrana ou tecido para melhor proteção da incidência solar direta.

Figura 106 - Pérgola com vegetação.

Figura 107 - Também podem ser feitas com perfis metálicos, ou com pilares em alvenaria.

b) Tipos de Vegetação:

Trepadeiras Nativas do Brasil:

Primavera, buganvílea (Bougainvillea spectabilis):

Nativa do Brasil, perene, possui flores pequenas,

envolvidas por brácteas (folhas modificadas) em

inflorescências terminais grandes. As brácteas formam-

se em grandes cachos nas pontas dos ramos, simples ou

dobradas, de cores branca, vermelho, vinho, laranja,

amarela, ferrugem e rosa. Floresce principalmente na

primavera e verão e esporadicamente durante o ano.

Page 102: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

102

Flor-de-são-joão (Pyrostegia venusta): Nativa do Brasil,

perene, de ramagem densa. Inflorescências numerosas,

densas, com flores tubulares longas, alaranjadas clara

ou escuras e surgem nos meses de inverno, formando

cascatas. Ocorre a variedade de flores amarelas.

Viuvinha (Petrea subserrata): Nativa do Brasil. Suas

flores são azul-lilás, ou brancas, inodoras, dispostas em

inflorescências terminais, aparecem no inverno e

primavera.

Cipó Rosa (Cuspidaria convoluta): Nativa do Brasil,

perene, inflorescência com várias flores tubulares

róseas. As flores formam-se em grande quantidade nas

extremidades dos ramos, no final do inverno e começo

da primavera. Existe também uma variação dessa

espécie com flores totalmente brancas.

Displadênia (Mandevilla splendens): Nativa do Brasil,

perene, ramos onde despontam chamativas flores em

forma de trombeta podendo ser grandes ou pequenas.

As flores da dipladênia geralmente são simples e de

coloração rósea com o centro amarelo, mas podem ser

dobradas e totalmente rosas, vermelhas ou brancas.

Floresce na primavera e verão, mas em regiões de clima

quente ocorrem o ano todo.

Page 103: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

103

Arbustos:

Cica , Palmeira-sagu (Cycas revoluta);

Palmeira fênix (Phoenix roebelenii);

Pleomele Reflexa (Dracaena reflexa);

Ixora (Ixora coccinea);

Page 104: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

104

Azaleia (Rhododendron sinsii);

Liríope (Liriope spicata);

Grama Amendoim (Arachis repens);

Page 105: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

105

Em estudo realizado no Campus da Unicamp, o pesquisador

Caetano (2014) afirma que as plantas que melhor se

adaptaram ao ambiente do experimento possuem, no geral,

estratégias eficientes de sobrevivência, como a capacidade

de armazenar água nas folhas (suculenta), superfícies

brilhosas (reflexão do calor) e capacidade de

armazenamento de nutrientes nas raízes.

O autor afirma que dentre as 12 espécies vegetais testadas, 6

tiveram uma melhor adaptação à tecnologia: rosinha de sol

(Aptenia cardifolia); dinheiro em penca (Callisia repens);

grama amendoim (Arachi repens); Evôlvulo (Evolvulus

glomeratus); peperômia (Peperomia serpens); e abacaxi

roxo (Trandescantia spathacea) (CAETANO, 2014).

Page 106: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

106

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Introduzimos um elemento novo no sistema para a Hemorrede

Pública: ampliamos o conceito de Humanização dos espaços de

saúde, elemento que está sendo trabalhado e em breve será

objeto de discussão em eventos acadêmicos. A política de

humanização do SUS, aliada à necessidade de diminuir a ação dos

agentes infecciosos nos estabelecimentos assistenciais de saúde,

e o impacto que estes ambientes imprimem aos seus usuários e

ao meio ambiente, vêm requerendo instalações cada vez mais

eficientes. Edifício eficiente é aquele que, pensado e executado

sob estratégias bioclimáticas, tais como a utilização de sistemas

passivos de condicionamento ambiental, de energias renováveis e

de construção com materiais adequados ao clima, desempenha

suas funções maximizando as condições de segurança e conforto

de seus usuários, poupando energia e reduzindo o impacto sobre

o meio ambiente.

