SELEÇÃO DE BOMBA PARA AUMENTO DA VAZÃO DE...

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SELEÇÃO DE BOMBA PARA AUMENTO DA VAZÃO DE CARREGAMENTO DE ETANOL ANIDRO EM CAMINHÕES-TANQUE EM UM TERMINAL DE DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS Fabricio Bernardo Albuquerque Vieira Orientador: Reinaldo de Falco Rio de Janeiro Março de 2018 Projeto de Graduação apresentado ao Curso de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro.

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SELEÇÃO DE BOMBA PARA AUMENTO DA VAZÃO DE CARREGAMENTO DE

ETANOL ANIDRO EM CAMINHÕES-TANQUE EM UM TERMINAL DE

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

Fabricio Bernardo Albuquerque Vieira

Orientador: Reinaldo de Falco

Rio de Janeiro

Março de 2018

Projeto de Graduação apresentado ao Curso de

Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro, como

parte dos requisitos necessários à obtenção do

título de Engenheiro.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

Departamento de Engenharia Mecânica

DEM / POLI / UFRJ

SELEÇÃO DE BOMBA PARA AUMENTO DA VAZÃO DE CARREGAMENTO DE

ETANOL ANIDRO EM CAMINHÕES-TANQUE EM UM TERMINAL DE

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

Fabricio Bernardo Albuquerque Vieira

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE

FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS

PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.

Examinada por:

______________________________________________

Prof. Reinaldo de Falco, Eng.

______________________________________________

Prof. Fábio Luiz Zamberlan, D.Sc.

______________________________________________

Prof. Fernando Pereira Duda, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

MARÇO DE 2018

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Vieira, Fabricio Bernardo Albuquerque

Seleção de Bomba para Aumento da Vazão de

Carregamento de Etanol Anidro em Caminhões-Tanque em um

Terminal de Distribuição de Combustíveis/ Fabricio Bernardo

Albuquerque Vieira. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica,

2018.

X, 83 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Reinaldo de Falco

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/

Curso de Engenharia Mecânica, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 67-68.

1. Bombas hidráulicas. 2. Terminal de distribuição. 3.

Aumento de vazão. 4. Método dos comprimentos equivalentes. I.

de Falco, Reinaldo. II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Mecânica. III.

Título.

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“Toda vitória oculta uma abdicação.”

Simone de Beauvoir

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Agradecimentos

À minha família, em especial meus pais Francisco Vieira e Magaly Albuquerque,

pelo amor incondicional e por jamais terem medido esforços para me proporcionar uma

educação de qualidade.

À minha irmã, Flavia Vieira. Minha melhor amiga e maior inspiração desde

sempre. É uma honra me tornar seu colega de profissão. Muito obrigado por tudo.

À Gabriella Sipaúba, minha namorada e amiga. Por todos os momentos de

carinho, apoio e compreensão. Depois de você tudo mudou para melhor. Obrigado por

estar ao meu lado.

Aos amigos Bruno Pedroso, Diego Plubins, Eduardo Fonseca, Guilherme Marun,

Guilherme Vidal, Leonardo Skaetta, Mariano Elsztain, Matheus Dutra, Pablo Plubins,

Paulo Henrique Cardoso, Paulo Victor Mendes, Pedro de Carvalho, Pedro Henrique

Dorea, Thales Bonan e Thomás Arévalo. Foi um prazer conviver com todos ao longo

desses anos. Vocês são a melhor lembrança que vou guardar da UFRJ. Essa resenha

não vai morrer jamais.

A todos os integrantes do ciclo 2013/2014 da Equipe Minerva Baja UFRJ, em

especial Matheus Berlandi e Rodrigo Oliveira, pelos trabalhos sem hora para acabar no

LTM e por terem me ensinado muito mais do que uma sala de aula teria sido capaz.

Obrigado.

Aos amigos do Colégio de São Bento, Daniel Kischinhevsky, Edson Wu, Felipe

Gois, Felipe Mazurek, Luís Filipe Rebouças e Luiz Augusto. Obrigado pelos últimos 15

anos de amizade e todos os que ainda virão, e por estarem por perto sempre que

possível apesar dos diferentes caminhos que cada um de nós seguiu.

A toda equipe do Terminal do Rio Janeiro pelo aprendizado ao longo do estágio

e dia-a-dia de trabalho e por terem ajudado a coletar os dados e materiais que

permitiram a realização desse projeto.

Ao professor e orientador Reinaldo de Falco, pela paciência, disponibilidade e

conhecimento dividido sem os quais esse trabalho jamais teria sido concluído.

Aos professores Fernando Pereira Duda e Fábio Luiz Zamberlan pela

participação na banca de avaliação desse projeto e pelos comentários construtivos

acerca de aspectos que poderiam melhorar seu conteúdo.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.

SELEÇÃO DE BOMBA PARA AUMENTO DA VAZÃO DE CARREGAMENTO DE

ETANOL ANIDRO EM CAMINHÕES-TANQUE EM UM TERMINAL DE

DISTRIBUIÇÃO DE COMBUSTÍVEIS

Fabricio Bernardo Albuquerque Vieira

Março/2018

Orientador: Reinado de Falco

Curso: Engenharia Mecânica

A distribuição de combustíveis no Brasil se dá por meio da operação de centenas

de terminais espalhados pelo país. A movimentação está diretamente ligada à estrutura

das instalações e à capacidade de equipamentos mecânicos, com destaque para

bombas hidráulicas responsáveis por retirar os produtos dos tanques de armazenagem

e levá-los até as plataformas aonde ocorre o abastecimento dos caminhões-tanque.

Dessa maneira, é fundamental que a escolha desses equipamentos seja feita de

maneira correta e precisa.

Visando otimizar a atividade de carregamento, foi feito um mapeamento da linha

de tubulação de etanol anidro combustível em uma base de distribuição do Rio de

Janeiro afim de verificar quais alterações seriam necessárias no arranjo atual no caso

de aumento da vazão do produto. Levando em conta dados de perda de carga,

configuração da instalação e requisitos mínimos de segurança, foi realizada seleção de

novo modelo de bomba e apresentadas as implicações, ajustes e conclusões acerca do

aumento na vazão do sistema.

Palavras-chave: bombas hidráulicas, terminal de distribuição de combustíveis,

carregamento de auto-tanques, perda de carga, tubulação, etanol anidro

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the

requirements for the degree of Mechanical Engineer

PUMP SELECTION TO INCREASE ANHYDRUOS ETHANOL LOADING FLOW

RATIO IN TANK-TRUCKS AT A FUELS DISTRIBUTION BASE

Fabricio Bernardo Albuquerque Vieira

March/2018

Advisor: Reinaldo de Falco

Course: Mechanical Engineering

The fuel distribution in Brazil occurs through the operation of hundreds of

terminals throughout the country. The movement is directly linked to the structure of the

facilities and the capacity of mechanical equipment, especially hydraulic pumps

responsible for the transportation of the product from the storage tanks to the platforms

where the loading of the tanker-trucks occurs. Therefore, it is extremely important that

the choice of these equipment is made in a correct and precise way.

In order to optimize the loading operation, the anhydrous ethanol pipeline was

mapped in a distribution base in Rio de Janeiro to verify what changes would be

necessary in the current arrangement in case of increased product flow ratio. Data of

load loss was accounted as well as the configuration of the installation and security

minimum requirements to make the selection of a new pump model and the implications,

adjustments and conclusions about the increase in the flow ratio of the system.

Keywords: hydraulic pumps, fuel distribution terminal, tanker-truck loading, load loss,

pipeline, anhydrous ethanol

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Sumário

Lista de figuras ............................................................................................................... viii

Lista de tabelas..................................................................................................................x

1. Introdução ................................................................................................................... 11

2. Objetivo e estrutura .................................................................................................... 15

3. Conceitos .................................................................................................................... 16

3.1. Mecânica dos fluidos ........................................................................................... 16

3.1.1. Propriedades de fluidos ................................................................................ 16

3.1.1.1. Massa específica (ρ) .............................................................................. 16

3.1.1.2. Peso específico (γ) ................................................................................. 16

3.1.1.3. Densidade (d) ......................................................................................... 17

3.1.1.4. Pressão (P) ............................................................................................. 17

3.1.1.5. Pressão de vapor (PV) ............................................................................ 18

3.1.1.6. Viscosidade absoluta ou dinâmica (µ) ................................................... 18

3.1.1.7. Viscosidade cinemática (ν) .................................................................... 18

3.1.2. Propriedades de escoamentos ..................................................................... 19

3.1.2.1. Número de Reynolds.............................................................................. 19

3.1.3. Vazão volumétrica (Q) e velocidade (v) de escoamento ............................. 20

3.1.4. Altura manométrica do sistema (H) .............................................................. 21

3.1.5. Perda de carga (hf )........................................................................................ 25

3.1.6. Fator de atrito (f)............................................................................................ 26

3.1.7. Método dos comprimentos equivalentes ...................................................... 26

3.2. Bombas hidráulicas ............................................................................................. 28

3.2.1. Classificação das bombas ............................................................................ 28

3.2.1.1. Turbobombas ou dinâmicas ................................................................... 28

3.2.1.2. Volumétricas ou de deslocamento positivo ........................................... 29

3.2.2. Curvas características de bombas ............................................................... 29

3.2.2.1. Curva do sistema.................................................................................... 30

3.2.2.2. Ponto de trabalho ................................................................................... 30

3.2.3. NPSH disponível e NPSH requerido ............................................................ 31

3.2.4. Potência consumida (Pot) ............................................................................. 31

3.2.5. Cavitação....................................................................................................... 32

3.3. Tubulações........................................................................................................... 32

3.3.1. Tubos............................................................................................................. 32

3.3.2. Conexões ...................................................................................................... 33

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vii

3.3.3. Válvulas ......................................................................................................... 34

3.3.3.1. Válvulas gaveta ...................................................................................... 35

3.3.3.2. Válvulas de esfera .................................................................................. 36

3.3.3.3. Válvulas de retenção .............................................................................. 36

3.3.3.4. Válvulas de controle ............................................................................... 37

3.3.4. Filtros ............................................................................................................. 38

4. Operação do terminal ................................................................................................. 39

4.1. Carregamento de auto-tanques........................................................................... 39

4.1.1. Destinos do carregamento ............................................................................ 40

4.1.1.1. Carregamento para clientes ................................................................... 40

4.1.1.2. Transferência de produto ....................................................................... 41

4.1.2. Tipos de carregamento ................................................................................. 41

4.1.2.1. Bottom Loading ...................................................................................... 42

4.1.2.2. Top Loading............................................................................................ 42

4.2. Custo de parada da operação ............................................................................. 43

5. Dimensionamento....................................................................................................... 45

5.1. Sistema original ................................................................................................... 45

5.2. Sistema proposto ................................................................................................. 48

5.2. Representação simplificada do sistema proposto .............................................. 49

5.4. Verificação das velocidades de escoamento ...................................................... 51

5.5. Número de Reynolds e fator de atrito ................................................................. 52

5.6. Cálculo da perda de carga .................................................................................. 53

5.7. Altura manométrica total...................................................................................... 56

5.8. Cálculo do NPSH disponível ............................................................................... 57

5.9. Cálculo da potência consumida........................................................................... 58

6. Seleção da bomba...................................................................................................... 59

7. Conclusão ................................................................................................................... 64

7.1. Conclusão sobre a seleção da bomba ................................................................ 64

7.2. Adaptações necessárias para a instalação das novas bombas e propostas para

trabalhos futuros ......................................................................................................... 65

8. Bibliografia .................................................................................................................. 67

Anexo A - Gráficos.......................................................................................................... 69

Anexo B - Tabelas de comprimentos equivalentes ....................................................... 71

