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SUMÁRIO

1 DEFINIÇÃO DE TEXTO ...................................................................................................... 3

A ESTRUTURA DO PARÁGRAFO .................................................................................. 7 2

DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO .................................................................... 9 2.1

NOÇÕES DE COESÃO E COERÊNCIA ....................................................................... 12 3

3.1 COESÃO TEXTUAL ....................................................................................................... 12

3.2 COERÊNCIA TEXTUAL ................................................................................................. 15

3.2.1 Fatores de coerência ................................................................................................ 16

DESVIO DE PARALELISMO ........................................................................................... 19 4

AMBIGUIDADE .................................................................................................................. 20 5

6 CONCORDÂNCIA ............................................................................................................. 21

6.1 CONCORDÂNCIA VERBAL .......................................................................................... 21

7 PONTUAÇÃO ..................................................................................................................... 24

8 COLOCAÇÃO PRONOMINAL ........................................................................................ 31

9 OS PRONOMES DE TRATAMENTO; CONCORDÂNCIA E USO ........................... 35

10 SEMÂNTICA: HOMÔNIMOS, PARÔNIMOS E PALAVRAS POLISSÊMICAS .... 40

........................................... 42 11 O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: O QUE MUDOU

.................................................................................. 42 11.1 A REFORMA ORTOGRÁFICA

....................................................................................................... 49 12 REDAÇÃO OFICIAL

12.1 A LINGUAGEM DOS ATOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS ............................... 50

12.2 FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO ....................................................................... 50

12.3 TIPOS DE TEXTOS OFICIAIS ................................................................................... 51

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CURSO: REDAÇÃO OFICIAL E REVISÃO GRAMATICAL Prof. Dr. Regis Guedes

1 DEFINIÇÃO DE TEXTO

Redigir um texto é para muitos uma tarefa difícil. Inúmeros contratempos

começam a surgir, e um deles é a insuficiência de conteúdo. As ideias não

fluem e, mesmo quando surgem, há certa dificuldade em organizá-las. Tal

atitude muitas vezes corrobora para um sentimento de frustração e

incapacidade por parte do emissor.

O fato é que a escrita é algo que requer habilidade, determinação,

paciência e aperfeiçoamento constante. Habilidades essas que gradativamente

vão sendo conquistadas de acordo com o hábito da leitura e com a constante

busca por informações, no intuito de ampliarmos nossa visão de mundo, e com

a convivência diária enquanto seres eminentemente sociais.

Fundamentalmente, é preciso que haja clareza quanto à mensagem que

ora se deseja transmitir. E para tal, faz-se necessário planejar, selecionando

cuidadosamente as palavras, articulando bem as ideias, de modo a distribuí-las

em períodos e adequando-as à modalidade textual, tendo em vista a

intencionalidade comunicativa ora em questão.

TEXTO

Texto é um tecido verbal estruturada de tal forma que as ideias formam

um todo coeso, uno coerente. A imagem de tecido contribui para esclarecer

que não se trata de feixe de fios entrelaçados (frases que se inter-relacionam).

Todas as partes de um texto devem estar interligadas e manifestar um

direcionamento único. Assim, um fragmento que trata de diversos assuntos não

pode ser considerado texto. Da mesma forma, se lhe falta coerência, se as

ideias são contraditórias, também não constituirá um texto. Se os elementos da

frase que possibilitam a transição de uma ideia para outra não estabelecem

coesão entre as partes expostas, o fragmento não se configura texto.

Essas três qualidades - unidade, coerência e coesão - são essenciais

para a existência de um texto. Um texto é mais ou menos eficaz dependendo

da competência de quem o produz, ou da interação de autor leitor, ou emissor-

receptor. O texto exige determinadas habilidades do produtor, como

conhecimento do código, das normas gramaticais que regem a combinação

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dos signos. A competência na utilização dos signos possibilita melhor

desempenho.

CONTEXTO

Define-se como informações que acompanham o texto. Por isso, sua

compreensão depende da compreensão do contexto. Assim sendo, não basta

à leitura do texto, é preciso retomar os elementos do contexto(da temática

abordada), aqueles que estiveram presentes na situação de sua construção.

O Contexto pode ser imediato ou situacional.

O contexto imediato relaciona-se com os elementos que seguem ou

precedem o texto imediatamente. São os chamados referentes textuais.

O contexto situacional é formado por elementos exteriores ao texto.

Esse contexto acrescenta informações, quer históricas, quer geográficas, quer

sociológicas, quer literárias, para maior eficácia da leitura que se imprime ao

texto.

INTERTEXTO

Além do contexto, a leitura deve considerar que um texto pode ser

produto de relações com outros textos. Essa referência e retomada constante

de textos anteriores recebe o nome de paráfrase, paródia, estilização.

A paráfrase pode ser ideológica ou estrutural. No primeiro caso. O

desvio é mínimo: varia a sintaxe, mas as ideias são as mesmas. Há apenas

uma recriação das ideias. Pode-se entender a paráfrase ideológica como

simples tradução de vocábulos, ou substituição de palavras por outras de

significado equivalente. No segundo caso há uma recriação do texto e do

contexto. O comentário crítico, avaliativo, apreciativo, o resumo, a resenha, a

recensão são formas parafrásticas estruturais de um texto.

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A estilização exige recriação do texto, considerando, sobretudo,

procedimentos estilísticos. O desvio em relação ao texto, original é maior do

que no caso da paráfrase.

Na paródia, o desvio é total; às vezes invertem-se as ideias, vira-se o

texto do avesso. Há uma ruptura, uma deformação propositada, tendo em vista

mostrar a inocência do texto original ou simplesmente apresentar outras ideias

que o texto original omitiu ou não se interessou em expor.

TEXTUALIDADE: "ou textura é o que faz uma sequência linguística um

texto e não uma sequência ou amontoado aleatório de frases ou palavras. A

sequência é percebida como texto quando aquele que recebe é capaz de

percebê-la como uma unidade significativa global". (KOCH, Ingedore Villaça.

Texto e Coerência, p,26).

Textualidade é um conjunto de características que fazem com que um

texto seja considerado como tal, e não como um amontoado

de palavras e frases. Uma definição alternativa apontaria textualidade como

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uma premissa adotada pelo interlocutor (nessa instância o termo não é ligado

ao texto, mas aos agentes do processo comunicativo), baseada em seus

prévios conhecimentos estruturais e funcionais de texto, que permite através da

consideração de vários fatores realizar a textualização de uma mensagem em

determinada situação comunicativa.

Dois blocos de sete fatores, segundo Beaugrande e Dressler, são os

responsáveis pela textualidade de qualquer discurso:

Fatores semântico/formal (coerência e coesão);

A coerência é o que faz um texto ser lógico. Ela não está pronta no

texto: deve ser construída pelos interlocutores. Essa construção depende dos

fatores pragmáticos, explicados abaixo. Da mesma forma, a coesão também

passa por um processo de co-construção, na medida em que o interlocutor

relaciona os elementos linguísticos para dar significado ao texto. Coesão está

mais ligada aos elementos linguísticos e coerência às ideias. Se o leitor

conseguir textualizar o texto da maneira como o autor pretendia ao escrevê-lo,

pode-se dizer que ele é coerente e coeso. Se as ideias fizerem sentido naquele

contexto para o público a que se destina, o texto está coerente e coeso.

Fatores pragmáticos (intencionalidade, aceitabilidade, situacionalidade,

informatividade e intertextualidade).

A intencionalidade de um texto é aquilo a que ele se propõe: qual o

objetivo do que o autor está escrevendo?

Em contrapartida existe a aceitabilidade: o leitor aceitará, ou seja,

entenderá (ou não) aquilo que o autor pretendia comunicar por meio de seu

texto?

A situacionalidade é o contexto em que o texto é escrito e em que será

veiculado. O autor precisa considerar as particularidades de época e de lugar

para escrever seu texto, de modo que ele fique adequado a determinada

situação. Esse fator é um exemplo de como todos os outros fatores estão

relacionados: o texto só terá aceitabilidade, caso ele esteja adequado à

situação para a qual foi escrito.

A informatividade consiste no grau de novidade que o texto apresenta.

É preciso que o texto seja escrito por um motivo, ou seja, para transmitir algum

tipo de informação. O leitor terá tanto mais interesse no texto - e, assim, irá

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aceitá-lo melhor - à medida que ele lhe fornecer informações novas. Por outro

lado, se o índice de informatividade de um texto é muito alto, corre-se o risco

de que haja uma rejeição por parte do leitor, que poderá não conseguir

processar todas as informações colocadas ali.

A intertextualidade consiste em textos conversarem entre si: são as

referências, explícitas ou não, que o autor faz em seu texto. É preciso que o

leitor entenda as referências que o autor faz em seu texto. É a característica

segundo a qual um texto é produzido a partir de vários outros textos. Toda a

bagagem cultural, intelectual e pessoal que o autor possui estarão presentes

em seu texto, sob a forma da intertextualidade.

A ESTRUTURA DO PARÁGRAFO2

Parágrafo-padrão

O parágrafo-padrão é uma unidade de composição constituída por

um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central,

ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas

pelo sentido e logicamente decorrentes dela.

O parágrafo é indicado por um afastamento da margem esquerda da

folha. Ele facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar

convenientemente as ideias principais de sua composição, permitindo ao leitor

acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.

