Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança...

96
unce Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Informática e de Computadores Júri Presidente: Professor Doutor José Carlos Martins Delgado Orientador: Professor Doutor José Manuel Nunes Salvador Tribolet Co-Orientador: Professor Doutor Pedro Manuel Moreira Vaz Antunes de Sousa Vogal: Professor Doutor Artur Miguel Pereira Alves Caetano Novembro de 2009

Transcript of Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança...

Page 1: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

unce

Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas

Empresariais

Rodrigo de Barros Horta

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Informática e de Computadores

Júri

Presidente: Professor Doutor José Carlos Martins Delgado

Orientador: Professor Doutor José Manuel Nunes Salvador Tribolet

Co-Orientador: Professor Doutor Pedro Manuel Moreira Vaz Antunes de Sousa

Vogal: Professor Doutor Artur Miguel Pereira Alves Caetano

Novembro de 2009

Page 2: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção
Page 3: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

i

Índice

Índice ..................................................................................................................................................... i

Índice de Figuras ................................................................................................................................. iv

Índice de Tabelas ................................................................................................................................ vi

1. Resumo ...................................................................................................................................... 1

2. Abstract. ...................................................................................................................................... 2

3. Introdução ................................................................................................................................... 3

4. Objectivos do Trabalho ............................................................................................................... 4

5. Trabalho Relacionado ................................................................................................................ 5

5.1 Gestão da Mudança ............................................................................................................ 5

5.1.1 Vantagens ....................................................................................................................... 6

5.1.2 Modelos de Gestão de Mudança .................................................................................... 6

5.1.3 Self-Awareness............................................................................................................... 8

5.2 Modelação ........................................................................................................................... 9

5.2.1 Modelação Organizacional ........................................................................................... 10

5.2.2 Frameworks .................................................................................................................. 12

5.2.3 Mudança num ambiente modelado .............................................................................. 20

5.2.4 Blueprints ...................................................................................................................... 22

5.2.5 Problemas de Actualização .......................................................................................... 23

6. Arquitectura da solução ............................................................................................................ 26

6.1 Contexto ............................................................................................................................ 26

6.2 Assumpções ...................................................................................................................... 27

6.3 Casos de Uso .................................................................................................................... 27

6.3.1 Pedido de Validação da Mudança ................................................................................ 27

Page 4: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

ii

6.3.2 Pedido de Actualização do Meta-Modelo ..................................................................... 28

6.3.3 Pedido de Actualização da realidade da Organização................................................. 29

6.4 Processo Geral de Suporte à Gestão da Mudança .......................................................... 30

6.5 Descrição do Processo Geral de Suporte à Gestão da Mudança .................................... 31

6.5.1 Processo Geral de Suporte à Gestão da Mudança ...................................................... 31

6.5.2 Actualização do meta-modelo ...................................................................................... 33

6.5.3 Validar Acções Propostas ............................................................................................ 35

6.5.4 Descrição dos Roles ..................................................................................................... 36

6.6 Vantagens ......................................................................................................................... 42

7. Implementação ......................................................................................................................... 42

7.1 Protótipo ............................................................................................................................ 43

7.1.1 Requisitos ..................................................................................................................... 43

7.1.2 Arquitectura Lógica do Protótipo .................................................................................. 44

7.1.3 Cenário SHOULD_BE .................................................................................................. 46

7.1.4 Interface Gráfica ........................................................................................................... 48

7.2 Vistas de Gestão da Mudança .......................................................................................... 50

7.2.1 Overall View .................................................................................................................. 51

7.2.2 Specific Element View .................................................................................................. 52

8. Validação da Solução ............................................................................................................... 54

8.1 Contextualização ............................................................................................................... 54

8.2 Método utilizado na validação ........................................................................................... 55

8.2.1 Casos de teste fictícios ................................................................................................. 55

8.2.2 Caso real ...................................................................................................................... 60

8.2.3 Conclusões ................................................................................................................... 67

9. Conclusões ............................................................................................................................... 68

Page 5: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

iii

9.1 Trabalho Futuro ................................................................................................................. 69

10. Referências............................................................................................................................... 70

11. Anexos ...................................................................................................................................... 73

11.1 Anexo 1: Processo de validação (Ciclo Geral) .................................................................. 73

11.2 Anexo 2: Processo de validação (Excepção não é possível representar a mudança) ..... 74

11.3 Anexo 3: Validação (Excepção cenário AS_IS não representa à realidade) .................... 75

11.4 Anexo 4: Actualização do meta-modelo ............................................................................ 76

11.5 Anexo 5: Gap Analysis ...................................................................................................... 77

11.6 Anexo 6: Processo de validação da mudança .................................................................. 78

11.7 Anexo 7: Documento detalhado da regra de solução ....................................................... 79

11.8 Anexo 8: Template utilizado para importação de cenário SHOULD_BE .......................... 81

11.9 Anexo 9: Exemplo Overall View ........................................................................................ 83

11.10 Anexo 10: Exemplos Specific View ................................................................................... 84

11.11 Anexo 11: Casos de teste fictícios .................................................................................... 86

11.12 Anexo 12 : Verificar existência de solução ....................................................................... 88

Page 6: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

iv

Índice de Figuras

Figura 1 - Passos do modelo de Kotter ............................................................................................... 7

Figura 2 - Arquitectura Empresarial ................................................................................................... 11

Figura 3 - Framework de Zachman [29]............................................................................................. 13

Figura 4 - Ciclo ADC proposto pela framework TOGAF .................................................................... 14

Figura 5 - Esfera de acção da Gestão da Mudança [5] ..................................................................... 18

Figura 6 - Processo de Gestão da Mudança [23] .............................................................................. 19

Figura 7 - Mudança num ambiente modelado [24] ............................................................................ 20

Figura 8 - Cenário AS_IS e TO_BE ................................................................................................... 21

Figura 9 - Exemplos de Blueprints ..................................................................................................... 23

Figura 10 - Actualização Dinâmica do Meta-modelo [27] .................................................................. 24

Figura 11 - Pedido de Validação de uma Mudança ........................................................................... 27

Figura 12 - Pedido de actualização do meta-modelo ........................................................................ 28

Figura 13 - Pedido de actualização da realidade da organização ..................................................... 29

Figura 14 - Caminho normal do Processo Geral ............................................................................... 31

Figura 15 - Role Avaliador “Verificar existência de solução” ............................................................. 37

Figura 16 - Role Criador “Verificar existência de solução” ................................................................ 38

Figura 17 - Role Coordenador “Verificar existência de solução” ....................................................... 39

Figura 18 - Role Avaliador “Actualização Meta-modelo” ................................................................... 40

Figura 19 - Role Criador “Actualização Meta-modelo” ...................................................................... 40

Figura 20 - Role Coordenador “Actualização Meta-modelo” ............................................................. 41

Figura 21 - Arquitectura Conceptual do Protótipo ............................................................................ 44

Figura 22 - Camada de Apresentação ............................................................................................... 44

Figura 23 - Camada de Negócio ........................................................................................................ 45

Figura 24 – Exemplo de artefacto com informação SHOULD_BE .................................................... 47

Page 7: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

v

Figura 25 - Ecrã principal do validador de alterações ....................................................................... 48

Figura 26 - Ecrã de selecção do tipo de organização dos resultados finais ..................................... 49

Figura 27 - Change Management Blueprints ..................................................................................... 50

Figura 28 - Overall Blueprint .............................................................................................................. 51

Figura 29 - Specific Element Blueprint............................................................................................... 52

Figura 30 - Resultado final após validação ........................................................................................ 54

Figura 31 – Acções não validadas na criação de uma aplicação e alteração de outra .................... 57

Figura 32 - Specific View App X ........................................................................................................ 58

Figura 33 - Specific View App Y ........................................................................................................ 58

Figura 34 - Acção criar validada na criação de uma aplicação e alteração de outra ........................ 59

Figura 35 - Acções validadas na criação de uma aplicação e alteração de outra ............................ 59

Figura 36 Acções validadas na criação de uma aplicação ................................................................ 60

Figura 37 - Acções efectuadas sobre os artefactos ......................................................................... 61

Figura 38 - Ligações entre os diferentes artefactos .......................................................................... 61

Figura 39 - Tipo dos artefactos .......................................................................................................... 62

Figura 40 - As acções criar relativa aos componentes são validadas, o resto não é: Overall View . 63

Figura 41 - Specific View App BESnet Negócios .............................................................................. 64

Figura 42 - Acções quase validadas: Overall View ........................................................................... 65

Figura 43 - Ciclo Geral de Validação ................................................................................................. 73

Figura 44 - Excepção (caso não seja possível representar a mudança) .......................................... 74

Figura 45 - Excepção (caso o cenário AS_IS não esteja alinhado com a realidade) ....................... 75

Figura 46 - Processo de Actualização do meta-modelo .................................................................... 76

Figura 47 - Gap Analysis ................................................................................................................... 77

Figura 48 - Processo de validação da mudança ............................................................................... 78

Figura 49 - Exemplo de cenário SHOULD_BE .................................................................................. 82

Page 8: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

vi

Figura 50 - Exemplo Overall View ..................................................................................................... 83

Figura 52 - Exemplo de uma acção não validada ............................................................................. 84

Figura 51 - Exemplo Overall View ..................................................................................................... 84

Figura 53 - Exemplo de uma acção validada .................................................................................... 85

Figura 54 - Caso de teste: Criar uma aplicação ................................................................................ 86

Figura 55 - Caso de teste: Criar uma aplicação e modificar outra .................................................... 87

Figura 56 - Processo de verificação de existência de solução .......................................................... 88

Índice de Tabelas

Tabela 1 - Vantagens e Desvantagens do processo de Gestão de Mudança do ITIL ...................... 17

Tabela 2 - Formas de Inserção .......................................................................................................... 47

Tabela 3 - Tipos de Output ................................................................................................................ 50

Tabela 4 - Acções associadas ao caso de teste relativo à criação de uma aplicação ...................... 56

Tabela 5 - Acções associadas ao caso de teste relativo à criação de duas aplicações ................... 56

Tabela 6 - Acções associadas ao caso real ...................................................................................... 62

Tabela 7 - Informação que compõe o documento detalhado ............................................................ 79

Tabela 8- Template SHOULD_BE ..................................................................................................... 81

Page 9: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

1

1. Resumo

No mundo empresarial, os gestores têm de tomar diversas decisões que permitirão à empresa

adaptar-se à realidade actual, tornando-a mais produtiva e criando mais activos financeiros

permitindo assim atingir os seus objectivos e completando a sua missão. Estas alterações têm de ser

geridas evitando afectar negativamente a empresa durante o período de transição. Assim este

trabalho foca-se na gestão da mudança efectuada sobre uma organização modelada, sobre os

passos que esta precisa de executar para garantir que o que muda de uma forma correcta permitindo

à empresa atingir um estado adaptado às necessidades que esta tem, um estado visionado pelo

gestor.

O trabalho aqui descrito pode ser visto como uma aplicação prática de um dos problemas mais

conhecidos desta temática, a validação da mudança proposta. Para resolver esta questão é

apresentado um processo que a empresa deverá implementar de forma a permitir a sua adaptação a

novos cenários.

Começámos por avaliar diversas arquitecturas empresariais e diversas formas de representar a

organização. De seguida estudámos diversos modelos de gestão de mudança, sendo o mais

importante o processo de gestão de mudança proposto pelo ITIL.

Palavras-chave: Arquitectura Empresarial, Gestão de Mudança, Modelos, Processo

Page 10: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

2

2. Abstract.

In the business world, managers have to make decisions which will allow their organization to

adapt to today’s reality, making it more productive, creating more financial actives, allowing it in the

end to complete their objectives and their mission. Although these changes need to be managed in

order to avoid the ill effect on the company during the transition period. This work focus in the change

management executed over the company, namely over the IT department, over the steps it need to

execute to ensure that what changes, changes in a way that is correct and healthy to the company

allowing it to achieve a state adapted to its needs, the vision of the manager. This work creates a

process which outcome provides an easy and simple way of doing the above, making it possible for

the organization to adapt to new scenarios.

Keywords: Organizational Architectures, Change Management, Scenarios, Process

Page 11: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

3

3. Introdução

Num mundo cada vez mais competitivo, é fundamental para uma empresa manter a sua

vantagem competitiva ou, caso não a tenha, tentar obtê-la da forma mais expedita possível. Os

gestores hoje em dia, já não se podem dar ao luxo de gerir apenas o que já existe sem ter em conta a

constante alteração que ocorre na sociedade actual, correndo o risco de a empresa perder a iniciativa

e a sua quota de mercado. [1]

“A Manager is the person responsible for planning and directing the work of a group of individuals,

monitoring their work, and taking corrective action when necessary.” [2]

Estando ciente desta realidade, um gestor tem de ter um espírito visionário e corajoso, de forma a

antecipar as alterações necessárias que permitam alterar a empresa de forma a mantê-la competitiva.

Contudo estas alterações têm de ser bem pensadas, analisadas e planeadas, correndo o risco de não

terem o efeito pretendido e afectarem gravemente o normal funcionamento da empresa caso o

processo não seja conduzido de uma forma eficaz e madura. Para isso este tem de ter uma

percepção elevada do ambiente que o rodeia e especialmente da organização a que pertence. Assim,

para que este problema seja resolvido, entra em jogo a Gestão de Mudança, que define um conjunto

de passos, nomeadamente de acções e validações, para garantir que o planeamento das alterações

é correcto e permite atingir os objectivos pretendidos, garantindo posteriormente uma implementação

dessas alterações com pouco impacto para a empresa, aumentando consequentemente a percepção

do indivíduo acerca da organização a que pertence.

