SUMÁRIO

30

20CAPA

Esequias Nunes: um "leão" na literatura

ESPORTE

Entrevista com Flávio Canto

NA ESTRADA

Cidade das Crianças

04 EDITORIAL No caminho certo

05 VOCÊ MERECE Rodoviários que fazem do seu trabalho uma missão recebem reconhecimento

09 PELO SETOR Novos sites do Mobilidade Sonora e Empresas de Portas Abertas, Projeto Histórias que Movem a Vida, PMU em novembro e muito mais

23 CULTURA E ENTRETENIMENTO

Museu de Astronomia e Planetário: o céu sem limites

26 VIDA DE RODOVIÁRIO Ivonete da Cunha: doutora Biometria

28 VIDA DE RODOVIÁRIO Robson de Sá: o motorista que fala inglês

34 EDUCAÇÃO EM FOCO

Entrevista com Roberto DaMatta, "Fique por

Dentro" da UCT e artigo de Andrea Ramal

41 RIOCARD EXPLICA

Cartões moedeiros já podem

ser recarregados por telefone

ou pelo site da RioCard

38 HISTÓRIA

Na virada do século

42 TUDO EM ORDEM

Fretamento contínuo e

eventual: entenda a diferença

43 NA PONTA DA LÍNGUA

Um Quiz para você mostrar se

está por dentro da ortografia

44 CONCURSO

Inscrições para o concurso de

desenho infantojuvenil encerram-se

em 1º de novembro

45 CUIDE-SE

Tuberculose ainda é problema de saúde

pública no Brasil

48 NO PONTO

Moqueca capixaba ou baiana?

50 INTERVALO

Cruzadas, jogo dos 7 erros e caça-palavras

17

EDITORIAL

No caminho certo

Rodoviário, sabemos que a sua profissão ainda não tem o reconhe-cimento que merece. Se, como vimos na última edição, existem passagei-ros como a Paula Duarte, comunicó-loga e terapeuta que criou um dia de agradecimento aos motoristas e cobradores, e inúmeros outros, que escrevem para nós, ligam para o Fale Ônibus ou entram em contato por outros canais para fazerem elogios, relatar casos de gentileza, dedica-ção, honestidade, responsabilidade ao volante e no trato com os clientes do transporte público, por outro lado, vemos e ouvimos muitas críticas.

Somos obrigados a conviver com o vandalismo e a violência no trânsi-to e muitos problemas urbanos que, muitas vezes, provocam desânimo e questionamentos. Mas, exatamente nesses momentos mais difíceis, é que se destacam os grandes profissionais, as pessoas mais positivas, aquelas que acreditam no lado bom da vida, das pessoas e das profissões.

Assim é que casos como o do Ezequias Nunes da Silva, nossa capa,

nos fazem saber que estamos no ca-minho certo. Rodoviário há 22 anos, ele acaba de lançar um livro na Bie-nal, exatamente sobre os percalços e aprendizados da vida de “leão”, gí-ria pela qual os próprios rodoviários se denominam. Não vamos dar deta-lhes do livro, pois estão na matéria – e esperamos que vocês a leiam e também comprem o livro.

Pessoas como o Ezequias e tan-tas outras que ilustram nossas pá-ginas e capas desde o surgimento da Indo & Vindo demonstram, a cada dia, que vale a pena man-termos esta publicação, pois aqui podemos mostrar o lado bom e a importância do rodoviário de to-dos os níveis hierárquicos. Aquele profissional que, no interior das ga-ragens ou nas ruas, contribui dia-riamente para que as outras cate-gorias cheguem aos seus trabalhos, e que contem com transporte pú-blico em todos os dias da semana, no frio ou no calor, sob sol ou chu-va, de dia ou à noite, nos recantos mais escondidos de nosso Estado.

Lélis Teixeira,

presidente da

Fetranspor

Miri

an F

icht

ner

Presidente do Conselho de Administração:

José Carlos Reis Lavouras

Presidente da Fetranspor:

Lélis Marcos Teixeira

Diretor de Marketing e Comunicação:

Paulo Fraga

Gerente de Comunicação e Eventos:

Verônica Abdalla

(21) 3221-6300

Editora: Tânia Mara Gouveia Leite

Chefe de Redação: Roselene Alves

Redação: Fred Pacífico, Juliana Marques,

Renato Siqueira, Roselene Alves e Marilza Bigio

Fotografia: Arthur Moura, Jorge dos Santos

e Fred Pacífico

Revisão: Patrícia Gonçalves

Direção de Arte: Vlad Calado

Projeto Gráfico: Yuri Bigio

Produção Gráfica e Distribuição:

Marina Nunes

Publicidade: Verônica Lima - (21) 2253-3879

publicidade@arquimedesedicoes.com.br

Editoração: Arquimedes Edições

Federação das Empresas

de Transportes de Passageiros

doEstado do Rio de Janeiro

Rua da Assembleia, 10/39º andar

Centro – Rio de Janeiro – RJ

CEP: 20011-901

Uma publicação:

0800 886 1000 www.faleonibus.com.br

www.revistaindoevindo.com.br indoevindo@fetranspor.com.br

fiq

ue

de

olh

o Fetranspor nas redes sociaisA Fetranspor está nas redes sociais, divulgando suas ações,

eventos e projetos e interagindo com a população do Estado do Rio de Janeiro. Se você também possui um perfil no Facebook, Twitter e Instagram, siga a Federação e fique por dentro de tudo sobre o mundo dos transportes por ônibus:

Facebook.com/fetransporrjTwitter.com/fetranspor (@fetranspor)Instagram.com/fetranspor (@fetranspor)

A REVISTA DO RODOVIÁRIO

Indo Vindo&

5Indo & Vindo 26

VOCÊ MERECE

Confira os elogios recebidos por alguns rodoviários do Estado do Rio de Janeiro, através do Fale Ônibus, pelos seguintes canais de comunicação:

Rodoviário de destaque

Pedro Raphael Aristoteles da Costa, motorista da Expresso Recreio Transporte de Passageiro, na linha 2333 – Recreio – Castelo

"Estou viajando no carro executivo C12013 Barra x Castelo e gostaria de fazer um elogio. Muito bom o motorista que está fa-zendo o trajeto. O carro teve problema com o ar-condicionado, e ele contornou a situa-ção com muito jeito, diante da reclamação de alguns passageiros. No fim da viagem estão todos desembarcando e agradecendo por sua atenção e educação. Parabéns pelo funcionário."

João Henrique Lima F. da Silva, motorista da Estrela Azul, na linha 434 (Grajaú – Gávea)

"Estou registrando um ato louvável, generoso e de grande humanidade do motorista, que ajudou um passageiro idoso e cego a descer do ônibus, atravessar a rua e o deixou em fren-te a um prédio, possível moradia do senhor, num gesto raramente visto por um trabalhador desta categoria. Nesse mundo maluco em que vivemos, necessitamos de pessoas com essa natureza e humanidade. Espero que ele seja reconhecido e prestigiado."

• telefone: 0800 886 1000; • SMS, através do envio de mensagem de texto gratuita para o número 28511;• WhatsApp, para o telefone (21) 99992-8511;• chat e e-mail, que podem ser acessados pela página www.faleonibus.com.br;• redes sociais (perfil “faleonibus”, tanto no Facebook como no Twitter); • canais de parceiros. Elogios que foram notícia na mídia também poderão ser publicados.

6 Indo & Vindo 26

VOCÊ MERECE

Cicero Ferreira da Silva Júnior, cobrador da Vila Isabel, na linha 433 (Vila Isabel – Gávea – via Copacabana)

"Queria parabenizar a empresa Vila Isabel, pelo cobrador, que é muito educado. Queria dizer à empresa que um cobra-dor com essas qualidades não é toda empresa que consegue, pois é uma pessoa muito bem-educada, atenciosa e de ótimo desempenho. Um funcionário espetacular."

Paulo Sérgio e André Gonçalves, motorista e cobrador da Viação Dedo de Deus, na linha 25B (Três Córregos – Corta Vento – Via Paraíso)

Cliente elogia ambos os profis-sionais pelo bom atendimento, e relata que estava acompa-nhando um idoso que havia esquecido seus documentos dentro do veículo, e os dois rodoviários guardaram a docu-mentação para entregar ao se-nhor. Cliente destaca que "eles merecem ser reconhecidos".

Alexandre da Silva Tavares e Bruno dos Reis Saraiva, motorista e cobrador da Empresa de Transportes Flores

"No dia 17 de julho, em-barquei no ônibus da em-presa Flores, na Primavera, sentido Xerém. O veículo estava cheio na frente, e como faço uso de muleta, o cobrador prontamente solicitou a um jovem, que estava sentado, que cedesse o lugar para mim. Em segui-da, o motorista ajudou uma senhora idosa, que ia descer com duas bolsas pesadas. Ele se levantou e foi ajudá-la a descer. Os dois são jovens rodoviários. Quando desci, não resisti e parabenizei-os por seus gestos. Num mun-do com tanta banalização da violência, encontrar profis-sionais como esses nos faz acreditar que o mundo ainda tem jeito."

Cláudio Marcelo Lopes e Paulo Ricardo Silva de Almei-da, motorista e cobrador da Empresa de Transportes Flores, na linha 450I (Nova Iguaçu – Parque São José)

Cliente elogia os profissionais e destaca que ambos são muito educados e prestativos, ajudando os cadeirantes e outros deficientes físicos, e auxiliando-os no embarque e desembarque.

7Indo & Vindo 26

André Luiz Fernandes da Gama, motorista da Ideal, na linha 324 (Ribeira – Castelo)

"Queria deixar minha gratidão e meus para-béns ao motorista. Por volta das 15h, eu esta-va esperando minha mãe, no ponto da Praça Panamericana, quando me deparei com esse motorista, que além de ter auxiliado minha mãe, que é deficiente visual, a descer, ajudou--a a atravessar de uma ponta a outra da Pra-ça. Ela me disse que ele a tratou com a maior presteza, educação e atenção. Achei impor-tante elogiar, porque já vi muita coisa ruim, e coisas boas ninguém costuma falar. Fica aqui toda a minha gratidão a esse profissional."

Eugenio Rafael Jesus do Nascimento, moto-rista da Braso Lisboa, na linha 475 (Méier – Prado Júnior)

O passageiro Ronaldo Gonçalves da Silva ficou com falta de ar. Após alguns minutos, uma jovem avisou ao motorista, que, imediatamente, parou o veículo e levou o passageiro até um posto de saúde, onde esperou por 20 minutos para acompanhar o estado do passageiro. Ronaldo ligou para a empresa no dia seguinte ao ocorrido, para elogiar o rodoviá-rio: “O motorista foi cortês, paciente e profissional, um grande profissional. Eu já tinha pegado ônibus com ele, então sei que é uma ótima pessoa, que sempre recebe bem seus passageiros. Eu estava mui-to mal e ele parou na hora certa. Queria agradecer não só ao motorista, mas também à empresa, pelos profissionais que ela tem.”.

Jony de Araújo, cobrador da Viação Pen-dotiba, na linha 38 (Itaipu – Niterói)

Cliente elogia o cobrador pelo atendimen-to e conta que o profissional, percebendo que o cliente não enxerga bem, acomodou-o na poltrona e o avisou e auxiliou no desembar-que. E disse que não era preciso agradecer, pois estava fazendo seu trabalho.

Alexandre da Silva Brochado, motorista da Turb, na linha 700 (Terminal Itaipava – Terminal Centro)

Cliente elogia o motorista, relatando que embar-cou uma passageira com criança de colo, e o pro-fissional aguardou a moça se acomodar para dar a partida no ônibus. Depois, um idoso embarcou, e o motorista pediu que os demais passageiros o deixas-sem se sentar. Cliente pede que esse rodoviário sirva como exemplo. "Que outros se espelhem nele.".

8 Indo & Vindo 26

Julio Cezar da Silva, motorista da Bangu, na linha 395 (Coqueiros – Tiradentes – Expresso)

"Gostaria de registrar meu elogio ao mo-torista, muito gentil e educado, que soube acalmar os passageiros ao passar pela Estrada Taquaral, quando houve um tiroteio.”

Gilberto de Almeida Moraes e Raphael Santos, motorista e cobrador da Auto Viação Salineira, na linha 427 (São Pedro – Búzios – via Botafogo)

Cliente elogia a conduta de ambos, que, com gentileza e sabedoria, souberam resolver um conflito entre duas passageiras.

Robson de Oliveira Ferreira, motorista da Rio Ita – Itaboraí, na linha 413 M (Venda das Pedras – Niterói)

"Gostaria de fazer um elogio ao moto-rista. Peguei o ônibus no ponto do Jardim Catarina, e ele se levantou de sua poltrona e pediu que o passageiro que estava no as-sento preferencial me cedesse o lugar (sou gestante). Ele só saiu com o ônibus depois que me sentei. Merece o elogio."

Gustavo Phillipe Gonzaga de Araújo, mo-torista da Expresso Real Rio, na linha 442 L (Itaguaí – Coelho Neto)

Cliente elogia o motorista por ter agi-do com educação e calma em relação a um usuário que solicitou parada fora do ponto. O profissional explicou que não poderia parar, e o passageiro o ofendeu. Porém, o condutor permaneceu calmo e não retrucou.