Anexo C - Dados da bomba selecionada....................................................................... 75

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viii

Lista de figuras

Figura 1.1: Estrutura de distribuição de combustíveis no Brasil

Figura 1.2: Localização das bases de distribuição de combustíveis no Brasil

Figura 1.3: Participação no mercado brasileiro por produto

Figura 3.1: Configuração simplificada da linha de sucção

Figura 3.2: Configuração simplificada da linha de recalque levando em consideração o

efeito sifão

Figura 3.3: Classificação dos principais tipos de bombas

Figura 3.4: Curvas características tradicionais de bombas

Figura 3.5: Representação do ponto de trabalho

Figura 3.6: Exemplos de conexões em tubulações

Figura 3.7: Válvula gaveta

Figura 3.8: Válvula esfera

Figura 3.9: Válvula retenção

Figura 3.10: Válvula de controle

Figura 3.11: Filtro

Figura 4.1: Representação dos tipos de carregamento de auto-tanques

Figura 5.1: Arranjo do cenário atual

Figura 5.2: Arranjo proposto para o sistema

Figura 5.3: Esquema simplificado de um sistema de bombeamento

Figura 6.1: Bomba KSB modelo Megachem série Mega

Figura 6.2: Modelos disponíveis para bombas KSB

Figura 6.3: Rendimento e diâmetro do impelidor

Figura 6.4: NPSH requerido e potência consumida

Figura A.1: Ábaco de Moody

Figura A.2: Rugosidade relativa e coeficiente de atrito para escoamento completamente

turbulento

Figura B.1: Comprimentos equivalentes para entradas e saídas

Figura B.2: Comprimentos equivalentes para reduções e ampliações de diâmetro

Figura B.3: Comprimentos equivalentes para válvulas

Figura B.4: Comprimentos equivalentes para joelhos, curvas e tês

Figura C.1: Informações da série Mega

Figura C.2: Recomendações do fabricante

Figura C.3: Curvas características da série Mega

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ix

Figura C.4: Curvas características do modelo Megachem 125-250

Figura C.5: Informações gerais do modelo Megachem

Figura C.6: Vista em corte

Figura C.7: Lista de peças

Figura C.8: Vista explodida

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x

Lista de tabelas

Tabela 1.1: Proporção de mistura entre combustíveis no Brasil em 2017

Tabela 3.1: Determinação do tipo de escoamento a partir do número de Reynolds

Tabela 4.1: Composição da Gasolina C

Tabela 4.2: Preço médio da Gasolina em R$/litro no Rio de Janeiro no período de 19 a

25 de novembro de 2017

Tabela 5.1: Vazão medida das bombas no cenário atual

Tabela 5.2: Características do tanque de armazenagem

Tabela 5.3: Velocidades de escoamento no cenário atual

Tabela 5.4: Número de braços de carregamento dedicados ao Etanol Anidro

Tabela 5.5: Vazão das bombas no cenário proposto

Tabela 5.6: Características do Etanol Anidro

Tabela 5.7: Vazões nos diferentes trechos da linha de tubulação

Tabela 5.8: Velocidades de escoamento nos trechos da configuração proposta

Tabela 5.9: Verificação do número de Reynolds nos trechos da tubulação

Tabela 5.10: Fator de atrito nos trechos da linha

Tabela 5.11: Comprimento dos trechos retos de tubulação

Tabela 5.12: Quantidade de acessórios/acidentes da linha de sucção

Tabela 5.13: Quantidade de acessórios/acidentes da linha de recalque

Tabela 5.14: Comprimentos equivalentes dos acessórios/acidentes da linha de sucção

Tabela 5.15: Comprimentos equivalentes dos acessórios/acidentes da linha de recalque

Tabela 5.16: Comprimento equivalente total de cada trecho

Tabela 5.17: Comprimento reto total de cada trecho

Tabela 5.18: Perda de carga em cada trecho da tubulação

Tabela 5.19: Perda de carga total na sucção e no recalque

Tabela 5.20: Altura manométrica na sucção e no recalque

Tabela 5.21: Comparação entre NPSH disponíveis encontrados para diferentes

diâmetros na tubulação do header de sucção

Tabela 6.1: Risco de cavitação

Tabela 6.2: Dados de seleção da bomba

Tabela 7.1: Especificações da bomba selecionada

Tabela 7.2: Alterações propostas nos diâmetros das tubulações

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1. Introdução

O setor de distribuição de combustíveis no Brasil é marcado pelas mudanças

que sofreu ao longo dos anos. Até o início dos anos 1990 o mercado era amplamente

dominado por empresas gigantes nacionais e internacionais. Durante o curto governo

do ex-presidente Fernando Collor, ocorreu a chamada desregulamentação do mercado,

com liminares de sonegação de impostos e adulteração de combustíveis. Esse cenário

causou enorme desorganização na estrutura do negócio e motivou o surgimento de

grande número de distribuidoras menores.

No final da década, já no governo de Fernando Henrique Cardoso, foi criada a

Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), cujo objetivo

principal a priori foi corrigir as distorções que provocavam competição desigual e permitir

a retomada da participação no mercado das grandes companhias enfraquecidas pela

atuação dos pequenos distribuidores.

A Figura 1.1 representa a estrutura do mercado de distribuição de combustíveis

no Brasil no cenário atual. A origem dos produtos se dá nas refinarias e usinas

produtoras, seguindo para distribuidores até alcançar o consumidor final.

Figura 1.1: Estrutura de distribuição de combustíveis no Brasil [2]

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12

As bases de distribuição de combustíveis estão espalhadas por todo o território

brasileiro, como ilustra a Figura 1.2. Essas instalações possuem toda a infraestrutura

necessária para que as operações de carregamento e descarga dos produtos sejam

realizadas de maneira segura e obedecendo aos controles de qualidade

regulamentados por normas. Entre os diversos tipos de modais que podem ser utilizados

para levar os combustíveis até postos e/ou revendedores pode-se citar o rodoviário,

ferroviário, hidroviário e por dutos.

Figura 1.2: Localização das bases de distribuição de combustíveis no Brasil [3]

Entre as principais variedades de produtos comercializados, a gasolina e o óleo

diesel são os que possuem número mais expressivos em termos tanto de volume

movimentado quanto de valores econômicos envolvidos. A Figura 1.3 mostra um

comparativo da participação dos principais produtos do país entre os anos de 2015 e

2016.

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13

Figura 1.3: Participação no mercado brasileiro por produto [3]

Além dos produtos destacados na Figura 1.3, é importante ressaltar que a

legislação brasileira demanda que alguns combustíveis sejam misturados com outros

em proporção definida para que possam ser comercializados. Entre as mais marcantes

deve-se ressaltar a adição de etanol anidro à gasolina e de biodiesel ao diesel, de

acordo com a Tabela 1.1:

Tabela 1.1: Proporção de mistura entre combustíveis no Brasil em 2017

A adição de etanol à gasolina se dá por dois motivos básicos: a) incentivo à

produção de álcool pelas usinas brasileiras; e b) sustentabilidade, uma vez que o álcool

é um componente renovável e menos agressivo para o meio ambiente. O programa

responsável por regulamentar a adição de álcool à gasolina no Brasil é o ProÁlcool,

criado em meados da década de 1970.

O biodiesel, por sua vez, é acrescido ao óleo diesel por ser um combustível muito

benéfico para o meio ambiente, reduzindo consideravelmente as emissões de CO2 na

atmosfera. Além disso, ajuda a fortalecer ainda mais a agroindústria do país, já que o

Brasil figura entre os maiores produtores do mundo ao lado dos Estados Unidos. A

proporção de biodiesel na mistura de Diesel B começou em 5% no ano de 2010 devido

à resolução publicada em 2009. Essa proporção subiu para 7% em 2016 e continuará

tendo aumentos anuais de 1% até que atinja os 10% em 2018.

Gasolina A Gasolina Premium A Etanol Anidro Óleo Diesel Biodiesel

Gasolina C 73% - 27% - -

Gasolina Premium C - 75% 25% - -

Diesel B - - - 92% 8%

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Diante da importância que a movimentação de combustíveis possui no cenário

econômico do Brasil, se faz necessária uma infraestrutura nas bases de distribuição que

permita operações de carregamento e descarga otimizadas, capazes de atender não só

a demanda atual, como o possível crescimento ao longo dos próximos anos. Para isso,

as companhias responsáveis pela gestão dessas instalações devem investir em

adequações de equipamentos e tubulações para garantir que sua parcela de mercado

não fique comprometida.

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2. Objetivo e estrutura

O presente trabalho irá realizar um estudo de caso com o objetivo de propor uma

nova seleção de bombas hidráulicas para o etanol anidro em uma base de distribuição

de combustíveis localizada na região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro, a fim

de aumentar em aproximadamente 50% a vazão de carregamento dos caminhões-

tanques. A instalação em questão está em operação desde meados da década de 1960

e as bombas utilizadas mais novas foram adquiridas na segunda metade da década de

1970.

A motivação se baseia no aumento da movimentação de produto que ocorreu

nos últimos anos aliado ao longo período de operação e consequente desgaste dos

equipamentos. Para isso será feito uma análise do cenário atual e uma avaliação das

adequações necessárias na estrutura da instalação caso a seleção de bombas proposta

seja de fato implementada.

Inicialmente, serão apresentados conceitos fundamentais de Mecânica dos

Fluidos e bombas hidráulicas de uma forma geral, englobando funcionamento e tipos

disponíveis no mercado. Esses conceitos serão aplicados em capítulos posteriores e

fornecerão as bases necessárias para cálculos que irão determinar a seleção dos novos

equipamentos.

Em seguida, será dado um panorama geral da operação de carregamento de

caminhões-tanque em um terminal de distribuição, e seus diferentes tipos de acordo

com a maneira que o produto é alocado nos compartimentos e com o destino do produto,

além de aspectos que serão assumidos para direcionar a realização do estudo.

Com base nos dados fornecidos, conceitos aplicados e considerações

assumidas, serão feitos todos os cálculos necessários para selecionar bombas

centrífugas capazes de aumentar a vazão de carregamento de 78 m³/h para 120 m³/h

com auxílio de literatura disponível, catálogos de dados de fabricantes e recomendações

técnicas e de segurança, além de respeitar limitações e características específicas da

base em questão. A configuração escolhida conta com 3 bombas iguais associadas em

paralelo e destinadas exclusivamente à movimentação do etanol anidro.

Finalmente, será apresentada o modelo de bomba escolhido após análise dos

parâmetros encontrados, juntamente com as sugestões de adequação necessárias na

instalação para operação dos equipamentos de maneira adequada.

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3. Conceitos

Alguns conceitos fundamentais de mecânica dos fluidos, bombas e tubulações

são necessários para entendimento da proposta do presente trabalho. A seguir serão

apresentados alguns desses conceitos, desde propriedades básicas dos fluidos,

características e curvas de equipamentos até conceitos típicos adotados para

tubulações e acessórios que fazem parte do sistema de bombeamento. A elaboração

das informações contidas nesse capítulo foi feita a partir de dados de [6].

3.1. Mecânica dos fluidos

Serão abordados os principais conceitos acerca dos tipos de escoamentos e

propriedades características de fluidos. Dessa maneira, é possível obter melhor

compreensão dos modelos utilizados como base de cálculos para determinar os

equipamentos do arranjo proposto.

3.1.1. Propriedades de fluidos

3.1.1.1. Massa específica (ρ)

Massa específica de uma substância é a quantidade de massa que ocupa uma

unidade de volume.

𝜌 =𝑚

𝑉 (3.1)

ρ = massa específica [kg/m³];

m = massa [kg];

V = volume [m³].

