ROTEIRO DE ESTUDOS Nº 04 - 3º BIMESTRE/2020 1ª SÉRIE...1 ~~ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA...

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1 ~~ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ELIZÂNGELA GLÓRIA CARDOSO Formando jovens, autônomos, solidários e competentes. ROTEIRO DE ESTUDOS Nº 04 - 3º BIMESTRE/2020 1ª SÉRIE ÁREA DE CONHECIMENTO:LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS COMPONENTE CURRICULAR/DISCIPLINA:ARTE PROFESSOR (a): Cléo Araújo TURMA: 13.01 a 13.06 CRONOGRAMA Período de realização das atividades: 30/11 a 05/12 Entrega das atividades: PARTE 01- SEMANA: 05/12 CARGA HORÁRIA DAS ATIVIDADES: 01 aulas COMPETÊNCIA ESPECÍFICA DA ÁREA Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas(artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social,o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. HABILIDADE/OBJETIVO DA ATIVIDADE (EM13LGG201) Utilizar adequadamente as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural,histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso. ORIENTAÇÕES DE ESTUDO *O(a) estudante deve fazer a leitura cuidadosa dos textos de cada uma das 04 (quatro) aulas desta semana. *Realizadas as leituras, deve-se proceder à resolução das atividades. *Para quem dispõe de recursos tecnológicos e internet: tendo dificuldades, orienta-se buscar solução para as dúvidas através do grupo de WhatsApp de Ciências Humanas no dia apropriado (quinta-feira). *A nota do segundo bimestre será fechada através das atividades devolvidas na escola, no prazo estabelecido, e também da observação do esforço do estudante de modo geral, ou seja, através de uma avaliação interdimensional. *Para a devolução das atividades respondidas basta que o(a) estudante utilize a última folha deste roteiro de estudos. *Destaque a última folha do roteiro de estudos e devolva à escola com suas respostas. *Tanto os textos do roteiro de estudos quanto os textos das atividades devem ficar com o(a) estudante para consultas futuras. OBJETO DE CONHECIMENTO/ CONTEÚDO: - (Conforme proposto no Guia de Aprendizagem- 3º Bimestre)- Música, teatro Arquitetura e escultura no século XVlll-Nos séculos XVIII e XIX a Europa teve várias revoluções. Nesse período, a burguesia tem uma ascensão e o teatro sofre infuências. No século XVIII ópera tinha o significado de peça de teatro, mesmo que não fosse cantada. AVALIAÇÃO: o (a) estudante será avaliado(a) através da observação, por parte do professor, de sua participação no grupo de WhatsApp apresentando dúvidas ou contribuições. Também, por meio da resolução da atividade e envio das respostas via Google Forms, no decorrer de cada semana. Assim, prevalecerá a avaliação interdimensional, observando a prática do exercício do protagonismo e dos 4 (quatro) pilares da educação: Aprender a Ser, a Fazer, a Conhecer e a Conviver).BONS ESTUDOS!

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~~ESCOLA ESTADUAL PROFESSORA ELIZÂNGELA GLÓRIA CARDOSO Formando jovens, autônomos, solidários e competentes.

ROTEIRO DE ESTUDOS Nº 04 - 3º BIMESTRE/2020 1ª SÉRIE

ÁREA DE CONHECIMENTO:LINGUAGENS E SUAS TECNOLOGIAS

COMPONENTE CURRICULAR/DISCIPLINA:ARTE

PROFESSOR (a): Cléo Araújo TURMA: 13.01 a 13.06

CRONOGRAMA

Período de realização das atividades: 30/11 a 05/12

Entrega das atividades:

PARTE 01- SEMANA: 05/12

CARGA HORÁRIA DAS ATIVIDADES: 01 aulas

COMPETÊNCIA ESPECÍFICA DA ÁREA

Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas(artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social,o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo.

HABILIDADE/OBJETIVO DA ATIVIDADE

(EM13LGG201) Utilizar adequadamente as diversas linguagens (artísticas, corporais e verbais) em diferentes contextos, valorizando-as como fenômeno social, cultural,histórico, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso.

ORIENTAÇÕES DE ESTUDO *O(a) estudante deve fazer a leitura cuidadosa dos textos de cada uma das 04 (quatro) aulas desta semana. *Realizadas as leituras, deve-se proceder à resolução das atividades. *Para quem dispõe de recursos tecnológicos e internet: tendo dificuldades, orienta-se buscar solução para as dúvidas através do grupo de WhatsApp de Ciências Humanas no dia apropriado (quinta-feira). *A nota do segundo bimestre será fechada através das atividades devolvidas na escola, no prazo estabelecido, e também da observação do esforço do estudante de modo geral, ou seja, através de uma avaliação interdimensional. *Para a devolução das atividades respondidas basta que o(a) estudante utilize a última folha deste roteiro de estudos. *Destaque a última folha do roteiro de estudos e devolva à escola com suas respostas. *Tanto os textos do roteiro de estudos quanto os textos das atividades devem ficar com o(a) estudante para consultas futuras.

OBJETO DE CONHECIMENTO/ CONTEÚDO: - (Conforme proposto no Guia de Aprendizagem- 3º

Bimestre)- Música, teatro – Arquitetura e escultura no século XVlll-Nos séculos XVIII e XIX a Europa teve várias revoluções. Nesse período, a burguesia tem uma ascensão e o teatro sofre infuências. No século XVIII ópera tinha o significado de peça de teatro, mesmo que não fosse cantada.

AVALIAÇÃO: o (a) estudante será avaliado(a) através da observação, por parte do professor, de sua participação no grupo de WhatsApp apresentando dúvidas ou contribuições. Também, por meio da resolução da atividade e envio das respostas via Google Forms, no decorrer de cada semana. Assim, prevalecerá a avaliação interdimensional, observando a prática do exercício do protagonismo e dos 4 (quatro) pilares da educação: Aprender a Ser, a Fazer, a Conhecer e a Conviver).BONS ESTUDOS!

