Sermão Pelo Bom Sucesso Das Armas de Portugal Contra as de Holanda

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Sermão pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda 02/07/14 Nós vimos que o sermão fala sobre a Holanda e Portugal, onde a Holanda queria invadir o território de Portugal. Esse território, referido acima, é a Bahia, estado de muita fé religiosa (católica). Por conta disso, o Padre Vieira faz uma petição a Deus de forma irônica, protestante, que “manda” Deus fazer o que ele quer. Vieira elabora assim um confronto entre o texto bíblico e os grandes feitos ou às proezas e conquistas dos portugueses, das quais o Brasil é uma conseqüência. Ele atribui a Deus todas as vitórias de Portugal. Pode-se dizer que, na visão de Vieira, foi Deus quem colaborou o tempo todo com os portugueses, ajudando-os em diversas conquistas. (Lembrando que, a cada mensagem que ele passa, faz uma comparação com trechos bíblicos). 03/07/14 É a idéia de que Deus ofereceu Portugal ao mundo, para que esse concedesse ao mundo o próprio Deus. Deste modo, a colonização é justificada como sendo a vontade de Deus, pois estariam assim levando ‘‘a verdadeira’’ religião “aos bárbaros e ingênuos indígenas, ao negro e ignorante etíope desprovido de conhecimento”. Ele praticamente obriga Deus a dar a vitória para os portugueses fazendo uma chantagem dizendo que era melhor atender agora por que depois iria ser pior. ( ‘‘...antes da execução da sentença repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso coração, enquanto é TEMPO; porque melhor será arrepender agora que quando o mal passado não tenha remédio’’). 05/07/14 Quando o sermão foi pregado? R:Foi pregado no ano de 1640, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda. 17/07/14

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Este documento é um sobre o sermão que o padre Antonio Vieira pregou. O sermão é bem complexo e difícil de entender, sem contar os trechos em Latim.

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Sermo pelo Bom Sucesso das Armas de Portugal contra as de Holanda02/07/14

Ns vimos que o sermo fala sobre a Holanda e Portugal, onde a Holanda queria invadir o territrio de Portugal. Esse territrio, referido acima, a Bahia, estado de muita f religiosa (catlica). Por conta disso, o Padre Vieira faz uma petio a Deus de forma irnica, protestante, que manda Deus fazer o que ele quer. Vieira elabora assim um confronto entre o texto bblico e os grandes feitos ou s proezas e conquistas dos portugueses, das quais o Brasil uma conseqncia. Ele atribui a Deus todas as vitrias de Portugal. Pode-se dizer que, na viso de Vieira, foi Deus quem colaborou o tempo todo com os portugueses, ajudando-os em diversas conquistas.(Lembrando que, a cada mensagem que ele passa, faz uma comparao com trechos bblicos).

03/07/14

a idia de que Deus ofereceu Portugal ao mundo, para que esse concedesse ao mundo o prprio Deus. Deste modo, a colonizao justificada como sendo a vontade de Deus, pois estariam assim levando a verdadeira religio aos brbaros e ingnuos indgenas, ao negro e ignorante etope desprovido de conhecimento.Ele praticamente obriga Deus a dar a vitria para os portugueses fazendo uma chantagem dizendo que era melhor atender agora por que depois iria ser pior. (...antes da execuo da sentena repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso corao, enquanto TEMPO; porque melhor ser arrepender agora que quando o mal passado no tenha remdio).

05/07/14

Quando o sermo foi pregado?R:Foi pregado no ano de 1640, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda.

17/07/14

O sermo do Padre Antnio Vieira, intitulado Pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, trata-se de um texto religioso redigido pelo sacerdote, com vistas pregao que realizou no Brasil, no ano de 1640, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, na Bahia.

Pela leitura do sermo, observa-se que seu tema se relaciona com a poca da turbulncia social vivida pelo pas. Era em 1640; a Baa estava a ponto de cair sob o jugo holands. Arrebatado por uma inspirao patritica, Vieira quis reanimar os brios dos Brasileiros e fazer ao Cu uma santa violncia. Num sublime transporte de gnio comps essa obra-prima, verdadeiramente nica no seu gnero, repleta das sublimes audcias de Moiss e dos Profetas. Seja qual for a ideia que faamos da pregao, impossvel no sentir a grandeza e a originalidade de tal eloquncia.

Motivado pelo firme propsito de tentar impedir o jugo holands, o Padre Antnio Vieira constri seu sermo e dirige-o ao povo que fomentou o projeto expansionista, povo catlico, impregnado de religiosidade, fiis dominados pelas virtudes da f, em nome da qual ampliavam suas conquistas e, consequentemente, suas riquezas.Convm observar que a pretenso de dominar o desconhecido vigorou em sua plenitude por ocasio das grandes navegaes. O temor de navegar por mares "virgens" foi superado pela audcia dos portugueses. Corajosos, ambiciosos, arrostaram perigos e no hesitaram em pr em risco suas vidas, conforme as prprias palavras de Vieira:

Se esta havia de ser a paga e o fruto de nossos trabalhos, para que foi o trabalhar, para que foi o servir, para que foi o derramar tanto e to ilustre sangue nestas conquistas? Para que abrimos os mares nunca dantes navegados? Para que descobrimos as regies e os climas no conhecidos? Para que contrastmos os ventos e as tempestades com tanto arrojo (...).

Mas a primazia ora alcanada pelos desbravadores estava sob ameaa. fartura suceder-se-ia, devido falta da infra-estrutura necessria para a manuteno do imprio conquistado, uma perda inominvel: o Brasil se v na iminncia de passar propriedade dos holandeses. Eis o motivo que propicia a alegao de Vieira de estar o Brasil passando para as mos dos "hereges", ao redigir seu sermo.