3.1.1.2. Peso específico (γ)

Peso específico é a razão entre o peso e a unidade de volume de uma

substância. Uma vez que o peso de um corpo é função da aceleração da gravidade

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17

onde ele se encontra, pode-se definir o peso específico como a força por unidade de

volume, exercida em um corpo de massa específica ρ submetido a uma aceleração da

gravidade g.

𝛾 = 𝜌. 𝑔 (3.2)

γ = peso específico [N/m³];

ρ = massa específica [kg/m³];

g = aceleração da gravidade [m/s²].

3.1.1.3. Densidade (d)

Densidade de uma substância é a razão entre a massa específica dessa

substância e a massa específica de uma substância de referência nas condições-

padrão. Para substâncias em estado líquido ou sólido, utiliza-se a água como substância

de referência. Para substâncias em estado gasoso, utiliza-se o ar como referência.

Quanto às condições-padrão, existe certa divergência quanto ao valor adotado

em relação à temperatura. A temperatura utilizada pelo American Petroleum Institute

(API) é 15°C (59°F). Nessa temperatura, o valor da massa específica da água é

usualmente arredondado para 1000 kg/m³.

𝑑 =𝜌

𝜌𝑟𝑒𝑓 (3.3)

d = densidade [adimensional];

ρ = massa específica [kg/m³].

3.1.1.4. Pressão (P)

Pressão é definida como a razão entre a componente normal de uma força e a

área em que ela atua. A pressão exercida em um elemento de área de um fluido é igual

em todas as direções. O estudo de hidrostática associa a pressão a uma altura de coluna

de líquido cujo peso específico é conhecido:

𝑃 = 𝛾. ℎ (3.4)

P = pressão [N/m²];

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18

γ = peso específico [N/m³];

h = altura da coluna de líquido [m].

3.1.1.5. Pressão de vapor (PV)

A pressão de vapor corresponde ao valor de pressão para o qual as fases líquida

e vapor coexistem. Para produtos derivados de petróleo, deve-se obter

experimentalmente valores de pressão de vapor para diferentes temperaturas, já que é

uma propriedade dependente da mistura de componentes do fluido.

Se P < PV → fase vapor

Se P = PV → fase líquida + vapor

Se P > PV → fase líquida

Assim, como as bombas hidráulicas são projetadas e construídas para operar

com líquidos, a queda de pressão a níveis iguais ou inferiores à pressão de vapor do

líquido bombeado na temperatura de bombeamento pode acarretar danos ao

equipamento.

3.1.1.6. Viscosidade absoluta ou dinâmica (µ)

Viscosidade é a resistência oposta pelas camadas líquidas ao escoamento

recíproco. Dependendo da maneira como o fluido se comporta no escoamento, pode

ser classificado em dois tipos:

a) newtonianos, quando possuem um coeficiente de viscosidade µ constante para

qualquer taxa de cisalhamento;

b) não-newtonianos, quando não possuem coeficiente de viscosidade constante ao

longo de toda a faixa de tensão de cisalhamento e de deformação. Esses podem ser

denominados dilatantes ou pseudoplásticos dependendo de suas características.

A unidade utilizada para viscosidade absoluta é [kg/m.s].

3.1.1.7. Viscosidade cinemática (ν)

Viscosidade cinemática é a relação entre a viscosidade absoluta e a

massa específica do fluido.

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19

𝜈 =µ

𝜌 (3.5)

ν = viscosidade cinemática [m²/s];

µ = viscosidade absoluta [kg/m.s];

ρ = massa específica [kg/m³].

3.1.2. Propriedades de escoamentos

Para caracterizar de maneira correta um escoamento e selecionar equipamento

para integrar um sistema hidráulico deve-se verificar algumas propriedades e tipos de

escoamento existentes a fim de evitar equívocos. Entre essas características, o regime

do escoamento desempenha papel preponderante e pode ser classificado de duas

maneiras: regime laminar e regime turbulento.

O escoamento é dito em regime laminar quando todos os filetes líquidos são

paralelos entre si e as velocidades em cada ponto são invariáveis em direção e

grandeza. Já no escoamento em regime turbulento, as partículas se movem em todas

as direções com velocidades variáveis em direção e grandeza.

Além do regime, os escoamentos podem ser classificados em compressível ou

incompressível. Em algumas situações, o escoamento de gases pode ser considerado

compressível. Para líquidos, no entanto, o escoamento é considerado incompressível

de modo geral, uma vez que não há variações de volume e massa específica.

3.1.2.1. Número de Reynolds

O número de Reynolds é uma grandeza adimensional que representa a relação

entre a força de inércia e a força devido à viscosidade de um fluido. A caracterização do

tipo de regime de um escoamento é possível através da determinação dessa grandeza.

𝑅𝑒 =𝐷. 𝑣. 𝜌

µ (3.6)

Re = número de Reynolds [adimensional];

D = diâmetro interno da tubulação [m];

v = velocidade de escoamento do fluido [m/s];

ρ = massa específica [kg/m³];

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20

µ = viscosidade absoluta [kg/m.s].

A partir da determinação do número de Reynolds, é possível caracterizar o tipo

de escoamento de acordo com a

Tabela 3.1.

Tabela 3.1: Determinação do tipo

de escoamento a partir do número de Reynolds

Pela Tabela 3.1 é possível identificar uma região intermediária denominada faixa

crítica, que consiste num regime transitório entre o laminar e o turbulento e não

representa motivos para preocupação, uma vez que na prática o escoamento só não

será turbulento quando a velocidade de escoamento for muito baixa e/ou o fluido for

muito viscoso.

3.1.3. Vazão volumétrica (Q) e velocidade (v) de escoamento

A vazão volumétrica de escoamento representa o volume que escoa por uma

seção em um determinado tempo.

𝑄 =𝑉

𝑡 (3.7)

Q = vazão volumétrica [m³/h];

V = volume [m³];

t = tempo [h].

Também é possível escrever a equação da vazão volumétrica relacionando a

velocidade de escoamento e a área de seção transversal da tubulação pela qual o fluido

está escoando:

𝑄 = 3600. 𝑣. 𝐴 (3.8)

Regime de escoamento

Re < 2000 Regime laminar

Re > 4000 Regime turbulento

2000 < Re < 4000 Faixa crítica

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21

Q = vazão volumétrica [m³/h];

v = velocidade de escoamento [m/s];

A = área da seção transversal da tubulação [m²].

Se estivermos tratando de uma tubulação cuja área de seção transversal é

circular, temos:

𝐴 =𝜋. 𝐷2

4 (3.9)

A = área de seção transversal da tubulação [m²];

D = diâmetro da tubulação [m];

Dessa maneira, a equação para vazão volumétrica assume o seguinte formato:

𝑄 =3600. 𝑣. 𝜋. 𝐷2

4 (3.10)

Q = vazão volumétrica [m³/h];

v = velocidade de escoamento [m/s];

D = diâmetro da tubulação [m].

Esse conceito será de fundamental importância no presente trabalho, visto que

seu principal objetivo é selecionar um novo modelo de bomba hidráulica que atenda

configuração proposta para que haja um aumento na vazão volumétrica de

carregamento de caminhões-tanque em uma base de distribuição de combustíveis.

3.1.4. Altura manométrica do sistema (H)

A altura manométrica do sistema representa a energia por unidade de peso que

o sistema irá solicitar de uma bomba em função da vazão bombeada para movimentar

o fluido de um reservatório para outro. Esta energia é, para cada vazão, função da altura

estática de elevação do fluido, da diferença de pressões entre sucção e recalque e das

perdas existentes no percurso.

𝐻𝑇 = 𝐻𝑅 − 𝐻𝑆 (3.11)

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22

HT = altura manométrica total do sistema [m];

HR = altura manométrica de recalque [m];

HS = altura manométrica de sucção [m].

O cálculo dos termos HR e HS deriva do Teorema de Bernoulli, que adaptado aos

líquidos reais, ou seja, levando em conta perda de energia devido ao trabalho de atrito,

viscosidade e turbilhonamento, é representado da seguinte maneira:

𝑧1 +𝑃1

𝛾+

𝑣12

2. 𝑔= 𝑧2 +

𝑃2

𝛾+

𝑣22

2. 𝑔+ ℎ𝑓 (3.12)

z = altura estática [m];

P = pressão no fluido [N/m²];

γ = peso específico [N/m³];

v = velocidade de escoamento [m/s];

g = aceleração da gravidade [m/s²];

hf = perda de carga [m].

A perda de carga representa a energia perdida pelo líquido para se deslocar do

ponto inicial 1 ao ponto final 2.

Quando aplicado em bombas, devemos utilizar o Teorema de Bernoulli para

calcular as alturas manométricas de sucção e recalque e encontrar a altura manométrica

total do sistema estudado. A Figura 3.1 representa de modo simplificado os parâmetros

relevantes para o cálculo considerando um esquema possível para a linha de sucção.

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23

Figura 3.1: Configuração simplificada da linha de sucção [6]

Assim, as relações utilizadas são as seguintes:

𝐻𝑆 = 𝑧𝑆 +𝑃𝑆

𝛾− ℎ𝑓𝑆 (3.13)

HS = altura manométrica de sucção [m];

zS = altura estática de sucção [m];

PS = pressão de sucção [N/m²];

γ = peso específico [N/m³];

hfS = perda de carga na sucção [m].

O valor da altura estática pode ser positivo ou negativo dependendo da posição

da coluna de líquido em relação ao chamado “olho da bomba”, ou seja, a linha de centro

da mesma. Assim, pela fórmula matemática notamos que quanto maior a altura estática

e/ou a pressão de sucção no reservatório, maior a energia presente na linha de sucção.

Analogamente, quanto maior a perda de carga devido ao atrito, menor a energia.

A situação do recalque está ilustrada de maneira similar na Figura 3.2.

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Figura 3.2: Configuração simplificada da linha de recalque, levando em conta o efeito sifão [ 6]

Para o cálculo da altura manométrica de recalque, utilizamos a relação abaixo:

𝐻𝑅 = 𝑧𝑅 +𝑃𝑅

𝛾+ ℎ𝑓𝑅 (3.14)

HR = altura manométrica de recalque [m];

zR = altura estática de recalque [m];

PR = pressão de recalque [N/m²];

γ = peso específico [N/m³];

hfR = perda de carga no recalque [m].

De maneira semelhante à sucção, a altura estática de recalque pode assumir

valores positivos ou negativos dependendo da posição da coluna de líquido em relação

à linha de centro da bomba. Analisando a relação matemática acima, nota-se que a

energia na linha aumenta com o crescimento da altura estática, pressão de recalque

e/ou perdas por atrito.

Assim, utilizando as fórmulas apresentadas para alturas manométricas de

sucção e recalque e organizando os termos semelhantes, podemos determinar uma

relação geral para determinar a altura manométrica total:

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𝐻𝑇 = 𝑧𝑅 − 𝑧𝑆 +𝑃𝑅 − 𝑃𝑆

𝛾+ (ℎ𝑓𝑅 + ℎ𝑓𝑆) (3.15)

HT = altura manométrica total do sistema [m];

zR = altura estática de recalque [m];

zS = altura estática de sucção [m];

PR = pressão de recalque [N/m²];

PS = pressão de sucção [N/m²];

γ = peso específico [N/m³];

hfR = perda de carga no recalque [m];

hfS = perda de carga na sucção [m].

3.1.5. Perda de carga (hf)

A perda de carga representa a energia por unidade de peso perdida no trecho

da tubulação em estudo. Ela pode ser desmembrada em duas parcelas denominadas

perda de carga normal e perda de carga localizada.

ℎ𝑓 = ℎ𝑓𝑁 + ℎ𝑓𝐿 (3.16)

hf = perda de carga total [m];

hfN = perda de carga normal [m];

hfL = perda de carga localizada [m].