O tamanho do parágrafo

Os parágrafos são moldáveis como a argila, podem ser aumentados

ou diminuídos, conforme o tipo de redação, o leitor e o veículo de comunicação

onde o texto vai ser divulgado. Se o escritor souber variar o tamanho dos

parágrafos, dará colorido especial ao texto, captando a atenção do leitor, do

começo ao fim. Em princípio, o parágrafo é mais longo que o período e menor

que uma página impressa no livro, e a regra geral para determinar o tamanho é

o bom senso.

Parágrafos curtos: próprios para textos pequenos, fabricados para

leitores de pouca formação cultural. A notícia possui parágrafos curtos em

colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais longos.

Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes, geralmente,

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apresentam parágrafos curtos. Quando o parágrafo é muito longo, o escritor

deve dividi-lo em parágrafos menores, seguindo critério claro e definido. O

parágrafo curto também é empregado para movimentar o texto, no meio de

longos parágrafos, ou para enfatizar uma ideia.

Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos

destinados a um leitor de nível médio (2º grau). Cada parágrafo médio

construído com três períodos que ocupam de 50 a 150 palavras. Em cada

página de livro cabem cerca de três parágrafos médios.

Parágrafos longos: em geral, as obras científicas e acadêmicas

possuem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e

consomem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias

ideias e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem

capacidade e fôlego para acompanhá-los.

Estrutura do Parágrafo Argumentativo

Tópico frasal

A ideia central do parágrafo é enunciada através do período

denominado tópico frasal (também chamado de frase-síntese ou período

tópico). Esse período orienta ou governa o resto do parágrafo; dele nascem

outros períodos secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor na

construção do parágrafo; ele é o período mestre, que contém a frase-chave.

Como o enunciado da tese, que dirige a atenção do leitor diretamente para o

tema central, o tópico frasal ajuda o leitor a agarrar o fio da meada do

raciocínio do escritor; como a tese, o tópico frasal introduz o assunto e o

aspecto desse assunto, ou a ideia central com o potencial de gerar ideias-

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filhote; como a tese, o tópico frasal é enunciação argumentável, afirmação ou

negação que leva o leitor a esperar mais do escritor (uma explicação, uma

prova, detalhes, exemplos) para completar o parágrafo ou apresentar um

raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é enunciação, supõe desdobramento

ou explicação.

DESENVOLVIMENTO DO PARÁGRAFO 2.1

Tópico frasal desenvolvido por enumeração

Exemplo: A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos

benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de noticiários que

mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diversão,

através de programas de entretenimento (shows, competições esportivas);

cultura, por meio de filmes, debates, cursos.

Faça o mesmo:

1. Na escolha de uma carreira profissional, precisamos considerar muitos

aspectos, dentre os quais podemos citar;

2. O desrespeito aos direitos humanos manifesta-se de várias formas;

3. O bom relacionamento entre os membros de uma família depende de vários

fatores, como;

4. A vida nas grandes cidades oferece vantagens e desvantagens. Dentre as

vantagens, podemos lembrar e, dentre as desvantagens.

Tópico frasal desenvolvido por descrição de detalhes

É o processo típico do desenvolvimento de um parágrafo descritivo:

Exemplo: Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. Assobradado,

erguiase em alicerces o muramento, de pedra até meia altura e, dali em diante,

de pau-apique (...) À porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre

e parapeito desgastado. (Monteiro Lobato)

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Tópico frasal desenvolvido por confronto.

Trata-se de estabelecer um confronto entre duas ideias, dois fatos, dois

seres, seja por meio de contrastes das diferenças, seja do paralelo das

semelhanças.

Exemplo: Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério, o xadrez

pode ilustrar o fato de que, numa relação entre pais e filhos, não se pode

planejar mais que uns poucos lances adiante. No xadrez, cada jogada depende

da resposta à anterior, pois o jogador não pode seguir seus planos sem

considerar os contra-ataques do adversário, senão será prontamente abatido.

O mesmo acontecerá com um pai que tentar seguir um plano preconcebido,

sem adaptar sua forma de agir às respostas do filho, sem reavaliar as

constantes mudanças da situação geral, na medida em que se apresentam.

(Bruno Betelheim, adaptado).

Tópico frasal desenvolvido por razões

No desenvolvimento apresentamos as razões, os motivos que

comprovam o que afirmamos no tópico frasal.

Exemplo: As adivinhações agradam particularmente às crianças. Por que isso

acontece de maneira tão generalizada? Porque, mais ou menos, representam a

forma concentrada, quase simbólica, da experiência infantil de conquista da

realidade. Para uma criança, o mundo está cheio de objetos misteriosos, de

acontecimentos incompreensíveis, de figuras indecifráveis. A própria presença

da criança no mundo é, para ela, uma adivinhação a ser resolvida. Daí o prazer

de experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a emoção da

procura da surpresa. (Gianni Rodari, adaptado).

Tópico frasal desenvolvido por análise

É a divisão do todo em partes.

Exemplo: Quatro funções básicas têm sido atribuídas aos meios de

comunicação: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à

difusão de notícias, relatos e comentários sobre a realidade. A segunda atende

à procura de distração, de evasão, de divertimento por parte do público. A

terceira procura persuadir o indivíduo, convencê-lo a adquirir certo produto. A

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quarta é realizada de modo intencional ou não, por meio de material que

contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de

conhecimentos. (Samuel P. Netto, adaptado)

Tópico frasal desenvolvido pela exemplificação

Consiste em esclarecer o que foi afirmado no tópico frasal por meio de

exemplos.

Exemplo: A imaginação utópica e inerente ao homem, sempre existiu e

continuará existindo. Sua presença é uma constante em diferentes momentos

históricos: nas sociedades primitivas, sob a forma de lendas e crenças que

apontam para um lugar melhor; nas formas do pensamento religioso que falam

de um paraíso a alcançar; nas teorias de filósofos e cientistas sociais que,

apregoando o sonho de uma vida mais justa, pedem-nos que “sejamos

realistas, exijamos o impossível”. (Teixeira Coelho, adaptado).

Exercícios

1. Grife o tópico frasal de cada parágrafo apresentado. Não deixe de observar

como o autor desenvolve.

a) “O isolamento de uma população determina as características culturais

próprias. Essas sociedades não têm conhecimento das ideias existentes fora

de seu horizonte geográfico. É o que acontece na terra dos cegos do conto de

H.G. Welles. Os cegos desconhecem a visão e vivem tranquilamente com sua

realidade, naturalmente adaptados, pois todos são iguais. Esse conceito pode

ser exemplificado também pelo caso das comunidades indígenas ou mesmo

qualquer outra comunidade isolada.”(Redação de vestibular)

b) “O desprestígio da classe política e o desinteresse do eleitorado pelas

eleições proporcionais são muitos fortes. As eleições para os postos executivos

é que constituem o grande momento de mobilização do eleitorado. É o

momento em que o povão se vinga, aprovando alguns candidatos e rejeitando

outros. Os deputados, na sua grande maioria, pertencem à classe A. É com os

membros dessa classe que os parlamentares mantêm relações sociais,

comerciais, familiares. É dessa classe com a qual mantêm maiores vínculos,

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que sofrem as maiores pressões. Desse modo, nas condições concretas das

disputas eleitorais em nosso país, se o parlamentarismo não elimina

inteiramente a influência das classes D e E no jogo político, certamente atua no

sentido de reduzi-la.” (Leôncio M. Rodrigues)

2. Apresentamos a seguir alguns tópicos frasais para serem desenvolvidos na

maneira sugerida.

a) Anacleto é um detetive trapalhão. (por enumeração de detalhes: forneça a

descrição física e psicológica do personagem).

b) As novelas transmitidas pela televisão brasileira são muito mais atraentes

que nossos filmes. (por confronto).

c) As cidades brasileiras estão se tornando ingovernáveis. (por razões).

d) Há três tipos básicos de composição: a narração, a descrição e a

dissertação. (por análise).

e) Nunca diga que algum ser humano é uma ilha: tudo que acontece a um

semelhante nos atinge. (por exemplificação).

NOÇÕES DE COESÃO E COERÊNCIA3

3.1 COESÃO TEXTUAL

Um texto bem redigido apresenta perfeita articulação de ideias, obtida

por meio do encadeamento semântico (relacionado ao significado, ao sentido)

e do encadeamento sintático (mecanismos que ligam uma oração a outra). A

coesão é produto da conexão estabelecida entre as partes do discurso.

Existem diversos recursos linguísticos que podem ser utilizados para integrar

orações e parágrafos, resultando em unidade textual. As palavras cuja função é

estabelecer conexões são os conectivos: conjunções, preposições pronomes

e até mesmo advérbios. Então, é preciso conhecer a função que tais elementos

exercem no texto.

Com base em um levantamento elaborado por Othon Moacyr Garcia

(Comunicação em prosa moderna), relacionamos os elementos de coesão

mais usuais, agrupados pelo sentido.

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SENTIDO

ELEMENTOS DE COESÃO

prioridade,

relevância

em primeiro lugar, antes de mais nada, primeiramente, acima de tudo,

precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo.

tempo

(freqüência,

duração, ordem,

sucessão,

anterioridade,

posterioridade

então, enfim, logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, pouco

antes, pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por

fim, finalmente, agora, atualmente, hoje, freqüentemente, constantemente,

às vezes, eventualmente, por vezes, ocasionalmente, sempre, raramente,

não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse ínterim, nesse meio

tempo, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, sempre que,

desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal.

semelhança,

comparação,

conformidade

igualmente, da mesma forma, assim também, do mesmo modo,

similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira

idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o

mesmo ponto de vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, bem como,

como se.

condição,

hipótese

se, caso, eventualmente.

adição,

continuação

além disso, (a)demais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro lado,

também, e, nem, não só ... mas também, não apenas ,,, como também, não

só ... bem como.

