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23/10/2014
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ECONOMIA RURAL
Prof. Luciano Muniz
São Luís - MA
2014
Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Centro de Ciências Agrárias – CCA
Departamento de Economia Rural - DER
Figura 1 – Como a economia interliga a produção e o consumo.
LUCRO TOTAL = RT – CT
• Receita total depende da
quantidade produzida;
• Teoria da firma divide-se
entre teoria da
produção e teoria dos
custos.
• A escolha do processo de produção;
• Função geral da produção;
• Produção a curto prazo;
• Produto total, produtividade média e produtividade marginal;
• Lei dos rendimentos decrescentes;
• Produção a longo prazo;
• Rendimentos de escala ou economia de escala.
TEORIA DA PRODUÇÃO
• A escolha do processo de produção;
a empresa compra insumos (inputs, fatores de produção),
combina-os segundo um processo de produção escolhido e
vende produtos (outputs) no mercado.
TEORIA DA PRODUÇÃO
INSUMOS
Mão-de-obra (N)
Capital Físico (K)
Área, Terra (T)
Matérias-primas (Mp)
PROCESSO DE
PRODUÇÃO
PRODUTO
(q)
inputs outputs
O processo de produção
• Eficiência técnica (ou tecnológica): permite produzir uma
mesma quantidade de produto, utilizando menor quantidade
de fatores de produção (área da Engenharia);
• Eficiência econômica: permite produzir uma mesma
quantidade de produto, com menor custo de produção
(microeconomia).
A escolha do processo de produção, entre dois ou mais fatores,
depende da eficiência:
Eficiência técnica e econômica projetado para a recria-engorda em
diferentes sistemas de produção.
IndicadoresPasto
Degradado
Pecuária
Bx. Tecn.
Pecuária-
ILP
GPV (@/cab/ano) 4,25 4,90 4,99
TL (cab/ha/ano) 0,53 0,87 3,37
TL (UA/ha/ano) 0,46 0,80 3,01
Prod. (@/ha/ano) 2,56 4,96 17,40
MB (R$/ha/ano) 6,88 102,61 470,24
LOp. (R$/ha/ano) -78,67 17,06 380,61
COT (R$/cab/mês) 34,33 27,13 16,64
CF (R$/@) 7,67 4,59 1,31
COE (R$/@) 50,88 47,20 44,91
COT (R$/@) 58,55 51,78 46,22
Rep. (% custo) 66,53% 73,69% 79,42%
MARTHA JR. et al. (2007b).
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SistemasLotação(an/ha)
Taxa de desfrute(%)
Produção de carne(kg/ha/ano)
1 Pastagem degradada 0,7 17 30
2 Pastagem melhorada 1,5 19 60
3 Pastagem intensiva 2,0 21 90
4-3+Suplementos 2,2 22 120
5-4+Confinamento 2,5 25 150
6-5+Integração lavoura-pecuária 3,0 35 230
7-6+Recria e engorda 5,0 40 450
8-7+Pastagem irrigada 9,0 42 1.125
Fonte: KICHEL(2003)
Produtividade de vários sistemas de produção de carne, em relação a
taxa de lotação, taxa de desfrute e produtividade de carne em kg de
carne/ha/ano.28
1512 9
3,5
0
10
20
30
40
Ga
nh
o d
e p
es
o
(@/h
a/a
no
)
Anos
Produtividade média da
pastagem degradada
Produtividade da pastagem oriunda da ILP ao longo dos anos de
formação.
Fonte: MARTHA JÚNIOR et al. (2007b).
Demanda Atendida pelo Suprimento
Excesso de Suprimento
Défice de Suprimento
Aumento de Suprimento em razão da integração L+P
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago SetPro
dutivid
ad
e (
kg
MS
/ha)
MARTHA JR. et al. (2007).
Produtividade da pastagem em sistema de produção convencional
Demanda Atendida pelo Suprimento
Excesso de Suprimento
Défice de Suprimento
Aumento de Suprimento em razão da integração L+P
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
Pro
du
tivid
ad
e (kg
MS
/ha
)
MARTHA JR. et al. (2007).
Produtividade da pastagem em sistema de integração lavoura e pecuária
Função Geral da produção:
Quantidade de produto (q) = f (N, k, M, A);
N = mão-de-obra utilizada/tempo;
K = capital físico utilizado/tempo;
M = matéria-prima utilizada/tempo;
A = área utilizada/tempo;
Sendo t a unidade de tempo (mês, ano, etc).
É a relação técnica entre a combinação dos
fatores de produção e a quantidade do produto,
em determinado período de tempo;
TEORIA DA PRODUÇÃOFunção Geral da produção:
Quantidade de produto (q) = f (N, k, M, A);
A função de produção supõe que foi atendida a eficiência
técnica; ou seja, representa a máxima produção possível, em
dados níveis de mão-de-obra, capital, matéria-prima e área
utilizada em determinado período de tempo.