O nível de detalhamento que alcançamos neste estudo preliminar

é muito grande, inclusive com manual da metodologia, uso de

simulação computacional e propostas arquitetônicas sempre

apresentadas de modo tridimensional, com a finalidade de

facilitar a compreensão das diretrizes propostas para o edifício.

Critérios climatológicos guiam a construção de módulos de

proteção de fachadas para amenizar a forte carga térmica

incidente, mas também contribuem critérios de humanização dos

estabelecimentos de saúde.

Para isso, destacamos três itens de extrema importância como

resultado final da reabilitação do HemoCamp: a implantação, o

verde e o os elementos de proteção solar.

DA IMPLANTAÇÃO: Destacamos o caráter complexo e

independente de seu conteúdo, quando supera a

monofuncionalidade (passeio, praça, estar, estacionamento etc.),

mescla usos, usuários, ritmos temporais e orientações visuais.

DA HUMANIZAÇÃO: Escrever memorial da humanização.

DO VERDE

O projeto paisagístico do HEMOCAMP considerou o

conhecimento de espécies vegetais adequadas para áreas

públicas, que não demandam de muita manutenção, para

possibilitar maiores chances de sucesso na implantação do jardim.

Também foi elaborado um memorial botânico com as

características de cada espécie vegetal utilizada.

O objetivo desse projeto paisagístico, em especial, foi a criação de

áreas de convivência e descanso para os funcionários de

HEMOCAMP, além da criação de belas visuais para os usuários

que adentram neste equipamento de saúde. Existem algumas

áreas de descanso pós-almoço ou que sirvam simplesmente para

apreciar a paisagem. Para facilitar a limpeza das áreas externas foi

proposto um piso de porcelanato que imita madeira.

Page 107: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

107

A escolha das espécies foi baseada tanto em suas características

estruturais e estéticas, dando-se prioridades a espécies com

intensa floração e cores que chamem a atenção tanto dos

trabalhadores como dos usuários, quanto características

fisiológicas, como adaptabilidade climática, tolerância e

resistência a pragas e doenças, tolerância ao estresse urbano,

tolerância à sombra, tolerância a danos físicos e podas.

A proximidade com a natureza pode diminuir impactos

psicológicos dos usuários e funcionários de hemocentros, porém é

preciso atenção na escolha das espécies vegetais a serem

utilizadas em jardins de edificações de saúde. Foram descartadas

espécies com agentes alergênicos, com excesso de pólen e flores

com perfumes fortes. Também se evitou a utilização de canteiros

e jarros para evitar o excesso de umidade, que pode facilitar a

proliferação de fungos.

O HEMOCAMP está localizado em uma zona de clima tropical de

altitude (tipo Cwa segundo Köppen), com invernos secos com

temperaturas amenas e verão chuvoso com temperaturas altas.

As espécies vegetais, portanto devem tolerar sol e umidade

durante a estação chuvosa, e certo estresse hídrico e frio no

período de inverno. Os arbustos de grande porte foram utilizados

como quebra-ventos no período frio e seco do ano (pleomeles e

buganvileas). Foram escolhidas espécies que não perdem as

folhas no inverno, tendo uma grande floração (azaleias, ixóras e

buganvileas). Palmeiras de pequeno porte e cicas imprimem

efeito ornamental tropical ao jardim. Forrações ornamentais

foram utilizadas para a delimitação das áreas de convivência,

como a grama-amendoim e a barba-de-serpente. Nas pérgulas

foram propostas duas trepadeiras rústicas e que tem uma

floração abundante: cipó-de-são-joão e viuvinha.

Destaca-se que um dos maiores entraves no paisagismo é sua

manutenção, que requer mão-de-obra especializada

regularmente, aumentando os custos. Na área hospitalar, uma

opção é utilização de espécies rústicas, que necessitam de menos

cuidados e são mais resistentes a fungos, portanto, mais salubres.

Escrever memorial justificativo do uso do verde.

