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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Dr. MIGUEL RIET CORREA Jr. SETOR DE EDUCAÇÃO PERMANENTE HU FURG PROF. Dr. EDAIANE BARROS CUIDADO INTEGRAL AO PACIENTE COM AS PRINCIPAIS AFECÇÕES CLÍNICAS: AIDS, TB, GRIPE A, DISTÚRBIOS MUSCULOESQUELÉTICOS, DISTÚRBIOS PULMONARES (aula 8) AIDS É uma doença que ataca o sistema imunológico devido à destruição dos glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A Aids é considerada um dos maiores problemas da atualidade pelo seu caráter pandêmico (ataca ao mesmo tempo muitas pessoas numa mesma região) e sua gravidade. A infecção se dá pelo HIV, vírus que ataca as células do sistema imunológico, destruindo os glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A falta desses linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas, causadas por microorganismos que normalmente não são capazes de desencadear males em pessoas com sistema imune normal. Transmissão/ Contágio - O HIV pode ser transmitido pelo sangue, esperma e secreção vaginal, pelo leite materno, ou transfusão de sangue contaminado. O portador do HIV, mesmo sem apresentar os sintomas da AIDS, pode transmitir o vírus, por isso, a importância do uso de preservativo em todas as relações sexuais. - Sexo sem camisinha, Sexo oral sem camisinha, Sexo anal sem camisinha, Uso de seringa por mais de uma pessoa, Transfusão de sangue contaminado, da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação, Perfuro cortantes não esterilizados. Não há contágio ... Sexo desde que se use corretamente a camisinha, Beijo no rosto ou na boca, Suor e lágrima, Picada de inseto, Sabonete/ toalha/ lençóis, Talheres/ copos, Assento de ônibus, Piscina, Banheiro, Pelo ar. Sintomas de AIDS Os primeiros fenômenos observáveis são fraqueza, febre, emagrecimento, diarréia prolongada sem causa aparente. Na criança que nasce infectada, os efeitos mais comuns são problemas nos pulmões, diarréia e dificuldades no desenvolvimento. Fase sintomática inicial: candidíase oral, sensação constante de cansaço, aparecimento de gânglios nas axilas, virilhas e pescoço, diarréia, febre, fraqueza orgânica, transpirações noturnas e perda de peso superior a 10%. Infecção aguda: sintomas de infecção viral como febre, afecções dos gânglios linfáticos, faringite, dores musculares e nas articulações; ínguas e manchas na pele que desaparecem após alguns dias; feridas na área da boca, esôfago e órgãos genitais; falta de apetite; estado de prostração; dores de cabeça; sensibilidade à luz; perda de peso; náuseas e vômitos. Tratamento Não há cura, mas os portadores do HIV dispõem de tratamento oferecido gratuitamente pelo Governo. Ao procurar ajuda médica, em um dos hospitais especializados em DST/Aids, o paciente terá acesso ao tratamento anti-retroviral. Cuidados de enfermagem: - Realizar higiene oral; - Aferir sinais vitais; - Controle de peso; - Administrar antitérmicos e analgésicos conforme prescrição médica; - Lavar a região perianal e perineal após cada evacuação, evitando assaduras;

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CURSO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL - Texto Guia Aula 8

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE HOSPITAL UNIVERSITÁRIO Dr. MIGUEL RIET CORREA Jr.

SETOR DE EDUCAÇÃO PERMANENTE HU FURG PROF. Dr. EDAIANE BARROS

CUIDADO INTEGRAL AO PACIENTE COM AS PRINCIPAIS AFECÇÕES CLÍNICAS: AIDS, TB, GRIPE A, DISTÚRBIOS MUSCULOESQUELÉTICOS, DISTÚRBIOS PULMONARES (aula 8)