Dúvida

talvez, provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é

certo, se é que.

certeza, ênfase

decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem

dúvida, inegavelmente, com toda a certeza.

surpresa,

imprevisto

inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente,

imprevistamente, surpreendentemente.

ilustração,

esclarecimento

por exemplo, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou

seja.

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propósito,

intenção,

finalidade

com o fim de, a fim de, com o propósito de, para que, a fim de que.

lugar,

proximidade,

distância

perto de, próximo a/de, junto a/de, dentro, fora, mais adiante, aqui, além,

acolá, lá, ali.

resumo,

recapitulação,

conclusão

em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, portanto, assim,

dessa forma, dessa maneira, logo, pois.

causa e

consequência,

explicação

por consequência, por conseguinte, como resultado, por isso, por causa de,

em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que,

porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (=porque),

portanto, logo, que (=porque), de tal sorte que, de tal forma que.

contraste,

oposição,

restrição,

ressalva

pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, menos, mas, contudo,

todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo que,

posto que, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que.

alternativa

Ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer, seja ... seja, já ... já, nem ... nem.

Exemplo:

Era um dia claro e animado. Todos queriam desfrutá-lo ao lado dos pássaros e

flores em festa. Eu só queria isolar-me do mundo, fechada no escuro da

decepção.

Era um dia claro e animado. Parecia que todos queriam desfrutá-lo ao lado dos

pássaros e flores em festa, ou melhor, quase todos, porque eu não conseguia

participar daquele entusiasmo. Eu só queria isolar-me do mundo, fechada no

escuro da decepção.

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Exercício:

3.2 COERÊNCIA TEXTUAL

Um texto pode ser incoerente em ou para determinada situação se seu

autor não consegue inferir um sentido ou uma ideia através da articulação de

suas frases e parágrafos e por meio de recursos linguísticos (pontuação,

vocabulário, etc.).

A coerência textual é a relação lógica entre as ideias, pois essas devem

se complementar, é o resultado da não contradição entre as partes do texto.

A coerência de um texto inclui fatores como o conhecimento que o produtor e o

receptor têm do assunto abordado no texto, conhecimento de mundo, o

conhecimento que esses têm da língua que usam e intertextualidade.

Pode-se concluir que texto coerente é aquele do qual é possível

estabelecer sentido; é entendido como um princípio de interpretabilidade,

busca de uma unidade, em que as ideias se compatibilizem.

Veja os exemplos:

“As crianças estão morrendo de fome por causa da riqueza do país.”

“Adoro sanduíche porque engorda.”

“O réu foi condenado a 5 anos e 3 meses, não lhe sendo concedido, por isso, o

beneplácito de um regime mais brando, devendo cumprir a pena em regime

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fechado. As penitenciárias de São Paulo não são adequadas e não oferecem

condições satisfatórias, representando em análise última, a falência do sistema

carcerário.”

“Fui ao cinema hoje, mas estou feliz.”

3.2.1 Fatores de coerência

Entre os principais fatores de coerência, destacam-se os elementos

linguísticos, o conhecimento de mundo, os implícitos e a intertextualidade.

Elementos Linguísticos

São elementos linguísticos, como itens lexicais e estruturas sintáticas.

Ajudam a ativar conhecimentos armazenados na memória do leitor e os

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sentidos dos enunciados do texto. Desse modo o contexto linguístico,

contemplado inclusive pelos elementos de coesão é determinante na

constituição da coerência.

Conhecimento de Mundo

O estabelecimento do sentido de um texto depende em boa parte do

conhecimento de mundo ou conhecimento enciclopédico dos seus usuários, o

qual vai permitir a realização de processos cruciais para a compreensão. Para

Koch (1999, p. 60), é o conhecimento de mundo que propicia ao usuário do

texto a construção de um mundo textual, ao qual se ligam crenças sobre

mundos possíveis e que passa pelo modo como o receptor vê o texto, como se

referindo ao mundo real ou ficcional e que vai influenciar decisivamente se o

leitor vai considerar o texto como coerente ou não.

Implícitos

Os implícitos são aquelas informações que necessitam de um ato de inferência

ou de pressuposição para o entendimento, pois não aparecem explicitamente

no texto.

Exemplo: João parou de jogar (o verbo parou pressupõe que João jogava)

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Intertextualidade

A intertextualidade concerne às diversas maneiras pelas quais a

produção e a recepção de dado texto depende do conhecimento de outros

textos. Inúmeros textos só fazem sentido quando entendidos em relação a

outros textos, que funcionam como seu contexto.

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DESVIO DE PARALELISMO4

Diz-se que um texto possui paralelismo ou simetria (ou regularidade)

de construção quando os termos correlacionados são expressos de modo

semelhante. Por frequentemente estar relacionado ao uso correto de

conjunções e locuções conjuntivas, o paralelismo é um dos fatores de coesão

sequencial e, por conseguinte, de coerência.

Exemplo:

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Paralelismo Sintático: adição

Exemplo:

Paralelismo Sintático: alternância

Exemplo:

Paralelismo Sintático: comparações

Exemplo:

AMBIGUIDADE5

Propriedade que apresentam diversas unidades linguísticas

(morfemas, palavras, locuções, frases) de significar coisas diferentes, de

admitir mais de uma leitura.

Exemplo:

Testemunhas viram o homem passar pela janela. O que se quis dizer com essa frase não é nada do que você entendeu.

Não foi o homem que passou pela janela, mas as testemunhas que viram, pela

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janela, o homem passar. Uma redação mais clara seria: Pela janela, testemunhas viram o homem passar. Torcedores botaram fogo no depósito que abalou as estruturas do estádio.

Não foi o depósito que abalou as estruturas do estádio, mas o fato de terem colocado fogo nele. O certo é: Torcedores botaram fogo no depósito, o que abalou as estruturas do estádio. Papa abençoa fiéis do hospital.

O que se entende é que o papa abençoou os fiéis que estavam no hospital. Mas o que aconteceu foi que, do hospital, ele deu sua bênção aos fiéis. O certo, então, seria: Do hospital, papa abençoa fiéis. Exercício: Leia o texto a seguir, e reconheça as ambiguidades presentes no mesmo, de acordo com o modelo dado: Boletim de Paróquia

Trechos de textos encontrados em comunicados de igrejas, paróquias e templos: –– “Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que a igreja ajude”. –– “...lembre-se de todos os que estão tristes e cansados da nossa igreja e da nossa comunidade.” –– “Para todos aqueles que têm filhos e não sabem, nós temos uma creche no segundo andar.” –– “Esta tarde teremos congraçamento nos lados sul e norte da igreja. As crianças serão batizadas nos dois lados.” –– “Quinta-feira às 5:00 haverá reunião do Clube das Jovens Mamães. Todas aquelas que quiserem se tornar uma Jovem Mamãe devem contatar padre Cavalcante em seu escritório.” –– “...sendo este domingo de Páscoa, pediremos à senhora Jandira que ponha um ovo no altar...” –– “...na missa de domingo, o sermão será sobre ‘O inferno na Terra’. Chegue cedo e ouça o ensaio do nosso coro dos meninos.

6 CONCORDÂNCIA

6.1 CONCORDÂNCIA VERBAL

REGRA GERAL: Estudar a concordância verbal é, basicamente, estudar o

sujeito, pois é com este que o verbo concorda. Se o sujeito estiver no singular,

o verbo também o estará; se o sujeito estiver no plural, o mesmo acontece com

o verbo. Então, para saber se o verbo deve ficar no singular ou no plural, deve-

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se procurar o sujeito, perguntando ao verbo Que(m) é que pratica ou sofre a

ação? ou Que(m) é que possui a qualidade? A resposta indicará como o verbo

deverá ficar.

Por exemplo, a frase As instalações da empresa são precárias tem como

sujeito “as instalações da empresa”, cujo núcleo é a palavra instalações, pois

elas é que são precárias, e não a empresa; por isso o verbo fica no plural.

Até aí tudo bem. O problema surge, quando o sujeito é uma expressão

complexa, ou uma palavra que suscite dúvidas. São os casos especiais, que

estudaremos agora:

01) Coletivo: Quando o sujeito for um substantivo coletivo, como, por exemplo,

bando, multidão, matilha, arquipélago, trança, cacho, etc., ou uma palavra no

singular que indique diversos elementos, como, por exemplo, maioria, minoria,

pequena parte, grande parte, metade, porção, etc., poderão ocorrer três

circunstâncias:

A) O coletivo funciona como sujeito, sem acompanhamento de qualquer

restritivo: Nesse caso, o verbo ficará no singular, concordando com o coletivo,

que é singular.

Ex. A multidão invadiu o campo após o jogo.

O bando sobrevoou a cidade.

A maioria está contra as medidas do governo.

B) O coletivo funciona como sujeito, acompanhado de restritivo no plural:

Nesse caso, o verbo tanto poderá ficar no singular, quanto no plural.

Ex. A multidão de torcedores invadiu / invadiram o campo após o jogo.

O bando de pássaros sobrevoou / sobrevoaram a cidade.