A pesquisa efectuada sobre este tema revelou que os gestores hoje em dia, já não podem ignorar

a importância de uma gestão de mudança cuidada devido à vantagem empresarial que este processo

pode oferecer a uma empresa.

“After experiencing lots of failures with change efforts, organizations are catching on. Change

management has gone from a non-existent or oft-ignored topic to an integral part of project planning.” [3]

Page 12: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

4

4. Objectivos do Trabalho

O trabalho desenvolvido almeja atingir diversos objectivos. O primeiro prende-se com o

aumento do nível de compreensão sobre o processo de mudança de uma organização. Como é

executado este processo? Como são validadas as mudanças planeadas pelo gestor? Que passos

é necessário executar para garantir que um conjunto de acções permite atingir o estado

pretendido?

O segundo objectivo corresponde ao desenvolvimento de um processo de validação das

mudanças planeadas, ajudando o gestor a compreendê-las e a compreender se estas permitem

atingir o futuro almejado, sendo para isso criada uma ferramenta de suporte à Gestão da Mudança

que permita executar essa validação no mundo real. Esta ferramenta e este processo têm também

como objectivo, obrigar a uma formalização das mudanças planeadas e a uma validação

automáticas das mesmas.

Através deste processo de validação, este trabalho pretende desenvolver uma forma de

aumentar de uma forma sustentada e correcta a percepção que os gestores têm do que os rodeia,

da organização, nomeadamente da área IT.

Page 13: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

5

5. Trabalho Relacionado

5.1 Gestão da Mudança

“It is not necessary to change. Survival is not mandatory” [4]

A sociedade muda constantemente, as suas necessidades, a sua realidade, os seus princípios.

Tal como a sociedade uma empresa também tem de mudar, acompanhando este frenético

processo. Só assim consegue crescer, evoluir. Assim concluímos que esta mudança tem de ser

alvo de uma gestão cuidadosa, racional e correcta.

O rápido desenvolvimento da tecnologia IT e do mercado coloca este tema no pensamento do

gestor. A organização tem de melhorar os seus serviços e reduzir os seus custos, conseguindo

atingir este objectivo tendo como apoio as tecnologias de informação.

“However, experience shows that IT incidents affecting the business are often related to

changes.”

Existem inúmeros problemas que podem afectar a organização, afectando a sua produtividade

e o seu normal funcionamento, tais como:

Falta de cuidado na execução dos processos;

Falta de recursos;

Preparação insuficiente;

Análise de impacto deficiente;

Formas de teste inadequadas.

Se os problemas gerados pela execução da mudança não forem controlados podem fazer com

que a organização entre numa espiral descontrolada, levando a que o negócio seja afectado de

uma forma negativa e à introdução de novos erros que causarão novos incidentes. [5]

A Gestão de Mudança torna-se desta forma num processo prioritário para um gestor.

Page 14: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

6

5.1.1 Vantagens

“Not every change is an improvement, but every improvement is a change.” [5]

A Gestão da Mudança tem como objectivo gerir o processo de mudança e consequentemente

limitar a introdução de erros e incidentes gerados por estes. Esta traz diversas vantagens, tais

como:

Impacto reduzido das mudanças na qualidade dos serviços de IT;

Melhor estimativas de custo das mudanças propostas;

Menos quantidade de alterações revertidas;

Melhoria da produtividade por parte dos utilizadores, devido a melhores e mais

estáveis serviços de IT, e devido ao facto de não serem distraídos do seu trabalho planeado

devido a alterações urgentes;

Melhoria da capacidade de efectuar mudanças regularmente sem afectar o

funcionamento da organização;

Elimina o conflito entre recursos e possível redundância;

Reduz os riscos associados à mudança. [21]

5.1.2 Modelos de Gestão de Mudança

A Mudança é como um caminho que temos de percorrer. Primeiro temos de perceber porque

queremos ir para esse destino, depois o percurso que queremos seguir, com quem e como o

queremos percorrer. [4]

Partindo desta analogia foram desenvolvidos diversos modelos para permitir uma gestão

cuidada da mudança sendo alguns descrito em baixo.

Six Change Approaches é um modelo criado por Kotter e Schlesinger que permite prevenir,

minimizar e diminuir a resistência contra a mudança numa organização. Para atingir esses objectivos

os autores propõem a utilização das seguintes abordagens:

Page 15: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

7

1. Comunicação e Educação: "Up-front communication and education helps employees see the

logic in the change effort."

2. Envolvimento e Participação: "When employees are involved in the change effort they are

more likely to buy into change rather than resist it."

3. Suporte e Facilidade de adaptação: "Managerial support helps employees deal with fear and

anxiety during a transition period."

4. Acordo e Negociação: "Managers can combat resistance by offering incentives to employees

to not resist change."

5. Manipulação: "Co-option involves the patronizing gesture in brining a person into a change

management group for the sake of appearances rather than their substantive contribution."

6. Coerção explícita e implícita: "Managers can explicitly or implicitly force employees into

accepting change by making clear that resisting to change can lead to losing jobs, firing,

transferring or not promoting employees." [6] [7]

Kotter’s 8-Step Change Model é um proposto por John Kotter, propõe a execução de oito

passos distintos de forma a atingirmos a mudança de uma forma persistente e correcta. Os

passos são os seguintes: [8] [9]

Figura 1 - Passos do modelo de Kotter

Page 16: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

8

Unfreeze-Move-Refreeze é um modelo proposto por Kurt Lewin (1951) que explica a mudança

nos sistemas. O modelo propõe que antes da mudança os sistemas se encontram “congelados”.

Assim a primeira tarefa será “descongelar o sistema” criando um ambiente em que o sistema não se

encontra preso a nenhuns princípios de funcionamento permitindo a inserção da mudança, este

passo denomina-se por Unfreeze.

O segundo passo introduz a mudança e tenta obter uma aceitação inicial dos intervenientes, este

passo denomina-se por Move. O terceiro e último passo, denominado Refreeze, volta a colocar o

sistema no estado inicial com a diferença de que as mudanças estão efectuadas. Neste estado será

necessário obter um estado de aceitação elevado que permita à empresa adoptar a mudança

completamente, evitado o falhanço desta. [10]

5.1.3 Self-Awareness

“Human beings are by nature, self-awareness beings.” [11]

Os indivíduos conhecem a sua realidade num dado momento no tempo, sabem o que estão a

fazer, em que situações o fazem e como o fazem. Esta é qualidade inerente ao ser humano. Contudo,

tal não acontece com as organizações o que torna necessário que esta aprenda a conhecer-se a si

própria para que as suas acções tenham como base um auto conhecimento profundo, permitindo que

todas as suas acções sejam conscientes e fundamentadas.

Aumentar a Organizational Self-Awareness (OSA) possibilita que as organizações aumentem a

sua capacidade de reacção à constante alteração do mercado e a da realidade em que se inserem.

Isto acontece sempre que todo o indivíduo pertencente à organização esteja consciente do trabalho

que tem de realizar e como esse a influencia. Acontece sempre que o indivíduo perceba como a

organização tem de funcionar, como está estruturada. Desta forma, a organização torna-se mais

flexível e maleável facilitando a adopção da mudança. Este processo depende fundamentalmente da

componente humana, o que torna a sua implementação expendiosa e complexa. [12] [13]

Na organização, este conceito, torna-se essencial para melhorar e optimizar os processos de

tomada de decisão, processos de aprendizagem, acção efectiva e concreta. Sendo necessário

mantê-lo e aumentá-lo através da contínua interacção entre os membros da organização e da sua

contínua submissão de ideias e propostas.

Page 17: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

9

5.1.3.1 Duas dimensões

O conceito de Organizational Self-Awareness (OSA) é caracterizado por duas dimensões:

Individual;

Organizacional.

A dimensão individual refere para a capacidade que membros individuais têm de responder a

questões como: Quem sou eu na organização? Como é que as mudanças são efectuadas? Como é

que os processos são executados? O que é que a organização está a fazer neste momento?

A dimensão organizacional refere-se à combinação entre agentes humanos e automatizados,

entre recursos e procedimentos que permitem à organização obter a inteligência para lidar com

questões como: Quem são os meus membros? Como é que eles executam as suas acções? O que

estão a fazer neste momento?

Uma organização é auto-consciente quando estas duas dimensões estão alinhadas. [11] [12]

5.2 Modelação

“A model is a useful representation of some subject” [14]

Um modelo é uma abstracção (mais ou menos formal) da realidade, expressa através de um

formalismo (ou linguagem) de forma a facilitar a compreensão do utilizador.

“A model is always expressed in terms of a language” [14]

Esta linguagem pode ser mais ou menos formal. A mais formal, que serve para criar modelos,

normalmente serve para representar conceitos matemáticos e as menos formais (as mais ricas)

correspondem a linguagens naturais. Contudo, no meio, encontram-se aquelas que servem para

representar coisas ou a realidade, como por exemplo as linguagens simbólicas, gráficas ou de

diagramas. Estas últimas tomam uma importância fundamental na Gestão da Mudança, visto que só

a partir de uma representação formal da organização é possível encontrar uma forma de validar as

acções que se pretendem efectuar.

Page 18: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

10

Modelar algo, consiste na representação gráfica de conceitos e da ligação que existe entre estes.

Esta representação permite simplificar algo complexo de forma a ser compreendido mais facilmente.

Existem várias razões que nos levam a modelar, tais como:

Facilita a comunicação;

Facilita a compreensão;

Aumenta a compreensão sobre dado problema;

Identifica áreas problemáticas.

Concluímos assim que as técnicas de modelação têm de oferecer uma forma de conseguir

representar toda a informação relevante necessário para executar uma Gestão de Mudança madura e

correcta.

5.2.1 Modelação Organizacional

“There is no way to change Enterprises or any other complex thing quickly (or safely) without

starting with the descriptive representation of the thing you want to change.” [15]

Visto uma organização ser por natureza algo muito complexo, é lógico que esta seja modelada de

forma a tornar a sua compreensão mais simples, facilitando a sua gestão, actualização e adaptação a

novas situações. Este modelo concentra-se principalmente nos objectivos da organização, nas

actividades dos seus componentes, sobre as responsabilidades dos indivíduos envolvidos, sobre a

forma como esta se organiza e sobre os elementos que a constituem.

“Organizational Modeling is the capture of a shared mental model of an organization of any type,

be it a large corporation, a small business or a work group.” [16]

Estes modelos agregam todo o conhecimento acerca de uma organização, desde os recursos

utilizados, aos produtos disponibilizados, até às formas como esta comunica e se interliga. Quando

completo, providencia uma visão global sobre a organização.

“An enterprise model is a type of extensive representation of a system, and is aimed at providing a

detailed and complete understanding of a business or organization.” [17]

Page 19: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

11

Este processo cria projecções usadas no planeamento das tecnologias de informação (IT). Estas

retratam a forma como a tecnologia está a ser usada na organização, as formas como melhorar a

integração da área de IT, se e como a estrutura da organização suporta o uso das IT (por exemplo,

verificar se a compra de um novo sistema informático é compatível com os objectivos e necessidade

da empresa), a melhor forma de melhorar a estratégia de negócio. Permite perceber como os seus

sistemas podem ser refinados, permite melhorar técnicas de gestão e melhorar os processos

internos. [18]

"The fundamental organization of a system, embodied in its components, their relationships to

each other and the environment, and the principles governing its design and evolution." [19]

Assim, tal como [14] afirma, o processo de modelação organizacional é definido como:

“Enterprise modeling is a process of building models of whole or part of an enterprise, from

knowledge about the enterprise, previous models, and/or reference models as well as domain

ontologies and model representation languages”

Desta forma, um modelo organizacional corresponde a uma representação de uma percepção da

organização. Pode ser constituído por diversos sub-modelos, também chamados sub-arquitecturas,

tais como:

Figura 2 - Arquitectura Empresarial

Page 20: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

12

5.2.2 Frameworks

Como vimos anteriormente, uma arquitectura empresarial é um factor essencial no sucesso de

uma empresa. Desta forma deve ser bem desenhada de forma a ajudar a empresa a atingir os seus

objectivos e não prejudicá-la.

As frameworks providenciam um esquema organizacional pelo qual o processo de

desenvolvimento da solução da arquitectura pode ser simplificado e a sua velocidade aumentada,

não comprometendo o crescimento e a adaptação da empresa às necessidades do mercado. Existem

diversos exemplos de frameworks relevantes para o assunto discutido, entre as quais encontram-se:

Zachman;

TOGAF;

ITIL.

5.2.2.1 Zachman

“The Zachman framework is simply a framework – it is not a process, a method, a notation or a tool.”

[20]

O conceito de examinar um sistema a várias ordens de magnitude foi apresentado por Boeke

(1957). Zachman levou este conceito mais a frente e apresentou uma framework normalizada com

um esquema de classificação definido por uma matriz 6x6, com o intuito de organizar descritivamente

as representações de uma empresa. As linhas desta matriz representam os diversos stakeholders do

sistema, enquanto as colunas representam as áreas de interesse dentro da perspectiva do

stakeholder.

