Tagmar - Livro Dos Reinos 2.1.3 - Media Resolucao

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    Crditos & LicenciamentoCrditos & LicenciamentoCrditos & LicenciamentoCrditos & Licenciamento

    AutoresAutoresAutoresAutoresMarcelo Rodrigues, Eduardo Baldur Wagner, Eduardo Turini Ribeiro, Thiago Perez Moreira, Pablo AngelyMarques Coimbra, Stefano Guimares Giusini, Luigi de Menezes Piccolo, Claudiney Martins, Nelson Rodrigues,

    Peter Luiz a.k.a. Primordial The Only, Mrcio Conrado A. dos Santos, Marcos Vinicius Lopes.

    IlustraesIlustraesIlustraesIlustraesRoberto de Macedo Soares Leite

    Mapa de TagmarMapa de TagmarMapa de TagmarMapa de Tagmar

    Alan Emmanuel Oliveira dos Santos

    CapaCapaCapaCapa

    Alan Emmanuel Oliveira dos Santos

    CoordenaoCoordenaoCoordenaoCoordenaoMarcelo Rodrigues, Renato Curty, Stefano Guimares Giusini, Nelson Rodrigues

    PublicaoPublicaoPublicaoPublicaoPublicado pelo Projeto Tagmar 2 em 24/5/2006 e disponvel para download gratuito em www.tagmar2.com.br

    VersoVersoVersoVerso2.1.3

    LicenciamentoLicenciamentoLicenciamentoLicenciamentoEste material foi adaptado do livro Tagmar RPG de Aventura Medieval 1991 de autoria de MarceloRodrigues, Ygor Moraes Esteves da Silva, Julio Augusto Cezar Junior e Leonardo Nahoum Pache de Faria; e estlicenciada de acordo as seguintes condies: Atribuio-Uso No-Comercial-Compatilhamento pela mesmalicena 2.5 Brasil

    Voc pode:

    Copiar (por qualquer meio, incluindo fotocpias), imprimir, distribuir, exibir e executar a obra. Criar obras derivadas.

    Sob as seguintes condies:

    Atribuio. Voc deve dar crdito ao autor original.Uso No-Comercial. Voc no pode utilizar esta obra com finalidadescomerciais.Compartilhamento pela mesma Licena. Se voc alterar, transformar, oucriar outra obra com base nesta, voc somente poder distribuir a obraresultante sob uma licena idntica a esta.

    Para cada novo uso ou distribuio, voc deve deixar claro para outros os termos da licena desta obra.

    Qualquer uma destas condies pode ser renunciada, desde que Voc obtenha permisso do autor.

    Este licenciamento segue um padro obra aberta e est registrado pela seguinte licena da Creative Commons:http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/br/ com validade legal no Brasil e por muitos outros pases.

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    ndice1 INTRODUO ..................................................................................................................................5

    1.1 Como utilizar O Livro dos Reinos ..............................................................................................51.2 Como voc pode ajudar no Projeto Tagmar 2 ............................................................................5

    2 PRLOGO ......................................................................................................................................63 OS REINOS ..................................................................................................................................133.1 Levnia............................................................................................................................... 133.2 Ludgrim.............................................................................................................................. 203.3 Eredra ................................................................................................................................ 273.4 Verrogar ............................................................................................................................. 343.5 Dantsem............................................................................................................................. 443.6 Marana............................................................................................................................... 553.7 Luna ..................................................................................................................................663.8 Portis ................................................................................................................................. 723.9 mien ................................................................................................................................ 803.10 Abadom..............................................................................................................................893.11 Acordo................................................................................................................................953.12 Plana................................................................................................................................ 1023.13 Filanti............................................................................................................................... 1083.14 Conti ................................................................................................................................ 1173.15 Azanti............................................................................................................................... 1253.16 Calco................................................................................................................................ 1313.17 Cidades-Estado.................................................................................................................. 1393.18 Porto Livre ........................................................................................................................ 150

    4 CRONOLOGIA .............................................................................................................................. 1585 EPLOGO ................................................................................................................................... 160

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    1111 IntroduoIntroduoIntroduoIntroduoSeja bem-vindo, nobre leitor, ao fantstico mundode Tagmar. Voc possui em mos o primeirovolume de nossa ambientao expandida: O Livrodos Reinos. Nas pginas que se seguemapresentaremos toda a vastido do Mundo

    Conhecido, com seus reinos, cidades, florestas,montanhas e diversos outros locais fantsticos quesempre povoaram a imaginao dos bravosaventureiros.

    1.11.11.11.1 Como utilizar O LivroComo utilizar O LivroComo utilizar O LivroComo utilizar O Livrodos Reinosdos Reinosdos Reinosdos Reinos

    Este livro foi desenvolvido atravs de um trabalhocoletivo, segundo as diretrizes bsicas do ProjetoTagmar 2, e est dividido em trs partes.

    Primeira PartePrimeira PartePrimeira PartePrimeira ParteA primeira parte deste livro trs um pequeno contointrodutrio: a histria de Kerdal, um bravosacerdote de Crisagom que, juntamente com seuamigo escriba, resolve escrever a histria do mundono qual vive, utilizando como fonte suas prpriaslembranas. Ele serve como porta de entrada paraesse fascinante mundo; uma singela demonstraodos perigos que voc, leitor, poder enfrentar.

    Segunda ParteSegunda ParteSegunda ParteSegunda ParteA segunda parte formada pelo cerne deste

    trabalho: as descries dos reinos. Um verdadeirotratado sobre todas as naes de Tagmar,composto de riqussimos detalhes. As descriesdos reinos esto divididas em:

    IntroduoIntroduoIntroduoIntroduoUm panorama geral de aspectos como localizaogeogrfica, clima, terreno e toda a histria do reino,incluindo sua fundao, principais acontecimentos esua atuao durante a passagem da Seita.

    GovernoGovernoGovernoGovernoAqui temos a descrio da forma de governo doreino, seu cenrio econmico e suas relaes comoutros reinos.

    Histria RecenteHistria RecenteHistria RecenteHistria RecenteUm relato da situao atual do reino. Principaisproblemas, empreendimentos e acontecimentos.

    Os Povos dos ReinosOs Povos dos ReinosOs Povos dos ReinosOs Povos dos ReinosO modus-vivendida sociedade. Quais raas habitamsuas terras, qual sua relao e importncia para oreino e seus principais costumes e tradies.

    Principais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais deInteresse.Interesse.Interesse.Interesse.Aqui esto descritos todas as principais cidades,fortes, montes, florestas e outros locais dedestaque do reino.

    Principais PersonagensPrincipais PersonagensPrincipais PersonagensPrincipais PersonagensMini-biografias das personalidades maisimportantes dos reinos. Sua influncia, principaiscaractersticas e feitos marcantes.

    Rumores e IntrigasRumores e IntrigasRumores e IntrigasRumores e IntrigasAs famosas informaes conseguidas em tavernas.Alguns rumores, boatos e intrigas que circulam pelaboca dos plebeus e nobres do reino.

    Obs.: esta seo destinada ao Mestre de Jogo, efoi desenvolvida com o intuito de gerar idias para

    aventuras. Portanto, desaconselhamos a leituradesta seo pelos jogadores.

    Terceira ParteTerceira ParteTerceira ParteTerceira ParteEncerramos este livro com o eplogo do contointrodutrio. O desfecho da vida e da obra denossos dois heris.

    Bem, agora com voc. Basta virar a pgina epenetrar nesse fantstico e intrigante mundochamado Tagmar. E prepare-se! Pois a emoo e aaventura o aguardam!

    1.21.21.21.2 Como voc pode ajudarComo voc pode ajudarComo voc pode ajudarComo voc pode ajudarno Projeto Tagmar 2no Projeto Tagmar 2no Projeto Tagmar 2no Projeto Tagmar 2

    O Projeto Tagmar 2 responsvel por manter edesenvolver esta nova verso do RPG Tagmar. Todotrabalho feito por um processo de criao coletivaonde um grupo grande de pessoas trabalhavoluntariamente para desenvolver os livros.

    Gostaramos de convidar voc, leitor, a participardesta nobre misso. Sua colaborao muitoimportante e pode ser feita de duas formas:

    E-mail: se voc tem sugestes/crticas paraeste livro ou para algum outro livro do Tagmar2, mande um e-mail para ns. Veja os e-mailsdisponveis em:http://www.tagmar2.com.br/EntreEmContato.aspx

    Participe do Projeto: se voc gosta deescrever regras, criar novas criaturas ouaventuras, gosta de escrever textos deambientao, ou ainda tem vocao paradesenhar, entre para o Projeto Tagmar 2 eparticipe mais ativamente da construo de umRPG. Entrar para o projeto fcil (e gratuito!),basta seguir as instrues em:http://www.tagmar2.com.br/ComoParticipar.aspx

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    2222 PrlogoPrlogoPrlogoPrlogoEra o ano de 1450 aps o grande cataclismo queabalou todo o mundo Conhecido, e no importava oque fizssemos, o frio parecia aumentar a cadaminuto. J era a terceira vez que Eurid tentava emvo avivar o fogo da lareira, remexendo a lenha

    com um atiador de ferro. Entretanto, as chamasfracas teimavam em desaparecer por entre amadeira, fugindo da ponta de ferro como crianasbrincado de esconder. Eurid deu um longo suspiro earremessou o atiador com fora contra o cho depedra, fazendo o barulho ecoar por toda a sala.

    Os escribas so conhecidos por possurem umapacincia inabalvel, Eurid Falei em tomsarcstico, enquanto cobria meus ombros comalgumas peles de urso, as enrolando como sefossem um casulo.

    Perdoe-me senhor, mas creio que no teremos ocalor do fogo como companheiro esta noite respondeu Eurid, deixando escapar um leve ruborao caminhar em direo a sua mesa de trabalho. O inverno nessa parte de Ludgrim extremamenteferoz.

    J fazia meses que estvamos trabalhando juntos.Eu ditava enquanto Eurid escrevia, e como eleescrevia. Diversos rolos de pergaminhos j haviamsido levados para serem copiados, e umaquantidade ainda maior empilhava-se ao p damesa, com muitos ainda por vir.

    Eurid remexeu a tinta do frasco com a ponta dapena para desfazer uma fina crosta de gelo que

    havia se formado. Retirou um pergaminho novo deum cesto de palha e o esticou sobre a mesa,preparando-se para escrever. No entanto, algo lheveio mente e ele me olhou intrigado, recolocandoa pena no frasco de tinta.

    Perdoe-me senhor comeou Eurid, me olhandocom o cenho franzido mas os ltimos escritos quelevei deixaram as pessoas um pouco confusas.Muitos pensavam que a Seita Bankdi havia surgidoem Verrogar, e no na Levnia. Isto certo?

    Eurid no era como os outros escribas, que apenasescreviam o que lhes vinha aos ouvidos, sem a

    menor preocupao ou interesse sobre o queestavam registrando. Ele lia e refletia sobre todasas minhas palavras, e argumentava, como ummagistrado em busca da veracidade no testemunhode um criminoso. E eu gostava daquilo.

    Este um erro comum procurei falar comsolenidade, enquanto apertava ainda mais a pele deurso contra meu prprio corpo. Muitos realmentepensam assim, mas a verdade que os primeirosaparecimentos da Seita se deram no reino daLevnia, e em pouco tempo, todo o mundosucumbiu ao seu poder.

