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    TECNOLOGIA DOS

    MATERIAIS

    CURSO PROCESSO DE PRODUO

    2 SEMESTRE

    Prof Panesi

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    AULA 1PROPRIEDADES DOS MATERIAISMETLICOS

    Um bom conhecimento de materiais importante no s para quem projeta ou

    constri como para aquele que simplesmente realiza manuteno de

    equipamento mecnico (saber substituir um material por outro). Para tanto o

    material dever ser avaliado sob dois aspectos fundamentais: suas qualidades

    mecnicas e seus custos de matria - prima e de produo.

    Tambm com o conhecimento das propriedades dos materiais que podemos

    escolher os fatores de segurana e estes influem decisivamente na parte

    econmica do projeto.

    O nmero de materiais usados na construo mecnica elevadssimo,bastando dizer que s de aos existem vrias centenas de tipos.

    Se considerarmos um automvel, por exemplo, veremos que o nmero de

    materiais diferentes que o compem, ultrapassa uma centena. Como exemplo,

    podemos citar que as vlvulas de admisso e escapamento so feitas

    contendo silcio, cromo e nquel e a segunda pode ser de um ao especial

    contendo silcio e cromo em percentagens diferentes. J nos motores de avio

    as vlvulas de escapamento podem ser ocas e cheias de sdio ou mercrio. Aoestudarmos a classe dos materiais metlicos podemos dividi-los em dois

    grupos distintos: ferrosos e no ferrosos.

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    PROPRIEDADES FSICAS

    a) Densidade ( )

    a relao entre a massa de uma substncia e o volume ocupado pela

    mesma.

    = m /V ( Kg/m3)

    b) Peso Especfico()

    a relao do peso da substncia e o volume ocupado pela mesma.

    = P / V = mg / V = .g ( N/ m3)

    c) Condutividade Trmica (k)

    Propriedade que possuem certos corpos de transmitir com maior ou menor

    facilidade o calor.

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    Tabela 1.1 Condutividade trmica e densidade de certos metais a 20C

    Elemento Condutividade trmica (W/mK) Densidade (Kg/ m3

    )Alumnio 236 2702Cobre 399 8933Ouro 316 19300Ferro 81,1 7870Mangans 7,78 7290Molibdnio 138 10240Nquel 91 8900Mercrio --------- 13546Platina 71,4 21450Bronze --------- 8800

    d) Condutividade eltrica

    Propriedade que possuem certos corpos de transmitir com maior ou

    menor facilidade a corrente eltrica. A condutividade est relacionada com a

    resistividade, ou seja, quanto menor for a resistividade de um material, menor a

    sua resistncia eltrica.

    Tabela 1.2 Resistividade de alguns materiais a 20C

    Material Resistividade (m)Prata 1,6 x10-

    Cobre 1,7 x10- Alumnio 2,7 x10-8Ferro 10 x10-8Nquel-cromo 150 x10-8Semicondutores 10-1a 104Isolantes 1011a 1018

    PROPRIEDADES TECNOLGICAS

    a) Maleabilidade

    Propriedade do material de ser deformado permanentemente, pela

    compresso, sem se romper, ou seja, a possibilidade de ser laminado ou

    amassado.

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    b) Ductilidade

    Propriedade do material de ser deformado permanentemente, pelatrao, sem se romper, ou seja, a possibilidade de ser estirado ou trefilado.

    c) Soldabilidade

    Capacidade do material de ser soldado (rejuntado) por caldeamento

    (compresso a quente das partes a serem unidas, sem utilizao de material

    auxiliar). Materiais de baixa caldeabilidade s podem ser soldados atravs de

    eletrodos especiais.

    A soldabilidade depende do tempo em que o metal permanece num estado

    slido plstico, sob o efeito do calor produzido pela ao soldante. O metal

    ou liga que passar instantaneamente do estado slido para o lquido

    dificilmente soldvel. (Ex.: ferro fundido).

    d) Temperabilidade

    Propriedade que certos metais possuem de modificarem a sua estrutura

    cristalina aps um aquecimento prolongado seguido de resfriamento brusco.

    e) Usinabilidade

    Capacidade do material apresentar maior ou menor resistncia de ser

    usinado (cortado, desbastado, furado, etc.) pela ao de uma ferramenta de

    corte. Podemos relaciona-la tambm com a vida da ferramenta de corte, ou

    com a energia ou tempo necessrio ara removermos certa quantidade de

    material. Os graus de usinabilidade dos diferentes aos so estabelecidos em

    funo do ao de CORTE LIVRE SAE 1112 que tido como o de 100% de

    usinabilidade.

    Por exemplo, se disser que a usinabilidade de ao SAE 1070 de 45 %,

    significa que na usinagem deste ao, o rendimento de 45% em relao ao do

    ao SAE 1112.

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    Os fatores envolvidos nessas propriedades so entre outros:

    Natureza do material sob usinagem

    Natureza do material da ferramenta

    Forma da ferramenta

    Condies de corte: velocidade, avano, profundidade de corte

    Natureza da operao de corte: torneamento, frezamento, etc.

    Natureza do corte: contnua ou interrompido

    Condies da mquina operatriz

    RefrigeraoDevido a necessidade de termos um custo cada vez mais baixo na

    indstria, para reduzirmos os custos em uma produo em massa, a

    usinabilidade uma propriedade de grande interesse e assim, temos uma srie

    de profissionais estudando mtodos de melhorarmos a usinabilidade dos

    materiais. Podemos assim melhorar a usinabilidade dos materiais basicamente

    por dois mtodos:

    Modificao do desenho da ferramenta

    Alterao da sua estrutura

    PROPRIEDADES MECNICAS

    a) Plasticidade

    Propriedade do material de suportar uma deformao permanente semse romper. A plasticidade tem grande importncia nas operaes de

    dobramento, estampagem e extruso. O material quando submetido a um

    esforo sofre uma deformao permanente, e s se rompe quando a tenso

    aplicada ao material ultrapassa a tenso mxima.

    A plasticidade influenciada pelo calor ( ao ao rubro torna-se bastante

    plstico).

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    O inverso da plasticidade a fragilidade ou quebrabilidade; assim, um

    material dito frgil ou quebradio quando o mesmo ao romper-se apresenta

    uma pequena deformao.

    A plasticidade pode ser subdividida em:

    Maleabilidade

    Ductilidade

    b) Tenacidade

    A tenacidade mede a capacidade que o material tem de absorverenergias at fratur-lo incluindo a deformao elstica e plstica quando essa

    energia absorvida progressivamente. Para que um material seja tenaz, ele

    deve exibir tanto resistncia como ductilidade.

    c) Elasticidade

    a propriedade do material, cuja deformao causada por uma tenso,

    desaparece quando esta deixa de agir. Em termos de engenharia, o maior

    interesse concentra-se mais na tenso do que na deformao, e esta a razo

    porque se registra, para os dados tcnicos de elasticidade o valor da tenso

    que representa o limite de elasticidade. Ex.: ao para molas.

    d) Dureza

    Propriedade do material de se opor penetrao de outro material.

    Quando aumentamos a dureza de um material aumentamos a sua resistnciamecnica e sua fragilidade, diminuindo a sua ductilidade.

    Na prtica, representa duas coisa importantes:

    resistncia ao desgaste

    resistncia a deformao ( ou conformao)

    Por esta razo, os materiais mais duros so usados na fabricao de

    peas sujeitas a maiores esforos, atrito constante, etc., enquanto os materiais

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    Condies de trabalho, podendo ser subdivididas em:

    solicitaes mecnicas

    local de trabalho do material

    Assim, uma pea que vai ser submetida a um esforo de trao, no poder

    ser feita de um material de pequena resistncia trao, como por exemplo de

    ferro fundido comum. Na indstria de laticnios os materiais empregados so

    resistentes corroso como por exemplo o ao inoxidvel.

    Disponibilidade de material: para se escolher um material ele

    deve ser disponvel em quantidade necessria e tambm quando desejado

    para reposio de peas. A escolha do material no deve ser feita apenas em

    livros, mas sim nos catlogos de fabricantes.

    Custo: por custo entendemos no s o material em bruto como

    tambm o dos processos de fabricao, isto , o custo total, isto porque um

    material pode ter preo reduzido mais implicar em processo de fabricao

    dispendioso.