A maioria dos cidadãos está / estão contra as medidas do governo.

C) O coletivo funciona como sujeito, sem acompanhamento de restritivo, e se

encontra distante do verbo: Nesse caso, o verbo tanto poderá ficar no singular,

quanto no plural.

Ex. A multidão, após o jogo, invadiu / invadiram o campo.

O bando, ontem à noite, sobrevoou / sobrevoaram a cidade.

A maioria, hoje em dia, está / estão contra as medidas do governo.

02) Mais de, menos de, cerca de, perto de: quando o sujeito for iniciado por

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uma dessas expressões, o verbo concordará com o numeral que vier

imediatamente à frente.

Ex. Mais de uma criança se machucou no brinquedo.

Menos de dez pessoas chegaram na hora marcada.

Cerca de duzentos mil reais foram surripiados.

Quando Mais de um estiver indicando reciprocidade ou com a expressão

repetida, o verbo ficará no plural.

Ex. Mais de uma pessoa agrediram-se.

Mais de um carro se entrechocaram.

Mais de um deputado se xingaram durante a sessão.

03) Nome próprio no plural: quando houver um nome próprio usado apenas

no plural, deve-se analisar o elemento a que ele se refere:

A) Se for nome de obra, o verbo tanto poderá ficar no singular, quanto no

plural.

Ex. Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.

Os Sertões marca / marcam uma época da Literatura Brasileira.

B) Se for nome de lugar - cidade, estado, país... - o verbo concordará com o

artigo; caso não haja artigo, o verbo ficará no singular.

Ex. Os Estados Unidos comandam o mundo.

Campinas fica em São Paulo.

Os Andes cortam a América do Sul.

04) Qual de nós / Quais de nós: quando o sujeito contiver as expressões ...de

nós, ...de vós ou ...de vocês, deve-se analisar o elemento que surgir antes

dessas expressões:

A) Se o elemento que surgir antes das expressões estiver no singular (qual,

quem, cada um, alguém, algum...), o verbo deverá ficar no singular.

Ex. Quem de nós irá conseguir o intento?

Quem de vós trará o que pedi?

Cada um de vocês deve ser responsável por seu material.

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B) Se o elemento que surgir antes das expressões estiver no plural (quais,

alguns, muitos...), o verbo tanto poderá ficar na terceira pessoa do plural,

quanto concordar com o pronome nós ou vós.

Ex. Quantos de nós irão / iremos conseguir o intento?

Quais de vós trarão / trareis o que pedi?

Muitos de vocês não se responsabilizam por seu material.

7 PONTUAÇÃO

TEXTO DE APOIO

IMPORTÂNCIA DA PONTUAÇÃO Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim: “Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres”. Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes. 1) A irmã fez a seguinte pontuação: Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 2) O sobrinho chegou em seguida. Pontuou assim o escrito: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres 3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 4) Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.

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Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação e até

mesmo, silêncio - que só estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita,

para substituir tais recursos, usamos os sinais de pontuação. Estes são

também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o

sentido de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade.

1. Vírgula

Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):

a. Para separar os elementos mencionados numa relação:

A nossa empresa está contratando engenheiros, economistas, analistas

de sistemas e secretárias. O apartamento tem três quartos, sala de

visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.

b. Para isolar o vocativo: Cristina, desligue já esse telefone!

Por favor, Ricardo, venha até o meu gabinete.

c. Para isolar o aposto: Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar,

ficou presa no elevador. Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em

Urbino.

d. Para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo,

isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.): Gastamos R$ 5.000,00 na

reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos economizado

durante anos. Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o

Canadá.

e. Para isolar o adjunto adverbial antecipado: Lá no sertão, as noites são

escuras e perigosas. Ontem à noite, fomos todos jantar fora.

f. Para isolar elementos repetidos: O palácio, o palácio está destruído.

Estão todos cansados, cansados de dar dó!

g. Para isolar, nas datas, o nome do lugar: São Paulo, 22 de maio de 1995.

Roma, 13 de dezembro de 1995.

h. Para isolar os adjuntos adverbiais: A multidão foi, aos poucos,

avançando para o palácio. Os candidatos serão atendidos, das sete às

onze, pelo próprio gerente.

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i. Para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela

conjunção e: Ele já enganou várias pessoas, logo não é digno de

confiança. Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao

dirigir. Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.

j. Para indicar a elipse de um elemento da oração: Foi um grande

escândalo. Às vezes gritava; outras, estrebuchava como um animal. Não

se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um

acidente.

k. Para separar o paralelismo de provérbios: Ladrão de tostão, ladrão de

milhão. Ouvir cantar o galo, sem saber onde.

l. Após a saudação em correspondência (social e comercial):

Com muito amor, Respeitosamente,

m. Para isolar as orações adjetivas explicativas: Marina, que é uma criatura

maldosa, "puxou o tapete" de Juliana lá no trabalho. Vidas Secas, que é

um romance contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos.

n. Para isolar orações intercaladas: Não lhe posso garantir nada, respondi

secamente. O filme, disse ele, é fantástico.

2. Ponto

Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase

declarativa de um período simples ou composto.

Desejo-lhe uma feliz viagem.

A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto

tudo no seu interior era conservado com primor.

O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. =

fevereiro, hab. = habitante, rod. = rodovia. O ponto que é empregado para

encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final.

3. Ponto e vírgula

Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da

vírgula, praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula.

Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:

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a. Separar orações coordenadas que tenham um certo sentido ou aquelas

que já apresentam separação por vírgula: Criança, foi uma garota

sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se

uma doidivanas.

b. Separar vários itens de uma enumeração: Art. 206. O ensino será

ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a

arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições

públicas e privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;

. . . . . . . .

(Constituição da República Federativa do Brasil)

4. Dois pontos

Os dois-pontos são empregados para:

a. Uma enumeração: ... Rubião recordou a sua entrada no escritório do

Camacho, o modo porque falou: e daí tornou atrás, ao próprio ato.

Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o

grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível... (Machado de

Assis)

b. Uma citação: Visto que ela nada declarasse, o marido indagou:

- Afinal, o que houve?

c. Um esclarecimento: Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior:

seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila.

Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de

exemplos, notas ou observações.

Nota: A preposição per, considerada arcaica, somente é usada na frase de

per si (= cada um por sua vez, isoladamente).

Observação: Na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns

advérbios: cedinho, longinho, melhorzinho, pouquinho etc.

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5. Ponto de interrogação

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta,

ainda que esta não exija resposta:

O criado pediu licença para entrar:

- O senhor não precisa de mim?

- Não obrigado. A que horas janta-se?

- Às cinco, se o senhor não der outra ordem.

- Bem.

- O senhor sai a passeio depois do jantar? de carro ou a cavalo?

- Não.

(José de Alencar)

6. Ponto de exclamação

O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer

enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime admiração,

surpresa, assombro, indignação etc.

- Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito

compreensível e muito repousante, Jacinto!

- Então janta, homem!

(Eça de Queiroz)

7. Reticências

As reticências são empregadas para:

a. Assinalar interrupção do pensamento:

- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o

meu dever. Mas o mundo saberá... (Júlio Dinis)

b. Indicar passos que são suprimidos de um texto:

O primeiro e crucial problema de lingüística geral que Saussure focalizou

dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de

signos... Considerava a lingüística, portanto, com um aspecto de uma

ciência mais geral, a ciência dos signos... (Mattoso Camara Jr.)

c. Marcar aumento de emoção: As palavras únicas de Teresa, em resposta

àquela carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: "Morrerei,

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Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi-te... Bem sabes que

sorte eu queria dar-te... e morro, porque não posso, nem poderei jamais

resgatar-te. (Camilo Castelo Branco)

8. Aspas

As aspas são empregadas:

a. Antes e depois de citações textuais:

Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em uso em

nossa época, pois é dela que os alunos necessitam para a comunicação

quotidiana".

Para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou

vulgares:

O "lobby" para que se mantenha a autorização de importação de

pneus usados no Brasil está cada vez mais descarado. (Veja)

Na semana passada, o senador republicano Charles Grassley

apresentou um projeto de lei que pretende "deletar" para sempre dos

monitores de crianças e adolescentes as cenas consideradas

obscenas. (Veja)

Popularidade no "xilindró"! Preso há dois anos, o prefeito de Rio

Claro tem apoio da população e quer uma delegada para primeira-

dama. (Veja)

Com a chegada da polícia, os três suspeitos "puxaram o carro"

rapidamente.

b. Para realçar uma palavra ou expressão:

Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sonoro.

Aquela "vertigem súbita" na vida financeira de Ricardo afastou-lhe os

amigos dissimulados.

9. Travessão

Emprega-se o travessão para:

a. Indicar a mudança de interlocutor no diálogo:

- Que gente é aquela, seu Alberto?

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- São japoneses.

- Japoneses? E... é gente como nós?

- É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos.

- Mas, então não são índios?

(Ferreira de Castro)

b. Colocar em relevo certas palavras ou expressões:

Maria José sempre muito generosa - sem ser artificial ou piegas - a perdoou

sem restrições.

Um grupo de turistas estrangeiros - todos muito ruidosos - invadiu o saguão do

hotel no qual estávamos hospedados.

c. Substituir a vírgula ou os dois pontos:

Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente selvagem, a arte é a

superioridade humana - acima dos preceitos que se combatem, acima das

religiões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia

e como o êxtase.

