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1 Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Ltda. Curso de Arquitetura e Urbanismo SIMONE MIRANDA VIEIRA ESPAÇO EVOLUIR CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS Gama, DF 2018

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Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Ltda.

Curso de Arquitetura e Urbanismo

SIMONE MIRANDA VIEIRA

ESPAÇO EVOLUIR

CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS

Gama, DF

2018

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SIMONE MIRANDA VIEIRA

ESPAÇO EVOLUIR

CENTRO DE REABILITAÇÃO PARA DEPENDENTES QUÍMICOS

Trabalho Final de Graduação,

apresentado ao curso de Arquitetura e

Urbanismo da FACIPLAC, como

requisito parcial para conclusão do

Curso de Bacharelado em Arquitetura e

Urbanismo.

Orientador: Prof. Marcelo Monteiro.

Gama – DF

2018

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço а Deus que me permitiu chegar até aqui, e tem sido meu

refúgio e fortaleza em todos os momentos.

A minha mãe, que merece toda a minha admiração. Meu exemplo de

generosidade, dedicação, bondade e amor. A quem devo muitas das coisas boas

que carrego comigo.

Ao meu pai, por acreditar em mim, pelo apoio e esforço, pelo amor e por me

ensinar a ser uma pessoa digna.

Ao meu orientador Marcelo Monteiro, pela compreensão, confiança, paciência e

dedicação.

Aos amigos de faculdade, principalmente Felippe Campos, Samuel Batista e

Ramon Araujo, por compartilhar as angústias e risos.

A Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central Ltda e a todo o

corpo docente do curso de Arquitetura e Urbanismo, pelos ensinamentos que

levarei para vida.

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RESUMO

Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo criar um projeto de reabilitação para dependentes químicos. Não visando apenas o seu tratamento, mas também sua reintegração à sociedade e reestruturação pessoal.

A dependência química é um problema social, de educação, economia e saúde pública, que gera consequências não só para o indivíduo e os que estão a sua volta, mas atinge a sociedade de uma forma geral. É um tema que ainda enfrenta preconceitos pela sociedade e vêm sendo discutido em todo o mundo.

As comunidades terapêuticas oferecem ambientes de convívio livre das drogas e oportunidades de adotar novos hábitos de vida. O tema proposto se deu pelo convívio com pessoas com dependência química, quando pode ser constatado o quão precário e escasso são os atendimentos para os mesmos, a dificuldade de se encontrar clinica bem estruturada, e com parâmetros necessários para lidar com esse tipo de situação.

Segundo dados divulgados pelo Relatório Mundial sobre Drogas da ONU (Organização das Nações Unidas) Publicado em 24/06/2016 pelo site ONUBR (Nações Unidas do Brasil), destaca que vem sendo claramente um problema urgente na sociedade atual. Cerca de 5% da população mundial entre 15 e 64 anos, o que corresponde a uma média de 243 milhões de pessoas, usa drogas ilícitas.

O local escolhido para a implantação do equipamento foi à cidade de Brazlândia, uma cidade com características interiorana, onde contribui perfeitamente para esses tipos de tratamento, tem por finalidade a inclusão social do dependente químico e a concepção de um anteprojeto arquitetônico com base na aplicação de sistemas construtivos e tecnologias de baixo custo que viabilizem sua concretização.

Espera-se que este projeto possa proporcionar o bem-estar de seus usuários, através da aplicação dos estudos e pesquisas apresentadas.

Palavras-chave: Reabilitação. Dependência química. Comunidade Terapêutica.

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ABSTRACT

This course completion work aims to create a Rehabilitation project for chemical dependents. Not only for their treatment, but also for their reintegration into society and personal restructuring.

Chemical dependency is a social problem of education, economics and public health, which has consequences not only for the individual and those around him but also affects society in general. It is a subject that still faces prejudices by the society and they are being discussed throughout the world.

Therapeutic communities offer drug-free living environments and opportunities to adopt new life habits.

The proposed theme was the contact with people with chemical dependency, when it can be verified how precarious and scarce are the care for them, the difficulty of finding a well-structured clinic, and the necessary parameters to deal with this type of situation.

According to data released by the UN World Drug Report (UNO) published on 06/24/2016 by ONUBR (United Nations of Brazil), it is clearly a problem that is urgent in today's society.

About 5% of the world's population aged 15-64, which corresponds to an average of 243 million people, uses illicit drugs, the study nevertheless indicates that consumption remains stable, increasing proportionately with population growth, although stable the consumption of drugs reaches 243 million in the world.

The place chosen for the implantation of the equipment was to the city of Brazlândia, a city with interior characteristics, where it contributes perfectly to these types of treatment.

Its purpose is the social inclusion of chemical dependents and the design of an architectural design based on the application of constructive systems and low cost technologies that make feasible its implementation.

It is hoped that this project can provide the well-being of its users, through the application of studies and research presented.

Keywords: Rehabilitation Chemical dependence Therapeutic community.

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SUMÁRIO

1. Introdução .................................................................................................................................... 7 2. A Dependência Química e os Tratamentos.................................................................................. 8 2.1 O Que São Drogas e os Tipos Existentes .................................................................................... 8 2.2 A Dependência Química .............................................................................................................. 9 2.3 Tipos de Usuários ...................................................................................................................... 10 2.4 Técnicas de Tratamento............................................................................................................. 11 2.5 Tipos de Atendimento ao Usuário .............................................................................................. 12 2.6 Comunidades Terapêuticas ....................................................................................................... 14 3. A Relação entre Meio Ambiente e Saúde .................................................................................. 15 3.1 Pintura/Cores: ............................................................................................................................ 16 3.2 Como Agem as Cores? O Que é um Acorde Cromático? .......................................................... 17 3.3 O que são as Cores Psicológicas? ............................................................................................ 18 3.4 Estudo de Paleta: ....................................................................................................................... 18 4. Estado da Arte: .......................................................................................................................... 20 4.1 Centro de Reabilitação Psicossocial / Otxotorena Arquitectos ................................................... 20 4.2 Implantação ................................................................................................................................ 25 4.3 Cortes/Fachadas ........................................................................................................................ 26 4.4 Detalhes ..................................................................................................................................... 27 4.5 Irmã Margaret Smith Centro De Tratamento De Vícios .............................................................. 28 4.6 Planta ......................................................................................................................................... 30 5. CREDEQ .................................................................................................................................... 31 6. Referências Projetuais ............................................................................................................... 34 6.1 Brazlândia .................................................................................................................................. 34 6.2 Caracterização da População Urbana ....................................................................................... 36 6.3 Localização ................................................................................................................................ 38 6.4 Ocupação Territorial ................................................................................................................... 39 6.5 Sub-Bacias Hidrográficas ........................................................................................................... 40 6.6 Picag e Produção Rural ............................................................................................................. 41 7. Legislações ................................................................................................................................ 42 8. Estudo do Sitio ........................................................................................................................... 44 8.1 Terreno 1 - Núcleo Rural Capão da Onça .................................................................................. 45 8.2 Terreno 2 – América do Sul ....................................................................................................... 45 8.3 Terreno 3 – Núcleo Rural Capão da Onça ................................................................................. 45 9. Programa de Necessidades ....................................................................................................... 46 9.1 RDC N° 29 – Jun/2011 ............................................................................................................... 47 9.2 Alojamento ................................................................................................................................. 47 9.3 Setor De Reabilitação E Convivência: ....................................................................................... 47 9.4 Setor Administrativo: .................................................................................................................. 47 9.5 Setor De Apoio Logístico:........................................................................................................... 47 9.6 Programa ................................................................................................................................... 48 9.7 Setor Administrativo ................................................................................................................... 49 9.8 Setor de Reabilitação e Convivência ......................................................................................... 49 9.9 Setor de Hospedagem ............................................................................................................... 49 9.10 Setor de Apoio Logístico ............................................................................................................ 50 10. Fluxograma Primário .................................................................................................................. 51 11. Fluxograma Secundário ............................................................................................................. 51 12. Conclusão .................................................................................................................................. 53

Referências ................................................................................................................................ 57

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1 INTRODUÇÃO

A partir da segunda metade do século XX, o consumo de substâncias

psicoativas cresceu assustadoramente, configurando-se como um problema de

saúde pública. É um assunto que vem ganhando visibilidade através dos meios de

comunicação e pela mobilização da saúde pública e da sociedade (PRATTA;

SANTOS, 2009):

A dependência de substâncias psicoativas [...] É considerada doença crônica, tal qual a hipertensão arterial e o diabetes, e como tal acompanha o indivíduo por toda sua vida. Como toda doença crônica, o tratamento é voltado para a redução dos sintomas, que afetam não apenas o paciente, mas toda a comunidade ao seu redor [...] (LEITE, 2000, p.2).