VOCÊ MERECE

Ednaldo Rodrigues, motorista da UTIL, na linha Rio de Janeiro – Juiz de Fora

"Devido às obras perto da rodoviária, o ônibus chegou com meia hora de atraso. O motorista gen-tilmente embarcou os passageiros, justificou o atraso e explicou que não iria correr, dizendo que 'viagem boa é aquela em que chegamos em segurança'. Meus parabéns e agradecimento a toda a equipe. Com essa atitude, o profissional mostrou o grau de consciência, ética, cidadania e principalmente profissionalismo.”

Marcus Vinícius da Silva Jacinto, cobrador da Expresso Real Rio, na linha 442 L (Itaguaí – Coelho Neto)

"Em meio a um certo transtorno que houve durante a ida para Ita-guaí, pelo fato de estar ocorrendo um evento na cidade, acabei pas-sando por uma situação muito desagradável de desconforto devido à superlotação que havia no ônibus e à falta de respeito de alguns pas-sageiros. Estou acostumada a pegar esse ônibus todos os dias e nunca havia passado por isso. Mesmo assim, fiquei muito satisfeita e imensa-mente grata pela educação e paciência que o cobrador teve comigo. Ele se mostrou extremamente capacitado a me dar a assistência necessária, até mesmo pela minha idade. Quero muito parabenizar o funcionário pelo excelente comportamento e comprometimento com o seu trabalho. Fiquei muito satisfeita com a sua atenção. Excelente profissional."

9Indo & Vindo 26

PELO SETOR

Mobilidade Sonora e Empresas de Portas Abertas na internet

O projeto Mobilidade Sonora, da Fetranspor Social, está com novo site (www.mobilidadesonora.com.br), mais moderno e de mais fácil navegação, e o melhor: responsivo; ou seja, adaptado para responder melhor a uma interface móvel, tanto em smartphones como em tablets.

O site traz, além da agenda de apresentações, todas as informações sobre o projeto, que leva adolescentes da rede pública de ensino a espa-ços culturais onde assistem a apresentações de música e aprendem sobre arte e cidadania, con-

Websites

tribuindo para expandir a cultura e a mente dos jovens.

Também ganhou espaço próprio na internet o pro-grama Empresas de Portas Abertas, que agora conta com um hotsite acessado através do portal da Fetrans-por (www.fetranspor.com.br/portasabertas). O progra-ma proporciona aos clientes do transporte por ônibus do Estado do Rio de Janeiro a visitação às garagens das empresas. No site, há fotos de visitas e depoimen-tos de clientes, bem como a relação das operadoras participantes.

Mais Fetranspor na web

Outros três hotsites podem ser acessados através do portal Fetranspor: o "BRT + Verde" (fetranspor.com.br/especiais/brtmaisverde), so-bre o projeto de mesmo nome, uma parceria entre a Fetranspor, o Rio Ônibus, a Prefeitura da Cidade do Rio, a Amyris, a Shell-Raízen e a Ipi-ranga, que consiste no uso experimental de um combustível ecológico e 100% renovável, à base de cana-de-açúcar e que já funciona em parte da

frota de ônibus articulados do BRT Transcario-ca; o "Fetranspor 60 anos" (fetranspor.com.br/especiais/fetranspor60anos), especial comemo-rativo do aniversário da Federação, que conta a história da entidade e seu legado, através de uma linha do tempo, e fala dos desafios para os próximos anos, e o "Histórias que Movem a Vida" (fetranspor.com.br/historiasquemovema-vida), tema da matéria a seguir.

10 Indo & Vindo 26

PELO SETOR

Índice geral de satisfação: 99,7%

Técnico-Operacional

Treinamento

Suportede Bilhetagem

Controle da emissãode poluentes

Revista Ônibus, da Fetranspor, é premiada no Tribunal de Justiça

Projeto Histórias que Movem a Vida: relatos emocionantes

Novo projeto da Fetranspor está emocionando quem vê e também quem participa dele. O "Histórias que Movem a Vida" traz relatos de pessoas que tiveram suas vidas transformadas através de iniciativas ou de boas práticas ligadas ao transporte por ônibus no Es-tado do Rio de Janeiro. Os depoimentos são gravados em vídeo e disponibilizados no site da Mobilidade TV – www.mobilidadetv.com.br –, e depois compartilhados e divulgados nas redes sociais, no portal e nos demais veículos de comunicação da Fetranspor.

O projeto consiste numa série de testemunhos de rodoviários, clientes de ônibus, busólogos, enfim, qual-quer cidadão que tenha uma história interessante re-lacionada ao setor. No hotsite www.fetranspor.com.br/historiasquemovemavida, as pessoas podem se inscre-ver para participar.

O Instituto Justiça e Cidadania, a Confraria Dom Quixote de La Mancha e a Assessoria de Comuni-cação do Tribunal de Justiça realizaram, no dia 11 de agosto, a solenidade de entrega do Troféu Dom Quixote da Imprensa. A honraria foi concedida aos profissionais e veículos de comunicação que são destaques no exercício da atividade jornalística. En-tre os diversos veículos homenageados, a “Revista Ônibus”, editada pela Fetranspor. Outros importan-tes veículos de comunicação do Rio de Janeiro tam-bém estiveram representados na solenidade e foram agraciados, como os jornais “O Globo”, “O Dia” e “O Fluminense”, a revista “Época” e a Rádio CBN.

Comunicação | Prêmio

Mobilidade TV

Confira as histórias, já relatadas, do jovem busólo-go Saulo Scoponi, de 21 anos, e do rodoviário André de Jesus, de 50 anos, motorista que ajudou a redigir o Código de Conduta do Motorista de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro.

11Indo & Vindo 26

TransÔnibus tem serviços aprovados pelas associadas

Sindicatos | Atendimento

O TransÔnibus (Sindicato das Empresas de Trans-portes de Passageiros de Nova Iguaçu) está em alta perante suas empresas associadas: 99,71% é o índice de satisfação geral das operadoras com os serviços prestados pelo Sindicato, entre julho e dezembro de 2014, de acordo com pesquisa realizada pelo próprio TransÔnibus. Entre as 35 associadas, 30 responderam aos questionários.

A pesquisa foi aplicada entre abril e junho passados, e considerou quatro serviços oferecidos pelo Sindicato às associadas: Controle de Opacidade (projetos Economizar e Despoluir), que obteve 99,03% de satisfação; Técnico Operacional, com 100% de aprovação; Treinamento, que também ganhou nota máxima, e Suporte de Bilhetagem Eletrônica, cujo índice de satisfação foi 99,81%.

O levantamento ainda abriu espaço para as empre-sas apresentarem sugestões, críticas e elogios, com o objetivo de identificar oportunidades de melhorias dos processos e produtos do Sindicato, de forma a atender melhor às demandas de suas associadas.

Projeto EconomizAR

Treinamento

Índice geral de satisfação: 99,7%

Técnico-Operacional

Treinamento

Suportede Bilhetagem

Controle da emissãode poluentes

12 Indo & Vindo 26

Rio Ônibus: Olimpíada é tema dos Melhores Rodoviários

Prêmio Mobilidade Urbana será em novembro

Ainda estamos em 2015, mas o clima olímpico já toma conta da cidade do Rio de Janeiro e de seus cida-dãos. Na publicidade, já é possível ver anúncios sobre o assunto; na televisão, emissoras começam a mostrar como será a cobertura do evento.

O Rio Ônibus também já incorporou o espírito olímpi-co em alguns de seus projetos e ações. O evento que pre-mia os melhores rodoviários da cidade do Rio de Janeiro e será realizado em novembro, no Vivo Rio, por exemplo, terá como tema central a Olimpíada. “Nossa ideia é fazer uma analogia entre os atletas olímpicos e os rodoviários, mostrando a capacidade de superação, de luta, de deter-minação e dedicação que esses profissionais têm à frente do transporte por ônibus em nossa cidade”, explica Marli Piay, gerente de Gestão de Pessoas do Rio Ônibus.

As empresas já estão escolhendo seus "atletas" que são medalha de ouro e irão representá-las nessa festa, marcada para 12 de novembro.

São cinco categorias: Jornalismo – Mídias Impressas, Jornalismo – Mídias Eletrônicas, Educação e Cultura, Planejamento de Transportes e Tecnologia, Desenvol-vimento Sustentável e Relacionamento com o Cliente. Este ano, excepcionalmente em comemoração ao 60º aniversário da Fetranspor, o Prêmio prestigiará uma personalidade que tenha colaborado de forma signi-ficativa para o desenvolvimento do tema objeto de cada categoria, e, de forma geral, uma personalidade de merecido destaque pela sua relevante contribuição à mobilidade urbana. O autor, ou autores, do trabalho vencedor de cada categoria receberá o troféu “Mobi-lidade Urbana” e um cheque no valor de R$ 20 mil. Segundo e terceiro lugares receberão, respectivamente, R$ 10 mil e R$ 5 mil.

Sindicatos | Premiação

Evento | Premiação

Será no dia 11 de novembro a cerimônia do Prêmio Mobilidade Urbana da Fetranspor. O PMU, cuja primeira edição ocorreu em 2010, tem por objetivo reconhecer as melhores práticas ligadas ou aplicadas, direta ou indiretamente, à mobilidade urbana no Estado do Rio de Janeiro, contribuindo para promover ou melhorar a sustentabilidade, o bem-estar e/ou a qualidade de vida da população fluminense, no todo ou em parte.

PELO SETOR

13Indo & Vindo 26

Programa Amigo do Ciclistapromove ação educacional

UCT | Trânsito

O programa Motorista Amigo do Ciclista, da Univer-sidade Corporativa do Transporte, promoveu, nos dias 2 e 3 de setembro, no Terminal do Cosme Velho, e no dia 22, no Largo do Machado, ação educacional voltada para motoristas, visando à boa relação entre condutores de ônibus, ciclistas e pedestres da zona Sul do Rio de Janeiro, já que a região vai ganhar 10,4 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas, que ligarão o Cosme Velho a Laranjeiras, Flamengo e Botafogo.

Também estiveram juntos na iniciativa: o Rio Ônibus, escolas, cicloativistas, a Secretaria Estadual de Transpor-tes, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Progra-ma "Rio, Capital da Bicicleta. Eu apoio"), a CET-Rio, o Detran e a ONG Transporte Ativo.

Foram capacitados cerca de 250 rodoviários de li-nhas que transitam pelas ruas onde foram incluídas as ciclorrotas. “O maior cuida do menor; por isso, nós, pro-

fissionais, temos que dirigir com ainda mais cuidado. O ciclista é um ser humano e tem o direito de pedalar em qualquer lugar: a bicicleta também é um meio de transpor-te”, afirmou Cosme Martins, motorista da linha 498 (Penha–Cosme Velho), da Via-ção VG.

Rio Ônibus promove ação para ciclistas no Aterro do

FlamengoNo domingo, 20 de setembro, o Rio

Ônibus promoveu ação, no Aterro do Fla-mengo, em comemoração ao Dia Mundial sem Carro (22 de setembro), voltada para a melhoria da convivência entre motoristas de ônibus e ciclistas.

Além de passeio ciclístico, com apoio da Fetranspor, um ônibus, operado pelo instrutor Márcio Castro, da São Silvestre, esteve no local para mostrar aos ciclistas os pontos cegos de um motorista. A ação consistia em colocar o ciclista no lugar do condutor para que tentasse ver, pelo es-pelho retrovisor, a bicicleta que estava ao lado do ônibus.

14 Indo & Vindo 26

Setransduc premia frases com tema "Por que me orgulho de ser rodoviário?"

Sindicatos | Concurso

O Setransduc (Sindicato das Empresas de Trans-portes Rodoviários em Duque de Caxias) realizou, no dia 11 de agosto, cerimônia de premiação das seis melhores frases do concurso "Por que me orgu-lho der rodoviário?".

Cerca de 250 frases foram inscritas no con-curso, dividido em duas categorias: Motoristas e Rodoviários de Outras Categorias. As frases foram

avaliadas por um comitê formado por profissio-nais do setor de transporte, de educação e do go-verno. A ação foi uma homenagem do Sindicato ao rodoviário, pelo seu dia, comemorado em 25 de julho.

Os primeiros colocados em cada categoria re-ceberam um Samsung Galaxy 4; os segundos, um celular Moto G, e os terceiros, um relógio Orient.

Fetranspor e ANTP certificam segunda turma de Gestão para Excelência

Foi realizada, no dia 27 de agosto, no auditó-rio do Rio Ônibus, a cerimônia de certificação da segunda turma do Programa de Gestão para Exce-lência, desenvolvido, em parceria, pela Fetranspor e a Associação Nacional dos Transportes Públicos (ANTP). O curso, que compreende 152 horas, dis-tribuídas em quatro meses de aulas presenciais,

Treinamento | Gestão

seminário, visitas técnicas e aplicações práticas nas empresas, com apoio de tutores, tem como objeti-vo oferecer aos gestores das empresas de ônibus conhecimento necessário para liderarem a aplica-ção do modelo de excelência da gestão em suas organizações, visando à melhoria da qualidade e ao crescimento contínuo.

PELO SETOR

15Indo & Vindo 26

Gestores de empresas de ônibus recebem seus certificados

Frases vencedoras e seus autores

Motoristas

"Todos os dias pessoas se deslocam de suas casas para trabalhar, estudar ou para o lazer, sonhando com uma vida melhor para as suas famílias e eu me orgulho de ser o condutor dos seus sonhos."

Márcio Cruz dos Santos – 1º Lugar – Viação Vera Cruz S.A.

