Teorias curriculo ESCOLAR

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CURRÍCULO do latim “currere” = carreira,

percurso, trajetória.

CURRÍCULO INCLUÍ NO SIGNIFICADO: o ato, o modo e a forma de correr

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∗ Tradicional; ∗ Crítica;∗ Pós-Crítica.

Teorias do Currículo

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∗ “O currículo há muito deixou de ser uma área meramente técnica, voltada para questões relativas a procedimentos, técnicas e métodos” (Moreira e Silva, 2005)

∗ A pergunta sobre o como organizar o conhecimento escolar ainda é relevante, porém mais importante ainda é saber o seu por quê. (Moreira e Silva, 2005)

∗ O currículo nasce de duas perguntas:∗ O que deve ser ensinado? ∗ O que os alunos devem se tornar?

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Ponto de partida

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Currículo e o nascimento da escola moderna

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∗ A escola como instituição pública nasce das Revoluções Industrial e francesa;

∗ A nova ordem industrial precisava de um novo tipo de homem, equipado com aptidões que nem a família nem a igreja eram capazes de faltar;

∗ Universalização da escola;∗ Finalidade: transformar o homem feudal num

indivíduo liberal;

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O nascimento da escola

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O nascimento da escola

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Para Alvin Toffler, no novo mundo: era preciso que os indivíduos se adaptassem a um “trabalho repetitivo, portas adentro, a um mundo de fumo, barulho, máquinas, vida em ambientes super-povoados e disciplina coletiva, a um mundo em que o tempo, em vez de regulado pelo ciclo sol-lua, fosse regido pelo apito da fábrica e pelo relógio.” (In Choque do Futuro).

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∗ É no contexto americano, início do século XX, que nasce a teoria curricular tradicional;

∗ Problema enfrentado: com a industrialização e a urbanização; a presença dos imigrantes nas cidades, com seus diferentes costumes e condutas, acabou por ameaçar a cultura e os valores da classe média americana, protestante, branca e urbana. (Moreira e Sivla, 2005)10

Surgimento do currículo tradicional

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∗ Assim, fez-se necessário consolidar e promover um projeto nacional comum, reestruturar a homogeneidade em desaparecimento e ensinar às crianças dos imigrantes as crenças e os comportamentos dignos de serem adotados. (Moreira e Tadeu, 2011);

∗ A escola desempenhará papel importante no cumprimento de tais funções e facilitar a adaptação das novas gerações às transformações econômicas, sociais, e culturais que ocorriam. 11

Ameaça ao status quo

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∗ Antes dessa visão, vigorava o currículo clássico humanístico, herdeiro da Antiguidade Clássica, estabelecido pelo trivium (gramática, retórica e lógica) e quadrivium (astronomia, geometria, música e aritmética).

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Negação do curricular clássico

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∗ O currículo clássico tinha o objetivo de introduzir os aprendizes no mundo das grandes obras literárias, artísticas e levá-los a dominar a língua grega e latina;

∗ Esse currículo foi visto como antiquado pelos pensadores que destacavam a inutilidade das habilidades e conhecimentos desenvolvidos por esse modelo para a vida moderna.

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Negação do curricular clássico

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∗ A referência curricular tradicional tem seu marco no livro The curriculum de Bobbitt, publicado em 1918;

∗ As indicações teóricas desse pensador estavam preocupadas com a economia e para essa finalidade o sistema educacional deveria se organizar;

∗ Bobbitt, concebia “a educação [como] um processo de moldagem, tanto quanto a manufatura de carris de aço.”

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Currículo inspirado no modelo fabril

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TRADICIONAL

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∗ Segundo Bobbitt a escola deveria funcionar da mesma forma que qualquer outra empresa, fosse ela industrial ou comercial;

∗ A escola deveria formar trabalhadores aptos para o serviço. Ele queria transmitir para a escola o modelo de organização proposto por Frederick Taylor.

∗ Sua palavra-chave era eficiência. Acreditava que a escola devia começar pela especificação dos resultados à obter, escolher o método adequado e a forma de mensurá-los.

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Currículo inspirado no modelo fabril

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∗ A extrapolação dos princípios da administração científica para a área do currículo transformou a criança no objeto de trabalho da engrenagem burocrática da escola. Ela passou a ser o material bruto a partir do qual a escola-fábrica deveria modelar um produto de acordo com as especificações da sociedade.

∗ A ideia de reunir multidões de estudantes (matéria-prima) destinados a ser processados por professores (operários) numa escola central (fábrica) foi a demonstração do espírito industrial, da racionalidade científica. (Alvin Toffler).

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Currículo inspirado no modelo fabril

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∗ Cabia ao curriculista a seguinte tarefa: realizar levantamento das habilidades requeridas para as diversas ocupações no campo do trabalho, organizar os conteúdos e métodos que possibilitassem a aprendizagem e o domínio das habilidades pretendidas.

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Currículo inspirado no modelo fabril

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∗ John Dewey, no início de século (XX) lança os fundamentos da escola progressista, que tem na criança o centro das preocupações da construção do currículo, deixando o funcionamento da economia em um patamar inferior.

