TEMPORADA 2018 FORA DE SÉRIE 4 • LESTE EUROPEU · Festival de Campos do Jordão e...

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TEMPORADA 2018 FORA DE SÉRIE 4 LESTE EUROPEU

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Ministério da Cultura,Governo de Minas Gerais eAliança Energia apresentam

PROG

RAM

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MARCOS ARAKAKI, regenteRODRIGO BUSTAMANTE, violinoJOANNA BELLO, violinoGERRY VARONA, violaCAMILLA RIBEIRO, violoncelo

FORA DE SÉRIE • LESTE EUROPEU

ERWIN SCHULHOFFCinco peças para quarteto de cordas• Alla Valse viennese: Allegro

• Alla Serenata: Allegretto con moto

• Alla Czeca: Molto allegro

• Alla Tango milonga: Andante

• Alla Tarantella: Prestissimo con fuoco

MIECZYSLAW KARLOWICZ Rapsódia Lituana, op. 11

ANTONÍN DVORÁKNo reino da natureza, op. 91

INTERVALO

BÉLA BARTÓKO mandarim maravilhoso, op. 19: Suíte

BEDRICH SMETANAA noiva vendida: Abertura

23 DE JUNHO

Rodrigo BustamanteJoanna Bello

Gerry VaronaCamilla Ribeiro

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Inicialmente, introduziremos uma peça de câmara do tcheco Schulhoff, executada aqui por um grupo de nossos talentosos músicos. Em seguida, experimentaremos a riqueza da música lituana expressa por Karlowicz, a imaginação descritiva de um poema sinfônico do tcheco Antonín Dvorák, a visceralidade rítmica do húngaro Bartók e a alegria incontida de uma Abertura do também tcheco Smetana.

A todos, um bom concerto.

Continuamos nossa viagem musical ao redor do mundo, desta vez nos concentrando na prolífica e artisticamente rica região da Europa do Leste.

Nesta noite, teremos a oportunidade de explorar obras contrastante de compositores que se utilizaram das raízes folclóricas de seus países para estabelecer uma linguagem universal.

CAROS amigos e amigas

FABIO MECHETTI

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FABIO MECHETTI diretor artístico e

regente titular

Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais desde sua criação, em 2008, Fabio Mechetti posicionou a orquestra mineira no cenário mundial da música erudita. Além dos prêmios conquistados, levou a Filarmônica a quinze capitais brasileiras, a uma turnê pela Argentina e Uruguai e realizou a gravação de oito álbuns, sendo três para o selo internacional Naxos. Natural de São Paulo, Mechetti serviu recentemente como Regente Principal da Filarmônica da Malásia, tornando-se o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.

Nos Estados Unidos, Mechetti esteve quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville e, atualmente, é seu Regente Titular Emérito. Foi também Regente Titular das sinfônicas de Syracuse e de Spokane,

da qual hoje é Regente Emérito. Regente Associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington, com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio. Da Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente. Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a Sinfônica de Nova Jersey. Continua dirigindo inúmeras orquestras norte-americanas e é convidado frequente dos festivais de verão norte-americanos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos Estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmem, Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème, Madame Butterfly, O barbeiro de Sevilha, La Traviata e Otello.

Suas apresentações se estendem ao Canadá, Costa Rica, Dinamarca, Escandinávia, Escócia, Espanha, Finlândia, Itália, Japão, México, Nova Zelândia, Suécia e Venezuela. No Brasil, regeu todas as importantes orquestras brasileiras.

Fabio Mechetti é Mestre em Regência e em Composição pela Juilliard School de Nova York e vencedor do Concurso Internacional de Regência Nicolai Malko, da Dinamarca.

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Nascida em Caracas, Venezuela, Joanna

começou seus estudos de violino aos sete

anos com Iosif Czengery, no programa

El Sistema de Orquestras Juvenis. Recebeu

bolsa para o Colégio Emil Friedman,

sendo aluna de Luís Miguel González e

Emil Friedman. Com bolsa da Starling

Foundation, fez bacharelado em Música

com Andrés Cárdenes na Universidade

Carnegie Mellon, Estados Unidos, onde

recebeu Menção Honrosa no Silberman

Chamber Music Competition. Concluiu

mestrado em Performance e em Música

de Câmara na Universidade de Michigan,

sob orientação de Stephen Shipps.