AIDS É uma doença que ataca o sistema imunológico devido à destruição dos glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A Aids é considerada um dos maiores problemas da atualidade pelo seu caráter pandêmico (ataca ao mesmo tempo muitas pessoas numa mesma região) e sua gravidade. A infecção se dá pelo HIV, vírus que ataca as células do sistema imunológico, destruindo os glóbulos brancos (linfócitos T CD4+). A falta desses linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas, causadas por microorganismos que normalmente não são capazes de desencadear males em pessoas com sistema imune normal. Transmissão/ Contágio - O HIV pode ser transmitido pelo sangue, esperma e secreção vaginal, pelo leite materno, ou transfusão de sangue contaminado. O portador do HIV, mesmo sem apresentar os sintomas da AIDS, pode transmitir o vírus, por isso, a importância do uso de preservativo em todas as relações sexuais. - Sexo sem camisinha, Sexo oral sem camisinha, Sexo anal sem camisinha, Uso de seringa por mais de uma pessoa, Transfusão de sangue contaminado, da mãe infectada para seu filho durante a gravidez, no parto e na amamentação, Perfuro cortantes não esterilizados. Não há contágio ... Sexo desde que se use corretamente a camisinha, Beijo no rosto ou na boca, Suor e lágrima, Picada de inseto, Sabonete/ toalha/ lençóis, Talheres/ copos, Assento de ônibus, Piscina, Banheiro, Pelo ar. Sintomas de AIDS Os primeiros fenômenos observáveis são fraqueza, febre, emagrecimento, diarréia prolongada sem causa aparente. Na criança que nasce infectada, os efeitos mais comuns são problemas nos pulmões, diarréia e dificuldades no desenvolvimento. Fase sintomática inicial: candidíase oral, sensação constante de cansaço, aparecimento de gânglios nas axilas, virilhas e pescoço, diarréia, febre, fraqueza orgânica, transpirações noturnas e perda de peso superior a 10%. Infecção aguda: sintomas de infecção viral como febre, afecções dos gânglios linfáticos, faringite, dores musculares e nas articulações; ínguas e manchas na pele que desaparecem após alguns dias; feridas na área da boca, esôfago e órgãos genitais; falta de apetite; estado de prostração; dores de cabeça; sensibilidade à luz; perda de peso; náuseas e vômitos. Tratamento Não há cura, mas os portadores do HIV dispõem de tratamento oferecido gratuitamente pelo Governo. Ao procurar ajuda médica, em um dos hospitais especializados em DST/Aids, o paciente terá acesso ao tratamento anti-retroviral. Cuidados de enfermagem: - Realizar higiene oral; - Aferir sinais vitais; - Controle de peso; - Administrar antitérmicos e analgésicos conforme prescrição médica; - Lavar a região perianal e perineal após cada evacuação, evitando assaduras;

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- Orientar o paciente a respirar profundamente para aliviar enjoo; - Oferecer líquidos ao paciente após os vômitos. TUBERCULOSE A tuberculose é uma doença infecciosa causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch em homenagem ao seu descobridor, o bacteriologista alemão Robert Koch, em 1882. Outras espécies de micobactérias, como as Mycobacterium bovis, M. africanum e M. microti também podem causar esta doença que afeta, principalmente, os pulmões. Rins, órgãos genitais, intestino delgado, ossos, etc., também podem ser comprometidos. A transmissão é direta: ocorre de pessoa para pessoa via gotículas de saliva contendo o agente infeccioso, sendo maior o risco de transmissão durante contatos prolongados em ambientes fechados e com pouca ventilação. Após a transmissão do bacilo, ocorrerá uma destas situações: o sistema imunológico do indivíduo pode eliminá-lo; a bactéria pode se desenvolver, mas sem causar a doença; a tuberculose se desenvolve (tuberculose primária) ou pode haver a ativação da doença vários anos depois (tuberculose pós-primária).

Os fatores de risco incluem, conforme SMELTZER et al (2009):

Contato aproximado com alguém que tem a doença ativa, Função imunológica comprometida (p.ex., aqueles infectados por HIV, portadores de câncer), Pessoas que não possuem moradia, Portadores de patologias como o diabetes, insuficiência renal crônica, subnutrição, Imigrantes de países onde haja grande prevalência de TB, Condições de institucionalização (p.ex., asilos, prisões, hospitais psiquiátricos), Condições de vivência subumanas e de aglomeração, Profissionais de saúde que exercem atividades de alto risco (p.ex., procedimentos de indução de escarro, broncoscopia, aspiração, cuidado domiciliar).