Page 21: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

13

5.2.2.2 TOGAF

“TOGAF is an architecture framework - The Open Group Architecture Framework. It enables you

to design, evaluate and build the right architecture for your organization.” [19]

A framework TOGAF propõe que uma arquitectura empresarial deve ser definida pelas seguintes

subunidades:

Arquitectura de Negócio – onde são definidos a estratégia de negócio, processos de

negócio organização;

Arquitectura de Informação – que define toda a lógica e gestão de informação da

empresa;

Arquitectura de Aplicações – define vistas sobre todas as relações e interacções das

aplicações (pertencentes à empresa) com os processos de negócio desta.

Arquitectura Tecnológica – define todo o software e hardware que a empresa necessita

para suportar todo o sistema da empresa (dados, negócio e aplicações).

Para aplicar esta framework temos de passar pela ADM (Architecture Development Method) cuja

estrutura é definida pelo ADC (Architecture Development Cycle). Este método é iterativo e é

necessário haver um processo de validação dos resultados com os requisitos iniciais da empresa.

[19]

Figura 3 - Framework de Zachman [29]

Page 22: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

14

5.2.2.3 ITIL

O ITIL (IT Infrastructure Library) foi desenvolvido, reconhecendo o facto de que as empresas

dependem cada vez mais do IT, para cumprir os seus objectivos organizacionais. Este oferece uma

framework comum para todas as actividades do departamento de IT. Estas actividades estão

divididas em processos que quando juntos providenciam uma framework efectiva para tornar o IT

Service Management mais maduro. Cada um destes processos trabalha sobre uma ou mais tarefas

do departamento de IT, como desenvolvimento de serviços, gestão de infra-estruturas, fornecimento

e suporte de serviços e gestão da mudança. Desta forma torna-se possível descrever as melhores

práticas do IT Service Management independentemente da estrutura da organização. O ITIL está

dividido em seis conjuntos:

Figura 4 - Ciclo ADC proposto pela framework TOGAF

Page 23: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

15

Service Support;

Service Delivery;

Planning to Implement Service Management;

ICT Infrastructure Management;

Applications Management;

Business Perspective. [21]

Existem diversos benefícios inerentes ao uso do ITIL relacionados com a organização:

Definição de uma estrutura mais clara, eficiente e focada nos objectivos da organização;

A organização tem mais controlo sobre a infra-estrutura e sobre os serviços tornando

assim a implementação de mudanças mais simples de gerir;

Uma estrutura efectiva de processos providencia uma framework para um outsourcing

efectivo de elementos dos serviços de IT;

Suporta a introdução de sistemas de gestão de qualidade baseados na ISO 9000 ou no

BS15000, permitindo assim uma mudança cultural no tema de prestação de serviços;

Providencia uma comunicação interna e com os fornecedores coerente e uma

identificação e standardização de procedimentos. [22]

Contudo existem também desvantagens inerentes ao uso do ITIL, tais como:

Demora muito tempo e precisa de demasiado esforço a introduzir necessitando de uma

mudança na cultura da organização;

Estruturas de processos demasiado objectivas podem afectar a qualidade do serviço e

podem ser vistas como burocracia (nomeadamente, os processos desnecessários ou

over-engineered);

Não existe melhoramento nos serviços de IT se não houver compreensão acerca do que

os processos relevantes deveriam resolver;

Uma implementação bem sucedida requer o envolvimento de todo o pessoal;

Se não houver investimento suficiente em aplicações de suporte e treino então os

processos não vão atingir o rendimento máximo e os serviços não vão ser melhorados.

[22]

Page 24: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

16

5.2.2.3.1 Gestão de Mudança no ITIL

“The main goal of Change Management is for all the changes that need to be made to IT

infrastructure and services to be performed and implemented correctly by ensuring standard

procedures are followed.” [23]

O ITIL afirma que a Gestão de Mudança tem de trabalhar para garantir que as mudanças são:

Justificadas;

São executadas sem pôr em perigo a qualidade do serviço IT;

São gravadas, documentadas e classificadas;

Foram testadas num ambiente de teste;

São guardadas na Configuration Manager Database (CMDB);

Podem ser desfeitas através de planos de recuperação se as funções de sistema

funcionarem incorrectamente após implementação.

Mas o que é uma mudança?

“A change is the addition, modification or elimination of an authorized, planned or supporting

service (component) and its related documentation.” [5]

As vantagens e desvantagens deste processo estão descritas na tabela 1.

Page 25: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

17

Vantagens Desvantagens

O número de potenciais incidentes e problemas

associados a cada mudança são reduzidos.

Os vários departamentos têm de aceitar a autoridade

da Gestão da Mudança sobre os assuntos relativos à

mudança.

Se a mudança tiver um impacto negativo na

estrutura IT, o processo de retornar a uma

configuração estável e segura é relativamente

simples e rápido.

As pessoas responsáveis pela Gestão da Mudança não

têm um conhecimento profundo da organização

tornando impossível que realizem as suas tarefas de

uma forma adequada.

O número de retrocessos necessários é reduzido. O departamento da gestão da mudança não têm as

ferramentas de software indicadas para monitorizar e

documentar o processo adequadamente.

Os custos associados a uma mudança são

avaliados tornando assim possível calcular o

retorno do investimento

Não existe o empenhamento necessário dos gestores

de topo para implementar os processos de uma forma

rigorosa.

CMDB é actualizado. Demasiados processos restritivos são adoptados não

permitindo a ocorrência natural de inovações.

As mudanças são mais facilmente aceites e a

tendência de resistência a esta é reduzida.

Demasiados processos restritivos são adoptados

tornando o processo de gestão de mudança trivial,

afectando a qualidade dos serviços.

Tabela 1 - Vantagens e Desvantagens do processo de Gestão de Mudança do ITIL

Page 26: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

18

Tendo estes factores em conta, o ITIL procurou perceber que actividades, a Gestão de Mudança,

devia conter para que o processo de mudança fosse correcto e definiu a esfera de acção desta da

seguinte forma.

Desta forma é proposta uma solução para gerir a mudança dentro da componente IT da

organização, definida pelo processo de Gestão de Mudança. [5]

Figura 5 - Esfera de acção da Gestão da Mudança [5]

Page 27: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

19

5.2.2.3.2 Processo de Gestão de Mudança

O objectivo do processo de Gestão de Mudança [5] é garantir que as mudanças são guardadas,

avaliadas, prioritizadas, planeadas, testadas e documentadas de uma forma controlada e universal à

organização.

Este processo é definido pelas seguintes actividades:

Criação e salvar o pedido de mudança (i.e. Request for Change - RFC);

Revisão do RFC;

Avaliar a mudança;

Autorizar a ocorrência da mudança;

Coordenar a implementação;

Avaliar o resultado.

Figura 6 - Processo de Gestão da Mudança [23]

Page 28: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

20

Este processo torna-se fundamental numa organização que queira evoluir de forma sustentada.

Assim no contexto da gestão de mudança utilizando arquitecturas empresariais, o processo descrito

nesta secção dá uma ferramenta importante na execução e validação das mudanças dentro da área

IT. Contudo depende quase inteiramente na componente humana para ser executado, sendo este

factor uma desvantagem ao seu uso. [5]

5.2.3 Mudança num ambiente modelado

“Organizational change can be regarded as a process that changes the state of the organization”

[24]

Tal como foi descrito no capítulo 4.1, a mudança traduz-se na conversão de um estado A para um

estado B. Contudo, num ambiente modelado não podemos ser tão abstractos na nossa abordagem

ao problema. Assim, tal como proposto em [24] torna-se necessário introduzir dois novos conceitos:

Cenário;

Processo de Mudança.

Estes dois conceitos são de grande importância para a gestão da mudança, visto fornecerem

ferramentas que permitem observar a organização num dado estado (por exemplo: em t1 = Hoje, e t2

= Amanhã) e permitem também, através do processo de mudança, ligar dois cenários que ocorrem

em diferentes alturas representando as alterações que ocorreram entre eles.

Figura 7 - Mudança num ambiente modelado [24]

Page 29: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

21

5.2.3.1 Cenários

Um cenário é uma visão parcial da organização num instante de tempo específico. Este permite a

introdução do conceito de tempo no nosso modelo, permitindo ver qual o estado da organização num

dado momento do tempo. Um cenário pode conter processos, recursos, sistemas e objectivos, entre

outros, mais as relações que estes têm entre si.

Os cenários tornam-se numa ferramenta importante para a modelação de uma organização e

posteriormente para uma gestão correcta da mudança. Estes, devido ao facto de as técnicas de

modelação organizacional abordarem unicamente a organização como um objecto estático que não

evolui, obriga a uma modificação desta abordagem. A organização passa a ser vista como um objecto

dinâmico que muda, permitindo assim observar as alterações efectuadas o que permite fazer uma

gestão de mudança mais correcta e uma validação das alterações.

No contexto da Gestão da Mudança, este conceito ganha outra importância devido aos factores

acima descritos mas acima de tudo porque nos permite representar a organização Hoje (AS_IS) e

amanhã (TO_BE), que será útil na validação das mudanças. Este processo está descrito no capítulo

da solução.

Organização

(TO_BE)Organização

(AS_IS)

Cenário TO_BE

(modelo organizacional

no instante n)

Cenário AS_IS

(modelo organizacional

no instante actual)

Modeling

Change Process

ImplementationModeling

Figura 8 - Cenário AS_IS e TO_BE

Page 30: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

22

5.2.3.2 Processo de Mudança

O processo de mudança é um processo de negócio que provoca alterações estruturais na

organização. Este é aplicado sobre um determinado cenário produzindo no final um cenário diferente

do inicial, introduzindo desta forma uma ordem temporal nos cenários.

Este processo modifica entidades variadas na organização, tais como:

Processos;

Sistemas;

Plataformas;

Aplicações;

Objectivos.

Este conceito é relevante para gestão da mudança, porque nos fornece a ferramenta para

introduzir a mudança na organização dentro de um ambiente modelado. Esta é executada como um

processo de negócio aceite dentro da empresa e efectua as alterações pretendidas pelo gestor.

5.2.4 Blueprints

Uma Arquitectura Empresarial tem como objectivo modelar os artefactos e as relações entre

estes na organização. Sendo uma Arquitectura Empresarial algo que define uma organização e

sendo um elemento muito complexo torna-se necessário encontrar uma forma simples de organizar

os seus elementos. Desta forma nasceu o conceito de blueprint. Desde o seu aparecimento que este

conceito tem sido considerado um elemento muito importante, especialmente pela área IT, devido à

sua capacidade de aumentar a comunicação entre pessoas, à facilidade com que permite descrever

um conceito.

Page 31: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

23

De forma a produzir um blueprint não basta adoptar uma qualquer notação (ex: UML), é

necessário:

Uma teoria, que define regras de negócio;

Um modelo, que identifica as propriedades e semânticas de um artefacto;

Uma notação, para exprimir graficamente os artefactos;

Um problema, que justifique a produção do blueprint, tornando possível decidir que tipo

de artefactos devem aparecer. [25]

5.2.5 Problemas de Actualização

Tal como vimos anteriormente, os modelos criados podem ser uma ferramenta que dá um grande

suporte à organização. Contudo, muitas vezes, estes caem desuso não acompanhando a

organização nas mudanças que esta sofre, ou seja, em geral este é criado para um fim específico

não sendo actualizado sempre que a organização sofra alterações. [26]

Figura 9 - Exemplos de Blueprints

Page 32: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

24

Mas porque é que este facto acontece?

Existem diversas explicações, tais como:

Falta de motivação;

Falta de compreensão da importância do modelo;

Dificuldade na actualização do modelo. [26]

Para resolver esta questão, o Centro de Engenharia Organizacional (CEO) propõe uma forma de

actualização do modelo, descrita na figura abaixo:

Figura 10 - Actualização Dinâmica do Meta-modelo [27]

Page 33: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

25

No modelo, proposto pelo CEO, são definidas excepções ao fluxo normal do modelo e processos

de avaliação à irregularidade encontrada. Este processo é definido por Human Quality Control, que é

executado pelos indivíduos integrantes das várias actividades que compõem os processos da

organização. Este avalia os recursos que lhe chegam, e caso haja alguma irregularidade é obrigação

deste criar uma anotação que posteriormente irá ser avaliada pelo dono do processo, decidindo se é

do interesse da organização actualizar o modelo. Através deste sistema, nomeadamente do facto de

todas as alterações ficarem registadas, evita-se a perda da experiência obtida com a irregularidade

encontrada, aprendendo com isso e melhorando sistematicamente os processos. [27]

Este modelo engloba também o conceito de excepção. Uma excepção é uma situação em que

ocorre um desvio ao fluxo normal, onde acções assíncronas são disparadas para lidar com situações

anómalas. O uso deste novo conceito traz diversas vantagens, tais como:

O fluxo normal fica representado de forma mais clara;

Não é necessário antecipar todos os modos de falha, que são baseados na experiência e

intuição dos modeladores, ou das suas fontes de informação. [27]

Assim é introduzido o conceito de gestão dinâmica no modelo da organização, permitindo uma

constante actualização do mesmo permitindo que este se mantenha alinhado com a realidade actual

da empresa. Este processo é importante para a gestão de mudança devido ao facto de manter o

modelo actualizado, que serve de base para o processo de validação das mudanças, e ao facto de

aumentar o conhecimento da organização sobre si própria, através das propostas de alteração

efectuadas. Sem o modelo actualizado, qualquer gestão feita relativamente às alterações efectuadas

nunca estaria actualizada, não sendo uma mais-valia para a organização e não dando, por

consequência, suporte ao gestor.