TEORIA DA PRODUÇÃO
Conceito tecnológico
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Oferta: é a quantidade de determinado bem
ou serviço que os produtores desejam
vender em determinado período.
Função Geral da Oferta:
Qoi = f (Pi, πm, Pn, O);
Qoi = Quantidade ofertada do bem i/t;
Pi = preço do bem i/t;
πm = preço dos fatores e insumos de produção m (mão-de-obra,
matérias-primas, etc)/t;
Pn = preço de outros n bens, substitutos na produção/t;
O = objetivos e metas do empresário/t.
ΔQOi
ΔPi
> 0
Conceito econômico
TABELA 1. Evolução projetada de indicadores técnicos e econômicos para
a fase de recria-engorda da pecuária de corte extensiva na
Região do Cerrado.MARTHA JR. et al. (2007).
Potencialidades da Pecuária de corte no Cerrado
Distinção entre fatores de produção fixos e variáveis:
• Fatores de produção fixos: são aqueles que permanecem
inalterados, quando a produção varia;
• Exemplo: cerca, energia e arrendamento de terra, na pecuária
de corte.
• Fatores de produção variáveis: se alteram, com a variação
da quantidade produzida;
• Exemplo: nutrição, sanidade e aluguel de pasto, na pecuária de
corte.
Distinção entre entre curto e longo prazo:
•Curto prazo: período pelo qual existe pelo menos um fator de
produção fixo;
• Longo prazo: todos os fatores são variáveis.
OBS: o período considerado curto prazo pode variar conforme a
natureza da empresa.
Exemplo: o curto prazo para um laticínio é um período maior do
que de uma fábrica de sorvete caseiro.
Este último pode aumentar ou diminuir sua produção de um dia
para outro. Já o laticínio provavelmente precisará de um tempo
maior (podendo levar meses) para adequar a sua produção caso
haja um aumento expressivo na demanda por leite.
Produção com um fator variável e um fixo: uma análise de curto
prazo:
Com dois fatores de produção: mão-de-obra (N) e capital (K),
sendo a N variável e o K (equipamentos e instalações) fixo.
A função da produção fica:
q = f (N, K);
Como K é suposto fixo ou constante a curto prazo, a função
produção fica:
q = f (N);
Produto total (PT)
É a quantidade total produzida, em determinado
período de tempo
PT
NPme =
Produtividade marginal (Pmg)
É a variação do produto, dada uma variação de uma unidade
na quantidade do fator de produção / tempo.
Δ PT
ΔNPmg =
Produtividade média (Pme)
É a relação entre o nível de produto e a
quantidade do fator de produção / tempo.
qPT =
Produto total, produtividade média e produtividade marginal:
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Capital (k) Mão-de-obra (N) PT PMe Pmg
10 0 0 - -
10 1 3 3 3
10 2 8 4 5
10 3 12 4 4
10 4 15 3,75 3
10 5 17 3,4 2
10 6 17 2,8 0
10 7 16 2,3 -1
10 8 13 1,6 -3
Exemplo: Calcular o Produto total, a produtividade média e
a produtividade marginal e elaborar os respectivos gráficos.
Curvas de Pt, Pme e Pmg da mão-de-obra
1º - Estágio
de produção
irracional
2º - Estágio de
produção racional
3º - Estágio
Curvas de Pt, Pme e Pmg da mão-de-obra sem bicos e interrupções
Capital (k) Mão-de-obra (N) PT PMe Pmg
10 0 0
10 1 5
10 2 12
10 3 18
10 4 23
10 5 24
10 6 24
10 7 23
10 8 20
Exercício1: Calcular o Produto total, a produtividade média e a
produtividade marginal e elaborar os respectivos gráficos.
Capital (k) Mão-de-obra (N) PT PMe Pmg
10 0 0 - -
10 1 5 5 5
10 2 12 6 7
10 3 18 6 6
10 4 23 5,75 5
10 5 24 4,8 1
10 6 24 4 0
10 7 23 3,3 -1
10 8 20 2,5 -3
Resposta do Exercício1.
TEORIA DA PRODUÇÃO• Lei dos rendimentos decrescentes (curto prazo):
“Ao aumentar o fator variável (N), sendo dada a quantidade de
um fator fixo (K), a PMg do fator variável cresce até certo ponto
e, a partir daí, decresce, até tornar-se negativa”.
Lei dos rendimentos marginais
crescente – aumentos em um fator de
produção produzem acréscimos cada
vez maiores na produção total.