Alguns pacientes podem não apresentar os sintomas ou estes podem ser ignorados por serem parecidos com os de uma gripe. Tosse seca e contínua se apresentando posteriormente com secreção e com duração de mais de quatro semanas, sudorese noturna, cansaço excessivo, palidez, falta de apetite e rouquidão são os sintomas da doença. Dificuldade na respiração, eliminação de sangue e acúmulo de pus na pleura pulmonar são característicos em casos mais graves. O diagnóstico é feito via análise dos sintomas e radiografia do tórax. Exames laboratoriais das secreções pulmonares e escarro do indivíduo são procedimentos confirmatórios. O tratamento é feito à base de antibióticos, com duração de aproximadamente seis meses. É imprescindível que este não seja interrompido – fato que pode ocorrer, principalmente, devido aos efeitos colaterais, tais como enjoos, vômitos, indisposição e mal-estar geral. As medicações são distribuídas gratuitamente pelo sistema de saúde, através de seus postos municipais de atendimento. A vacina BCG é utilizada na prevenção da tuberculose e deve ser administrada em todos os recém-nascidos. Melhoras nas condições de vida da população, além de tratamento e orientação aos enfermos são formas de evitar sua contaminação em maior escala. Cuidados de Enfermagem - Observar e anotar frequência respiratória; - Verificar e anotar peso diário; - Observar sinais de insuficiência respiratória, tais como má perfusão periférica, esforço respiratório; -Usar equipamentos de proteção, principalmente máscaras N95; - Administrar corretamente antibiótico terapia e atenção para a sua saturação de O2; - Elevar cabeceira para prevenir sofrimento respiratório; - Aspirar cavidade oral quando necessário; - Observar sinais de comprometimento hepático, icterícia; - Oferecer líquidos ao paciente para melhorar a expectoração e permeabilizar secreções; GRIPE A

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É uma doença causada por uma das mutações (geralmente H1N1) do vírus Influenza A. Portanto, é um vírus novo, com material genético desconhecido para o sistema imunológico das pessoas. Este novo vírus surgiu devido a uma grande variação antigênica do vírus Influenza. Transmissão Assim, como na gripe comum, o contágio entre as pessoas se dá através de secreções respiratórias como gotículas de saliva ao falar, espirrar ou tossir. Uma pessoa pode infectar outra desde um dia antes da doença aparecer até 7 dias (crianças até mais que isso) após sua resolução. Após contato com vírus, o indivíduo pode levar de 1 a 4 dias para começar a apresentar os sinais e sintomas da doença. Sintomas Os sintomas lembram os sintomas da gripe. O individuo afetado pode ter início abrupto de febre alta associado à tosse, dores musculares e nas articulações (“juntas”), dor de cabeça, prostração, coriza, garganta inflamada, calafrios e, às vezes, vômitos e diarreia. A doença pode evoluir para falta de ar e insuficiência respiratória seguida de morte. Contudo, a grande maioria dos casos evolui espontaneamente para cura sem apresentar complicações. Diagnóstico Existem testes laboratoriais rápidos que revelam se a pessoa foi infectada por algum vírus da gripe. No caso do H1N1, como se trata de uma cepa nova, o resultado demora aproximadamente 15 dias. No entanto, nos Estados Unidos, já foram desenvolvidos “kits” para diagnóstico, que aceleram o processo de identificação do H1N1. Vacina A vacina contra a influenza tipo A é feita com o vírus (H1N1) da doença inativo e fracionado. Os efeitos colaterais são insignificantes se comparados com os benefícios quepode trazer na prevenção de uma doença sujeita a complicações graves em muitos casos. Tratamento É de extrema importância evitar a automedicação. O uso dos remédios sem orientação médica pode facilitar o aparecimento de cepas resistentes à medicação Os princípios ativos fosfato de oseltamivir e zanamivir, presentes em alguns antigripais (Tamiflu e Relenza) e já utilizados no tratamento da gripe aviária, têm-se mostrado eficazes contra o vírus H1N1, especialmente se ministrados nas primeiras 48 horas, que se seguem ao aparecimento dos sintomas. Prevenção Para proteger-se contra a infecção ou evitar a transmissão do vírus, o Center Deseases Control (CDC) recomenda: * Lavar frequentemente as mãos com bastante água e sabão ou desinfetá-las com produtos à base de álcool; * Jogar fora os lenços descartáveis usados para cobrir a boca e o nariz, ao tossir ou espirrar; * Evitar aglomerações e o contato com pessoas doentes; * Não levar as mãos aos olhos, boca ou nariz depois de ter tocado em objetos de uso coletivo; * Não compartilhar copos, talheres ou objetos de uso pessoal; * Suspender, na medida do possível, as viagens para os lugares onde haja casos da doença; * Procurar assistência médica se surgirem sintomas que possam ser confundidos com os da infecção pelo vírus da influenza tipo A. Cuidados de Enfermagem: Controlar e anotar sinais vitais, atentando para hipertermia; Orientar o paciente a cobrir a boca quando espirrar; Lavar as mãos frequentemente; Usar equipamentos de proteção, principalmente máscaras N95; Desobstrução das vias aéreas com soro fisiológico; DISTÚRBIOS MUSCULOESQUELÉTICOS O sistema musculoesquelético é constituído por estruturas que o corpo utiliza para a sustentação e o movimento. Ele também protege órgãos do corpo. Distúrbios que afetam o sistema musculoesquelético afetam a capacidade do indivíduo de realizar as atividades cotidianas e de permanecer ativo móvel e condicionado fisicamente.