(Raul Pompéia)

d. Ligar palavras ou grupos de palavras que formam um "conjunto" no

enunciado:

A ponte Rio-Niterói está sendo reformada.

O triângulo Paris-Milão-Nova York está sendo ameaçado, no mundo da moda,

pela ascensão dos estilistas do Japão.

10. Parênteses

Os parênteses são empregados para:

a. Destacar num texto qualquer explicação ou comentário: Todo signo

linguístico é formado de duas partes associadas e inseparáveis, isto é, o

significante (unidade formada pela sucessão de fonemas) e o significado

(conceito ou ideia).

b. Incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação,

página etc.): Mattoso Câmara (1977:91) afirma que, às vezes, os

preceitos da gramática e os registros dos dicionários são discutíveis:

consideram erro o que já poderia ser admitido e aceitam o que poderia,

de preferência, ser posto de lado.

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c. Indicar marcações cênicas numa peça de teatro:

Abelardo I - Que fim levou o americano?

João - Decerto caiu no copo de uísque!

Abelardo I - Vou salvá-lo. Até já!

(sai pela direita) (Oswald de Andrade)

d. Isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à

vírgula e aos travessões: Afirma-se (não se prova) que é muito comum o

recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados

sem o recolhimento das multas.

11. Asterisco

O asterisco, sinal gráfico em forma de estrela, é um recurso empregado

para:

a. Remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um capítulo de um

livro:

Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas

outras que contêm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos à

conclusão de que este afixo está ligado a estabelecimento comercial. Em

alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria

etc.

* É o morfema que não possui significação autônoma e sempre aparece ligado

a outras palavras.

b. Substituição de um nome próprio que não se deseja mencionar:

O Dr.* afirmou que a causa da infecção hospitalar na Casa de Saúde

Municipal está ligada à falta de produtos adequados para assepsia.

EXERCÍCIO

1) Escreva nos espaços em branco os sinais de pontuação necessários.

O leão a hiena o búfalo o crocodilo e a pantera são animais ferozes

8 COLOCAÇÃO PRONOMINAL

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É a parte da gramática que trata da correta colocação dos PRONOMES

OBLÍQUOS ÁTONOS NA FRASE.

Embora na linguagem falada a colocação dos pronomes não seja

rigorosamente seguida, algumas normas devem ser observadas, sobretudo na

linguagem escrita.

Existe uma ordem de prioridade na colocação pronominal: 1º tente fazer

próclise, depois mesóclise e em último caso ênclise.

Próclise

É a colocação pronominal antes do verbo.

A próclise é usada:

1) Quando o verbo estiver precedido de palavras que atraem o pronome

para antes do verbo

São elas:

a) Palavra de sentido negativo: não, nunca, ninguém, jamais, etc.

Ex.: Não se esqueça de mim.

b) Advérbios.

Ex.: Agora se negam a depor.

c) Conjunções subordinativas. Ex.: Soube que me negariam.

d) Pronomes relativos.

Ex.: Identificaram duas pessoas que se encontravam desaparecidas.

e) Pronomes indefinidos. Ex.: Poucos te deram a oportunidade.

f) Pronomes demonstrativos.

Ex.: Disso me acusaram, mas sem provas.

2) Orações iniciadas por palavras interrogativas.

Ex.: Quem te fez a encomenda?

3) Orações iniciadas por palavras exclamativas. Ex.: Quanto se ofendem

por nada!

4) Orações que exprimem desejo (orações optativas). Ex.: Que Deus o

ajude.

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Mesóclise

É a colocação pronominal no meio do verbo. A mesóclise é usada:

1) Quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito,

contanto que esses verbos não estejam precedidos de palavras que

exijam a próclise.

Ex.: Realizar-se-á, na próxima semana, um grande evento em prol da paz no

mundo.

Não fosse os meus compromissos, acompanhar-te-ia nessa viagem.

Ênclise

É a colocação pronominal depois do verbo. A ênclise é usada quando a

próclise e a mesóclise não forem possíveis:

1) Quando o verbo estiver no imperativo afirmativo.

Ex.: Quando eu avisar, silenciem-se todos.

2) Quando o verbo estiver no infinitivo impessoal.

Ex.: Não era minha intenção machucar-te.

3) Quando o verbo iniciar a oração.

Ex.: Vou-me embora agora mesmo.

4) Quando houver pausa antes do verbo.

Ex.: Se eu ganho na loteria, mudo-me hoje mesmo.

5) Quando o verbo estiver no gerúndio.

Ex.: Recusou a proposta fazendo-se de desentendida.

O pronome poderá vir proclítico quando o infinitivo estiver precedido de

preposição ou palavra atrativa.

Ex.: É preciso encontrar um meio de não o magoar./ É preciso encontrar

um meio de não magoá-lo.

Colocação pronominal nas Locuções Verbais

1) Quando o verbo principal for constituído por um particípio

a) O pronome oblíquo virá depois do verbo auxiliar. Ex.: Haviam-me convidado

para a festa.

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b) Se, antes da locução verbal, houver palavra atrativa, o pronome oblíquo

ficará antes do verbo auxiliar. Ex.: Não me haviam convidado para a festa.

Se o verbo auxiliar estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito,

ocorrerá a mesóclise, desde que não haja antes dele palavra atrativa.

Ex.: Haver-me-iam convidado para a festa.

2) Quando o verbo principal for constituído por um infinitivo ou um

gerúndio:

a) Se não houver palavra atrativa, o pronome oblíquo virá depois do verbo

auxiliar ou depois do verbo principal.

Ex.: Devo esclarecer-lhe o ocorrido/ Devo-lhe esclarecer o ocorrido.

Estavam chamando-me pelo alto-falante./ Estavam-me chamando pelo alto-

falante.

b) Se houver palavra atrativa, o pronome poderá ser colocado antes do verbo

auxiliar ou depois do verbo principal.

Ex.: Não posso esclarecer-lhe o ocorrido./ Não lhe posso esclarecer o ocorrido.

Não estavam chamando-me./ Não me estavam chamando.

Observações importantes:

Emprego de o, a, os, as

1) Em verbos terminados em vogal ou ditongo oral os pronomes o, a, os, as

não se alteram. Ex.: Chame-o agora. Deixei-a mais tranqüila.

2) Em verbos terminados em r, s ou z, estas consoantes finais alteram-se para

lo, la, los, las. Ex.: (Encontrar)Encontrá-lo é o meu maior sonho. (Fiz) Fi-lo

porque não tinha alternativa.

3) Em verbos terminados em ditongos nasais (am, em, ão, õe, õe,), os

pronomes o, a, os, as alteram-se para no, na, nos, nas.

Ex.: Chamem-no agora. Põe-na sobre a mesa.

4) As formas combinadas dos pronomes oblíquos mo, to, lho, no-lo, vo-lo,

formas em desuso, podem ocorrer em próclise, ênclise ou mesóclise. Ex.:

Ele mo deu. (Ele me deu o livro)

EXERCÍCIO

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1) Indique se as frases estão corretas ou incorretas no que se refere à

colocação pronominal, justifique suas respostas:

Não posso mais te querer

Lhe dei todo o meu amor

Quero te sentir

Não quero te sentir

Quero amar-te sempre

Isto dei-te ontem

Me deram muito dinheiro

Amo-a mais que a mim

Jamais te deixarei

Uns me deram amor, outros perdão

9 OS PRONOMES DE TRATAMENTO; CONCORDÂNCIA E USO

Os pronomes de tratamento apresentam certas peculiaridades quanto à

concordância verbal, nominal e pronominal. Embora se refiram à segunda

pessoa gramatical (à pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a

comunicação), levam a concordância para a terceira pessoa.

Quanto ao verbo: verbo concorda com o substantivo.

ex.: “Vossa Senhoria nomeará o substituto?”;

“Vossa Excelência conhece o assunto!”.

Quanto aos pronomes possessivos: quando se referirem a pronomes

de tratamento são sempre na terceira pessoa.

ex.: Vossa Senhoria nomeará seu substituto;

(e) (Vossa Senhoria nomeará vossa/vosso...)

Quanto aos adjetivos referidos a esses pronomes, o gênero gramatical

deve coincidir com o sexo da pessoa a que se refere. assim, se nosso

interlocutor for homem, o correto é “vossa excelência está atarefado”.se for

mulher, “vossa excelência está atarefada.

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PRONOMES DE TRATAMENTO

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10 SEMÂNTICA: HOMÔNIMOS, PARÔNIMOS E PALAVRAS

POLISSÊMICAS

A semântica, palavra derivada do grego, é o estudo do significado,

do sentido e da interpretação do significado de uma palavra, signo, frase ou de

uma expressão. Neste campo de estudo da Linguística, também são

analisadas as mudanças de sentido que podem ocorrer nas formas linguísticas

devido a alguns fatores, como, por exemplo, o tempo e o espaço geográfico.

As atribuições da Semântica

Na Língua Portuguesa, o significado das palavras leva em consideração

os conceitos descritos a seguir:

Sinonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam

significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos. Exemplos: bondoso

– caridoso; distante – afastado; cômico – engraçado.

Antonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que apresentam

significados diferentes, contrários, ou seja, os antônimos. Exemplos: bondoso –

maldoso; bom – ruim; economizar – gastar.

Homonímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que, embora

possuam significados diferentes, apresentam a mesma estrutura fonológica, ou

seja, os homônimos. Os homônimos subdividem-se em palavras homógrafas,

homófonas e perfeitas:

Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diferentes na

pronúncia. Exemplos: gosto (substantivo) – gosto (1ª pessoa do singular do

presente indicativo) / conserto (substantivo) – conserto (1ª pessoa do singular

do presente indicativo);

Homófonas: São as palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita.

