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  • EDUARDO MOREIRA DA COSTA

    A GESTO DE BARREIRAS DE SEGURANA COMO PREVENO DE FATALIDADES: O CASO DAS ENCHENTES DE PONTE NOVA-MG

    Trabalho apresentado Universidade Federal de Viosa, como parte das exigncias do Programa de Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho, para obteno do ttulo de Engenheiro de Segurana do Trabalho.

    VIOSA

    MINAS GERAIS - BRASIL

    2014

  • Sumrio

    1. INTRODUO ........................................................................................ 1

    2. OBJETIVO ............................................................................................... 5

    3. METODOLOGIA ...................................................................................... 5

    4. DESCRIO DO EVENTO TOPO .......................................................... 5

    5. IDENTIFICAO DOS CENRIOS ........................................................ 6

    6. SELEO DE CENRIO ...................................................................... 11

    7. BARREIRAS DE SEGURANA SUGERIDAS ...................................... 11

    8. BOW TIE ............................................................................................... 13

    9. CONCLUSO ........................................................................................ 15

    10. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................... 16

  • RESUMO

    O presente trabalho tem o objetivo de propor uma gesto de barreiras de

    segurana para a preveno de fatalidades em enchentes ocorridas no

    municpio de Ponte Nova MG, atravs da anlise preliminar de perigos e seu

    gerenciamento atravs da metodologia bow tie. Esta permite uma ampla e

    facilitada visualizao, mesmo para pessoas que no possuam

    conhecimento em gerenciamento de riscos, possibilitando um entendimento

    rpido e simplificado da situao de situaes complexas, como o caso

    das enchentes.

    Palavras-chave: Barreiras de segurana, anlise preliminar de perigos,

    enchentes e bow tie.

    ABSTRACT

    This paper has the objective to propose a management of safety barriers to

    prevent fatalities in floods in the city of Ponte Nova MG, through preliminary

    analysis of hazards and their management through the bow tie's

    methodology. This allows a full and easier viewing, even for people who do

    not have expertise in risk management, enabling a quick and simplified

    understanding of complex situations, such as floods.

    Keywords: safety barriers, preliminary hazard analysis, floods and bow tie.

  • 1

    1. INTRODUO

    O crescimento das cidades em todo mundo notrio, porm de

    maneira desordenada, acaba por acarretar diversos problemas

    imensurveis, onde podemos destacar o fenmeno natural das enchentes.

    Tal fenmeno ocorre devido atuao e dinmica dos sistemas naturais

    sobre a crosta terrestre, onde os principais fatores que favorecem a

    ocorrncia das mesmas esto os movimentos atmosfricos e os processos

    geomorfolgicos, que atingem especialmente reas urbanas situadas s

    margens de rios (Oliveira Silva 2009).

    Devido expanso da urbanizao, o que se pode observar um

    aumento destes eventos, em frequncia e intensidade, onde a principal

    causa apontada a remoo da vegetao natural, da ocupao irregular de

    reas de risco e da crescente impermeabilizao da superfcie urbana.

    Quando somados estes fatores, ao acontecimento das chuvas intensas

    contribuem para o aumento do pico de vazo dos cursos dgua,

    acarretando uma desorganizao do espao urbano, levando a catstrofes

    com fatalidades.

    Dentro deste contexto, as barreiras de segurana, atuam como

    obstculos, que podem prevenir/impedir um determinado evento perigoso,

    ou caso ele ocorra, proteger os indivduos e/ou o ambiente, impedindo ou

    minimizando os danos que um evento indesejado como uma enchente pode

    provocar (Pires, 2012).