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Entre eles: Entorse: é uma lesão que ocorre quando se ultrapassa o limite normal de movimento de uma articulação. Normalmente, ocasiona distensão dos ligamentos e da cápsula articular e, consequentemente, dor intensa ao redor da articulação, dificuldade de movimentação em graus variáveis e, às vezes, sangramentos internos. Contusão: é o resultado de um forte impacto na superfície do corpo. Pode causar uma lesão nos tecidos moles da superfície, nos músculos ou em cápsulas ou ligamentos articulares. Algumas vezes, a lesão é profunda, ficando, então, difícil determinar a sua extensão. Distensões: ocorre quando um músculo ou o tendão que se prende ao osso é submetido a um esforço que rompe algumas ou muitas fibras musculares e os vasos sanguíneos que as irrigam, dando origem a um hematoma acompanhado de inflamação local. Luxação: é o deslocamento de um osso da articulação, geralmente acompanhado de uma grave lesão de ligamentos articulares. Isso resulta no posicionamento anormal dos dois ossos da articulação. A luxação pode ser total ou parcial – os dois ossos da articulação ainda permanecem em contato. Sinais e Sintomas A área lesada torna-se imediatamente dolorosa, e em geral com a formação de edema. Tipicamente o paciente evita sustentar o peso total do corpo ou utilizar a articulação ou membro lesado – posição antálgica. Podem surgir (mais tarde) equimoses. Diagnóstico As radiografias podem revelar alterações do sistema musculoesquelético, podendo também descartar ou confirmar fraturas. Tratamento Clínico ou cirúrgico. Fraturas Entende-se por fratura o rompimento total ou parcial de qualquer osso. A fratura é classificada quanto à relação do osso como o meio externo. Tipos: Fratura fechada – é assim chamada quando a pele não é rompida pelo osso quebrado. Fratura aberta ou exposta – ocorre quando o osso atravessa a pele e fica exposto. A possibilidade de infecção neste tipo de fratura é muito grande e, portanto, deve ser observada com atenção. Fratura completa – abrange toda a espessura do osso. Fratura incompleta – engloba parte da espessura do osso. Sintomas Dor intensa no local, que aumenta ao menor movimento; Inchaço; Crepitação ao movimentar – o som é parecido com o amassar de um papel; Hematoma – rompimento de vaso, com acúmulo de sangue no local; Paralisia por lesão de nervos. Tratamento O objetivo é restabelecer a continuidade funcional do osso. Cuidados de Enfermagem Aplicação de bolsa de gelo ou bolsa térmica sobre a área nas primeiras 24 a 48 horas conforme prescrição médica; Elevação do membro e compressão com atadura elástica pode ser recomendadas; Em alguns casos é indicado aplicação de calor (redução da dor, diminuição do edema, aumento de circulação local); Administrar anti-inflamatórios conforme prescrição médica; Atentar e observar expressões de dor e administrar analgésico conforme prescrição médica; Verificar sinais vitais atentando para a temperatura, pois se apresentar hipertermia poderá ser um sinal de infecção; Orientar o paciente a não fazer movimentos com o membro afetado. DISTÚRBIOS PULMONARES Atelectasia

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É o colapso de parte ou de todo pulmão. Ou seja, o pulmão "murcha" numa parte ou na sua totalidade por um bloqueio na passagem do ar pelos brônquios de maior ou menor calibre (brônquio ou bronquíolo, respectivamente). Como se desenvolve? A atelectasia pode surgir por mecanismos diferentes.

O acúmulo de secreções nos brônquios pode bloquear a passagem do ar, levando ao colapso parcial ou total do pulmão afetado.