Por essas informações acima, o equipamento proposto será um Centro de

Reabilitação para Dependente Químico, onde dados do site da Secretaria de

Saúde, relata que só há 18 desses equipamentos para atender toda a região do

Distrito Federal, sendo que sete são voltados para o atendimento de pessoas com

problemas com álcool e com drogas.

Em publicação feita pela Secretaria Nacional de Políticas sobre drogas, do

Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, destaca que, o

desenvolvimento de ações de atenção integral deve ser planejado de forma a

considerar toda a problemática envolvida no cenário do consumo de substâncias.

Desta forma, os Centros de Atenção Psicossocial para álcool e outras

drogas – CAPSad – , assim como os demais dispositivos da rede, devem fazer uso

deliberado e eficaz dos conceitos de território e rede, bem como da lógica da

clínica ampliada, realizando uma procura ativa e sistemática das necessidades a

serem atendidas de forma integrada ao meio cultural e à comunidade em que estão

inseridos os serviços.

O sítio escolhido para locação do Centro de Reabilitação para Dependentes

Químicos, foi a cidade de Brazlândia, por ser uma cidade com características

interioranas e pela falta desse tipo de equipamento, sendo que só a um Centro de

Atenção Psicossocial (CAPs), que atende pessoas acima de 16 anos acometidas

por transtornos mentais e dependência química, que se localiza no Setor Veredas

(Quadra 1, Área Especial 2).

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O sistema construtivo escolhido foi o convencional, que se aplica a alvenaria

comum, que se utiliza essencialmente de tijolos cerâmicos ou de concreto, e

estrutura de concreto armado.

2 A DEPENDÊNCIA QUÍMICA E OS TRATAMENTOS

2.1 O que são drogas e os tipos existentes

O conceito de drogas remete ao campo da farmacologia, no entanto o termo

neste trabalho foi utilizado para designar apenas substâncias psicoativas (SPA),

que quando absorvidas pelo organismo por diferentes vias (oral, endovenosa,

inalada etc.) são capazes de alterar o funcionamento do Sistema Nervoso Central

(SNC), causando mudanças no estado de consciência e no senso de percepção do

usuário, uma vez que as referidas substâncias podem atuar como depressoras,

estimulantes ou perturbadoras do SNC (LIMA, 1997 apud CALDEIRA, 1999).

Aquino (1998 apud CALDEIRA, 1999) classificou algumas substâncias

psicoativas, conforme seus efeitos no organismo:

Substâncias estimulantes são aquelas que alteram a atividade do SNC,

aumentando a vigília, a atenção, acelerando os pensamentos e causando euforia.

Seus usuários tornam-se mais ativos. Em doses elevadas podem produzir sintomas

como delírios e alucinações. Alguns exemplos são a cocaína, em todas as suas

formas de preparo e administração, como por exemplo, o crack, as anfetaminas

(redutores de apetite) e o ecstasy. A nicotina também entra nesse grupo, embora

seus efeitos sejam menores que das demais substâncias citadas (SILVEIRA,

2004).

As substâncias depressoras diminuem a atividade do SNC, ou seja, esse

sistema passa a funcionar mais lentamente. Pessoas sob o efeito de tais

substâncias tornam-se sonolentas, lerdas, desatentas e desconcentradas. Algumas

dessas substâncias são úteis como medicamentos em casos onde o

funcionamento do cérebro é acelerado como nas epilepsias, insônias e excesso de

ansiedade. Incluem-se nesse grupo as seguintes substâncias: álcool, hipnóticos

(barbitúricos), ansiolíticos (benzodiazepínicos), analgésicos narcóticos (derivados

do ópio ou sintéticos), inalantes ou solventes, heroína (SILVEIRA, 2004).

As SPA com efeitos alucinógenos e perturbadores são as drogas que

perturbam a fisiologia do SNC, produzindo uma mudança qualitativa no

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funcionamento cerebral. Elas produzem alterações psíquicas que afetam a nor 17

substâncias sintéticas como o LSD e vários medicamentos utilizados com

finalidade terapêutica (SILVEIRA, 2004).

Caldeira (1999) destaca a diferença entre “uso” e “abuso” de drogas, o

primeiro termo significa consumir algum tipo de substância psicoativa de forma

eventual, como, por exemplo, o consumo de bebidas alcoólicas em determinadas

ocasiões ou o uso de psicofármacos, por recomendação médica. O segundo termo

refere-se ao consumo excessivo de qualquer SPA, que acarrete danos físicos,

psicológicos ou sociais para o indivíduo.

As drogas ainda podem ser classificadas em lícitas, em que a sua produção

e uso são permitidos por lei, como cigarro, álcool e solvente, embora isso não

signifique que não provoquem prejuízo à saúde mental, física e social (isso

depende de fatores como quantidade, qualidade e tempo de uso), e as drogas

ilícitas, sendo aquelas que têm sua produção, comercialização e uso proibido por

lei, como por exemplo, a maconha, a cocaína, o crack e o ecstasy (SILVEIRA,

2004).

2.2 A dependência química

A dependência química é definida pela Organização Mundial da Saúde -

OMS (2002), como perturbações mentais e comportamentais resultantes da

utilização de SPA. Incluem as perturbações devido à utilização de álcool,

opiáceaos (substâncias derivadas do ópio), canabinóides (grupo de substâncias

naturais presentes na erva de Cannabis), sedativos e hipnóticos, cocaína, outros

estimulantes, alucinógenos, tabaco e solventes voláteis, ou seja, substâncias

farmacologicamente diferentes.

Quando se fala em drogas, logo são elas associadas à ilegalidade. Porém,

de acordo com a OMS (2002) o tabaco e o álcool são, em geral, as substâncias de

maior uso no mundo e as que têm mais graves consequências para a saúde

pública e são de uso legal.

Apesar dos prejuízos ocasionados pelas drogas, os indivíduos não

conseguem deixar de consumir, perdendo parcial ou total capacidade de controlar

seu uso, deixando que a droga controle sua vida.

A síndrome de dependência envolve desejo pronunciado de tomar a substância, dificuldade de controlar o uso, estados de

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supressão fisiológica, tolerância, diminuição ou abandono da participação noutros prazeres e interesses e uso persistente não obstante os danos causados ao próprio e aos outros (OMS, 2001, p.70)

Segundo Pratta e Santos (2009) a dependência química é algo atual para se

discutir, pois foi só a partir da segunda metade do século passado que o conceito

de dependência deixou de ser focado como uma questão de desvio de caráter,

para ser considerado transtorno mental com características específicas. É

necessário encarar a questão da dependência como uma realidade diferenciada,

considerando a importância de discutir ações de promoção e de prevenção ao uso

de drogas, a fim de reduzir esse fenômeno.

2.3 Tipos de usuários

Sendo a dependência química uma doença crônica, o uso da droga não leva

necessariamente ao abuso ou a dependência, ou seja, nem todos os usuários de

drogas se tornarão dependentes. Porém, o uso das drogas, ainda que

experimental, pode produzir danos à saúde (SILVEIRA, 2004).

Por isso, existem diferentes tipos de usuários de drogas. A Organização das

Nações para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) (apud CALDEIRA, 1999)

distingue quatro tipos de usuários: o experimentador, o ocasional, o habitual e o

dependente.

O usuário experimentador é aquele que experimenta alguma droga por

curiosidade, porque deseja ter novas experiências, porque o grupo pressiona, por

conta da publicidade que se faz etc. Na grande maioria dos casos, o contato com a

substância não passa das primeiras experiências.

Usuário ocasional ou recreativo é aquele indivíduo que utiliza uma ou mais

substâncias, quando disponível ou em ambiente favorável, sem rupturas nas

relações afetivas, sociais ou profissionais. Habitual ou funcional é o usuário que se

utiliza frequentemente de drogas, ainda que controlado, porém, em suas relações

pessoais e profissionais, já começam a aparecer problemas. Já está correndo

riscos de ficar dependente e seria importante que já procurasse por algum tipo de

ajuda.

O usuário dependente ou disfuncional é aquele que vive pela droga e para a

droga, descontroladamente. Essa forma de uso gera problemas em várias

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dimensões da vida do indivíduo como a rupturas em seus vínculos sociais, a

marginalização e o isolamento.