    As barreiras podem ser separadas em preventivas e protecionistas,

    dado que podem atuar antes ou depois do evento acontecer, sendo

    classificadas com ativas ou passivas. As preventivas destinam-se a

    funcionar antes de se iniciar um evento especfico, possuindo o objetivo de

    assegurar que o evento indesejado acontea, ou pelo menos atrasar o

    desenvolvimento de eventos subsequentes, que resultem em desastres. As

    protecionistas tem o objetivo de proteger o ambiente e os indivduos, das

    consequncias do evento. Em relao ao objetivo, uma barreira ativa serve

  • 2

    para reduzir ou desviar as consequncias, enquanto uma barreira passiva

    reduz ou segura s consequncias (Hollnagel, 2004).

    No que tange a gesto das barreiras de segurana, uma metodologia

    muito utilizada a bow-tie (gravata de borboleta), que permite a

    representao grfica dos cenrios acidentais, agregando uma perspectiva

    relacional entre evento, causas, consequncias e barreiras, facilitando a

    visualizao das possveis ameaas e consequncias associadas aos

    eventos de grande potencial de dano (Pires, 2012).

    Esta metodologia permite uma maior clareza na elucidao das

    barreiras de segurana e das aes mitigadores, o que permite aos

    interessados de outras reas entender sua aplicao, atravs de um

    diagrama extremamente simplificado. O evento indesejado passa ser o

    centro das atenes, permitindo que os interessados, possam elaborar e

    apresentar novas barreiras e aes mitigadoras.

    A origem exata da metodologia bow tie desconhecida. A primeira

    referncia cientfica ocorreu em uma publicao da Universidade de

    Queensland, Austrlia, em 1979. A metodologia amadureceu no incio dos

    anos noventa, quando o Grupo Royal Dutch/Shell aplicaram a tcnica no

    estudo do desastre Piper Alpha.

    Por causa deste contexto, a metodologia bow tie tem sido

    tradicionalmente associada s anlises de riscos maiores e muitas vezes, o

    emprego da metodologia nos chamados safety-case para comunicao da

    gesto de riscos aos acionistas e diretores.

    Em acordo com o exposto acima, Cockshott (2005), diz que esta

    metodologia permite que os gerentes, engenheiros, operadores e

    profissionais da manuteno tenham um fcil entendimento dos riscos a

    serem gerenciados no empreendimento. Uma das vantagens do bow-tie

    que esta de simples aplicao, transparente e de fcil manuteno pelos

    operadores da planta.

  • 3

    A representao grfica, como apresentado na Figura 1, o evento

    topo est no centro da figura, com as ameaas esquerda e as

    consequncias direita. Entre o evento topo e as ameaas esto s

    barreiras preventivas e entre o evento topo e as consequncias so listadas

    as barreiras de proteo.

    Tendo visto que as enchentes, inundaes e os deslizamentos so os

    principais desastres naturais que ocorrem no Brasil, esta metodologia, pode

    trazer a gesto de riscos a um pblico leigo, que muitas das vezes, possuem

    o poder de deciso nas mos, merecendo ateno especial.

  • 4

    Figura 1: Representao da metodologia bow-tie.

  • 5

    2. OBJETIVO

    Este artigo tem como objetivo propor barreiras de segurana e sua

    gesto atravs da metodologia bow-tie, a fim de prevenir fatalidades em

    enchentes no municpio de Ponte Nova-MG, focando na apresentao de

    diretrizes a fim de prevenir as ameaas e proteger as consequncias de

    eventos indesejveis.

    3. METODOLOGIA

    A metodologia deste trabalho consistiu na proposio de barreiras de

    segurana atravs da Anlise Preliminar de Perigos e sua gesto pela

    metodologia bow-tie, atravs do diagnstico realizado em matrias

    jornalsticas, relatos fotogrficos e estudos realizados sobre as enchentes

    ocorridas nos anos de 2008 e 2012, no municpio de Ponte Nova MG.

