Segundo Reinado
-
Upload
alexandre-reinaldo-protasio -
Category
Education
-
view
13.384 -
download
2
Transcript of Segundo Reinado
Segundo Reinado
1840 - 1889
::: Economia :::
- Presença hegemônica da produção escravista-exportadora, em especial açúcar e café;
- A mão-de-obra foi gradativamente sendo modificada para assalariada, basicamente através dos imigrantes;
- A economia brasileira avançava paulatinamente para o capitalismo;
- Transferência do eixo econômico do nordeste para o sudeste;
::: Economia - Café :::
- 1ª etapa de expansão: a produção fixou-se no Vale do Paraíba, entre Rio de Janeiro e São Paulo. A derrubada das matas, a erosão do solo e o modelo escravista levaram a atividade cafeicultora nessa região;
- 2ª etapa: por volta de 1850, a produção irradiou-se pelo oeste de São Paulo;
- 3ª etapa: “Oeste Novo” de São Paulo, nessa região, o solo e o clima eram mais favoráveis para o cultivo. O porto de Santos tornou-se no escoadouro da produção;
::: Economia - Café :::
- Diferente do açúcar, o café era menos custoso, possibilitando que os cafeicultores também fossem pequenos e médios proprietários;
- Com o crescimento da importância do café nas exportações, os cafeicultores também adquiriram poder político;
- Os “barões do café” também se dedicavam a outras atividades urbanas, como comércio, banco e indústria;
::: Economia – Breve surto industrial :::
- No início do Segundo Reinado, as baixas tarifas alfandegárias (15%) sobre os importados britânicos impediam o desenvolvimento manufatureiro do país;
- 1844: Tarifa Alves Branco – elevava para 30% os tributos sobre os produtos sem similares no país e para 60% os demais. A intenção era arrecadar mais;
- O aumento das tarifas contribui para o surto industrial do período, principalmente porque o custo dos produtos importados encareceu sua aquisição;
::: Economia – Breve surto industrial :::
- 1850: Lei Eusébio de Queirós – fim do tráfico negreiro, responsável pela destinação de recursos para novas atividades econômicas;
- A diversificação da economia não foi fruto de uma política industrial, mas uma acomodação ao cenário favorável;
- Mesmo durante o surto, os produtos brasileiros não conseguiam concorrer em qualidade com os ingleses. A economia brasileira continuava periférica;
::: Economia – Breve surto industrial :::
- Por pressão dos cafeicultores e dos comerciantes ingleses, o governo decretou a Tarifa Silva Ferraz (1860);
- 1860: Tarifa Silva Ferraz – reduzia as taxas para os produtos importados, o que desestimulou novos empreendimentos;
- Mesmo com o surto, o desenvolvimento industrial do período possibilitou a criação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, 1845;
::: Economia – Breve surto industrial :::
- Instalação de um sistema de transportes moderno, principalmente ferrovias;
- Ligação entre os centros produtores e os portos;
- Os transportes seguiam a tendência de diversificação da economia brasileira;
Barão de Mauá
::: Economia – A mão-de-obra :::
- Os britânicos pressionavam pela criação de um mercado consumidor através do trabalho assalariado;
- 1850: Lei Eusébio de Queirós – interrompeu o abastecimento regular de escravos;
- Os compradores de escravos buscam no mercado interno a substituição do “produto” proibido (intra e inter-provincial);
- Pressões e resistências internas (fugas e rebeliões de escravos, atuação de novas forças sociais contrárias à escravidão, entre outros) e o estímulo à imigração;
::: Economia – A mão-de-obra :::
- Sistema de parcerias: o sistema consistia em custear, a título de antecipação de rendimentos, o transporte de trabalhadores e suas famílias e sua permanência nos primeiros tempos na nova terra;
- Instalados, os trabalhadores deveriam dar 2/3 da sua produção para o cafeicultor para amortizar a dívida;
- O sistema de parceria fracassou pelo alto custo aos imigrantes e por causa dos maus tratos que recebiam dos fazendeiros – habituados com o sistema escravista;
::: Economia – A mão-de-obra :::
- Os fazendeiros pressionavam o governo para que financiasse a imigração de europeus;
- O governo imperial adotou o sistema de imigração subvencionada, substituindo a iniciativa privada pela estatal;
- As guerras de unificação de Alemanha e Itália possibilitaram a “exportação” de imigrantes para o Brasil;
::: Economia :::
- Com a entrada maciça de imigrantes começa a ocorrer pressão sobre os fazendeiros e seu domínio sobre as terras férteis brasileiras;
- Lei de Terras (1850): a partir de então, as terras públicas não poderiam mais tornar-se propriedade privada por doação ou posse, mas somente por compra;
- Todas as terras que não estivessem regularizadas deveriam ser registradas, o que envolvia altos custos para demarcação e legalização;
::: Elementos da Economia Brasileira :::
