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INEPA
Instituto Nacional de Educação e Pesquisas Acadêmicas
Curso: Pedagogia
Literatura Infantil: A Magia do Saber e do Prazer na Educação Infantil
Lucimar Mendes de Oliveira Godinho
Miriam Silva de Oliveira
Xinguara – Pará
2013
Lucimar Mendes de Oliveira Godinho
Míriam Silva Oliveira
Literatura Infantil: A Magia do Saber e do Prazer na Educação Infantil
Monografia apresentada à Banca Examinadora do
Programa de Pós Graduação. Licenciatura em Pedagogia no Instituto
Nacional de Educação e Pesquisa Acadêmico no Polo em Xinguara-PA,
como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia.
Orientador(a):
Xinguara – Pará
2013
Termo De aprovação
Lucimar Mendes de Oliveira Godinho
Míriam Silva de Oliveira
Literatura Infantil: A Magia do Saber e do Prazer na Educação Infantil
Monografia apresentada à Banca Examinadora do
Programa de Pós Graduação. Licenciatura em Pedagogia no Instituto
Nacional de Educação e Pesquisa Acadêmico no Polo em Xinguara-PA,
como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciado em
Pedagogia.
Monografia aprovada em ___/___/___ Nota:___
Lucimar Mendes De Oliveira Godinho
Míriam Silva de Oliveira
Banca Examinadora:
Orientador(a):
Coordenação de Graduação
Xinguara – Pará
2013
Dedicatória
Dedicamos em especial para a professora Pedagoga Maria
Helena Mendes de Oliveira pela cooperação, dedicação diante de
tantas informações e participação efetiva neste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, autor da vida, escritor de todas nossas
histórias, nosso mestre e primeiro amor. Obrigado Senhor por nos
conceder a graça de concluir essa jornada com êxito.
Agradecemos aos nossos pais que nos apoiaram com muita
garra e dedicação. Repreendendo os nossos erros e auxiliando nos
nossos acertos. A toda nossa família pelos ensinamentos e
exemplos.
Agradecemos as nossas preciosas filhas Gabriela Valentina
Mendes Lino Godinho (Lucimar) e Jacqueline Oliveira Mota
(Míriam), que nos apoiaram nos momentos de dificuldades com a
informática.
Agradecemos nossos esposos que nos incentivaram através
do companheirismo.
Agradecemos aos nossos amigos que compartilharam as
alegrias, as tristezas, perdas e ganhos. Enfim, a todos que
participaram direta ou indiretamente neste momento de nossa vida.
“Esta menina
tão pequenina
quer ser bailarina.
Mas depois esquece todas as
danças, e também quer dormir
como todas as crianças.”
Cecília Meireles
Resumo
A Literatura Infantil é uma fonte rica em informações, e nos
oferece um método prazeroso e divertido de ensinar crianças da
Educação Infantil, pois tem papel importante na formação da
criança, ou seja, oferece oportunidades de viajar no imaginário e
favorece a visão da realidade da criança.
Este trabalho preocupa-se em mostrar como podemos utilizar
este recurso na Educação Infantil, ou seja, na educação de crianças
de 2 a 5 anos de idade e como ela pode ser significativa no eixo
ensino/aprendizagem.
Para realiza-lo, foi feita uma vasta pesquisa bibliográfica e
acesso as produções disponíveis na internet, visto que a Literatura
Infantil é imprescindível na aprendizagem, não apenas para estas
crianças de 2 a 5 anos, mas para todos. Estas pesquisas nos
mostram que a Literatura Infantil contribui no desenvolvimento
cognitivo, físico e social destas crianças. O hábito da leitura também
foi abordado e a importância de se conhecer o objeto livro desde
cedo para se formar futuros leitores.
Sendo assim, não se pode negar que a Literatura Infantil, com
seus contos Clássicos, poesias, lendas, teatro é uma grande aliada
do educador no processo de socialização, interação e
aprendizagem do aluno, e que deve estar presente na rotina diária
na Educação Infantil, pois é um momento mágico e prazeroso para
todos.
Palavras-chave: Literatura Infantil, linguagem oral, Interações
sociais e aprendizagem.
Abstract
Sumário Introdução Justificativa Objetivo Geral Objetivos Específicos Metodologia Referencial Teórico Capitulo I
1-.Afinal o que é Literatura Infantil?1.1-Conceito de Literatura Infantil1.2- A Literatura Infantil no Brasil e a presença de Monteiro Lobato.
Capitulo II2-Linguagem Oral2.1- A Literatura Infantil e a Escola.
Capitulo III3.-(Re) Contando Histórias3.1-Contando Histórias3.2-Recontando Histórias
Considerações Finais. Referências Bibliográficas
Introdução
Pretendemos através deste trabalho, analisar o processo de
desenvolvimento cognitivo, moral, emocional e social da criança, ou
seja, para desenvolvimento das habilidades, se faz necessário o
contato com textos literários que estejam próximos da sua realidade
e que estimulem a prática da leitura, visto que a Literatura Infantil
tem um grande papel na educação e na formação da criança.
Sendo que no período da Educação Infantil as crianças estão
na fase do desenvolvimento, onde o imaginário busca obter
conhecimento antecipados do mundo ao seu redor, ou seja, trata-se
de uma fase em que a criança praticamente sonha acordada, e está
sempre inventando e descobrindo coisas.
E fundamental o papel do professor neste momento, ele
poderá disponibilizar recursos que irão aprimorar seus
conhecimentos, aguçando a curiosidade das crianças, ampliando
seu vocabulário e incentivando o gosto pela leitura.
Sendo que a leitura possibilita o desenvolvimento da
linguagem oral da criança, ou seja, a leitura favorece ao leitor
ampliar, transformar e enriquecer sua experiência de vida, visto que
é um meio de manifestação de cultura e também ideologia.