"Pelo simples motivo de transportar, cuidar, zelar pela segurança de ir e vir de cidadãos e cidadãs, ser Rodoviário é muito mais que ser um simples profissional. É sa-ber amar o que se faz sem restrições, seja de religião, cor, sexo ou profissão."

Luiz Carlos Figueira – 2º Lugar – Transportes Fábio’s Ltda.

"Ser Rodoviário é uma atividade que me dá a oportunidade de ter novas amizades, conhecer lugares e pessoas diferentes. Isto faz com que eu melhore como cidadão, mude algumas atitudes no meu dia a dia, melhorando como pessoa."

Ademir da Silva Secco – 3º Lugar – Em-presa de Transportes Santo Antônio Ltda.

Rodoviários de outras categorias

"Orgulho-me de ser rodoviária: Porque nós não le-vamos apenas passageiros, mas damos suporte para que cada sonho, desafio, projeto e conquista siga em direção ao seu destino. Nós, rodoviários, colaboramos em uma pequena parte da história de cada mãe, cada pai, cada trabalhador, profissional, ou estudante, que embarca diariamente em nossas conduções.”

Andreia Leite – 1º Lugar – cobradora – Viação Vera Cruz Ltda.

"Diante de tudo que enfrentamos no dia a dia, me orgulho de ser Rodoviária por ver o sorriso no rosto de um colega após uma escala de serviço, pois, mesmo com as dificuldades, ainda temos pro-fissionais que ‘tiram de letra’ essa jornada. Poder colaborar com eles é o que me satisfaz."

Larissa Nayara Luís – 2º Lugar – despa-chante – Auto Viação Regina’s Ltda.

"Me orgulho de ser Rodoviário por poder trans-portar sentimentos, sonhos, realizações, supera-ções e poder compartilhar e participar da história de vidas dia a dia."

Enéas Ambrósio de Menezes – 3º Lugar – despachante – Auto Viação Regina’s Ltda.

16 Indo & Vindo 26

Fetranspor ganha canal de denúncia anônima

A Fetranspor acaba de lançar o "Voz Ativa", canal de denúncia criado para auxiliar na identificação, in-vestigação, tratamento e prevenção de práticas desa-linhadas com os preceitos do Código de Conduta da Fetranspor e que possam causar danos financeiros ou à imagem da Federação.

A partir de agora, colaboradores da Fetranspor, RioPar e suas investidas (RioCard Cartões, RioCard TI, MovTV, RioTerminais, SPTA/CCR Barcas e VLT), sindi-catos, empresas de ônibus e fornecedores contam com uma ferramenta para relatar desvios de conduta relacio-nados à Federação.

O novo canal foi contratado com a empresa ICTS, que possui experiência nesse tipo de atividade, assim

Comunicação | Cliente

como clientes de grande porte em sua carteira. Um dos principais motivadores para a terceirização da coleta de denúncias é a garantia do anonimato do denunciante, se este desejar. Ele pode optar por se identificar ou se manter anônimo e, independente-mente dessa decisão, pode acompanhar a situação da denúncia a partir do número de protocolo informado. As denúncias recebidas serão consideradas pelo Co-mitê de Ética da Fetranspor.

Com esta iniciativa, a Fetranspor espera contar com a colaboração de todos para a construção de um ambiente corporativo mais ético, transparente e aderente a seus valores e princípios. Se identi-ficar um desvio, não espere, faça a sua denúncia. Basta entrar em contato, utilizando uma das se-guintes opções:· site: www.canalconfidencial.com.br/fetranspor;· telefone: 0800 741 0003 (atendimento pessoal de se-

gunda a sexta, das 8h às 18h, ou por correio de voz, 24 horas por dia, sete dias por semana);

· e-mail: fetranspor@canalconfidencial.com.br;· caixa postal: 521 CEP: 06320-971.

Setransduc lança Projeto Infração Zero

Com o objetivo de conscientizar os motoristas das empresas associadas sobre a necessidade de se res-peitar as regras de trânsito, o Setransduc criou o Pro-jeto Infração Zero, que consiste em palestras realizadas mensalmente, para orientá-los sobre as atitudes e os comportamentos que devem adotar para reduzir as in-frações e as multas de trânsito.

A primeira palestra, ministrada pelo tenente-coronel e especialista em legislação de trânsito Alex Barbosa Boa-ventura, aconteceu no dia 27 de agosto, na unidade ACG Setransduc, e reuniu 73 motoristas das empresas asso-

Fetranspor | Gestão

ciadas ao Sindicato. Estão previstas mais quatro palestras até o final de 2015. O Projeto terá continuidade no próxi-mo ano, e o objetivo do Setransduc é alcançar 100% dos motoristas de ônibus em atuação em Duque de Caxias.

PELO SETOR

17Indo & Vindo 26

Flávio Canto:

ESPORTE

Do tatame diretamente para as páginas da nossa Revista. Medalhista nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, e três vezes nos Jogos Pan-Americanos – bronze em Mar Del Plata, em 1995; prata em Winnipeg, em 1999; e ouro em Santo Domingo, em 2003 –, o ex-judoca Flávio Canto tem se empenhado em continuar no esporte e multiplicar seu conhecimento.

Na televisão, sua experiência, iniciada em 2012 na Sport TV, no programa “Sen-sei”, aumentou com o semanal “Corujão do Esporte”, na Rede Globo, onde costu-ma convidar ídolos e referências dos esportes olímpicos e paraolímpicos, e com o recém-estreado “Balada Olímpica”, também da Globo, que vai ao ar mensalmente até a Olimpíada, apresentando curiosidades sobre as modalidades. Fora dos estú-dios, Canto continua propagando o judô no Instituto Reação, uma organização não governamental criada por ele para promover o desenvolvimento humano através do esporte e da educação. Tudo fruto de uma trajetória cheia de importantes experiên-cias apresentadas em entrevista à Indo & Vindo.

um campeão dos tatames que ajuda a formar campeões da vida

Foto

: Raf

ael M

osca

O ex-judoca e alunos do Instituto Reação

18 Indo & Vindo 26

"O Reação é a melhor parte

da minha vida, é onde a vida

faz mais sentido para mim. É

um lugar onde aprendi muito

mais que ensinei, e continuo

aprendendo. É meu grande

projeto de vida"

I&V – Como surgiu o judô na sua vida?Flávio Canto – Comecei na natação, por volta dos

3 anos, e continuei até encontrar o judô, aos 14 anos. Foi numa circunstância especial. O técnico, também profes-sor do meu irmão, era o mesmo da seleção olímpica que trouxe a única medalha de ouro da Olimpíada de 1988,

com Aurélio Miguel. Tudo parecia conspirar a favor. Meu irmão já lutava; minha mãe adorou os resultados em sua vida e me incentivou a passar pelo mesmo processo. Eu me apaixonei e, depois de alguns anos, conquistei a faixa preta e entrei para a seleção brasileira.

I&V – O que é ser atleta para você?É um estilo de vida, um estado de espírito e também

a busca pelo autoconhecimento; o respeito com o seu corpo e o equilíbrio entre mente e corpo. Acredito nessa relação e na necessidade de se ter uma vida sempre ativa, com práticas de exercícios, independentemente de ser ou não ligado ao esporte. A filosofia do judô vem do Bushi-do, o código moral do samurai (código de honra, ética e moral, influenciado pelo Budismo e apoiado na melhor conduta e na preservação do caráter máximo, que segue os princípios da justiça, da coragem, da honestidade, da compaixão, do respeito, da lealdade e da honra), e há a preocupação dos grandes mestres em passar para os

atletas que a caminhada até a faixa preta envolve, inclusive, uma evolu-ção fora do tatame. Isso sempre sig-nificou, para mim, estudar bastante e buscar outros interesses.

I&V – Como foi a sua trajetó-ria?

Eu cresci perdendo, ao contrário da maioria dos atletas. Como iniciei com idade avançada, demorei para começar a ganhar, e aprendi a ter uma relação talvez mais saudável com a derrota. Entendi que perder faz parte do processo. Saber perder, levantar-se e dar a volta por cima... Isso me ajuda até hoje na vida pes-soal. Era pouco provável conseguir um bom resultado e, de repente, es-tava na seleção. Aprendi a acreditar no improvável.

I&V – Qual foi a parte mais di-fícil?

Foram muitas. Ao ser atleta, a pessoa abre mão de muita coisa e se predispõe a ter uma vida de dor, porque está sempre machucado e se recuperando. Além disso, é acos-tumar-se com as constantes via-gens e com o fato de não ter raízes.

ESPORTE

Div

ulga

ção

19Indo & Vindo 26

Mas faria tudo novamente; foi maravilhoso. Conheci o mundo, fiz amizade em todos os lugares, ganhei me-dalhas e aprendi bastante em todos os sentidos.

I&V – O Instituto Reação é uma vitória para você e para toda a sociedade. Como surgiu essa iniciativa?

Oficialmente, foi fundado em 2003, mas comecei a dar aulas em 2000. No início, eram ações pontu-ais com amigos, como distribuição de alimentos nas ruas e visitas a orfanatos. Porém, eu precisava desen-volver um trabalho que, de alguma forma, mudasse a vida das pessoas. Como o judô era o que eu melhor sabia fazer, experimentei dar aula na Rocinha, e ra-pidamente vi que funcionava. Muitos alunos melho-raram na escola e em casa, e tive a certeza de que o esporte poderia ser o carro-chefe. O Instituto foi crescendo, começamos a englobar projetos com o mesmo formato e a implementar outros programas, como: o Reação Escola de Judô, com dinâmicas fo-cadas em valores para serem levados pelas crianças além do tatame; o Reação Educação, com oficinas pedagógicas, e o Reação Olímpico, de onde saíram alguns dos melhores atletas do judô brasileiro, como a Rafaela Silva, a primeira brasileira campeã mundial da modalidade. Este programa também serve para

inspirar os mais novos, pois veem pessoas próximas se destacando e começam a acreditar ser possível fazer algo até então considerado impossível. Antes as contribuições eram feitas pelos amigos através de boletos mensais, com valores fixos, e depois con-seguimos patrocínios. Atualmente, são cinco polos, cerca de 1.200 alunos e 40 colaboradores.

I&V – O Rio Ônibus e a RioCard são patrocina-dores do Instituto. O que isso significa para o Reação?

Esta parceria foi um grande divisor de águas no projeto. Sempre temos competições e treinamentos em conjunto, e graças a esse apoio conseguimos transportar os alunos para esses lugares, geralmente distantes, além de levá-los a passeios culturais, como teatros, museus e cinemas. A ajuda da RioCard é dire-cionada à equipe de alto rendimento.

I&V – O que representa o Instituto Reação para você?

O Reação é a melhor parte da minha vida, é onde a vida faz mais sentido para mim. É um lugar onde aprendi muito mais que ensinei, e continuo aprenden-do. É meu grande projeto de vida.

I&V – Quais são suas expectativas para a Olim-píada e para a Paraolimpíada?

Acho que o Brasil terá um bom rendimento, fican-do entre os dez primeiros colocados na Olimpíada e, na Paraolimpíada, entre os cinco. Estamos falando de uma evolução e de uma colocação histórica do País. Pelo retrospecto, é uma meta realizável. Há uma for-mação de ídolos em modalidades diferentes, e quanto mais referências positivas tivermos, melhor será para a garotada. Espero que consigamos terminar com um legado para a cidade e para o Brasil, e já vejo o es-porte em um lugar mais digno na pauta política e na educação.

I&V – Qual a dica que você dá aos rodoviários?É uma vida de bastante trabalho. Mas, por maior

que seja o cansaço, é preciso criar o hábito de praticar esporte, ao menos durante 30 minutos, diariamente. Isso é fundamental para termos qualidade de vida e melhorá-la em todos os aspectos. No começo não é fácil. Todos devem se esforçar para criar esta rotina e ter paciência, pelo menos por três meses, para os efeitos dessa prática diária se manifestarem. Natural-mente, irão se preocupar mais com isso, porque faz muito bem.

Div

ulga

ção

20 Indo & Vindo 26

NA ESTRADA

um programão para

todas as idades

Muita coisa boa deste Rio de Janeiro é ainda pouco conhecida dos cariocas e fluminenses. Um exemplo é a Cidade das Crianças (Parque Temáti-co Leonel Brizola), no bairro de Santa Cruz, uma megaestrutura de lazer, esporte e cultura que, apesar de ser novidade, já recebe mais de 25 mil visitantes por mês.

Colorida, estimulante, sempre cheia de mo-vimento e gente bonita, a Cidade das Crianças oferece diversas atividades e atrações que encan-

Cidade das Crianças:

tam crianças e adolescentes. Os adultos, idosos e deficientes físicos também têm opções. Além de um teatro com 300 lugares, há biblioteca, cinema, praça de alimentação, quadras para vários espor-tes e áreas verdes.

Para se divertir em família, há ainda o Museu da Criança, as ilhas temáticas, um lago com pe-dalinhos e atividades de pesca, passeio a cavalo e de charrete. E tem, inclusive, área específica para churrasco.

Ampla piscina para recreação da criançada e aulas de natação

21Indo & Vindo 26

Para baixinhos e acompanhantes

Tudo é bem do jeito que o pessoal da Zona Oeste gosta, e eles são maioria entre os visitantes. Mas vem gente de toda a cidade, e de outras re-giões do Estado. Este é o primeiro parque público temático do Rio, e ocupa uma área de 186 mil me-tros quadrados de muito lazer e entretenimento, dispostos em três ambientes: a Cidade da Cultura, a do Esporte e a do Campo.