Exemplos: cela (substantivo) – sela (verbo) / cessão (substantivo) – sessão

(substantivo);

Perfeitas: São as palavras iguais tanto na pronúncia como na escrita.

Exemplos: cura (verbo) – cura (substantivo); cedo (verbo) – cedo (advérbio).

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Paronímia

Relação estabelecida entre duas ou mais palavras que possuem

significados diferentes, porém são muito semelhantes na pronúncia e na

escrita, ou seja, os parônimos. Exemplos: emigrar – imigrar; cavaleiro –

cavalheiro; comprimento – cumprimento.

Polissemia

A polissemia caracteriza-se pela propriedade que uma mesma palavra

possui de apresentar vários significados. Exemplos: Hidrate as suas mãos

(parte do corpo humano) – Ele abriu mão dos seus direitos (desistir).

Exercício:

01. Assinale a alternativa correta:

“Pedro e João ____ entraram em casa perceberam que as coisas não iam

bem, pois sua irmã caçula escolhera um ____ momento para comunicar aos

pais que iria viajar nas férias; _____ seus, dois irmãos deixaram os pais _____

sossegados quando disseram que a jovem iria com os primos e a tia.”

a) mau - mal - mais - mas;

b) mal - mal - mais - mais;

c) mal - mau - mas - mais;

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d) mal - mau -mas - mas;

e) mau - mau - mas - mais.

2. Assinale a alternativa em que as formas completam corretamente as lacunas

das frases, pela ordem:

Ele foi logo embora e ninguém sabe o ..............

Nomearam-no ................?

................... vos entristeceis?

Muita maldade acontece .......... o dinheiro é o grande envenenador da

alma.

a) por que, por quê, porquê, porque.

b) por quê, por que, porquê, porque.

c) porque, porquê, por quê, por que.

d) porquê, porquê, por que, por quê.

e) porquê, por quê, por que, porque.

11 O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO: O QUE MUDOU

O Acordo Ortográfico Internacional da Língua Portuguesa foi assinado

em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 por Portugal, Brasil, Angola, São

Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente,

por Timor Leste.

No Brasil, aprovado em abril de 1995, implantado em janeiro de 2009,

tornou-se obrigatório em janeiro de 2016.

11.1 A REFORMA ORTOGRÁFICA

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.

O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V WX Y Z

As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria

dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:

a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg

(quilograma), W (watt);

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b) na escrita de palavras estrangeiras (e seus derivados): show, playboy,

playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar

que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.

Como era Como fi Ca agüentar / agüentar, argüir / argüir, bilíngüe /bilíngüe,

cinqüenta /cinquenta, delinqüente /delinqüente, eloqüente / eloquente,

ensangüentado / ensanguentado, eqüestre /equestre, freqüente /frequente,

lingüeta /lingueta, lingüiça /lingüiça, qüinqüênio /quinquênio, sagüi /sagui,

seqüência / sequência, seqüestro /sequestro, tranqüilo /tranquilo,

Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas

derivadas.

Exemplos: Müller, mülleriano.

Uso do hífen

Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas,

como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar

a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que

orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas

orientações estabelecidas pelo Acordo.

As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas

por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero,

agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex,

extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan,

pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele,

ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.

Exemplos:

anti-herói / anti-higiênico / anti-histórico / macro-história / mini-hotel / proto-

história / sobre-humano / super-homem / ultra-humano / extra-humano

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2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal

com que se inicia o segundo elemento.

Exemplos:

Aeroespacial / agroindustrial / anteontem / antiaéreo / Antieducativo /

autoaprendizagem / autoescola / Autoestrada / autoinstrução / coautor /

coedição / Extraescolar / infraestrutura / plurianual / semiaberto /

Semianalfabeto / semiesférico / semiopaco

Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo

quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, coo

peração, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento

começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:

anteprojeto antipedagógico autopeça autoproteção

coprodução geopolítica microcomputador

pseudoprofessor semicírculo seminovo ultramoderno

Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei,

vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento

começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:

Antirrábico / antirracismo / antirreligioso / antirrugas / Antissocial / biorritmo /

contrarregra / Contrassenso / cosseno / infrassom / Microssistema / minissaia /

multissecular / Neorrealismo / neossimbolista / semirreta / Ultrarresistente /

ultrassom

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento

começar pela mesma vogal.

Exemplos:

anti-ibérico / anti-imperialista / anti-inflacionário / anti-inflamatório / auto-

observação / contra-almirante / contra-atacar / contra-ataque / micro-ondas /

micro-ônibus / semi-internato / semi-interno

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6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo

elemento começar pela mesma consoante.

Exemplos:

hiper-requintado inter-racial inter-regional

sub-bibliotecário super-racista super-reacionário

super-resistente super-romântico

Atenção

Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado,

intermunicipal, superinteressante, superproteção.

Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por

r: sub-região, sub-raça etc.

Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada

por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo

elemento começar por vogal. Exemplos:

hiperacidez / hiperativo / interescolar / interestadual / interestelar /

interestudantil / superamigo / superaquecimento / supereconômico /

superexigente / superinteressante / superotimismo

8 . Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre

o hífen. Exemplos:

além-mar / além-túmulo / aquém-mar / ex-aluno / ex-diretor / ex-hospedeiro

/ ex-prefeito / ex-presidente / pós-graduação / pré-história / pré-vestibular / pró-

europeu / recém-casado / recém-nascido / sem-terra

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e

mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, etc.

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10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que casionalmente

se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos

vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de

composição. Exemplos:

Girassol madressilva mandachuva

Paraquedas paraquedista pontapé

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou

combinação de palavras coincidirem com o hífen, ele deve ser repetido na linha

seguinte. Exemplos:

Na cidade, conta-

se que ele foi viajar.

O diretor recebeu os ex-

-alunos.

Resumo: Emprego do hífen com prefixos

Regra básica: Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.

Outros casos:

1. Prefixo terminado em vogal:

• Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.

• Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.

• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial,

ultrassom.

• Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:

• Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.

• Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.

• Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.

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Observações

1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada

por r sub-região, sub-raça etc.

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra

iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.

3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo

quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar,

cooperação, cooptar, coocupante etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.

5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção

de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé,

paraquedas, paraquedista etc.

6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se

sempre o hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-

casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

EXERCÍCIOS

1 – Identifique a alternativa em que há um vocábulo cuja grafia não atende ao

previsto no Acordo Ortográfico:

a) aguentar – tranquilidade – delinquente – arguir – averiguemos;

b) cinquenta – aguemos – linguística – equestre – eloquentemente;

c) apaziguei – frequência – arguição – delinquência – sequestro;

d) averiguei – inconsequente – bilíngue – linguiça – quinquênio;

e) sequência – redargüimos – lingueta – frequentemente – bilíngue.

2 – Assinale a opção em que figura uma forma verbal grafada, consoante à

nova ortografia, erroneamente:

a) verbo ter:

tem detém contém mantém retém

têm detêm contêm mantêm retêm

b) verbo vir:

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vem advém convém intervém provém

vêm advêm convêm intervêm provêm

c) verbos ler e crer:

Lê Relê crê descrê

Leem Releem creem descreem

d) verbos dar e ver

dê desdê vê revê provê

deem desdeem veem reveem provêm

e) verbos derivados de ter:

abstém atém obtém entretém

abstêm atêm obtêm entretêm

3 – Identifique a alternativa em que um dos vocábulos, segundo o Acordo

Ortográfico, recebeu indevidamente acento gráfico:

a) céu – réu – véu;

b) chapéu – ilhéu – incréu;

c) anéis – fiéis – réis;

d) mói – herói – jóia;

e) anzóis – faróis – lençóis.

4 – As sequências abaixo contêm paroxítonas que, segundo determinada regra

do Acordo Ortográfico, não são acentuadas.

Deduza qual é essa regra e assinale a alternativa a que ela não se aplica:

a) aldeia – baleia – lampreia – sereia;

b) flavonoide – heroico – reumatoide – prosopopeia;

c) apoia – corticoide – jiboia – tipoia;

d) Assembleia – ideia – ateia – boleia;

e) Crimeia – Eneias – Leia – Cleia.

5 – Identifique a opção em que todas as palavras compostas estão grafadas

de acordo com as novas regras:

a) anti-higiênico – antiinflamatório – antiácido – antioxidante – anti-colonial –

antirradiação – antissocial;

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b) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante – anticolonial –

antiradiação – anti-social;

c) anti-higiênico – anti-inflamatório – antiácido – antioxidante – anticolonial –

antirradiação – antissocial;

d) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante – anticolonial –

antirradiação – antissocial;

e) anti-higiênico – anti-inflamatório – anti-ácido – anti-oxidante – anti-colonial –

antirradiação – antissocial.

6 – Conforme o Acordo Ortográfico, os prefixos pós-, pré- e pró-, quando

átonos, aglutinam-se com o segundo elemento do termo composto.

Marque a alternativa em que, segundo as novas regras, há erro de ortografia:

a) posdatar – predatar – proamericano – progermânico;

b) predefinir – predestinar – predizer – preexistência;

c) prejulgar – prelecionar – prenomear – preordenar;

d) preanunciar – preaquecer – preconcebido – precognição;

e) preposto – procônsul – procriação – prolação.