    Aparncia: a aparncia importante quando o produto se destina

    ao grande pblico. Assim uma pea de alumnio anodizado agradvel a vista

    (tampos de panelas, etc.). J para uma pea estrutural que est escondida, aaparncia no to importante.

    em virtude da aparncia que se usa niquelados, cromados,

    materiais plsticos coloridos, oxidados (armas, ferramentas), partes esmaltadas

    (porcelanizadas), fundio sob presso (zamak, plsticos).

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    Adaptabilidade para os processos de produo: certos

    materiais se prestam melhor que outro para determinados processos de

    fabricao incluindo ou no tratamentos trmicos, e assim dependendo do

    equipamento que dispomos somos conduzidos a escolha de certos materiais

    (sapatas de freio de chapas de ao estampadas e soldadas por pontos em

    lugar de liga de alumnio fundida).

    Forma da pea: em certos casos a forma da pea condiciona o

    processo de fabricao e dessa maneira influi indiretamente na escolha do

    material.

    o caso de um bloco de motor, cujo processo normal de

    fabricao a fundio. J grandes motores diesel possuem o bloco fabricado

    a partir de chapas grossas e perfilados soldados.

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    AULA2SIDERURGIA E METALURGIANormalmente os metais quando encontrados na natureza no esto

    prontos para o uso, mas sim fazendo parte da composio de minerais

    denominados minrios. Tomemos como exemplo o metal alumnio, na sua

    utilizao nos produtos comerciais ele se encontra na forma de substncia

    simples. chamado de alumnio metlico e representado por Al. Essa

    substncia simples no encontrada na natureza, mas sim se encontra esse

    elemento combinado com outros, nas chamadas substncias compostas. O

    termo mineral relaciona toda substncia natural presente na crosta terrestre. As

    rochas so agregados naturais formados por um ou mais minerais. Assim

    pode-se dizer que o elemento qumico alumnio encontrado em substncias

    compostas denominadas de minerais, que por sua vez esto presentes em

    rochas. Na tabela 2.1 so dados os metais mais importantes e alguns de seus

    minrios.

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    Tabela 2.1 Metais e seus minrios

    Metal Frmula do minrio Nome do minrioOuro Au Ocorre no combinado

    Platina Pt Ocorre no combinado

    Mercrio HgS

    Hg

    Cinbrio

    Ocorre no combinado (raramente)

    Prata Ag2S

    Ag

    Argentita

    Corre tambm no combinada

    Cobre Cu2S

    CuS.FeS

    Cu

    Calcosita

    Calcopirita

    Ocorre tambm no combinado

    Zinco ZnS Blenda ou esfaleritaNquel FeS.NiS Pentlandita

    Chumbo PbS Galena

    Estanho SnO2 Cassiterita

    Mangans MnO2 Pirolusita

    Cromo FeO.Cr2O3 Cromita

    Ferro Fe2O3Fe3O4FeCO3

    Hematita

    Magnetita

    Siderita

    Alumnio Al2O3 Bauxita

    Figura 2.1 A Hematita

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    Figura 2.2 A Siderita

    Histria do ferro

    A revoluo industrial, iniciada na Gr-Bretanha no fim do sculo XVIII,

    representou a transio da sociedade agrria e txtil para a sociedade

    industrial, que se baseava no carbono, como combustvel, e no ferro, como

    matria-prima fundamental para a fabricao das mquinas. Conhecido desde

    os tempos pr-histricos, o metal da nome a idade do ferro, perodo histrico

    que sucedeu a idade do bronze. Pertencente ao grupo dos metais de transio,

    o ferro o quarto elemento qumico em abundncia na crosta terrestre. Na

    natureza, apresenta-se principalmente combinado com o oxignio em forma de

    xidos como mostra a tabela 1.1.O minrio de ferro, fundido, tem mltiplas

    aplicaes e grande utilidade industrial.

    Quando puro, o ferro um metal branco-cinzento brilhante. Caracteriza-

    se pela grande ductibilidade, que permite transform-lo em fios e arames, e

    maleabilidade, que facilita a fabricao de folhas laminares. Entre suas

    propriedades fsicas destaca-se o magnetismo, que o torna um timo material

    para fabricar ms. Quanto s propriedades qumicas, o ferro inaltervel, em

    temperatura normal, quando exposto ao ar seco. Submetido ao ar mido, o

    ferro metlico sofre oxidao e se transforma lentamente em ferrugem (xido

    de ferro), o que pode ser evitado se o ferro for revestido de metal mais

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    resistente corroso, como zinco (ferro galvanizado), estanho (folha-de-

    flandres) ou cromo (ferro cromado). O ferro atacado facilmente por cidos.

    As ligas do tipo ferro-carbono podem ser classificadas em quatro grupos

    distintos: (1) ao doce, liga que contm menos de 0,06% de carbono e cuja

    estrutura essencialmente ferrosa; (2) aos, ligas com contedo de carbono

    entre 0,06% e 2%, que se subdividem em aos ao carbono, aos-ligas e aos

    especiais ou aos finos; (3) ferro fundido, liga que contm mais de dois por

    cento de carbono, em geral de reduzida ductibilidade e maleabilidade, utilizada

    na fabricao de peas moldadas e tubos. No ao, a dureza est na razo

    direta da percentagem de carbono na liga.

    .

    Metalurgia

    Metalurgia o processo bsico de obteno dos metais na natureza.

    Esse processo dado atravs de uma seqncia que comea no solo (lavra)passando pela moagem e purificao do minrio e logo em seguida

    dependendo do metal, sofrer o processo de reduo que normalmente se

    d dentro de alto fornos. Aps a said do alto forno o metal purificado

    novamente para finalmente ser beneficiado obtendo assim o produto

    desejado. O princpio de obteno do metal se baseia na reduo de algum

    elemento para que esse metal no oxide. Logo, ao se retirar o minrio da

    natureza, esse, se no passar pelo processo metalrgico dependendo do

    tipo de metal, sofrer corroso imediata no servindo assim para fins

    industriais. A corroso portanto um processo natural que tende a oxidar os

    metais; exatamente o oposto da metalurgia, que visa reduzi-los. Os diversos

    metais conhecidos apresentam diferentes tendncias para sofrer corroso.

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    Exemplo:

    Quanto maior a tendncia de um metal de sofrer corroso, maior a

    dificuldade para obt-lo a partir do minrio, atravs de sua reduo.

    Aps a obteno do minrio de ferro pelo processo de lavra, moagem e

    purificao, ele introduzido juntamente com outros materiais no alto forno,

    local onde ocorrer o processo de reduo.

    Figura 2.3 O processo de lavra

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    Figura 2.4 Moagem e purificao

    Alto forno

    O alto forno um aparelho de grandes propores com uma altura que

    pode chegar aos 25 metros e 9metros de dimetro na sua base maior. Ele

    revestido internamente por uma parede de tijolos refratrios de espessura de0,5 metros. O volume interno da ordem de 1000m3.

    So basicamente trs os ingredientes que so dispostos no alto forno:

    O minrio de ferro, isto , a substncia que contm o xido de ferro.

    O calcrio (rocha base de carbonato de clcio) para remover impurezas.

    O coque, que o agente combustvel e redutor. Coque normalmenteproduzido na prpria siderrgica, atravs da queima parcial do carvo mineral.

    Isto necessrio para remover o material voltil do carvo e, assim, aumentar

    sua resistncia mecnica de forma a suportar a carga de minrio e calcrio.

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    Figura 2.5 Alto Forno convencional

    As reaes qumicas principais que ocorrem so:

    Formao do monxido de carbono a partir do carvo e do oxignio

    C(s) + O2 CO2(g)

    CO2(g)+ C(s) 2CO(g)

    Formao do ferro a partir da hematita e do monxido de carbono

    produzido anteriormente

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    Fe2O3(s)+ 3CO(g) 2Fe(l) + 3CO2 (g)

    Nmero de oxidao do Fe2O3(s): 3+ e 2-

    Nmero de oxidao do CO(g) : 2+ e 2-

    Nmero de oxidao do F: 0

    Nmero de oxidao do CO2 (g): 4+ e 2-

    Nessa reao o Fe reduziu ( diminui o nox) de 3+ para 0 e o CO oxidou

    (aumentou o nox) de 2+ para 4+.