Page 34: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

26

6. Arquitectura da solução

Após ser efectuada uma investigação sobre a problemática da Gestão da Mudança, do estudo de

diferentes metodologias, o próximo passo consiste na apresentação de uma proposta de solução.

Este capítulo contém uma clarificação do contexto em que a tese é desenvolvida, a apresentação

das premissas necessárias para uma validação correcta das mudanças a efectuar, um conjunto de

casos de uso de forma a clarificar o contexto de utilização da solução e uma descrição detalhada da

proposta de solução desenvolvida de forma a cumprir o objectivo colocado pelo ITIL relativo à Gestão

de Mudança na área de IT.

“To implement approved changes efficiently, and with acceptable risk to the existing and to the

new IT services.” [30]

6.1 Contexto

A Link Consulting é uma empresa de consultadoria que forneceu suporte logístico, intelectual e

tecnológico na investigação e execução deste trabalho de investigação.

Esta empresa trabalha directamente na área de Arquitecturas Empresariais, tendo experiência

ampla no seu desenvolvimento. Exibe também conhecimento específico sobre os processos de ITIL,

sendo o mais relevante no contexto deste trabalho o de Gestão de Mudança. A partir desta realidade

foi possível desenvolver, utilizando o conhecimento partilhado, uma ferramenta que dê suporte à

Gestão da Mudança.

Existindo a possibilidade de a solução apresentada ser adicionada ao seu conhecimento geral, é

prevista a possibilidade de ser usada pela Link Consulting, tanto na gestão interna de projectos como

pelos seus potenciais ou actuais clientes.

Page 35: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

27

6.2 Assumpções

A solução proposta (Ver secção 5.4) apresenta contudo algumas assumpções sem as quais não

poderia ter sido desenhado e sem as quais não funciona correctamente:

É necessário existir uma forma de representação da organização, nomeadamente um

meta-modelo;

O gestor tem de apresentar uma realidade à qual aspira (cenário SHOULD_BE) sempre

que pretende validar um conjunto de acções planeadas;

Informação relativa às alterações a efectuar deve estar disponível;

É de notar que o resultado da validação vai depender em grande parte da compreensão que o

gestor demonstra acerca da sua visão para empresa, tendo neste contexto elevada importância o

cenário futuro que apresentar. Apesar de este ser um risco presente, não pode ser evitado

dependendo do grau de conhecimento patente no gestor em questão.

6.3 Casos de Uso

Neste capítulo são descritos alguns casos de uso da ferramenta proposta de forma a facilitar a

sua compreensão e o contexto onde esta é útil.

6.3.1 Pedido de Validação da Mudança

Figura 11 - Pedido de Validação de uma Mudança

Page 36: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

28

O gestor pretende efectuar uma mudança na organização, nomeadamente na área IT. O gestor

começa por efectuar um pedido para efectuar a mudança, que será seguido pela execução da

validação desta mudança. Esta actividade inclui a utilização das acções a efectuar (planeadas pelo

gestor, de forma a executar a mudança) e a definição do cenário desejado que espelha o estado da

organização após a implementação da mudança. Após ser efectuada esta validação, o gestor gera os

blueprints, que organizam os resultados, dando informação pertinente a este sobre se a mudança foi

validada ou não, e consequentemente as razões que levaram a esta situação.

6.3.2 Pedido de Actualização do Meta-Modelo

Figura 12 - Pedido de actualização do meta-modelo

Page 37: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

29

O gestor pretende efectuar uma mudança na organização, contudo não consegue representar a

informação necessária a essa mudança de forma a efectuar posteriormente a validação. Desta forma

o processo inicia-se com um pedido de update à representação da organização, com o intuito de

permitir a representação da informação necessária. É feita a análise ao pedido e caso se verifique a

sua viabilidade o modelo é actualizado, prosseguindo posteriormente o percurso normal da validação

da mudança (descrito no caso de uso 5.3.1).

6.3.3 Pedido de Actualização da realidade da Organização

Figura 13 - Pedido de actualização da realidade da organização

Page 38: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

30

O gestor pretende efectuar uma mudança na organização, contudo a realidade desta não

corresponde à informação contida na representação actual da organização (cenário AS_IS). Desta

forma torna-se necessário actualizar esta informação, para que a validação seja correcta e actual.

Assim o processo inicia-se com um pedido de actualização do cenário AS_IS, este é actualizado e de

seguida é feita a validação da mudança pretendida. Prosseguindo posteriormente o percurso normal

da validação da mudança (descrito no caso de uso 5.3.1).

6.4 Processo Geral de Suporte à Gestão da Mudança

Para executar uma Gestão da Mudança correcta, três acções têm de estar presentes no

processo.

1. Análise – Nesta fase, a mudança tem de ser estudada e planeada de forma a perceber

qual a sua relevância e impacto na organização. Esta fase será efectuada pelo gestor

que propõe a mudança, ou caso esteja implementado um processo como o proposto pelo

ITIL [23] (Ver secção 4.2.2.3.2) será efectuada pelo CAB (Change Advisory Board). O

resultado nesta análise irá definir o risco associado à implementação da mudança,

definindo desta forma o seu futuro.

2. Implementação – Tal como o nome indica esta fase corresponderá à implementação da

mudança analisada e planeada.

3. Revisão – Nesta fase é verificado se a implementação efectuada foi bem sucedida,

podendo esta ser revista e refeita caso ocorram problemas. [4]

É importante notar que o processo proposto dá suporte a uma destas fases, nomeadamente à

fase de análise. Este dará suporte ao planeamento da mudança verificando se o que está proposto

está de acordo com as acções a efectuar dentro da organização, minimizando desta forma o risco

associado a esta e dando uma ferramenta de suporte à gestão da mudança.

A fase de análise pode ser considerada a fase mais importante deste processo. É aqui que a

mudança é analisada e planeada sendo o seu futuro definido. Desta forma torna-se necessário

minimizar o risco associado à execução da mudança. É neste contexto que o processo proposto

ganha importância, dando uma ferramenta para minimizar este problema, permitindo verificar se

todas as acções planeadas permitem atingir o propósito desenhado por aqueles que propuseram a

mudança.

Page 39: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

31

6.5 Descrição do Processo Geral de Suporte à Gestão da Mudança

A solução desenvolvida traduz-se num diagrama realizado com BPMN (Business Process

Modeling Notation). Esta notação permitiu-nos descrever de uma forma correcta a forma como o fluxo

de informação está organizado e as actividades pela qual a mudança terá de passar de forma a ser

validada. Os Anexos 1, 4, 5, 6 e 12 apresentam o processo proposto.

Esta secção explica em detalhe todas as actividades que compõem este processo.

6.5.1 Processo Geral de Suporte à Gestão da Mudança

O processo denominado como “Processo Geral de Suporte à Gestão da Mudança” (ver Anexo 1),

corresponde à base principal da nossa solução. Este processo tem como objectivo verificar se as

acções planeadas pelo gestor para implementar na organização, permitem atingir o estado desejado

por este para a organização em que se encontra.

Este processo é constituído por um caminho que vamos denominar de “normal”, ou seja,

corresponde à sequência de actividades pelas quais a mudança vai passar de forma a ser avaliada

correctamente.

Lista de

Mudanças

Pretendidas

(SHOULD_BE)

+

Validar

Alterações

Propostas+

Executar Gap

Analysis

Propor cenário

SHOULD_BE

Meta-

modelo

Final

Início

Validação Mudança

Propor nova representação

SHOULD_BE = TRUE

Rever Alterações

Propostas = TRUE

Alterações Validadas = FALSE

Alterações Validadas = TRUE

Consome

ProduzConsome

Figura 14 - Caminho normal do Processo Geral

Page 40: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

32

As actividades que compõem este caminho são:

Propor cenário SHOULD_BE: O evento “Início Validação da Mudança” leva a esta actividade,

começando assim o processo. Assim ao gestor será requisitado que faça um estudo do que pretende

atingir com a mudança a efectuar e que apresente um cenário no qual descreve um futuro ideal ao

qual almeja que a organização atinja. Esta actividade é de elevada importância porque fornece uma

base de comparação para a validação posterior, permitindo verificar a eficácia das alterações

propostas.

Executar Gap Analysis: Após ser efectuada a proposta por parte do gestor vai-se efectuar a

diferença entre os dois cenários existentes, o cenário AS_IS e o cenário SHOULD_BE, ou seja, obter

a diferença entre a realidade actual, modelada, da organização e a realidade que o gestor pretende

atingir. Esta comparação é essencial na validação das alterações propostas pelo gestor porque nos

permite verificar o que falta Hoje de forma a conseguirmos atingir o Amanhã.

Validar Alterações Propostas: Esta actividade corresponde ao culminar do processo. Aqui as

acções planeadas pelo gestor vão ser comparadas com as acções obtidas na actividade “Executar

Gap Analysis” permitindo assim verificar se o que o gestor planeou está correcto e pode avançar para

a fase de Implementação prevista no processo de Gestão de Mudança (Ver secção 5.4). Com este

processo acaba então a validação. Uma descrição mais pormenorizada é apresentada no subcapítulo

relativo a esta actividade (Ver 5.5.1.3).

Estas actividades acima descritas compõem o que denominamos por “Caminho normal”. Contudo

existem mais dois inícios possíveis para este processo. Estes ocorrem de forma a precaver situações

inesperadas e oferecer uma forma de resolução, como por exemplo a impossibilidade de representar

a mudança no modelo actual da organização (Ver secção 4.2.5 sobre problemas de actualização) e a

não consistência da realidade da organização com o cenário actual da organização, ou seja quando o

cenário AS_IS não contém a informação actualizada da organização. Desta forma introduzimos o

conceito de excepções que permitem tratar situações anómalas ao fluxo normal do processo. Estes

caminhos alternativos são compostos pelas seguintes actividades:

Page 41: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

33

Actualização do meta-modelo: Caso o gestor não consiga representar a mudança pretendida, o

evento “Impossibilidade de representar a mudança pretendida” ocorre, iniciando assim esta

actividade. Dentro desta, irá ser efectuada uma análise do problema e irá ser proposta uma forma de

modificar o modelo da organização de forma a introduzir a informação necessária para representação

da mudança (esta actividade é explicada em detalhe na secção 5.5.2). Após esta actividade finalizar

o fluxo de informação, o “Caminho Normal” é retomado executando os passos acima descritos (Ver

Anexo 1 e 2).

Update cenário AS_IS: Esta actividade ocorre após o gestor verificar que a realidade actual

física da organização não está de acordo com a realidade actual modelada da organização. Desta

forma ocorre o evento “Cenário AS_IS não corresponde à realidade” que inicia a actividade que

estamos a descrever. Esta actividade vai unicamente actualizar o modelo com a informação real.

Desta forma poderemos continuar o processo de validação executando a actividade “Executar Gap

Analysis”. O processo continua com esta actividade porque torna-se desnecessário requisitar ao

gestor uma nova proposta de um cenário futuro, visto que este nunca vai ser alterado por este desvio

do caminho normal (Ver Anexo 3).

6.5.2 Actualização do meta-modelo

Tal como explicado na secção acima, esta actividade (Ver Anexo 4) tem como objectivo resolver

uma situação anómala específica, nomeadamente a impossibilidade de representar a mudança

pretendida no modelo actual da organização. Esta situação levanta diversos problemas (ver secção

4.2.5, sobre problemas de actualização), mas traz diversas vantagens ao nosso processo, tais como:

Manutenção do modelo actual;

Aumento da percepção por parte do gestor da forma como a organização em que se insere

se organiza e como está estruturada;

Consolidação da aprendizagem da organização sobre as mudanças efectuadas sobre o seu

modelo, sobre a forma como está organizada e estruturada. Com isto é possível encontrar

mais rapidamente soluções para os problemas encontrados propondo uma solução que no

passado foi bem sucedida, trazendo assim vantagens para a organização.

Visto esta actividade ser de uma complexidade considerável, tal como efectuado em [33] vamos

propor um conjunto de roles de forma a perceber melhor as interacções inerentes a esta actividade

(ver secção 5.5.4.2). Esta é composta pelas seguintes actividades:

Page 42: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

34

Verificação Histórico: O evento “Início Actualização Meta-modelo”executa a actividade a ser

descrita aqui, ou seja “Verificar Histórico”. Esta actividade consiste na verificação do histórico

guardado pela organização, ou seja na avaliação da aprendizagem da organização de forma a

verificar se existe alguma solução para o problema encontrado. Caso não exista, o processo continua

com a actividade “Propor alteração ao meta-modelo”, caso exista então o processo continua com a

actividade “Análise da regra existente”. Esta actividade introduz um conceito muito importante para a

organização, o conceito de aprendizagem [33].

Propor alteração ao meta-modelo: Esta actividade ocorre se nos depararmos com uma

situação nunca antes ocorrida na organização, ou seja, não foi encontrada nenhuma regra de solução

para o problema existente. Torna-se então necessário recorrer à análise efectuada, estudá-la e criar

uma proposta de modificação ao modelo existente de forma a resolver o problema ocorrido. Caso a

proposta seja aceite então esse conhecimento vai ser adicionado à base de dados que gere a

aprendizagem da organização, sendo criada uma nova regra aumentando assim a aprendizagem da

organização, passando posteriormente para a análise e implementação da regra. Caso a proposta

não seja aceite então terá de ser criada uma nova proposta de forma a resolver o problema existente.