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PARTE ÚNICA- 30/11 A 05/12

Tema: Música e Teatro no século XVIII

Tema: A Ópera em Portugal no Século XVIII

A primeira ópera moderna surgiu em Florença, no Carnaval de 1598, da autoria de Ottavio Rinuccini

(texto) e Jacopo Peri (música). Estes criam e dão continuidade a um novo género dramático-musical que em

pouco tempo ganhou popularidade e ocasionou as mais elevadas paixões.

Em Portugal, D. João V iniciou, no século XVIII, um processo de renovação da vida musical, instituindo

em 1713 a Escola de Música do Seminário da Patriarcal. Esta seria, durante todo o século XVIII e o início do

século XIX (até ao liberalismo), o mais emblemático estabelecimento musical português. Com fundos da

Patriarcal, o monarca enviou para Roma alguns jovens bolseiros, com a missão de desenvolverem os seus

conhecimentos musicais.

Entre eles, estavam António Teixeira e Francisco António de Almeida, que, após o seu regresso à

capital portuguesa, se destacaram como compositores de ópera: o primeiro nas óperas populares em língua

portuguesa, representadas no Teatro do Bairro Alto, associando-se, nas suas produções, àquele que ficou

conhecido como “o Judeu” – António José da Silva.

Já Francisco António de Almeida seguiu a prática da ópera palaciana com libreto italiano, tendo como

título mais conhecido “La Spinalba”, recebida como obra-prima em 1739, ano em que se estreou no Paço da

Ribeira.

Curiosamente, ambos os géneros de espetáculo músico-teatral – popular e palaciano – tiveram

continuidade até aos nossos dias. Com as atualizações impostas pela natural evolução histórica, reconhecem-

se hoje na forma e na crítica das “revistas”. Muito apreciadas no Parque Mayer, as “revistas” são o

descendente mais direto das óperas populares portuguesas setecentistas. O género palaciano, por sua vez,

continua a ser cultivado nas óperas cantadas no Teatro de S. Carlos, nos seus idiomas originais.

Em suma, foi no reinado de D. João V que o gosto pela ópera se instalou em Portugal, cativando o

público de todas as classes sociais. Se demorou tanto tempo a chegar a este canto da Europa, tal deveu-se a

que a música nacional estivesse bastante ligada à Igreja e à composição polifónica coral. Foi esse, aliás, o

motivo pelo qual o rei decidiu atualizar o gosto português e o ensino da música.

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Ópera

Pertencente ao gênero musical dramático, a ópera é uma combinação de música e texto. Veja neste artigo as suas características, nascimento e desenvolvimento.

Características

A ópera é uma representação cênica de caráter lírico-dramático, onde se alternam recitativos, árias e intervenções orquestrais. O recitativo consiste em uma melodia cantada a meio caminho entre a fala e o canto, acompanhada, em geral, pelo baixo contínuo.

A ópera tem orientação dramática, e os personagens dialogam entre si. Cenários e cenografias exigem uma ambientação especial. Suas partes mais importantes são: a abertura (instrumental), os coros (conjuntos vocais), os interlúdios (instrumentais), as árias (vozes solistas) e, ocasionalmente, o balé.

Distinguem-se a ópera séria e a cômica da ópera bufa. As primeiras, de caráter aristocrático, extraíam seus temas da mitologia clássica, mas diferiam na condução do argumento, enquanto na ópera bufa os protagonistas eram personagens do dia-a-dia, cujas divertidas histórias eram reflexo da vida cotidiana.

Nascimento e desenvolvimento da ópera

A ópera começou em Florença, desenvolveu-se em Veneza e Roma e alcançou pleno êxito em Nápoles no final do século XVII.

A ópera em Florença

O Renascimento voltou o olhar à Antiguidade clássica, da qual restavam muitos vestígios de outras artes, mas não da música. Tentando imitar a tragédia grega, que reunia em si todos os elementos do teatro (poesia, música e dança), um grupo de humanistas que se reunia em Florença, ao final do século XVI, nos salões dos condes Bardi e Corsi, buscando um novo estilo em que, fundidas palavras e música, fosse produzida uma obra de maior expressão dramática.

Artistas e humanistas fundaram um movimento chamado de Camerato Fiorentina. A primeira consequência foi o nascimento do recitativo melódico, espécie de cantilena que seguia os acentos do texto, acompanhada pelo baixo contínuo e interrompida pelo coro.

Vincenzo Galilei (c. 1520-1591), pai do astrônomo Galileu, compôs e interpretou com sucesso ele mesmo uma cena dramática baseada no lamento de Ugolino da Divina Comédia – famoso livro do poeta italiano Dante Alighieri (1265-1321). Estimulado pelo êxito, o conde Bardi encarregou ao dramaturgo Ottavio Rinuccini (1562-1621) e aos músicos Jacopo Peri (1561-1633) e Giulio Caccini (c. 1550-1618) que escrevessem obras no novo estilo. Assim nasceu a ópera Dafne, representada durante o carnaval de 1597 no Palácio Corsi, cuja música se perdeu.

Três anos mais tarde, durante as festas celebradas pelas bodas de Maria de Médici com Henrique IV da França, estreou no Palácio Pitti a ópera Eurídice, a primeira que ainda se conserva na íntegra; o texto foi escrito por Rinuccini e a música composta por Peri, com alguns coros de Caccini.

O passo seguinte ao recitativo melódico surgiu da necessidade de que as vozes solistas interpretassem fragmentos musicais mais densos, com maior soltura melódica e ligeiro acompanhamento instrumental. Apareceu dessa forma a ária, composição independente para voz solista, geralmente com acompanhamento, de caráter lírico, na qual o intérprete desenvolve suas melhores qualidades expressivas.