O setor Cultura possui praças, teleférico, par-que de diversão, dancing water (fontes de águas dançantes), teatro com 300 lugares, chafariz, Mu-seu da Criança, biblioteca e teatro de marionetes. Para quem prefere os esportes, há muitas opções: piscina, quadras poliesportivas, campo de futebol society, quadra de tênis, pista de skate, anfiteatro, muro de escalada e ciclovias.

Entre as atrações disponí-veis para as crianças e adul-tos, figuram ainda: Eldorado; Avião; Planetário; In Corpore Sano; Sistema Solar; Play-ground das Artes; Oficina de Artes; Playground All Inclusive; Gigantografia; Teatro Ama-zonas; Capela da Redenção; Jardim Japonês; Catedral de Manaus; além das áreas para descanso e meditação.

Um espaço (quase) zero-quilômetro

Ou seja: tem para todo mundo, até para quem curte meditação ou religião. Fora o lazer, o espa-ço oferece atividades culturais, como oficinas de teatro, dança, música, circo e canto coral. Sem falar nas aulas de natação, handebol, vôlei, bas-quete, futebol society, futsal e tai-chi-chuan. E está prevista, para breve, a colônia de férias para a criançada.

Localização Rodovia Rio-Santos km 1 – Santa Cruz

Telefone (21) 2418-4870

Dias e horáriosTerça a sexta-feira, de 8h as 17h; sábados, domin-gos e feriados, de 9h as 17h

o lo

cal

Teleférico e quadra poliesportiva

22 Indo & Vindo 26

Você chega lá fácil e gasta pouco, ou quase

nada, para se divertir com a família

Com as obras de mobilidade e transporte que vêm sendo realizadas, o acesso à Cidade das Crianças é tranquilo por BRT ou por ônibus intermunicipais – com Bilhete Único –, o que torna o passeio bem mais em conta. Lembrando que o BRT pode levar os visitantes desde o Aeroporto do Galeão, passando por todos os bairros das zonas Norte e Oeste.

Também os preços da alimentação não são altos. O que chama a atenção é a disposição de agradar a todo tipo de visitante, respeitando idosos, deficientes, adolescentes e, inclusive, bebês. Um pas-seio? Uma visita? Não, é um programa que se mostrará ines-quecível. E que, com certeza, será repetido por todos os que o conhecerem.

Piscinas, teleférico, ciclovia, brinquedos e muita diversão para fazer a alegria da garotada. Tudo isso de graça.

Há uma preocupação sensível com os idosos, porque, afinal, trata-se de um programa para as famílias, visto que as crianças não andam sozi-nhas. Para essa faixa etária mais “experiente”, as atrações favoritas são as aulas de hidrogi-nástica e de teatro. Não é preciso se preocupar sobre como participar, pois as inscrições podem ser feitas no próprio local, e todas as atividades são gratuitas.

O que mais surpreende os visitantes é que a Ci-dade das Crianças é novinha: a Prefeitura do Rio investiu cerca de R$ 29 milhões na construção e R$ 4,6 milhões nas obras de acesso ao parque. O projeto, de arquitetura moderna, foi criado a partir de estudos que apontavam uma escassez de locais de cultura e entretenimento para grande parte da zona Oeste, o entorno do bairro de Santa Cruz e os municípios vizinhos.

Na ordem, sala de informática, campo de futebol e jardim japonês

NA ESTRADA

23Indo & Vindo 26

CULTURA E ENTRETENIMENTO

Desde que o mundo é mundo o céu exerce uma irresistível atração sobre nós, humanos. Os antigos criavam lendas para explicar, de modo mágico, tudo o que vem do céu: estrelas cadentes, chuvas, nu-vens, raios, trovões, planetas. Mas a ciência foi evo-luindo, e aprendemos muito com o trabalho de pes-quisadores e astrônomos. A cada nova descoberta sobre o universo divulgada na televisão, aumenta a nossa curiosidade.

As crianças, principalmente, olham para o céu e nos enchem de perguntas. Que tal, então, levá-las para visitar dois lugares onde poderão aprender muita coisa e, ao mesmo tempo, se divertir com a família ou os amiguinhos?

O Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST) e o Planetário ficam no Rio de Janeiro, nos bairros de São Cristóvão e Gávea, respectivamente, com acesso fácil por ônibus ou metrô, e promovem ex-posições, apresentações e verdadeiras aulas sobre os mistérios do universo. Quando as crianças dei-xam esses lugares de ciência, é com os olhinhos cheios de imagens coloridas, o coração transbor-dando de emoções, e o cérebro tomado de informa-ções e, claro, mais perguntas ainda. Ou não seriam crianças, não é?

O céu sem limites

Vista externa do Planetário da Gávea e Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)

24 Indo & Vindo 26

CULTURA E ENTRETENIMENTO

Bem do lado do Observatório Nacional, onde trabalham astrônomos e pesquisadores, o MAST foi criado, há 30 anos, para preservar a história da astronomia. Lá estão mapas celestes antigos, instrumentos usados pelos cientistas, vídeos que explicam alguns dos mais intrigantes fatos da ciência.

Apenas através do serviço de visita escolar pro-gramada, em média 12 mil estudantes de 250 es-colas visitam a instituição por ano. Mas as famílias também podem visitá-la. É só chegar. Algumas das atrações:

Programa de Observação do Céu – É uma oportunidade para o público ver e conhecer planetas, galáxias, estrelas e fenômenos estuda-dos pela astronomia. Os visitantes observam o céu através de uma grande luneta centenária e de telescópios modernos. A atividade é conduzida por um astrônomo ou um mediador capacitado. Acontece todas as quartas-feiras e sábados.

Atividades de fim de semana – Todo final de semana, há uma programação especial de divulgação científica no MAST. Entre as atrações estão:

• Planetário inflável: Em uma cúpula in-flável, são projetadas imagens que simulam a noite estrelada e ensinam sobre o céu e seus mo-vimentos.

EndereçoRua General Bruce, 586, São Cristóvão, Rio de Janeiro

Telefone (21) 3514-5200

Horários

Terça a sexta-feira, exposições das 9h às 17h; visitas esco-lares agendadas: 9h30 e 14h, com mediador, e 10h e 14h30, sem mediador. Programa de Observação do Céu | POC: quarta-feira, das 17h30 às 20h, e sábado, das 14h às 20h. Entrada gratuita.

MA

ST

• Cozinhando coma ciência: seguindo to-das as regras de segurança, os monitores cozinham junto com as crianças e aproveitam para ensinar sobre as reações químicas envolvidas no processo.

• Coleção de objetos científicos: o MASTpossui uma coleção de 2.126 objetos de ciência e tecnologia, grande parte instrumentos científi-cos que foram utilizados no Brasil em serviços e pesquisas. São, em sua maioria, telescópios, teo-dolitos, círculos meridianos, relógios de precisão, magnetômetros e instrumentos de meteorologia. As peças mais antigas remontam ao século XVIII.

Exposições – Atualmente, o MAST abriga oito exposições. Os destaques são:

• OlharoCéu,MediraTerra–Apartirdedocu-mentos históricos e instrumentos científicos de medição do tempo e do espaço, a exposição explora a relação entre a ciência e a configuração territorial do Brasil.

• Fotografia:CiênciaeArte–Aexposiçãoapresenta uma série de objetos relativos aos vá-rios processos da produção fotográfica, seja no re-gistro de paisagens e pessoas ou em seu emprego nos estudos científicos.

• As Estações doAno, a Terra em Movi-mento – Através de aparatos 3D, vídeos, painéis e uma cenografia do céu, a exposição apresenta os ciclos dos dias e das noites, as fases da lua e as estações do ano, em diferentes regiões do Brasil, da Terra e em outros planetas.

MAST – lugar de saber

25Indo & Vindo 26

A visita ao Planetário já se tornou um programa das famílias, principalmente nos fins de semana. Esse centro de pesquisa e divulgação da astronomia e de ciências afins se tornou popular por causa de seu aspecto lú-dico: ele oferece aos seus visitantes cursos, exposições temporárias, exposição permanente com 56 experimen-tos interativos, sessões de cúpula, visitação guiada ao museu com monitores e observação do céu semanais.

O objetivo do Planetário é difundir a astronomia e desenvolver projetos culturais. Para isso, o Planetário do Rio promove diversas atividades, experimentos in-terativos, observações ao telescópio, cursos, palestras e exposições. A instituição conta com duas cúpulas: a Carl Sagan (com 23 metros de diâmetro e 263 assentos), que abriga o planetário modelo Universarium VIII – TD, e a Galileu Galilei (com 12,5 metros de diâmetro e 130 assentos), que conta com o planetário modelo Space-master. Nos fins de semana, há exibição de filmes na Sessão de Cúpula.

Uma das atrações que causa admiração é a exibição do universo, com todos os planetas do sistema solar, a nossa galáxia Via Láctea e outras próximas. Tudo muito bem explicado, colorido, vibrante. O filme é exibido em tela dome de 360 graus, e a gente se sente como se estivesse viajando no espaço. É imperdível!

Endereço Rua Padre Leonel Franca, 240, Gávea, Rio de Janeiro

Telefones (21) 2529-2146 / (21) 2274-0046

Horários

Terça a sexta, das 9h às 17h; sábados, domingos e feriados, das 15h às 18h.Os preços dos ingressos variam, mas, em média, custam R$ 24 (R$ 12 meia).P

lan

etár

io d

o R

io

No Planetário estão expostas peças e artigos ligados à astronomia

Veja a programação do Planetário, com produções voltadas para o público infantil, em outubro:

Sábados:

• AJanelaMágica:15h–Numaexcursãoemum museu, Joãozinho e seu cãozinho, Thor, entram numa caixa de mantimentos, por acaso, para uma mis-são em direção ao telescópio espacial Hubble. Indicada para o público acima de 6 anos. (35 min).

• DeMarteaoRio:16h–Nossahistóriasepassa no futuro, onde conhecemos a jovem Miranda. Ela é uma garota como muitas qualidades: esperta, comunicativa e carismática; mas diferente da maioria, ela mora em Marte!

• Céu:HistóriaseEstrelas:17h–Umaviagempelo universo, contando histórias das descobertas astro-nômicas e do avanço da tecnologia.

Domingos e feriados:

• AJanelaMágica:15h–Numaexcursãoemum museu, Joãozinho e seu cãozinho, Thor, entram numa caixa de mantimentos, por acaso, para uma mis-são em direção ao telescópio espacial Hubble. Indicada para o público acima de 6 anos. (35 min).

• OAniversáriodoPingo:16h–Animaçãoso-bre um menino muito curioso, que quer simplesmente o céu como presente de aniversário.

• Planetas:17h–Comosurgiramosplanetas,por que têm os nomes que têm, e a mais recente desco-berta de um planeta parecido com a Terra.

Planetário – lugar de perguntar

26 Indo & Vindo 26

Doutora Biometria

VIDA DE RODOVIÁRIO

“Eles dizem que sou a flor do jardim deles”, brinca Ivonete da Cunha Lima, despachante da Viação Rio Ita – Unidade BR, referindo-se aos colegas de trabalho do Terminal Rodoviário João Goulart, em Niterói. Há um ano e meio no setor, inicialmente como auxiliar de tráfego, nossa com-panheira é incansável na arte de informar sobre um verdadeiro marco na história do pagamento de passagem dos ônibus no Estado do Rio de Ja-neiro: o uso da biometria.

Tal colaboração lhe deu o apelido de “doutora Biometria”. No início, ela ficava ao lado de um totem, com um simulador do sistema biométrico para prestar serviço à população. Mas não estava alcançando o resultado esperado. As pessoas não paravam para saber do que se tratava. O Setrerj atendeu seu pedido e forneceu um banner e pan-fletos informativos sobre a utilização da biometria para idosos, pessoas com deficiência e estudantes. “É hora de trocar o passe! É urgente! É obrigató-rio!”, eu anunciava, com os papéis nas mãos, e virou música. As pessoas passavam gritando, jun-to comigo”, diverte-se, lembrando como atraía os passageiros para informar sobre o novo sistema. Quando percebeu, já estava convidando os tran-seuntes a acessar a página do Facebook criada com a ajuda de sua filha, a também rodoviária Rafaela Lima Dinuccy, a “filha da Biometria”.

Pelo próximoSua grande preocupação era ensinar, e quando

via um idoso com dificuldades, mostrava a técnica de utilização do novo sistema. Palestras informativas, treinamentos, tudo o que pode fazer para esclarecer os usuários, ela faz. “Tive apoio total do gerente ge-ral da Rio Ita – Unidade BR, Evandro Dotto, assim como das equipes do Setrerj, da RioCard e de toda a Unidade BR. Eles acreditam no meu trabalho; por

"Sou colecionadora

do que é bom. Amo o

ser humano, e detesto

maldade e covardia.

Independentemente de

qualquer situação, não

perco a amizade e não

deixo de amar ninguém”

Ivonete ensina os usuários do Terminal João Goulart a usar o novo sistema

27Indo & Vindo 26

dos desaparecem. Ficamos sem nada, e só não fui ao fundo do poço porque minha família me aju-dou. Mas tudo foi superado; sou colecionadora do que é bom. Amo o ser humano, e detesto maldade e covardia. Independentemente de qualquer situ-ação, não perco a amizade e não deixo de amar ninguém”.

