Seminario de Cancer

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1. INTRODUÇÃO Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar- se para outras regiões do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores (acúmulo de células cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de células que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Se o câncer tem início em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele é denominado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos como osso, músculo ou cartilagem é chamado de sarcoma. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes.As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo. As causas externas estão relacionadas ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas. De todos os casos, 80% a 90% dos cânceres estão associados a fatores 4

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1. INTRODUO

Cncer o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenas que tm em comum o crescimento desordenado de clulas que invadem os tecidos e rgos, podendo espalhar-se para outras regies do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas clulas tendem a ser muito agressivas e incontrolveis, determinando a formao de tumores (acmulo de clulas cancerosas) ou neoplasias malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de clulas que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. Os diferentes tipos de cncer correspondem aos vrios tipos de clulas do corpo. Se o cncer tem incio em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele denominado carcinoma. Se comea em tecidos conjuntivos como osso, msculo ou cartilagem chamado de sarcoma. Outras caractersticas que diferenciam os diversos tipos de cncer entre si so a velocidade de multiplicao das clulas e a capacidade de invadir tecidos e rgos vizinhos ou distantes.As causas de cncer so variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo. As causas externas esto relacionadas ao meio ambiente e aos hbitos ou costumes prprios de um ambiente social e cultural. As causas internas so, na maioria das vezes, geneticamente pr-determinadas, esto ligadas capacidade do organismo de se defender das agresses externas. De todos os casos, 80% a 90% dos cnceres esto associados a fatores ambientais. Alguns deles so bem conhecidos: O cigarro pode causar cncer de pulmo, a exposio excessiva ao sol pode causar cncer de pele, e alguns vrus podem causar leucemia. O surgimento do cncer depende da intensidade e durao da exposio das clulas aos agentes causadores de cncer. Por exemplo, o risco de uma pessoa desenvolver cncer de pulmo diretamente proporcional ao nmero de cigarros fumados por dia e ao nmero de anos que ela vem fumando.O cncer de pulmo (portugus brasileiro) ou cancro do pulmo (portugus europeu) uma doena caracterizada pelo crescimento celular descontrolado em tecidos do pulmo.Se no for tratado, esse tumor pode se espalhar para fora do pulmo por um processo chamado de metstase, comprometendo rgos adjacentes e, eventualmente, se espalhando para outras partes do corpo. A maioria dos tumores que comeam no pulmo, conhecidos como tumores primrios de pulmo, so carcinomas derivados de clulas epiteliais. Os principais tipos de cncer de pulmo so o carcinoma de pulmo no pequenas clulas e o carcinoma de pulmo pequenas clulas, tambm chamado de tumor "oat cell".A causa mais comum do cncer de pulmo a exposio a longo prazo fumaa do tabaco. No fumantes compreendem cerca de 15% dos casos de cncer de pulmo, e esses casos so, freqentemente, atribudos a fatores genticos, gs radnio, ou poluio do ar,incluindo o tabagismo passivo.O cncer de pulmo uma doena insidiosa no apresentando sintomas em suas fases iniciais, conseqentemente o diagnstico na maior parte das vezes feito nos casos de doena avanada.Os sintomas mais comuns so tosse (tambm a hemoptise), perda de peso e dificuldades na respirao. O cncer de pulmo pode ser visto na radiografia do trax e na tomografia computadorizada. O diagnstico confirmado por uma bipsia, que geralmente realizada atravs de uma broncoscopia ou de uma bipsia guiada por tomografia computadorizada. O tratamento e o prognstico dependem do tipo histolgico do tumor, do estgio (grau de extenso da doena) e do bem-estar geral do paciente, medido pelo estado funcional. Os tratamentos mais comuns so a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. O CNPC pode ser tratado com cirurgia, ao passo que o CPC, normalmente, responde melhor quimioterapia e radioterapia. Isso se d, parcialmente, porque o CPC frequentemente se espalha muito cedo e esses tratamentos so melhores em atingir as clulas que j se deslocaram para outras partes do corpo. A sobrevida depende do estgio, da sade geral e de outros fatores, mas, em geral, 15% das pessoas diagnosticadas com cncer de pulmo nos Estados Unidos sobrevivem por, pelo menos, cinco anos aps o diagnstico. Em todo o mundo, o cncer de pulmo a causa de morte provocada por algum tipo de cncer mais comum, em homens e em mulheres, e, em 2008, foi responsvel por 1,37 milho de mortes.