A perda de carga normal é aquela que ocorre em trechos retos da tubulação,

enquanto a perda de carga localizada é aquela verificada em acessórios espalhados

pela tubulação (válvulas, conexões, filtros, entre outros).

Para calcular a perda de carga normal em regimes turbulentos, vamos utilizar no

presente trabalho a função determinada por Darcy-Weisbach:

ℎ𝑓 = 𝑓.𝐿

𝐷.

𝑣2

2. 𝑔 (3.17)

hf = perda de carga total (m);

f = fator de atrito;

L = comprimento da tubulação reta (m);

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26

D = diâmetro da tubulação (m);

v = velocidade de escoamento (m/s);

g = aceleração da gravidade (m/s²).

Para o cálculo da perda de carga localizada, será adotado o método do

comprimento equivalente, que será explicado à frente.

3.1.6. Fator de atrito (f)

O fator de atrito é uma função do número de Reynolds e da rugosidade relativa

ε/D da tubulação em estudo. Esse fator é obtido por meio de fórmulas teórico-

experimentais ou gráficos.

Para escoamentos em regime laminar, podemos deduzir a seguinte fórmula para

o fator de atrito:

𝑓 =64

𝑅𝑒 (3.18)

Em escoamentos completamente turbulentos, o Ábaco de Moody é um gráfico

bastante utilizado. Ele está ilustrado no Anexo A e nele pode-se observar que as linhas

correspondentes à rugosidade relativa se tornam horizontais, o que torna o fator de atrito

independente do número de Reynolds. Além dessa alternativa, existe também outro

gráfico que relaciona a rugosidade relativa com o diâmetro e o material da tubulação

utilizada para o escoamento. Essa representação também está contida no Anexo A.

3.1.7. Método dos comprimentos equivalentes

O método dos comprimentos equivalentes consiste em tomar os acessórios e

acidentes presentes ao longo da linha de tubulação e fixar para cada um deles um valor

de comprimento reto que reproduziria a mesma perda de carga em condições

semelhantes. Assim, a perda de carga é calculada como se toda a tubulação em

questão fosse composta somente por trechos retos.

Os valores médios de comprimento equivalente para diversos tipos de

acessórios e acidentes estão tabelados no Anexo B.

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27

Para calcular o comprimento equivalente total dos acessórios, utilizamos a

seguinte fórmula:

𝐿𝑎𝑐𝑒𝑠𝑠ó𝑟𝑖𝑜𝑠 = ∑ 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒𝑛

𝑛

𝑖=1

𝑥 𝐿𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒𝑛 (3.19)

Lacessórios = comprimento reto equivalente total dos acessórios [m];

Lequivalente = comprimento reto equivalente de cada acessório [m];

n = acessório.

Assim, para o cálculo da perda de carga total na tubulação, consideramos a

mesma como um único trecho reto, cujo comprimento total é dado por:

𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐿𝑟𝑒𝑡𝑜 + 𝐿𝑎𝑐𝑒𝑠𝑠ó𝑟𝑖𝑜𝑠 (3.20)

Ltotal = comprimento equivalente total da tubulação reta [m];

Lreto = comprimento da tubulação reta [m];

Lacessórios = comprimento reto equivalente total dos acessórios [m].

Logo, a fórmula de Darcy-Weisbach que utilizamos para calcular a perda de

carga normal em regime turbulento torna-se:

ℎ𝑓 = 𝑓.𝐿𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙

𝐷.

𝑣2

2. 𝑔 (3.21)

hf = perda de carga total [m];

f = fator de atrito;

Ltotal = comprimento equivalente total da tubulação reta [m];

D = diâmetro da tubulação [m];

v = velocidade de escoamento [m/s];

g = aceleração da gravidade [m/s²].

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28

3.2. Bombas hidráulicas

As bombas são máquinas operatrizes hidráulicas que conferem energia ao

líquido com a finalidade de transportá-lo de um ponto para outro obedecendo às

condições do processo. Elas recebem energia de um fonte motora e parte dessa energia

é cedida ao fluido sob a forma de energia de pressão, energia cinética ou ambas.

A classificação das bombas se dá pela aplicação ou pela forma como a energia

é cedida para o líquido.

3.2.1. Classificação das bombas

Uma maneira eficaz de classificar bombas é pela forma com que a energia é

fornecida ao fluido que vai ser movimentado. A Figura 3.3 apresenta de maneira

simplificada os tipos de bombas existentes:

Figura 3.3: Classificação dos principais tipos de bombas [6]

3.2.1.1. Turbobombas ou dinâmicas

A movimentação do fluido é realizada pela ação de um elemento rotativo

denominado impelidor, que possui pás especiais ao longo da sua estrutura. Entre os

diversos tipos de turbobombas, pode-se evidenciar as bombas centrífugas, nas quais o

Puras ou radiais

Bombas centrífugas

Tipo Francis

Dinâmicas ou Bombas de fluxo misto

Turbobombas Bombas de fluxo axial

Bombas periféricas ou

regenerativas

Bombas

Pistão

Bombas alternativas Êmbolo

Bombas volumétricas Diafragma

ou Deslocamento

Positivo Engrenagens

Bombas rotativas Lóbulos

Parafusos

Palhetas deslizantes

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29

fluido movimentado recebe principalmente energia cinética, que é praticamente toda

convertida em energia de pressão. Essa conversão é feita quando o líquido, ao sair do

impelidor, é forçado a passar por um setor de área crescente.

3.2.1.2. Volumétricas ou de deslocamento positivo

Nesse tipo de equipamento, o fluido já recebe energia sob a forma de pressão,

dispensando a necessidade de conversão. O líquido é forçado a realizar o mesmo

movimento que um órgão mecânico presente na bomba, sendo posteriormente expulso

de espaços com volume determinado ainda no interior da bomba. Esse tipo de máquina

tem como característica marcante a manutenção de uma vazão média praticamente

constante quando a velocidade é mantida constante.

3.2.2. Curvas características de bombas

As curvas características são gráficos fornecidos pelos fabricantes que contém

diversas informações e dados cuja consulta é essencial para auxiliar a seleção do

equipamento para o sistema estudado.

As três curvas características tradicionais são as seguintes: carga x vazão,

potência absorvida x vazão e rendimento total x vazão. Elas estão representadas na

Figura 3.4.

Figura 3.4: Curvas características tradicionais de bombas [6]

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30

3.2.2.1. Curva do sistema

A curva do sistema mostra a variação da altura manométrica total com a vazão,

ou seja, a variação da energia por unidade de peso que o sistema em questão solicita

em função da vazão. Sua determinação se dá fixando valores arbitrários de vazão entre

a vazão zero e a vazão de trabalho do sistema. Então, determina-se as cargas

correspondentes através das perdas de carga e traça-se a curva que engloba os pontos

formados.

3.2.2.2. Ponto de trabalho

O ponto de trabalho é determinado localizando a interseção entre a curva

característica da bomba e a curva do sistema. Assim, nesse ponto, pode-se verificar

vazão, carga, potência absorvida e rendimento de trabalho.

Figura 3.5: Representação do ponto de trabalho [6]

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31

3.2.3. NPSH disponível e NPSH requerido

O NPSH disponível, do inglês Net Positive Suction Head, é interpretado como

sendo a energia absoluta por unidade de peso existente no flange de sucção, acima da

pressão de vapor. Ele é determinado a seguir:

𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 = 𝐻𝑠 +𝑃𝐴𝑇𝑀 − 𝑃𝑉

𝛾 (3.22)

NPSHD = NPSH disponível [m];

HS = altura manométrica de sucção [m];

PATM = pressão atmosférica [N/m²];

PV = pressão de vapor [N/m²];

γ = peso específico [kg/m².s²].

O NPSH requerido é uma propriedade da bomba fornecida pelo catálogo do

fabricante e é interpretado como a quantidade mínima de energia absoluta por unidade

de peso acima da pressão de vapor que deve existir no flange de sucção para que não

haja cavitação.

3.2.4. Potência consumida (Pot)

A potência consumida é a potência que a bomba recebe ou absorve do

acionador (motor, turbina, etc). É dada pela relação matemática a seguir:

𝜌. 𝑔. 𝑄. 𝐻𝑇

𝜂 (3.23)

ρ = massa específica [kg/m³];

g = aceleração da gravidade [m/s²];

Q = vazão volumétrica [m³/h];

HT = altura manométrica total do sistema [m];

η = eficiência [adimensional].

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32

3.2.5. Cavitação

A cavitação é o fenômeno que ocorre quando o fluido vaporiza na entrada da

bomba. Ele está relacionado à energia disponibilizada pelo sistema e ao ponto de vapor

do fluido. Entre as consequências da cavitação, pode-se citar ruído, vibrações

indesejadas, dano aos componentes internos da bomba e queda de performance.

Para evitar a cavitação, a perda de carga entre o flange de sucção e o olho do

impelidor deve ser inferior à energia por unidade de peso disponibilizada pelo sistema

no flange de sucção acima da pressão de vapor. Para realizar o comparativo, emprega-

se os conceitos de NPSH da seguinte maneira:

𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 > 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 + 𝑓𝑜𝑙𝑔𝑎 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 (3.23)

O NPSH disponível é uma característica do sistema enquanto o NPSH requerido

é uma característica da bomba, informada pelo fabricante, usualmente através de curva

NPSHR x Q. A folga de segurança adotada pode ser de 25% do NPSH requerido ou

informada pelo fabricante para cada modelo produzido.

3.3. Tubulações

Os principais conceitos de tubulação serão apresentados com foco no sistema

encontrada neste estudo. Por “tubulação” entende-se o conjunto de tubos e acessórios

presentes em um sistema, onde cada elemento pode apresentar particularidades. Por

isso, o entendimento da função básica de cada componente contribui para a análise do

sistema.

3.3.1. Tubos

Tubos são elementos fechados de seção circular, com geometria de cilindros

ocos, dedicados essencialmente ao transporte de fluidos em seu interior. Na maioria

das aplicações, o fluido transportado ocupa toda a área interna do tubo, com exceções

a exemplo do trabalho com parte da superfície livre no deslocamento de esgoto.

Dependendo do arranjo e do fluido, os tubos podem ser rígidos ou flexíveis – também

denominados mangotes – e usualmente estão submetidos a variações de pressão e

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33

temperatura. Na indústria, tais variações de pressão podem ser desde o vácuo absoluto

até 1.000 Mpa e variações de temperaturas desde próximas ao zero absoluto até a fusão

de metais. Para tal, diferentes materiais e tratamentos são aplicados de forma específica

para cada sistema.

Entre os materiais de tubos, o aço-carbono possui destaque por ser facilmente

encontrado no comércio e possuir boa relação entre custo e resistência mecânica. Além

disso, é simples de ser conformado ou soldado, contribuindo para uma aplicação ampla

e em sistemas com geometria complexa. Em relação à temperatura, a faixa considerada

para uso de aço-carbono em tubos compreende temperatura negativas,

preferencialmente superiores a 45°C negativos, até 450°C em tubulações primárias de

uso contínuo.

Os tubos considerados neste estudo são de aço-carbono e serão detalhados no

estudo de caso. A escolha do material respeitou as condições de operação e critérios

de segurança da instalação, reforçando a ampla aplicação do material no transporte de

fluidos pressurizados.

3.3.2. Conexões

As conexões de uma tubulação podem ser de diferentes tipos e possuem

funções diversas em um sistema. As principais classificações de conexão referem-se à

finalidade dos acessórios ou ao sistema de ligação empregado.