Joanna tem participado de festivais na

Europa, Estados Unidos e América-

Latina, como Interlochen Arts Camp, Meadowmount School

of Music, Nacional Repertory Orchestra, Ecoles D’Art

Americaines-Conservatoire Americain, Fontainebleau,

Festival de Campos do Jordão e Schleswig-Holstein.

No Chile, integrou a Orquestra de Câmara do Chile e foi

professora na Universidad Mayor. Fundou o grupo de

câmara Ensamble Nuevo Mundo e com ele apresentou-se

nas principais salas do país, como o Teatro Monte Carmelo,

Auditório da Escola Moderna de Música de Santiago e

Teatro del Lago de Frutillar.

Participou de masterclasses com renomados maestros e grupos,

entre eles o Quarteto Amadeus, Cuarteto Latinoamericano,

Andrew Jennings, Isaias Zelkowicz, Edward Parmentier,

David Premo, Phillip Bush, Richard Bishop, Herre Jan Stegenga,

Ingrid Zur, Richard Wolfe e Phillippe Entremont.

No Brasil, integrou-se à Filarmônica em 2015, foi spalla da

Camerata Antiqua de Curitiba e participa do Quarteto Guignard.

RODRIGO BUSTAMANTEAntes de juntar-se à Filarmônica em

2012, Rodrigo foi spalla da Orquestra de

Câmara do Theatro São Pedro e também

solista. Atuou ainda na Sinfônica de Porto

Alegre, na New Eastman Symphony,

Eastman Virtuosi e Orquestra de

Câmara da Ulbra. Como instrumentista

e arranjador, colabora com artistas e

grupos sinfônicos brasileiros. Sua peça

Flausiniana, baseada nos Prelúdios para

Violino Só de Flausino Vale, foi gravada

e estreada por Emmanuelle Baldini e

Orquestra do Estado de Mato Grosso.

Mantém frequente atividade camerística,

destacando-se as atuações com o Offenburger

Streichtrio, o violinista Guillaume Tardif, Quarteto Libertas e Quarteto

Guignard. Foi professor substituto na Universidade Federal do Rio

Grande do Sul (UFRGS), onde lecionou Violino e Música de Câmara.

Recebeu o Prêmio Açorianos de Melhor Grupo de Câmara e foi indicado

a Melhor Instrumentista pelo álbum Musitrio – Kinematic. Apresenta-se

nas salas mais tradicionais de Belo Horizonte e no interior do estado.

Com bolsa da Fundação Vitae, cursou o Seminário Integral de

Música de Câmara de Bariloche, Argentina, sendo orientado

por Nicolás Chumachenco. Colabora com o Projeto de

Interiorização do CREA Cultural, levando música de câmara a

cidades e comunidades de Minas Gerais.

Rodrigo é Mestre em Violin Performance and Literature pela

Eastman School of Music, Estados Unidos, na classe de Ilya

Kaler e Mitchell Stern. Graduou-se em Violino pela UFRGS, na

classe de Marcello Guerchfeld. Estudou também com Jerrold

Rubenstein no Conservatório Real da Antuérpia, Bélgica.

JOANNA BELLO

Marcos Arakaki é Regente Associado

da Filarmônica de Minas Gerais e

colabora com a Orquestra desde 2011.

Sua trajetória artística é marcada

por prêmios como o do 1º Concurso

Nacional Eleazar de Carvalho para

Jovens Regentes, promovido pela

Orquestra Petrobras Sinfônica em

2001, e o Prêmio Camargo Guarnieri,

concedido pelo Festival Internacional

de Campos do Jordão em 2009,

ambos como primeiro colocado. Foi

também semifinalista no 3º Concurso

Internacional Eduardo Mata, realizado

na Cidade do México em 2007.