2. FUNDAMENTAO TERORICA

a. Epidemiologia:Em todo o mundo, o cncer de pulmo o cncer mais comum em termos de incidncia e mortalidade. Em 2008, houve 1,61 miho de novos casos e 1,38 milho de mortes por cncer de pulmo. As maiores taxas esto na Europa e na Amrica do Norte. O segmento populacional mais propenso a desenvolver cncer de pulmo est acima dos 50 anos de idade e apresenta histrico de tabagismo. Em contraste com a taxa de mortalidade nos homens, que comeou a declinar h 20 anos, a mortalidade do cncer de pulmo nas mulheres tem sido ascendente ao longo das ltimas dcadas e, apenas recentemente, tem comeado a se estabilizar. Nos EUA, o risco de desenvolver cncer de pulmo ao longo da vida de 8% em homens e de 6% em mulheres. Para cada 3 a 4 milhes de cigarros fumados, uma morte por cncer de pulmo ocorre. A influncia da indstria do tabaco desempenha um papel significativo na cultura do tabagismo. Jovens no fumantes que vem propagandas do tabaco so mais propensos a comear a fumar.O papel do tabagismo passivo est sendo cada vez mais reconhecido como um fator de risco para o cncer de pulmo, levando a polticas de interveno para diminuir a exposio indesejada de no fumantes fumaa produzida pelo tabaco. A emisso de automveis, das fbricas e na produo de energia tambm apresenta potenciais riscos. O Leste Europeu tem a maior mortalidade por cncer de pulmo entre homens, enquanto o Norte da Europa e os EUA apresentam a maior mortalidade entre as mulheres. Nos Estados Unidos, h uma maior incidncia em homens e mulheres negros. A incidncia de cncer de pulmo, atualmente, menos comum nos pases em desenvolvimento.Com o aumento do tabagismo em pases em desenvolvimento, espera-se que a incidncia cresa nos prximos anos, especialmente na China e na ndia. A partir da dcada de 1960, a incidncia de adenocarcinoma de pulmo comeou a crescer relativamente aos outros tipos de cncer de pulmo. Isso se d, parcialmente, pela introduo dos filtros de cigarro. O uso dos filtros remove as partculas maiores da fumaa do tabaco, reduzindo, portanto, a deposio nas grandes vias areas. Contudo, o fumante precisa inalar mais profundamente para receber a mesma quantidade de nicotina, aumentando a deposio de partculas nas vias areas menores, onde oadenocarcinoma tende a se desenvolver. A incidncia do adenocarcinoma de pulmo continua a aumentar.

b. Sinais e sintomasOs sintomas que podem sugerir a possibilidade de um cncer de pulmo incluem: Tosse: Geralmente seca, com persistncia por mais de trs semanas, ou nos fumantes com tosse crnica quando ocorre mudana da mesma, tornando-se mais intensa ou em horrios diferentes dos habituais. Dispnia : Podendo estar relacionada aos esforos ou mesmo as atividades habituais como tomar banho e em alguns casos at mesmo no repouso. Geralmente surge de forma leve ocorrendo piora com o passar do tempo. Dor torcica: Podendo estar relacionada com os movimentos respiratrios ou com a posio. Hemoptise : Ou seja, presena de sangue no escarro, juntamente com a tosse, sintoma tambm bastante associado a tuberculose. Sibilncia (chiado no peito) Dor abdominal Caquexia (perda de peso), fadiga e perda do apetite. Disfonia (rouquido) Baqueteamento digital Disfagia (dificuldade ao engolir).

Se o tumor cresce em direo s vias areas, ele pode obstruir o fluxo do ar, causando dificuldade para respirar. A obstruo pode levar ao acmulo de secrees na regio bloqueada e predispor ao desenvolvimento de uma pneumonia. Muitos tumores de pulmo recebem um rico suprimento sanguneo. A superfcie do cncer pode ser frgil, o que pode facilitar o sangramento do tumor para o interior das vias areas.Esse sangue pode, em seqncia, ser expectorado. Os tumores localizados no pice do pulmo, conhecidos como tumores de Pancoast, podem invadir a regio do sistema nervoso simptico, levando a mudanas nos padres de sudorese e a problemas nos msculos oculares (uma combinao conhecida como sndrome de Horner), assim como a fraqueza muscular nas mos, devido invaso do plexo braquial. Em alguns casos podem comprimir uma das principais veias que chega ao corao, causando a chamada sndrome da veia cava superior.Muitos dos sintomas do cncer de pulmo (dor ssea, febre e perda de peso) so inespecficos; nos idosos, eles podem ser atribudos a comorbidades. Em muitos pacientes, o cncer j se espalhou para alm do stio original no momento em que eles percebem os sintomas e procuram atendimento mdico.Os locais comuns de metstase incluem crebro, osso, glndula adrenal, pulmo contralateral (oposto), fgado, pericrdio e rim. Cerca de 10% das pessoas com cncer de pulmo no apresentam sintomas no momento do diagnstico; esses tumores so casualmente encontrados em radiografias de rotina do trax.