Em relação ao sistema de ligação, os principais tipos são conexões de: solda de

topo; solda de encaixe; rosqueadas; flangeadas; de ponta e bolsa; e para ligação por

compressão. Em todos os casos, a geometria das peças é projetada especificamente

para o sistema de ligação desejado, cabendo selecionar o elemento com esse critério.

As principais classificações por finalidade são: mudança de direção; derivações;

mudança de diâmetro; ligação entre tubos; e fechamento da extremidade de um tubo.

Para mudança de direção destacam-se curvas e joelhos, enquanto em derivações

destacam-se tês, peças “Y” e cruzetas. Mudanças de diâmetro são representadas por

reduções, ligações usualmente representam luvas, uniões e flanges, e fechamentos de

extremidade trazem tampões e flanges cegos.

Na tubulação analisada no presente estudo, as principais conexões são de

mudança de direção e mudanças de diâmetro, a exemplo de curvas e tês. A presença

desses acessórios tem como principal objetivo adequar a tubulação às condições

espaciais encontradas no local e permitir a conexão entre os reservatórios de produto,

tanto origem quanto destino, e as bombas hidráulicas da instalação.

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34

Figura 3.6: Exemplos de conexões em tubulações [7]

3.3.3. Válvulas

Válvulas são acessórios com função de controlar, permitir ou interromper o fluxo

de um fluido em uma tubulação. Por exercerem uma atividade fundamental ao sistema,

a seleção, especificação e posição das válvulas devem ser cuidadosamente analisadas.

São equipamentos caros e com risco de vazamento, além de representarem grande

perda de carga na tubulação. Normalmente, sistemas são projetados com o menor

número de válvulas possível, porém mesmo assim há grande presença desses

acessórios nas instalações.

Os principais tipos de válvula são: válvulas de bloqueio, válvulas de regulagem;

válvulas que permitem o fluxo em um só sentido, válvulas que controlam a pressão de

montante, e válvulas que controlam a pressão a jusante. A operação desses acessórios

pode ser basicamente manual, motorizada ou automática, sendo a operação manual a

mais barata e mais usada. Casos especiais, no entanto, requerem um controle

automatizado por razão de segurança e representam investimentos mais altos em

válvulas.

As válvulas encontradas na tubulação de uma base de distribuição de

combustíveis serão apresentadas a seguir, com o objetivo de evidenciar os acessórios

considerados neste estudo de caso.

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35

3.3.3.1. Válvulas gaveta

As válvulas gaveta são válvulas de bloqueio que podem ser usadas em

quaisquer pressões e temperaturas e tem como função impedir ou permitir o

escoamento livre de fluidos. São acessórios de uso mais generalizado e de grande

importância em tubulações, reconhecidas como acessórios de bloqueio de líquidos

aplicáveis em diversos diâmetros de tubo.

Válvulas gaveta devem ser operadas totalmente abertas ou totalmente fechadas,

sendo o fechamento lento e proporcional ao tamanho do acessório. Quando totalmente

aberta, o fluxo ocorre desimpedido e com uma perda de carga pequena. Quando

fechada, dificilmente alcança uma vedação absoluta, mas essa pequena passagem de

fluido é considerada aceitável para o acessório. Destaca-se, portanto, para aplicação

em casos onde uma vedação absoluta não é necessária.

A Figura 3.7 apresenta um exemplo de válvula de gaveta. O fechamento desse

tipo de válvula é feito através da movimentação da gaveta, ou cunha, consequência da

rotação da haste. O deslocamento se dá em paralelo ao orifício da válvula e

perpendicular ao sentido do escoamento. Enquanto parcialmente abertas, implicam em

grande perda de carga e risco de cavitação, devendo ser operadas até que a gaveta

impeça totalmente o fluxo. Devido à característica do deslocamento, o fechamento é

sempre lento e não permite uma ação instantânea do acessório. Por outro lado, o

fechamento lento evita efeitos de paralisação repentina do escoamento a exemplo de

golpes de aríete e como se dá de metal contra metal, são acessórios de segurança em

caso de incêndio.

Figura 3.7: Válvula gaveta [8]

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3.3.3.2. Válvulas de esfera

As válvulas esfera, assim como as válvulas gaveta, são acessórios de bloqueio

de fluxo em tubulações. Sua operação, diferente das válvulas gaveta, possui maior

agilidade e ótima estanqueidade, mesmo operando sob altas pressões. A perda de

carga em válvulas esfera é pequena quando totalmente aberta e o acessório deve ser

operado totalmente aberto ou totalmente fechado.

A Figura 3.8 apresenta um exemplo de válvula esfera. Seu acionamento se dá

pela rotação da haste e o consequente fechamento da tubulação pelo obturador.

Diferente da gaveta, o obturador possui forma esférica vazia e, quando perpendicular

ao escoamento, impede a passagem de líquido.

Figura 3.8: Válvula esfera [9]

3.3.3.3. Válvulas de retenção

As válvulas de retenção integram o grupo de válvulas que permitem o fluxo em

somente um sentido de escoamento, fechando-se automaticamente por diferença de

pressão em caso de inversão do sentido de escoamento. Por isso, são válvulas

automáticas e com aplicação voltada à segurança da tubulação.

Uma aplicação comum são linhas de recalque de bombas quando há mais de

um equipamento em paralelo. Posicionadas após a bomba, impedem a ação de um

equipamento sobre o outro quando um não estiver operando. Além disso, também são

aplicadas na linha de recalque quando o reservatório possui grande elevação para evitar

o retorno de fluido em caso de paralisação súbita de equipamentos.

A Figura 3.9 apresenta um tipo de válvula de retenção. Para válvulas de retenção

do tipo pistão o fechamento é realizado por um obturador, onde a haste se desloca em

uma guia interna. Em válvulas de retenção do tipo portinhola o fechamento ocorre por

meio de uma portinhola articulada, sendo o tipo mais usual de válvulas de retenção.

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Figura 3.9: Válvula retenção [10]

3.3.3.4. Válvulas de controle

As válvulas de controle representam válvulas de diferentes tipos usadas em

combinação com instrumentos automáticos de controle, comandadas de forma remota

ou automatizada para controlar um escoamento. Para isso, atuadores são adicionados

aos acessórios e comandam o elemento de fechamento das válvulas, recebendo sinais

à distância e de aparelhos de medição instalados na tubulação.

Usualmente, válvulas de controle possuem corpo similar a válvulas de globo.

Essa configuração diminui o esforço necessário ao atuador e facilita o controle,

contribuindo para uma regulagem de precisão. Outras geometrias, no entanto, também

podem ser usadas para válvulas de controle, a exemplo de válvulas de esfera, válvulas

de borboleta ou de diafragma.

Figura 3.10: Válvula de controle [11]

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3.3.4. Filtros

Os filtros são equipamentos separadores com função de reter corpos estranhos

em correntes de fluidos ou gases. De uso comum em tubulações, localizam-se próximos

ao bocal de entrada de equipamentos como bombas, compressores e turbinas para

evitar que sujeira e partículas indesejadas penetrem nos equipamentos durante a

operação. Em alguns casos, podem ser removidos após certo tempo de operação para

evitar a perda de carga do acessório, porém em muitas situações são alocados de forma

permanente para reter os corpos estranhos que podem danificar o sistema.

A perda de carga em filtros é relativamente elevada e tende a aumentar com a

retenção de sujeira, reforçando a importância de uma limpeza frequente. Para isso,

são projetados de forma a possibilitar o acesso para troca do elemento filtrante sem a

necessidade de remover o filtro da tubulação. No mesmo contexto, filtros muitos

grandes ou muito complexos passam a representar uma função essencial no processo

e são considerados equipamentos próprios e não acessórios da tubulação.

Figura 3.11: Filtro [12]

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4. Operação do terminal

O terminal de distribuição tratado neste trabalho fica localizado na região

metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Ele é operado por uma grande companhia

atuante no setor não só de combustíveis, mas também na produção de etanol por meio

de usinas.

A operação do terminal se resume basicamente a duas frentes: recebimento de

produto e fornecimento de produto. O recebimento pode ser feito via oleoduto, quando

o produto vem bombeado diretamente da refinaria para os tanques de armazenamento,

ou via descarga de auto-tanques, quando o produto chega por meio de caminhões.

4.1. Carregamento de auto-tanques

Muitos dos combustíveis que são utilizados para abastecimento de veículos não

estão na sua forma pura. Devido a legislações presentes no Brasil, o óleo diesel por

exemplo, deve receber uma determinada quantidade de biodiesel de modo que a

proporção seja de 92% diesel e 8% biodiesel, pela lei vigente. É o chamado Diesel B.

Da mesma maneira, a gasolina que colocamos em nossos automóveis é a

chamada Gasolina C, que é formada pela adição de etanol anidro combustível na sua

composição, de acordo com a proporção abaixo:

Tabela 4.1: Composição da Gasolina C

Gasolina A 73%

Etanol anidro 27%

A mistura desses produtos na proporção correta é fundamental para que o

combustível chegue ao consumidor com todos os parâmetros e características

adequados, e é um dos pontos cruciais para que a operação da base seja realizada de

maneira segura. Assim, para facilitar o controle de qualidade, todos os tanques do

terminal armazenam produtos em estado puro, e a mistura é realizada por comandos

da automação e equipamentos próprios para esse tipo de atividade, como injetores

automáticos, válvulas elétricas e um robusto sistema de comunicação via rede.

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Além disso, é importante ressaltar que, com o objetivo de diminuir a perda de

carga provocada pelo turbilhonamento do produto ao entrar no compartimento, todos os

carregamentos realizados no terminal são configurados para que os primeiros e os

últimos 300 litros sejam realizados à vazão baixa, e o volume intermediário seja na

vazão alta.

Exemplo: para um compartimento de 5.000 litros, o carregamento teria 300 litros em

vazão baixa, 4.400 litros em vazão alta e os 300 litros novamente caindo para vazão

baixa.

O fluxo completo do procedimento de carregamento no terminal se dá da

seguinte maneira: o motorista chega ao terminal e faz o cadastro dos lacres e envelopes

necessários para amostras exigidas pela resolução ANP 44. Então, dá entrada no

sistema de auto-atendimento para verificar se existe alguma viagem programada para

sua placa. Após confirmação do destino, volume e produtos que serão carregados, o

motorista recebe a ordem de carregamento e se dirige à fila interna da base antes de

se posicionar na plataforma. Então, digita seus dados no presset eletrônico que está

conectado à automação e dá o comando para acionamento das bombas dos produtos

que foram selecionados. Ao final do procedimento, imprime notas fiscais e tem sua saída

liberada após confirmação de que nenhum produto foi carregado a mais ou a menos.

4.1.1. Destinos do carregamento

A operação de carregamento de auto-tanques pode ter basicamente dois

destinos diferentes: postos de abastecimento (clientes, de forma direta), ou outros

terminais de distribuição (transferência de produto).

4.1.1.1. Carregamento para clientes

Nessa modalidade, o produto que será carregado no caminhão é o produto que

será de fato consumido pelos clientes em postos de abastecimento, ou seja, é o

combustível já contendo todas as misturas e todos os aditivos necessários para o uso

em veículos comerciais. Esse tipo de carregamento representa a maioria do volume

entregue diariamente e utiliza uma grande quantidade de caminhões com os mais

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variados volumes e compartimentações. O presente trabalho irá considerar nessa

modalidade caminhões com volume total de 35.000 litros divididos em 7 compartimentos

de 5.000 litros cada.

No carregamento para clientes, o etanol anidro entra apenas como parte

integrante da mistura, à taxa de 27%, e não é carregado em vazão alta. Ele entra

misturado com a gasolina ao longo do processo.

4.1.1.2. Transferência de produto

A transferência de produto ocorre quando o produto não tem como destino final

um cliente diretamente, mas sim outros terminais. Dessa maneira, para esses casos, o

produto carregado é o combustível em estado puro, sem qualquer adição de aditivos.