    Formao da escria a partir do calcrio e da slica que acompanha ominrio de ferro

    CaCO3(s) CaO(s) + CO2 (g)

    CaO(s) + SiO2(s) CaSiO(l)

    Periodicamente so retirados do alto forno a escria e o gusa. O gusa

    uma liga F-C que contm entre 3,5% e 4,5% de carbono, um material muito

    duro mas ao mesmo tempo frgil. A escria constituda de silicato de clcio,

    utilizada em pavimentao e na fabricao de cimento e adubo. O gusa no

    pode ser utilizado comercialmente devido suas baixas qualidades como a

    ductilidade ou a maleabilidade. Sendo assim necessrio obter um material

    que possua alm de dureza tambm outras propriedades importantes como

    ductilidade, maleabilidade, tenacidade e flexibilidade. Para isso preciso que o

    gusa sofra uma drstica reduo de carbono, essa diminuio feita nos

    conversores a oxignio onde o gusa sofre uma reao com o oxignio que

    produz CO e CO2. Quando o produto contiver entre 0,005% e 2% de carbono

    pode ser denominado de ao.

    gangaescria

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    Pela tabela 2.1 percebe-se porque alguns metais so mais fceis de obter nanatureza e outros no.

    Tabela 2.1 Potenciais de reduo de alguns elementos

    ElementosPotencial

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    Tabela 2.3 Principais pases produtores de ferro

    Pas Reservas deminrio de

    ferro(KT/m3)

    Produo de ferro eao bruto (KT/m3)

    EUA 23000 67656China 53600 37160

    Polnia 15 14142Alemanha 387 35880

    frica do Sul 15370 8383Frana 6200 18402Brasil 81559 7680Itlia 2 24188Peru 4403 274

    Venezuela 7258 2206

    O Brasil conta com pequenas reservas de carvo mineral nos estados de

    So Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No entanto, esse carvo

    considerado de m qualidade para uso siderrgico, devido a sua alta

    porcentagem de cinzas e enxofre, que alm de reduzir o poder calorfico do

    carvo, tambm influi nas caractersticas do ao. Entretanto essa m qualidade

    tambm decorrncia do fato de os alto-fornos brasileiros serem cpias dos

    estrangeiros, construdos para utilizao de carvo com caractersticas

    diferentes. As grandes siderrgicas brasileiras, como a CSN, USIMINAS E

    COSIPA utilizam carvo mineral proveniente de Santa Catarina. Este carvo

    possui um poder calorfico em torno de 500 Kcal/Kg ( 20900 KJ/Kg), enquanto

    o carvo estrangeiro da ordem de 8000 Kcal/Kg (33440 KJ/Kg). A produo

    de ferro gusa nas siderrgicas acompanhada a cada corrida, atravs de

    boletins de produo. Nesses boletins so registrados as massas de matrias-

    primas empregadas e as de produtos obtidos. A produo mundial atualmente

    de carvo metalrgico gira em torno de 2 bilhes de toneladas, sendo a China

    o maior produtor, com um volume de 1,1 bilho de toneladas por ano. A

    Austrlia, segundo maior produtor, com 400 milhes de toneladas, o maior

    exportador e tambm um dos principais fornecedores das siderrgicas

    brasileiras. O preo do carvo hoje, est em torno de US$ 125 a tonelada,

    representando entre 40% e 50% do custo de produo de ao lquido.

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    Tabela 2.4 Boletim de produo

    Carga do alto-forno(T)

    Ferro gusa (T) Escria (T)

    Minrio 66Carvo 36,4Calcrio 3,2

    40,0 12,4

    O processamento do minrio de ferro pode ser representado pela

    equao global:

    2Fe2O3(s) + 6C(s)+ 3O2(g) 4Fe(s) + 6CO2 (g)+ energia

    2x160g 6x 12g 3x2x16g 4x 56g 6x 44g

    320g de 72g de 96g de 224g de ferro 264g de dixido

    xido carbono oxignio de carbono

    de ferro III

    320 g de ferro III produzem 224 g de ferro

    Pela tabela 2.4 sabe-se que a partir de 66T de minrio de ferro so

    obtidas 40T de ferro gusa. A quantidade de ferro gusa prevista bem diferente

    da real. Pela equao qumica anterior temos:

    320g de Fe2O3(s) produzem 224g de Fe

    66x106g de Fe2O3(s) devem produzir xg de Fe

    x = 66x106g / 320 = 46,2 x106g = 46,2 T de Fe

    Como a quantidade real obtida foi de 40 T, o rendimento do processoser

    46,2 T ----- 100%

    40 T ------ rendimento

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    rendimento = 40/ 46,2 x100 = 86%

    ou seja, o rendimento de um processo dado pela expresso

    rendimento = massa de produto obtida / massa de produto esperada x 100

    No caso do minrio de ferro brasileiro, o grau de pureza da hematita

    cerca de 86,57%. Isso significa que em cada 100 partes da massa de qualquer

    amostra desse minrio, 86,57 partes so constitudas por xido de ferro III. As

    13,43 partes restantes correspondem ganga. Considerando os dados do

    boletim de produo, quando se carrega o alto forno com 66 T de minrio,

    apenas 57,14 vo se transformar em ferro, as 8,86 T restantes daro origem

    escria. Isto confirmado pelo seguinte clculo

    100 T do minrio correspondem 86,57 T de hematita

    66 T do minrio ---------------- x ( quantidade real de hematita)

    Retornando-se a Eq. global da produo de ferro

    2Fe2O3(s) + 6C(s) + 3O2(g) 4Fe(s) + 6CO2 (g)

    Pode-se calcular qual a massa de ferro produzida quando se usa 66 T deminrio cuja pureza de 86,57% de minrio de ferro.

    320x 106

    T produzem 224 x106

    T57,14 T --------------- x

    x = 39,99 T de ferro ( aproximadamente 40T ), exatamente como mostra oboletim de produo.

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    Combustveis

    a partir da combusto que o homem tem obtido a maior parte da

    energia que ele necessita. Para isso, necessrio um dos elementos principais

    para obter essa energia, isto , o combustvel. lcool, gasolina, leo diesel,

    lenha, carvo mineral, gs liquefeito de petrleo e querosene so exemplos de

    combustveis atualmente utilizados em diferentes setores da atividade humana.

    Considera-se combustocomo sendo a transformao qumica que envolve a

    queima de um material combustvel em presena de um comburente

    (geralmente o oxignio), sendo frequentemente utilizados com o objetivo deobter energia na forma de calor. No entanto, a produo de calor, embora

    necessria, no condio suficiente para que um material seja considerado

    um bom combustvel. Alm da capacidade de liberar calor, o combustvel deve

    apresentar tambm certas caractersticas que garantam um bom desempenho

    durante a sua queima. Uma dessas caractersticas a volatilidade ou

    facilidade de evaporao. O lcool e a gasolina, por apresentarem essa

    facilidade so utilizados em motores de exploso. devido a maior volatilidadeda gasolina que, nos carros movidos s custas desse combustvel, a partida

    mais rpida do que nos carros movidos a lcool. Um outro aspecto a ser

    considerado na avaliao de um combustvel, refere-se a sua inflamabilidade.

    Todo combustvel tem uma temperatura de inflamao determinada,

    temperatura em que a evaporao se d em proporo suficiente para o

    combustvel inflamar-se e manter a queima contnua. Essa temperatura

    alcanada atravs do fornecimento de uma energia inicial que o aquece,elevando sua temperatura at a temperatura de inflamao. Desse modo, a

    combusto se inicia de modo endotrmico e prossegue desenvolvendo calor.

    Um dos aspectos a considerar na escolha de um combustvel a sua

    eficincia, avaliada em relao quantidade de calor que capaz de produzir.

    A quantidade de calor liberada por unidade de massa (ou de volume) do

    material combustvel indicada como seu poder calorfico, que expresso em

    Kcal/Kg ou KJ/Kg.