Sndrome paraneoplsicaEm alguns casos de cncer de pulmo h a ocorrncia de uma sndrome paraneoplsica, um conjunto de sinais e sintomas que pode ocorrer antes, durante ou aps as manifestaes locais do tumor. Dependendo do tipo de tumor, a sndrome paraneoplsica pode, inicialmente, ser a primeiramanifestao da doena. No cncer de pulmo, esses fenmenos podem incluir: Sndrome miastnica de Lambert-Eaton (fraqueza muscular devido aos anticorpos) Hipercalcmica Trombocitose Sndrome da secreo inapropriada de hormnio antidiurtico (SIADH) Osteoartropatia pulmonar hipertrfica Sndrome de Cushing

c. EtiologiaAs principais causas do cncer de pulmo incluem substncias carcinognicas (como as encontradas na fumaa do tabaco), radiao ionizante e infeco viral. A exposio causa danos cumulativos ao DNA do tecido de revestimento dos brnquios pulmonares (o epitlio bronquial). Conforme os tecidos so danificados, eventualmente, pode se desenvolver um tumor. TabagismoO hbito de fumar o fator de risco mais conhecido, sendo responsvel pelo aumento de 40 vezes a chance de desenvolver cncer de pulmo quando comparados aos no fumantes. Na fumaa do cigarro existem mais de 5 mil substncias qumicas das quais cerca de 50 so cancergenas. Somente 15 % dos fumantes tero cncer de pulmo, porm outras 57 doenas esto relacionadas com o hbito de fumar. Outros fatores ligados ao consumo de cigarro que podem, de forma combinada, colaborar para o aparecimento da doena. Entre esses fatores esto: Idade em que comeou a fumar Nmero de cigarros por dia Fora utilizada para inalar o cigarro Idade da pesso Tempo do hbitoO tempo que uma pessoa fuma (assim como aquantidade) aumenta as chances dela desenvolver um cncer de pulmo. Se um indivduo para de fumar, essa possibilidade diminui gradualmente conforme o dano aos pulmes reparado e as partculas contaminantes so removidas. Alm do mais, h evidncias de que o cncer de pulmo em pessoas que nunca fumaram tem um melhor prognstico do que em fumantes, e que pacientes que ainda fumam quando so diagnosticados apresentam um tempo de sobrevida menor do que aqueles que j pararam.Tabagismo Passivo: So considerados fumantes passivos, as pessoas que no tem o hbito de fumar, porm convivem com pessoas que fumam em ambiente fechado, seja em casa ou no trabalho. Essa exposio fumaa do cigarro tambm igualmente malfica.Fumantes que no inalam: Alguns fumantes dizem que no tragam a fumaa, ou seja: no aspiram a fumaa para os pulmes e apenas segurando a fumaa na boca. Estas pessoas alm de estarem expostas s mesmas substncias cancergenas, se no tero cncer de pulmo podero ter cncer da boca ou garganta.

Asbesto Corpos ferruginosos so os achados histopatolgicos associados asbestose.

O asbesto pode causar uma variedade de doenas pulmonares, incluindo o cncer de pulmo. Existe um efeito sinrgico entre o tabagismo e o asbesto na formao do cncer de pulmo.. O asbesto tambm pode causar o cncer da pleura, chamado mesotelioma, o qual diferente do cncer de pulmo.

d. FISIOPATOLOGIA

O cncer de pulmo classificado de acordo com o tipo histolgico. Essa classificao temimplicaes importantes no manejo clnico e no prognstico da doena. A vasta maioria dos tumores de pulmo do tipo carcinoma - doena maligna derivada de clulas epiteliais. Os carcinomas de pulmo so categorizados pelo tamanho e aparncia das clulas malignasobservadas no tecido de bipsia por um patologista em um microscpio. As duas classes gerais so carcinomas no pequenas clulas e pequenas clulas.