Apesar dessa modalidade ser menos frequente no dia a dia da base, o presente

trabalho vai considerar exclusivamente esse tipo de carregamento, a fim de dimensionar

o pior caso possível para o etanol anidro, uma vez que no carregamento para clientes,

esse produto entra apenas em proporção reduzida e somente em vazão baixa.

Nesse caso, iremos considerar caminhões com volume total de 62.000 litros,

divididos em dois compartimentos: um de 26.000 litros e outro de 36.000 litros, levando

em conta que na transferência de etanol anidro, o produto entra puro e sobe para vazão

alta durante o processo.

4.1.2. Tipos de carregamento

Dependendo do modo como o produto é introduzido no compartimento do

caminhão, o carregamento pode ser classificado como Top Loading ou Bottom Loading.

O terminal utilizado como base de estudo possui 5 plataformas, das quais 2 possuem

braços centrais, ou seja, atendem duas baias de carregamento, configurando um total

possível de 7 ATs realizando operação de carregamento simultaneamente. Esse foi o

dado utilizado para o dimensionamento do sistema de bombeamento.

Porém, como o estudo só irá considerar transferência entre bases, que é uma

operação cuja demanda é menor, será selecionada uma efetividade de 70%, o que

representa 5 caminhões carregando ao mesmo tempo. Essa consideração torna o

dimensionamento mais próximo da realidade do terminal.

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4.1.2.1. Bottom Loading

Nesse sistema, o responsável pelo acoplamento do braço de carregamento ao

caminhão permanece no nível do solo, o que dispensa a necessidade do trabalho em

altura. Além disso, o caminhão possui boquilhas de acesso em ambos os lados do

veículo e um sistema de anti-transbordamento instalado que permite o carregamento de

diversos compartimentos simultaneamente. No que diz respeito à exposição a gases, é

menos agressivo uma vez que a escotilha do veículo permanece fechada durante o

procedimento e pode ser acoplado um mangote que direciona os vapores provenientes

do produto.

4.1.2.2. Top Loading

No carregamento do tipo Top Loading, o responsável pela operação deve

acessar a plataforma e subir em cima do compartimento, o que demanda trabalho em

altura de acordo com a norma regulamentadora. Além disso, há maior exposição aos

vapores de produto devido à necessidade de que a tampa da escotilha seja mantida

aberta para que o braço de carregamento possa ser mergulhado no interior do

compartimento. Além disso, nesse sistema só é permitido o carregamento de um

compartimento de cada vez para evitar riscos de derrame.

Apesar de se tratar de uma modalidade que vem perdendo espaço, o presente

trabalho irá considerar somente o carregamento Top Loading, visto que só trataremos

de transferência de etanol anidro e no terminal em questão, todas as transferências de

produto são realizadas obrigatoriamente dessa maneira.

Figura 4.1: Representação dos tipos de carregamento de auto-tanques [13]

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4.2. Custo de parada da operação

O terminal de distribuição utilizado como base de estudo para esse trabalho

opera sem interrupções e movimenta elevados volumes de combustível todos os dias.

O funcionamento ocorre em 3 turnos divididos da seguinte maneira:

Turno A: de 23h até 07h

Turno B: de 07h até 15h

Turno C: de 15h até 23h

A base pode ser comparada a uma loja como qualquer outra, porém nesse caso,

o produto comercializado é o combustível. Por isso, deve ser feito diariamente um

fechamento para avaliação do estoque disponível e apuração de volumes que saíram e

entraram em comparativo com notas fiscais de clientes. Esse período de fechamento

dura por volta de 2 horas e é o único período em que o terminal deixa de operar. Assim,

em um mês de 30 dias, é razoável considerar que a base só não está carregando os

caminhões durante 2 dias e meio.

Diante desse cenário, como foi citado no início do trabalho, seria extremamente

importante que todas as adaptações e mudanças necessárias ocorressem de maneira

que não demandasse a interrupção das atividades do terminal.

Apenas para fins informativos, vamos verificar quanto custaria para a companhia

que faz a gestão da instalação, se um produto parasse de ser vendido devido à paradas

para manutenção. Para isso, vamos tomar como base a gasolina, por ser um produto

com maior volume de vendas e por ele ser comercializado misturado com o etanol

anidro, que é o produto foco do estudo.

Tabela 4.2: Preço médio da gasolina em R$/litro no Rio de Janeiro no período de 19 a 25 de

novembro de 2017 [14]

Preço ao consumidor Preço distribuidora

Município Número de postos

pesquisados Preço médio Preço médio

Rio de Janeiro 53 4,493 4,001

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Considerando a movimentação média diária de 40 caminhões carregando

15.000 litros de gasolina cada, o volume representa um total movimentado em dinheiro

de:

4,001 𝑅$

𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜 𝑥 600.000

𝑙𝑖𝑡𝑟𝑜

𝑑𝑖𝑎≈ 2.400.000

𝑅$

𝑑𝑖𝑎 (4.1)

Diante disso, é seguro dizer que qualquer tipo de intervenção que exige a

interrupção da operação traria não só impactos seríssimos no fornecimento de

combustível em toda a cidade do Rio de Janeiro, como também a perda de algo em

torno de R$ 2.400.000,00 por cada dia do terminal parado, e isso levando em conta

apenas uma estimativa para o carregamento de Gasolina C.

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5. Dimensionamento O presente capítulo irá apresentar as características do sistema e os cálculos

realizados para dimensionamento e seleção das novas bombas afim de atender a

proposta de aumentar a vazão de carregamento. Para isso, serão adotados fórmulas,

conceitos e dados fornecidos nos Capítulos 3 e 4 desse mesmo trabalho.

O estudo se baseia na otimização do processo de carregamento de caminhões-

tanque em um terminal de distribuição de combustíveis. Todo o dimensionamento será

feito a fim de diminuir o tempo necessário de operação sem interromper as atividades

da base e visando o menor número de intervenções possível na infraestrutura de modo

que os requisitos básicos de segurança sejam atendidos.

5.1. Sistema original

O sistema abordado neste trabalho consiste de uma linha de tubulação

localizada em um terminal de distribuição de combustíveis. A tubulação é utilizada

exclusivamente para movimentar etanol anidro desde o tanque de armazenagem,

passando pela praça e bombas até a plataforma de carregamento, que abriga os braços

de carregamento.

Figura 5.1: Arranjo do cenário atual

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O arranjo atual da base consiste em duas bombas centrífugas que foram

adquiridas por volta da década de 1970. Esses equipamentos passaram por diversas

manutenções ao longo dos anos, e não foi arquivado histórico preciso das intervenções

realizadas. Apesar de ambos funcionarem separadamente, quando associados em

paralelo para funcionamento simultâneo, ficam subdimensionados para a demanda do

terminal. A vazão das duas bombas está ilustrada na Tabela 5.1:

Tabela 5.1: Vazão medida das bombas no cenário atual

Identificação da bomba Vazão [m³/h]

Bomba A 273 Bomba B 273

Ambas as bombas estão associadas em paralelo e trabalham em linhas

segregadas dedicadas exclusivamente ao produto em questão. A praça de bombas é

do tipo “afogada”, ou seja, trabalha em nível abaixo da bacia de tanques. O tanque de

armazenamento utilizado foi certificado para abrigar o produto e possui um plano de

limpeza e readequação com periodicidade mínima de 10 anos. A Tabela 5.2 apresenta

suas principais características:

Tabela 5.2: Características do tanque de armazenagem

Na configuração atual, considerando as diversas reduções e ampliações de

diâmetro presentes ao longo de toda a tubulação, calculamos as velocidades de

escoamento a partir da equação (3.10) e das conversões de unidades abaixo:

4” ≈ 0,1016 m

6” ≈ 0,1524 m

Número do tanque Tanque 13

Produto Etanol Anidro

Diâmetro nominal 21,5 m

Altura nominal 13 m

Altura operacional máxima 11 m

Altura operacional mínima 1 m

Capacidade operacional máxima 4000 m³

Capacidade operacional mínima 360 m³

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8” ≈ 0,2032 m

10” ≈ 0,254 m

Os resultados estão apresentados na Tabela 5.3.

Tabela 5.3: Velocidades de escoamento no cenário atual

Nota-se que as velocidades de escoamento estão elevadas quando comparadas

ao limite de 7,00 m/s recomendados pela norma API 2003 RP para controle de geração

de estática em tubulações. O valor da norma representa uma referência para a

velocidade onde a incidência de estática é reduzida de forma significativa, reduzindo o

risco de ignição.

A plataforma de carregamento está localizada um nível acima da bacia de

tanques. Para o presente trabalho, vamos considerar as cinco plataformas como sendo

do tipo Top Loading, o que representa um total de 7 braços de carregamento dedicados

ao Etanol Anidro, organizados de acordo com a Tabela 5.4.

Tabela 5.4: Número de braços de carregamento dedicados ao etanol anidro

Diâmetro [pol] Vazão [m³/h] Velocidade [m/s]

10 546 2,99

6 546 8,32

Derivações de bomba 6 273 4,16

Diâmetro [pol] Vazão [m³/h] Velocidade [m/s]

Derivações de bomba 6 273 4,16

6 546 8,32

8 546 4,68

6 78 1,19

4 78 2,67

Header

Braço

Header

Sucção

Recalque

P1 1

P2 1

P3 1

P4 2

P5 2

Número da plataformaNúmero de braços de

etanol anidro

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5.2. Sistema proposto

O estudo irá considerar somente carregamentos do tipo “transferência entre

bases” como foi explicado no Capítulo 4 e por isso, todos os braços de carregamento

em questão são do tipo Top Loading.

Com o objetivo de melhorar o desempenho da operação de carregamento, e

também de ajustar os valores das velocidades de escoamento ao longo dos diferentes

trechos da tubulação, será proposta uma configuração para o sistema ilustrada na

Figura 5.2, onde serão utilizadas 3 bombas associadas em paralelo ao invés de 2, e

também serão feitas algumas mudanças nos diâmetros das tubulações na tentativa de

adequar as velocidades de escoamento.

Figura 5.2: Arranjo proposto para o sistema

Tabela 5.5: Vazões das bombas no cenário proposto

Identificação da bomba Vazão [m³/h] Bomba A 280 Bomba B 280 Bomba C 280

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A dinâmica de carregamento dos caminhões se dá de modo que dependendo do

número de braços sendo acionados na plataforma, as bombas entram de maneira

automática para suprir a demanda, controladas pelo sistema da companhia responsável

por gerir a base.

As propriedades do etanol anidro se encontram na Tabela 5.6. Para o

dimensionamento deste trabalho, vamos considerar os dados constantes ao longo de

todo o sistema e as tubulações em plenas condições, sem apresentar qualquer tipo de

vazamento.

Tabela 5.6: Características do fluido

Fluido Etanol anidro

Temperatura 25ºC

Viscosidade absoluta 0,0012 kg/m.s

Massa específica 790 kg/m³

Peso específico 7749,9 N/m³

Pressão de vapor 5800 N/m²

Pressão atmosférica 1,01 . 105 N/m²

Vazão de cada bomba 280 m³/h

Número de bombas em paralelo 3

Material da tubulação Aço carbono

Aceleração da gravidade 9,81 m/s²

Pela nova configuração proposta, cada bomba atuando sozinha consegue

alimentar 2 braços de carregamento operando simultaneamente. Para que os 7 braços

consigam carregar ao mesmo tempo, é obrigatório o acionamento das 3 bombas

dedicadas ao produto.