7 – O uso do acento diferencial, consoante às novas regras, é facultativo nos

seguintes casos, exceto em:

a) fôrma (significando molde)

b) pôde (no pretérito perfeito do indicativo);

c) cantámos (no pretérito perfeito do indicativo);

d) amámos (no pretérito perfeito do indicativo);

e) dêmos (no presente do subjuntivo).

8 – Identifique a alternativa em que todas as palavras compostas estão

grafadas de acordo com as novas regras:

a) miniquadro – minissubmarino – minirretrospectiva – mini-saia;

b) sub-bibliotecário – sub-humano – sub-hepático – sub-região;

c) infra-assinado – infra-estrutura – infra-hepático – infravermelho;

d) hiperácido – hiperespaço – hiper-humano – hiperrealista;

e) contra-acusação – contra-indicação – contraespionagem – contra-

harmônico.

12 REDAÇÃO OFICIAL

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12.1 A LINGUAGEM DOS ATOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS

A redação oficial é o conjunto de correspondência, atos normativos e

diversos outros textos usados no serviço público. Sendo assim, além dos

aprendizados básicos de uma boa redação, existem fundamentos essenciais

na padronização dos documentos, no uso de fórmulas, na estética e na

característica da linguagem. Em suma, a redação oficial é a maneira pela qual

o poder público redige seus documentos.

12.2 FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO

As comunicações oficiais devem ser sempre formais, isto é, obedecem a

certas regras de forma.

Recomenda-se que a estrutura seja mantida com padronizações

semelhantes para facilitar a comunicação.

Os textos oficiais, pelo princípio da publicidade, devem ser redigidos de

forma clara, para que possam ser entendidos pelos cidadãos.

A finalidade básica da Redação Oficial é transmitir uma informação do

órgão público a outros setores públicos ou à comunidade, dessa forma é

imprescindível que os textos estejam escritos de forma impessoal e com

máxima clareza.

Características da Redação Oficial:

Impessoalidade

Quem se comunica, por meio do texto oficial, é o serviço público e o

assunto transcrito é de interesse do órgão. Condena-se, portanto, qualquer

marca pessoal e subjetiva em textos oficiais.

Uso da linguagem padrão

Concisão e Clareza

Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de

informações com um mínimo de palavras.

A Clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Pode-se

definir como claro aquele texto que possibilita imediata compreensão do leitor.

Formalidade e Uniformidade

Formalidade não significa rebuscamento ou prolixidade. É apenas

usar palavras adequadas e se expressar com conteúdo respeitoso ao leitor.

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12.3 TIPOS DE TEXTOS OFICIAIS

Há três tipos de expedientes que se diferenciam pela finalidade, porém

têm a forma semelhante: o oficio, o aviso, e o memorando. Todos possuem a

mesma diagramação, o padrão ofício.

Partes do documento no padrão ofício:

O aviso, o memorando e o ofício devem conter as seguintes partes:

a) tipo e número de expediente, seguido da sigla do órgão que o expede.

Ex.:

Mem. 123/ 2008-MF

Memo. 123/ 2008-MF

Memorando 123/ 2008-MF

Aviso 123/ 2008-SG

Of. 123/ 2008-ME

b) Local e data em que foi assinado, por extenso, com alinhamento à

direita.

Ex.: Brasília, 15 de março de 2002.

c) Assunto resumo do teor do documento.

Ex.:

Assunto: Expedição de documentos.

Assunto: Necessidade de contratação de pessoal.

d) Destinatário: o nome e o cargo da pessoa a quem é dirigida a

comunicação. No caso do ofício deve ser incluído, também, o endereço.

e) Texto:

• quando se tratar de mero encaminhamento de documentos:

Introdução: “Em resposta ao Memorando nº123/ 2008, que trata ...

encaminho relatório.

Quando não for mero encaminhamento de documentos:

Introdução: apresentação do assunto;

Desenvolvimento: detalhamento do assunto;

Conclusão: recomenda a posição em relação ao assunto.

f) Fecho;

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Além da importância óbvia de encerrar o texto, o fecho tem a função de

saudar o destinatário. Os modelos para fecho que vinham sendo utilizados

foram regulados pela Portaria no 1 do Ministério da Justiça, de 1937, que

estabelecia quinze padrões. Hoje, com a desburocratização e de acordo com

a Portaria nº 4, de 6 de março de 1992, da Secretaria de Administração

Federal, com o fito de simplificá-los e uniformizá-los, há apenas dois tipos de

fecho para todas as modalidades de comunicação oficial:

Ex.:

Respeitosamente,

para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República;

Atenciosamente,

para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior

g) Assinatura do autor da comunicação; e

h) Identificação do signatário

DIAGRAMAÇÃO DO PADRÃO OFÍCIO

a) Deve ser utilizada fonte do tipo Times New Roman de corpo 12 no texto

geral, 11 nas citações, e 10 nas notas de rodapé;

b) Para símbolos não existentes na fonte Times New Roman poder-se-á utilizar

as fontes Symbol e Wingdings;

c) É obrigatório constar a partir da segunda página o número da página;

d) Os ofícios, memorando e anexos destes poderão ser impressos e, ambas as

faces do papel. Obedecendo as margens para cada face;

e) O início de cada parágrafo do texto deve ter 2,5 cm de distância da margem

esquerda;

f) O campo destinado à margem lateral esquerda terá no mínimo, 3,0 cm de

largura;

g) O campo destinado à margem lateral direita terá 1,5 cm;

h) Espaçamento simples entre as linhas e de uma linha de um parágrafo para

outro;

i) Evite o uso indiscriminado de recursos que poluam o texto: negrito, itálico,

relevo, parênteses.

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j) A impressão deve ser feita com tinta preta em papel branco. Impressão

colorida apenas para gráficos e ilustrações;

l) O padrão ofício deve ser impresso em papel A4;

m) Preferencialmente use o formato de arquivo: Rich Text;

n) Preferencialmente salve os arquivos da seguinte forma: tipo de doc. + nº

doc. + palavras-chave

Ex.: “Of. 123 – relação de pessoal.

12.4 COMUNICAÇÕES OFICIAIS

Ata

É o registro sucinto de fatos, ocorrências, resoluções e decisões de uma assembleia, sessão ou

reunião.

Geralmente é lavrada em livro próprio, devidamente autenticado, com suas páginas rubricadas

pela autoridade que redigiu os termos de abertura e de encerramento.

Estrutura:

Título: o nome do documento, seguido número de ordem da reunião e nome da entidade;

Texto: escreve-se tudo seguidamente e sem entrelinhas e, como tudo e registrado em livro

específico, o cuidado deve ser dobrado para não haver rasuras ou emendas. Caso se verifique

qualquer engano no momento da redação, deverá ser imediatamente retificado, empregando-se

a palavra “digo”. Na hipótese de qualquer omissão ou erro depois de lavrada a Ata, far-se-á uma

ressalva com a expressão “em tempo: na linha ....., onde se lê ....., leia-se .....”.

Aviso

Correspondência oficial, com estrutura semelhante à do ofício, expedida exclusivamente por

Ministro de Estado, para comunicação com outra autoridade de igual nível hierárquico.

Estrutura:

Título: o nome do documento, seguido da sigla do órgão que o expede;

Vocativo: “Senhor Ministro,”;

Destinatário: (cf. 1.5.2.6 d)

Texto: exposição do assunto;

Fecho: “Atenciosamente”;

Assinatura: nome e cargo do eminente.

Correio eletrônico: e-mail

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A mensagem eletrônica é a comunicação processada no ambiente digital, e operam

tanto nos sistemas que utilizam a internet quanto naqueles conhecidos como intranets. Na

comunicação oficial representa economia e celeridade na transmissão de documentos; por isso,

adquiriu, nos últimos anos, o status de canal de relevância mais expressiva na comunicação

administrativa.

Segundo o Manual da Presidência, o maior atributo do correio eletrônico é sua flexibilidade. E,

em razão disto, torna-se prescindível - não obstante salvaguardado o padrão dos atos

normativos e da comunicação oficial – definir norma rígida para sua estrutura. No entanto, ainda

de acordo com as orientações do Manual (pp. 27-8), faz-se necessário observar os seguintes

procedimentos:

O campo assunto do formulário de correio eletrônico mensagem deve ser preenchido de

modo a facilitar a organização documental tanto do destinatário quanto do remetente;

Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado, preferencialmente, o formato

Rich Text. A mensagem que encaminha algum arquivo deve trazer informações mínimas sobre

seu conteúdo;

Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de confirmação de leitura. Caso não seja

disponível, deve constar da mensagem pedido de confirmação de recebimento;

Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor

documental, é, para que possa ser aceito como documento original, é necessário existir

certificação digital que ateste a identidade do remetente, na forma estabelecida em lei.

Declaração

Comunicação que representa a afirmação da existência de um fato; existência ou não de

um direito. Tanto pode ser manifestada por escrito, como de viva voz. Quando for escrito, a

declaração é conhecida como documento.

Pode ser emitida por empresas públicas ou privadas; muitas vezes tem valor de

comprovante para o qual a pessoa interessada não tem outro documento de comprovação.