CARCINOMA NO PEQUENAS CELULAS:

Os carcinomas de pulmo no pequenas clulas (CNPC) so reunidos num nico grupo porque seus prognsticos e manejos so similares. Existem trs subtipos principais: adenocarcinoma, carcinoma de pulmo de clulas escamosas e de grandes clulas.- Adenocarcinoma: Aproximadamente 40% dos tumores de pulmo so adenocarcinomas. Esse tipo de cncer geralmente originado no tecido pulmonar perifrico. A maioria dos casos de adenocarcinoma est associada ao tabagismo; contudo, entre pessoas que fumaram menos de 100 cigarros em toda a vida (nunca fumaram), o adenocarcinoma a forma mais comum de cncer de pulmo. Um subtipo de adenocarcinoma, o carcinoma bronquolo-alveolar, mais comum em mulheres que nunca fumaram e pode apresentar respostas diferentes ao tratamento.-Carcinoma de pulmo de clulas escamosas: O carcinoma de clulas escamosas, tambmconhecido como epidermoide ou espinocelular, corresponde a cerca de 30% dos tumores de pulmo. Ele, tipicamente, ocorre na poro mais central do rgo, nas proximidades das vias areas. Uma cavidade oca e necrose associada so frequentemente encontradas no centro do tumor.- Carcinoma de pulmo de grandes clulas: Aproximadamente 9% dos tumores de pulmo so carcinomas de grandes clulas. Eles recebem esse nome porque as clulas cancerosas so grandes, com ncleo e citoplasma vastos e notveis nuclolos. A cirurgia, quando possvel, o tratamento de escolha por permitir melhores resultados, porm em cerca de 90 % dos casos no possvel cirurgia na ocasio do diagnstico ou pela grande extenso da doena. H tambm a possibilidade que o tumor esteja prximo a estrutura nobres (como o corao) ou porque o paciente no suportaria uma perda de parte do pulmo.

CARCINOMA PEQUENAS CELULAS:

No carcinoma de pulmo pequenas clulas (CPC), as clulas contm densos grnulos neurossecretores (vesculas contendo hormnios neuroendcrinos), que conferem a esse tumor uma associao com a sndrome endcrina/paraneoplsica. A maior parte dos casos surge nas grandes vias areas (brnquios primrios e secundrios).Esses tumores crescem rapidamente e se espalham precocemente no curso da doena. 6070% dos pacientes j possuem doena metasttica apresentao. Esse tipo de cncer de pulmo est fortementeassociado ao tabagismo.O tratamento quimioterpico o tratamento de escolha para esse tipo de tumor podendo ser seguida da radioterapia ou no. Normalmente no se indica tratamento cirrgico para o carcinoma e pequenas clulas.

OUTROS:Quatro subtipos histolgicos principais so reconhecidos, embora alguns tumores possam conter uma combinao de diferentes subtipos. Subtipos raros incluem tumores glandulares, tumores carcinoides e carcinomas indiferenciados.

METSTASE:O pulmo um local comum de metstase de tumores originrios de outras partes do corpo. Tumores secundrios so classificados pelo seu stio de origem; por exemplo, o cncer de mama quando se espalha para o pulmo chamado de cncer de mama metasttico. Metstases frequentemente apresentam contornos caractersticos na radiografia de trax. Tumores de pulmo primrios geralmente enviam metstases para glndulas adrenais, fgado, crebro e osso. A imunocolorao de uma bipsia frequentemente til para determinar o local de origem.

e. DIAGNSTICO:O diagnstico definitivo de cncer somente pode ser feito atravs do exame anatomopatolgico, ou seja, necessrio obteno de uma amostra de tecido para que se possa fazer um exame da clula pelo mdico patologista e assim definir o tipo de tumor que a pessoa apresenta. Esta amostra de tecido obtida atravs da biopsia que consiste na retirada de um pequeno fragmentoda leso suspeita. A biopsia pode ser obtida atravs da:*Broncoscopia: Exame endoscpico que consiste na introduo de aparelho fino e flexvel atravs da via area, permitindo a visualizao do caminho que percorre o ar para os pulmes. A biopsia j automaticamente solicitada nos casos que indicam alguma alterao.*Biopsia por agulha: Feita com anestesia local e com auxilio da tomografia, o radiologista pode alcanar a leso com uma agulha e obter uma biopsia.*Toracoscopia (vdeo): Procedimento cirrgico atravs do qual um tubo introduzido dentro da cavidade torcica e com o auxlio do vdeo pode-se avaliar a cavidade torcica e, eventualmente, obter material para biopsia.*Mediastinoscopia: Procedimento cirrgico realizado atravs de um pequeno corte no pescoo, alcanando alguns locais dentro do trax para obteno de material para biopsia.*Toracocentese: Procedimento simples com o qual se retira um pouco de liquido nos casos de aparecimento do lquido no pulmo (tambm conhecido por derrame pleural).Tomografia computadorizada mostrando um tumor no pulmo esquerdo.Radiografia de trax mostrando um tumor no pulmo esquerdo.A radiografia de trax um dos primeiros mtodos investigativos quando um paciente relata sintomas que sugerem um cncer de pulmo. Ela pode revelar uma massa bvia, alargamento do mediastino (sugestivo de acometimento de linfonodos locais), atelectasia (colapso doalvolo), consolidao (pneumonia) e derrame pleural. A tomografia computadorizada (TC) tipicamente utilizada para fornecer mais informaes sobre o tipo e a extenso da doena. A broncoscopia ou a bipsia guiada por TC so frequentemente usadas para coletar amostras do tumor para anlise histopatolgica.