Marcos Arakaki tem dirigido outras

importantes orquestras tanto no Brasil

como no exterior. Estão entre elas as

orquestras sinfônicas Brasileira (OSB),

do Estado de São Paulo (Osesp), do

Teatro Nacional Claudio Santoro, do

Paraná, de Campinas, do Espírito Santo,

da Paraíba, da Universidade de São

Paulo, a Filarmônica de Goiás, Petrobras

Sinfônica, Orquestra Experimental de

Repertório, orquestras de Câmara da

Cidade de Curitiba e da Osesp, Camerata

Fukuda, dentre outras. No exterior, dirigiu

as orquestras Filarmônica de Buenos

Aires, Sinfônica de Xalapa, Filarmônica

da Universidade Autônoma do México,

Kharkiv Philharmonic da Ucrânia e

a Boshlav Martinu Philharmonic da

República Tcheca.

Arakaki tem acompanhado importantes

artistas do cenário erudito, como

Pinchas Zukerman, Gabriela Montero, Sergio Tiempo,

Anna Vinnitskaya, Sofya Gulyak, Ricardo Castro, Rachel

Barton Pine, Chloë Hanslip, Luíz Filíp, Günter Klauss,

Eddie Daniels, David Gerrier, Yamandu Costa, entre outros.

Por quatro temporadas, Marcos Arakaki foi regente assistente

da Orquestra Sinfônica Brasileira. Foi regente titular da OSB

Jovem, recebendo grande reconhecimento da crítica e do público

por sua reestruturação, e da Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Natural de São Paulo, Marcos Arakaki é Bacharel em Música

pela Universidade Estadual Paulista, na classe de Violino do

professor Ayrton Pinto; em 2004 concluiu o mestrado em

Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts,

Estados Unidos. Participou do Aspen Music Festival and

School (2005), recebendo orientações de David Zinman na

American Academy of Conducting at Aspen, nos Estados

Unidos. Também esteve em masterclasses com os maestros

Kurt Masur, Charles Dutoit e Sir Neville Marriner.

Nos últimos dez anos, Marcos Arakaki tem contribuído

de forma decisiva para a formação de novas plateias,

por meio de apresentações didáticas, bem como para

a difusão da música de concertos através de turnês a

mais de setenta cidades brasileiras. Atua, ainda, como

coordenador pedagógico, professor e palestrante em diversos

projetos culturais, instituições musicais, universidades e

conservatórios de vários estados brasileiros.

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MARCOS ARAKAKI

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GERRY VARONA

CAMILLA RIBEIRO

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Camilla Ribeiro, Joanna Bello, Rodrigo Bustamante e Gerry Varona

Natural das Filipinas, Gerry iniciou seus

estudos em música aos dez anos e em

viola aos quatorze. Cursou Filosofia em

seu país e graduou-se em Viola nos

Estados Unidos, estudando com Jerzy

Kosmala, Atar Arad e Matthew Daline.

Ganhou o primeiro lugar nos concursos

National Music das Filipinas, Louisiana

Viola Society, Louisiana State University

Concerto e Indiana University Concerto.

Recebeu bolsa integral para o

bacharelado na Louisiana State

University, concluído com Summa

cum laude. Para o mestrado na Indiana

University, ganhou uma das bolsas mais

prestigiadas, a Barbara and David Jacobs

Camilla começou a dedicar-se ao

violoncelo aos nove anos de idade

em sua cidade natal, Belém, Pará,

no Conservatório Carlos Gomes, sob

orientação do professor Áureo de Freitas.

No ano seguinte ganhou menção

honrosa no Concurso de Jovens Solistas

do IBEU. Prosseguiu seus estudos no

Conservatório Dramático e Musical

Dr. Carlos de Campos em Tatuí,

São Paulo, orientada por Clodoaldo Leite

e Jefferson Perez. Nesse mesmo ano,

obteve o primeiro lugar no Concurso

Nacional de Cordas Paulo Bosísio.

Ingressou na Academia de Música da

Orquestra Sinfônica do Estado de São

Paulo (Osesp) em 2009, sob orientação

Fellowship. Apresentou-se como solista com várias orquestras,

incluindo a IU Chamber sob regência de Jaime Laredo, LSU

Symphony, Musicoop e Peace Philharmonic Philippines. Entre

os festivais em que tocou estão Bowdoin Chamber Music,

Heber Springs Chamber Music Immersion e Interlochen.