Acreditamos que arte literária aliada a contar história é
adequada para imergir a criança no mundo literário, sendo um
instrumento de sensibilização, formador de conceitos conscientes
estimulando a manifestação da capacidade e interesse de analisar
o mundo.
De acordo com o universo interacional e cognitivo, será
através do incentivo e do acesso aos livros pelo manuseio, leitura
ou contagem de histórias que a habilidade discursiva se ampliará
pela possibilidade do reconto, exemplos: são as peças teatrais,
poesias, narrativas, o faz de conta... Afinal reconstruir uma história
desperta a imaginação, aperfeiçoa a inteligência e aprimora a
sensibilidade para a Literatura Infantil de forma a aproximar os
interlocutores, cativando-os, ou seja, é preciso proporcionar à
criança o acesso a leitura de qualidade de forma inovadora,
mediando discussões, e reflexões sobre histórias lidas e ouvidas e
relacionando ao conhecimento já adquiridos. Este estímulo à leitura
poderá fazer com que a criança possa construir suas noções de
temporalidade, relações de causas e efeitos, descrição de cenários,
objetos, personagens e expressar sentimentos de forma clara.
Justificativa
Sendo nós, Lucimar Mendes de Oliveira Godinho e Míriam
Silva de Oliveira, professoras da educação Infantil. Através das
nossas práticas educacionais é que muitas vezes refletimos sobre
esse tema, e isso leva-nos a querer buscar mais informação sobre
Literatura Infantil dentro do cotidiano das instituições de ensino.
Desta forma pretendemos nesta pesquisa, verificar de que
forma a Literatura Infantil interfere na aprendizagem, e qual a sua
contribuição no desenvolvimento da criança.
Partindo dessa afirmação, é cabível dizermos da importância
do estudo aprofundado sobre a Literatura Infantil como formadora
de conceito consciente, tratando-se dos meios pelos quais devemos
fazer o uso para que se torne o estudo de Literatura Infantil, mais
apreciado e mais bem aceito pelas crianças hoje em dia. Por essas
constatações vejamos que a Literatura Infantil é um recurso
importante no trabalho educativo.
As histórias infantis geralmente cativam as crianças pelo fato
de possuir uma linguagem permeada por elementos inusitados e
enredos carregados de possibilidades, para as quais não há limite
entre o sonho e a realidade.
Ao contar uma história, o professor da Educação Infantil,
precisa ter sensibilidade e empatia com o público. O contador de
história deve transmitir o seu sentimento, deve ser totalmente
envolvido pela história para expressar todo seu encantamento e sua
paixão pela Literatura Infantil.
Assim transportam as crianças para mundo imaginário, em
que a fantasia é o elemento fundamental.
Objetivo Geral
A pesquisa bibliográfica teve como objetivo de investigar a
importância da Literatura Infantil como elemento fundamental no
desenvolvimento cognitivo, moral, emocional e social da criança.
Implementar a postura e as práticas pedagógicas que favorecem a
construção de uma relação prazerosa criativa e autônoma da
criança com a leitura.
Os Objetivos específicos foram os seguintes:
Refletir acerca da literatura infantil como recursos
pedagógicos no ambiente escolar;
Utilizar a Literatura Infantil fornecendo subsídios para
que a criança possa enriquecer o seu vocabulário,
passando a expressar suas ideias de forma mais
elaborada;
Desenvolver atividades pedagógicas que favorecem o
encontro lúdico e criativo entre a criança e livros
literários;
Utilizar a Literatura Infantil como incentivo para
formação de futuros leitores e desenvolver a capacidade
das crianças através da hora do canto da interpretação
e do lúdico.
Analisar e refletir e discutir o posicionamento de
diferentes autores sobre a importância da Literatura
Infantil para o desenvolvimento integral da criança.
Metodologia
Pesquisa Bibliográfica
A metodologia utilizada para realização da proposta desejada foi de
traçar dados comparativos, através de análise, reflexão e discussão
sobre tema “Literatura Infantil”, entre o posicionamento de
diferentes autores, tais como: Maria Lúcia Amaral (Criança e
Criança: literatura infantil e seus problemas), Lígia Cademartori (O
que é Literatura Infantil?), Cicília Meireles (Problemas da Literatura
Infantil), Paulo Freire (Pedagogia da Autonomia: Saberes
necessários à prática educativa), demais autores e dados
pesquisados ao acesso as produções disponíveis na internet.
E assim a comparação culminando na ideia que define o papel e a
importância da Literatura Infantil no desenvolvimento integral da
criança.
Referencial Histórico
Usualmente os atos literários e o pedagógico estão juntos na
literatura infantil desde seu início. Para a maioria dos autores, a
construção da autonomia na criança será possível em ambiente
democrático, construído por relações de cooperação e respeito
mútuo, possibilitado pelas trocas sociais. Visto que a literatura
infantil para criança deve ser fonte de prazer, estímulo a
criatividade, enriquecimento de experiências e motivação para a
aprendizagem.
Assim ressalta a autora Maria Lúcia Amaral que: “Literatura Infantil,
como toda literatura, é arte. Além disse requer um profundo
conhecimento da criança. Mas exige que se ame a criança.
Faltando qualquer um desses elementos, a obra é falha, é inútil,
quando não prejudicial”.
Ou seja, a autora acredita que a literatura natural é aquela que não
possui limites, que explora qualquer assunto, e assim, levas
problemáticas atuais para suas histórias, mostrando que é possível
conscientizar o público infantil de forma divertida.
Porém, para autora Cademartori a característica principal da
literatura infantil é o endereçamento do texto, respeitando idade,
forma de comunicação, estrutura e estilo das linguagens visuais e
verbais. Os textos têm que permitir à criança a possibilidade atribuir
sentido ao que está lendo. Essa tendência de textos visuais e
verbais em conjunto, permite a criança experiências de estética e
sentido.