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    Tabela 2.5 Poder calorfico de alguns combustveis

    Combustvel Poder calorfico emKJ/Kg e emKcal/Kg

    GLP 49030 11730Gasolina isenta de lcool 46900 11220

    Gasolina com 20% delcool

    40546 9700

    Querosene 45144 10800leo Diesel 44851 10730

    Carvo metalrgiconacional

    28424 6800

    Gs canalizado 17974 4300

    Lenha 10550 2524Etanol 29636 7090

    lcool combustvel 27200 6507Metanol 22200 5311Metano 53922 12900Propano 49951 11950Butano 49324 11800

    Acetileno 40964 9800Hidrognio 120802 28900

    Carvo mineral

    O carvo mineral uma mistura de compostos ricos em carbono e ocorre

    na crosta terrestre, resultante da fossilizao da madeira. A madeira formada

    por carbono, oxignio e hidrognio, na fossilizao, o hidrognio e o oxignio

    so eliminados na forma de gs carbnico, metano e gua. Assim, o resduo

    carvo mineral vai se enriquecendo e se transformando em carbono ao passar

    do tempo. A hulha uma variedade de carvo mineral que apresenta,

    aproximadamente, 80% de carbono que quando aquecida entre 1000 e

    1300C, na presena de corrente de ar obtm-se trs tipos de fraes:

    Frao gasosa:

    Obteno de combustveis domsticos e muito utilizada antigamente nailuminao de ruas (lampio a gs).

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    Frao lquida:

    Aqui obtido o benzeno, tolueno, xileno, naftaleno, etc.Frao slida:

    Fase em que se obtm o carvo coque utilizado na obteno do ao.

    Produtos siderrgicos

    AS LIGAS FERRO-CARBONO

    So as que apresentam em sua composio os elementos normais (

    carbono, silcio, mangans, enxofre, e fsforo).

    AS LIGAS FERRO-CARBONO ESPECIAIS

    So as que apresentam em sua composio elementos diferentes dos

    comumente apresentados nas ligas comuns. Para estudarmos a classificao

    das ligas de ferro carbono comuns devemos considerar os seguintes aspectos:

    O aumento do teor de carbono baixa o ponto de fuso da liga ferro-carbono.

    As lidas de ferro-carbono que contm carbono na porcentagemcompreendida entre 0,005 e 1,7% so maleveis e tem o nome de

    ao. As ligas especiais apresentam essa propriedade com teores de

    carbono at 2%.

    A partir de 2% o produto perde sua maleabilidade e recebe o nome deno malevel.

    O produto no malevel pode tornar-se malevel se retirarmos oexcesso de carbono do mesmo. O material resultante denominadomaleabilizado.

    Resumidamente temos de acordo com o teor de carbono:

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    O ferro gusa um produto bruto. As suas propriedades no permitem o

    emprego industrial direto, o gusa duro, frgil, no malevel, porm fundvel,

    contendo sempre doses de substncias estranhas como o silcio, fsforo,

    enxofre, mangans, etc. Ao quebrarmos um lingote de gusa a fratura pode se

    apresentar branca (prateada) ou cinza. Quando h predominncia de cementita

    (Fe3C) o gusa chamado branco, sendo duro, frgil, ponto de fuso entre 1100

    e 1300C e quando h predominncia de grafita a fratura cinza escuro e o

    gusa cinzento. menos duro que o gusa branco, ponto de fuso entre 1200 e

    1250C.

    A formao da grafita favorecida pelo silcio, isto , o gusa cinzento

    contm sempre um certo teor de silcio, enquanto o mangans tem o efeito de

    favorecer a formao da cementita. A eliminao completa do fsforo e

    enxofre, substncias nocivas, praticamente impossvel; o teor mximo

    admissvel no gusa para o mesmo servir fundio de 0,15% de enxofre e de

    1,0% de fsforo.

    Ferro fundido

    O ferro fundido o produto da refuso do gusa, levada a efeito paratorn-lo mais homogneo, acertando ao mesmo tempo a sua composio para

    aplicaes determinadas. um produto muito usado na indstria por possuir:

    Baixo custo.

    Boa capacidade de absorver vibraes.

    Boa capacidade de resistir fadiga e concentraes de tenses.

    Alta resistncia compresso e ao desgaste.

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    Boas caractersticas no que se refere fundio possibilitando aobteno de peas. De formatos bastante complexos.

    Quanto a sua constituio o ferro fundido pode ser branco, cinzento,

    nodular e malevel. A composio qumica de um ferro fundido geralmente a

    seguinte:

    Carbono total: 3 a 4,5%

    Silcio: 1 a 2%

    Mangans: at 0,7%

    Enxofre: at 0,1%

    Fsforo: 0,6% a 0,8%

    O carbono total a soma do carbono combinado na cementita e do

    carbono graftico. O ferro fundido cinzentopossui uma dureza reduzida e em

    vista da grafita pode ser usinado com facilidade. A usinagem geralmente feita

    a seco. O ferro fundido branco duro e no usinvel. Contm 2 a 4% de

    carbono, sob a forma combinada. Ele principalmente usado para a fabricao

    do ferro malevel e para a moldagem de um nmero limitado de peas em quese deseja como caractersticas principais uma extrema dureza e alta

    resistncia ao desgaste.

    O ferro fundido nodular obtido pelo acrscimo de pequenas quantidades de

    magnsio ou csio (meio quilo por tonelada aproximadamente) aqui a grafita

    aparece sob a forma de ndulos ou esferas e se distribui mais uniformemente

    por todo o material, dando uma material muito resistente e altamente dctil. No

    caso dele possuir nquel (at 3,5%) ele se torna altamente resistente

    corroso(inoxidvel). Caractersticas do ferro nodular:

    Alta tenacidade

    Alta fluidez

    Excelente resistncia ao desgaste

    Excelente soldabilidade

    Maior usinabilidade que o ferro fundido cinzento

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    Tempervel

    Sistema de classificao

    O sistema de classificao dos aos varia de acordo com o tipo de ferro

    fundido em funo das suas faixas de composio qumica, de acordo com a

    tabela 2.6

    Tabela 2.6

    Tipo C Si Mn P SCinzento 2,54,0 % 1,03,0 % 0,21,0 % 0,0021,0 % 0,020,25 %Dctil 3,04,0 % 1,82,8 % 0,11,0 % 0,010,1 % 0,010,03 %Branco 1,83,6 % 0,51,9 % 0,250,8 % 0,060,2 % 0,060,2 %Malevel 2,22,9% 0,91,9 % 0,151,2 % 0,020,2 % 0,020,2%

    Aplicaes

    Ferro fundido cinzento

    Este material frgil e quebradio devido a sua microestrutura, no

    servindo muito bem a aplicaes que requeiram elevada resistncia trao.

    Sua resistncia e ductilidade so maiores sob compresso, alm de terem

    excelentes capacidades de amortecimento de vibraes e elevada resistncia

    ao desgaste mecnico. So aplicados como componente estrutural de

    mquinas e equipamentos pesados sujeitos vibrao, peas fundidas de

    vrios tipos que no necessitam de elevada resistncia mecnica, pequenos

    blocos cilndricos, pistes, cilindros, discos de embreagem e peas fundidas de

    motores a diesel.

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    Ferro fundido dctil

    Sua estrutura nodular confere maiores resistncia mecnica e ductilidadeao material, aproximando suas caractersticas das do ao. Suas aplicaes

    incluem vlvulas carcaa de bombas, virabrequins, engrenagens, pinhes,

    cilindros e outros componentes de mquinas e automveis.

    Ferro fundido branco

    Extremamente duro e frgil, chegando a ser inadequado para a usinagem

    em alguns momentos. Sua aplicao restrita aos casos em que durezaelevada e resistncia ao desgaste so necessrias, como nos cilindros de

    laminao. O ferro fundido branco, geralmente, utilizado como um processo

    intermedirio na produo do ferro fundido malevel.

    Ferro fundido malevel

    Produto da transformao do ferro fundido branco aps tratamentotrmico em temperatura e atmosfera adequada. Apresenta caractersticas de

    elevada resistncia mecnica e considerveis ductilidade e maleabilidade.

    aplicvel tanto em temperaturas normais quanto mais elevadas. Flanges,

    conexes para tubos, peas para vlvulas ferrovirias e navais, e outras peas

    para indstria pesada so algumas das aplicaes tpicas do ferro fundido

    malevel

    Estrutura Cristalina

    Os metais quando solidificam eles cristalizam, ou seja, os seus tomos

    que no estado lquido, estavam se movimentando mais livremente e sem

    nenhuma organizao, agora esto localizados em posies relativamente

    definidas e ordenadas, que se repetem em trs dimenses, formando uma

    figura geomtrica que o cristal. Existem sete sistemas cristalinos: triclnico,

    monoclnico, ortormbico, hexagonal, trigonal, tetragonal e cbico. De acordo

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    com a disposio dos tomos, originam-se desses sistemas 14 possveis

    distribuies de acordo com o tipo de metal e suas respectivas temperaturas e

    presso. Essas distribuies dos tomos chamada de reticulados ou redes.