A ópera em Roma

Os experimentos da Camerata Florentina estenderam-se rapidamente e com força por toda a Itália. No mesmo ano em que se representava Eurídice em Florença, foi apresentada em Roma uma espécie de ópera com

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enredo sacro, que levava o título de Rappresentatione di Anima, et di Corpo, de Emilio de Cavalieri (c. 1550-1602).

Em Roma, músicos da grandeza de Stefano Landi (c. 1590-1639), autor do drama sacro San Alessio, Filippo Vitali (c. 1590-1653), que compôs L’Aretusa, Domenico Mazzocchi 1592-1665, a quem se deve Catena di Adone, e Luigi Rossi (c. 1597-1653), com Orfeu, escreveram novas óperas nas quais, devido à tradição polifônica da cidade, deu-se maior importância aos coros e à orquestra. A encenação se tomou mais luxuosa e introduziu-se um personagem cômico – nascia a ópera cômica.

Dois cardeais, Barberini (1597-1679) e Rospigliosi (1600-1669), foram os protetores da ópera em Roma e também os que permitiram a chegada da ópera cômica. Em 1634, Barberini escreveu um libreto com achados divertidos e Rospigliosi, que pode ser considerado o criador da ópera cômica na Itália, escreveu o libreto de Chi Soffre, Sperí (1637).

A ópera decaiu durante o pontificado de Inocêncio X (1644-1655).

Esboço de Francesco Bataglioli (1725-1795) para uma ópera barroca interpretada por Farinelli.

A ópera em Veneza

Em meados do século XVII, Veneza foi o foco mais importante da ópera na península italiana e continuadora da etapa romana. As óperas seguiram tendo como argumento temas gregos e mitológicos; decresceu a importância dos coros; o cantor e a ária alcançaram grande prestígio, e surgiram as introduções instrumentais, conhecidas como “aberturas”.

O grande mestre da escola veneziana foi Claudio Monteverdi (1567-1643), que viveu em Mântua e em Veneza, onde compôs grande parte de sua obra operística. Foi ele quem deu à ópera o impulso de que necessitava para alcançar verdadeiro crescimento. Separou-se da ópera florentina e concedeu maior importância à orquestra, buscando um timbre mais adequado à expressão cênica, utilizando harmonias mais audazes e inovadoras. Em Mântua, estreou a primeira ópera de fama duradoura, Orfeu (1607), e um ano depois compôs uma nova ópera, Arianna.

Em 1613, Monteverdi instalou-se em Veneza. Sua obra fez-se mais realista, sua temática foi mais histórica que mitológica, suas linhas melódicas ficaram cada vez mais interessantes e teria ele até recorrido a temas populares.

A abertura do primeiro teatro público de ópera em 1637, o São Cassiano, fez com que ficassem conhecidas suas óperas mais importantes: II Ritorno d’Ulisse In Patria (1640) e L’incoronazione da Poppea (1642).

Outros dois importantes compositores da ópera veneziana foram Cavalli e Cesti. Francesco Cavalli (1602-1676) foi um compositor aristocrático, que tratou de temas da mitologia antiga e da história romana e oriental,

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buscou o equilíbrio entre o texto e a música e tratou de evitar o uso dos coros. Foi-lhe encomendada a composição da ópera Ercole amante (1662), em razão do casamento de Luís XIV. Sua ópera mais popular, Egisto (1643), estreou em Paris.

Antonio Cesti (1623-1669) estreou em Viena com II pomo d’oro (1668), famosa ópera de gala do casamento do imperador Leopoldo I com Margarita da Espanha. Cesti foi considerado um artista popular, com abundância de coros em suas obras e com recitativos de grande colorido.

Interior do teatro da Ópera de La Fenice, Veneza, século XVIII.

A ópera em Nápoles

A ópera nasceu em Florença, enriqueceu-se em Veneza e Roma e alcançou o máximo esplendor em Nápoles, onde adquiriu características próprias: as da ópera napolitana.

Em Nápoles, o chamado bel canto encontrou forma definitiva, o que gerou um grande desenvolvimento da técnica vocal. Por outro lado, o cantor buscava seu brilho pessoal e a música ficava subordinada a seus caprichos.

O principal representante da ópera napolitana foi o siciliano Alessandro Scarlatti (1660-1725). Encontrou seu próprio estilo com a obra Pirro e Demetrio (1 694). A ele se atribui o aperfeiçoamento da ária, a tal ponto que a ária da capo substituiu todas as demais (escrita na forma A-B-A, em que, após um trecho intermediário, repete-se a primeira parte desde o princípio, do copo, adornando-a com algumas coloraturas, nas quais o cantor demonstra sua técnica e sua criatividade. Compôs mais de cem óperas, como Mitrídates Eupátor (1707), Telêmaco (1718) e Griselda (1721).

A Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736) cabe o mérito de haver desenvolvido e dado maturidade à ópera bufa. Apesar do sucesso obtido, não se conseguiu tirar a ópera séria do lugar que esta ocupava no apreço popular. Sua obra La serva padrona (1733), com três figuras e poucos adereços, foi seu maior sucesso e conquistaria o mundo. Representada em Paris, foi o estopim da Querelle des bouffons, episódio em que se enfrentaram os partidários da ópera italiana e da francesa.

Tanto ou mais êxito que a própria ópera tiveram os entreatos que, como era costume, intercalavam-se durante a representação.

A ópera bufa napolitana

No século XVIII, Nápoles criou a ópera bufa como reação ante a falta de comicidade que se fazia sentir nos libretos de Apostolo Zeno (1668-1750) e Pietro Metastasio (1698-1782).

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Ópera bufa não é o mesmo que ópera cômica. Esta última, desde Chi Soffre, Speri (Virgílio Mazzocchi – 1597-1646, com libreto do cardeal Rospigliosi) em diante, apenas se diferenciava da ópera séria na natureza do argumento; na ópera bufa, entretanto, os personagens eram poucos (normalmente só dois) e eram ligados, como a trama, à vida cotidiana. Nela só eram utilizadas vozes naturais (nenhum castrato) e as árias – algumas vezes remanescentes das canções folclóricas – iam desde canções ritmadas até cantilenas sentimentais, além de não terem o objetivo de alcançar um “clima emocional”. Em sua forma, eram mais livres e mais limitadas harmonicamente. As palavras eram expressas de maneira natural, simples, melodiosamente.