Segundo Leite (2000), dificilmente um usuário procura tratamento por estar

convencido do uso demasiado de substâncias psicoativas. As principais razões

para procurar tratamento são o acúmulo de problemas decorrentes do consumo

das drogas. Dentre os principais prejuízos enfrentados pelos dependentes

químicos podem se destacar complicações médicas, por exemplo, convulsões;

problemas interpessoais como separação conjugal ou brigas familiares; perda de

emprego; complicações legais (sentença judicial); questões financeiras (dívidas ou

atrasos nos compromissos) ou problemas psiquiátricos como depressão ou

alucinação decorrentes do consumo.

Leite (2000) ainda orienta sobre a importância de investigar as expectativas

do paciente quanto ao tratamento, pois em muitos casos espera-se algo irreal,

exagerado, acarretando frustrações, e com isso, não há uma disponibilidade

individual para mudança do estilo de vida, fator essencial para a manutenção dos

resultados do processo terapêutico.

2.4 Técnicas de tratamento

A dependência química é um grave problema de saúde pública e necessita

de atenção especial. O tratamento deve fundamentar-se em intervenções que

envolvam os aspectos biológicos, psíquicos e sociais do indivíduo. A recuperação

do dependente químico, não deve limitar-se à eliminação dos sintomas ou a

desintoxicação, deve ser desenvolvida em programas terapêuticos, acompanhando

o paciente após sua alta e em sua inserção novamente na sociedade (SILVEIRA,

2004).

Entre os tratamentos mais utilizados destacam-se a terapia farmacológica, a

psicoterapia, os grupos familiares, a reabilitação psicossocial, a terapia

ocupacional, e a atividade física.

A terapia farmacológica funciona com prescrição de medicamentos, por

profissionais da área médica. Tem por objetivo tratar os sintomas da intoxicação;

diminuir os efeitos físicos e psíquicos da abstinência; controlar a compulsão pelo

uso da droga e tratar dos transtornos psiquiátricos decorrentes desse uso.

A psicoterapia é uma intervenção centrada nas questões psicológicas,

decorrentes ou causadoras do uso da droga. Existem várias modalidades desse

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tipo de tratamento, e uma característica comum a elas é que podem ser realizadas

individualmente ou em grupos.

A formação de grupos familiares trabalha a comunicação com as famílias de

usuários em tratamento. Os grupos destinam-se a repassar informações e

orientações sobre as drogas, suas consequências e sobre a dependência. Quando

se percebe que o conflito familiar interfere diretamente no tratamento, costuma-se

indicar terapia de família. É importante o acompanhamento da família no

tratamento, dando suporte no processo de recuperação e no acompanhamento

após sua alta.

A reabilitação psicossocial está relacionada às atividades de reinserção do

paciente à comunidade, como oficinas terapêuticas, profissionalizantes e outras

experiências de ressocialização.

Terapia ocupacional é um recurso terapêutico que pode estimular a

criatividade manual e mental. Auxilia na construção ou reconstrução do cotidiano

do paciente, através de atividades que melhoram a autoestima e a coordenação

dos movimentos, além de estimular o mesmo a inserir-se na sociedade.

A atividade física é um recurso terapêutico importante. Componente

essencial para um estilo de vida saudável, devido a sua associação com diversos

benefícios para a saúde física e mental.

2.5 Tipos de atendimento ao usuário

Existem vários tipos de atendimento ao dependente químico, a escolha

depende da gravidade do uso e dos recursos disponíveis para o encaminhamento.

Os principais serviços de tratamento são o atendimento médico e psicológico;

grupos de autoajuda (como "Alcoólicos Anônimos" e "Narcóticos Anônimos");

internação em pronto socorro; internação em hospital; tratamento ambulatorial e

internação em comunidades terapêuticas (ÁLCOOL, 2007; SILVEIRA, 2004).

Geralmente o médico procurado pelas pessoas que sofrem de problemas

com álcool e outras drogas é um psiquiatra, isso porque alguns dependentes de

drogas sofrem também de doenças psiquiátricas como depressão, transtorno de

ansiedade (fobia e pânico, por exemplo) e hiperatividade, entre outras. A atuação

deste profissional é focada na saúde, solicita exames, prescreve medicações, trata

dos sintomas, podendo encaminhar para outras especialidades, além de

acompanhar o tratamento (ÁLCOOL, 2007).

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O psicólogo trabalha mais as questões relacionadas ao comportamento, às

emoções, à motivação, aos relacionamentos sociais (trabalho, casamento, família,

amigos) e em como cada um desses aspectos relaciona-se com o uso de

substâncias. Ele auxilia o dependente a lidar com a vida sem drogas. Cabe

também a esta especialidade a terapia familiar, geralmente conduzida por outro

profissional que não atue diretamente com o paciente. Ajudando os familiares a

reavaliarem sua postura frente à pessoa dependente química, bem como oferecer

apoio e amparo (ÁLCOOL, 2007).

Os grupos de autoajuda mais conhecidos são os Alcoólicos Anônimos (AA) e

Narcóticos Anônimos (NA). São organizações de ajuda mútua formadas por

voluntários. Através de reuniões, homens e mulheres dependentes de drogas

podem expor seus problemas, dificuldades e sucessos. Baseiam-se no princípio

dos doze passos, que divulga algumas ideias psicológicas e espirituais que

facilitam lidar com as pressões da vida diária. Um dos princípios mais valorizados

por estes grupos é o anonimato, e o serviço é gratuito (ÁLCOOL, 2007).

A internação em pronto socorro é recomendada nos momentos de

intoxicação aguda e na síndrome de abstinência. Essa internação é em geral de no

máximo 24 horas, podendo ser prolongada caso seja avaliada a necessidade de

internação para tratamento dos sintomas da síndrome de abstinência, da

dependência ou de outras doenças relacionadas (ÁLCOOL, 2007). A internação em

hospital é apenas uma parte do tratamento que pode até não ser necessária. Os

resultados esperados são a melhoria das condições gerais de saúde do paciente,

por exemplo, a alimentação e o sono; a desintoxicação com supervisão médica, e a

aplicação de medicamentos para alívio dos sintomas da síndrome de abstinência.

Desintoxicar significa eliminar a droga do organismo e não remover a dependência

(ÁLCOOL, 2007).

Os tratamentos ambulatoriais são caracterizados pelos hospitais-dia, os

NAPS (Núcleo de Atenção Psicossocial) e os CAPS (Centro de Atenção

Psicossocial), existentes no âmbito do SUS. O paciente fica em casa, medicado

para alívio e controle dos sintomas de abstinência 22 (quando necessário), mantém

suas atividades, e faz visitas frequentes a um ambulatório especializado para

acompanhamento terapêutico, no qual ela tem consultas com o médico e com o

psicólogo. A grande vantagem deste tipo de acompanhamento é que a pessoa

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continua em seu ambiente social, sem interromper suas atividades, no entanto as

chances de voltar ao consumo das drogas são maiores (ÁLCOOL, 2007).

As comunidades terapêuticas são lugares (geralmente uma fazenda ou

sítio) onde as pessoas ficam internadas por vários meses (de três a nove). A

recuperação baseia-se na disciplina, no trabalho, na religião e em grupos de

autoajuda. O problema deste tipo de intervenção é similar ao da internação, pois o

indivíduo fica isolado de sua vida cotidiana e tem grandes chances de recair ao sair

(ÁLCOOL, 2007).

Não existe um tratamento que seja considerado o melhor, um mesmo

indivíduo pode tentar diferentes meios até encontrar o mais eficaz. No entanto a

capacitação técnica dos profissionais envolvidos é essencial para obter resultados

positivos. Os tratamentos que tem se destacado, na maior parte dos casos, são

aqueles com abordagens multiprofissionais (ÁLCOOL, 2007).

2.6 Comunidades terapêuticas

Como já foi citada, a dependência química pode ser tratada de diversas

maneiras, porém este capítulo vai enfatizar o histórico e a estrutura de tratamento

nas comunidades terapêuticas, uma vez que é a tipologia adotada neste projeto.

De acordo com Araújo (2003), as comunidades terapêuticas surgiram a partir

das observações clínicas do psiquiatra Maxwell Jones. Jones organizou um serviço

de internação baseado em abordagens educativas, encenações dramáticas e

discussões, num ambiente pautado pelas normas de convivência em grupo, para

recuperar soldados com traumas decorrentes da II Guerra Mundial. Posteriormente,

ampliou seu modelo para outras patologias crônicas.

Os pacientes de Jones apresentavam muitos problemas sociais como

famílias desestruturadas e eram desempregados; inevitavelmente, desenvolveram

atitudes antissociais na tentativa de se defenderem contra aquilo que lhes parecia

ser um ambiente hostil. Para estes, a construção de padrões de relacionamento

nunca adquiridos durante a vida só seria estimulada dentro de um ambiente grupal

seguro e terapêutico.