f. Estadiamento:O estadiamento do cncer de pulmo uma avaliao do quanto o cncer se espalhou em relao ao seu local de origem. Esta avaliao envolve a realizao de uma avaliao clnica,exames de imagem e procedimentos para coletar informaes sobre o estado atual da doena,a fim de definir seu prognstico e o tratamento a ser empregado.Uma das fases mais importantes aps a confirmao do diagnstico de cncer de pulmo avaliar o estdio ou estgio da doena atravs de exames. O cncer de pulmo dividido em 5 estgios: sendo o 1 o mais precoce e o 5 o mais avanado.*Os exames solicitados so:-Cintilografia ssea: Esse exame realizado atravs da injeo de um lquido (radiotraador sseo) na veia, possibilitando sua concentrao nos ossos e permitindo um rastreamento do esqueleto atravs de imagens.-Tomografia computadorizada: Exame radiolgico do trax e abdmen, podendo ser utilizado contraste para melhor definio das estruturas e que permitem informaes precisas quanto a localizao e extenso do tumor bem como dos rgos torcicos e abdominais.-Ressonncia magntica do encfalo:A ressonncia magntica utiliza-se do campo magntico para poder conseguir captar imagens sem utilizar a radiao. Neste caso para avaliao do sistema nervoso central.4.1-Estadiamento clnico: Avaliao prvia cirurgia definitiva e baseada, tipicamente, nos resultados do exame fsico, estudos de imagem e achados laboratoriais pertinentes. No envolve, necessariamente, um patologista.4.1Estadiamento patolgico: Geralmente, uma avaliao ou intra- ou ps-operatria e baseada nos resultados combinados dos achados cirrgicos e clnicos.

g. PREVENO:A preveno o recurso com maior custo-benefcio na luta contra o cncer de pulmo. Enquanto na maioria dos pases, os carcingenos industriais e domsticos tm sido identificados e proibidos, o tabagismo ainda largamente difundido. Eliminar o consumo do tabaco uma das metas primordiais para a preveno do cncer de pulmo e a interrupo do fumo uma importante ferramenta preventiva nesse processo.Intervenes polticas para diminuir o tabagismo passivo em reas pblicas, tais como restaurantes e locais de trabalho, tornaram-se mais comuns nos pases ocidentais.No Brasil, h uma lei que probe o fumo em recintos fechados de uso coletivo em todo o territrio nacional, assim como impede a propaganda comercial desses produtos. A organizao Mundial de Sade convocou os governantes a instituir proibio total publicidade do tabacopara prevenir que pessoas jovens comecem a fumar. Eles avaliam que tais proibies reduziram o consumo de tabaco em 16% onde j foram institudas.O uso a longo prazo de suplementos de vitamina A, vitamina C, vitamina Dou vitamina Eno reduz o risco de cncer de pulmo. Alguns estudos sugerem que pessoas cujas dietas contm uma maior proporo de vegetais e frutas tendem a apresentar um menor risco. Contudo, provvel que esse resultado esteja em funo de uma varivel confundidora. Estudos mais rigorosos no demonstraram associao clara.

