Streptococcus e Enterococcus - FMUPusers.med.up.pt/cc04-10/microslides/5-strepto.pdf ·...

38
Streptococcus e Enterococcus

Transcript of Streptococcus e Enterococcus - FMUPusers.med.up.pt/cc04-10/microslides/5-strepto.pdf ·...

Streptococcus e Enterococcus

Objectivos

� Caracteristicas gerais� Epidemiologia� Mecanismos de patogenicidade� Principais doenças� Diagnóstico laboratorial

Características gerais

- cocos gram+ em cadeias ou aos pares- Capsulados, não esporulados, imóveis- Catalase -- grupo diversificado: comensais/ invasores- grande variabilidade na patogenicidade e

susceptibilidade aos antimicrobianos

Classificação dos Streptococcus

- sua classificação é a combinação de várias características:

culturais (colónias, hemólise )composição antigénica da parede –

Rebeca Lancefield (A-H, K-U)características bioquímicas

- exige conhecimentos genéticos, biologia e imunologia

Mecanismos de patogenicidade

� Cápsula – ác. hialurónico� Parede (proteínas, carbohidratos, peptidoglicano)� Ácido lipoteicoico- adesão� Antigénios/anticorpos com reacção cruzada

� Proteína M� Exotoxinas potentes

toxinas pirogénicas superantigénicas-estirpeslisogénicas

estreptoquinase- digere a fibrinaestreptodornases ou desoxirrobonucleaseshialuronidase- destroi tecido conjuntivohemolisinas (S,O)- estreptolisinas

Streptococcus pyogenes

� Maior reservatório é a mucosa oral-nasal humana� Mecanismo pelo qual atravessa a mucosa é

desconhecido� Mais de 100 serótipos que usam estratégias de

diferenças/semelhanças para evitar as defesas do hospedeiro

� Maioria apresenta antigénio grupo A� Um dos agentes mais agressivos� Invasão: proteína F (ligação à fibronectina); proteí na

M (antifagocítica)

Doenças S. pyogenes

� Superficiais e limitadas - faringite, amigdalite- inf. da pele (impétigo) - erisipelas, celulite, fasceíte, miosite

� Sistémicas- Pneumonia, bacteremia, febre puerperal

� Doenças devido às toxinas- escarlatina- após faringite, estirpe lisogénica- síndrome do choque tóxico- mortal em 30%

� Doenças pós-estreptocócicasdevido à resposta imunopatológica- febre reumática- glomerulonefrite pós-estreptocócica

Febre reumática� Anticorpos anti-estreptolisina O, anticorpos anti-

laminina, colagénio e outras macromoléculas� Reacção cruzada com coração e tec. musculo-

esquelético; febre, cardite e poliartralgias� 3% dos indivíduos com faringite estreptocócica não

tratada ou mal tratada desenvolve FR; serótiposM1,3,5,6 e M18

� 1% das crianças em idade escolar podem ter FR� Apenas após inf. com atingimento respiratório� Podem acorrer surtos múltipos� Tratamento inclui anti-inflamatórios; pode deixar

sequelas� Profilaxia

Glomerulonefrite

- por deposição de imunocomplexos no rim - edema, hematúria, proteinúria, HTA

- pode seguir-se a inf. respiratórias ou da pele

- serótipos M12,49,55 e 57- não são frequentes as recidivas

Streptococcus grupo B

� Colonizadores assintomáticos adultos mas potencialmente devastadoras nas crianças

� RN são muito susceptíveis� Sem sequelas pós-infecção� Adesão (ác lipoteicoico)/

citotoxicidade/invasão/bacteriemia

Doenças S. Grupo B

� Celulite, úlcera pé e abcessos, fasceíte necrotizante� Bacteremia sem foco detectável� Pneumonia� Endocardite� Grávidas: bacteriúria assintomática e sintomática,

endometrite, amniotite, meningite, pielonefrite, pa rto pré-termo e inf. ferida pós-parto

� RN: bacteriemia, meningite (sequelas neurológicas), pneumonia

Streptococcus grupo C e G

� Oportunistas pele, nariz, garganta, vagina e tracto GI

� Doenças: septicemia, faringite, celulite, otite, sinusite, artrite séptica, meningite, endocardite e abcessos multiorgânicos

Streptococcus bovis

Doenças: septicemiaendocardite

S. Grupos E, F, G, H e K-U� Principalmente dos animais

S. viridans

� Conjunto de estreptococos alfa-hemoliticos e não-hem oliticos� Os mais frequentes na pop. boca, faringe, tubo dige stivo e uro-

genital� Exemplos: S. mutans, S. mitis, S. anginosus, S. salivarius

� Doenças: cárie dentáriainf. intra-abdominaisendocardite bacteriana sub-aguda

S. pneumoniae

� Diplococos, lanceolados� Pertencem ao grupo S. mitis� Isola-se frequentemente na naso-faringe e

orofaringe de individuos saudáveis� Doenças mais frequente nas crianças e idosos� Frequentemente associado a doença vírica

prévia ou outras como DPCO, alcoolismo, insuficiência cardíaca, diabetes ou IRC

Mecanismos de patogenicidade

� Cápsula proeminente (84 serótipos), grande factor de patogenicidade

� Neuraminadase, amidase ou autolisina, pneumolisina(hemolítica e dermonecrótica)

� Carbohidrato C- precipita proteína C reactiva� Proteínas de adesão� Protease IgA secretora� Peróxido de hidrogénio