Afirma Cademartori (2010) que: “o falante só se relaciona
ativamente com sua língua por meio de uma interação afetiva e
intelectiva com o sistema linguístico, em que língua e falante
deixam de ser estáticos, para se redimensionarem por ação
recíproca”.
Paulo Freire (1996), em sua análise da Pedagogia da Autonomia,
menciona alguns itens que considera fundamental para a prática
docente, enquanto instiga o leitor a criticá-lo e acrescentar o seu
trabalho outros pontos importantes. Inicia afirmando que “não há
docência sem discência” (p. 23), pois “quem forma se forma e se
reforma ao formar, e quem é formado forma-se e forma ao ser
formado” (p. 25). Dessa forma, deixa claro que o ensino não
depende exclusivamente do professor, assim como aprendizagem
não é algo apenas de aluno. “não há docência sem discência, as
duas se explicam, e seus sujeitos apesar das diferenças que os
conotam, não se reduzem a condição de objeto, um do outro. Quem
ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender” (p.
25).
Capítulo I
1 Afinal o que é Literatura Infantil?
A simbolização infantil faz com que esta modalidade literária seja
considerada “menor” por alguns, infelizmente. Principalmente os
educadores vivenciam de perto a evolução de o maravilhoso ser
que é a criança. O contato com textos recheados de encantamento
faz-nos perceber quão importante e cheia de responsabilidade é
toda forma de literatura. A palavra literatura é intransitiva e,
independente do adjetivo que receba, é arte e deleite. Sendo assim,
o termo infantil associado à literatura não significa que ela tenha
sido feita necessariamente para crianças. Na verdade, a literatura
infantil acaba sendo aquela que corresponde de alguma forma, aos
anseios do leitor e que se identifica com ele. A autêntica literatura
infantil não deve ser feita essencialmente com intenção pedagógica,
didática ou para incentivar hábito de leitura. Este tipo de texto deve
ser produzido pela criança que há em cada um de nós. Assim o
poder de cativar esse público exigente e importante aparece. O
grande segredo é trabalhar o imaginário e a fantasia.
Ressalta a autora Cademartori (2010, p. 16): “A Literatura Infantil se
caracteriza pela forma de endereçamento dos textos ao leitor. A
idade deles, em suas diferentes faixas etárias, é levada em conta.
Os elementos que compõem uma obra do gênero devem estar de
acordo com a competência de leitura que o leitor previsto já
alcançou. Assim, o autor escolhe uma forma de comunicação que
prevê a faixa etária do possível leitor, atendendo seus interesses e
respeitando suas potencialidades”.
Sabemos que a criança ainda não consegue trabalhar
intelectualmente com certos temas, conceitos e com um
determinado grau de abstração, isto não significa que a literatura
feita para ela tenha que ter o seu valor artístico reduzido para
adequar-se ao nível da criança. Tanto a riqueza simbólica quanto a
qualidade da narrativa e o trabalho da linguagem têm que coexistir
nessas obras. A boa literatura agrada criança, provoca lágrima e
riso, assusta, emociona, atrai a sua atenção e comove (no sentido
etimológico da palavra: mover com, isto é, fazer caminhar com o
texto, experimentando as sensações e emoções que ele provoca),
reações próprias da literatura.
“Com a criança não se brinca. Todo o cuidado é pouco para não
deformá-la ou prejudica-la”. Amaral (1971, p. 14).
1.1 Conceito de Literatura Infantil
A literatura infantil é um produto cultural da sociedade
contemporânea que oferece à criança um meio de educá-la
através de fábulas ou narrativas.
Contar história é um costume antigo, e foi a partir deste
originou-se a Literatura Infantil. A Literatura Infantil da
adaptação de contos populares contados por pessoas comuns
em rodas de história. Antes disso, não havia preocupação em
incluí-las na família ou na sociedade, porque a infância era
totalmente desconsiderada, as crianças participavam,
juntamente com os adultos, da vida política e social,
testemunhavam às guerras, a vida, as festas.
Assim, o homem se constitui através de conceitos que
depende dos padrões de interpretações a ele oferecido, a
infância é base dessa formação e a Literatura Infantil pode ser
muito importante. Visto que a literatura infantil, desde seu
princípio, sempre garantiu espaço ao maravilhoso.
Consideramos maravilhoso o discurso cujas leis se definem
fora da lógica imediata, determinações que rege os
acontecimentos do mundo dito real. Fora das determinações
da dicotomia espaço/tempo ou até mesmo em local
indeterminado numa terra também imaginária esse discurso
não é regido pelas leis naturais do planeta. Quando na história
o que prevalecia era o conhecimento científico. Com o
conhecimento e expansão da racionalidade científica, o
maravilhoso começou a perder espaço na vida do adulto.
Considerando que os padrões sociais e valores políticos e
culturais são essencialmente abstratos, dificilmente seriam
compreendidos por mentes propensas a conhecer através de
emoções e experiências concretas. Com a literatura é
possível representar o abstrato através de comparações,
símbolos, imagens e alegorias. A capacidade de
representação, através dos tempos, tem sido a mediadora
entre a percepção intelectual e o desenvolvimento do
pensamento reflexivo. Enquanto a lógica imprime caráter de
veracidade aos acontecimentos que passam a ser
cientificamente comprovados, a fantasia parece a ser uma
forma privilegiada de dar corpo ao que essa lógica considera
absurdo, por não ser comprovável. Predominante no
imaginário popular, o maravilhoso então parece conquistar aí
o seu espaço privilegiado, tornando-se presença obrigatória
nos contos populares, consagrados na obra de Charles
Perrault, que no século XVII, coletou contos e lendas da Idade
média (Cinderela e Chapeuzinho Vermelho, entre outros. Nos
contos de Andersen, publicados na Dinamarca , O patinho
feio, trajes do imperador); Nos de Garret e Herculano, em
Portugal. Na obra do Italiano Coelodi (Pinocchio); na do inglês
Lencis Carroll (Alice no país das maravilhas). Na do
americano Frank Braun (o mágico de Oz). E na do escocês
James Barrie (Peter Pan), dentre outros. A imaginação da
criança supera a realidade que a cerca, e naturalmente, toda
a razão. Assim o maravilhoso é um instrumento de alta
qualidade na Literatura Infantil. Não há separá-lo da alma da
criança.