∗ Para Dewey a escola não era somente uma preparação para a vida ocupacional adulta, mas um local de vivência e prática de princípios democráticos;

∗ O planejamento curricular deveria considerar os interesses e as experiências das crianças e jovens, utilizando projetos e problemas;

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Por um currículo democrático: Dewey X Bobbit

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∗ Porém, a visão de Bobbitt foi mais aceita do que a visão progressista de Dewey, pois a escola tinha que se preocupar com o mercado, formando bons operários;

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∗ O avanço científico e tecnológico demonstrado pelos soviéticos em 1957, com o Sputnik, viria a produzir significativas alterações na ideia sobre o que deveria constituir o currículo adequado para o progresso da nação;

∗ Era preciso reformar o currículo, reforçando o ensino das Ciências e da Matemática, Física, Química etc. nas escolas básicas e secundárias.

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Crise curricular

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TEORIASCRÍTICAS

DO CURRÍCULO

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CRÍTICA

Protestos estudantis Guerra do Vietnã

Lutas contra a Ditadura no Brasil

Diretas Já

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∗ A partir da década de 60, as teorias críticas procuram compreender o que o currículo faz com as pessoas e as instituições;

∗ O currículo é entendido como resultado de determinada seleção feita por quem detém o poder;

∗ A questão não seria apenas qual conhecimento constituidor do currículo é verdadeiro, mas qual é considerado verdadeiro e quem o considera verdadeiro. (Apple, 2000)

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Teoria crítica do currículo

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∗ Aparelhos Repressivos do Estado: seu papel consiste em garantir pela força (física ou não) as condições políticas das reproduções das relações de produção, que são em última instância, relações de explorações;

∗ O controle da sociedade é exercido por aparelhos repressivos: tribunais, polícia, prisões, forças armadas etc.

∗ Aparelhos Ideológicos do Estado: a escola, os partidos políticos, a igreja, a família, a comunicação social etc.

∗ O mais importante aparelho ideológico do estado é a escola.∗ A classe dominante por meio do currículo transmite seus ideais

através das disciplinas e conteúdos que reproduzem seus interesses.

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Teoria da reprodução social: Althusser

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∗ Em países como França e Inglaterra, a teoria educacional recebeu influências da sociologia crítica (Bourdieu e Passeron ) e da filosofia marxista (Althusser)

∗ A teoria crítica pode ser dividida em dois momentos importantes: ∗ a teoria da reprodução social representada por

Althusser.∗ a teoria da reprodução cultural com as obras de

Bourdieu e Passeron (GIROUX, 1983, p.35).

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Principais autores

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∗ Os autores partem da cultura para explicar o processo de reprodução social e estudam o papel desempenhado pela escola na manutenção do “status quo”.

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A Teoria da Reprodução Cultural: Bourdieu e Passeron

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∗ O conceito de violência simbólica descreve o processo pelo qual a classe que domina economicamente impõe sua cultura aos dominados.

∗ A violência simbólica se manifesta de múltiplas formas: a formação da opinião pública através dos meios de comunicação de massa, jornais, propaganda, moda; (Saviani, 2000)

∗ A violência simbólica não é percebida como violência; ∗ Os autores buscam explicitar a ação pedagógica como

imposição arbitrária da cultura dos grupos dominantes aos grupos não-dominantes.

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Violência Simbólica: conceito

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∗ Para os filhos das classes trabalhadoras, a escola representa uma ruptura no que refere aos valores e saberes de sua prática, que são desprezados, ignorados na sua inserção cultural em que necessitam aprender novos padrões ou modelos de cultura.

∗ Para os alunos filhos das classes dominantes alcançar o sucesso escolar torna-se bem mais fácil do que para aqueles que têm que desaprender uma cultura para aprender um novo jeito de pensar, falar e enxergar o mundo.

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Violência Simbólica: conceito

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∗ Para Bourdieu, ideologia não é mecanicamente imposta ao não-dominante. Para explicar essa questão, cria o conceito de “habitus”.

∗ “Habitus” é produto da interiorização dos princípios de um arbitrário cultural capaz de perpetuar-se após a cessação da ação pedagógica e por isso de perpetuar nas práticas sociais.

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Habitus

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∗ De acordo com essa teoria, marginalizados são os grupos ou classes dominados. Marginalizados socialmente porque não possuem força material (capital econômico) e marginalizados culturalmente porque não possuem força simbólica (capital cultural). E a educação, longe de ser um fator de superação da marginalidade, constitui um elemento reforçador da mesma. (Saviani, 2000)

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Educação

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∗ Segundo Giroux (1993), de acordo com as concepções de Bourdieu, não há no indivíduo a possibilidade de mudança, visto que apenas reproduz-se, não se cria e nem inova-se.

∗ De acordo com Andrade e Vares (2010, p. 129), “[...] parte dessas críticas se direciona à ausência de contradições, resistências e tensões.