As primeiras comunidades terapêuticas para recuperação do dependente de

álcool e drogas começaram a surgir nos anos de 1960 e foram influenciadas por

dois modelos de tratamento o Modelo de Minnesota e o Modelo Synanon

(ARAÚJO, 2003).

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O primeiro modelo foi o Minnesota, preconizado pelos Alcoólicos Anônimos

em 1935, consiste num processo de recuperação baseado na ajuda mútua e na

prática dos doze passos, que tem como essência a espiritualidade.

O segundo modelo de recuperação foi o Synanon e gerou controvérsias

terapêuticas. Criado em 1958 não propunha apenas um modelo comunitário, mas

sim um novo lar. Era baseado (em parte) na ajuda mútua e acreditava na

autoconfiança como preceito essencial. A humilhação e a atribuição de culpa eram

recursos usualmente utilizados, em meio a um ambiente grupal. O trabalho também

era um pilar fundamental do Synanon.

Atualmente as Comunidades evoluíram em seus tratamentos, porém não

existe uma estrutura-padrão, tampouco um cronograma básico de funcionamento.

Porém, há diversos componentes fundamentais que são combinados dentro das

necessidades de cada comunidade.

O tempo de permanência pode variar de semanas a meses. As atividades

desenvolvidas também possuem grande variabilidade, estruturadas em níveis de

complexidade igualmente distintos. Algumas estão centradas quase que

exclusivamente nos doze passos e atividades laborais, enquanto outras oferecem

grupos nas mais variadas linhas, terapia ocupacional, atividades vocacionais,

atendimento médico e psicológico individuais. Há também, as comunidades cuja

proposta de recuperação é baseada em alguma filosofia religiosa (ARAÚJO, 2003).

A definição de Comunidades Terapêuticas segundo a Resolução nº 101 da

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BRASIL, 2001), são unidades com o

objetivo de ofertar um ambiente protegido, técnica e eticamente orientados, que

forneçam suporte e tratamento aos usuários abusivos e / ou dependentes de

substâncias psicoativas, durante período estabelecido. A convivência entre os

pares é o principal instrumento terapêutico, que tem por finalidade resgatar a

cidadania desses usuários, por meio da reabilitação física e psicológica e da

reinserção social.

3 A relação entre meio ambiente e saúde

O contato com a natureza faz bem à saúde. Esta é uma constatação feita

por pesquisas científicas, na qual se destaca o pesquisador Roger Ulrich, um dos

precursores na demonstração dos benefícios da natureza sobre o corpo humano,

baseado em evidências (REVISTA AMANHÃ, 2013; VASCONCELOS, 2004).

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Em 1984, em um hospital na Pensilvânia, nos Estados Unidos, Roger Ulrich

comparou pacientes em quartos com janelas eram voltadas para árvores com

quartos que ofereciam vista para uma parede de tijolos. Segundo resultados

obtidos, os pacientes com acesso ao verde saíram mais cedo do hospital, tomaram

analgésicos mais fracos ou em menor quantidade, tinham menos comentários

críticos em relação a enfermagem e menor número de complicações pós-

cirúrgicas. Posteriormente outros estudos testaram objetos coloridos, porém

inanimados, no lugar das plantas, e verificaram que a vegetação oferecia

benefícios ligeiramente maiores (REVISTA AMANHÃ, 2013).

Com o tempo foram surgindo diversas comprovações científicas atestando

que o contato do homem com a natureza diminui a ansiedade e o estresse,

principalmente em relação ao contato visual. Kaplan (1977 apud VASCONCELOS,

2004) afirma que as pessoas não precisam fazer nenhum esforço, nem consumir

energia para captar estímulos da natureza, ao contrário, a distração causada pela

paisagem natural propicia o relaxamento do organismo e a recomposição das

reservas de energia.

A psiconeuroimunologia é o campo da medicina responsável por estudar a

ligação existente entre mente, corpo e saúde, e destaca os elementos: luz, cor,

som, aroma, textura e forma, como essenciais para o bem-estar físico e emocional

do ser humano. Em qualquer paisagem natural é possível encontrar esses seis

elementos, com diferentes intensidades, tonalidades, quantidades e qualidades. A

natureza é uma fonte rica em estímulos sensoriais, sendo considerada a principal

terapia para qualidade de vida (VASCONCELOS, 2004).

3.1 Pintura/Cores:

As cores são fundamentais na decoração, elas influem na personalidade das

pessoas. Seja no trabalho, na escola, ou em tudo o que alguém faça, vive-se

melhor quando rodeado por cores apropriadas às suas tarefas e para a sua vida.

A cor não tem existência material, é melhor defini-la como sensação que

origina todas as manifestações perceptivas do mundo cromático. Variando a

qualidade, a quantidade, a forma e o posicionamento das áreas coloridas em

termos de organização e relatividade, uma determinada cor pode produzir a

sensação de sua cor complementar em diversos graus de intensidade. Segundo

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Kepler: “é certo que a dilatação dos objetos claros existe ou na retina, causada pela

pintura, ou nos espíritos, causada pela impressão.”

Segundo estudos sobre, a teoria das cores de Goethe, de J. W. von Goethe,

reconhecido escritor e poeta dos séculos XVIII e XIX , cada cor produz um efeito

específico sobre o homem, revelando assim sua presença tanto na retina como na

alma. Logo, a cor pode ser usada para determinados fins sensíveis, morais e

estéticos. “A beleza da cor é uma projeção da beleza interior do ser humano”, dizia

Goethe.

A imagem a seguir é de um quarto da residência “Beach Walk”, dos SPG

Arquitetos, em Fire Island, NY, EUA, o qual apresenta aspectos interessantes para

o desenvolvimento dos quartos para pacientes internados no Espaço de Convívio

em questão. O ambiente claro ganha vida com o uso de cores e utilização da

madeira. A mistura de texturas torna o local aconchegante e dinâmico.

Pesquisas utilizadas no livro “A Psicologia das cores” demonstram que as

cores e sentimentos não se combinam ao acaso e nem são uma questão de gosto

individual – são vivências comuns que, desde a infância, foram ficando

profundamente enraizadas em nossa linguagem e em nosso pensamento.

3.2 Como agem as cores? O que é um acorde cromático?

Cada cor atua de modo diferente, dependendo da ocasião. Um acorde

cromático é composto por cada uma das cores que esteja frequentemente

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associada a um determinado efeito. As mesmas cores se associam à atividade e à

energia estão ligadas ao barulhento e ao animado.

Um acorde cromático não é uma combinação aleatória de cores, mas um

efeito conjunto imutável. O acorde cromático determina o efeito da cor principal.

Não existe cor destituída de significado. A impressão causada por cada cor é

determinada por seu contexto, ou seja, pelo entrelaçamento de significados em que

a percebemos.

3.3 O que são as cores psicológicas?

A cor é mais que um fenômeno ótico, mais do que um instrumento técnico.

Os teóricos diferenciam as cores primárias das secundárias e das mistas. Não há

uma unanimidade a respeito de o preto e o branco serem cores verdadeiras; em

geral, ignoram o ouro e o prata como cores. E todas são igualmente importantes.

Para trabalhar com impressões causadas pelas cores, as impressões

psicológicas são essenciais. A partir dessas leituras, foi pré-estabelecida a seguinte

paleta cromática:

3.4 Estudo de paleta (HELLER, Eva. 2012):

a) Branco: cor do bem e dos espíritos.

- O princípio e a ressurreição: o branco é o início. Associa-se com a luz.

- Branco-azul-dourado, são as cores da verdade, da honestidade, do bem. O

branco ao lado do dourado e do azul: um acorde mais ideal não se pode

imaginar. O branco puro toma do ouro o material esplendor; o versátil azul

se torna, ao lado do branco, a cor das virtudes espirituais;

- Com branco, tudo se torna positivo;

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- Limpo e esterilizado.

b) Azul: cor da simpatia, da harmonia e da fidelidade.

- O azul é o céu

- Portanto, azul é também a cor do divino, a cor eterna.

- Sendo uma cor passiva

- E a mais plácida de todas as cores

- O azul é a principal cor para embalagem de produtos pra dormir e

tranquilizar.

- O azul é a principal cor das virtudes intelectuais. Seu acorde típico é o azul

e branco. Essas são as principais cores da inteligência, da ciência, da

concentração.

c) Verde: a cor da esperança, da natureza, cor da vida e da saúde.

- O verde é mais do que uma cor, o verde é a quintessência da natureza. O

verde é uma ideologia, um estilo de vida: consciência ambiental, amor à

natureza, ao mesmo tempo a recusa a uma sociedade dominada pela

tecnologia;

- A cor que acalma. É a mais calmante dentre todas as cores, é a cor do

sentimento de estar em segurança. Azul-verde é também o acorde da

descontração.

d) Marrom: cor do aconchego.

