Series Potências
-
Upload
christian-herrera -
Category
Documents
-
view
47 -
download
0
description
Transcript of Series Potências
-
Garciga Otero, R. 1
1 Series de Potencias.
Bibliografia basica: [1, 14.7-14.10].
A serie
n=0
cn(x a)n = c0 + c1(x a) + c2(x a)2 + + cn(x a)n +
cujo termo geral e an = cn(x a)n, onde {cn} e uma sequencia fixada de numeros e a e umnumero real e chamada serie de potencia em (x a) ou em torno de a.Observacao 1. Note que o termo geral da serie an varia com a escolha de x: an(x) =cn(x a)n.Observacao 2. Quando a = 0 a serie transforma-se numa serie de potencias em x (ou emtorno de zero):
n=0
cn(x)n = c0 + c1x+ c2x
2 + + cnxn +
Surge entao uma questao natural: quando a serie de potencias define uma funcao, ouqual o domnio de f(x) =
n=0 cn(x a)n? Ou seja, para quais valores de x R dita serie
soma finito (converge)? Obviamente, se x = a a serie converge e soma c0. Vejamos a seguiralguns exemplos.
Exerccio. Considere a serie de potencias
n=1
(1)n+12nxn
n3n
Fixado x podemos aplicar um teste de convergencia absoluta. No caso, o mais apropriadoseria o teste da raiz:
n|an| = n
(1)n+12nxnn3n = 23 |x| 1nn.
Logo,
limn
n|an| = 2
3|x| < 1 |x| < 3
2.
Assim, podemos concluir que a serie converge absolutamente para todo x (32, 32) e diverge
quando |x| > 32. Como o teste e inconclusivo quando |x| = 3
2, precisamos estudar os casos
x = 32separadamente:
-
IE-UFRJ/CATE 2
1. Caso x = 32
n=1
(1)n+12n(3
2
)nn3n
=n=1
(1)n+1 2n
n3n(1)n3
n
2n=
n=1
1
n,
que e divergente.
2. Caso x = 32
n=1
(1)n+12n(32
)nn3n
=n=1
(1)n+1 2n
n3n3n
2n=
n=1
(1)n+1n
,
que e convergente pelo Teste de Leibniz para series alternadas.
Exerccio. Dada a serie de potencias
n=1
n! xn
e fixado x, podemos aplicar o teste da razao:an+1an = (n+ 1)! xn+1n! xn
= (n+ 1)|x|.Logo,
limn
an+1an = limn(n+ 1)|x| =
{0, se x = 0
+, se x 6= 0 < 1 x = 0.
Concluindo que a serie converge apenas quando x = 0.
2 Raio e intervalo de convergencia
Proposicao 1. Sen=0
cnxn e convergente quando x = x1 entao e absolutamente convergente
para todo x tal que |x| < |x1|.
-
IE-UFRJ/CATE 3
Proof. Teste de comparacao:
|cnxn| = |cnxn1 ||x||x1| 1
|x||x1| , n > N.
Note que |cnxn1 | converge a zero. Observe agora que a progressao geometrica de razao q =|x||x1| < 1 e convergergente.
Proposicao 2. Sen=0
cnxn diverge quando x = x2 entao e divergente para todo x tal que
|x| > |x2|.Proof. Soponha, por reducao ao absurdo, que exista x1, |x1| > |x2|, em que a serie sejaconvergente e aplique a Proposicao 1 para concluir que a serie converge absolutamente quando|x| < |x1|, em particular quando x = x2: a contradicao.Proposicao 3. Dada a serie
n=1
n! xn
extamente uma das seguintes afirmacoes e verdadeira:
1. converge apenas quando x = 0;
2. converge absolutamente para todos os valores de x R;3. existe um numero R R+ tal que a serie converge absolutamente quando |x| < R e
diverge quando |x| < R.Proof. Caso nao se verifiquem nenhum dois dois primeiros itens temos que existem x1, x2 R, tais que 0 < |x1| < |x2| e a serie converge em x1 e diverge em x2. Applique entaoas Proposicoes 1 e 2 para conluir que R e o supremo dos |x1| com a tal propriedade deconvergencia e tambem o nfimo dos |x2| com a correspondente propriedade de divergencia.Observacao 3. O numero R definido na Proposicao 3 e chamado raio de convergencia daserie. Quando a serie de centro a = 0 converge absolutamente para todos os valores dex R, diz-se que R = +; e se converge apenas quando x = 0, diz-se que R = 0.Observacao 4. Valem o resultados analogos das proposicoes 1-3 quando o centro da serie eum numero a qualquer. Neste caso o intervalo de convergencia centra-se em a.
-
IE-UFRJ/CATE 4
Exerccio. Determine o raio e o intervalo de convergencia sa serien=1
n (x 2)n.
Solucao. Defina an = n(x 2)n e aplique o teste da raiz:n|an| = n
n|x 2| n |x 2| = L(x).