Gerry foi violista principal na IU Philharmonic e assistente

na Evansville Philharmonic e nas sinfônicas Baton Rouge,

Acadiana e Owensboro. Tocou com o Duo Parnas e

apresentou-se para Joel Smirnoff do Juilliard Quartet,

Jesse Levine da Yale University, Rami Solomonov da DePaul

University, Stephen Wyrczynsky da Philadelphia Symphony,

Hanz Welser Mörst da Filarmônica de Viena, Dinos Constantinides

da Louisiana Sinfonietta e Quarteto Libertas. Estreou várias

obras compostas especialmente para ele.

Integra a Filarmônica desde 2012. Gerry é um entusiasta

da música de câmara e acredita ser obrigação de todo

instrumentista conhecer e tocar a música feita na atualidade.

de Johannes Gramsch, formando-se em julho de 2011, mesmo

ano em que ingressou na Filarmônica de Minas Gerais.

Camilla frequentou o Festival Internacional de Campos

do Jordão, o Festival de Música de Santa Catarina e o

Rio International Cello Encounter, entre outros. Participou

também de masterclasses com renomados violoncelistas,

como Johannes Moser, Xavier Phillips, Antonio Meneses,

Benhard Loercher e Mark Kosower.

Como camerista, aperfeiçoou-se no Projeto Serioso liderado

por Richard Young, integrante do Quarteto Vermeer.

Colaborou com diversos grupos de música de câmara e

atualmente é integrante do Quarteto Guignard.

Antes de se juntar à Filarmônica, Camilla integrou a Orquestra

Jovem do Estado de São Paulo, a Sinfônica de Santo André

e a Orquestra Experimental de Repertório, tendo ainda se

apresentado com a Osesp como musicista convidada.

8 99

ERWIN SCHULHOFFPraga, República Tcheca, 1894

– Wülzburg, Alemanha, 1942

Cinco peças para quarteto de cordas

1923 — 15 min2 violinos, viola, violoncelo.

Editora: Schott

MIECZYSLAW KARLOWICZVisneva, Lituânia, atual Bielorrúsia, 1876

– Zakopane, Polônia, 1909

Rapsódia Lituana, op. 111906 — 19 min

Piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas,

2 trompetes, 3 trombones, tímpanos, percussão, cordas.

Editora: PWM

ANTONÍN DVORÁK Nelahozeves, República Tcheca, 1841

– Praga, República Tcheca, 1904

No reino da natureza, op. 911891 — 12 min

2 flautas, 2 oboés, corne inglês, 2 clarinetes, clarone, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos,

percussão, cordas.Editora: Simrock

BÉLA BARTÓKNagyszentmiklós, Hungria, atual Romênia,

1881 – Estados Unidos, 1945

O mandarim maravilhoso, op. 19: Suíte

1918/1924 — 20 min2 piccolos, 3 flautas, 3 oboés, corne inglês,

requinta, 3 clarinetes, clarone, 3 fagotes, contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes,

3 trombones, tuba, tímpanos, percussão, harpa, celesta, piano, cordas.

Editora: Universal

BEDRICH SMETANA Litomysl, República Tcheca, 1824 – Praga, República Tcheca, 1884

A noiva vendida: Abertura1863/1866, revisão em 1870 — 7 min

Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes,

3 trombones, tímpanos, cordas.Editora: Breitkopf & Härtel

Sl e se considerasse o Leste europeu ao pé da

letra, bastaria tomar um meridiano de referência

e localizar as nações, os povos ou as etnias à

direita do mapa. Com isso, no entanto, surgiriam

algumas contradições. Ficam a oeste a República Tcheca,

mais da metade da Hungria (incluindo Budapeste), parte da

Sérvia e da Polônia, e toda a Croácia, a Bósnia e a Eslovênia.

Não é, portanto, a divisão cartesiana do mapa que define

o Leste. Poder-se-ia, então, considerar as etnias eslavas.

Neste caso, como explicar a Hungria ou a Finlândia?