h. TRATAMENTO:O tratamento para o cncer de pulmo depende do tipo celular especfico afetado, da extenso da doena e do estado funcional do paciente. Alguns tratamentos comuns incluem cuidados paliativos,70 cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Cirurgia:Se as investigaes confirmarem um cncer de pulmo no pequenas clulas, o estadiamento deve ser reavaliado para determinar se a doena localizada e sujeita a cirurgia ou se j se espalhou em relao ao ponto de origem, no podendo mais ser curada cirurgicamente. A tomografia computadorizada e a tomografia por emisso de psitrons (PET) podem ser utilizadas. Se h suspeita de envolvimento de linfonodos mediastinais, uma mediastinoscopia pode ser feita para colher um ndulo de amostra para ajudar no estadiamento. O hemograma e a avaliao da funo respiratria tambm so necessriospara confirmar se o paciente tem condies de ser operado. Se o teste da funo respiratria revelar um baixa reserva respiratria, a cirurgia pode ser contra-indicada.Na maior parte dos casos de deteco precoce do cncer de pulmo no pequenas clulas, a remoo de um lobo do pulmo (lobectomia) o tratamento cirrgico de escolha. Em pacientes em que uma lobectomia completa no adequada, uma exciso sublobar menor (resseco em cunha) pode ser realizada. Contudo, a resseco em cunha apresenta um maior risco de recorrncia do que a lobectomia.A braquiterapia com iodo radioativo nas margens da resseco em cunha pode reduzir o risco de recidiva. Raramente a remoo de um pulmo inteiro (pneumonectomia) realizada.A toracoscopia e a lobectomia videoassistidas utilizam tcnicas minimamente invasivas para a cirurgia do cncer de pulmo.A lobectomia videoassistida igualmente efetiva quando comparada com a lobectomia aberta convencional e apresenta menos complicaes ps-operatrias.No cncer de pulmo pequenas clulas (CPC), quimioterapia e/ou radioterapia so tipicamente utilizadas. Porm, o papel da cirurgia no CPC est sendo reconsiderado. A cirurgia pode melhorar os resultados quando somada quimoterapia ou radiao em estgios iniciais da doena.Espcime de uma pneumonectomia contendo um carcinoma de clulas escamosas, visto nas reas brancas prximas aos brnquios.

Radioterapia :A radioterapia geralmente realizada com a quimioterapia e pode ser utilizada com intenes curativas em pacientes com carcinoma de pulmo no pequenas clulas no elegveis para cirurgia. Essa forma de radioterapia de alta intensidade chamada radioterapia radical. Um aperfeioamento dessa tcnica a radioterapia acelerada hiperfracionada contnua (RAHC), na qual uma alta dose de radioterapia administrada em um curto perodo de tempo. Para os casos de carcinoma de pulmo pequenas clulas potencialmente curveis, a irradiao do trax frequentemente recomendada em adio quimioterapia.80 Radioterapia torcica ps-operativa geralmente no deve ser utilizada aps cirurgias de carcinoma no pequenas clulas com inteno de cura. Alguns pacientes com envolvimento de linfonodos mediastinais (N2) podem se beneficiar da radioterapia ps-operativa. Se o crescimento do tumor causar o bloqueio de uma pequena seco de um brnquio, a braquiterapia (radioterapia localizada) pode ser feita diretamente dentro da via area para abrir a passagem.Se comparada com a radioterapia com irradiao externa, a braquiterapia permite uma reduo no tempo de tratamento e uma menor exposio a radiao da equipe de assistncia mdica. A irradiao profiltica do crnio um tipo de radioterapia para o crebro, usada para reduzir os riscos de metstase. Essa irradiao mais til no carcinoma de pulmo pequenas clulas. Na doenade estgio limitado, a irradiao aumenta a sobrevida em trs anos de 15% para 20%; na doena extensa, a sobrevida em um ano aumenta de 13% para 27%. As melhoras recentes na preciso e na obteno de imagens levaram ao desenvolvimento da radioterapia estereotxica para o tratamento do cncer de pulmo em estgio inicial. Nessa forma de radioterapia, altas doses so fornecidas em um pequeno nmero de sesses utilizando tcnicas estereotxicas para alcanar o alvo com preciso. Seu uso se d, principalmente, em pacientes que no so candidatos cirurgia devido a comorbidades mdicas. Tanto para pacientes de carcinoma no pequenas clulas quanto para os de pequenas clulas, doses reduzidas de radiao no trax podem ser usadas para o controle de sintomas (radioterapia paliativa). Quimioterapia:O regime quimioterpico depende do tipo de tumor.- No Carcinoma de pulmo pequenas clulas: Mesmo que em um estgio relativamente inicial, o carcinoma de pulmo pequenas clulas tratado, principalmente, com quimioterapia e radioterapia. No carcinoma de pulmo pequenas clulas, cisplatina e etoposido so mais frequentemente utilizados. Combinaes com carboplatina, gemcitabina, paclitaxel, vinorelbina, topotecano e irinotecano so tambm administradas.- No Carcinoma de pulmo no pequenas clulas: No carcinoma de pulmo no pequenas clulas avanado, a quimioterapia aumenta a sobrevida e usada como tratamento deprimeira linha, desde que o paciente esteja bem o suficiente para receber esse tratamento. Tipicamente, duas drogas so utilizadas, das quais uma frequentemente uma platina (cisplatina ou carboplatina). Outras drogas geralmente administradas so gemcitabina, paclitaxel, docetaxel, etoposido ou vinorelbina. Recentemente, o pemetrexede se tornou disponvel para uso.