Doenças por S. pneumoniae

- Pneumonia lobar- broncopneumonia- meningite- septicemia- otite- sinusite- conjuntivite

Diagnóstico laboratotrial

� Colheita do produtozaragatoa

secrecções brônquicashemoculturaLCRurina

sangue para titulação de anticorpos

Diagnóstico laboratotrial� Exame macroscópico� Exame microscópico

Gram: cocos Gram+ aos pares ou cadeias

Diagnóstico laboratotrial

� Ex. Culturalmuito exigentes: agar-sangue, 3-5 % CO2, 35ºC

� Aspecto das colónias� Hemólise

Diagnóstico laboratotrial� Aglutinação com antisoros específicos –

Lancefield

� Provas bioquímicas

Streptococcus pyogenes do grupo A

colónias beta-hemolíticas

aglutinação com anti-soro A

susceptibilidade à bacitracina (qualquer halo )

Streptococcus grupo B

colónias beta-hemolíticas

aglutina com anti-soros B

hidrólize dohipurato

teste CAMP+ (factor CAMP)

(hipurato+nihidrina)

S. pneumoniae

colónias alfa-hemolíticas

sem aglutinação com antisoros específicos

sensíveis à optoquina (halo >15mm)

lise em presença dos sais biliares� (deoxicolato de sódio)

S. agalactiae

� Pesquisa nas grávidas 35-37 semanas� Meios GS (nem sempre beta-hemolíticas)� Meios de enriquecimento – caldo Todd� Meios cromogénicos - GBS

Streptococcus boviscolónias não-hemolítico ou alfa-hemolíticogrupo D de Lancefield

Streptococcus grupo C e Gcolónias beta-hemolíticasreacções específicas com antisoros C e G

Diagnóstico laboratotrial

Detecção antigénica directa

S. pyogenes- detecção grupo A numa zaragatoa orofaringe(sensibilidade 60-90%; especificidade 98-99%)

S. pneumoniae- Detecção carbohidrato C na urina(sensibilidade 60-80%; especificidade 99%)

Biologia molecular

Diagnóstico laboratotrial

Diagnóstico serológico - TAEO

Susceptibilidade aos antimicrobianos

� Maioria sensíveis à Penicilina� Resistência à eritromicina é frequente� S. pneunoniae- resistência às penicilinas por alteracão das PBP

baixo nível e alto nível; cefalosporinas de 3ª geraçã o; vancomicina

Imunização activa

� Vacina pneumocócica- grupos de risco: idosos, debilitados, imunodeprimidos

Enterococcus

� Há pelo menos 12 espécies� E. faecalis mais frequente (85-90%); E. faecium (5-

10%)� Habitualmente não-hemolítico, eventualmente alfa-

hemolítico ou beta-hemolitico� Grupo D de Lancefield

Epidemiologia

� Habitante do tubo digestivo, vagina e cavidade oral� Transmitidos de pessoa a pessoa pelas mãos do

pessoal hospitalar� Frequente agente de inf. Nosocomial, ppl nas UCI

Mecanismos de petogenicidade

� Tem poucos factores de virulência conhecidos� Produzem bacteriocinas� Muito resistentes à terapeutica – pressão selectiva

Doenças por Enterococcus

- ITU- Infecção de feridas- Inf. tracto biliar - meningite e bacteremia no RN- endocardite nos adultos – grande mortalidade- septicemia

Diagnóstico laboratotrial

� Gram� Ex. Cultural

nutritivamente exigentes- Vit, bases de ácidos nucei cos, glicose

toleram meios com elevada conc. sais biliares e clo reto de sódio (6.5%)anaerobios facultativos

� Identificação bioquímica

Resistência aos antimicrobianos� Intrínseca- cefalosporinas, penicilinas resistentes às penicilinases

As penicilinas e os glicopeptídeos têm acção bacteri ostática e não bactericida

� Resistência aos aminoglicosídeos- redução do “uptake”- se sensível a altas doses é possível o sinergismo c om inibidores da síntese da parede

aminoglicosídeo+penicilina ou vancomicina- por vezes são resistentes a altas doses e o sinerg ismo não épossível

� Novos antimicrobanos: linezolide

R (%) S (%) I (%)

A Ampicilina 86,9 12,7 0,4Penicilina 90,5 9,5 0

B Vancomicina 61,4 37,5 1,1Teicoplanina 32,1 63,2 4,7

C Eritromicina 35,7 4 60,3Tetraciclina 60,4 39,2 0,4

U Cloranfenicol 4,5 90,6 4,9Ciprofloxacina 94,9 3 2,1Nitrofurantoína 11,7 63,2 25,1

R (%) S (%) I (%)

A Ampicilina 0,8 99,2 0Penicilina 21,9 78,1 0

B Vancomicina 20,7 78,7 0,6Teicoplanina 19 81 0

C Eritromicina 42,7 48,4 8,9Tetraciclina 73,4 24,9 1,7

U Cloranfenicol 31,4 63,3 0,6Ciprofloxacina 42 54,4 3,6Nitrofurantoína 0 100 0

E. faecalis N=365

E. faecium N=141

Enterococcus spp.

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

S (%)

I (%)

R (%)

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Am

pici

lina

Pen

icili

na

Van

com

icin

a

Tei

copl

anin

a

Erit

rom

icin

a

Tet

raci

clin

a

Clo

ranf

enic

ol

Cip

roflo

xaci

na

Nitr

ofur

anto

ína

S (%)

I (%)

R (%)