É que a noção moderna de Leste europeu é herdeira de

dois momentos históricos, e nela a cartografia não é

suficiente. O mais recente desses momentos agrupa todos

os países europeus que estiveram, no século XX, sob a

influência do regime soviético. O mais antigo remete aos

grandes impérios do século XIX, que dominaram política,

econômica e culturalmente certas nações ou povos: o

Império Austro-húngaro, o Russo e o da Prússia, por exemplo.

Desde pelo menos esses grandes impérios (e talvez antes),

alguns polos situados na periferia dos grandes centros

culturais e econômicos da Europa viram nas artes e na

música uma forma de resistência e de manutenção ou

construção de sua identidade, fazendo surgir, assim, suas

próprias escolas nacionais. Algumas dessas escolas, como

a tcheca, mantiveram-se continuamente frescas, sempre

se reinventando. Outras, como a húngara e a polonesa,

sofreram um eclipse que se desfaria apenas com os novos

ares do século XX. É nesse contexto e nessa perspectiva,

portanto, que, na música, se situa o Leste europeu.

No Leste, como dissemos, a escola tcheca sempre se

manteve fecunda. Seu fundador, Bedrich Smetana, é símbolo

de independência cultural e, com A noiva vendida, funda a

ópera tcheca. Composta entre 1863 e 1866, e estreada em

Praga, no ano de sua conclusão, A noiva vendida trouxe ao

Ocidente a consciência das peculiaridades e especificidades

da música tcheca, nem tanto pela inclusão de citações

de temas populares ou de danças

tradicionais, mas pelo uso desse

je ne sais quoi que, nas escolas

nacionais, muitas vezes se confundem

com exotismos. No brilho da Abertura

de A noiva vendida isso se afirma,

não apenas em algumas harmonias,

mas numa rítmica característica e em

uma atmosfera festiva que mascara

habilmente as danças tradicionais.

Mas, para o Ocidente, o maior

representante da escola tcheca é,

sem dúvida, Dvorák, talvez por ter

ele mesmo estado no Novo Mundo.

Esse grande melodista nutre seu

lirismo, assim como Smetana, das

fontes populares. Seu opus 91,

No reino da natureza, composto em

1891 e estreado em Praga, no ano

seguinte, faz parte de um tríptico de

três aberturas de concerto, que inclui

também a Abertura Carnaval, op. 92,

e Otelo, op. 93. Popularidades à parte,

o grande predicado de Dvorák foi ter

destilado de seu folclore um material

essencial, uma espécie de gramática

que embasaria sua atividade criativa.

Esse foi o mesmo processo usado,

mais tarde, por Bartók.

Bartók compôs, para balé, O mandarim

maravilhoso, entre 1918 e 1924, e o

estreou em Colônia, em 1926. Nesse

momento, ele se via fascinado pelos

caminhos abertos por Debussy, mas

ainda se encontrava envolvido nos

trabalhos de pesquisa que empreendia,

MOACYR LATERZA FILHO Pianista e cravista,

Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa,

professor da Universidade do Estado de Minas

Gerais e da Fundação de Educação Artística.

junto com Kodály, sobre a música

tradicional de sua terra. A orquestração

exuberante e as investidas ousadas de

O mandarim maravilhoso, incorporado

ao repertório sinfônico em forma de

suíte, entre outras coisas, colocam

Bartók, sem dúvida, no panteão do

século XX.

Muito menos conhecidos do

Ocidente são Schulhoff e Karlowicz.

Do primeiro, as Cinco peças para

quarteto de cordas encontram na

ironia e na releitura inusitada tanto

da suíte de danças barroca quanto

da linguagem da Segunda Escola

de Viena um caminho expressivo.

Dedicada a Darius Milhaud, a obra

foi estreada em Salzburgo, em

1924. Do segundo, nascido na então

Lituânia, mas considerado um dos

grandes nomes da música polonesa,

depreende-se uma linguagem

embasada num Romantismo tardio.

No entanto, sua linguagem soa

estranhamente moderna. Seu

opus 11, composto provavelmente

em Varsóvia, em 1906, é o terceiro

de seus seis poemas sinfônicos.

Essa duplicidade é que faz de

Karlowicz um representante desses

focos de resistência de onde nasce

a criatividade.