Segundo Maria Lucia Amaral (1971), “O mito ou o maravilhoso
é uma espécie de combustível para a imaginação infantil.
Seria uma verdadeira mutilação destruir na criança esta
capacidade mítica”.
Os contos maravilhosos, pela sua riqueza, têm sido fonte de
estudo de psicanalista, sociólogos, antropólogos, pedagogos,
psicólogos, cada qual buscando dar ênfase à sua área de
interesse. Visto que a literatura infantil, através dos contos de
fadas, pode ser determinante para a formação da criança,
superar decepções, dilemas, rivalidades de abandonar
dependências infantis, garantir um sentimento de
individualidade e de autovalorização e um sentido de
obrigação moral. Quando a criança entende o que se passa
dentro do seu eu, inconsciente ela consegue lidar com as
coisas ao seu redor e facilita a compreensão de certos valores
de conduta humana ou convívio social.
“(`) Ah, como é importante para formação de qualquer
criança ouvir muitas, muitas historias... Escutá-los
e início da aprendizagem para ser leitor, e ser leitor é ter um
caminho absolutamente infinito de descobertas e de
compreensão do mundo (...)” (ABRAMOVICH,1999,P.16)
1.2 A Literatura Infantil no Brasil e a presença de Monteiro Lobato.
A Literatura Infantil brasileira quase no século XX, embora
haja alguns registros datados no século XIX. Tudo começou
com a implantação da Imprensa Régia por D. João VI, em
1808, quando algumas obras literárias voltadas para as
crianças, começaram a ser publicadas, com a tradução de “
As Aventuras de Barão Munkausen”, mas foi entre o século
(XIX e XX) que a produção de livros infanto-juvenis se
fortaleceu e, devido a nova visão de educação que se
estabelecera no país, as traduções e as adaptações de livros
firma-se e a consciência de uma literatura própria, que
valorizasse o nacional se fez necessário. Inicialmente, esta
mudança começou na escola, com o surgimento de “livros de
literatura” e livros religiosos para crianças e jovens. Estes
livros foram os primeiros esforços para esta nacionalização da
literatura infantil.
“A Literatura Infantil apresenta, no Brasil, um campo de
trabalho tão extenso e desconhecido, que ocorre com o
investigador o que se passa com Cristóvão Colombo: pensa-
se ter descoberto o caminho para as Índias quando, de fato,
mal tangenciou um continente inexplorado cujo perfil exato
ainda está para ser definido”. (Zulberman, 1985, p.9).
O Primeiro livro lançado no Brasil com grande
repercussão no meio escolar foi o livro do “Povo”, escrito por
Antônio Marques Rodrigues. Nesta mesma linha foram
lançados: “Método Abílio”, por Abílio Cesar Borges, “O Livro
do Wenê” por Menezes Vieira, “Série Instrutiva”, por Hilário
Ribeiro; entre outros. Logo após essa fase, contos para
diversão da infância começaram a ser escritos por autores
nacionais, como “Contos Infantis”, de Júlia Lopes de Almeida,
reunindo mais de seiscentas narrativas em verso e prosa.
“Contos da carrocinha” foi a primeira coletânea brasileira
infantil com o intuito de traduzir, para a Língua Portuguesa,
contos estrangeiros de sucesso, iniciativa tomada por Alberto
Figueiredo Pimentel, conquistando fama por tentar popularizar
a literatura no Brasil.
‘“‘ “Ainda acabo fazendo livros, aonde nossas
crianças possam morar” (Monteiro Lobato)
Assim no Brasil, o grande expoente da literatura que
demarcou entre o ontem e o hoje foi Monteiro Lobato, que
veio completar o que faltava nesta corrente área no Brasil, ou
seja, a literatura infantil brasileira inicia sob a égide de um dos
nossos mais destacados intelectuais: Monteiro Lobato. Se
isso por um lado, prestigiou o gênero no seu surgimento, por
outro lado, fez com que, após Lobato, por muito tempo, a
Literatura Infantil brasileira vivesse à sombra de seu nome.·.
Assim Monteiro Lobato, formado pelo o pensamento
europeu e retorna-se para o Brasil sem situação paradoxal
Brasileiro que descobre o exótico dentro de seu país. Em
lugar da postura entusiasmada diante dos traços de
brasilidade, o que caracterizou a obra de tantos
“nacionalistas”, encontra-se, em Lobato, ao lado da
identificação de nossas peculiaridades, inquietude perante a
situação nacional nos seus diferentes âmbitos.
Para ele, o nacional deixa de ser pitoresco para ganhar
tipificação humana em Jeca Tatu, personagem polêmica,
causador de inumeráveis discussões, na medida em que
contrapunha ao ufanismo da paisagem exuberante, no qual
tinha enxertado o indígena belo e cavalheiro, a subnutrição de
um tipo que, de cócoras, não esperava nem produz nada em
sua vida vegetativa. Jeca Tatu passa a personificar a
estagnação, o marasmo, a precariedade da vida nacional,
aceitação passiva das arbitrariedades do poder, o comodismo
que prefere tudo perder antes de esforçar-se em uma tomada
de posição.
Essas tipificações não correspondiam às expectativas
do público quanto à função do escritor, numa época em que a
literatura era entendida como “sorriso da sociedade”.
Assumindo a responsabilidade da denúncia, formulando uma
audaciosa advertência, Monteiro Lobato estabelece uma
ligação entre a literatura e as questões sociais.