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Crítica à crítica

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∗ Apple passa a preocupar-se com o por quê em torno do currículo e com essa preocupação faz alguns questionamentos:∗ por que esses conhecimentos e não outros? ∗ Por que esse conhecimento é considerado importante e não

outros?∗ Trata-se do conhecimento de quem? ∗ Quais interesses guiaram a seleção desse conhecimento

particular? ∗ Quais são as relações de poder envolvidas no processo de

seleção que resultou nesse currículo particular?

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Contribuição da teoria crítica do currículo

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∗ Para Silva (2011), as Teorias Tradicionais eram teorias de aceitação, ajuste e adaptação.

∗ As Teorias Críticas são teorias de desconfiança, questionamento e transformação radical.

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Contribuição da teoria crítica do currículo

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Teorias pós-críticas

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PÓS-CRÍTICA

Muro de Berlim

Torres Gêmeas

Movimento do Sem-Terra

Guerra do Iraque

Era da comunicação

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∗ A teoria pós-crítica de currículo, desenvolve-se a partir dos anos 1990, fundamenta-se no pós-estruturalismo e pós-modernismo. Autores: Deleuze, Foucault, Derrida, Morin, Maturama.

∗ Temas enfocados: os estudos de gênero, identidade, poder-saber, diferença e grupos sociais diferenciados.

∗ Ver vídeo “Bauman e a pós-modernidade”

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∗ Em sua origem, pós-modernismo significava a perda da historicidade e o fim da "grande narrativa“;

∗ A perspectiva pós-moderna questiona o pressuposto de uma consciência unitária, auto-centrada e portanto, construída sobre utopias, universalismos, narrativas mestras, que se consubstanciaram a partir do Iluminismo.

∗ Nesta mesma linha, questiona tanto as posições teórico-metodológicas positivistas como as marxistas.

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Influências: pós-modernidade e pós-estruturalismo

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∗ O currículo multiculturalista é inclusivo, incorpora as tradições dos diferentes grupos culturais e sociais (questões de gênero, sexualidade, etnia, identidade etc);

∗ Estes estudos têm tencionado o currículo, trazendo novas configurações e propondo novos olhares, voltados ao reconhecimento e valorização de identidades culturais apagadas ou negadas em estruturas curriculares monoculturais. (Moreira; Silva 1999)

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O currículo multiculturalista

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∗ A concepção pós-estruturalista questiona a formação do sujeito unitário, racional, autônomo, centrado;

∗ Neste paradigma o sujeito é uma ficção, ou seja, o sujeito não passa de uma invenção social e histórica.

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Pós-estruturalismo

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∗ No pós-estruturalismo a verdade é plural. Temos verdades. A verdade é a resultante de consensos intersubjetivos.

∗ A questão principal não se trata da verdade, mas “saber porque esse algo se tornou verdade”.

∗ A verdade é colocada sobre outra lógica: as coisas não são verdadeiras ou não verdadeiras, mas sim consideradas como verdadeiras ou como não verdadeiras.

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A PÓS-MODERNIDADE

O movimento da cultura que rejeita os valores da modernidade e vê com desconfiança os princípios racionais supostamente universais, desenvolvidosna época do iluminismo.

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A pós-modernidade traz o descentramento do homem, do sujeito, traz identidades híbridas, locais e globais, efêmeras sobre tudo. É a cultura do efêmero, da destruição criativa, do “tudo que é sólido se desfaz no ar”.... Há aqui uma crise do sujeito.

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TEORIAS TRADICIONAIS

EnsinoAprendizagem Metodologia

AvaliaçãoOrganização

Efic

iênc

ia

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TEORIAS CRÍTICAS

Emancipação

e LibertaçãoIdeologia

Poder

Reprodução

Social e

Cultural

Conscientização

Res

istê

ncia

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TEORIAS PÓS-CRÍTICAS

Multiculturalismo Identidade

Alter idad e

Diferen

ça

Subjetividade

Saber-poder

Gên

ero-

raça

-etn

ia

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∗ Bourdieu, Pierre e Passeron, Jean-Claude, "A reprodução. Elementos para uma teoria do sistema de ensino",Lisboa, 1970.

∗ GIROUX, Henry. O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional. In: SILVA, T. T. da. (Org.). Teoria educacional crítica em tempos pós-modernos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

∗ Goodson, I. (1997). A construção social do currículo. Lisboa: EDUCA.∗ Goodson, I. (1995). Currículo: Teoria e história. Petrópolis: Vozes.∗ HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. 10. ed. Rio de∗ Janeiro: DP&A,∗ MORIN, Edgar. (1996). Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil.∗ Moreira, A. F. B. (1998). A crise da teoria curricular crítica. In: Costa, M. V. (Org.) O currículo

nos limiares do contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A.∗ SILVA, Tomaz Tadeu. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo.

Belo Horizonte: Autêntica, 2005.∗ SAVIANI, D. Escola e democracia. São Paulo: Autores Associados, 2000.∗ MOREIRA, Antonio Flávio; SILVA, Tomaz Tadeu da. (orgs.). Currículo, cultura e sociedade. 5.

ed. São Paulo: Cortez, 2011.

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Referências