    Eurid me olhava com ar interrogativo, com suas

    feies transbordando dvidas. Ele j ouvira comotodos em Ludgrim e em outros reinos as histriassobre a Seita e sua passagem por Tagmar.

    Entretanto, nunca da boca de algum que de fatoparticipou daquelas batalhas, algum que houvesseenfrentado as flechas envenenadas, cortado carnebankdi e estado ao lado do Mais Sbio. Eu fiz todasestas coisas, e sabia que minhas palavras pesavammais que as dos outros.

    Levantei e caminhei at a janela destravando a

    tranca para abri-la. Uma rajada de vento entrousem o menor pudor, como se houvesse sidoconvidado, preenchendo toda a sala da torre comseu ar glido que fazia o frio penetrar fundo nosossos. As partes expostas do meu corpo ardiamcomo brasa, queimando quando tocadas pelo vento.Mas valia o sacrifcio. Do alto daquela torre erapossveis ver toda a cidade de Donatar, e toda aextenso de terra mais alm, com seus montes deflorestas verdes e cumes brancos, que formavamvales, por onde rios serpenteavam at no poderemmais ser vistos.

    Senti os movimentos de Eurid e me virei para

    encar-lo. Ele estava ajoelhado em frente lareiraremexendo a madeira com o atiador, em mais umatentativa de aquecer nossos corpos. Olheinovamente em direo aos vales de Ludgrim eestremeci com mais uma rajada de vento.

    Eurid, largue isso e venha para continuarmos otrabalho. O movimento da escrita ir aquec-lo.

    Mas Kerdal, e o senhor? Perguntou o escriba,com uma preocupao que me pareceu genuna. No est com frio?

    Sim, estou respondi, ajeitando as peles sobremeus ombros. Mas essa pele de urso ir aquecer

    meu corpo, e minhas lembranas aquecero minhaalma.

    Eurid sentou-se mesa remexendo novamente apena no frasco de tinta e rompendo uma novacrosta de gelo que havia se formado.

    Sobre o que escreveremos hoje, senhor?Perguntou Eurid, displicente, enquanto enumeravaos pergaminhos.

    Sobre o comeo do fim da Seita, Eurid.

    Como assim, senhor?

    Olhei novamente os extensos vales, com suasrvores e rios, e beijei com ternura e reverncia osmbolo de Crisagom que sempre carregavacomigo.

    Falaremos hoje, Eurid, de quando as coisasrealmente comearam a mudar. De quando aesperana retornou aos coraes dos homens,iniciando o fim das foras infernais. Falaremos hoje,da Batalha dos Mil Mrtires, e de como foirecuperada a Pedra Negra, nossa grande armacontra a dominao dos Prncipes Demnios.

    Eurid me olhou espantado, mas logo se ocupou aescrever, e eu, como que em um transe, mergulhei

    em minhas lembranas, enquanto o som rabiscadoda pena arranhando o pergaminho era substitudo

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    por sons de conversas e discusses. De repente, oar ficou tremendamente quente e abafado.

    ***

    Andreus desenrolou o mapa da cidade de Zanta emcima de uma pesada mesa e apoiou seu elmo emuma das pontas do mapa, duas manoplas emoutras duas e uma lamparina na ponta restante. Asala era terrivelmente pequena, na verdade, era acozinha de uma casa abandonada, cujo dono haviafugido ou morrido em meio ao caos. Ela estavaapinhada de gente, todos paladinos de Crisagom,com suas armaduras, armas e escudos. ComoAndreus, estvamos cansados e sujos, e poucos dens haviam dormido mais que uma hora ou duas,de cada vez, nos ltimos trs dias de batalhas. Ecomo os soldados que aguardavam do lado de forada casa, estvamos beira da exausto completa.

    Estiquei o pescoo na esperana de obter algumvislumbre do mapa, mas tive de me contentar emapenas ouvir o que nosso lder dizia.

    Os malditos bankdis esto por toda parte, enossos batedores avistaram reforos chegando poraqui, aqui e aqui ele apontava no mapa os locaisem que o inimigo estava, e embora eu noconseguisse ver, percebi que estvamosperigosamente cercados.

    Logo no incio, possuamos uma grande quantidadede soldados, entre homens do rei, sacerdotes epaladinos de Crisagom, mas tivemos muitas baixasnos primeiros ataques, com muitos de nossosirmos caindo vitimas de flechas envenenadas.Agora, contvamos com pouco mais de milsacerdotes e nenhum soldado do reino. O prpriorei Juliam havia morrido no primeiro confronto, aotentar salvar seu filho de um cerco bankdi.

    Nosso nico objetivo recuperar a Pedra Negra a voz de Andreus soou alto acima dos murmriosde aprovao. Mas no ser fcil, pois ela deveestar muito bem protegida.

    E como iremos ach-la, senhor? perguntouCavam, transferindo seu olhar do mapa para os

    olhos de nosso mestre. H milhares de malditosdemonistas l fora!

    Muitos soldados murmuraram concordando eolharam para Andreus vidos por uma respostasegura e convincente. Cavam alm de ser osegundo em comando era um guerreiroexperiente e leal aos preceitos de Crisagom, sendosuas palavras sempre muito bem aceitas. Havamosnos conhecido quando ainda ramos novios, aoconstrumos juntos um pequeno tempo do outrolado do vale norte, e nossa amizade apenas sefortaleceu com o passar do tempo.

    Como eu disse, essa tal de Pedra Negra deveestar muito bem protegida respondeu Andreuscom um sorriso forado. De forma que devemos

    procur-la onde houver a maior concentrao depoder do inimigo. Ou seja: onde estiver o LordeInfernal, l estar a pedra.

    Os guerreiros apinhados na sala se entreolharam,buscando uns nos outros uma boa objeo paraaquela loucura. Contudo, o argumento de Andreusfazia sentido, e todos fizeram um sinal pedindo a

    proteo do deus da justia para a batalha queestava por vir, inclusive eu.

    Olhei para Tango, que estava ao meu lado, e ele meretribuiu o olhar com um sorriso. Targo era omelhor guerreiro que eu conhecera, com quase doismetros de altura, impressionava por suainteligncia e raciocnio rpido. Fora ele quem metreinara, e a ele era grato por ter salvado minhavida uma dzia de vezes.

    Senhor, com todo o respeito uma voz vinda dooutro lado da sala atraiu nossa ateno. Era um

    jovem rapaz, ordenado paladino havia pouco

    tempo, cujo nome no me lembro. Os homensesto falando em se render. O exrcito inimigo quase cinco vezes maior que o nosso e j dominoua maior parte da cidade. No podemos vencer e...

    Vencer? Quem falou em vencer, garoto? Andreus reagiu irado. Quando vi os malditosrompendo nossas defesas e passando aos milharespelos portes da cidade soube que no poderamosvencer. Isso no tem nada a ver com vitria, tem aver com lutar por um ideal, honrando nossos votose promessas. Se falharmos, no haver maisTagmar.

    Mas ento... O jovem ficou plido e fitou o

    mestre da Ordem de Crisagom com um olharincrdulo. O que o senhor pretende fazer?

    Andreus olhou cada rosto naquela sala, e eu sentiuma incrvel fora quando seus olhos encontraramos meus. Ele deu um longo e profundo suspiro eretirou as duas manoplas que apoiavam o mapa.

    Fui um devoto de Crisagom a minha vida inteira.Justia, honra, bravura, disciplina e estratgia, sopreceitos que sempre estiveram comigo recomeou Andreus, calando as manoplas de ferro. J carregava suas palavras na boca e sua espadanas mos antes mesmo de me tornar um homem. E

    mais uma vez tenho a oportunidade de fazer ajustia valer nessas terras, e no pretendodesperdi-la. Um homem pode esperar a vida todapor um momento como este e nunca chegar a ele.Alguns simplesmente ficam velhos e doentes,morrendo em alguma cama fedorenta. Ns vamosmorrer jovens e fortes, e eu no gostaria que fossede outra forma.

    Mas ns podemos sair da cidade, ir para asmontanhas da cordilheira de Keiss...

    Venham para fora, andem! No vou gastar salivacom vocs!

    Andreus prendeu a bainha de sua espada na cinturae pegou o elmo na mesa, caminhando com passoslargos em direo a porta. Na rua havia cerca de

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    mil guerreiros seguidores de seu deus. Estavamtodos sujos a cansados, com bandagens enroladasem cortes. Mas mesmo em um estado deplorvel,no pareciam derrotados, e esse pensamentotrouxe lgrimas aos olhos de Andreus, fazendo comque suas palavras sassem em jorros de fria.

    Sou Andreus Tonar e todos me conhecem. Sou o

    mestre da Ordem de Crisagom e, assim comovocs, estou morrendo de medo. Gostaria de estarem uma confortvel casa a beira de um lago, comuma boa mulher e filhos. Sei que poucas coisas somais importantes do que sonhos, famlia e osprazeres da carne. Contudo, algumas coisas so, eesse conhecimento o que nos torna homens.

    Eu estava a poucos metros atrs de Andreus, edaquela posio, pude ver lgrimas brotar nos olhosde uma dzia de soldados e, para minha surpresa,nos meus tambm. Andreus desceu a pequenaescada da casa e infiltrou-se no meio da multido,de onde tomou flego para que sua voz chegasse

    ntida a todos os ouvidos. Irmos, no h necessidade de adiar o inevitvel.Juntem os homens, todos em posio paraatacarmos a maior coluna do exrcito inimigo.Quem quiser ir embora, que v, com a minhabeno. Encontrem outra vida em algum lugar eno ousem dizer que um dia lutaram por Crisagom.Os que ficarem, quero todos perfilados aqui,fazendo uma barreira com os escudos com, nomnimo, vinte homens de profundidade. Lutaremosaqui, na rua principal da cidade de Zanta, pois issonos dar bastante espao e as casas ao redorimpediro que os malditos nos flanqueiem. Agora

    vo! E que Crisagom esteja com vocs Ele bateucom o punho cerrado contra o peitoral de ferro e,logo em seguida, projetou o brao para frente,como se desse um soco no ar, enquantopronunciava o grito da Ordem de Crisagom: Honrae Fora!, sendo acompanhado por centenas devozes. Depois de uma hora estvamos todos ali:sujos, cansados e em menor nmero. Mas prontospara esmagar nossos inimigos.

    Eu estava na primeira fila quando o exrcitodemonista surgiu no incio da rua principal que davapara o castelo de Zanta. O castelo havia sidoconstrudo no alto de uma colina e ns nos

    posicionamos a menos de um quilmetro de seusmuros, para termos a vantagem de lutar na partealta da cidade. De onde eu estava podia ver otamanho do exrcito inimigo, uma verdadeira hordade demonistas que preenchia toda a extenso darua. E ainda brotavam mais, a cada minuto, comose sados do cho, vindos das profundezas dosplanos infernais.

    Ao meu lado direito estava Cavam, meu melhoramigo, e no meu flanco esquerdo, Targo, meututor. No conseguia pensar em melhorescompanhias com quem dividir carcaas bankdis.

    Quando nos avistou, o exrcito inimigo hesitou e,aps um breve soar de uma corneta, paroucompletamente a cerca de quinhentos passos de

    distncia. Um homem careca, com o corpo pintadode vermelho e nu at a cintura, se adiantou.