Estudo e pessoasPara ser rodoviária, a despachante correu atrás

da sua formação, concluindo o segundo grau e fa-zendo outros cursos de capacitação, parte impor-tante deixada de lado ao longo da sua vida. Ela já foi auxiliar de limpeza em hospital, inspetora de co-légios e, agora, dedica-se a sua carreira no setor de transporte. “O que mais gosto no meu trabalho é o contato com as pessoas, é a oportunidade de me aproximar quando há um companheiro cabisbaixo; poder dar um abraço e deixá-lo mais animado”.

Ivonete também se empenha na operação, ajudando a equipe de cam-po e supervisionando as condições da frota da empresa: “Este é um apoio para melhorar ainda mais o nosso trabalho”. Tudo feito com cuidado especial, bom humor e simpatia. E ela deixa a dica: “Precisamos de com-preensão e de carinho, e também de fazer tudo com alegria. É colocar o amor em tudo, deixar os problemas de lado, e distribuir atenção e genti-leza aos nossos clientes”. Dedicação, determinação e muito trabalho – esse é o seu lema.

perfil

Ivonete por Ivonete: “Feliz, maravilhosa, com muito amor-próprio e alegre por acordar e poder trabalhar”

Felicidade é: “Poder sofrer e sorrir junto com o outro”

Vida de rodoviário é:“Apaixonante; adoro!”

pin

g-p

on

g

Nome: Ivonete da Cunha LimaIdade: 59 anosNaturalidade: NiteróiCargo: DespachanteEmpresa: Rio Ita – BR

isso, tudo flui”. E ela ensina: “A mãozinha aberta, o dedo indicado no lugar e levezinho. Não pode se esquecer desta voz”, brinca, terminando com um prolongado e divertido “Que lindo!”.

Antes de entrar para o setor, Ivonete tinha seu próprio comércio, em São Gonçalo, e após muitas dificuldades, tudo acabou. “Acho que a maioria das pessoas passa por isso. Ser a ‘princesinha do agreste’, cheia de amigos e, diante da queda, to-

28 Indo & Vindo 26

“Yes, we can”

Nome: Robson Pestana de SáIdade: 46 anosNaturalidade: RealengoCargo: MotoristaEmpresa: Turismo Três Amigosp

erfi

l

VIDA DE RODOVIÁRIO

Em tempos de globalização, quando temos a possibilidade, através da internet e das redes sociais, de nos relacionar com pessoas de todos os lugares do mundo, e em tempos de eventos internacionais no Brasil, como foi a Copa do Mundo e a Jorna-da Mundial da Juventude e como será a Olimpíada e a Paralimpía-da, falar uma língua estrangeira pode ser um grande diferencial na vida e no trabalho. Mas é preciso determinação para aprender um novo idioma. E foi assim que Ro-bson Pestana de Sá, motorista da Turismo Três amigos, voltou à sala de aula, após quase 30 anos, para estudar inglês. “Comecei com 43 anos, porque não tinha condi-ções anteriormente, e a empresa me proporcionou essa chance”, explica, agradecido.

Sá entrou para o setor em 1997, afastou-se por um tempo para se dedicar a um comércio próprio, e depois retornou. “Trabalhei como encarregado de pintura, mecânico socorrista, bombeiro hidráulico e, por sempre gostar de dirigir, fui atrás do meu so-nho. Entrei na Três Amigos há quase oito anos como motorista de van, e evoluí em meio a tantas barrei-ras. A vida de rodoviário me deu oportunidades”.

Nada de comodismoNosso companheiro concluiu o segundo grau

em 1986, mas resolveu retomar os estudos, atra-vés das aulas de inglês oferecidas pela empresa, porque sentiu necessidade de acompanhar o mun-do. “Não podemos dizer que sabemos algo e nos acomodarmos. Por isso, aproveitei quando esta porta se abriu. Estudando inglês, melhorei tam-bém o meu português e a forma de me expressar”.

No começo, a turma contava com cerca de 50 alunos. Mas nem todos conseguem conciliar o tra-balho e os estudos e acabam desistindo no meio do caminho. “Atualmente são apenas 12, e um dos que saíram daqui teve uma boa oportunidade, somente por saber se comunicar em inglês”, con-ta Sá. A empresa fornece aos colaboradores todo o material didático e dicionários com CDs, além do professor, claro. No curso, o aluno aprende o inglês básico, mas direcionado para situações do

Robson Pestana de Sá: o motorista que fala inglês

29Indo & Vindo 26

ele já foi convidado para fazer parte de equipes bi-língues de fretamento. Por isso, aos companheiros que querem voltar a estudar, ele deixa a dica, sem pestanejar: “Volte logo! Volte já! O estudo hoje, não só o inglês, é uma necessidade. E ler de tudo um pouco é fundamental para não nos fecharmos ao mundo. Temos uma ferramenta importantíssima, que é a internet, e é preciso aproveitá-la”.

Exemplo veio do paiPai de quatro filhos, o motorista se orgulha de

já ter três deles formados e conta que o caçula também é bastante estudioso. O exemplo que tenta seguir e passar para os filhos vem do seu próprio pai. “Ele começou como auxiliar de contínuo, sem sequer ter concluído a quarta série primária, e che-gou a publicitário. Não tenho nível superior, mas me orgulho de ter os filhos formados e estudando. A educação deles é primordial para mim”.

Sobre os planos para o futuro, Sá diz que pre-tende continuar trabalhando, ingressar em um curso superior e incentivar quem quiser estudar. “Vamos estudar. Para ser mecânico, eletricista, médico, tudo exige estudo. Acordo 4h30 e é preci-so fazer um esforço. Nós nos cansamos sim, claro. A rotina é puxada, mas isso vai nos recompensar lá adiante; será enriquecedor”.

Estudar é: “É tudo”

Família:“Meu maior prazer”

Sua frase: “Quem tenta pode errar. Quem não tenta já errou”p

ing

-po

ng

trabalho do rodoviário e para o atendimento aos clientes, em especial os de turismo e fretamento, área de atuação da Três Amigos.

Estímulos no dia a dia Sua rotina no fretamento começa cedo. Por volta

das 5h já está de pé para transportar trabalhadores de seis fábricas, quase todas multinacionais. No fim da tarde, retorna ao trabalho para buscá-los. “A maio-ria dos passageiros fala inglês fluentemente. Quando comecei a estudar, bastante empolgado, praticava com frases como ‘How are you?’ (Como você está?), ‘I’m fine, thank you’ (Estou bem, obrigado). Certa vez, uma passageira perguntou se eu não ia falar nada em inglês, e prontamente disse a todos: ‘ladies and gen-tlemen, your safety belt, please’ (senhoras e senhores, coloquem os seus cintos de segurança, por favor). A passageira disse que faltavam alguns detalhes, e brin-quei: ‘mas aí vai me complicar’. Eu estava no início e isso foi me incentivando. Hoje procuro transformar em inglês tudo que falo em português, pois a dificuldade está mesmo na falta de prática”.

Certa vez, pôde ajudar turistas, fornecendo in-formação nas ruas do Rio. “Eu me senti muito útil. O melhor de tudo é falar inglês. Estou me comuni-cando e me sinto feliz. Isso me fez crescer muito”. Na empresa também vieram novas oportunidades;

30 Indo & Vindo 26

CAPACAPA

31Indo & Vindo 26

"Popularmente, no Rio de

Janeiro, somos chamados de

leão. Não consegui encontrar

a origem ou os porquês; achei

várias definições, e uma delas é o

fato de o leão ser um animal com

garra, como eu coloquei no livro;

ele enfrenta o desafio da selva

sem perder a realeza"

Foram 11 dias, 676 mil visitantes, R$ 83 milhões de faturamento, 3,7 milhões de livros vendidos e 275 autores, na 17ª edição da Bienal do Livro do Rio, que aconteceu no Riocentro, na zona Oeste da cidade, no período de 3 a 13 de setembro de 2015. E entre os quase 300 autores presentes ao evento, estava lá um rodoviário. Esequias Nunes da Silva, 45 anos, despachante da Expresso São Francisco, de Nilópolis, lançou, no dia 8 de setembro, na Bie-nal, pela editora Autografia, a obra "O Leão Ferido – um manual de sobrevivência na selva de pedra".

O livro é um verdadeiro manual para os rodoviários, com diversas dicas de comportamento para lidar com os clientes, com o estresse do trânsi-to, com situações de conflito e, principalmente, para o seu crescimento profissional e pessoal. "O livro vem da experiência que tive e tenho, trabalhando com as pessoas. Tentei trazer uma abordagem geral do sofrimento pelo qual o rodoviário passa e o que ele pode fazer para superar e continuar prestando um bom serviço à sociedade, mesmo com toda a pressão que a gente sofre", conta Esequias.

"Um animal com garra"O título "O Leão Ferido" faz um jogo de palavras

com o apelido pelo qual o rodoviário é conhecido no próprio meio. "Popularmente, no Rio de Janeiro, somos chamados de leão. Não consegui encontrar a origem ou os porquês; achei várias definições, e uma delas é o fato de o leão ser um animal com garra, como eu coloquei no livro; ele enfrenta o desafio da selva sem perder a realeza. Eu trouxe essa parte poética e transformei esse apelido em algo nobre". E complementa: "somos feridos dia-riamente – psicologicamente, emocionalmente e fisicamente. Muitos colegas têm sido agredidos e, infelizmente, isso tem prejudicado a prestação de um bom serviço".

Esequias atua há 22 anos como rodoviário. Já foi auxiliar de lubrificação, cobrador, fiscal, e em 2003 passou a despachante. O escritor surgiu em agosto do ano passado, quando começou a colocar no papel as linhas iniciais desse seu primeiro livro. Mas a vontade de produzir algo voltado para os ro-doviários já era antiga. Ele conta que, muitas vezes, quando o cobrador ou o motorista chegava irritado no final da jornada de trabalho, tentava acalmá-lo e mostrar que o principal era terminar bem o dia: "porque quando terminamos mal, o maior prejudi-cado somos nós mesmos".

Nome: Esequias Nunes da SilvaIdade: 45 anosNaturalidade: Nova Iguaçu – RJCargo: DespachanteEmpresa: Expresso São FranciscoFormação: Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos

per

fil

32 Indo & Vindo 26

de Serviços de Gestão de Pessoas, da Fetranspor, e disponibilizada pela Universidade Corporativa do Transporte. Inclusive, no capítulo 2, Esequias mos-tra alguns dados do levantamento. "Quem é essa pessoa? Tanto nós quanto os clientes não conhece-mos o perfil do rodoviário", afirma o autor.

"Eu gosto de ser rodoviário"Entre os colegas, a obra já é um sucesso. "To-

dos amaram. Dizem que nunca viram uma litera-

CAPA

Fontes de inspiração e informação

Ele reuniu a experiência como despachante, mais a vivência como evangelizador na igreja que frequenta, mais os ensinamentos dos cursos que teve a oportunidade de fazer como rodoviário, mais alguns semestres da faculdade de Pedago-gia, que depois trocou pela formação no curso de Tecnólogo em Gestão de Recursos Humanos, con-cluído em agosto deste ano, e transformou tudo em palavras escritas, com o objetivo de ajudar a sua classe de trabalhadores. A ideia básica era "levar ao rodoviário o principal de todos os man-damentos, que é o amor. Ele não deve retribuir o mau trato, o ódio ou o rancor na mesma moeda", diz.

Entre os cursos que fez e que o ajudaram na elaboração do livro, Esequias destaca o de Instru-tor de Treinamento e Desenvolvimento Humano, em 2009, no TransÔnibus. "Foi um divisor de águas, porque trabalhou muito a questão da em-patia – você se colocar no lugar do outro", expli-ca. A "meia" formação de pedagogo também foi fundamental. "Ajudou na questão da didática, a saber dividir o assunto para melhor esclarecimen-to", conta. Além disso, uma fonte importante de informações foi a pesquisa “Perfil e Expectativa do Motorista 2014”, encomendada pelo Centro

33Indo & Vindo 26

Quem foi Ezequias, na Bíblia?Foi um rei de Israel, conhecido por ter a vida prorrogada por 15 anos

após clamar a Deus.

A sabedoria popular diz que nossa vida só é completa quando escrevemos um livro, temos um filho e plantamos uma árvore. Você já plantou a sua?

Já plantei, lá em casa. Minha mãe tinha uma plantação, mas o quintal virou cimento. Foram arrancando as árvores. Contudo, a bananeira, eu tirei de onde meu irmão ia construir, e plantei em outro local. Está lá a bananeira até hoje. É como se fosse um memorial à dona Leni (sua mãe).

Quais são seus planos agora?Trabalhar como instrutor. Já apresentei proposta à empresa.

E o próximo livro?Já tem nome – "Rodoviário, saia do Sereno" (Sereno é o último

ônibus, que circula na madrugada). Vou enfatizar a parte educacional.

pin

g-p

on

g

rodoviário. Falo isso com todas as letras. Por isso, coloquei logo no capítulo 1 a importância dos " leões". Como é bom a gente poder sair de casa, ir para o trabalho, para a igreja, para o mercado, para qualquer outro lugar. Aí coloco a questão: ‘imagine se não fossem os rodoviários para fazer isso?’".