Note-se que este trabalho será desenvolvido pelo role Criador.

Análise da regra existente: Esta actividade tem como objectivo analisar a regra de solução

encontrada e verificar como pode ser usada para resolver o problema existente. No final verifica-se a

regra é válida e útil aceitando ou não a sua utilização na forma de resolver o problema. Caso seja

aceite então a actividade “Update meta-modelo” será executada. Caso não seja aceite então terá de

ser criada uma nova regra que resolva o problema encontrado.

Update meta-modelo: Tal como o nome da actividade indica, quando o processo chega a esta

actividade terá de ser feito um update ao meta-modelo permitindo mantê-lo constante com a

realidade da organização e com as necessidades desta. Chegar a esta actividade implica uma de

duas situações, primeiro que a organização já se tinha deparado com um problema semelhante e já

tinha portanto aprendido a resolvê-lo, ou então que não existia nenhuma forma de resolver o

problema existente e foi necessário desenvolver uma solução que aumentou posteriormente a

percepção desta em relação a si própria e o seu conhecimento sobre aquele problema específico.

Com o final desta actividade chegamos ao fim podendo prosseguir com a validação da mudança

garantindo que o modelo da organização nesse momento é capaz de representar aquela mudança

específica.

Page 43: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

35

6.5.3 Validar Acções Propostas

Para finalizar o processo de validação da mudança planeada, temos a actividade que

efectivamente valida as alterações planeadas pelo gestor, indicando se estas permitem atingir o

estado pretendido pelo gestor (ver Anexo 6). Com esta actividade, damos um suporte real a Gestão

da Mudança, nomeadamente à fase de Análise do processo, diminuindo a probabilidade de erro na

implementação das alterações planeadas pelo gestor. Esta actividade irá indicar as razões pelas

quais as alterações não são validadas e quais destas é que não foram validadas, permitindo ao

gestor focar-se sobre estes problemas numa fase inicial. Esta actividade propõe também a utilização

de uma base de aprendizagem por parte da organização, mantendo um registo de todas as acções

que não foram validadas e quais as soluções que foram encontradas para esses problemas,

permitindo desta forma manter um histórico das acções da organização, aumentado a percepção por

parte desta, melhorando também a capacidade de resposta por parte do utilizador e diminuindo a

probabilidade de ocorrência de erros na revisão das alterações, devido ao facto de já existirem

algumas soluções implementadas anteriormente.

Dito isto, este processo é composto pelas seguintes actividades.

Executar Validação: Esta actividade é iniciada pelo evento “Início Validação” e efectua a

comparação entre as acções obtidas na comparação entre o cenário AS_IS e o cenário

SHOULD_BE, verificando se todas as alterações propostas pelo gestor (TO_BE) resolvem todas as

diferenças encontradas. Caso todas as diferenças sejam resolvidas então o processo acaba dando

como resultado final a validação de todas as propostas do gestor. Caso existam alterações que não

estejam abrangidas pelo cenário proposto pelo gestor então passamos para a actividade “Propor

alteração da representação SHOULD_BE”. Por último caso existem diferenças que não são

resolvidas pelas alterações então será iniciada a actividade “Verificar existência de solução” que irá

procurar uma solução para o problema encontrado.

Propor alteração da representação SHOULD_BE: Para as propostas feitas pelo gestor que não

foram contempladas na realidade, que descreve o que este pretende ver a organização atingir, é

proposto uma alteração ao cenário SHOULD_BE apresentado pelo gestor de forma a contemplar

todas as alterações que não estavam previstas nesse cenário. Se esta proposta for aceite então este

processo acaba recomeçando o processo geral, nomeadamente na actividade “Propor cenário

SHOULD_BE” (ver secção 5.5.1). Caso não seja aceite, então passamos para a actividade “Propor

revisão das alterações propostas”.

Page 44: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

36

Propor revisão das alterações propostas: Visto o gestor não ter aceite a proposta de alteração

à realidade futura, então o que terá de ser revisto serão as alterações propostas. Desta forma é

proposta uma revisão a essas alterações de forma a estarem de acordo com a realidade proposta. Se

essa proposta for aceite, então a actividade “Rever alterações propostas” é iniciada e este processo

de validação (i.e. a actividade “Validar acções Propostas”) será refeito com o novo planeamento de

alterações.

Verificar existência de solução: Se se verificar a necessidade de rever as propostas de

alteração efectuadas então o processo iniciará esta actividade de forma a verificar se o conhecimento

obtido pela organização contém uma resposta para os problemas identificados permitindo uma

resolução mais expedita e optimizada dos problemas encontrados. Caso não contenha uma reposta

será necessário criar uma solução para o problema encontrado que posteriormente será adicionado

ao know-how da organização melhorando o conhecimento desta.

Rever alterações propostas: Nesta actividade o gestor analisa os problemas encontrados e

revê as propostas de alteração efectuadas de forma a que na próxima iteração do ciclo estas já

resolvam os problemas identificados.

6.5.4 Descrição dos Roles

“Roles are a separation of concerns mechanism that allows business objects to be observed from different

perspectives.” [32]

É importante notar que esta distinção entre os intervenientes no processo é importante. O

conceito de role permite decompor o sistema num conjunto de objectos de negócio capazes de

separar claramente os componentes chave e as colaborações existentes. Desta forma a

compreensão da organização é melhorada, percebendo quem executa o quê e com que

responsabilidades associadas. [32] [33]

Page 45: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

37

6.5.4.1 Actividade “Verificar existência de solução”

A actividade acima descrita (ver secção 5.5.1 ), propõe caminhos a percorrer de forma a o gestor

corrigir os problemas que o impedem de atingir o estado pretendido. Esta terá de ser dividida, de

forma a ser melhor perceptível, em diferentes roles, que serão os seguintes:

Avaliador;

Criador;

Coordenador.

O processo é iniciado pelo Avaliador, que tal como o nome indica avalia a acção não validada,

verificando o histórico com o intuito de procurar informação sobre acções passadas relativas ao

problema apresentado. Após esta verificação a acção do Avaliador termina, sendo continuada por um

dos outros dois roles propostos.

Figura 15 - Role Avaliador “Verificar existência de solução”

Page 46: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

38

Caso seja encontrada uma regra de solução anterior, o role Coordenador toma controlo e executa

a parte restante do processo, tendo por base o documento detalhado da regra de solução (ver secção

10.7. Este utiliza a regra encontrada pelo avaliador e propõe uma alteração de forma a ser uma

solução ao problema encontrado, utilizando a experiência da organização relativa a este problema.

Assim é permitida uma optimização dos recursos e diminuinda a probabilidade de erro no

planeamento, tal como descrito na secção anterior.

Caso o Avaliador, não encontre uma regra de solução, então o role Criador toma controlo. Este

analisa o problema e propõe uma regra de solução que permitirá, caso seja aceite, enriquecer a

experiência da organização relativamente a esse problema específico. Esta regra será adicionada ao

histórico da organização para utilização futura. A acção do Criador acaba neste ponto, passando

posteriormente o controlo ao role Coordenador.

Figura 16 - Role Criador “Verificar existência de solução”

Page 47: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

39

6.5.4.2 Actividade “Actualização do meta-modelo”

Nesta actividade (ver Anexo 4) verificámos que existem os mesmos três roles descritos cujo

funcionamento geral mantém-se inalterado, salvo pequenas alterações às suas funções. Assim, os

três roles são:

Avaliador;

Criador;

Coordenador.

Figura 17 - Role Coordenador “Verificar existência de solução”

Page 48: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

40

A actividade inicia-se com o Avaliador que, tal como o nome indica irá avaliar a mudança que se

pretende efectuar, e irá verificar se já existe uma solução para resolver o problema encontrado. Este,

se encontrar uma solução já existente passa então controlo ao Coordenador que irá analisá-la de

forma a verificar se esta pode ser totalmente aplicada ou parcialmente aplicada permitindo no entanto

a resolução rápida do problema apresentado. Se verificar que a regra pode ser aplicada então é feito

um update ao meta-modelo acabando esta actividade e prosseguindo o processo de validação. Se

decidir que não pode utilizar a solução então o Coordenador passa o controlo ao Criador que irá

desenvolver uma solução para o problema em mãos.

Figura 18 - Role Avaliador “Actualização Meta-modelo”

Figura 19 - Role Criador “Actualização Meta-modelo”

Page 49: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

41

Caso o Avaliador não encontre nenhuma solução na “memória” da organização, este passa

controlo ao role Criador que irá propor uma alteração ao meta-modelo. Esta será aceite ou não. Caso

não seja então o Criador terá de propor uma nova alteração que resolva os problemas existentes.

Caso seja aceite então a nova regra será adicionada à memória de organização passando

posteriormente o controlo ao role Coordenador, cujo funcionamento está descrito no parágrafo acima.

Figura 20 - Role Coordenador “Actualização Meta-modelo”

Page 50: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

42

6.6 Vantagens

A solução acima descrita ganha uma grande importância no contexto actual das organizações,

visto o investimento em ferramentas IT ter aumentado consideravelmente nos últimos anos. Estas

mudam, logo é do interesse de todos que essas mudanças corram bem e não afectem o bom

funcionamento destas organizações, permitindo uma optimização dos recursos e uma não afectação

dos serviços.

Desta forma esta solução oferece o seguinte:

Uma forma de diminuição da ocorrência de erros na fase de implementação da mudança;

Uma automatização e optimização do processo de validação da mudança;

Uma obrigação à formalização das alterações planeadas e efectuadas;

Uma forma de aprendizagem por parte das organizações;

Um aumento da percepção por parte dos intervenientes da organização em que se

inserem e do caminho que esta está a tomar.

7. Implementação

Esta secção descreve em pormenor a implementação de um protótipo que suporta o processo de

validação da Mudança descrito na secção anterior. Este produzirá algumas vistas de forma a informar

o gestor permitindo uma melhor compreensão dos resultados obtidos. Os detalhes relativos ao

protótipo e às vistas produzidas serão explicados em detalhe nesta secção.

As secções abaixo irão focar-se sobre este tema de forma a proporcionar uma melhor

compreensão.

Page 51: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

43

7.1 Protótipo

O protótipo desenvolvido tem como objectivo ser geral a qualquer organização, contudo como

aplicação prática este foi aplicado utilizando o meta-modelo KYE de forma a proporcionar-nos um

ambiente de teste fiável. Desta forma retiramos que o processo proposto como solução é

independente do contexto organizacional e pode ser aplicado a qualquer organização que o deseje.

O protótipo foi desenvolvido sobre as seguintes aplicações:

BMS – Blueprint Management System;

SA – System Architect;

Estas duas ferramentas fornecem-nos as condições necessárias para resolver os requisitos

apontados na secção 5.2.

Visto a área IT ser uma área muito vasta, e as regras pelas quais é gerida serem igualmente

vastas e dependentes da organização, foi necessário limitar a abrangência destas. Para isso a

validação das alterações propostas foi limitada apenas para os seguintes artefactos:

Aplicações;

Componentes;

Plataformas.

7.1.1 Requisitos

De forma a garantir que este protótipo seja implementado com sucesso é necessário garantir as

seguintes condições:

Os resultados obtidos através deste protótipo têm de ser o mais fiel possível;

O protótipo tem de ser extensível e configurável de forma a aumentar e modificar os

artefactos verificados;

O protótipo deve promover a fácil obtenção de resultados;

O protótipo deve promover a fácil compreensão dos resultados;

O protótipo deve ser escalável de forma a adicionar novas vistas e regras de negócio;

O protótipo deve ser independente do modelo utilizado;

O protótipo deve apresentar uma forma de representar o cenário SHOULD_BE.

Page 52: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

44

Se garantirmos o cumprimento destes requisitos esperamos que a qualidade do protótipo

desenvolvido seja assegurada.

7.1.2 Arquitectura Lógica do Protótipo

De acordo com [34] o modelo module viewtype é usado normalmente para representar as

principais unidades de um sistema. Tendo isto em atenção e aplicando os conceitos propostos por

[34] apresentamos a nossa visão da arquitectura do protótipo desenvolvido.

Figura 21 - Arquitectura Conceptual do Protótipo

7.1.2.1 Presentation Layer

A camada de Apresentação (ver Figura 22) decompõe-se nos seguintes elementos,

demonstrando as ligações entre os diferentes módulos que a constituem.

Presentation Layer

Business Layer

Scenario OrganizationData Collection

Presentation Layer

uses

Figura 22 - Camada de Apresentação

Page 53: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

45

Esta camada é constituída por dois módulos diferentes:

Data Collection;

Scenario Organization.

O módulo Data Collection é responsável por obter a informação de validação relevante contida

nos reports criados. Este módulo será posteriormente usado pelo Scenario Organization que usará

e organizará a informação retirada e produzirá cenários que permitam ao utilizador retirar ilações

sobre a validação das suas acções e o nível de maturidade destas acções.

7.1.2.2 Business Layer

A camada de Negócio (ver Figura 23) decompõe-se nos seguintes elementos, demonstrando as

ligações entre os diferentes módulos que a constituem.

Business Rules Control

Report Generation

Data Validation

Scenario Importation

Business Layer

uses

uses

uses

Figura 23 - Camada de Negócio

Page 54: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

46

Esta camada é constituída pelos seguintes módulos:

Scenario Importation;

Data Validation;

Business Rules Control

Report Generation.