Era dada maior importância aos concertantes (trechos musicais com coro e instrumentos), especialmente nos finais de ato. Tudo, em uma palavra, era mais natural, menos artificial que na ópera séria, ainda que se parecessem na estrutura dos recitativos, árias e textura homófona.

A ópera bufa originou-se nos intermezzi do século XVII que, como os intermezzi do Renascimento, eram espetáculos leves, intercalados entre os diversos atos de uma obra séria, nesse caso a ópera.

Música Erudita Brasileira

A música erudita brasileira, que teve sua fase histórica mais importante com a escola nacionalista de composição, permaneceu presa à matriz europeia durante séculos. As expressões populares, pelo contrário, nascidas da confluência étnica, fizeram do cancioneiro brasileiro um dos mais ricos da América.

Em sua formação a música brasileira recebeu contribuições dos indígenas, dos colonizadores e dos negros. Musicalmente, o africano tem o mais forte caráter entre os três elementos étnicos que se fundiram para formar o perfil cultural brasileiro. O jazz nos Estados Unidos e o samba no Brasil mostram como se diversificaram, no contato com o elemento branco, as influências musicais negras na América.

Música erudita

Das origens ao romantismo

Os primeiros cronistas do descobrimento relatam que a terra era povoada de música, e os gentios que assistiram à primeira missa mostravam-se naturalmente sensíveis ao canto e à sonoridade dos instrumentos. Na catequese a que foram submetidos os indígenas, entrava, como um dos ingredientes mais persuasivos, o cantochão.

Em todo o decorrer da história colonial do Brasil, desde seus primórdios, há constantes testemunhos de práticas musicais, da obrigatoriedade do ensino de música nas casas da Companhia de Jesus e da popularidade do teatro musical, cuja origem se encontra nos autos representados pelos jesuítas. No século XVIII, por exemplo, o gosto pela ópera-bufa, tão característica da época, propagou-se no Brasil. Fundaram-se casas de ópera no Rio de Janeiro, em São Paulo, Salvador, Recife, Belém, Cuiabá, Porto Alegre, Campos dos Goytacazes e outras cidades.

O repertório habitual desses teatros constituía-se principalmente das óperas do brasileiro Antônio José da Silva, o Judeu, e de obras da escola napolitana (óperas de Nicola Porpora, Cimarosa etc.). Modernamente, as pesquisas de Francisco Curt Lange, em Minas Gerais, e do padre Jaime C. Dinis, em Pernambuco, ampliaram consideravelmente o conhecimento sobre a evolução musical daquele período histórico.

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A atividade musical em Pernambuco, no século XVIII, revelou-se com a descoberta de um compositor, anterior ao chamado barroco mineiro, Luís Álvares Pinto. De sua autoria é a partitura Te Deum laudamus, para quatro vozes mistas (orquestração perdida) e baixo contínuo, encontrada em 1967 pelo padre Dinis.

Não menos importante foi a prática da música na Bahia e em várias outras regiões do país. O musicólogo brasileiro Régis Duprat descobriu um Recitativo e ária, de autor anônimo, escrito em Salvador, que é a única obra setecentista com texto em vernáculo encontrada até hoje. Mais tarde Duprat recuperou obras de André da Silva Gomes, nascido em Lisboa, que chegou em 1774 a São Paulo.

Foi enorme a atividade musical em Minas Gerais, como documenta o trabalho pioneiro de Francisco Curt Lange. Sabe-se agora que, no fim do século XVIII e começo do século XIX, floresceu nas cidades mineiras uma geração de compositores que criaram uma música contemporânea da arte do Aleijadinho e da poesia dos inconfidentes. Entre esses compositores incluem-se José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita, Marcos Coelho Neto, Francisco Gomes da Rocha e Inácio Parreiros Neves.

A produção musical desses autores, assim como a do padre José Maurício Nunes Garcia, no Rio de Janeiro, nada tem de barroca, embora seja assim chamada. A expressão “mestres do barroco mineiro” foi usada por conotação com o estilo predominante da escultura e arquitetura da época, mas a música que se conhece de mestres brasileiros do período colonial tem outras fontes: provém diretamente do classicismo vienense, que tinha Haydn como referência. Da textura da música mineira está ausente a principal característica do estilo musical barroco: a elaboração polifônica das vozes.

No Archivo de música religiosa de la capitanía general de las Minas Gerais (tomo 1, 1951), editado por Curt Lange na Universidade Nacional de Cuyo (Mendoza, Argentina), figuram as composições dos mestres mineiros. Musicalmente, identificam-se com o estilo clássico ou pré-clássico (Pergolesi, Haydn). São obras impressionantes pela nobreza da inspiração, pela mestria na escrita melódica e coral, assim como pelo tratamento do texto litúrgico, qualidades difíceis de explicar naqueles músicos mestiços que não tiveram nenhum contato direto com os meios cultos. Modernamente, essas obras têm sido executadas com êxito no Brasil e no exterior.

Graças à descoberta dos mestres mineiros, já não continua isolada a figura do padre José Maurício, o grande compositor da época de D. João VI, autor de valiosa música sacra. José Maurício filia-se ao classicismo europeu. Sua música tem, sem dúvida, universalidade de sentido, mas tende, às vezes, a naturalizar-se brasileira por um caminho inesperado: o da modinha. Certas inflexões desse gênero tão caracteristicamente brasileiro impregnam, modificam e transfiguram a obra do padre e antecipam a transformação modinheira que a melodia italiana sofreria no Brasil.