Casado com a professora e estudante de Le-tras Luciana Teixeira Rois da Silva, há 16 anos, e pai do futuro cineasta ou biólogo, João Lucas Rois da Silva, de 15 anos, que também possui talento para a escrita (já tem roteiro e nome de filme e livro – “A Nova Dimensão e Os Bravos”), o rodoviário e agora escritor Esequias se diz um apaixonado pelos estudos. "Como Paulo Freire fala: 'a educação muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo'".

tura igual para a nossa classe. Um deles me disse que, quando sai de casa, lê um capítulo do livro, para se preparar para o dia de trabalho". Ao contar isso, Esequias faz questão de lembrar que também vivencia a rotina de rodoviário. "Eu gosto de ser

"No livro tem a biografia de nove

rodoviários e pergunto quem é o

décimo? Deixei essa página em

branco, para quem estiver lendo. ‘Este

é você, que também trabalha como

leão e tem sua história para contar’"

34 Indo & Vindo 26

EDUCAÇÃO EM FOCO

Diante desse cenário, resolvemos convidar o antro-pólogo Roberto DaMatta para ajudar a interpretar o que está por trás desses dados. DaMatta é especialista reconhecido no Brasil e lá fora. Ele escreveu um dos principais livros que analisam o comportamento do brasileiro ao volante, “Fé em Deus e pé na tábua: ou como e porque o trânsito enlouquece no Brasil”.

Desde 2011 o Teleatendimento 1746, da Pre-feitura, registra o número geral de reclama-ções sobre os motoristas profissionais. Aquela que nunca saiu do primeiro lugar no ranking é a atitude do motorista de não parar no ponto. Na sua avaliação, por que esse é o item mais criticado pelos passageiros?

Penso que um ponto crucial do elo entre o mundo público — o universo da rua, como tenho enfatizado no meu trabalho, — e o cidadão — o usuário que,

Hora de embarcar em mais uma Carona com a UCT! Desta vez, chamamos a atenção para um assunto muito sério, rodoviário. Um tema que interessa principalmente ao motorista de ônibus! Levantamento da Prefeitura do Rio de Janeiro, pelo disque 1746, alerta para as reclamações vindas dos passageiros sobre os condutores profissionais. O ato de não parar no ponto lidera o ranking de críticas.

“Parar no ponto é, no meu entender, um ato de engajamento positivo!”

Carona com a UCT

na "rua", transforma-se num "usuário" e num "passageiro" de um "co-letivo" — é a sua vivência negativa da impessoali-dade e do anonimato. A experiência brasileira tem um dado marcante: o con-traste entre a vida social na intimidade da casa, em que todos são alguém: têm nome, gosto, respeito, posição, numa ordem por gênero e idade, e a disso-lução de algumas dessas dimensões quando a pessoa vai para o trabalho e imediatamente muda de palco e de papéis. Em casa é filho; na rua é, eventualmen-te, uma vítima. Em casa, ele é atendido com esmero; na rua, é um ser transitório, que se vê constrangido a aceitar o que lhe é imposto por uma dinâmica de transporte público quase sempre ineficiente, agressiva no modo de conduzir o veículo, e — eis a resposta — que não o enxerga como uma criatura dotada do direito de ser vista de um ângulo pessoal. Porque um amigo, na condução de um ônibus, iria parar perto dele ou esperar pacientemente por ele, mas o moto-rista que não o conhece, muitas vezes, nem o vê, ou, como observa a pesquisa, não para no ponto. Ora, o "parar no ponto" é tornar-se cidadão, é reconhecer que o usuário não é parte de uma multidão sem rumo ou alma; ele (ou ela) é, isso sim, usuário e cliente fiel de uma empresa e de um modo de transporte. Da

Reclamações sobre motoristas de ônibus

Item “Não parou no ponto”: 2015: 2.620 (janeiro a abril)2014: 9.9342013: 15.9992012: 14.8542011: 2.625Fonte: Rio Como Vamos/ Teleatendimento 1746

35Indo & Vindo 26

mesma maneira que ele é um "pagante", ele espe-ra ser atendido como tal. E, o parar no ponto é, no meu entender, um ato de engajamento positivo neste mundo inevitável de impessoalidade e anonimato em que vivemos. Ao parar no ponto, eu começo a sair do anonimato, porque sou reconhecido como pessoa ou como "gente", e não como um "bicho”.O que justifica esse comportamento dos motoristas?

Do ponto de vista do motorista, há o chamado empoderamento que a máquina lhe fornece. No "coletivo", ele pode agir coletivamente; isto é, per-dendo o sentido de que o coletivo é feito de gente como ele. Seria talvez curioso fazer com que moto-ristas vivessem essa experiência de modo mais pe-dagógico, com o intuito de, neles, despertar a cons-ciência do pedestre e do usuário. Essa talvez seja uma razão. A outra tem, obviamente, a ver com a ausência de espaço para parar de modo adequado. Neste sentido, valeria investir no significado social dos "pontos de ônibus", provendo-os de espaço, conforto e segurança.A má conservação da frota (item que aparece entre as principais reclamações), em sua opi-nião, pode influenciar na relação do passagei-ro com o motorista/cobrador?

É um fator-chave no ponto de vista do passageiro, que, obviamente, não quer ser tratado como um objeto ou como "gado", falando coloquialmente. Entrar num veículo limpo, com todos os seus equipamentos em or-dem, dirigido por alguém impecavelmente uniformiza-do e gentil, é como entrar num carro particular. Esse elo de confiança, de atenção e, consequentemente, de soli-dariedade é, no meu entender, básico para compensar o automatismo e a impessoalidade como sinais de subor-dinação que elas possuem no Brasil. Um ônibus limpo

e em ordem é como uma casa que não teme uma visita e, se recebê-la, demonstra o grau de respeito que tem em relação a ela.Com todos os treinamentos e sensibilizações para a direção segura, nota-se, na pesquisa, que a reclamação sobre o comportamento perigoso no trânsito se repete todos os anos. Sabemos que não é uma postura só do condutor profissional, mas de boa par-te daqueles que enfrentam

o trânsito das grandes cidades. Como você avalia esse cenário? Medidas recentes, como a redução de velocidade nas vias urbanas, como ocorreu em São Paulo, ajudam a mudar essa realidade?

Talvez a redução ajude, porque ela obriga a prestar atenção no modo de conduzir o veículo. Eu penso que, no cenário de caos que estamos vivendo, qualquer ex-periência honestamente introduzida, com a necessária preparação do público, pode e deve ser realizada.O comportamento inadequado dos motoristas sempre é associado à falta de treinamento. Esta apreciação, em sua opinião, não simpli-fica demais a questão? A visão mais antro-pológica das relações sociais pode ajudar a compreensão dessa situação e sensibilizar responsáveis em relação a outras alternativas capazes de melhorar essa representação?

Sem nenhuma dúvida. O problema do trânsito no Brasil é de "estilo"; de modo de perceber a "rua" e os que nela estão como "outros", como estranhos. É isso que está elaborado, com veemência, no livro “Fé em Deus e pé na tábua”. Os gerentes públicos devem ser mais administradores do que políticos, e pensar a ci-dade também como um espaço de prestação de servi-ços. Em aldeias não existe condução; mas nas cidades o elo entre casa e trabalho é algo realizado rotineira-mente. Como, então, mudar esse estilo? Realizando uma ampla pesquisa e, a partir dela, atuar em todos os atores do cenário público. O momento olímpico seria uma bela oportunidade para tanto.

*Roberto DaMatta é antropólogo, confe-rencista, consultor, colunista do jornal “O Globo” e professor do Departamento de

Ciências Sociais da PUC-RJ.

36 Indo & Vindo 26

EDUCAÇÃO EM FOCO

O Conselho da Universidade Corporativa do Trans-porte recebeu, neste semestre, novos membros. São eles:

1) Alexander Costa: representante do Sinfrerj;2) Douglas Azevedo: representante da Secretaria de Estado de Transportes do Rio de Janeiro;3) Sebastião José da Silva: representante da Federa-ção Interestadual dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários – FITTR;4) Rafael Picciani: secretário municipal de Transpor-tes do Rio de Janeiro.

O Conselho UCT é atualmente formado por 15 con-selheiros, que contribuem com seus conhecimentos especializados nas estratégicas para dirigir políticas, programas e serviços prestados pela instituição.

Vem aí mais uma formatura do Projeto Rodoviário Cidadão. Se você foi aprovado nos programas Mo-torista Cidadão e Formação de Lideranças e ainda não teve a oportunidade de participar da formatura, então aproveite a chance. O evento deste semestre será realizado no Centro de Convenções SulAmérica, na Avenida Paulo de Frontin, 1, Cidade Nova, Rio de Janeiro (RJ). Anote na agenda: 2/12/15, às 18h30!

E quem disse que o programa Direção por Simu-lador, da UCT, dorme no ponto? Já são dois anos de existência, e os resultados só mostram que a Univer-sidade Corporativa do Transporte tem muito o que comemorar:- 1.725 alunos;- 305 turmas;- 173 instrutores;- 103 empresas.

O Programa de Direção por Simulador está divi-dido em três cursos: Formação de Instrutores (para capacitar os instrutores das empresas a multipli-carem as informações), o Capacitação de Motoris-tas M1/BRT1 (para motoristas com experiência no setor) e o Ambientação (para novos motoristas). Algumas empresas afirmam que, após os profis-sionais passarem pelo curso, o índice de acidentes diminuiu em 40%.

Recentemente, foi realizada uma pesquisa para medir a avaliação dos participantes:- 96% dos alunos avaliam de forma positiva a expe-riência de utilizar o simulador;- 98% aprovam o conteúdo abordado no programa;- 78% afirmam que o curso superou as expectativas.

Você encontra esta matéria completa no site da Universidade Corporativa do Transporte: HYPERLINK "http://www.uct-fetranspor.com.br" \h www.uct-fe-transpor.com.br . Os interessados devem realizar as inscrições de seus instrutores pela PGA. Faça contato com a UCT para conhecer outros avanços dessa ação educacional inédita. Envie e-mail para: simulador@uct-fetranspor.com.br.

Conselho UCT

Rodoviário Cidadão

Direção por Simulador

Fique por dentro!

37Indo & Vindo 26

Leia outros artigos da colunista publicados na revista. Acesse www.uct-fetranspor.com.br e clique na seção "Artigos". Andrea Ramal é doutora em Educação. Atualmente é consultora do “Bom Dia Rio”, sempre às terças-feiras, e do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, ambos da Rede Globo.

Cortesia no ponto certoCom a palavra, Andrea Ramal

Paulo saiu para o trabalho atrasado. Havia tido uma noite maldormida, com o filhinho de seis meses com có-licas, chorando e pedindo cuidados. De manhã teve que dar a medicação, preparar o lanche da escola do outro filho, e tudo isso preocupado: a crise estava apertando na empresa. As demissões aumentaram. Se ele perdesse o emprego, o que seria da família? Não queria nem pensar.

Por isso, não conseguiu deixar de se sentir revoltado quando a sua condução chegou e passou direto pelo ponto, sem parar. Os passageiros que aguardavam não acreditavam, alguns até falaram palavrões; uma mulher, que levava a mãe ao hospital, quase chorou.

Paulo sabia que o próximo ônibus só passaria dali a uns 30 minutos e, provavelmente, bastante cheio. O dia seria complicado. Talvez levasse bronca. Talvez fosse des-contado. Dinheiro para táxi, nem sonhando. Sentiu uma sensação de amargura no peito. Ele tentava fazer tudo certo. Por que isso estava acontecendo logo naquele dia? Vontade de pegar aquele ônibus no laço e voltar o tempo.

A cena vivida por Paulo dá o que pensar. Como diz o ditado, “a vida não é fácil para ninguém”, e cada pessoa sabe “onde o seu calo aperta”. Cada um sabe o tamanho dos seus problemas. Mas há momentos rápidos, em que nossa existência se cruza com a de um desconhecido, e uma pessoa pode afe-tar, de algum modo, para o bem ou para o mal, a vida do outro. É o que acontece num ônibus.

O motorista de ônibus tem um papel importante no dia a dia de cada pessoa. Ao respeitar as normas

de trânsito e dirigir com prudência, está cuidando de vidas, fora e dentro do veículo. Sua função so-cial vai muito além de dirigir. Ele lida com valores preciosos na vida de cada um: o tempo, o trabalho, a família.

Se um ônibus não para no ponto, pode estar em jogo um emprego, um atendimento num posto de saúde, uma oportunidade de carreira num vestibular. Por outro lado, se o motorista é cordial, recebendo o passageiro como se o ônibus fosse a sua casa, aquele momento pode contribuir para estimular a boa convi-vência, a tranquilidade, o bem-estar.

Gosto de pensar no motorista como o comandante de um navio ou de um avião. Ele é o líder da viagem. Tem que tomar decisões a todo momento, lidar com tri-pulantes que nem sempre são fáceis, enfrentar “tempo ruim”. Mas ele tem um foco: levar todos ao seu destino, com qualidade e segurança.

Toda essa roda que interliga tantas vidas em suas mãos começa com um gesto simples: parar no pon-to para recolher ou para deixar o passageiro em seu destino. Esse gesto não é só uma obrigação profissio-nal, é uma atitude de respeito que gera respeito de uns pelos outros. Afinal, como dizia o famoso profeta das ruas da nossa cidade: “gentileza gera gentileza”. Quando o ônibus para no ponto certo, não é só o transporte que está chegando, são valores de gentile-za e cortesia, essas coisas simples que podem tornar nossa vida bem melhor.

