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SERRAMENTO O corte de metais e outros materiais é uma das operações mais largamente aplicadas, sendo na maioria das vezes a primeira operação do processo de fabricação, responsável por dividir a matéria prima, que é adquirida em chapas, barras ou tarugos. O corte pode ser efetuado com lâminas sem ou com dentes. No corte com lâminas sem dentes de chapas finas (até 1 mm) emprega-se a tesoura manual. Há tesouras específicas para efetuar cortes retos e outras para cortes curvos. Para chapas entre 1 e 1,5 mm utiliza-se a tesoura de bancada. Para chapas acima de 1,5 mm emprega-se as guilhotinas. As lâminas dentadas são utilizadas em ferramentas denominadas serras. No caso das serras manuais, elas são constituídas de um suporte denominado arco de serra, o qual possui um cabo ou punho para seu manejo. No arco de serra se insere a lâmina, fabricada de aço ou aço carbono, dentada e temperada, a qual pode ser trocada quando se desgastar. ARCOS DE SERRA Os arcos de serra são fabricados em aço carbono e estão disponíveis em dois tipos, ou seja, o padrão e de alta tensão. Os arcos de serra de alta tensão prendem a lâmina com tensão maior que as do tipo padrão. Isto mantêm a lâmina reta mesmo durante o corte pesado, ajudando a cortar com mais precisão. LÂMINAS DE SERRA As lâminas de serra são, na realidade, as ferramentas que efetua o corte de materiais e abertura de fendas e rasgos. Elas são fabricadas em aço rápido para corte de metais duros ou moles, ou, em aço carbono, mais apropriadas para metais de pouca dureza e para não ferrosos. Um dos lados é dentado e com trava. A trava pode ser ondulada ou alternada, de maneira que permite efetuar o corte um pouco mais largo do que a que está sendo cortada. Os tamanhos das lâminas disponíveis comercialmente são 200, 250 e 300 mm ou 8, 10 e 12”, sendo as duas últimas as mais empregadas. Para serviços leves e pequenos, entretanto, pode-se utilizar o mini arco com uma lâmina de 6”, mais fina e estreita do que as convencionais. O número de dentes de uma lâmina varia de 14 a 32 por polegada. As lâminas de 14 dentes são usadas no corte de metais não-ferrosos, como alumínio e o cobre, as de 18 dentes destinam-se ao uso geral. As de 24 e de 32 dentes prestam- se, sobretudo, ao corte de chapas e material de pequena espessura. a) a espessura do material a ser cortado, que não deve ser menor que dois passos de dentes; b) o tipo de material, recomendando-se maior número de dentes para materiais duros.

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SERRAMENTO

O corte de metais e outros materiais é uma das operações mais largamente aplicadas, sendo na maioria das vezes a primeira operação do processo de fabricação, responsável por dividir a matéria prima, que é adquirida em chapas, barras ou tarugos.O corte pode ser efetuado com lâminas sem ou com dentes.No corte com lâminas sem dentes de chapas finas (até 1 mm) emprega-se a tesoura manual. Há tesouras específicas para efetuar cortes retos e outras para cortes curvos. Para chapas entre 1 e 1,5 mm utiliza-se a tesoura de bancada. Para chapas acima de 1,5 mm emprega-se as guilhotinas.

As lâminas dentadas são utilizadas em ferramentas denominadas serras. No caso das serras manuais, elas são constituídas de um suporte denominado arco de serra, o qual possui um cabo ou punho para seu manejo. No arco de serra se insere a lâmina, fabricada de aço ou aço carbono, dentada e temperada, a qual pode ser trocada quando se desgastar.

ARCOS DE SERRAOs arcos de serra são fabricados em aço carbono e estão disponíveis em dois tipos, ou seja, o padrão e de alta tensão.Os arcos de serra de alta tensão prendem a lâmina com tensão maior que as do tipo padrão. Isto mantêm a lâmina reta mesmo durante o corte pesado, ajudando a cortar com mais precisão.

LÂMINAS DE SERRAAs lâminas de serra são, na realidade, as ferramentas que efetua o corte de materiais e abertura de fendas e rasgos.Elas são fabricadas em aço rápido para corte de metais duros ou moles, ou, em aço carbono, mais apropriadas para metais de pouca dureza e para não ferrosos.Um dos lados é dentado e com trava. A trava pode ser ondulada ou alternada, de maneira que permite efetuar o corte um pouco mais largo do que a que está sendo cortada.Os tamanhos das lâminas disponíveis comercialmente são 200, 250 e 300 mm ou 8, 10 e 12”, sendo as duas últimas as mais empregadas. Para serviços leves e pequenos, entretanto, pode-se utilizar o mini arco com uma lâmina de 6”, mais fina e estreita do que as convencionais.O número de dentes de uma lâmina varia de 14 a 32 por polegada.As lâminas de 14 dentes são usadas no corte de metais não-ferrosos, como alumínio e o cobre, as de18 dentes destinam-se ao uso geral. As de 24 e de 32 dentes prestam-se, sobretudo, ao corte de chapas e material de pequena espessura.

a) a espessura do material a ser cortado, que não deve ser menor que dois passos de dentes;b) o tipo de material, recomendando-se maior número de dentes para materiais duros.