5.2. Representação simplificada do sistema proposto

O sistema em questão se origina no tanque de armazenagem número 13,

localizado em uma bacia de tanques cujo nível está acima da praça de bombas, e abaixo

do nível da plataforma de carregamento. Uma representação simplificada do sistema

pode ser vista na Figura 5.3 abaixo:

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Figura 5.3: Esquema simplificado de um sistema de bombeamento [6]

a: altura do produto no tanque até o nível da bacia de tanques [m]

b: entrada da bomba

c: saída da bomba

d: altura do produto no caminhão até o nível da plataforma [m]

zs: altura do produto no tanque em relação ao olho da bomba [m]

zr: altura do produto no caminhão em relação ao olho da bomba [m]

O trecho da tubulação que sai do tanque até a praça de bombas é denominado

header de sucção, enquanto o trecho que sai da praça de bombas até a plataforma de

carregamento é denominado header de recalque (ou descarga). As vazões desses

trechos equivalem ao somatório das vazões das bombas existentes na linha,

considerando o cenário mais crítico de operação. Para o estudo apresentado neste

trabalho, esse cenário corresponde aos 7 braços de etanol anidro carregando

simultaneamente, já que assim o sistema tem sua perda de carga mais elevada.

Na praça de bombas, as tubulações de header se dividem na entrada e na saída

das 3 bombas associadas em paralelo. Esses trechos são denominados derivações de

bomba e a vazão correspondente é a mesma vazão das bombas individualmente.

Ao chegar na plataforma, o header de recalque se divide no número de braços

que fornecem o produto bombeado, e a vazão do trecho corresponde à vazão proposta

para o carregamento dos caminhões. Todas essas vazões estão ilustradas na Tabela

5.7:

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Tabela 5.7: Vazões nos diferentes trechos da linha de tubulação

5.4. Verificação das velocidades de escoamento

Para obtenção das velocidades de escoamento de produto considerando a nova

configuração proposta, será novamente utilizada a equação (3.10) e as conversões de

unidade abaixo foram necessárias.

12” ≈ 0,3048 m

16” ≈ 0,4064 m

A Tabela 5.8 mostra que as alterações propostas em alguns trechos de

tubulação trouxeram melhora considerável nos valores encontrados para velocidades

de escoamento, de modo que todos eles se encontram abaixo dos 7 m/s citados

anteriormente. Assim, pode-se considerar que as mudanças estão adequadas para

implementar o aumento da vazão de carregamento.

Tabela 5.8: Velocidades de escoamento nos trechos da configuração proposta

Trecho Diâmetro [pol] Vazão [m³/h]

Header de sucção 16 840

Derivações de bomba na sucção 8 280

Derivações de bomba no recalque 8 280

Header de recalque 12 840

Derivações dos braços de carregamento 4 120

D [pol] Vazão [m³/h] Velocidade [m/s]

Header 16 840 1,80

Derivações de bomba 8 280 2,40

D[pol] Vazão [m³/h] Velocidade [m/s]

Derivações de bomba 8 280 2,40

Header 12 840 3,20

Braços 4 120 4,11

Recalque

Sucção

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5.5. Número de Reynolds e fator de atrito

Um parâmetro essencial para determinar aspectos relevantes do

dimensionamento de bombas hidráulicas é o número de Reynolds. Essa grandeza

adimensional permite que seja verificado o tipo de escoamento para cada trecho da

tubulação do sistema.

Para chegar ao valor de Re, foi utilizada relação matemática (3.6), e

posteriormente feita uma comparação com a Tabela 3.1 para apontar se estamos

tratando de um escoamento laminar ou turbulento.

Além disso, foram utilizados os valores de massa específica e viscosidade

cinemática do etanol anidro contidos na Tabela 5.6 do presente Capítulo. Os resultados

encontrados estão ilustrados na Tabela 5.9 abaixo:

Tabela 5.9: Verificação do número de Reynolds nos trechos da tubulação

Analisando os resultados pode-se notar que o escoamento é em regime

turbulento para todos os trechos da tubulação no sistema em questão.

Para a verificação do fator de atrito, vamos utilizar o Anexo A com o objetivo de

verificar valores de rugosidade relativa para cada trecho da tubulação. De posse desses

valores e dos números de Reynolds calculados acima, foi consultada figura A.2 contida

no Anexo A para determinar os fatores de atrito. Segue Tabela 5.10 com os dados

obtidos:

Tabela 5.10: Fator de atrito dos trechos da linha

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5.6. Cálculo da perda de carga

O sistema de bombeamento é responsável por fornecer energia ao fluido a fim

de possibilitar que ele atinja o ponto de descarga desejado. No entanto, ao longo do

percurso, o fluido perde energia devido a acessórios e acidentes posicionados. Dessa

maneira, é de extrema importância verificar quanto de energia é perdida para que as

bombas selecionadas tenham potência suficiente. Essa energia perdida é a perda de

carga, e o método utilizado no presente trabalho para calculá-la é o Método dos

Comprimentos Equivalentes.

A primeira etapa desse método consiste em verificar as dimensões dos trechos

retos de tubulação para cada diâmetro. Esses valores foram retirados de documentos

contendo isométricos das linhas contidas na base estudada. Segue Tabela 5.11 com os

valores:

Tabela 5.11: Comprimento dos trechos retos de tubulação

Posteriormente, foram mapeados todos os acessórios e acidentes contidos nos

trechos de sucção e recalque:

Tabela 5.12: Quantidade de acessórios/acidentes da linha de sucção

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Tabela 5.13: Quantidade de acessórios/acidentes da linha de recalque

Considerando os dados das Tabelas 5.12 e 5.13 foi feita consulta ao Anexo B,

retirado de [6], para verificar os comprimentos retos equivalentes.

Tabela 5.14: Comprimentos equivalentes dos acessórios/acidentes da linha de sucção

Tabela 5.15: Comprimentos equivalentes dos acessórios/acidentes da linha de recalque

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Os valores atribuídos para o filtro e para o medidor não estavam listados e foram

estimados considerando um cenário conservador. Além disso, foi utilizada a válvula

globo para verificar o comprimento equivalente aproximado da válvula elétrica do tipo

OCV presente da linha devido à construção e estrutura similar de ambas.

Somando os valores obtidos em cada trecho, foi verificado o comprimento

equivalente total de cada trecho:

Tabela 5.16: Comprimentos equivalentes totais dos trechos

Para determinar o valor do comprimento reto total de cada trecho, somam-se os

valores dados na Tabela 5.11 para os trechos retos com os valores dados na Tabela

5.16 para os comprimentos equivalentes:

Tabela 5.17: Comprimento reto total

Assim, pode-se verificar a perda de carga da tubulação a partir da equação de

Darcy-Weisbach identificada no Capítulo 3 como (3.21). A Tabela 5.18 aponta de

maneira simplificada todos os valores relevantes para o cálculo e as perdas de carga

divididas por trecho da linha.

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Tabela 5.18: Perda de carga por trecho da tubulação

Somando os trechos da sucção, que correspondem à saída do tanque até a

entrada das bombas, e os trechos de recalque, que correspondem à saída das bombas

até a plataforma de carregamento, temos as perdas de carga totais a seguir:

Tabela 5.19: Perdas de carga totais na sucção e recalque

5.7. Altura manométrica total

A altura manométrica total corresponde à demanda de energia que será

solicitada à bomba para que a movimentação do fluido até a posição final desejada seja

possível. Para determinar essa grandeza, basta diminuir a altura manométrica da

sucção da altura manométrica do recalque, conforme ilustrado na equação (3.11).

As alturas manométricas de sucção e recalque foram calculadas considerando

o pior cenário possível, que corresponde ao tanque de armazenagem operando com

sua altura mínima e o caminhão-tanque com seu compartimento praticamente cheio.

Assim, tomando a Figura 5.3 como base, temos os seguintes parâmetros:

a: altura do produto no tanque até o nível da bacia de tanques [m] = 1

d: altura do produto no caminhão até o nível da plataforma [m] = 2,5

zs: altura do produto no tanque em relação ao olho da bomba [m] = 2,5

zr: altura do produto no caminhão em relação ao olho da bomba [m] = 5

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Também foi considerado o peso específico do produto, dado na Tabela 5.6, e as

pressões nos reservatórios de sucção e recalque como nulas. Além disso, devido à

disposição do braço de carregamento durante o procedimento de operação, foi adotado

o modelo de cálculo do efeito sifão. Os resultados estão ilustrados na Tabela 5.20:

Tabela 5.20: Alturas manométricas

5.8. Cálculo do NPSH disponível

O NPSH disponível é calculado para posterior comparação com o NPSH

requerido, que é um dado fornecido pelo fabricante da bomba que está sendo

selecionada. Esses parâmetros são utilizados para avaliar a possibilidade de cavitação,

que é um fenômeno prejudicial para o equipamento e deve ser evitado no ato do

dimensionamento.

A relação matemática utilizada foi a (3.22) e os dados adicionais acerca de

pressão atmosférica, pressão de vapor e peso específico do etanol anidro combustível

estão explicitados na Tabela 5.6 do presente capítulo.

O diâmetro de tubulação para o header de sucção considerado em todos os

cálculos até o presente momento foi de 16”. No entanto, inicialmente cogitou-se utilizar

o trecho inicial de saída do tanque, que é de 10”, e prolongá-lo até a praça de bombas.

O valor de NPSH disponível encontrado não foi satisfatório, o que levou a algumas

tentativas nesse trecho de forma a encontrar números mais adequados. Foram

realizados todos os cálculos com header de sucção nos diâmetros 10”, 12”, 16” e 18”

até que foi selecionado de fato o tamanho 16”.

A Tabela 5.21 apresenta os valores de NPSH disponível calculados para todos

esses valores, levando em conta que todos os parâmetros citados (vazões, velocidades

de escoamento, rugosidades relativas, fatores de atrito, comprimentos equivalentes,

perdas de carga e alturas manométricas) foram calculados levando em conta essas

dimensões. O diâmetro 16”, que foi o selecionado de fato, está apontado por contorno

vermelho a fim de dar destaque.

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Tabela 5.21: Comparação entre os NPSH disponíveis encontrados para diferentes diâmetros

na tubulação do header de sucção. O valor selecionado para o presente trabalho está

destacado.

5.9. Cálculo da potência consumida

A potência consumida corresponde à potência que o motor elétrico exige para

operar de maneira adequada. Nesse parâmetro, a massa específica influencia

diretamente, o que significa que para diferentes produtos, pode ser necessária a

correção das curvas fornecidas pelo fabricante.

Para um valor inicial de base da potência consumida, utilizamos a fórmula (3.23)

e a eficiência foi estimada em 80%, que para bombas novas não é um valor difícil de

ser alcançado.

O valor encontrado após o cálculo foi de 19,5 kW, que convertendo unidade

corresponde a 26,5 cv. Esse valor será aproximado para 25 cv devido à proximidade do

mesmo, e levando em conta que será feita comparação com as curvas do fabricante

para validação da estimativa inicial.

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6. Seleção da bomba

Os equipamentos utilizados para promover a movimentação de fluidos na base

de distribuição em questão são as bombas centrífugas. Os motores de combustão

interna são proibidos dentro da instalação devido a normas de segurança, logo são

utilizados motores elétricos.

As bombas apresentam características que são fornecidas pelos fabricantes

através de manuais de funcionamento e catálogos de curvas. Para o presente trabalho,

a marca escolhida para seleção foi a KSB, seguindo a mesma linha de projetos recentes

desenvolvidos no terminal, em que esse fabricante tem tido considerável preferência.

Analisando o catálogo de produtos fornecidos pela KSB, foi escolhido modelo

Megachem, da série Mega, uma vez que essa linha de bombas é projetada

especificamente para o setor de óleo e gás e apresenta especificações que atendem às

necessidades explicitadas. O modelo está representado pela Figura 6.1.