- a sua naturalidade, a sua falta de artificialidade faz do marrom a cor do

aconchegante. Sentimento de estar em segurança;

- cor dos materiais rústicos, como a madeira, o couro e o algodão;

- gera um clima espacial ideal

- é uma cor cálida, sem ser quente;

e) Vermelho: cor do amor ao ódio, da felicidade e do perigo.

- é a cor de todas as paixões, as boas e as más. Por detrás do simbolismo

está a experiência: o sangue se altera, sobe à cabeça e o rosto fica

vermelho, de constrangimento ou por paixão, ou por ambas as coisas.

Enrubescemos de vergonha, de irritação ou por excitação.

- no acorde cromático vermelho-azul unem0se as forças do corpo e do

espírito. Vermelho-azul-ouro é o acorde do charme, do poder de atração, da

coragem, da conquista.

f) Laranja: a cor da recreação e da sociabilidade.

- cor da diversão, da sociabilidade e do lúdico, esse é o lado mais forte do

laranja. Vermelho e amarelo sozinhos operam como opostos muito fortes

para sinalizarem a sociabilização recreativa, mas o laranja vincula,

harmoniza: sem laranja não há lazer.

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- o laranja é a cor complementar do azul. O azul é a cor do espiritual, da

reflexão e do silêncio, o seu polo oposto, o laranja, representa as qualidades

opostas a essas.

- o laranja fica entre o vermelho e o amarelo em todos os sentimentos que

se intensificam. A atividade pode ser amarela, quando for leve e pacífica,

laranja, quando for frenética e, finalmente, vermelha, que é a atividade no

mais alto grau de excitação.

- é a combinação de luz e calor. É agradável em termos de ambiente.

Clareia e aquece, e essa é a mistura ideal para alegrar o corpo e a mente.

g) Amarelo: otimismo, recreação e entendimento.

- como a cor do sol, o amarelo age de modo alegre e revigorante. Os

otimistas têm uma disposição ensolarada, o amarelo é sua cor. O amarelo

irradia, ri, é a principal cor da disposição amistosa.

- o amarelo chega como um raio. Por isso é a cor da espontaneidade, da

impulsividade.

Todas as informações deste estudo foram retiradas do livro: A Psicologia das

Cores, de Eva Heller.

4 Estado Da Arte:

4.1 Centro de Reabilitação Psicossocial / Otxotorena Arquitectos

O projeto do ano de 2014 consiste em um edifício para abrigar um Centro de

Reabilitação Psicossocial localizado no terreno do complexo Centro Dr. Esquerdo,

no município de San Juan de Alicante, arquitetos responsáveis Juan M.

Otxotorena, José L. Camarasa.

O edifício oferece um serviço comunitário residencial aberto e flexível para

pessoas com transtornos mentais crônicos que não necessitam de

hospitalização; os usuários, cerca de 50, vivem em um estágio. Por outro lado, o

Day Center é um centro especializado e específico para pessoas com transtornos

mentais graves, com grande deterioração de suas capacidades funcionais e de seu

meio social, onde são realizados programas de recuperação funcional e atividades

estruturadas para a ocupação do tempo livre. durante todo o dia, em regime aberto,

para um número de até 25 pessoas. O Centro de Reabilitação e Integração Social

(CRIS), para 50 utilizadores, é definido como um centro de serviços específicos e

especializados dirigidos às pessoas com doença mental crónica, com uma

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deterioração significativa das capacidades funcionais, onde programas de trabalho

adequados às características.

O projeto desenvolve a proposta vencedora do concurso de ideias, no qual

todas as necessidades espaciais e funcionais foram agrupadas em um único

edifício, em consonância com a resposta arquitetônica às peculiaridades do

enredo, e a poupança dada a superposição de usos e otimização do uso do

espaço.

A escala do local e a natureza grande e periférica da parcela levaram à

concepção de um edifício de um andar, com uma semi-cave para um parque de

estacionamento e salas auxiliares, ligadas à libertação de um grande espaço

diáfano concebido para a criação de um grande e bem cuidado jardim.

O volume é projetado como um grande contentor de paralelepípedos,

incluindo e organizando as diferentes áreas do programa, com acesso único e uma

área recreativa de jardim compartilhada. A separação relativamente importante do

edifício em relação à rua de acesso dá importância ao acesso único ao edifício. O

tamanho do gráfico permite extrair um esquema de três áreas para diferentes

usos. Além daquelas relacionadas ao exterior e ao jardim, há uma ampla baía

central projetada para atividades sociais. Um sistema de pátios fornece luz para o

interior de um prisma tão profundo. E permite alcançar um sentimento de

intimidade, resolvendo questões importantes como o controle e movimentação da

equipe, dos usuários ou dos visitantes, com os filtros físicos e visuais relevantes.

A escala do edifício público pode ser destacada pelo considerável

comprimento da fachada. Além de seu retrocesso notável, um sistema de slating

vertical ajustável controla a luz do sol, um objetivo que é delegado às árvores

adequadas na fachada interna. A ligeira diferença no nível do jardim reforça a

privacidade. De fato, deixa de ser uma área verde para se tornar um oásis

agradável e ambicioso.

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De acordo com as especificações técnicas da competição, o projeto atende

às necessidades de duas entidades complementares: a residência para pessoas

com transtornos mentais que não necessitam de hospitalização; e o Centro de

Reabilitação e Integração Social (CRIS) com um Centro Diurno para pessoas com

graves transtornos mentais.

O edifício, portanto, se mostra uma comunidade residencial aberta e flexível

para pessoas com transtornos mentais crônicos que não necessitam

de hospitalização; os usuários, cerca de 50, vivem num internato. Por outro lado, o

Centro Diurno é um centro especializado e específico para pessoas com

graves transtornos mentais que sofrem de séria deterioração de suas capacidades

funcionais e ambientes sociais. Este centro oferece programas de recuperação

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funcional e atividades para passar o tempo que acontecem durante o dia, em

regime aberto, para até 25 pessoas.

O CRIS, com capacidade para até 50 usuários, é definido como um centro

de serviços específicos e especializados voltado para aqueles com doenças

mentais crônicas, com significante deterioração das capacidades funcionais, onde

programas voltados para essas necessidades e especificidades são

desenvolvidos.

O projeto desenvolve a proposta vencedora do concurso de ideias, em que

todos os espaços e necessidades funcionais são agrupados num único edifício de

acordo com a resposta arquitetônica para as peculiaridades do terreno e

otimização do espaço.

A escala do lugar e a natureza do terreno – grande e periférico – levaram à

concepção de um edifício de um único pavimento – com um semi-subsolo ocupado

por vagas de automóveis e áreas de serviço – que conta com um amplo espaço

translúcido que se volta para um grande e exuberante jardim posterior.

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O volume foi projetado como um grande paralelepípedo que contém e

organiza as diferentes áreas do programa, com um único acesso e um jardim

recreacional compartilhado. Um sistema de pátios – que agem como prismas de luz

– proporciona iluminação natural para os diferentes ambientes internos.

A escala do edifício público é destacada pela considerável extensão da

fachada, onde um sistema de painéis verticais faz o controle da insolação. A

diferença de nível entre o edifício e o jardim reforça a privacidade e faz dessa área

verde um agradável oásis.

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4.2 Implantação

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4.3 Cortes/Fachadas

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4.4 Detalhes

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4.5 Irmã Margaret Smith – Centro de Tratamento de Vícios

O Centro de Tratamento de Vícios da Irmã Margaret Smith oferece serviços

residenciais e não residenciais para o tratamento de vícios, incluindo drogas e

álcool, jogos de azar e transtornos alimentares, entre outros.

O Centro foi projetado para apoiar os Valores Essenciais do Grupo de

Assistência de São José, que são; cuidado compassivo e holístico, dignidade e

respeito, cuidado baseado na fé, inclusão, veracidade e confiança. Inspirado por

esses valores, o design cria uma sequência clara de espaços que oferecem uma

variedade de relações com a paisagem exterior. A qualidade de cura da luz natural

tem sido uma consideração primordial em todo o design.

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O St Joseph's Care Group estava muito ansioso para abraçar os princípios

do design sustentável desde o início, particularmente no que diz respeito à sua

missão de fornecer cuidados holísticos. Entendeu-se desde cedo que um ambiente

de construção saudável pode ser uma parte essencial do processo de cura e que a

administração ambiental equivale a um cuidado compassivo para todos. O prédio

tem como alvo o LEED® Gold, o primeiro no noroeste de Ontário. Os resultados

aguardam aprovação do Conselho Canadense de Construção Verde.

