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SÍNDROME NEFRÓTICA
Apresentação: Mayra MartinsCoordenação: Dra Carmen Lívia
Internato de Pediatria UCB – 1º/2015www.paulomargotto.com.brBrasília, 16 de março de 2015
Introdução:• A síndrome nefrótica é uma comum glomerulopatia na
infância caracterizada por proteinúria severa, hipoproteinemia, edema e hiperlipidemia;
• Mais de 80% dos casos apresentam a doença de lesões mínimas, que é geralmente responsiva aos corticoides e têm excelente prognóstico.
Definição:
• Cursa classicamente com:
• Proteinúria maciça (>40mg/m3/h);
• Hipoalbuminemia (<2,5g/dL);
• Edema e
• Hiperlipidemia.
Epidemiologia:
• É essencialmente uma doença pediátrica (15x mais comum em crianças);
• A maioria dos casos ocorre entre 2 e 6 anos de idade, com pico de incidência aos 3 anos;
• Afeta mais meninos do que meninas (3:2);
• Prevalência de 16 casos por 100.000 crianças;
Classificação:
• Pode ser primária (idiopática) ou secundária a fatores ou patologias extrarrenais.
Fisiopatologia:
Alteração da permeabilidade glomerular
Filtração anormal de proteínas
Proteinúria (Hipoalbuminemia)
Diminuição da pressão oncótica
Aumento síntese hepática - lipoproteínas e fatores de coagulação
Edema
Hipercoagulabilidade
Hiperlipidemia
Fisiopatologia:
Proteinúria:•As fendas de filtração normalmente impedem a passagem de globulinas;•Há alteração carga elétrica na membrana glomerular (normal: MBG possui carga negativa, repele albumina):
• 1. Proteinúria Seletiva: processo de lesão renal com consequente alteração na carga elétrica da MBG nefropatia por lesão mínima.
• 2. Proteinúria Não-Seletiva: processo de lesão glomerular com consequente alteração das fendas de filtração passagem de globulinas GEFS ou GP membranosa.
Fisiopatologia:
Hipoalbuminemia:•A proteinúria queda dos níveis plasmáticos da albumina;•Resulta em diminuição da pressão oncótica;•Queda acentuada nos níveis de albumina estimula síntese hepática de albumina não é suficiente para contrabalancear a hipoalbuminemia (acúmulo plasmático de alfa-2-globulina).
Repercussões Clínicas:
Fisiopatologia:
Edema:•A diminuição da pressão oncótica que decorre do quadro promove, como tentativa de manter homestasia, aumento da pressão hidrostática; •Se aumento importante da pressão hidrostática, extravasamento do líquido intravascular para fora do capilar edema;•Edema intenso, mole, frio, depressível, podendo evoluir para anasarca;•Pode ocorrer ascite, derrame pleural e genital.
Fisiopatologia:
Hiperlipidemia:•A hipoalbuminemia estimula a síntese hepática de lipoproteínas hipercolesterolemia;•Aumento de LDL: • Risco de doença coronariana em portadores de SN é 5,5
vezes maior;•Hipertrigliceridemia:• Menos frequente;• Redução do catabolismo do VLDL;• Predomina em pacientes com falência renal crônica.
Quadro Clínico:
• Ascite;
• Dispneia (derrame pleural);
• Edema periorbital bilateral matutino;
• Hipotensão arterial.
• Hiporexia;
• Astenia;
• Palidez cutânea;
• Dor abdominal;
• Diurese diminuída;
Diagnóstico:• EAS:• Proteinúria (3+/4+);• Relação proteína
total/creatinina ou albumina total/creatinina estima proteinúria diária;
• 20%: hematúria microscópica;
• Corpos graxos ovalados e cilindros graxos.
• Proteinúria de 24 horas;
• Hemograma completo;
• Perfil lipídico;
• Bioquímica;
• Proteínas totais e frações:• Eletroforese de
proteínas urinárias;
• Complemento;
• Sorologias (TORCHS, hepatite, HIV);
• Função renal: ureia e creatinina;
• Eletrólitos (sódio, potássio, cálcio).
Diagnóstico:• Indicações de biópsia renal:• Crianças entre 2 e 7 anos de idade sem resposta à
corticoterapia após 4 a 8 semanas de tratamento.• Recidivas persistentes por mais de 12 a 18 meses do
diagnóstico;• Adolescentes (menor chance de ser LHM);• No geral, crianças com mais de 8 anos podem receber
tratamento para avaliar sua córtico-sensibilidade ou serem biopsiadas.
• SN no 1º ano de vida:• Deve ser realizada antes do início do tratamento.
• Se complemento sérico baixo:• Pois esse dado exclui LHM.
Tratamento:
Inespecífico:•Medidas gerais: dieta hipossódica e normoproteica, repouso e orientações gerais.•Sintomáticos: diuréticos (furosemida/espironolactona), infusão de albumina (0,5 a 1g/kg/dose).
Específico:•Prednisona 1 a 2mg/kg/dia por 4 a 6 semanas;•Pulsoterapia se resistência ao tratamento inicial;•Resistente a corticoides proteinúria resistente por 8 semanas ou mais.
Tratamento:
• Forma recidivante:• 50% dos respondedores a corticoterapia, terão
remissão completa ou apenas mais 1 episódio;• 50% poderão desenvolver a forma recidivante
frequente (≥4 recidivas/ano) associar com imunossupressores:• Ciclofosfamida (2mg/kg/dia);• Ciclosporina; • Tracolimus; • Micofenolato;• Levamisol.
Complicações:
• Infecções:• Principal fator desencadeante das crises;• Principal causa de óbito.
• Fenômenos tromboembólicos;• Insuficiência renal;• Alterações hormonais e minerais;• Crescimento anormal e nutrição;• Crise nefrótica.
Prognóstico:
• A resposta aos corticosteróides e a frequência das recidivas após a terapia inicial são os principais fatores prognósticos;
• Geralmente as crianças evoluem bem;
• Considera-se “eventualmente curada”:• Criança que permanece 5 anos sem crise e sem medicação.
• Pacientes com GESF apresentam potencial de evolução para IRC em 10 a 12 anos em média.
Nefropatia por lesão mínima:• Responsável por até 90% dos casos de síndrome
nefrótica em crianças;
• Há alteração de cargas na MBG proteinúria hipoalbuminemia;
• Quadro clássico de SN, principalmente pós-infecções virais;
• Dor abdominal + febre + vômitos;
• Remissão espontânea do quadro.
Nefropatia por lesão mínima:
• Períodos de remissão e atividade;
• Resposta dramática à corticoterapia;
• Evolução favorável:• < 5% evolui para DRC.
• 85% a 95% das crianças apresentam melhora da proteinúria nas primeiras semanas de tratamento.
Referências Bibliográficas:• Goldman L, Ausiello D. Cecil: Tratado de Medicina
Interna. 23aEdição. Rio de Janeiro: ELSEVIER, 2009. • Iza de Castro Oliveira; Vera Maria Santoro Belangero.
Crescimento e composição corporal em crianças e adolescentes com síndrome nefrótica córtico-dependente. J. Bras. Nefrol. vol.31 no.4 São Paulo Oct./Dec. 2009.• Souto, M. F. O; Teixeira, M. M; Simôes e Silva, A. C.
Fisiopatologia da síndrome nefrótica em crianças e adolescentes. Arch. Latinoam. Nefrol. Pedi tr; 7(3): 112-121, 2007.• Toporovski J. Nefrologia Pediátrica, Sarvier, 2003 .