Quem assina é sempre o declarante. Quando a declaração provém de alguma autoridade,

recebe várias denominações, conforme o caso; por exemplo: aviso, edital, instrução, despacho,

decisão, ofício, portaria e sentença. Ainda, segundo as circunstâncias e a finalidade da

declaração, ela toma várias outras denominações, como, por exemplo: declaração de ausência,

declaração de vontade, declaração de crédito, declaração de direito, declaração de tempo de

serviço, declaração de falência, declaração de interdição, declaração de nascimento, declaração

de óbito, declaração falsa, declaração de renda, declaração de princípios.

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Estrutura:

a linguagem da declaração deve seguir a normatização prevista para os documentos oficiais,

embora seja um documento emitido em favor de uma pessoa;

no caso de ser emitida por uma empresa pública, é conveniente empregar-se papel

timbrado;

Título: nome documento, respeitados 08 a 10 espaços simples da margem superior do papel;

Texto: inicia-se sempre com a palavra “Declaro” ou “Declaramos”, seguida da exposição

do assunto;

Local e data: centralizados e por extenso;

Assinatura: nome do(s) emitente(s) e respectivo(s) cargo(s).

Edital

É o instrumento de comunicação utilizado com fins de dar ciência a interessados sobre

diversos assuntos, tais como abertura de licitação, provimento de cargos públicos ou privados,

convocação de funcionários, etc. Deve ser publicado no Diário Oficial da União – DOU e, quando

necessário, na imprensa privada.

Estrutura:

Título: nome do documento em maiúsculas, seguido do número de ordem e da data, e,

quando for o caso, do número do processo;

Texto: desenvolvimento do assunto tratado;

Assinatura: nome do emitente - em maiúsculas e centralizado – e do respectivo cargo.

Exposição de Motivos

De acordo com o Manual da Presidência, é o expediente dirigido ao Presidente da

República ou ao Vice-Presidente, objetivando informá-lo acerca de assunto pertinente à

administração pública, propor a ele alguma medida ou submeter a sua consideração projeto de

ato normativo. Via de regra, a exposição de motivos é encaminhada por apenas um Ministro de

Estado. Entretanto, há casos em que o assunto tratado envolve mais de um Ministério e, por esta

razão, o documento deverá ser assinado por todos os Ministros envolvidos; este tipo de

expediente é denominado exposição de motivos interministerial.

Estrutura:

Em consonância com as finalidades da exposição de motivos, o Manual da Presidência define

duas formas básicas de estrutura para esse tipo de expediente: uma para aquela que tenha

caráter exclusivamente informativo e outra para a que proponha alguma medida ou submeta

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projeto de ato normativo. No que concerne à primeira, deve-se seguir normalmente o modelo

estabelecido para o padrão ofício. No que diz respeito à segunda, além da observância

ao mesmo padrão, deverão ser tomados procedimentos específicos, cuja riqueza de detalhes

não se coaduna ao teor lacônico deste material; para tanto deve-se consultar o referido guia, às

páginas 20, 21, 22 e 23.

Fax

Forma abreviada de fac-simile, é uma modalidade de comunicação que, embora

hodiernamente, com o advento da internet, seja de uso reduzido, deve ser utilizada para a

transmissão de mensagens urgentes e para o envio antecipado de documentos, de cujo

conhecimento há premência, quando não há condições de envio do documento por meio

eletrônico. Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela via e na forma de praxe.

Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia xerox do fax e não com o

próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se deteriora rapidamente.

Forma e Estrutura:

Mantêm a forma e a estrutura que lhes são inerentes: A linguagem deve ser cuidada e

apresentar qualidades, como gramaticalidade, unidade, coerência, precisão. Adjetivos e

advérbios devem ser reduzidos ao essencial. Cuidado com o tamanho do corpo utilizado na

mensagem e com as margens, para evitar que o receptor receba um texto ilegível. É conveniente

o envio, juntamente com o documento principal, de folha de rosto, de pequeno formulário com

os dados de identificação da mensagem a ser enviada, conforme exemplo a seguir:

Destinatário:___________________________________________________________________

No do fax de destino:________________________________________________________

Data:_____/_____/_____

Remetente:____________________________________________________________________

Tel. p/ contato:____________

Fax/correio eletrônico:____________________________________________________

No de páginas: esta +___________________

No do documento:___________________________________________

Observações:

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________

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Memorando

É a modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão,

que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de

uma forma de comunicação eminentemente interna.

Sua característica principal é a agilidade. A tramitação do memorando em qualquer

órgão deve pautar-se pela rapidez e pela simplicidade de procedimentos burocráticos. Para

evitar desnecessário aumento do número de comunicações, os despachos ao memorando

devem ser dados no próprio documento e, no caso de falta de espaço, em folha de continuação.

Esse procedimento permite formar uma espécie de processo simplificado, assegurando maior

transparência à tomada de decisões, e permitindo que se historie o andamento da matéria

tratada no memorando.

Estrutura: a mesma do padrão-ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve

ser mencionado pelo cargo que ocupa.

Ex.:

Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração

Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos

Ofício

É a correspondência oficial usada pelas autoridades públicas para tratar de assuntos de

serviço ou de interesse da administração. É também utilizado por particulares. Tem formato

uniforme, de acordo com a Instrução Normativa nº 4, de 6 de março de 1992, da Secretaria de

Administração Federal.

Estrutura: a mesma definida no padrão-ofício.

Ordem de Serviço

É o expediente interno de um órgão mediante o qual o seu titular regula procedimentos

para a execução de tarefas, fixa comandos de ação ou estabelece normas para o cumprimento

de determinado serviço. Cabe registrar que as diferenças fundamentais entre Ordem de Serviço,

Instruções Reguladoras e Normas de Execução residem tão somente na conveniência interna

dos órgãos, não na natureza dos documentos.

Estrutura:

Título: nome do documento, em maiúsculas, seguido de número e data;

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Fundamento Legal: citação das considerações legais ou administrativas que orientaram ou

fundamentaram a matéria;

Texto: desenvolvimento do assunto tratado;

Assinatura: nome do emitente, em maiúsculas, e cargo.

Portaria

É o ato expedido por Ministro de Estado, Secretário de Estado ou dirigentes de órgãos e

entidades da Administração Pública expedem instruções sobre a organização e funcionamento

de serviço e praticam outros atos de sua competência.

Estrutura:

Título: nome do documento, em maiúsculas, seguido de número e data;

Fundamento Legal: citação da legislação que fundamenta o ato;

Texto: desenvolvimento do assunto, que poderá ter um ou mais artigos ou parágrafos,

devidamente numerados a partir do primeiro, subdivisíveis, ainda, em itens e letras;

Assinatura: nome do emitente, em maiúsculas, e cargo.

Obs.: Respeitados alguns critérios de ordem formal, a diagramação deste ato segue as

orientações de

padronização estabelecidas por cada órgão; aquelas destinadas à publicação no Diário Oficial da

União ou do Estado, devem obedecer ao padrão do Departamento de Imprensa Oficial.

Relatório

É documento em que se expõe à autoridade superior a execução de trabalhos

concernentes a certos serviços ou a execução de serviços inerentes ao exercício do cargo em

determinado período. Deve iniciar aludindo à disposição legal que exige a sua apresentação ou à

ordem recebida de alguns dos órgãos públicos. Caso seja necessária a inclusão de gráficos,

ilustrações, mapas, tabelas, etc., devem ser inseridas em anexos, devidamente numerados. O

último parágrafo conterá a expressão: “É o relatório”.

Estrutura:

Título: nome do documento, em maiúsculas e centralizado;

Introdução: breve exposição do motivo do relatório, com a disposição legal;

Texto: pode ser dividido em partes, capítulos, títulos e subtítulos, itens e subitens, onde se

faz a exposição dos fatos, atos e ocorrências que são causa do relatório escrito, numa

linguagem ordenada, simples e objetiva;

Fecho: contem apreciações subjetivas, sugestões, planos (se for o caso) e conclusões;

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Local e data: centralizados, a um centímetro abaixo do último parágrafo;

Assinatura: nomes em maiúscula, a 2 cm da data.

Requerimento

É uma petição, um documento específico de solicitação, em que a pessoa física ou

jurídica requer algo a que tem direito (ou pressupõe tê-lo), concedido por lei, decreto, ato,

decisão, etc. Destina-se a pedido sem certeza de despacho favorável.

Estrutura:

Invocação: forma de tratamento, cargo e órgão a que se dirige (Não se menciona no vocativo o

nome da autoridade);

Texto : nome do requerente, qualificação ou representação (se for pessoa jurídica), exposição

do ato legal em que se baseia o requerimento e o objeto desse mesmo requerimento;

fecho: em que entram as expressões:

NESTES TERMOS

PEDE DEFERIMENTO

ou

Nestes termos, pede deferimento.

ou

Nestes termos, pede-se e espera-se deferimento.

ou

Termos em que pede deferimento.

Local e data: deslocados para a margem direita.

Assinatura: logo abaixo do item anterior.

Exemplário

A partir da página seguinte, apresentaremos alguns exemplos de textos administrativos, os quais

foram retirados das fontes empregadas para a elaboração deste material.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. Platão: lições de texto: leitura e redação. 5.ed. São

Paulo: Ática, 2006.

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KOCH, I. V. E TRAVAGLIA, L. C. Texto e coerência textual. 6ª ed. São Paulo:

Contexto, 2002.

KOCH, Ingedore Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 3ª ed. São

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––––––. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1999.

––––––. A coerência textual. 14ª ed. São Paulo: Contexto, 2002.

MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnicas de comunicação criativa.

18. ed. São Paulo: Atlas, 2006.