Assim, a serie converge absolutamente quando L(x) < 1, i.e., |x 2| < 1 e diverge quandoL(x) > 1; ou seja, diverge quando |x 2| > 1. Consequentemente, o raio de convergencia eR = 1. Denotando por I o intervalo de convergencia temos
(1, 3) = {x R; |x 2| < 1} I [1, 3] = {x R; |x 2| 1}.Basta entao checar os extremos x = 1 e x = 3, ou seja, os pontos em que |x 2| = 1
1. Caso x = 1 n=1
n (x 2)n =n=1
n (1 2)n =n=1
(1)nn.
Diverge pois (1)nn nao converge a zero..2. Caso x = 3
n=1
n (x 2)n =n=1
n (3 2)n =n=1
n.
Diverge.
Logo, I = (1, 3).
3 Derivacao e integracao de series de potencias
Teorema 1. As series
n=0 cn(x a)n e
n=1 n cn(x a)n1 tem os mesmo raio deconvergencia.
Teorema 2. Suponha que a serie
n=0 cn(x a)n possui raio de convergencia R > 0 e quef e a funcao definida pela soma da serie, i.e., para cada x no intervalo de convergencia,
f(x) =n=0
cn(x a)n.
Entao, f e derivavel em (aR, a+R) e para cada x (aR, a+R)
f (x) =n=1
n cn(x a)n1.
-
IE-UFRJ/CATE 5
Corolario 1. Suponha que a serie
n=0 cn(x a)n possui raio de convergencia R > 0 e quef e a funcao definida pela soma da serie, i.e., para cada x no intervalo de convergencia,
f(x) =n=0
cn(x a)n.
Entao
1. A serie
n=0 cn(xa)n+1
n+1possui o mesmo raio de convergencia R.
2. f e integravel em qualquer intervalo [, ] (aR, a+R).
3.
xa
f(t)dt =n=0
cn(x a)n+1n+ 1
.
4 Serie de Taylor
Seja f uma funcao definida pela serie de potencias f(x) =
n=0 cn(x a)n com raio deconvergencia R > 0. Aplicando sucessivamente o teorema de derivacao termo a termoobtemos que f e de classe C(a R, a + R) (i.e., infinitamente diferenciavel no interior dointervalo de convergencia) e
f(x) = c0 + c1(x a) + c2(x a)2 + c3(x a)3 + f (x) = c1 + 2c2(x a) + 3c3(x a)2 + 4c4(x a)3 + f (x) = 2c2 + 6c3(x a) + 12c4(x a)2 + f (x) = 6c3 + 24c4(x a) +
Em particular,
f(a) = c0, f(a) = c1, f (a) = 2c2, f (a) = 6c3, f iv(a) = 24c4, . . .
Ou seja,
f (n)(a) = n! cn cn = f(n)(a)
n!.
Logo,
f(x) =n=0
cn(x a)n =n=0
f (n)(a)
n!(x a)n
e a serie em questao e chamada Serie de Taylor de f em torno de a. Quando a = 0 a serie edita de Maclaurin.
-
IE-UFRJ/CATE 6
Exemplo 1. Serie de Maclaurin de ex:
1 + x+x2
2+x3
3+ + x
n
n!+
Exemplo 2. Serie de Taylor de sen(x) em torno de a:
sen(a) + cos(a)(x a) sen(a)2!
(x a)2 cos(a)3!
(x a)3 + sen(a)4!
(x a)4 +
Exemplo 3. A serie de Maclaurin de
f(x) =
{e1x2 , se x 6= 0
0, se x = 0.
Note, com o auxlio da regra de LHopital, que f (n)(0) = 0 para todo n. Entao
n=0
f (n)(0)
n!(x a)n = 0, x R.
Observe que a serie descrita no Exemplo 1 possui soma, para cada x R, igual a ex.Dizemos entao que a serie representa a funcao. Note ainda que isto nem sempre e verdade,basta considerar o Exemplo 3 em que a serie associada coincide com o valor da funcao apenasem x = 0.
Teorema 3. Seja f uma funcao C(a r, a + r), a R, r > 0. Entao, a funcao erepresentada por sua serie de Taylor em torno de a, i.e.,
f(x) =n=0
f (n)(a)
n!(x a)n, x (a r, a+ r),
se e somente se
limn
f (n+1)(y)
(n+ 1)!(x a)n+1 = 0
em que y pertence ao intervalo de extremos a e x.
Voltando ao Exemplo 2, note que se f(x) = sen(x) entao |f (n)(a)| 1, n N. Entao
0 limn
f (n+1)(y)(n+ 1)! (x a)n+1 limn |x a|n+1(n+ 1)! = 0.
Logo, a serie de Taylor de sen(x) representa a funcao.
-
IE-UFRJ/CATE 7
5 Exerccios
QUESTAO 1. ANPEC 1999-Q11.
QUESTAO 2. ANPEC 2000-Q8.
QUESTAO 3. ANPEC 2002-Q8.
QUESTAO 4. ANPEC 2003-Q6.
QUESTAO 5. ANPEC 2008-Q15.
QUESTAO 6. ANPEC 2009-Q8.
QUESTAO 7. ANPEC 2010-Q14-(4).
-
IE-UFRJ/CATE 8
Referencias
[1] Leithold, L. O Calculo com Geometria Analtica. V2, segunda ed. Harbra, 1982.