    Tabela 2.7 Raios atmicos e estruturas cristalinas para alguns metais

    Metal Estruturacristalina

    Raioatmico

    (nm)

    Metal Estruturacritalina

    Raioatmico

    (nm)Alumnio CFC 0,1431 Molibdnio CCC 0,1363Cdmio HC 0,1490 Nquel CFC 0,1246

    Cromo CCC 0,1249 Platina CFC 0,1387Cobalto HC 0,1253 Prata CFC 0,1445Cobre CFC 0,1278 Titnio HC 0,1445Ouro CFC 0,1442 Tungstnio CCC 0,1371Ferro CCC 0,1241 Zinco HC 0,1332Chumbo CFC 0,1750

    CLULAS UNITRIAS

    As clulas unitrias so pequenos volumes que representam a disposio

    geomtrica dos tomos, como o modelo atmico repetido indefinidamente,

    torna-se conveniente subdividir a rede cristalina em clulas unitrias. A

    distncia repetida chamada de parmetro cristalino, dita o tamanho de uma

    clula unitria, tambm a dimenso da aresta da clula unitria.

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    Figura 2.7 Parmetro cristalino (Pc)

    Exemplo 1:

    A clula unitria do cromo cbica e contm dois tomos. Determine o

    parmetro cristalino para o cromo.

    SOLUO

    Consultando a tabela peridica obtemos a massa atmica do Cr = 52 U e a

    massa molar = 52g. a densidade do cromo : 7,20g/cm3.

    A massa por clula unitria = 2 . 52g / 6,02 x1023 = 172,76x10-24g

    Mas, Densidade = massa / volume

    Volume = massa / densidade = 172,76 x10-24g / 7,20x106g/m3 = 23,994x10-30 m3

    Volume do cubo = aresta3

    Ento a aresta ou o parmetro cristalino = 0,2884 x10-9 m ou 0,2884 nm

    Um conjunto de clulas unitrias forma o cristal com contornos geomtricos,

    onde ao adquirir os contornos irregulares pelo seu crescimento passa a

    chamar-se gro.

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    Figura 2.8 Estrutura cristalina granular

    Cada gro constitudo de milhares de clulas unitrias, estas por sua

    vez, consistem em grupos de tomos dispostos em posies fixas, formando

    figuras geomtricas como foi indicado na figura 2.8.

    ALOTROPIA

    Alotropia ou polimorfismo a propriedade de certos metais, apresentam

    reticulados cristalinos diferentes, conforme a variao da temperatura. Como

    exemplo temos o ferro que no estado slido e temperatura ambiente apresenta

    uma grade cbica centrada no espao, essa denominao chamada de cubo

    de corpo centrado.

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    Figura 2.9 Cubo de corpo centrado

    Aquecendo-se o ferro a 910C os tomos mudam de posio e o conjunto semodifica e a grade anterior se transforma em grade cbica de face centrada.

    Figura 2.10 Cubo de face centrada

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    Continuando o aquecimento at 1390C, o cubo de face centrada

    transforma-se novamente em cubo de corpo centrado. Podemos resumir essas

    transformaes de acordo com a tabela 2.8

    Tabela 2.8 Transformaes alotrpicas do ferro

    Modificao Estrutura cristalina Faixa de estabilidade(C)Alfa CCC At 910Gama CFC 910-1390Delta CCC 1390-1535

    RETICULADOS CBICOS

    Numa rede cristalina de cubos de corpo centrado, cada tomo dos

    vrtices repartido com os sete outros vrtices dos cubos vizinhos, possuindo

    cada vrtice somente 1/8 de tomo, ou seja, 8. 1/8 + 1(tomo do centro) = 2

    tomos por clula unitria.

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    Figura 2.11 2 tomos por clula unitria

    J na rede de cubos de faces centradas, cada cristal possui 1/8 de tomo

    em cada vrtice e meio tomo no centro de cada face. Os tomos das faces

    so repartidos com as faces adjacentes. 8.1/8 + 6.1/2 = 4 tomos.

    Figura 2.12 4 tomos por clula unitria

    Exemplo 2

    Calcule o volume de uma clula unitria CFC em termos do raio atmico R

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    Exemplo 4

    Demonstre que o fator de empacotamento atmico para a estrutura cristalinaCFC de 0,74.

    SOLUO

    O volume de uma esfera 33

    4R , e uma vez que existem quatro tomos por

    clula unitria CFC, o volume total dos tomos (ou esferas)

    4 33

    4R = 3

    3

    16R e de acordo com o exemplo 2, o volume total da clula unitria

    16R3 2 , portanto, o fator de empacotamento atmico

    FEA =216

    )3

    16(

    3

    3

    R

    R

    = 0,74

    DEFEITOS DOS CRISTAIS

    Os defeitos nos cristais podem ser causados pela sua arrumao durante

    o seu crescimento, por vibrao, vazios ou lacunas etc. Consideremos at

    nesse momento a rede cristalina como um empilhamento perfeitamente

    simtrico, mas, na realidade, os metais no so perfeitos. Do ponto de vista

    geomtrico podemos classificar os defeitos das redes cristalinas em

    Defeitos de ponto

    Defeitos de linha

    Defeitos de superfcies

    Os defeitos pontuais podem ser

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    Lacunas pontuais: a mais simples, normalmente ocorre quando falta

    um tomo no reticulado normal.

    Figura 2.13 Lacuna

    tomos intersticiais: um tomo preso numa posio intermediriadentro do reticulado cristalino.

    Figura 2.14 tomos intersticiais

    Defeito de linha a discordncia, que o acmulo de vrios tomos numa

    mesma linha com o mesmo tipo de defeito. J os defeitos de superfcies

    aparecem geralmente nos contornos dos gros ou junes dos cristais.

    DEFEITOS DURANTE A SOLIDIFICAO DOS METAIS

    -Bolhas: vazios oriundos de gases dissolvidos no lquido e que ficaramretidos no lingote fundido. Para se evitar as bolhas utilizam-se, desoxidantes.Ex: Fe-Si, Fe-Mn, que evitam a formao de CO ou CO2, pois se combinamcom o O2.

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    -Trincas: so ocasionadas pelas tenses excessivas que se desenvolvemdurante o resfriamento ou ainda devido ao formato desigual das peas,

    impedindo o resfriamento uniforme.

    -Segregao: ao solidificar um metal, as impurezas como: fsforo eenxofre, no so to solveis no estado slido como no lquido, portanto sorepelidas para o lquido quando a solidificao se propaga. A solidificaocominha da periferia para o centro, portanto no centro que as impurezas seacumulam, esse fenmeno denominado segregao.

    -Rechupe: a solidificao de um metal se inicia pelas partes que esto emcontato com as paredes do molde ou na parte superior, onde o metal est

    exposto ao ar. O metal ao passar do estado lquido para o slido diminui seuvolume, portanto aparecer uma regio central no lingote ou pea que sechama rechupe.

    DEFORMAO PLSTICA DOS METAIS

    A deformao plstica acarreta uma mudana de lugar permanente dos

    tomos da rede cristalina. Com a interrupo das tenses, os tomos da rede

    cristalina no retornam as suas distncias interatmicas normais, ou seja, no

    voltam as suas posies de origem. Dois mecanismos estruturais bsicos

    podem estar presentes no cristal durante o processo de deformao plstica:

    escorregamento e maclao.

    No escorregamento uma parte do cristal move-se em relao a outra

    parte, segundo determinados planos e direes. Na maclao uma parte do

    cristal inclina-se em relao a outra parte a partir de um plano limite das duas

    partes. O principal mecanismo de deformao plstica, contudo, o de

    escorregamento provocado pela movimentao de discordncias.