    Seus vermes gritou o homem, com o dedopercorrendo nossas fileiras. Vocs no passam deporcos imundos e suas mes de cadelas miserveis.Todos vocs morrero hoje e eu oferecerei seuscorpos ensangentados ao meu senhor.

    Aquilo era claramente uma provocao, mas,obedientes, nenhum de nossos homens seadiantou, respondeu ou atacou. Vendo que suaspalavras estavam sendo jogadas ao vento, odemonista comeou a pular e a uivar como umanimal, rodopiando e proferindo palavres.

    Suas lnguas apodrecero, suas tripas criarovermes e seus olhos ficaro pretos. Vocs assistiroao estupro de suas mulheres e ao assassinato deseus filhos, e tudo o que apreciam nesse mundoser destrudo. Ele cuspiu em nossa direo e seurosto se contorceu em um sorriso macabro. Voltou

    caminhando lentamente para as suas fileiras, ondefoi ovacionado como um heri.

    Olhei assustado para Cavam e ele me deu algunstapinhas nas costas para espantar meu temorbvio. Retribui com um aceno de cabea e, aps umlongo suspiro, comecei a entoar um de nossoscnticos preferidos nos cultos a Crisagom: ACano da Justia, sendo seguido pelas vozes detodos os bravos guerreiros de Crisagom que lestavam.

    Desde aquele dia at hoje nunca mais ouvi essacano cantada por guerreiros, e nunca mais ouvito bem cantada do que naquele trecho da rua

    principal de Zanta. ramos poucos, mas ramos osmelhores guerreiros de Crisagom. No havia emnossas fileiras um homem fraco sequer, e apenaspoucos eram jovens. A maior parte era deguerreiros experientes, endurecidos pela guerra efortalecidos pela f. No havia um homem ali emquem no pudssemos confiar, e cuja coragemfosse fraquejar por algum momento. Embora eufosse o nico meio-elfo nas linhas de batalhas,nunca fui discriminado, ramos todos irmos e eume sentia em casa. Cantvamos para aplacarnossos temores e dvidas, e para abafar a zombariado inimigo. E como cantamos naquele dia.

    A cano terminou com um urro feroz. Senti-meterrivelmente bem disposto como se as bnos deCrisagom estivessem comigo, e eu no era o nico,pois mesmo antes desse urro terminar, Targo tinhacaminhado para fora de nossa formao desafiandoos inimigos. Os chamou de ces do inferno, cuspiuem suas honras e os convidou a sentir o peso desua espada. Uma corneta soou to alto por de trsdas linhas inimigas que me fez estremecer. Cavamtocou o meu brao e eu dei um salto para o ladocom o susto. Ele riu de mim e ps a mo em meuombro, chegando seu rosto mais prximo de meuouvido para que sua voz no fosse abafada pela

    corneta estridente. Kerdal, saiba que foi um prazer e, acima de tudo,uma honra lutar ao seu lado. Ele se afastou e

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    desembainhou a espada. E antes que eu pudesseprotestar contra suas palavras agourentas, todos osguerreiros ao meu redor desembainharam suasespadas, e o grito de Andreus me fez olhar parafrente. O inimigo, enfim, estava avanando.

    No demorou muito para as duas foras seencontrarem, e durante o primeiro embate, dezenas

    de corpos bankdis ganharam o cho. O exrcitoinimigo podia ser grande e era mas nochegava perto de nossos guerreiros em habilidademilitar. Matvamos com facilidade e logo nossoavano foi interrompido por uma coluna de corposque se amontoavam sob nossos ps. A mistura desangue e terra tornara o terreno lamacento eescorregadio, de forma que eu tive de me apoiarpor duas vezes em Cavam para no cair e serpisoteado por meus prprios companheiros.

    Eu estava golpeando com minha espada de cimapara baixo num frenesi involuntrio, e meu braocomeou a ficar dormente devido ao cansao. No

    agentaria aquele ritmo por muito tempo. Naquelemomento, percebi que era exatamente esse o planodo inimigo: eles tinham um exrcito fraco, de modoque matvamos sem dificuldade, mas a proporoera absurdamente desigual, com cerca de cincoinimigos para cada um de ns. E assim quecansssemos, seriamos engolidos por um mar dedemonistas.

    Tentei forar passagem para frente, em direo aAndreus, mas no consegui dar mais de trspassos. Gritei para que recuassem, mas ningumme deu ouvidos. E porque dariam? Estvamosmatando e vencendo, mas indo para uma

    armadilha.Foi ento que ele apareceu. O Lorde Infernal empessoa surgiu de trs de seu exrcito, brandindouma maa-de-armas gigantesca, com sua armaduranegra que cobria todo o corpo. O prprio Demnioera quase quatro vezes maior que Targo, e cadapasso seu cobria trs metros com facilidade,fazendo-o avanar com velocidade em nossadireo.

    O primeiro golpe foi arrasador, derrubando trs denossos guerreiros. O demnio rompeu nossasdefesas com facilidade e cada golpe com sua maa-

    de-armas derrubava trs ou quatro homens de umas vez, e ele avanava como um cozinheiroenxotando os ratos de sua cozinha.

    Vi quando Andreus direcionou sua coluna desoldados para bloquear o caminho do Demnio. Erauma manobra difcil, mas os guerreiros a realizaramcom eficincia e disciplina exemplar, movendo-secomo se fosse um s corpo.

    Um homem com o rosto pintado tentou me espetarcom sua lana, mas a desviei com meu escudo e ocortei por baixo, fazendo-o cair. Cavam completouo trabalho furando seu pescoo antes quelevantasse. Outro demonista veio ao meu encontro

    brandindo um martelo e, mais uma vez, seu golpese perdeu em meu escudo. No entanto, essehomem era bem mais rpido que o primeiro e eu

    no consegui desviar o golpe que pegou em cheio oflanco direito do meu elmo. Um barulhoensurdecedor ressoou em meu ouvido me deixandoparcialmente surdo. Senti o sangue escorrer pelomeu pescoo e avancei como um animal em direoao infeliz que me feriu. Meu dio era tanto que ocortei trs vezes depois que j estava morto.

    Targo gritou algo que no pude entender e meempurrou para o lado esquerdo com suas mosenormes. Vi o Lorde Demnio proferir palavrasestranhas, com sua voz grossa e tripla, como semais de uma alma cada habitasse aquele corpoinfernal. Um instante depois houve uma grandeexploso nas fileiras frente, e uma chuva de fogoe pedras caiu sobre nossas cabeas. Uma misturade fumaa e poeira encobriu minha viso e eupensei que o inferno deveria ser daquele jeito. Umanuvem cinza-avermelhada pairava baixo e um forteodor de enxofre me fazia tossir. Homensmoribundos gemiam em volta e feridos imploravam

    por uma ajuda que no viria. Ouvi um dos paladinosgritando ordens para seus homens e mais a frente,outro gritava tentando reunir seus companheiros.Sem dvida, aquilo era o inferno.

    Caminhei cambaleante por entre os corposprocurando um rosto conhecido, mas no encontreinenhum, e a fumaa comeava a se dispersarquando me vi cercado por um nmero crescente desacerdotes. Todos haviam se separado de seusrespectivos lideres em meio ao caos que se seguiu exploso, e minha armadura entalhada com osmbolo da Ordem de Crisagom que denunciavaminha posio de comando atraia os homens de

    menor patente acostumados a seguir ordens,fazendo com que me rodeassem como moscas nomel.

    Juntos! gritei para organizar o grupo. Emlinha, em linha!

    Esse grito foi para direcionar os sacerdotes para umgrande grupo de demonistas que surgiu morroabaixo, correndo e gritando; era cerca de trs vezesmaior que o nosso, mas ao nos ver parou, afinal,portvamos armaduras completas e nosso olhartransbordava dio e violncia.

    Ataquem! gritei, percebendo a indeciso do

    inimigo.Soltei um grito de guerra e lancei-me morro abaixo.No pensei que seria uma luta fcil, mas o terror doinimigo era to evidente, que estava na hora deaumentar esse terror.

    Gritvamos correndo em direo a chacina. Era umgrito de vitria, feito propositalmente para causar omedo num inimigo j abalado. Os demonistas aindaeram em maior nmero, mas estavam sem flego esem moral.

    Perfurei o peito de um homem e cortei o brao deoutro. Brandia minha espada de um lado para

    outro, como se estivesse abrindo caminho em umamata fechada. Nesse tipo de investida no httica, apenas um deleite insano em massacrar os

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    inimigos. Matvamos e nos delicivamos com omedo nos olhos deles, enquanto sua retaguardafugia em completo desespero.

    Eles ainda poderiam ter nos derrotado, pois seunmero era muito maior, mas difcil lutar subindoum morro, e nosso ataque sbito havia derrubadoseu nimo. Alm disso, muitos demonistas estavam

    alucinados, numa espcie de transe. Um homemalucinado luta bem na vitria, mas na derrota entraem pnico rapidamente. Paramos e deixamos osque sobraram fugir. No havia necessidade de noscansarmos correndo atrs do inimigo, pois tnhamosvencido e para provar isso, ficamos em p sobreseus corpos e muitos metros do cho a nossa frenteestavam cobertos com seu sangue.

    Retirei o elmo amassado pelo golpe do martelo esenti minha cabea latejar e minha viso escurecer,cambaleei e fui amparado por um dos sacerdotesque agora me seguiam.

    O senhor est bem? perguntou-me um deles. Estou bem. Foi s uma tontura.

    O senhor perdeu muito sangue, precisadescansar.

    Descansarei quando tivermos vencido, rapaz respondi, esforando-me para levantar. No podiademonstrar fraqueza, no agora, e meus amigosprecisavam de ajuda.

    Minha viso estava turva e eu mal conseguiadistinguir os vultos ao meu redor. Tentei seguir emfrente guiando-me pelos sons da batalha, masminhas pernas me traram e cai de joelhos no choensangentado. Percebi uma silhueta enorme,cercada por variais outras menores, vindo emminha direo. Tive certeza de que eram os outrospaladinos de Crisagom confrontando o LordeInfernal, e usei a espada como apoio para ficar dep e ir ajud-los. De repente, um forte claro surgiuem minha frente e uma nova exploso mearremessou metros para trs. Bati com o rosto nocho e um gosto de ferro me veio boca. Com umesforo sobre-humano coloquei-me de pnovamente e mais vultos apareceram ao meu lado.Fui tomado pro uma alegria indescritvel e umanova onda de otimismo invadiu minha alma fazendo

    meu corpo estremecer. Essas novas silhuetaspossuam asas, e luzes envolviam seus corpos,alm de portarem armas brilhantes. Eram osenviados sagrados de meu deus, portadores de suahonra e sua bravura, e sua apario em meio aocaos fez meu corpo empertigar de orgulho. Voaramcom velocidade em direo figura gigantesca ecomearam imediatamente a atac-la.