O módulo Scenario Importation é responsável pela importação do cenário SHOULD_BE

apresentado anteriormente (ver secção 5.2). Este módulo oferece duas opções de inserção dos

dados relativos a esse cenário (ver secção 6.1.3). O módulo Business Rules Control gere todas as

regras de negócio necessárias para efectuar a validação das alterações. Estes dois módulos

apresentados, serão usados pela validação da mudança, processo este controlado por Data

Validation, este recolhe toda a informação necessária e faz uma análise das alterações propostas

retirando conclusões acerca dos dados apresentados. Concluindo este processo o módulo Report

Generation usa os resultados obtidos através da validação e gera os reports necessários que serão

usados na camada de Apresentação de forma a serem apresentados ao gestor.

7.1.3 Cenário SHOULD_BE

O cenário SHOULD_BE, tal como indicado anteriormente é um requisito à solução desenvolvida.

Desta forma tornou-se necessário encontrar uma forma de o representar, permitindo que este esteja

disponível para validar as alterações planeadas. Assim foi necessário alterar ligeiramente o meta-

modelo da organização, mantendo naturalmente a estrutura e ligações inter-artefactos, sendo

posteriormente desenvolvidas duas formas possíveis de inserção do cenário SHOULD_BE, estas são

as seguintes:

Reports;

Inserção directa na enciclopédia base da organização.

7.1.3.1 Meta-Modelo

Para ser possível a introdução de um cenário futuro, nomeadamente o SHOULD_BE, foi

necessário modificar ligeiramente o meta-modelo, acrescentando a cada artefacto considerado (no

nosso caso, Aplicações, Componentes e Plataformas), informação adicional.

Page 55: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

47

Esta informação adicional corresponde na realidade a uma cópia do artefacto original, ou seja, o

artefacto, por exemplo Aplicação, contém a propriedade Components e a propriedade

ComponentsSB (Ver Figura 24). Esta última corresponde ao processo ao qual o meta-modelo foi

submetido, permitindo que este consiga representar os dois cenários necessários para a execução

deste processo, o cenário AS_IS e o cenário SHOULD_BE.

Figura 24 – Exemplo de artefacto com informação SHOULD_BE

Esta solução tem associadas duas desvantagens. Obriga a uma maior ocupação de espaço físico

e a uma possível duplicação da informação. Contudo pensamos que estas são desvantagens

aceitáveis perante o cenário de optimização de tempo e recursos da organização.

Tendo pesado estas desvantagens vamos então descrever em mais pormenor estas duas formas

de inserção:

Forma de Inserção Descrição

Reports Após definirmos a forma de representação do cenário SHOULD_BE,

torna-se necessário compreender como vamos inserir esta informação

de forma a correr o processo descrito anteriormente. A primeira forma

desenvolvida é focada nas acções que o gestor pretende efectuar.

Para isso desenvolveu-se um template (ver Anexo 8) que o gestor pode

utilizar. Este depois será importado pelo protótipo.

Inserção Directa Este método é mais directo, porque implica inserir directamente os

dados na enciclopédia que define a organização

Tabela 2 - Formas de Inserção

Page 56: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

48

7.1.4 Interface Gráfica

A interface do protótipo desenvolvido é apresentada na figura seguinte. Podemos ver as duas

opções de importação do cenário.

Figura 25 - Ecrã principal do validador de alterações

Tal como apresentado na figura anterior, existem duas opções de selecção. A primeira “Validate

Should Be Actions” corresponde à importação através do report. A segunda, “Validate Should Be

Representation” corresponde à importação do cenário através do método de importação directa.

O ciclo inicia-se efectuando o processo descrito na secção 5, e após validar as opções apresenta

o seguinte ecrã.

Page 57: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

49

Figura 26 - Ecrã de selecção do tipo de organização dos resultados finais

Nesta fase da solução é oferecido ao gestor a escolha sobre a forma de visualização dos

resultados obtidos. Este depara-se com três escolhas:

1. Written Report:

2. Overall View;

3. Specific Element View.

Page 58: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

50

Os resultados, tal como o nome das opções indicam, podem ser apresentados através de:

Tipo de Output Descrição

report Para cada acção é especificado a validação/não validação da

acção e as razões para tal problema ter acontecido.

Overall View Corresponde a uma vista geral das alterações propostas pelo

gestor. Indica quais as vistas validadas e não validadas, e quais as

acções sobre os seus sub-elementos que foram validadas ou não

validadas.

Specific Element View Corresponde a uma vista específica sobre um elemento específico.

Indica se foi validado ou não, que sub-elementos usa, a acção que

se pretende efectuar sobre esse elemento e uma possível solução

para a resolução do problema encontrado.

Tabela 3 - Tipos de Output

7.2 Vistas de Gestão da Mudança

As vistas de Gestão de Mudança revolvem em torno de um conceito, o de dar suporte à validação

das alterações propostas por parte do gestor. Desta forma estas tentam explicitar de uma forma

simplista e de fácil compreensão através da classificação e agrupamento de artefactos o estado de

cada alteração, permitindo desta forma ao gestor efectuar uma gestão mais correcta, e acima de tudo

mais consciente do problema encontrado e da forma de o resolver.

Change Management Blueprints

Overall Specific Element

Figura 27 - Change Management Blueprints

Page 59: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

51

Este tipo de blueprints é segmentado em dois subtipos:

Overall View;

Specific Element View.

Os artefactos abrangidos neste tipo vista, serão todos aqueles que possam ser alterados pelas

alterações propostas pelo gestor, no nosso caso vamos apenas considerar os seguintes artefactos,

baseados no meta-modelo KYE:

Applications;

Components;

Platforms.

7.2.1 Overall View

O conceito fundamental deste tipo de blueprints é as alterações propostas pelo gestor. Esta vista

tem no topo da hierarquia de conceitos a divisão entre as acções validadas e não validadas,

permitindo assim uma primeira filtragem das alterações problemáticas. Encapsulados nestas divisões

aparecem as acções possíveis de se efectuar sobre os artefactos, nomeadamente as acções

CREATE, UPDATE e DELETE, obrigando a uma nova filtragem entre as alterações, permitindo uma

maior compreensão por parte do gestor sobre o artefacto em questão. Por último, os artefactos

específicos são organizados por categorias, ou seja, os tipos a que pertencem, como por exemplo

Applications, Components e Platforms.

Change Management Blueprints

Overall Specific Element

Figura 28 - Overall Blueprint

Page 60: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

52

7.2.1.1 Questões dominantes

Este tipo de vistas tentam resolver uma série de problemáticas, permitindo em caso de sucesso,

uma melhor compreensão do estado das alterações. Assim estas vistas abordam as seguintes

questões:

Que artefactos estão de acordo com a realidade pretendida?

Quais as razões da não validação das acções sobre determinado artefacto?

Que artefactos usam o sub-artefacto “X”?

A esta vista é aplicado um filtro de conformidade que permite verificar que acções sobre os sub-

artefactos são validadas. O filtro pinta a verde as acções que estão validadas e a vermelho as que

não estão validadas, após aplicar as regras de negócio definidas pela organização, como por

exemplo:

Para criar uma aplicação “X”, esta tem de conter pelo menos um componente. Logo esse

componente tem de ser criado também, caso não exista.

Se repararmos no exemplo apresentado (ver Anexo 9) verificamos que a aplicação DOORS é

validada porque todos os componentes que utiliza foram criados permitindo assim a sua criação,

respeitando a regra de negócio existente,

7.2.2 Specific Element View

Change Management Blueprints

Specific ElementOverall

Figura 29 - Specific Element Blueprint

Page 61: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

53

O conceito fundamental deste tipo de blueprints é uma alteração específica proposta pelo gestor.

Esta vista tem como objectivo elucidar de uma forma mais concreta o gestor sobre o estado de uma

dada instância de um artefacto da organização. Para isso esta vista tem no topo da hierarquia as

acções efectuadas sobre o artefacto, a solução proposta para resolução de problemas encontrados, e

os sub-artefactos associados a este. Esta informação permite um nível de compreensão mais

profunda por parte do gestor.

Encapsulados nestas divisões aparecem as acções possíveis de se efectuar sobre os artefactos,

nomeadamente as acções CREATE, UPDATE e DELETE, permitindo uma divisão das alterações a

efectuar ao artefacto e permitindo uma associação entre a solução para o problema e a acção que se

pretende efectuar. É também aplicado um filtro de conformidade a esta vista, pintando de verde os

elementos validados e a vermelhos os não validados, nomeadamente os sub-artefactos e as acções

a efectuar.

7.2.2.1 Questões dominantes

Este tipo de vistas tentam resolver uma série de problemáticas, permitindo em caso de sucesso,

uma melhor compreensão do estado das alterações. Assim estas vistas abordam as seguintes

questões:

Quais as acções validadas e não validadas efectuadas sobre o artefacto “X”?

Qual a solução proposta para uma acção não validada?

Qual a razão da não validação de uma acção “Y” efectuada sobre o elemento “X”?

O funcionamento desta vista é demonstrado através de dois exemplos, um de validação da acção

e outro de não validação (ver Anexo 10).

Page 62: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

54

8. Validação da Solução

A próxima secção é dedicada à explicação do método usado com o intuito de validar de uma

forma correcta a solução e o protótipo apresentados.

8.1 Contextualização

A empresa denominada Link Consulting, para além do facto de ter servido como base de suporte

ao desenvolvimento da solução apresentada, tornou-se também uma fonte segura e activa de

validação do trabalho desenvolvido.

Assim durante o período de finalização do trabalho, foram efectuadas diversas reuniões, sendo

estas integradas por elementos constituintes desta empresa de forma a verificar a validade do

processo desenvolvido. Estas sessões de brainstorming foram incrivelmente úteis para o trabalho,

proporcionando diversas refactorizações ao processo proposto e a adição de novas características de

forma a tornar o trabalho mais completo e útil para uma empresa e um gestor em geral. Podemos

observar a versão final do processo apresentado nos Anexo 1, 4, 5, 6 e 12. As principais novas

características adicionadas após estas reuniões resumem-se a:

Definição de roles que definirão as características do sujeito que efectua essas

actividades;

Adição de aprendizagem da organização.

Organização

Avaliador

Coordenador

Criador

Documento

detalhado da

regra de

solução

Base de

Dados de

acções de

resolução

Solução aceite?

Regra de solução encontrada

Análise

alteração não

validada

Propor update

das alterações

planeadas

Adicionar regra

ao histórico

Propor regra de

solução

Verificação

Histórico

Proposta

de

alteração

Início Verificação

de solução

Fim

Produz

Consome

Não

Sim

Não

Sim

Produz

Utiliza

Figura 30 - Resultado final após validação

Page 63: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

55

8.2 Método utilizado na validação

A metodologia utilizada na validação desta solução é constituída por duas fases distintas, ambas

apoiadas pelo protótipo desenvolvido, estando estes testes limitados aos artefactos considerados no

desenvolvimento do protótipo. Contudo é de notar que este processo almeja validar toda a

informação modelada da organização.

As fases planeadas, descritas nas secções 7.2.1 e 7.2.2 aplicam, respectivamente, casos de

teste fictícios e um caso real, desenvolvido pela Link Consulting.

8.2.1 Casos de teste fictícios

Na primeira fase, foram desenvolvidos casos de teste fictícios, não correspondendo a nenhuma

situação real estudada. Esta fase tem como vantagem a despistagem de possíveis erros no

desenvolvimento do protótipo garantindo desta forma a completude e veracidade nos resultados que

apresenta. Garante também a validação de pequenos casos de forma a permitir uma melhor

compreensão dos resultados obtidos.

Desta forma vamos apresentar dois casos distintos, apresentados no anexo 11, que

correspondem respectivamente às seguintes acções:

Criar uma aplicação;

Criar uma aplicação e modificar outra.

É de notar que apesar da aparente simplicidade dos casos apresentados as acções propostas

contém um nível de profundidade complexo, sendo necessário interagir com diversos artefactos

distintos, como por exemplo, Componentes, Plataformas e Projectos. Tornando este caso muito mais

complexo. As tabelas apresentada em baixo apresentam todas as acções efectuadas nos dois casos

de teste, não mencionando os artefactos, relacionados com as acções que se pretende efectuar, que

não têm projectos associados.

Page 64: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

56

Action Type Name Project

CREATE Application Doors Project 1

CREATE Component Comp 1 Project 2

CREATE Platform Plat 1, Plat 2, Plat 3

and Doors

Project 3

UPDATE Platform Office 2007 SP1 Project 4

UPDATE Component Doors Integration and

Excel Exploratory

Project 5

DELETE Component EA Client Project 6

Tabela 4 - Acções associadas ao caso de teste relativo à criação de uma aplicação

Action Type Name Project

CREATE Application App X Project 1

UPDATE Application App Y Project 2

DELETE Platform Plat 3 Project 3

DELETE Component Comp 1 Project 4

Tabela 5 - Acções associadas ao caso de teste relativo à criação de duas aplicações

Page 65: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

57

8.2.1.1 Resultados obtidos

Os casos definidos tiveram de ser importados para o System Architect de forma a correr o

processo proposto.

Vamos então especificar para os dois casos apresentados os resultados obtidos.

Criação de uma aplicação e alteração de outra

Após os dados relativos a este teste terem sido importados para o SA o protótipo foi executado.