Francisco Manuel da Silva, autor do hino nacional, pertence à geração seguinte. Mário de Andrade chamou a atenção para a “visão prática genial” com que ele organizou o Conservatório do Rio de Janeiro, lançando as bases de nossa cultura musical. Suas modinhas tiveram grande popularidade, ao lado da música religiosa e da que escreveu para o teatro.

Com esses compositores encerra-se o ciclo da música sacra e gêneros afins e começa a era de predominância da ópera italiana. Nesse panorama surgiu, porém, um compositor brilhante: Carlos Gomes, autor de Il guarany e Lo schiavo.

Na evolução da história da música dramática brasileira, Carlos Gomes é o grande nome da segunda metade do século XIX e a afirmação do movimento romântico. Suas obras encontram-se sob o signo do italianismo dominante na arte internacional da época, mas nelas há claros traços da musicalidade tipicamente brasileira, representada na época pelas modinhas. Em algumas de suas páginas mais célebres, Carlos Gomes exprime um vivo sentimento patriótico e revela coincidências com a melodia e o ritmo nacionais.

Depois de Carlos Gomes e até a plena eclosão do movimento nacionalista, com a Semana de Arte Moderna de 1922, a maior parte dos compositores brasileiros contribuiu com sua obra para o estabelecimento progressivo da música caracteristicamente nacional. Por imposição de sua formação artística, no entanto, os primeiros nacionalistas limitavam-se a vestir o tema folclórico brasileiro com roupagens europeias, emprestando-lhe a atmosfera do romantismo francês ou alemão.

Escola nacionalista

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A primeira figura a ser mencionada, na tendência nacionalista da música brasileira, é a do compositor e diplomata Brasílio Itiberê da Cunha. Sua obra, exemplificada pela rapsódia A sertaneja (1866-1869), para piano, anunciou o período do nacionalismo musical. O precursor dessa tendência foi Alexandre Levy, em cuja obra se evidenciam os traços apenas sugeridos por Itiberê. Em suas composições, a preocupação nacionalista surge com o emprego de temas originais ao lado de melodias autenticamente populares.

Compositores como Leopoldo Miguez, Henrique Oswald e Glauco Velásquez mantiveram-se fiéis ao espírito do século XIX, que era, na música brasileira, o da submissão aos moldes europeus. A obra de Leopoldo Miguez, ilustrada pelas sinfonias Parisina (1882) e Prometeu (1896), apresenta influências de Wagner e Liszt. Henrique Oswald, por sua exclusiva formação europeia, influenciada por Gabriel Fauré, sempre esteve à margem do movimento nacionalista. É autor de música de câmara de fatura magistral, eminentemente lírica e subjetiva.

A incipiente tendência nacionalista encontraria perspectivas mais amplas na obra de Alberto Nepomuceno. A partir de 1897, sua produção musical aproxima-se mais da temática e das soluções rítmicas brasileiras. Antônio Francisco Braga, admirado pelas gerações posteriores, tornou-se uma espécie de patriarca da música brasileira, cujos acentos e características próprias eram para ele familiares. Foi essencialmente um compositor sinfônico. Considerado precursor da música moderna, Glauco Velásquez, de origem italiana, introduziu no Brasil o cromatismo de Wagner e César Franck.

A escola nacionalista de composição, cujo desenvolvimento, depois da fase precursora, se completou em poucos decênios para logo tender ao desaparecimento, é a mais importante da música brasileira. Seus representantes, no entanto, não se dedicaram à ópera ou ao balé, formas que poderiam ter ilustrado a tendência. As óperas de compositores brasileiros do período não passaram de esboços mais ou menos frustrados e nunca foram incorporadas aos repertórios executados. Nepomuceno, Francisco Braga, Henrique Oswald, Leopoldo Miguez e, na mocidade, Francisco Mignone e Heitor Villa-Lobos escreveram óperas, raramente representadas.

A escola nacionalista tem como expoente uma figura de projeção universal: Villa-Lobos, que surgiu na Semana de Arte Moderna como representante das novas tendências musicais: adoção das técnicas de vanguarda importadas da Europa e valorização do tema brasileiro. Villa-Lobos foi o primeiro grande artista brasileiro cuja obra assumiu características verdadeiramente nacionais. Dotado de uma impetuosa força criadora, é capaz da mais refinada simplicidade. As raízes negras têm presença marcante em muitas de suas peças. Emprestou, magistralmente, envergadura sinfônica aos choros recolhidos nos ambientes populares do Rio de Janeiro e utilizou, nas Bachianas brasileiras, o estilo próprio de Johann Sebastian Bach dentro de uma temática nacional.

Francisco Mignone, embora não tenha sido um compositor exclusivamente nacionalista, teve seus melhores momentos na música de inspiração brasileira. Foi, principalmente, um mestre da orquestra. Depois da fase nacionalista, experimentou imprevista renovação, pela qual aceitou qualquer processo de composição que lhe permitisse total liberdade de expressão. Certas páginas orquestrais suas, como o Maxixe, o balé Maracatu do Chico Rei (1933) ou a Congada, transcrição para piano da página sinfônica de uma ópera de juventude, O contratador de diamantes (1921), causam forte impressão.

Lorenzo Fernández confirmou a tendência nacionalista. Compositor brilhante, sua música, marcada sobretudo por um sentido admirável de ritmo brasileiro, projetou-se fora do país. Seu nome afirmou-se com o Trio brasileiro para piano, violino e violoncelo. Em sua obra destacam-se ainda composições para piano e canto, sobre textos de poetas brasileiros.

Radamés Gnattali caracterizou-se pelo conhecimento admirável da orquestração e certo cosmopolitismo (leves influências do impressionismo de Claude Debussy e do jazz), aliados a um constante cunho de brasilidade. Entre suas partituras contam-se dez Brasilianas para vários conjuntos e o Concerto romântico para piano, de linguagem moderna e marcante influência jazzística.