    4. DESCRIO DO EVENTO TOPO

    Localizado na Zona da Mata Mineira, o municpio de Ponte Nova

    possui 470,643 km2 e uma populao de 57.390 habitantes (IBGE 2010). Em

    relao ao relevo, o municpio de Ponte Nova localiza-se no baixo vale do rio

    Piranga, no relevo mamelonar conhecido como mares de morros, onde boa

    parte da precipitao incidente na cabeceira do rio Piranga, que fica situada

    na Serra da Mantiqueira, chega ao permetro urbano de Ponte Nova, o que

    ocasiona inundaes de tempos em tempos a parte baixa da cidade (Ab

    Saber. 2003 apud Oliveira Silva 2009).

    Dentre os eventos ocorridos no municpio de Ponte Nova, podem-se

    destacar as enchentes de 1979, 1997 e, recentemente, em 2008 e 2012,

    sendo a penltima a de maior proporo dos eventos registrados (Guabiroba

    et al., 2012).

    A Figura 2 demonstra a relevncia do evento ocorrido e o potencial de

    destruio no municpio.

  • 6

    Figura 2: Imagem da enchente na regio central do municpio de Ponte Nova.

    Fonte: Canal Minas Sade

    Na prtica o que se observou com o desenrolar do evento, foi a

    inexistncia de barreiras de segurana com o intuito de promover a

    preveno da perda de vidas e de reduo dos impactos causados pelas

    enchentes.

    5. IDENTIFICAO DOS CENRIOS

    A identificao e a anlise de todos os cenrios acidentais possveis

    um elemento crtico, j que um perigo omitido um perigo no analisado,

    onde o entendimento dos riscos impostos pelos perigos essencial para se

    estabelecer um robusto sistema para gerenciar os perigos e seus riscos

    (AICHE, 2000; AICHE, 2012).

    Dentre as diversas tcnicas existentes, a Anlise Preliminar de

    Perigos (APP), possui ampla difuso e referenciada em manuais para

    elaborao de estudos de anlise de risco no Brasil como a Cetesb e o

    Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea), pois esta tcnica

    fornece todos os elementos para a anlise das barreiras de segurana

    existentes (Pires, 2012).

  • 7

    Esta anlise permite levantar as causas de cada um dos possveis

    eventos acidentais e as suas respectivas consequncias e, em seguida

    feita uma avaliao qualitativa do risco associado a cada cenrio acidental,

    avaliando a frequncia de ocorrncia do evento acidental, segundo suas

    causas e avaliando a severidade do cenrio de acidente (Pires, 2012). O

    desenvolvimento desta anlise realizado atravs de uma planilha

    estruturada conforme o modelo apresentado na Tabela 1 e conforme a

    descrio a seguir:

    Tabela 1: Planilha para elaborao da Anlise Preliminar de Perigos.

    Anlise Preliminar de Perigos

    Evento: Data/Perodo:

    Elaborado por: Referncia:

    Perigo

    Causas

    Efeitos

    Salvaguardas

    Freq.

    Sev.

    Risco

    OBS

    Cenrio

    Fonte: Adaptado de Aiche (2008).

    A anlise deve ser preenchida da seguinte forma:

    Perigo: apontar os potenciais de danos identificados para o evento estudado,

    que possuam potencial para causar danos infraestrutura, populao e ao

    meio ambiente;

    Causas: discriminar as causas de cada evento, como as falhas intrnsecas de

    equipamentos (vazamentos, rupturas, falhas de instrumentao, etc.) e erros

    humanos de operao e/ou manuteno;

    Efeitos: relatar os possveis efeitos danosos e suas consequncias em cada

    situao identificada, que possam causar danos infraestrutura, populao e

    ao meio ambiente;

  • 8

    Salvaguardas: apontar as prticas indicadas ou sistemas de proteo

    (alarmes, intertravamentos e bloqueios), que atuem como fatores que indicam,

    detectam, atenuam ou empeam a ocorrncia de situaes de risco;

    Frequncia (Freq.): classificar os eventos em categorias de frequncia

    esperada (mtodo qualitativo) de acordo com o exposto no Quadro 1. Para

    auxiliar na tomada de deciso, foi consultado o histrico de ocorrncia do

    evento, pois fornece base slida para apontar um ndice real.