Quando algum objeto, inadvertidamente, entra na via aérea e chega ao brônquio, a atelectasia poderá ocorrer. Isto costuma acontecer mais com as crianças, quando engolem algum brinquedo ou outro objeto pequeno.

Os tumores pulmonares podem crescer dentro de um brônquio ou pressioná-lo externamente, causando, em alguns casos, a atelectasia parcial ou total do pulmão.

Num adulto, a atelectasia geralmente não é uma situação ameaçadora à vida, já que as partes do pulmão que não foram comprometidas fazem uma compensação da perda de função da área afetada. Por outro lado, a mesma situação num bebê ou numa criança pequena pode representar uma ameaça à vida.

Sintomas Os sintomas associados a essa situação podem estar presentes ou não. Dependerá, principalmente, do tamanho da área afetada do pulmão e da presença ou não de doenças concorrentes. A atelectasia pulmonar poderá estar acompanhada de dor torácica, tosse ou dificuldade para respirar. Diagnóstico Através de exames de imagem, como a radiografia ou tomografia computadorizada do tórax, o médico poderá fazer o diagnóstico. A broncoscopia - exame que observa a parte interna dos pulmões através de um aparelho flexível dotado de fibras ópticas e lentes - é capaz de detectar o bloqueio da passagem de ar (do brônquio) e sua causa. Tratamento O tratamento deverá ser escolhido de acordo com a causa da atelectasia, com o objetivo de expandir novamente ("inflar") o pulmão. Nos casos de acúmulo de secreções, a fisioterapia pulmonar para a mobilização das secreções e a broncoscopia para a aspiração dessas será o tratamento mais indicado. A fisioterapia poderá utilizar-se de exercícios respiratórios, tapotagem (pequenos golpes com os punhos nos pulmões) e drenagem postural (colocando o indivíduo numa posição que favoreça a saída das secreções). Nos casos de corpo estranho na via aérea (objetos), a broncoscopia deverá ser realizada para fazer a remoção. Se não for exitosa, a cirurgia deverá ser realizada. Prevenção Manter os pequenos objetos longe do alcance das crianças é uma maneira de prevenir as atelectasias causadas por corpo estranho. Evitar longos períodos deitado na cama também é importante para prevenção das atelectasias, principalmente após cirurgias. Neste mesmo sentido, a fisioterapia também poderá ser necessária. Ela pode ser utilizada para a prevenção das atelectasias. Nos adultos, principalmente idosos, deverão manter acompanhamento com dentista para que não ocorra aspiração de dente ou prótese mal fixada para os pulmões. Cuidados de Enfermagem Observar dispneia, tosse e dor torácica; Avaliar frequência, profundidade e padrão respiratório; Manter decúbito elevado; Observar e avaliar cianose; Verificar sinais vitais. EDEMA PULMONAR O edema pulmonar é um acúmulo anormal de líquido nos pulmões que leva à falta de ar. Sintomas Tossir sangue ou uma espuma com sangue; Dificuldade para respirar quando deitado (ortopneia) - pode ser necessário dormir com a cabeça mais alta ou usar travesseiros extras; Sensação de afogamento ou falta de ar (quando isso acontece subitamente, interrompendo o sono e fazendo com que você se levante para conseguir