Porém Monteiro Lobato, foi o grande responsável por
recontar as fábulas de Esopo¹ e La.Fontaine, além de crias
suas próprias fábulas com a turma do Sítio do Pica Pau
Amarelo. Lobato cria, entre nós, uma estética da literatura
infantil, sua obra constituindo-se no grande padrão do texto
literário destinado às crianças.
Sua obra estimula o leitor a ver a realidade através de
conceitos próprios. Apresenta uma interpretação da realidade
nacional nos seus aspectos social, político, econômico,
cultural.
“Ando com ideias de entrar por esse caminho: livros
para crianças”. De escrever para marmanjos já me
enjoei.
Bicho sem graça. Mas para criança um livro é todo um
mundo [...] (Lobato apud COELHO,
(1985, p. 187)”
1-Esopo: Um escravo grego que viveu no século V A.C., com narrativas simples, vividas
principalmente por animais persuadia os ouvintes a agirem com inteligência . Esopo não
deixou textos escritos. Suas Fábulas escritas em versos por Fedro, em escravo romano no
século I A.C., e posteriormente, por um francês, Jean de La Fontaine, no século XVII.
Capitulo II
2. Linguagem oral:
A literatura infantil namora a educação, em especial para as
crianças e a Educação Infantil. Ela e fundamental para o
desenvolvimento pleno linguístico, intelectual e social. A
literatura infantil é importante para expressão verbal, o lúdico,
imaginação abstração.
Para Cademartori que: “O papel da literatura nos
primeiros anos é fundamental para que se processe uma
relação ativa entre falante e língua”. (2010 p.74)
Sendo assim o trabalho da Educação infantil tem um
aliado incrível, no caso a própria criança, numa fase em que
aprender a brincar é puro prazer, e que a partir daí pode-se
desenvolver a linguagem oral através de músicas, conotações
e interpretações de histórias, narrativas, nas quais as crianças
possam interagir em seu processo de construção do
conhecimento, possibilitando assim, o seu desenvolvimento
integral.
Na perspectiva da Educação Infantil todo trabalho
educativo deve ser orientado no sentido de criar condições
para as crianças conhecerem, descobrirem significados,
valores, ideias e papéis sociais através da comunicação e
interação social.
Segundo Cardemartori (2010), uma experiência com
função poética da linguagem inicia com as cantigas de ninar,
as cantigas de roda, as parlendas ( rimas ou ditos instrutivos
do tipo Palminhas de Guiné, Dedo Mendinho , etc.), ou os
travas línguas (Jogo verbal que desafia a dizer rapidamente
sequência de palavras difíceis, de pronunciar, patrimônio
cultural popular escassamente considerado na
sistematização do ensino da língua.
2.1 A Literatura Infantil e a escola
Nos dias de hoje, percebe-se que as crianças começam
a formar sua leitura de mundo e despertar para rabiscos,
traços e desenhos desde cedo, conforme as oportunidades
que lhe são oferecidas. Não deve haver mãe e pai que não
tenha deslumbrado pelas as coisas feitas e ditas por seus
filhos pequenos. Já aos dois ou três anos de idade as
crianças são capazes de mostrar uma criatividade e
sensibilidade impressionante. Visto que com a valorização da
infância no decorrer dos séculos, geraram-se meios de
despertar o desenvolvimento intelectual, da criança e com
isso com a manipulação de suas emoções inventando-se a
literatura e reforma-se a escola.
A infância proporcionou, tratados de pedagogia, por ser
considerada uma faixa etária de conceito demarcado,
propondo assim que essa fase de “vida” seja diferente da fase
adulta. Com essa nova visão de infância, da criança com o ser
que necessita de cuidados e improdutiva, a escola passa
assumir um duplo papel o de introduzir a criança na vida
adulta e ao mesmo tempo protege-la das agressões do
mundo exterior.
Dessa forma, os primeiros textos infantis foram feitos por
pedagogos e professores para que houvesse conotação
educativa, porém, através dos padrões comportamentais
explícitos ou implícitos na história e de sua linguagem, a qual
se pretende que a criança aprenda tudo sofre interferência do
adulto, que pode usar a realidade imaginária para expor sua
ideologia.
“O que demonstra a falsa inocência do gênero, quando
se percebe a sua intenção moralizante o texto se revela um
manual de instrução. (ZILBERMAN,1985,P.20 e 21)
Mas a educação e os educadores passaram por grandes
mudanças, no decorrer dos tempos, vários linhas pedagógicas
surgiram para que a escola crescesse e, assim, mudasse sua
perspectiva, de educação e de aluno, a criança conquistou
seu real valor e, hoje, por ela e para ela são feitas as aulas.
Hoje, professores unânimes em afirmar que o fato de ouvir
histórias na idade pré-escolar é muito importante para o
desenvolvimento da criança, iniciando como um aprendiz de
leitor, porque, pelo o simples fato de escutar uma história, a
criança desenvolve um esquema de texto narrativo,
percebendo que em todas elas há inicio, meio e fim, e se
envolvem de tal maneira que, ao conta-las, tem a certeza de
que realmente aconteceram, mesmo que seja de faz-de-
conta, desenvolvendo sua memória e sua imaginação.
Paulo Freire (Pedagogia da Autonomia),introduz
explicando suas razoes para analisar a pratica pedagógica do
professor em relação a autonomia de ser e de saber do
educando. Enfatiza a necessidade de respeito ao
conhecimento que o aluno trás para escola, vista ser ele um
sujeito social e histórico, e de compreensão que o “formar é
muito mais do que puramente treinar o educando no
desempenho de destrezas” (p.15)
Apesar dentro grande conquista, o educador luta ainda
contra outro fator que acomete o habito de leitura: a tecnologia.