    Quadro 1: Descrio da frequncia esperada para cada evento.

    Categoria Denominao Descrio

    A Extremamente

    Remota

    Conceitualmente Possvel, mas extremamente improvvel que ocorra durante uma vida til ou

    gerao.

    B Remota No espera-se que ocorra durante uma vida til

    ou uma gerao.

    C Improvvel Pouco provvel que ocorra durante uma vida

    til ou uma gerao.

    D Provvel Ocorrer ate uma vez durante a vida til ou

    uma gerao.

    E Frequente Ocorrer vrias vezes durante a vida til ou

    uma gerao.

    Fonte: Adaptado de Haddad e Morgado (2002).

    Severidade (Sev.): classificar os cenrios de acidente em categorias de

    severidade (mtodo qualitativo) conforme apresentado no Quadro 2.

  • 9

    Quadro 2: Descrio da severidade causada pelos eventos e suas

    denominaes.

    Categoria Denominao Descrio

    I Desprezvel

    Sem danos ou danos insignificantes aos equipamentos propriedade e/ou meio ambiente;

    No ocorrem leses ou mortes de pessoas, sendo o mximo aceitvel o atendimento de primeiros socorros ou tratamento mdico menor.

    II Marginal

    Danos leves em equipamentos, propriedade e/ou meio ambiente;

    Leses leves em pessoas (probabilidade remota de fatalidade).

    III Crtica

    Danos severos aos equipamentos, propriedade e/ou meio ambiente;

    Leses de gravidade moderada em pessoas (probabilidade baixa de fatalidade).

    IV Catastrfica

    Danos irreparveis a equipamentos, propriedade e/ou meio ambiente (reparao lenta ou impossvel);

    Provoca mortes ou leses graves em vrias pessoas.

    Fonte: Adaptado de Haddad e Morgado (2002).

    Risco: classificar o risco combinando-se as categorias de frequncia com as de

    severidade obtm-se o risco baseada em uma Matriz de Riscos, conforme

    apresentado no Quadro 3.

  • 10

    Quadro 3: Matriz de classificao de riscos.

    Frequncia

    A B C D E

    Co

    nseq

    un

    cia

    IV 2 3 4 5 5

    III 1 2 3 4 5

    II 1 1 2 3 4

    I 1 1 1 2 3

    Fonte: Adaptado de Haddad e Morgado (2002).

    De acordo com a Matriz de classificao de riscos apresentada no

    Quadro 3, os cenrios da regio em azul, no necessitam de aes, devido

    ao risco serem considerado desprezvel. O cenrio da cor verde encontra-se

    numa regio de risco considerado baixo (solues necessrias em longo

    prazo), a regio em amarelo indica cenrios de acidente cujo risco

    moderado (solues necessrias em mdio prazo), a regio em laranja

    indica cenrios de acidente cujo risco srio (Solues necessrias em

    curto prazo) e em vermelho os cenrios considerados crticos (solues

    imediatas). A classificao e o consequente gerenciamento dos riscos, esto

    exemplificados no Quadro 4 abaixo.

    Quadro 4: Classificao do risco e gerenciamento necessrio.

    Risco Gerenciamento

    1 Despresvel No h necessidade de adoo de solues.

    2 Menor Solues necessrias em longo prazo.

    3 Moderado Solues necessrias em mdio prazo.

    4 Srio Solues necessrias em curto prazo.

    5 - Crtico Solues imediatas.

    Observaes (OBS): elaborar recomendaes que visem melhoria da

    condio de segurana, a minimizao dos efeitos dos possveis acidentes ou

    observaes pertinentes ao cenrio em estudo.

  • 11

    Cenrio: deve ser preenchida com um nmero ou cdigo que permita identificar

    o cenrio de acidente, facilitando a consulta a qualquer cenrio de interesse.