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    Figura 2.15 Escorregamento e maclao

    A presena de contornos de gro interfere no comportamento dos metais

    quando sujeitos a deformao. Assim sendo nos metais policristalinos, como

    ocorre geralmente, o tamanho de gro um dos fatores importantes a

    considerar na sua deformao plstica, assim como nas suas propriedades

    mecnicas. A deformao quando aplicada nos metais policristalinos, ocorre nointerior dos gros. Ao passar de um gro para outro, a orientao

    cristalogrfica muda bruscamente.os gros que esto orientados em relao a

    direo do esforo aplicado, deformam-se em primeiro lugar, em seguida

    deformam-se os gros menos favoravelmente orientados. A deformao em

    geral no se d atravs dos contornos dos gros, pode-se dizer assim que

    esses contornos constituem uma regio de maior resistncia mecnica. Dessa

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    forma podemos concluir que a medida que diminui o tamanho de gro,

    aumenta a resistncia deformao mecnica.

    DEFORMAO A FRIO E DEFORMAO A QUENTE

    Costuma-se distinguir o trabalho mecnico a frio do trabalho mecnico a

    quente, por uma temperatura indicada como temperatura de recristalizao,

    que caracterstica de cada metal e definida como a menor temperatura na

    qual uma estrutura deformada de um metal trabalhado a frio restaurada ou

    substituda por uma estrutura nova, livre de tenses, aps a permanncia

    nessa temperatura por um tempo determinado. O trabalho mecnico a frio ao

    causar uma deformao plstica abaixo da temperatura de recristalizao

    provoca o chamado encruamento cujos efeitos so traduzidos por uma

    deformao da estrutura cristalina e modificao das propriedades mecnicas

    do material, efeitos esses tanto mais intensos, quanto maior a intensidade do

    esforo mecnico a frio. O material encruado tambm sofre uma diminuio da

    condutibilidade eltrica ficando num estado de elevadas tenses internas

    devido ao aumento do nmero de discordncias. Um metal no estado normal (

    recozido) contm cerca de 106 a 108discordncias por centmetro quadrado,

    enquanto que um metal severamente encruado contm cerca de 10 12

    discordncias por centmetro quadrado.

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    Tabela 2.8 Efeito do encruamento de alguns metais e ligas

    As propriedades e a estrutura do metal alteradas pelo trabalho a frio

    podem ser recuperadas ou devolvidas ao estado anterior ao encruamento

    mediante um tratamento trmico de recristalizao ou recozimento. O principal

    efeito da recuperao o alvio das tenses internas, restaurando-se ao

    mesmo tempo certos caractersticos fsicos alterados, como a condutibilidade

    eltrica que aumenta rapidamente.

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    Tabela 2.9 Temperatura de recristalizao de alguns metais

    Metal Temperatura de recristalizao (C) Temperatura de fuso (C)

    Alumnio 150 660Magnsio 200 650

    Prata 200 960Ouro 200 1063Cobre 200 1083Ferro 450 1536

    Platina 450 1769Nquel 600 1450

    Molibdnio 900 2610Tungstnio 1200 3410

    Polimorfismo

    Dois cristais so polimorfos quando possuem estruturas cristalinas

    diferentes, mas a mesma composio.

    Materiais no cristalinos (amorfos)

    So aqueles nos quais os tomos no se repetem num arranjo em largasdistncias. Exemplos:

    Vidro Gases

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    QUESTES DO CAPTULO

    1) O que metalurgia?

    2) O que corroso?

    3) Quem apresenta no estado natural, maior tendncia a sofrer oxidao,

    o alumnio ou o ferro? Explique

    4) Quais so as etapas de obteno do ferro?

    5) O que Fe2O3?

    6) Qual a finalidade do carvo no alto forno?

    7) O que fazer reduzir um elemento qumico?

    8) Quais so as principais impurezas que compem o ferro gusa?

    9) Qual a caracterstica principal do ferro gusa?

    10) O que ao?

    11) Quais as principais propriedades mecnicas que o ao deve possuir?

    12) O que ferro alfa?

    13) O que ferro gama?

    14) O que CCC e qual a sua faixa de estabilidade para o ferro puro?

    15) A clula unitria do Fe cbica e contm 4 tomos. Determine o

    parmetro cristalino do Fe em metros.

    16) Qual a diferena do ferro fundido branco para o cinzento?

    17) Quais so as reaes que ocorrem no alto forno?

    18) O que encruamento?

    19) Cite trs defeitos dos cristais

    20) O que um material maleabilizado?

    21) Quais so as vantagens do ferro fundido?

    22) Cite quatro tipos de reticulados cristalinos

    23) O que alotropia?

    24) O que escorregamento e maclao?

    25) Um material metlico passou por um processo de conformao a frio e

    sofreu encruamento, como podemos melhorar a sua estrutura?

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    AULA 3AO

    Ao: liga Fe-C contendo geralmente de 0,008 at cerca de 2% de C (carbono),

    alm de certos elementos residuais do processo, sendo um material tenaz, de

    excelentes propriedades, de fcil trabalho, podendo tambm ser forjvel.

    Principais influncias do carbono nas propriedade do ao:

    Aumento da dureza

    Aumenta o limite de resistncia e limite de escoamento

    Reduo da ductilidade

    Diminui a tenacidade

    Diminuio do alongamento

    Aumenta a temperabilidade (formao da martensita)

    Dificulta a soldagem (endurecimento e trincas na solda e na

    ZATzona afetada termicamentre)

    AOS- CARBONO

    So os aos resultantes de uma combinao qumica de ferro e carbono,

    nas quais o teor de carbono varia entre 0,05 a 1,7%. Comumente tais aos

    contm alm do Fe e C, outros elementos como o mangans, silcio, enxofre e

    o fsforo que entram na composio em porcentagens pequenas e que so

    considerados impurezas. Porm se o teor de mangans for superior a 1,65%

    ou o do silcio acima de 0,60%, 0s aos sero classificados entre os de liga. As

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    propriedades mecnicas dos aos- carbono variam quase que exclusivamente

    em funo do teor de carbono existentes nas respectivas composies, pois,

    quanto maior o teor deste, o ao se torna mais duro e resistente trao,

    enquanto que diminui em tenacidade, alongamento e maleabilidade.

    EFEITOS DOS ELEMENTOS COMPONENTES

    Ferro (Fe): o elemento bsico da liga.

    Carbono ( C): elemento determinativo dos aos-carbono. Mangans ( Mn): adicionado ao ao no curso de sua

    produo siderrgica, como elemento desoxidante e

    dessulfurizante, e a maior parte dele removida em forma de

    escria, permanecendo na composio final um teor inferior a

    1,65%.

    Silcio (Si): todos os aos-carbono contm silcio em

    proporo que varia de 0,05 a 0,30%, a qual constitui uma

    impureza normal, no exercendo grandes influncias nas

    propriedades dos aos.

    Enxofre (S): tolerado nos aos um teor mnimo de

    0,055% nos aos denominados de corte livre, em que esse

    elemento adicionado at 0,35% para melhorar a usinabilidade

    dos mesmos.

    Fsforo (P): quando o teor ultrapassar certos limites, esse

    elemento passa a constituir um dos componentes mais nocivos

    para os aos, uma vez que os tornam frgeis e quebradios.

    CLASSIFICA O DOS AOS-CARBONO

    Comumente os aoscarbono so classificados, segundo o teor decarbono como indica a tabela 1.1

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    Tabela1.1 Classificao dos aos-carbono

    Carbono (%) DenominaoAt 0,15 Extra doce0,15 a 0,30 Doce0,30 a 0,40 Meio doce0,40 a 0,60 Meio duro0,60 a 0,70 Duro0,70 a 1,20 Extra duro1,20 a 1,70 Emprego especial

    Os aos-carbono com teor de carbono superior a 0,30% adquirem

    tmpera e at 0,30% podem ser endurecidos superficialmente atravs de um

    tratamento especial denominado cementao. Com at 0,30% de carbono eles

    so encontrados comercialmente em forma de chapas, fios, vergalhes,

    perfilados e tubos. Com mais de 0,30% de carbono os aos so fornecidos em

    forma de barras ( circulares, sextavadas, quadradas, retangulares).

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    EFEITOS DOS ELEMENTOS DE LIGA

    Nquel: Aumentam a resistncia ao desgaste, o limite de elasticidade, a

    dureza e a tenacidade. Adicionado juntamente com o cromo fica

    conhecido como aos inoxidveis.