i. PROGNSTICO:Os fatores prognsticos no cncer de pulmo no pequenas clulas incluem a presena ou ausncia de sintomas pulmonares, o tamanho do tumor, o tipo celular (histolgico), o grau de extenso (estgio) e metstases para mltiplos linfonodos e a invaso vascular. Para pacientes com doena inopervel, o prognstico negativamente afetado pelo baixo estado funcional e pela perda de mais de 10% do seu peso.Os fatores prognsticos no cncer de pulmo pequenas clulas incluem o estado funcional, o gnero, o estgio da doena e o envolvimento do sistema nervoso central ou do fgado no momento do diagnstico. Para o carcinoma no pequenas clulas (CNPC), o prognstico geralmente ruim. Aps cirurgia de resseco completa de doenas no estgio IA, a sobrevida em cinco anos de 67%. Para as doenas no estgio IB, a taxa de sobrevida em cinco anos de 57%. A porcentagem de sobrevida em cinco anos de pacientes de CNPC no estgio IV de aproximadamente 1%.Para o carcinoma pequenas clulas, o prognstico costuma ser pior que o de no pequenas clulas.No geral, a taxa de sobrevida em cinco anos dos pacientes de CPC de aproximadamente 5%. Pacientes com CPC em estgio de doena avanada apresentam uma mdia de sobrevida em cinco anos menor do que 1%. A mediana do tempo de sobrevida dos pacientes com doena limitada de 20 meses, com uma taxa de sobrevida em cinco anos de 20%. De acordo com dados fornecidos pelo National Cancer Institute, a mediana da idade dos pacientes no momento do diagnstico do cncer de pulmo, nos Estados Unidos, de 70 anos, e a mediana da idade de falecimento de 72 anos.

j. COMPLICAES

Assim como em todos os outros cnceres, o maior risco que este se espalhe e se torne umcncer generalizado, o que geralmente o caso com o cncer de pulmo, pois os rgos vitais acabam sendo afetados devido proximidade destes rgos importantes.As complicaes que podem ocorrer quando h cncer de pulmo, so:- Aumento da suscetibilidade de doenas respiratrias, como pneumonia.- Dificuldades respiratrias, como respirao encurtada. Isso pode impedir que a pessoa realize atividades fsicas at mesmo as mais simples. - Distrbios do apetite.- Sndrome de Cushing.- Extravasamento de lquido, condio conhecida como gua no pulmo.- Dor. Por vezes a dor pode ser muito grande e impedir a realizao de atividades ou restringir os movimentos do paciente.- Morte. Definitivamente a pior consequncia do cncer a morte. A taxa de mortalidade do cncer de pulmo alta, sobretudo quando o tumor detectado tardiamente.

k. CUIDADOS DE ENFERMAGEM

DIAGNSTICO - Risco de infeco relacionado a procedimentos invasivos e a doenas crnicas

RESULTADO ESPERADO

Monitorar sinais vitais

Atentar para sinal de hipertermia

Lavagem das mos

Cuidados com dreno e curaivo

DIAGNSTICO - Padro de sono perturbado relacionado ao ambiente hospitalar

RESULTADO ESPERADO

1. Promover educao e sade para paciente/familiar

1. Elogiar o indivduo e/ou acompanhante sobre a evoluo do estado de sade;

1. Orientar o indivduo e/ou acompanhante para manter os cuidados de higiene.

1. Incentivar a presena dos familiares junto ao paciente;

1. Manter higiene ntima;

1. Investigar dficits sensoriais cognitivos;

1. Reduzir as barreiras ambientais.

1. Verificar o nvel de desconforto com o paciente, observar as mudanas no registro mdico, e informar outros profissionais da sade que trabalham com o paciente

DIAGNSTICO - Nutrio desequilibrada menor que as demandas corporais, relacionada com as nuseas e vmitos

RESULTADO ESPERADO: - Proporcionar uma melhora na aceitao da dieta

Fornecer dieta hipoproteica

Pedir suporte de apoio nutricional

Sondagem Nasogastrica/ Nasoenteral

Oferecer pequenas quantidades

Atentar a ofertar a preferncia do paciente quando possvel

DIAGNSTICO - Padro Respiratrio ineficaz caracterizado por dispnia relacionado a fraqueza e fadiga

RESULTADO ESPERADO - Promover conforto respiratrio,proporcionando uma melhor resposta ao processo respiratrio

Elevar cabeceira

Monitorar padres respiratrios

Administrar oxigenoterapia.