    6. SELEO DE CENRIO

    O evento selecionado foi a enchente ocorrida em 2012, considerada

    uma das maiores em propores e danos causados ao meio ambiente,

    estrutura do municpio e populao. Alm dos aspectos tcnicos

    mencionados anteriormente a anlise do cenrio fornece subsdios para

    proposio de barreiras que preventivas e protecionistas. O evento foi

    classificado como crtico, recebendo maior pontuao e necessitando de

    solues gerenciais imediatas.

    7. BARREIRAS DE SEGURANA SUGERIDAS

    7.1. AVALIAO DOS EVENTOS ANTERIORES

    O primeiro passo, para se compreender o evento topo o estudo das

    ameaas de desastres que ocorreram, avaliando o grau de vulnerabilidade

    do sistema e dos corpos dguas receptores do volume. Este item deve

    conter uma sntese conclusiva que permita elencar os riscos. Outro ponto

    importante nesta avaliao a definio das reas que necessitam de maior

    ateno na mitigao do impacto causado pelas enchentes e/ou na

    interveno direta quando necessria atuando como barreira protecionista.

    7.2. MEDIDAS ESTRUTURAIS

    As medidas estruturais so aquelas que atuaram diretamente em

    zonas de risco, que possam colocar primeiramente vidas em risco e o

    patrimnio dos moradores do municpio. Seriam intervenes fsicas nas

    zonas de risco e nas reas afetadas, com a finalidade aumentar o nvel de

    segurana intrnseca dos bitopos humanos, atravs de atividades

    construtivas como os muros de arrimo em encostas e guarda corpo em

    locais que possam haver quedas de nvel diferente.

  • 12

    Uma barreira de protecionista seria a instalao de alarmes de

    emergncia especfico para estas zonas, que seriam ativados de acordo

    com metodologia pr-determinada pela defesa civil.

    Outra barreira protecionista dentro das medidas estruturais a

    construo de local apropriado para alojar as famlias desabrigadas, bem

    como manter um estoque mnimo de suprimentos, caso a cidade fique

    isolada com outras regies.

    7.3. MEDIDA DE ATUAO NA FONTE

    Esta barreira seria a de maior custo, porm a de maior eficincia, no

    que diz respeito ao fator meio ambiente, pois teramos inmeras sub-

    barreiras, que atuariam em conjunto. Neste caso, caso esta barreira no seja

    executada, as barreiras protecionistas, seriam as barreiras mencionadas nos

    outros itens. Algumas proposies so listadas a seguir:

    a) Aumentar do nmero de reas verdes nos municpios banhados pelo Rio Piranga;

    b) Reflorestar a mata ciliar do rio ao longo de toda sua extenso e aumentar a fiscalizao quanto aos desmatamentos;

    c) Construir bacias de conteno de sedimentos em estradas rurais e acessos (escolher pontos estratgicos);

    d) Construir bacias de captao para aumentar a infiltrao reduzindo o escorrimento superficial;

    e) Construir represas a jusante, que auxiliem na regulao da vazo em pocas crticas.

    7.4. EDUCAO E TREINAMENTO

    No menos importante que as barreiras anteriores, esta atuar como

    a ltima de uma sria, pois servir com a medida que entrar em vigor caso

    as outras barreiras no sejam eficazes. Segundo a coordenadoria da defesa

    civil do estado de Minas Gerais, as enchentes de 2012, deixaram 103

    municpios mineiros em situao de emergncia, onde 12 pessoas morreram

    e 11.939 pessoas ficaram desalojadas, demonstrando que a falta de

    conhecimento e opo que leva a situaes despreparadas e colocam em

    risco a vida de pessoas.

  • 13

    Assim como ocorre em outros problemas sociais, campanhas

    enfatizando os perigos causados pelas chuvas de vero, bem como as

    aes adotadas devem serem tomadas deve ser realizada, em escolas, no

    comrcio e principalmente em zonas consideradas de risco. Dentro desta

    etapa da anlise, um ponto importante pode ser adotado, que seria a

    implantao de placas de sinalizao e alarmes de emergncia nos locais.