    Minha viso aos poucos foi se normalizando e eupude, enfim, avaliar nossa real situao. O que vifez meu corao saltar quase saindo pela boca: oLorde Infernal estava cado no cho com dezenasde enviados golpeando-o freneticamente. Terrveis

    estrondos ressoavam do cu pressagiando umatempestade, e dezenas de relmpagos desciam comferocidade terra, chocando-se diretamente com o

    Lorde Demnio, atrados para ele pelo poder divino.H alguns metros atrs, cerca de cem sacerdotesformavam uma barreira de escudos para bloquear ocaminho entre a parte baixa da cidade e o localonde estava cado o Lorde Demnio, de onde umanova turba de demonistas vinha em auxilio ao seusenhor. Estes sacerdotes estavam protegendo

    tambm a nica passagem para o lado leste dacidade, alguns feridos e a Pedra Negra que CavamSEGURAVA! Com a queda do Demnio ele haviaconseguido recuperar a pedra e quando vi o temidoartefato nas mos de meu melhor amigo, corri emsua direo e ele me recebeu com um abraoapertado. Seu ombro estava sangrando e o corpode Andreus jazia sem vida ao seu lado. Notei umadzia de outros paladinos mortos e o dobro deferidos ao redor, e Targo estava agonizando entreeles. Ajoelhei-me ao seu lado e segurei sua cabea.Sua boca tremia, seus olhos reviravam-se e eleapertava a barriga com fora para que suas tripasno sassem atravs de um corte que ia de uma

    ponta a outra de seu abdmen. Kerdal... ele tentou dizer-me algo, mas sua vozsaiu baixa, quase como um miado.

    Calma amigo apressei-me em dizer, segurandosua mo com fora. No se esforce. Descanse evoc ficar bem.

    Ele tentou falar novamente, mas dessa vez noemitiu som algum. Meus olhos se encheram delgrimas e eu no pude conter o choro. Targo haviasido meu tutor e devia minha vida a ele, noentanto, agora quando ele mais precisava, eu nadapodia fazer. Mais uma vez ele tentou falar, seu

    corpo se contorceu com um espasmo e, logo emseguida, ficou completamente imvel.

    Adeus, velho amigo. Que Crisagom o receba comtodas as bnos e honras dignas de um verdadeiroheri. Sussurrei em seu ouvido, abraando seucorpo e chorando como uma criana.

    Cavam tocou meu ombro com ternura e pude ver opesar em seus olhos. Ele esticou uma das mostremulas e estendeu-me a Pedra Negra. Era umaesfera perfeita, do tamanho do punho de umhomem, e no parecia ser to poderosa quantodiziam.

    Guarde-a, Kerdal falou-me. Voc deve lev-lapara um local seguro. Deve lev-la para o GrandeSbio, ele saber o que fazer. Eu vi um grupo desacerdotes com voc, eles podero escolt-lo parafora de Azanti.

    Mas e voc, vem comigo?

    Ele fez um gesto para os sacerdotes que aindaformavam uma frgil coluna na rua principal deZanta para proteger nossa posio.

    Voc pode ir, e pode levar a pedra disse Cavam,peremptrio.

    Perdoe-me senhor, mas se vamos embora,teremos de sair agora gritou um dos sacerdotes

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    que havia ouvido nossa conversa. O exrcitodeles est se preparando para atacar novamente.

    Eu no posso ir, Kerdal Falou, apontandonovamente para os homens perfilados. Algumtem de ficar e guiar suas almas atravs dos portesde Cruine. Seu ombro estava cortado e suaarmadura intil, mas no havia escolha. Andreus

    estava morto, Targo tambm, e quase mil dosnossos irmos haviam perdido suas vidas lutandocontra o exrcito demonista e seu senhor. Ele era onovo mestre da Ordem de Crisagom.

    Eu posso ficar falei, com os olhos transbordandolgrimas.

    No seja imbecil, rapaz! Voc no pode lutar comesse ferimento na cabea, alm disso, preciso dealgum de confiana para manter a pedra emsegurana. V Kerdal, por mim.

    Cavam me deu um abrao to forte que quasepartiu minhas costelas. Ainda relutante, fiz areverencia de nossa ordem e girei nos calcanhares,mas antes que partisse, Cavam segurou meu brao.

    Tome. Leve isso tambm ele entregou-me umamuleto de ferro, com um smbolo estranhoentalhado na parte frontal.

    O que isso? perguntei.

    A chave para fora da cidade respondeu Cavam,com uma piscadela. Lembra daquele pequenotemplo do outro lado do vale?

    Sim.

    Quem bom. Agora v, e que Crisagom o guie e oproteja.

    Mas o que tem o templo? perguntei curioso.

    V! rosnou Cavam Ande!

    Olhei no fundo de seus olhos e corri em direo aoporto leste, seguido pelos sacerdotes que agoraformavam minha escolta.

    Parei a cem passos e virei-me para olhar pelaltima vez meu amigo. O vi ocupar seu lugar nasfileiras e um homem ofereceu-lhe um escudoamassado na ponta. Ele pegou o escudoagradecendo com um gesto de cabea. Prendeu a

    correia do escudo no brao esquerdo edesembainhou sua espada. O que havia sobrado doexrcito inimigo estava se organizando ao p dacolina para um novo ataque.

    Um dos sacerdotes que me escoltava gritou. Olheirpido e vi que estvamos sendo atacados. O grupoavanou em cima dos novos inimigos edesembainhei minha espada, pronto para abrirfendas nos corpos de mais demonistas. Toquei oamuleto que Cavam me dera em busca de maiscoragem e minha viso escureceu, voltando aonormal poucos segundos depois. No entanto, euno estava mais em Zanta. Estava a muitos

    quilmetros ao norte, em frente ao templo queCavam e eu havamos construdo. Ento, entendi oque Cavam pretendia ao me presentear com o

    amuleto. Era um item mgico, que me transportoupara onde no havia perigo. Ele realmente era achave para fora da cidade. Da porta do templo,pude ver ao longe a cidade de Zanta, com suasmuralhas apinhadas de demonistas e milharesainda entravam sem parar. Certamente, todos sobseus muros iriam morrer.

    Entrei caminhando devagar no pequeno templo.Muitas recordaes vieram a minha mente e meurosto ficou encharcado de lgrimas, salgadas comminha dor. Fiz uma reverncia e ajoelhei-me emfrente ao altar em runas, j fazia anos que noentrava naquele templo. Rezei pelas almas perdidasnaquela tarde. Pelas vidas de Andreus, de Cavam,de Targo, do rei Juliam, de seu filho, dos sacerdotesque compuseram minha escolta e deram-me achance de usar o amuleto, e dos milhares de irmosque morreram por Crisagom e por Tagmar. Todasessas mortes no seriam em vo, pois eu tinha umanova misso: encontrar o Grande Sbio.

    ***

    Pela expresso de perplexidade de Eurid soube quemais uma vez havia deixado que meus devaneiospassassem dos limites. Notei tambm que ele poucohavia escrito de tudo o que eu tinha narrado, haviaparado de escrever, provavelmente para prestarateno a todos os detalhes de minha histria.Pensei em chamar sua ateno, mas no o fiz. Seeu conhecia bem meu companheiro escriba, ele selembraria de cada palavra e poderia escrev-las

    depois.

    Mas e a, senhor? perguntou-me, como os olhosarregalados transbordando curiosidade. Quem, ouo que, eram de fato as criaturas aladas? Comoderrotaram o Lorde Infernal? Como vocs venceramesse ltimo exrcito?

    Calma! No vencemos e no foi o ltimo respondi secamente. Mas isso j assunto paraum outro dia, rapaz. H ainda muita coisa a serrelatada e, conseqentemente, escrita por voc. svezes tenho a impresso de que precisaramos demuitos anos para que voc escrevesse tudo o que

    eu tenho a contar. Portanto, fique calmo, teremosainda bastante tempo para mais detalhes. Podemoscontinuar essa histria uma outra hora. Agora, vocprecisa de uma boa noite de sono, e eu, de umaorao.

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    3333 Os ReinosOs ReinosOs ReinosOs Reinos3.13.13.13.1 LevniaLevniaLevniaLevniaViver na Levnia como viver sob as areias de umgrande mistrio ancestral e perigoso. Isso faz comque a vida l nunca seja uma experinciaentediante.

    Alvim Maltarabi, Guia do Deserto de Blirga.

    A Levnia limitada ao norte por Abadom, a oestepelo mar, a leste por Verrogar e mien e ao sul porLudgrim sendo sua fronteira natural o rio Aurim.Um reino que possui em sua maioria clima rido,semi-rido e desrtico. O sul e o leste, prximo amien, porm, possuem um clima mais ameno,com pradarias e savanas. O sul ainda banhado pelo rio Aurim, o que favorecemuito a agricultura, sendo sua margemnorte muito frtil.

    Este foi um reino que estruturou suasfronteiras devido ao deserto. Muito naantiguidade outros povos nodesejavam viver l, devido ao climarido e dificuldade de sobrevivncia.Por conseguinte, no viam vantagensnaquele terreno. Isso, aliado ao fato dopovo levaniense ter uma cultura muitodiferente do resto do mundo, levou amanter as fronteiras como elas soconhecidas hoje, sem terproblemas com invases. O

    reino que l se estruturou se

    dividiu ao longo do tempo emtrs grandes tribos, ou Kaliafs,como o povo da Levnia se v echama suas descendncias. Detodas as cidades da Levnia, sSadom possui uma ascendnciaanterior ao Grande Sbio.

    A cultura levaniense difere umpouco da cultura geral do MundoConhecido. Ao que parece, suaorigem se deu no fim do SegundoCiclo e incio do Terceiro Ciclo,sendo que Sadom, sua capital, foi

    fundada em 180D.C., e a partir de420D.C. ocorreu os primeiros contatoscom outros reinos e povos da regio, comoAbadom e Verrogar e o grande reino da Moldnia.A Levnia respondeu de forma agressiva a investidados Moldas rejeitando qualquer lao de amizade eanunciando a superioridade dos levas, em reao aidia de unio com o imprio da Moldnia. Ela sepreparou centenas de anos para uma guerra quenunca veio, por parte da Moldnia.

    Porm, em 1110 D.C., o cl sulista conhecido comoBankdi j dominava, atravs de casamentos entreas cortes de diferentes cidades, a maior parte do

    territrio da Levnia menos Sadom, governadapelo mesmo cl que fundou a cidade. O lder dosBankdis, Alevos, retirou-se para o deserto de Blirga

    e l orou para o deus da guerra e da fria quando,dizem as lendas, uma tempestade de areia o levoua regio do Campo Branco, o deserto de ossos nocentro de Blirga. L, perseguido por uma voz emsua mente, passou duas semanas desaparecidoquando ento, nas margens do Aurim, surgiugarantindo a vitria dos Bankdis. A conquista da

    Levnia no poderia ser certa sem a conquista deSadom, a maior das cidades. Em 1135 D.C. elesconquistam Sadom e a ditadura Bankdi foi instaladana regio.

    Em 1140 D.C. Ras'Zoul, filho de Alevos, se tornou oImperador e os Bankdis formam a grande tropa de

    elite, o cl central. Ele convoca oscerca de vinte mil levas ligados ao

    cl sulista dos Bankdis para assinaremem conjunto o Pacto dos Bankdis, no

    qual vendiam suas almas ao poder que oslevou vitria contra Sadom. Iniciou-se

    ento o expurgo de divindades dos

    sacerdotes, sendo eles queimados vivos naspraas das maiores cidades. Assim, nesseconturbado cenrio poltico e situao decaos, surgiu o que viria a ser o maior flagelode todo o Mundo Conhecido, a Seita.

    Os Bankdis passaram a espalhar suanova crena e comearam por

    desestabilizar as outras naes,causando discrdias, levando a

    palavra da Seita e preparando achegada das foras que semantinham nas sombras... Aosul, o avano dos Bankdis

    controlando exrcitos demonstros e brbaros do SulSelvagem, iniciou o perodoconhecido como A Fria do Sul,quando as populaes do que sohoje Ludgrim e Eredra, foramsurpreendidas pelo ataque ecaram vitimas da escravido e dafome. Os Bankdis se aproximaramdos humanos escravizados nestemomento, convocando-os alutarem contra os deuses que lheshaviam causado tamanho

    sofrimento.