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OUVIR, ASSISTIR E LERpara

Glenn Watkins – Soundings: Music in the

Twentieth Century – Schirmer Books – 1988

ERWIN SCHULHOFF

CD The Muir String Quartet – Schulhoff,

Five Pieces for String Quartet e outras – Kids

Classics – 2013

Quarteto Ruysdael

Acesse: fil.mg/scincopecas

MIECZYSLAW KARLOWICZ

CD Karlowicz – Lithuanian Rapsody e

outras – BBC Philharmonic Orchestra – Yan

Pascal Tortelier, regente – Chandos – 2002

ANTONÍN DVORÁK

CD Dvorák – Complete Symphonies;

Overtures; Slavonic Dances; Symphonic Poems

– Janácek Philharmonic Orchestra – Theodore

Kuchar, regente – Brilliant Classics – 2015

Czech Philharmonic Orchestra – Gerd

Albrecht, regente | Acesse: fil.mg/dnatureza

BÉLA BARTÓK

CD Bartók – The Miraculous Mandarin –

Montreal Symphony Orchestra – Charles Dutoit,

regente – London – 1993

London Symphony Orchestra – Claudio

Abbado, regente | Acesse: fil.mg/bmandarim

BEDRICH SMETANA

CD Smetana – Moldau; The Bartered

Bride – Wiener Philharmoniker – James Levine,

regente – Deutsche Grammophon – 1989

LP The Moldau and other favorites

– Smetana, Bartered Bride Overture e

outros – New York Philharmonic – Leonard

Bernstein, regente – Columbia Masterworks /

Remasterizado para streaming – Apple – 2018

Berliner Philharmoniker – Mariss Jansons,

regente | Acesse: fil.mg/snoiva

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AEL

MOT

TA

Instituto Cultural Filarmônica

Conselho Administrativo

PRESIDENTE EMÉRITO

Jacques Schwartzman

PRESIDENTE

Roberto Mário Soares

CONSELHEIROS

Angela Gutierrez

Arquimedes Brandão

Berenice Menegale

Bruno Volpini

Celina Szrvinsk

Fernando de Almeida

Ítalo Gaetani

Marco Antônio Pepino

Marco Antônio Soares da

Cunha Castello Branco

Mauricio Freire

Octávio Elísio

Paulo Brant

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Diretoria Executiva

DIRETOR PRESIDENTE

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DIRETOR ADMINISTRATIVO-

FINANCEIRO

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E PROJETOS

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PROGRAMAÇÃO MUSICAL

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JOVEM APRENDIZ Geovana Benicio

Sala Minas Gerais

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INFRAESTRUTURA

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Jorge Correia

TÉCNICOS DE ÁUDIO

E DE ILUMINAÇÃO

Pedro Vianna

Rafael Franca

ASSISTENTE OPERACIONAL

Rodrigo Brandão

FORA DE SÉRIE

Leste europeu junho 2017

COORDENADORA

DA EDIÇÃO Merrina

Godinho Delgado

EDIÇÃO DE TEXTO

Berenice Menegale

GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Fernando Damata Pimentel

VICE-GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Antônio Andrade

OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003

SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

Angelo Oswaldo de Araújo Santos

SECRETÁRIO DE ESTADO ADJUNTO DE CULTURA DE MINAS GERAIS

João Batista Miguel

DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR

Fabio Mechetti

REGENTE ASSOCIADO

Marcos Arakaki

* PRINCIPAL ** PRINCIPAL ASSOCIADO *** PRINCIPAL ASSISTENTE **** PRINCIPAL ASSISTENTE SUBSTITUTA ***** MUSICISTA CONVIDADO(A)