Assim posicionado, o sacerdote prega o sermo argumentando com Deus e repreendendo-O, a fim de que Ele conceda aos portugueses a vitria que engrandecer a glria divina:

(...) Pequei, que mais Vos posso fazer? E que fizestes vs, Job, a Deus em pecar? No Lhe fiz pouco; porque Lhe dei ocasio a me perdoar, e perdoandome, ganhar muita glria. Eu dever-Lhe-ei a Ele, como a causa, a graa que me fizer; e Ele dever-me- a mim, como a ocasio, a glria que alcanar. (...). Em castigar, vencei-nos a ns, que somos criaturas fracas; mas em perdoar, vencei-Vos a Vs mesmo, que sois todo-poderoso e infinito. S esta vitria digna de Vs, porque s vossa justia pode pelejar com armas iguais contra vossa misericrdia; e sendo infinito o vencido, infinita fica a glria do vencedor. (...). (VIEIRA, 1959, p. 322-323).

Entretanto, no se pode perder de vista que esse sermo se destinava a "reanimar os brios dos brasileiros", entendidos aqui como os brasileiros nascidos no Brasil, os colonos portugueses e o corpo de milcias que defendia a Bahia de todos os Santos.

Estes so, pois, o auditrio universal de Vieira. Contudo, havia um auditrio "intermedirio" composto por um nico ser e interlocutor virtual: Deus, pois Vieira no fala diretamente aos fiis; ao contrrio, dirige-se a Deus, que seu "interlocutor": No hei-de pregar hoje ao povo, no hei-de falar com os homens, mais alto ho-de sair as minhas palavras ou as minhas vozes: a vosso peito divino se h-de dirigir todo o sermo. (VIEIRA, 1959, p. 301).

SERMO PELO BOM SUCESSO DAS ARMAS DE PORTUGAL CONTRA AS DE HOLANDA PADRE ANTONIO VIEIRAO sermo do Padre Antnio Vieira, intitulado Pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, trata-se de um texto religioso redigido pelo sacerdote, com vistas pregao que realizou no Brasil, no ano de 1640, na Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, na Bahia. Pela leitura do sermo, observa-se que seu tema se relaciona com a poca da turbulncia social vivida pelo pas. Era em 1640; a Baa estava a ponto de cair sob o jugo holands. Arrebatado por uma inspirao patritica, Vieira quis reanimar os brios dos Brasileiros e fazer ao Cu uma santa violncia. Num sublime transporte de gnio comps essa obraprima, verdadeiramente nica no seu gnero, repleta das sublimes audcias de Moiss e dos Profetas. Seja qual for a idia que faamos da pregao, impossvel no sentir a grandeza e a originalidade de tal eloquncia.Motivado pelo firme propsito de tentar impedir o jugo holands, o Padre Antnio Vieira constri seu sermo e dirige-o ao povo que fomentou o projeto expansionista, povo catlico, impregnado de religiosidade, fiis dominados pelas virtudes da f, em nome da qual ampliavam suas conquistas e, conseqentemente, suas riquezas. Convm observar que a pretenso de dominar o desconhecido vigorou em sua plenitude por ocasio das grandes navegaes. O temor de navegar por mares \"virgens\" foi superado pela audcia dos portugueses. Corajosos, ambiciosos, arrostaram perigos e no hesitaram em pr em risco suas vidas.Mas a primazia ora alcanada pelos desbravadores estava sob ameaa. fartura suceder-se-ia, devido falta da infra-estrutura necessria para a manuteno do imprio conquistado, uma perda inominvel: o Brasil se v na iminncia de passar propriedade dos holandeses. Eis o motivo que propicia a alegao de Vieira de estar o Brasil passando para as mos dos \"hereges\", ao redigir seu sermo. Assim posicionado, o sacerdote prega o sermo argumentando com Deus e repreendendo-O, a fim de que Ele conceda aos portugueses a vitria que engrandecer a glria divina. Entretanto, no se pode perder de vista que esse sermo se destinava a \"reanimar os brios dos brasileiros\", entendidos aqui como os brasileiros nascidos no Brasil, os colonos portugueses e o corpo de milcias que defendia a Bahia de todos os Santos.Estes so, pois, o auditrio universal de Vieira. Contudo, havia um auditrio \"intermedirio\" composto por um nico ser e interlocutor virtual: Deus, pois Vieira no fala diretamente aos fiis; ao contrrio, dirige-se a Deus, que seu \"interlocutor. A cena se passa como se o pregador estivesse em um grande palco: ele dirige-se indiretamente platia os brasileiros e contracena com Deus o ator imaterial. Aps estruturar as bases da analogia entre o seu prprio discurso e o do Profeta Rei, o padre passa a apresentao dos argumentos propriamente ditos, construindo o sermo.No Sermo da Sexagsima, Vieira pretendia ensinar aos colegas sacerdotes um meio eficaz de seduzir os fiis e atra-los para a seara do Cristo e no sermo Pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, Vieira pretende seduzir Deus e atra-lo para a sua prpria seara, a dos portugueses. No sermo Pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda, as Sagradas Escrituras so o meio de prova dos argumentos arrolados por Vieira e tambm o veculo que aproxima o orador do seu auditrio real para assegurar a fidelidade deste, pois a Bblia, por representar a palavra de Deus, consubstancia os anseios do orador e do seu auditrio, naquele momento histrico. Como pode-se observar, a tese a ser defendida por Vieira est explcita no prprio ttulo do sermo; o sacerdote advoga que Deus retome a aliana com os portugueses para que estes possam derrotar os holandeses.