Monitorar sinais vitais

Identificar qualquer problema fisiolgico ou emocional subjacente, que esteja contribuindo para o distrbio do sono

Avaliar cuidadosamente o padro de sono do paciente

DIAGNSTICO - Constipao relacionado a hbitos de evacuao irregulares

RESULTADO ESPERADO- Relata menos dor e clicas abdominais

Oferecer conforto ao paciente.

Avaliar o balano hdrico.

Orientar ao acompanhante a realizar massagem no sentido horrio, no abdmen, mantendo cuidado com o dreno

Relata eliminao de fezes macias e moldadas sem dor

Ingere pelo menos 10 copos de lquidos por dia (quando a ingesto de liquido tolerada)

Faz exerccios dirios

Adicionar cereal no processado aos alimentos.

DIAGNSTICO - Mobilidade fsica prejudicada relacionado ao desconforto e dor

RESULTADO ESPERADO O paciente informara de forma verbal o relato de alivio de dor

Presena de sinais flogsticos em locais de punes, drenos e incises centrais e perifricas, utilizar normas da CCIH em todos os procedimentos.

Enriquecer a dieta com fibras.

Orientar ao acompanhante quanto a deambulao do paciente de 2 em 2 hrs,

Controlar a intensidade da dor.

Realizar um levantamento abrangente da dor de modo a incluir o local, as caractersticas, o incio/durao, a freqncia, a qualidade, a intensidade ou a gravidade da dor e os fatores precipitantes

Observar indicadores no-verbais de desconforto, especialmente em pacientes incapazes de se comunicarem com eficincia

Usar estratgias teraputicas de comunicao para reconhecer a experincia de dor e transmitir aceitao da resposta dor

1. Analisar as influncias culturais sobre a resposta dor

3. CONSIDERAES FINAIS

Assistir a pessoa com cncer de pulmo significa acreditar na importncia do cuidar, e no buscar, em primeira instncia, o curar. O cuidar volta-se para a melhoria ou elevao da qualidade de vida da pessoa que, por vezes, demonstra ou ocultas suas necessidades assistenciais prioritrias e especficas no seu acometimento pela enfermidade. O conhecimento da doena e o domnio das intervenes a serem utilizadas como cirurgias, radioterapias e quimioterapias so premissas fundamentais no manejo desta neoplasia de morbimortalidade ainda to elevada.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS1. BRUNNER, L.S.; SUDDARTH, D. S.Tratado de enfermagem mdico-cirrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 2. DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM DA NANDA: definies e classificao 2012 2014. Porto Alegre: ARTMED, 2006. North American Nursing Diagnosis Associacion. 3. DOCHTERMAN, Joanne M.; BULECHEK, Gloria M. Classificao das intervenes deenfermagem (NIC). 4 edio. Porto Alegre: ARTMED, 2008.4. SMELTZER, S.C.; BARE, B.G. Enfermagem mdico-cirrgica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.5. BARBOSA, Maria EmiliaMarcondes; SIQUEIRA, Denise Carvalho de. A educao e a atuao do enfermeiro no controle de infeco hospitalar no Estado do Paran. Revista Polidisciplinar Eletrnica da Faculdade de Guairac. 2009, Vol.01, p.0317.6. CIPE Verso 1: Classificao Internacional para a Prtica de Enfermagem/Comit Internacional de Enfermeiros; [traduo Heimar de Ftima Marin]. So Paulo: Algol Editora, 2007. 7. GORINI, Maria Isabel; BATISTA, Danusa Cassiana. Guia de Orientaes sobre quimioterapia para pacientes com cncer e seus familiares. Porto Alegre, RS: 2005. 8. INCA, Ministrio da sade. Aes de Enfermagem para o controle do cncer. www.inca.gov.br 9. LOPES, ADEMAR.Oncologia para a graduao. Ribeiro Preto, SP: Tecmedd, 2005. 10. MURTA, Genilda Ferreira. Saberes e Prticas: Guia para ensino e aprendizado de enfermagem. 3. ed. So Paulo: Difuso Editora, 2007.

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