Hoje as crianças passam muito tempo enfrente a televisão, em
vídeo game, no computador, já que este proporciona efeitos
sedutores, ao público infantil. Cabe a escola oferecer as crianças
momentos prazerosos. No mundo imaginário da leitura, vista que a
leitura infantil auxilia na aquisição do gosto pela leitura e contribuiu
para o desenvolvimento infantil, pois resgata o lúdico na
aprendizagem e, proporciona um prazeroso contato com a
linguagem escrita, tornando-se uma importante ferramenta para a
alfabetização, o conhecimento de mundo e o autoconhecimento.
Ao contar histórias, o professor propicia às crianças seu
primeiro contato com a linguagem escrita padrão, que é diferente da
linguagem oral que utilizamos para conversa, além de aumentos no
vocabulário do aluno, já que muitas das palavras que não
conhecem, escutam-na pela primeira vez ao narrar de uma história,
e, ao praticar esta atividade, o professor estava promovendo o
desenvolvimento de estratégias de processamentos e linguagem,
importante para o sucesso posterior na escola. É muito importante
que esta atividade seja rotina na educação infantil (2 a 5 anos de
idade), porque a literatura infantil permite que a criança preencha
algumas lacunas presentes em sua pequena vida. Afirma Maria
Lucia Amaral(1971,p.24)
“Até meninos de coração ruim poderão torna-se bons
mediante um simples transplante. Tudo isso pode ser posto em
pratica para uma literatura renovada”
2.2 RCNEI ! Eixo: Linguagem Oral e Escrita – na Educação
infantil.
Para compreender a questão proposta neste trabalho, foi o
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil-
RCNEI(BRASIL,1998),enquanto documento MEC que está
estruturado em sete eixos temáticos, que correspondem a várias
formas de linguagens a ser desenvolvidas na infância, além de ser
o primeiro documento oficial que serve de base para o trabalho
pedagógico com as múltiplas linguagens presentes no cotidiano e
na prática das instituições de Educação Infantil.
Visto que a linguagem oral está presente no cotidiano e na
prática das instituições de Educação Infantil, à medida que todos
dela participam, crianças e adultos, falam, se comunicam entre si,
expressando sentimentos e ideias. As diversas instituições
concebem a linguagem e a maneira como as crianças aprendem de
modo bastante diferente.
Ou seja, de acordo com o RCNEI(1998), a aprendizagem da
linguagem oral e escrita possibilita a ampliação de suas
capacidades de comunicação oral que ocorre gradativamente, por
meio de um processo de idas e vindas que envolve tanto a
participação das crianças nas conversas cotidianas, em situações
como: canta, escuta, brinca e demais, e também a participação em
situações mais formais de uso de linguagem, como aquelas que
envolvem a leitura de textos diversos.
Segundo o documento o desenvolvimento da linguagem
escrita ou as sociedades letradas, as crianças desde cedo estão em
permanente contato com a linguagem escrita, ou seja, é por meio
desse contato diversificado em seu ambiente social que as crianças
descobrem o aspecto funcional da comunicação escrita,
desenvolvendo interesse e curiosidade por essa linguagem. Diante
do ambiente de letramento em que vivem, as crianças podem fazer,
a partir de dois ou três anos de idade, uma série de perguntas,
como “o que está escrito aqui?” ou “o que isso quer dizer?”
indicando suas reflexões sobre a função e o significado da escrita,
ao perceberem que ela representa algo.
Desse modo, as crianças aprendem produzir textos antes
mesmo de saber grafá-los de maneira convencional. Isso significa
que ainda que as crianças não possuam a habilidade para escrever
e ler de maneira autônima, porém podem fazer uso da ajuda de
parceiros mais experientes.
De modo que na Educação Infantil a oralidade, a escrita e a
leitura devem de ser trabalhadas de forma integral, ou seja , até ao
três anos de idade o uso da linguagem oral para conversar,
comunicar-se, relatar suas vivências e expressar desejos vontades
necessidades e sentimentos, nas diversas situações de interação
presente no cotidiano como:
Participação em situações de leitura de diferentes
gêneros, feita pelos adultos, exemplos: contos,
poemas, parlendas, trava- línguas...
Participação em situações cotidianas nas quais se faz
necessário o uso da leitura e da escrita.
Observação e manuseio de materiais impressos, como
livros, revistas, historias em quadrinhos...
E para as crianças de 4 a 6 anos de idade, o uso da
linguagem oral para conversar, brincar, comunicar e
expressar desejos, necessidades, opiniões, ideias,
preferências e sentimentos e relatar suas vivências nas
diversas situações de interação presentes no cotidiano
como:
Elaboração de perguntas e respostas de acordo com
os diversos contextos do qual participa.
Participação em situações que envolvem a
necessidade de explicar e argumentar suas ideias e
pontos de vista.
Relato de experiências vividas e narração de fatos em
sequência temporal e causal.
Reconto de histórias conhecidas com aproximação, às
características da história original no que se referem à
descrição de personagens, com ou sem a ajuda do
professor.
Conhecimento e reprodução de jogos verbais, como
trava-língua, parlendas, adivinhas, quadrinhos, poemas
e canções.
Porém a leitura e a escrita também podem fazer parte
das atividades diversificadas, por meio de ambientes
organizados, ou seja, a leitura teve de ser organizada de
forma atraente, num ambiente aconchegante, livros de
diversos gêneros, de diferentes autores, revistas,
histórias em quadrinhos, jornais, suplementos, trabalhos
de outras crianças
Portanto através do processo de ensino no qual o
RCNEI(1998), nos deixa bem claro que sua proposta de
avaliação que se refere um importante instrumento para
que o professor possa obter dados sobre o processo de
aprendizagem de cada criança, reorientar suas práticas
e elaborar seu planejamento, propondo situações
capazes de gerar novos avanços na aprendizagem das
crianças.
Capitulo III
3. (Re) Contando Histórias
Contar histórias é um costume muito antigo e hoje passa ser
uma rotina nas instituições de Educação Infantil.