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respirar, é chamado "dispneia paroxística noturna"); Sons sibilantes, borbulhantes ou chiados ao respirar; Incapacidade de falar frases inteiras por causa da falta de ar. Tratamento O oxigênio é fornecido através de uma máscara facial ou de pequenos tubos de plástico inseridos no nariz. Um tubo respiratório pode ser colocado na traqueia. Um respirador (ventilador) pode ser necessário. Prevenção Se você tiver uma doença que possa levar a um edema pulmonar ou músculo cardíaco enfraquecido, tome todos os medicamentos prescritos segundo a recomendação. Seguir uma dieta saudável, baixa em sódio e em gorduras, pode reduzir em muito o risco de desenvolver esse problema. Cuidados de Enfermagem Atentar para a dieta prescrita, com restrição de sal e restrição hídrica; Elevação do débito com os membros inferiores pendentes; Administração de oxigênio úmido, manter a permeabilidade das vias aéreas conforme prescrição médica; Viabilizar acesso venoso; Administrar medicamentos conforme prescrição médica; Verificar sinais vitais; Manter carro de urgência próximo ao leito do paciente; Realizar controle hídrico; Observar diurese e oferecer material para drenagem urinária (papagaio, comadre) após administração do diurético; EMBOLIA PULMONAR A embolia pulmonar é causada pela obstrução das artérias dos pulmões por coágulos (trombos ou êmbolos) que, na maior parte das vezes, se formam nas veias profundas das pernas ou da pélvis e são liberados na circulação sanguínea. Sintomas Trombos pequenos ou aqueles que são rapidamente desfeitos podem não provocar sintomas, ou provocar sintomas leves que passam despercebidos. Quando os trombos são maiores ou, embora menores, mais de uma artéria pulmonar é afetada, os seguintes sintomas são indicativos da embolia pulmonar: dor torácica de início repentino ou que vai aumentando de intensidade, falta de ar, aceleração dos batimentos cardíacos e da respiração, palidez, ansiedade. Pele e unhas azuladas (cianose), tosse seca ou com sangue, dor aguda no peito e febre podem ser sinais de oclusão de uma ou mais artérias do pulmão e de infarto pulmonar. Diagnóstico O levantamento da história clínica e dos fatores de risco do paciente são os primeiros passos para o diagnóstico da embolia pulmonar. Existem, no entanto, exames de laboratório e de imagem que ajudam a esclarecer a suspeita da doença. São eles: o d-dímero que pode ser realizado tão logo seja iniciado o atendimento, a gasometria arterial para medir o nível de oxigênio no sangue, a arteriografia pulmonar, a cintilografia de ventilação pulmonar, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Prevenção Algumas situações podem representar risco maior para a formação de êmbolos nas veias. Se não for possível evitá-las, o uso de medicamentos anticoagulantes e trombolíticos em pacientes de alto risco, de meias elásticas, o reinício da atividade física rapidamente nos pós-operatórios e a realização de exercícios para movimentar as pernas durante os períodos de grande imobilidade, são medidas que ajudam a controlar o distúrbio. Tratamento O tratamento inicial da embolia pulmonar inclui a administração de oxigênio e de heparina, por via intravenosa, um medicamento de ação rápida que evita o aumento dos coágulos já existentes e a formação de novos coágulos. Esses medicamentos precisam ser utilizados com acompanhamento médico, pois aumentam o risco se sangramentos. A implantação de um filtro na veia cava pode ser um recurso para o tratamento de pacientes com contraindicações para o uso de medicamentos anticoagulantes e nas recidivas, a fim de evitar que novos coágulos atinjam os pulmões. A embolectomia (retirada do êmbolo pulmonar) é uma intervenção cirúrgica que deve ser considerada apenas nos quadros de embolia pulmonar maciça. Cuidados de Enfermagem

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- Estimular a deambulação e os exercícios ativos e passivos das pernas para prevenir a estase venosa nos pacientes em repouso no leito. - Aconselhar o paciente a não ficar sentado ou deitado por períodos prolongados, e não cruzar as pernas, não vestir roupas constritivas. Os pés dos pacientes devem repousar sobre o chão ou numa cadeira. - Não deixar os cateteres venosos instalados no local por períodos prolongados. - Oferecer o posicionamento mais confortável possível para a respiração. - Fazer mudança de decúbito frequentemente para melhorar a ventilação do pulmão. - Administrar analgésicos prescritos para melhora da dor. - Ofertar oxigenoterapia continuada, e observar sinais de hipoxemia. - Monitorizar o paciente - Verificar sinais vitais. Referências ATKINSON, L. D. e MURRAY, M. E. Fundamentos de Enfermagem: introdução ao processo de enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1989.

KOCH, Rossi M. et. al. Técnicas Básicas de Enfermagem. 14ª edição. Ed Florence, 1996, p 88-92. MOZACHI, N. O hospital: manual do ambiente hospitalar. 9ed. Curitiba: Os autores, 2007.

PIANUCCI, Ana. Saber cuidar: procedimentos básicos em enfermagem. São Paulo: Ed SENAC, 2003.

SOARES, MAM. Enfermagem: cuidados básicos ao indivíduo hospitalizado. Porto Alegre: 2010.

SMELTZER, S. C; BARE, B. Brunner e Suddarth: tratado de enfermagem Médico Cirúrgica. Porto Alegre: Guanabara Koogan, 2005.

Bom estudo queridos colegas!!! Prof Edaiane