Validou os resultados e deu a opção ao gestor de gerar blueprints de forma a facilitar a compreensão

dos resultados obtidos. Assim para iniciar decidimos gerar um Overall View Blueprint de forma a ter

uma melhor noção do estado geral do que está planeado. O blueprint gerado foi o seguinte:

A partir daqui concluímos que as acções planeadas por cima das duas aplicações não foram

validadas, sendo insuficiente o que está planeado. Desta forma vamos mais fundo na nossa

compreensão acerca do porquê desta não validação, gerando respectivamente os blueprints Specific

View dos elementos em questão, nomeadamente o App X e o App Y.

Figura 31 – Acções não validadas na criação de uma aplicação e alteração de outra

Page 66: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

58

Daqui retiramos que não existe nenhum projecto que crie os componentes 2 e 3, impedindo

assim a criação da aplicação X. Este resultado respeita a regra de negócio definida que afirma que

uma aplicação não pode ser criada sem ter nenhum componente existente associado. Este blueprint

propõe também uma solução para o problema encontrado, sugerindo que seja adicionado um

projecto que crie os artefactos em questão, neste caso os componentes 2 e 3.

Figura 32 - Specific View App X

Figura 33 - Specific View App Y

Page 67: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

59

Tal como vimos anteriormente para a App X, a App Y tem os mesmos problemas, com a

diferença que ocorrem em mais componentes. Assim a solução prevê-se igual.

É então proposta ao gestor uma alteração aos projectos propostos. De seguida ele volta a

executar a actividade “Executar Gap Analysis” descrita na secção 5.5.1. Voltamos a pedir que seja

gerado o Overall View blueprint que nos devolve o seguinte resultado:

Observando este blueprint retiramos que pelo menos um dos problemas encontrado foi resolvido,

sendo que os projectos propostos agora suportam a criação da App X sem problemas. Contudo

verificamos que a App Y ainda não foi validada. Voltamos a gerar o blueprint (ver figura 33) e

notamos que os mesmos problemas se mantêm, excepto para os componentes 2 e 3. É então

proposto ao gestor uma nova alteração aos projectos planeados. De seguida ele volta a executar a

actividade “Executar Gap Analysis” descrita na secção 5.5.1. Voltamos a pedir que seja gerado o

Overall View blueprint que nos devolve o seguinte resultado:

Figura 34 - Acção criar validada na criação de uma aplicação e alteração de outra

Figura 35 - Acções validadas na criação de uma aplicação e alteração de outra

Page 68: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

60

Com a geração deste blueprint o processo acaba permitindo ao gestor pôr em produção o que

está planeado.

Criação de uma aplicação

Após os dados relativos a este teste terem sido importados para o SA, o protótipo foi executado.

Validou os resultados e deu a opção ao gestor de gerar blueprints de forma a facilitar a sua

compreensão dos resultados obtidos. Assim para iniciar decidimos gerar um Overall View Blueprint

de forma a ter uma melhor noção do estado geral do que está planeado. O blueprint gerado foi o

seguinte:

Da análise da imagem anterior retiramos que os projectos propostos pelo gestor são suficientes

para criar a aplicação pretendida. Verificamos que existem algumas acções (ênfase nas setas

vermelhas) efectuadas sobre componentes e plataformas que não foram validadas mas essas

ocorrências não invalidam as acções que se pretendem efectuar, neste caso a criação da aplicação

Doors.

8.2.2 Caso real

A aplicação de um caso real corresponde à segunda fase definida da validação da solução. Esta

fase impõe um grau de seriedade e consistência diferentes da que a primeira fase impõe, devido ao

facto de ser aplicado a uma situação real, desenvolvida pela Link Consulting. Isto permite verificar, ou

não, tudo o que foi afirmado.

O caso escolhido corresponde há alteração de diversos componentes, aplicações e plataformas

utilizadas pelo Banco Espírito Santo (BES). As acções efectuadas sobre estes artefactos estão

definidas pela imagens 37, 38 e 39 e pela tabela 6.

Figura 36 Acções validadas na criação de uma aplicação

Page 69: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

61

Figura 37 - Acções efectuadas sobre os artefactos

Figura 38 - Ligações entre os diferentes artefactos

Page 70: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

62

Action Type Name Project

CREATE Application TCI, Gestor de Imagem Project

CREATE Component A1, A2, A3. A4, A5, A6, A7, A8, A9. A10, A11, A12, A13,A14, A17, I1, I2, I3, I4, I5, LN1, LN2,

LN3, LN4, LN5, LN6, LN7, LN8, LN9, L10, LN 13

Project

UPDATE Application DPO, BESnet Particulares, BESnet Negócios, NPT, Posto de Trabalho Balcão

Project

UPDATE Platform Flex View, Bank View, COBOL/CIC5/CB2, PackBase, EAI TIBCO, File Broker

Project

DELETE Platform ISU Project

Tabela 6 - Acções associadas ao caso real

Figura 39 - Tipo dos artefactos

Page 71: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

63

8.2.2.1 Resultados obtidos

Após os dados relativos a este teste terem sido importados para o SA, o protótipo foi executado.

Validou os resultados e deu a opção ao gestor de gerar blueprints de forma a facilitar a sua

compreensão dos resultados obtidos. Assim para iniciar decidimos gerar um Overall View Blueprint

de forma a ter uma melhor noção do estado geral do que está planeado. O blueprint gerado foi o

seguinte:

Figura 40 - As acções criar relativa aos componentes são validadas, o resto não é: Overall View

Page 72: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

64

Daqui conclímos que temos de rever o projecto de forma a validar as acções efectuadas sobre as

plataformas que são modificadas, tal como as acções sobre as aplicações criadas e modificadas.

Desta forma utilizamos o Specific Element View blueprint para tentar perceber melhor o que se

passava com os elementos problemáticos.

Deste blueprint concluímos que não existe nenhum projecto que modifique a aplicação BESnet

Negócios, de forma a passar a utilizar os componentes A13 e A14. É de notar que este procedimento

foi executado para todos os elementos problemáticos, sendo todos os problemas encontrados

resolvidos. De seguida foi efectuada nova validação, seguindo os passos da solução apresentada.

Voltámos a gerar um blueprint do tipo Overall View e o resultado obtido foi o seguinte:

Figura 41 - Specific View App BESnet Negócios

Page 73: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

65

Aqui podemos observar que já são poucas as acções não validadas. Assim vamos aplicar o

mesmo procedimento que foi efectuado anteriormente de forma a resolver os problemas encontrados,

e o resultado obtido foi:

Figura 42 - Acções quase validadas: Overall View

Page 74: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

66

Após esta última iteracção concluímos que a forma como o projecto está estruturado permite

atingir os objectivos pretendidos, podendo desta forma passar para a fase de produção. É de notar

que este objectivo foi atingido em três iteracções do processo apresentado.

Page 75: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

67

8.2.3 Conclusões

Após ser efectuada a validação do processo podemos retirar certas conclusões, algumas delas já

apregoadas anteriormente na apresentação da solução.

Primeiro percebemos que o facto de a organização “aprender” com todas as decisões tomadas

facilita o esforço e o tempo dedicados pelo gestor ao planeamento de uma qualquer mudança a

efectuar na organização. Isto ocorre devido há existência de uma proposta de solução para o

problema encontrado utilizando as experiências anteriores como referência. Segundo concluí que a

geração de blueprints permite um nível de compreensão muito superior, facilitando a resolução dos

problemas encontrados. Estes dois factos são muito importantes para o aumento do self-awareness

permitindo que o gestor conheça de uma forma muito mais complexa e profunda a organização em

que se insere, nomeadamente a forma como está organizada.

Para finalizar concluímos que a forma como este processo se adapta a novas situações

corresponde ao que tínhamos previsto, permitindo acompanhar a organização na sua evolução ao

longo do tempo.

Page 76: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

68

9. Conclusões

A importância da Gestão da Mudança é hoje em dia um conceito cada vez mais aceite na

realidade empresarial. Percebemos que esta temática, se bem empregue e implementada, permite

uma optimização da componente IT da organização e uma redução significativa dos custos

associados a uma alteração dentro da realidade da organização.

Para atingir estes objectivos foram desenvolvidas diversas teorias, nomeadamente na

componente humana e organizacional. Visto termos concluído que a componente humana tinha

associadas diversas teorias, sendo algumas delas apresentadas no trabalho relacionado desta tese,

decidimos enveredar por um caminho mais relacionado com a componente organizacional. Nesta

área encontrámos apenas uma teoria, actualmente com algum grau de maturação, nomeadamente a

o processo de Gestão de Mudança apresentado pelo ITIL.

Durante a pesquisa efectuada sobre esta matéria, percebemos que o processo proposto pelo ITIL

era direccionado a um género de mudança mais complexo e expansivo, deixando alguma liberdade

para alterações mais pequenas, ou seja, não tão importantes. Assim, utilizando todo o conhecimento

adquirido na pesquisa efectuada, foi possível propor um processo que permita preencher o espaço

que o ITIL decidiu não preencher. Este vazio, na minha opinião é importante para que, cada vez mais,

uma organização consiga funcionar de uma forma mais correcta, optimizando as suas acções,

limitando cada vez mais a margem de erro, a margem de guess work que ainda assola os gestores

de hoje em dia.

Outra conclusão retirada deste estudo foca-se no facto de que diversas mudanças propostas não

serem bem executadas e que as representações criadas da organização ficam sit on the shelf, não

sendo actualizadas nem trabalhadas ao longo do tempo, o que leva a concluir que o conhecimento

dos colaboradores da organização é limitado. Procura-se melhorar esta vertente com o processo

proposto, dando possibilidade a todos os elementos de fazerem sugestões sobre a informação que

pensam ser essencial.

Page 77: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

69

Gostava de salientar que o que proponho trabalha directamente com a informação presente na

componente modelada da organização, algo que raramente vi expresso nas teorias apresentadas

durante a pesquisa que efectuei. Este facto permite introduzir um grau de exactidão elevado,

associado ao facto de a validação das alterações efectuadas ser feita de uma forma automática,

sendo unicamente pedido ao stakeholder que insira a informação necessária para validar as acções

planeadas, nomeadamente o cenário que este pretende atingir e as alterações que este pretende

efectuar. Outro aspecto que considero muito importante, é o processo de aprendizagem que foi

adicionado a este processo. Penso que este factor permite dar um passo importante na

materialização de um bom processo de mudança, elevando este conceito a um nível superior. O facto

de a organização aprender com as suas acções, erros e experiências melhora a gestão de mudança

efectuada por esta sobre esta, sendo refinada cada vez mais à medida que o tempo passa.

Contudo penso que o trabalho necessita de maturação, de mais validações e de mais esforço no

sentido de limar algumas arestas. Verifica-se também que está criada a base da solução para alguns

problemas de uma temática complexa, sendo necessário dar continuidade ao trabalho desenvolvido.

9.1 Trabalho Futuro

O foco deste trabalho centrou-se na criação de uma forma para validar a planificação do gestor

de uma forma automática e que garantisse um certo nível de segurança aquando a passagem dos

projectos para produção.

Contudo percebemos que este processo pode ser melhorado de diversas formas. Do ponto de

vista da optimização consideramos que o facto de a actividade de gap analysis ser efectuada sempre

que uma alteração é efectuada aos projectos é claramente prejudicial à rapidez do processo. Desta

forma acredito que o processo pode ser estudado e melhorado de forma a eliminar esta deficiência.

Outro aspecto, que penso ser muito relevante, foca-se na tarefa de aprendizagem proposta. Esta

foca-se na experiência passada, como na avaliação das acções que foram implementadas

correctamente. Penso que com algum estudo esta tarefa pode ser incrementalmente melhorada,

permitindo no futuro ser associado uma componente de proposta de solução juntando a experiência

anterior com uma avaliação do problema actual, permitindo desta forma melhorar consideravelmente

o processo.

Page 78: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

70

10. Referências

1. Tan, C C. The Theory and Practice of Change Management . Asian Business & Management.

Março de 2006, pp. 153-155.

2. Reh, F. John. Manager. About.com. [Online] 20 de Maio de 2008. [Citação: 13 de Novembro

de 2008.] http://management.about.com/od/policiesandprocedures/g/manager1.htm.

3. Nelson, Kate e Aaron, Stacy. Change Management No Longer Optional for Clients.

Management Consulting News. [Online] [Citação: 13 de Novembro de 2008.]

http://www.managementconsultingnews.com/articles/aaron_nelson_change.php.

4. Bray, Alec. The Enterprise Change Process. s.l. : Telelogic, 2008.

5. van Bon, Jan, et al. Foundations of IT Service Management Based on ITIL v3. Zaltbommel :

Van Haren Publishing, 2007. ISBN 978 90 8753 057 0.

6. Ewton, Zane. Change Management Theories: Models of change. Associated Content. [Online]

02 de 09 de 2006.

http://www.associatedcontent.com/article/56933/change_management_theories.html?cat=3.

7. Six Change Approaches - Kotter and Schlesinger. Value Based Management. [Online] 25 de 03

de 2008. http://www.valuebasedmanagement.net/methods_kotter_change_approaches.html.

8. Kotter's 8-Step Change Model. Mind Tools. [Online] 27 de 08 de 2008.

http://www.mindtools.com/pages/article/newPPM_82.htm.

9. Cellars, Tara. Change Management Models: A Look at McKinsey's 7-S Model, Lewin's Change

Management Model and Kotter's Eight Step Change Model. Associated Content. [Online] 10 de 05 de

2007.

http://www.associatedcontent.com/article/237685/change_management_models_a_look_at.html?page

=2&cat=3.