Assim diz Amaral (1971, p.17)
“Mudam os tempos, mas não muda a criança na sua psicologia,
respondemos nós. A Criança continua animista. Ela “vê” estrelas
dançando, bichos falando, botas caminhando sozinhas, e toda uma
série de fantasias que fazem parte do seu mundo e que são seu
alimento.”
Por mais que a tecnologia adentre em grande parte dos lares, o
educador aceita diariamente, o desafio de despertar nas crianças
desta tenra idade ( 3 a 7 anos), o prazer pela leitura, não que esta
tecnologia seja desnecessária ao desenvolvimento da criança ,
mas, a batalha dos professores devem ser, não contra o progresso
e sim contra a má apresentação que os livros sofrem nas
instituições escolares, tornando-se, muitas vezes chatos. Para
trabalhar com a leitura, deve-se torná-lo prazerosa, atraente,
criativa às crianças, a começar pela seleção dos livros que devem
ser adequados, a faixa etária trabalhada, a partir do seu
desenvolvimento cognitivo. Para cada idade há uma característica
de leitura:
Até aos 3 anos de idade as histórias devem ser curtas, com
poucos detalhes e personagens. Nesta idade a criança
encara a história como se ela fosse real, tudo tem vida e há
comparação com sua realidade e tentativas de explicar e
mostrar como são.
Dos 4 aos 5 anos de idade, a criança começa a exigir,
pouco a pouco, historias mais elaboradas, de simples
compreensão, porém, com maior riqueza de vocabulário.
Nesta idade, a criança ainda se assusta facilmente, pois
ainda não consegue distinguir, por completo, realidade e
fantasia, por isso, é preciso tomar cuidado com a
entonação de voz. Esta fase é comum a criança criar suas
próprias histórias a partir de ilustrações e imagens.
Dos 6 ate os 7 anos de idade, descobre-se um novo
movimento literário, nas crianças começa a aprender a ler,
começa a tentar decifrar as palavras. As histórias
continuam curtas com o vocabulário simples, simples e
conhecido, e devem conter fatos que façam parte do
cotidiano, mesma que de modo subjetivo.
3.1 Contando Histórias
É ouvindo histórias que a criança aprende a lidar com as
emoções, muitas delas ainda desconhecidas.
De acordo com Cademartori(2010) “Com frequência, no livro
infantil se desenha nosso sonho de infância, ou noutro extremo,
predomina o intuito de formação racional e ideológicas do que o
adulto pensa deve fazer parte dos conceitos a serem adquiridos na
infância”.
Assim para contar histórias, não é preciso um modo especial,
ou até mesmo um dom, mas há, porém, algumas estratégias para
tornar este momento mais agradável e proveitoso, tanto para o
leitor\contador como para ouvinte.
É importante que a história agrade não apenas, as crianças,
mas também aquele que vai contá-la.
De acordo Amaral (1971, p.85)
“Sendo assim, cabe aos pais e aos educadores fazer a
seleção dessas histórias de moda a não prejudicar a psicologia e a
formação da criança”.
O leitor precisa conhecer a história, fazendo uma literatura
prévia do texto, que deve ser escolhido de acordo com a idade.
Vista que, as histórias devem ser contadas a partir dos livros
de histórias, com fantoches, com dobraduras, ou oralmente, sem
apoio algum. O importante é que este ato se transforme em rotina,
porque é um ato valioso para a Educação, pensar, ouvir, sonhar, e,
mostra a função social da escritura.
Deve-se organizar uma conversa antes do memento da
história, para adiantar o tema a ser tratado no texto, para que haja
entendimento da atividade e , para evitar possíveis interrupções.
Se a história contada estiver um livro, o educador deve
apontar as palavras que compõe o texto, para que as crianças
possam acompanhar, por mais que não saibam ler. Se o material
utilizado por fantoche, gravuras, bonecos e outros, a história, oral
deve ser contada a mais aproximada possível da escrita.
Porém a duração da história cabe ao interesse que cada faixa
etária desenvolve, mas o importante mesmo é contá-la , lembrando
que crianças menor idade têm menor capacidade de concentração.
Sendo assim, após contar a história o educador\contador
mantenha aberto o diálogo entre ele e as crianças , satisfazendo
possíveis dúvidas, ouvindo comentários sobre a história. O
educador não precisa ater-se somente em histórias infantis ou
contos de fadas, poesias e contos folclóricos também rendem
ótimas histórias e atividades, além de ampliar o leque literário que
se oferece à criança.
A Poesia , quando lida, envolve a consciência fonológica da
criança, com suas rimas e com seu jogo de palavras. A rima
desempenha papel importante na aquisição da consciência
fonológica, porque possibilita a exploração de diferenças e
semelhanças entre sons e palavras.
De acordo com Amaral (1971, p.36) devemos dar à arte e a
beleza a criança. Poesia é beleza e ninguém mais do que uma
criança, que é poeta por excelência “...”
Os contos folclóricos ricos em cultura popular oferecem além
de belas histórias, com o encantamento e criaturas maravilhosas o
conhecimento de provérbios populares, trava-línguas, brincadeiras
de roda, cantigas e “causos”.
Afirma Amaral (1971)
“E, depois de cada estória, podemos repetir o que ouvimos de
geração em geração e que servia de arremate: Entrou por
uma perna de pato, saiu por uma perna de pinto, meu senhor
mandou dizer que contasse cinco”...
...”E a infância não deve ser perdida, é sempre bom conservá-
la principalmente quando o nosso trabalho é com crianças e
para a criança.”
3.2 Recontar Histórias
Após a apresentação da história pelo professor, é possível
realizar várias atividades, como já foi dito entre elas está a
motivação da criança a recontar a história, com o simples objetivo
de escutá-la. Ao ouvir uma história, a criança constrói em sua
mente um esquema de texto narrativo, e é exatamente em sua
memória que vai refazer este esquema para recontar a história.