Figura 6.1: Bomba KSB modelo Megachem, série Mega [15]

A partir das curvas características fornecidas pelo fabricante temos informações

sobre diversos tamanhos disponíveis para o modelo selecionado. São dados valores

para diâmetro do impelidor a partir da altura manométrica total e vazão, além de NPSH

requerido e valores de potência e eficiência da bomba.

Para a seleção apresentada neste capítulo, foi utilizado o cenário menos

favorável, que é representado pelo tanque operando com sua altura mínima operacional.

Essa determinação influencia diretamente na altura manométrica do sistema.

A seleção do equipamento foi feita considerando o cenário mais desfavorável para o

carregamento, ou seja, o tanque de produto trabalhando com o volume considerado

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mínimo para que a operação ocorra de maneira segura. Esse volume ocorre quando o

tanque está com 360 m³ de volume em seu interior.

Como foi explicitado no Capítulo 4, o presente trabalho considerou somente

carregamentos do tipo transferência, e uma efetividade de 70% da operação ocorrendo

de forma simultaneamente.

Diante desses aspectos, temos os diferentes tamanhos de bombas oferecidos

pela KSB ilustrados na Figura 6.2.

Figura 6.2: Modelos disponíveis para bombas KSB [15]

A altura manométrica total calculada foi de 25,85 metros e a vazão estipulada

que cada bomba deve ter é de 280 m³/h. Assim, analisando as curvas do fabricante foi

selecionado o modelo 125-250, cujas curvas específicas estão apresentadas abaixo:

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Figura 6.3: Rendimento e diâmetro do impelidor [15]

Pelo gráfico, verifica-se que o diâmetro do impelidor é de aproximadamente 255

milímetros, e a eficiência da bomba é estimada em 84%.

Além disso, o fabricante também disponibiliza curvas de NPSH requerido e

potência consumida. Ambas estão ilustradas na Figura 6.4.

Figura 6.4: NPSH requerido e potência consumida [15]

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O NPSH requerido é de aproximadamente 2,5 metros. Considerando a

recomendação do fabricante de adicionar 0,5 metros a esse valor por questões de

segurança, temos um NPSH requerido corrigido de 3 metros.

A análise de risco da cavitação pode ser resumida pela relação abaixo:

𝑁𝑃𝑆𝐻𝐷 > 𝑁𝑃𝑆𝐻𝑅 + 0,5 (6.1)

Logo, temos:

𝟏𝟑, 𝟏𝟐 𝒎 > 𝟑 𝒎

Tabela 6.1: Risco de cavitação

NPSH disponível 13,12 metros

NPSH requerido 3 metros

Risco de cavitação Não

A potência encontrada pela análise do gráfico para altura manométrica de 25,85

metros e vazão de 280 m³/h é de aproximadamente 32 cv. Como o líquido bombeado é

menos denso do que a água, o fabricante recomenda o ajuste desse valor multiplicando

a potência encontrada pela densidade relativa do fluido que está sendo movimentado.

Para o etanol anidro, esse parâmetro é igual a 0,79. Logo, temos:

32 . 0,79 = 25,3 ≈ 25

Temos uma potência ajustada de 25 cv, que está totalmente condizente com o

valor encontrado na estimativa feita no Capítulo 5.

Assim, para a seleção da bomba considerando todos os condicionantes

adotados, temos as seguintes informações:

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Tabela 6.2: Dados de seleção da bomba KSB

Marca (Fabricante) KSB

Série Mega

Modelo Megachem

Tamanho 125-250

Vazão 280 m³/h

Ø Impelidor 255 mm

Eficiência 84%

Potência 25 cv (ajustada)

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7. Conclusão

Tomando como base as análises realizadas acerca da instalação em questão,

foi selecionado um novo modelo de bomba hidráulica. Essas análises foram

fundamentais para um melhor entendimento não só da operação recorrente em uma

base de distribuição como também na área de bombas hidráulicas de forma geral, que

está diretamente ligada à conteúdos oferecidos no curso de Engenharia Mecânica.

7.1. Conclusão sobre a seleção da bomba

A seleção da bomba hidráulica para movimentação de etanol anidro foi realizada

com o intuito de otimizar a operação de carregamento de auto-tanques por meio do

aumento de vazão em aproximadamente 50%, mesmo em cenários em que mais de um

braço de carregamento esteja sendo acionado simultaneamente. Para isso, foi utilizada

a hipótese inicial de preservar as características básicas da tubulação já presente na

base afim de diminuir o número de intervenções necessárias. No entanto, ao realizar a

análise do cenário atual, foram identificadas velocidades de escoamento acima das

recomendadas, fazendo com que o cenário proposto tivesse não só bombas novas, mas

também tubulações com diâmetros que melhor adequassem esse parâmetro.

Foi considerado um tanque de armazenagem operando com sua capacidade

mínima operacional de acordo com determinação da própria empresa para cenário

menos favorável ao trabalho da bomba e adotado o método dos comprimentos

equivalentes, em que todos os acidentes e acessórios presentes ao longo da linha

recebem um valor correspondente caso todo trecho fosse considerado reto.

Levando em conta o histórico recente de aquisição de bombas hidráulicas no

terminal em questão, foi selecionado equipamento cujas especificações estão

apresentadas na Tabela 7.1 abaixo, da fabricante KSB, que vem sendo utilizada

prioritariamente nas últimas aquisições e projetos realizados. Trata-se de um

equipamento voltado especificamente para o setor de óleo e gás que atende plenamente

as recomendações e normas de segurança relativas à movimentação de combustíveis.

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Tabela 7.1: Especificações da bomba selecionada

Marca (Fabricante) KSB

Série Mega

Modelo Megachem

Tamanho 125-250

Vazão 280 m³/h

Ø Impelidor 255 mm

Eficiência 84%

Potência 25 cv (ajustada)

Não foi realizado estudo financeiro específico a respeito do custo de substituição

das bombas em operação hoje pelo novo modelo selecionado, porém sabe-se que

esses custos são consideravelmente inferiores à receita diária da base, como foi

ilustrado de maneira resumida no Capítulo 4.

7.2. Adaptações necessárias para a instalação das novas bombas e propostas para trabalhos futuros

Como foi indicado pelos cálculos realizados no Capítulo 5 a partir do

mapeamento geral da linha existente no terminal, foram encontradas velocidades de

escoamento acima do ideal, conforme especificado na Tabela 5.3.

Para adequação dessas velocidades, foram feitos cálculos alterando o diâmetro

do header de sucção. Ficou determinado que o tamanho atual, dividido em trechos de

10” e 6” deveria ser substituído por um trecho cujo diâmetro é 16”. O trecho de

derivações de bomba, tanto na sucção quanto no recalque devem ser aumentados de

6” para 8” e o header de recalque deve ser alterado para 12” até reduzir para o diâmetro

dos braços na plataforma, que é de 4”. Essas mudanças estão resumidas na Tabela 7.2

abaixo:

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Tabela 7.2: Alterações propostas nos diâmetros da tubulação

Header de sucção 10” e 6” → 16”

Derivação de bomba na sucção 6” → 8”

Derivação de bomba no recalque 6” → 8”

Header de recalque 6” e 8” → 12”

Braços de carregamento 6” e 4” → 4”

Outra alteração é a quantidade de bombas utilizada. O cenário atual possui duas

bombas alinhadas em paralelo que entram comandadas pelo sistema de automação

dependendo de quantos braços do produto em questão são acionados na plataforma.

No cenário proposto, o processo ocorreria da mesma forma, porém com três bombas

associadas em paralelo. Se fez necessário uma terceira bomba uma vez que o

dimensionamento foi feito para o caso de carregamentos do tipo Transferência entre

bases com aumento de vazão alta para 120 m³/h, que usualmente ocorrem com volumes

maiores, conforme explicado no Capítulo 4.

Com intuito de manter a integridade da tubulação e obedecer aos requisitos

mínimos de segurança dos operadores, deve-se avaliar a instalação de inversores de

frequência para que o acionamento das bombas não ocorra de maneira desnecessária,

com cada equipamento entrando apenas em função do aumento no número de braços

de carregamento operando na plataforma.

No intuito de solidificar toda a argumentação apresentada e dar continuidade ao

estudo em questão, uma análise de tensões das tubulações propostas poderia ser

realizada, bem como uma análise de confiabilidade do sistema, levando em

consideração aspectos de redundância e diversidade de fabricantes dos equipamentos

propostos.

É importante ressaltar que para uma tomada de decisão quanto à implantação

ou não do sistema de bombeamento proposto, faz-se necessária uma avaliação de

custo, levando-se em conta inclusive, uma análise de particionamento da obra a ser

realizada, de forma que as operações do terminal de distribuição não tenham que ser

paralisadas por completo para evitar as perdas financeiras explicitadas de forma

estimada no Capítulo 4.

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8. Bibliografia

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combustiveis-no-brasil,10000077249> Acessado em 15 de setembro de 2017

[2] Disponível em <https://somosplural.com.br/wp-

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de 2017

[3] Disponível em <www.sindipolis.com.br/wp-

content/uploads/2016/07/ANUARIO_2016_TOTAL_FINAL2_WEB-1.pdf> Acessado em

15 de setembro de 2017

[4] Disponível em <https://www.novacana.com/etanol/tipos-combustível/#anidro>

Acessado em 28 de agosto de 2017

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renovavel.htm> Acessado em 15 de setembro de 2017

[6] Mattos, Edson Ezequiel de; Falco, Reinaldo de. Bombas industriais. 2 ed. Rio de

Janeiro: Interciência, 1998.

[7] Disponível em <http://www.acepil.com.br/artigos/imagens/artigos/conexoes-aco-

carbono-01.jpg> Acessado em 29 de novembro de 2017

[8] Disponível em

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[9] Disponível em <http://www.valmicro.com.br/storage/images/linha-

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[10] Disponível em <http://www.mipel.com.br/es/images/aco/9515_g.jpg> Acessado

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[11] Disponível em <http://www.controlvalves.com/product/series-115-solenoid-

control/> Acessado em 29 de novembro de 2017

[12] Disponível em <http://www.apexfil.com.br/wp-content/uploads/2014/07/Filtro-

Y.jpg> Acessado em 29 de novembro de 2017

[13] Disponível em <http://intratool.com/en/construction/obekty-proizvodstvennoy-

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2017

[14] Disponível em

<http://www.anp.gov.br/preco/prc/Resumo_Por_Estado_Municipio.asp> Acessado em

29 de novembro de 2017

[15] Disponível em <http://www.ksb.com.br/ksb-br-

pt/tipos.php?codtipo=1&codgrupo=13&codaplicacao=42&_pag=3> Acessado em 30 de

novembro de 2017

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Anexo A - Gráficos

Figura A.1: Ábaco de Moody [6]

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Figura A.2: Rugosidade relativa e coeficiente de atrito para escoamento completamente

turbulento [6]

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Anexo B - Tabelas de comprimentos equivalentes

Figura B.1: Comprimentos equivalentes para entrada e saída [6]

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Figura B.2: Comprimentos equivalentes para reduções e ampliações de diâmetro [6]

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Figura B.3: Comprimentos equivalentes para válvulas [6]

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Figura B.4: Comprimentos equivalentes para joelhos, curvas e tês [6]

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Anexo C - Dados da bomba selecionada

Figura C.1: Informações da série Mega [15]

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Figura C.2: Recomendações do fabricante [15]

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Figura C.3: Curvas características da série Mega [15]

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Figura C.4: Curvas características do modelo Megachem 125-250 [15]

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Figura C.5: Informações gerais do modelo Megachem [15]

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Figura C.6: Vista em corte [15]

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Figura C.7: Lista de peças [15]

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Figura C.8: Vista explodida [15]

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