    Em 1200 D.C., os Bankdis jdominavam grande parte dos humanos

    sulistas, incitando-os ao dio contra elfos emestios (meio-elfos). Neste ano os Bankdisconseguiram pedaos da Pedra Negra, elementonecessrio para a invocao dos 13 PortesAntigos... E deles surgiram milhares e milhares deseres demonacos, liderados por criaturas que seautodenominavam Os Senhores Infernais, os trezeprncipes do Inferno. Os Bankdis passaram a formara corte dessas criaturas.

    Pouco a pouco os demonistas foram expandindo o

    reino da Levnia para o norte, tomando Abadom, eposteriormente penetrando nos domnios daMoldnia Superior. Assim se passaram 170 anos,

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    de guerras localizadas nas fronteiras e muitadestruio no resto do mundo. Porm tudo mudouem 1390 D.C... Os Senhores Infernais sepreparavam para invadir pessoalmente a ltimacidade resistente, quando surgiu no horizonte umafigura solitria emanando uma aura de esperana epaz sobre o mundo. Saravossa reanimada consegue

    impedir a vitria dos demnios. Finalmente em1405 o Grande Sbio concebeu feitios poderososque enviou os Senhores de volta para o Inferno,

    juntamente com muitos seguidores da Seita. Semas foras infernais os Bankdis caem no norte e aLevnia vai recuando rapidamente suas fronteirasoriginais.

    Em 1407 os Bankdis so derrotados dentro de seuprprio territrio, terminando assim com o domnioda Seita. Um ano aps a derrota a Levnia seintegra a grande coalizo dos reinos, mas em 1450D.C., com a morte da figura principal da Unificao,

    o projeto perdeu a sua continuidade quando, um aum, os reinos foram se desligando de Saravossa eretomando as suas autonomias, assim a Levnia saidas trevas da Seita para se reerguerem como umgrande reino novamente, que mesmo com suadiferena cultural, logo se adaptou ao Mundo atual,ainda que mantendo seu forte senso deindividualismo e descendncia.

    Retornando a sua organizao antiga, agora as trscapitais das Kaliafs possuem mais poder devido importncia social de cada uma. Sadom umcentro de comrcio martimo muito importante,todas as rotas martimas da costa oeste do Mundo

    Conhecido passam por ela, alm de ser a cidademais antiga da Levnia e onde reside o GrandeKaliaf senhor de toda Levnia.

    Muitas cidades so denominadas cidades irms,pelo fato dos Kaliafs das capitais serem casadoscom a filha ou irm dos senhores lderes dessascidades, assim, Rokor a cidade irm de Sadom.

    GovernoGovernoGovernoGovernoO governo a monarquia. Mas na verdade, existemtrs grandes tribos, as Kaliafs, e vrias pequenastribos, unidas por graus de parentesco diversos,alm das tribos nmades, onde o governo baseado no patriarcado. Essas tribos costumam serbem descentralizadas, tanto que em algumas delaso poder efetivo do rei chamado na Levnia deGrande Kaliaf, O Lder de todas as Tribos seresume capital, mesmo que seus vassalosainda devam obedincia a ele. As tribosnmades, s vezes, delimitam um territrio e criamum novo reino. Esses reinos nmades duram,em sua maior parte, at o falecimento do pretensomonarca-patriarca. Em outros casos, o patriarca denominado como lder, mais pela sua idade eexperincia do que pelo seu poder poltico.

    invejvel o fato de algumas dessas tribosconseguirem lembrar de suas geraes de algunssculos atrs.

    Assim existem trs Grandes Kaliafs na Levnia: AKaliafs da Moncuria, ao norte, cuja capital Sadome faz fronteira com Abadom ao norte e com o rioBrual ao sul; A Kaliafs de Brual, ao centro, cujacapital Ingru, e faz fronteira ao norte pelo rioBrual e a leste com Verrogar e Dartel; e A Kaliafsde Blirga, ao sul, cuja capital Sika, banhada pela

    margem do rio Aurim e faz divisa com Verrogar,Ludgrim e mien, tendo o Campo Branco ao nortecomo fronteira com a Tribo de Brual.

    A justia nos reinos funciona de formasemelhante, sendo sua severidade o grandediferencial dos demais reinos do mundo. Os Kaliafpossuem um exrcito que funciona como guardadentro e fora dos limites de suas cidades. Quasetodos os casos so resolvidos pelos capites daguarda e depois encaminhados para o Conselheiroda Justia. Os transgressores so julgados empraa pblica, por aclamao popular e na frente docomandante da guarda real (no caso de cidades-

    menores), conselheiro da justia (no caso dascapitais), ou, no caso de festividades, pelo prprioKaliaf.

    Em Sadom, as penalidades seguem um meio maisjusto, j que o Grande Kaliaf Moham viveu suajuventude em Calco. L foi inventada apriso-sem-muros, isto , um tipo de pena em que o condenadopode trabalhar normalmente, mas no pode seausentar nem afastar-se do reino, devendoapresentar-se continuamente guarda da cidade.Em Ingru, os transgressores da lei so na maioriadas vezes penalizados com multas e, no mximo,vendidos como escravos. J em Sika a violncia das

    penalidades notria: decepao de mos,marcao a ferro quente, tortura, chicotadas empraa pblica, flagelaes, enforcamentos e, maisrecentemente so comuns os empalhamentos e aexposio dos corpos aps a morte.

    Outro fator a se notar no geral, a anistia a certospresos em momentos de festividade no reino oudeterminao real direta. Isso no ocorreregularmente e fica por conta dos Kaliaf faz-lo.

    Os magos e a magia so muito difceis de encontrarna Levnia. A prtica de magia no bem vistapela populao da Levnia, sendo encarada comocoisa profana e conhecimento proibido. Isso se deve

    ao fato de, na histria levaniense e nas lendasdaquele povo, a magia e os magos sempre andaremde braos dados com os demnios e seu fim sempreser a destruio de suas cidades, cobertassubitamente pelas areias do deserto, como umapunio divina. Milagres e poderes vindos dosdeuses so considerados coisas divinas e como emtoda Tagmar, so aceitos, mas de forma geralsempre h uma grande apreenso pelo seu uso.

    Histria RecenteHistria RecenteHistria RecenteHistria RecenteA Levnia, em sua totalidade, mantm uma boarelao com os reinos, mesmo que as rotasterrestres sejam muito difceis. Plana tem acelerado

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    o comrcio com a Levnia, atrs de seu artesanatompar em Tagmar, que trs um lucro fenomenalpara os comerciantes planenses (as rotas martimasvindas do Leste e do Norte so consideradasperigosas pelos navegantes de Tagmar, poispassam perto de Abadom ou muito longe da Costa,caso eles queiram se afastar desse pas).

    Calco j mantm relaes diplomticas estreitascom Sadom, mas Ingru e Sika ainda tm ligaesdiplomticas muito restritas (pela distncia, no casode Ingru ou pela diferena de ideais polticos, nocaso de Sika). Verrogar mantm comrcio irrestritocom Sika, dessa forma, mantendo ligaescomerciais indiretas com os outros reinos daLevnia. Beruni mantm timas relaes commien e Ludgrim, o que tem causado certa repulsapoltica por parte de Sika. Portis mantm umaembaixada em Rokor, com a finalidade de, numfuturo no muito distante, montar expedies paraAbadom e para o Sul do Mundo.

    Apesar disso, a cultura levaniense tem seusmritos, pois l que existe o maior nmero dedialetos do Mals, alguns deles bem diferentes dalngua raiz.

    Existe uma tendncia muito grande unificaodessas Kaliafs maiores, j que existem laos deparentesco bem definidos entre os trs lderes decada uma. Cada vez mais acordos so feitos e noexistem mais taxas alfandegrias no transporte demercadorias entre essas grandes tribos.Provavelmente, aps a passagem do Grande Kaliafde Sadom e senhor da Levnia, Moham, O AltoIluminado e Grandioso, o mais velho dos trs, o

    poder passe s mos de Baruk, Kaliaf de Sika, jque no existem herdeiros vivos de Moham. Omenos provvel a ascenso do Kaliaf de Ingru,Olamar, ao trono das tribos unidas. Apesar do reinode Olamar estar bem estruturado (por apresentarmenos problemas sociais em relao aos outrosdois), ele tem a fama de ser um lder ausente,deixando todas as decises importantes nas mosde seu Conselheiro da Justia, Jalil, que, por acaso, casado com a irm de Baruk.

    Realmente, os maiores esforos para a unificaovm do reino de Sika. Esses esforos so muitosuspeitos, j que existe uma grande ligao entre

    Sika e Verrogar. Inclusive a ideologia de exclusoracial, que assola Verrogar, tem se expandido pelopovo do reino, juntamente com as idias belicosasde Blator e seus filhos. O grande medo dos povosdo Mundo est na possibilidade do poder cair nasmos de Baruk, e ele declare guerra Ludgrim, oque poria em risco a paz na regio meridional deTagmar, pois seria o estopim para uma grandeguerra.

    O Povo da LevniaO Povo da LevniaO Povo da LevniaO Povo da LevniaSeu povo formado, quase na sua totalidade, por

    humanos descendentes das trs grandes tribos quese juntaram na formao da Levnia, sendo seupassado e histria muito importantes para esse

    povo, ainda que muito de sua histria tenha seperdido durante a dominao da Seita econseqentes guerras, sobrando apenas a histriaoral do povo levaniense.

    Os deuses mais cultuados em Sadom so Ganis,Maira e Parom (o culto a esses dois ltimos cresceumuito aps as calamidades em Abadom). Em Sika,

    existem templos grandes de Blator e de seus filhos(Crezir est em franca ascenso junto populaode Sika). J em Ingru, os deuses que possuem maistemplos so Sevides, Maira e Selimon,particularmente o Kaliaf Olamar mantm um templodedicado a Lena em seu castelo.

    Principais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais deInteresseInteresseInteresseInteresse

    SadomSadomSadomSadom

    Capital da tribo da moncuria e da Levnia, Sadom uma das mais antigas cidades do Mundo Conhecido, onde est o maior porto do reino, seu centrocomercial e ponto de passagem das muitascaravanas martimas que partem para o sul esudoeste do mundo. Atualmente, a capitalsoberana da Levnia, posto porm, ameaado pelocrescimento incrvel de Sika, pois se seu atualKaliaf, Baruk, se tornar o prximo Grande Kaliaf daLevnia, sua cidade natal, Sika, ser considerada anova capital. Por enquanto, Sadom, encerra sob suaguarda no s o Grande Kaliaf Moham, como oGro-vizir Mardeil, e o maior templo de Maira Mon

    do reino, sendo considerada uma cidade de arte ebeleza comparadas lendria Altarap, tendo comointeresse sua privilegiada relao com Calco eAcordo e sua grande biblioteca central, contendoresqucios do verdadeiro acervo histrico queLevnia possua, infelizmente, perdido na guerracontra a Seita e conseqente expanso nmade deseu povo.