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4.6 Planta

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5 CREDEQ

O CREDEQ (Centro de Referência e Excelência em Dependência Química),

é o serviço de referência na atenção de usuários gravemente comprometidos pelo

uso de drogas no Estado de Goiás, para os quais os recursos disponíveis nas

redes municipais não tenham apresentado a devida resolutividade.

Tendo surgido como uma proposta para complementar a rede de atenção

psicossocial através de um atendimento altamente especializado, diferenciado

quanto ao seu programa terapêutico e efetivo na atenção à saúde dessa

população. O CREDEQ atuará de forma integrada aos demais dispositivos de

atendimento a pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool ou

outras drogas, constituindo-se num espaço terapêutico destinado essencialmente

aos casos graves e de maior complexidade.

Além das ações de assistência aos usuários e suas famílias, será realizado

atividades de qualificação para profissionais de saúde e pesquisa sobre a temática

de dependência química.

O atendimento será integralmente pelo SUS à crianças, adolescentes,

adultos e idosos referenciados pelas Secretarias Municipais de Saúde através do

sistema estadual de regulação.

O programa terapêutico proposto contempla intervenções em nível

ambulatorial, internação em leitos de saúde mental (desintoxicação e tratamento da

abstinência física) e leitos de acolhimento em modelo residencial (reabilitação

psicossocial). Será realizado através de uma abordagem multiprofissional com a

participação de médicos (psiquiatras, pediatras e clínicos gerais), enfermeiros,

psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, educador físico,

pedagogo, nutricionista, farmacêutico, bibliotecário e musico terapeuta.

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O projeto teve como base determinados princípios observados em outros

centros de tratamento de dependência química do Brasil, visitados pela equipe no

decorrer da elaboração do mesmo. Será considerada a demanda individual do

paciente, conciliação de tratamento químico com terapias, atendimento rápido e

eficiente. O credeq terá como foco de seu atendimento, como frisou Ferreira e

Antônio Faleiros, a família do dependente, visando após a conclusão do tratamento

sua reinserção social, já que muitos sofrem de depressão.

A estrutura física será dividida em três núcleos de atendimento, separados

por faixa etária (infantil, adolescente e adultos), áreas esportivas, uma casa de

desintoxicação e três casas de acolhimento transitório, além de contar, cada uma,

com hortas, que irão compor a grade de atividades ocupacionais dos pacientes. A

casa de desintoxicação contará também com uma sala de reanimação. Tanto as

casas de acolhimento, como a de desintoxicação contarão com 12 leitos. “A

arquitetura é simples para não encarecer o projeto e podermos replicá-lo”.

Idealizado pelo arquiteto Roberto Botosso Júnior.

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6 REFERÊNCIAS PROJETUAIS

Para elaboração deste trabalho foram realizadas pesquisas para obtenção

de referências projetuais. Analisaram-se projetos arquitetônicos, obras existentes,

com a finalidade de formar um repertório que influenciou algumas soluções

adotadas neste projeto. Com as informações adquiridas no repertório,

O referencial funcional escolhido como base para este trabalho foi o

CREDEQ (Centro de Referência e Excelência em Dependência Química), onde

foram analisados o programa, sua distribuição e o funcionamento. O tipológico

representando a forma como a edificação ocupa o terreno, podendo assumir, por

exemplo, características mais horizontais. O precedente plástico que se relaciona

com a estética da edificação, sua forma e estilo. As tecnologias construtivas

utilizadas no projeto o mesmo que será proposto para o projeto, uma arquitetura

simples.

6.1 Brazlândia

Brazlândia era um povoado anterior à construção de Brasília que integrava a

área rural do município goiano de Luziânia, do qual foi desmembrado para se

inserir no quadrilátero previsto para a transferência da nova capital.

A origem do nome Brazlândia está associada à localização do povoado,

próximo à fazenda da família Braz, às margens da antiga Rodovia Goiânia-

Planaltina, referência mais antiga que se tem quanto à sua criação, datada de

1932.

Brazlândia foi criada em 05 de junho de 1933. Quando Brasília foi

inaugurada, a localidade possuía menos de 1.000 moradores. Ao longo dos anos, a

cidade foi sendo povoada e tornou-se uma das maiores produtoras de

hortifrutigranjeiros do DF.

A represa do Rio Descoberto e a formação do Lago Descoberto, que antes

faziam parte de antigas fazendas da região, hoje são responsáveis pelo

abastecimento de mais de 60% da água de todo o DF.

A área é dividida em Setor Tradicional, onde se originou a cidade, Setores

Norte e Sul, Vila São José e Bairro Veredas. Na região, encontram-se também os

Núcleos Alexandre Gusmão, Dois Irmãos, Engenho Queimado, Desterro,

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Chapadinha e Barreiro. Brazlândia tornou-se Região Administração IV por meio da

Lei nº 4.545, em 10 de dezembro de 1964.

É uma terra repleta de encantos e atrativos, com percentual da área em

relação ao Distrito Federal de 8,32%, possui atualmente 54 mil habitantes na área

urbana e cerca de 30 mil na área rural, e possui uma área total de 474,83k². A

cidade é polo de festas tradicionais como a do Divino, Morango, Carnaval e a Via

Sacra.

Brazlândia em números se dá da seguinte forma: 30 escolas da rede

pública; 6 escolas particulares, um hospital regional e 03 centros de saúde; uma

delegacia de Polícia Civil, um Batalhão de Polícia Militar, uma Companhia Regional

de Incêndio do Corpo de Bombeiros; 9 linhas para Plano Piloto, Taguatinga e

Ceilândia e 4 linhas para a zona rural; a agricultura constitui-se de 2.638 hectares

de produção de hortaliças, 417 hectares de produção de frutas e 14 hectares de

produção de grãos.

A cidade de Brazlândia conta com cerca de 2 mil empresas de pequeno,

médio e grande porte nos mais diversos setores e uma prestação de serviços em

diferentes áreas. Na área de alimentação, além de restaurantes e lanchonetes,

encontram-se também, padarias, confeitarias e bares. O comércio em geral conta

com farmácias e drogarias, locadoras de vídeos e DVDs, supermercados,

confecções, academias, oficinas mecânicas, clínicas de estética, dentre outros. Os

profissionais liberais também estão presentes. Em Brazlândia atuam, advogados,

contadores, administradores de empresas, decoradores, paisagistas, marceneiros,

pedreiros, engenheiros, dentre outros.

Uma cidade de tradições, vida tranquila e aprazível. A Praça do Lago é o

seu principal logradouro público. Tem, também, a Praça da Administração e três

outras praças para uso dos moradores das quadras próximas. Tem um lago urbano

e um balneário com o nome de Veredinha, numa reverência ao ribeirão que forma

o mesmo.

A vida é saudável e bucólica, numa cidade que é cercada por centenas de

propriedades rurais, agrícolas e pecuárias. E possui uma vasta opção ao turismo

rural, religioso e de aventura. Distância de 50 quilômetros do Plano Piloto. Sua

população tem as características da gente interiorana: ordeira, trabalhadora e

hospitaleira.

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Brazlândia possui localização privilegiada em relação ao Distrito Federal e

ao Brasil também. A região possui acesso através de importantes rodovias locais e

nacionais, são elas: a BR-070, a BR-080, a BR-251, a DF-001, a DF-180, a DF-

205, A DF-240 e a DF-430. Inclusive a BR-251/ DF-180 se liga à rodovia Belém-

Brasília, com isso, encurtando o acesso norte e sul do país em aproximadamente

300 Km. Esses dados colocam Brazlândia no centro dos Eixos Nacionais de

Integração Norte e Sul do país.

6.2 Caracterização da População Urbana

Segundo os dados da PDAD 2015, a população urbana estimada em

Brazlândia é de 52.287 habitantes. No ano de 2013 era de 51.121 (Gráfico 1) que,

ao comparar com a PDAD de 2015, tem-se uma Taxa Média Geométrica de

Crescimento Anual – TMGCA, no período, de 1,13%. A maioria da população é

constituída por pessoas do sexo feminino, 52,76% (Tabela 1.1)

Do total de habitantes da RA Brazlândia, 25,97% estão na faixa etária de 40

a 59 anos, 22,52% situam-se na faixa de 25 e 39 anos, enquanto na faixa de 15 a

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24 anos foram encontrados 16,44%, e os idosos, acima de 60 anos, são 13,86%.

População de zero a 14 anos totaliza 21,21% (Tabela 1.2).