Apesar de pouco empregadas, existem lâminas de dentes diferenciados, ou seja, os iniciais são mais finos e vão se alargando progressivamente, o que permite iniciar o corte com mais facilidade, e avançar depois. Para serviços de corte muito difíceis empregasse um tipo de lâmina capaz de serrar a maior parte dos materiais (aços de liga, vidro, rolamentos, cerâmica etc). Sua ação é mais abrasiva do que propriamente de corte, pois ela desgasta o material, agindo como uma lima acoplada ao arco

PROCEDIMENTOS PARA O MANEJO DAS SERRAS

1. Para iniciar o trabalho, uma das mãos deve segurar o cabo da serra, enquanto a outra, o extremo oposto do arco e, além disto, a peça que se corta deve estar firmemente presa ao torno de bancada.

2. Aplica-se a serra com uma ligeira inclinação em relação à peça, sempre no canto mais distante.3. Para iniciar o corte corretamente e com segurança, aplica-se um golpe firme e curto para frente.4. Após isto, o movimento será de vaivém, exercendo-se pressão sobre a peça ao avançar a serra e

afrouxando a pressão ao retroceder, mantendo o braço que está posicionado para cortar, alinhado horizontalmente com o torno de bancada.

5. Deve-se cortar sempre pelo lado da sobra, como ilustrado nas figuras anteriores, e fazendo-se, depois, o acabamento com a lima apropriada.

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ROSCAMENTO

Este capítulo aborda as operações para roscamento, ou seja, abertura de roscas.

Uma rosca é uma sucessão de saliências (ou filetes) e canais (ou ranhuras), a qual agindo de forma conjugada com outra rosca, ou seja, enroscadas, permitem a união de peças ou elementos.Para que haja o citado enroscamento, uma das roscas deve estar implantada em um furo (rosca fêmea) e a outra deve ser externa (rosca macho). Um exemplo simples e bastante conhecido destes tipos de roscas são os parafusos (rosca macho) e as porcas (rosca fêmea).

O sentido das roscas é outra de suas características, ou sejam, elas podem ser direita ou esquerda. A rosca é direita quando a ferramenta utilizada para abri-la, ao enroscar, penetrar no sentido horário e, esquerda, no sentido anti-horário. As roscas são identificadas pelo seu tamanho (diâmetro), pelo número de filetes em cada centímetro ou polegada (passo) e pela espessura do filete (rosca fina ou grossa).

Para efetuar a abertura de roscas empregam-se as seguintes ferramentas de corte, a saber, para a:a) abertura de rosca interna (fêmea) emprega-se os machos manuais e respectivos desandadores ou o macho para máquinas;b) abertura de rosca externa (macho) utiliza-se cossinetes e tarraxas.

Os machos são, geralmente, fabricados em aço rápido e recebem tratamento superficial como a oxigenação e a nitretação.Eles possuem canais ou ranhuras e uma sucessão de filetes, sendo que o corte ocorre pela ação desses filetes. Os filetes e respectivas ranhuras localizam-se em uma das extremidades de uma haste cilíndrica com ponta chanfrada, enquanto a outra extremidade termina em uma cabeça quadrada.

OS MACHOS MANUAIS: Os machos manuais dividem-se em seriados, fabricados de acordo com as normas alemãs da DIN (Deutsche Industrie Normen), e de perfil completo, fabricados conforme as especificações das normas americanas da ANSI (American National StandardInstitute). Os machos manuais seriados são usados, especialmente, para abertura manual de roscas em furos profundos e em materiais tenazes. São fornecidos em jogos de três peças para roscas normais e de duas para roscas finas, que são usados sucessivamente. O primeiro possui a parte roscada cônica, no segundo o chanfro possui forma cônica e o terceiro é cilíndrico em todo o seu comprimento.

O macho n° 1 é utilizado para desbaste, ou seja, remove o grosso do material, mas possui diâmetro menor. O macho n° 2 é o intermediário, aprofundando a rosca e o macho n° 3 com 2 a 3 filetes faz o acabamento da rosca.

A execução manual de roscas com os machos manuais seriados apresenta as seguintes características:a) O chanfro comprido de entrada alinha melhor o macho com o furo a ser roscado;b) O esforço de corte é menor, pois ele é distribuído entre os machos do jogo, que são usados sucessivamente, pois apenas o macho de acabamento tem perfil completo de rosca;c) As roscas produzidas apresentam bom acabamento e uniformidade, em virtude da distribuição do corte entre os filetes dos três machos.

Os machos manuais de perfil completo são os mais empregados na produção, pela sua simplicidade e disponibilidade no mercado, mas, apesar do nome, são usados, geralmente, na abertura de roscas a máquina. São fornecidos usualmente em jogos de três, de idênticas dimensões, diferenciados apenas pelo comprimento do chanfro de entrada.