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

PRIMEIROS VIOLINOS

Anthony Flint – Spalla

Rommel Fernandes – Spalla

associado

Ara Harutyunyan –

Spalla assistente

Ana Paula Schmidt

Ana Zivkovic

Arthur Vieira Terto

Dante Bertolino

Joanna Bello

Luka Milanovic

Roberta Arruda

Rodrigo Bustamante

Rodrigo M. Braga

Rodrigo de Oliveira

SEGUNDOS VIOLINOS

Frank Haemmer *

Hyu-Kyung Jung ****

Gideôni Loamir

Jovana Trifunovic

Martha de Moura Pacífico

Matheus Braga

Radmila Bocev

Rodolfo Toffolo

Tiago Ellwanger

Valentina Gostilovitch

Anahit Asatrian *****

VIOLAS

João Carlos Ferreira *

Roberto Papi ***

Flávia Motta

Gerry Varona

Gilberto Paganini

Katarzyna Druzd

Luciano Gatelli

Marcelo Nébias

Nathan Medina

VIOLONCELOS

Philip Hansen *

Robson Fonseca ***

Camila Pacífico

Camilla Ribeiro

Eduardo Swerts

Emília Neves

Lina Radovanovic

Lucas Barros

William Neres

CONTRABAIXOS

Nilson Bellotto *

André Geiger ***

Marcelo Cunha

Marcos Lemes

Pablo Guiñez

Rossini Parucci

Walace Mariano

FLAUTAS

Cássia Lima*

Renata Xavier ***

Alexandre Braga

Elena Suchkova

OBOÉS

Alexandre Barros *

Públio Silva ***

Israel Muniz

Moisés Pena

CLARINETES

Marcus Julius Lander *

Jonatas Bueno ***

Ney Franco

Alexandre Silva

FAGOTES

Catherine Carignan *

Victor Morais***

Andrew Huntriss

Francisco Silva

TROMPAS

Alma Maria Liebrecht *

Evgueni Gerassimov ***

Gustavo Garcia Trindade

José Francisco dos Santos

Lucas Filho

Fabio Ogata

TROMPETES

Marlon Humphreys *

Érico Fonseca **

Daniel Leal ***

Tássio Furtado

TROMBONES

Mark John Mulley *

Diego Ribeiro **

Wagner Mayer ***

Renato Lisboa

TUBAS

Eleilton Cruz *

Isaque Macedo *****

TÍMPANOS

Patricio Hernández Pradenas *

PERCUSSÃO

Rafael Alberto *

Daniel Lemos ***

Sérgio Aluotto

Werner Silveira

HARPA

Clémence Boinot *

TECLADOS

Ayumi Shigeta *

Wagner Sander *****

GERENTE

Jussan Fernandes

INSPETORA

Karolina Lima

ASSISTENTE ADMINISTRATIVA

Débora Vieira

ARQUIVISTA

Ana Lúcia Kobayashi

ASSISTENTES

Claudio Starlino

Jônatas Reis

SUPERVISOR DE MONTAGEM

Rodrigo Castro

MONTADORES

Hélio Sardinha

Klênio Carvalho

Risbleiz Aguiar

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NO CONCERTO...

RUA PIUM-Í, 229 - CRUZEIRO RUA JUIZ DE FORA, 1.257 - SANTO AGOSTINHO

Nos dias de concerto, apresente seu

ingresso em um dos restaurantes

parceiros e obtenha descontos especiais.

AGENDA

Seja pontual.Cuide da Sala Minas Gerais.

Desligue o celular (som e luz).

Deixe para aplaudir ao fim de cada obra.

Traga seu ingresso ou cartão de assinante. Não coma ou beba.

Não fotografe ou grave em áudio / vídeo.

Faça silêncio e evite tossir.

junho / 2018

DIA 3, 11h — JUVENTUDER. Strauss / Gounod / Mozart

DIAS 7 E 8, 20h30 — PRESTO E VELOCESibelius / Haydn / Korngold

DIAS 14 E 15, 20h30 — ALLEGRO E VIVACEBeethoven / Mozart / Respighi / Hindemith

DIA 23, 18h — FORA DE SÉRIE / LESTE EUROPEUSchulhoff / Karlowicz / Dvorák / Bartók /

Smetana

DIAS 29 E 30 — TURNÊ ESTADUAL / POÇOS DE CALDAS E PASSOS Haendel / Mozart / Beethoven / Berlioz /

Dvorák / Brahms / J. Strauss Jr. / Gomes /

Nepomuceno / Ravel

Se puder, devolva seu programa de concerto.

Evite trazer crianças abaixo de 8 anos.

SALA MINAS GERAIS

Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG

(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030

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