    RokorRokorRokorRokorCidade irm de Sadom, Rokor o ponto de partidade muitos aventureiros com coragem suficientepara enfrentar os perigos do deserto da Levnia, do

    Campo Branco, de Dartel, ou de embrenhar-se nosterritrios de Abadom, muito conhecida por seusrastreadores e guias capazes de reconhecer cadatrilha segura no deserto, garantindo o xito demuitas expedies. Os magos de Portis mantmuma embaixada em Rokor, visando se prepararempara novas e audaciosas expedies. Muitascriaturas raras e diversas podem ser encontradasnas grandes feiras abertas em Rokor.

    IngruIngruIngruIngruCapital da tribo de brual o centro de excelnciaem manufatura e artesanato. Esta cidade uma

    das prolas da costa da Levnia, sendo o comrcioum de seus pontos fortes, bem como suacapacidade porturia ( o segundo maior porto do

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    reino). Atuando como uma conexo entre as tribosdo norte e sul de Levnia, uma cidadecosmopolita por excelncia, seu comrcio atua emtodas as frentes, e seus comerciantes esto emcontato direto com Plana e Portis. Seu artesanato fonte de renda garantida, e os comerciantes dePlana os preferem a qualquer outro em todo o

    mundo, pois so consideradas obras-primas de rarobom gosto.

    DamestDamestDamestDamesteeeeCidade irm de Ingru, considerada por muitoscomo uma cidade santa. Dameste um verdadeiroparaso para quem busca paz espiritual e oconhecimento dos deuses, vista como uma cidadeneutra, ela abriga a nica poro da populao nohumana em toda Levnia, e seus templos aos maisdiversos deuses adorados na Levnia, soconsiderados maravilhas arquitetnicas, com quasemil anos de idade.

    SikaSikaSikaSikaCapital da tribo de Blirga, atualmente sob o domniodo punho de ferro do Kaliaf Baruk, Sika vem setornando uma grande potncia militar, com planosde aliana com Verrogar, inclusive assimilando suatendncia ao nacionalismo militar e excluso racial,que aliada tendncia da Kaliaf de Blirga de ser amais ortodoxa e fantica das trs grandes tribos,tem contribudo muito para a aceitao nacionaldessas idias. Hoje em dia, Sika , sem sombra dedvida, uma potncia militar de causar inveja. Seus

    jovens se alistam ainda com quinze ou quatorzeanos, e passam de seis a sete anos emtreinamento, e o Kaliaf Baruk est recrutandomuitos jovens de diversas tribos nmades,aumentando ainda mais seu contingente militar.

    BeruniBeruniBeruniBeruniCidade irm de Sika, o maior centro agropecurioda Levnia, e tem servido, por sculos, a todo oreino, sendo o maior produtor de vegetais e gros,bem como de ovelhas e cabras, que se adaptambem ao clima desrtico do resto do reino. umacidade bem influente nas decises do reino, e no

    passado, muitos de seus lderes chegaram a atingiro grau de Kaliaf de Sika. Situada margem nortedo rio Aurim, numa terra extremamente frtil(comparada ao resto do reino), e prxima ainda auma floresta de propores gigantescas para umaregio to rida e seca, mas, com certeza, esta uma regio que se mantm como deveria ser aLevnia h milhares de anos, quando antes de suafundao.

    AltarapAltarapAltarapAltarapAltarap uma cidade recm descoberta e queestava em runas. Situa-se entre Sika e Beruni,

    bem ao norte, prximo ao Campo Branco, Altarap jfoi conhecida como a jia do deserto e tida por todanao levaniense como sua mais bela cidade, onde

    havia cultura e entendimento. Atualmente, est namo do vizir Sarrimede Daruin, um dos vizires maisinfluentes do reino. Dizem haver muitosconhecimentos escondidos em Altarap, comopergaminhos com magias antigas e conhecimentossobre ervas capazes de verdadeiros milagres,existentes antes da Levnia se tornar um deserto.

    Montes MoncurianosMontes MoncurianosMontes MoncurianosMontes MoncurianosUma cadeia montanhosa to famosa e com picosto altos quanto a Cordilheira de Sotopor, seestendendo desde o mar a oeste at encontrar aCordilheira de Sotopor a leste, sendo cortada aonorte e sul pelo grande vale do rio brual. Os montesesto sendo explorados aos poucos, mas j serevela uma boa fonte de minrios, que Ingru vemexplorando, e que comea a gerar maior demandapor Sika.

    Deserto deDeserto deDeserto deDeserto de BlirgaBlirgaBlirgaBlirgaDizem que o deserto de Blirga nasceu h uns 1000anos (500 D.C.) e que teve origem em umamaldio de Maira, pela devastao que os antigospovos fizeram sobre o reino. Dizem, mais ao sul natribo de Blirga, que uma grande batalha (tambmde 1000 anos atrs) contra as foras de um antigorei feiticeiro, terminou em uma grande explosoque dizimou tudo, formando o deserto de Blirga e oCampo Branco.

    Alguns acham que era na Levnia onde estava acapital dos adoradores dos demnios queapareceram no fim do Segundo Ciclo e que no

    cataclismo, o reino foi destrudo pelas forasdivinas. Outros ainda acham que o clima emLevnia sempre foi assim, e que o Campo Branco apenas o resultado de uma grande batalha queocorreu no Segundo Ciclo.

    Campo BrancoCampo BrancoCampo BrancoCampo BrancoEste no um lugar calmo, ou uma plancienevada, como parece indicar o nome. CampoBranco uma rea situada no interior do deserto deBlirga, na Levnia, que se estende por cerca de 12km no sentido norte-sul e sete de leste a oeste.

    Em toda sua extenso, no h nada alm de ossose mais ossos, sejam de anes, elfos, humanos ououtras raas das quais no se tem notcia. No hnenhuma construo visvel por toda parte, emborahaja relatos de escadarias conduzindo a infindveislabirintos subterrneos.

    Acredita-se que o lugar seja de natureza mgica,pois, apesar de existirem registros de sua existnciaque remontam poca Unificao do Grande Sbio,os ossos e esqueletos que formam o Campo Brancopermanecem intactos, indiferentes ao tempo e aovento e areia dos desertos.

    Apesar de ser uma regio considerada segura, no

    so poucos os que nutrem por ela terror profundo,associado a estranhas histrias de legies deesqueletos que se levantam e travam interminveis

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    combates. Mais uma vez, a cautela sempre boacompanheira da dvida.

    Rumores e IntrigasRumores e IntrigasRumores e IntrigasRumores e IntrigasO povo da Levnia conhecido tambm pelas suaslendas e supersties. Uma delas, diz que onde hoje

    o Campo Branco, era, na verdade, uma grandecidade na poca do Segundo Ciclo. Esta cidade teriasido destruda e estaria agora sob o deserto brancoque l existe. Dizem que tesouros inimaginveisestariam guardados l e magias poderosssimastambm. H boatos at sobre o prprio povo:dizem que eles chegaram ao mundo pelo mar. Osprimeiros deles viajavam pelo mar, mas Ganis quismat-los. Blator, sabendo que aquele era um povoguerreiro, salvou-os, mandando-os para Sadom(eles chamam a si mesmos de povo de Sadom,que quer dizer porto seguro).

    Os boatos sobre um possvel golpe de Baruk,

    tomando de assalto toda a Levnia comeam alevantar suspeitas. Ele j mantm acordos e aliadosem vrios reinos. A cidade de Altarap est sendoreconstruda com o dinheiro de Sika. Uma das obrasmais importantes o porto de Ingru, em plenoandamento. Dizem que dessa forma ele pretendeter uma sada para o mar, justamente comoVerrogar desejava.

    Existem tambm boatos sobre o filho de Moham,Angrim, que desapareceu quando criana em umnavio de passageiros para Calco, onde comeariaseus estudos. Dizem que ele est vivo e logovoltar para liderar todo o Reino Unificado da

    Levnia.Fala-se que o poder da magia em Levnia gerouuma linhagem de nobres, os vizires. Esses magoscentralizaram o conhecimento mgico de tal formaque, somente sendo de uma linhagem deaprendizes, pode-se usar magia dentro da Levnia.Em alguns casos, esse conhecimento transforma-seem poder, o que faz com que alguns vizires possamcontrolar uma cidade atravs de sua influnciapoltica (como no caso de Altarap, a cidademagnfica). Em todo o reino existe um nico Gro-vizir, que o brao direito do Grande Kaliaf, eresponsvel pela fiscalizao da magia no reino

    todo, bem como sua utilizao. Somente aquelesque tiverem a autorizao de um vizir do reinopodero usar magia. Qualquer uso dela sempermisso considerado crime. Vejam que o Gro-vizir, bem como os demais vizires, s tem podersobre magos e suas magias e claro que eles nose atrevem a interferir nas coisas divinas. Dizemque somente o Gro-vizir demais vizires e algunsaprendizes mais ligados a eles, usam magias deforma aberta na Levnia, tambm, como explicadoantes, pelo seu poder poltico.

    Personagens mais conhecidosPersonagens mais conhecidosPersonagens mais conhecidosPersonagens mais conhecidos

    O Grande Kaliaf de Sadom, Moham OO Grande Kaliaf de Sadom, Moham OO Grande Kaliaf de Sadom, Moham OO Grande Kaliaf de Sadom, Moham OAlto Iluminado e GrandiosoAlto Iluminado e GrandiosoAlto Iluminado e GrandiosoAlto Iluminado e GrandiosoAtualmente o Grande Kaliaf da Levnia, foi

    escolhido como tal antes que Baruk se elevasse aKaliaf. Quando da morte de seu pai, Mohamestudou em Calco, e aprendeu muito sobre historiae conhecimento dos demais reinos do mundo, umhomem justo e consciente dos riscos do fanatismoreligioso e racial, que comea a assolar a Levnia.Casado com a filha do lder de Rokor, Amenasim, aLinda, a perda se seu filho, Angrim, foi um golpemuito forte para este Grande Kaliaf, mas rumorescorrem de que isto seria apenas uma farsa paragarantir-lhe segurana, mas quem realmentesaber a verdade?

    GroGroGroGro----vizir, Mardeil Narmamukvizir, Mardeil Narmamukvizir, Mardeil Narmamukvizir, Mardeil NarmamukO mais alto de todos os vizires do reino, tambm obrao direito do Grande Kaliaf Moham, este homemde estatura singela, porte nobre, e barba semprebem aparada e j grisalha, foi um dos grandesarticuladores para a ascenso de Moham como oGrande Kaliaf. De muita confiana do pai deMoham, Mardeil cuidou de seus estudos em Calco, emais recentemente da ida de seu filho para estudarl, porm a perda dele abalou um pouco aconfiana do Grande Kaliaf neste nobre Gro-vizir.

    Kaliaf de Ingru, OlamarKaliaf de Ingru, OlamarKaliaf de Ingru, OlamarKaliaf de Ingru, OlamarO velho como conhecido, Olamar casado coma irm de um dos lderes de Dameste, a belasenhora Lilandi Almiscaris, cujo pai j morto hojeem dia, da descendncia de um dos GrandesKaliafs do passado. o nico ainda vivo da pocade escolha do Grande Kaliaf, tendo servido ao paido Grande Kaliaf Moham, Olamar tido como umlder relapso, que muito tem delegado suas ordense funes aos seus conselheiros e vizir, dizem queesta total apatia quanto a sua Kaliafs, talvez sejaobra de armaes polticas do Kaliaf Baruk, e nobastasse isso, seu Conselheiro da Justia, osegundo cargo mais importante depois do vizir,

    casado com a irm de Baruk. Ainda assim, Olamar um homem muito sbio e tem ido consultar muitasvezes o Grande Kaliaf Moham em Sadom.