O primeiro macho possui chanfro longo de 8 a 9 filetes e ângulo de inclinação de 40 e é conhecido como taper. Ele pode ser utilizado para desbaste ou para abrir furos passantes curtos de comprimento, como, por exemplo, em porcas e chapas de aço. Como o corte é distribuído num grande número de filetes, este macho é apropriado para rosqueamento de materiais de difícil usinagem.O segundo macho, conhecido por plug, possui chanfro médio com 4 a 6 filetes e ângulo de inclinação de 9 a 100. Ele pode ser empregado após o macho taper ou para abrir furos compridos em material de cavaco longo, aço de resistência média, aço de corte fácil e diversos aços Ni-Cr. Note-se que é o tipo de macho de maior emprego.O terceiro macho é o bottoming com chanfro curto possuindo l a 2 filetes e ângulo de inclinação de

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22 a 320. Ele é usado, geralmente, para rosqueamento em furos cegos, preferencialmente, após o uso do macho plug. No entanto, o seu emprego é interessante, também, para executar furos passantes em material de cavaco curto, como ferro fundido, latão, metais leves em geral. Neste caso, um chanfro longo distribuiria o corte num número grande de filetes, o que faria com que o macho não cortasse bem e produzisse rosca alargada por prensagem.

DESANDADORESPara abrir a rosca manualmente utiliza-se um desandador ou vira-macho, o qual funciona como uma chave para acionar o macho. Desta forma, naturalmente, eles possuem um corpo central com braços e um alojamento fixo quadrado ou circular.Existem três tipos básicos de desandadores para machos, ou seja, os do tipo T fixos ou com castanhas ajustáveis e o plano ou reto (conhecido por desandador para machos, propriamente dito).

PRECAUÇÕES NO MANUSEIO DE MACHOSAlgumas precauções devem ser tomadas no manuseio de machos para a abertura de rosca, tais como:

a) Os machos devem estar bem afiados;b) Deve-se girar os machos em círculos, evitando-se que eles joguem para os lados.c) Deve-se atentar para que, no roscado (ou seja, na abertura de roscas) de peças de ferro e aço, os

machos sejam lubrificados com óleo mineral.d) Pode-se roscar a seco, isto é, sem lubrificação alguma, as peças de bronze de fundição e o latão,

por exemplo;e) Ao se abrir uma rosca de grande diâmetro, é conveniente iniciá-la com um macho diâmetro

menor e ir aumentando progressivamente;

COSSINETESO cossinete é uma ferramenta de corte amplamente utilizada para abrir roscas externas em peças cilíndricas de um determinado diâmetro, tais como parafusos e tubos, inclusive se forem de PVC.Os cossinetes, basicamente, possuem a forma de uma porca, cuja rosca é ranhurada no sentido longitudinal e determinando vários filetes cortantes com ranhuras entre elas para a saída de rebarbas. A periferia externa pode ser redonda, quadrada ou sextavada.

O acionamento do cossinete pode ser realizado por meios mecânicos ou manuais. O cossinete deve ser alojado em portacossinete, o qual é um tipo de desandador na operação manual. O conjunto formado pelo cossinete e portacossinete é conhecido por tarraxa.

Os cossinetes redondos podem ter uma fenda completa, quando são chamados de abertos ou formaA, ou a fenda é incompleta, denominados por fechados ou forma B.

Nos cossinetes abertos é possível realizar pequenos ajustes no diâmetro da rosca atuando-se em um parafuso na fenda radial ou nos parafusos de fixação do porta-cossinete. O ajuste, entretanto, deve ser apenas para compensar o desgaste e manter a precisão, pois, em caso de regulagem excessiva, há o perigo de quebra e deformação do cossinete. Neste caso, ocorrerá a abertura de rosca com passo errado, filetes defeituosos e com espessura inadequada. Os cossinetes fechados, por outro lado, são mais rígidos e produzem uma abertura de rosca mais precisa, limpa e uniforme.

LIXAMENTO:

O lixamento é uma das operações em que a superfície dos metais é modificada mecanicamente pelo atrito de abrasivos.Desta forma, os seus objetivos básicos são: diminuir a rugosidade, promover um acabamento muito estético, eliminar imperfeições superficiais (como arranhões, manchas, etc) e eliminar cordões de solda.O lixamento manual é, geralmente, reservado aos acabamentos, após o grosso do trabalho ter sido efetuado (geralmente) com a máquina.Quer se lixe à mão ou à máquina, dispõe-se de uma grande variedade de lixas de todos os tipos, granulometria e formatos. A maioria dos materiais propostos são utilizáveis manualmente ou para equipar as máquinas, cada um com as suas vantagens e usos específicos.As lixas, também conhecidas por abrasivos revestidos, são ferramentas largamente empregadas nos mais variados tipos de indústrias e nas mais diversas aplicações. O seu emprego varia desde a execução de desbastes até trabalhos de polimento.