    Como medida difusora o treinamento de lideranas de bairro, auxiliaria no

    fluxo de informaes com as comunidades, informando as aes a serem

    adotadas e possivelmente auxiliando o corpo de bombeiros no resgate e

    salvamento de vidas.

    8. BOW TIE

    Diante do exposto fica evidente a dificuldade de se dimensionar

    visualmente todas as informaes expostas, por pessoas que no possuem

    a mesma interpretao ou que no possuam o mesmo entendimento. Na

    prtica o nmero de barreiras ir aumentar, pois com o envolvimento de

    outros atores, novas solues pontuais aparecero e possuiro papel

    fundamental na proteo do sistemas.

    A figura representa a ferramenta bow tie para anlise mencionada

    anteriormente e as barreiras sugeridas.

  • 14

    Figura 3: Representao da gesto de barreiras pela metodologia bow tie.

  • 15

    9. CONCLUSO

    O nmero de barreiras de segurana ir variar de acordo com a

    equipe avaliadora e com o recurso disponvel para a implantao destas, j

    que muitas delas possuem elevado custo financeiro.

    Uma equipe multidisciplinar deve ser formada para avaliar a situao,

    j que neste caso, o evento topo envolve diversas reas cientficas e do

    conhecimento.

    As enchentes devem ser consideradas como eventos crticos e aes

    para o gerenciamento dos acontecimentos, devem ser implementadas de

    maneira imediata no municpio avaliado.

    O gerenciamento de barreiras de segurana atravs da metodologia

    bow tie, pode trazer metodologias mais complexas de gerenciamento de

    risco aos envolvidos, mesmo que estes no possuam a conhecimento de

    tais metodologias, pois elenca de maneira visual as barreiras, possibilitando

    um gerenciamento mais rpido e simplificado.

  • 16

    10. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AB SBER, A. N. Os Domnios de Natureza no Brasil: Potencialidades Paisagsticas. So Paulo: Ateli Editorial, 2003. 159p. AICHE. Building Process Safety Culture: Tools to Enhance Process Safety Performance, Center for Chemical Process Safety of the American Institute of Chemical Engineers, New York, USA 2005. Disponvel em: . Acesso em: 23 jun. 2012. AICHE. Guidelines for Chemical Process Quantitative Risk Analysis. Center for Chemical Process Safety of the American Institute of Chemical Engineers, New York, USA. 2000. 770p. COCKSHOTT, J. E., Probability Bow-Ties - A Transparent Risk Management Tool. Process Safety and Environmental Protection, Institution of Chemical Engineers, v.83 (B4), p. 307316. 2005. GUABIROBA, F. CARNEIRO, M. SILVA, D. D. Mapeamento alternativo de zonas alagveis utilizando SIG para a cidade de Ponte Nova MG. XX SIMPSIO BRASILEIRO DE RECURSOS HDRICOS - 2013/ ISSN 2318-0358. Bento Gonalves. Anais... Bento Gonalves RS. 2013. HADDAD, A., MORGADO, C. Elementos de Segurana Ambiental. Editora Aquarius, 2002. HOLLNAGEL, E. Barriers and Accident Prevention,1.ed Inglaterra: Ashgate, 2004. 219p. OLIVEIRA SILVA, L. A. A desorganizao do espao urbano em Ponte Nova (MG) frente s grandes enchentes de 1951, 1979, 1997 E 2008. 75f. Dissertao (Mestrado em Geografia). Universidade Federal de Viosa. Viosa MG. 2009. PIRES, M. M. Gesto da integridade de barreiras: Fator chave na preveno de acidentes. 102f. Dissertao (Mestrado em Engenharia Ambiental). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro RJ. 2012.