    Conselheiro da Justia de Ingru,Conselheiro da Justia de Ingru,Conselheiro da Justia de Ingru,Conselheiro da Justia de Ingru, JalilJalilJalilJalilAbemerimAbemerimAbemerimAbemerim

    Conselheiro da Justia do Kaliaf Olamar e casadocom a irm do Kaliaf Baruk, dizem que sua rpidaascenso ao ministrio seria uma armao ou jogode influncias de Baruk com Olamar, visto queBaruk casado com a filha de Olamar. Jalil umhomem duro e sem honra alguma, capaz de

    cometer grandes atrocidades, se no fosse pelainterveno do prprio Kaliaf Olamar, muitas penasde morte j teriam sido expedidas pelas ordens de

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    Jalil. Parecendo estar prxima a morte de Olamar,j surgiram boatos de ser muito provvel a Jaliltornar-se o novo Kaliaf de Ingru seja Jalil, podendoisto ser o incio de um futuro sombrio para aLevnia.

    Kaliaf de Sika, BarukKaliaf de Sika, BarukKaliaf de Sika, BarukKaliaf de Sika, BarukFilho do guerreiro e antigo Grande Kaliaf Barukar,sua ascenso se deve ao fato da morte de seu pai,ainda de forma meio nebulosa para a populao,pouco aps a eleio de Moham para ser o novoGrande Kaliaf. casado com a filha do lder deBeruni, Meline Flor do Deserto. Baruk umguerreiro enrgico, poderoso, teve formaoguerreira numa das academias de Verrogar, e porisso, bem aberto s idias deste reino, que

    juntamente com sua viso belicosa, o torna umperigo potencial para todo o Mundo Conhecido, poisest aos poucos formando um grande exrcito, que,sozinho, poderia varrer grande parte do mundo

    para dentro de uma guerra. No bastasse isso, suainfluncia em Ingru j bastante poderosa, e eleainda domina Beruni, o maior centro agropecurioda Levnia, e Altarap, uma cidade cheia demistrios e muito poder.

    Vizir de Altarap, Sarrimede DaruinVizir de Altarap, Sarrimede DaruinVizir de Altarap, Sarrimede DaruinVizir de Altarap, Sarrimede DaruinInstitudo vizir da linhagem do Kaliafs de Blirga, esenhor de Altarap, por decreto de Baruk (numaao indita em toda a historia levaniense), ele oprimeiro vizir a se tornar senhor de uma cidade, oque prova o poder que Baruk vem acumulando,ademais, Sarrimede primo em segundo grau deBaruk e o nico de sua famlia a ser portador depoderes arcanos. um homem de poucas palavras,mas muito influente politicamente, alm de sertemido por todos como um dos mais poderososvizires de todo o reino.

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    3.23.23.23.2 LudgrimLudgrimLudgrimLudgrimPor que tu me chamas de mestio com esse tomdepreciativo? Voc diz que no somos nemhumanos, nem elfos; nem uma coisa, nem outra.Pois eu lhe digo o contrrio. Somos ambas ascoisas, pois possumos a ambio e criatividade dos

    humanos e a inteligncia e longevidade dos elfos.Bendito seja todo meio-elfo, pois rene em um s,o melhor das duas mais poderosas raas deTagmar.

    Darniar, rei de Ludgrim.

    Ludgrim um dos maiores reinos do MundoConhecido. Situado na parte mais meridionalde Tagmar, tem ao norte como fronteira oreino da Levnia e o reino lfico demien; a oeste o Mar do Afogado; aleste o reino de Eredra; e ao sul asTerras Selvagens e a cadeia de

    montanhas conhecidas comoMontanhas Mornicas. Seu clima temperado, sendo o vero fresco ecom temperaturas amenas, abaixodo comum em outros reinos, e osinvernos rigorosos com temperaturasmuito baixas, congelando rios e lagos.

    Com muitas florestas e poucascomunidades espalhadas nassuas beiradas e entre os valesque preenchem o relevo,Ludgrim um pas emdesenvolvimento. Vrias

    estradas so abertas parafacilitar o fluxo de mercadoriase informaes. Uma grandeestrada foi recentementeinaugurada, ligando a capitalDonatar, cidade de Tanue emEredra, recebendo o nome deEstrada do Rei, o que significa,ao menos em principio, oaumento de contato entre estesdois reinos.

    A neblina comum nas regiesbaixas, erguendo-se do solo tarde,

    quando o sol comea a se pr. Avegetao densa e o caminho entre asrvores sinuoso. Quando esto fora de umaestrada, os viajantes conseguem avanar poucacoisa mais rpido que um homem a p.

    A economia de Ludgrim se baseia no comrcio deexcedentes agrcolas, j que o reino possui umarazovel rea agrcola cultivada. Os ludgrianospreparam a terra em torno das cidades para us-lana agricultura. Os legumes com razes bulbosas,aparecem no solo da regio, as beterrabas crescemat alcanar cinco quilos. Esses bulbos vermelho-escuro, e suas folhas verdes so elementos

    importantes na cozinha local.

    A venda de especiarias exticas, que socomponentes de vrias poes e rituais mgicos,tambm importante. Exemplo disso a existnciados peixes Pigi no rio Galatel, principal ingredientede poes de invisibilidade. Tambm, aqui, soproduzidos os melhores instrumentos musicais, porhabilidosos artesos, podendo alcanar preos

    exorbitantes em terras mais distantes como Conti eCalco.

    Ludgrim, apesar de no ser propriamente um reinolfico, teve sua formao extremamenterelacionada s populaes lficas das florestas doatual reino. H muito tempo, os elfos eramabundantes no sul de Tagmar isso pode serexplicado pela proximidade com o Lar, e os

    homens estavam se expandindo para o sul,criando vilas cada vez mais prximas s

    comunidades lficas. No inicio, ainterao entre os povos foi conflitante

    e muitas vilas humanas foram

    simplesmente extintas do mapapelos elfos desconfiados exenfobos, que consideravam oshumanos, como meros arautos dadiscrdia, pois eles traziam barulho esujeira, cortavam as rvoresindiscriminadamente e no tinham omenor respeito pelos povos

    ancies que j ocupavamaquela regio.

    No entanto, nem todos os elfospensavam assim e nem todasas vilas foram destrudas.

    Algumas poucas resistiram e,unidas a estes elfosrenegados, prosperaram. Aunio entre as duas raas foiinevitvel e seus descendentesforam chamados meio-elfos, naverdade, os primeiros deTagmar. Mesmo estes, noconseguiram o respeito doselfos e muita intolerncia ainda

    sofreram. Nessa poca, algunsdizem que por volta do ano de

    1100 D.C., Ludgrim ainda no eraum reino, nem mesmo tinha esse

    nome, era apenas um amontoado devilas humanas que lutavam contra o clima

    e a vegetao para sobreviver. Foi quando diversastribos de orcos se reuniram e avanaram sobre oque hoje chamamos de Ludgrim. Os elfos forampegos despreparados e como nunca esperariam umataque de tamanha fora, tiveram poucas chancescontra o enorme exrcito orco. As vilas lficas dosul foram devastadas, e os sobreviventes,obrigados a buscar refgio ao norte, mais prximoaos humanos.

    Em 1112 D.C., havia pouca esperana para o PovoBelo, que assustado, no conseguia se organizar.

    Os orcos j estavam a norte do rio Odem eplanejavam atacar a Floresta de Siltam, o ltimoGrande Refgio, quando a mar mudou de lado. Um

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    mensageiro dos homens e dos mestios (termodepreciativo utilizado pelos elfos ao se referiremaos meio-elfos) chegou at as tropas avanadasdos defensores de Siltam, ele trazia ordens deentregar uma carta aos lideres lficos; esta cartacontinha a oferta de auxlio, para evitar que osorcos chegassem at a Floresta. Um breve conselho

    entre os lderes lficos foi invocado e Donatar, oprncipe lfico de Siltam, foi o responsvel porconvencer os elfos a aceitar a oferta dos homens.

    Um ano mais tarde, pela primeira vez na histria,os elfos lutaram ao lado de outra raa. Com umexrcito bem prximo em nmero ao dos orcos eliderados por Donatar e Eredil (um guerreiro e ldernato), avanaram sobre os selvagens e osalcanaram no Vale de Sumuta, onde os inimigoshaviam destrudo a ancestral cidade lfica de Eldair.

    Os orcos sofreram um grande cerco na prpriacidade, que perdurou durante todo o inverno. Noinicio da primavera de 1114 D.C., cansados e

    famintos, os orcos atacaram o acampamento dasTrs Bandeiras e muitos morreram naquele dia,inclusive Donatar, alvo de uma flecha envenenada,aps derrotar o lder dos orcos em um combatesingular. O exrcito selvagem ao contrrio doshumanos e elfos perdeu todo o moral com amorte de seu lder, o que selou a derrota total dasbestas poucas horas depois.

    A cidade ancestral jamais foi reconstruda, e ocaminho que chega at l, foi abandonado eesquecido, servindo sua lembrana apenas para ascanes dos bardos e para que os elfos jamaisfossem pegos novamente de surpresa.

    A maior parte dos elfos sobreviventes ao terror dosorcos se uniu sob um nico lder, Galadrion, eformaram uma grande comunidade na floresta deSiltam, onde todos os elfos seriam bem vindos,independentes da origem (isso, logicamente, no serefere aos elfos sombrios); outros tantos seguirampara as cidades dos homens e meio-elfos, paraajud-los na construo de uma nao (como porexemplo, o conselheiro Nindal).

    As tribos humanas e mestias elegeram Eredil comoseu novo lder, e sob a liderana desse grandeguerreiro, o povo se uniu, formando em 1116 D.C.

    uma nica e grande nao: Ludgrim, que na lnguanativa quer dizer Unio, palavra que representabem a origem do pas. As fronteiras vieram a seformar naturalmente, devido a acidentesgeogrficos, e somente com Eredra foi necessrioalgum tipo de diplomacia, mas Eredil j era umgrande lder e tornou-se um magnfico diplomatasob a tutela de Nidal.

    No mesmo ano, um acordo com os elfos de Siltamfoi firmado, demonstrando que as raas (humanos,meio-elfos e elfos) se tornariam aliadas; nenhumhomem ou meio-elfo adentraria a floresta sem apermisso dos elfos l residentes, e se

    comprometiam a enviar ajuda mtua, em caso denecessidade ou invaso. A rainha Enora de mien,famosa em todo o Mundo Conhecido, foi a

    mediadora e testemunha do acordo e ficou bastanteimpressionada com aquela personalidade dehonradas intenes, inteligncia aguada e visodistante.

    Menos de trs anos depois Eredil foi coroado rei, emuma cerimnia majestosa na nova capital Donatar(em homenagem ao prncipe lfico morto no

    combate com os orcos). Compareceram coroaovrios nobres, elfos e humanos, a prpria regentede mien, acompanhada de seu filho, Gltilo II.Assim formou-se o reino de Ludgrim, que viveu empaz durante cerca de 30 anos.