Lei dos rendimentos marginais
decrescentes – aumentos na
quantidade utilizada, em um fator de
produção, produzem acréscimos cada
vez menores na produção total.
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TEORIA DA PRODUÇÃO• Lei dos rendimentos decrescentes:
Exemplo: Consideremos a atividade agrícola, tendo como fator fixo a área
cultivada (Terra – ha) e como fator variável a mão-de-obra (N).
Aumentando o número de trabalhadores, e se a área permanece a mesma,
chega-se a um ponto em que a produção continua crescendo, mas a taxas
decrescentes, em virtude de excesso de trabalhadores.
Teoricamente, pode-se chegar a um ponto em que a absorção de mais um
trabalhador provocará queda na produção (PMgN negativa).
TEORIA DA PRODUÇÃO
Prêmio Nobel Arthur Lewis estudou uma situação pela qual a produtividade
marginal da mão-de-obra seria nula.
Em países subdesenvolvidos, a agricultura de subsistência, a ajuda dos filhos
dos agricultores na roça, não representam aumento do produto agrícola.
Isso é chamado de desemprego disfarçado na agricultura, devido a
produtividade marginal ser nula.
A solução para esta PMg da mão-de-obra nula seria o deslocamento de mão-
de-obra da agricultura para a industria nas cidades.
TEORIA DA PRODUÇÃO• Produção a longo prazo:
Com todos os fatores de produção variáveis: mão-de-obra
(N), capital (K) e Terra (T).
A função da produção fica:
q = f (N, K);
• A função da produção pode ser representada por uma curva
chamada isoquanta.
• Isoquanta – expressa os vários processos alternativos de
produção, que proporcionam a mesma quantidade produzida.
TEORIA DA PRODUÇÃO• Isoquanta:
Graficamente, a representação gráfica da isoquanta pode ser:
6
100
4
80 15050
2q = 1.000
k
N
TEORIA DA PRODUÇÃO•Mapa de isoquantas (conjunto de isoquantas):
Graficamente, pode ser representado:
q1 = 1.000
q2 = 2.000
q3 = 3.000
k
N
Níveis de produção
A escolha do nível de produção é feita pelo empresário e
dependerá dos custos de produção e da demanda pelo
produto da firma.
Conceito de rendimentos de escala ou
economias de escala:
• A longo prazo, precisa analisar as vantagens e desvantagens da empresa
aumentar sua dimensão, seu tamanho, o que implica demandar mais fatores
de produção.
• O que acontece quando ocorre aumento do tamanho ou da escala de
produção?
•Pode ser respondido tanto do ponto de vista tecnológico como dos
custos.
• Economia de escala tecnológica: a produtividade física varia com a variação
de todos os fatores de produção.
• Economia de escala pecuniária (atingir um nível mínimo de produção sem
aumento significativo nos custos): quando os custos por unidade produzida
variam, com a variação de todos os fatores de produção.
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Conceito de rendimentos de escala ou
economias de escala:
• Rendimentos crescentes de escala
• Um aumento de 10% na quantidade de mão-de-obra e de capital, a
produção aumenta em mais de 10%. Significa que as produtividades médias
dos fatores de produção aumentaram. Isso ocorre por dois motivos:
• Indivisibilidades na produção – só é possível uma empresa operar em
condição econômica se ela possuir um tamanho ou escala de produção
mínima. Se aumentar a divisão do trabalho, a produção pode aumentar mais
que proporcionalmente.
• Divisão do trabalho – cada trabalhador é mais eficiente e produtivo se
realizar uma única tarefa, na qual ele se especialize.
Conceito de rendimentos de escala ou
economias de escala:
• Rendimento decrescentes de escala (longo prazo)
• Um aumento de 10% na quantidade de mão-de-obra e de capital, a
produção aumenta em 5%. Significa que as produtividades médias dos
fatores de produção caíram.
• Não deve ser confundido com a lei dos rendimentos decrescentes. Porque
esta supõe sempre algum fator de produção fixo (ex.: capital - K) no
processo de produção (curto prazo).
Conceito de rendimentos de escala ou
economias de escala:
Rendimentos constantes de escala
• Um aumento de 10% na quantidade de mão-de-obra e de capital, a
produção aumenta em 10%. Significa que as produtividades médias dos
fatores de produção permanecem constantes.
Questão de revisão
1 – Defina: produção, processo de produção, eficiência técnica,
eficiência econômica e função da produção.
2 – Defina Produto Total, Produtividade Marginal e Produtividade
Média.
3 – Explique o significado da Lei dos Rendimentos Decrescentes.
4 – Qual o significado da isoquanta de produção e mapa de
isoquanta?
5 – Defina rendimentos crescentes, decrescentes e constantes
de escala, e quais as razões para que ocorram.