38 Indo & Vindo 26

HISTÓRIA

Na do século

Enquanto a Fetranspor rumava aos seus 50 anos, aprendendo com a própria luta e se preparando, cada vez mais, para assumir e enfrentar desafios, o Brasil, o Rio de Janeiro e os brasileiros também continuavam a construir sua história a caminho do século XXI. Nesta edição da série em homenagem aos 60 anos da Fe-deração, esta seção especial conta um pouco sobre o período entre 1995 e 2005, após o impeachment de Collor, a chegada da internet e a criação do Real que, junto com um conjunto de ações, colaborou para a estabilização da economia.

Em março de 1996, os telespec-tadores dão adeus ao “boa-noite” mais marcante da televisão brasi-leira: Cid Moreira, apresentador do “Jornal Nacional” (telejornal exibi-do pela Rede Globo) desde a sua criação, em 1969, deixa a bancada,

Enquanto a Fetranspor rumava

aos seus 50 anos, aprendendo

com a própria luta, (..) os

brasileiros também continuavam

a construir sua história a

caminho do século XXI

virada

São Paulo: tricampeão do

mundo em 2005

39Indo & Vindo 26

do milênio”, um problema que poderia ocorrer em sis-temas informatizados na passagem do ano de 1999 para 2000. Isso motivou a renovação de programas e de equipamentos, e as falhas foram mínimas, per-to do esperado. Em 2000, entra no ar o “No Limite”, abrindo espaço para os reality shows. O programa

"No limite": Pipa, Juliana, Andrea

e Elaine (de pé), vencedora da

primeira edição

Pelé, na época ministro dos Esportes, recepciona Bill

Clinton na Mangueira

junto com Sérgio Chapelin, e passa a vez para William Bonner e Lilian Witte Fibe. Nas eleições, a mudança se deu pela adoção das urnas eletrônicas, utilizadas inicialmente por um terço do total dos eleitores do País, nos principais municípios e capitais, e totalmente implantadas em 2000.

A vez do tênisEm 1997, Bill Clinton, então presidente dos Esta-

dos Unidos, conhece a Vila Olímpica da Mangueira, durante visita ao Brasil. A Semana Nacional de Trân-sito passa a ser prevista em lei no Código de Trânsito Brasileiro, e comemorada na segunda quinzena de se-tembro, através de temas, campanhas e outras ações importantes para valorização da vida e diminuição das taxas de mortalidade nas estradas e vias do País.

No tênis, surge um destaque: Gustavo Kuerten, nosso Guga, eleva a bandeira brasileira ao lugar mais alto do pódio, depois de ganhar, pela primeira vez, o Torneio de Roland Garros. E três anos mais tarde foi eleito o número 1 do mundo, conquistando, em 2001, o tricampeonato do Aberto da França. Em 1998, acon-tece a implosão do Palace II, um edifício de 176 apar-tamentos na Barra da Tijuca, que desabou, causando a morte de oito pessoas e deixando 120 famílias sem teto. No ano se-guinte, a Rede Manchete saía do ar, em consequência de duas crises que acumularam salários atrasados, dívi-das e queda na audiência. Mais tarde, era inaugurada a Rede TV.

Em busca dos reality shows

A virada do século deixou o mun-do na expectativa do chamado “bug

40 Indo & Vindo 26

Implosão do Edifício Palace II, na Barra da Tijuca

Ataque às torres gêmeas (World Trade Center), em 11 de setembro de 2001

brasileira a conquistar uma medalha de ouro no Mun-dial da modalidade.

E nos Jogos Olímpicos de 2004, em Atenas, nos-so ex-maratonista, Vanderlei Cordeiro de Lima, teve a chance de ser medalha de ouro, roubada pelo ex--padre irlandês Cornelius Horan, que o segurou próxi-mo à linha de chegada. E dois brasileiros escaparam do tsunami do Oceano Índico, que causou a morte de mais de 170 mil pessoas e deixou outras 50 mil desa-parecidas. Eles passaram ilesos por estarem 23 metros abaixo do nível do mar, mergulhando.

Para encerrar essa década de história, a Indo & Vindo entra em 2005. Nesse ano, o mundo chorou a perda do papa João Paulo II. O governo Lula passou por uma grande crise, após Roberto Jefferson, então deputado, denunciar a existência do mensalão, prática de compra de votos na Câmara. O Banco Central de Fortaleza sofreu o maior assalto a banco da história do País, um acontecimento transformado em filme seis anos mais tarde. E o Brasil sentiu o brilho dos holofotes do mundo através da vitória do São Paulo Futebol Clube, que se consagrou tricampeão mundial em Yokohama, no Japão, após vencer, com o placar de 1 a 0, uma das equipes mais vitoriosas da Inglaterra, o Liverpool Football Club.

era dividido em provas e foi transmitido durante dois meses pela Rede Globo, aos domingos, tornando-se sucesso nacional, principalmente pelas competições, que envolviam comer iguarias, como olhos de cabra e minhocas.

Hebert Vianna, vocalista do Paralamas do Sucesso, sofre um acidente de helicóptero em Mangaratiba, Angra dos Reis, em 2001. Sua mulher não sobrevi-veu, e ele, após 44 dias internado, boa parte desses em coma, fica paraplégico. E não aconteceu no Rio, nem no Brasil, mas o mundo parou para acompanhar o ataque terrorista às torres Norte e Sul do World Tra-de Center, conhecidas como torres gêmeas, em 11 de setembro, que matou mais de três mil pessoas.

O brilho do esporteEm 2002, os brasileiros elegem seu primeiro pre-

sidente de origem popular, Luís Inácio Lula da Silva. No Rio de Janeiro, Benedita da Silva torna-se a pri-meira mulher a governar o Estado, após a renúncia de Anthony Garotinho para concorrer à Presidência da República. O Brasil sai vitorioso na quadra e no cam-po: a Seleção de Vôlei é ouro no campeonato mun-dial após 20 anos, e a Seleção de Futebol, dirigida por Felipão (Luiz Felipe Scolari), é pentacampeã, com nomes como Ronaldinho Gaúcho, Cafu e Ronaldo. Em 2003, uma ginasta conquista o coração e o respeito do País e do restante do mundo, com o seu talento na ginástica artística de solo: Daiane dos Santos, que apresentou seu salto duplo twist carpado, batizado como Dos Santos, fez história ao se tornar a primeira

HISTÓRIA

41Indo & Vindo 26

RIOCARD EXPLICA

já podem ser recarregados por

telefone ou pelo site da RioCardA RioCard lançou, em agosto, duas novas op-

ções para recarga dos cartões moedeiros (Expres-so, Bilhete Único Intermunicipal e Bilhete Único Carioca): por telefone e pela internet. A novidade, além de aumentar a capilaridade dos canais de recarga, visa a facilitar a vida do passageiro, que não vai mais precisar se deslocar para comprar crédito para seu cartão.

Para recarregar por telefone, o interessado deve ligar para 2127-4000 e escolher a opção 6. É aceita somente a recarga dos cartões expresso/moedeiros já cadastrados no site da RioCard. O usuário escolhe o valor, digita o número do cartão e recebe a numeração do boleto bancário para pagamento.

Cartões moedeiros

Na internet, a pessoa deve acessar o site www.cartaoriocard.com.br/recargafacil para fazer a recarrega de qualquer cartão moe-deiro. Novo sistema foi lançado para esse fim: o Recarga Fácil. Com ele, não é preciso ter o cartão cadastrado para realizar a re-carga, e o cliente passa por apenas quatro telas para efetivar seu pedido, bastando digitar o número do cartão e o valor dese-jado para gerar um boleto. Nessa operação é cobrada uma taxa de conveniência de R$ 1,95, por pedido. O acesso ao site pode ser feito também por tablets e smartpho-nes. A RioCard já está trabalhando para oferecer, além do boleto bancário, outras formas de pagamento, como o Itaú Sho-pline, para débito em conta.

A recarga por telefone ou pelo site tem prazo de até 72 horas para ser li-berada em um validador de ônibus ou nos equipamentos de autoatendimento da RioCard.

42 Indo & Vindo 26

TUDO EM ORDEM

Fretamento

entenda a diferençaNo setor de transporte por ônibus há uma grande variedade de serviços. Há o transporte intermunicipal, que leva

pessoas de uma cidade a outra; o interestadual ou rodoviário, que liga um estado a outro; o municipal, cujas linhas operam dentro de um mesmo município, interligando os bairros, ou ainda dentro de um mesmo bairro. E há o freta-mento, que pode ser contínuo ou eventual. Os nomes já dizem tudo. Vamos entender melhor a diferença entre eles?

contínuo

BRT e BRS não são lugares para carro particular

A presidente Dilma Roussef sancionou uma mudança no artigo 184 do Código Brasileiro de Trânsito, tornando a invasão das faixas exclusivas de ônibus por carros particulares uma infração gravíssima. A decisão foi publicada no Diário Ofi-cial, no dia 31 de julho.

A alteração no artigo vale tanto para os corredores à direita, como os BRS, quanto

e eventual:

Fretamento Contínuo:Atende, em sua maioria, empresas de vários

segmentos da economia, como fábricas, petrolífe-ras, condomínios de moradores, shoppings, escolas, entre outros, transportando seus funcionários entre a casa e o trabalho ou o estudo. É prestado por operadoras de ônibus a pessoas jurídicas, mediante contrato, que pode ser permanente ou temporário, para o transporte de pessoas que embarquem e desembarquem em locais devidamente aprovados. Horários, itinerários e preços são acordados entre o contratante e o contratado, respeitando, claro, as leis que os regem.

Fretamento Eventual:Caracteriza-se por viagens específicas e esporá-

dicas, como no caso do turismo, dos traslados entre aeroportos e hotéis, dos city tours, de eventos espor-tivos, shows, congressos, passeios culturais, diversão e lazer, entre outros. É prestado a um cliente ou a um grupo de pessoas, mediante contrato, e é efetuado eventualmente, sem periodicidade determinada, mas com origem e destino definidos.

para faixas exclusivas à esquerda, como os corredores BRT, onde as penalidades antes eram consideradas leve e graves, respectiva-mente. A partir de agora todos os casos se enquadram no nível mais alto, e a multa passa de R$ 53,20 para R$ 191,54, além de implicar perda de sete pontos na carteira de habilita-ção.

43Indo & Vindo 26

NA PONTA DA LINGUA

Você está

Veja as respostas no rodapé.Se você acertou 16 ou mais: você é bom nisso! Continue assim!Se acertou entre 8 e 15: você está bem, mas pode melhorar.Se acertou menos de 8: precisa estudar mais um pouco, mas não desista, você consegue!

Jiló / Gemido / Janela / Gesso / Passarinho / Cansado / Tensão / Passeio / Chave

/ Caixa / Chá / Xícara / Detergente / Pensamento / Tombo / Apontador

1. chapéu / maçã / lâmpada - 2. hipopótamo - 3. jacaré / saída - 4. tênis / avião

1. chapeu – maça – lampada

2. lambada – hipopotamo – tapete

3. jacare – bicicleta – saida

4. tenis – urubu – aviao

Acentue as palavras, se for o caso:

por dentro

__iló__emido__anela__esso

Pa ___arinhoCan__adoTen __ãoPa__eio

__aveCai__a__á__ícara

Deterge__tePe__samentoTo__boApo__tador

Com "G" ou "J"?

Com "S" ou "SS"?

Com "CH" ou "X"?

Com "M" ou "N"?

da ortografia?

E o acen

to?

Tem ou n

ão tem?

A

Vamos lá, criançada?

Como é qu

e se escreve?

Nesta edição, o “Na Ponta da Língua” é dedicado às crianças, e fizemos alguns testes para avaliar como elas se saem na hora de escrever as palavras.

44 Indo & Vindo 26

CONCURSO

Inscrições para o concurso de desenho

infantojuvenil encerram-se em 1º de novembro

São duas categorias – de 5 a 8 anos e de 9 a 12 anos. Os três primeiros colocados, em cada categoria, serão premiados com vales-presentes da loja de brin-quedos Ri Happy, no valor de R$ 600,00 (primeiro lu-gar), R$ 400,00 (segundo lugar) e R$ 200,00 (terceiro lugar). E os cartões de Natal dos dois primeiros lugares serão encartados na edição número 27, de novembro e dezembro, da Indo & Vindo.

Esta é a terceira edição do concurso de desenho in-fantojuvenil. No primeiro, o tema foi "O trenó do Papai Noel quebrou. E agora, como ele irá entregar os pre-sentes?", e no segundo, "Que presente de Natal você

daria para os rodoviários?". É hora de mostrar, mais

uma vez, a criatividade des-sa garotada. Só precisa de papel, lápis de cor e uma boa pitada de inspiração.

Desenhos vencedores dos últimos dois concursos, nas duas categorias

Desenho de:

EmaCategoria 5 a 8 anos

1o LUGAR

Desenho de:

Categoria 9 a 12 anos Isis Catarina De Veras Silva Macedo

1o LUGAR

9 a

12

an

os

5 a

8 a

no

s

2014 2013

2014 2013

O concurso de desenho infantojuvenil "Um Ônibus Natalino", voltado para filhos, netos, sobrinhos, afilha-dos e enteados de rodoviários e lançado na edição pas-sada da Indo & Vindo, ainda está valendo. As inscri-ções vão até 1º de novembro e devem ser feitas através do site www.revistaindoevindo.com.br. Envie o desenho, escaneado ou foto, pelo site e preencha o formulário de inscrição. Depois, entregue o original do desenho no departamento de Recursos Humanos da sua empresa, identificado, no verso, com o nome do responsável (seu nome, no caso), cargo, empresa, nome e idade da crian-ça e seu grau de parentesco com ela.