10. Havelock, Ronald G. Guiding Change in Special Education: How to Help Schools with New

Ideas and Practices. s.l. : Corwin Press, 2003. ISBN 0761939652, 9780761939658.

Page 79: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

71

11. Towards Organizational Self-awareness - A Methodological Approach to Capture and

Represent Individual and Inter-Personal Work Practices. Vicente, David Miguel Rolo. 2007.

12. Zacarias, Marielba, et al. Towards Organizational Self-Awareness: An Initial Architecture and

Ontology. [autor do livro] Peter Rittgen. Handbook of Ontologies for Business Interaction. s.l. : Idea

Group Inc (IGI), 2007.

13. Making Sense of Enterprise Architecture as Tools of Organizational Self-Awareness (OSA).

Magalhães, Rodrigo, Zacarias, Marielba e Tribolet, José.

14. Vernadat, F. Enterprise modeling and integration: principles and applications. s.l. : Springer,

1996. ISBN 0412605503, 9780412605505.

15. Zachman, John A. Enterprise Arcthitecture: The Issue of the Century. Database

Programming and Design Magazine. 1997.

16. Pangaro, Paul. Organizational Modeling Defined - PANGARO Incorporated:. PANGARO

Incorporated. [Online] Organizational Modeling Defined - PANGARO Incorporated:.

http://www.pangaro.com/PI-Brochure/org-modelling-briefly.html.

17. Smith, E. What is Enterprise Modelling? Wisegeek. [Online] http://www.wisegeek.com/what-is-

enterprise-modelling.htm.

18. Perks, Col e Beveridge, Tony. Guide to Enterprise IT Architecture. s.l. : Springer, 2003. ISBN

0387951326, 9780387951324.

19. Group, The Open. Structure of the TOGAF Document. The Open Group. [Online]

http://www.opengroup.org/architecture/togaf8-doc/arch/chap01.html#tag_02_03.

20. The Zachman Framework Populated with Baseball Models. Bahill, Terry, Botta, Rick e

Daniels, Jesse. s.l. : Journal of Enterprise Architecture, 2006.

21. Directory, ITIL and ITSM. The Itil & ITSM World. What is ITIL? [Online] ITIL and ITSM

Directory, 30 de Maio de 2007. http://www.itil-itsm-world.com/what.htm.

22. van Bon, Jan. Introduction to ITIL. s.l. : The Stationery Office, 2005. ISBN 0113309732,

9780113309733.

Page 80: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

72

23. Change Management - Introduction and Objectives. ITIL- IT Service Management. [Online]

OSIATIS S.A. .

http://itil.osiatis.es/ITIL_course/it_service_management/change_management/introduction_and_object

ives_change_management/introduction_and_objectives_change_management.php.

24. Applying Business Process Modeling To Organizational Change. Mendes, Ricardo, et al.

25. An Approach for Creating and Managing Enterprise Blueprints: A case for IT Blueprints.

Pereira, Carla, et al.

26. AS_IS Organizational Modeling - The problem of its dynamic management. Castela, Nuno e

Tribolet, José.

27. Representação AS_IS em Engenharia Organizacional. Castela, Nuno e Tribolet, José.

28. Um perfil para modelação de Arquitecturas dos Sistemas de Informação. Vasconcelos,

André, Sousa, Pedro e Tribolet, José.

29. Osvalds, Gundars. Use of UML 2.0 Diagrams for Systems Architecture Modeling. 2009

Embarcadero Technologies, Inc. [Online] http://conferences.embarcadero.com/article/32216.

30. Hewlett-Packard. ITIL Essentials for the IT Service Management. [Document] s.l. : Hewlett-

Packard Compay and Quint Wellington Redwood, 2001.

31. Tavassoli, Dominic. Five CIO Challenges Addressed by Better Change Management. [Paper]

s.l. : Telelogic, March 2008.

32. A Role-Based Framework for Business Process Modeling. Caetano, Artur, et al.

33. GOD-theory for organizational engineering: continuously modeling the coninuous

(re)Generation, Operation and Deletion of the enterprise. Aveiro, David, Silva, António Rito e

Tribolet, José.

34. Clemens, Paul, et al. Documenting Software Architectures: Views and Beyond. s.l. : Addison-

Wesley, 2003. ISBN: 0201703726, 9780201703726.

Page 81: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

73

11. Anexos

11.1 Anexo 1: Processo de validação (Ciclo Geral)

Lista de

Mudanças

Pretendidas

(SHOULD_BE)

+

Validar

Alterações

Propostas

+

Actualização do

meta-modelo

+

Executar Gap

Analysis

Update

cenário AS_IS

Propor cenário

SHOULD_BE

Meta-

modelo

Cenário AS_IS não

corresponde à realidade

Impossibilidade de

representar a

mudança pretendida

Final

Início

Validação Mudança

Propor nova representação

SHOULD_BE = TRUE

Rever Alterações

Propostas = TRUE

Alterações Validadas = FALSE

Alterações Validadas = TRUE

Modelo

actualizado

Produz

Consome

ProduzConsome

Figura 43 - Ciclo Geral de Validação

Page 82: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

74

11.2 Anexo 2: Processo de validação (Excepção não é possível representar a mudança)

Figura 44 - Excepção (caso não seja possível representar a mudança)

+

Actualização do

meta-modelo

Propor cenário

SHOULD_BE

Meta-

modelo

Impossibilidade de

representar a

mudança pretendida

Modelo

actualizado

Produz

Consome

Page 83: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

75

11.3 Anexo 3: Validação (Excepção cenário AS_IS não representa à realidade)

Lista de

Mudanças

Pretendidas

(SHOULD_BE)

+

Executar Gap

Analysis

Update

cenário AS_IS

Cenário AS_IS não

corresponde à realidade

Produz

Figura 45 - Excepção (caso o cenário AS_IS não esteja alinhado com a realidade)

Page 84: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

76

11.4 Anexo 4: Actualização do meta-modelo

Organização

Criador

Coordenador

Avaliador

Documento com

alterações a efectuar

ao

meta-modelo

Adicionar proposta

de regra ao histórico

Proposta aceite?

Solução aceite?

Regra de solução

encontrada?

Verificação

Histórico

Propor

alteração ao

meta-modelo

Análise da

regra existenteUpdate

meta-modelo

Meta-

modelo

Início actualização

meta-modelo

Fim

Proposta aceite

Não

Consome

Consome

Sim

Sim

Sim

Não

Produz

Não

Sim

Consome

Produz

Figura 46 - Processo de Actualização do meta-modelo

Page 85: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

77

11.5 Anexo 5: Gap Analysis

2ª Fase

Lista de

Mudanças

Pretendidas

(SHOULD_BE)

Comparar

Cenários

Cenário

SHOULD_BECenário

AS_IS

FimInício Gap Analysis

Produz

ConsomeConsome

Figura 47 - Gap Analysis

Page 86: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

78

11.6 Anexo 6: Processo de validação da mudança

Validação das alterações

+

Verificar existência

de solução

Lista de

Mudanças

pretendidas

(SHOULD_BE)

Conjunto de

alterações já

planeadas

(TO_BE)

Propor alteração da

representação

SHOULD_BE

Aceite?

Alterações planeadas permitem

executar mudança pretendida?

Aceite?

Gerar Blueprint

Report

Propor revisão

das alterações

propostas

Rever

alterações

propostas

+

Executar

validação

Proposta

de

alteração

Regras de

Validação

Fim

Alterações Validadas = FALSE

Fim

Executar gap analysis

Fim

Rever alterações

Fim

Alterações Validadas = TRUE

Início Validação

Consome

Produz

Utiliza

Não

Sim

Alterações planeadas

não permitem atingir o estado pretendido

Consome

Sim

Consome

Alterações não contempla

das no cenário SHOULD_BE

Não

Sim

Figura 48 - Processo de validação da mudança

Page 87: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

79

11.7 Anexo 7: Documento detalhado da regra de solução

O histórico que apoia a organização no tratamento de acções não validadas deve conter um

conjunto de informações que considero importantes para no futuro compreender a origem da situação e

a forma da resolução encontrada. Assim as informações que consideramos relevantes são:

Informação Nota

Alteração não validada Nome da alteração não validada

Razões Descrição detalhada das razões da não

validação dessa alteração

Actores Intervenientes da análise, resolução e

proposta e respectiva função

Data de Resolução Datas relevantes na resolução da alteração

Solução encontrada Descrição detalhada da solução encontrada

Tabela 7 - Informação que compõe o documento detalhado

Page 88: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

80

A informação aqui apresentada contribui de diversas formas a uma aprendizagem cada vez maior

por parte da organização e dos gestores que a constituem. Com a informação aqui apresentada,

proposta por [33], podemos obter informações relativas a:

Alteração não validada: Disponibiliza informações relativas ao tipo de comportamento

disfuncional que ocorreu, permitindo uma maior contextualização e percepção do problema em

si;

Razões: Descreve as razões da ocorrência de uma não validação. Esta informação permite

uma maior compreensão sobre as razões desta ocorrência, permitindo acrescentar notas

informativas (ex: adição de um novo departamento à organização não é validado devido ao

facto de aumentar consideravelmente a burocracia da organização);

Actores: Stakeholders que participam no processo de análise, resolução e proposta de

solução ao problema encontrado. Esta informação permite introduzir uma forma de

responsabilização pelas acções propostas.

Data de resolução: Introduz o conceito de tempo às alterações adicionadas ao histórico,

garantindo uma timeline o que permite uma melhor compreensão das regras adicionadas

melhorando consequentemente a compreensão das decisões tomadas pela organização

permitindo que as decisões sejam conscientes;

Solução encontrada: A descrição da solução apresentada servirá posteriormente para

optimizar a resposta da organização a um problema igual ou semelhante, permitindo uma

resposta rápida ao problema encontrado.

Page 89: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

81

11.8 Anexo 8: Template utilizado para importação de cenário SHOULD_BE

Foi criado um novo tipo de importação que utilizará um novo ficheiro que representará o estado

SHOULD_BE. A imagem seguinte mostra um template desse mesmo ficheiro:

Action Type Name Subtype Values

Tabela 8- Template SHOULD_BE

Qual a semântica associada à estrutura deste ficheiro?

O template que define a estrutura, consiste na categorização da representação que o gestor

pretende ver implementada na organização. Este ficheiro irá definir o estado que o gestor pretende que

a empresa atinja após as alterações definidas. Assim a coluna “Action” definirá a acção a executar

(sendo esta uma das seguintes: CREATE, UPDATE ou DELETE), a coluna “Type” corresponderá ao

tipo do elemento que se pretende alterar (dentro do contexto do projecto, visto que é este artefacto

que, no KYE metamodel, permite efectuar alterações à estrutura da organização). Esta coluna poderá

definir propriedades do tipo:

Business Process;

Applications;

Components;

Platforms;

Informational Entities;

Projects;

Repository.

A coluna “name” corresponderá, tal como o nome indica, ao nome do artefacto. A coluna “subtype”

corresponde ao tipo dos sub-elementos do artefacto, cujo nome será preenchido com os valores

definidos em “values”.

Apresentamos como exemplo o seguinte cenário SHOULD_BE.

Page 90: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

82

Figura 49 - Exemplo de cenário SHOULD_BE

Page 91: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

83

11.9 Anexo 9: Exemplo Overall View

Components used by elements

Aligned Elements Not Aligned Elements

Actions

Components

Platforms

Actions

DeleteUpdateCreate

Applications

DeleteUpdateCreate

Components

Components

Applications

Platforms

Components

Applications

Platforms

Components

Applications

Platforms

Components

Applications

Platforms

Applications

Platforms

Components

Applications

Platforms

Office 2007 SP1

DOORSPlatform 4Platform 3

Component 2Component 1

Excel

Exploratory

Module

EA ClientDOORS

Integration

EA Client

Excel

Exploratory

Module

DOORS

Integration

Component 2Component 1

DOORS

Figura 50 - Exemplo Overall View

Page 92: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

84

11.10 Anexo 10: Exemplos Specific View

Figura 52 - Exemplo de uma acção não validada

Component Component 1

SubComponents

Action

Platforms

Solution Proposed

Components

Applications

Platform 3

Assign a project

CREATE

Page 93: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

85

Figura 53 - Exemplo de uma acção validada

Application DOORS

SubComponents

Components

Action

Solution Proposed

Platforms

Applications

Component 2Component 1

Excel

Exploratory

Module

EA ClientDOORS

Integration

Assign a project

CREATE

Page 94: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

86

11.11 Anexo 11: Casos de teste fictícios

Figura 54 - Caso de teste: Criar uma aplicação

Page 95: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

87

Figura 55 - Caso de teste: Criar uma aplicação e modificar outra

Page 96: Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas ...€¦ · Suporte à Gestão da Mudança usando Arquitecturas Empresariais Rodrigo de Barros Horta Dissertação para obtenção

88

11.12 Anexo 12 : Verificar existência de solução

Organização

Avaliador

Coordenador

Criador

Documento

detalhado da

regra de

solução

Base de

Dados de

acções de

resolução

Solução aceite?

Regra de solução encontrada?

Análise

alteração não

validada

Propor update

das alterações

planeadas

Adicionar regra

ao histórico

Propor regra de

solução

Verificação

Histórico

Proposta

de

alteração

Início Verificação

de solução

Fim

Produz

Produz

Consome

Não

Sim

Não

Produz

Utiliza

Figura 56 - Processo de verificação de existência de solução