Camargo Guarnieri compôs obras nas quais o cunho nacional, predominantemente paulista, se mostra sempre com grande espontaneidade. Essa característica, aliada à clareza da fatura e ao equilíbrio da forma, fez com que alcançasse projeção no exterior. Guarnieri revelou, com relação à ópera, maior preocupação que outros compositores do período. Pedro Malazarte, ópera cômica, traz indicações certeiras de um rumo estético para a criação de uma grande ópera brasileira.

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José de Lima Siqueira, compositor nacionalista e admirável orquestrador, foi fundador da Orquestra Sinfônica Brasileira e primeiro presidente da Ordem dos Músicos do Brasil. Destaca-se em sua música o folclore nordestino, como nos bailados Senzala, Uma festa na roça e O carnaval no Recife. Entre suas composições contam-se três sinfonias, poemas sinfônicos, música de câmara e a ópera A compadecida.

Luís Cosme inspirou-se no folclore gaúcho, traduzindo-o em linguagem harmônica e vigorosa, de grande beleza formal. Suas obras se desenvolvem numa atmosfera tipicamente brasileira, como nos balés Salamanca do jarau e Lambe-lambe. Compôs, sobre textos de Cecília Meireles, os autos Nau catarineta e O menino atrasado, para teatro de marionetes, orquestra e coro.

No Rio de Janeiro, em 1939, o grupo Música Viva, fundado por Hans Joachim Koellreutter, músico de origem alemã radicado no Brasil, divulgava as concepções musicais de Arnold Schoenberg. Com seus discípulos, Cláudio Santoro, Guerra Peixe e Eunice Catunda, aos quais Edino Krieger se uniu em 1945, Koellreutter fundou a revista Música Viva, organizou séries de concertos e lançou o Manifesto 1946, no qual todos confessavam admitir o nacionalismo apenas como um estágio na evolução artística de um povo.

Guerra Peixe procurou conciliar a música serial com elementos nacionais. Ao orientar-se para a música de caráter nacionalista, fez em Pernambuco estudos aprofundados do folclore, que prosseguiu em São Paulo. Essas experiências se refletiram em Brasília, sinfonia com coros. Compôs ainda sonatas para piano e para violão, os Provérbios para baixo e piano, canções folclóricas e seriais.

Cláudio Santoro, depois de sua primeira fase dodecafônica, compôs dentro da estética nacionalista, inserindo formas populares nas grandes estruturas clássicas. Por volta de 1960, abandonou o estilo nacionalista e novamente adotou a técnica dodecafônica. Entregou-se depois, em Mannheim, Alemanha, a experiências musicais de vanguarda, que procuram estabelecer uma aliança entre música e pintura. Seus “quadros aleatórios” constam de uma parte auditiva, gravada em fita magnética, e de uma parte visual representada por um quadro.

Edino Krieger preferiu não seguir uma orientação estética que o filiasse a um grupo, para ter a mais ampla liberdade de escolha de recursos técnicos e expressivos. Estes abrangem as técnicas mais avançadas, como o serialismo e a música aleatória. Entre as obras de maior repercussão internacional figuram suas Variações elementares e Ludus symphonicus.

Marlos Nobre é um compositor que abriu novos rumos à música brasileira, pelo emprego de processos criadores de vanguarda, mas que também fez música absoluta, abstrata pela significação, e que geralmente causa impacto, dada a rara riqueza de sonoridade e o emprego marcante da percussão. Entre suas obras principais figuram as Variações rítmicas para piano e percussão, Rhythmetron, para percussão, e Ludus instrumentalis, para orquestra de câmara.

Todas as correntes vanguardistas estão representadas nas modernas gerações de compositores brasileiros, entre os quais alguns trabalharam na Europa, como José Antônio de Almeida Prado e os compositores de música eletrônica Jorge Antunes e José Maria Neves. Reginaldo de Carvalho fez também música experimental, concreta e eletrônica, sob a denominação de música eletroacústica.

Na Bahia surgiu, em torno de Ernst Widmer, um grupo de compositores de especial importância na moderna música brasileira. Fez música de vanguarda que, embora escrita, deixa margem à aleatoriedade, executada pelos conjuntos sinfônicos ou corais sinfônicos habituais. Entre esses compositores citam-se Lindembergue Cardoso, Jamari Oliveira, Walter Smetak e Milton Gomes. Outros compositores se destacaram em São Paulo (Gilberto Mendes, Willy Correia de Oliveira, Ernst Mahle e Rogério Duprat, entre outros); no Rio de Janeiro (entre os quais Jaceguai Lins, Ester Scliar e Ailton Escobar); e também em Brasília, no Paraná, no Rio Grande do Sul e em Recife.

Por: Jonatas Francisco da Silva

A. Harman, in. História da música: Renascença e Barroco, volume II, vários autores, dirigida por Alec Robertson e Denis Stevens, Ulisseia, Lisboa, i 963.

B.

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Tema: Arquitetura e Escultura : Primeiras construções arquitetônicas

As construções Nuragues e Dolmens no Período Neolítico

O homem da pré-história, principalmente o homem do período neolítico, abandona as cavernas e começa a construir sua morada; posteriormente denominada Nuragues e Dolmens. Observaremos a grandiosidade dessas construções e os aspectos simbólicos imbuídos nelas.

No período da Pré-História, especificamente no Neolítico, surgiu o nascimento de um novo cenário algumas áreas tornaram-se mais favoráveis à sobrevivência humana, essas eram próximas aos grandes rios, cujas cheias e vazantes regulares fertilizavam e irrigavam o solo. A descoberta do fogo e do metal aliadas às transformações no ambiente permitiu ao homem um controle gradativo da natureza.

Assim, o homem começou a abandonar as cavernas e dá início à construção de suas próprias moradias. Essas moradias foram conhecidas por Nuragues, que significam construções edificadas em pedra, em forma de um cone incompleto, sem nenhum tipo de mistura de materiais para uni-las ou revesti-las.

O interior do Nuragues na Aldeia de Barumiri, na Sardenha – Itália.