    Cromo: Aumentam o limite de elasticidade, dureza, a resistncia ao

    desgaste e melhora a propriedade de tmpera em gua ou leo sem

    muita deformao. classificado entre os aos inoxidveis com teor

    superior a 10%.

    Mangans: S considerado elemento de liga quando sua porcentagem

    for superior a 1,65%. Adicionado em pequenas quantidades aumenta a

    dureza, a resistncia ao desgaste e a resistncia a trao.

    Molibdnio: Depois do carbono esse elemento o que exerce maior

    influncia na dureza do ao. Aumenta a profundidade de tmpera,

    aumentando tambm a resistncia corroso dos aos inoxidveis.

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    Tungstnio: Aumenta a dureza do ao e sua resistncia ao calor, assim

    como a tenso de ruptura e o limite de escoamento.

    Cobalto: Entra na composio dos aos para as ferramentas de corte e

    na fabricao de ims permanentes. Pequenas propores so

    adicionados aos aos especiais para as ferramentas, que lhes

    proporcionam maior dureza, no entanto, em grandes porcentagens

    tornam os aos menos resistentes ao impacto.

    Silcio: Todas as categorias de aos contm algumas porcentagens de

    silcio e em sua maioria entre 0,10 a 0,35%. Ele desoxida os aos e comum teor de at 1,75% aumentam o limite de elasticidade e a resistncia

    ao impacto.

    Vandio: Tem a propriedade de aumentar a resistncia a trao sem

    diminuir a ductilidade. Com maiores porcentagens, emprega-se na

    fabricao de aos rpidos.

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    AQUECIMENTO DO AO

    O que acontece com o ao ao ser aquecido?

    No caso de ao no ligado que contm 0,4% de carbono:

    - em temperatura de 300C a estrutura do ao ao carbono igual a suaestrutura na temperatura ambiente: ferrita (cor branca) e perlita (cor preta);

    - em temperatura de 723C inicia-se uma transformao em sua estrutura: aferrita transforma-se em austenita e a cementita da perlita se decompe;

    - em temperatura de 800C toda a estrutura do ao transforma-se em austenita.

    O grfico anterior ilustra uma regio de mudana de fase em intervalo detemperatura: A ferrita e a perlita transformam-se em austenita. Essa regio chamada zona crti ca: rea em que as clulas unitrias do ferro CCC setransformam em CFC, durante o aquecimento do ao.

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    A austenita forma-se no ao a partir de 723 C. Encontra-se na regio acima dazona crtica, na zona de austenitizao, conforme se pode observar no grfico.

    A austenita tem uma estrutura cbica da face centrada (CFC), apresentandomenor resistncia mecnica e boa tenacidade. No magntica.

    Os cristais de ferro puro observados ao microscpio formam umaestrutura denominada ferrita. A ferrita ferro alfa, ou seja, ferro puro que podeconter em soluo, pequenas quantidades de Si-P e outras impurezas.Cristaliza no sistema cubo de corpo centrado, tem uma resistncia aproximadade 28 Kg/mm2, 35% de alongamento e uma dureza de 90 Brinell. o mais mole de todos os constituintes, muito dctil, malevel e magntico. Oteor de carbono exerce significativa influncia nas propriedades mecnicas doao. Quanto maior, maiores a dureza e a resistncia trao. Entretanto, aoscom elevados teores de carbono so prejudicados pela maior fragilidade devido maior quantidade de cementita, uma substncia bastante dura masquebradia. A cementita deposita-se em forma de finas lamelas entre oscristais de ferro formando outra estrutura regular denominada de perlita. Aperlita aparece geralmente por esfriamento lento da austenita, tem umaresistncia de 80Kg/mm e um alongamento de 15%. Ao microscpio, a perlitaapresenta-se como um desenho parecido com uma impresso digital.

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    TRATAMENTOS TRMICOS

    De modo geral, o tratamento trmico consiste em aquecer e resfriar umapea de metal para que ela atinja s propriedades mecnica desejadas comodureza, elasticidade, ductibilidade e resistncia a trao, que so chamadaspropriedades mecnicas do metal. A pea adquiri esta propriedade sem que semodifique o estado fsico do metal.

    PROCESSO

    A pea de ao deve ser colocada em um forno com temperatura definida para otipo de material, durante o tempo que foi calculado para alcanar o efeitodesejado. Retira-se com segurana do forno com o uso de uma tenaz esubmete-se ao resfriamento.

    O resultado desse processo a mudana nas propriedades mecnicas do ao,

    e dependem de trs fatores:

    - Temperatura de aquecimento

    - Velocidade de resfriamento

    - Composio qumica do material

    FATORES DE INFLUNCIA NOS TRATAMENTOS TRMICOS

    O tratamento trmico representa um ciclo tempo temperatura, de modo que,basicamente, os fatores a considerar so os seguintes: aquecimento, tempo depermanncia temperatura e resfriamento.

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    AQUECIMENTO.

    Considerando como objetivo fundamental do tratamento trmico a modificaodas propriedades mecnicas do material, verifica-se que isto s conseguidomediante uma alterao da sua estrutura. Nestas condies, a liga consideradadeve ser aquecida a uma temperatura que possibilite tal modificao. Estatemperatura corresponde geralmente valores acima da temperatura derecristalizao do material; no caso dos aos chamamos de temperatura crtica.No aquecimento deve ser considerado o fator velocidade de aquecimento, queno pode ser muito lenta, casocontrrio haver excessivo crescimento de gro, Ou

    muito rpida, o que poder provocar empenamento ou mesmo aparecimentode fissuras.

    TEMPO DE PERMANNCIA TEMPERATURA.

    A influncia do tempo de permanncia temperatura de aquecimento maisou menos idntica a influncia da mxima temperatura de aquecimento, ou

    seja, o tempo temperatura deve ser suficiente para que as peas se aqueamde modo uniforme atravs de toda sua seo. Deve-se evitar tempo alm doestritamente necessrio para que isto ocorra, pois pode haver indesejvelcrescimento de gro, alm da oxidao de determinadas ligas.

    RESFRIAMENTO.

    A escolha do meio de resfriamento fundamental no processo de tratamentotrmico e depende essencialmente da estrutura final desejada. O aumento dopercentual do carbono na liga o responsvel pelo aumento da dureza do ao.

    Esse aumento do carbono se traduz pelo aumento da cementita na mistura.Com os tratamentos trmicos podemos modificar as formas de cristalizao do

    ao e a disposio do carbono na liga, modificando, assim, a dureza domaterial. A modificao da forma de cristalizao conseguida atravs da

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    velocidadede resfriamento podendo endurecer ou amolecer o material.

    TIPOS DE TRATAMENTOS TRMICOS

    Existem duas classes de tratamentos:

    Os tratamentos trmicos: que por simples aquecimento e resfriamento,

    modificam as propriedades de toda a massa do ao.Os tratamentos termoqumicos: que modificam as propriedades somente numafina camada superficial da pea. Nesses tratamentos a pea aquecidajuntamente com produtos qumicos e posteriormente resfriada.

    RECOZIMENTO

    Esse tratamento trmico tem por objetivo reduo da dureza que os aospossam apresentar devido a processos anteriores tais como: conformao afrio (encruamento), tratamentos trmicos, processos de soldagem, fundio ououtros processos que gerem endurecimento.

    Torna o ao mais homogneo, melhora sua ductilidade tornando-o facilmenteusinvel. O tratamento consiste em elevar-se a temperatura da pea at atransformao completa em austenita e resfriar-se lentamente. de umamaneira geral, indica-se o resfriamento com a pea envolvida em areia para osaos de baixo carbono e o resfriamento controlado dentro do forno, para os

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    aos de alto carbono. Aps o recozimento a perlita se apresenta mais grosaresultando da uma menor dureza e resistncia

    NORMALIZAO

    Pode ser tambm chamado de recozimento de normalizao. O seu objetivo dotar o ao de suas caractersticas normais (material laminado a quente eresfriamento ao ar). A normalizao refina a granulao do ao; apagavestgios de tratamentos trmicos anteriores; elimina microestruturas brutas de

    fundio; regulariza microestruturas em juntas soldadas. As peasNormalizadas apresentam dureza mdia e uma boa resistncia mecnica aocontrrio das peas recosidas que sobem macias; maleveis e poucoresistentes. O tratamento consiste emaquecer o material at a temperaturade transformao da austenita e fazer-se resfriamento ao ar. Asmicroestruturas obtidas na

    normalizao so semelhantes s dorecozimento apenas com a diferenade que a perlita se apresenta mais fina resultando da uma maior dureza eresistncia.