Dos residentes nesta RA, 54,71% declararam ser pardos e 39,71%, brancos. A cor

preta é representada por 5,52% dos residentes (Tabela 1.3 e Gráfico 2).

Sobre o estado civil/forma de união da população de Brazlândia, observa-se

a prevalência dos solteiros, 37,90%; seguidos pelos casados, 31,28%, sendo união

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estável, 19,19%, casados no civil e religioso, 17,51% e só no civil, 12,50%.

Destaca-se ainda que 6,13% são viúvos (Tabela 1.4).

Do total da população residente, 58,78% declararam ser católicos, 24,03%

são evangélicos tradicionais e 11,86%, evangélicos pentecostais. Quando

perguntado acerca da frequência religiosa, 85,95% afirmaram que têm frequência

regular aos cultos religiosos, 9,85% praticam eventualmente e 4,08% não

frequentam cultos religiosos (Tabelas 1.5 e 1.6, Gráfico 3).

6.3 Localização

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Brazlândia está situada na Unidade de Planejamento Territorial – UPT

Oeste, que abrange também as RAs Samambaia, Ceilândia e Taguatinga.

6.4 Ocupação Territorial

Criação: Lei nº 302 de 26 de agosto de 1992. Área - 61,08 hectares

Objetivos: preservar a vegetação de veredas e repovoar, com espécies nativas, as

nascentes e áreas degradadas ao longo do Córrego Veredinha. Potencial:

Proporcionar à população lazer e atividades culturais em ambiente natural

equilibrado. Educação ambiental de crianças e jovens, com a finalidade de torná-

los guardiões desse patrimônio.

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6.5 Sub-Bacias Hidrográficas

Projeto Integrado de Colonização Agrícola Alexandre Gusmão – PICAG -

conjunto de propriedades situadas a leste do Lago Descoberto (RAs Brazlândia e

Ceilândia) com usos diversificados como chácaras de lazer, áreas cultivadas

(agricultura familiar e hortifrutigranjeiros) e núcleos urbanos isolados. Na RA – IV

estão situados os assentamentos do INCRA 6 e INCRA 8, este último um núcleo

com características urbanas.

O uso intensivo para usos agrícolas e urbanos gera impactos ambientais

como assoreamento e a redução das vazões dos cursos d’água que abastecem a

represa do Lago Descoberto, com reflexos no abastecimento d’água no DF. Fonte:

ZEE Diagnóstico – subproduto 3.2 vol. III Produção Agrícola : • 2.638 hectares de

produção de hortaliças; • 417 hectares de produção de frutas; • 14 hectares de

produção de grãos.

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6.6 PICAG e Produção Rural

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7 LEGISLAÇÕES

7.1 RDC 50/2002.

A RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) nº 50, de 21 de fevereiro de 2002

foi criada para atualizar as normas existentes quanto a infra-estrutura física de

estabelecimentos assistenciais de saúde (EAS), ou seja, é uma norma que busca

definir as etapas de elaboração de projetos; dimensões dos ambientes;

organização funcional; critérios para circulação interna e externa; condições de

conforto; controle de infecção; instalações prediais; segurança contra incêndio.

7.2 NBR 6492

Esta Norma fixa as condições exigíveis para representação gráfica de

projetos de arquitetura, visando à sua boa compreensão. Não abrange critérios de

projeto, que são objeto de outras normas ou de legislação específicas de

municípios ou estados.

7.3 NBR 13532

Esta Norma fixa as condições exigíveis para a elaboração de projetos de

arquitetura para a construção de edificações. É aplicável a todas as classes (ou

categorias) tipológicas funcionais das edificações (ou de quaisquer ambientes

construídos ou artificiais). Exemplos: habitacional, educacional, cultural, religiosa,

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comercial, industrial, administrativa, esportiva, de saúde, de lazer, de comunicação,

de transporte, de abastecimento e de segurança.

7.4 NBR 5261

Símbolos gráficos de eletricidade - Princípios gerais para desenho de

símbolos gráficos. Estabelece os padrões de proporcionalidade para desenho dos

símbolos gráficos a serem usados para representar componentes, equipamentos,

relações entre estes, ou efeitos físicos que integram o funcionamento parcial ou

completo dos mesmos.

7.5 NBR 7191

Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado. Esta

norma fixa as condições especiais que devem ser observadas nas execuções de

desenhos técnicos para obras de concreto simples ou armado. As condições gerais

e os significados nesta norma, são os fixados pela NBR 5984.

7.6 NBR 7808

Símbolos gráficos para projetos de estruturas. Esta Norma determina os

tipos de símbolos a serem empregados e as regras para a sua construção, fixa

certos símbolos gerais de emprego corrente e aplica-se a todas as normas que se

referem a projeto de estruturas, cuja notação deve ficar subordinada ao prescrito

nesta Norma.

7.7 NBR 14611

Desenho técnico - Representação simplificada em estruturas metálicas.

Especificam regras complementares as NBR 10067 e NBR10126, necessárias para

desenhos de conjunto e desenhos de detalhes.

7.8 NBR 14100

Proteção contra incêndio - Símbolos gráficos para projetos. Estabelece

símbolos para serem utilizados nos projetos de proteção contra incêndio nas áreas

de arquitetura, engenharia, construção e áreas correlatas, para prover detalhes

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sobre os equipamentos de proteção contra incêndio, combate ao fogo e meios de

fuga em desenhos para projeto, construção, reforma ou certificação (aprovação).

7.9 LEI COMPLEMENTAR Nº 814, DE 08 DE SETEMBRO DE 2009.

Estabelece parâmetros de uso de ocupação do solo para o lote que

menciona na região administrativa de Brazlândia.

I – Uso: coletivo com atividade de administração pública, defesa e seguridade

social – grupo: serviços coletivos prestados pela administração pública – classe:

Justiça;

II – taxa máxima de ocupação: 100% (cem por cento) da área do lote;

III – taxa máxima de construção: 300% (trezentos por cento) da área do lote;

IV – altura máxima da edificação: 10m (dez metros) a partir da cota de soleira a ser

fornecida pela Administração Regional de Brazlândia, excluindo-se caixa d’água e

casa de máquinas.

7.10 RESOLUÇÃO - RDC Nº 29, DE 30 DE JUNHO DE 2011.

Dispõe sobre os requisitos de segurança sanitária para o funcionamento de

instituições que prestem serviços de atenção às pessoas com transtornos

decorrentes do uso, abuso ou dependência de substancias psicoativos. As

instituições que, em suas dependências, ofereçam serviços assistenciais de saúde

ou executem procedimentos de natureza clínica deverão observar,

cumulativamente às disposições trazidas por esta Resolução às normas sanitárias

relativas a estabelecimentos de saúde.

7.11 RESOLUÇÃO-RDC/ANVISA Nº 101, DE 30 DE MAIO DE 2001.

Estabelece as diretrizes para a assistência extra-hospitalar aos portadores

de transtornos mentais; De atenção às pessoas com transtornos decorrentes do

uso ou abuso de substâncias psicoativas, segundo modelo psicossocial, para o

licenciamento sanitário.

8 ESTUDO DO SITIO

Foram Analisados três terrenos distintos na região escolhida. Sendo eles:

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8.1 Terreno 1 - Núcleo Rural Capão da Onça

Brazlândia, Brasília - DF

-15.667031, -48.177457

8.2 Terreno 2 – América do Sul

-15.687485, -48.204456

8.3 Terreno 3 – Núcleo Rural Capão da Onça

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Brazlândia, Brasília - DF

-15.644855, -48.188574

Dentre os três, o escolhido foi o terreno 3.

Em relação ao terreno e suas características, entorno e legislação,

apresenta condições ideais para o projeto proposto. Tal fato pode ser constatado

na breve análise de alguns condicionantes.

Sua localização está a 48 minutos do centro de Brasília, longe do centro

urbano da cidade, onde é indicado pra esse tipo equipamento. Porém próximo ao

terreno a uma parada de ônibus onde facilitara para os que forem visitar os

residentes.

O terreno será 3.200m2, área suficiente para o programa de necessidades

proposto.

Foram destacadas também a direção dos ventos predominantes, neste caso

o vento nordeste, e a trajetória solar ao longo do terreno, que nasce a leste e se

põe a oeste, os quais são fatores determinantes na garantia do conforto ambiental

da construção.

9 PROGRAMA DE NECESSIDADES

O programa de necessidades da Comunidade Terapêutica proposta neste

trabalho foi desenvolvido a partir da legislação para Instituições que prestam

serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso, abuso ou

dependência de substâncias psicoativas (SPA), em regime de residência sendo a

RDC nº 29, de 30 de junho de 2011 da ANVISA.