Monopólio dos recursos econômicos pela Oligarquia rural
Dependência internacional
Modelo agro-exportador
::: A evolução política :::
- Fase da Consolidação: desde o Golpe da Maioridade até a pacificação do país pelo imperador D. Pedro II (1840 - 1850);
- Fase da Conciliação Oligárquica (1850 – 1870): período de apogeu do Império, quando se combinaram estabilidade política e desenvolvimento econômico, fundado no produção cafeeira e modernização;
- Fase da Crise (1870 – 1889): período de agonia da dominação imperial, encerrando com a proclamação da República;
::: Consolidação e Conciliação :::
- Gabinete liberal (1840): dissolveram a Câmara e convocaram um processo que foi chamado de “eleições do cacete”, com fraudes e violência; revolta no Rio Grande do Sul (Farroupilha);
- Gabinete Conservador (1841): adoção de medidas centralizadoras, como o controle sobre a polícia e a justiça; onda de levantes armados de liberais em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro;
- Novo gabinete liberal (1844): principal decisão foi a Tarifa Alves Branco;
::: Consolidação e Conciliação :::
- Criação do Cargo de Presidente do Conselho de Ministros (1847): estabelecimento do parlamentarismo às avessas, que firmava a subordinação do legislativa ao executivo;
- Modelo excludente escravista e critério censitário, não representativo da sociedade brasileira;
- Novo Gabinete Conservador (1848 – 1853): promulgaram a Lei Eusébio de Queirós e a Lei de Terras;
::: Consolidação e Conciliação :::
- A conciliação (1853): sob o gabinete do marquês de Paraná, Hermeto Carneiro Leão, estabeleceu-se a conciliação partidária;
- Liberais e conservadores formavam o mesmo gabinete;
- A conciliação durou até 1858, quando retornou o revezamento de liberais e conservadores no poder;
- O modelo conciliatório foi impedido pela mudanças econômicas, políticas e a Guerra do Paraguai (1865-1870);
::: A Questão Christie :::
- A Questão Christie (1863): o navio Prince of Wales, da marinha inglesa, naufragou no litoral do Rio Grande do Sul e teve sua carga roubada por desconhecidos;
- O embaixador inglês no Rio de Janeiro, William Dougal Christie, exigiu que um oficial acompanhasse as investigações e que o governo brasileiro indenizasse a Inglaterra pela perda da carga do navio;
- A prisão de marinheiros ingleses embriagados nas ruas do Rio de Janeiro ampliaram a crise entre os dois governos;
::: A Questão Christie :::
- Diante da negativa do governo brasileiro de atender às exigências britânicas, o embaixador Christie ordenou o aprisionamento, por seus navios de guerra, de cinco navios brasileiros, ancorados no porto de Rio de Janeiro;
- A população reagiu com manifestações contra os ingleses;
- O governo brasileiro, para encerrar a crise, pagou a indenização, mas rompeu relação diplomáticas com a Inglaterra, que não pediu desculpas oficiais pela atitude do embaixador (as relações seriam reatadas em 1865);
::: Intervenções brasileiras na Região da Prata :::
- Disputas territoriais, desejo de controlar a navegação nos rios da bacia do Prata e a tentativa de impedir o surgimento de algum rival nas fronteiras fez o governo brasileiro se envolver em conflitos na região;
- Em 1850, D. Pedro II ordenou a ocupação de Montevidéu e Buenos Aires, depondo respectivamente os governantes Manuel Oribe e Juan Manuel Rosas e substituindo-os por Frutuoso Rivera (Uruguai) e José Urquiza (Argentina);
::: Intervenções brasileiras na Região da Prata :::
- Antes da Guerra do Paraguai, o Brasil realiza uma nova intervenção no Uruguai, depondo o blanco Atanásio Cruz Aguirre (que tinha apoio do governante paraguaio Francisco Solano López) e empossando o colorado Venâncio Flores;
- Em resposta à intervenção brasileira no Uruguai, o Paraguai rompe relações diplomáticas com o Império;
::: Guerra do Paraguai (1864 - 1870) :::
- O Paraguai era um país diferente do restante por ter alcançado um desenvolvimento econômico autônomo;
- Erradicara-se o analfabetismo e haviam surgido fábricas;
- As “estâncias da pátria” (unidades econômicas formadas por terras e instrumentos de trabalho distribuídos pelo Estado) abasteciam o país e garantiam invejável padrão alimentar;
::: Guerra do Paraguai (1864 - 1870) :::
- “Paraguai Maior”: campanha expansionista de Solano López, anexando regiões da Argentina, Brasil e Uruguai;
- O objetivo era colocar o Paraguai em contato com o mar;
- Além disso, o desenvolvimento econômico autônomo do Paraguai ameaçava os interesses ingleses na região;
- OU o Paraguai se transformava em um exportador de produtos manufaturados OU um modelo de desenvolvimento autônomo para os países do Prata;
::: Guerra do Paraguai (1864 - 1870) :::
PAÍSES CONSEQÜÊNCIAS MORTOS
BRASIL Dívida de 45 milhões de libras em bancos ingleses; inflação.