Os Dolmens são construções que também fazem parte do período neolítico. Essas tinham

características bem diferentes das construções Nuragues. Sua formação arquitetônica consistia em duas ou

mais pedras grandes fincadas verticalmente no chão, como se fossem paredes, e uma grande pedra colocada

na horizontal sobre elas, parecendo um teto. As informações que temos sobre essas construções são de que

serviam para rituais místicos, culto aos deuses e templos para sacrifícios. Existem diversas lendas e mitos

acerca dessas construções, principalmente relacionadas ao Santuário de Stonehenge, localizado ao sul da

Inglaterra.

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Um dos mais fascinantes Dolmens: Santuário de Stonehenge - Sul da Inglaterra

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Santuário de Stonehenge, a grandiosidade da obra

Hoje ainda existem várias teorias explicativas, umas com mais e outras com menos fundamento teórico.

Algumas revelam que os Dolmens eram apenas túmulos, pois em quase todas as construções que não

sofreram nenhum tipo de violação, foram encontrados, através de escavações, esqueletos ou fragmentos de

esqueletos, esses fragmentos formavam uma câmara dentro da qual existia o esqueleto. Outros creem que as

construções eram como observatórios astronômicos e relógios solares.

Existe muita especulação sobre o tema e até hoje a História, a Antropologia, a Arqueologia e a

Arquitetura não conseguiram explicar de maneira satisfatória a representação e a simbologia dessas

construções dos povos Pré-históricos. Uma das poucas informações colhidas durante pesquisas é a de que

essas construções não seriam simplesmente uma moradia.

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Enfim, podemos dizer que as construções Nuragues e Dolmens são consideradas as primeiras formas

de arquitetura mundial realizada pelo homem e a primeira manifestação da vontade e necessidade de as

sociedades criarem e organizarem os espaços, lugares, posições; não só nos aspectos físicos, como também

nos aspectos simbólicos.

Por Lilian Aguiar

Graduada em História

Equipe Brasil Escola

Nuragues localizados na Aldeia de Barumiri, na Sardenha – Itáli

Onde começou a arquitetura?

A história da arquitetura acompanhou o desenvolvimento da sociedade, uma vez que surgiu da necessidade de organizar e adornar espaços sobretudo, os espaços urbanos. ... Das civilizações da antiguidade podemos destacar a arquitetura romana, grega, egípcia, etrusca, bizantina, persa.

O que é Arquitetura?

A Arquitetura é um tipo de manifestação artística muito antiga e que reúne construções e/ou edificações que apresentam um propósito ou finalidade. Segundo a definição do arquiteto brasileiro Lúcio Costa:

“Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.”

Observe que diferente de simples construções, a arquitetura como arte visual possui uma pretensão estética e criativa criada pelos arquitetos.

Como era a arquitetura de antigamente? Na época, a arquitetura era usada principalmente para refletir o poder de vários deuses. Governantes poderosos construíram pirâmides, templos e santuários monumentais. Longe de serem consideradas primitivas, as construções enormes, como a Pirâmide de Gizé, impressionam até hoje Em outras palavras, a arquitetura é uma arte que surge da relação entre o homem e o espaço, de modo que organiza os ambientes.

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Portal Túmulo do Período Neolítico

Na pré-história (desde o período neolítico), os homens começam a desenvolver técnicas de construções, o que faz surgir uma arquitetura rudimentar com pedras, madeiras e mais tarde, com os metais.

Assim, aos poucos a arquitetura vai adquirindo um lugar de destaque na construção das sociedades.

Desde a antiguidade diversos povos desenvolveram espaços arquitetônicos por meio da construção de templos, pórticos, tumbas, moradias, pontes, aquedutos, praças, dentre outros.

Das civilizações da antiguidade podemos destacar a arquitetura romana, grega, egípcia, etrusca, bizantina, persa.

Torna-se tarefa difícil apresentar a história da arquitetura mundial uma vez que depende da cultura que está inserida, donde cada uma apresenta suas peculiaridades segundo suas características histórico-sociais.

Arquitetura Grega e Romana A arquitetura grega e romana, embora apresentem diferenças, ambas se destacaram pela grandiosidade e luxuosidade das construções bem como de seu caráter público.

A arquitetura grega se desenvolveu a partir do século VIII a.C. enquanto a romana se desenvolveu por volta do século III a.C.

Note que a arquitetura romana é inspirada na grega e, portanto, apresentam muitas relações de proximidade. Sem dúvida, na arquitetura grega os templos representam maior destaque por exemplo, o Parthenon em Atenas.

Parthenon em Atenas, Grécia

Já na arquitetura romana, o arco, desconhecido pelos gregos, agregaram as mais importantes construções, por exemplo, o Coliseu em Roma. Além do arco, o uso da abóbada e da cúpula complementam a arquitetura romana.

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Os materiais mais utilizados na realização de construções gregas era, pedras, mármore, madeira e calcário. Já os romanos, utilizavam outros materiais por exemplo, mármore, areia, madeira, gesso, calcário, pedra, tijolos, cimento e ladrilhos.

Arquitetura Medieval e Renascentista

Catedral de Milão, Itália A arquitetura medieval foi desenvolvida durante os séculos V e XV, donde os principais estilos foram o gótico, visigótico, paleocristã, moçárabe, mourisca, bizantino e românico. As principais construções realizadas foram igrejas, mosteiros e castelos.

Durante os séculos XVI, XVII e XVIII, a arquitetura renascentista destaca-se pelos estilos maneirista, barroco e neoclássico com a introdução de técnicas de perspectiva, proporções e planejamento. Da mesma forma que no período medieval, as principais construções arquitetônicas do Renascimento são as igrejas e mosteiros.

Arquitetura Moderna e Contemporânea

Arquitetura Contemporânea em Hong Kong, China

Com o desenvolvimento da sociedade e da tecnologia a arquitetura foi expandindo suas possibilidades, técnicas e materiais utilizados.