Para cada 15 pessoas, são necessários:

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a) 1 coordenador, profissional de saúde de nível universitário com pós-

graduação lato senso (no mínimo de 36 horas-aula) ou experiência

comprovada de pelo menos 4 anos na área de cuidados com pessoas

com necessidades de saúde decorrentes do uso de álcool, crack e/ou

outras drogas;

b) No mínimo 2 profissionais de saúde de nível médio, com experiência na

área de cuidados com pessoas com necessidades de saúde decorrentes

do uso de álcool, crack e/ou outras drogas;

9.1 RDC N° 29 – Jun/2011

Dispõe sobre os requisitos de segurança sanitária para o funcionamento de

instituições que prestem serviços de atenção a pessoas com transtornos

decorrentes do uso, abuso ou dependência de substâncias psicoativas.

Segundo o artigo 14 da RDC n°29, as instituições devem possuir os seguintes

ambientes:

9.2 Alojamento

a) Quarto coletivo com acomodações individuais e espaço para guarda de

roupas e de pertences com dimensionamento compatível com o número de

residentes e com área que permita livre circulação;

b) Banheiro para residentes dotado de bacia, lavatório e chuveiro com

dimensionamento compatível com o número de residentes.

9.3 Setor de reabilitação e convivência:

- Sala de atendimento individual;

- Sala de atendimento coletivo;

- Área para realização de oficinas de trabalho;

- Área para realização de atividades laborais;

- Área para prática de atividades desportivas.

9.4 Setor administrativo:

- Sala de acolhimento de residentes, familiares e visitantes;

- Sala administrativa;

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- Área para arquivo das fichas dos residentes; e

- Sanitários para funcionários (ambos os sexos).

9.5 Setor de apoio logístico:

- Cozinha coletiva;

- Refeitório;

- Lavanderia coletiva;

- Almoxarifado;

- Área para depósito de material de limpeza;

- Área para abrigo de resíduos sólidos.

Os ambientes de reabilitação e convivência podem ser compartilhados para

as diversas atividades e usos. Deverão ser adotadas medidas que promovam a

acessibilidade aos portadores de necessidades especiais.

Segundo o artigo 15, todas as portas dos ambientes de uso dos residentes

devem ser instaladas com travamento simples, sem o uso de trancas ou chaves.

9.6 Programa

Tendo em vista a demanda de pacientes e profissionais e as exigências

constadas na RDC n° 29, foi desenvolvido o seguinte programa básico:

SETOR Quantidade Compartimento Pré-dimensionamento (m²) ADMINISTRAÇÃO

1 Recepção e Sala de Espera

15,5

1 Arquivo 2.00

1 Diretoria 9,0

1 Almoxarifado 2,00

1 Sala de reunião 12,00

2 Sanitários 2,05

1 Sanitário Acessível 4,25

1 Recepção enfermaria 9,00

Subtotal: 57,85 REABILITAÇÃO E CONVIVÊNCIA

1 Quadra 75,00

6 Consultório 8,20

1 Pátio contemplativo 84.95

1 Piscina 112,85

1 Pomar 350,00

1 Depósito pomar 9,00

2 Sala multiuso 49,00

1 Internação 50,45

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Subtotal: 829,45 HOSPEDAGEM

4 Quartos Feminino 16,00

4 Quartos Masculino 16,00

6 Banheiros 8,00

2 Banheiros Acessíveis 8.00

Subtotal: 192,00 APOIO LOGÍSTICO

1 Cozinha 38,00

1 Copa - descanso funcionários

21

1 Refeitório 65,8

1 Despensa 2,25

1 Lounge - sala de TV 82,6

1 Circulação 9

2 Sanitários 6,15

1 Sanitário Acessível 2,5

2 Vestiário Funcionários 7,75

1 Lavanderia 8,40

1 DPL 3,75

Subtotal: 261,10

TOTAL: 1,340.4

9.7 Setor administrativo

O setor administrativo é caracterizado por ser o primeiro contato com a

Instituição, onde serão acolhidos os residentes, familiares e visitantes. É um local

que deve haver segurança, pois, contêm documentos, arquivos, bens pessoais dos

residentes e medicamentos, que só podem ser administrados pelo responsável

técnico e com prescrição médica.

9.8 Setor de reabilitação e convivência

Este setor contempla todos os ambientes ligados ao tratamento de

recuperação, seja físico e psíquico. As salas podem ser compartilhadas para

diversas atividades desde que haja uma programação e escala de uso, alguns

ambientes serão integrados, a fim de dinamizar a utilização e manter os residentes

mais próximos. Além dos compartimentos apresentados na tabela, o setor

contemplará ainda: campo de futebol society, horta, espaços ajardinados e

contemplativos e estacionamento.

9.9 Setor de hospedagem

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A RDC nº 29 prevê para o setor de hospedagem, apenas quartos coletivos

com acomodações individuais, no entanto a antiga RDC ANVISA nº 101/01, definia

capacidade máxima de alojamento para 60 residentes, alocados em, no máximo 02

unidades de 30 residentes por cada unidade, e quartos coletivos para no máximo,

06 residentes (BRASIL, 2001).

Quartos com menor quantidade de residentes garantem o conforto e a

individualidade dos mesmos, a partir disso, optou-se por trabalhar com quartos com

03 residentes, um total de 24 residentes ao todo.

Os dormitórios serão projetados com banheiro e capacidade para 03 camas,

sendo dois quartos adaptados para P.N.E. (Portadores de Necessidades

Especiais). O salão de jogos, a sala de estar e vivência e a lavanderia será

disposta próxima a este setor, a fim de proporcionar mais conforto.

9.10 Setor de apoio logístico

Como o próprio nome já diz, este setor contempla ambientes de apoio,

relacionados a serviço.

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10 Fluxograma Primário

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11 Fluxograma Secundário

Os fluxos foram separados de acordo com seus usuários: funcionários,

residentes e visitantes.

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12 Conclusão

Considerando que a dependência química é um problema que tem afligido a

sociedade e reconhecendo a carência de modelos assistenciais que contemplem

as reais necessidades de seus usuários, o presente trabalho consiste no

anteprojeto arquitetônico de uma comunidade terapêutica.

A partir da revisão bibliográfica, tomou-se conhecimento sobre a temática

das drogas, um assunto complexo, com muitas variantes, mas, que tem gerado um

problema reconhecido internacionalmente, que é a dependência química.

Considerada uma doença crônica, a dependência química não possui cura,

portanto o tratamento é voltado para a redução dos sintomas. As comunidades

terapêuticas são unidades de atendimento, no entanto não existe uma estrutura

padrão.

A dependência química, as técnicas de tratamento bem como os tipos de

atendimento ao usuário, ainda são assuntos carentes de materiais acadêmicos e

científicos, que deixa uma lacuna para discussões seja quanto a ações de

promoção e de prevenção ao uso de drogas, como para a necessidade de modelos

assistências que contemplem as reais necessidades dos pacientes, como

reconhecido pela Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral a Usuários

de Álcool e outras drogas (BRASIL, 2003).

O objetivo da edificação consiste em proporcionar qualidade de vida ao

usuário, sendo assim, deixa de ser apresentado somente a partir de características

físicas e passa a ser discutido enquanto espaço vivenciado, cada pessoa percebe,

reage e responde, de forma diferente, às ações sobre o ambiente em que vive.

Por isso os estudos dos aspectos construtivos e funcionais do espaço

construído devem vir acompanhados de uma análise comportamental e social

essencial à sua compreensão (ELALI, 1997).

A elaboração de um projeto trouxe consigo vários condicionantes, como a

existência de um terreno com forma e topografia irregular; as legislações que

permearam o projeto; levando sempre a uma reflexão do que é ou não viável; a

valorização do conforto ambiental a partir de soluções; bem como a

responsabilidade de um projeto que atenda a seus usuários, sem deixar de cumprir

sua função de maneira eficiente.

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A expectativa é que este projeto possa proporcionar o bem estar de seus

usuários. “Um ambiente de qualidade é um ambiente que atenda às necessidades

de seus usuários garantindo-lhes segurança, conforto físico e psicológico na

realização de suas atividades” (VASCONCELOS, 2004).

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ANEXOS

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REFERÊNCIAS

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BRASIL. Lei nº 10.932, de 03 de agosto de 2004. Altera o art. 4º da Lei no 6.766, de 19 de dezembro de 1979, dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências. Brasília, DF, agosto de 2004. Disponível em: < http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2004/lei-10932-3-agosto-2004-533184-publicacaooriginal-16428-pl.html>. Acesso em 27 de nov. 2018.

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