É importante que o educador a oriente durante o seu recontar,
para que possa prestar atenção nos elementos importantes do
texto, como personagem, cenário, tempo, inicia, meio e fim. O
Educador pode interferir com a questão como: O que aconteceu
depois? E daí? , que ajudam a criança a recordar a história.
Perguntas gerais, antes de começar a história podem ser feitas,
com o objetivo de localizar a criança sobre o tema abordado no
texto, a iniciar a história: Que história vai contar? Sobre o que fala a
história? Quem são os personagens? Oque aconteceu? Como a
história termina? Por quê?...
É importante que o professor seja, às vezes expectador das
crianças, seja no recontar da história, no dramatizar e até mesma
nas brincadeiras, pois assim a criança, terá maior confiança e
intimidade com o educador, criando um laço importante para seu
desenvolvimento nesta fase de descobertas. Através dessa
atividade, pode-se estar fazendo uma avaliação da criança: seu
desenvolvimento e sua capacidade de desenvolvimento, sua
capacidade de atenção e memória, sua fala, sua criatividade e
desenvoltura ao contar uma história, pois neste momento, o
educador terá sua atenção voltada a escutar as crianças, podendo,
assim avaliar tanto o desenvolvimento físico-cognitivo da criança
como o resultado de suas aulas.
Deve-se, também, evitar estereótipos, como, por exemplo,
dizer que todas as princesas são sempre loiras, todas moram em
um castelo, aqueles que não são bonitas não merecem destaques...
O importante é fazer com que as crianças se sintam a vontade para
criar suas histórias e se inserir nelas, como personagens, e aceitar-
se do jeito que são.
Algumas atividades complementares podem ser feitas a partir
do recontar das histórias. Como as crianças pré-escolares ainda
não escrevem fluentemente, o professor poderá anotar na lousa a
história, pedir para que cada um desenhe uma parte da história e
montar um livro.
Vale lembrar que atividade de recontar história, não deve ser
o centro da aula na Educação Infantil, mas também não deve ser
descartada do currículo pré-escolar, pois contribuiu imensamente
para o desenvolvimento da criança e do educador.
Assim afirma Amaral (1971, p.36)
“E errado pensar que a capacidade poética dos meninos é
fraca. Nada mais falso. A poemática da criança e extraordinária em
riqueza porque como os primeiros primitivos que são imaginários, a
criança é direta na tradução de suas emoções.’’
Considerações Finais
As ideias aqui contidas são reflexões que foram realizadas
através da pesquisa bibliográfica e o acesso as produções
disponíveis na internet, tornou-se possível elaborar um trabalho
coerente com o tema proposto, e concluímos considerando que não
podemos abrir mão da Literatura enquanto recursos lúdico-
pedagógico, ou seja, a Literatura Infantil tem uma grande
contribuição no processo de desenvolvimento da prática
pedagógica dentro das instituições de educação.
Assim devemos aproveitar todas as oportunidades para
valorizar a capacidade inventiva da própria criança, Não vendo a
Literatura como coisa pequena, mas sim, como arte. Arte da
linguagem em que privilegiam a emoção, os sentimentos, a
fantasia, o encantamento, a formação integral do individuo, ser em
transformação. Tudo isso, nos proporcionou o conhecimento em
relação a sua origem histórica e suas finalidades.
Observamos que a Literatura Infantil é um elemento
riquíssimo e, não deve ser deixado de lado pelos professores, nem
utilizado sem planejamento prévio, muito menos como pretexto para
ensinar conteúdo. Ela é um amplo campo de estudos que exige do
professor conhecimento para saber adequar os livros às crianças,
gerando um momento propicio de prazer e estimulação para leitura.
E ao ouvir a Literatura Infantil, a criança pode experimentar,
através da imaginação, outros lugares, outros tempos e culturas,
pois é importante quanto ouvir, as Crianças precisam contar suas
histórias, dialogando e interagindo com as pessoas ao seu redor, na
escola ou fora dela. E os adultos, que sejam pais ou professores,
têm o importante papel de mediar esse dialogo.
Portanto, que os contos da infância possam servir para
iniciação feliz da criança no mundo da escola e abra as portas do
saber e do prazer no seu cotidiano.
“Há uma relação entre a alegria necessária à atividade
educativa e a esperança. A esperança de que o professor e alunos
juntos podemos aprender, ensinar, inquietar-nos, produzir e juntos
igualmente resistir aos obstáculos a nossa alegria.”
PAULO FREIRE(2011,P.70)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMARAL, Maria Lucia. Criança e Criança: literatura infantil
e seus problemas. Editora vozes limitadas, Rua Frei Luís, 100
Petrópolis, RJ. Brasil, 1971.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil. V.03. Brasília:
MEC/SEF.1998
CABERMATORI, Lígia. O Que È Literatura Infantil/Lígia
Cadermatori.2.ed. São Paulo: Brasiliense 2010.
DESLANDES, Suely Ferreira. Pesquisa Social é teoria
método e criatividade, Suely Ferreira Deslandes, Romeu Gomes;
Maria Cecília de Souza, Minayo (Organizadora).32. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2012.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a Pratica educativa/ Paulo Freire, São Paulo, Paz e Terra 2011.
Site: www.itpac.br/hostsite/revista/artigos/52/5. Acessado no dia 20/10/2013
Site: www.pedagogiapedaletra.com.br, acessada no dia 22/10/2013
Site: magdasavian.blogspot.com.br/2011/11/linguagem-oral-e-escrita-rcnei, acessada no dia 25/10/2013
Site: www.bibliotecauegmorrinhos.com/tcc/docs/danilo-mano, acessado no dia 03/11/2013
Site: www.uneb.br/salvador/dedc/files/2011/05/manografia-janaina-silva-rocha
, acessada no dia 07/11/2013
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