PROTEÇÃO SOLAR: Escrever memorial justificativo da proteção

solar.

Para o alcance de alto nível de qualidade, o MS vem orientando a

Hemorrede Pública Nacional a buscar a Certificação dos seus

serviços, como forma de garantir qualidade. Nisto consiste o

desafio: avançar nas questões de gestão da qualidade, permitindo

a busca da excelência dos serviços e a garantia da segurança

transfusional aos usuários do SUS. Para tanto, a Coordenação

Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, vem

desenvolvendo o Programa Nacional de Qualificação da

Hemorrede– PNQH. O desenvolvimento deste trabalho visa à

melhoria contínua dos serviços, bem como a possibilidade de

colaborar efetivamente com o processo de certificação externa

dos mesmos. O escopo deste projeto, evidencia as ações a serem

desenvolvidas junto a Hemorrede Pública Nacional com o objetivo

de ampliar e melhorar a cobertura Hemoterápica e Hematológica

Page 108: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

108

e garantir a segurança transfusional à população usuária do

Sistema Único de Saúde.

7.1. Imagens da prospecção do projeto

Figura 108 - Vista do anfiteatro e circulação de pedestres.

Page 109: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

109

Figura 109 - Vista da calçada de acesso ao Hemocentro 2.

Page 110: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

110

Figura 110 - Imagem noturna da área de convivência e passagem entre os dois edifícios do Hemocentro de Campinas.

Page 111: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

111

Figura 111 - Deck de espera externa da Doação de Sangue do HemoCamp.

Page 112: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

112

Figura 112 - Vista da área posterior do Hemocentro 2 com futuros blocos de serviços e paisagismo.

Page 113: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

113

REFERÊNCIAS

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Rio de Janeiro. NBR 15215-2: Iluminação Natural – Parte 1. Rio de Janeiro, 2005.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, Rio de Janeiro. NBR 5413: Iluminação de Interiores. Rio de Janeiro, 1992.

ABNT. NBR 15220-3 – Desempenho térmico de edificações – Parte 3: Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. Rio de Janeiro, 2005.

AIR CONDITIONING AND REFRIGERATION CENTER, MECHANICAL ENGINEERING, UNIVERSITY OF ILLINOIS. http://acrc.me.uiuc.edu. 2010.

AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING, AND AIR CONDITIONING ENGINEERS (ASHRAE), ATLANTA, GEORGIA. http://www.ashrae.org.

ANEEL, AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. Manual para Elaboração do Programa de Eficiência Energética. Brasília, 2008. Disponível em: http://www.aneel.gov.br

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 15220 – DESEMPENHO TÉRMICO DE EDIFICAÇÕES - PARTE 2 e 3. Rio de Janeiro: 2005.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 17094-1: MÁQUINAS ELÉTRICAS GIRANTES - MOTORES DE INDUÇÃO – PARTE 1: TRIFÁSICOS. RIO DE JANEIRO, 2008.

BRASIL. Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO). Portaria 163, de 08 de junho de 2009. Regulamento Técnico da Qualidade do Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e Públicos. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/legislacao/rtac/pdf/RTAC001462.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2009.

BRASIL, Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEF) 2010-2030. Ministério de Minas e Energia / Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético / Departamento de Desenvolvimento Energético. Brasília, 2010

CAETANO, Fernando Durso Neves. “Influência de muros vivos sobre o desempenho térmico de edifícios” (Dissertação de Mestrado). Orientadora: Lucila Chebel Labaki. Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC), Campinas, 2014.

CRONEMBERGER, Joara. Assessing the solar irradiation potencial for solar photovoltaic applications in buildings at low latudes – Making the case for Brazil: TISE / IES, 2012

GIVONI, Baruch. Passive and low energy cooling of buildings. Van Nostrand Reinhold, New York, 1994.

INEE, Instituto Nacional de Eficiência Energética. Protocolo Internacional para Medição e Verificação de Performance. Rio de Janeiro, 2007.