    Por volta no ano de 1145 D.C., o povo de Ludgrimassistiu chegada de alguns homens vindos donorte. Diziam-se representantes de um grupochamado Bankdi, e que trariam a boa f einstigaram a populao contra os que segundoeles cultuavam deuses falsos e pertenciam araas de traidores. O poder de oratria dos recm-chegados era fascinante, o que os tornava bastante

    persuasivos e a multido aglomerava-se nas praaspara ouvi-los falar.

    Entretanto, nem todos eram envolvidos por suaspalavras bonitas. A corte de Ludgrim, em umprimeiro momento, mostrou-se contra a polticaempregada pelos forasteiros, o que acabou atraindoo desagrado da populao. O rei Eredil, ento,mudou de ttica, pois no desejava uma revolta deseu povo que estava muito ligado s mentirascontadas pelos homens do norte. Organizou umgrupo independente que seria contrrio aosrepresentantes Bankdis e os expulsariam deLudgrim usando a fora caso fosse necessrio.

    Infelizmente, o plano Bankdi era muito maior doque apenas instigar a populao e eles j estavammais enraizados em Ludgrim do que Eredilimaginava, fazendo parte, inclusive, de adeptos emsua corte.

    Sabendo das intenes do rei, os representantesBankdis resolveram dominar de uma vez todo oreino, acabando inclusive com os elfos e anes queviviam mais ao sul. Era a hora de pr em prtica aparte alternativa de seu plano.

    Em 1150 D.C., viajaram para o sul selvagem onderecrutaram diversas bestas, entre orcos, trols, e

    ogros e retornaram ao reino de Eredil a fim deliquid-lo. Contudo, no esperavam que a situaoestivesse to favorvel quando chegassem aDonatar. A populao estava dividida entre os queapoiavam os Bankdis e os que permaneceram fiesao rei, numa verdadeira guerra civil.

    Mesmo assim, apenas com seus apoiadores noseria possvel conquistar Donatar, mas o exrcito debestas que fora trazido por eles mudou a sorte do

    jogo. O povo de Ludgrim ao ver a enormequantidade de bestas e feras que ocupavam suasterras, lembrou-se imediatamente da guerratravada contra os orcos h tantos anos atrs, e o

    pnico instalou-se no somente nos que defendiama cidade, como tambm nos apoiadores dosBankdis.

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    Infelizmente, era tarde demais. As foras Bankdis,atravs de seus exrcitos de criaturas, romperamas defesas e em 1157 D.C. invadiram Donatar. Eem pouco tempo, todo o reino estava sob seudomnio. Esse foi o pior perodo da histria daregio, quando todo o povo caiu vtima da fome eescravido. A partir de ento, os exrcitos de

    escravos e bestas controlados pelos lideres Bankdis,expandiram-se para o norte e para Eredra,reforando, assim, o terror j instalado nessasterras.

    O rei e a maioria do elfos e meio-elfos queconseguiram escapas das mos Bankdis foram paraas Florestas de Siltam onde se refugiaram formandoum grupo de resistncia. Inicia-se ento, umperodo negro que fez com que Ludgrimpermanecesse envolta em trevas por 250 anos, atque em 1402 D.C. a resistncia foi contatada peloMais Sbio e um plano foi traado. Em 1407 D.C.,com a sua ajuda, todas as bestas foram expulsas e

    os Bankdis sem seu exrcito foi massacrado.

    GovernoGovernoGovernoGovernoA forma de governo no pas monrquica, cabendoao rei tomar todas as decises e sendo sua palavra,a lei. Felizmente, o atual rei um homem sbio emantm um conselho, que o ajuda nas decisesmais importantes. Cada membro do conselho responsvel por um aspecto do reino e soliderados pelo Conselheiro-Mor, cargo atualmenteocupado por Nidal, um elfo dourado que acompanhao rei desde o nascimento do reino. Antes dequalquer deciso, o rei o escuta atenciosamente e

    junto a ele, discute uma melhor deciso no sedeve esquecer de que a sua palavra a ltima, maspoucas vezes a deciso de Darniar foi diferente damaioria do conselho.

    Nidal responsvel tambm por manter boasrelaes entre Ludgrim e os reinos vizinhos,negociar rotas de comrcio e garantir os interessesdo reino em terras estrangeiras, entre outrasatribuies.

    Devido a sua administrao pacifica, possvelpensar que o reino no possui um exrcitoorganizado. Ledo engano! Ludgrim tem um grande

    exrcito, que patrulha suas fronteiras e conta comos melhores arqueiros no-lficos de Tagmar.

    HistHistHistHistria Recenteria Recenteria Recenteria RecenteO reino de Ludgrim demorou muito para serecuperar dos estragos causados pela passagem daSeita. A populao ficou tremendamente reduzida,todo o gado foi morto, os campos estavam estreis,diversas doenas alastravam-se como fogo no matoseco e as cidades no passavam de um amontoadode escombros.

    Mas, com o passar do tempo, o reino foi se

    recuperando graas perseverana de seu povo.Hoje, Ludgrim vive um momento de grandeprosperidade: seu rei, Darniar, muito admirado

    em outros reinos, o que facilita muito o comrcio.Muitas estradas tm sido construdas e novas minasdescobertas e exploradas nas montanhas.

    No entanto, no s de bons momento vive Ludgrim.Atualmente, algo maior que brbaros e orcos do sulpreocupa o rei Darniar: Verrogar, pois a intenesda corte verrogari est cada vez mais explcitas.

    Assim sendo, grande parte do contingente dastropas de Ludgrim, est pronta para partir rumo aonorte caso mien precise de auxlio, pois, alm deser um povo amigo, se a floresta dos nobresdourados cair, no haver dvidas de que Ludgrimser o prximo alvo.

    O Povo de LudgrimO Povo de LudgrimO Povo de LudgrimO Povo de LudgrimAtualmente, sua populao compostamajoritariamente por meio-elfos, descendentes dosprimeiros encontros entre as duas raas h muitotempo (Ludgrim abriga a maior populao de meio-

    elfos do Mundo Conhecido); muitos membros dessaraa chegam de outros lugares para conhecer aterra de seu povo. Os humanos tambm aparecemem grande quantidade e esto espalhados por todoreino. Elfos podem ser encontrados vez ou outrafora de suas comunidades, vivendo como sbios ouartesos nas vilas mais afastadas.

    Os pequeninos so uma parte pequena dapopulao, no tendo uma comunidade ou vila quepossam chamar de sua, no entanto, podem serencontrados nas grandes cidades e principalmentenas fazendas que circundam a capital, onde vendemfumo de excelente qualidade. Os anes tm uma

    comunidade prpria, que fica em algum ponto naparte leste das Montanhas Mornicas, e podemtambm ser encontrados em vilas, trabalhandocomo hbeis ferreiros ou mercenrios procura deencrenca.

    Outras raas podem ser encontradas se voc for umbom observador, mas isso seria sorte. Fala-se deuma comunidade de homens-fera que habitaria aFloresta de Tambar e que seria responsvel pelodesaparecimento de viajantes e caravanas quetentem cortar caminho por l.

    Os Ludgrianos gozam de uma liberdade incomumnos reinos do sul. Aqui se pode praticar qualquerprofisso e conseguir respeito e admirao emqualquer rea se for habilidoso. Todas as prticasreligiosas so respeitadas e os estrangeiros bem-vindos, podendo-se esperar um bom tratamentodas autoridades. A escravido ainda existe, massomente como punio governamental por umcrime cometido contra o estado ou terceiro(inclusive por dvida), assim, s o estado pode terescravos. Os servos so mais comuns podendotrabalhar para os nobres e famlias ricas, mas huma grande interveno do governo para que nose permita excessos contra estas pessoas.

    A magia em Ludgrim pode ser descrita como algo

    prximo, a grande influncia lfica tornou o povobem instrudo nas artes msticas (isso de formaalguma quer dizer que qualquer um pode saber

  • 7/29/2019 Tagmar - Livro Dos Reinos 2.1.3 - Media Resolucao

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    lanar feitios, apenas entendem o que estacontecendo). As pessoas sabem que a magia em sino boa, nem m, tudo depende do uso que seestiver fazendo do dom. Mesmo assim, magos sovistos como pessoas diferentes, que podemdesaparecer da sua frente sem deixar vestgios.

    O governo tem uma opinio a respeito da magia e

    dos magos: qualquer um pode utilizar seustalentos, desde que isso no desrespeite as leis eno cause prejuzo aos outros (sejam eles magosou no). A lngua falada no reino o Mals, masvrios dialetos tambm fazem parte da culturadesse povo; elfos, anes e pequeninos tm suaprpria lngua, mas nas comunidades humanas, oMals meridional predominante.

    Selimom, cultuado por toda populao, em maiorou menor escala, o deus mais popular emLudgrim, tendo em suas terras a maior OrdemSacerdotal dedicada a ele: a Ordem do Alvorecer,que dizem, situa-se a noroeste da capital, em

    algum ponto da Floresta de Laudis. A capitaltambm guarda uma grande catedral dedicada aoDeus da Paz, com belas torres de mrmore edecorao impecvel, adornada por belos traoslficos (muitos engenheiros desse povo ajudaramna construo da Catedral).

    Os outros deuses so Palier, que tambm tem seuculto bastante popular, principalmente na capital enas vilas prximas a comunidades lficas; Sevides,sempre presente pela ajuda nas plantaes,magnficas nos ltimos anos; Maira Vet, que bastante cultuada pelos habitantes do reino devidoa sua presena palpvel, visto o grande nmero de

    florestas; e por fim, mas no menos importante,Crisagom, o Deus da Honra, cultuado pela nobrezae pelo exrcito, que pode ser descrito como um dosmais honrados de Tagmar, perdendo este ttulo,talvez, apenas para os homens de Azanti.

    Principais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais dePrincipais Cidades e Locais deInteresseInteresseInteresseInteresse

    DonatarDonatarDonatarDonatarDonatar, a capital, tambm conhecida como a

    Prola do Sul, famosa por suas ovelhas, quepossuem uma l de tima qualidade e por suaarquitetura nica, conjugando o melhor entre elfose humanos. As casas so quase todas trreas emesclam-se com a abundante vegetao da cidade;as janelas so grandes, em forma de arcos epossuem detalhes to especficos, que qualquer umpoderia se perder por longos momentos paraobserv-los. As ruas so cobertas de britas, paraevitar o lamaal que se formaria depois dasabundantes chuvas na regio.

    A cidade dividida em 4 sees, com caractersticasbem diferenciadas.

    Ao norte, encontra-se a Seo Nobre, onde fica oCastelo Real, (casa do rei e da corte) e tambm as

    manses dos nobres que visitam a capital. Osmelhores servios esto nessa rea, de tavernas aferreiros e ourives, mas so poucos aqueles quepodem pagar o preo cobrado. Nem preciso dizerque o local com a maior presena de guardas.

    na seo central, tambm conhecida como oBairro dos Comerciantes, onde qualquer pessoa traz

    para consertar sua armadura, comprarequipamentos e mantimentos para viagem ou parapassar uma boa noite na taverna. O local bemvigiado durante o dia, mas um bom lugar paragatunos durante a noite.

    A seo sul conhecida como O Celeiro: lugar ondeficam as fazendas da capital, tudo o que se produzna capital, em termos agrcolas, provm dessaparte da cidade.

    J a seo leste, abriga os prdios governamentais,a catedral de Selimom, a biblioteca central e a sededa milcia.

    GrimaGrimaGrimaGrimaA cidade de Grima localizada no lado oeste doreino um importante centro porturio. Suasd