45Indo & Vindo 26

CUIDE-SE

ainda é problema de saúde pública no Brasil

Tuberculose

No ano passado, o Brasil registrou 33,5 casos de tuberculose a cada 100 mil habitantes, num total de 67.966 ocorrências. Esses números mantêm o País no 16º lugar no ranking das nações com maiores índices da doença. São 2,3 óbitos, a cada 100 mil pessoas. A tuberculose é a quarta causa de morte por enfermi-dades infecciosas e a primeira entre pessoas com HIV.

Atualmente, 80% dos casos estão concentrados em 22 países, entre eles o Brasil, e atingem, principal-mente, populações com menor acesso aos serviços de saúde, como povos indígenas, presidiários e moradores de rua, além de portadores do HIV. Segundo acordo firmado com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a meta é reduzir em 50% a incidência de novas conta-minações, e em 75% a taxa de mortes em decorrência da doença, até 2025.

CausaA tuberculose é causada pelo Mycobacterium

Tuberculosis, ou bacilo de Koch, em homenagem

Atualmente, 80% dos casos

estão concentrados em 22

países, entre eles o Brasil,

e atingem, principalmente,

populações com menor

acesso aos serviços de

saúde

ao bacteriologista alemão Robert Koch, que des-cobriu o bacilo em 1882. Transmissível, ela afeta, principalmente, os pulmões, mas pode atingir pra-ticamente qualquer órgão do corpo, já que o bacilo multiplica-se em quase todos os tecidos do nosso organismo, desde a pele até o sistema nervoso cen-tral, fígado, intestinos, rins, etc.

É uma doença infectocontagiosa causada pelo "bacilo de Koch" (Mycobacterium tuberculosis)

Tuberculose pode levar anos para apresentar sintomas

Perfil da doença

TRANSMISSÃO

O QUE É?

Meninges

Pulmão

Baço

Rins

Ocorre por meio das se-creções respi-ratórias (tosse

e espirro) e pelas gotículas de saliva

1As pessoas contaminadas costumam eli-minar milhares

de bacilos no ambien-te ao tossir

O tipo mais prevalente é a tuberculose pulmonar, mas é possível que a doença atinja o fígado, o baço, os rins e as me-ninges (forma disseminada da doença)

2Esses bacilos podem ser inalados por pessoas sau-

dáveis e provocar o adoecimento

3

46 Indo & Vindo 26

CUIDE-SE

Saiba mais:

A bactéria multiplica-se lentamente e pos-sui substâncias em sua superfície que a tornam resistente aos desinfetantes e aos métodos físicos de desinfecção.

Uma pequena quantidade de bacilos (cerca de 100) já é capaz de provocar a doença em um indivíduo suscetível.

Pode-se adquirir a tuberculose em ambien-tes em que uma pessoa com a doença te-nha estado até um dia antes, pois os baci-los ficam suspensos no ar e são aspirados quando se respira.

Desnutrição, alcoolismo, uso de drogas ilícitas e de medicação imunossupressora aumentam o risco de se contrair a doença.

PrevençãoSua prevenção se dá, principalmente, pela va-

cina BCG (Bacilo de Calmette e Guérin), aconse-lhável para crianças de até 4 anos e obrigatória para menores de 1 ano, porém contraindicada para portadores de HIV. A vacina permitiu reduzir o número de ocorrências de tuberculose no mun-do todo, mas sua eficácia não é total. Ela protege contra manifestações graves da doença e casos de tuberculose extrapulmonar, mas não é mui-to eficaz contra a tuberculose pulmonar. Mesmo tomando a vacina, o indivíduo pode ser contami-nado e desenvolver a moléstia, se houver algum comprometimento do sistema imunológico.

TransmissãoA pessoa é infectada quando entra em contato

com o bacilo, transmitido pelas gotículas de tos-se de um indivíduo doente. Portanto, a prevenção

Baço

47Indo & Vindo 26

inclui também evitar aglomerações, especialmen-te em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. Quando a bactéria atinge os pulmões, o sistema imunológico é ativado para defender o corpo. Contudo, se o indivíduo estiver desnutrido, por exemplo, ou se a quantidade de bacilos for muito grande, ele pode desenvolver a infecção.

SintomasOs principais sintomas da tuberculose pulmo-

nar, a mais comum, são: tosse por mais de duas semanas, associada a catarro; febre vespertina; sudorese noturna; perda de peso; falta de apetite; cansaço excessivo; rouquidão e dores no peito. Nos casos mais graves há dificuldade de respira-ção, eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura pulmonar. O diagnóstico é feito através da análise dos sintomas, de diversos exames labora-toriais, como cultura do escarro, de radiografia do tórax e, mais recentemente, do chamado “Teste Rápido para Tuberculose”, que detecta a presença do bacilo em apenas duas horas.

TratamentoO diagnóstico precoce e a adesão ao trata-

mento, que dura aproximadamente seis meses, são fundamentais para garantir a cura. Mas é primordial segui-lo à risca, sem interrupção; caso contrário pode haver reincidência e a bactéria se fortalecer. O paciente é tratado por meio de anti-bióticos. Apesar da eficácia da medicação e de os índices de registro da doença estarem em queda ano após ano (há dez anos, o número de pesso-as infectadas foi de cerca de 78 mil no Brasil), a tuberculose ainda é um grave problema de saúde pública.

Curiosidades

Castro Alves, Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Raimundo Correia e Augusto dos Anjos foram alguns dos poetas brasileiros que morreram jovens, vítimas da tubercu-lose, na época chamada também de "tísi-ca". Pelo fato de atingir tantos escritores, era vista com certo romantismo e ficou até conhecida como a "doença dos poetas". O escritor Alexandre Dumas chamou-a de “doença do amor”.

Estima-se que, entre 1850 e 1950, mais de 1 bilhão de pessoas morreram em de-corrência da tuberculose, considerada uma das doenças infecciosas que mais matam no mundo.

Os primeiros casos de tuberculose teriam sido registrados há mais de 20 mil anos. Há relatos da existência da bactéria em órgãos de múmias.

O desenvolvimento das cidades e o cresci-mento das aglomerações humanas são fa-tores que influíram para que a tuberculose se disseminasse.

Em 1908, os cientistas Albert Calmette e Camille Guérin conseguiram isolar uma cepa do bacilo da tuberculose para produ-zir culturas vivas atenuadas a serem usa-das como vacina. A cepa recebeu o nome de Bacilo Calmette-Guérin, dando origem à conhecida “BCG". Foi aplicada pela pri-meira vez em crianças em 1921.

Sua prevenção se dá,

principalmente, pela vacina BCG

(Bacilo de Calmette e Guérin),

aconselhável para crianças de até

4 anos e obrigatória para menores

de 1 ano, porém contraindicada

para portadores de HIV

NO PONTO

48 Indo & Vindo 26

Moqueca

A moqueca de peixe, uma das receitas mais representativas da culinária brasileira, tem a sua origem reivin-dicada por dois estados, o Espírito Santo e a Bahia. Seja baiana ou capixaba, a moqueca é uma das melhores formas de se cozinhar peixe. Apresentamos, nesta edição, as duas receitas: a capixaba, mais leve, que tem sua coloração feita com urucum e não leva leite de coco, e a baiana, mais carregada no tempero, com o azeite de dendê e o leite de coco deixando os sabores bem acentuados. Na dúvida, o negócio é fazer as duas e deixar a família escolher a que mais agrada!

Ingredientes

• 4 postas de peixe (você pode usar dourado, cação, badejo)

• 250 gramas de camarões limpos (opcional)

• 5 tomates• 4 cebolas• 1 maço de coentro• Azeite de oliva• Urucum (em semente ou em pó,

conhecido como colorau)• Sal e pimenta-do-reino a gosto

Modo de preparo

O ideal para o preparo da moqueca é uma panela de barro. Mas não é obrigatório. Pode ser substituída por outra panela larga e não muito funda.

Moqueca capixaba

capixaba ou baiana?

Tempere as postas de peixe com sal e pimenta, poucos minutos antes de começar o preparo. Faça o mesmo com o camarão, se for utilizar.

Pique 3 cebolas em cubos pequenos; 1 cebola em rodelas, e os tomates também em cubos pequenos.

Esquente bem a panela, coloque 2 colheres de azeite de oliva (ou óleo) no fundo. Cubra todo o fundo da panela com a cebola picada. Por cima da cebola, coloque uma camada de tomates (metade). Acomode as postas de peixe sobre esta camada de cebola e jogue, espalhando, o restante do tomate e as cebolas em rodelas. Pode colocar um pouco mais de sal nessa hora. Adicione uma xícara de chá do coentro bem picadinho, e leve ao fogo tampada.

Aqueça, em uma frigideira, 4 colheres de sopa de azeite. Adicione 2 colheres de chá de semen-tes de urucum ou colorau. Mexa bem e deixe ferver um pouco, até o azeite incorporar bem a cor avermelhada. Use uma peneira para coar e jogue somente o azeite sobre a moqueca.

Cozinhe em fogo médio por 15 a 20 minutos. Se for usar o camarão, ele pode ser colocado nos últimos 10 minutos. Na hora de servir, pol-vilhe o restante do coentro (somente as folhas).

49Indo & Vindo 26

Ingredientes• 1 cabeça de peixe (se não conseguir, use

uma das postas)• Cabeças e cascas de camarão (opcional)• 1 cebola em pedaços grandes• 3 dentes de alho inteiros• 1 litro de água• 200g de farinha de mandioca

Ingredientes

Os mesmos ingredientes da moqueca capixaba e mais:

• Azeite de dendê (aproximadamente 100ml)

• Leite de coco – 1 vidro de 200ml

Pirão Moqueca baiana

Modo de preparo

Em uma panela, refogue o alho e a cebola. Acrescente a cabeça de peixe e as cascas e cabeças de camarão, e deixe refogar um pouco. Você pode também usar os talos do coentro, para dar sabor ao caldo. Cubra tudo com água quente e deixe ferver por 30 minutos. Tempere com sal a gosto.

Coe todo o caldo em uma panela e, quando estiver fervendo, abaixe o fogo e vá adicio-nando a farinha de mandioca bem devagar, enquanto mexe com uma colher de pau (ou similar). Mexa rápido e bastante para não empelotar, até engrossar a seu gosto.

Modo de preparo

Repita o modo de preparo da moqueca capixaba, fazendo as seguintes alterações.

- Utilize o azeite de dendê para refogar a cebola.

- Substitua a mistura de azeite com semen-te de urucum por 4 a 6 colheres de sopa de dendê, sobre o peixe.

- Adicione o leite de coco nos minutos finais do preparo.

INTERVALO

INTERVALO

CAÇA-PALAVRAS

JOGO DOS 7 ERROS

RESPOSTAS

1. CRIANÇA | 2. FELIZ | 3. ALEGRE | 4. BRINCADEIRA | 5. EDUCAÇÃO | 6. AMOR

Ò Y Â P Á F Ó Ç Ê T C Z M S KF Á N J O Ô Õ Ê E Ê Y V H L ÂU N P V N E D U C A Ç Ã O Ò JÓ Ô Á D Ã Ú Ó Q F T F E L I ZS X P À R R À M Ô É Õ P M N ÔÚ S Ç B Â N C R I A N Ç A Ã AB Í À V D Ü Ü B Ú Ú Ò S H E MÚ B R I N C A D E I R A M O RÕ C Õ Á L Ü À R J Ã M G M O À

O Z A Ç À A L E G R E I O Ê V

Figuraimpressaem tecido

Autopeçaconsertadapelo bor-racheiro

A letramuda

A fêmeado lobo

Acha en-graçado(...)-Man,

game

Grito comum na topada

Felipe Nasr, pilotobrasileiro de F-1

Fora docomum

A classe mais alta da sociedade

O herói do filho

Corridasrústicas

de carros

Arco(francês)

Nossa (...) Aparecida,seu dia também é

12 de outubroPronome pessoal

s

Parte espiritual e imortal do homemTorneira de onde

escorre água

Pintar com tinta a base de cal

A

Abrevia-tura deSanto

Rede(inglês)

Sufixo deperiquito

Continenteem que selocaliza o

Japão52

(algaris-mos

romanos)

Fritadas de ovosbatidos

A vogal dofemininoSímbolo

de Elétron

Abrevia-tura deSem

Número

Antecede o sétimo

Pisa,esmaga

L

A entradado pendrive nomicro

Espaçovazio

entre doispontos

Árvoreornamen-tal da florabrasileira

P

Marca da pessoaprecipitada

Sigla do Estado bra-sileiro de São PauloClube catarinense,rival do Figueirense

ReginaDuarte,

atrizbrasileiraEduardoEscorel,cineastabrasileiro

A primeirae a última

vogal

Encontroconso-nantal

de festa

Terceiraconsoantedo alfabeto

A cor daspintas dodálmata(plural)

O pavor do Cascão

(HQ)A vogal da vaia

Símbolo de Boro

A home-nageadaem 12 deoutubro

Artigomasculinodefinidosingular

Dia daCriança,

em outubro

Abreviaturade Norte

Claridadenoturna

Dicas: arc - avai - caiar - estampa - impeto - ipe - net