100 mil
ARGENTINA Lucros de industriais e fazendeiros com a venda de
armas e alimentos para o exército.
18 mil
URUGUAI Manteve-se sob a influência de Brasil e Argentina.
700
PARAGUAI 140 mil quilômetros de terras perdidas; pagamento de
indenização aos vencedores.
600 mil
::: Fim do Império :::
- A política neutralizadora adotada de D. Pedro II, conciliando os grupos oligárquicos, não impediu as diferenças e os interesses conflitantes;
- Fim da escravidão – decorrente da ascensão da economia cafeeira no centro-sul, enquanto decaía a economia nordestina;
- As leis do Ventre Livre e dos Sexagenários colocaram o Império em colisão com a oligarquia rural;
::: Fim do Império :::
- O movimento abolicionista se confundia com o crescente republicanismo;
- A Lei Áurea, em 1888, colocou fim a uma longa crise política envolvendo as oligarquias rurais, o movimento abolicionista e a resistência dos próprios escravos;
- Questão Religiosa – através do Padroado (Igreja e Estado estavam unidos desde a Constituição de 1824), o governo nomeava os bispos e controlava a hierarquia da Igreja no Brasil. Além disso, sustentava os padres e as paróquias;
::: Fim do Império :::
- A proibição papal de 1864 da presença da Maçonaria na Igreja esbarrou no poder do imperador, que desconheceu a bula;
- A lealdade de alguns bispos às determinações papais foi recebida com punição por D. Pedro II, condenando-os a trabalhos forçados;
- As punições colocaram setores da Igreja contra D. Pedro II;
::: Fim do Império :::
- Questão Militar – Após a Guerra do Paraguai, o exército brasileiro ganhar prestígio e força política na sociedade brasileira;
- As escolas militares começaram a ganhar importância, com destaque especial para a Escola Militar da Praia Vermelha;
- O controle civil, os baixos soldos, lentas promoções e investimentos quase inexistentes aumentaram a crise entre o Império e o exército;
::: Fim do Império :::
- Os oficiais passaram a se opôr às posições da monarquia em todas as questões relevantes no final do Império;
- Nas escolas militares crescia a mentalidade positivista, fundada na ideia de ordem com base na aliança das classes sociais e de progresso com o crescimento das ciências exatas;
- A partir dessa visão, cabia ao exército garantir firmemente a ordem, para viabilizar o progresso capitalista, livrando o Estado dos civis corruptos e antipatriotas;
::: Fim do Império :::
- 1870 – Publicação do “Manifesto Republicano”, elaborado por membros de uma dissidência radical dos liberais;
- Fundação do Partido Republicano e, em 1873, o Partido Republicano Paulista;
- Convenção de Itu – um grupo de cafeicultores paulistas aderiram ao movimento republicano;
::: Fim do Império :::
- A elite burocrática imperial, sediada no Rio de Janeiro, dominava a política nacional;
- Para a oligarquia paulista a República seria uma forma de contornar a resistência da burocracia estatal;
- A ideia de República envolvia a de federação e autonomia para os estados-membros;
- A aliança entre cafeicultores paulistas, exército, igreja e setores médios possibilitou o advento do republicanismo;
::: Fim do Império :::
- A tentativa fracassada de reformar o regime produziu reações fortes dos deputados e o consequente fechamento da Assembleia Legislativa e a convocação de novas eleições;
- Os republicanos aproveitaram a crise e realizaram o golpe de Estado;
- D. Pedro II foi enviado ao exílio dois dias depois. Estava encerrado o período do Império;
::: Bibliografia :::
- www.google.com.br/imagens
- VICENTINO, C. História do Ensino Médio: história geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2008.