A arquitetura moderna (século XIX e XX) e contemporânea (século XXI) destacam-se pelo rompimento com padrões e o surgimento de inovações estéticas. Ambos períodos são caracterizados por construções gigantescas e muito altas, por exemplo, os arranha céus.

Muitos movimentos de vanguarda foram fundamentais para consolidar o novo conceito da arquitetura moderna, que muitas vezes, está associada ao design.

Dos movimentos da arquitetura moderna, podemos citar a Bauhaus, Arts & Crafts, International Style e a Art Nouveau. Nesse momento, a arquitetura apresenta maior preocupação com a funcionalidade e com as causas sociais, em detrimento da estética.

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A arquitetura contemporânea ou pós-moderna propõe uma nova concepção baseada no ecletismo. Por esse motivo é considerada vanguardista e engloba as produções mais recentes. Alguns movimentos contemporâneos são: arquitetura desconstrutivista e arquitetura High-Tech.

Arquitetura e Urbanismo A relação existente entre arquitetura e urbanismo enfoca a construção e planejamento do espaço

urbano.

Também é o nome de um curso superior (graduação e pós-graduação) que reúne conhecimentos de arte, história, desenho, matemática, urbanismo, história, engenharia.

Foi no período moderno que a disciplina de urbanismo foi associado aos cursos de arquitetura.

Tema: A História do Teatro

Teatro Grego

O primeiro teatro apareceu na Grécia Antiga, por volta de IV a.C., e era apresentado em uma arena com várias funções, sendo a principal a de servir de lugar para as festividades dedicadas a Dionísio, deus do vinho. Foi na Grécia Antiga que surgiu a tragédia, gênero cujos temas eram as leis, o destino e a justiça. As tragédias geralmente terminavam com a morte do herói.

Os autores que se destacaram neste período foram: Ésquilo (525-456 a.C.), que contava histórias sobre mitos e deuses, Sófocles (496-406 a.C.), cujas peças tinham como foco figuras reais e Aristófanes (445- 386 a.C.), o autor mais ilustre de comédias que também surgiu na Grécia com o intuito de fazer rir o espectador. As peças, chamadas sátiras, proporcionavam maneiras engraçadas de perceber a vida.

Teatro Medieval

Na Idade Média, o teatro foi utilizado pela Igreja Católica como forma de difundir a religião. Nessa época, surgiram também os saltimbancos, um tipo de teatro ambulante muito popular. As trupes (grupos de atores) utilizavam as carroças como moradias e como palco, apresentando-se nas ruas, praças e castelos dos lugares por onde passavam. O circo derivou desse tipo de espetáculo.

Teatro renascentista

No Renascimento, surgiu a commedia dell’arte, com apresentações engraçadas em que os atores improvisavam seus diálogos, não decoravam falas, mas sabiam o que iria se passar na história. Os atores eram um misto de cantores, acrobatas, comediantes, mímicos e dançarinos, e sempre faziam uso de máscaras. Os tipos mais conhecidos que representavam eram: Colombina, Arlequim, Polichinelo, Pierrô e Pantaleão.

Em 1564, nascia William Shakespeare, na Inglaterra. Foi, primeiramente, ator, passando, depois, a escrever peças de teatro. Suas histórias, repletas de drama e humor, ficaram conhecidas mundialmente e são encenadas até os dias de hoje: Hamlet, Rei Lear e Romeu e Julieta.

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Na França, temos como destaque Molière, que escreveu comédias explorando e expondo as fraquezas e as peculiaridades do ridículo do ser humano. Algumas de suas peças famosas são: Escola de mulheres, Tartufo, O avarento e Don Juan.

Teatro moderno

Nos séculos XVIII e XIX, a burguesia teve sua ascensão. O teatro acabou sofrendo influências desse período, em que o drama prevalecia, e a comédia se desenvolveu. O foco teatral tornou-se mais pessoal, individual, e as histórias falavam sobre a emoção, surgindo daí o melodrama. As representações ficaram mais próximas da realidade, apresentando pessoas comuns e seu cotidiano. O teatro naturalista abriu as portas para o teatro do século XX, que o utilizou como ferramenta de discussão e crítica da sociedade.

Bertold Brecht (1898-1956), de nacionalidade alemã, foi um dos autores mais importantes do século XX. Seu teatro tinha grande dimensão pedagógica, caracterizada por um cunho descritivo e narrativo, apresentando acontecimentos sociais que tinham a intenção de entreter e ao mesmo tempo fazer refletir. Seu interesse não era só explicar o mundo e sim modificá-lo. Suas principais obras foram: Na selva das cidades, Ópera dos três vinténs, A mãe, Homem por homem, A vida de Galileu e Mãe coragem e seus filhos.

Do outro lado do mundo, os orientais inventaram sua própria maneira de fazer teatro. Os japoneses criaram o cabúqui e o nô (do qual as mulheres não participam), existentes até os dias de hoje. Temos como elemento principal dessas formas de teatro a natureza. As histórias falam sobre o fogo, a água, o ar, o trovão, animais existentes ou fantasiosos. Todas as roupas são repletas de detalhes; as máscaras são bem confeccionadas, e a maquiagem tem destaque. Como as histórias são eternas, alguns atores contemporâneos também as representam, conservando, assim, uma tradição de mais de mil anos.

Atualmente temos várias modalidades de teatro, assim como espaços alternativos. Quando o cinema apareceu, cerca de cem anos atrás, muitos disseram que isso seria o fim do teatro, porém estavam errados, pois o teatro possui seu espaço garantido, assim como as outras expressões artísticas.

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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ATIVIDADE AVALIATIVA –PARTE ÚNICA- SEMANA: 30/11/2020 a 05/12/2020

https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSdEhlwUQkFboH26CXj9QiqZmKS7Pj-

J_V2JWq6BREwCtoEmJA/viewform?usp=sf_link

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

https://youtu.be/DP1kkBxAezY

https://youtu.be/M9GK7-G6-y0

https://youtu.be/1BNvyu7xzTs