INSTITUTO NACIONAL DE EFICIÊNCIA ENERGÉTICA. 2010. http://www.inee.org.br

KRAUSE, C.B. ET AL. Manual de Prédios Eficientes em Energia Elétrica. Rio de Janeiro: ELETROBRÁS/PROCEL, 2002.

MAGALHÃES, L. C. Orientações Gerais para Conservação de Energia em Prédios Públicos. RIO DE JANEIRO: ELETROBRAS; PROCEL, 2001.

PROCEL. Programa Nacional De Conservação De Energia Elétrica. Manual de Iluminação Eficiente, 2002. www.procelinfo.com.br

PAULINO, Priscilla Nogueira. SALIM, Vera Maria Martins, RESENDE, Neuman Solange de. Tema: FOTORREDUÇÃO CATALÍTICA DE CO2 PARA GERAÇÃO DE PRODUTOS DE ALTO TEOR ENERGÉTICO. Dissertação de Mestrado do Programa de Pós-graduação em Engenharia Química, COPPE, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2011.

ROMÉRO, Marcelo de Andrade e ORNSTEIN, Sheila Walbe (coord.). Avaliação Pós-Ocupação: métodos e técnicas aplicados à habitação social. Porto Alegre, ANTAC (Coleção Habitare), 2003.

ROMERO, Marta Adriana Bustos. Tecnologia e Sustentabilidade para a Humanização dos Edifícios de Saúde. 1 ed. Brasília, 2011.

ROMERO, Marta Adriana Bustos. Arquitetura Bioclimática do Espaço Público, Editora UnB, Brasília, 2001.

SAIDEL ET AL. Energy Actions to Sustainable Campus: The Brazilian Case of University of São Paulo - GOTHENBURG, 2010. p. 1-9.

Page 114: ³rio_final...Coordenação Universidade de Brasília . Marta Adriana Bustos Romero (Prof.a FAU . UnB) Fase Avaliação Pós Ocupação – APO e Etiquetagem de Eficiência Energética

RELATÓRIO TÉCNICO – HEMORREDE SUSTENTÁVEL – H E M O C A M P

114

SAIDEL, M. A.; RAMOS, M. C. E. S.; ALVES, S. S. Assessment and Optimization of Induction Electric Motors Aiming Energy Efficiency In Industrial Applications. In: XIX International Conference on Electrical Machines – Roma, 2010.

SAIDEL, M. A. JANNUZZI, G. M., HADDAD, J., POOLE, A. 2007. Avaliação dos Programas de Eficiência Energética das Concessionárias de Distribuição de Eletricidade e Sugestões para a Revisão da sua Regulamentação. Brasília: Banco Mundial e ANEEL.

SAIDEL, M. A., LAPA, C. Importância da Medição de Energia para a Eficiência Energética -- São Paulo: LUMIÈRE, 2010. P. 64-72.

SINDUSCON/AM. Relatório Anual do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas, 2010.

SOUZA, P. R. L. Estudo da biodeterioração do concreto do edifício sede da Prefeitura Municipal de Caruaru – PE. Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil – Faculdade do Vale do Ipojuca. Caruaru, 2012).

SAIDEL ET AL. Energy Actions to Sustainable Campus: The Brazilian Case of University of São Paulo - GOTHENBURG, 2010. p. 1-9.

SAIDEL, M. A.; RAMOS, M. C. E. S.; ALVES, S. S. Assessment and Optimization of Induction Electric Motors Aiming Energy Efficiency In Industrial Applications. In: XIX International Conference on Electrical Machines – Roma, 2010.

SAIDEL, M. A. JANNUZZI, G. M., HADDAD, J., POOLE, A. 2007. Avaliação dos Programas de Eficiência Energética das Concessionárias de Distribuição de Eletricidade e Sugestões para a Revisão da sua Regulamentação. Brasília: Banco Mundial e ANEEL.

SAIDEL, M. A., LAPA, C. Importância da Medição de Energia para a Eficiência Energética -- São Paulo: LUMIÈRE, 2010. P. 64-72.

UNICAMP, Universidade de Campinas. O Campus. Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/a-unicamp/historia/o-campus Acessado em abril de 2016.