    REVENIMENTO

    um tratamento trmico subcrtico (abaixo da temperatura de transformaoda austenita) Tem como objetivo aliviar as tenses na martensita reduzindosignificativamente sua fragilidade reduzindoconseqentemente a dureza obtida natmpera. A microestrutura obtida chamada martensita revenida. Astemperaturas do revenido podem variar deacordo com o desejo de maior ou menoralvio de tenses internas e a suaconseqente perda de dureza. Altas

    temperaturas de revenido podem estar

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    entre 550/650 C e baixas temperaturas esto entre 300/400 C. Resfriamentoao ar.

    TMPERA

    O tratamento de tmpera consiste em elevar-se o material temperatura detransformao da austenita e resfriar-se o material rapidamente. Esseresfriamento deve ser mais rpido quanto menor for o teor de carbono nomaterial. Podemos utilizar como meios de resfriamento desde a salmoura

    gelada, passando por resfriamento em gua gelada, gua temperaturanormal, leo, ar soprado ou ar normal. Os tratamentos de tmpera tambmpodem apresentar diversas maneiras de serem efetuados. Temos a tmperacomum com pouco controle no resfriamento ou as tmperas mais elaboradasque por isso mesmo recebem os nomes de austmpera ou martmpera. Amicroestrutura que se deseja obter na tmpera comum a martensita. Essamicroestrutura apresenta elevada dureza, elevada resistncia mecnica eelevada fragilidade. A tmpera comum causa um grau elevado de tensesinternas podendo gerar trincas e empenos em peas mais delicadas. Outroresultado dessa tmpera a perda de tenacidade. Para reduzir essesinconvenientes indicado a seguir um tratamento de revenimento.

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    Para se entender os tratamentos trmicos a seguir necessrio conhecer ascurvas TTT. As curvas, Temperatura, Tempo, Transformao (TTT) so

    caractersticas que os aos apresentam no resfriamento. Visto em um grfico x,y (temperatura, tempo) elas assim se apresentam:

    Vejamos, ento como podemos aproveitar essas caractersticas dos aos aoserem resfriados. Quando queremos obter uma transformao na estruturainterna de uma pea de ao, devemos aquec-la a uma temperatura acima dalinha de transformao da austenita. Ao resfri-la podemos faz-lo mais oumenos lentamente. A distncia (tempo) entre o zero e o ponto a no grfico

    varia para cada tipo de ao podendo ser muito grande ou menor que zero. Porisso devemos conhecer essas curvas do ao que queremos temperar para quepossamos utilizar o tipo de tmpera mais adequado.

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    Quando a curva do resfriamento, devido sua pouca velocidade corta ascurvas 1 e 2 no seu ponto alto obtemos uma microestrutura no material

    formada por perlita grosseira (recozimento). Quando a velocidade deresfriamento um pouco maior temos como microestrutura, no material, aperlita fina (normalizao). Quando essa velocidade muito grande e no cortaas curvas temos a formao de martensita (tmpera comum).

    MARTMPERA

    A martmpera tem por objetivo obter na pea tratada uma estrutura demartensita como na tmpera comum, porm devemos controlar o resfriamentopara que quando a temperatura alcanar a linha Mi (incio da formao damartensita) esse resfriamento retardado de maneira que a transformao secomplete mais lentamente. Omeio de resfriamento normalmente leo ou salfundido. O material mantidomaior tempo entre as duaslinhas de transformao paraque a formao da martensitase d de maneira uniforme,gerando menores tensesinternas. Em seguida a pea resfriada a qualquer

    velocidade. Esse tratamento

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    normalmente necessita o tratamento de revenimento para aliviar tensesresiduais.

    AUSTMPERA

    um tratamento de endurecimento dos aos que consiste em aquecer omaterial acima da temperatura de formao de austenita manter essatemperatura at a completa transformao e fazer um resfriamento brusco atuma temperatura ligeiramente acima da linha Mi. Esse processo obtido

    atravs da manuteno do material em banho de chumbo ou sal (fundidos)(260 a 440 C). Deixando o material a uma temperatura constante durante otempo em que a linha de resfriamento ultrapassa as curvas 1 e 2 na altura

    de transformao da bainita (sempre em temperatura constante). Atemperatura escolhida dependeda dureza que queremos obter.Quanto mais baixo no grficoatingimos a bainita maiorendurecimento vamos

    conseguir. Esse tratamentodispensa o revenimento porgerar baixas tenses internas. normalmente indicado paratemperar peas delicadas ondeos empenos e as deformaesso crticos. A desvantagem desse tratamento que ele no podeser feito emaos de baixa temperabilidade alm de ser um tratamento mais caro.

    TRATAMENTOS TERMOQUMICOS

    CEMENTAO

    A finalidade da cementao fazer com que um ao de baixo teor de carbono(macio) fique com a superfcie dura, reunindo assim as duas caractersticasideais de uma pea. Que seja macia o suficiente para no partir com a

    continuidade de choques e no se desgastar por abraso nos pontos onde se

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    atrite com outras peas, como nos mancais. Esse tratamento feito aquecendoa pea em um ambiente rico em carbono, o material do ambiente em que fica

    a pea pode ser slido, lquido ou gasoso. A pea deve permanecer nesseambiente por um tempo suficiente para que o carbono migre atravs domaterial da pea tornando assim, a superfcie rica em carbono. A espessura dacamada dura depende do tempo de permanncia da pea nesse ambiente.Essa permanncia a alta temperatura faz com que cresa demasiadamente agranulao do material cementado. Para que isso no acontea o ao deve serespecial para cementao, quer dizer, deve ter elementos de liga que iniba oaumento do gro, com a temperatura. Aps o tratamento superficial(cementao) a pea deve ser temperada para que a camada superficial, rica

    em carbono adquira a dureza desejada. Muitas vezes esse endurecimento feito atravs da tmpera por induo.

    NITRETAO

    um tratamento semelhante cementao. Apenas em vez do uso daatmosfera de carbono, utiliza-se uma atmosfera rica em nitrognio. Esse

    elemento combina-se com alguns elementos de liga do ao (principalmente oalumnio), formando nitretos que tm elevada dureza. Esse tratamento temcomo vantagem sobre a cementao o fator de no necessitar tmpera e aindaaumentar a resistncia da peca fadiga e corroso. Tem ainda a vantagemde utilizar temperaturas menores que a com menores riscos de empenos dapea nitretada. Tanto na nitretao como na cementao o interior da pea nosofre modificaes consideradas.

    CARBONITRETAO

    O meio carbo-nitretante uma atmosfera gasosa, contendo carbono enitrognio ao mesmo tempo. A atmosfera pode ser constituda pelos seguintesgases:

    Gs de gerador77 a 89%

    Gs natural9 a 15%

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    Amnia2 a 8%

    A temperatura vria de 700. a 900. C e o tempo de tratamento relativamente pequeno; a espessura das camadas carbo-nitretadas vria de0,07 a 0,7 mm

    A carbonitretao usada, geralmente em peas de pequeno porte, comocomponentes de relgios e aparelhos eletrodomsticos.

    Temperaturas ideais de alguns tratamento trmicos

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    QUESTES DO CAPTULO

    1)No que consiste a tmpera?

    2) Para temperar um ao com 1,40% de carbono recomenda-se aquece-lo a

    uma temperatura acima de aproximadamente 850C e depois resfria-lo

    rapidamente. Esse procedimento est correto? Caso no esteja explique o

    processo ideal.

    3)Qual ou quais tratamentos trmicos que consiste aquecer um ao com 0,4%

    de carbono acima do ponto crtico e em seguida resfria-lo ao ar?

    4)Quando normalmente utiliza-se o tratamento trmico de alvio de tenses?

    5)O que ferrita?

    6)O que cementita?

    7)O que austenita?

    8)O que perlita?

    9)O que martensita?

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